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As atividades musicais fazem-se cada vez mais nas catedrais e nas capelas reais
ou principescas, por outro lado os mosteiros e conventos continuam a privilegiar o
cantochão, embora se tivesse a prática polifónica, que chega a ser notável como em
Santa Cruz de Coimbra.
Apesar dos mosteiros e conventos privilegiarem o cantochão, mesmo que com
a prática polifónica, a nova música começa a ter maior foco em catedrais e capelas
reais ou principescas.
O colégio dos meninos de coro funciona em regime de internado junto das
catedrais e era lecionado pelo Mestre de Capela. Admitia rapazes entre os 8 e os 12
anos, que frequentavam aulas diárias de latim, cantochão, contraponto e ensaiavam o
reportório para as principais celebrações litúrgicas.
O colégio dos meninos do coro tinha lugar junto das catedrais, colégio este que
funcionava em regime de internato, admitia rapazes dos oito aos doze anos, escolhidos
rigorosamente, frequentavam diariamente aulas de contraponto, cantochão e latim, e
ensaiavam o repertório litúrgicos e cantavam nas principais celebrações da liturgia sob
a direção de um Mestre de Capela.
Borgonha/Flandres
A música Floresce apoiada por príncipes e burgueses e também pelos
responsáveis hierárquicos. No final do Séc. XIV e inícios do Séc. XV foram criadas, um
pouco por toda a europa, capelas com excelentes recursos musicais papas, reis e
príncipes disputavam o serviço dos cantores e compositores destintos. Os duques de
Borgonha tinham uma capela, com o auxílio de compositores, cantores e
instrumentistas que faziam música para os serviços divinos, contribuindo também para
os divertimentos profanos da core, e acompanhavam o seu senhor em viagens. A corte
e a capela de Filipe o Bom, foram as mais brilhantes da europa. Nas primeiras décadas
do século os músicos eram recrutados principalmente do Norte da França. A maioria
dos músicos eram naturais da Flandres e dos Países Baixos visto que Filipe o Bom e o
seu sucessor Carlos o Temerário passaram pouco tempo em Dijon, capital de
Borgonha. Além da capela Filipe o Bom detinha um grupo de menestréis – tocadores
de trombeta, tambor, vilela, alaúde, harpa, órgão, gaita de foles e charamela – entre
os quais franceses, italianos, alemães e portugueses. Esta corte era ainda reforçada
pelas visitas frequentes de músicos estrangeiros e pela enorme mobilidade dos
próprios elementos da capela, passando do serviço de um para o serviço de outro
senhor em busca de mais oportunidades.
Nestas circunstâncias, o estilo musical era considerado internacional; o
prestigio da corte borgonhesa era tal que tinha influência noutros centros musicais
europeus, como as capelas do papa em Roma, do imperador da Alemanha, dos reis de
frança e Inglaterra e das diversas cortes Italianas, bem como os coros das catedrais,
alguns músicos destes centros, estiveram ou esperavam estar ao serviço do próprio
duque da Borgonha.
França
O atraso no florescimento da polifonia renascentista em França pode ser
explicado pela instabilidade provocada pela Guerra dos Cem Anos. Paris não era o
principal centro de atividade musical, mas era o mais importante devido ao seu
número elevado de capelas, à grande adesão de impressores musicais e à própria
corte, porem Lyon será sempre o ponto de encontro entre os compositores Italianos e
Flamengos.
Pierre Attaignant, imprime as suas coleções de motetes, de missas e
chansons, onde dá mais importância aos compositores franceses, entre os quais
Claudin de Sermisy, Claude Goudimel, Pierre Certon, Claude de le June e muitos
outros.
Itália
A presença constante de músicos “ultramontanos “na Itália renascentista, o
que provava o internacionalismo desta época histórica. Pode-se confirmar a presença
de quase todos os músicos flamengos em uma ou em várias cidades italianas. A
hegemonia musical italiana, que acontecera nos séculos XVII e XVIII ainda estava muito
longe. Atividades dos músicos flamengos em Itália permitiu o exercício da
complementaridade entre a técnica nórdica e o gosto local, levado a cabo por
compositores como Wilaert e Roland de Lassus. Aconteceu um fenómeno de
enriquecimento mútuo a Itália com o virtuosismo contrapontístico flamengo e o centro
europeu com a expressão do melodismo italiano.
Alemanha/Baviera: Munique
A vida musical alemã tinha pouco significado antes de meados do Séc. XVI para
além do gosto musical alimentado pelos Meistersinger. Uma forma única e original e
um gosto popular e erudito – Tenorlied – será já resultado de algumas influências
estrangeiras sobretudo flamencas. Na verdade, pode afirmar-se que quase a totalidade
dos músicos que frequentam as capelas alemãs, até ao tempo de Lutero, são
estrangeiros.
Na reforma operada por Lutero, a música terá uma expressão importante, uma
vez que é a partir da renovação litúrgica e do próprio exemplo de Lutero que vai nascer
um renovado interesse pela música na Alemanha, sobretudo nas regiões que vão
aderir à reforma.
Parte católica alemã não ficara de fora da renovação musical, como é o caso da
corte de Munique, que ao convidar Roland de Lassus para ser o seu mestre de capela,
encontrou um nome que bastará para elevar aquele centro a um dos mais elevados da
comunidade musical.
Inglaterra
A música inglesa, e de um modo geral EM TODO O NORTE EUROPEU,
caracteriza-se desde os tempos mais antigos por uma relação bastante estreita com o
estilo popular e por certa oposição em levar às últimas consequências, as teorias
musicais abstratas. Sempre houve na música inglesa uma tendência para a tonalidade
maior por oposição às linhas independentes, aos textos divergentes e às dissonâncias
harmónicas do motete francês, para uma maior plenitude de som e para um uso mais
livre das terceiras e sextas do que na música do continente. As terceiras paralelas
surgem, por exemplo no Hino a S. Magno, santo padroeiro das ilhas Orkney, que é uma
peça do século XII. A improvisação e a escrita musical em terceiras e sextas paralelas
eram recorrentes na prática polifónica do século XIII inglês.
As fontes mais importantes que nos dão a conhecer a música quatrocentista
inglesa são uma serie de fragmentos de manuscritos que contêm obras que apontam
para a existência de uma escola de composição centrada na catedral de Worcester.
Entre elas contam-se principalmente tropos de várias partes do ordinário da missa,
seleções do próprio da missa, motetes e conductos.
O culto litúrgico de Salisbúria influenciava grande parte da igreja inglesa, onde
era permitido uma expressão solene, e deram o seu contributo músicos importantes
como Fayrfax e Tavener.
Espanha e Portugal