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A QUÍMICA COMO BASE PARTICIPANTE DA FORMAÇÃO ESCOLAR DE

JOVENS E ADULTOS

RESUMO:

PALAVRAS-CHAVE: Educação. Teoria e Prática. Construção de Conhecimento.

INTRODUÇÃO

A educação de jovens e adultos(EJA) é a forma onde é priorizada a educação


popular com uma formação critica, organizada que propõe uma transformação
social com o objetivo de desenvolver o ensino fundamental e medo para jovens e
adultos que por algum motivo não puderam concluir os estudos.

O projeto intitulado como “Conhecendo a Educação de Jovens e Adultos do


município de Santa Bárbara do Sul”, teve como objetivo propor uma metodologia
articulada com criatividade, junto ao saber popular dos alunos culminando com o
conhecimento cientifico procurando conhecer os saberes constituintes da pratica
docente, e o papel do professor nessa construção de conhecimento, observando
também a participação do aluno na obtenção de conhecimento em química, tudo
isso tendo como base a visão de ser um futuro educador que hoje conheça a inter-
relação com a pratica profissional, que deverá ser diferenciada na educação de
jovens e adultos.
Este projeto foi desenvolvido na 8 Série, totalidade 6 da Educação de Jovens
e Adultos do município de Santa Bárbara do Sul, onde através de aulas teórico -
praticas os alunos puderam aprender e realizar junto ao conhecimento adquirido, as
experiências que foram realizadas em sala de aula podendo contribuir de forma
relevante para o entendimento de situações e acontecimentos do cotidiano.

DESENVOLVIMENTO

O conhecimento tem presença garantida em qualquer projeção que se faça


do futuro. Por isso há um consenso de que o desenvolvimento de um país está
condicionado à qualidade da sua educação. Um desafio encontrado hoje em dia é a
Educação de Jovens e Adultos que trás de volta a sala de aula alunos que por
variados motivos não conseguiram completar o Ensino Fundamental ou Ensino
Médio, dando a oportunidade de que este, que muitas vezes já trabalhada e ajuda
no sustento da família, a buscar um futuro melhor .
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é o forma de ensino da rede pública
no Brasil, com o objetivo de desenvolver o ensino fundamental e médio.
Segundo Haddad (1998, p.111):

“ a educação de pessoas jovens e adultas veio sendo reconhecida como


um direito desde os anos 30, ganhando relevância com as campanhas de
alfabetização das décadas de 40 e 50, com os movimentos de cultura
popular dos anos 60, com o MOBRAL e o ensino supletivo dos governos
militares e a Fundação EDUCAR da Nova Republica”.

A Constituição de 1988 amplia “o dever do estado para todos aqueles que


não têm a escolaridade básica independente da idade [...], reconhecendo que a
sociedade foi incapaz de garantir escola básica para fazer frente ao analfabetismo e
universalizar o ensino fundamental” (HADDAD, 1998, p.112).
O segmento é regulamentado pelo artigo 37 da Lei das Diretrizes e Bases da
Educaçao Nacional nº 9394 de 20 de Dezembro de 1996. É um dos segmentos da
Educação Básica que recebem repasse de verbas do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação_ FUNDEB que destina recursos para a educação infantil , ensino
fundamental e ensino médio, inclusive na modalidade de educação de jovens e
adultos.
“O conceito de EJA ( Educação de Jovens e Adultos) amplia-se ao integrar
processos educativos desenvolvidos em múltiplas dimensões: a do conhecimento,
das praticas sociais, do trabalho, do confronto de problemas coletivos e da
construção da cidadania” (GADOTTI, 2000, p.119).
A Educação para Jovens e Adultos deve exercer um papel humanizador e
socializador, além de desenvolver habilidades que possibilitem a construção do
conhecimento e dos valores necessários à conquista da cidadania plena. Segundo
Farenzena (2004, p.23) a Educação necessária para jovens e adultos deveria ser
uma:
“Educação que democratiza oportunidades, experiências, tornando o sujeito
jovem e adulto em um ser critico, capaz de indagar, questionar, decidir,
optar,criar, num crescente e intenso processo de aprimoramento da sua
trajetória, implicando a qualidade da proposta educativa”.

É preciso levar em conta a vida cotidiana daquele que “aprende” e a daquele


que “ensina”, segundo Freire (1996) o respeito à autonomia e a dignidade de cada
um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos
outros. Uma vez que cada um traz consigo elementos extrínsecos à realidade
escolar, os quais devem ser relevantes dentro do espaço de criação e recriação das
relações que se estabelecem no ambiente de ensino.
Um professor competente deve ser aquele que: possuiu suficiente formação
teórica, metodológica e epistemológica, que está preparado para ousar a inovação
metodológica, que recorre à história da ciência como eixo disciplinar e associa
ensino e pesquisa. Mas,
Saber que ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Quando
entro em sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, a
curiosidade, as perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser critico e
inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho-a de ensinar e não a de
transferir conhecimento( FREIRE, 1996, p.47).

O papel docente é de fundamental importância no processo de reingresso do


aluno às turmas de EJA. Por isso, o professor da EJA deve, também, ser um
professor especial, capaz de identificar o potencial de cada aluno, compreendendo
que eles possuem e vivenciam problemas como preconceito e discriminação que
afetam, influenciam e muitas vezes modificam seu cotidiano familiar como sua vida
em comunidade. Segundo Farenzena (2004) a formação de professores exige
compreensão e qualidade de educação, pois a prática é indissociável do contexto
socioistórico onde estão inseridos.
Nesse sentido voltamos a reforçar a idéia de que um professor reflexivo e
transformador, não pode deixar levar-se por obstáculos que encontra no trajeto da
mudança e sim buscar ultrapassá-los acreditando na possibilidade de se vencer as
dificuldades encontradas.
Na classe da EJA, é vital a importância de o professor ser o maior
incentivador de seus alunos, mostrando a eles sempre a importância de buscar o
conhecimento e de compreender seus direitos como cidadãos, para que venham a
se tornar indivíduos autônomos e conscientes. É papel do professor, especialmente
do professor que atua na EJA, compreender melhor o aluno e sua realidade diária.
Enfim, é acreditar nas possibilidades do ser humano, buscando seu crescimento
pessoal e profissional.
Todo professor/educador deve ser esse profissional especializado em
educação, educador por inteiro, capaz de conduzir o inteiro processo
educativo[...].Em obra complexa e tarefa imensa como é a da educação,
nem todos serão iguais em tudo ou tudo faraó, mas a obra é de todos[...]
(MARQUES, 2000, p. 58).

É neste jogo de sentimentos que esta a força da educação, a personalidade


do professor serve como modelo para o jovem, modelo muitas vezes diferente de
sua família, mostrando outras formas de ser, positiva ou negativamente, não
podendo solucionar o problema do aluno, mas mostrar uma esperança.
Considerada ciência fundamental para o desenvolvimento nacional, pela
capacidade que parece ter para alavancar processos de industrialização, a Química
vem sendo tradicionalmente (e mundialmente) reconhecida como fator de progresso.
A necessidade fez a química, desde o homem primitivo que necessitou de
conservação dos alimentos para seu consumo, e da obtenção do fogo para
sobrevivência. Segundo CHASSOT(1995) “essa ciência se originou com a
publicação de um livro de Antoine Laurent de Lavoisier que é considerado o
fundador da química e estabelece um conjunto de conhecimentos que se torna
disciplina escolar”.
O mestre deve moldar sua metodologia para que ele possa ser um perfeito
educador mostrando que o ensino da química é útil a todos, que tem o intuito do
saber, pois precisamos conhecer aquilo que nos rodeia a “química”. As
transformações que a química sofre devem também ser levadas para a sala de aula
com a mesma intensidade com que acontece.
Assim o Educador que trabalhe na Educação de Jovens e Adultos não deve
ter só o conhecimento dos conteúdos vivenciados no cotidiano, deve ter o percepção
de trazer esse conteúdo e vincular ao dia a dia do aluno da melhor forma, para que
aja a construção e transformação de idéias já existentes sobre aquilo que nos
rodeia.
Nota-se grande ênfase em modelos atômicos, modelos de ligações químicas,
classificação de ácidos e bases, nomenclatura de compostos, enquanto uma
aproximação com aquela Química que está mais perto do aluno e de sua realidade,
(por exemplo a produção de materiais industrializados como plásticos e
medicamentos, o tratamento do lixo e da água ou o impacto da atividade humana
sobre o meio ambiente), via de regra é relegada a plano secundário. Talvez fosse
possível migrar da chamada "Química do cotidiano" (como se pudesse haver o
oposto de um cotidiano sem Química) para os conceitos fundamentais, deste modo:
Concordando[...], poderia se dizer que aula de Química é muito mais do que
um tempo durante o qual o professor vai dedicar-se a ensinar química e os
alunos a aprenderem alguns conceitos e desenvolverem algumas
habilidades. Com os olhos da perspectiva histórico-cultural, aula de química
é espaço de construção do pensamento químico e de (re)elaborações de
visões de mundo e nesse sentido, é espaço de constituição de sujeitos que
assumem vozes, perspectivas, posições nesse mundo. Sujeitos que
aprendem varias formas de ver, de conceber e de falar do mundo.
(MACHADO, 1999, p.182).

O ensino deve ter seu conceito mudado por aqueles que não dão a devida
importância e tem deste uma idéia totalmente diferente daquilo que nos rodeia,
vêem a química como aquilo que mata, explode e envenena, mas essa idéia deve e
precisa ser veiculada ao cotidiano à tudo aquilo que é ruim, mas também a tudo que
é bom e nos rodeia, que utilizamos para sobreviver. Os jovens e adultos devem
possuir não só o conhecimento químico ou em qualquer outra área, mas a
capacidade de ser critico e investigador pois o EJA é uma educação possível e
capaz de mudar significativamente a vida de uma pessoa, permitindo-lhe reescrever
sua história de vida.

PRÁTICA

A turma de estágio que desenvolvi o projeto da disciplina Estágio


Supervisionado IV no EJA, 8 série- totalidade 6 é desenvolvido na Escola Estadual
19 de Novembro do município de Santa Bárbara do Sul-RS. A turma é composta por
40 alunos matriculados, mas um total de 14 que freqüentam as aulas assiduamente.
O projeto foi desenvolvido em 8 horas\aula em quatro dias letivos durante um mês.

O conteúdo ensinado na 8 série introduz conteúdos de química para o 1 ano


do Ensino Médio, durante as aulas trabalhei assuntos como o “ tratamento do lixo”
onde pude abordar itens referentes a Matéria e Substância que deu subsidio para
abordar conteúdos como Misturas Homogêneas e Heterogêneas e Separação de
Misturas

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