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PROJETO MULTIDISCIPLINAR

DESAFIOS DA EDUCAÇÃO

Daiane dos Santos Gonçalves


Curso do Centro Universitário ETEP
em Convênio Interinstitucional com a Faculdade UniBF
Curso: Licenciatura Plena Português/Inglês
Data de início no curso: 05/02/2024
Data de envio do trabalho: 13/02/2024

RESUMO

O presente artigo trata sobre os desafios enfrentados na educação brasileira. Com isso,
temos o objetivo de analisar alguns dos desafios da educação e a jornada dos
professores como parte fundamental na efetivação de um direito tão importante
previsto na Constituição Federal brasileira e também na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Tratamos de forma resumida de alguns aspectos ligados a
questões estruturais da educação no Brasil, no que tange a falta de condições básicas
das escolas, por vezes sem o mínimo de estrutura. Da mesma forma, tratamos sobre a
importância da alfabetização e letramento no processo de escolarização da educação
básica, para que se tornem indivíduos realmente alfabetizados, capazes de ler e
interpretar. Ainda, falamos sobre a importância da formação contínua dos
profissionais da educação e do seu papel fundamental como agente transformador. Por
fim, destacamos o papel fundamental de toda a sociedade na priorização da educação
como meio de se atingir o progresso.

Palavras-chave: Educação. Direito Fundamental. Professor. Desafios. Alfabetização.


Valorização.

1 INTRODUÇÃO

Neste artigo reflito sobre os desafios da educação e a jornada do professor na sua


missão como parte fundamental na validação e efetivação do Direito à Educação
previsto em nossa Constituição Federal em seu artigo 205.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, também garante
em seu artigo 2º, que a educação é um direito de todos, dever do estado e da família e
que visa o pleno desenvolvimento do indivíduo, seu preparo para o exercício da
cidadania e a qualificação para o trabalho.
Este é o grande ponto chave disso tudo, afinal, um País, estado, não irá avançar
como um todo se não investir de maneira efetiva na educação de seu povo.
A garantia de educação básica de qualidade, formações continuadas para
professores, materiais de trabalho (suporte pedagógico), infraestrutura adequada,
remuneração compatível aos profissionais sãos alguns dos fatores que fariam toda a
diferença na promoção do ensino de excelência. Infelizmente esta não é a realidade do
nosso País.
Também temos um outro grande desafio a ser enfrentado que é o analfabetismo
funcional, aja vista que o número de pessoas alfabetizadas vem crescendo no país,
porém a falta de uma alfabetização de qualidade acaba prejudicando o aluno no restante
da sua jornada escolar.
Desta forma, com este artigo, se quer explanar sobre o trabalho da educação nos
dias atuais, seus desafios estruturais e como isso implica nas formas de ensino e
aprendizagem em sala de aula logo no início da jornada do aluno, pensando que a tarefa
de ensinar consiste em dar condições ao professor para que possa desenvolver um
trabalho de qualidade e ao aluno, para que estes de fato se apropriem dos conhecimentos
construídos em sala de aula.

DESAFIOS ESTRUTURAIS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL

Como mencionado acima, os desafios educacionais no Brasil são complexos, já


que muitas escolas tem uma estrutura física incompatível com os alunos que atende,
muitas vezes com um prédio pequeno demais para o número de alunos, sem um pátio
adequado, sem biblioteca, sem uma quadra para as aulas de educação física, por vezes
faltam muros para garantir a segurança, há também casos em que o corpo docente não
possui a formação superior na área em que atua, falta de capacitações contínuas, o que
torna os conhecimentos e métodos de trabalho obsoletos, criando um distanciamento
entre professor e aluno.
A Educação é um direito social de todos, previsto na Constituição Federal de
1988, onde a responsabilidade é do Estado e da família, em conjunto com a colaboração
da sociedade, visando o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Portanto, cabe ao Estado o papel fundamental e prioritário de propiciar o acesso
e a permanência de crianças e adolescentes no ambiente escolar, oferecendo um ensino
de qualidade em todas as etapas e uma boa estrutura em suas instituições, favorecendo o
processo de ensino-aprendizagem. como desenvolver um trabalho adequado quando não
há o mínimo de estrutura necessária?
Fato é que as escolas brasileiras vivem um quadro de falta de condições mínimas
para o ensino-aprendizagem, falta de livros, materiais didáticos, laboratórios, carteiras,
lousas, giz, sem falar nos ambientes sem ventilação, expostos ao calor ou ao frio.
Segundo Mello (1991):

num contexto de desorganização da unidade escolar, num padrão de gestão segmentado e


descontínuo, agravado pelo fato de que a ausência de avaliação de resultados, em termos do
progresso de aprendizagem dos alunos, a centralização e a hierarquização produzem uma
situação de impunidade. Ninguém é responsável e ninguém presta contas do que é substantivo,
ou seja, se os alunos estão ou não aprendendo (MELLO, 1991, p. 22).

Urge a necessidade de mudanças no atual modelo de educação do Brasil, com


uma reorganização institucional dos sistemas de ensino, que permita maior autonomia
das escolas, de acordo com sua realidade local, além de “aumentar os montantes
destinados às escolas e à equalização das condições, compensando desigualdades
sociais e regionais” (MELLO, 1991, p. 32) para que as escolas possam realmente ser
reestruturadas para receber seus alunos com qualidade estrutural suficiente, de modo
que se atenda de forma equitativa as escolas, quanto aos insumos materiais.
Ou grande desafio do processo de escolarização da educação básica inclui a
etapa de alfabetização e letramento, o qual as crianças inseridas no contexto escolar
vivenciam e que merece uma atenção especial.
O aprendizado da leitura e da escrita é o marco basilar em que se regem os
objetivos da inserção da criança na escola. Ser alfabetizado é compreender o que se lê e
ser capaz de escrever, produzir textos, compreender e também questionar o mundo ao
seu redor.
Nesse sentido, SOARES (2009) destaca que:
Quando o sujeito deixa de ser alfabetizado e passa a usar a leitura e escrita nas suas práticas
sociais, adquire novos e diferentes status na sociedade, é levado a um estado ou condição sob
vários aspectos: social, cultural, cognitivo, linguístico entre outros. (SOARES, 2009; p.89)

Portanto, é inegável a importância de que as crianças em seu início do processo


de escolarização se apropriem de códigos linguísticos necessário para a ampliação das
suas conexões sociais e culturais, a fim de que possam ler, interpretar e pensar de forma
crítica.
Quando essas habilidades de leitura e interpretação são aprendidas no tempo
certo, o desenvolvimento nos demais anos escolares poderá ser mais satisfatório para os
alunos e para os professores.
O ensino fundamental atualmente compreende nove anos de escolarização,
conforme previsto no artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional onde
estabelece o ensino fundamental obrigatório, gratuito nas escolas públicas, com duração
de nove anos, iniciando-se aos seis anos de idade.
Alfabetizar nada mais é do que um processo em que o aluno se torna capaz de
entender uma mensagem escrita, e ainda de compreender algo falado transformando em
uma escrita. É um processo complexo, que demanda uma atitude comprometida de
todos os agentes envolvidos nesse processo (professor/aluno).
Inegável a grande incumbência atribuída ao professor neste processo,
principalmente nos anos iniciais escolares, sendo indispensável a formação contínua
destes profissionais para que possam estar preparados para os constantes desafios que
enfrentam em uma sala de aula cada vez mais diversificada.
Segundo TASCA e GUEDES PINTO (2013):

Nesse cenário, as discussões se direcionam para o desafio de elevar a qualidade do ensino e da


aprendizagem dos alunos, especialmente do processo de alfabetização. No Brasil, a escolarização
obrigatória tem acumulado índices elevados de analfabetismo, tornando ainda visível o
fenômeno do fracasso escolar. Os investimentos na ampliação do ensino fundamental e na
melhoria da formação inicial e continuada de professores apresentam-se como uma das medidas
para reverter esse quadro. Temos visto iniciativas nos âmbitos federal, estadual e municipal
quanto ao oferecimento de programas e/ou cursos para os professores. (TASCA e GUEDES
PINTO, 2013, p. 259).
Portanto, a necessidade de o professor estar bem atualizado e embasado em suas
práticas de ensino é fundamental, sendo indispensável a contínua capacitação teórico-
prática além da graduação. A formação necessita ser contínua por meio de capacitações,
pós-graduações, mentorias, etc.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A escola nada mais é do que um parte essencial do sistema de instituições da


sociedade, contribuindo para a inclusão do indivíduo em sociedade e para a sua
formação social, moral e profissional.
Aqui, pode-se fazer um paralelo a outra instituição importantíssima na formação
do indivíduo, que é a família, que, por meio dos pais ou demais familiares, educam e
ensinam o indivíduo, conforme suas vivências diárias, de forma empírica, da maneira
que um dia também foram ensinados, transmitindo os valores que adquiriram ao longo
da vida, que são vistos como certo.
Já na instituição “Escola”, são os professores que desempenham esse papel de
ensinar, aqui, com base em conhecimentos baseados em estudos científicos
comprovados, literatura, etc. Por isso o professor desempenha um papel crucial na
formação do indivíduo.
Com tudo que fora discutido acima, compreende-se que a busca e defesa do
aumento de verbas públicas para a educação deve ser contínua, sendo um dever não
apenas dos gestores escolares, mas de toda a população.
É necessário incutir na sociedade cada vez mais o entendimento de que a
educação ainda é o melhor caminho para o crescimento pessoal e ascensão social do
indivíduo e que por isso é de suma importância a participação de todos no processo de
busca de apoio para a melhoria das condições físicas das escolas.
Da mesma forma, é inquestionável a necessidade de valorização da base escolar,
tanto do professor, no que tange a formações pedagógicas contínuas, quanto ao aluno,
por meio de um processo de ensino eficaz que garanta a real alfabetização do indivíduo.
Quando de fato conseguirmos incluir a todos os indivíduos envolvidos na base
escolar de maneira igual, contribuiremos de forma efetiva para a superação de
importantes desafios e problemas educacionais futuros.
A formação pedagógica contínua do professor é necessária. O comprometimento
do educador com o processo de aprendizagem dos alunos é fundamental e as formações
pedagógicas tem esse papel essencial de auxiliar o professor a tornar os saberes mais
significativos aos educandos por meio de uma construção mútua, onde professor e aluno
trabalham juntos na construção de novos saberes.

4 CONCLUSÃO

Diante de todo o exposto, conclui-se que são muitas as dificuldades durante o


fazer pedagógico, dificuldades estas que se iniciam ainda nas questões estruturais da
instituição Escola.
É necessário o reconhecimento de toda a sociedade da urgente necessidade de
priorização de políticas públicas que efetivamente garantam o direito a educação
previsto na Constituição Federal de 1988. Políticas públicas estas que assegurem não só
a qualidade na formação docente, mas também nas escolas com estruturas físicas e
condições adequadas de funcionamento.
Os desafios da educação brasileira não são, simplesmente, exclusivos dos seus
profissionais, mas de todos que almejam uma nação consciente, politizada e ciente de
seu papel na sociedade.
Acredito que a educação é um processo continuo, no qual enfrentamos diferentes
desafios todos os dias. Por isso, a valorização do professor é fundamental para que um
novo cenário educacional seja construído.
São os professores que todos os dias enfrentam as mais diversas realidades junto
a seus alunos, e que não são valorizados como deveriam. É importantíssimo se falar
sobre a reestruturação dos planos de carreira destes profissionais, que muitas vezes
estão sobrecarregados, trabalhando em mais de uma escola para conseguir se sustentar,
impedindo de focarem em suas formações profissionais.
Por isso a importância de oferta a estes profissionais, de formações pedagógicas
contínuas, para que se sintam valorizados e nunca esqueçam da importância que todos
têm na formação dos indivíduos.
Como cerne de tudo o que foi relatado nos tópicos anteriores, temos que a
priorização da educação é o foco de tudo. É necessário que a sociedade compreenda a
educação como o grande motor de desenvolvimento do país. Quando todos tiverem esta
mesma visão, de que é por meio da educação que o país alcançará o progresso, aí sim,
teremos uma educação realmente de qualidade e um país mais desenvolvido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREITAS, Luiz Carlos de. Eliminação adiada: o caso das classes populares no
interior da escola e a ocultação da (má) qualidade do ensino. Educação & Sociedade,
Campinas, v. 28, n. 100, p. 965-87, out. 2007a.
MELLO, Guiomar N. de. Políticas públicas de Educação. São Paulo: Estudos
Avançados. vol.5, n.13, 1991.
TASCA, D. S. O.; GUEDES-PINTO, A. L. A divulgação do conceito de
letramento e o contexto da escola de nove anos: o que dizem as professoras
alfabetizadoras? Cad. Cedes, Campinas, v. 33, n. 90, p. 257-276, maio-ago. 2013.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-32622013000200006. Acesso em: 13 de
fevereiro de2024.

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