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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL – UCS

ÁREA DO CONHECIMENTO DE HUMANIDADE – HUMANAS


CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
ACADÊMICA: DANIELA SCHIAVENIN

UM OLHAR DIFERENTE PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A sociedade é formada por indivíduos que possuem características peculiares,


com formas de agir, pensar e se relacionar diferentes. Mas como é a nossa forma de
perceber e se relacionar com as pessoas que são diferentes de nós? Antes de qualquer
tipo de atitude, precisamos, primeiramente, conhecer a realidade dessa pessoa. Com os
alunos que possuem alguma deficiência, não é diferente. Sejam elas físicas ou
intelectuais, para que possamos agir de forma inclusiva, precisamos conhecer condições
concretas que possamos proporcionar autonomia a esses estudantes.
A principal barreira a ser removida, é atitudinal. Não se pode dizer que todos
devem ser tratados da mesma maneira, pois estaríamos eliminando diferenças
significativas. Por isso, devem ser consideradas as adaptações no currículo. As quais
envolvem “(...) medidas metodológicas diferenciadas, avaliação que promova e
contemple diferenças individuais, diversificação de técnicas, procedimentos e
estratégias de ensino, valorização das potencialidades, etc.” (HEREDERO, 2010 apud
BISOL, VALENTINI, 2015)
Ao nos depararmos com um estudante que possui deficiência física, precisamos
conhecer suas sensibilidades e o tipo de deficiência que ele apresenta, para podermos
atuar. Pode-se, assim, dialogar com o mesmo e com sua família.
De acordo com a limitação física apresentada é necessário utilizar recursos
didáticos e equipamentos especiais para a sua educação buscando viabilizar a
participação do aluno nas situações prática vivenciadas no cotidiano escolar,
para que o mesmo, com autonomia, possa otimizar suas potencialidades e
transformar o ambiente em busca de uma melhor qualidade de vida.
(BRASIL, 2006, p. 29)

Muitas barreiras arquitetônicas impedem a liberdade desses alunos, pois é ideal


ter espaço para que possam se locomover, sem grandes dificuldades. Além disso, o
professor deve considerar suas potencialidades, e utilizar estratégias que desenvolvam a
interação e acompanhamento com os demais colegas. Adaptações em produtos,
instrumentos, equipamentos e tecnologias, são alternativas muito viáveis e que se
usadas corretamente e de forma criativa, podem auxiliar os alunos. Muitas alternativas
podem ser utilizadas no momento do recorte, desenho, pintura, escrita e na leitura.
Por vezes, a deficiência é vista como um problema, uma anormalidade. Mas qual
corpo seria considerado “normal”? Pensa errado quem acredita ser aquele que a
sociedade apresenta como padrão, pois cada um contém suas peculiaridades, ou alguma
dificuldade para realizar determinada tarefa.
Mesmo que os alunos estejam na mesma turma e possuam a mesma idade, cada
um apresentará tempos diferentes para aprender, por isso, deve-se respeitar esse tempo.
Quando falamos em alunos com deficiência intelectual, algumas adaptações e
estratégias podem ser consideradas. Segundo Valentini e Bisol (2015) “Ritmos
diferentes, criatividade, espaço para o lúdico e para a singularidade e aposta no
potencial podem contribuir para que se diminuam as barreiras (...)” Assim, eles poderão
progredir tanto nos ambientes escolares, como em situações profissionais. É importante
utilizar estratégias variadas, e que envolvam emoções, elogiando, sempre, cada acerto
desse aluno.
É essencial que os educandos possam conviver com um colega que tenha
deficiência intelectual, assim, eles serão capazes de aprender a incluir e entender que
todos possuímos singularidades, enxergando, desde cedo, a vida por outros ângulos. Por
isso, que se saiba considerar as peculiaridades de cada um, como forma de aprender
todos juntos, pois o diferente de nós, tem muito que nos ensinar.
Assim, como foi citado, antes de qualquer ação deve-se conhecer o aluno. Isso
também acontece com o estudante que é surdo, visto que há diversos graus de perda
auditiva. “O aluno surdo é aquele sujeito cujo sentido auditivo apresenta perca
considerada dentro da escala de normalidade, sendo classificada em grau de perda leve,
moderada, severa e profunda.” (DOMANOVSKI; VASSÃO, 2016).
O ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) nas escolas, se tornou
obrigatório a partir da aprovação da lei 2040/11, sendo essa a segunda língua oficial
brasileira. Muitos benefícios são trazidos através dela, tanto para surdos, quanto para
ouvintes. Sendo introduzida a Libras nas escolas, se ensina desde o princípio os valores
e se conhece a cultura surda, gerando assim, a inclusão social dessa parcela da
sociedade. Ademais, dentro da escola, é importante que o surdo se comunique não
apenas com o intérprete, mas com todos seus colegas. E para que essa interação
aconteça, obviamente é necessário que os colegas saibam a língua de sinais. E a escola é
quem deve atender essa necessidade, trabalhando em prol da inclusão e da igualdade
para todos.
Trabalhar com os alunos inclusos é um desafio, então, é necessário que os
profissionais busquem metodologias adequadas. Até porque cada aluno tem um ritmo e
uma maneira diferente de aprender. Por isso, deve-se levar em consideração o potencial
individual de cada aluno, visto que cada ser é único, assim, as comparações não devem
existir. Portanto, a intervenção do professor é essencial para uma boa aprendizagem.

REFERÊNCIAS

BISOL, C. A.; VALENTINI, C. B. Adaptações Curriculares e Deficiência Física.


Projeto Incluir – UCS/FAPERGS/CNPq, 2015.  Disponível em:
<https://proincluir.org/deficiencia-fisica/estrategias/> Acesso em: 13 de maio de 2021.
BRASIL: Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Sala de Recursos
Multifuncionais: espaços para o Atendimento Educacional Especializado. Brasília:
MEC/SEESP, 2006.
DOMANOVSKI, M.; VASSÃO, A. M. A IMPORTÂNCIA DA LIBRAS PARA
INCLUSÃO ESCOLAR DO SURDO. Dia a dia educação. Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/
2016/2016_artigo_edespecial_unicentro_marilenedomanovski.pdf> Acesso em: 14 de
maio de 2021.
VALENTINI, C. B; BISOL, C. A. Inclusão e deficiência intelectual: algumas
estratégias. Projeto Incluir. UCS/CNPq/FAPERGS, 2015.   Disponível em:
<https://proincluir.org/deficiencia-intelectual/estrategias/14-5-2021> Acesso em: 14 de
maio de 2021.

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