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DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES
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SUMÁRIO
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da terminologia, e vimos que heresia é ao mesmo tempo: “heterodoxia;
ortodoxia; blasfêmia; absurdo, contrassenso; disparate”.
O interessante nesse aspecto é que, enquanto isso, a escola e os
professores, ignorando que possam ser identificados com o significado desses
termos por não compactuarem imediatamente com as propostas implementadas
sobre a inclusão de todos os alunos em classes comuns, vivenciam o processo
de encaminhamento dos alunos com deficiência para as escolas, com
significativa inquietação. E, assim, não se intimidam ao dizerem não saber como
lidar com alunos com deficiência, especialmente se tiverem que lidar com casos
de deficiências mais complexas.
“Ao lidar diretamente com os alunos, no cotidiano da escola, os docentes
são invadidos por sentimentos que vão da perplexidade à frustração, da
exaustão à impotência. Não sabem o que fazer, nem como ensinar os alunos”
(OLIVEIRA e MACHADO apud GLAT, 2007, p. 36). Episódios sobre
posicionamentos semelhantes diversificam-se, dentre eles, o que foi vivenciado
por Oliveira (2007, apud MEIRELLES, 2007, p. 39), a qual nos diz o seguinte:
Em um encontro de educadores, uma professora levantou em relação à seguinte
questão: é certo os alunos com necessidades especiais serem cobaias na
escola? E um rapaz com paralisia cerebral com formação em nível superior
levantou-se e disse: se eu não fosse cobaia há vinte anos eu não estaria aqui
hoje. O fato de uma escola ter me recebido, após inúmeras tentativas de minha
mãe, fez com que eu chegasse onde cheguei, provavelmente eu estaria hoje em
um canto de uma sala ou em uma rede.Autores como Glat e Nogueira (2002),
Mendes, Ferreira & Nunes (2003) e Beyer (2005) vêm alertando para a questão
da insuficiência dos cursos de formação de professores para o trabalho com a
diversidade. No que diz respeito à formação dos professores para trabalhar com
os pressupostos da educação inclusiva, pesquisadores apresentam
manifestações diversas, inclusive apontando inconsistências presentes no
currículo voltado a essas práticas.
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da exclusão diária e contumaz. Ou quanto ao atendimento às classes
heterogêneas via atividades diversificadas. Certamente, não se
constrói um currículo de forma apriorística por meio de planilhas rígidas
e objetivos estereotipados. Ele é vivo, produto de uma construção
coletiva, vivenciado no cotidiano da educação. Há muito que fazer,
portanto, para que o “fazer pedagógico” dos professores que trabalham
com alunos portadores de necessidades educativas especiais possa
ser aperfeiçoado (OLIVEIRA e ABREU, 2003, p. 108 apud OLIVEIRA;
MACHADO, 2007, p. 39).
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existir alunos excluídos, que deverão receber atenção especial para deixar de
sê-lo. [...] esta nova bandeira vira de cabeça para baixo aquilo que era uma
proposição política efetivamente democrática (mesmo com perspectivas
políticas diferentes), na medida em que o que deveria se constituir na política de
fato – a incorporação de todos pela escola, para se construir uma escola de
qualidade para todos – se transmuda num horizonte, sempre móvel, porque
nunca alcançado.
Documentos emanados do Ministério da Educação (MEC), órgão nacional
responsável pela política pública de educação, tais como, a Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008),
tratam da emergência dos alunos com deficiência estudarem nas classes
comuns junto com os alunos sem deficiência, em todos os níveis, etapas e
modalidades da Educação Nacional, conforme previstos na Lei 9394/96 (LDB).
Tais providências foram reforçadas pelo texto da Convenção da
Organização das Nações Unidas (ONU, 2006b), nos seguintes termos: [...]
reconhecem o direito das pessoas com deficiência à educação.
[...] deverão assegurar um sistema educacional inclusivo em todos os
níveis, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;
[...] [reconhecem] que as pessoas com deficiência não sejam excluídas
do sistema educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças com
deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório,
sob alegação de deficiência;
Deverão assegurar que pessoas com deficiência possam ter acesso à
educação comum nas modalidades; de ensino superior, treinamento profissional,
educação de jovens e adultos e aprendizado continuado, sem discriminação e
igualdade de condições com as demais pessoas. Para tanto, os Estados Partes
deverão assegurar a provisão de adaptações razoáveis para pessoas com
deficiência.
Muito embora, as orientações supramencionadas ainda mereçam
prudência, pois, oportunamente, lemos o seguinte: [...] não se pode esperar que
a turma comum seja o ambiente de aprendizagem melhor para todos, sobretudo
para os que apresentam comprometimentos graves. Há crianças com
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comportamentos que colocam em risco a si mesmas e aos outros; há aquelas
que não se expressam ou movem, e que sem uma interação mais próxima, em
ambiente mais estruturado, o professor não terá respostas a dar às suas
necessidades educacionais especiais. Some-se a isso o fato de que muitas
dessas crianças e jovens tiveram seu ingresso na escola tardiamente e não têm
qualquer referência educacional. O que estamos querendo enfatizar é que, dada
a diversidade do alunado e das realidades escolares, não temos ainda
conhecimento e experiências de escolas inclusivas acumuladas que permitam
afirmar que as classes comuns da maioria das escolas brasileiras – com grande
número de alunos, professores sem formação adequada, entre outros aspectos
– são a melhor opção para aprendizagem e desenvolvimento de todos os
alunos (GLAT, 2007, p. 32-33).
Além disso, a parceria entre a escola comum e a educação especial deve
ser cada vez mais incentivada, haja vista a essencialidade da atuação conjunta
de ambas para o atendimento às necessidades educacionais dos alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação, no momento em que a educação especial, em suas
finalidades atuais, requer providências importantes para efetivação de suas
ações, emergindo providências que necessitam ser mobilizadas.
A escola na concepção de educação inclusiva precisa organizar respostas
educativas a fim de alcançar a todos os alunos. Entende-se por resposta
educativa “a preocupação da escola em responder às necessidades
apresentadas por seus alunos, em conjunto, e a cada um deles em particular,
assumindo efetivamente o compromisso com o sucesso na aprendizagem da
totalidade do corpo discente” (GLAT e BLANCO, 2007, p. 17).
Dentre elas, promover e orientar redes de apoio, conforme se lê no
seguinte trecho: A educação especial direciona suas ações para o atendimento
às especificidades desses alunos no processo educacional e, no âmbito de uma
atuação mais ampla na escola, orienta a organização de redes de apoio, a
formação continuada, a identificação de recursos, serviços e o desenvolvimento
de práticas colaborativas (BRASIL, 2008, p. 15).
Como então desenvolver práticas colaborativas? Esse assunto é
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atualmente evidenciado, na discussão acerca da atuação paralela da educação
especial e do ensino regular, no momento em que, a definição do papel do
professor do ensino comum e do professor da educação especial, trouxe à tona
a teoria do ensino colaborativo, cujo significado remete a: [...] um modelo de
prestação de serviço de educação especial no qual o educador comum e um
educador especial dividem a responsabilidade de planejar, instruir e avaliar a
instrução de um grupo heterogêneo de estudantes, sendo que esse modelo
emergiu como uma alternativa aos modelos de salas de recursos, classes
especiais, e especificamente para responder às demandas das práticas de
inclusão de estudantes com necessidades educacionais especiais (MENDES,
2006b, p. 32).
Por tudo isso, a educação inclusiva no País tende a significar uma ruptura
conceitual e atitudinal, com os atendimentos praticados, até então, sobre os
quais, pessoas com deficiência, em sua maioria, estudaram em classes ou em
escolas especiais, serviços cuja existência voltada, dentre outros, para a oferta
de educação escolar sequer são mencionados nas políticas públicas que
direcionam a educação especial.
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frequência esses índices são camuflados por meio da adoção de sistemas de
ciclos, programas de aceleração, de progressão continuada ou projetos para
“corrigir” a defasagem idade- série (PLETSCH, Grifos da autora, 2010, p. 74).
Na composição desse cenário, um tema emergente precisa fazer parte
dos estudos na formação dos professores e na escola, qual seja a
aprendizagem. Não menos necessário, outro assunto dessa natureza amplia
nossa reflexão: como ensinar pessoas com deficiência? Essa indagação está
presente no discurso dos professores, conforme podemos verificar em diversos
pesquisadores como, por exemplo, Anache (2007) e Ferreira (2007). Essa última
pesquisadora, em um trabalho sobre os encaminhamentos da aprendizagem de
alunos com deficiência intelectual, acrescenta outra pergunta a nossa: “adaptar
o quê e como?” e, ao mesmo tempo responde:
Essas e outras investidas nos dizem que, a depender do que lhe for
oferecido na escola para o seu desenvolvimento e aprendizagem, o aluno com
deficiência acabará evadindo da escola, interrompendo seu percurso
educacional. Com base nisso, acrescentamos ao presente estudo, reflexões
sobre estratégias a serem pensadas para o acesso de alunos com deficiência ao
conhecimento, sem perder de vista, a necessidade de contarmos com o apoio
dos pesquisadores que tratam dos seguintes assuntos:
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2 APRENDIZAGEM: UM TEMA PARA REFLEXÃO
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Para isso, dentre outras emergências: A sala de aula tem que converter
em um espaço de diálogo e reflexão. Para isso, podem ser empregadas opções
diversas, como a discussão em pequenos grupos quando se trata de uma turma
muito numerosa, a apresentação de painéis e mesas redondas seguidas de
perguntas escritas ou orais aos apresentadores sobre o tema tratado,
apresentação de filmes ou trechos de filmes com seu correspondente debate etc.
Os professores devem estar conscientes que, sem a conquista do interesse do
aluno, a aprendizagem nunca poderá transcender seu caráter passivo-
reprodutivo (REY, 2008, p. 40).
Apoiados em Anache (2007), ressaltamos que no processo de ensino-
aprendizagem estão implicados o professor, o contexto institucional, a
intencionalidade, e as estratégias necessárias para que a aprendizagem se
desenvolva. O autor acrescenta que “[...] é imperioso construir processos de
ensino com objetivos, recursos e estratégias diversificadas, para que a
aprendizagem ocorra, o que implicaria a transformação de todos os envolvidos”.
Com base nos estudos dessa pesquisadora, comungamos com a ideia de que
os recursos relacionais nesse processo são elementos que devem ser alvo de
destaque por parte dos educadores, cujo entendimento sobre esses recursos e
os resultados da aprendizagem, nos leva a considerar o que nos apontam
Anache e Martinez (2007, p. 47): O ser humano possui uma história social, na
qual estão englobados elementos da cultura e uma história individual, os quais
dizem respeito ao contexto relacional, que também é cultural, o que dificulta
padronizar um tipo específico de comportamento para um determinado tipo de
deficiência, ou seja, as reações frente à deficiência dependem não só das
capacidades individuais do sujeito, mas também do que representa para seu
ambiente familiar, escolar e social.
Nesse sentido, a educação com caráter interacional, configura-se em uma
ação processual de construção e reconstrução de conhecimentos, resultantes
das interações entre as pessoas, cada qual, com seus valores, ideias,
percepções, interesses, capacidades, estilos cognitivos e aprendizagens.
De tal modo, compreender o processo da aprendizagem de pessoas
requer o rompimento com a homogeneização, pois cada aluno é único e tem
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uma forma de aprender. Isso significa pensar no quanto é necessário adentrar
na escola a disseminação pelo respeito à diversidade, cuja significação remete
a outras orientações às ações e ao Projeto Político Pedagógico da escola. Para
tal, devemos entender que: A celebração da diversidade é um verdadeiro
desafio, porque o modelo classificatório que pautou o último século da educação
teve sempre por referencial o padrão, a uniformidade, a homogeneidade. Em
virtude disso, nossas instituições de ensino foram e vêm sendo fortemente
seletivas e excludentes, uma vez que se contrapõem à natureza própria do
desenvolvimento humano – que tem sua origem na diversidade (HOFFMANN,
2005, p. 39).
Aliado a essas considerações, deve-se buscar outras formas de pensar
sobre cada uma dessas pessoas e de como ensiná-las.
O aporte teórico torna possível que as situações de ensino e
aprendizagem tenham sentido e sejam preparadas, modificadas, interrompidas
[...] Procedimentos, apenas meios e circunstâncias para alcançar objetivos mais
amplos, esses sim, norteadores de nossas ações educativas – o
desenvolvimento e aprendizagem, necessários à inserção cultural (PADILHA,
2001, p. 82).
Temos visto por parte de autores, tais como Glat (et al., 2007), bem como
Ferreira (2007) e Anache (2007), o quanto atividades diversificadas, criativas,
trabalho em grupo, pesquisas, aulas passeio e outras estratégias impactam
positivamente em suas vidas, lembrando o seguinte: [...] em uma classe
inclusiva, o professor terá que aprender como melhor lidar com as diferenças
significativas entre os alunos. Conceitos que são considerados elementares para
um determinado nível de raciocínio, para alunos que apresentam deficiência
mental podem não ser. Além disso, muitas vezes, o professor avalia o aluno a
partir de sua expectativa, não tendo o cuidado de analisar as hipóteses por ele
apresentadas. Assim, uma resposta que parece sem lógica, com base nos
processos cognitivos esperados, pode ter coerência para aquele aluno que está
iniciando suas investidas no curso da sua vida acadêmica e que, dependendo
da avaliação que seu professor fizer, terá ou não motivação para continuar. Em
outras palavras, a lógica da aprendizagem é inerente ao processo que cada
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aluno percorre para alcançar conhecimento. Consequentemente, o professor
deve saber valorizar os diferentes caminhos percorridos por todos os seus
alunos, tenham eles uma necessidade educacional ou não (GLAT, et al. 2007,
p. 89).
Reconhece-se que, se bem planejadas, inúmeras atividades podem
favorecer a aprendizagem dos alunos, mesmo os com deficiência, no entanto:
[...] para ensinar em uma turma inclusiva, o professor precisa adotar uma postura
flexível e criativa, revendo e transformando sua prática cotidianamente. Ele
precisa estar muito atento aos seus alunos para reconhecer os conhecimentos
que eles já dispõem e as necessidades educacionais que apresentam, e, a partir
desses dados, elaborar formas alternativas de ensinar, que respondam às
necessidades observadas. Nesse sentido, a avaliação deve ser resgatada como
um relevante documento para identificar o que precisa ser repensado, e como
corrigir as falhas no processo de ensino-aprendizagem. (GLAT et al., 2007, p.
94)
Devemos reconhecer que a aprendizagem é um fato complexo e não
acontece da mesma forma em todas as pessoas, ou, melhor dizendo, a maneira
de aprender não é homogênea, isso significa afirmar que cada um tem formas
diferentes de aprendizagem, de manifestação e de expor suas experiências.
Também, devemos considerar que: Necessidade educacional especial não é
uma característica homogênea fixa de um grupo etiológico também
supostamente homogêneo, e sim uma condição individual e específica; em
outras palavras, é a demanda de um determinado aluno em relação a uma
aprendizagem no contexto em que é vivida. Dois alunos com o mesmo tipo e
grau de deficiência podem requisitar diferentes adaptações de recursos didáticos
e metodológicos. Da mesma forma, um aluno que não tenha qualquer
deficiência, pode, sob determinadas circunstâncias, apresentar dificuldades para
aprendizagem escolar formal que demandem apoio especializado (GLAT e
BLANCO, 2007, p. 26-27).
Em virtude de novas demandas e expectativas sociais, ligadas aos
avanços da ciência e tecnologia, os profissionais da Educação Especial têm se
voltado para a busca de novas formas de educação escolar com alternativas
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menos segregativas de absorção desses alunos pelos sistemas de ensino. Esse
processo está em constante aceleramento, sobretudo, a partir dos anos 90, com
o reconhecimento da Educação Inclusiva como diretriz educacional prioritária na
maioria dos países, entre eles o Brasil (GLAT e BLANCO apud GLAT, 2007, p.
15-16).
Outra questão, diz respeito ao olhar unilateral que impede ao professor
vislumbrar a heterogeneidade na deficiência, pois nenhuma pessoa com
deficiência, ou com a mesma deficiência carrega consigo um único modelo ou
características que os assemelhe ou que se traduzam como marca de identidade
como se fosse a mesma pessoa, em nenhuma de suas manifestações ou em
qualquer uma de suas atividades.
Segundo nos informa Anache (2007), pela perspectiva histórico-cultural,
a pessoa com deficiência deve ser considerada na sua singularidade e, além do
mais, há que se considerar o social na construção da deficiência. Negada a essa
pessoa, a convivência com seus pares, a escolarização, possibilidades de
relações dialógicas, enfim, a vida em sociedade, é reduzi-la a sua deficiência, e
impedir que as funções psicológicas superiores se constituam especialmente se
forem negadas experiências nas relações humanas tão necessárias para o
desenvolvimento dessas funções.
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estímulo externo ou numa experiência interna pelo período de tempo necessário”
(OMS/CIF, 2003, p. 45).
Sensação: É a capacidade de captar estímulos por meio de
receptores sensoriais e transformá-las em imagens ou sensações no sistema
nervoso central.
Percepção: É um processo de natureza complexa. Ela começa pela
análise da estrutura percebida, e recebida pelo cérebro, por meio de
componentes ou pistas, e são, subsequentemente, codificadas e inseridas nos
sistemas móveis correspondentes.
Esse processo de seleção e síntese é de natureza ativa e ocorre sob a
influência direta das tarefas com que o indivíduo se defronta. Realiza-se com
auxílio de códigos já prontos (especialmente códigos de linguagem) que servem
para colocar o aspecto percebido no seu devido sistema e para conferir a ele um
processo de comparação do efeito com a hipótese original, ou, em outras
palavras, um processo de verificação da atividade perceptiva, tudo isso com
apoio em (LURIA, 1981).
A percepção humana é um complexo processo de codificação do material
percebido que se realiza com a estrita participação da fala, e que a atividade
perceptiva humana, portanto, nunca acontece sem a participação direta da
linguagem (LURIA, 1981).
Aspectos a serem considerados:
Capacidade de concentração;
Em quantos objetos é capaz de estar focada simultaneamente
(distribuição);
Excitabilidade (quanto tempo demora para iniciar a atenção).
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Dimensões da Memória:
Fixação: é a capacidade de gravar as informações. A qualidade
desses registros depende de alguns fatores: interesses,
atenção, compreensão, conhecimento prévio, quantidade de
informação, via sensorial envolvida na percepção, condições
físicas e emocionais, semelhança e diferença dos dados,
número de repetições no tempo e tempo durante o qual se
pretende fixar.
Evocação: é a capacidade de atualizar os dados já fixados.
Esquecimento é a incapacidade de evocar.
Reconhecimento: É a capacidade de recordar uma imagem
(engrama).
Características do pensamento:
Capacidades de generalização.
Capacidades de identificar e distinguir nos fenômenos e objetos da
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natureza o que é essencial e o que é acessório.
Capacidades de utilizar o cabedal de conhecimentos acumulados para
elaborar conceitos e construir raciocínios.
Conceitos:
Juízos:
Raciocínio:
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3 FUNÇÕES MENTAIS DA LINGUAGEM
18
pedagógicas no sentido de alcançar tais resultados e, consequentemente, o
sucesso na aprendizagem dos alunos. Ao mesmo tempo, devemos planejar
ações, no sentido de favorecer o desenvolvimento dos processos superiores.
Porém, “[...] nada disso poderá ser alcançado sem que o professor nutra
expectativas positivas em relação ao seu aluno” (GLAT et al., 2007, p. 94). Dessa
forma, pensar em práticas pedagógicas que resultem na aprendizagem das
pessoas com deficiência é pensar, sobretudo, em mudanças conceituais e
atitudinais para compreender as diferentes formas de aprendizagem, a fim de se
desenvolver planejamentos e reordenamentos do trabalho pedagógico, de
maneira a contemplar as pessoas com deficiência em seu desenvolvimento e
aprendizagem. [...] tem havido uma forte tendência que reforça o apelo pelo
trabalho pedagógico na diversidade. O princípio é de que as instituições
educativas não se traduzem mais pelas figuras dos alunos e professores a partir
de estereótipos desejáveis e idealizados. Fica cada vez mais difícil ignorar que
os espaços educativos constituem-se de profunda e concreta diversidade –
brancos, negros, índios, imigrantes, migrantes, pobres, ricos, homens, mulheres,
sadios, deficientes, aidéticos, marginais, engajados socialmente, colonos,
criminosos, solidários; enfim, todos os com e/ou sem alguma coisa, não mais
padronizados e violentados pela lógica da identidade hegemônica (RESENDE,
2008, p. 18).
Em se tratando de questões conceituais e atitudinais referentes à pessoa
com deficiência, há de se reconhecer que não é tão simples romper com
terminologias que as estigmatizaram. Não foram poucas as tentativas de
mudança, no sentido de suavizar os efeitos sociais oriundos da carga semântica
muito mais representativas das faltas, das incapacidades do que do sujeito
atuante e capaz de responder por si, de fazer e de ser (AMARAL, 1995).
Por isso, devemos pensar e refletir a aprendizagem das pessoas com
deficiência, também, a partir das ponderações de cientistas socialistas, cujos
entendimentos nos levam a compreender o quanto é necessário investigar e
identificar as formas sociais de agir sobre ele, ou seja, as formas sociais de
contornar as dificuldades que impõe, ampliando o seu potencial criador (TUNES,
2003).
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Essa busca implica de imediato a não exclusão da pessoa que apresenta
a anomalia das atividades que valorizamos socialmente. De outro modo, não
termos como descobrir as formas de contornar as dificuldades que ela impõe na
realização daquelas atividades. Logo, as barreiras secundárias ao
desenvolvimento intelectual, criadas pela exclusão não se farão sentir (TUNES,
2003, p.10).
Além dessa questão, quanto ao funcionamento dos sujeitos, nos
apoiamos no que diz Vygotsky (1997), que afirma que o defeito primário é de
origem biológica e o defeito secundário resulta das aquisições e construções
ocorridas nas relações sociais. Por isso, ao pensar nas pessoas com deficiência
e os impactos e indagações que as acompanham na sociedade, o ideal seria
desenvolver um trabalho, no sentido de evitar que os defeitos primários se
transformassem em defeitos secundários, o que requer ações imediatas, a fim
de eliminar todas as formas de fragilidades causadas pela interpretação dada ao
sujeito em situação de deficiência. Em decorrência disso, esse sujeito é
culpabilizado pelo insucesso da escola ou pelo fracasso na aprendizagem,
geralmente, justificado por disfunções intrínsecas, deficiências ou problemas
sociais que afetavam as possibilidades de aprender (GLAT, 2007, p. 23).
Segundo Anache (2007), os seres humanos formam um todo complexo e
são dotados de um conjunto histórico-social, cultural e individual e isso dificulta
as padronizações, mesmo que as pessoas possuam a mesma deficiência. Cada
um carrega consigo histórias familiares, escolares e sociais.
A complexidade, diversidade e singularidade dos processos de
aprendizagem e desenvolvimento humanos demandam ações diversificadas e
criativas se a pretensão é realmente promovê-los de forma afetiva. A
consideração dos sujeitos como singulares implica o reconhecimento da
diversidade presente na sala de aula e a exigência de uma atuação diversificada
em virtude das múltiplas situações de aprendizagem e desenvolvimento que o
professor tem que promover e gerenciar (MARTINEZ, 2008, p. 73).
Outro aspecto levantado por Anache (2007) diz respeito à perspectiva
histórico- cultural que não limita as funções da aprendizagem apenas à aquisição
de habilidades, mas contém uma organização intelectual que articula
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descobertas, soluções e ações em outras tarefas ou situações.
Trabalhar a partir de uma representação do espaço de sala de aula como
um espaço de diversidade educativa exige dos educadores e psicólogos o
desenvolvimento de novos conhecimentos, novas competências e muita
criatividade, porém, precisamente nesse esforço de experimentação, de
fracassos e acertos, é que a inclusão pode devidamente ser construída
(MITJÁNS e MARTÍNEZ, 2005, p. 101 apud ANACHE, 2007).
Com isso, podemos entender que o sucesso da aprendizagem das
pessoas com deficiência tem implicações nas práticas pedagógicas que
demandam recursos e estratégias diversificadas e alicerçadas nas
transformações escolares envolvendo aspectos relacionais, e, com tais
disposições, promover a rupturas com as formas tradicionais dos processos de
ensino-aprendizagem.
As práticas curriculares tradicionais desenvolvidas nas escolas, com seus
correspondentes procedimentos de avaliação, vêm fazendo mais que apenas
excluir: criam subjetividades que se desenvolvem sob a égide da exclusão. Isto
afeta vidas humanas: disposições, atitudes, sensibilidade e, naturalmente,
habilidades, aprendizagens, desempenho escolar (OLIVEIRA e MACHADO,
2007, p. 48).
Com essa leitura, introduzimos a discussão sobre um estudo divulgado
pelos órgãos oficiais, envolvendo a temática flexibilidade curricular como um dos
pressupostos.
21
4 FLEXIBILIDADE CURRICULAR: UM ASSUNTO EM DEBATE
22
sobre a temática flexibilidade, extraindo três delas, quais sejam:
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Promover ganhos de desenvolvimento e educacionais.
Reduzir sentimentos de isolamento, estresse e frustração que as famílias
podem vivenciar.
Ajudar a criança com alteração ou atraso no desenvolvimento a se tornar
uma pessoa produtiva e independente.
Reduzir custos futuros com educação especial, reabilitação e cuidados
com a saúde.
24
ensino e aprendizagem. Os princípios básicos que sustentam tais iniciativas,
com um parêntese específico para a criança na educação infantil, alicerçam-se
nos seguintes aspectos (BRASIL, 2005, p. 11):
Tais instituições devem saber que a sala de aula com princípios inclusivos
requer diferentes dinâmicas, estratégias de ensino que contemplem a todos os
alunos, sem discriminação e, ainda, complementação, adequação e
suplementação curricular, quando necessários. No que diz respeito ao aspecto
valorativo do referido
documento oficial (BRASIL, 1999), Oliveira e Machado, o consideram
como reconhecedor da diversidade na escola, à qual alguns caminhos são
apontados, dentre eles:
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adequada), mobiliários, seleção de materiais, adaptações nos brinquedos e
jogos. No que diz respeito à eliminação de barreiras conforme mencionado
anteriormente, cabe lembrar o que preconiza o Decreto 5.296 de 2 de dezembro
de 2004, documento pelo qual a acessibilidade é definida como o artigo 8º:
Condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos
espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de
transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação
por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida (BRASIL,
2004).
Conforme nos aponta Glat et al. (2007, p. 55), podemos definir
acessibilidade como: [...] a eliminação ou redução das barreiras. Essas, por sua
vez, consistem em qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso,
a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade das
pessoas se comunicarem e terem acesso à informação. Podem ser, portanto,
urbanísticas, envolvendo as edificações, espaços de circulação e os transportes,
bem como referentes aos sistemas de comunicação e informação.
Cada vez mais, conforme estatística oficial, alunos com deficiência estão
nas escolas comuns, dentre Centros de Educação Infantil e escolas de Ensino
Fundamental. Com isso, os educadores de crianças com qualquer deficiência
devem admitir que, independentemente de condições físicas, sensoriais,
cognitivas ou emocionais, possuem as mesmas necessidades básicas, afeto,
cuidado, proteção, desejos, sentimentos que os alunos considerados sem
deficiência. E, ainda mais, podem conviver, interagir, trocar, aprender, trocar,
brincar e serem felizes, não necessariamente iguais entre si e nem em relação
às outras crianças, mas do seu próprio jeito.
Para isso, é fundamental que, além da escuta e do olhar para os alunos
como pessoas com as características, anteriormente citadas, da atenção que
necessita, e, também, que seja percebido pela escola o professor com suas
necessidades de apoio e da parceria dos demais colegas do corpo docente e
das famílias, uma vez que isso fortalece e enriquece as ações educacionais e
possibilita um planejamento focado na cooperação. Isso poderá possibilitar
atenção às reais necessidades dos alunos e, sobretudo, aos desejos e
26
sentimentos, expressos nas suas diferentes formas de ação e de manifestação,
no meio real da escola, participando com os alunos sem deficiência. Com isso,
será possível pensar em formas alternativas de promover o acesso à
aprendizagem com menores ou sem restrições.
27
5 ACESSO AO CURRÍCULO – ADEQUAÇÕES
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(BRASIL, 2005) constam orientações sobre duas formas de adaptações, quais
sejam, as pouco significativas e as significativas, sobre as quais falaremos na
sequência. Mas, antes disso, acrescentamos que existem tendências contrárias
às práticas das adaptações curriculares, alegando que: É impossível criar um
currículo modificado para o desenvolvimento cognitivo específico de
determinados grupos de alunos, devendo haver apenas recursos técnicos de
acessibilidade para esses. Argumentam que é muito grande a diversidade de
características, o que demandaria a criação de adaptações, mas de “múltiplos
currículos”, sendo implementados concomitantemente.
Afirmam, ainda, que não há qualquer diferença na estrutura mental ou na
forma de aprendizagem dos membros dos referidos grupos. Por isso defendem
a existência de um currículo único e a realização para todos os alunos da
avaliação diagnóstica da estrutura cognitiva (nível de abstração, concentração e
generalização, conceitos previamente construídos e motivações, por exemplo).
Deste patamar partiria o desenho curricular adequado (OLIVEIRA E MACHADO,
2007, p. 39 e 40).
Por outro lado, há os que defendem as adaptações curriculares, e, ao
mesmo tempo entendem que: [...] o desenvolvimento de um currículo único, sem
adaptações para atender às diversidades, pode acentuar as práticas
excludentes, agora sob a forma de descaso e do abandono destes alunos ao
“fundo da sala de aula” e aos perigosos rótulos das “dificuldades de
aprendizagem”. Argumentam que é fundamental a criação de uma escola
inclusiva, aquela que é tão flexível a ponto de acolher a todos, oferecendo as
adaptações curriculares necessárias para que sejam atendidos. Complementam
afirmando que as adaptações curriculares não criam “vários currículos”, este
continua sendo único (OLIVEIRA E MACHADO, 2007, p. 40).
Enquanto isso, dentre as adaptações discutidas, as consideradas pouco
significativas compreendem pequenos ajustes ou modificações, adequações na
sala de aula que poderão ser providenciadas pelo próprio professor, sem
demandar definições de nível macro do sistema de ensino, e têm como objetivo
favorecer o processo de ensino e aprendizagem de todos os alunos, conforme
comentado na sequência: Organização de Agrupamentos, de Didática, do
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Tempo e do Espaço - Nesse item, recomenda-se a organização de conteúdos
e objetivos diversificados que atendam aos interesses de todos e às
necessidades especiais. Compreende recursos e materiais específicos,
modificação de agrupamentos, do espaço, do tempo, organização da rotina às
brincadeiras e às situações de aprendizagem. O espaço, por sua vez, deve
favorecer a movimentação dos alunos, a escola, para tal, deve possuir
mobiliários adequados e interativos, bem como brinquedos e mobiliários
adaptados.
É importante que tudo seja planejado na perspectiva das ajudas técnicas,
cujo entendimento foi expresso no Parecer CNE/CEB n. 17/2001, p. 33: Todos
os alunos, em determinado momento de sua vida escolar podem apresentar
necessidades educacionais especiais, e seus professores em geral conhecem
diferentes estratégias para dar respostas a elas. No entanto, existem
necessidades educacionais que requerem, da escola, uma série de recursos e
apoios de caráter mais especializados que proporcionem ao aluno, meios para
acesso ao currículo.
Gerar ideias
Conversar com usuários (estudante/família/colegas).
Buscar soluções existentes (família/catálogo).
Pesquisar materiais que podem auxiliá-los.
Pesquisar alternativas para confecção do objeto.
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Escolher a alternativa viável
Considerar as necessidades a serem atendidas (questões do
educador/aluno).
Considerar a disponibilidade de recursos materiais para a construção do
objeto – materiais, processo para confecção, custos.
Acompanhar o uso
Verificar se as condições do aluno mudam com o passar do tempo e se
há necessidade de fazer alguma adaptação no objeto.
Os recursos sugeridos no referido documento compreendem, dentre
outros: dominó de cores, de quantidade, em relevo, de Figuras
Geométricas, de Texturas, Quebra-cabeça de Cubos, e outros; Caixa de
Estímulos Jogos diversos (memória, adivinhação; Tangram Imantado;
Ábaco de Argolas; Multiplicação em Pizza, Suporte para Lápis, etc).
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meio, na concretização e formação de conceitos. É importante ressaltar que, há
autores que recomendam eliminação de objetivos e conteúdos, enquanto que
outros rejeitam tais sugestões.
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Sabemos que a comunicação entre duas pessoas é extremamente
importante e que a expressão facial constitui-se numa poderosa aliada nesse
processo, uma vez que tem o poder de transmitir informações, assim como
estados emocionais, os quais podem ser evidenciados em diversas situações,
tais como, pelo interesse, alegria, tristeza, raiva, medo, nojo e tantas outras.
São constatados, entre as pessoas com deficiência, casos que
apresentam problemas de fala, inclusive com prejuízos na expressão e na
comunicação. Casos de alunos com paralisia cerebral, com inteligência
preservada, mas com dificuldades no percurso escolar, motivado pela ausência
de articulação ou produção da fala. A grande questão pode resumir-se em: como
fazer com que esses alunos superem tais dificuldades e se beneficiem pelo
processo ensino-aprendizagem? Vem daí, a importância do investimento na
comunicação alternativa.
Em educação especial, a expressão comunicação alternativa e/ou
suplementar vem sendo utilizada para designar um conjunto de procedimentos
técnicos metodológicos direcionados a pessoas acometidas por alguma doença,
deficiência, ou alguma situação momentânea que impede a comuicação com as
demais pessoas por meio dos recursos usualmente utilizados, mais
especificamente a fala (BRASIL, 2006a, p. 4).
Sempre que necessário, deve-se selecionar as atividades, diminuindo as
dificuldades, removendo barreiras, partindo-se de elementos e fatos conhecidos,
oferecer apoios, modificando, sempre que necessário, a sequência das
atividades.
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6 ADAPTAÇÕES CURRICULARES SIGNIFICATIVAS
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devem ser funcionais, buscando meios úteis e práticos para favorecer: o
desenvolvimento das competências sociais; o acesso ao conhecimento, à cultura
e às formas de trabalho valorizadas pela comunidade; e a inclusão do aluno na
sociedade (BRASIL, 2001, p. 58).
No que se refere à proposta constante nas adaptações curriculares
significativas entendemos que modificações acentuadas nos conteúdos e nos
objetivos, no planejamento individual e coletivo. Indica-se, ainda, a utilização de
métodos complementares e alternativos, modificações acentuadas na avaliação,
no espaço, mobiliário e equipamentos, adaptações que merecem ser discutidas
e avaliadas continuamente em todo o contexto da escola, com os necessários
apoios e orientações ao professor, o qual deve considerar em seu planejamento
que “cada necessidade é única e, portanto, cada caso deve ser estudado com
muita atenção. A experimentação deve ser muito utilizada, pois permite observar
como a ajuda técnica desenvolvida está contemplando as necessidades
percebidas” (BRASIL, 2006a, p. 10). O conceito de ajuda técnica, de acordo com
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[...] recursos e estratégias que promovem o interesse e as capacidades
da pessoa, bem como oportunidades de acesso a bens e serviços,
informações e relações no ambiente em que vive. O apoio tende a
favorecer a autonomia, a produtividade, a integração e a funcionalidade
no ambiente escolar e comunitário (BRASIL, 1999, p. 53).
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E, ainda, para que a aprendizagem aconteça, fazem-se necessários,
investimentos na formação continuada dos professores, a fim de alimentarem
uma prática pedagógica que permita a aprendizagem de todos os alunos,
conciliando ações coletivas e o respeito à individualidade e às diferentes
manifestações e características de aprendizagem.
O valor das mudanças e das novidades introduzidas no trabalho
pedagógico está dado, essencialmente, pela sua significação para a
aprendizagem e desenvolvimento dos alunos: envolvimento com o processo de
aprender, aprendizagem significativa, aquisição de habilidades e competências,
superação de dificuldades escolares, desenvolvimento de outros importantes
elementos da subjetividade como valores, autovalorização adequada, projetos,
capacidade de reflexão, criatividade, etc. (MARTINEZ, 2008, p. 73).
É pertinente que sejam pensadas, estimuladas e construídas redes de
apoio, de trocas de informações, de experiências, de saberes e de reflexões
sobre o fazer pedagógico, estudos, pesquisas e de relações dialógicas para a
ocorrência da aprendizagem significativa e de forma coletiva.
O trabalho coletivo e diversificado nas salas de aula é compatível com a
vocação das escolas de formar as novas gerações. É nos bancos escolares que
aprendemos a viver entre os nossos pares, a dividir responsabilidades e repartir
tarefas. O exercício dessas ações desenvolve a cooperação, o sentido de se
trabalhar e produzir em grupo, o reconhecimento da diversidade dos talentos
humanos e a valorização do trabalho de cada pessoa para a obtenção de metas
comuns de um mesmo grupo (BRASIL, 2007, p. 49).
Quanto às redes de apoio acima mencionadas, sobretudo, não podem ser
pensadas sem o envolvimento dos pais e dos recursos disponíveis na
comunidade e, sobretudo, das pessoas com deficiência que devem ser ouvidas
em suas necessidades, em todos os aspectos relacionados com suas
necessidades vitais.
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ENCERRAMENTO
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REFERÊNCIAS
BIAGIO, Rita de. Meninas de azul, meninos de rosa. Revista Criança. Brasília:
Ministério da Educação, setembro/2005.
CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva: com os pingos nos “is”. Porto
Alegre: Mediação, 2004.
39
CARVALHO, Rosita Edler. Uma Promessa de Futuro: Aprendizagem para
todos e por toda a vida. Porto Alegre: Mediação, 2002.
40
LURIA, A. R. Fundamentos de Neuropsicologia. São Paulo: USP, 1981.
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Editores, apoio da CAPES/PROESP, 2008.
42
PADILHA, Anna Maria Lunardi. Práticas Pedagógicas na Educação
Especial: a capacidade de significar o mundo e a inserção cultural do
deficiente mental. São Paulo: Autores Associados, 2001.
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