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EDUCAÇÃO INCLUSIVA:

DIFERENTES OLHARES

PROFª Ms. JACIRENE PIRES


INCLUSÃO QUE FUNCIONA
MAIS DO QUE CRIAR CONDIÇÕES
PARA OS DEFICIENTES, A INCLUSÃO
É UM DESAFIO QUE IMPLICA
MUDAR A ESCOLA COMO UM TODO,
NO PROJETO PEDAGÓGICO, NA
POSTURA DIANTE DOS ALUNOS, NA
FILOSOFIA...
MUITO MAIS QUE INTEGRAÇÃO
A inclusão de estudantes com deficiência nas
classes regulares representa um avanço
histórico em relação ao movimento de
integração.
A inclusão postula uma reestruturação do
sistema de ensino, com o objetivo de fazer com
que a escola se torne aberta às diferenças e
competente para trabalhar com todos os
educandos, sem distinção de raça, classe,
genero ou características pessoais.
Todas as crianças que estão nas escolas
especiais têm o direito constitucional de entrar
no sistema regular, em turmas condizentes
O QUE DIZEM AS LEIS
1988
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
Prevê o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação; garante o direito à escola para todos; e coloca
como princípio para a Educação o “acesso aos níveis mais
elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um”.

1989
LEI Nº 7.853/89
Define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou
extinguir a matrícula de um estudante por causa de sua
deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele público
ou privado. A pena para o infrator pode variar de um a quatro
anos de prisão, mais multa.

1990
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)
Garante o direito à igualdade de condições para o acesso e a
permanência na escola, sendo o Ensino Fundamental obrigatório e
gratuito (também aos que não tiveram acesso na idade própria); o
respeito dos educadores; e atendimento educacional
1994
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA
O texto, que não tem efeito de lei, diz que também devem receber
atendimento especializado crianças excluídas da escola por motivos como
trabalho infantil e abuso sexual. As que têm deficiências graves devem ser
atendidas no mesmo ambiente de ensino que todas as demais.
1996
LEI E DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LBD)
A redação do parágrafo 2o do artigo 59 provocou confusão, dando a
entender que, dependendo da deficiência, a criança só podia ser atendida
em escola especial. Na verdade, o texto diz que o atendimento
especializado pode ocorrer em classes ou em escolas especiais, quando
não for possível oferecê-lo na escola comum.
2000
LEIS Nº10.048 E Nº 10.098
A primeira garante atendimento prioritário de pessoas com deficiência nos
locais públicos. A segunda estabelece normas sobre acessibilidade física e
define como barreira obstáculos nas vias e no interior dos edifícios, nos
meios de transporte e tudo o que dificulte a expressão ou o recebimento
de mensagens por intermédio dos meios de comunicação, sejam ou não
de massa.
2001
DECRETO Nº3.956 (CONVENÇÃO DA GUATEMALA)
Põe fim às interpretações confusas da LDB, deixando clara a
impossibilidade de tratamento desigual com base na deficiência. O acesso
ao Ensino Fundamental é, portanto, um direito humano e privar pessoas
em idade escolar dele, mantendo-as unicamente em escolas ou classes
especiais, fere a convenção e a Constituição
A ESCOLA É DE TODOS?
Embora a inclusão seja uma prática recente e
ainda incipiente nas nossas escolas, para que
possamos entendê-la com maior rigor e precisão,
considero-a suficiente para questionar que ética
ilumina as nossas ações na direção de uma escola
para todos. Ou, mais precisamente: as propostas
e políticas educacionais que proclamam a
inclusão estão realmente considerando as
diferenças na escola, ou seja, alunos com
deficiências e todos os demais excluídos são as
sementes da sua transformação? Essas propostas
reconhecem e valorizam as diferenças como
condição para que haja avanço, mudanças,
desenvolvimento e aperfeiçoamento da educação
escolar?
(Maria Teresa Eglér MONTOAN)
O QUE É INCLUSÃO?
A inclusão total e irrestrita é uma
oportunidade que temos para reverter a
situação da maioria de nossas escolas, as
quais atribuem aos alunos as
(deficiências que são do próprio ensino
ministrado por elas) sempre se avalia o
o que o aluno não sabe, mas raramente
se analisa “o que” e “como” a escola
ensina, de modo que os alunos não
sejam penalizados pela repetência,
evasão, discriminação, exclusão, enfim.
O QUE FAZ UMA ESCOLA SER INCLUSIVA?
Um bom projeto pedagógico, que começa pela
reflexão.
A equipe da escola inclusiva deve discutir o
motivo de tanta repetência e indisciplina, de os
professores não estarem dando conta de
ensinarem a todos os alunos, de os pais não
participarem.
As práticas pedagógicas também precisam ser
revistas.
Como as atividades são selecionadas e
planejadas para que todos aprendam?
Diversificar o programa vale para os estudantes
deficientes ou não.
A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Estamos num processo de conscientização.
Estamos construindo a nossa capacidade de entender e
reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver
e compartilhar com pessoas diferentes de nós.
A Educação Inclusiva acolhe todas as pessoas, sem
exceção. É para o estudante com deficiência física, para
os que tem comprometimento mental, para a pessoa
surda ou cega, para os superdotados, para todas as
minorias e para a criança que é discriminada por
qualquer outro motivo.
Uma nova concepção de educação e sociedade se faz
por vontade pública e é essencial que o sistema
educacional assuma essa vontade: é necessário que
todos os agentes institucionais percebam-se como
gestores e técnicos da educação inclusiva.
NESTA PERSPECTIVA É ESSENCIAL...

QUE O EXERCÍCIO SOCIAL E PROFISSIONAL DESTES


AGENTES ESTEJA SUSTENTADO POR UMA REDE DE
AÇÕES INTERDISCIPLINARES, QUE SE ENTRELACEM
NO TRABALHO COM AS NECESSIDADES
EDUCACIONAIS ESPECIAIS DOS ALUNOS.

QUE AS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS,


ORGANIZADAS PARA ESTABELECER MODELOS DE
RELAÇÕES SOCIAIS E REPRODUZIR A LÓGICA DA
SOCIEDADE, POSSAM REFLETIR SOBRE QUAL É A SUA
FUNÇÃO SOCIAL.

QUE UMA POLÍTICA MACRO SE INSTAURE


POR DENTRO DE UMA LÓGICA INCLUSIVA, ÉTICA.
DIFERENÇA E EXCLUSÃO – ou ... A GESTAÇÃO DE
UMA MENTALIDADE INCLUSIVA
Estamos em meio a um processo de gestação.
Buscamos novas formas, contornos, possibilidades,
com todas as alegrias e sofrimentos que o
acompanham.
É próprio da gestação a inquietude, a expectativa, o
desejo de criar e conhecer o que cresce e se move,
esse misterioso ser que está por nascer e que ainda
não tem um rosto, mas já se apresenta como forma,
como vida, palpável, concreta.
No caso de uma mentalidade inclusiva, enfrentamos as
dificuldades no cotidiano de cada escola, de
professores, alunos e familiares. Todos sabemos o
quanto é difícil e quão longe estamos de um porto de
chegada. Haverá este lugar? Este momento? Talvez
não se trate de chegar, mas de fazer a viagem, e
desfrutar de cada momento dela, descobrindo encantos
numa paisagem que se conhece ao percorrer.
Esse seria um modo de subjetivação, que se faz na
relação mesma do sujeito com a cultura.
A ESCOLA PRECISA SE ADAPTAR PARA A INCLUSÃO?
A escola tem que ser o reflexo da vida do lado de fora.
O grande ganho, para todos, é viver a experiência da
diferença.
Desse encontro, desse choque, desse desmoronamento
de limites abre-se uma perspectiva face ao insólito, e
com isso, a oportunidade da vivência de novas
experiências.
Temos de nos livrar das tiranias – do pensamento
fechado, do imperativo da ordem, da obsessão pela
norma, da cobrança do “mesmo”, das filiações
identitárias, dos currículos pasteurizados, dos
confinamentos dos programas e avaliações, das
disciplinas encompassadoras de ritmos e talentos.
No presente, com a fragmentação e a ruptura dos
modelos dogmáticos e enrijecidos, do conhecimento
universalizante e unívoco, da previsibilidade, da
certeza, estamos diante de novas formas de construção
de subjetividade.
Para a escola, o maior ganho está em garantir a todos
o direito à educação.
A inclusão se apresenta como
uma revolução...
Revolução porque está produzindo um turbilhão de
movimentos que invadem todas as áreas, entram pelos
mecanismos legais e forçam a presença – nas
empresas, nas escolas, nos lugares públicos, nas
diferentes formas de cultura, lazer e diversão, na
sexualidade, no trabalho.
Como estamos enfrentando esse desafio? Quais as
lutas que se travam no cotidiano das escolas, em seus
processos de ensino regular, currículos, formas de
avaliação, tempos e ritmos? Como se sacode o torpor
da acomodação, do silêncio, do parado, do resignado
ao seu lugar, do impedimento? Qual a lógica que se
instala, rompendo com as idéias de homogeneização,
totalidade, identidade, mesmidade, igualdade?
As antigas explicações e pressupostos que sustentaram
muitas de nossas ações não servem para enfrentar
esse desafio.
Há inúmeras experiências acontecendo: O Atendimento
Educacional Especializado -AEE; As Salas
Multifuncionais de Recursos; A Formação dos
Professores; Os sistemas de Avaliação...
O PAPEL DO PROFESSOR
Um Professor sem capacitação pode ensinar alunos com
deficiência, pois o seu papel é ser regente de classe, e
não especialista em deficiência. Essa responsabilidade é
da equipe de AEE.
A função do Professor regente é trabalhar os
conteúdos, mas a parceria entre os profissionais são
muito produtivas.
Mesmo que a escola não ofereça estrutura, o Professor
não pode se recusar a lecionar para as turmas
inclusivas. As redes de ensino devem dar às escolas e
aos professores o que é necessário para um bom
trabalho.
Para garantir o cumprimento da lei, o Ministério Público
fiscaliza as escolas e o MEC/SEESP as leva a entender o
seu papel, a lei e a agir para colocar tudo isso em
prática.
PORTANTO,
O tema da diferença, atravessada pelos dispositivos de
exclusão e suas implicações na formação da
subjetividade, é significativo e desafiador para todos os
que se dedicam a pensar a educação, e a educação
especial, NUMA PERSPECTIVA INCLUSIVA de modo
particular.
Sob o signo de novas linguagens, num mundo global
integrado pela informação, com emoções e
experiências cada vez mais sofisticadas, como pensar a
noção de “diferença”? Em relação a que, a quem?
Quem determina a medida, a fronteira? Quem levanta
os muros das múltiplas separações? Quem dita as
normas?
Enquanto escola, devemos deixar de nos concentrar
nas deficiências e estudarmos as diferenças, pois uma
sociedade justa e que dê oportunidade para todos, sem
qualquer tipo de discriminação, começa na escola.
A escola precisa avançar, rumo à inclusão, tal qual o
ser humano avança em suas fases de desenvolvimento.
(músicas para refletir)
“O que nos torna iguais, é o fato de sermos
diferentes”
MUITO OBRIGADA

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