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EDUCAÇÃO INCLUSIVA
CAPÍTULO 3 – COMO TRABALHAR
COM O ALUNO COM
DEFICIÊNCIA?
Marilu Palma / Denise Ferreira da Rosa
INICIAR
Introdução
Entender como trabalhar com o aluno com deficiência requer uma análise
teórica de novos conceitos e dos princípios políticos e filosóficos da Educação
Especial na política de inclusão. Dessa forma, a prática pedagógica tem sido
desafiadora para os profissionais da área, afinal, muitos são os questionamentos
que surgem diante dos desafios da Educação Inclusiva: como dar aula em uma
turma que integra um aluno com deficiência? O indivíduo com deficiência
consegue acompanhar o conteúdo? Como avaliar esse aluno? Além disso, como
organizar a sala de aula para receber o aluno deficiência?
A inclusão é a chave para que os estudantes com deficiência possam aprender
dentro da sala de aula regular, por isso, os professores e as próprias instituições
de ensino precisam investir conhecimentos e esforços para tornar esse processo
mais produtivo para todas as pessoas envolvidas.
Sendo assim, ao longo deste capítulo, iremos conhecer alguns princípios da
avaliação, como se organiza o Atendimento Educacional Especializado, qual é a
sua função e como ele pode ajudar o professor. Além disso, também
conheceremos alguns direitos dos alunos com deficiência e dos educadores,
bem como aspectos relacionados a diversidade na aprendizagem. Para
finalizarmos, acompanharemos uma introdução sobre as deficiências auditiva e
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visual.
Vamos em frente!
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inteligências.
Já por domínio afetivo se entende que é aquele relacionado à sensibilidade
corporal e à interpretação subjetiva das experiências do sujeito. Esse domínio
influencia e é influenciado pela percepção, pela memória, pelo pensamento, pela
vontade e pelas inteligências, sendo estes componentes essenciais para o
equilíbrio e a harmonia da condição de bem-estar social dos sujeitos. Nesse
contexto, o afetivo e o social interferem nos processos de desenvolvimento e
aprendizagem do ser humano. Considerando a complexidade de ambos, a
afetividade parece ser uma condição que não pode estar ausente no percurso.
Por isso, consideram-se três momentos de grande impacto na evolução da
afetividade: emoção, sentimento e paixão (MAHONEY; ALMEIDA, 2005).
Como podemos ver, os três domínios apresentam relação com o processo de
aprendizagem. Portanto, as alterações nesses domínios podem ser a origem
das dificuldades de aprendizagem dos alunos, fato que evidencia a importância
da mediação e dos conhecimentos por parte do professor.
A seguir, veremos as dificuldades de aprendizagem mais comuns no processo
de escolarização dos alunos com deficiência.
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matemática;
transtorno do déficit de atenção : relaciona-se à falta de
concentração, organização, noção de espaço e tempo, esquecimento,
dificuldade de memorização e planejamento.
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possuía. Com relação aos materiais, é essencial observar como o aluno está
manipulando os objetos e se faz uso adequado destes.
A avaliação sendo concebida como um elemento do planejamento, direciona as
ações a partir do conhecimento das potencialidades e dificuldades do aluno.
Dessa forma, a avaliação da aprendizagem escolar deve ser inclusiva, ou seja,
deve avaliar todos os alunos, em todos os aspectos: comportamento,
aprendizagem, vida diária, socialização, entre outros. Além disso, acredita-se ser
impossível encontrar a didática ideal, uma vez que sempre precisaremos de
inovação e adaptação, pois “[...] os procedimentos didáticos ganham em
especificidade na medida da consideração de cada uma das necessidades
apresentadas pelos alunos” (BEYER, 2010, p. 72).
Levando em consideração a avaliação e as práticas pedagógicas inclusivas,
veremos, na sequência, sobre o Atendimento Educacional Especializado.
VOCÊ SABIA?
No Brasil, as primeiras instituições especializadas foram criadas na época do Brasil Império,
mas existem até hoje. O Instituto Benjamin Constant (IBC) foi criado em 1854, com o nome de
Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Três anos mais tarde, foi criado o Instituto Nacional da
Educação dos Surdos (INES), em 1857, com o nome de Instituto dos Surdos Mudos. As duas
instituições são do Rio de Janeiro. Para saber mais sobre, acesse o link oficial das duas
organizações: <http://www.ibc.gov.br/ (http://www.ibc.gov.br/)> e <http://www.ines.gov.br/
(http://www.ines.gov.br/)>.
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VOCÊ SABIA?
O Ministério da Educação, desde o ano de 2005, disponibiliza materiais para as SRM através do
Programa de Implantação das Salas de Recursos Multifuncionais, que tem como objetivo apoiar
a escola na organização e oferta do AEE, sendo disponibilizados para as escolas equipamentos
de informática, mobiliários, materiais pedagógicos e de acessibilidade. Para maiores
informações, visite o link: <http://portal.mec.gov.br/acompanhamento-da-frequeencia-escolar
/194-secretarias-112877938/secad-educacao-continuada-223369541/17430-programa-
implantacao-de-salas-de-recursos-multifuncionais-novo (http://portal.mec.gov.br
/acompanhamento-da-frequeencia-escolar/194-secretarias-112877938/secad-educacao-
continuada-223369541/17430-programa-implantacao-de-salas-de-recursos-multifuncionais-
novo)>.
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Figura 3 - O projeto pedagógico deve ser visto e pensado para além da missão, visão e valores da
escola.
Fonte: ChristianChan, Shutterstock, 2018.
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A escola que adota um currículo flexível não trata apenas das adequações
realizadas no planejamento pelo professor, mas, também, da reorganização das
ações previstas no projeto pedagógico. Com isso, leva-se em consideração
todas as adequações necessárias para a inclusão e a efetiva participação de
todos os alunos.
A seguir, veremos alguns recursos que auxiliam na participação dos alunos com
deficiência, os quais podem ser utilizados na escola para facilitar o processo de
inclusão.
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Nessa declaração, no que se refere aos sujeitos com deficiência, indica-se que
as necessidades básicas de aprendizagem “[...] requerem atenção especial. É
preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos
portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do
sistema educativo” (UNESCO, 1998, p. 4). Dessa forma, temos a primeira
indicação dos sujeitos com deficiência para ingressarem no ensino regular,
garantindo o acesso e que suas necessidades básicas de aprendizagem sejam
atendidas, assim como as de qualquer outra pessoa.
A seguir, vamos conhecer sobre a Declaração de Salamanca.
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direito à educação está garantido no art. 54, em que diz ser “[...] dever do Estado
assegurar à criança e ao adolescente: [...] III – atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular
de ensino” (BRASIL, 1990).
É assegurado pelo ECA, também, o trabalho protegido ao adolescente com
deficiência, o atendimento individual e especializado em local adequado as
condições do adolescente, os processos de adoção em que a criança ou
adolescente com deficiência que estiver na condição de adotando terá prioridade
de tramitação, entre outros direitos. Nesse sentido, a escola inclusiva se
fundamenta na ideia de que a diversidade humana deve ser reconhecida e
valorizada.
Mais tarde em, 1996, foi criada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, que determina os fins da educação, os caminhos a serem percorridos
e os meios adequados para atingi-los, ou seja, regulamenta a Educação Escolar
Nacional.
A Lei de Diretrizes e Bases, Lei n. 9.394/96, apresenta um capítulo para a
Educação Especial, definindo-a como uma modalidade de educação que se
realiza preferencialmente na rede regular para alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidade ou superdotação. Em
seu art. 59, assegura aos alunos:
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido
para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e
aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os
superdotados;
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[...] pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o
mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente
pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras. Parágrafo único. Considera-se
deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um 2. decibéis
(dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 000Hz
e 3.000Hz. (BRASIL, 2005).
A surdez, então, pode ser classificada a partir de suas causas, sendo elas:
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VOCÊ SABIA?
A expressão “surdo-mudo” ou “mudo” são um equívoco e tornam a deficiência pejorativa. Os
sujeitos surdos não falam porque não ouvem, contudo, muitos surdos fazem treinamento
auditivo e reabilitação oral com fonoaudiólogos para desenvolverem a oralidade. Os que
conseguem esse desenvolvimento são chamados de “surdos oralizados”.
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CASO
Maria é graduada em Pedagogia. Ao longo do seu processo de formação inicial, participou de um grupo de
pesquisas que possuía como foco o estudo e a alfabetização. Sendo assim, ela desenvolveu o seu processo
formativo com base nesses conhecimentos. Contudo, logo que começou a trabalhar em uma escola da rede
pública, Maria recebeu em sua turma de segundo ano do Ensino Fundamental um aluno com surdez, usuário da
LIBRAS, ainda não alfabetizado na língua portuguesa na modalidade escrita. A professora ficou confusa, mas não
se desesperou e procurou a coordenação pedagógica da escola para aprender como trabalhar com seu aluno.
Lá, Maria teve ajuda da professora de Educação Especial, que mencionou o que ela poderia fazer, que recursos
poderia utilizar, como poderia trabalhar com o estudante, entre outras questões pertinentes ao assunto. Após
algumas reuniões, as professoras formaram dois grupos de estudos para aprenderem LIBRAS, envolvendo
professores, funcionários e colegas. O aluno com surdez, inclusive, participava de todos os encontros para
auxiliar o trabalho da professora de Educação Especial. Foi, portanto, uma experiência produtiva para todos os
evolvidos, pois, aos poucos, a comunidade escolar aprendeu a se comunicar com o indivíduo e ele mesmo
passou a fazer parte da escola como qualquer outro aluno, tendo sua diferença linguística respeitada.
A professora Maria, com um trabalho conjunto com a professora de Educação Especial, conseguiu alfabetizar seu
estudante.
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VOCÊ O CONHECE?
Tribo de Jah é uma banda de reggae brasileira, fundada na Escola de Cegos do Maranhão. Foi
nessa escola que os integrantes da banda se conheceram. Dos cinco integrantes, quatro são cegos
e um possui visão parcial em apenas um dos olhos. A formação da banda nos mostra a capacidade
que as pessoas com deficiência têm de desenvolverem atividades comuns.
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É importante considerar, ainda, que os alunos com deficiência visual são sujeitos
capazes, que experienciam o mundo de uma maneira diferente. Assim, é
importante possibilitar que eles utilizem essas experiências no processo de
ensino e aprendizagem, para que possam aprender e atingir os níveis mais
elevados do processo de escolarização.
Para além dessas deficiências, outras podem ser elencadas como um desafio
para o planejamento dos projetos pedagógicos dos professores. Sendo assim, é
fundamental que o educador estude a respeito do assunto e se aprofunde na
temática para trabalhar com esses estudantes da melhor forma possível.
Síntese
Concluímos mais um capítulo a respeito da Educação Inclusiva. Aqui,
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Bibliografia
A FAMÍLIA Bélier. Direção: Eric Lartigau. França/Bélgica: Paris Filmes, 2014.
106 min. Color.
BEYER, H. O. Inclusão e avaliação na escola : de alunos com necessidades
educacionais especiais. Porto Alegre: Mediação, 2010.
BERSCH, R. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto Alegre, 2006.
Disponível em: <http://www.assistiva.com.br
/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf (http://www.assistiva.com.br
/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf )>. Acesso em: 18/08/2018.
BRASIL. Decreto n. 5.626, de 2 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei no
10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais -
Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial
da União. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm )>. Acesso em: 18/08/2018.
______. Decreto n. 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a
educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras
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