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INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO
MUSICAL
Este trabalho foi baseado na análise de dois artigos:
● Educação e desenvolvimento integral: articulando saberes a escola é além
escola, de Isa Maria F.R. Guará.
○ Defende que a música é um fator social, e por isso não pode ser
descontextualizada do seu produto sociocultural em ambiente de sala de
aula. Argumentando a necessidade de enaltecer a relação que os alunos
têm com a música , ao contrário da restrição ao consumo é prática da
música pelo seu conteúdo ou gênero. Assim, a autora deste texto,
pretende contribuir para a compreensão das práticas musicais dentro e
fora da escola.
● Esta apresentação pretende criar uma ponte entre os dois artigos, de forma a
comprovar a importância da educação musical no desenvolvimento integral da
criança/adolescente.
● A apresentação está dividida em duas grandes partes:
○ Educação integral e articulação dos saberes além escola, seus
benefícios para o desenvolvimento pessoal do indivíduo.
○ Educação musical: benefícios da sua integração nas atividades extra
curriculares e além escola.
PARTE I
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➔ DESENVOLVIMENTO INTEGRAL
No contexto legislativo, este conceito ganha apoio jurídico que garante que a criança
obtenha resposta às suas necessidades pessoais, sociais e educativas, e assegura a sua
realização em instituições formais de ensino e áreas de política social.
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À dimensão pessoa concerne as características individuais, que podem ter haver com o
seu temperamento, motivações, expectativas, valores, crenças, padrões de pensamento e
comportamento.
➔ Esta dimensão quando se encontra com o contexto pode criar uma condicionante à
perspectiva, assim como o contexto pode interferir apelando à mudança ou à
estabilidade.
O macrossistema abrange uma rede sistemas que enuncia tudo aquilo que representa
uma cultura, ou até várias, marcando o próprio modo de vida ou de pessoas próximas com
crenças, valores, estruturas, tipo de oportunidades, opções de vida, tipo de trocas sociais.
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A autora pega no mesossistema como o palco para fazer acontecer a articulação entre
os momentos educativos dentro da escola e fora da escola. Nestes momentos é que estão
manifestos o caráter socioeducativo e não formal.
➔ Aqui é possível assegurar atividades em conjunto cada vez mais complexas
proporcionando interações saudáveis e criando condições que permitam explorar outros
recursos sociais e físicos. Além disso, deve estar inerente o convite à exploração e à
criação, trazendo novas experiências à vida das crianças.
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➔ Ao longo do tempo, este tipo de interações acabam por encontrar e dar a conhecer os
valores e crenças da sociedade em que vive. Portanto, assim como reiteram os dois
autores referidos anteriormente, para que o desenvolvimento da criança se dê no seu
expoente máximo é necessário que o estado (brasileiro) crie políticas e programas, que
proporcionem a todas a crianças condições e estabilidade, auxiliando as instituições
que se dedicam a este tipo de práticas.
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A autora refere neste artigo uma citação de Paulo Freire que caracteriza bem esta
problemática. Com a expressão “ Leitura do Mundo” este autor pretende alertar para a
necessidade de criar paralelos entre os saberes da escola com as práticas e vivências
quotidianas.
➔ Enquanto que a escola oferece o desenvolvimento das capacidades cognitivas, a
prática e as associações a situações do dia a dia criam uma memória emocional que
ajuda a desenvolver a aplicação de conteúdos a situações hipotéticas, extraindo uma
maior flexibilidade para a aplicação de conhecimentos. A própria educação formal
deveria ter mais atenção a isto.
Os programas pós escola tendem a oferecer uma maior disponibilidade para ouvir e
discutir a “leitura do mundo” que a criança vai fazendo, visto que são projetos não direcionados
às massas, mas sim ao indivíduo. Neste tipo de espaços e organizações educativas
enquadram-se os escuteiros, os museus, as bibliotecas, clubes de desporto, cursos de
formação profissional para jovens adultos, entre outros.
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No dia a dia há espaço para a educação formal, informal e não formal.
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Com a criação do conceito “Escola Aberta”, tem-se apostado em criar ligações entre a
escola e comunidade, com o objetivo de fomentar a formação para a cidadania. ( Utilização de
praças, parques, igrejas, postos de saúde, organizações não governamentais) .
É de referir que em função do ensino integral, os EUA, além do ensino regular,
financiam também as atividades complementares - afterschool programs.
Dentro destas medidas está presente o conceito de pedagogia social que através de
estratégias que trabalham diretamente com o contexto social dos alunos mais desfavorecidos,
ajuda a corrigir conflitos e impasses no processo de socialização, e a reintegrar alunos que
sofrem de alguma forma com a exclusão social. A pedagogia social tem como principal objetivo
transformar a sociedade num sentido de evolução e para isso defende que é através da
educação que se incute as raízes de uma sociedade mais igualitária, mais consciente e mais
humana. https://conceitos.com/pedagogia-social/
Em conclusão, a educação integral surge como um direito de cidadania e portanto
implica que se criem oportunidades educativas fomentadoras do pleno desenvolvimento do
potencial infanto-juvenil. De facto, a inclusão social exige que esteja garantido um repertório
cultural, social, político e afetivo, com a perspectiva num futuro autónomo e igualitário.
Ponte de ligação:
Dentro desta temática, decidimos enquadrar o ensino da música, falando sobre a
problemática que tem sido o desajuste de conteúdos ao objetivo criativo e expressivo do
processo. Além disso, a educação musical pode muito bem ser um exemplo das atividades
educativas que se enquadram no ensino integral e que para nós professores e futuros
professores é assunto de extrema importância, pois é sempre muito complicado ensinar e
aprender algo com o qual não nos sintamos identificados.
A música deve ser considerada uma comunicação sensorial, simbólica e afetiva, que
pode estar subjacente à nossa consciência.
Anne Marie Green diz: “Não existe objeto musical independentemente de sua constituição por
um sujeito. Não existe, portanto, por um lado, o mundo das obras musicais (...), e por outro,
indivíduos com disposições adquiridas ou condutas musicais influenciadas pelas normas da
sociedade. A música é, portanto, um fato cultural inscrito em uma sociedade dada [...].
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Perguntas como:
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São vantajosas, porque podem ser utilizadas em ambiente de sala de aula de forma a
construir/definir o tipo de relação que os adolescentes mantêm com a música., ao contrário de
se limitar ao consumo e prática musical exclusivamente pelo seu conteúdo ou género.
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Green, A.M. refere-se aos gêneros musicais divulgados pela mídia, acredita que fazem
parte do PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO nos quais os adolescentes criticam suas relações
sociais.
➔ Esses gêneros musicais “revestem-se aos olhos dos adolescentes de uma
importância superior àquelas que se ligam às relações ‘obrigatórias de família’. E
por isso que o adolescente, que é quase sempre um aluno, sente uma
impressão muito forte de liberdade com esses gêneros musicais” (Green, A.-M.,
1987, p. 100, tradução da autora)
Estas questões foram abordadas por vários autores, Muller (2000) é Fialho (2003)
estudaram jovens em situações de rua, pobreza e exclusão social e encontraram uma prática
coesa do RAP e do Hip Hop, que surge como alternativa ao crime é às drogas.
Também Ramos (2002) alerta que a construção do repertório que os jovens consomem
no dia a dia é feito a partir das suas vivências familiares, escolares, e apresentação na Mídia,
no seu estudo da música da televisão no quotidiano de crianças de 9 e 10 anos;
➔ Conclui que para as crianças entrevistadas, falar sobre a música se baseia nas próprias
vivências musicais - quais músicas sabe cantar; quais sabem as letras; quais querem
aprender ou não, etc.
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Estes exemplos mostram a diferença entre a relação dos jovens com a música e a sua
realidade abstrata que lhes é apresentada dentro da sala de aula.
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A autora refere uma pergunta com a qual se debate como professora:
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➔ RELAÇÃO PESSOA-MÚSICA está o desafio de tantos professores - constante busca
aprendizado, é ressonância na vida dos alunos.
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➔ QUESTÕES A PÔR:
◆ Quem são os sujeitos/alunos na sala de aula?
◆ Que tipo de referências musicais e culturais esse sujeito se identifica?
◆ Como jovens e crianças aprendem música?
◆ Como se dá a relação entre:
● Dimensões musicais construídas/herdadas pelo sujeito na música vivida
do seu dia-a-dia, e
● Dimensões criadas pela música ensinada no espaço escolar?
➔ Estas questões levam à educação musical como uma prática social, e a um processo
de aprendizagem inserido numa dimensão cultural dentro e fora da escola.
◆ Contribuem para a música na escola - lugar privilegiado de interações sociais.
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NA PRÁTICA
Professores devem ter em mente que os seus alunos NÃO SÃO TODOS IGUAIS
“mas jovens ou crianças que são singulares e heterogêneos socioculturalmente, e imersos
na complexidade da vida humana.”
➔ alunos como fruto de um contexto histórico-cultural complexo e dinâmico.
◆ Mídia e tecnologia
◆ Lugar onde residem
◆ Bairro onde vivem
◆ Grupo social
◆ Grupo de amigos
◆ Tempos livres
◆ Desporto
◆ Rua
◆ Shopping
◆ Grandes eventos
◆ Festas coletivas
◆ Lugares de entretenimiento
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A autora refere ainda a visão de outros autores:
● Segre (1994)
É através das práticas do tempo livre das crianças e dos adolescentes que
poderemos compreender seu modo de inserção social, suas dificuldades, seus desejos,
suas aspirações ou suas confusões”, ele recomenda:
○ Desenvolver/introduzir novas formas de pensar na música no mundo
contemporâneo, de forma a que, o aluno, relacione as suas experiências
multiculturais do dia-a-dia com as aprendizagens na escola.
● Dumazedier (1994)
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Panorama portugues
Para melhor entendimento do panorama português no que diz respeito à legislação e iniciativas
políticas educativas e de desenvolvimento integral.
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Todos têm o direito ao ensino, e ao estado incumbe, além de outras, INSERIR AS ESCOLAS
NAS COMUNIDADES, DE FORMA A ESTABELECER UMA INTERLIGAÇÃO DO ENSINO
COM AS ACTIVIDADES SOCIAIS E CULTURAIS.
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Lei de bases do Sistema de Ensino, cria os fundamentos do sistema de ensino e suas linhas
diretivas.
➔ Deve:
◆ Favorecer atitudes de participação na comunidade;
◆ Assegurar a ocupação criativa dos tempos-livres dos jovens e adultos com act.
Culturais.