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INCLUSÃO SOCIAL – DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Resumo

Os profissionais que trabalham com a educação, precisam entender que só existirá


inclusão de pessoas com necessidades especiais em suas dependências se todos
estiverem dispostos e empenhados em contribuir para o amadurecimento de um trabalho
mais humano e acolhedor. A inclusão da pessoa com deficiência é um tema que tem
gerado uma grande discussão e preocupação entre os profissionais da área. A legislação
garante os direitos aos portadores de deficiência, partindo da suposição que a educação
inclusiva se caracteriza como uma ampliação de acesso à educação dos grupos
historicamente excluídos em função de sua classe, etnia, gênero, idade, deficiência entre
outros.

Palavras-chave: Educação. Deficiência intelectual. Inclusão

Introdução

A inclusão vem se mostrando um assunto cada vez mais debatido na esfera


escolar, com leis e diretrizes voltadas à inclusão dos alunos que utilizam de escolas
públicas, e são alvos da educação especial, com a Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), os regulamentos e
normas sobre a implantação do Atendimentos Educacional Especializado e das Salas de
Recursos Multifuncionais (BRASIL, 2008, 2011) e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (BRASIL, 2015). Por conta desse contexto e a existência no dia a dia
escolar, os profissionais da escola têm contato com a inclusão escolar e seus conceitos.
Apesar de algumas vezes, o contato com o conceito não acontecer da maneira certa e
com o aprofundamento necessário.

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É certo que quando um aluno é inserido na escola, a sua visão sobre o mundo é
amplificada, aumenta-se a possibilidade de aprendizagem e as vivencias e experiências
desse aluno começa a mudar após conhecer um novo ambiente.

É importante que o aluno aprenda a conviver com as diferenças e a aceita-las, bem


como é importante entender que a escola e a sociedade tem por obrigação acolher estes
alunos, lhe dando dignidade, educação com qualidade e ajudando com que se sinta
inserido na sociedade e posteriormente no mercado de trabalho.

Com a inclusão da criança na escola, ela passa a aprimorar e desenvolver todas as


suas competências, habilidades e capacidades, assim como o seu envolvimento em uma
nova socialização, a criança começa a se preparar para encarar os novos desafios,
tornando o mundo um lugar melhor, onde não exista descriminação pelas diferenças.
Segundo Mantoan (2003), a inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças. Desta
maneira, a escola deve ser um lugar onde se possa conviver com todas as diversidades,
uma vez que as pessoas são diferentes entre si e cada uma apresenta sua
individualidade e singularidade.

“ A busca por uma sociedade igualitária, por um mundo em que os homens gozem
de liberdade de expressão e de crenças e possam desfrutar da condição de
viverem a salvo do temor e da necessidade, por um mundo em que o
reconhecimento da dignidade inerente a todos os seres humanos e da igualdade
de seus direitos inalienáveis é o fundamento da autonomia, da justiça e da paz
mundial, originou a elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos,
que representa um movimento internacional do qual o Brasil é signatário”
(FACION, 2008, p. 55).

Em virtude de estudar a inclusão da criança na escola e da diversidade de


deficiências, decidimos por se aprofundar em uma única deficiência, estaremos
elaborando o trabalho em pesquisas e vivencias com crianças que possuem deficiência
intelectual.

Portanto, este trabalho vem apresentar um estudo relacionado a inclusão da


criança com deficiência intelectual no âmbito da escola regular, quais as dificuldades e
como as escolas e seus profissionais se preparam para receber esse aluno.

Educação especial e inclusiva

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Por muito tempo os portadores de deficiência não eram inclusos no contexto social,
pois eram considerados incapazes de se adaptarem a esse contexto. Somente no século
XX no final da década de 50 e início da década de 60, que a inclusão escolar para os
alunos com necessidades educacionais especiais e os alunos que apresentavam
dificuldades no aprendizado, tiveram seus direitos inseridos na política educacional
brasileira, neste período os pesquisadores e educadores começaram a se interessar pelo
atendimento educacional dos alunos com necessidades especiais.

Com as dificuldades encontradas os especiais precisaram lutar pelos seus


interesses, chamando a atenção para suas limitações como especiais. Dessa maneira foi
possível o início da inclusão social e educacional das pessoas com necessidades
especiais. As escolas precisaram modificar seus padrões, os profissionais começaram a
tomar consciência do trabalho com os que estavam excluídos e marginalizados,
possibilitando o acesso ao conhecimento formal pelo qual todos tem o direto de receber.

A prática da educação inclusiva para os alunos especiais.

Para podermos ter uma pratica na educação inclusiva, segundo Meyrellles (2009)
só será possível se houver mudanças estruturais na escola, que facilitem para as pessoas
com necessidades educativas especiais, condições para que todos tenham acesso e
permanência na escola de forma que sejam respeitados e trabalhados suas limitações.

Com a obrigatoriedade da matrícula dos alunos com necessidades educativas


especiais em classe regular assegurou o direito do mesmo ao acesso à escola, que antes,
não se via preparada para recebê-los, e com isso os profissionais e os pais puderam
perceber que necessitavam avançar no tempo e gerar oportunidades para aqueles que
estiveram ao longo do tempo excluído do convívio da escola regular.

González (2007) afirma que se houver preparação e competência do profissional


para lidar de forma eficaz na preparação do projeto educativo, de realizar adaptações
curriculares e de adequar nova metodologia, o processo de ensino e aprendizagem
chegará a todos os alunos com necessidades especiais, sem dificuldades de assimilação
e aplicabilidade do mesmo.

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“Na concepção de atendimento especializado deve estar disponível em todos os
níveis de ensino de preferência na rede regular, desde a educação infantil até a
universidade.” (MANTOAN,2003)

A pessoa com deficiência intelectual, como qualquer outra pessoa, precisa


desenvolver a sua criatividade, a capacidade de conhecer o mundo e a si mesmo, não
apenas superficialmente ou por meio do que o outro pensa. O nosso maior engano é
generalizar a capacidade mental das pessoas com deficiências em um nível sempre muito
baixo, progridem na escola, acompanhando os colegas. Desse equivoco derivam todas as
ações educativas que desconsideram o fato de que cada pessoa é uma pessoa, que tem
antecedentes diferentes de formação, experiências de vida e que sempre é capaz de
aprender e de exprimir um conhecimento. Por maior que seja a limitação do aluno com
qualquer deficiência intelectual, ir à escola o faz participar do convívio social.

Segundo Vygotsky (1991ª, p. 74) “o aprendizado é uma das principais fontes da


criança em idade escolar; e é também uma poderosa força que direciona o seu
desenvolvimento, determinando o destino de todo o seu desenvolvimento mental.”

Vygotsky nos ensina a observar a pessoa com deficiência intelectual com outros
olhos, nem melhor, nem pior, apenas diferente. Partindo de uma base diferente, pois não
podemos negar a diferença, a deficiência que ela possui, a criança com deficiência mental
desenvolve processos diferenciados para poder seguir no seu desenvolvimento cognitivo.

Entende-se que a família tem a responsabilidade de exercer o importante papel de


educar a criança. É através da família e do comportamento dos seus membros em
relação à criança e em relação aos próprios membros, que a criança com deficiência
interioriza a alegria, a satisfação e o amor, ou então o contrário.

Para a escola cabe o papel de estar sempre em sintonia com a família para então
melhorar e contribuir da melhor forma possível com o desenvolvimento da criança.
Acredita-se que o objetivo principal da escola, deva ser o da busca por tonar a criança
mais autônoma perante o indivíduo adulto. No entanto, entende-se que essa autonomia
só irá ocorrer através do bom relacionamento com outras pessoas.

A integração da escola e da família devem ser presentes nas atividades de


socialização das crianças, devendo os pais estar mais envolvidos numa procura por
educar seus filhos. Diante da inclusão, o desafio das escolas comuns e especial, é tornar

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claro o papel de cada uma, pois uma educação para todos não nega nenhuma delas. Se
os compromissos educacionais não são sobrepostos, nem substituíveis, cabe à escola
especial complementar a escola comum, atuando sobre o saber particular, que vai
determinar e possibilitar a construção do saber universal.

Conclusão

Depois das pesquisas, conversas, opiniões, criticas, diferentes olhares, nas infinitas
pesquisas realizadas, me sinto no dever de enxergar a inclusão como algo possível e
extremamente valioso para todos que dela participam, considerando é claro, que não é
uma tarefa fácil e muito menos simples.

Sabemos que existem dificuldades e um caminho longo e trabalhoso para se


percorrer. Onde é necessário a capacitação, adequação, estudos. Porém, não há nada
que não justifique a certeza que incluir os alunos com deficiência, seja intelectual ou
qualquer outra deficiência, seja fundamental para o aluno e para a sociedade.

Referências

________. Ministério da Educação e do Desporto. Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Na cio na l. Lei nº 9.394/96, Brasília.
BRASIL. Congresso Nacional Constituição: República Federativa do Brasil. Brasília,
Centro Gráfico, 1996.
FACION, J. R. Inclusão escolar e suas implicações. 2. ed. Curitiba: IBPEX,
2008.
MANTOAN, MARIA TERESA EGLÉR. O Direito Na Igualdade Dos Direitos – Questões
sobre a inclusão escolar de pessoas com e sem deficiências. Ano 1995, p. 88
MANTOAN, MARIA TERESA EGLÉR. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer?
São Paulo: Moderna, 2003. (Coleção Cotidiano Escolar)
MEYRELLES, Denise de Jesus et. Al. Inclusão Práticas Pedagógicas e
Trajetórias de Pesquisa. Porto Alegre, Mediação. 2009.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 4°ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

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