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INTRODUÇÃO

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: ASPECTOS GERAIS

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL

DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Nos dias atuais, sabe-se que os professores, especialmente das instituições de ensino municipais, têm
dificuldades e, ao mesmo tempo, interesse em incluir alunos com deficiência intelectual. Apesar de não receberem
formação adequada nos anos de graduação para apoiar seu trabalho em sala de aula, eles precisam de apoio para
desenvolver seu trabalho.

é necessário saber quais são as principais


Outrossim,

características dos alunos com deficiência intelectual. Segundo Pinto


(2021, p. 23), existem quatro áreas distintas de deficiência
intelectual, tendo sempre em conta que cada pessoa tem as suas
próprias características, dificuldades e capacidades:
 área motora: algumas crianças com deficiência intelectual podem apresentar alterações na motricidade
fina, atingindo graus mais severos na coordenação e manipulação, obtendo dificuldades para andar;
 área cognitiva: parcela dos estudantes com deficiência intelectual podem:
a) apresentar dificuldades na aprendizagem de conceitos abstratos;
b) aprender de tudo só que de maneira mais lenta;
c) apresentar dificuldades para focar atenção;
d) demorar a memorizar;
 área da comunicação: alguns alunos podem apresentar dificuldade de comunicação;
 área sócio educacional: em alguns casos pode ocorrer disparidade entre a idade mental e a idade
cronológica. No entanto, indica-se que esses alunos tenham contato com pessoas da mesma idade
cronológica para contribuir com o seu desenvolvimento.

No entanto, é importante ressaltar que as limitações dos indivíduos com D.I dependem das habilidades e
necessidades individuais. Portanto, deve-se entender que estas pessoas, como todas as outras, possui limitações
e habilidades. Assim, a motivação de familiares, amigos e professores pode determinar o nível de desenvolvimento e
como lidar com as dificuldades.

No ambiente escolar é possível elaborar mecanismos de


estimulação cognitiva, social e motora, o que cria maiores
oportunidades de desenvolvimento global para cada criança.
Portanto, a inclusão de crianças com deficiência intelectual em
escolas regulares permite ampliar seu universo de aprendizagem e,
assim, criar oportunidades de integração social, seja no nível
afetivo ou mercadológico, uma vez que “o homem não é uma essência imutável,
ele está aberto ao mundo, completa-se nos signos, no outro, na troca com a exterioridade”
(MOSÉ, 2015, p. 36).

Dessa forma, tanto os especialistas em educação quanto os demais profissionais da


escola devem estar preparados para enfrentar seus obstáculos junto com essas indivíduos,
oferecendo o suporte necessário, levando em consideração suas diferenças e possibilitando a garantia
de igualdade e equidade.

Recursos e estratégias de ensino para alunos com deficiência intelectual


Devido à diversidade de escolas, o professor deve elaborar diversos planos de aula
com estratégias que favoreçam o aprendizado. Afinal, nem todos os alunos seguem os
mesmos caminhos na hora de construir o conhecimento e para crianças com deficiência
intelectual não são diferentes. Como já nítido, todos têm limitações e oportunidades
específicas (devido às suas experiências pessoais), então cada um tem um aprendizado
diferente.

As limitações devem ser consideradas, mas nunca são determinantes. Os educadores devem
estar atentos às dificuldades para criar atividades que fortaleçam as potencialidades das pessoas com
deficiência intelectual, sempre levando em conta o que o aluno já sabe, seu conhecimento de mundo,
a forma como se comunica com os outros, e o o jeito de aprendizagem. Dessa forma, o professor
deve estar atento às possibilidades de aprendizagem dos alunos com este tipo de deficiência e ter meios para organizar e implementar suas
estratégias pedagógicas.

Para que o professor consiga planejar bem suas atividades, ele deve primeiro considerar o aluno e seus conhecimentos. Planejamento
significa projeção, programar e preparar roteiros para atingir objetivos específicos para evitar a improvisação. Sendo a escola o espaço para a
concretização do plano escolar, é necessário organizar atividades voltadas para a qualidade da educação dos alunos em todos os níveis. (OYAFUSO;
MAIA, 2004, p. 26, grifo das autoras).

O jogo é uma forma lúdica de adquirir novos conhecimentos, permite que o aluno participe de
seu aprendizado de forma coletiva e ativa, ajuda a desenvolver a comunicação, a expressividade, a
criatividade, a autonomia. O professor é indispensável como mediador da aprendizagem por meio de
jogos, pois junto com os alunos com esses alunos, ele cria regras, estimula os participantes a
trocarem informações e tirarem conclusões.

Outro recurso importante para o ensino e aprendizagem de alunos com deficiência intelectual, é a utilização de computadores. Este auxilia
o aluno ao proporcionar o uso de editores de texto e imagens, a internet como ferramenta de pesquisa
e comunicação por meio das redes sociais, o acesso à informação e comunicação e a oportunidade
de adquirir softwares especiais que estimulem o aprendizado e a capacidade de criar, encontrar e
construir conhecimento juntos. Portanto, o computador torna-se uma ferramenta muito eficaz para o
desenvolvimento de atividades de aprendizagem para alunos com deficiência intelectual.

Aulas com referência visual marcante (cartazes, murais, etc.), fotografias e letras grandes e
coloridas, favorece o aprendizado de crianças com deficiência intelectual, pois permite uma
visualização imediata, lúdica e impactante das informações estudadas e aprendidas, o que facilita a
compreensão e recordação do conteúdo.

deve desenvolver atividades e projetos


Portanto, o docente

associados ao cotidiano dos alunos, focando em suas


habilidades e potencialidades. As atividades planejadas
devem ser apresentadas detalhadamente e explicadas
repetidamente e com calma para que esses alunos possam
entender e aprender melhor. Outrossim, para um melhor
aprendizado dos aspectos sócioafetivos, é necessário trabalhar em
grupo, propor tarefas que apresentem problemas cotidianos,
avaliar os aspectos da comunicação e cuidar para fortalecer a
independência deste discente.

O lúdico como metodologia para o ensino de alunos com deficiência intelectual

Com base na pesquisa de Kishimoto (2005), é possível enfatizar o desenvolvimento de


atividades lúdicas, principalmente brinquedos e jogos, é o que estabelece as primeiras reflexões
sobre sua importância na educação. Nos dias atuais, aumentou-se o uso de
brinquedos na educação e reeducação de crianças com deficiência
intelectual, ajudando a melhorar a qualidade do processo de
aprendizagem e escolarização de todas as crianças.
O uso do lúdico, como os jogos, já foi descrito nos primórdios das civilizações antigas como
parte da vida de crianças e adultos e como forma de introduzi-los e envolvê-los na sociedade. Sob este
viés, a criança participava ativamente, como uma espécie de rito de passagem para a vida adulta,
utilizando as mais diversas brincadeiras. De acordo com Ferreira (1997, p. 16):

Uma outra atividade, de caráter ritualístico, na qual estava presente o lúdico


de forma muito significativa para o homem antigo, foi a dança, onde ele
exibia suas qualidades físicas, seus sentimentos pela caça e pela pesca feliz
ou a dramatização de qualquer evento que merecesse destaque, como os
nascimentos e os funerais. A dança representava, pelo que se pode
perceber, papel fundamental no processo de educação, por se fazer
presente em todos os ritos que preparavam para a vida social.

Esta citação mostra claramente que as civilizações antigas adotaram muitos métodos
lúdicos para realizar suas tarefas rituais, enfatizando a brincadeira oferecida pela dança, que
simbolizava em sua coreografia o prazer e a diversão da caça e da pesca entre outras coisas.

Brincar é uma necessidade humana natural; é uma forma de expressão, de comunicação que
as pessoas têm desde o nascimento. É uma prática humana social em um contexto cultural onde as
pessoas usam a imaginação e a fantasia para interagir com a realidade circundante e dimensioná-la
com novas ações. Ademais, Davýdov (1982, p. 180) enfatiza o importante papel do método de ensino,
sua importância no desenvolvimento das funções mentais superiores no processo de aprendizagem.
Dada a importância do desenvolvimento de habilidades intelectuais, a escolha da metodologia e dos
recursos é importante: “A maneira pela qual o ensino está organizado intervém no
desenvolvimento intelectual do sujeito, ou seja, o ensino constitui a forma internamente
indispensável e geral de desenvolvimento intelectual”.

Como mediador do processo de aprendizagem e participação em aula, o professor deve estar


atento e ser o maior instigador de atividades lúdicas, respeitando o tempo de seus alunos,
principalmente crianças com deficiências de desenvolvimento e/ou complexas, seguindo
Kishimoto (2011, p. 23) enfatiza a importância de o
orientações importantes. do nosso ensino.
docenteparticipar e mediar às atividades lúdicas em sala:

Podemos perceber que o jogo educativo é um recurso que pode ser bastante produtivo;
contudo, não adianta possuir o melhor jogo educativo se o professor não souber estimular as
crianças, tornar a sua utilização significativa e participar dos jogos e brincadeiras propostos.
Para o jogo ser realmente eficiente o professor tem que participar durante o desenvolvimento
da atividade lúdica; deve ocorrer a mediação entre a atividade lúdica e o aprendizado que ela
trará. Esta mediação pode ser realizada por meio de sujeitos (como o professor, a mãe ou um
amigo), de objetos e artefatos, porque a mediação é importante no processo educativo. Em
especial no processo inclusivo.

Portanto, os
recursos e objetivos pedagógicos mais versáteis
acionados pela atividade lúdica são a base para uma educação
igualitária, inclusiva, baseada no respeito e no incentivo à
valorização da diferença. Assim podemos perceber o quão rica a
aprendizagem lúdica acontece na sala de aula. Hoje, novos conceitos
confirmam que o lúdico, o brincar é indispensável no processo educacional, incluindo aspectos
importantes do desenvolvimento cognitivo, social, afetivo e psicomotor. Segundo estudos de Rizzini
e Menezes (2012), vários estudos abordam o uso de jogos, histórias
e outros recursos lúdicos na prática pedagógica que levam a ganhos
significativos na aprendizagem de crianças com deficiência
intelectual.
O uso do lúdico nas atividades de aprendizagem proporciona ao aluno confiança na
aprendizagem e permite-lhe aliar a aprendizagem ao prazer, o que é característico do aluno com boa
autoestima acadêmica. Por se sentirem inteligentes e capazes, estão interessados em aprender
mais. Umaluno com deficiência intelectual que manifesta baixa
autoestima pode tornar o lúdico um importante aliado para ajudar a
resgatá-la; o lúdico é, portanto, um método de ensino onde o
ambiente fornecido cria condições iguais.

Ensinar através do lúdico, segundo Silva (2012), é uma meio


para os professores desenvolverem aulas mais interessantes,
descontraídas e dinâmicas, e isto facilita o aprendizado. Sob este
viés, a ludicidade é um recurso pedagógico que também promove a inclusão. Durante esta prática,
o docente pode e deve direcionar a atividade se necessário, fazendo algumas vezes intervenções
que estabeleçam limites claros e objetivos dependendo do momento do aluno, para que ele processe
sua impulsividade, agressividade e aprendizagem através da brincadeira, para assim, lidar com as
próprias dificuldades e limitações na atividade pedagógica.

A educação lúdica é de grande importância e existe em


todas as áreas do ser humano. Sempre esteve lá, combina
teoria profunda e prática ativa e está longe de ser um
passatempo ingênuo, um jogo idiota, uma diversão
superficial. Devido ao impacto no desenvolvimento da criança, o
lúdico pode ser usado na escola como um meio muito eficaz de
aprender tarefas. A partir disso, Kishimoto (1998) acrescenta que o
mesmo foi adotado como apoiador de atividades didáticas na rede
de ensino, com o objetivo de adquirir conhecimentos, pois
conquistou o espaço final na educação infantil.

Dessa forma, as atividades lúdicas possibilita a construção de


novos métodos de aprendizagem que aumentam as
oportunidades de aprendizagem de alunos com deficiências de
desenvolvimento, como por exemplo o xadrez, excelente recurso
pedagógico no processo de ensino escolar. Portanto, pode-se observar que os autores
citados concordam e veem a importância do uso de brinquedos, jogos e brincadeiras, isto é, o lúdico,
como recurso pedagógico no desenvolvimento da aprendizagem e inclusão de alunos com deficiência
intelectual.

O atendimento educacional especializado para alunos com deficiência intelectual

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