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OS BENEFÍCIOS DA ESCOLA INCLUSIVA NO QUE TANGE O ENSINO

APRENDIZAGEM

Roseli Cristina dos Santos


cristinaprof19@yahoo.com.br
Formação Pedagógica em Pedagogia

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo discutir a inclusão escolar de alunos com necessidades
educativas especiais no ensino regular. E nestes aspectos rever o papel da educação Especial e
de sua importância na formação de pessoas. A Educação Inclusiva vem ganhando a cada dia
maior importância no cenário escolar. E diante de tal importância é importante uma reflexão
sobre os meios de suporte e recurso especializados de modo que realmente atenda às
necessidades do aluno junto à escola e que a educação seja efetivamente inclusiva.
Primeiramente será apresentado de modo resumindo a história da Educação Especial,
inclusive no Brasil e como se deu seu desenvolvimento até o presente momento, abordando o
processo de formação de professores que atendam a nova proposta educacional. Pois Inclusão
Escolar presume mudanças no comportamento frente a novas ideias que há na escola. Tendo
também em visa a formação de professores que apresentam dificuldades de diversos tipos
para tornar sólidas as práticas que incentivam a autonomia individual e o desenvolvimento das
habilidades e competência de alunos que apresentam dificuldade no processo sócio educativo.

Palavras chaves: Educação - Professor – Inclusão – Aluno – Deficiência.


ABSTRACT

This work aims to discuss the school inclusion of students with special educational needs in
regular education. And in these aspects review the role of Special Education and its
importance in the formation of people. Inclusive Education is gaining increasing importance
in the school scenario. And given such importance, it is important to reflect on the means of
support and specialized resources so that it really meets the needs of the student at the school
and that education is effectively inclusive. Firstly, it will be presented in a way summarizing
the history of Special Education, including in Brazil and how it has developed up to the
present moment, addressing the process of training teachers who meet the new educational
proposal. For School Inclusion assumes changes in behavior in the face of new ideas that exist
at school. It also aims to train teachers who have different types of difficulties to make solid
practices that encourage individual autonomy and the development of skills and competence
of students who have difficulties in the socio-educational process.

Keywords: Education - Teacher - Inclusion - Student - Disability.

INTRODUÇÃO

A inclusão atualmente, um dos assuntos mais comentados e questionados na área da


educação. Um ato que se direciona rumo à transformação de sistema social. O desejo que há
por uma educação efetivamente inclusiva, ou seja, um ambiente em que a participação de
todas as pessoas seja um processo real, que sai dos tratados, das teorias e sim, que alcance a
vida prática de todos na comunidade escolar.

É importante que sejam reconhecidas as potencialidades dos alunos com deficiência, e


assim estabeleça uma proposta de educação que os atenda em suas limitações e que as escolas
estejam preparadas para recebê-los que os profissionais que irão lidar com eles sejam
capacitados e comprometidos, e que acreditem na possibilidade de trabalhar com pessoas
diferentes. Que as políticas públicas sejam justas e que a família, base de um sistema, em
conjunto com a comunidade venha a aprender a respeitar as pessoas deficientes como um
membro da sociedade.

Incluir é capacitar o aluno para que possa competir no mercado de trabalho, que possa
conseguir como consequência bons empregos e salários.

Em outros tempos acreditavam que poucas pessoas tinham o direito a cidadania, hoje,
é direito de todos, pois todos os seres humanos, indiferente de suas características têm direito
de participar ativamente das questões sociais.
Uma escola que se preocupa com esta questão cumpre com sua missão de oferecer
condições de crescimento a seus alunos.

Todos sabem que educação se constrói quando há interação entre as pessoas


envolvidas.

O processo de educação inclusiva oferece às pessoas deficientes o direito de participar,


de ter acesso às escolas regulares particulares ou públicas. Porém educação inclusiva não se
constitui de somente matricular o aluno com deficiência em uma escola regular, é oferecer-lhe
a oportunidade de se desenvolver para a cidadania.

A Constituição Federal de 1988 assegura o direito a todos da igualdade de condições e


a permanência no ambiente escolar, sem que haja discriminação ou preconceito, porém isto
ainda não é uma realidade, há todo um despreparo nas escolas e muitas vezes profissional não
habilitado para este desafio.

É preciso incluir, mas é preciso antes de tudo proporcionar qualidade e preparo da


escola e dos profissionais para este novo desafio, de modo que a inclusão seja real, e não
somente legal ou mesmo ideal.

Para tanto em uma escola inclusiva é preciso a participação efetiva e consciente de


cada elemento envolvido no processo de ensino-aprendizagem, ou seja, de professores,
orientadores, diretores, família e comunidade em que o aluno está inserido.

ASPECTOS TEÓRICOS ORIENTADORES DAS PRÁTICAS


PEDAGÓGICAS

Educação diz respeito á existência humana ao longo de toda trajetória do indivíduo e


da sociedade, mas diferentes culturas. Relaciona-se com a formação da humanidade não ser,
prática social induzida pela sociedade, visa à construção do cidadão. De acordo com pesquisas
na internet, a palavra educação tem origem latina educare ou educere ambas compreendidas
como alimentar, cuidar, criar, conduzir para fora.

Para Durkhem 1974 educação é a influência que as gerações jovens e adultas têm
sobre as gerações jovens a fim de prepará-los para a vida em sociedade, seu objetivo é
desabrochar e desenvolver na criança a situação intelectual, moral e física que são
indispensáveis para uma boa vivencia em sociedade. A educação é a constante influência dos
adultos sobre as crianças, transmitindo conhecimento, regras e desenvolvimento também a
parte psicológica da criança de todas as classes.

A escola, em seus primórdios foi um lugar frequentado por pessoas livres de


ocupações materiais e políticas, que poderiam se dedicar a atividades não diretamente ligadas
aos processos de organização material e social da vida. Segundo o site Wikipédia a palavra
escola deriva do gregoskhole, originalmente significa lazer e também aquele em que o lazer é
empregado. A escola é uma instituição que deve se adequar as diferentes realidades e épocas.
O modelo escola que é difundida hoje é a mesma que surgiu com o Manifesto dos Pioneiros
da Escola Nova, uma escola pública, laica, gratuita e para todos.

A função social da escola e o ofício docente se transformam de acordo com a época.


A escola sempre formará cidadãos e o trabalho docente deve ser constantemente discutido,
independentemente da época. Os sujeitos da escola poderão, dependendo da época, tomar
posições variadas como conformismo, adaptação, contraposição, questionamento, diálogo
entre outros. Entretanto, sempre dentro de sua época.

Aprendizagem é o processo de aquisição de conhecimento e de hábitos, promovidos


por fatores externos e internos em função da adaptação. No ser humano é bem mais complexo
do que nos animais, a diferença é de que no ser humano é mais flexível e no animal é mais
rígido (instintivo). O ser humano tem aprendizado cognitivo, de hábitos e habilidades.

A aprendizagem é de fora para dentro, existem fatores internos e externos que são
determinados para desenvolver a aprendizagem. Os internos são motivação, maturidade,
hereditariedade e a constituição atual. Os externos são entre outros a cultura. Aprendizagem
se da a partir da organização do mundo dentro de cada um. Aprendizado ético é o processo de
aquisição de hábitos que revelam virtudes e assim diferem valores, se quisermos que o aluno
tenha hábitos é preciso que o professor tenha valores.

Fernandez 2004 diz que, para o ser humano aprender ele usa seu organismo
individual herdado, seu corpo sua inteligência e o desejo, a aprendizagem inicia desde o
ventre materno. Na aprendizagem sistemática a criança vai se estruturando sequencialmente a
partir de algo já sabido para algo novo aumentando o grau de dificuldade. Por esse motivo é
muito importante levar em conta os conhecimentos prévios dos alunos, para assim
desenvolver uma aprendizagem significativa.
No decorrer da história da humanidade o conceito de infância mudou muito, junto
com a sociedade. Na sociedade medieval a infância não era vista como uma etapa única na
vida do ser humano. Seguindo para a Idade Média, o sentimento de abandono continuou
existindo, tendo a pobreza como uma das maiores justificativas para a criança continuar sendo
desamparada. Para Airès as crianças eram vistas como adultos em miniaturas, ele destaca:

O tema é a cena do evangelho em que Jesus pede que se deixe vir a


mim as criancinhas, (...) as miniaturas que se agruparam em torno de
Jesus oito verdadeiros homens, sem nenhuma das características da
infância, foram reproduzidos em uma escala menor. Apenas seu
tamanho distingue dos adultos. (ARIÈS 1981)

Durante os séculos XI ao XIV a igreja tinha grande influência sobre a infância,


desenvolvido trabalhos vistos como caridade pública. Nesse momento surgiu uma visão
ligada ao cristianismo, a mortalidade infantil era muito alta, por esse motivo para os pais
perder um filho era normal. A roda dos expostos também surgiu nessa época, para evitar que
os bebes fossem afogados no Rio Tibre. Já no século XVI houve um grande “sentimento de
paparicação” a criança tornou-se sinônimo de distração para os adultos. No entanto, esse
sentimento foi superado por outro de caráter moralista.

No Brasil por volta do século XVI os Jesuítas tinham o objetivo de catequizar as


crianças, fazendo com que as mesmas deixassem suas culturas de lado e se sujeitassem a
castigos e punições. No século XVII, a família moderna assumiu uma nova função nas
relações com a criança, mostrou-se mais preocupada com a infância. No século seguinte, os
princípios eram de cuidado, não deixar as crianças sozinhas e tratá-las com carinho
procurando não as mimar. As primeiras políticas públicas e sociais vieram nos séculos XVIII,
XIX e XX foram caracterizadas pelos avanços na ciência, medicina higiênica e interesse pela
nação.

Na contemporaneidade criança ocupa um lugar muito importante na sociedade,


diferente do passado, que ela ocupava os mesmos lugares que o adulto, hoje ela tem seu lugar
próprio. As crianças vivem em diferentes contextos, falam sobre sua realidade, e apesar de
grande parte das crianças passarem por dificuldade são alegres, ativos, curiosas e buscam
sempre construir as soluções para seus problemas. É claro que há crianças mais favorecidas
economicamente e são estas principalmente que sofrem com o poder da indústria juntamente
com a mídia, que busca tornar o público infantil, seres consumistas. Contudo o que traduz
melhor a infância e a espontaneidade e a alegria de viver.

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Nos últimos anos, a escola vem tentando mudar seus valores, suas práticas, porém em
meio a tantas tentativas, essa ainda necessita de ideias, reparos e ampla ressignificação param
se tornar realmente um espaço em que tosos possam a desenvolver como seres sociais,
políticos, afetivos e culturais. E como a realidade social atual busca a figura de um espaço
privilegiado para alguns em todos os segmentos sociais, torna-se necessário levantar reflexões
acerca de novos paradigmas, que poderão nortear caminhos que favoreça uma maior
igualdade de oportunidades para todas as pessoas.

O tema inclusão escolar continua levantando discussões e polêmicas entre educadores


e pessoas ligadas a escola devido à complexidade que o mesmo apresenta no âmbito de sua
interpretação. E importante que todos tenham consciência que inclusão escolar envolve
desafios e mudanças na escola no que se refere às posturas e ideias

A educação inclusiva é algo que tem como objetivo o desenvolvimento das


potencialidades das pessoas deficientes, que alcança os diversos níveis do ensino, do ensino
infantil ao ensino superior.

Estende que este processo deve acontecer de modo integral e que estimule o seu
desenvolvimento desde a fase inicial até a educação superior de ensino. A educação inclusiva
pretende a formação de pessoas efetivamente participativas e conscientes.

Segundo Scotti (1999.p.20) a educação deve ser liberal e democrática e não


doutrinaria, diante desta perspectiva percebe-se que o aluno está acima de tudo e merece
respeito e uma educação com qualidade. Pois, o objetivo da educação é o pleno
desenvolvimento do ser humano e isto inclui sua capacidade de participar efetivamente da
sociedade.

É preciso lembrar que a inclusão de alunos com necessidades especiais é


regulamentada pela Constituição Federal de 88 em seu Artigo 208 inciso III e faz parte da
política governamental.
Esta educação que atende a pessoas que apresentam necessidades especiais foi criada
como politicas pública assegurando o direito de todos à educação.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais MEC (BRASIL 2002) os


movimentos da escola inclusiva evidencia:

(...) grande impulso desde a década de 90 no que se refere à colocação de alunos com
deficiência na rede regular de ensino e tem avançado aceleradamente em alguns países
desenvolvidos, constatando-se que a inclusão bem sucedida desses educandos requer
um sistema educacional diferente do que atualmente disponível.
Implicam a inserção de todos, sem distinção de condições linguísticas, sensoriais,
cognitivas, físicas, emocionais, étnicas, socioeconômicas ou outras e requer sistemas
educacionais planejados e organizados que deem conta da diversidade dos alunos e
ofereçam respostas adequadas às suas características e necessidade.

Continuando ainda nesta perspectiva as políticas da educação inclusiva se divide em


dois aspectos; o âmbito social e o educacional, no que se refere ao social é o reconhecimento
das pessoas com necessidade especial como cidadão pleno de seus direitos que se sinta
inserida no meio social.

Quanto ao âmbito educacional a pessoa tem direito tanto a adequação do ambiente


escolar quanto a acessibilidade de equipamentos e material didático, inclusive profissionais
especializados.

A educação inclusiva visa evitar a transformação de diferenças em desigualdades


possibilitando o aprendizado em conjunto das crianças independente de condições. Portanto é
importante que a escola inclusiva esteja aberta para receber alunos com diferentes tipos de
necessidades especiais. Observe o que diz Carvalho:

Uma escola inclusiva não prepara para a vida. Ela é a própria vida que flui devendo
possibilitar, do ponto de vista político, ético e estético, o desenvolvimento da
sensibilidade da capacidade crítica e construtiva dos alunos-cidadãos que nela estão,
em qualquer das etapas do fluxo escolar ou das modalidades de atendimento
educacionais oferecidas. Para tanto, precisa ser prazerosa. Adaptando-se às
necessidades de cada aluno, promovendo a integração dos aprendizes entre si, com a
cultura e demais objetos do conhecimento, oferecendo ensino-aprendizagem de boa
qualidade para todos, com todos e para toda a vida.

A INCLUSÃO INSERIDA NO AMBIENTE ESCOLAR


A educação inclusiva renova a escola e permite uma ampliação e participação e todos
os alunos na escola regular. Estas transformações significam democracia e respeito pela vida
do próximo respeitando-o em suas particularidades na contribuição do desenvolvimento pleno
do processo ensino-aprendizagem e que tem como objetivo a formação de verdadeiro cidadão.

O fenômeno da inclusão chegou para ficar com o intuito de provocar mudanças


concretas no sistema de aprendizagem do ensino brasileiro.

MANTOAN (2005), defensora convicta da Educação Inclusiva, pois acredita na


capacidade e no potencial de cada ser humano, porque a deficiência para ela não é uma
doença, portanto, todos os deficientes têm o direito de compartilhar da educação. No entanto,
a sua definição de inclusão baseia-se em um perfil de compreensão e entendimento.

É a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de


conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe
todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os
que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e
para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. (MANTOAN, 2005).

MAIOR (2007), coordenadora da Corde - Coordenadoria Nacional para a Integração


da Pessoa Portadora de Deficiência, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Previdência da República, considera a inclusão um procedimento importante e aponta:

É possível conseguir que todas as pessoas com deficiência sejam incluídas, desde
que se derrubem preconceitos e discriminações não se justifica, portanto, impor
limites para que elas possam fazer. (MAIOR, 2003).

De acordo com LUCAS (2001), ela tem uma visão também otimista em relação à
inclusão como consta no seu artigo na revista Criança.

Eu, particularmente, estou buscando ter a certeza de que a inclusão é possível, por
acreditar que toda criança é capaz, tem um potencial a ser desenvolvido, desde que
respeitada à especificidade de cada uma, dadas as condições necessárias e estabelecido
um vínculo afetivo entre os envolvidos. (LUCAS, 2001).

O propósito maior da inclusão é oferecer as deficientes o direito de participarem do


processo educacional na rede regular de ensino. Contudo, hoje este direito é intransferível de
acordo com a Constituição Federal de 88 e diante das atuais circunstâncias, nenhuma pessoa
pode ter postura excludente, pois, o acesso da pessoa deficiente está assegurado nos termos da
lei e quando ferido se torna crime como está previsto na LEGISLAÇÃO NACIONAL (1989),

Dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência, sua integração social, institui a
tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos das pessoas com deficiência,
disciplina a atuação do Ministério público, define crimes, e dá outras providências.
(BRASIL, Lei n° 7.853, 24 de outubro de l989).
Para tanto a escola inclusiva é aquela que garante crescimento efetivo a seus alunos,
oferecendo-lhes ambiente adequado, acessível, material didático e profissionais capacitados,
reconhecendo e respeitando a diversidade e, sobretudo propor desenvolvimento de acordo
com as potencialidades de cada um e que garanta sua permanência na escola e seu sucesso
pessoal.

O EDUCADOR E A ESCOLA INCLUSIVA

O educador é o grande responsável pelo paradigma da inclusão, já que é ele o


condutor, o agente facilitador da aprendizagem. Diante deste novo modelo de escola, o
educador necessita de um apoio, ou seja, de um suporte, de mecanismos que garanta ao
profissional segurança para propiciar a aprendizagem como considera MACHADO &
ALMEIDA (1970), como comenta em sua obra.

A fim de realizar um trabalho eficiente, o professor de excepcionais, além de


experiência em classes comuns, precisa ter vivências sociais, pois não pode atuar
sozinho, faz parte de uma equipe na qual todos os membros colaboram em uníssono,
desempenhando sua missão – educar a criança especial. (MACHADO & ALMEIDA).

A construção de uma escola inclusiva é um desafio, e requer um novo mecanismo,


quebra de paradigmas, um novo modo de ver. Diante deste contexto histórico social
GUIMARÃES, Diretora da Diretoria da Educação Especial/SEEMG, afirma que aos
professores é necessário de todo um processo de acompanhamento em sua proposta
pedagógica, entretanto, cabe à escola atender a diversidade e se modificar diante do
pluralismo cultural.

Suporte este que é temporário ou permanente e tem como função primordial facilitar
e sustentar a inclusão do educando no sistema educacional para que o seu processo
de aprendizagem transcorra com sucesso. (GUIMARÃES, 2002).

SASSAKI (1998), em seu livro Inclusão: construindo uma sociedade para todos,
considera importância das escolas em adquirem uma proposta que seja capaz de receber o
deficiente, que respeite à diversidade e promova a aprendizagem.

As escolas comuns e especiais precisam ser reestruturadas para atender a todo tipo de
diversidade: pessoas com deficiências físicas, mentais, sensoriais ou múltiplas e com
qualquer grau de severidade dessas deficiências, pessoas sem deficiências e pessoas
com outras características atípicas. (SASSAKI, 1998).

A CONSTRUÇÃO DA ESCOLA INCLUSIVA


A criação de um Projeto Política Pedagógico nas Instituições de Ensino é o elemento
norteador para o processo inclusivo. Deve-se desenvolvido de modo que atenda as reais
necessidades dos portadores de necessidades especiais.

Este Projeto Pedagógico na escola inclusiva deve ser o instrumento que determine os
objetivos políticos, filosóficos e teóricos que a partir dele deve programar e articular os
princípios que orientam a proposta de educação.

O elemento fundamental para o desenvolvimento da Educação Inclusiva consiste na


melhoria das escolas e seus espaços e do aprimoramento dos docentes, somente assim será
promovida a verdadeira Educação Inclusiva com a participação ativa de todos nesse projeto.

De acordo com o exposto neste documento, para a transformação da concepção desenvolvida


é preciso que os princípios norteadores do processo inclusivo se entrelacem em todos os
níveis e áreas do ambiente escolar e que estes princípios não se restringem apenas a parte do
sistema, principalmente sobre os docentes, mas que todos cumpram sua parte do todo.

É necessário que acredite na viabilidade do processo da Educação Inclusiva e que


trabalhe para que ela se realize em sua plenitude.

O ALUNO COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO E A REVISÃO DA


PROPOSTA PEDAGÓGICA E DOS CURRÍCULOS ESCOLARES.

As Altas Habilidades/Superdotação se caracterizam pelo potencial elevado do aluno


em diferentes áreas de interesse, isoladas ou combinadas entre si. Pode ser percebida pela
criatividade em índices superiores, pelo profundo interesse na aprendizagem e na realização
de tarefas que interessam o aluno.

A Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1995), define como portadores


de Altas Habilidades/Superdotação os educandos que “apresentarem notável desempenho e
elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados,
capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criativo ou produtivo,
capacidade de liderança, talento especial para as artes e capacidade psicomotora”.
Ao receber um aluno com estas características, a escola deverá cadastrá-lo no Sistema
Mineiro de Administração Escolar (SIMADE) e informar sua condição, garantindo-lhe a
permanência na escola, que deve reconhecer e valorizar as experiências vividas, como suas
habilidades e diferenças atender da melhor forma suas necessidades educacionais,
considerando os objetivos da educação dos quais ele tem direito. (SEE/MG, 2014).

Da mesma forma que outras condições especiais de metodologias educacionais, o


aluno com Altas Habilidades/Superdotação também tem direito a necessidade de respeito à
diversidade prevista nos Parâmetros Curriculares Nacionais, que instrui que políticas devem
ser contrárias a decisões que não condigam com o respeito e a diversidade ao aluno AH/S.
Desta forma, para que as práticas pedagógicas permaneçam em sintonia com o processo de
aprendizagem é preciso que professores e pedagogos saibam o que estão fazendo, num
diálogo

constante sobre os saberes e os fazeres, pois, toda ação educativa deve estar pautada em um
processo coletivo, já que por si só as mudanças sociais e culturais não acontecem (FREIRE,
1997).

A Lei 9394/96, nos seus artigos 12 e 13, incumbe a escola a elaborar e executar sua
proposta pedagógica, de maneira participativa e condizente com a realidade do meio,
convidando os professores a agir, corroborando com a busca por compreensão e por atitudes
que promovam a educação eficiente. Uma busca que passa pelo planejamento da prática
pedagógica que implica ao professor saber quem é o seu aluno, uma vez que em uma turma
todos se diferenciam e apresentam comportamentos diferentes e formas individuais de
aprender. Por isto é importante que o professor estabeleça com seu aluno um diálogo e um
relacionamento

harmonioso.

A este aspecto Gandim (1993), indica que a ação de planejar, para tornar-se mais
significativa deve responder a três questões fundamentais que são: o que queremos alcançar?
A que distância estamos daquilo que queremos alcançar? O que faremos concretamente (em
tal prazo) para diminuir essa distância?

A resposta às questões indica que o planejamento deve ser elaborado com coerência à
prática pedagógica. Pode-se dizer então que “o planejamento deve alcançar não só que se
façam bem as coisas que se fazem (chamaremos isso de eficiência), mas que se façam as
coisas que realmente importa fazer, porque são socialmente desejáveis (chamaremos isso de
eficiência)” (GANDIM, 1993). Portanto, a implementação e/ou implantação de uma proposta
curricular de

qualidade depende, principalmente dos professores cujas ações, devem ser planejadas e
compartilhadas com os outros profissionais da instituição de ensino para que então proposta e
prática pedagógica caminhem em consonância. O Planejamento adequado da prática livrará o
professor das surpresas e imprevisto que surgirão.

O professor como grande mediador do processo de aprendizagem, se organiza e


conhece o aluno, e assim se torna capaz de proporcionar atividades diversificadas e
motivadoras que fará do ensino uma viagem intensa aos quatro pilares da educação, que
indica o aprender a ser, o aprender a fazer e o aprender a aprender. Esta compreensão sugere a
reflexão sobre a prática pedagógica, que Glat (2007) em seus estudos afirma:

Mesmo que apresente um distúrbio de aprendizagem, qualquer educando é capaz de


ter sucesso acadêmico, desde que tenha apoio necessário. O diagnóstico deve
apontar caminhos, ajudando a instituição escolar a compreender o que se passa com
o aluno, ainda que cada um seja completamente diferente do outro, mesmo com
diagnósticos semelhantes. Evitando rótulos e buscando atender às necessidades
individuais do educando será possível prevenir, ou minimizar dificuldades de
aprendizagem.

É neste reforço à necessidade de aceitação e compreensão do poder de aprender e do


poder de superação do indivíduo, ainda que em tempos diferentes, que se acredita que todos
têm capacidade de aprender, basta dar-lhe tempo e possibilidades diferentes de aprendizagem.
Este mesmo olhar de compreensão deve ser dirigido no atendimento ao aluno com Altas
Habilidades/Superdotação para que eles sejam capazes de desenvolver suas potencialidades,
ao lado de professores capacitados a ampliar o atendimento a eles de forma eficiente.

A Subsecretaria de Desenvolvimento da Educação, de acordo com a o estabelecido na


Convenção da ONU de 13 de dezembro de 2006 – Decreto Federal nº 196, de 9 de julho de
2008, da Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de
2008, do Decreto Federal nº 7611/2011, da Resolução CNE 04/09, da Resolução CEE nº
460/13 e da Resolução SEE 2197, de 26 de outubro de 2012, orienta o atendimento
educacional a alunos com Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Altas
Habilidades/Superdotação na rede estadual de ensino.

Neste contexto o Ministério da Educação e Cultura (MEC), através da Secretaria de


Educação Especial do Ministério da Educação (SEEME), aliados a implantação da política de
educação especial baseia sua intervenção na identificação de oportunidades, no estímulo às
iniciativas, na geração de alternativas e no apoio aos sistemas de ensino que buscam melhor
atendimento educacional para o aluno com altas habilidades/superdotação, que implantou em
parceria com as Secretarias de Educação dos Estados, em todo o país os Núcleos de
Atividades de Altas Habilidades (NAAH/S) para atender e dar suporte a estes alunos
(BRASIL, 2007). Os desafios são grandes em todas as escolas, no entanto como nos mostra
Sassaki (2003):

Cabe, portanto, à sociedade eliminar todas as barreiras físicas, programáticas e


atitudinais para que as pessoas com necessidades especiais possam ter acesso aos
serviços, lugares, informações e bem necessários ao seu desenvolvimento pessoal,
social, educacional e profissional.

E considerando estes desafios e possibilidades é que a criação dos NAAH/S é dada


como resposta, a partir do momento que os identifica e atende, com a aplicação de técnicas e
estratégias de ensino que suplementa, diferencia e enriquece o currículo para atendê-los
melhor (BRASIL, 2007). Diante disto, é relevante considerar o que relata Mantoan (2003),
quando nos diz:

Reconstruir os fundamentos e a estrutura organizacional das escolas na direção de


uma educação de qualidade para todos remete, igualmente, a questões especificas,
relacionadas ao conhecimento do objeto ensinado e ao sujeito que aprende. Trata-se
de mais um desafio que implica a consideração da especificidade dos conteúdos
acadêmicos e a subjetividade do aprendiz, ou seja, um sistema duplo de
interpretação do ato de educar, referendado por pressupostos de natureza
epistemológica e psicológica, e a concretização de propostas inovadoras que
revertam o que tradicionalmente se prática nas salas de aula.

O desenvolvimento de ações e a adequação das escolas públicas que recebe e atende


os alunos com qualidade vai ao encontro do atendimento educacional especializado, na
promoção da acessibilidade tanto arquitetônica quanto tecnológica, e na capacitação de
educadores com formação de redes de apoio para o público alvo da Educação Especial
(SEE/MG, 2014).

Ações neste sentido, tem por base políticas públicas direcionadas para a educação
básica que considera ainda o desenvolvimento e planejamento de práticas e metodologias
pedagógicas inovadoras, uma vez que a educação inclusiva parte do princípio de que todos
têm direito de acesso ao conhecimento sem nenhuma forma de discriminação. O objetivo é
reescrever uma história marcada pela exclusão, por um novo contexto de igualdades de
direito, pelo respeito à individualidade e pela valorização da diversidade (SEE/MG, 2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, a inclusão dos alunos com necessidades especiais no âmbito das escolas
regulares será possível quando todos e todas as instituições acreditarem que a pessoa com
necessidades especial é uma pessoa capaz, possuindo apenas características diferentes dos
demais e que precisam de um atendimento que visa o trabalhar com as suas competências e
atenda às suas reais necessidades e que, sobretudo exerça seu papel de pessoa cidadã. Para
isso que ocorra de modo pleno, é preciso de um currículo que seja transparente, com métodos
que respeite a diversidade cultural, valorize as inteligências múltiplas de cada pessoa, que as
instituições estejam adaptadas e prontas a receberem esse aluno especial.

Para que o processo de inclusão realmente aconteça são necessários diversos fatores
que devem ser considerados como fundamentais tais como: sala de aula deve comportar um
número suficiente de alunos, os especialistas realmente forem suportes para os professores,
quando todos os funcionários olharem a pessoa com necessidade especial com um olhar de
igualdade dentro das instituições e trabalharem com uma só meta. Incentivar a inclusão de
pessoas deficientes significa mudar de postura e de olhar acerca da deficiência, reformular o
nosso sistema de ensino para a conquista de uma educação de qualidade, na qual o acesso, o
atendimento adequado e a permanência sejam garantidos a todos os alunos,
independentemente de suas diferenças e necessidades. Incluir é poder formar cidadãos aptos
para ser inseridos no sistema social.

É preciso entender que incluir não é matricular e inserir alunos em seu contexto social.
É oferecer condições reais, condições, é preparar a pessoa com deficiência para o mercado de
trabalho, é formar cidadãos reflexivos e críticos, quanto a seu lugar na sociedade.

Partindo deste entendimento torna-se possível desenvolver um trabalho eficiente com


estas pessoas e será responsabilidade dos professores, juntamente com a família preparar esses
alunos para serem inseridos e fazerem parte de uma sociedade com autonomia, segurança,
respeito, direito e valores, pois é um trabalho em conjunto.

Os melhores educadores são aqueles que conseguem trabalhar com a diversidade,


transformar o ambiente, surpreender a sociedade por acreditar no potencial e promover a
aprendizagem diante desse contexto social.
Enfim, a pessoa deficiente possui grande capacidade, porém necessita ser modificada,
possibilitando assim, a sua adaptação ao ensino inclusivo e a sua preparação para o exercício
da cidadania.
REFERÊNCIAS

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