Princípios e Fundamentos

de Ciências Exatas e da
Terra
1. Introdução 4

2. Princípios das Ciências Exatas 8

Modelagem Matemática 8
O Sentido de um Princípio 9
Materiais Complementares 13

3. Princípios das Ciências da Terra 16

Materiais Complementares 21
Conclusão 22

4. Referências Bibliográficas 26

02
03
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

1. Introdução

Fonte: Jornal USP1

O lá querido aluno, vamos dar

início a mais uma disciplina e
hoje discorremos sobre o Princípios
e Fundamentos de Ciência exatas e
da terra.
Note que o campo das ciências
exatas é uma das ciências mais anti-
gas, visto que sempre foi utilizada
como ferramenta para a resolução
de problemas ou mesmo para en-
contrar resposta sobre os fenôme-
nos da natureza. Através de núme-
ros e símbolos, o campo proporcio-
nou a entendimento do comporta- Fonte: São Matheus
mento de materiais, possibilitando
todo tipo de novidade tecnológica. Note que a lógica é o alicerce
elementar das ciências exatas e o

1 Retirado em https://jornal.usp.br/editorias/ciencias/ciencias-exatas-e-da-terra/

4
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
principal princípio que rege a maté-
ria, logo, sobre os profissionais da
área consiste no raciocínio lógico.
Assim, a lógica é compreendida
como uma estrutura formal do apo-
tegma, baseada nos princípios da ar-
gumentação.
Desse modo, ela pode ser nu-
mérica ou mesmo envolver incógni-
tas (letras e símbolos) e figuras. E
outros fatores ainda podem ser
abordados, como:
 As sequências,
 A argumentação,
 O silogismo,
 Os números figurados,
 Os conceitos de verdadeiro ou
falso e de negação.
Por outro lado, o raciocínio ló-
gico, está ligado à disposição para
organizar e compreender as circuns-
tâncias cotidianas, preparando a
pessoa para as situações mais com-
plexas. Sempre que necessitamos re-
solver algo que submerge essa capa-
cidade, temos que buscar uma rela-
ção em meio aos elementos e encon-
trar um padrão frequente a ser se-
guido.
O emprego do raciocínio lógi-
co auxílio a formar indivíduos críti-
cos e com senso argumentativo. Lo-
go, com esses atributos, desenvolve-
mos profissionais capazes de expla-
nar, criar, responder e elucidar cir-
cunstâncias e problemas envolven-
do não só a matemática, mas assun-
tos que necessitam de uma lógica.
Note que a neurociência nos
diz que é admissível instruir-se até o
último momento da vida, porquanto
nosso cérebro não possui uma data
limite para o aprendizado, bem co-
mo o desenvolvimento da lógica.
Isso constitui que o ser humano está
sempre instruindo-se, não importa a
idade.
Logo, o processo se altera no
decorrer da vida, é claro. Por ques-
tões hormonais, motivacionais, ana-
tômicas e socioculturais, são modifi-
cados ao longo dos anos. Entretanto,
em circunstâncias do potencial, o cé-
rebro continua com sua aptidão para
o desenvolvimento, a menos que
exista um aspecto específico que in-
fluencie nisso.
Como educadores é o nosso
papel de estimular raciocínio lógico
de nossos alunos:
 Ler e escrever: essas ativida-
des ajudam seu cérebro a pen-
sar de forma crítica e melho-
ram a capacidade da mente
para compreender diversos as-
suntos;
 Jogos de estratégia: sejam di-
gitais ou de tabuleiro, são sem-
pre uma excelente maneira de
estimular o cérebro;
 Praticar exercícios: aumenta o
fluxo sanguíneo para o cérebro
e contribui para melhorar a
memória, a concentração e o
raciocínio;
5
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

 Aprender a programar: ajuda do protocolo ou atendimento aos

na capacidade de raciocinar e alunos.
desenvolve o pensamento ló-
gico e matemático. Bons estudos!

Logo, o exercício requer dedi-

cação e uma boa metodologia de en-
sino e que dê sentido à aprendiza-
gem, porquanto justapõe o conheci-
mento de forma prática.
Por outro lado, as Ciências da
Terra são, estão em plena eferves-
cência, ajuntando conhecimentos de
outros campos do saber, elevando
gradativamente, em determinados
campos e escalas, a sua disposição
preditiva.
São, por isso, um campo indis-
pensável para apontarem portas pa-
ra diversos dos problemas da socie-
dade atual e advertirem caminhos
para determinadas inquietudes que
se vivem no dia-a-dia. Dispor de
uma perspectiva temporal apropri-
ada sobre as adulterações que afeta-
ram o meio ambiente, relacionar os
principais intercâmbios entre a atu-
ação antrópica e o planeta, assim co-
mo, ter a capacidade de ter uma vi-
são e uma ação que afiance a susten-
tabilidade da vida das proles futuras
semelham ser os desígnios para a
formação de um indivíduo literalista
em Ciências da Terra.
É sobre isso que iremos discor-
rer, logo, tendo alguma dúvida, não
deixe de encaminhar as suas per-
guntas ao setor pedagógico por meio

6
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
2. Princípios das Ciências Exatas
Modelagem Matemática
N ote que a Modelagem Matemá-
tica possibilita diversos estu-
dos teóricos, onde é complementada
com a lógica Matemática pode coo-
perar de diversas formas para a
aprendizagem expressiva dos alu-
nos. Sendo um método de instigar o
desenvolvimento da lógica nos estu-
dantes.
2Retirado em https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/8681/a-modelagem-matematica-como-
metodologia-de-ensino-e-aprendizagem
Fonte: Jornal da Cidade2
Na sugestão da Modelagem
Matemática os educandos são desa-
fiados a serem mais independentes,
elaborar estratégias, isto é, refletir
sobre o que estão inventando. Na at-
mosfera de Modelagem Matemática:
os docentes necessitam desenvolver
estratégias para desafiar a resistên-
cia dos estudantes, possibilitando,
dessa forma, que se envolvam mais
nas atividades e tornem-se íntimas
as elas.
8
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

Neste casso o professor deve sa- maneira semelhante, um princípio

ber lidar com as situações que
significa esta acepção, como um
surgem e dar suporte ao aluno.
Na Modelagem o aluno se de- ponto de partida, o elementar estado
para com situações que não de- de um processo.
monstram claramente o conte-
údo de Matemática que está en-
volvido. Assim, os alunos po-
dem resolver os problemas à
que são submetidos de formas
diferentes. Não há uma fórmula
a seguir, mas sim, várias que
podem resolver um mesmo pro-
blema. Neste sentido, a manei-
ra como o aluno irá resolver os
problemas propostos tem rela-
ção direta com suas experiên-
cias prévias e seus interesses
(SKOVSMOSE, 2007). Os alu-
nos demoram a perceber a rela-
ção da Matemática com situa-
ções reais do dia-a-dia, sendo
esta forma de resistência seme-
lhante à apresentada pelos alu-
nos no estudo de Almeida e Fi-
delis (2004) (apud, DULLIUS;
et al, 2009).

O Sentido de um Princípio Fonte: Dicio

Quando falamos em princípios Eles caracterizam-se como co-

da ciência exata proferimos sobre a
acepção adjudicada ao termo Princí-
pio na língua portuguesa culta, as-
sim como em seu uso comum, indica
em geral “o momento em que deter-
minada coisa possui uma origem”, a
“causa primária” dos eventos e das
coisas.
Nesse sentido, a palavra prin-
cípio tem sentido ligado diretamente
ao termo “início”. Para além dos epi-
sódios da língua, dentro da proprie-
dade das ciências empíricas, de uma
nhecimentos de um nível dife-
rente daqueles no qual se en-
contram os conceitos e as leis.
Os princípios são metadiscipli-
nares com relação à doutrina
onde eles são o ponto de partida
ou justificação (GRANGER,
1999). Nas ciências empíricas,
um princípio pode ser tomado
como um ponto de partida de
uma dedução, mas formulado
como interpretação, generaliza-
ção e abstração de um saber an-
terior. Um procedimento que
pode ser entendido na generali-
zação de leis de um certo domí-
nio elevando-as ao grau de
princípio. É o caso da lei de mo-

9
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
vimento de um corpo proposta
por Galileu, enunciada mais
tarde por Descartes como Prin-
cípio de Inércia. Segundo esse
princípio, um corpo isento de
forças, ao começar seu movi-
mento, continua-o indefinida-
mente de maneira uniforme e
em linha reta. Neste sentido,
Poincaré sintetiza a ideia, afir-
mando que: [...] princípios são
resultados de experiências for-
temente generalizadas; mas
eles parecem tomar a própria
generalidade delas num ele-
vado grau de certeza. Efetiva-
mente, quanto mais gerais são
eles, mais frequentemente te-
mos oportunidade de controlá-
los, e as verificações, multipli-
cando-se, tomando as formas
mais variadas e mais inespera-
das, acabam por não deixar
mais margem a dúvida. (POIN-
CARÉ, 1995, p. 113) (apud,
CUSTÓDIO E PIETROCOLA,
2004).
Segundo Einstein (1998, p.
142), os princípios nas ciências em-
píricas enquadram como base para a
formulação de todas as conjecturas,
e é a partir deles que se pode con-
cluir consequências. De tal modo, o
trabalho do cientista versa funda-
mentalmente em procurar uma cer-
ta regularidade, uma propriedade a
ser genérica, uma lei que origine a
evolução do sistema ponderando e
que especialmente sirva de princípio
geral da natureza.
Compreendendo tais princí-
pios, pode-se buscar, via observa-
ção, nos aspectos experimentais, ca-
racterísticas universais e exatas, a
serem mencionadas nitidamente.
Quando esta formulação alcançar o
êxito, começa desse modo o desen-
volvimento das implicações, que di-
versas vezes despontam relações in-
suspeitadas que transcendem o es-
paço dos fatos de onde foram extraí-
dos os princípios.
Nesse sentido, um conjunto de
princípios pode, dentro das ci-
ências empíricas, nos ensinar
satisfatoriamente o que pode-
mos esperar conhecer sobre o
mundo físico. Tomemos o sim-
ples exemplo de uma bolinha de
borracha que liberada de uma
certa altura cai verticalmente,
choca-se com o piso, e retorna a
uma nova altura. Mesmo pres-
supondo-se que não conhecês-
semos como se dá a interação
com o solo, ainda assim seria
possível produzir algum enten-
dimento por meio de alguns
princípios mecânicos. O princí-
pio de conservação de energia
(PCE) permite afirmar que a al-
tura final não será nunca maior
que a inicial. Sendo assim, em
nenhum momento necessita-
mos entrar nos detalhes que en-
volveram a interação, ou conhe-
cer as forças que impeliram no-
vamente a bolinha, basta saber-
mos quais as condições inicial e
final. Parece haver, neste ponto,
uma renúncia à visão mecani-
cista do universo, conforme
Poincaré nos esclarece de forma
mais apurada: Renunciamos a
penetrar no detalhe da estru-
tura do universo, a isolar as pe-
10
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
ças desse vasto mecanismo, a
analisar uma a uma as forças
que as põem em movimento, e
nos contentamos em tomar por
guias certos princípios gerais
cujo objetivo é precisamente o
de nos dispensar desse estudo
minucioso. (POINCARÉ, 1995,
p. 112) (apud, CUSTÓDIO E PI-
ETROCOLA, 2004).
Outrora, o desígnio das ciên-
cias empíricas era separar a grande
máquina do universo. O pensa-
mento que o “todo é a mera soma
das partes”, acordou no homem o
desejo de esquadrinhar a natureza e
operar sobre ela, tornar-se senhor
da natureza.
Galileu foi responsável por interpe-
lar o sistema heliocêntrico
Fonte: EBC
Este estilo de pensamento dis-
seminado no século XVI, cujos
expoentes foram Galileu, Des-
cartes, Hobbes (KOYRÉ, 1991),
hoje, é substituído por um novo
sistema intelectual, baseado em
princípios que, por sua vez, for-
necem um quadro não tão deta-
lhado do mundo empírico, po-
rém bem mais geral e conclusi-
vo. Ao imaginarmos qualquer
mecanismo de “caixa preta”,
podemos, com certeza, inferir
proposições verdadeiras sobre
o seu comportamento através
do uso de princípios gerais.
Nesse sentido, um conhecimen-
to razoável e verdadeiro acerca
do universo, a grande “caixa
preta”, pode, com auxílio dos
princípios que conhecemos, ser
concebido, sem com isto pagar-
mos o esforço de revelar os di-
versos mecanismos ocultos)
(apud, CUSTÓDIO E PIETRO-
COLA, 2004).
Note que esta interpretação
ainda manifesta que os princípios
dirigem o cientista na realização do
exercício empírico, visto que a partir
destes, as hipóteses podem ser esta-
belecidas e as informações empíri-
cos disseminados em sistemas teóri-
cos deduzidos logicamente. Incon-
testavelmente serão estes princípios
os culpados em dizer o quanto a
“máquina” necessita ser desmon-
tada. Contudo é claro que a Ciência
busca ainda compreender os meca-
nismos. Isto se dá, a título de exem-
plo, na física de partículas.
Projetos vultosos ambicionam
a constituição de amplos acelerado-
res de partículas para prospectar o
cerne da matéria. Cientistas têm afi-
ançado que com este novo acelera-
dor alcançarão a uma grande teoria
unificadora.
11
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
Acelerador de partículas
Fonte: InfoEscola
Tais pesquisas, cada vez mais,
adentram nos “mecanismos
ocultos” da natureza; novas in-
terações são hipotetizadas e, no
limite, tenderão a chegar à der-
radeira. Entretanto, vale ressal-
tar que os mecanismos se reme-
tem ao funcionamento do siste-
ma, que pode não ser mecânico
(CUPANI & PIETROCOLA,
2002). Neste caminho o cien-
tista lançará mão de guias, caso
contrário, não haveria nenhum
critério de seleção dos modelos
construídos. Citamos Einstein:
Enquanto os princípios básicos
para dedução não forem desco-
bertos, o teórico não tem, abso-
lutamente, necessidade dos fa-
tos individuais da experiência.
Nem mesmo pode empreender
qualquer coisa com leis mais
gerais, descobertas empirica-
mente. Deve antes confessar
seu estado de impotência dian-
te dos resultados elementares
da pesquisa empírica até que se
lhe manifestem princípios, uti-
lizáveis como base de dedução
lógica. (EINSTEIN, 1998, p.
142) (apud, CUSTÓDIO E PIE-
TROCOLA, 2004).
Assim, constatamos um subs-
titutivo das determinações comple-
xas e até desconhecidas do real, que
se ajeita nas observações empíricas,
por um contíguo de princípios; so-
bre o baseamento destes, a teoria de-
senrolará suas correlações:
 Eles enquadrarão como um
quadro formal e protocolo me-
todológico.
Temos, no interior desta casta:
 Os princípios de conservação
(de energia, de quantidade de
movimento,
 De momento angular, de carga
etc.),
 O princípio de relatividade e
os axiomas da mecânica quân-
tica.
Logo, são esses os princípios
relativos às propriedades mais ge-
rais do real (a oscilação e a composi-
ção dos corpos materiais) e estabele-
cem a transcrição mais prescindida
que dele fazemos e, em sua generali-
dade, suprem o real.
São um pensamento-do-real,
uma abstração simplificadora,
de utilidade e aplicações gerais,
uma denominação não contra-
ditória da realidade à qual pode
se aplicar, com toda legitimi-
dade, a lógica comum e sua
transcrição matemática (PATY,
1995). De acordo com Einstein
(1950), as teorias, em função de
suas bases epistemológicas, po-
dem ser de dois tipos: As teorias
12
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

construtivas, “que tentam cons- tal tarefa é sofisticada e exige a

truir uma representação dos fe-
nômenos complexos a partir de
algumas proposições relativa-
mente simples” e constroem
modelos sobre seus constituin-
tes fundamentais. É o caso da
teoria cinética dos gases. E as
teorias de princípio, nas quais o
“ponto de partida e fundamento
não são constituintes hipotéti-
cos, mas propriedades gerais
empiricamente observáveis nos
fenômenos, princípios dos
quais as fórmulas matemáticas
são deduzidas tal que elas se
aplicam a todo o caso que se
apresente”: é o caso da termodi-
nâmica) (apud, CUSTÓDIO E
PIETROCOLA, 2004).
De acordo com ele, “o mérito
das teorias construtivas está em seu
alcance, adaptabilidade e clareza; o
das teorias de princípio em sua per-
feição lógica e segurança de seus
fundamentos” (EINSTEIN, 1950, p.
54). Logo, a teoria da relatividade de
Einstein inicia pelos os princípios de
relatividade e da obstinação da velo-
cidade da luz, que são pensamentos
anteriores ao corpo da teoria.
adoção de guias) (apud, CUS-
TÓDIO E PIETROCOLA,
2004).
Dentro de um procedimento
de teorização, os princípios nascem
como bússolas genéricas, responsá-
veis pela disposição das hipóteses e
matematização do real físico, e tam-
bém, cabe a eles de certa maneira re-
ger as averiguações empíricas.
Materiais Complementares
Links “gratuitos” a serem con-
sultados para um acrescentamento
em seu estudo, acesse o link e veja
mais sobre o assunto discorrido:
Fundamentos de metodologias
Ciência da informação: temática,
histórias e fundamentos
Para fechar essa unidade, va-
mos colocar em praticar o que
aprendemos até aqui.

Por outro lado, existem cons- Atividade de fixação:

truções teóricas que partem de
pequenas ideias e tentam rela-
cioná-las com outras constru- Julgue o item a seguir:
ções. Lorentz, por exemplo, te-
ve a ideia de elétron e ao asso-
ciá-lo ao eletromagnetismo de
Este estilo de pensamento dis-
Maxwell tentou explicar outros seminado no século XVI, cujos expo-
fenômenos. As leis de Newton e entes foram Galileu, Descartes,
o modelo das bolas de bilhar fo-
ram as fontes da teoria cinética
Hobbes (KOYRÉ, 1991), hoje, é
e o seu modelo de gases. Porém,

13
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

substituído por um novo sistema in-

telectual, baseado em princípios
que, por sua vez, fornecem um qua-
dro não tão detalhado do mundo
empírico, porém bem mais geral e
conclusivo.

( ) certo
( ) errado

14
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
3. Princípios das Ciências da Terra
T omando como exemplo, pode-
mos citar o modelo europeu de
ensino, em que tem por fundamento
a consideração da importância das
Ciências da Terra na sociedade
atual, diversas sociedades científicas
e organizações europeias formaram
uma comissão ad hoc com o desígnio
de refletir, debater e definir a litera-
cia da Ciências da Terra sobre estu-
dante.
Logo, cunharam algumas
ideias-chave que sintetizam esses
3 Retirado em https://www.megacurioso.com.br/
Fonte: Mega Curioso3
conhecimentos básicos e as aprecia-
ções, princípios e teorias que as sus-
tentam, cada uma com diversas sub-
-ideias-chave (num total de 79):
 A Terra é um sistema com-
plexo em que interagem as ro-
chas, a água, o ar e a vida;
 A origem da Terra está ligada à
do Sistema Solar e a sua longa
história encontra-se registada
nos materiais que a compõem;
 Os materiais da Terra origi-
nam- -se e modificam-se de
forma contínua;
16
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
 A água e o ar fazem da Terra
um planeta especial;
 A vida evolui e interage com a
Terra modificando-a mutua-
mente;
 A tectónica de placas é uma te-
oria global e integradora da
Terra;
 Os processos geológicos exter-
nos transformam a superfície
terrestre;
 A humanidade depende do
planeta Terra para a obtenção
dos seus recursos e deve fazê-
lo de modo sustentável;
 Alguns processos naturais im-
plicam riscos para a humani-
dade;
 Os cientistas interpretam e ex-
plicam o funcionamento da
Terra baseando-se em obser-
vações repetíveis e em ideias
verificáveis.
Logo, a proposta de alfabetiza-
ção em Ciências da Terra organizada
por Pedrinaci et al. (2013) foi admis-
sível graças ao esforço conjunto de
basicamente todas as sociedades ci-
entíficas europeias relacionadas
com as Ciências da Terra e a Educa-
ção. Sendo uma referência para o
seu ensino dentro da sala de aula.
A Terra é um sistema complexo
no qual interagem as rochas, a
água, o ar e a vida. A origem da
Terra está associada à do Sis-
tema Solar e a sua longa histó-
ria está registada nos materiais
que a compõem A ideia-chave
dois - A origem da Terra está li-
gada à do Sistema Solar e sua
longa história encontra-se re-
gistada nos materiais que a
compõem - inclui oito sub-
ideias, baseando-se na aborda-
gem da Terra como um sistema,
com os seus vários subsistemas,
que interagem entre si. Os ma-
teriais da Terra originam-se e
modificam-se de forma contí-
nua A ideia-chave três - Os ma-
teriais terrestres originam-se e
modificam-se continuamente” -
inclui dez sub-ideias, basean-
do-se na abordagem da Terra
como um sistema, com os seus
vários subsistemas, que intera-
gem entre si (BONITO E MOR-
GADO, 2017).
Note que como é importante o
ensino bem fundamentado dessa ci-
ência. E que de quebra nos ajuda no
desenvolvimento sustentável que
consiste nos estudos sobre desenvol-
vimento principiado por volta dos
anos 50, quando vários territórios
coloniais tornaram-se autônomos.
A ONU durante a década de
60, constitui como a Primeira Déca-
da das Nações Unidas para o Desen-
17
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

volvimento, arquitetando que por biental eram considerados con-

meio da cooperação internacional,
adaptando crescimento econômico
pela transferência de tecnologia, co-
nhecimento e fundos monetários, as
dificuldades dos países subdesen-
volvidos pudessem ser ligeiramente
resolvidas.
Tal objetivo se dissolveu pou-
cos anos mais tarde, quando se ave-
riguou o crescimento da pobreza e
das dessemelhanças, no assim deno-
minado Terceiro Mundo. Alterou
então a percepção de desenvolvi-
mento, e ao longo da Terceira Dé-
cada das Nações Unidas para o De-
senvolvimento (os anos 80), procu-
ram-se estratégias de distribuição,
buscando asseverar que os benefí-
cios do admissível crescimento eco-
nômico não ficassem limitados a pe-
quenas minorias das populações en-
volvidas.
sequências inevitáveis do de-
senvolvimento industrial, e isso
ficou muito claro na Conferên-
cia das Nações Unidas sobre o
Ambiente Humano, realizada
em Estocolmo, em 1972. Por
outro lado, na mesma conferên-
cia, foi reconhecido o inter-re-
lacionamento entre os dois con-
ceitos, ocasião em que as idéias
de degradação ambiental foram
ampliadas para incluir aqueles
efeitos causados pela falta de
desenvolvimento. Em Estocol-
mo foram cunhadas as ideias de
poluição da pobreza e ecode-
senvolvimento. Durante os
anos 80, as Nações Unidas en-
carregaram uma comissão in-
ternacional de alto nível, presi-
dida por Mrs. Go Brundtland,
Primeira Ministra da Noruega,
de efetuar amplo estudo a res-
peito dos problemas globais de
ambiente e desenvolvimento
(apud, CORDANI, 1995).

A questão ambiental assumiu

proporções de relevância ape-
nas nos anos 60, época em que
muitos grupos de ação, quase
sempre com suporte explícito
de órgãos da mídia, induziram a
articulação de uma filosofia co-
erente, e de uma terminologia
específica com relação ao ambi-
ente. De início, muitos países
em desenvolvimento, inclusive
o Brasil, consideraram inviável
incluir a conservação ambiental
em seus respectivos planos na-
cionais, visto que certos graus
de poluição e deterioração am-
Fonte: Eco kids

18
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
Logo, a comissão proporcio-
nou o Relatório Brundtland (1987),
cujo foi caracterizado a definição de
desenvolvimento sustentável. O re-
latório possui extensa repercussão
mundial, e excitou a ONU a consti-
tuir a maior reunião de chefes de Es-
tado da história, em 1992, no Rio de
Janeiro, a Conferência das Nações
Unidas sobre Ambiente e Desenvol-
vimento, UNCED-92, ou Rio-92.
Fonte: https://reapunespbr.word-
press.com/2021/06/14/1291/
Mas, podemos ver o valor do
evento foi somente o despertar, de
atitude irreversível, a consciência
mundial para os problemas globais.
A questão ambiental, e sua rela-
ção com o desenvolvimento,
tornou-se assunto familiar, é
discutida em salas de aula do
mundo todo e não pode mais
ser ignorada por qualquer go-
verno, nem por qualquer pes-
soa envolvida com políticas pú-
blicas. Desenvolvimento sus-
tentável foi então definido no
mencionado Relatório Brun-
dtland. O que pretende é alcan-
çar uma situação ideal de jus-
tiça social, para a humanidade,
na qual o desenvolvimento so-
cioeconômico, em bases equita-
tivas, estaria em harmonia com
os sistemas de suporte da vida
na Terra. Em tal situação, ocor-
reria certa melhoria na quali-
dade de vida das populações,
cujas necessidades (e alguns
dos desejos) da presente gera-
ção estariam satisfeitas sem
prejuízos para as gerações futu-
ras. O paradigma do desenvol-
vimento sustentável inclui, ne-
cessariamente, equilíbrio de
desenvolvimento socioeconô-
mico, preservação e conserva-
ção do ambiente, e também
controle dos recursos naturais
essenciais, como água, energia
e alimentos (apud, CORDANI,
1995).
Note que os conhecimentos ci-
entífico e tecnológico indispensáveis
para a procura de tal circunstância
ideal já se encontram em grande
parte disponíveis. A título de exem-
plo, já são denominados por diver-
sos tipos de tecnologias limpas com
relação ao ambiente, assim como,
vários processos de reciclagem de
rejeitos industriais, ainda contamos
com as técnicas de agricultura rege-
nerativa um trabalho feito em con-
junto a partir dos princípios das ci-
ências exatas e da terra.
19
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
Ainda não se encontra, entre-
tanto, resolvido o problema da
disponibilidade de fontes reno-
váveis de energia, em quanti-
dade compatível com as A Ciên-
cia e a Tecnologia têm respon-
sabilidade essencial para o fu-
turo da humanidade: a de for-
necer instrumentos para modi-
ficar os padrões atuais de de-
senvolvimento, tendo em vista
que estes, de modo geral, pos-
suem como paradigma a socie-
dade dos países do Primeiro
Mundo, com seu desperdício e
consumo exagerado de recursos
naturais e energéticos. Nossos
padrões existenciais atuais não
são sustentáveis, e nossas atitu-
des socioeconômicas são per-
versas, se observarmos as dife-
renças de qualidade de vida en-
tre os países desenvolvidos e
aqueles em desenvolvimento,
que continuam aumentando
(apud, CORDANI, 1995).
Embora, pareça evidente que
tradados políticos e medidas genui-
namente econômicos têm pouca
oportunidade de sucesso neste mun-
do egocêntrico, em que nacionalis-
mos, corporativismos, regionalis-
mos, xenofobias terminam fazendo
prevalecer os empenhos de minorias
supra dos interesses públicos, co-
munitários, globais.
Estamos convivendo num pe-
ríodo muito especial da história das
civilizações, quando nosso planeta
está se beirando de uma saturação.
A meu ver, uma sociedade glo-
bal ideal, sustentável, apenas
poderá ser alcançada se houver
uma espécie de acordo social,
baseado em princípios éticos,
de solidariedade humana, intra
e intergerações, incluindo-se
aqui o planejamento cuidadoso
para o bem-estar da humanida-
de, a longo prazo, para os próxi-
mos séculos. O papel das ciên-
cias da Terra numa sociedade
sustentável Ciências da Terra,
neste ensaio, incluem tudo o
que diz respeito ao conheci-
mento e ao manejo tecnológico
dos aspectos inerentes ao nosso
planeta, seus processos natu-
rais e sua dinâmica, especial-
mente a que se manifesta em
sua superfície. Incluem os cam-
pos de atuação da Geologia, da
Geofísica, da Meteorologia, da
Oceanografia, da Ecologia, bem
como muitos aspectos técnicos
inerentes às Engenharias, e
também muitos que tangen-
ciam as Ciências Humanas,
através de sua relação estreita
com a Geografia. As intercone-
xões são complexas e as ativida-
des interdisciplinares muito co-
muns (apud, CORDANI, 1995).
Fonte: ODS SC
20
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
Em regra, os cientistas e os
profissionais do presente e do futuro
terão de adequar-se de forma ele-
vada para o equacionamento correto
de problemas globais, o que submer-
ge na ação de particularidades dis-
tintas de cada área. Desse modo, os
alunos devem ser preparados para
desenvolver ao máximo suas experi-
ências em sua área de atuação.
Logo, esta tendência terá de
ser revertida e, do mesmo modo, os
profissionais cientistas precisaram
compreendem que se faz necessário
trabalhar em suas experiências de
forma interdisciplinar para então
encontrar respostas satisfatórias
para os problemas globais.
São consideradas pelo o MEC
disciplinas que compõe as ciências
exatas e da terra:
Para saber mais acesse:
http://portal.mec.gov.br/dmdocu-
ments/consulta_exatas.pdf
Materiais Complementares
Links “gratuitos” a serem con-
sultados para um acrescentamento
em seu estudo, acesse o link e veja na
integra as novas leis de responsabi-
lidade fiscal, licitações e contratos
públicos:
Fundamentos de estratégia
Fundamentos históricos do ensino
de ciências
Para fechar essa unidade, va-
mos colocar em praticar o que
aprendemos até aqui.
Atividade de fixação:
Julgue o item a seguir:
A ONU durante a década de
60, constitui como a Primeira Dé-
cada das Nações Unidas para o De-
senvolvimento, arquitetando que
por meio da cooperação internacio-
nal, adaptando crescimento econô-
mico pela transferência de tecnolo-
gia, conhecimento e fundos monetá-
rios, as dificuldades dos países sub-
desenvolvidos pudessem ser ligeira-
mente resolvidas. Logo, não permi-
tem a compreensão dos limites dos
diferentes sistemas explicativos e as-
seguram que a ciência tem respostas
definitivas.
( ) certo
( ) errado
21
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
Conclusão
Para fecharmos essa disciplina
vamos fazer algumas considerais.
Observe que os princípios dentro
das ciências empíricas (exatas e da
terra) são postos como conjecturas
verdadeiras adentro do sistema de
aspectos que eles organizam.
Contudo esta “veracidade” é
de uma outra natureza que aquela
das demais proposições de uma con-
jectura, porque por vezes os princí-
pios não são proposições averiguá-
veis ou comprováveis. Logo, cabem
aqui determinadas considerações
sobre a noção da veridicidade cientí-
fica.
Vaja que as três definições an-
tigas para que uma proposição signi-
fique ser verdadeira são:
 Quando for coeso com o res-
tante da nossa informação;
 Quando, posta em exercício,
realiza o que articula;
 Quando revela uma equivalên-
cia com a realidade a que se ci-
ta, ou seja, entre o pensamento
e a realidade.
Logo, a primeira noção recusa
qualquer “veracidade” nova que pos-
sa contrariar os conhecimentos já
contraídos, deste modo, é demasi-
ado conservadora.
 A segunda noção afasta qual-
quer “veracidade” que não
possa ser posta colocada em
prática, desse modo, o excessi-
vo pragmatismo extingue pro-
posições inábeis de entrar em
funcionamento.
Note que essa última noção
determina como verdadeiro somen-
te o que demonstra ajustamento
com os fatos, sendo a “veracidade”
neste acontecimento, uma relação
em meio à proposição e a “realida-
de”; a proposição deixará de ser cor-
reta caso o aspecto da realidade se
decomponha.
Assim, nas ciências empíricas,
podemos distinguir duas bases de
conhecimento: a experiência e a ra-
zão. Apesar disso, o conjunto de in-
formações empíricos aprovisiona-
dos na primeira não compõe conhe-
cimento, é imprescindível que sobre
ele opere a razão.
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PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

Fonte: âmbito jurídico

A razão forma opiniões e com-

põe categorias, generalizações que
ordenam as informações da experi-
ência Um princípio possui como
função servir de bússola a restrições
de leis plausíveis, um emprego evi-
dentemente teórica que, entretanto,
não é aceitável para a construção de
uma teoria; entretanto, desempe-
nhando esta função, um princípio é
Fonte: Sinergias soluções LTDA
apropriado de limitar consideravel-
mente as plausíveis arbitrariedades Aplicando esse pensamento,
dentro de um sistema teórico. Ou por exemplo, sobre o conhecimento
seja, quer articular, dentre as diver- global do planeta, as Ciências da
sas hipóteses a serem disseminadas Terra sustam posição central e inte-
no procedimento de construção teó- gradora, porquanto fornecem os ele-
rica, temos condições de reduzir e mentos fatuais a respeito de sua su-
simplificar uma fileira de formula- perfície, de suas atmosferas, relevo,
ções para leis de uma certa casta de solos, águas territoriais, climas, e
fenômenos. Sob esta tutela, pode- métodos naturais que nele se im-
mos asseverar, por exemplo, a con- plantam em decorrência de sua di-
tradição do moto-perpétuo. nâmica.

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PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

Logo, a ação antrópica sobre o

meio físico é clara e aumenta com o
tempo, acompanhando a dilatação
populacional. E ficou provado que o
homem se tornou um aspecto geoló-
gico dos maiores, e o fluxo de mate-
rial que move na superfície do pla-
neta é da ordem de altivez daquele
resultante da soma de processos na-
turais da dinâmica.
Então, podemos concluir que
nossa visão necessita tornar-se ho-
lística, o mais possível, porquanto
todos os processos que acontecem
sobre a Terra estão conectados. As-
sim, nos auxilia no planejamento de
qualquer sistema maior, assim como
o suprimento de água, de energia ou
de minério, mas, para isso necessita
ocorrer fundamentalmente a inte-
gração da ciência e da experiência de
diversas áreas da Ciência.
E assim fechamos mais esse
conteúdo, não deixe conferir a lei-
tura complementar.

Até o próximo encontro.

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PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

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ZALESKI, Tânia. Fundamentos histó-

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