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É comum usarmos no nosso dia a dia as palavras educação e instrução como sinônimos. Inclusive
quando nos referimos ao ensino que os alunos recebem na escola ora falamos educação, ora instrução.
No entanto, apesar de estarem relacionados e manterem uma interação entre si, os termos educação e
instrução representam objetivos diferentes dentro do processo de formação do indivíduo. Vamos,
primeiramente, entender em que essas duas palavras diferem entre si.
Começamos a entender a diferença entre educação e instrução olhando para o objetivo de cada uma
delas. Podemos dizer que a instrução está centrada na formação de indivíduos capazes de, por meio da
inteligência e do conhecimento adquirido, enfrentar e resolver problemas e buscar soluções para as
mais diversas situações.
Já a educação abrange uma visão mais ampla do desenvolvimento do indivíduo como ser social,
assumindo como premissa o desenvolvimento de valores humanos, a empatia por seus semelhantes, a
apreensão e hierarquização do que vale para o ser humano, seu bem-estar e bem viver.
Entende-se como educado aquele que, tendo aprendido e assimilado os valores que podem satisfazer as
necessidades e anseios humanos, incorpora-os na sua vida e personalidade e, assim, é capaz de agir com
autonomia, fazendo opções de modo livre e justificável.
Essas duas últimas formas, no entanto, são as que trazem as maiores confusões, na medida em que
utilizam educação como sinônimo de instrução, maior desenvolvimento do conhecimento intelectual,
escolarização ou aprendizado de uma técnica.
A confusão começa no fato de que, enquanto a educação está ligada à sensibilidade, a instrução está
ligada à razão. A instrução é resultado da construção do conhecimento dos vários saberes e tem como
objetivo o conhecimento da verdade em todas as suas manifestações, mas carece do aprofundamento
nos valores
A confusão entre os dois termos decorre do fato de entender a educação como apenas decorrente do
conhecimento intelectual, deixando de lado o fato de que ela decorre da sensibilidade e que é preciso
diferenciar ideias e valores. Se educação e instrução fossem sinônimos, como explicar o comportamento
inadequado, a falta de responsabilidade social e a pouca vivência da cidadania em indivíduos
intelectualmente tão desenvolvidos?
Isso porque confunde-se educação e escolarização, entendendo-se como educado o indivíduo que é
capaz de ler, escrever e dominar as operações da matemática. Se assim fosse, o mais educado seria
aquele que tivesse uma formação acadêmica com mais títulos.
Educar e não apenas instruir
O indivíduo instruído é, normalmente, educado pelo conhecimento que possui e que o capacita a
enfrentar a vida de modo útil para si e para a sociedade. Isso deve-se ao fato de que o aprimoramento
intelectual foi sempre muito valorizado pela sociedade ocidental – uma herança da cultura grega que
dava grande importância a esse aspecto.
É importante salientar que a identificação do instruído com o educado acaba desviando o significado da
educação, dificultando a compreensão de um fenômeno fundamental na construção do indivíduo. O
indivíduo educado assimilou os valores morais e a dimensão da cidadania e da responsabilidade social,
não apenas adquiriu escolaridade e títulos acadêmicos.
Educado não é aquele que cursou a universidade, o que domina idioma estrangeiros, o que é capaz de
dominar as modernas tecnologias, mas o que se desenvolveu como ser humano. É uma ação que resulta
na transformação da própria sociedade, visando levá-la à prática do respeito mútuo, da cidadania e da
convivência democrática.
A partir disso, podemos entender que é possível haver o educado não instruído, o instruído não
educado e o educado e instruído.
Há quem faça essa divisão entre quem é responsável pela educação e quem é responsável pela
instrução. O senso comum costuma entender a educação – no modo como vimos acima – como
responsabilidade da família, enquanto fornecer a instrução seria papel da escola.
Mas o processo ensino-aprendizagem é uma relação indissociável entre instrução e educação. Como
dissociar a apropriação dos conhecimentos pela lógica de uma formação embasada em sentimentos,
qualidades e atitudes? Como a escola pode limitar-se com a aquisição do conhecimento sem se
preocupar com a aquisição de valores que irão transformar crianças e adolescentes em cidadãos
responsáveis e comprometidos consigo e com a sociedade?
É por entendermos que a missão da escola é formar não apenas um indivíduo instruído mas, também,
um indivíduo educado para exercer seu protagonismo na vida que os três pilares que sustentam o nosso
trabalho aqui no Colégio são: educação, instrução e desenvolvimento emocional.
Tanto na educação infantil quanto no ensino fundamental e no ensino médio, a nossa proposta é
promover o desenvolvimento global dos alunos por meio de um ensino de qualidade mas, também, de
acolhimento e de reconhecimento das individualidades. Nossa atenção está voltada para os aspectos
cognitivo, intelectual, sócio emocional e para o aprimoramento dos valores imprescindíveis na formação
de cidadãos comprometidos com um mundo em constante desenvolvimento.
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Minhas Aspirações
Potencialidades, importância do Ensino da Geografia, como ciência que estuda a sociedade e suas
contradições usando o espaço como categoria para entendimento entre professor e aluno
INTRDUÇÃO
O presente trabalho retrata das “Potencialidades, importância do Ensino da Geografia, como ciência que
estuda a sociedade e suas contradições usando o espaço como categoria para entendimento entre
professor e aluno”.
O Ensino da Geografia nas séries iniciais; analisando o papel do professor no processo ensino-
aprendizagem e a importância do planejamento para se ter um ensino eficaz.
E para que haja esse entendimento é necessário que haja um espaço que é a sala de aula. E é na sala de
aula, que o saber se faz, momento em que, professor e alunos se completam como elementos de um
mesmo processo de ensino aprendizagem. É o momento de o saber elaborado assumir forma de
conteúdo escolar,ou seja, “torna-se recurso para formação intelectual do ser humano, dentro dos
parâmetros em que se define a especificidade da prática social educativa ai realizada.”
Espaço influi em nossa vida e como nós o modificamos é o principal papel das aulas de Geografia.
A grande potencialidade do ensino de geografia é a formação do cidadão, visto que seu objecto de
estudo é o espaço. Este se constitui como político, cultural, social, como também físico. É, ao mesmo
tempo, concreto e abstracto. É, enfim, dialéctico. Portanto o espaço geográfico pode/deve não apenas
ser visto, como trabalhado como o lugar de vivência, aproximando-se portanto do aluno e de sua
realidade.
O capítulo trata da importância do ensino da Geografia nas séries iniciais,estaremos dialogando com
autores como PONTUSCHUKA 1998, CALLAI 2003/1991,Castrogiovanni 2003, KAERCHER 2003 e LANA
Cavalcanti 1998. Os autores estarão trazendo os subsídios necessários para a afirmação de que o ensino
da Geografia nas séries iniciais tem seu valor educativo indispensável e insubstituível na formação do
cidadão.
E GADOTTI).
Para falar do valor educativo da Geografia, recomenda-se citar,primeiramente, que o seu ensino tem a
função de dialogar estabelecendo a relação entre certos campos de conhecimento das ciências naturais,
tais como: a geologia, a antropologia, a demografia e outros. Sem esquecer aqueles saberes que não
foram transformados em disciplina escolar.
Vários autores têm se dedicado a pensar no significado da Geografia no ensino. Para alguns, o conteúdo
da Geografia é o mundo, o espaço e a sua dinâmica contínua, nos quais as mudanças ganham cada vez
mais velocidade.
Nesse contexto, é preciso dar condições aos alunos de pensar globalmente, isto é, pensar e agir,
buscando elementos que permitam compreender e explicar o mundo em permanente reinvenção.
Pontuschuka (1998, p.63), por exemplo, resgata a “importância da Geografia na formação intelectual, e
ética dos jovens, na construção da sua cidadania e na consciência de sua dignidade humana”.
Importante ressaltar que a formação dos jovens é resultado de um processo contínuo. Iniciando-se já
nos primeiros anos de vida da criança, as séries iniciais estarão trazendo os subsídios necessários para
essa formação. Indo de encontro assim, com as idéias Callai (1991, p.37), quando fala sobre a
importância do ensino da Geografia nas séries iniciais, “os anos das séries iniciais são um período em
que acriança está aprendendo a socializar-se”.
Esta socialização se dá através das relações que se estabelecem dentro da sala de aula, na interação
entre: aluno/aluno, aluno/professor e aluno/conteúdos –momento de alfabetização, processo de
conhecer a si mesmo dentro de um tempo e espaço determinados.
Nesta fase (entre os 6 a 9 anos), o aluno passa a perceber o convívio nos grupos, na escola, em casa, no
bairro onde mora, enfim, todo o contexto social. Acriança das séries iniciais está se munindo de
instrumentos necessários para a vida.
É nesse contexto, que CALLAI nos fala sobre a importância dos Estudos Sociais no lugar do ensino de
História e Geografia:
Aíque é importante o papel dos Estudos Sociais dentro do currículo por actividades.
Aquilo que chamamos de Estudos Sociais perpassa todo o trabalho da sala deaula, seja nas actividades
especiais da matemática, da linguagem ou das ciências naturais (CALLAI, 1991)
A autora ressalta, ainda, que o ponto básico dos Estudos Sociais nas séries iniciais, é fazer com que o
aluno compreenda seu “viver”, desta forma, o estudo deve possibilitar ao aluno: vivenciar o espaço em
que vive; reconhecer o mundo que o rodeia entender as relações sociais em que está envolvido,
compreender porque as coisas acontecem compreender a história e os processos que a desenvolveram.
O trabalho deve sempre ser desenvolvido a partir da realidade do aluno, pois o homem não pode ser
visto desligado da realidade em que vive, mas inserido em seu meio,
É importante ressaltar que, de acordo com a autora supracitada, as disciplinas de História e Geografia
devem estar nos currículos com o nome de Estudos Sociais apenas nas séries iniciais.
Nos anos seguintes, as disciplinas de História e Geografia devem estar assim, definidas na grade
curricular.
A construção da noção de espaço pelas crianças vai do espaço – da acção/espaço vivido – passando pela
construção do espaço representativo, chegando às relações espaciais topológicas, que são: vizinhança,
separação, ordem, sucessão,envolvimento e continuidade; às relações projectivas: noção de direito-
esquerda, frente/atrás, em cima/em baixo e ao lado; e, por fim, às relações euclidianas:
distância,comprimento, superfície.
Conforme o autor é importante que a Geografia trabalhe buscando liberar o egocentrismo da criança,
desenvolvendo trabalhos a partir de seu próprio corpo. Pois o espaço construído a partir da reflexão só
se dá após a criança ter passado pelo conhecimento espacial corporal.
Assim sendo, a evolução da forma de conceber o espaço seguido pelas crianças e que vão do: espaço
vivido, o espaço percebido e o espaço concebido, são fundamentais para que a criança conceba a vida e
o espaço que o cerca,compreendendo-se como ser único, porém social e que faz parte de uma
sociedade.
Indo assim também, de encontro com Kaercher, quando nos fala que:
· - A tarefa do educador seria a de “trazer” o dia a dia para a sala de aula, pois precisamos deixar de
mascarar a realidade e contribuir com nossa prática paraa criação de um espaço que seja o da liberdade
dos homens e não o espaço da simples reprodução. (KAERCHER, 2003)
Indo ao encontro das idéias do autor quando fala que a prática do educador deve ser o de educar para a
liberdade dos homens, pode-se afirmar que é possível faze-lo, já a partir dos primeiros anos das séries
iniciais. Pois quando educamos acreditando que temos em nossa sala de aula, cidadãos individuais,
únicos, quando entendemos que os seres humanos fazem sua própria história e que ao mesmo tempo
são determinados por ela, estamos sim, contribuindo na formação de seres pensantes e críticos.
Sobre essa forma de ver a Geografia,LANA Cavalcanti (1998) contribuinos falando que o ponto de
partida para se reflectir sobre a construção de conhecimentos geográficos na escola deve ser “o papel e
a importância da Geografia para a vida dos alunos”. Ou seja, prover bases e meios para o
desenvolvimento da capacidade de os alunos compreenderem o papel do espaço nas práticas sociais e
destas na configuração do espaço.
O que se acredita é que, ao longo da História, os seres humanos organizam-se em sociedade e vão
produzindo sua subsistência, produzindo com isso seu espaço, que vai se configurando conforme os
modos culturais e materiais de organização dessa sociedade. Há, dessa forma, um carácter de
especialidade em toda prática social, assim como há um carácter social da especialidade.
Além disso, o pensar geográfico contribui para a contextualização do próprioaluno como cidadão do
mundo, ao contextualizar espacialmente os fenómenos, ao conhecer o mundo em que vive, desde a
escala local àregional, nacional e mundial. O conhecimento geográfico é, pois, indispensávelà formação
de indivíduos participantes da vida social a media que propicia oentendimento do espaço geográfico e
do papel desse espaço nas práticas sociais. (CAVALCANTI, 1998)
Desta forma, conforme os estudos mencionados podemos afirmar que o valor educativo da Geografia
nas séries iniciais pode ser identificado, a princípio, pelo simples fato de que todos nós ocupamos um
determinado lugar no espaço. Neste espaço, cada um tem seus limites e as características que são suas
marcas específicas. Movimentar-se nele, passa a ser o desafio para o aluno e, para tanto, eleprecisa
conhecer, identificar e compreender os objectos e as relações entre os mesmos.
A Geografia tem grande potencialidade na formação do cidadão, visto que seu objecto de estudo é o
espaço. Este se constitui como político, cultural, social, como também físico. É, ao mesmo tempo,
concreto e abstracto. É, enfim, dialéctico. Portanto o espaço geográfico pode/deve não apenas ser visto,
como trabalhado como o lugar de vivência, aproximando-se portanto do aluno e de sua realidade.
Segundo SANTOS e KAHIL (2007) é no espaço geográfico que os processos sociais ocorrem e através de
seu estudo que o aluno compreende a dinâmica dos lugares, já que o lugar não está sozinho, mas é
reflexo de um todo. As transformações políticas, sociais, económicas e culturais articulam-se no lugar,
resultando suas particularidades. Portanto, ao almejar um ensino significativo e atraente para os alunos
cuja efectivação propicie as bases para o exercício pleno da cidadania, deve-se partir da
Realidade próxima e das condições sociais de vivência desses mesmos alunos. Isso nos
“Lugar é a porção do espaço apropriável para a vida, que é vivido, reconhecido e cria identidade. Ele
possui densidade técnica, comunicacional, informacional e normativa. Guarda em si o movimento da
vida, enquanto dimensão do tempo passado e presente. É nele que se dá a cidadania, o quadro das
mediações se torna claro e a relação sujeito-objeto directa.
O ensino da Geografia possibilita e proporciona uma educação cidadã, mas nunca apenas a Geografia.
Na verdade, o que proporciona a cidadania é um conjunto de disciplinas onde a Geografia tem uma
importância fundamental, assim como a História e até outras disciplinas que a gente acha que não tem
uma certa relação, como a Matemática e a Física, com certeza, têm. (SERRA-ES, 2008)
Sabe-se que o fato de os professores conceberem a educação e, por conseguinte, o ensino da Geografia
como elementos com potencialidades para um exercício de se formar, (auto) formando-se para a
cidadania, sugere a existência de práticas pedagógicas alternativas que possibilitem romper com a
dicotomia denunciada por SAVIANI (1983). Portanto, ouvir e dar vozes aos professores significa
contribuir para a superação de tais obstáculos, uma vez que conhecer determinadas práticas possibilita
não só copiá-las e repeti-las, como também promover adaptações das mesmas às diferentes realidades.
Embora no discurso da grande maioria dos professores de geografia exista o consenso quanto à
importância da mesma e de seu ensino para a formação da cidadania discente, ainda é possível detectar
práticas eivadas de contradição, persistindo a propagação de posturas tradicionais, desestimulante a
aprendizagem por apoiarem-se em exigências.
Para que o ensino da Geografia nas séries iniciais, possa ser eficaz,exige-se o exercício de uma prática
pedagógica na qual é importante o papel doprofessor, da escola, do aluno e do contexto em que este
está inserido.
O professor precisa superar a postura receptiva e reprodutiva. Há que seimprimir uma visão investigava
e de pesquisa, ou seja: o professor deve estar sempreaberto a novas informações, ser curioso, actuante
e principalmente manter-se emconstante estágio de formação continuada. Porém, para que se possa
sistematizar eseleccionar os conhecimentos adquiridos através da investigação e pesquisa faz-
senecessário planejar suas acções.
A pesquisa se coloca como base para o estudo na educação geográficaconsiderando que o mundo está
em constante (e cada vez mais acelerada)transformação. O desafio é colocar essas informações num
contexto de um quadro deanálise com referenciais teóricos que permitam organizar o conhecimento.
No entanto,não se pode deixar de considerar a velocidade das transformações comparada com
alentidão da estrutura de ensino, seja do ponto de vista material (mapas, revistas,globos,...), seja do
ponto de vista dos recursos humanos (formação continuada dosprofessores, por exemplo).O mundo
fora da escola está repleto de informações e conhecimentos, osquais deverão ser trazidos para o
ambiente escolar para que possam ser discutidos ereflectidos.Sobre essa dicotomia CASTROGIOVANNI
ressalta que:
· - Existe ainda pouca aproximação da escola com a vida, com o quotidiano dosalunos. A escola não
se manifesta atraente frente ao mundo contemporâneo,pois não dá conta de explicar e textualizar as
novas leituras da vida. A vida forada escola é cheia de mistérios, emoções, desejos e fantasias, como
tendem aser as ciências. A escola parece ser homogénea, transparente e sem brilho noque se refere a
tais características. É urgente teorizar a vida, para que o alunopossa compreendê-la e representá-la
melhor e, portanto, viver em busca deseus interesses (CASTROGIOVANNI, 2003).
Questionar o que a mídia apresenta é fundamental, pois, sem dúvida,qualquer criança ou adolescente
passa horas em frente à televisão. Mastambém é fundamental que se organize o que eles dizem, isto é,
nossa tarefanão é apenas provoca-los a falar sobre as coisas. É preciso organizar,sistematizar o que se
fala, o papel essencial do professor nessesmomentos é o de aprofundar as discussões. Isso implica trazer
material, novostextos, esclarecer dúvidas, pedir para o aluno repetir ou explicar melhor uma
determinada fala, etc. (KAERCHER, 2003).
Assim sendo, é por meio da pesquisa que o professor juntamente comseus alunos poderá problematizar
a realidade a partir da análise do espaço construído.As informações que chegam através de diversos
meios de comunicação exigem um profissional constantemente actualizado, capaz de re-significar
cientificamente as informações adquiridas por meio dos diversos veículos.
Contudo, a eficácia do trabalho desenvolvido pelo professor não dependerá apenas de seu
conhecimento científico. Grande parte dos resultados dependerá de um bom planeamento.Desta forma,
podemos afirmar que para ser um bom profissional faz-senecessário, além de ter postura investigava e
de pesquisa, que o professor saiba planejar suas acções.
Não basta apenas ter conhecimento de um amontoado de assuntos, é necessário saber o que, para que
e para quem se vai ensinar. Daí a necessidade da organização e selecção dos conteúdos a serem
trabalhados. Tal acção só se faz possível com planeamento por parte do professor.
Planear é antecipar mentalmente uma ou um conjunto de acções a serem realizadas e agir de acordo
com o previsto. Portanto, o planeamento é uma mediação teórico-metodológica para a acção,
consciente e intencional.
Tem por finalidade procurar fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar,e, para isto, é necessário
amarrar, condicionar, estabelecer as condições objectivas prevendo o que vêm da acção no tempo (o
que vem primeiro, o que vem em seguida) no espaço (onde vai ser feita), as condições materiais e
equipamentos que serão necessários) e políticas (relações de poder,negociações, estruturais), bem
como a disposição interior (desejo, mobilização)para que aconteça. (VASCONCELOS, 2002)
De acordo com MASETTO, no panejamento realizado pelo professor, algumas premissas são
fundamentais:
Nesse sentido, deve o professor incorporar o quotidiano de seus alunos no planeamento escolar.
(MASETTO, 2003)
Kaercher diz que há possibilidades e alternativas diversas, bastasermos criativos e amarmos o que
fazemos.
Sei que a maioria de nós professoremos trabalha em escolas pobres, com poucos recursos materiais,
mas como disse, podemos pegar o material de jornais e revistas, ir montando um banco de imagens. Pés
no chão, tão importante quanto o material é a criatividade. Sim, isso não exclui a luta que devemos fazer
para que nossas escolas sejam mais bem equipadas e nós professores melhor tratados. Mas, não é a
foto ou o material que vai garantir a aula e sim as questões que você propuser para os alunos.
A nova formação do professor deve basear-se no diálogo e visar à redefinição de suas funções e papéis,
à redefinição do sistema de ensino e à construção continuada do projecto político-pedagógico da escola.
O próprio professor precisa construir também seu projecto político-pedagógico. Antes de se perguntar o
que deve saber para ensinar, a professora deve perguntar por que ensinar e como deve ser para ensinar.
(GADOTTI, 2003).
A partir dos estudos feitos pode-se afirmar que a função do planeamento é tornar a acção clara,
direccionada e, especificamente no ensino da Geografia deve ser transformadora. Visto que o objecto
do estudo da Geografia hoje, é a análise de como o homem apropria-se do espaço em que vive e de
como produz e o organiza.Sendo assim, o panejamento do trabalho deve possibilitar ao educando
intervir na sociedade, alterando e reescrevendo o rumo da história.
Dessa forma, o professor está exercendo bem seu ofício quando leva em conta que os alunos,
principalmente os das séries iniciais, estão passando por uma fase de transição onde começam a deixar
a vida privada familiar para ganhar o mundo e tornar-se cidadão pleno, indivíduos criativos e
independentes que pensam por si mesmos, capazes de identificar e responder as perguntas.
O trabalho deve sempre ser desenvolvido a partir da realidade do aluno, pois o homem não pode ser
visto desligado da realidade em que vive, mas inserido em seu meio, como cidadão de direitos e de
deveres em relação à própria sociedade.É importante ressaltar que, de acordo com a autora
supracitada, as disciplinas de História e Geografia devem estar nos currículos com o nome de Estudos
Sociais apenas nas séries iniciais. Nos anos seguintes, as disciplinas de História e Geografia devem estar
assim, definidas na grade curricular.
A construção da noção de espaço pelas crianças vai do espaço – da acção/espaço vivido – passando pela
construção do espaço representativo, chegando às relações espaciais topológicas, que são: vizinhança,
separação, ordem, sucessão,envolvimento e continuidade; às relações projectivas: noção de direito-
esquerda, frente/atrás, em cima/em baixo e ao lado; e, por fim, às relações euclidianas:
distância,comprimento, superfície.
Conforme o autor é importante que a Geografia trabalhe buscando liberaro egocentrismo da criança,
desenvolvendo trabalhos a partir de seu próprio corpo. Pois o espaço construído a partir da reflexão só
se dá após a criança ter passado pelo
Indo assim também, de encontro com Kaercher, quando nos fala que:
· - A tarefa do educador seria a de “trazer” o dia-a-dia para a sala de aula, pois precisamos deixar de
mascarar a realidade e contribuir com nossa prática para a criação de um espaço que seja o da liberdade
dos homens e não o espaço da simples reprodução. (KAERCHER, 2003)
Indo ao encontro das ideias do autor quando fala que a prática do educador deve ser o de educar para a
liberdade dos homens, pode-se afirmar que é possível faze-lo, já a partir dos primeiros anos das séries
iniciais. Pois quando educamos acreditando que temos em nossa sala de aula, cidadãos individuais,
únicos, quando entendemos que os seres humanos fazem sua própria história e que ao mesmo tempo
são determinados por ela, estamos sim, contribuindo na formação de seres pensantes e críticos.
Sobre essa forma de ver a Geografia LANA, Cavalcanti (1998) contribuímos falando que o ponto de
partida para se reflectir sobre a construção de conhecimentos geográficos na escola deve ser “o papel e
a importância da Geografia para a vida dos alunos”. Ou seja, prover bases e meios para o
desenvolvimento da capacidade de os alunos compreenderem o papel do espaço nas práticas sociais e
destas na configuração do espaço.
O que se acredita é que, ao longo da História, os seres humanos organizam-se em sociedade e vão
produzindo sua subsistência, produzindo com isso seu espaço, que vai se configurando conforme os
modos culturais e materiais de organização dessa sociedade. Há, dessa forma, um carácter de
especialidade em toda prática social, assim como há um carácter social da especialidade.
O mundo globalizado, com sua lógica de mercado, apresenta uma visão, hoje hegemónica, onde a escola
precisa ser modernizada, não no sentido de viabilizar caminhos colectivos que vislumbre saídas para
diminuir as discrepâncias sociais, mas preparar indivíduos com habilidades cognitivas e sociais, capazes
de responder às exigências do mercado de trabalho. Assim, a escola continua a servir como instrumento
útil de dominação, pois o que importa é preparar consumidores e mãos-de-obra que “contribuam” com
o futuro das empresas e a manutenção do status.
Mas, se, por um lado, a escola (e com ela o ensino de Geografia) continua servindo como aparelho
reprodutor das classes dominantes, por outro, constitui-se num local de encontro de diferentes culturas,
de diferentes sujeitos sociais, capazes de produzirem suas próprias histórias. Não há como educar para a
cidadania se não considerar as lutas que se travam no plano das relações concretas, quotidianas. É a
partir daí que começa a construção de uma visão que se impõe à visão de mundo neoconservadora,
voltada para o reconhecimento dos direitos e deveres do cidadão.
Nesse sentido, que se reafirma a importância da Geografia para a concretização da cidadania, pois:
É preciso que as pessoas estejam melhor armadas, tanto para organizar seu deslocamento, como para
expressar sua opinião em matéria de organização espacial. É preciso que elas sejam capazes de perceber
e de analisar suficientemente rápido as estratégias daqueles que estão no poder, tanto no plano local,
como no internacional.
Para ajudar os cidadãos ali onde eles vivem a tomar consciência das causas fundamentais que
determinam o agravamento das contradições que eles sofrem directamente é preciso, primeiro, fazer a
análise em termos concretos e precisos dessas contradições tais como elas se manifestam ao nível local,
sobre os locais de trabalho e da vida quotidiana, sem esquecer as condições ecológicas, que são,
frequentemente, um factor de agravamento.
Para SANTOS (1995), o ensino de Geografia deve encaminhar à reflexão para o presente, de forma a
propiciar aos alunos o desenvolvimento de um modo de pensar dialéctico, que é o pensar em
movimento e por contradição.
Já para PONTUSCHKA (1995), a Geografia no Ensino Fundamental e Médio não tem como objectivo
formar geógrafos, mas contribuir para a construção da cidadania, em uma sociedade tão desigual na
qual se contesta até mesmo a existência de um cidadão.
Bibliografia
CALLAI, Helena Copetti. O ensino da geografia: sua constituição no espaço-tempo. InGeografia – .um
certo espaço, uma certa aprendizagem. São Paulo : FFLCH, 1995. Tese (Doutorado). Faculdade de
Filosofia e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, 1995.
CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos(org). O ensino de geografia: recortes espaciais para análise. Geografia
em sala de aula: práticas e reflexões. 2. ed. porto Alegre: UFRGS, 1999.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Ciência geográfica e ensino de geografia. In:Geografia, escola e construção
do conhecimentos. Campinas, SP : Papirus, 1998.
A geografia: pesquisa e ensino. In : CARLOS, A. F. A. Novos caminhos da geografia. São Paulo : Contexto,
1999.
RESENDE, Márcia Spyer. O saber do aluno trabalhador e o ensino de geografia. In: VESENTINI, José
William (org.). Geografia e ensino. Textos críticos. Campinas, SP : Papirus, 1989.
Unknown às 13:29
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2 comentários:
Good job, i have been wondering how Geography can be potencial in Human Sciences.
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