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EDUCAÇÃO INCLUSIVA
CAPÍTULO 3 – COMO TRABALHAR
COM O ALUNO COM
DEFICIÊNCIA?
Marilu Palma / Denise Ferreira da Rosa

INICIAR

Introdução
Entender como trabalhar com o aluno com deficiência requer uma análise
teórica de novos conceitos e dos princípios políticos e filosóficos da Educação
Especial na política de inclusão. Dessa forma, a prática pedagógica tem sido
desafiadora para os profissionais da área, afinal, muitos são os questionamentos
que surgem diante dos desafios da Educação Inclusiva: como dar aula em uma
turma que integra um aluno com deficiência? O indivíduo com deficiência
consegue acompanhar o conteúdo? Como avaliar esse aluno? Além disso, como
organizar a sala de aula para receber o aluno deficiência?
A inclusão é a chave para que os estudantes com deficiência possam aprender
dentro da sala de aula regular, por isso, os professores e as próprias instituições
de ensino precisam investir conhecimentos e esforços para tornar esse processo
mais produtivo para todas as pessoas envolvidas.
Sendo assim, ao longo deste capítulo, iremos conhecer alguns princípios da
avaliação, como se organiza o Atendimento Educacional Especializado, qual é a
sua função e como ele pode ajudar o professor. Além disso, também
conheceremos alguns direitos dos alunos com deficiência e dos educadores,
bem como aspectos relacionados a diversidade na aprendizagem. Para
finalizarmos, acompanharemos uma introdução sobre as deficiências auditiva e

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visual.
Vamos em frente!

3.1 Conceito e avaliação de


inteligência: processos cognitivos
Enxergarmos o indivíduo como um ser único e com maneiras específicas de
aprender, sentir, perceber, comunicar e se relacionar, efetiva a ideia de
analisarmos conceitos básicos de inteligência e suas relações com a cognição e
os processos de aprendizagem em uma proposta de Educação Inclusiva.
De acordo com Flavell, Miller e Miller (1999), as concepções sobre inteligência,
na visão de Piaget, não são inatas ao ser humano e ao seu desenvolvimento,
mas estão vinculadas as estruturas biológicas, sensoriais ou neurológicas do
Homem, determinando a origem de estruturas mentais. Para os pensadores
clássicos, a inteligência era uma condição para responder os testes de
inteligência, visto que esta era medida pelo quociente intelectual (QI),
evidenciando o sucesso ou o fracasso do indivíduo.
Dessa forma, podemos entender a inteligência como algo dinâmico e amplo, que
se manifesta de forma prática. Por isso, os recursos cognitivos nos processos de
ensino e aprendizagem estão interligados aos componentes que proporcionam a
construção de domínios cognitivo, afetivo e social e psicomotor.
Gardner (2011) desmistificou a ideia da existência de uma única inteligência, a
qual pudesse ser medida a partir de testes que avaliariam o potencial do sujeito.
Entre as muitas teorias existentes, o autor nos apresentou a Teoria das Múltiplas
Inteligências, que contribui para a valorização das potencialidades, respeitando
as dificuldades e as limitações do processo de desenvolvimento e aprendizagem
de todos, inclusive das pessoas que apresentam alguma deficiência.
#PraCegoVer: Ao centro da imagem um homem caucasiano com barba por
fazer está com as mãos no rosto, dedos indicadores e médios franzindo a testa
para cima e polegar encostado na bochecha, olhos para baixo, seu semblante
demonstra esforço como se refletisse sobre algo. Na sua cabeça uma
montagem computadorizada dando a impressão de que seu crânio está aberto.
Uma ilustração substitui o restante da cabeça, rabiscos finos de linhas
interlaçadas em formato de mola, entre elas pequenos pontos de interrogação.
Ao fundo um foco branco com vinheta preta nas laterais.

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Figura 1 - As inteligências são múltiplas.


Fonte: Ollyy, Shutterstock, 2018.

Para melhor compreensão da Teoria das Múltiplas Inteligências relacionada as


potencialidades, são relevantes algumas caracterizações:  

Inteligência Linguística : refere-se à habilidade do indivíduo de


aprender códigos de comunicação;
Inteligência Lógico-Matemática : consiste na habilidade de usar o
raciocínio lógico;
Inteligência Espacial : é responsável pela habilidade de localização e
de criar imagens mentais;
Inteligência Corporal-Cenestésica : consiste na habilidade do uso do

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corpo para expressar ideias e sentimentos;


Inteligência Musical : envolve a habilidade de perceber, discriminar e
expressar sons;
Inteligência Interpessoal : está relacionada à habilidade de se
relacionar com o outro;
Inteligência Intrapessoal : habilidade de autoconhecimento;
Inteligência Naturalista : sensibilidade com o meio ambiente e seus
elementos.

Essa variedade de inteligências humanas possibilita um novo olhar para o


processo educacional, sendo professor e aluno partes dessa construção. Nesse
caso, o papel do professor deve ser o de mediador, ou seja, promotor de novas
aprendizagens. Assim, na perspectiva da política de Educação Inclusiva, todo
professor tem o compromisso de desenvolver competências e propor situações
de aprendizagem significativa. Quanto aos alunos com deficiência, o professor
precisa identificar e conhecer as potencialidades e necessidades específicas
desse indivíduo, bem como planejar os recursos e as estratégias de ensino que
proporcionem a aprendizagem efetiva. Com isso, o estudante poderá superar ou
compensar as dificuldades existentes, oportunizando meios para que todos
possam aprender, de acordo com as suas potencialidades.
Nesse sentido, o planejamento deve envolver metodologias que tornem a
aprendizagem significativa, proporcionando oportunidades para que os alunos
desenvolvam o máximo de suas habilidades, além do emprego de diferentes
formas de avaliação dos conhecimentos.
Para desenvolver as habilidades e estimular o processo de aprendizagem, os
educadores precisam compreender o processo cognitivo dos alunos.
Vamos estudar melhor sobre o assunto a partir de agora!

3.1.1 Diferentes processos cognitivos 


As pessoas são únicas, ou seja, por mais que tenhamos características comuns
de comportamento e fisionomia, temos elementos que nos diferem
completamente uns dos outros, como nossa forma de agir, sentir, pensar e
aprender. Essas diferenças são demarcadas pela genética , que herdamos de
nossos antepassados (família); por estímulos do ambiente em que vivemos,
isto é, a comunidade que estamos inseridos e as pessoas do nosso convívio; e
pela interação que temos com o mundo. Assim, cada aprendizagem envolve
diferentes conhecimentos e saberes, tornando-se um complexo processo que
abrange três domínios de aprendizagem: cognitivo, psicomotor e afetivo.

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O domínio cognitivo se caracteriza pela aquisição, organização e utilização do


conhecimento. Nesse sentido, são diversos os processos que permitem ao
indivíduo a apreensão do meio. Segundo Pantano (2009, p. 23), “[...] o processo
de aprendizagem necessariamente envolve compreensão, assimilação
(memória), atribuição de significado e estabelecimento de relações entre o
conteúdo a ser aprendido e os conteúdos a ele relacionados e já armazenados”.  
Dessa forma, para a aquisição do conhecimento, o indivíduo conta com esses
processos, como a atenção, a percepção, a representação, a memória, a
linguagem, o raciocínio e a tomada de decisão.
Em relação ao domínio psicomotor, entende-se que está diretamente
relacionado à capacidade do indivíduo de se movimentar, explorar o ambiente e
interagir com o mundo e as pessoas que o cercam. Rosa Neto (2002) enfatiza
que a atividade motora é significativa para o desenvolvimento global da criança,
pois é através da exploração motriz que ela desenvolve a consciência de si
mesma e do meio em que vive. Aquisições motoras estão, assim, vinculadas ao
desenvolvimento da percepção corporal e espaço-temporal, o que constituirão
componentes de domínio básico para aprendizagens concretas e simbólicas na
formação escolar.
Dessa maneira, a psicomotricidade se desenvolve na relação harmoniosa entre
os sete aspectos que atuam ora em conjunto, ora separadamente: tônus,
equilíbrio, esquema corporal, organização espaço-temporal, lateralidade, praxia
global e praxia fina. 

Tônus : está relacionado ao músculo;


equilíbrio : posição estável, sem oscilações;
esquema corporal : consciência do corpo;
organização espaço-temporal : organização no espaço, orientação
com relação à objetos e pessoas;
lateralidade : preferência por um lado do corpo;
praxia global : colocação de movimentos amplos e voluntários;
praxia fina : colocação de movimentos das mãos.

Compreendendo a Psicomotricidade como uma ciência que está relacionada ao


processo de maturação — em que o corpo é a origem das aquisições cognitivas,
afetivas e orgânicas —, percebemos que ela ainda é sustentada por três
conhecimentos básicos: movimento, intelecto   e afeto. Assim, a educação
psicomotora é fundamental no desenvolvimento da criança, uma vez que é
através do relacionamento com o meio que o indivíduo estimula suas

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inteligências.
Já por domínio afetivo se entende que é aquele relacionado à sensibilidade
corporal e à interpretação subjetiva das experiências do sujeito. Esse domínio
influencia e é influenciado pela percepção, pela memória, pelo pensamento, pela
vontade e pelas inteligências, sendo estes componentes essenciais para o
equilíbrio e a harmonia da condição de bem-estar social dos sujeitos. Nesse
contexto, o afetivo e o social interferem nos processos de desenvolvimento e
aprendizagem do ser humano. Considerando a complexidade de ambos, a
afetividade parece ser uma condição que não pode estar ausente no percurso.
Por isso, consideram-se três momentos de grande impacto na evolução da
afetividade: emoção, sentimento e paixão (MAHONEY; ALMEIDA, 2005).
Como podemos ver, os três domínios apresentam relação com o processo de
aprendizagem. Portanto, as alterações nesses domínios podem ser a origem
das dificuldades de aprendizagem dos alunos, fato que evidencia a importância
da mediação e dos conhecimentos por parte do professor.
A seguir, veremos as dificuldades de aprendizagem mais comuns no processo
de escolarização dos alunos com deficiência.

3.1.2 Dificuldades funcionais de aprendizagem 


As dificuldades de aprendizagem ocorrem como consequência de um
desequilíbrio, uma alteração em um ou mais domínios. Quando um aluno não
consegue ou demonstra não aprender os conteúdos escolares no mesmo tempo
de seus colegas, é comum dizermos que esses estudantes possuem
dificuldades de aprendizagem. Alguns fatores que podem estar relacionados à
dificuldade de aprendizagem são a mudança de escola, a troca de professores,
o nascimento de um irmão, a separação dos pais, a perda de um familiar, a falta
de sono, além de problemas de saúde, familiares, desnutrição, entre outros que
podem alterar o comportamento e as condições de aprendizagem dos sujeitos.
As dificuldades que se fazem presentes na vida escolar do aluno sem uma
causa evidente, como a relação com alguma deficiência ou Transtorno do
Espectro Autismo, são denominados Transtornos Funcionais de Aprendizagem.
Estes podem ser:

disgrafia : incapacidade de escrever corretamente a linguagem oral,


evidenciada pelas trocas ortográficas;
dislexia : transtorno de aprendizagem da leitura e da escrita em nível
severo;
discalculia : transtorno específico da habilidade em aritmética ou

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matemática;
transtorno do déficit de atenção : relaciona-se à falta de
concentração, organização, noção de espaço e tempo, esquecimento,
dificuldade de memorização e planejamento. 

Com relação ao déficit de atenção, ele pode se caracterizar como:   

desatenção : o aluno apresenta dificuldade em manter a atenção e


seguir instruções, bem como apresenta desorganização e distração;
hiperatividade/impulsividade : o estudante demonstra inquietação, ou
seja, dificuldade de permanecer na mesma atividade e posição por um
longo período, assim como também interrompe a fala e as ações das
outras pessoas, demonstrando impaciência;
misto : ocorre quando o sujeito é desatento e hiperativo/impulsivo
(FACION, 2013).

Como podemos ver, existe uma grande diferença entre os transtornos de


aprendizagem e as dificuldades de aprendizagem. As dificuldades de
aprendizagem são transitórias e podem ser vivenciadas por qualquer pessoa ao
longo do processo de escolarização, pois se relacionam aos fatores emocionais,
sociais ou econômicos que o indivíduo vivencia. Além disso, elas podem ser
superadas ou acarretarem outras dificuldades. Os transtornos de
aprendizagem , por sua vez, estão relacionados a uma das áreas específicas do
conhecimento e acompanham o indivíduo por toda a vida.
Considerando-se, então, que o processo de aprendizagem é bastante complexo,
veremos sobre as práticas pedagógicas com o item a seguir, as quais ajudam os
professores a lidarem com diferentes tipos de alunos.

3.1.3 Avaliação em um planejamento inclusivo


Atualmente, a prática da avaliação tem sido uma preocupação nas instituições
de ensino, pois precisa ser pensada e praticada fora da lógica da
homogeneização, oferecendo oportunidades para que todos possam aprender.
Assim, faz-se urgente a necessidade de se construir uma escola democrática,
acessível e baseada na perspectiva da inclusão, permitindo que a diversidade
dos alunos possa ser atendida.
O processo de avaliação deve identificar, a partir da interação do aluno com o
professor, as mudanças ocorridas no comportamento do estudante e o
conhecimento que ele apresenta sobre determinados assuntos que antes não

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possuía. Com relação aos materiais, é essencial observar como o aluno está
manipulando os objetos e se faz uso adequado destes.
A avaliação sendo concebida como um elemento do planejamento, direciona as
ações a partir do conhecimento das potencialidades e dificuldades do aluno.
Dessa forma, a avaliação da aprendizagem escolar deve ser inclusiva, ou seja,
deve avaliar todos os alunos, em todos os aspectos: comportamento,
aprendizagem, vida diária, socialização, entre outros. Além disso, acredita-se ser
impossível encontrar a didática ideal, uma vez que sempre precisaremos de
inovação e adaptação, pois “[...] os procedimentos didáticos ganham em
especificidade na medida da consideração de cada uma das necessidades
apresentadas pelos alunos” (BEYER, 2010, p. 72).
Levando em consideração a avaliação e as práticas pedagógicas inclusivas,
veremos, na sequência, sobre o Atendimento Educacional Especializado.

3.2 Atendimento Educacional


Especializado (AEE)
Ao longo da história da escolarização dos sujeitos com deficiência, diferentes
foram os espaços que estes frequentaram para aprender e diferentes eram as
práticas realizadas com eles. Inicialmente, essas pessoas frequentavam apenas
instituições especializadas, em ambientes separados das escolas tradicionais.
Os sujeitos com deficiência tiveram atendimento educacional em diferentes
espaços, sendo que ganham destaque as instituições especializadas, como o
Instituto Benjamin Constant (IBC), o Instituto Nacional da Educação de Surdos
(INES), o Instituto Pestalozzi, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
(APAE) e a Sociedade Pestalozzi.  

VOCÊ SABIA?
No Brasil, as primeiras instituições especializadas foram criadas na época do Brasil Império,
mas existem até hoje. O Instituto Benjamin Constant (IBC) foi criado em 1854, com o nome de
Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Três anos mais tarde, foi criado o Instituto Nacional da
Educação dos Surdos (INES), em 1857, com o nome de Instituto dos Surdos Mudos. As duas
instituições são do Rio de Janeiro. Para saber mais sobre, acesse o link oficial das duas
organizações: <http://www.ibc.gov.br/ (http://www.ibc.gov.br/)> e <http://www.ines.gov.br/
(http://www.ines.gov.br/)>.

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Os indivíduos que apresentavam condições de ir à escola, formavam uma turma,


denominada Classe Especial. Esse espaço era responsável por “treinar” os
sujeitos com deficiência para frequentarem a classe regular. Sendo assim,
aqueles alunos que aprendiam conteúdos curriculares e demonstravam
condições para aprenderem mais, eram encaminhados para a turma regular.
Contudo, caso não demonstrassem essa capacidade, permaneciam na Classe
Especial.
Após o ano de 2008, com a publicação da Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, temos um grande investimento
para a inclusão dos indivíduos com deficiência em turmas regulares. A partir de
então, todos em idade escolar passam a frequentar a escola e o Atendimento
Educacional Especializado (AEE), que pode ser realizado na própria escola ou
em outros espaços, como em centros de atendimento. É importante considerar,
ainda, que essas pessoas passam a frequentar a escola regular, mas isso não
quer dizer que não possam frequentar, também, outras instituições, como a
APAE.
O AEE, de acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva
da Educação Inclusiva, não deve substituir o ensino comum, sendo que sua
função é complementar ou suplementar. Portanto, as atividades realizadas na
Sala de Recursos Multifuncional (SRM) devem ser diferentes daquelas
desenvolvidas na sala de ensino comum (BRASIL, 2008).

VOCÊ SABIA?
O Ministério da Educação, desde o ano de 2005, disponibiliza materiais para as SRM através do
Programa de Implantação das Salas de Recursos Multifuncionais, que tem como objetivo apoiar
a escola na organização e oferta do AEE, sendo disponibilizados para as escolas equipamentos
de informática, mobiliários, materiais pedagógicos e de acessibilidade. Para maiores
informações, visite o link: <http://portal.mec.gov.br/acompanhamento-da-frequeencia-escolar
/194-secretarias-112877938/secad-educacao-continuada-223369541/17430-programa-
implantacao-de-salas-de-recursos-multifuncionais-novo (http://portal.mec.gov.br
/acompanhamento-da-frequeencia-escolar/194-secretarias-112877938/secad-educacao-
continuada-223369541/17430-programa-implantacao-de-salas-de-recursos-multifuncionais-
novo)>.

De acordo com o Decreto n. 7.611/2011, em seu art. 3, são objetivos do AEE:

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I – prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e


garantir serviços de apoio especializados de acordo com as necessidades
individuais dos estudantes;

II – garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular;

III – fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que


eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e

IV – assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis,


etapas e modalidades de ensino.

O AEE, então, deve ser oferecido aos alunos público-alvo da Educação


Especial, prioritariamente na SRM da escola em que o aluno frequenta ou na
escola mais próxima. Além disso, pode ser realizado no Centro de Atendimento
Educacional Especializado, no turno inverso à escolarização.
Aqui, cabe destacar que essa é a orientação legal para o atendimento, no
entanto, é importante considerar que, principalmente em escolas da zona rural,
muitos alunos não têm transporte ou não possuem condições para frequentarem
o AEE em turno diferente da escola, por isso, acabam frequentando o
atendimento no mesmo turno da escolarização. Para isso, são retirados da sala
de aula regular para o atendimento. Contudo, sabe-se que para a aprendizagem
do aluno, essa prática não é a mais adequada.
Outra informação importante de se considerar é que os alunos matriculados no
ensino comum que frequentarem o AEE serão contados duplamente no que se
refere ao financiamento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB). O
financiamento da matrícula do aluno no AEE está vinculado à matrícula no
ensino regular, de acordo com o que for registrado no Censo Escolar do ano
anterior.
Na sequência, vamos entender como funciona o trabalho do professor do
Atendimento Educacional Especializado.

3.2.1 O professor de AEE


Para trabalhar como professor de AEE, o educador deve ter formação inicial em
curso de licenciatura e formação específica para a Educação Especial, não
sendo obrigatória a formação inicial em Educação Especial.
No que se refere as atribuições do professor para o Atendimento Educacional
Especializado, a Resolução n. 4, de 2009, em seu art. 13, apresenta as
diretrizes para o AEE na Educação Básica. Alguns pontos mencionados são:

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identificar, organizar e elaborar recursos pedagógicos de


acessibilidade, assim como estratégias para as necessidades
específicas dos alunos com deficiência;
elaborar e executar um plano de Atendimento Educacional
Especializado, a fim de avaliar a aplicabilidade dos recursos
pedagógicos;
organizar o número de alunos atendidos na sala de recursos
multifuncionais, assim como acompanhar a aplicabilidade dos recursos
pedagógicos nesse espaço;
estabelecer parcerias intersetoriais na elaboração de estratégias e no
desenvolvimento de recursos de acessibilidade;
orientar os professores e familiares quanto aos recursos pedagógicos
e de acessibilidade utilizados pelos alunos;
ensinar quanto ao uso da tecnologia assistiva para ampliar as
habilidades dos alunos, a fim de promover autonomia e participação;
interagir com os educadores da sala de aula comum, buscando a
integração desses alunos nas atividades escolares a partir da
disponibilização dos recursos pedagógicos e de acessibilidade.
#PraCegoVer: A fotografia colorida mostra a mão direita de um caucasiano
segurando uma caneta preta, após ter escrito num fundo branco a palavra Plano
acima, seguida de uma seta apontando para a direita e para baixo, onde está
escrito a palavra Fazer, seguida de uma seta abaixo e para o centro, onde está
escrito a palavra Checar, seguida de uma seta apontando para cima e a
esquerda, onde está escrito a palavra Ação, seguida de uma seta apontando
para cima e a direita, fechando um círculo.

Além disso, as atividades desenvolvidas no Atendimento Educacional


Especializado se diferem daquelas ofertadas pela sala de aula regular e de um
reforço escolar. Por isso, devem ser atividades que estimulem o
desenvolvimento e auxiliem a aprendizagem do conteúdo escolar, de recursos
de comunicação e de serviços e recursos de acessibilidade.
Vamos entender melhor sobre o assunto com o item a seguir.

3.2.2 Processos educativos na Educação Inclusiva: questões


de avaliação e currículo
Durante muitas décadas, compreendíamos o currículo como um documento
inflexível que orienta a organização escolar, fundamentado em procedimentos,
técnicas e métodos para a transmissão de conteúdo. Dessa forma, a
aprendizagem a partir da memorização do que era ensinado se tornou comum.
No entanto, atender ao indivíduo em todas as suas dimensões é uma

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Figura 2 - O professor do Atendimento Educacional Especializado deve planejar suas ações.


Fonte: Dusit, Shutterstock, 2018.

essencialidade dos tempos atuais.


Hoje em dia, a escola está atuando em uma política de educação para todos, ou
seja, tem o compromisso de atender as necessidades educativas de todos os
alunos, independentemente de suas condições orgânicas, sociais e econômicas.
Sendo assim, “[...] o currículo deve ser apropriado como um instrumento para
realização de um projeto educacional dinâmico e comprometido com a
diversidade e singularidades na apropriação do conhecimento científico pelos
alunos que compõem o tecido social na escola” (FERNANDES, 2013b, p. 160).
Relacionar o conhecimento sobre a união do currículo, a cultura e a inclusão é a
concretização para que a educação aconteça. Nesse contexto, alunos e
professores possuem papeis específicos no desenvolvimento do currículo

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escolar. Assim, um planejamento para a diversidade e, consequentemente, para


a Educação Inclusiva, implica em fazer uma avaliação pedagógica cuidadosa,
valorizar as potencialidades, e não as limitações, bem como dinamizar o
currículo. Nessa prática pedagógica, todos os estudantes precisam ser
contemplados no exercício e enfrentamento de desafios, assim como do
compartilhamento dos conhecimentos com diferentes habilidades e/ou
possibilidades.
Flexibilizar o currículo é, portanto, proporcionar aos alunos acesso ao conteúdo.
Isso implica em oferecer uma mesma proposta ao grupo como um todo, mas, ao
mesmo tempo, atender as necessidades de cada um. Dessa forma, a realização
de adequações curriculares é o caminho para o atendimento das necessidades
de aprendizagem dos educandos. No entanto, para a identificação dessas
necessidades, é preciso que os sistemas educacionais passem a ter um olhar
diferenciado para o ensino e a aprendizagem.
Práticas pedagógicas inclusivas prescindem que todos os alunos terão
oportunidade de aprender os conhecimentos, mesmo que de maneiras
diferentes, sendo respeitados em seus ritmos e estilos de aprendizagem. Assim,
valoriza-se as potencialidades de cada um.

Figura 3 - O projeto pedagógico deve ser visto e pensado para além da missão, visão e valores da
escola.
Fonte: ChristianChan, Shutterstock, 2018.

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#PraCegoVer: A imagem mostra uma caderneta com as palavras visão, missão


e valores, e vários desenhos com gráficos, moedas, lupa, nuvem e em volta 8
lápis nas cores vermelha, roxa, laranja, amarela, azul, verde, laranja e vinho.

A escola que adota um currículo flexível não trata apenas das adequações
realizadas no planejamento pelo professor, mas, também, da reorganização das
ações previstas no projeto pedagógico. Com isso, leva-se em consideração
todas as adequações necessárias para a inclusão e a efetiva participação de
todos os alunos.  
A seguir, veremos alguns recursos que auxiliam na participação dos alunos com
deficiência, os quais podem ser utilizados na escola para facilitar o processo de
inclusão.

3.2.3 Serviços e recursos para a Educação Inclusiva


O Atendimento Educacional Especializado tem como objetivo primordial eliminar
as barreiras de participação, promovendo — através de serviços e recursos — a
participação dos alunos. Contudo, para que o aluno participe, ele precisa se
comunicar e se locomover, fazendo uso desses recursos e serviços.
Os serviços podem ser compreendidos como os atendimentos realizados por
profissionais capacitados, como a Educação Especial, a fonoaudiologia, a
terapia ocupacional, a fisioterapia, entre outros. Os recursos, por sua vez, são
equipamentos e mobiliários que mantêm ou melhoram as capacidades dos
indivíduos com deficiência. Ganham destaque nesse processo a tecnologia
assistiva e a comunicação aumentativa e alternativa.
A tecnologia assistiva “[...] deve ser entendida como um auxílio que promoverá a
ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da
função desejada e que se encontra impedida por circunstância de deficiência”
(BERSCH, 2006, p. 2). O principal objetivo é a promoção da autonomia dos
sujeitos.
No AEE, o professor pode usar a tecnologia assistiva nas modalidades de
comunicação aumentativa e alternativa, adequação de materiais didáticos,
recursos de informática e uso de mobiliários.
Alguns tipos de tecnologia assistiva são (BRASIL, 2007):

auxílios para a vida diária e prática;


recursos de acessibilidade ao computador;
adequação postural (posicionamento para função);
auxílios de mobilidade;

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sistemas de controle de ambiente;


projetos arquitetônicos para acessibilidade;
recursos para cegos ou pessoas com visão subnormal;
recursos para surdos ou pessoas com déficits auditivos;
adaptações em veículos.

VOCÊ QUER LER?


Para saber mais sobre a tecnologia assistiva, você pode visitar o site oficial. Lá, podemos encontrar
conceitos, explicações, categoriais, indicações de artigos, sites e programadas de tecnologia
assistiva. Acesse através do link: <http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html
(http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html )>.

Além da tecnologia assistiva, temos a comunicação alternativa ou aumentativa.


Para nos comunicarmos, utilizamos a fala, um olhar compartilhado, um texto, os
gestos, as expressões faciais, o toque, a língua de sinais, os símbolos, as
imagens e até os dispositivos que geram discursos. Porém, a comunicação é
considerada com eficácia quando a intenção de um indivíduo é compreendida
por outra pessoa. Assim, existem condições e situações que a comunicação não
acontece de forma natural, por isso, faz-se necessários recursos, serviços ou
equipamentos para efetivá-la. Esse conjunto de ferramentas e estratégias que o
indivíduo utiliza para resolver os desafios de comunicação é a comunicação
alternativa ou aumentativa.
Esse tipo de comunicação busca a valorização de todas as formas de expressão
dos sujeitos. Sua definição tem relação com a organização, ou seja,

Dizemos que a comunicação é aumentativa quando o sujeito utiliza um outro meio


de comunicação para complementar ou compensar deficiências que a fala
apresenta, mas sem substituí-la totalmente. E que comunicação é alternativa
quando utiliza outro meio para se comunicar ao invés da fala, devido à
impossibilidade de articular ou produzir sons adequadamente. (TETZCHNER;
MARTINSEN, 1992, p. 22, tradução nossa).

A comunicação alternativa faz uso de diferentes recursos, que podem ser


classificados em baixa tecnologia, por meio de pranchas de comunicação,
cartões de comunicação, mesa com símbolos, cartazes, agendas e pastas; e
alta tecnologia, através de microcomputadores, tablets e sintetizadores de voz.

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No contexto educacional, a comunicação alternativa é um importante recurso


para proporcionar a comunicação entre professor, aluno e colegas, tornando o
espaço da sala de aula interativo.
Agora que já entendemos um pouco mais sobre o Atendimento Educacional
Especializado e os recursos utilizados em sala de aula para melhor
aprendizagem do aluno com deficiência, iremos conhecer mais sobre a
legislação educacional vigente no Brasil.  

3.3 Educação para a cidadania,


educação e direitos humanos
O Brasil, como um país signatário das declarações internacionais, precisou se
reestruturar para dar conta das demandas presentes nessas declarações. Com
isso, passa-se a pensar em políticas públicas de Educação Inclusiva, ou seja,
essas declarações produzem muitas mudanças na política educacional
brasileira, sendo necessário um grande investimento, principalmente financeiro,
para dar conta do que é preciso fazer.
Sendo assim, para pensar na Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva, não há como não se referir à Declaração
Mundial de Educação para Todos, de 1990, e à Declaração de Salamanca, de
1994. Essas duas declarações nos apontam caminhos e demarcam objetivos
que devem ser alcançados. Com isso, os países repensam suas políticas
educacionais.
Vamos conhecer mais sobre cada uma das declarações e as suas implicações
na política educacional brasileira a partir de agora!

3.3.1 Declaração Mundial de Educação para Todos 


A Declaração Mundial de Educação para Todos foi criada na Conferência
Mundial sobre a Educação para Todos, realizada em Jomtien, na Tailândia, entre
os dias 5 a 9 de março de 1990. O principal objetivo desse documento é
satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Para tanto, o plano de
ações está organizado em 10 artigos:

satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem;


expandir o enfoque de atuação;
universalizar o acesso à educação e promover a equidade;
concentrar atenção na aprendizagem;

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ampliar os meios e o raio de ação da educação básica;


proporcionar um ambiente adequado à aprendizagem;
fortalecer alianças;
desenvolver uma política contextualizada de apoio nos setores social,
cultural e econômico;
mobilizar os recursos financeiro e humano, tanto públicos e privados
quanto voluntários;
fortalecer a solidariedade internacional. 

Nessa declaração, no que se refere aos sujeitos com deficiência, indica-se que
as necessidades básicas de aprendizagem “[...] requerem atenção especial. É
preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos
portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do
sistema educativo” (UNESCO, 1998, p. 4). Dessa forma, temos a primeira
indicação dos sujeitos com deficiência para ingressarem no ensino regular,
garantindo o acesso e que suas necessidades básicas de aprendizagem sejam
atendidas, assim como as de qualquer outra pessoa.
A seguir, vamos conhecer sobre a Declaração de Salamanca.

3.3.2 Declaração de Salamanca 


A Declaração de Salamanca foi criada na Conferência Mundial de Educação
Especial, realizada em Salamanca, na Espanha, entre os dias 7 e 10 de junho
de 1994, com a representação de 88 governos e 25 organizações internacionais.
Ela reafirma o compromisso assumido na Declaração de Educação para Todos e
ressalta a necessidade de ser providenciada a educação de crianças, jovens e
adultos no sistema regular de ensino.
A Declaração de Salamanca considera que toda criança tem direito fundamental
à educação, contudo, também menciona que toda criança possui características,
interesses e habilidades únicas, por isso, os sistemas educacionais precisam
levar em conta a diversidade. Além disso, as pessoas com necessidades
educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, sendo que as
escolas regulares inclusivas são mais eficazes ao combate a atitudes
discriminatórias (UNESCO, 1994).
Com isso, de acordo com a Unesco (1994), demanda-se aos governos que:

atribuam altas prioridades política e financeira para que os sistemas de


ensino se tornem aptos para incluírem todas as crianças, deficientes
ou não;

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adotem o princípio da Educação Inclusiva como lei ou política;


invistam esforços em estratégias para a identificação e a intervenção
precoces;
garantam programas de formação de professores. 

VOCÊ QUER LER?


Conhecer as orientações e determinações legais é essencial para a formação cidadã e profissional
de educadores. Dessa forma, saber a história, de onde vêm certas determinações e como chegamos
até elas, é de fundamental importância. Por isso, sugerimos a leitura na íntegra da Declaração
Mundial de Educação para Todos, disponível no link: <http://unesdoc.unesco.org/images
/0008/000862/086291por.pdf (http://unesdoc.unesco.org/images/0008/000862/086291por.pdf )>; e da
Declaração de Salamanca, disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos
/pdf/salamanca.pdf (http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf )>.

É importante pensar que a declaração determina que seja adotado o princípio da


educação inclusiva na forma de lei ou política. Com isso, foram impressas as
determinações de Educação Inclusiva. Assim, podemos perceber que a
Declaração de Salamanca, por tratar especificamente da conferência de
Educação Especial, apresenta e nos indica orientações que estão presentes na
política educacional brasileira.
Na sequência, vamos aprender quanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional e o Estatuto da Criança e do Adolescente.

3.3.3 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e o


Estatuto da Criança e do Adolescente
Em 1990, foi aprovada a Lei n. 8.069, conhecida como Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), referendando a Doutrina da Proteção Integral a Crianças e
Adolescentes e garantindo a universalidade dos direitos humanos. Nesse
contexto, todas as crianças e adolescentes — inclusive aquelas que possam
apresentar deficiências, transtornos ou altas habilidades — também possuem
direitos assegurados pelo ECA, que buscam contemplar suas necessidades,
com o objetivo de diminuir a exclusão social e o preconceito como direito à vida
e à saúde.
Em seu art. 11, parágrafo 2, a lei “[...] incumbe ao poder público fornecer
gratuitamente àqueles que necessitarem os medicamentos, próteses e outros
recursos relativos a tratamento, habilitação e reabilitação” (BRASIL, 1990). Já o

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direito à educação está garantido no art. 54, em que diz ser “[...] dever do Estado
assegurar à criança e ao adolescente: [...] III – atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular
de ensino” (BRASIL, 1990).
É assegurado pelo ECA, também, o trabalho protegido ao adolescente com
deficiência, o atendimento individual e especializado em local adequado as
condições do adolescente, os processos de adoção em que a criança ou
adolescente com deficiência que estiver na condição de adotando terá prioridade
de tramitação, entre outros direitos. Nesse sentido, a escola inclusiva se
fundamenta na ideia de que a diversidade humana deve ser reconhecida e
valorizada.
Mais tarde em, 1996, foi criada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, que determina os fins da educação, os caminhos a serem percorridos
e os meios adequados para atingi-los, ou seja, regulamenta a Educação Escolar
Nacional.
A Lei de Diretrizes e Bases, Lei n. 9.394/96, apresenta um capítulo para a
Educação Especial, definindo-a como uma modalidade de educação que se
realiza preferencialmente na rede regular para alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidade ou superdotação. Em
seu art. 59, assegura aos alunos:

I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos,


para atender às suas necessidades;

II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido
para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e
aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os
superdotados;

III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para


atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados
para a integração desses educandos nas classes comuns;

IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida


em sociedade;

V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares


disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.

Conhecer os marcos legais, políticos e normativos possibilita entendermos sobre


o atendimento e o reconhecimento dos sujeitos deficientes enquanto educandos.
Isto é, esse conhecimento nos possibilita compreender a importância da
Educação Inclusiva e nos remete a pensar as práticas pedagógicas

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desenvolvidas com os sujeitos público-alvo.  


Sendo assim, considerando o público-alvo da Educação Especial, a seguir,
iremos estudar um pouco mais sobre a diversidade na aprendizagem de sujeitos
com deficiência auditiva e visual.

3.4 Diversidade na aprendizagem


Atualmente, temos um discurso amplamente difundido de respeito à diversidade,
de gênero, religião, entre outros. A diversidade, então, relaciona-se aos valores
e as diferenças existentes entre as pessoas. Isso porque somos todos diferentes
e nossas características devem ser respeitadas e valorizadas. Assim, também
precisamos entender que há diversidade no que diz respeito a forma de
aprendizagem.
A partir de agora, vamos introduzir nossos estudos a respeito dos sujeitos com
deficiência auditiva e visual.  

3.4.1 Introdução à deficiência auditiva


Para podermos compreender a maneira como as pessoas com deficiência
auditiva aprendem, assim como para pensarmos em estratégias pedagógicas a
serem desenvolvidas com esses indivíduos, precisamos conhecer a surdez e
alguns elementos relacionados a essa condição.
Nesse sentido, o Decreto n. 5.626/2005, considera a:

[...] pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o
mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente
pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras. Parágrafo único. Considera-se
deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um 2. decibéis
(dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 000Hz
e 3.000Hz. (BRASIL, 2005).

A surdez, então, pode ser classificada a partir de suas causas, sendo elas:

surdez congênita : a criança nasce surda, podendo essa deficiência


estar relacionada a alguma doença que a mãe teve durante a gravidez
(rubéola e toxoplasmose, por exemplo) ou a algum trauma durante o
parto;
surdez adquirida : ocorre após o nascimento e pode estar relacionada

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a problemas na parte interna do ouvido, por exposição a ruídos altos ;


cultura surda : costumes, hábitos, piadas e histórias que a
comunidade surda compartilha e transmite as gerações seguintes. 

VOCÊ SABIA?
A expressão “surdo-mudo” ou “mudo” são um equívoco e tornam a deficiência pejorativa. Os
sujeitos surdos não falam porque não ouvem, contudo, muitos surdos fazem treinamento
auditivo e reabilitação oral com fonoaudiólogos para desenvolverem a oralidade. Os que
conseguem esse desenvolvimento são chamados de “surdos oralizados”.

A   identidade de um grupo social   está na sua cultura, construída pelo ser


humano, a qual inclui mitos, símbolos, ritos, crenças e todo o conjunto de
conhecimentos e comportamentos adquiridos ao longo dos anos. Assim, a
identidade cultural   é o sentimento de   identidade   de um grupo, cultura ou
indivíduo, conforme este é influenciado por ela.
Assim, a identidade cultural surda pode ser dividida em seis tipos, sendo elas:

surdo com identidade surda : identifica-se pela diferença, como o


sujeito que apresenta uma diferença linguística;
identidade surda híbrida : surdos que nasceram ouvintes e se
tornaram surdos, tendo oportunidade de conhecer a estrutura da
língua portuguesa;
identidade surda incompleta : pessoas que medicalizam a surdez e a
negam como diferença, acreditando que os ouvintes são superiores a
eles;
identidade surda flutuante : são indivíduos conformados e
acomodados com as situações impostas pelos ouvintes, migram entre
a comunidade surda e ouvinte sem se definirem;
surdo com identidade ouvinte : não aceita a surdez e não gosta de
ser reconhecido como surdo;
surdo genético : que nasce de pais surdos. 

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VOCÊ QUER LER?


O livro “LIBRAS? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da
realidade surda”, de Audrei Gesser, apresenta de forma descontraída, a partir de perguntas e
respostas, muitas das dúvidas relacionadas à surdez e à Língua Brasileira de Sinais. Vale a pena a
leitura para nos aprofundarmos quanto a temática!

É válido mencionar que os surdos têm sua cultura expressa através de


símbolos, basicamente visuais, cuja representação é a Língua Brasileira de
Sinais. A LIBRAS, como comumente é conhecida, é tida como a língua oficial da
comunidade surda brasileira.  

Figura 4 - A comunicação em língua de sinais.


Fonte: Shutterstock, 2018.

#PraCegoVer: A fotografia com fundo branco, mostra 2 mulheres caucasianas


da cintura para cima conversando em libras, uma está de frente vestindo uma
blusa vermelha e a outra de costas vestindo uma roupa branca com círculos
grandes e coloridos nas cores azul claro, preto e rosa.

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A abordagem educacional defendida e recomendada pela comunidade surda é


por meio do bilinguismo. Nela, o sujeito surdo está em contato com as duas
línguas, a LIBRAS e o português na modalidade escrita.
É importante, portanto, no processo educacional, pensar em três momentos,
principalmente durante o Atendimento Educacional Especializado, para os
alunos com surdez:

explicação dos conteúdos e conhecimentos curriculares em LIBRAS;


aprendizagem da LIBRAS;
e ensino de língua portuguesa na modalidade escrita.

A seguir, vamos analisar um caso prático fictício para melhor compreendermos a


atuação do professor no contexto educacional do aluno surdo.

CASO
Maria é graduada em Pedagogia. Ao longo do seu processo de formação inicial, participou de um grupo de
pesquisas que possuía como foco o estudo e a alfabetização. Sendo assim, ela desenvolveu o seu processo
formativo com base nesses conhecimentos. Contudo, logo que começou a trabalhar em uma escola da rede
pública, Maria recebeu em sua turma de segundo ano do Ensino Fundamental um aluno com surdez, usuário da
LIBRAS, ainda não alfabetizado na língua portuguesa na modalidade escrita. A professora ficou confusa, mas não
se desesperou e procurou a coordenação pedagógica da escola para aprender como trabalhar com seu aluno.

Lá, Maria teve ajuda da professora de Educação Especial, que mencionou o que ela poderia fazer, que recursos
poderia utilizar, como poderia trabalhar com o estudante, entre outras questões pertinentes ao assunto. Após
algumas reuniões, as professoras formaram dois grupos de estudos para aprenderem LIBRAS, envolvendo
professores, funcionários e colegas. O aluno com surdez, inclusive, participava de todos os encontros para
auxiliar o trabalho da professora de Educação Especial. Foi, portanto, uma experiência produtiva para todos os
evolvidos, pois, aos poucos, a comunidade escolar aprendeu a se comunicar com o indivíduo e ele mesmo
passou a fazer parte da escola como qualquer outro aluno, tendo sua diferença linguística respeitada.

A professora Maria, com um trabalho conjunto com a professora de Educação Especial, conseguiu alfabetizar seu
estudante.

O mais importante a se considerar no que se refere o atendimento dos alunos


surdos é que “[...] as reflexões e a tomada de decisão do professor a respeito
das práticas mais adequadas a serem utilizadas com seu aluno serão
dependentes do sujeito concreto que ele tem diante de si, bem como as
considerações sobre sua história de vida” (FERNANDES, 2013a, p. 74).

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VOCÊ QUER VER?


O filme A Família Belier, de Eric Lartigau, nos traz reflexões a respeito do significado da participação
da família da pessoa surda na inclusão social. Muitas concepções são apresentadas sobre a questão
do bilinguismo de acordo com o cotidiano. Além disso, a partir de um sensível olhar pensante à
inclusão da pessoa surda, podemos compreender a importância e o significado da convivência com
a diversidade. Vale a pena ver o filme e se inteirar sobre o tema!

Pensar o processo de inclusão do aluno surdo em práticas pedagógicas que


proporcionem a aprendizagem é um desafio que provoca mudanças em toda a
comunidade escolar. Mas, para além do aluno com deficiência auditiva, temos,
também, que pensar no processo de inclusão de outros alunos com deficiência,
como aqueles com problemas visuais. Iremos estudar mais sobre isso com o
item a seguir.

3.4.2 Introdução à deficiência visual


Historicamente, os sujeitos com deficiência sempre foram vistos como pessoas
incapazes, sujeitos que se encontram em desvantagem com relação aos
demais. No entanto, essa é uma produção social, carregada de estereótipos e
mitos. Hoje, ainda que tenhamos uma grande carga de preconceito, avançamos
em muitos aspectos, principalmente no que diz respeito ao reconhecimento dos
sujeitos com deficiência.  

VOCÊ O CONHECE?
Tribo de Jah é uma banda de reggae brasileira, fundada na Escola de Cegos do Maranhão. Foi
nessa escola que os integrantes da banda se conheceram. Dos cinco integrantes, quatro são cegos
e um possui visão parcial em apenas um dos olhos. A formação da banda nos mostra a capacidade
que as pessoas com deficiência têm de desenvolverem atividades comuns.

A deficiência visual pode ser congênita ou adventícia. Ela é considerada


congênita quando a criança nasce com o problema, causado por lesões ou
enfermidades que comprometem as funções do globo ocular. Já a deficiência
adventícia se caracteriza pela perda da visão em qualquer idade.

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As principais causas da deficiência visual são a toxoplasmose, a rubéola, a má


formação ocular, as lesões, a meningite, a catarata, as síndromes e as doenças
degenerativas.
As crianças com deficiência visual devem ser estimuladas a terem uma vida com
autonomia para se locomoverem e fazerem escolhas. No processo de
escolarização, o uso de recursos tecnológicos, como leitores de telas,
audiodescrição, livros e materiais adaptados são importantíssimos para que os
alunos possam ter acesso aos conteúdos escolares. Além disso, o tato e a
audição são essenciais para esses sujeitos.  

Figura 5 - É essencial o uso de diferentes tipos de materiais na Educação Inclusiva.


Fonte: littleman, Shutterstock, 2018.

#PraCegoVer: A imagem mostra um fundo amarelo, com um caderno a direita,


em cima do caderno uma lupa e três alfinetes coloridos, sendo um na cor
laranja, ou verde e outro amarelo. Acima oito lápis coloridos nas cores: salmão,
vermelho, lilás, azul claro, laranja, amarelo verde e marrom. Abaixo 6 clips
coloridos, sendo: 1 rosa, 1 verde, 1 vermelho, que está entre um clipe branco e
dois azul claro, e 2 lápis pretos de escrever. Abaixo da imagem, da esquerda
para a direita temos uma tesoura com cabo laranja, 3 canetas esferográficas, 2
pincéis e uma folha de caderno.

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É essencial, também, que o professor tenha conhecimento sobre o Sistema


Braille, tanto para ensinar o aluno como para poder acessar, planejar e propor
materiais nesse código escrito. No processo de alfabetização, o educador
também deve considerar, assim como com as demais crianças, os
conhecimentos já adquiridos desses indivíduos e as experiências vivenciadas,
trabalhando a partir desse ponto.
No Atendimento Educacional Especializado, as atividades buscam estimular a
vida diária como orientação e mobilidade; o ensino do Sistema Braille; o uso de
recursos tecnológicos e de informática, como softwares sintetizadores de voz; a
adaptação de material para Braille, alto-relevo, produção e ampliação de livros
didáticos, de literatura e das atividades que serão realizadas no ensino comum;
e o ensino do uso do Soroban. 

VOCÊ QUER VER?


O curta-metragem As Cores das Flores foi produzido pela ONCE, uma organização espanhola sem
fins lucrativos que tem como missão melhorar a qualidade de vida das pessoas cegas. O curta conta
a história de Diego, um menino cego que precisa escrever uma redação com o tema “as cores das
flores”. Para conhecer a história completa e entender como foi realizado o trabalho com Diego, veja o
vídeo completo através do link: <http://labedu.org.br/as-cores-das-flores/ (http://labedu.org.br/as-
cores-das-flores/ )>.

É importante considerar, ainda, que os alunos com deficiência visual são sujeitos
capazes, que experienciam o mundo de uma maneira diferente. Assim, é
importante possibilitar que eles utilizem essas experiências no processo de
ensino e aprendizagem, para que possam aprender e atingir os níveis mais
elevados do processo de escolarização.
Para além dessas deficiências, outras podem ser elencadas como um desafio
para o planejamento dos projetos pedagógicos dos professores. Sendo assim, é
fundamental que o educador estude a respeito do assunto e se aprofunde na
temática para trabalhar com esses estudantes da melhor forma possível.

Síntese
Concluímos mais um capítulo a respeito da Educação Inclusiva. Aqui,

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aprendemos quanto ao Atendimento Educacional Especializado e o trabalho


feito nas escolas com as pessoas com deficiência. Agora, você conhece alguns
elementos importantes da prática pedagógica com alunos com deficiência.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
conhecer algumas orientações para o Atendimento Educacional
Especializado;
aprender conceitos importantes no que diz respeito ao atendimento
dos sujeitos com deficiência;
compreender o currículo e a avaliação na perspectiva inclusiva;
reconhecer a importância das políticas públicas;
conhecer alguns transtornos de aprendizagem e como o professor
deve lidar com elas.

Bibliografia
A FAMÍLIA Bélier. Direção: Eric Lartigau. França/Bélgica: Paris Filmes, 2014.
106 min. Color.
BEYER, H. O. Inclusão e avaliação na escola : de alunos com necessidades
educacionais especiais. Porto Alegre: Mediação, 2010.    
BERSCH, R. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto Alegre, 2006.
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BRASIL. Decreto n. 5.626, de 2 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei no
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Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial
da União. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03
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educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras

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providências. Diário Oficial da União. Brasília, 2011. Disponível em:


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