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Publico Objetivo Metodologia Recursos Desenvolvimento Avaliação

Alvo da aula
6 anos 1° Interação Será Papel e O aluno Será
Série do sujeito realizado letras de receberá realizada
com o através de musicas. algumas letras através do
meio. uma de musicas para trabalho
concepção que possa feito pelas
Interação sócio identificar as crianças e
com o construtiva, letras recorta-las suas
instrumento atividades de e montar nomes habilidades
linguístico. texto que como o seu de de
auxiliem em seus pais e identificar e
sua colegas juntar
alfabetização. letras.

Os desafios da escola e da didática atual e a contribuição da


Teoria Histórico-social da Atividade

Ante as necessidades educativas presentes, a escola continua


sendo lugar de mediação cultural, e a pedagogia, ao viabilizar a
educação, constitui-se como prática cultural intencional de
produção e internalização de significados para, de certa forma,
promover o desenvolvimento cognitivo, afetivo e moral dos
indivíduos. O modus faciendi dessa mediação cultural, pelo
trabalho dos professores, é o provimento aos alunos dos meios
de aquisição de conceitos científicos e de desenvolvimento das
capacidades cognitivas e operativas, dois elementos da
aprendizagem escolar interligados e indissociáveis.

Com efeito, as crianças e jovens vão à escola para aprender


cultura e internalizar os meios cognitivos de compreender e
transformar o mundo. Para isso, é necessário pensar – estimular
a capacidade de raciocínio e julgamento, melhorar a capacidade
reflexiva e desenvolver as competências do pensar. A didática
tem o compromisso com a busca da qualidade cognitiva das
aprendizagens, esta, por sua vez, associada à aprendizagem do
pensar. Cabe-lhe investigar como ajudar os alunos a se
constituírem como sujeitos pensantes e críticos, capazes de
pensar e lidar com conceitos, argumentar, resolver problemas,
diante de dilemas e problemas da vida prática. A razão
pedagógica está também associada, inerentemente, a um valor
intrínseco, que é a formação humana, visando a ajudar os
outros a se educarem, a serem pessoas dignas, justas, cultas,
aptas a participar ativa e criticamente na vida social, política,
profissional e cultural.

Este texto apóia-se em duas crenças: uma, que a escola


continua sendo uma instância necessária de democratização
intelectual e política; outra, que uma política educacional
inclusiva deve estar fundamentada na idéia de que o elemento
nuclear da escola é a atividade de aprendizagem, lastreada no
pensamento teórico, associada aos motivos dos alunos, sem o
que as escolas não seriam verdadeiramente inclusivas.

Estudos recentes sobre os processos do pensar e do aprender,


para além da acentuação do papel ativo dos sujeitos na
aprendizagem, insistem na necessidade dos sujeitos
desenvolverem competências e habilidades cognitivas. Para
Castells (apud Hargreaves, 2001, p. 16), a tarefa das escolas e
dos processos educativos é desenvolver em quem está
aprendendo a capacidade de aprender, em razão de exigências
postas pelo volume crescente de dados acessíveis na sociedade
e nas redes informacionais, da necessidade de lidar com um
mundo diferente e, também, de educar a juventude em valores
e ajudá-la a construir personalidades flexíveis e eticamente
ancoradas. Também Morin (2000) expressa com muita
convicção a exigência de se desenvolver uma inteligência geral
que saiba discernir o contexto, o global, o multidimensional, a
interação complexa dos elementos. Ele escreve:

[...] o desenvolvimento de aptidões gerais da


mente permite melhor desenvolvimento das
competências particulares ou especializadas.
Quanto mais poderosa é a inteligência geral,
maior é sua faculdade de tratar problemas
especiais. A compreensão dos dados particulares
também necessita da ativação da inteligência
geral, que opera e organiza a mobilização dos
conhecimentos de conjunto em cada caso
particular. [...] Dessa maneira, há correlação
entre a mobilização dos conhecimentos de
conjunto e a ativação da inteligência geral.
(Morin, 2000, p. 39)

Outros estudos vêm mostrando o impacto dos meios de


comunicação na configuração dos modos de pensar e das
práticas sociais da juventude (por exemplo, Porto, 2003;
Belloni, 2002; Engestrõm, 2002), das tecnologias e dos meios
informacionais, dos crescentes processos de diversificação
cultural, afetando os processos de ensino e aprendizagem.

É em razão dessas demandas que a didática precisa incorporar


as investigações mais recentes sobre modos de aprender e
ensinar e sobre o papel mediador do professor na preparação
dos alunos para o pensar. Mais precisamente, será fundamental
entender que o conhecimento supõe o desenvolvimento do
pensamento e que desenvolver o pensamento supõe
metodologia e procedimentos sistemáticos do pensar. Nesse
caso, a característica mais destacada do trabalho do professor é
a mediação docente pela qual ele se põe entre o aluno e o
conhecimento para possibilitar as condições e os meios de
aprendizagem, ou seja, as mediações cognitivas.

O suporte teórico de partida é o princípio vygotskiano de que a


aprendizagem é uma articulação de processos externos e
internos, visando a internalização de signos culturais pelo
indivíduo, o que gera uma qualidade auto-reguladora às ações e
ao comportamento dos indivíduos. Esta formulação realça a
atividade sócio-histórica e coletiva dos indivíduos na formação
das funções mentais superiores, portanto o caráter de mediação
cultural do processo do conhecimento e, ao mesmo tempo, a
atividade individual de aprendizagem pela qual o indivíduo se
apropria da experiência sociocultural como ser ativo. Todavia,
considerando-se que os saberes e instrumentos cognitivos se
constituem nas relações intersubjetivas, sua apropriação implica
a interação com os outros já portadores desses saberes e
instrumentos. Em razão disso é que a educação e o ensino se
constituem formas universais e necessárias do desenvolvimento
mental, em cujo processo se ligam os fatores socioculturais e as
condições internas dos indivíduos.

O que está em questão é como o ensino pode impulsionar o


desenvolvimento das competências cognitivas mediante a
formação de conceitos e desenvolvimento do pensamento
teórico, e por quais meios os alunos podem melhorar e
potencializar sua aprendizagem. Em outras palavras, trata-se de
saber o que e como fazer para estimular as capacidades
investigadoras dos alunos, ajudando-os a desenvolver
competências e habilidades mentais. Em razão disso, uma
didática a serviço de uma pedagogia voltada para a formação de
sujeitos pensantes e críticos deverá salientar em suas
investigações as estratégias pelas quais os alunos aprendem a
internalizar conceitos, competências e habilidades do pensar,
modos de ação que se constituam em "instrumentalidades" para
lidar praticamente com a realidade: resolver problemas,
enfrentar dilemas, tomar decisões, formular estratégias de ação.
Davydov1 explicita seu entendimento dessas questões:

O saber contemporâneo pressupõe que o homem


domine o processo de origem e desenvolvimento
das coisas mediante o pensamento teórico, que
estuda e descreve a lógica dialética. O
pensamento teórico tem seus tipos específicos de
generalização e abstração, seus procedimentos de
formação dos conceitos e operações com eles.
Justamente, a formação de tais conceitos abre
aos escolares o caminho para dominar os
fundamentos da cultura teórica atual. [...] A
escola, a nosso juízo, deve ensinar as crianças a
pensar teoricamente. (apud Golder, 2002, p. 49)

O objetivo deste estudo é, assim, explorar as contribuições


teóricas da Teoria Histórico-cultural da Atividade, especialmente
a Teoria do Ensino Desenvolvimental de V. Davydov, para as
tarefas da didática em relação à aprendizagem do pensar e do
aprender.

LIBANEO, José Carlos. A didática e a aprendizagem do pensar e do aprender: a


teoria histórico-cultural da atividade e a contribuição de Vasili Davydov. Rev.
Bras. Educ., Rio de Janeiro, n. 27, Dec. 2004 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
24782004000300002&lng=en&nrm=iso>. access on 12 Aug. 2010. doi:
10.1590/S1413-24782004000300002.
Importância da Didática no cotidiano do professor.

Há um conjunto de saberes pedagógicos que são essenciais para o exercício da


profissão docente.É preciso que os professores construam pontes entre o significado
do conteúdo curricular e aquele compreendido pelo aluno.

Para esta tarefa, é necessário que os professores tenham uma compreensão


profunda, flexível e aberta do conteúdo, ou seja, que estejam atentos para as
dificuldades mais prováveis dos alunos perante os conteúdos, já que nas escolas fala-
se exclusivamente do ensino dos conteúdos e não há uma ampla compreensão do
que é educação e do que é aprender: "Ensinar exige respeito aos saberes dos
educandos",(FREIRE, P. Pedagogia da autonomia, p.30)

Assim, a didática constitui uma área integradora transversal, articulando atributos da


psicologia, sociologia, epistemologia e do pensamento educacional, mobilizando-os
para a reflexão sobre a prática pedagógica do próprio professor. Ela pressupõe uma
análise dos processos de construção dos saberes em cada área curricular e a
discussão da natureza das atividades de aprendizagem, dos processos de
pensamento e das inter-relações entre os diversos interventores no ato educativo: "A
didática se caracteriza como meditação entre as bases teórico-científicas da educação
escolar e a prática docente",(LIBÂNEO,José Carlos, 1994, p.28)

A didática, longe de reduzir-se a uma simples coleção de métodos e técnicas de


ensino, constitui o enquadramento teórico fundamental em que se situam os quadros
de referência de ação do professor. Toda a atuação do professor com os alunos
pressupõe uma perspectiva didática, clara . É a partir dela que cada professor
seleciona objetivos, organiza atividades, formula critérios de avaliação, determina
procedimentos de atuação para cada tipo de situação.
Então, podemos dizer que a Didática é uma ciência cujo objetivo fundamental é
ocupar-se das estratégias de ensino, das questões práticas relativas à metodologia e
das estratégias de aprendizagem.

O trabalho do professor em sala de aula muitas vezes se resume em repassar os


conteúdos aos alunos, sem estimular neles a interpretação, a crítica e a criatividade,
pois, a contratação de bacharéis vai resultar-se nisto que citamos neste parágrafo e
também tiramos a conclusão que essa prática de querer transferir conhecimento não
parte apensas de alguns professores, mas também de nossos governantes, queremos
lembrar aos mesmo que "Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção", (Freire 1996, p. 47).

COMO, OU A PARTIR DO QUÊ, A DIDÁTICA CONTRIBUI EM MINHA PRÁTICA


EDUCATIVA?

Ao se tratar da aprendizagem na escola verifica-se que, numa concepção de


educação em que a transmissão de conhecimentos é o único objetivo e a manutenção
da realidade é a finalidade, nessa ótica, o professor é simplesmente aquele que detém
o conhecimento e, portanto, o transmite para os estudantes. A capacidade de ver o
outro, de captar a aprendizagem já existente no estudante, tende a não ser
considerada pelo professor.

De outro lado, numa educação que busca a transformação da realidade, o


conhecimento passa a ser fruto de uma construção coletiva, e, assim, o professor é
mais do que o mero "ensinante" e o processo de ensino-aprendizagem adquire
movimento de troca e de crescimento mútuo.Nessa percepção, como Paulo
Freire(1996) tão bem descreveu, o processo de ensino-aprendizagem é uma seta de
mão dupla, de um lado, o professor ensina e aprende e, de outro, o estudante aprende
e ensina, num processo dialético, isto é, permeado de contradições e de mediações.
Assim, os professores se utilizam de vários saberes para a construção de sua prática,
os saberes provindos das experiências, da prática, não são saberes iguais aos outros,
mas sim, formados de todos os outros, pois é em prol da própria prática que os demais
saberes são articulados.

Concluindo, a mudança no ensino depende de nossa formação e da transformação


das nossas práticas em sala de aula. Esta transformação se dá em várias "esferas":
acadêmica, governamental, prática pedagógica e política.

Cabem a nós, professores, um trabalho reflexivo e uma reconstrução permanente de


nossas identidades pessoais e profissionais, pessoal porque só é possível mudar o
meio, as nossas práticas, quando aprendemos a mudar nós mesmos, o nosso jeito de
olhar e viver as coisas do dia-a-dia, é a mudança pessoal, a mudança de atitude que
leva à transformação profissional, "A prática educativa não é apenas uma exigência da
vida em sociedade, mas também o processo de prover os indivíduos dos
conhecimentos e experiências culturais que os tornam aptos a atuar no meio social e a
transformá-lo em função de necessidades econômicas, sociais e políticas da
coletividade"( LIBÂNEO,José Carlos, 1994, p.17)

PLANEJAMENTO DE ENSINO

O trabalho do educador é tão complexo e importante que não pode ser improvisado,
cada professor, conhecendo os alunos com os quais trabalhará, tem de saber o que
vai ensinar, para que e como fará isso ao longo do trabalho educativo, "Não pode
exigir que os alunos adquiram um domínio sólido de conhecimento se o próprio
professor não domina com segurança a disciplina que ensina,( LIBÂNEO,José Carlos,
1994, p.73)

Esse planejamento do processo de ensino e aprendizagem que os professores devem


construir para orientar sua ação pedagógica na sala de aula é aqui chamado de
Planejamento de Ensino.

Para o educador que trabalha com uma perspectiva inclusiva, que se preocupa com as
reais condições culturais de seus alunos, o planejamento de ensino deve considerar
os valores, os saberes e as experiências práticas que eles possuem, selecionando e
organizando os conteúdos do ensino coerentemente com essas condições.

Para que o educador faça um bom planejamento é preciso que ele conheça o aluno.

CONHECER O ALUNO?

"conhecimento das características sociais, culturais e individuais dos alunos, bem


como o nível de preparo escolar em que se encontram", (LIBÂNEO,José Carlos, 1994,
p.72)

Quem são meus alunos?

Quais são os conhecimentos que eles tem com relação aos conteúdos que estarei
passando pra eles?

Quais são as suas expectativas?

Quais são as dificuldades?

Eles têm fácil acesso a materiais didáticos?

Essa preocupação em conhecer os alunos é muito importante, pois o professor pode


se enganar quando confunde os alunos reais, aqueles que estão em sua sala de aula,
com um modelo idealizado, geralmente aquele que "todo professor gostaria de ter":
saudável, bem alimentado, cuidado pela família, com acesso a livros, computador,etc.

Dessa forma, se os alunos têm origem em famílias com pouca escolaridade, que não
possuem livros em casa, que não lêem jornal cotidianamente, crianças que não têm a
experiência de ganhar livros, então, o planejamento de ensino precisa considerar que
essas práticas sociais devem estar presentes na própria escola. Esta, por sua vez,
deve se organizar para suprir da melhor forma possível todas as faltas que a condição
de exclusão de seus alunos possa estabelecer.

PORTANTO, QUAL A IMPORTÂNCIA DO PLANJAMENTO PARA A PRÁTICA


PEDAGÓGICA DOCENTE?

Todo e qualquer profissional deve ter em sua prática docente o ato de pesquisar,
elaborar e refletir. Quem planeja tem atitude crítica diante do seu próprio trabalho, o
educador quando é crítico ele questiona sobre as diversas situações que surge
diariamente na escola, "Didática crítica busca superar o intelectualismo formal do
enfoque tradicional", ( VEIGA, I.P.A. 1996, p. 25)
O mais importante não é a quantidade de conteúdos passados para seus alunos e sim
a qualidade, para que isso ocorra o educador deve utilizar do planejamento como um
instrumento de construção.

Portanto, o planejamento deve estar presente em todas as atividades escolares. É a


etapa mais importante do projeto pedagógico, porque é nesta etapa que as metas são
articuladas a estratégia e ambas são ajustadas as possibilidades reais.

Planejar é prever e organizar as ações com determinadas finalidades, para se


conseguir atingir mudanças. "Entendemos planejamento como: tomada de decisões,

visando a atingir determinados propósitos",(SILVA, Roseane, http://www.socieduca-


inter.org/cd/complemento/18.pdf)

REFERÊNCIA:

Prática educativa, Pedagogia e Didática. (LIBÂNEO, Jose Carlos).Didática. São Paulo:


Cortez, 1994.

Pedagogia da Autonomia,(FREIRE, Paulo). Rio de Janeiro: Paz e terra, 2001.

Didática: Uma retrospectiva histórica. In:(VEIGA, I.P.A.) (ORG.). Repensando a


didática. Campinas, SP: Papirus, 1996.

A importância da didática na formação do educador. A didática e a formação de


educadores...,(CANDAU, 2002, P. 13).

(SILVA, Roseane, 2008), http://www.socieduca-inter.org/cd/complemento/18.pdf

http://jc.uol.com.br/2008/04/15/not_166203.php). Publicado em 15.04.2008, Fonte: JC


OnLine.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/6867/1/Qual-A-Importancia-Da-Didatica-Na-
Minha-Formacao/pagina1.html#ixzz0wnG100Yp

Piaget

Quem foi

Um dos mais importantes pesquisadores de educação e pedagogia,


Jean Piaget nasceu na cidade de Neuchâtel (Suíça) em 9/08/1896 e
morreu em 17/9/1980. Especializou-se em psicologia evolutiva e
também no estudo de epistemologia genética. Seus estudos sobre
pedagogia revolucionaram a educação, pois derrubou várias visões e
teorias tradicionais relacionadas à aprendizagem.
Foi morar na cidade de Zurique em 1918, onde trabalhou num
laboratório de psicologia e estagiou numa clínica de psiquiatria.
Estudo psicopatologia na Universidade de Sorbonne na França.

Pequisas

Piaget fez pesquisas sobre as características do pensamento infantil com crianças


francesas e também com deficientes mentais. No ano de 1921 escreveu suas primeiras
teorias pedagógicas. Foi diretor do Instituto Jean-Jacques Rousseau na Suíça e lecionou
psicologia infantil na Universidade de Genebra.

Sua Vida

Jean Piaget nasceu no dia 9 de agosto de 1896, em Neuchâtel, na Suíça. Seu pai,
um calvinista convicto, era professor universitário de Literatura medieval.

Piaget foi um menino prodígio. Interessou-se por História Natural ainda em sua
infância. Aos 11 anos de idade, publicou seu primeiro trabalho sobre sua
observação de um pardal albino. Esse breve estudo é considerado o início de sua
brilhante carreira científica. Aos sábados, Piaget trabalhava gratuitamente no
Museu de História Natural.

Piaget freqüentou a Universidade de Neuchâtel, onde estudou Biologia e Filosofia.


Ele recebeu seu doutorado em Biologia em 1918, aos 22 anos de idade.

Após formar-se, Piaget foi para Zurich, onde trabalhou como psicólogo
experimental. Lá ele freqüentou aulas lecionadas por Jung e trabalhou como
psiquiatra em uma clínica. Essas experiências influenciaram-no em seu trabalho.
Ele passou a combinar a psicologia experimental - que é um estudo formal e
sistemático - com métodos informais de psicologia: entrevistas, conversas e
análises de pacientes.

Em 1919, Piaget mudou-se para a França, onde foi convidado a trabalhar no


laboratório de Alfred Binet, um famoso psicólogo infantil que desenvolveu testes de
inteligência padronizados para crianças. Piaget notou que crianças francesas da
mesma faixa etária cometiam erros semelhantes nesses testes e concluiu que o
pensamento lógico se desenvolve gradualmente.

O ano de 1919 foi um marco em sua vida. Piaget iniciou seus estudos
experimentais sobre a mente humana e começou a pesquisar também sobre o
desenvolvimento das habilidades cognitivas. Seu conhecimento de Biologia levou-o
a enxergar o desenvolvimento cognitivo de uma criança como sendo uma evolução
gradativa.

Em 1921, Piaget voltou à Suíça e tornou-se diretor de estudos no Instituto J. J.


Rousseau da Universidade de Genebra. Lá ele iniciou o maior trabalho de sua vida,
ao observar crianças brincando e registrar meticulosamente as palavras, ações e
processos de raciocínio delas.

Em 1923, Piaget casou-se com Valentine Châtenay, com quem teve três filhas:
Jacqueline (1925), Lucienne (1927) e Laurent (1931). As teorias de Piaget foram,
em grande parte, baseadas em estudos e observações de seus filhos que ele
realizou ao lado de sua esposa.
Enquanto prosseguia com suas pesquisas e publicações de trabalhos, Piaget
lecionou em diversas universidades européias. Registros revelam que ele foi o único
suíço a ser convidado para lecionar na Universidade de Sorbonne (Paris, França),
onde permaneceu de 1952 a 1963. Até a data de seu falecimento, Piaget fundou e
dirigiu o Centro Internacional para Epistemologia Genética. Ao longo de sua
brilhante carreira, Piaget escreveu mais de 75 livros e centenas de trabalhos
científicos.

Piaget morreu em Genebra, em 17 de setembro de 1980.

Sua Obra

Piaget desenvolveu diversos campos de estudos científicos: a psicologia do


desenvolvimento, a teoria cognitiva e o que veio a ser chamado de epistemologia
genética.

A essência do trabalho de Piaget ensina que ao observarmos cuidadosamente a


maneira com que o conhecimento se desenvolve nas crianças, podemos entender
melhor a natureza do conhecimento humano. Suas pesquisas sobre a psicologia do
desenvolvimento e a epistemologia genética tinham o objetivo de entender como o
conhecimento evolui.

Piaget formulou sua teoria de que o conhecimento evolui progressivamente por


meio de estruturas de raciocínio que substituem umas às outras através de
estágios. Isto significa que a lógica e formas de pensar de uma criança são
completamente diferentes da lógica dos adultos.

Em seu trabalho, Piaget identifica os quatro estágios de evolução mental de uma


criança. Cada estágio é um período onde o pensamento e comportamento infantil é
caracterizado por uma forma específica de conhecimento e raciocínio. Esses quatro
estágios são: sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório
formal.

Fase 1: Sensório-motor

No estágio sensório-motor, que dura do nascimento ao 18º mês de vida, a criança


busca adquirir controle motor e aprender sobre os objetos físicos que a rodeiam.
Esse estágio se chama sensório-motor, pois o bebê adquire o conhecimento por
meio de suas próprias ações que são controladas por informações sensoriais
imediatas.

Fase 2: Pré-operatório

No estágio pré-operatório, que dura do 18º mês aos 8 anos de vida, a criança
busca adquirir a habilidade verbal. Nesse estágio, ela já consegue nomear objetos e
raciocinar intuitivamente, mas ainda não consegue coordenar operações
fundamentais.

Fase 3: Operatório concreto

No estágio operatório concreto, que dura dos 8 aos 12 anos de vida, a criança
começa a lidar com conceitos abstratos como os números e relacionamentos. Esse
estágio é caracterizado por uma lógica interna consistente e pela habilidade de
solucionar problemas concretos.
Fase 4: Operatório formal

No estágio operatório formal – desenvolvido entre os 12 e 15 anos de idade – a


criança começa a raciocinar lógica e sistematicamente. Esse estágio é definido pela
habilidade de engajar-se no raciocínio abstrato. As deduções lógicas podem ser
feitas sem o apoio de objetos concretos.

No estágio das operações formais, desenvolvido a partir dos 12 anos de idade, a


criança inicia sua transição para o modo adulto de pensar, sendo capaz de pensar
sobre idéias abstratas.

Conclusão:

Em seus estudos sobre crianças, Jean Piaget descobriu que elas não raciocinam
como os adultos. Esta descoberta levou Piaget a recomendar aos adultos que
adotassem uma abordagem educacional diferente ao lidar com crianças. Ele
modificou a teoria pedagógica tradicional que, até então, afirmava que a mente de
uma criança é vazia, esperando ser preenchida por conhecimento. Na visão de
Piaget, as crianças são as próprias construtoras ativas do conhecimento,
constantemente criando e testando suas teorias sobre o mundo. Ele forneceu uma
percepção sobre as crianças que serve como base de muitas linhas educacionais
atuais. De fato, suas contribuições para as áreas da Psicologia e Pedagogia são
imensuráveis.

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