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DISCIPLINA
FUNDAMENTOS DE BIOLOGIA
CELULAR E MOLECULAR
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Prezados alunos,
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, afinal,
opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos educacionais,
mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou aquela vertente,
estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e provado pelos
pesquisadores.
A análise química das células de qualquer ser vivo revela a presença constante
de certas substâncias que, nos diversos organismos, desempenham fundamentalmente
o mesmo papel biológico.
Os componentes químicos da célula podem ser divididos em dois grandes grupos
“Inorgânicos e Orgânicos”.
Componentes inorgânicos: são moléculas simples, sem carbono na sua
constituição. Ex.: água e sais minerais.
A Água
Propriedades da Água
Cada molécula de água é formada por dois átomos de hidrogênio (H) e um átomo
de (O), e é representada pela fórmula H2O. A disposição dos átomos na molécula faz
com que as cargas elétricas não sejam distribuídas de maneira uniforme, criando um polo
com cargas negativas e um com cargas positivas.
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Os sais minerais são substâncias inorgânicas, ou seja, não podem ser produzidos
por seres vivos. Sua maior parte está concentrada nos ossos. Entre os mais conhecidos
estão o cálcio, o fósforo, o potássio, o enxofre, o sódio, o magnésio, o ferro, o cobre, o
zinco, o selênio, o cromo, entre outros.
Fósforo Carnes, leite e cereais. Atua na composição dos ossos e dos dentes;
Componentes Orgânicos
Carboidratos
Energético e estrutural.
Lipídios
Cerídeos ou Ceras: são lipídios produzidos por animais e plantas. Nas plantas, de
forma geral, as ceras têm função impermeabilizante. São produzidas e depositadas na
superfície das folhas ou dos frutos para diminuir a perda de água. A cera produzida pelas
abelhas também é formada por lipídios, assim como o cerume presente nas orelhas de
alguns mamíferos. Funções: Contribuem para defesa da planta contra a desidratação
No corpo humano, o colesterol pode ter duas origens: exógena (se ingerido
através de alimentos (leite e derivados, ovos e carne em geral)) e endógena (se fabricado
pelo próprio organismo). O fígado não só produz como também degrada o colesterol,
atuando como um órgão regulador da taxa dessa substancia no sangue.
Proteínas
Ácidos Nucleicos
Adenina, guanina e citosina estão presentes tanto no DNA como no RNA. No DNA
apresenta timina e no RNA só apresenta a uracila.
O DNA
replicação.
O RNA
Vitaminas
Cariótipo
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Regulação gênica é como a célula controla quais genes, entre os inúmeros genes
presentes em seu genoma, são "ativados" (expressos). Graças à regulação gênica, cada tipo
de célula em seu corpo possui um conjunto diferente de genes ativados apesar do fato de
que quase todas as células do nosso corpo possuem exatamente o mesmo DNA. Esses
diferentes padrões de expressão gênica permitem que seus vários tipos celulares possuam
conjuntos diferentes de proteínas, tornando cada célula exclusivamente especializada em
fazer seu trabalho.
Por exemplo, uma das funções do fígado é remover substâncias tóxicas como o
álcool da corrente sanguínea. Para isso, as células hepáticas expressam genes que
codificam subunidades (Pedaços) de uma enzima chamada álcool desidrogenase. Essa
enzima decompõe o álcool em uma molécula não-tóxica. Os neurônios do cérebro de uma
pessoa não removem toxinas do corpo, então eles mantêm esses genes silenciados ou
"desligados". Da mesma forma, as células hepáticas não enviam sinais utilizando
neurotransmissores, então elas mantêm os genes que codificam neurotransmissores
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silenciados.
Painel esquerdo: célula hepática. A célula hepática contém proteínas álcool
desidrogenase. Se olharmos no núcleo, veremos que o gene álcool desidrogenase se
expressa para produzir RNA, mas o gene neurotransmissor não. O RNA é processado e
traduzido, por isso as proteínas álcool desidrogenase são encontradas na célula.
Existem muitos outros genes que são expressos de forma diferente entre células
hepáticas e neurônios (Ou quaisquer dois tipos celulares em um organismo multicelular como
você).
Muitos fatores podem afetar quais genes uma célula expressa. Diferentes tipos de
células expressam diferentes conjuntos de genes, como vimos acima. Contudo, duas células
diferentes de um mesmo tipo também podem ter padrões de expressão gênica distintos,
dependendo do seu ambiente e estado interno.
De forma geral, pode-se dizer que o padrão de expressão gênica é determinado tanto
pelas informações internas quanto externas à célula.
Exemplos de informação de dentro da célula: as proteínas que herdou de sua
célula mãe, danos no seu DNA e quanto ATP possui.
Exemplos de informações de fora da célula: sinais químicos de outras células,
sinais mecânicos da matriz extracelular e os níveis de nutrientes.
Células não tomam decisões no sentido que você ou eu tomamos. Ao invés disso,
elas possuem vias moleculares que convertem informação – como a ligação de um sinal
químico ao seu receptor – em uma mudança da expressão gênica.
Como exemplo, vamos considerar como células respondem à fatores de
crescimento. O fator de crescimento é um sinal químico proveniente de células vizinhas que
instrui a célula alvo a crescer e dividir. Poderíamos dizer que a célula nota o fator de
crescimento e decide dividir-se, mas como esses processos realmente acontecem?
Fatores de crescimento se ligam aos seus receptores na superfície celular e ativam
uma via de sinalização dentro da célula. A via de sinalização ativa a transcrição de fatores
no núcleo, os quais se ligam ao DNA perto de genes que promovem a divisão e o
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crescimento, fazendo com que sejam transcritos para RNA. O RNA é processado e
exportado do núcleo, sendo então traduzido para formar proteínas que dirigem a divisão e o
crescimento.
A célula detecta o fator de crescimento por meio de uma ligação física entre
o fator de crescimento e o receptor proteico na superfície da célula
Os produtos desses genes são vários tipos de proteínas que fazem a célula
se dividir (conduzir o crescimento celular e/ou mover a célula adiante no ciclo
celular).
Esse é apenas um exemplo de como uma célula pode converter uma fonte de
informação em modificações na expressão gênica. Existem muitos outros, e compreender a
lógica da regulação gênica é uma área de estudo em andamento na biologia.
A sinalização de fatores de crescimento é complexa e envolve a ativação de uma
variedade de objetos, incluindo os fatores de transcrição e proteínas dos fatores de não-
transcrição. Você pode aprender mais sobre como a sinalização de fatores de crescimento
funciona no artigo transdução de sinais intracelulares.
Todas essas etapas (se aplicáveis) precisam ser executadas para um dado
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gene para que uma proteína ativa esteja presente dentro da célula.
Ciclo Celular
ESTÁGIOS DA INTERFASE
Dependendo da condição fisiológica das células, pode durar dias, meses e até anos.
Os tecidos que normalmente não se dividem (como nervoso ou músculo esquelético), ou
que raramente se dividem (como os linfócitos circulantes), possuem a mesma quantidade
de DNA presente do período G1.
Pode-se saber em que fase do ciclo a célula se encontra pela medida de seu
conteúdo de DNA, o qual duplica durante a fase S.
Ciclo Celular
Em condições que favoreçam o crescimento o conteúdo total de proteína de uma
célula típica aumenta mais ou menos continuamente durante o ciclo. Da mesma maneira, a
síntese de RNA continua em uma velocidade constante, exceto durante a fase M, quando
os cromossomos estão muito condensados para permitir a transcrição. A produção de
algumas proteínas-chave é acionada a uma alta velocidade em um estágio específico do
ciclo, como por exemplo as histonas que são requeridas para formação de uma nova
cromatina e são fabricadas em grande quantidade somente na fase S e o mesmo acontece
para algumas das enzimas que participam da produção de desoxirribonucleotídeos e
replicação de DNA.
O sistema de controle do ciclo celular é um dispositivo bioquímico que opera
ciclicamente, construído a partir de uma série de proteínas que interagem entre si e que
induzem e coordenam os processos dependentes essenciais responsáveis pela duplicação
e divisão dos conteúdos celulares.
No coração desse sistema está uma série de complexos de proteínas formados por
dois tipos básicos de compomentes: subunidade de proteínoquinase (chamadas proteínas
Cdk) e proteínas ativantes (chamadas ciclinas). NO mínimo dois destes complexos protéicos
regulam o ciclo celular normal, um no ponto de controle G1, e se situa antes do início da
fase S, e o outro em G2 antes do início da fase M. Estes complexos de proteínas exercem
seu controle através de sua atividade quinásica, pela ativação e desativação das quinases
em pontos estratégicos do ciclo.
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Ciclo Celular
Interfase
Interfase
Nesta fase, por microscopia, não visualizamos modificações tanto no citoplasma
quanto no núcleo. As células, porém, estão em franca atividade, sintetizando os
componentes que irão constituir as células filhas. O tempo de duração desta fase varia de
célula para célula.
É composta pela sucessão de três fases:
G1 = Intervalo de tempo entre o final da mitose e o início da fase S
S = Fase de Síntese de DNA
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Fases da Interfase
Fase G2
“G de gap = intervalo” É o segundo intervalo de tempo da interfase. Um núcleo que
completa a fase S e entra na fase G2 condensa seus cromossomos e segue para a mitose.
É um período de preparação para produção de fatores cruciais que disparam a Mitose.
O ciclo celular, nas células somáticas, é o processo pelo qual uma célula duplica
seu material genético e o distribui igualmente para duas células-filhas.
Consiste em uma série de eventos preparatórios para a divisão celular, bem como
a divisão celular.
É um conjunto de mecanismos, que interagem entre si, responsáveis pelo
crescimento e desenvolvimento normais de qualquer organismo. Através de mecanismos de
regulação associados, a célula é encaminhada à progressão no ciclo, crescimento e
multiplicação; à diferenciação celular ou a uma condição de latência.
Ocorrendo falhas nesses mecanismos regulatórios, a célula pode ser direcionada à
apoptose (morte celular programada) ou ao desenvolvimento tumoral.
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Fase G1
Este período se caracteriza por uma intensa síntese de RNA e proteínas, ocorrendo
um marcante aumento do citoplasma da célula – filha recém-formada. É nesta fase que se
refaz o citoplasma, dividido durante a mitose. No período G1 a cromatina esta esticada e
não distinguível como cromossomos individualizados ao MO. Este é o estágio mais variável
em termos de tempo. Pode durar horas, meses ou anos.
Inicia com um estímulo de crescimento e posterior síntese de ciclinas que vão se
ligar aos CDKs. Esse complexo vai fosforilar um outro complexo, o pRb/E2F.
Inicialmente, a proteína pRb encontra-se ligada ao fator E2F, na forma inativa.
Quando é fosforilada pelos complexos ciclina/Cdk, libera o fator E2F. Este vai ativar a
transcrição de vários genes cujos produtos são necessários para que a célula progrida para
a fase S. A proteína pRb, então, não fosforilada permanece ligada ao E2F, não permitindo
a progressão da célula no ciclo celular. Já quando fosforilada, estimula a progressão do ciclo
para a fase S.
Os inibidores de ciclina/Cdk (CKIs) p21 e p53 podem interferir na fosforilação do
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Fase S
Fase G2
proteínas que atuam como fatores de crescimento, liberados por vários tipos celulares. Para
cada tipo de fator de crescimento, há um receptor específico, os quais algumas células
expressam na sua superfície e outras não.
Os fatores de crescimento liberados ligam-se a receptores de membrana das células
alvo. A formação do complexo receptor – ligante, dispara a produção de moléculas de
sinalização intracelular. Essas moléculas são responsáveis pela ativação de uma cascata
de fosforilação intracelular, que induz a expressão de genes.
O produto da expressão destes genes são os componentes essenciais do Sistema
de Controle do Ciclo celular, que é composto principalmente por duas famílias de proteínas:
Cdks (cinases dependentes de ciclina):
Fosforilam proteínas-alvo. Expressas durante todo o ciclo, inativas. Ativas quando
ligadas às ciclinas
Ciclinas:
Ligam a CdK e controlam a fosforilação de proteínas alvo Sintetizadas em fases
específicas destruídas após exercerem sua função.
O ciclo de montagem, ativação e desmontagem do complexo ciclina-CdK são os
eventos bases que dirigem o ciclo celular. O ciclo é regulado para parar em pontos
específicos. Nesses pontos de parada são realizados reparo.
São reconhecidos dois pontos de Check point:
Em G1 antes da célula entrar na fase S Em G2 antes da célula entrar em mitose.
Controladores negativos:
CKIs (Inibidores de Cdk): são proteínas que interagem com Cdks ou complexos
ciclina-Cdk, bloqueando sua atividade de cinase. Complexo ubiquitina de degredação de
proteína: degrada ciclinas e outras proteínas para promover a progressão do ciclo celular.
Checkpoint G1-S
complexo que fosforila pRb Ciclo Celular pára a progressão do ciclo Ciclo Celular reparo do
DNA ou morte celular programada
A p53 é frequentemente alvo para mutações em um grande número de patologias.
A perda de expressão da p53 determina aumento da proliferação celular.
Um outro controlador que atua ao término de G1 é a CKI p27, que vai bloquear a
atividade de cinase do complexo ciclinaE/Cdk2, causando também uma parada no ciclo
celular.
Checkpoint G2-M
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