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O ENSINO DA MATEMÁTICA NAS SÉRIES


INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
RESUMO

Neste trabalho, discorremos sobre o ensino aprendizagem da matemática e propomos levantar


questões sobre o ensino nas primeiras séries do ensino fundamental, ou seja, de 1ª a 4ª séries.
Tratamos de elaborar um estudo sobre a presença da preocupação dos alunos com os
resultados negativos que o ensino da matemática vem apresentando nos dias atuais. Ao longo
do processo ensino-aprendizagem, percebemos a decadência da aprendizagem da disciplina
por parte dos alunos. Cresce também o medo e a antipatia do aluno com relação à disciplina.
Na realidade, em sua origem, a matemática constitui-se a partir de uma coleção de regras
isoladas decorrentes das experiências diretamente conectadas com a vida diária. A matemática
é a ciência da quantidade e do espaço, uma vez que se originam da necessidade de contar,
calcular, medir, organizar o espaço e as formas. Perante a importância desta matéria, é
necessário ensinar matemática à criança de forma que ela possa desenvolver o raciocínio,
além de outras capacidades, como análise e síntese, comparação, coordenação, abstração, etc.,
e outras capacidades que favorecem ao homem, o acesso ao conhecimento. Com este fim,
ressalta-se que os primeiros contatos da criança com a matemática são decisivos. Daí, a
necessidade de um estudo abrangente sem frustrar as expectativas da criança iniciante do
ensino fundamental.
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INTRODUÇÃO

Este estudo desempenha um trabalho de investimento teórico e prático, no decorrer


dos meses de abril de 2005. Justificamos esta abordagem, por saber que o ensino da
matemática costuma provocar sensações de medo nas crianças. De um lado, a construção de
que se trata de uma área de conhecimento importante, de outro, a insatisfação diante dos
resultados negativos obtidos com muita freqüência em relação à sua aprendizagem.
Os números, surgidos na antiguidade, por necessidades da vida cotidiana,
converteu-se em um imenso sistema de variedades e extensas disciplinas. Como as demais
ciências, refletem as leis sociais e serve de poderoso instrumento para o conhecimento do
mundo e domínio da natureza. O assunto discorre sobre matemática como componente
importante na construção da cidadania, na medida em que a sociedade se utiliza cada vez mais
de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se
apropriar. Por isso, nada deve atrapalhar as primeiras experiências da criança: nem o abuso da
linguagem matemática, que ainda não domina, nem formalizações desnecessárias. Percebe-se
que ao longo das séries iniciais, do ensino fundamental, a criança vai criando dentro de si, o
medo da matemática, passando a detestá-la. Isso acontece desde o momento que ela deixa de
entender a linguagem matemática, as formas e as resoluções dos problemas que ela existe.
No contexto desta pesquisa, ressalta-se o conhecimento matemático que deve ser
apresentado aos alunos como historicamente construído e em permanente evolução. O
contexto histórico, possibilita ver a matemática em sua prática filosófica, cientifica e social e
contribui para compreensão do lugar que ela tem no mundo. O ensino de matemática deve ser
pensado numa perspectiva mais ampla. Na situação de ensino-aprendizagem, é preciso que se
leve em conta e se valorize os conhecimentos prévios das crianças sobre determinado
conteúdo a ser trabalhado. Por essa razão interrogamos: como ensinar com prazer para que as
crianças aprendam matemática com facilidade? Sabemos, entretanto, que é importante que a
matemática seja repassada a criança, com segurança e desempenhe, equilibrada e
indissociavelmente, seu papel na formação de capacidade intelectual, na estruturação do
pensamento, na agilização do raciocínio dedutivo do aluno, na sua aplicação a problemas,
situações da vida cotidiana e atividades do mundo do trabalho e no apoio à construção de
conhecimentos em outras áreas curriculares.
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Portanto, os objetivos direcionam-se para conhecer a matemática e encontrar fórmulas


e métodos de ensino para que o aluno goste e aprenda a lidar com os números com segurança
e compreensão. Aborda-se a matemática como parte da vida humana, quando ela tem sido
desenvolvida para dar respostas às necessidades e preocupações do homem das diferentes
culturas, considerando-se a sua importância ao incorporar nos recursos das tecnologias e da
informática.
A convivência diária com números, operações, formas e medidas fazem com que as
crianças cheguem à escola com conhecimentos construídos em outros ambientes que não o da
sala de aula. É fundamental, portanto, que o professor "fique de olho" naquilo que seus alunos
sabem e se apóie nesses conhecimentos, pois será mais fácil para eles estabelecerem relações
entre o que já sabem e os conteúdos que serão construídos. Dividido em itens a monografia
mostra que a matemática torna-se um indispensável instrumento para o desenvolvimento do
raciocínio lógico. Daí ser necessário, uma reflexão sobre os objetivos e as finalidades do
ensino dessa disciplina. Traçamos as conclusões, evidenciando que é certo que a matemática
escolar deve tornar-se competente, tanto para oferecer aos alunos aquisições capazes de fazê-
los aptos ao exercício pleno das atividades mais simples do cotidiano, quanto para o
desvendar do mundo do trabalho.

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CAPITULO I

1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1. Sistema de numeração decimal

Antes de usarem os algarismos para comporem numerais e representarem suas


quantidades, as crianças devem criar formas próprias e variadas de registrar o que contam ou
quantificam. É importante lembrarmos que um símbolo e o que está sendo significado por ele
são diferentes um do outro. O símbolo é de natureza convencional. Nada impede que, no seu
lugar, esteja qualquer outro, inclusive os que forem criação de nossos alunos. É possível
representar as quantidades por diversos símbolos.
Trabalhando bem o potencial de nossos alunos, com certeza dará a eles a oportunidade
de construir seus conhecimentos e assim aprender a lidar com a matemática com mais
segurança. Passa a acreditar em si próprio. Desta maneira, o professor compromissado
aplicará uma boa forma de ensino-aprendizagem que ocorre sob determinadas condições e
que podem ser alteradas e controladas, havendo, assim, uma enorme responsabilidade por
parte do educador porque em suas mãos está não só o aprendiz no presente mas o seu destino.

1.2 As Operações com números naturais

Para o desenvolvimento do ensino da matemática é elaborado um programa de ensino.


Este não pode ser um conjunto aleatório de tópicos, precisa ser estruturado, não só quanto à
ordenação de tópicos, ou seja, uma seqüência de acordo com as características próprias de
cada idade, mas também que haja uma integração entre eles, pois só assim haverá
continuidade e unidade entre as séries.
No período das quatro séries iniciais do ensino fundamental, deve ser bem trabalhado
as quatro operações. Elas são fundamentais na vida cotidiana. Os alunos sabendo
operacionalizar todas elas, certamente terão facilidade de lidar com os demais conteúdos que
serão expostos a eles.
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Diz Duarte (1986), que o cálculo no ábaco, como uma das etapas mais importantes no
processo histórico que gerou o cálculo escrito, pode ser uma etapa igualmente importante no
processo ensino-aprendizagem.
Além dessa importância para o cálculo, existe a importância para o raciocínio.
Vejamos como Piaget (1975, p.247), descreve a ausência desse tipo de raciocínio:
Pensar de maneira irreversível, é não saber passar de uma
destas operações para a outra, é, portanto, em poucas palavras,
não saber manejar as operações como tais: é substituir um
mecanismo operatório móvel e de direção dupla pelas
percepções estáticas e sucessivas de estados que é possível
sincronizar e, consequentemente, conciliar.

Normalmente, a adição, a multiplicação e a potência são chamadas operações diretas,


enquanto que a subtração, e a divisão e a radiciação são chamadas operações inversas. Neste,
utiliza-se o termo operações inversas para designar a relação entre adição e subtração, na
medida em que uma é inversa a outra, isto é, a subtração é inversa à adição e esta é inversa
àquela. A relação entre a adição e a subtração, enquanto operações inversas entre si, são de
fundamental importância para o processo ensino-aprendizagem dessas operações.
A adição está às ações de juntar ou reunir e acrescentar, que já estão na própria noção
de número e construção do sistema de numeração. E a subtração? Como operação inversa da
adição ela está associada à ação de perder ou retirar ou diminuir. Mas não é só isso. Existem
outras duas ações que também devem ser associadas à subtração. São elas: comparar e
completar.
Explica os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais – 1997, p.104), que:

A justificativa para o trabalho conjunto dos problemas


aditivos a subtrativos baseia-se no fato de que eles compõem
uma mesma família, ou seja, há conexões entre situações
aditivas e subtrativas.

A adição e subtração são operações que fazem parte da vida dos alunos desde muito
cedo. Há muitas situações importantes para o desenvolvimento intelectual, bem como
experiências envolvendo materiais concretos em que o aluno tenha condições de vivenciar as
idéias de juntar, acrescentar, retirar, completar e comparar.
É preciso que o professor saiba aproveitar todos os momentos do cotidiano em que as
operações estão presentes, tais como: contagem de folhas, materiais, classes, cadeiras, alunos.
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Sobraram? Faltaram? Quantos? A solução de pequenos problemas diários devem fazer parte
do planejamento do professor.
Há varias formas de se trabalhar em sala de aula com uso de material didático.
Exemplos: fichas de cartolina, dado, dominó, etc.
Quando trabalhamos a adição dizemos referências à mesma como uma operação
fundamental do qual as demais iriam derivar-se. Pois bem, teremos agora a oportunidade de
experimentar, como a multiplicação e a divisão, descobertas que guardam forte semelhança
com a adição. Mas, sobretudo, iremos ver ainda, as diferenças ou falsas semelhanças com
aquela operação.
Antes de multiplicar ou dividir formalmente um número por outro, é necessário que a
criança tenha explorado várias situações nas quais ela tenha tido que multiplicar e dividir
brinquedos, material escolar e o próprio lanche de forma empírica.
Quanto a adição e a subtração diz os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais –
op.cit. 109), explicita:

Assim como no caso da adição e da subtração, destaca-se a


importância de um trabalho conjunto de problemas que
explorem a multiplicação e a divisão, uma vez que há estreitas
conexões entre as situações que os envolvem e a necessidade
de trabalhar essas operações com base em um campo mais
amplo de significados do que tem sido usualmente realizado.

Recomendamos, desta forma que a organização do estudo do cálculo privilegie um


trabalho que explore concomitantemente procedimentos de cálculo mental e cálculo escrito,
exato e aproximado, de tal forma, que o aluno possa perceber gradativamente as relações
existentes entre eles e com isso aperfeiçoar seus procedimentos pessoais, para torná-los cada
vez mais práticos, aproximando-os das técnicas usuais.

1.3. O Mundo e a matemática

Os matemáticos pitagóricos afirmavam que todas as coisas têm um número e, sem ele,
nada se pode compreender. Este pensamento foi profético, o número está presente em quase
todas as ciências, e mesmo nas artes, os meios de comunicações, etc. Não se pode conceber o
mundo sem matemática.
É o que costuma dizer aos seus alunos o professor Paulo Rubens Ferreira, (Revista
Nova Escola – 1990), do Colégio Dimensão, em São Paulo, que promoveu a II Exposição
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Matemática em 1990, afirma que “A matemática pode nos ajudar a organizar o pensamento,
contribuindo para desenvolver em cada um de nós a capacidade de pensar de modo abstrato e
elaborar argumentos lógicos.”
O professor Ferreira (op.cit.), parte do ponto de vista de que o aluno constrói os
conceitos através de experiência e diz:

Desta forma, é necessário a dedicação de boa parte do tempo


para observações, manipulações de materiais e discussões que
antecedam a realização de atividades propriamente
matemáticas.

Desde que já dominam a tabuada, os alunos de 4ª série podem utilizar protetores de pé


de cadeira ou tampinhas de garrafa, por exemplo, para construir um jogo que facilita a
memorização das quatro operações básicas.
“Aprender Matemática é fácil, mas o melhor é que as crianças aprendam a gostar de
matemática”. Comenta Ferreira (op. cit.).
Confissões de ódio como essa: “eu detesto matemática” são muito comuns em
qualquer escola brasileira. Para milhões e milhões de crianças e jovens, estudar tem
significado um verdadeiro pesadelo. Em vários pontos de vista dos pais, porém, surgem
experiências demonstrando que é possível ensinar a disciplina de uma maneira mais
agradável, sem provocar traumas nos alunos.
A escola deve estimular todas as inteligência. “Se todo o aspecto é estimulado, a
criança se desenvolve mais harmonicamente”, explicar um texto da Revista Nova Escola –
(Março – 1997, p.12): “Isso previne as chamadas ‘obstruções da rota’ de certas inteligências”.
(Ibid). Embora ninguém vá se tornar especialista em tudo, podem-se evitar bloqueios de
capacidades.
No texto (ibid.) a idéia vigente na maioria das escolas, ainda é a de que a inteligência é
uma só e apenas varia em quantidade de uma pessoa para outra. Por isso, o ensino visa ao
aluno de “inteligência média” e supervaloriza o “muito inteligente”, segundo a capacidade
lógica – matemática e lingüística. Assim, as demais competências são ignoradas ou
estimuladas secundariamente.
Curiosamente, embora a competência lógico matemático seja tão valorizada, o ensino
da matemática costuma ser problemático.
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Acredita-se que o aprendizado matemático decorra


basicamente de explicações claras do professor. Mas a clareza
não é imediata para o aluno sem o exercício sistemático do
pensar. (Revista Nova Escola – Ibid.)

A proposta, então, é oferecer aos estudantes condições de usarem suas habilidades


específicas para chegar ao pensamento matemático. “A matemática envolve muitas relações.
Diversificando as atividades para integrar as inteligências, você dá chance ao aluno de olhar
várias vezes a mesma idéia”. (Revista Nova escola – Ibid)
Um dos grandes objetivos do professor nas séries inicias do Ensino Fundamental é que
seus alunos sejam capazes de efetuar as quatro operações antes de passar o aluno para o
professor da próxima série.
Talvez por esse motivo, acabam introduzindo técnicas operatórias, sem explorar as
idéias associadas a cada umas das operações, fornecendo listas dos fatos fundamentais
(tabuadas) para as crianças memorizarem, sem que tenham trabalhado. É claro, que nada pode
ser feito se não houver uma preparação, ou seja, um plano para fazê-lo. Daí, a necessidade do
professor se preparar para ensinar, o que é de grande relevância, como também se conta com
o desejo do aluno aprender.

1.4. A construção do conhecimento

É importante oportunizar aos alunos, condições para se engajarem ao raciocínio que


envolve o número. Para que isto aconteça é preciso que o professor crie um clima onde os
alunos manifestem interesse em resolver os desafios propostos.
Sugerimos colocar à disposição dos alunos, materiais concretos (estruturados ou não)
para interagirem e resolverem juntos os problemas apresentados. Construir é o termo
adequado para o trabalho com a idéia de quantidade. Portanto, necessitamos construir o
conceito de número. O conceito de número baseia-se na formação e sistematização das
operações mentais de classificação, seriação e inclusão.
É importante nesta etapa do trabalho, a exploração de jogos que permitirão a
organização de agrupamentos e de seriações. Através desta tarefa é possível se vivenciar a
observação, a comparação e classificação, tendo neste último nível de pensamento onde os
conceitos começam a ser construídos.
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O agrupamento dos alunos leva-os ao questionamento, à troca de idéias e à construção


de novos conhecimentos. Cria assim, um senso de cooperativismo, de respeito ao próximo e a
boa socialização de conhecimentos vividos no dia-a-dia. Assim procedendo, o aluno deverá
obter aquisição de conhecimentos que assegurem o desenvolvimento de sua capacidade para
oferecer soluções a problemas, confirmando sua capacidade propositiva na direção da
transformação da realidade.

1.5. Construindo conceitos matemáticos

O trabalho de matemática desenvolvido na 4a série, deve ser relacionado, o mais


possível com o todo, visando um ensino não fragmentado. Faz-se necessário integrar a
matemática com as leituras, proporcionado aos alunos momentos de maior riqueza e que
realmente encantem aos alunos. Cabe ao professor selecionar histórias adequadas que
proporcionem aos alunos a possibilidade de construírem os conceitos que precisam ser
trabalhados, a partir da vivência das cenas lidas. Podemos utilizar livros com diferentes tipos
de texto, como, por exemplo, narração, poesia e descrição, ou até mesmo criar alguma
história, induzindo o aluno a pensar, porque para aprender matemática o aluno precisa
desenvolver o raciocínio. Neste sentido diz Piaget (1975, p.247):
Pensar de maneira irreversível, é não saber passar de uma
destas operações para a outra é, portanto, em poucas palavras,
não saber manejar as operações como tais: é substituir
mecanismo operatório móvel de direção dupla pelas
percepções estáticas e sucessivas de estados que é impossível
sincronizar e, consequentemente, conciliar.

Para este trabalho, deve ser utilizadas histórias, onde são destacadas algumas figuras
geométricas planas: quadrado, círculo, triângulo e retângulo, que são apresentados através de
quatro personagens.
O primeiro personagem resolve construir uma casa com apenas três destas figuras. No
decorrer da história, cada um dos outros personagens procura no cotidiano formas
semelhantes às das figuras. Neste trabalho, tem-se como objetivo oferecer condições para os
alunos trabalharem com formas e cores, oportunizando o resgate do uso dos blocos lógicos e
salientando a importância dos jogos em sala de aula.
É preciso que o professor realmente conheça seus alunos e se prepare para atendê-los
em suas individualidades. As crianças gostam de contar, ler e escrever os números. Devido ao
intenso trabalho realizado com significação, eles conseguem entender que 26 é menor que 62,
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mesmo antes de construírem o SND (Sistema de Numeração Decimal), que é orientado pelo
valor posicional.
Porém, orienta o fascículo da capacitação em Formação Continuada dos Professores
da Rede Pública (1999, p.255), que:

Para trabalhar a matemática de acordo com as novas propostas


é necessário acreditar que a aprendizagem de matemática se
baseia na ação do próprio aluno em resolver problemas,
investigando e explorando situações que lhe favoreçam a
compreensão dos conceitos matemáticos.

Os alunos só aprendem a pensar por si próprio se tiverem oportunidade de explicar os


seus raciocínios em sala de aula ao professor e aos seus colegas.
Os professores que afirmam não ter tempo para isso, devem repensar a sua atitude,
pois só negociando soluções é que se aprende a respeitar sentimentos e idéias de outras
pessoas. Esse respeito não é importante no que diz respeito a conflitos morais, mas,
sobretudo, a situações de aprendizagem cognitiva, onde as crianças devem, como salienta
Kamii (l994), mobilizar a sua inteligência e a totalidade dos seus conhecimentos quando tem
que tomar uma posição e confrontá-la com outras opiniões.

1.6. Para que serve a matemática?

Em todas as atividades humanas em sociedade é utilizado o raciocínio matemático.


Para desenvolver o ensino desta disciplina, é preciso buscar a realidade dos alunos. Em suas
vidas fora da escola, a matemática é vista e aplicada de uma forma, dentro dela é vista e
trabalhada de maneira diferente. Essa contradição gera a confusão na consciência da criança.
Também, a importância de se levar em conta o "conhecimento prévio" dos alunos na
construção dos significados, geralmente é desconsiderada na maioria das vezes, subestimam-
se os conceitos desenvolvidos no decorrer da atividade prática da criança, de suas interações
sociais imediatas, e parte-se para o tratamento escolar, de forma esquemática privando os
alunos de riqueza de conteúdos proveniente da experiência pessoal.
Enquanto no cotidiano, o ser humano faz seus cálculos, seus projetos, seus problemas,
mentalmente sem se preocupar com símbolos, com números escritos, na escola está o conforto
com aqueles símbolos, números, leitura matemática, que exige muita concentração e esforço
do seu raciocínio lógico.
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É inquestionável que a matemática ocupa significativos espaços de nosso cotidiano.


Talvez nunca tenhamos parado para pensar como alguns conceitos matemáticos incorporam-
se em nossas vidas de tal modo, que mal nos damos conta do feito. Ela faz parte da vida de
todos nós, sendo utilizada em diversas situações do dia-a-dia (contagens, cálculos,
pagamentos e consumo, organização de atividades como agricultura e pesca). É um
instrumental importante para as ciências da natureza, as ciências sociais, a composição
musical, a coreografia, o esporte etc., e pode ser mais bem compreendida quando analisada
dessa perspectiva de interação com outras áreas.
No ensino da matemática destacam-se dois aspectos básicos: um consiste em
relacionar observações do mundo real com representações (esquemas, tabelas, figuras); outro
consiste em relacionar essas representações com princípios e conceitos matemáticos.
Mas será que isto é suficiente? É claro que não. A matemática escolar deve, sobretudo,
capacitar os alunos ao exercício plena da vida cidadã. Por esta razão faz-se necessário
relacionar o ensino da matemática ao cotidiano da criança. Ao chegar à escola ela traz seus
conhecimentos, traz suas experiências vividas no dia-a-dia. E em todas as suas ações está
presente a disciplina.
A matemática precisa estar ao alcance de todos e a democratização do seu ensino deve
ser meta prioritária do trabalho docente. Não existem dados que comprovem, mas
possivelmente, a matemática seja a disciplina mais odiada pelos alunos e que mais provoca
repetência e evasão nas escolas brasileiras. Se forem estimulantes, maior será a possibilidade
de que a criança venha a gostar de aprendê-la.
A matemática pode ser reconstruída por cada um de nós e nos ajuda a desenvolver
diferentes capacidades. É fruto de um processo do qual fazem parte erros e acertos,
imaginação e raciocínio lógico, contra exemplos, conjecturas e críticas. Pode ser aprendida
por todas as pessoas e não somente pelas talentosas. O importante é perceber, desde cedo, que
a matemática pode ajudar a potencializar capacidades como as de observar, projetar, fazer
generalizações, abstrair, capacidades essas que favorecem o desenvolvimento do raciocínio
lógico e da criatividade.
Outra distorção perceptível refere-se a uma interpretação equivocada da idéia de
"cotidiano", ou seja, trabalha-se apenas com o que se supõe fazer parte do dia-a-dia do aluno.
Desse modo, muitos conteúdos importantes são descartados ou porque se julga, sem uma
análise adequada, que não são de interesse para os alunos, ou porque não fazem parte de sua
"realidade", ou seja, não há uma aplicação prática imediata. Essa postura leva ao
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empobrecimento do trabalho, produzindo efeito contrário ao de enriquecer o processo ensino-


aprendizagem.
Em sua origem, a matemática constitui-se a partir de uma coleção de regras isoladas,
decorrentes da experiência e diretamente conectadas com a vida diária. Não se tratava,
portanto, de um sistema logicamente unificado.

1.7. O Professor de matemática

Todo ser humano é um aprendiz. E como todo ser humano, os alunos trazem à escola
seus conhecimentos adquiridos no seu meio social. Nesta situação, cabe ao professor dar
oportunidade de articulação do conteúdo trabalhado em sala de aula, de modo que eles
possam se expressar e desenvolver seu raciocínio e assim construir novos conhecimentos no
ensino da matemática.
O CETEB - (1997, p.03), opina sobre o assunto e diz que:

O professor precisa ser capaz de ajudar seus alunos a


construírem suas idéias matemáticas. Antes de qualquer
trabalho, vale aqui repetir, deve sondar as experiências que
trazem e detectar os conceitos numéricos e as habilidades
necessárias a aprendizagem. Trabalhar matemática é mais
fácil a partir do momento em que fica claro, para o professor,
que o concreto não é apenas o que pode ser manipulado, mas
as diversas situações que podem ser criadas para levar ao
entendimento que é base para uma aprendizagem verdadeira,
sólida, duradoura.

Numa abrangência das diversas e mais variadas habilidades, a escola deve criar uma
imagem, de que o ensino da matemática deve ser voltado como um mecanismo que possibilite
rendimento ótimo graduado ao desempenho do discente, tornando-o capaz de dominar a
variante, conscientizando-o de que não há cultura inferior. As variedades culturais devem ser
respeitadas, pois as mesmas são diferentes, não são inferiores, quanto ao seu valor.
Orienta Carvalho (1994, p.20), que:

Se considerarmos que o conhecimento deve ser construído,


que a linguagem matemática deve ser adquirida pelo aluno,
levando-o a incorporar os significados que as atividades de
manipulação de material didático ou de vivência diária
assumem, então, quanto antes iniciarmos esta construção,
mais tempo teremos para enriquecer os temas abordados,
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tornando-os mais abrangentes e complexos, possibilitando,


talvez, que o processo de aquisição do conhecimento
matemático não se interrompa tão prematuramente como em
geral acontece.

O conteúdo da matemática nas primeiras séries do ensino fundamental, se for bem


trabalhado, prepara bem os alunos para dar continuidade às séries subseqüentes. É preciso que
se aproveite bem do potencial dos alunos, se é bem explorado, por que mudar para um novo
ensino da matemática?
Todos conhecem o velho medo da matemática. Ele pode até ter diminuído, pois, com o
mundo em mudança, o ensino naturalmente progride. Mas, mesmo hoje, a matemática
ensinada de maneira tradicional é a disciplina que apresenta o mais baixo desempenho dos
alunos e é, ainda a que mais reprova. Isso acontece no Brasil e no mundo inteiro.
Tanta dificuldade exige um remédio. Há tempos, psicólogos, pedagogos, professores e
matemáticos de várias nacionalidades, vêm estudando causas de fracasso do ensino da
matemática e as maneiras de evitá-lo.
O professor que se propõe a trabalhar com a matemática nos cursos de Habilitação ao
Magistério, deve refletir sobre a situação do ensino dessa disciplina, tendo em vista a futura
atuação profissional de seus alunos.
Na situação de ensino-aprendizagem, é preciso que se leve em conta e se valorize os
conhecimentos prévios das crianças sobre determinado assunto.
A convivência diária com números, operações, formas e medidas, fazem com que as
crianças cheguem à escola com conhecimentos construídos em outros ambientes que não o da
sala de aula. É fundamental, portanto, que o professor "fique de olho" naquilo que seus alunos
sabem e apóiem em seus conhecimentos, pois será mais fácil para eles estabelecerem relações
entre o que já sabem e os conteúdos que serão construídos.
No fascículo 1, do Curso de Formação Continuada de Professores da Rede Pública,
(s.d.), encontramos:

Trabalhar com matemática, de acordo com as novas propostas


curriculares, fazendo com que o aluno seja sujeito da
construção de seu próprio conhecimento, requer que o
professor domine não só o conteúdo a ser ensinado como
também a forma e as estratégias utilizadas pelos alunos para
aprender.
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No primeiro ano do ensino fundamental, as crianças estabelecem relações que as


aproximem de alguns conceitos, descobrem procedimentos simples e desenvolvem atitudes
diante da matemática. Essa aproximação se dá por meio de atividades nas quais o professor
procura ajudar as crianças a estabelecerem vínculos entre novas aprendizagens e os
conhecimentos com que chegam à escola.
Os primeiros anos de escolaridade têm como característica principal um trabalho com
atividades que aproximem a criança dos conhecimentos matemáticos, pelo estabelecimento de
vínculos com os conhecimentos que ela chega à escola.
Muitas vezes, não acreditamos que os alunos sejam capazes de resolver um problema
sem ajuda. Assim, ensinamos a eles como se resolver cada tipo de problema e depois
apresentamos problemas idênticos (só que mudamos os números) para que resolvam.
Freqüentemente nos queixamos de que nossos alunos não se dispõem a resolver
problemas sozinhos, que têm preguiça de pensar, de ler o enunciado, etc. Desde as séries
iniciais é importante desafiar as crianças na medida certa. Como o trabalho em matemática
desenvolve-se pela via de resolução de problemas, é importante que o professor estimule as
crianças a desenvolverem atitudes de organização e perseverança.
Além disso, é fundamental que elas adquiram uma postura diante de sua produção que
as levem a justificar e validar suas respostas, a observar que situações de erro são comuns e
que a partir delas também se pode aprender. É nesse contexto que o interesse, a cooperação e
o respeito para com os colegas começam a se construir.
O uso bem orientado e adequado de recursos didáticos facilita a construção de
conhecimentos matemáticos pelas crianças. Recursos simples, como fichas, palitos,
reprodução de cédulas e moedas, ábacos, instrumentos de medidas, calendários, embalagens,
figuras tridimensionais e bidimensionais, ajudam as crianças a interpretarem problemas, a
visualizarem uma situação e até a comunicarem suas estratégias de resolução. Mas é preciso
saber dosar o uso.
Assim, por exemplo, muitas crianças não conseguem desenvolver procedimentos de
cálculo mental porque em toda e qualquer atividade são incentivados, a usar palitos para
contar. Bom senso nunca é demais.
Podemos considerar as séries iniciais, uma base para o ensino fundamental, que
resume todo um conteúdo que se revisa de forma contínua e progressiva no processo de
ensino-aprendizagem. Nela está uma síntese de todo o conteúdo que se é trabalhado no
período de conclusão do ensino fundamental e médio.
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Em se tratando do ensino de Matemática do ensino fundamental, cabe aos professores


trabalharem da melhor forma possível. No processo ensino-aprendizagem, os conteúdos
matemáticos têm que ser trabalhado de maneira clara e objetiva, onde os alunos possam
interpretar a linguagem e códigos enunciados em sala de aula.
Libâneo (l994, p.93) expõe que:

O processo de ensino é impulsionado por fatores ou condições


específicas já existentes ou que cabe ao professor criar, a fim
de atingir os objetivos escolares, isto é, o domínio pelos
alunos de conhecimento, habilidades e hábitos e o
desenvolvimento de suas capacidades cognitivas.

É um duplo erro: na época das calculadoras e dos computadores, o treino de cálculo


perde importância; gastando tempo demais com mecanismos, os alunos não aprendem a
pensar. Deverá ser o objetivo dos professores de matemática, desenvolver o raciocínio lógico
do aluno.
Desta forma, como cita Lucchesi (op. cit.), ”(...) talvez seja essa a única oportunidade
de adquirir na Escola conhecimentos que os auxiliam na tarefa transformadora da realidade na
qual atuam e atuarão.”
O movimento de educação matemática, além de ditar os problemas, também busca
soluções. Atualmente, é com consenso entre os educadores matemáticos que, no ensino bem-
sucedido, os alunos precisam compreender aquilo que aprendem e que essa compreensão é
garantida quando eles participam da construção das idéias matemáticas. É uma mudança
significativa!
Machado (1987, p.09), em suas pesquisas coloca:

Ensinar matemática tem sido freqüentemente, uma tarefa


difícil. Os obstáculos implícitos às suas características como
disciplina, somam-se os decorrentes de uma visão desvirtuada,
estabelecida, em grande parte, desde os primeiros contatos.
Uma das componentes indispensáveis de tal visão é a
concepção bastante irradiada, entre os leigos e especialistas de
que o conhecimento matemático possui características gerais
de objetividade, de precisão, de rigor, de neutralidade do
ponto de vista ideológico, que o universalizam.

Com as novas idéias, professor bom é aquele que prefere ajudar o aluno a descobrir,
construir, pensar, em vez de dar tudo pronto. Sempre se falou que a matemática deveria
desenvolver o raciocínio, mas isso nunca ocorria para a maioria dos alunos. Agora,
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finalmente, estamos chegando lá. Muitas inovações já atingiram as salas de aula, graças aos
esforços de dedicados pesquisadores na área de educação matemática.
Os educadores matemáticos têm buscado novos métodos para levar à prática da sala de
aula as idéias chaves de construção e de compreensão. A pesquisadora Beatriz D’Ambrósio
(1996), publicou um artigo no qual destaca os principais métodos desenvolvidos:
 Resolução de problemas
Os alunos defrontam-se com problemas, a partir dos quais vão construindo seu saber
matemático - Veja bem: a teoria vem depois dos problemas!
 Modelagem
Tornam-se situações motivadoras para os alunos, procurando-se os modelos matemáticos
que elas se aplicam.
 Abordagens etnomatemáticas
Numa abordagem etnomatemática, o professor valoriza conhecimentos matemáticos do
grupo cultural ao qual pertencem os alunos e aproveita a experiência temática extra escolar.
 Abordagem histórica
Usam-se motivações de história da matemática como ponto de partida para o aprendizado.
 Uso de computadores
O computador pode ser usado para reforço do velho ensino ou para implementar as novas
idéias.
 Uso de jogos
O objetivo é abordar os conteúdos por meio de jogos, resgatando o lúdico do universo das
crianças e também dos adolescentes.
D'Ambrósio (op. cit.), coloca que a partir dos anos 80, acentuou-se uma preocupação
entre os educadores matemáticos em desenvolver uma educação que permitisse aos alunos do
ensino fundamentar adquirir competências básicas necessárias para o exercício de sua
cidadania. Essas preocupações se concretizaram em diferentes propostas, cujas características
principais são:
 Explorar a matemática a partir dos problemas encontrados no cotidiano e nas demais áreas
de conhecimentos.
 Usar, da melhor forma possível, recursos tecnológicos disponíveis - vídeos, calculadoras,
computadores, etc. - como instrumentos da aprendizagem.
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 Trabalhar com conteúdos variados, explorando de forma equilibrada e articulada números


e operações, espaços e forma, grandezas e medidas e o tratamento da informação, que
conclui elementos de estatística, probabilidade e combinatória.

Na escola, não precisa nem dizer em que área de estudo, temos professores e alunos,
comumente subordinados a regras e padrões rígidos, porque, afinal, trata-se das "ciências
exatas".
Libâneo (1994, p. 113), acrescenta ainda que:

(...) é necessário auxiliar os alunos nas habilidades e métodos


próprios de resolver tarefas e exercícios. A premissa básica
para o desenvolvimento intelectual e, consequentemente, do
pensamento independente e criativo, é a capacidade de
reflexão própria, é adquirir métodos próprios de assimilação
dos conhecimentos, o que significa que isso faz parte também
do conteúdo da matéria.

Não resta dúvida de que buscamos, ao educar, o conhecimento preciso, a prática


pedagógica perfeita e eficaz. Contudo, ao lidarmos com as crianças, pais, colegas,
professores, descobrimos que a exatidão não se funda, apenas, na objetividade, mas também
na sensação, no indeterminado, na multiplicidade, no fervilhar. Libâneo, (1994, p. 93), expõe
que:

O processo de ensino é impulsionado por fatores ou condições


específicas já existentes ou que cabe ao professor criar, a fim
de atingir os objetivos escolares, isto é, o domínio pelos
alunos de conhecimento, habilidades e hábitos e o
desenvolvimento de suas capacidades cognoscitivas.

Ítalo Calvino, (1993), quando fala na, exatidão em seu livro "Seis Propostas para o
Próximo Milênio", em uma das maneiras como define o tema, diz que exatidão na literatura
pode ser: "Um Projeto de obra bem definida e calculada" .
Calvino, com esta forma de expressar a exatidão, permite colocarmos a discussão
voltada para a educação, do mesmo modo. Podemos, sem dúvida, entender o trabalho escolar
como um projeto. Um grande empreendimento que envolve diversas etapas e diversos
ingredientes na sua realização. Entre eles devem estar os sonhos, fantasia, realidade, projetos
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individuais e coletivos... Deve ser o resultado de discussões, críticas e contribuições de toda a


comunidade escolar.
As crianças, desde muito cedo, estão, cercadas por números. Antes mesmo de serem
capazes de reconhecer quantidades, identificam alguns numerais, freqüentemente presentes
em situações cotidianas, ou são capazes de dizer o nome de vários deles, de forma
seqüenciada, sem lacunas.
Este processo de construção de números se estende por bastante tempo. O trabalho
escolar e as vivências, informações, formas de interagir com as quantidades que as crianças
trazem de sua vida, os números em diversos contextos, numa relação de duplo sentido, fazem
com que os sinais que usamos para representar as quantidades passem a ficar de fato,
identificados com essas quantidades que representam e reconhecidos em diversos contextos.
Segundo Kamii (1994): “A estrutura lógico-matemática do número não pode ser
ensinada diretamente, uma vez que a criança tem que constituí-la por si mesma.”

CONCLUSÃO

A maneira como é ensinada a matemática não tem demonstrado bons resultados, nem
mesmo com alunos de classes mais favorecidas, onde ela é ensinada de forma reproduzida e
repetitiva, como se fosse sistema pronto, imutável, desprovido de qualquer significado e
usando a memória de modo indevido mecanicamente. No entanto a sua reprodução deveria se
processar gradativamente com base em atividade que se use uma metodologia dinamizadora,
capaz de incentivar o aluno a calcular.
A faculdade de pensar e calcular, jamais perderá seu lugar de destaque e de
imprescindibilidade, mesmo que haja concorrência cerrada e desleal dos aparatos da
comunicação eletrônica, o poder de síntese das imagens, o caráter de descontração dos
audiovisuais e o uso do computador contribuírem para que o individuo evite, o máximo
possível o trabalho de raciocinar, calcular, escrever, consequentemente atingido e atrofiando
as habilidades correspondentes.
Nesta contextualidade, o professor tem como principal tarefa, fazer uma interação
entre didática, o ensino aprendizagem, conduzindo este processo numa compreensão das
influências externas e internas, as quais agem sobre o aprendiz, assegurando a transmissão e a
assimilação dos conteúdos repassados.
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Tais informações podem dar-lhe os indicadores daquilo que realmente está ao alcance
das crianças. Sabe-se, por exemplo, que apresentar noções às crianças antes que elas tenham o
amadurecimento necessário para sua compreensão, além de nada adiantar, ainda apresenta o
sério risco de fazer com que elas se sintam incapazes, desinteressando-as para a aprendizagem
em matemática, talvez para o resto de suas vidas.
O educador cônscio de suas atribuições orienta o educando com meios apropriados
para sua formação, tendo em vista suas capacidades e a transformação social a que se aspira,
numa dimensão que venha assegurar a atividade própria que lhes corresponde e ainda se
fundamenta numa conversão de objetivos políticos em objetivos pedagógicos que possam
contribui na seleção dos conteúdos, métodos e técnicas e recursos que forneçam desafios da
prática, como exigências metodológicas.
Este processo de ensinar e aprender se resume numa ação conjunta dos professores e
alunos, organizados, que se propõem a assimilação de conhecimentos e aperfeiçoamento de
habilidades e atitudes, como a construção intelectual e a segurança profissional de cada um
com bases que venham aprimorar a experiência e a ação prática orientada pela teoria.
Por fim, concluímos que para que as apropriações dos conceitos matemáticos requer
uma nova postura profissional.
O ensino da matemática não deve ser baseado somente em exposições verbais dos
conceitos, mas, trabalhado através de atividades práticas e com a participação dos alunos.
O ensino da matemática deve tornar o aluno apto para atividades simples do cotidiano,
para desvendar o mundo trabalho e para o exercício pleno da cidadania.
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