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Mestranda em Ciências da Educação, Universidade Católica – Viseu. E-mail:
mariamartinssousa@gmail.com
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Professora Auxiliar, Instituto de Educação – Universidade do Minho. E-mail:
tsarmento@ie.uminho.pt
Maria Martins de Sousa e Teresa Sarmento
1 – INTRODUÇÃO
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Neste contexto, o termo educação é utilizado num sentido global, que inclui o sentido estrito
de educação escolar e o conceito mais abrangente de educação.
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Não se pode, no entanto, considerar ou esperar que seja fácil esta relação
entre a escola e as famílias, por uma miríade de razões, entre as quais se
ressaltam as descontinuidades culturais. Silva (2009, 21) caracteriza a cultura
escolar como uma cultura “letrada, urbana e de classe média, correspondendo à
cultura socialmente dominante”, o que pode constituir uma barreira a ultrapassar,
uma vez que a sua população discente provém de estratos sociais e culturais
multifacetados. Refere o mesmo autor que, mais importante do que “aceitar e
promover uma escola multicultural, será a construção de uma escola
intercultural”, sendo que, a sua relação com as comunidades, ao subtrair por
desconhecimento ou incompetência essa multiplicidade, pode consubstanciar a
replicação e agravamento da clivagem social já existente, tornando-a num
instrumento fomentador de exclusões sociais, nomeadamente sob a forma de
insucesso e/ou abandono escolar.
Outro constrangimento ao estabelecimento de uma relação saudável entre a
escola e as famílias pode advir do receio que os professores revelam em aceitar
verdadeiramente os pais como seus parceiros neste processo de formação das
crianças. Os professores, que têm geralmente uma opinião negativa sobre as
competências educativas das famílias, revelam tendência para encarar a
participação e envolvimento dos pais como uma ameaça ao seu estatuto e uma
ingerência negativa no seu trabalho. Na opinião de Lima (2002, 8), a propósito
da participação dos pais nos órgãos de gestão das escolas, ”nunca como agora os
professores sentiram o seu espaço de acção tão desprotegido, em relação à sua
invasão literal por parte dos encarregados de educação”. Para além disso, as
expectativas dos professores relativamente à participação dos pais têm sempre
como base um modelo ideal de família que, em sintonia cultural com a escola,
compreende o seu funcionamento e tem facilidade em participar, levando a que a
invisibilidade dos outros pais na escola seja por eles interpretada como
desinteresse pela vida escolar dos filhos. Diogo, Serpa, Caldeira, Moniz e Lopes
(2002), reflectindo sobre a ineficácia das directivas centrais no respeitante ao
incentivo à participação dos pais, concluem que os professores, apesar de
reconhecerem as vantagens educativas associadas à participação dos pais na vida
escolar dos filhos, “ainda sentem dificuldade, ao nível das práticas, em promover
estratégias que facilitem e tornem eficaz a cooperação com as famílias” (citado
em J. Lima, 2002, 20).
Por seu turno, os pais, para além duma atitude de desconfiança face ao papel
dos professores, têm, muitas vezes, paradoxalmente, a opinião de que a estes e à
escola cabe a total responsabilidade de educar os seus filhos, delegando neles
todas as competências para o efeito e demitindo-se da sua responsabilidade de
primeiros e permanentes educadores. Esta duplicidade que caracteriza o
comportamento dos pais em relação à escola (Sá, 2004, 17) advém do facto de os
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Bibliografia
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Comunidade e escola: reflexões sobre uma
integração necessária
The school and the comumnity: reflections
about a necessary integration
RESUMO
ABSTRACT
Introdução
Material e métodos
Resultados e discussões
tados são bastante jovens com idade entre 20 e 25 anos8. Todos os sujeitos são
trabalhadores com renda média entre um a dois salários mínimos. Os alunos
foram denominados de A1, A2, A3, A4 e A5; os pais, todos do sexo masculino,
foram referidos como P1, P2, P3 e P4.
Na escola conveniada foram entrevistados cinco pais e seis alunos, os
procedimentos, dada a especificidade da clientela, incluíram entrevistas em
libras9. Os pais foram denominados: de P5, P6, P7, P8 e P9; os alunos de A6,
A7, A8, A9, A10 e A11.
Em vista da especificidade das duas escolas, preferimos avaliá-las sepa-
radamente nos dois tópicos a seguir:
Um dos autores deste artigo, Zedeki Fiel Bezerra, atuou como professor
nessa escola pública. A partir de suas vivências constatou que os nossos entre-
vistados se sentem intimidados pelo corpo docente-administrativo, devido à
percepção da escola como concessão do poder público, relacionada a fatores
como: 1) baixa posição socioeconômica, consequência da nula ou mínima es-
colarização dos pais ou responsáveis e 2) impossibilidade financeira dos pais
para matricular os filhos em escolas particulares.
Essa realidade promove em nossos sujeitos o comportamento apontado
por Pereira (1976, p. 129): “Eles sabem, por experiência própria, da posição
desvantajosa em que ficam as pessoas que não dominam suficientemente as
‘técnicas elementares da cultura’, num ambiente cuja cultura apresenta amplos
setores letrados”.
Constatamos que a escola não conta com organizações favorecedoras de
integração comunitária, tais como Associação de Pais e Mestres (APM), Grêmio
Estudantil, importantes instrumentos para a iniciação e formação democrática,
com papel relevante na garantia do entrosamento entre escola e comunidade.
10 Como alguns dos indivíduos que concordaram em depor alegaram não estar acostumados
a responder por escrito, optamos por complementar a pesquisa com entrevistas.
Considerações finais
Referências
FREIRE, Paulo (Org.). Fazer Escola Conhecendo a Vida. Campinas: Papirus, 1990.