Você está na página 1de 13

UNESC – UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE

CURSO DE PSICOLOGIA

ALYSSON BARBOSA DE SOUZA


IVAN CASTILHOS LUMERTZ
JÚLIA MENDES APOLINÁRIO
MARIA DE JESUS BARROS NALI
MARIANI JUSTINO ALVES

INCLUSÃO DA PESSOA DEFICIENTE

CRICIÚMA,
2018.
SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO..........................................................................................................3
2INCLUSÃO ESCOLAR.............................................................................................4
3EFETIVAÇÃO DA INCLUSÃO ESCOLAR...............................................................5
4COMO FAZER A INCLUSÃO ESCOLAR................................................................9
5RELATÓRIO E VISITA...........................................................................................10
6 REFERÊNCIAS.......................................................................................................13
3

1 INTRODUÇÃO

Em meados do século XIX as Santas Casas de Misericórdia brasileiras


começaram a realizar um trabalho de assistência aos doentes psiquiátricos que
proporcionavam a eles cuidados específicos.
Com a chegada do século XX, a questão educacional se configura mais pelo
lado biológico da deficiência do que o uso terapêutico, logo, o avanço da psicologia
e das novas teorias de aprendizagem começam a influenciar a educação para a
concepção da linha psicopedagógica que ressalta a importância da escola,
enfatizando sobre maneira os métodos e as técnicas de ensino. (MAZZOTTA, 2005).
A escola inclusiva é aquela que abre espaço para todas as crianças, incluindo
as que apresentam algum tipo de deficiência. No convívio com todos os alunos, a
criança com deficiência deixa de ser “segregada” e sua acolhida pode contribuir
muito para a construção de uma visão inclusiva.
Recusar-se a ensinar crianças e jovens com necessidades educacionais
especiais (NEE) é crime: todas as instituições devem oferecer atendimento
especializado, chamado de Educação Especial.
4

2 INCLUSÃO ESCOLAR
(IVAN)
5

3 EFETIVAÇÃO DA INCLUSÃO ESCOLAR

A escola brasileira é marcada pelo fracasso, onde seus alunos são


marginalizados pelo insucesso, por privações constantes e pela baixa autoestima
resultante da exclusão escolar. Alguns alunos são vítimas de seus pais, professores
e das condições em que vivem. Muitos deles repetem as séries, são expulsos e
fogem do hábito de estudante da educação formal.
O mundo está em constante mudança e vamos convivendo com o novo sem
perceber, e algumas pessoas estão de prontidão e dão os primeiros gritos da
necessidade do novo.
A constituição, contudo, garante a educação para todos. Na concepção
inclusiva e na lei, esse atendimento deve estar presentes em todos os níveis de
ensino na rede regular, da educação infantil até à universidade. O nosso modelo
educacional mostra um esgotamento e é nesta crise que surge o momento oportuno
de transformações necessárias.
A escola comum é o ambiente mais adequado para garantir o relacionamento
dos alunos com ou sem deficiência e da mesma idade, a quebra de qualquer ação
discriminatória e todo tipo de interação que possa beneficiar o desenvolvimento
cognitivo, social, motor e afetivo dos estudantes. A educação deve ser voltada para
uma cidadania global plena, e livre de preconceitos.
A integração escolar é a inserção de alunos especiais nas escolas comuns,
para que todos aprendam igualmente, cada um dentro do seu tempo. A integração
pode ser vista na ampliação de estruturas físicas para portadores de alguma
deficiência física, pode-se observar na criação de rampas e construções que
facilitam o acesso destes indivíduos nos meios sociais, e também na inserção dos
mesmos nas salas de aula de ensino regular. Porém, a inclusão trabalha as
diferenças de modo que enriqueça o aprendizado de todos deficientes ou não, com
problemas de aprendizagem ou não, e a inclusão é uma provocação, e sua intenção
é melhorar a qualidade do ensino das escolas atingindo á todos os alunos em
geral.
Segundo Vigotsky, a inclusão não deve ser vista com complacência ou
desânimo, e sim com uma visão dialética do real, levando a entender que ao mesmo
tempo em que existem dificuldades existem também possibilidades.
6

4 COMO FAZER A INCLUSÃO ESCOLAR

Para que aconteça o desenvolvimento da pessoa com deficiência no ensino


regular é necessário hoje o uso de professores auxiliares que servem como
facilitadores do aprendizado, tendo como função levar o conhecimento de forma
adequada, de modo que facilite a compreensão do aluno diagnosticado, sobre
conteúdo que está sendo passado.
A questão que surge com a idéia de modernizar a inclusão, dando a mesma
forma de ensino para pessoas com deficiência no aprendizado acaba gerando um
conflito no âmbito profissional, pois se deve considerar que o professor lida com
inúmeras dificuldades e na maioria das vezes não está preparado para adequar uma
aula em uma linguagem que possa abranger a todas as especificidades intelectuais
com que seus alunos necessitam e desta forma a informação que deseja ser
transpassada não chega de maneira adequada ao aluno, por conta do seu déficit,
por isso o uso importantíssimo do professor auxiliar, que acaba realizando esse
papel de inclusão e não de segregação.
Pensar na maneira mais adequada de inclusão levando em consideração todo
avanço que já se teve neste processo, de incluir professores auxiliares para adequar
o ensino regular de indivíduos com deficiência, acaba sendo um pouco controverso,
uma vez que foi preciso fazer com que toda uma sociedade passasse a prestar
atenção nas deficiências existentes, que distanciaram algumas pessoas com
necessidades específicas do ensino regular, para que assim fossem criadas
metodologias que trouxessem os mesmos para mais próximo do desenvolvimento
escolar.
Ao modernizar o método de ensino, fazendo com que todos tenham em sala
de aula o mesmo conteúdo passado, com apenas um professor em sala excetuando
o auxiliar, acaba por afastar também o deficiente do ensino, sendo que este percebe
que não consegue acompanhar seus colegas e com isso perde aos poucos o
estímulo de se manter na escola.
Indubitavelmente as escolas devem ensinar sem exceção e exclusão, mas
para que haja a inclusão no ensino regular faz-se necessário a ajuda de professores
auxiliares que tenham a responsabilidade de adequar à fala e o método de
aprendizagem de acordo com o aluno e sua deficiência.
7

Recriar o modelo educativo escolar tendo como eixo o ensino para todos, não
limitando o conteúdo por uma particularidade presente em sala de aula, de maneira
que o aluno não se sinta excluído e não se perceba diferente dos demais, tendo a
mesma forma de aprendizado, porém observando sua evolução cognitiva e levando
em consideração também o modo como desenvolve as atividades na classe, de
acordo com os seus limites, pode ser um método de inclusão a ser estudado e posto
em prática, mas é necessária para isso uma drástica mudança nos métodos de
ensino. Este passará a avaliar o aluno por suas competências priorizando sempre o
avanço e incentivo, para que desenvolva cada vez mais o aprendizado dentro de
suas limitações.
O professor inclusivo não procura eliminar a diferença em favor de uma
suposta igualdade do alunado - tão almejada pelos que apregoam a homogeneidade
das salas de aula. Ele está atendo aos diferentes tons de vozes que compõem a
turma, promovendo a harmonia, o diálogo, contrapondo-as e completando-as.
O argumento mais freqüente dos professores, quando resistem à inclusão, é
não estarem preparados para esse trabalho. Anseiam por uma formação que lhes
permita esquemas de trabalho pedagógico predefinidos a suas salas de aula,
garantindo-lhes a solução dos problemas que presumem encontrar nas escolas ditas
inclusivas.
Espera-se que o ensino comum se defina pela inclusão e que políticas
públicas orientem com uma formação inicial e continuada de professores, tornando o
ensino acessível a todos os alunos.
Essa tendência de diferenciar o ensino escolar comum para certos grupos de
aluno ou para um único aluno é uma prática que não corresponde educação
verdadeiramente inclusiva. Trata-se de diferenciar o ensino para excluir. A
pedagogia que queremos chegar não seria concebida como uma pedagogia que
congela identidades. Que estabelece um campo específico, uma fórmula padrão
para atuar com cada uma delas.
Difere por completo da pedagogia da diferença. Construída no entendimento
pleno da inclusão e destinado a alunos que não se repetem e, para os quais é
impensável sugerir quaisquer “customizações” educativas.
O movimento inclusivo nas nossas escolas, esta criando novos caminhos
para se estabelecer, conquistando os resistentes e refutando soluções
conservadoras, apresentando soluções, convencendo os que duvidam.
8

A escola inclusiva brasileira tem sólidas fundações, na lei, existem aqueles


que se imbuíram no compromisso e se dispuseram expandir e transformar a escola
para se adequar ao nosso tempo. Eles estão se multiplicando e surpreendendo,
demonstrando a força desta ideia poderosa. Que depende apenas de uma
adequação aos novos tempos.
9

5 RELATÓRIO E VISITA

A entrevista e a visita foram realizadas no dia 11 de outubro de 2018, às 9:00


da manhã, na Escola de Educação Básica Coronel Marcos Rovaris, localizada na
Rua Cônego Aníbal Maria Di Francia, número 10 - Pinheirinho - Criciúma - Santa
Catarina - CEP: 88804-360.

História da escola

A escola foi criada no dia 05 de fevereiro de 1955, com o nome de Escolas


Reunidas "Marcos Rovaris" e funcionou a partir daquele ano com quatro turmas, nas
dependências do Bairro da Juventude. Em 1960, dado ao elevado número de
alunos, passou-se para o atual prédio escolar. Em 1994,começou a funcionar o
Ensino Médio, em turnos diurnos e noturnos, e a denominação para: Colégio
Estadual Coronel Marcos Rovaris. No ano de 2000, obedecendo a portaria que
padronizou a identificação das escolas estaduais, o nome foi alterado para Escola
de Educação Básica Marcos Rovaris.

Relatório e Entrevista

A entrevista foi realizada com o professor e assessor da direção, o Sr.


Donato.
A formação dos professores da escola é com Ensino superior, a maioria é
pós-graduado, e tem três mestres. Além dos professores, a escola tem 3 assistentes
pedagógicas, 2 bibliotecários, 1 diretora, 2 assessores, 1 secretária, 3 merendeiras,
2 vigilantes, e não tem psicólogo, somente os estagiários.
A escola no momento tem quase 10 alunos com algum tipo de deficiência, há
uma menina cega que está no 2º ano do ensino médio.
Antigamente a escola tinha mais alunos com deficiência, mas o governo não dava o
segundo professor em sala de aula, o aluno era tratado como uma criança normal. E
com a lei, foi obrigatório o segundo professor, então de uns 5 anos para cá, tiveram
bastante. Inclusive, ainda há alguns alunos que não tem o segundo professor. Tem
professora que é contratada para acompanhar tal aluno, e acabam acompanhando
10

outros alunos também. É encaixado. O assessor relata que tem medo se o governo
tirar o segundo professor.
Como esses alunos possuem o laudo devido à sua deficiência, eles têm direito ao
segundo professor em sala de aula nas 5 aulas de segunda a sexta.
A jovem que é cega possui materiais adaptados para ela que a escola fornece, ou,
outras escolas como o Colegião acabam emprestando. É o primeiro ano que
trabalham com uma pessoa cega e não tinham muitos materiais. A escola prepara
também bastantes projetos para melhorar o ensino, a escola inteira se envolve, é
tirada uma manhã, que os alunos acabam não tendo aula, e assim, os professores
desenvolvem o projeto.
A escola faz um relatório sobre o aprendizado e o desenvolvimento do aluno
para os pais,do ensino fundamental e do ensino médio. Esse relatório é feito
bimestral. A reunião dos professores é bimestral, e a reunião com os pais e/ou
responsáveis, acontece uma vez por ano, geralmente em março.
Muitas vezes os pais não aceitam que o jovem tem dificuldades e que
necessita de ajuda, a escola comunica e tenta ir atrás, mas eles não dão
importância. “Não levam ao médico. Não sei como vai ficar o ano que vem, porque
não abriu concurso para o segundo professor. Esse segundo professor tem que ter a
graduação de pedagogia. Temos duas irmãs com deficiência, elas não tinham
segundo professor, mas uma colega da sala tinha, então a professora auxiliava as
três meninas, mas depois que a menina foi embora para Porto Alegre, as duas irmãs
acabaram ficando sem professor, e são tratadas como aluno normal. Quando dá
para encaixar com outros professores, nós encaixamos para o aluno não ficar sem o
segundo professor.“ Relata o Sr. Donato.
Em relação a matricula na escola, os alunos com deficiências são
matriculados de acordo com a faixa etária, as turmas não acabam sendo menores
porque possuem alunos com deficiências. Também nunca foi negada uma matrícula
para alunos com deficiência. Na matrícula além dos documentos principais, também
pedem o laudo médico.
Ele conta que os pais não são muito interessados em fazer a matrícula. Hoje, é a
escola que manda uma folha para eles trazerem preenchidas para fazer a matrícula,
por que os pais não vão até a escola, e todos os dias os professores têm que
perguntar se trouxeram a folha da matricula. Quando alguns pais vão até na escola
para fazer a matricula, eles não sabem o ano que o filho está, e já aconteceu de não
11

saberem nem como escreve o nome. A escola corre muito atrás. Há muitos pais
(nem todos) com falta de interesse, eles não vão buscar nem o boletim. Agora o
boletim é online, para os alunos carentes que não tem acesso ao computador em
casa,a escola imprime.
Quando a escola suspeita que o aluno possua algum tipo de transtorno
primeiro de tudo chama os pais e/ou responsáveis, e pedem para encaminhar para o
médico. Pedem também para encaminhar para a escola Diomício Freitas, que lá o
jovem já aprende alguma profissão. E é onde entra a questão que as maiorias dos
pais não dão importância, dizem que não tem tempo, dizem que é muita
incomodação ir atrás de tudo isso. Muitas vezes o aluno acaba passando de ano
porque a escola ajuda. Mas nem todos são assim, há aqueles pais que aceitam e
levam ao médico, nos entregam o laudo, que não é apenas uma folha, é muita coisa
que tem...
Os alunos que tem deficiência são avaliados de uma forma diferente, ou seja,
avaliados pelo o que eles conseguem fazer. Há alunos com deficiência que tem
dificuldades em português, mas são ótimos em matemática, não precisa nem da
ajuda do segundo professor.
A adaptação do aluno com deficiência, no caso a menina que é cega ela tem
20 anos, quando chegou na escola não tinha a bengala, a escola é adaptada com
rampas e possui as estruturas, antes ela precisava de ajuda, mas a professora a
ensinou a caminhar sozinha sem auxilio de alguém, e agora ela já vai sozinha para a
sala, somente com a bengala, antes não fazia Educação física, hoje ela já pega a
bola e joga, participa junto com os outros alunos. Ela aprendeu bastante na escola,
os professores são bem seguros e preparados.
Quando o aluno com deficiência é agressivo, a escola chama os pais e/ou
responsáveis. Eles têm um aluno que toma remédio controlado, bem forte. Ás 7:00
quando ele chega na escola, é o Sr. Donato que entrego o remédio para ele. Um fica
remédio fica em casa, e outro a mãe deixa na escola.
O bullying é trabalhado diretamente com o próprio aluno. Já tiveram problema
com bullying, que na verdade acontece quase toda semana na escola. Mas é um
assunto muito trabalhado devido à freqüência de casos. Trabalham com palestras,
projetos, em sala de aula. Antes era mais, mas diminuiu muito 99%. Donato comenta
que é uma escola bem inclusiva, eles aceitam todo tipo de pessoa com ou sem
deficiência, raça ou cor.
12

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Falar de inclusão, em nossa sociedade, é um desafio. Porque simplesmente, esta


dita sociedade possui barreiras para separar as escolas regulares dos alunos com
necessidades especiais. A primeira, e mais difícil, é o preconceito. A segunda é a
estrutura física, que embora não seja tão difícil de ser superada, o poder público não
tem disponibilizado verbas suficientes para que estas barreiras sejam superadas.
Outra barreira é a falta de conhecimento a respeito dos direitos dos deficientes por
parte dos seus familiares. Como lutar por direitos se não se sabe nem mesmo que
elesexistem. Desta forma, é urgente o início de um trabalho de divulgação dos
direitos que os deficientes possuem, para assim eles possam, de fato, lutar por tais
direitos.
Quanto às nossas escolas, de fato, elas não estão mesmo preparadas para recebê-
los. Entretanto, se for esperar que ela se prepare literalmente, esta inclusão
demorará ainda mais para ocorrer. Desta forma, é que preciso que as escolas dêem
o primeiro passo para o processo de inclusão, que é aceitar que ele se matricule.
Depois disso, a escola poderá lutar juntos aos CREDEs as condições básicas para o
atendimento dos mesmos, como é o caso de tradutores de LIBRAS e Braile, para
deficientes auditivos e visuais respectivamente, entre outros.
Entretanto, apesar de toda e qualquer dificuldade, nada deve impedir que a inclusão
aconteça. Mesmo porque, uma vez que a inclusão está prevista na nossa Carta
maior, a Constituição, isto faz da inclusão direito inalienável e como direito subjetivo,
que é, poderá se constituir um crime a escola que não receber o alunos que tiver
necessidades especiais.

7 REFERÊNCIAS

A inclusão da pessoa com deficiência na escola regular. Disponível em


<http://www.arcos.org.br/artigos/a-inclusao-da-pessoa-com-deficiencia-na-escola-
regular/> Acesso em 18 de out. 2018.
13

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar – O que é? Por quê? Como
fazer?São Paulo: Summus, 2015. 96p.

NEVES, M. M. B. J.; ALMEIDA, SFC de. A atuação da psicologia escolar no


atendimento aos alunos encaminhados com queixas escolares. Psicologia Escolar:
Ética e competências na formação e atuação relacional, p. 83-103, 2003.

COSTA, Dóris.Superando limites: a contribuição de Vygotsky para a educação


especial. 2006.Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0103-84862006000300007> Acesso em 16 de out. 2018.

Você também pode gostar