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EDUCAÇÃO ESPECIAL
Me. Denise Marques Alexandre
GUIA DA
DISCIPLINA
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância
Objetivo
Compreender o conceito de afetividade no contexto escolar inclusivo.
Introdução
Atualmente, vivemos em condições desafiadoras como seres humanos, a rotina
moderna exige estarmos cada vez mais antenados a tudo que nos rodeia, exigindo grandes
resultados, mesmo diante de tantos acúmulos de tarefas e funções.
O contexto do século XXI pautado por novos paradigmas mostra que, cada vez mais,
precisaremos estar preparados para lidar com a diversidade, seja ela, humana, social ou
de opinião.
Partindo dessas reflexões, cabe ressaltar que por muito tempo estivemos permeados
por uma enorme barreira, a qual promovia a exclusão e perdurou por longos séculos, ainda
deixando alguns vestígios que persistem até os dias atuais.
Sabemos que uma das premissas básicas é: todo o ser humano tem direito a
educação. Para que esse direito fundamental seja assegurado, cabe a nós educadores
lembrarmos de alguns documentos decisivos:
Segundo Wallon (1951), a escola não deveria apenas lidar com a mente, mas
também com o corpo e com as emoções das crianças, fundamentando suas ideias em
quatro elementos básicos:
A afetividade
O movimento
A inteligência
De acordo com essa tipologia, os saberes dos professores possuem várias fontes de
aquisição e diferentes modos de integração no trabalho docente. Sabemos, em todos os
segmentos profissionais, a formação é um processo diário e continuo para toda a vida.
Na docência, este quadro não é diferente, o professor tem que focar a aprendizagem
permanente, estruturar seus saberes e consolidar sua trajetória. Porque ela é permanente,
se faz de diversas formas, e é adquirida em lugares distintos.
Conforme Mantoan (2008), ainda temos muitas barreiras a serem ultrapassadas para
que a educação inclusiva seja de fato e de direito, uma conquista da educação brasileira.
Ainda, precisamos mobilizar mais no sentido de compatibilizar suas intenções inclusivas
com suas propostas de trabalho pedagógico e com o aprimoramento do processo educativo
de todos os alunos.
Conclusão
Iniciamos nessa unidade a oportunidade de relembrar que a escola atua como
provedora de acesso a todos para aprendizagem, isso envolve os aspectos cognitivos, bem
como, os aspectos afetivos.
Objetivo
Compreender as visões de Piaget, Vygotsky e Wallon a respeito do desenvolvimento
humano, suas concepções e aspectos relevantes.
Introdução
Conhecer o ser humano abrange compreender todos os aspectos que envolvem
suas fases de desenvolvimento, partindo do seu nascimento, passando pelo seu
crescimento até maturidade.
A maioria dos estudos e pesquisas evidenciam que de acordo com a faixa etária
podemos perceber, compreender e se comportar de diferentes formas. Quando estudamos
o desenvolvimento humano significa conhecer as características comuns de várias faixas
etárias, sendo assim, permitindo reconhecer as individualidades.
PIAGET
VYGOTSKY
WALLON
QUADRO COMPARATIVO
Conhecer a visão dos autores nos possibilita compreender que todos os seres
humanos são movidos através de seus comportamentos e podem alterar suas ações devido
aos fatores sentimentais, físicos e intelectuais. Agora mais do que nunca, podemos
perceber que o quesito afetividade exerce uma enorme influência no desenvolvimento
cognitivo dos indivíduos em processo de formação.
Conclusão
Como vimos, um processo de inclusão eficaz está intimamente ligado as relações
afetivas, sendo assim, torna-se imprescindível que o aluno esteja rodeado de atitudes de
afeto no âmbito escolar.
Cabe ressaltar, que afeto não é atenção, o aluno necessita sentir-se acolhido. Criar
apenas estratégias de entretenimento e interação não é suficiente para estabelecer o
vínculo de afeto.
O aluno deve ser visto como ser humano dotado de emoções possuindo a
necessidade de manter vínculos de carinho em todo o contexto escolar que ele circule. O
ambiente escolar deve proporcionar alternativas para que esse alunado se descubra diante
do mundo.
Sabemos que a inclusão social envolve uma postura de aceitação e respeito pelas
diferenças, oportunidade de vivência plena nos diversos contextos: escolar, familiar,
mercado de trabalho e lazer, disponibilizando assim, as mesmas oportunidades para todos.
PARA REFLETIR!
3. DEFICIÊNCIA E SEXUALIDADE
Objetivo
Compreender o conceito de sexualidade e as suas implicações na deficiência.
Introdução
Inicialmente é necessário que tenhamos clareza sobre os significados dos termos
sexo e sexualidade, nessa unidade daremos ênfase ao conceito de sexualidade.
Potencial Biológico
Processo de Socialização
Capacidade Psico-Emocional
Dimensão Integradora
A saída reside na aceitação das limitações que a deficiência impõe às pessoas que
são afetadas diretamente por elas e às pessoas que convivem com as mesmas. Assim,
teremos competência não somente para lutar, mas também, para buscar ressignificar a
diferença como algo inerente à condição humana e distanciar no tempo o sentimento de
ficar pouco à vontade nas situações e vivências em que um fica diante do outro.
Conclusão
Com base no que vimos, a educação inclusiva faz parte do processo de inclusão de
todas as pessoas na sociedade e pode favorecer a reconstrução de uma força cultural para
a renovação da escola.
4. SEXUALIDADE E SEXO
Objetivo
Ampliar a compreensão do conceito de sexualidade,
diferenciando do conceito de sexo e seus desfechos no campo
da educação especial.
✓ Conjunto dos indivíduos que têm o mesmo sexo: reunião para os dois sexos.
✓ Órgãos da reprodução.
Diante de todo esse panorama, nós como educadores precisamos compreender que
ignorar a sexualidade do aluno, nos distancia cada vez mais da possibilidade de ampliar os
conceitos de cidadania para a diversidade.
Já educação sexual intencional, por outro lado, é aquela que faz parte de uma
proposta sistemática e organizada que ocorre de modo planejado para informar sobre
questões da sexualidade; tendo como objetivo promover o aprendizado formal sobre
sexualidade a partir de ações informativas e formativas (MAIA, 2011; WEREBE, 1998).
Conclusão
Vejam o professor tem esse espaço garantido, para realizar intervenções que
ampliem a autonomia do aluno com deficiência em relação a sua sexualidade, precisamos
nos fortalecer em relação ao tema para utilizar plenamente a função que ele representa.
Além disso, a falta de informações precisas que demonstram que uma e de uma
educação sexual deficitária é comum e aumentam significativamente a vulnerabilidade a
que são alvos. Lembremos que a sociedade inclusiva deve incorporar o direito à educação
sexual para garantir a todos a proteção para uma expressão sexual prazerosa, responsável
e satisfatória.
Objetivo
Promover a discussão conceitual sobre a sexualidade, a formação de crenças e
atitudes em relação à educação sexual.
Introdução
Percorrendo os caminhos da sexualidade, percebemos que ela é culturalmente
definida e influenciada por familiares, amigos, religião, leis costumes, conhecimentos e
economia (Roy, 2006). Também pudemos ver que sua função não se restringe ao ato
sexual, pois envolve também o que as pessoas sentem, fazem e pensam sobre si e as
pessoas com quem se relacionam.
Pensando por essa perspectiva, autores como Silva (2013) reforçam a ideia de
superação diante do tema, ele afirma que “sexualidade é um domínio da nossa existência
que merece especial atenção, sendo que o seu desenvolvimento saudável é imprescindível
para o equilíbrio psicossocial de qualquer ser humano, independentemente da sua condição
de vida”.
Deste modo, todas as manifestações sexuais são fruto da condição da vida do ser
humano e precisam ser consideradas para sua existência. Parece simples quando falamos,
porém, se estivermos falando do ponto de vista da deficiência, encontraremos grandes
preocupações, principalmente se estivermos falando dos adolescentes. A grande
preocupação de seus pais e da sociedade, é fruto do preconceito, que ora infantilizam essa
sexualidade, e ora têm o receio de que ela se manifeste de forma socialmente inadequada.
Além da parceria dos pais e profissionais, precisamos elaborar ações que atentam
as intenções sugeridas pela Lei nº60/2009, artigo 2º, que pontua as principais finalidades
da educação sexual:
✓ a valorização da sexualidade e afetividade;
✓ o desenvolvimento de competências que permitam escolhas informadas e
seguras nível da sexualidade;
✓ a melhoria dos relacionamentos;
✓ a redução dos comportamentos sexuais de risco;
✓ a capacidade de proteção perante exploração e o abuso sexual;
✓ a valorização de uma sexualidade responsável e informada;
✓ o conhecimento do funcionamento do sistema reprodutor;
✓ e o reconhecimento da importância de participação no processo educativo de
encarregados de educação, alunos, professores e técnicos de saúde.
Conclusão
Ao longo dessa unidade, vimos que os valores influenciam as atitudes, e estas,
naturalmente, influenciam o comportamento (Kahle, 1988), e consequentemente, podem
influenciar o estilo de supervisão e as decisões tomadas das pessoas que trabalham com
indivíduos e a deficiência.
Como vimos alguns estudos (McCarthy e Thompson, 1997; Walcott, 1997; Wilcox
2001 cit in Swango-Wilson,2008) identificam que os profissionais serão a chave para
reverter esse conjunto de crenças. Sua atuação desenvolverá a formação do indivíduo com
deficiência ampliando suas experiências sociais e de identidade sexual.
DICA
Objetivo
Sugerir propostas para ampliar as oportunidades de orientação e intervenção em
relação a educação sexual.
Introdução
Como vimos anteriormente, o desenvolvimento da sexualidade é uma etapa
fundamental do ser humano. Todas as pessoas, incluindo aquelas com deficiência, têm
direito à sexualidade, considerada parte integrante da personalidade de cada um. É uma
necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado dos outros
aspectos da vida.
✓ filmes,
✓ leituras
✓ análise de textos ou de materiais como uma produção
didática,
✓ discussão de valores, atitudes.
✓ integração das pessoas com deficiência,
✓ o aspecto biológico da sexualidade
✓ e como lidar com esta sexualidade e suas fases.
De forma semelhante, Amaral (2004) percebeu que a maior parte dos pais
participantes de seu programa de orientação sexual passou a apresentar indicações de
aceitação e reconhecimento do direito do filho com deficiência intelectual exercer sua
sexualidade.
dentro da programação
extra-programação
Modelo de Intervenção
Um garoto deficiente, de aproximadamente 14 anos, estava na sala de aula, em uma
APAE, quando se levantou e foi até a mesa da professora, levando nas mãos um saquinho
para geladinho, que é estreito e comprido, e uma régua pequena.
Pondo essa última dentro do saquinho, disse: “Olha professora, não parece que eu
estou pondo a camisinha no pênis? ” (FIGUEIRÓ, 1999, p.67).
(Esta é uma situação que oferece oportunidade para a professora começar a falar
sobre o assunto.)
Ela poderia ter explorado a conversa e respondido: “É mesmo! Parece! E você sabe
para que serve a camisinha? ”
MAS....
Fonte: FIGUEIRÓ, Mary Neide Damico. Educação Sexual: problemas de conceituação e terminologias básicas adotadas na
produção acadêmico-científica brasileira. Semina:Ciências Sociais/Humanas, v.17, n.3, p.5, set. 1996.
Conclusão
Considerando o professor como um profissional que constrói saber em sua prática
cotidiana, os modelos de estratégias aqui propostos devem ser vistos apenas como ideias,
sugestões.
Será a reflexão sobre e durante a ação, complementada com a reflexão junto aos
demais professores, que assegurará o avanço constante na forma de ensinar sobre
sexualidade.
É importante dizer que, além dos vários resultados positivos obtidos junto e para os
alunos, haverá sempre um ganho pessoal e profissional para o educador que se dispuser
a ensinar no espaço da escola, pois como diz Naumi de Vasconcelos (1985), “Falar sobre
sexo é a melhor maneira de se vencer a culpa e a vergonha a ele associadas”. (op. cit.,
p.59)