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FÍSICA
INCLUSIVA
E ESPORTES
ADAPTADOS
Introdução
A participação de pessoas com deficiência em atividades físicas e desporti-
vas, bem como em atividades do cenário educacional, acontece hoje após
muitas lutas sociais e avanços na legislação brasileira. Com isso, torna-se
necessário entender essas mudanças e atender essa população para tornar
os espaços inclusivos, permitindo sua participação, independentemente
da deficiência, e visando atender seus direitos reconhecidos por lei.
Neste capítulo, você analisará os procedimentos pedagógicos espe-
cíficos para atender as pessoas com deficiência, e identificará os níveis
de orientação e instrução adaptados às necessidades dessas pessoas.
Você também conhecerá e descreverá o funcionamento e o material
de uma sala de recursos multifuncionais e de atendimento educacional
especializado (AEE).
2 Procedimentos pedagógicos e adaptação às necessidades especiais
Diante dessa realidade, podemos afirmar que todos os alunos são diferentes
em suas capacidades, dificuldades, motivações, comprometimentos, ritmos,
desenvolvimentos, maneira de aprender e contextos sociais. Por isso, a escola
precisa ser inclusiva e pensada para oferecer qualidade de ensino para todos,
a partir de propostas pedagógicas eficazes e diretamente relacionadas às
necessidades dos alunos, contemplando os diversos níveis de aprendizagem
(FRANTIOZI, 2014).
Segundo Frantiozi (2014, documento on-line), educação inclusiva significa “[…] ensinar
todas as crianças no mesmo contexto escolar, isso não significa negar as dificuldades
dos alunos e sim, com a inclusão as diferenças não são vistas como problemas, mas
como diversidade [...]”. Mas, para que a inclusão educacional se concretize, é necessário
um olhar diferenciado por parte dos professores, da equipe gestora e da comunidade
escolar do ensino comum em relação ao trabalho realizado em sala de aula com alunos
também inclusos que apresentam deficiência intelectual (FRANTIOZI, 2014).
Essa metodologia pode ser de grande valia para os alunos com deficiência,
uma vez que são agentes ativos em todo o seu processo de ensino e aprendiza-
gem. Eles são constantemente chamados a intervir e a tomar decisões sobre os
mais diferentes aspectos: vida escolar, resolução de problemas, formação dos
próprios grupos e definição dos próprios objetivos de aprendizagem. Assim,
ela é uma facilitadora para a criação de um espaço inclusivo, onde cada um
compreende suas dificuldades e diferenças, atuando em conjunto para um
objetivo em comum. Espera-se que todos os estudantes tenham interação,
não havendo espaço para a exclusão (SILVA, 2017).
É claro que cada estudante deve ser avaliado individualmente. Mesmo
que seja utilizado um sistema pautado na educação cooperativa, por vezes
pode ser necessário fazer adaptações curriculares, que devem ser planeja-
das e construídas tendo como referência os conteúdos curriculares oficiais
para a série/ciclo em que se está trabalhando. Nesse contexto, deve-se levar
em consideração a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) e o
plano de trabalho do professor — atendendo os objetivos fundamentais e os
conteúdos mínimos essenciais, aos quais os alunos devem ter acesso para
alcançar sucesso e promoção para o ano/ciclo superior. Assim, é necessário
que a adaptação aconteça a partir do planejamento para o ano/turma em que
o aluno está inserido, criando a possibilidade de adaptar a maneira como eles
serão abordados e desenvolvidos, sem modificar os objetivos previamente
estabelecidos (LOPES, 2008).
Criar uma perspectiva de educação inclusiva pode perpassar inúmeros fatores, como
criar mecanismos que permitam que os estudantes realizem atividades simples e
diárias. Um estudante com baixa visão apresenta dificuldade para atividades de leitura,
e isso pode ser um fator excludente nas aulas. Essa dificuldade pode ser sanada ao
desenvolver materiais com letras de tamanhos maiores, permitindo que o estudante
possa realizar as atividades com os colegas.
Procedimentos pedagógicos e adaptação às necessidades especiais 5
Dessa forma, a escola deve estar preparada para receber diferentes es-
tudantes e atender suas necessidades individuais. Não é possível prever as
deficiências e necessidades de adaptação que cada estudante pode apresentar
e estar preparado para todas elas, mas é importante que a escola tenha um
pensamento inclusivo e esteja disposta a fazer as adequações necessárias
para atender o aluno com deficiência, com o objetivo de proporcionar sua
aprendizagem e pertencimento ao espaço, agindo com autonomia.
A seguir, você irá compreender como acontece a adaptação dos procedi-
mentos pedagógicos a serem utilizados de acordo com os tipos das deficiências
existentes.
Além das regras e necessidades que tangem a sala de recursos para o AEE,
o professor de AEE possui algumas atribuições que devem ser observadas
(BRASIL, 2010), além da formação de pós-graduação que o permite atuar
nessa área, sendo elas:
(Continua)
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(Continuação)
VERDÉLIO, A. Apenas 1% dos brasileiros com deficiência está no mercado de trabalho. 2017.
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-08/
apenas-1-dos-brasileiros-com-deficiencia-esta-no-mercado-de. Acesso em: 03 maio
2020.
Leituras recomendadas
BISOL, B. A. et al. Desafios para a inclusão de estudantes com deficiência física: uma
revisão de literatura. Conjectura: Filosofia e Educação, Caxias do Sul, v. 23, n. 3, p. 601–619,
2018. Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/
view/6711/pdf. Acesso em: 03 maio 2020.
GAUDENZI, P.; ORTEGA, F. Problematizando o conceito de deficiência a partir das
noções de autonomia e normalidade. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 21,
n. 10, p. 3061–3070, 2016. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csc/2016.
v21n10/3061-3070/. Acesso em: 03 maio 2020.
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