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DESENVOLVIMENTO INTEGRAL:

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO
MUSICAL
Este trabalho foi baseado na análise de dois artigos:
● Educação e desenvolvimento integral: articulando saberes a escola é além
escola, de Isa Maria F.R. Guará.

○ Este artigo refere-se à educação integral como um direito da infância e


adolescência, focando-se no potencial das aprendizagens em ambientes
não escolares. Este tema pode remeter ao ambiente de escola, mas
também para o envolvimento desta na comunidade. Este envolvimento
(ambiente escolar e extra-escolar), já ocorre, no Brasil, em diversas
estruturas sociais em parceria com as escolas. Assim, a comunidade e
suas organizações têm um papel positivo no desenvolvimento e proteção
integral da criança/adolescente.

● Educação musical e práticas sociais, de Juzamara Souza

○ Defende que a música é um fator social, e por isso não pode ser
descontextualizada do seu produto sociocultural em ambiente de sala de
aula. Argumentando a necessidade de enaltecer a relação que os alunos
têm com a música , ao contrário da restrição ao consumo é prática da
música pelo seu conteúdo ou gênero. Assim, a autora deste texto,
pretende contribuir para a compreensão das práticas musicais dentro e
fora da escola.

● Esta apresentação pretende criar uma ponte entre os dois artigos, de forma a
comprovar a importância da educação musical no desenvolvimento integral da
criança/adolescente.
● A apresentação está dividida em duas grandes partes:
○ Educação integral e articulação dos saberes além escola, seus
benefícios para o desenvolvimento pessoal do indivíduo.
○ Educação musical: benefícios da sua integração nas atividades extra
curriculares e além escola.

PARTE I

CLICK 1

➔ DESENVOLVIMENTO INTEGRAL

No contexto legislativo, este conceito ganha apoio jurídico que garante que a criança
obtenha resposta às suas necessidades pessoais, sociais e educativas, e assegura a sua
realização em instituições formais de ensino e áreas de política social.

É baseado na constituição brasileira, na lei de diretrizes e bases da educação nacional


e o estatuto da criança e do adolescente.

As duas primeiras valorizam e apoiam as iniciativas de organizações em parceria com a


escola, actividades extracurriculares, e tornam obrigatório os pais matricularem os seus filhos
nas actividades propostas pela escola.

O último, garante o direito à aprendizagem de todas as crianças e adolescentes, e


reconhecido o papel da sociedade e da família na realização desse direito.
É também dado aos pais o direito a integrar os processos escolares relacionados com o
filho, e a incluir o filho em programas de ajuda social, como transporte, alimentação, recursos
didáticos. Etc.
CLICK 2 - INCLUSÃO SOCIAL

Este conceito surge como estratégia contra a pobreza e exclusão social.

No artigo Educação e desenvolvimento integral: articulando saberes na escola e além


escola, foram recolhidos dados que confirmam o antes dito e mostram que dentro das
atividades desenvolvidas pelas organizações não governamentais, encontram-se práticas
educativas que visam o reforço à escola e atividades ligadas à arte, desporto e lazer.

A EDUCAÇÃO é imprescindível para a inclusão social pois, segundo Carvalho citado


pela autora, “a inclusão social não se faz somente com a garantia de serviços políticos, (...)
mas também com ganhos de aprendizagem substantivos (...)”
➔ Assim as comunidades iniciam esforços para criar actividades socioeducativas
para obter ofertas educativas.

O SUCESSO ESCOLAR é extremamente valorizado socialmente, o que torna urgente a


criação das condições necessárias para tal, de forma a que todas as crianças e adolescentes
tenham a oportunidade de superar as questões de pobreza e exclusão social.
➔ Para isto é necessário investir em melhorar as condições a nível quantitativo, que
chegue a todos, e a nível qualitativo, que vá de encontro à vida.

CLICK 3 - DESEMPENHO ESCOLAR

CLICK 4 - OUTRAS OPINIÕES

Segundo a Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e


Ação Comunitária), uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, que tem
como objetivo o desenvolvimento de ações para uma melhor qualidade da educação
publica, deparou que o tema da educação integral encontrava-se apenas em pesquisas
académicas de um modo superficial onde se percebia que a educação integral definia-
se através de diferentes perspetivas.
Uma das teorias compreendia que a educação integral nas escolas de tempo
integral seria mais vantajosa porque nesse âmbito as crianças iriam predispor de mais
horas dedicadas aos estudos.
Outra teoria indicava que o sucesso da educação integral era refletido através da
personalidade, aspetos cognitivos, afetivos, psicomotores e sociais interligando a
educação ao desenvolvimento das capacidades físicas, intelectuais, sociais e afetivas
de crianças e adolescentes.
Uma outra teoria defende a integração dos conhecimentos em abordagens
interdisciplinares e transdisciplinares focando-se essencialmente no currículo escolar
onde as disciplinas partilhem conteúdos paralelos.
Por último, a educação integral provem da necessidade de expansão das
experiências de aprendizagem e do tempo dedicado aos estudos pela articulação da
escola com diversas ações comunitárias levando a que as crianças e adolescentes
adquiram uma maior diversidade de vivencias através de projetos sociais na
comunidade.
Contudo, a associação entre educação e desenvolvimento integrais conduz á reflexão
sobre as condições que favorecem a formação humana de crianças e adolescentes para uma
melhor aprendizagem e crescimento integral da criança.

CLICK 5 - DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO -


BRONFENBRENNER

A autora apoia-se na teoria de desenvolvimento humano de Bronfenbrenner para


explicar as vantagens de se oferecer uma educação integral, que abarca experiências em
vários espaços de aprendizagem, criando uma rica sinergia de diferentes contextos.

Segundo Bronfenbrenner, o desenvolvimento humano é um processo constante que


resulta da interação entre as caraterísticas próprias da pessoa e o ambiente, proporcionando
assim momentos de transformação e estabilidade. Nesta perspetiva, pode dizer-se que o
homem é um ser que se divide por múltiplos contextos, gerindo-os de forma a que se cruzem e
convirjam para a sua pessoa.
➔ As experiências em diversos contextos tendem a promover estímulos para que a
pessoa se desenvolva, seja a nível de características individuais como a nível de
socialização, não esquecendo que o ritmo deste tipo de processo depende muito
da escolha e ação da própria pessoa e do próprio contexto histórico e
sociocultural onde está inserida.

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O desenvolvimento surge como consequência da interação entre quatro dimensões da


vida: a pessoa, o processo, o contexto e o tempo.

À dimensão pessoa concerne as características individuais, que podem ter haver com o
seu temperamento, motivações, expectativas, valores, crenças, padrões de pensamento e
comportamento.
➔ Esta dimensão quando se encontra com o contexto pode criar uma condicionante à
perspectiva, assim como o contexto pode interferir apelando à mudança ou à
estabilidade.

A dimensão do processo composta pela aglutinação de contextos, traz ao de cima a


necessidade inerente ao ser humano de uma participação ativa e interativa com outras
pessoas, objetos, símbolos e situações cada vez mais complexas.
➔ Os processos proximais, de que são exemplo a relação entre pai e filho, a relação entre
crianças num grupo, a descoberta de novas habilidades, poder executar tarefas
complexas, adquirir novos conhecimentos e experiências, são o impulso para o
desenvolvimento intelectual/ cognitivo, emocional, social e moral.

O tempo apresenta-se também como uma forte influência no desenvolvimento pessoal,


que pode interferir nas gerações através de mudanças que podem abranger vários níveis da
vida social e pessoal, como tem sido por exemplo a evolução tecnológica no presente século.

O contexto, em Bronfenbrenner, é visto como um dos fatores de foco, pois é nesse


ambiente geral, de estrutura concêntrica, que se cruzam todos os processos de
desenvolvimento.
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Existem quatro níveis de contexto: microssistema, mesossistema, exossistema e


macrossistema.

O microssistema é composto pela vivências de relações mais próximas como são as de


família, a escola,a creche. No fundo, é o primeiro sistema onde a criança recebe os cuidados
básicos e essenciais ao seu desenvolvimento. A autora faz um paralelo com redes de proteção
de menores e diz que se enquadra no microssistema.
➔ Na perspectiva de Bronfenbrenner, as relações do microssistema devem
promover a reciprocidade, equilíbrio de poder e afetividade e podem ser
“positivas, negativas, ambivalentes ou assimétricas”. Isto constitui um pilar
importante na construção do indivíduo e irá condicionar o seu desenvolvimento
tanto no presente como no futuro.

O mesossistema agrega vários microssistemas/ ambientes que interagem e que de


alguma forma têm influência mútua, como pode ser o caso das relações na escola, a relação
com os vizinhos, com o clube desportivo, com os escuteiros, etc.
➔ Sempre que a criança frequenta um novo ambiente, está a contribuir para o seu
desenvolvimento, pois ao ampliar o seu mesossistema, depara-se com
características inibidoras ou estimulantes que o ambiente reflete em si.
O exossistema tem haver com as situações que não estão diretamente ligadas à
criança, mas que por intermédio de uma relação próxima (ex. relações do microssistema),
interferem de forma positiva ou negativa com o seu desenvolvimento.

O macrossistema abrange uma rede sistemas que enuncia tudo aquilo que representa
uma cultura, ou até várias, marcando o próprio modo de vida ou de pessoas próximas com
crenças, valores, estruturas, tipo de oportunidades, opções de vida, tipo de trocas sociais.

CLICK

A autora pega no mesossistema como o palco para fazer acontecer a articulação entre
os momentos educativos dentro da escola e fora da escola. Nestes momentos é que estão
manifestos o caráter socioeducativo e não formal.
➔ Aqui é possível assegurar atividades em conjunto cada vez mais complexas
proporcionando interações saudáveis e criando condições que permitam explorar outros
recursos sociais e físicos. Além disso, deve estar inerente o convite à exploração e à
criação, trazendo novas experiências à vida das crianças.

CLICK

➔ Ao longo do tempo, este tipo de interações acabam por encontrar e dar a conhecer os
valores e crenças da sociedade em que vive. Portanto, assim como reiteram os dois
autores referidos anteriormente, para que o desenvolvimento da criança se dê no seu
expoente máximo é necessário que o estado (brasileiro) crie políticas e programas, que
proporcionem a todas a crianças condições e estabilidade, auxiliando as instituições
que se dedicam a este tipo de práticas.

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Além do conteúdos abordados na sala da aula é preciso preparar as crianças e


adolescentes para o mundo que as rodeia. É necessário que saibam sobre a cultura local e
universal, dominar a língua materna e universal, como lidar com a vida prática, manter e criar
relações interpessoais, como gerir conflitos e situações novas, e essencialmente perceber a
sua posição neste mundo como cidadãs e pessoas.
➔ De facto, há crianças que têm as condições reunidas para que tudo isto se concretize
da forma mais favorável, no entanto há o outro lado da questão, que são as crianças
que nascem e crescem num meio desfavorecido, necessitando de um apoio exterior
para tenham acesso às oportunidades por igual de se tornarem cidadãs aptas a lidar
com o mundo de forma elucidada e sem constrangimentos.

A autora refere neste artigo uma citação de Paulo Freire que caracteriza bem esta
problemática. Com a expressão “ Leitura do Mundo” este autor pretende alertar para a
necessidade de criar paralelos entre os saberes da escola com as práticas e vivências
quotidianas.
➔ Enquanto que a escola oferece o desenvolvimento das capacidades cognitivas, a
prática e as associações a situações do dia a dia criam uma memória emocional que
ajuda a desenvolver a aplicação de conteúdos a situações hipotéticas, extraindo uma
maior flexibilidade para a aplicação de conhecimentos. A própria educação formal
deveria ter mais atenção a isto.

Os programas pós escola tendem a oferecer uma maior disponibilidade para ouvir e
discutir a “leitura do mundo” que a criança vai fazendo, visto que são projetos não direcionados
às massas, mas sim ao indivíduo. Neste tipo de espaços e organizações educativas
enquadram-se os escuteiros, os museus, as bibliotecas, clubes de desporto, cursos de
formação profissional para jovens adultos, entre outros.

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No dia a dia há espaço para a educação formal, informal e não formal.

A educação formal é responsabilidade da escola. Nota-se um vínculo institucional e


uma progressão gradativa, que vai desde o jardim de infância até ao ensino superior. É um tipo
de ensino direcionado para as massas e por isso tem diretrizes bastantes rígidas. Na opinião
da autora, a escola deve abrir espaço para que seja possível, além dos conteúdos, ir de
encontro com as necessidades do desenvolvimento dos alunos.

A educação informal diz respeito à noção de integridade do sujeito. Está diretamente


relacionada com a construção da sua base cultural e com os valores que assume enquanto
homem do seu tempo. Associa-se fundamentalmente às vivências do quotidiano, no âmbito
familiar, nas relações mais próximas, nos contatos e experiências marcados pelo afeto.

A educação não formal, também denominada de socioeducação, acontece nos


processos em que há abertura para que diversas habilidades e competências sejam
desenvolvidas. A nível geral, existe uma procura por este tipo de educação quando surge a
necessidade de desenvolvimento a nível profissional ou até necessidades referentes a valores
e atitudes de cidadania e desenvolvimento humano. Nas atividades deste tipo existe
claramente uma intenção educativa ( conteúdos, objetivos a alcançar),mas também uma maior
flexibilidade, e há sobretudo um compromisso em aplicar conhecimento à vida prática.

CLICK

Com a criação do conceito “Escola Aberta”, tem-se apostado em criar ligações entre a
escola e comunidade, com o objetivo de fomentar a formação para a cidadania. ( Utilização de
praças, parques, igrejas, postos de saúde, organizações não governamentais) .
É de referir que em função do ensino integral, os EUA, além do ensino regular,
financiam também as atividades complementares - afterschool programs.

Dentro destas medidas está presente o conceito de pedagogia social que através de
estratégias que trabalham diretamente com o contexto social dos alunos mais desfavorecidos,
ajuda a corrigir conflitos e impasses no processo de socialização, e a reintegrar alunos que
sofrem de alguma forma com a exclusão social. A pedagogia social tem como principal objetivo
transformar a sociedade num sentido de evolução e para isso defende que é através da
educação que se incute as raízes de uma sociedade mais igualitária, mais consciente e mais
humana. https://conceitos.com/pedagogia-social/
Em conclusão, a educação integral surge como um direito de cidadania e portanto
implica que se criem oportunidades educativas fomentadoras do pleno desenvolvimento do
potencial infanto-juvenil. De facto, a inclusão social exige que esteja garantido um repertório
cultural, social, político e afetivo, com a perspectiva num futuro autónomo e igualitário.

Ponte de ligação:
Dentro desta temática, decidimos enquadrar o ensino da música, falando sobre a
problemática que tem sido o desajuste de conteúdos ao objetivo criativo e expressivo do
processo. Além disso, a educação musical pode muito bem ser um exemplo das atividades
educativas que se enquadram no ensino integral e que para nós professores e futuros
professores é assunto de extrema importância, pois é sempre muito complicado ensinar e
aprender algo com o qual não nos sintamos identificados.

PARTE II - EDUCAÇÃO MUSICAL


Anne-Marie Green (1987) afirma que a presença da música em nossa vida quotidiana e
tão importante que pode ser considerada como um fato social ser estudado.

Mas é necessário compreender o porquê da música ser um fator social.

CLICK 7 - UM FATOR SOCIAL

A música deve ser considerada uma comunicação sensorial, simbólica e afetiva, que
pode estar subjacente à nossa consciência.

Este aspecto é desvalorizado pelos professores de música, tratando-o como um objeto


descontextualizado da sua vertente sociocultural.

➔ Na prática educativa, ainda existem limitações na aplicação de áreas como a


musicologia e a etnomusicologia.

Anne Marie Green diz: “Não existe objeto musical independentemente de sua constituição por
um sujeito. Não existe, portanto, por um lado, o mundo das obras musicais (...), e por outro,
indivíduos com disposições adquiridas ou condutas musicais influenciadas pelas normas da
sociedade. A música é, portanto, um fato cultural inscrito em uma sociedade dada [...].
CLICK

Perguntas como:

➔ Porque as criança de diferentes grupos sociais praticam determinados


géneros musicais?
➔ Porque se envolvem nas suas práticas musicais?
➔ Porque evitam outras?
➔ Como repondem à música na sala de aula?

CLICK

São vantajosas, porque podem ser utilizadas em ambiente de sala de aula de forma a
construir/definir o tipo de relação que os adolescentes mantêm com a música., ao contrário de
se limitar ao consumo e prática musical exclusivamente pelo seu conteúdo ou género.

As preferências dos adolescentes estão ligadas à sua Identidade, ideologias e grupo


social, relacionadas com a liberdade de expressão e apelo à mudança.

Esta manifestação cultural representada pela relação adolescente-música e


caracterizada pela classe de idade e meio social.

CLICK

Green, A.M. refere-se aos gêneros musicais divulgados pela mídia, acredita que fazem
parte do PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO nos quais os adolescentes criticam suas relações
sociais.
➔ Esses gêneros musicais “revestem-se aos olhos dos adolescentes de uma
importância superior àquelas que se ligam às relações ‘obrigatórias de família’. E
por isso que o adolescente, que é quase sempre um aluno, sente uma
impressão muito forte de liberdade com esses gêneros musicais” (Green, A.-M.,
1987, p. 100, tradução da autora)
Estas questões foram abordadas por vários autores, Muller (2000) é Fialho (2003)
estudaram jovens em situações de rua, pobreza e exclusão social e encontraram uma prática
coesa do RAP e do Hip Hop, que surge como alternativa ao crime é às drogas.

Nesta prática é usado um discurso de legitimação e reivindicação dos direitos sociais e


humanos, denunciando as dificuldades da vida na periferia, e proporciona momentos de
inflação da auto-estima individual e da autovalorização do grupo.

Também Ramos (2002) alerta que a construção do repertório que os jovens consomem
no dia a dia é feito a partir das suas vivências familiares, escolares, e apresentação na Mídia,
no seu estudo da música da televisão no quotidiano de crianças de 9 e 10 anos;
➔ Conclui que para as crianças entrevistadas, falar sobre a música se baseia nas próprias
vivências musicais - quais músicas sabe cantar; quais sabem as letras; quais querem
aprender ou não, etc.

CLICK

Estes exemplos mostram a diferença entre a relação dos jovens com a música e a sua
realidade abstrata que lhes é apresentada dentro da sala de aula.

Os estudos da relação entre a criança e as suas experiências musicais proporcionadas


pela TV contribuem para uma visão diferenciada da influência da mídia no quotidiano da
crianças e seus processos de apropriação leva a uma valorização das experiências quotidianas
das crianças.
■ sublinhando que o que aprendem dentro da escola não é mas importante
daquilo que aprendem fora.

CLICK

Considerar a música como um meio de comunicação social, desencadeia a premissa de


que os alunos podem expor e assumir as suas experiências musicais, e os professores podem
dialogar sobre elas. - no entanto observando o quotidiano, nota-se a distância entre as práticas
correntes e a interiorização prática deste princípio.
➔ Professor ensina o aluno partindo do princípio de “tábula rasa”, ensinando-o
continuamente sem autorizar que os alunos expressem os seus interesses musicais.
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Uma das consequências da realização desta proposta é a necessidade de uma formação de
professores mais virada para a prática social, musicologia e etnomusicologia

CLICK
A autora refere uma pergunta com a qual se debate como professora:

➔ “COMO ENSINAR MÚSICA, PROPICIANDO UMA APRENDIZAGEM CAPAZ DE, AO


MESMO TEMPO ESTIMULAR OS ALUNOS A DESVENDAR O MUNDO MUSICAL
QUE OS CERCA E SER COERENTE COM O CONTEXTO HISTÓRICO E CULTURAL?

A resposta está em dois desafios propostos por esta questão:

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➔ RELAÇÃO PESSOA-MÚSICA está o desafio de tantos professores - constante busca
aprendizado, é ressonância na vida dos alunos.

➔ PROCESSO EDUCATIVO, que se refere aos desafios do aluno ao aprender música. -


pensarem na realidade que os cerca OU perceberem a sua própria integração nas
diferentes realidades do mundo.

CLICK

➔ Autora responde desafiando os professores a:


◆ reconhecerem o aluno como um SER SOCIOCULTURAL
◆ comparar músicas antigas com as que os alunos ouvem no seu tempo e espaço.
◆ Refletir sobre o olhar do aluno acerca da música em contexto escolar.

➔ QUESTÕES A PÔR:
◆ Quem são os sujeitos/alunos na sala de aula?
◆ Que tipo de referências musicais e culturais esse sujeito se identifica?
◆ Como jovens e crianças aprendem música?
◆ Como se dá a relação entre:
● Dimensões musicais construídas/herdadas pelo sujeito na música vivida
do seu dia-a-dia, e
● Dimensões criadas pela música ensinada no espaço escolar?
➔ Estas questões levam à educação musical como uma prática social, e a um processo
de aprendizagem inserido numa dimensão cultural dentro e fora da escola.
◆ Contribuem para a música na escola - lugar privilegiado de interações sociais.

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NA PRÁTICA

Professores devem ter em mente que os seus alunos NÃO SÃO TODOS IGUAIS
“mas jovens ou crianças que são singulares e heterogêneos socioculturalmente, e imersos
na complexidade da vida humana.”
➔ alunos como fruto de um contexto histórico-cultural complexo e dinâmico.

ALUNOS COMO SERES SOCIAIS vão evoluindo consoante as diferentes experiências


e vivências sociais. Por exemplo:
❖ Em casa
❖ Na igreja
❖ Bairros
❖ Escolas

➔ Jovens convivem com modificações da sociedade com uma dinâmica social


globalizadora
◆ Interagem no quotidiano com diversas dimensões, espaços e meios sociais.
Que lhe oferecem referências de identidade

São exemplo dessas dimensões ou espaços sociais:

◆ Mídia e tecnologia
◆ Lugar onde residem
◆ Bairro onde vivem
◆ Grupo social
◆ Grupo de amigos
◆ Tempos livres
◆ Desporto
◆ Rua
◆ Shopping
◆ Grandes eventos
◆ Festas coletivas
◆ Lugares de entretenimiento

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A autora refere ainda a visão de outros autores:

● Segre (1994)
É através das práticas do tempo livre das crianças e dos adolescentes que
poderemos compreender seu modo de inserção social, suas dificuldades, seus desejos,
suas aspirações ou suas confusões”, ele recomenda:
○ Desenvolver/introduzir novas formas de pensar na música no mundo
contemporâneo, de forma a que, o aluno, relacione as suas experiências
multiculturais do dia-a-dia com as aprendizagens na escola.

● Dumazedier (1994)

Afirma que as crianças e jovens vivem dois processos de formação distintos:


○ Um imposto pela escola - heteroformação
○ Escolhido pelo jovem fora da escola - autoformação

O autor questiona se acerca da possibilidade de uma nova concepção de ensino,


baseada nestes dois processos de formação, para levar à compreensão do desinteresse
cultural e fracasso escolar dos alunos. “Praticar a política de avestruz, fechando os olhos para
as fortes realidades vividas fora da escola não faz com está progrida.” (Dumazedier, 1994”

CLICK
Panorama portugues

Para melhor entendimento do panorama português no que diz respeito à legislação e iniciativas
políticas educativas e de desenvolvimento integral.

CLICK

Assim, constatamos que a Constituição portuguesa define:


● Que é da responsabilidade do Estado a promoção do bem estar, qualidade de
vida é igualdade de todos os portugueses
● Manter os direitos sociais, culturais, econômicos e ambientais através da
transformação e modernização das estruturas econômicas e sociais. (Art.9)
● Que todos os cidadãos têm a liberdade de aprender e ensinar;

➔ As crianças têm o direito à proteção da sociedade é do estado com vista ao seu


desenvolvimento integral (...)
➔ Também que os jovens gozam desta proteção, nomeadamente na formação profissional
e na cultura, entre outros.
◆ A política da juventude tem como objectivos prioritários:
● Desenvolvimento da personalidade
● Criação de condições para a sua integração na vida activa
● Gosto pela criação
● Sentido de serviço à comunidade
➔ O estado em colaboração com organizações e coletividades culturais e de recreio, deve
apoiar as organizações e iniciativas juvenis.

➢ Além de atribuir a todos o direito à educação e cultura, o estado deve proporcionar as


condições para que a educação escolar contribua para:
○ A superação das desigualdades sociais e culturais
○ Desenvolvimento da personalidade
○ Espírito de tolerância e compreensão

Todos têm o direito ao ensino, e ao estado incumbe, além de outras, INSERIR AS ESCOLAS
NAS COMUNIDADES, DE FORMA A ESTABELECER UMA INTERLIGAÇÃO DO ENSINO
COM AS ACTIVIDADES SOCIAIS E CULTURAIS.

CLICK
Lei de bases do Sistema de Ensino, cria os fundamentos do sistema de ensino e suas linhas
diretivas.

➔ O objetivo da educação extra escolar é complementar a formação escolar, de forma a


que cada indivíduo aumente e desenvolva os seus conhecimentos e capacidades.

➔ Integra-se na perspetiva de uma educação permanente, global e continua.

➔ Deve:
◆ Favorecer atitudes de participação na comunidade;
◆ Assegurar a ocupação criativa dos tempos-livres dos jovens e adultos com act.
Culturais.

➔ Compete ao estado promover realização de actividades desta natureza, e apoiar as que


sejam de iniciativa de outros - associações e organizações culturais e sociais.
◆ Também de atender à dimensão educativa dos mídia - diversidade de
programas.

➔ Propõe actividades complementares à formação curricular, que visam:


◆ Enriquecimento cultural
◆ Educação artistica
◆ Inserção dos jovens na comunidade

➔ São criadas estruturas que apoiem atividades de desenvolvimento curricular em


articulação com as escolas.
CLICK
Contrato de Autonomia das Escolas

➔ Promove a participação da família e comunidades na direcção estratégica dos


estabelecimentos, para promover a abertura da escola ao exterior.

➔ Na verdade, o contrato de autonomia subordina-se aos princípios da constituição é


LBSE, nomeadamente - INTEGRAR AS ESCOLAS NA COMUNIDADE E
ESTABELECER INTERLIGAÇÃO DO ENSINO COM ACTIVIDADES ECONÓMICAS,
SOCIAIS, CULTURAIS E CIENTÍFICAS.

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