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Pró-Reitoria de Extensão

PIBEX

PLANO DE TRABALHO

1 – Identificação

Aluno(a)
BRUNA DOS SANTOS EUZEBIO
Orientador(a)
Rita de Cássia Oliveira Carneiro
Título do Projeto/Programa do orientador(a)
Alfagaris

Título do Plano de Trabalho do aluno(a)

Acompanhamento de estudantes do Projeto Alfagaris com maiores dificuldades de apreensão de conteúdos.

Palavras-chave (máximo de 5)
Alfabetização; EJA; Garis; Feira de Santana; Formação tecnológica

2 - Justificativa

Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma modalidade de ensino destinada ao público que não completou,
abandonou ou não teve acesso à educação formal na idade apropriada. A EJA é popularmente conhecida
como supletivo e vem resgatar a cidadania daqueles alunos que não completaram os anos de ensino.A EJA foi
instituída pelo Governo Federal com o principal objetivo de promover a inclusão social e o acesso de jovens e
adultos à educação. No entanto, outras finalidades também são alcançadas, como a flexibilidade e a economia de
tempo e dinheiro dos estudantes, além da inclusão digital pelo uso da tecnologia na educação.
O Departamento de Educação da Universidade Estadual de Feira de Santana (DEDU/Uefs), em parceria com a
Empresa Sustentare Saneamento, realiza projeto de Extensão AlfaGaris. O objetivo é promover a alfabetização
dos profissionais de limpeza pública de Feira de Santana. A primeira turma alfabetizou 28 trabalhadores através
de um projeto de extensão que caracteriza-se como a Extensão Universitária, caracterizada como a ação da
Universidade junto à comunidade que possibilita o compartilhamento, com o público externo, do conhecimento
adquirido por meio do ensino e da pesquisa desenvolvidos na instituição. Todavia as dificuldades de permanência
e entendimento dos assuntos na EJA é devido a diversos fatores, tais como: o dever de trabalhar, sustentar a
família, o fato das aulas serem pela noite após um dia exaustivo de trabalho faz com que os estudantes sintam
cansaço extremo e muito sono o que dificulta a apreensão de conteúdos. Conforme o que está exposto no art.
37, inciso 1º: “Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam
efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do
alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho”. (LDB nº 9.394, 1996). Conforme o exposto, o
professor deverá perceber qual aluno ou quais alunos precisam de acompanhamento individualizado ou até
mesmo de uma adaptação curricular. A partir disso, ao preparar o currículo escolar os professores precisam
contemplar itens que correspondam às necessidades e interesses dos educandos dessa modalidade de ensino.
É necessário entender também que a pessoa adulta não alfabetizado muitas vezes consegue de maneira simples
e espontânea transmitir suas idéias e opiniões, sem saber colocar o tempo e o meio em que o verbo deveria
estar. O que não significa que dentro da suas particularidades não esteja atento aos assuntos da sociedade.
Pode por vezes, sentir-se constrangido em expor suas opiniões, seja por estar em determinado local ou na
presença de pessoas cultas, por medo de zombarias e discriminações Constata-se assim, a necessidade de
aperfeiçoar-se em seus estudos ou iniciar-se como aluno, para tanto Pinto (1982, p 83) descreve:
O educador tem que considerar o educando como um ser pensante. É um portador de
idéias e um produtor de idéias, dotado frequentemente de alta capacidade intelectual,
que se revela espontaneamente em sua conversação, em sua crítica aos fatos, em sua
literatura oral. O que ocorre é que em presença do erudito arrogante, "culto" (o "doutor") o
analfabeto se sente inferiorizado e seu comportamento se torna retraído.
Que correlacionado com o pensamento freiriano expõe a necessidade do educador sempre pensar e buscar
interligar os conhecimentos empíricos com os conhecimentos adquiridos em sala de aula.

3 - Caracterização do Plano de Trabalho como uma ação extensionista

O “Projeto de Extensão Alfagaris” caracteriza-se pelas diretrizes de natureza acadêmica assentado no


preceito da indissociabilidade extensão, ensino e pesquisa na formação técnica e cidadã do estudante e pela
produção e difusão de novos conhecimentos e novas metodologias, de modo a configurar a natureza
extencionista do projeto. Organiza-se pela interdisciplinaridade entre os conhecimentos tratados nos
componentes curriculares EDU 274- Prática Pedagógica em Experiências Educacionais Não Escolares, EDU
290 Educação de Jovens e Adultos e EDU 277 - Práticas Pedagógicas em Educação de Jovens e Adultos, do
Departamento de Educação.
As ações propostas no plano se caracterizam como extensionistas visto que, além de vinculado a um projeto
de extensão, apresenta uma ação que contribuirá para a potencialização do projeto que atende a um grupo
social que majoritariamente negro, favorecendo a emancipação social desses indivíduos através do processo
de ler e aprender a palavra-mundo no processo de alfabetização. Dessa forma, o plano de trabalho envolve
sujeitos internos e externos à universidade. Seus desdobramentos podem ter alcance para além do grupo de
trabalho imediato à medida que, empoderados, estes indivíduos poderão contribuir para empoderar sujeitos
ao seu redor, a começar por sua família. Além das possibilidades formativas que o projeto possibilita, ele
também contribui para a curricularização da extensão e coloca o currículo de formação do pedagogo em
movimento com a sociedade que a cerca.
Esse plano de trabalho caracteriza-se como ação extensionista na medida em que busca auxiliar os
estudantes com vulnerabilidade econômica e social a melhorar significamente a sua escrita e leitura por meio
de técnicas que facilitam o entendimento dos assuntos passados em sala de aula. Esses métodos serão
ministrados por profissionais capacitados que utilizarão da ludicidade para transmitir os saberes.
É uma ação extensionista também porque busca a inclusão de pessoas na sua maioria negras e analfabetas
que sempre ficaram a margem da sociedade. Deste modo, as horas destinadas ao trabalho serão: ensinando,
bem como participando de formações e reuniões, sob a coordenação da professora Rita de Cássia Oliveira
Carneiro.
4 - Referencial Teórico (Situar o trabalho no contexto de sua área de conhecimento

O ensino e a aprendizagem ocorrem simultaneamente e toda e qualquer dificuldade serve como um


impedimento para a concretização do aprender. Na Educação de Jovens e Adultos (EJA), tais fatores também
podem ser considerados como causadores da dificuldade de aprender, principalmente, os aspectos referentes
ao desenvolvimento do currículo, onde “a educação oferecida a esses sujeitos está referenciada no currículo
elaborado para crianças e adolescentes, o que contraria a sua especificidade estabelecida nas leis que regem a
Educação de Jovems e Adultos” (SOGLIA; SANTOS, 2010, p. 5).
Sobretudo, é pertinente o que pontua Paín (1992, p. 28) ao falar da complexidade que envolve as dificuldades de
aprendizagem "[...] no sentido que o não aprender não configura um quadro permanente, mas ingressa numa
constelação peculiar de comportamentos". Essas definições podem ser confundidas se envoltas em
características comportamentais como acontece com os alunos da EJA, que na maioria das vezes, são
considerados preguiçosos, desatentos, sem futuro, atrasados, etc. Ainda, “[...] se a aprendizagem não é uma
estrutura, não resta dúvida de que ela constitui um efeito, e neste sentido é um lugar de articulação de
esquemas”. (PAÍN, 1992, p.15).
Constata-se, dessa forma, que é preciso:

Formar hoje para uma perspectiva omnilateral, e dentro de uma concepção de que as
pessoas vêm em primeiro lugar, pressupõe tornar-se senso comum de que as relações
capitalistas são incapazes, por natureza intrínseca, de prover minimamente o conjunto
de direitos fundamentais a todos os seres humanos, a começar pelo direito à vida digna,
à saúde, à educação, habitação, emprego ou salário desemprego, lazer, etc., sem o que
o humano se atrofia. (FRIGOTTO, 1996, p. 157).

Dessa forma, sob a pedagogia freiriana, essa proposta de trabalho busca ajudar os estudantes com déficit
educacional, através de uma ação conjunta de capacitar os profissionais docentes para que eles possam melhor
conduzir essas pessoas e buscar através das tecnologias novas metodologias de ensino, através de sites,
aplicativos, vídeos, músicas e também através da arte, ensinando técnicas mais simples sem deixar de lado
nenhum conteúdo que é essencialmente importante. Os métodos de Paulo Freire não ensinam a repetição de
palavras, mas capacita os estudantes para que eles possam pensar por si mesmos numa conexão entre os
saberes adquiridos no cotidiano e os saberes formais. É pensando por esse viés freiriano que esse plano de
trabalho é tão urgente. Contudo, para a legitimação é necessário que o material didático utilizado pelo educador
seja construído a partir de debates entre ele e os alunos com o objetivo de fazer um levantamento dos
conhecimentos dos alunos, até mesmo do vocabulário que faz parte do universo de comunicação destes
alunos. Como expressa Paulo Freire, (1979, p. 72) que:

A alfabetização não pode se fazer de cima para baixo, nem de fora para dentro, como
uma doação ou uma exposição, mas de dentro para fora pelo próprio analfabeto,
somente ajustado pelo educador. Esta é a razão pela qual procura um método que fosse
capaz de fazer instrumento também do educando e não só do educador.

Percebe-se assim, que para lecionar é necessário contemplar as visões de mundo dos educandos para emergi-
las dentro da sala de aula e ainda é preciso pensar nas particularidades que cada ser humano possui para uma
formação justa, igualitária e que esteja visando a cidadania plena.

5 - Objetivos geral e específicos

Objetivo Geral: Oferecer aos estudantes com maiores dificuldades de aprendizagens novas ferramentas para
ajudá-los em sala de aula.

Objetivos específicos:
1. Intervir com ferramentas tecnológicas;
2. Selecionar os conteúdos multimodais de acordo com a idade e particularidades de cada público;
3. Organização dos matérias para serem ministrados em sala de aula;
4. Criação de aplicativos para auxiliar a aprendizagem desse público para além da sala de aula.

6 - Metodologia – Descrição dos caminhos a serem percorridos para o desenvolvimento do Plano de


Trabalho.

A educação na visão de Paulo Freire deve realizar-se levando em conta a prática da liberdade. Assim sendo,
esse presente plano de trabalho abre caminhos para aprimorar as técnicas de ensino já existentes através de
conteúdos mais lúdicos. Os caminhos da libertação só estabelecem sujeitos livres e a prática da liberdade só
pode se concretizar numa pedagogia em que o oprimido tenha condições de descobrir-se e conquistar-se como
sujeito de sua própria destinação histórica.
Assim sendo, as tecnológicas constituem-se ferramentas inerentes para essa nova construção entre o ensino e a
aprendizagem. Citarei aqui algimas ações que nortearam esse plano de trabalho.

1. Intervenção com o apoio de tecnologias.


2. Seleção de aplicativos de estudos que melhor auxilie os estudantes.
3. Divisão dos estudantes entre níveis de aprendizagens.
4. Avaliação dos conteúdos para melhor distribuir os recursos tecnológicos.
5. Criação dos novos conteúdos.
6. Participação de cursos de formação de professores para manusear a esfera digital.
7. Criação de planos de diagnósticos mensal, para melhor avaliar o resultado do trabalho.
8. Criação de formulários para saber dos alunos o que mais lhes incomoda para aprimoramentos.
9. Apresentação dos novos mecanismos de ensino para os discentes.
10. Docência auxiliando o projeto.

7 - Cronograma (indique, na tabela abaixo, a atividade e o mês previsto para sua conclusão)

Atividade Meses
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Intervenção com o apoio de tecnologias X X X X X X X X X X X X

Seleção de aplicativos de estudos que melhor X X


auxilie os estudantes
Divisão dos estudantes entre níveis de X
aprendizagens
Avaliação dos conteúdos para melhor empregar os X X
recursos tecnológicos em sala de aula
Criação de novos conteúdos X X
Participação de cursos de formação de professores X X X X X X X X X X X X
para manusear a esfera digital.
Criação de planos de diagnósticos mensal, para X X X X X X X X X X X X
melhor avaliar o resultado do trabalho.
Criação de formulários para saber dos alunos o que X X
mais lhes incomoda para aprimoramentos
Apresentação dos novos mecanismos de ensino X X X X X X X
para os discentes
Docência auxiliando o projeto X X X X X X X X X X X X

8 - Condições existentes para a execução do Plano de Trabalho

O projeto conta com financiamento da Sustentare S.A o que facilita a produção de material. Além disso, a
bolsista apresenta tempo suficiente para estudos sobre a temática e realização das atividades propostas no
plano de trabalho. Conta, ainda, com professores pesquisadores no campo da educação de jovens e adultos
para orientação do Projeto. Além disso, os trabalhos serão desenvolvidos seguindo todos os protocolos de
segurança para evitar a contaminação pelo vírus da Covid-19.
9 - Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB nº 9.394, de
20 de dezembro de 1996. Disponível em
<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf>. Acessado em: 10 de fevereiro
de 2022.
FRIGOTTO, Gaudêncio. Cidadania e formação técnico-profissional: desafios neste fim de século.
In: SILVA, Luiz Heron (Org.). Novos mapas culturais, novas perspectivas
educacionais. Porto Alegre: Sulina, 1996.

PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. 4ª ed. Porto Alegre:
Artmed, 1992.

PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre educação de adultos. São Paulo, ed. 1982.

SOGLIA, Ioneide Sales. SANTOS, Cleide Selma Pereira dos. Educação de Jovens e Adultos:
expectativas e dificuldades. 2010. Disponível em:
<http://www.uesb.br/eventos/semanapedagogia/anais/60CO.pdf>. Acessado em: 10 de fevereiro de
2022.

FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Tradução de Moacir Gadotti e Lilian Lopes Martin. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1979.

Local Data Assinatura do Orientador(a)

Feira de Santana /2021

Local Data Assinatura do Proponente


Feira de Santana 2021

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