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ENSINO-APRENDIZAGEM
RESUMO
A proposta pedagógica encerrada nesse trabalho monográfico propõe uma ação integradora
do aluno com a sociedade através da escrita e leitura. Para ocorrer a aprendizagem o
professor deverá agir de forma que estes não vejam as mesmas apenas como códigos
decodificados, mas possam buscar alternativas para trabalhar com os mesmos, de forma
que estes sejam reconhecidos como sendo capazes de aprender. Composta, apenas de uma
revisão de literatura esta monografia baseada nas teorias de Naspolini (1996), Ferreiro
(2000), Kato (2001), Gadotti (2003), mostra que essa aprendizagem os levará a um
desenvolvimento pessoal e a uma formação de uma imagem positiva de si mesmo e assim
os alunos serão capazes de orientarem-se a partir desse pressuposto. A escolha do assunto
deu-se baseado na dificuldade que encontramos ao trabalhar a escrita e a leitura com os
alunos de um modo geral, especialmente no Ensino Fundamental, que corresponde às
séries iniciais. São instruções que visam fazer o profissional aprender para preparar o aluno
a adquirir a tão necessária segurança de que precisa para dar continuidade ao aprendizado
do aluno. O nosso objetivo final é, portanto, conhecer alternativas capazes de torná-los
cidadãos capazes de ler e interpretar as matérias escritas que se apresentam nos veículos de
comunicação, para que dessa forma possam aprender a desenvolver e empregar estratégias
para que aprendam a ler e escrever na escola, e não apenas estejam aptos a assinar seu
nome e conhecer algumas palavras de compleição simples. É de conhecimentos de todos os
educadores, que a escola é o caminho certo quando se fala em processo ensino-
aprendizagem, tendo em vista o compromisso que ele exerce perante a sociedade. Por isso
temos o compromisso de apresentar um plano que vá proporcionar aos educandos mais
maturidade no exercício da escrita e leitura. Concluímos que somente com análise
profunda do problema é que vamos ter bons resultados de aprendizagem da leitura e
escrita. Estamos certos que com um trabalho bem elaborado iremos ter excelentes
resultados no ensino e aprendizagem da leitura e escrita. Estamos convictos que a pesquisa
é o melhor caminho.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO. ............................................................................................................. 08
3. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 36
Ainda sob este aspecto, é importante, que o aluno adquira segurança pessoal
superando as inseguranças próprias de cada idade; que se sintam valorizadas em sua
singularidade e nas mudanças que venham a ocorrer; aprendam a se organizar
internamente e se relacionem com o ambiente externo. O desenvolvimento afetivo-
emocional compreende, entre outros aspectos, o crescente e se trabalhem diferentes
emoções, alegria, sofrimento, raiva, ódio, amor, agressão, autodefesa, atenção, respeito,
cooperação, competitividade, solidariedade.
Em outras palavras: a escola está inserida numa certa realidade da qual sofre e na
qual exerce influência. Ela não é apenas o local ande se reproduzem os interesses, os
valores, a cultura, a ideologia. Também pode influenciar a ideologia, os valores, a ciência,
a política e a cultura na sociedade em que está inserida. A escola deverá estar
comprometida politicamente e preparar o educando para o exercício da cidadania. Para
Libâneo (1992, p. 68),
Produção da ignorância;
Exigência constante de disciplina;
O tempo na escola, é rigidamente controlado: hora de entrar, de ir
ao banheiro, do recreio, de sair, etc. .
Na hora de estudar, também, há um momento certo pra se fazer
atividade; a professora sempre responde às sugestões das crianças
com "um depois", ou "agora não";
Estabelecimento de uma relação autoritária entre professor e aluno;
A correção é o principal meio de interação entre professor e aluno.
Aos poucos as crianças vão internalizando a noção do que é errado
e feio. Essa correção passa a ser uma necessidade para o aluno. A
todo instante, ele mostra ao professor e pede que lhe diga se está
"certo" ou "errado";
Trabalho obrigatório e repetitivo;
A criança deve ir à sala de aula apenas para trabalhar, com o
mínimo de interrupções possível, e qualquer coisa que possa tirar a
atenção dos companheiros ou perturbar o bom andamento das
atividades, é proibida.
Além disso, quanto mais exata for à reprodução do que está sendo ensinado, mais
certo, estará o trabalho do aluno. Isso porque a cópia é algo típico da sala de aula. É
necessário repetir não só para corrigir os erros, mas também, para fixar os conhecimentos
que estão sendo transmitidos. A repetição serve, ainda, como prova de que a criança
aprendeu. Assim, ações que possam tirar a atenção dos alunos, mas que podem despertar a
criatividade são expressamente proibidas na sala de aula.
As raras perguntas que são dirigidas às crianças, não têm como objetivo
leva-Ias à reflexão, mas sim, confirmar o que a professora disse e verificar
se as crianças aprenderam corretamente o que foi informado.
(MASETTO, 1996, p. 67)
Para isto, a formação profissional para o professor requer, assim, uma sólida
formação teórico-prática. O domínio das bases teórico-científicas e técnicas, e sua
articulação com as exigências concretas do ensino, permitem maior segurança
profissional, de modo que o profissional possa estimular uma idéia integradora de um
corpo biológico, quando se voltar para a sensibilidade, conhecimento e competência para
a compreensão do fenômeno da aprendizagem criativa.
Deste modo, o profissional ganha base para pensar sua prática e aprimorar sempre
a qualidade do seu trabalho e os conteúdos dos textos utilizados serão constantemente
analisados no sentido de expressarem não apenas os pontos de vista do autor, mas
também do grupo social e cultural que representam. O professor procurará criar condições
para que, juntamente com os alunos, a consciência ingênua seja superada e que estes
possam perceber as contradições da sociedade e grupos em que vivem.
Com competência e compromisso político, os profissionais serão capazes de
determinar a quem vão ensinar, o que vão ensinar, qual a duração do ensino e qual o
desempenho que esperam dos educandos. De modo que o professor não seja apenas um
transmissor de conteúdos como sujeitos e objetos, mas seja sujeito de sua ação; através de
uma prática questionadora, critica e consciente.
Citando Gadotti (2003), poder-se-á dizer que é preciso reconhecer, inicialmente,
que nem todo saber resume-se no saber comum escolar. A vida é também uma grande
escola, pois aprendem coisas essenciais. O saber essencial das classes populares não será
apenas ensinado pela burguesia tecno-burocratizada. A tarefa do educador consistirá
justamente em buscar as expectativas, as contradições, as possibilidades de construção de
uma outra escola, crítica, criativa, capaz de atender aos interesses de outra classe e não
daquela que hoje está no poder.
Zabala (1998, p. 92), nos apresenta uma série de funções dos professores, que tem
como ponto de partida o próprio planejamento. Podemos caracterizar essas funções da
seguinte maneira:
Para que possamos desenvolver a capacidade de aprender das crianças teremos que
nos valer de três meios ou habilidades básicas: a leitura, a escrita e o cálculo. Na verdade,
não se trata apenas de ler, escrever e calcular, de qualquer jeito, ou seja, de forma
rudimentar, mas atingir o pleno domínio dessas habilidades.
A leitura, a escrita e o cálculo são meios básicos para o desenvolvimento da
capacidade de aprender. Desses três meios básicos, o desempenho leitor tem se mostrado
muito precário até mesmo, superior ao desempenho escritor ou matemático das crianças. A
lei, de alguma maneira, nos parece sugerir que a importância da leitura está diretamente
relacionada ao desenvolvimento da capacidade de aprender. Não há desenvolvimento ou
aprendizagem que não passem pela leitura, seja em situação normal ou especial.
Ler para aprender é meio, pois, para o desenvolvimento da capacidade de aprender.
Mas, para que ingressamos nessa tarefa de ler para aprender é necessário, antes de tudo,
aprender a ler. E aprender a ler é uma habilidade que exige da escola uma concepção nova
de leitura, ou seja, a leitura como decodificação (reconhecimento das letras e discriminação
das vogais, por exemplo) e compreensão (sentido dado à pré-leitura, leitura e a pós-leitura).
É a leitura compreensiva, isto é, ler e entender o que se lê descobrir o propósito do
escritor, que irá desenvolver a capacidade de aprender das crianças. Sabemos, entretanto,
que a aprendizagem da leitura depende de três fatores básicos. O primeiro, o querer
aprender a ler, o equivalente a uma formação de atitudes do educando de se dispor a ler.
Esta disposição pode ser refletida nas formas de expectativas, interesses, motivação,
atenção, compreensão e participação. Querer aprender a ler é o primeiro passo para ler para
aprender. Para se desenvolver em leitura é preciso, antes, envolver-se com a leitura, gostar
de ler, isto é, a obra está no centro de seu interesse (dentro do ser) em ler a obra. Afirma
Teberosky (2003, p. 43), em seus escritos que,
Crianças concentram-se tanto no que estão fazendo que o mundo desaparece ao seu
redor. Sendo assim, não devemos interrompê-las e sua tarefa merece todo o respeito.
Temos que permitir sua independência quando deseja fazer as coisas por si mesmas. A
independência nos leva a desenvolver um pensamento criativo. Ao experimentar, explorar
e provar idéias, aprendemos mais. Isto sem mencionar a importância de desempenhar
atividades em grupo, como o xadrez, e aprender a compartilhar e trocar conhecimentos
com os demais. (KATO, 2001, p. 186)
5 - Fazer com que a criança não tenha pavor do xadrez e das ciências
exatas.
Se observarmos um pouco veremos que a criança sempre está buscando algo novo
e excitante para fazer. Quando observarmos que nossos filhos esgotaram suas
possibilidades em uma área devemos fazer com que procurem outra atividade. Aprender é
a grande aventura da vida, é desejável, vital e o jogo mais excitante. O amor envolvendo a
aprendizagem é um laço forte entre pais e filhos, mantendo-os unidos por toda a vida.
Quando se ensina com amor, alegria e respeito, a inteligência se desenvolve mais.
(KATO, 2001, p. 186)
Então, ler é uma das competências mais importantes a serem trabalhadas com o
aluno, principalmente após recentes pesquisas que apontam ser esta uma das principais
deficiências do estudante brasileiro. Não basta identificar as palavras, mas fazê-las ter
sentido, compreender, interpretar, relacionar e reter o que for mais relevante. Qualquer
leitor, portanto, tem como primeiro desafio o de estar pronto para ler: disposto a aprender
e aproveitar a leitura. Mesmo em caso de tratar-se, à primeira vista, de mera tarefa e não
de algo que possa lhe dar prazer. Essa preparação exige dois pré-requisitos: prestar
atenção e evitar a avidez. Devorar centenas de páginas não leva a nada.
Se o professor vai incentivar a leitura na sala de aula, deverá saber que a
compreensão de um texto exige mais do que o simples correr dos olhos sobre as letras.
Então, deverá começar por escolher um local tranqüilo, confortável, bem iluminado para o
envolvimento dos alunos com o texto. E não deve se apavorar em caso do aluno não
conseguir entender tudo de imediato.
A compreensão depende do nível cultural do aluno, que vai se ampliando a cada
nova leitura ou releitura. Recomendamos, em geral, que o aluno deve ser orientado e não
passar de um parágrafo seguinte sem ter entendido bem o anterior. Isso se poderá
conseguir, conscientizando o aluno que deve voltar e reler o trecho quantas vezes forem
necessárias e, se preciso, recorrendo a pesquisas em dicionários e enciclopédias. No
entanto, não deve interromper demais a leitura. Por isso, é bom conformar-se em aprender
o significado geral do texto, da palavra sabendo que, com o hábito de ler, essa tarefa vai
ficar cada vez mais fácil.
É importante lembrar sempre que um mínimo de disciplina no ambiente em que é
realizada a leitura é indispensável ao leitor que quer ou precisa aprender e construir o
conhecimento. Por conseguinte, a leitura para ser mais produtiva, pode ser dividida em
fases conforme afirma Kleiman (2002, p. 95):
Assim, estará pronto para estabelecer suas próprias idéias sobre o texto. Mas
lembre-se: o trabalho intelectual exige rigor. Por isso nunca é demais voltar ao texto, reler
e aperfeiçoar a leitura. A escrita é um poderoso instrumento para preservar o
conhecimento. Tomar notas é a melhor técnica para guardar as informações obtidas em
aula, em livros, em pesquisas de campo. Manter os apontamentos é fundamental. Logo,
nada de rabiscar em folhas soltas. Mas também não se deve ir escrevendo no caderno tudo
que se ouve, lê ou vê. Tomar notas supõe rapidez e economia.
Aprender é uma operação que não se resume a adquirir noções, mas consiste em
reter o que foi lido, reproduzir e reconhecer uma série de experiências e pensamentos.
Portanto, é imprescindível educar a memória. Logo após o estudo de algum ponto ou
matéria, nota-se que o esquecimento também trabalha: a mente elimina noções
dispensáveis como fazer anotações no decorrer da leitura para que ocorra melhor
compreensão. Segundo Kleiman (2002, p. 95):
É preciso compreender que anotações não são resumos, mas registros de dados
essenciais. Esse treinamento consiste em trazer à mente alguma coisa anteriormente
percebida e em antecipar, tendo por base a compreensão do texto precedente; a anotação
possibilita a repetição aumenta e assegura o esforço intelectual. É importante, porém, que
no ambiente haja disciplina. Sem disciplina, entretanto, nunca haverá um jogo útil entre
memória e esquecimento, entre horas de estudo e horas de descanso.
Para facilitar o aprendizado e fixar na memória os conteúdos aprendidos, basta
proceder a uma série de operações sucessivas e gradativas no tempo. Repetir é importante,
mas não só: saber de cor nem sempre vai além de um papaguear mecânico.
As técnicas psicológicas de memorização são complexas, mas podem ser
utilizadas simplificadamente pelo estudante. Algumas indicações segundo Kleiman (2002,
p. 109), para desenvolver a aprendizagem e aprender é necessário:
Leia em voz alta, para seu filho diariamente. Do nascimento até os seis
meses, ele provavelmente não vai entender nada do que você está lendo,
mas tudo bem assim mesmo. A idéia é que ele fique familiarizado com o
som de sua voz e se acostume a ver e a tocar em Livros. Para começar,
use livros ilustrados sem textos ou com bem poucas palavras. Aponte
para as cores e figuras e diga seus nomes. Livros simples podem ensinar a
criança coisas que mais tarde vão ajudá-la a aprender a ler. Por exemplo,
ela aprenderá sobre a estrutura da linguagem - que existem espaços entre
as palavras e que a escrita vai da esquerda para a direita.
Conte histórias. Encoraje sua criança a fazer perguntas e a falar sobre a
história que acabou de ouvir. Pergunte-lhe se pode adivinhar o que vai
acontecer em seguida conforme for contando a história, com os
personagens ou coisas da trama. Aponte para as coisas no livro que ela
possa associar com o seu dia a dia. "Veja este desenho de macaco. Você
lembra do macaco que vimos no Circo?"
Procure por programas de leitura. Se você não for um bom leitor,
programas voluntários ou governamentais, na sua comunidade ou cidade,
voltados para o desenvolvimento da leitura, lhe darão a oportunidade de
melhorar sua própria leitura ou então ler para seu filho. Amigos e parentes
podem também ler para seu filho, e também pessoas voluntárias que na
maioria dos centros comunitários ou outras instituições estão disponíveis e
gostam de fazer isso. Compre um dicionário infantil. Procure por um
que tenha figuras ao lado das palavras. Então comece a desenvolver o
hábito de brincando com a criança, provocá-la dizendo frases tais como:
"Vamos descobrir o que isto significa?" Faça com que materiais de
escrever, tais como lápis, giz de cera, lápis colorido's, canetas, etc.,
estejam sempre disponíveis e a vista de todos.
Procure assistir programas Educativos na TV e Vídeo. Programas
infantis onde a criança possa se divertir, aprender o alfabeto e os sons de
cada letra.
Visite com freqüência uma biblioteca. Comece fazendo visitas semanais
à biblioteca ou livraria quando seu filho for ainda muito pequeno. Se
possível cuide para que ele tenha seu próprio cartão de acesso e
empréstimo de livros da biblioteca. Muitas bibliotecas permitem que
crianças tenham seus próprios cartões personalizados com seu nome
impresso, caso ela queira, exigindo apenas que um adulto seja o
responsável e assine por ela.
Leia você mesmo. O que você faz serve de exemplo para o seu filho.
Dentre as dificuldades enfrentadas por pessoas no processo da leitura,
encontra-se a questão do desenvolvimento da capacidade de ler e escrever.
O hábito da leitura é um bem que vai favorecer sua qualidade de vida, devendo ser
semeada desde a infância, no convívio familiar. É um caminho a ser. percorrido partindo
da conscientização social, pois acreditamos que a leitura é possível em todas as fases da
vida do ser humano.
A população ainda se encontra em um estágio muito inferior em se tratando do
hábito de ler. Por isso, toma-se fundamental em um país como o nosso, darmos enfoque
ao hábito da leitura. Com essa atitude contribuiremos para uma vida melhor dentro do
contexto social da história de vida do homem, proporcionando a capacitação para o
exercício pleno da cidadania
Um bom hábito é acostumar-se a carregar consigo um livro, ainda que supondo que
não haverá tempo de abri-lo. Em poucos dias, constata-se quanto se leu! A Bíblia é o livro
mais divulgado de todos os tempos. Cada pessoa deveria lê-la ao menos uma vez na vida.
A leitura diária de jornais é um bom hábito para quem quer se manter informado do que
ocorre no Brasil e no mundo.
Hoje, informação é poder. E como o trabalho mental tende a superar o manual, a
leitura toma-se o pão nosso de cada dia. Há, certamente, os fatores externos, as possíveis
estimulações, que são recursos que podem despertar o interesse do aluno para um
determinado tema, numa atitude de curiosidade e atenção. Mas a realidade é que ninguém
controla o modo como o outro aprende, ou quando chegará a aprender o que pretende
ensinar. A prova disso é que aprendemos muito com nossos pais (e não apenas do que
esperavam que aprendêssemos!), mas há certas áreas em que eles nunca conseguiram
modificar nosso jeito de pensar. E assim também acontece com as nossas crianças.
Dizer que cada criança é um mundo parece clichê, mas é a mais pura verdade.
Tudo o que ela já viveu nesta encarnação e nas anteriores; tudo o que já fez, descobriu,
percebeu, intuiu e pensou; os filmes que assistiu as conversas que ouviu, as histórias que
leu; tudo participa do seu modo de ver o mundo e de aprender. Que conceitos adquiridos
entram na formação de suas conclusões sobre as coisas? Nunca saberemos totalmente.
Mas o que se sabe é que as informações e os exemplos a que se expõe sempre podem
influenciá-la mais ou menos intensamente - o que é nossa porta de entrada, como
educadores, neste seu mundo tão particular.
O que se pode fazer é criar um meio propício, é oferecer, à inteligência, a
argamassa, o material de construção em quantidade e qualidade suficientes para que a
criança construa suas estruturas de pensamento da melhor maneira, com o melhor tipo de
informação e os melhores exemplos possíveis. Ler é saber. O primeiro resultado da leitura
é o aumento de conhecimento geral ou específico. Ler é trocar. Ler não é só receber. Ler é
comparar as experiências próprias com as narradas pelo escritor, comparar o próprio
ponto de vista com o dele, recriando idéias e revendo conceitos. Ler é dialogar. Quando
lemos, estabelecemos um diálogo com a obra, compreendendo intenções do autor.
Somos levados a fazer perguntas e procurar Ler é exercitar o discernimento.
Quando lemos, colocamo-nos de modo favorável ou não aos pontos de vista, pesamos
argumentos e argumentamos dentro de nós mesmos, refletimos sobre opções dos
personagens ou sobre as idéias defendidas pelo autor. Ler é ampliar a percepção. A tarefa
de ler um livro literário requer um grau considerado de conhecimento, de reflexão, de
interpretação da nossa história social e pessoal. E isso só se consegue realizar no decorrer
de toda uma trajetória de vida, investigando a obra em busca de uma compensação que
mova e comova o leitor. Na verdade, à medida que o indivíduo desenvolve as capacidades
sensoriais, emocionais e racionais também se desenvolvem as suas leituras. Ter intimidade
com as palavras, entendê-las e fazer com elas o que se quiser é o sentido maior da
literatura.
A oportunidade de crescer deve ser dada ao aluno, através das aulas de leitura da
Literatura, tornando-as prazerosas, estimulando para uma descoberta constante e
propiciando a manifestação espontânea. Não é em livros de teoria literária, que se aprende
a fazer boa leitura da literatura; aprende-se por intuição, na convivência íntima e
prolongada com os textos variados, libertando a emoção de uma forma talvez nunca
manifestada.
Desenvolver nos alunos o espírito crítico, tão temido por alguns tempos, é
imprescindível para que todos nós, contínuos estudantes, possamos discernir entre ler uma
obra artística com satisfação ou simplesmente lê-las sem nenhum acréscimo produtivo.
Ler é ser motivado à observação de aspectos da vida que antes nos passavam
despercebida. Entende-se que ler bons livros é capacitar-se para ler a vida.
Deve-se dar, à criança, acesso ao manuseamento livre de livros, revistas, catálogos,
etc.; ler histórias para ela, procurando indicar a orientação da leitura (movimento com o
dedo), respondendo, de forma clara, a todas as suas questões; ler as legendas de um filme
animado; ir a uma biblioteca, fazendo-se acompanhar da criança; fazer uso de jornais,
revistas ou outros meios de comunicação, comentando, na sua presença, o que se lê.
Outra alternativa é procurar, no dicionário, o significado de palavras solicitadas
pela criança; identificar, primeiramente, com a palavra escrita em maiúsculas impressas,
bens pertencentes à criança (primeiro, o nome da criança e, só posteriormente, os dos
restantes elementos da família); proporcionar a descoberta de palavras referentes a marcas
de estabelecimentos comerciais, hipermercados, filmes que ela gosta e produtos de uso
diário. São apenas alguns exemplos de entre tantos que existem que poderão se constituir
em bons instrumentos de motivação para leitura e escrita.
O que é crucial é que a criança reconheça a importância do saber ler. Não basta o
contacto com o livro e com o código escrito (como já referi anteriormente). A criança
procura explicações para tudo o que a rodeia. É, portanto, crucial, que o adulto se
disponibilize, desprovido de preocupações e limitações temporais. Por outro lado, convém
salientar de que é necessário ter-se algum cuidado com a escolha dos livros para crianças.
Deverão ser excluídos os livros que enaltecem os heróis que abusam da violência e que
saem triunfantes, bem como aqueles livros que são desprovidos de conteúdo e que em
nada contribuem para o desenvolvimento da criatividade e do crescimento social e
maturacional da criança.
Convém não esquecer que as realidades ilustradas em alguns livros, nem sempre
correspondem à nossa realidade (refiro-me, por exemplo, a rotinas da população
estrangeira que não correspondem às nossas). Com o louvável intuito de se promover o
gosto pela leitura, cai-se, muitas vezes, no erro de se adquirir um livro apenas pela
atraente aparência... o que está errado. Desta forma, é importante que se saiba escolher de
forma coerente os métodos utilizados para que o aluno possa desenvolver a leitura de
forma a compreender o mundo em que vive.
No entanto, é muito difícil para um não leitor formar leitores. Só podemos formar
leitores se oportunizarmos situações de leitura significativas na sala de aula. O mesmo
ocorre com a escrita. O professor preocupado em inserir seus alunos no mundo letrado
precisa antes de tudo ter uma relação positiva com a leitura e a escrita. É preciso que ele
tenha uma relação de prazer com os textos e reconheça sua importância e suas diferentes
funções: informar, refletir, comunicar, divertir.
O professor torna-se então um modelo de leitor para o aluno. Por meio da leitura
realizada pelo professor, o aluno pode observar procedimentos de um leitor eficiente,
pode perceber a relação que existe entre o texto e o leitor. Por meio da leitura e da escrita,
o professor pode ampliar seu universo letrado, utilizando plenamente suas capacidades de
uso da linguagem (oral e escrita) e de suas capacidades intelectuais e assim construir
novas competências profissionais.
Ao professor cabe tomar algumas atitudes importantes. Muitas circunstâncias de
uso da leitura e da escrita podem ser favorecidas no contexto da sala de aula. Formar
usuários autônomos da leitura e da escrita é papel da escola. Para isso, é fundamental que
ela tome para si esta tarefa, principalmente na Educação de Jovens de Adultos, que é
constituída por um público que geralmente foi privado do acesso à cultura letrada.
Favorecendo um contexto de letramento o professor possibilita que os alunos ampliem
seus conhecimentos, compreendam o mundo que os rodeia e sintam-se participantes dele.
3. CONCLUSÃO
KATO, Mary Aet al. Estudos em alfabetização. Campinas, SP. Pontes; Juiz de Fora,
MG. Editora da Universidade Federal de Juiz de Fora, 2001.
NASPOLINI, Ana Tereza. Didática de Português: tijolo por tijolo: leitura e produção
escrita. São Paulo: FTD, 1996.
ZABALA, Antônio. A prática educativa: como ensinar. Trad. Ernani F. da Rosa. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1998.