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ARS NOVA: SÉCULO XIV-XV

Introdução
No século XIV mudanças começaram ocorrer no campo social em busca de novas projeções,
a Europa marcada pela guerra dos cem Anos, criou caminhos para o engendramento de
outras sensibilidades em busca de maior complexidade intelectual, no que toca a musica as
novas ideias apareceram em um tratado conjuntural chamado de Ars nova escrita por volta
de 1322 pelo cônego francês Philippe de Vitry. Vitry foium compositor e teórico cujo trabalho
influenciou as práticas de composição de muitas gerações subseqüentes.
Talvez o mais conhecido para um tratado sobre a "Arte Nova" do seu tempo, seus motetos
exibem também o uso mais antigo conhecido de isorhythm no moteto tenor. Nascido na
França, em 1291, Philippe de Vitry não era apenas um músico famoso e poeta, mas também
um bispo, administrador, diplomata e conselheiro político. Passou a maior parte de sua vida
em Paris, trabalhando nas cortes francesas de Charles IV, VI Philippe e Jean II, mas viajou
muitas vezes como parte de suas atividades diplomáticas. Em uma de suas missões
diplomáticas para Avignon, Vitry fez amizade com o grande Petrarca e se tornaram
admiradores mútuos, Vitry referindo-se a Petrarca como "o poeta real da França."Vitry foi
bastante prolífero durante o período conhecido como o Ars Nova (aproximadamente 1315-
1375).
Em seu tratado teorico detalhou um método novo e revolucionário de notação, um método
que permitiu muito maior sutileza e complexidade rítmica. Maior fluidez e expressão na
melodia, não mais derivada do gregoriano. Novos conceitos rítmicos, como a isorritmia
(igualdade de períodos rítmicos) e uma aproximação ao nosso atual compasso. Maior
coerência na sintaxe musical: frases musicais encadeadas com mais lógica musical. Novos
conceitos harmônicos, como a cadência final. Surgimento de uma música profana, com total
liberdade temática e adaptação de textos não latinos.
Maior liberdade na condução vocal, com o aparecimento de valores mais curtos. O método
foi muito para frente pensar e reflete um mundo cada vez mais secular que foi influenciado
pelas novas tecnologias e a tragédia da Peste Negra.Guillaume de Machaut foi o principal
compositor importante para Ars nova, viveu entre os anos de 1300-1377, entrou para
posteridade como um dos primeiro compositor a colocar musica em um texto em uma missa
latina.
Essa missa entrou para á historia com o nome missa de notre dame. A Messe de Notre
Dame é composta por cinco partes: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei seguidas pela
peça final Ite missa est. às três vozes que eram habituais nas obras polifónicas da época,
Machaut adicionou uma quartavoz paracontra tenor.Ao considerar o ordinário da missa como
uma unidade musical, rompe com o costume de selecionar fortuitamente as diferentes partes
de este a serem interpretadas durante o serviço religioso. Esta unidade se logra
principalmente a partir da homogeneidade estilística mais que por qualquer recurso musical
propriamente dito. As partes do Gloria e do Credo são compostas num estilo silábico (uma
sílaba por cada nota), provavelmente devido ao tamanho dos seus textos.Não é possível
saber de maneira certa a forma em que devia ser executada a obra.
No entanto é muito provável que todas as vozes tenham sido dobradas por instrumentos.
Esta tese ésustentada devido ao estilo melódico do contra tenor, à presença de breves
interlúdios no Gloria e Credo para otenor e contra tenor e a carência de texto para essa voz
em algumas das versões manuscritas da missa, o que abre também a possibilidade de que
essas vozes tenham sido executadas exclusivamente de forma instrumental, pelo menos
durante alguns episódios da obra.
A grande facilidade de escrita proposta por vitry ao novo método de excreta propiciou o
desenvolvimento de todo um novo estilo musical, que acabou por receber o mesmo nome
Ars nova. Vigorando no século XIV. Porem surgiu uma corrente estética que defendia a
beleza autônoma da música, justificada pela maravilha que os sons em si possuem. Ou seja,
a música tinha como fim o deleite sensitivo dos sons. Produziu-se uma ruptura quase total
com o passado e a consequente agitação deu lugar à condenação eclesiástica da nova
música.
Entre os defensores da nova arte está o filósofo francês Jean de Muris (c.1291-c. 1351), para
quem “a música é, entre todas as artes, a mais doce, porque nenhuma proporciona tanto
prazer em tão breve tempo”. Com essa afirmação proclamava-se, em certa medida, a
supremacia da voluptuosidade sobre a razão. Especialmente na França e na Itália. Em
contraposição, a técnica notacional e o estilo do período precedente passaram a ser
conhecidos como Ars antiqua (arte antiga).
Suas principais distinções formais e estéticas em relação à fase anterior apareceram nos
campos do ritmo, da harmonia e da temática, sendo privilegiados os gêneros de música
profana; também foram criadas ou se popularizaram várias estruturas novas de composição,
como o moteto e o madrigal. No terreno da notação propriamente dita aperfeiçoou-se o
sistema da pauta, se modificaram desenhos e valores de várias notas e se introduziram
diversos símbolos inteiramente novos, provendo para os compositores e intérpretes um
instrumento gráfico muito mais flexível e exato para descrever e transmitir os avanços
técnicos e os crescentes e sutis refinamentos da música prática. No final do período as
inovações receberam ainda maior sofisticação, dando origem à escola chamada Ars subtilior,
a arte mais sutil.
Embora dois sistemas principais de notação houvessem emergido nos cerca de 150 anos de
prevalência dos princípios da Ars nova, um na França e outro na Itália, o sistema italiano não
foi capaz de assegurar uma penetração em larga escala, e logo desapareceu diante da maior
eficiência do sistema francês. Tantas mudanças foram o reflexo do criativo e inquisitivo
período de transição entre a Idade Média e o Renascimento, quando o universo das primeiras
fases da Idade Média, dominado quase monoliticamente pela Igreja Católica, deu lugar a
uma sociedade mais laicizada, onde a influência do humanismo, da escolástica, de uma
tendência a uma abordagem lógica e racionalista do conhecimento, e do pensamento
idealista da civilização clássica greco-romana, ora redivivo, se tornaram forças
determinantes em toda sua evolução.
O legado dessa fase de intensa atividade e renovação da música foi, na técnica, a
sistematização dos componentes essenciais do sistema de notação musical usada hoje em
dia e o lançamento das bases da polifonia a várias vozes e da harmonia moderna, e, na
estética, a libertação dos compositores de sua dependência das formas eclesiásticas para
veicular sua melhor música, possibilitando ainda que suas personalidades criativas
individuais ganhassem legitimidade e encontrassem um novo espaço de expressão. Além
disso, a Ars nova foi uma inspiração para os compositores do século XX, estimulando
pesquisas no terreno rítmico, perceptual, estrutural e harmônico que levaram à revolução de
toda a arte musical moderna e também, especificamente, à criação da técnica serial.
As principais escolas na Ars nova
No início do século XIV surgiu uma corrente estética que defendia a beleza autônoma da
música, justificada pela maravilha intrínseca que os sons em si possuem. Com isto gerou-se
uma ruptura quase total com o passado e a conseqüente agitação deu lugar à condenação
eclesiástica da nova arte. A supremacia da voluptuosidade sobre a razão.
França
Na escola francesa destacam-se dois autores na Ars nova: Philippe de Vitry e Guillaume de
Machaut.
Itália
O mais conhecido compositor italiano da Ars nova foi Francisco Landino (1325-1397), músico
cego e grande organista. Suas obras são comparáveis, em frescor e sensualidade, às da
escola francesa.
Espanha
A contribuição espanhola à música da Ars nova é representada pelo Llibre Vermell, do
monastério de Montserrat. Foi copiado ao final do século XIV e sua finalidade era entreter
aos peregrinos com danças e Cânticos interpretados na igreja ou praça do monastério.
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