Medieval = Idade Média Período compreendido entre a queda do império Romano e o Início da Renascença [Séc. XV]. Regime Feudal Consolidação da Igreja Católica Pensamento Teocêntrico
Sim, foi um período de muitas guerras, epidemias,
fanatismos mas ainda assim de riquíssima produção cultural. [arquitetura, marcenaria, artes visuais, literatura como canções e romances de cavalaria, baladas, fábulas] Música Principalmente Religiosa. Manifestada pelo canto “gregoriano” Herança dos cânticos judaicos. Canções gregas e Romanas adaptadas Canto Ambrosino (Milão)
Vieux-Roman – Bizantino e Roma
Mozarabe ( moçárabe) (península Ibérica)
Gálico (França)
Beneventino (sul da Itália)
Histórico. Com a rápida expansão do cristianismo, o Vaticano necessitou de um maior rigor no controle das práticas religiosas no mundo ocidental. Por essa razão unificou os ritos religiosos incluindo a música. O papa Gregório I (São Gregório, o Magno) institucionalizou o canto gregoriano, através de uma reforma litúrgica, que se tornou modelo para a Europa católica Canto Gregoriano Schola Cantorum, em Roma (Século V)
Gregório Magno torna-se papa em 590 d.C.
Padronização dos ritos musicais. Início da “Ars Antiqua” (arte antiga) é aquela que abrange desde o canto gregoriano até a invenção do moteto. dos séculos VII a XIII. Características é o canto oficial da Igreja Católica; o texto é em latim; a importância é dada ao texto e não à música (objetivo é propagar a fé e não fazer um recital); deveriam ser cantados por homens (mas recentes pesquisas em conventos, descobriram milhares de cânticos compostos e interpretados por mulheres); não pode ter acompanhamento instrumental de qualquer espécie; o ritmo depende das palavras, portanto é livre de fórmulas de compasso melodias simples com pouca mudança de notas e uma tessitura menor que uma oitava; monofônico (uma única linha melódica); diatônico (escalas sem alteração cromática ou microtonal); modal (escalas de sete sons, ligeiramente diferentes das nossas escalas); não tem preocupação com a dinâmica; o andamento, geralmente, é lento; os compositores são anônimos, pertencentes ao clero. Cantochão É a base melódica de toda a estrutura musical medieval. é estruturado com melodia única, geralmente cantada por vozes masculinas com ritmo livre que seguia o ritmo prosódico das palavras latinas dos salmos e orações. Mais à frente passou a ser usado como tema básico nas composição polifônicas como os organum, sendo chamado de cantus firmus. Notação Musical. A notação musical sofre transformações, e os neumas são substituídos pelo sistema de notação com linhas e espaços adjacentes.
Guido D'Arezzo (992-1050) foi o responsável pelo
estabelecimento desse sistema de notação musical, de onde se originou a atual pauta musical – ou pentagrama. Nomenclatura. Foi Guido d'Arezzo que nomeou as notas musicais como são conhecidas atualmente, usando o texto de um hino a São João Batista onde cada estrofe inicia com uma nota musical. Anteriormente, as notas eram designadas pelas sete primeiras letras do alfabeto latino. Desse modo, as notas musicais passaram a ser chamadas UT, RE, MI, FA, SOL, LA e SI. UT queant laxis REsonare fibris MIra gestorum FAmuli tuorum, SOLve polluti LAbii reatum, Sancte Ioannes
Tradução: Para que os servos possam, com suas vozes
soltas, ressoar as maravilhas de vossos atos, limpa a culpa do lábio manchado, ó São João! Neumas Hino a São João Batista. Música polifônica
Os sistemas de notação impulsionam a música
polifônica já que era possível um maior controle e organização dos sons a serem cantados. Isto possibilitou uma crescente elaboração da música como um todo. Surge o canto paralelo em intervalos de quintas (dó- sol), quartas (dó-fá) e oitavas (dó-dó). É designado organum paralelo. Organum – séculos IX a XIII. primeiros trabalhos polifônicos Os compositores passaram a ornamentar mais as suas músicas usando mais de uma linha melódica dando origem ao organum:
O Organum é a transformação do cantochão.
O organum paralelo e no século XII cede espaço ao organum polifônico, vozes não são mais paralelas, mas sim independentes. Hildegard von Bingen. (1098 - 1179)
foi uma monja beneditina, mística, teóloga,
compositora, pregadora, naturalista, médica informal, poetisa, dramaturga e escritora alemã, e mestra do Mosteiro de Rupertsberg em Bingen am Rhein, na Alemanha.
Hoje é considerada uma das figuras mais singulares e
importantes do século XII europeu suas conquistas têm poucos paralelos mesmo entre os ilustres e eruditos de sua geração. Hildegard foi autora de várias obras musicais de temática religiosa Ordo Virtutum, uma espécie de ópera que relata um diálogo de um grupo de freiras com Deus. http://www.youtube.com/watch?v=O2aKyH2NhW0 Escreveu dois dos únicos livros de medicina da Europa no século XII, demonstrou um conhecimento notável de plantas medicinais. Na sua obra encontram-se escritos sobre temáticas místico-religiosas e médico-farmacêuticas. Os livros de medicina são, Liber simplicis medicinae sobre plantas, animais e minerais de uso terapêutico Liber compositae medicinae acerca da natureza, causas e sintomas das doenças com base na fisiologia microscópica. Descreve as doenças da cabeça aos pés, falando de questões sexuais, doenças venéreas, higiene na gravidez e no pós-parto, entre outros
Tornou-se numa figura espiritual reconhecida à qual
papas, reis, eclesiásticos e figuras dignatárias se voltavam para conselhos. A sua influência foi sentida por toda a Europa medieval. A sua fama de mística e santidade ultrapassou as fronteiras do seu convento e do seu país, chegando a Roma. O papa Eugénio III estabeleceu uma comissão para investigar a sanidade de Hildegard e a validade das suas obras.
A comissão visitou Bingen e após diversas
entrevistas com Hildegard, a abadessa foi considerada sã.
Após quatro tentativas de canonização, Hildegard
permanece apenas beatificada. A Igreja Anglicana a reconhece como santa. É considerada a padroeira dos lingüistas. Escola de Notre Dame.
O grupo de compositores que trabalharam na Catedral
de Notre Dame em Paris a partir de cerca de 1160- 1250, juntamente com a música que eles produziram. Os compositores cujos nomes chegaram até nós a partir deste momento são apenas Léonin e Pérotin. Ambos foram citados por um aluno anônimo inglês, conhecido como Anonymous IV, que estava trabalhando ou estudando em Notre Dame no final do século 13. Leonin, ou Leoninus (Paris, c. 1135 – 1201) Primeiro grande representante da Escola de Notre Dame, era considerado o melhor compositor de organa do seu tempo Não foi encontrado qualquer documento que pudesse estabelecer a sua biografia, nem qualquer manuscrito que lhe pudesse ser atribuído com certeza. A única referência escrita a um músico chamado Léonin foi registrada mais de um século após sua morte. “O maior compositor de organum para amplificação do serviço divino“ Pérotin (c. 1160 – Paris, c. 1236) Também não se possui quaisquer informações biográficas acerca deste músico genial. Pérotin é o primeiro compositor de quadruplum organum - quatro vozes de polifona – ou pelo menos o primeiro compositor cuja música tenha sobrevivido.
À volta de Perotin e de seu predecessor, Leonin, devem
ter gravitado numerosos alunos anônimos, de que foram encontrados algumas obras e que são designados pelo nome genérico de Escola de Notre-Dame. Perotin - Alleluia nativitas Motetos Medievais Nesta época surgiram os primeiros Motetos. Os primeiros motetos são os motetos Notre Dame. Foram motetos polifônicos, com um texto diferente em cada voz. Dessa característica vem a origem do termo, derivado de mot, palavra, em francês. Ars Nova.
Ars nova (em português: arte ou técnica nova) foi o
nome dado em sua origem, estritamente, a um novo método de notação musical, ars nova notandi (nova técnica de notação). Porém, as grandes facilidades de escrita que o método introduziu propiciaram o desenvolvimento de todo um novo estilo musical, que acabou por receber o mesmo nome, vigorando no século XIV, especialmente na França e na Itália. O tratado musical do compositor Philippe de Vitry intitulado Ars Nova inaugura o período. Variados recursos técnicos são utilizados para dar uniformidade às diversas vozes da polifonia: as linhas melódicas são comprimidas ou ampliadas e muitas vezes sofrem um processo de inversão. Notação Musical no estilo da Ars Nova. Métrica. Guillaume de Machaut Guillaume de Machaut é o grande mestre desse período. Utiliza, com precisão, recursos como os baixos contínuos e a isoritmia – relação de proporcionalidade entre todas as linhas melódicas da polifonia, possibilitando que as vozes se desenvolvam sobre uma única base rítmica. Criou a Missa de Notre Dame Exemplo de Isoritmia Principais compositores do período Philippe de Vitry (1291 — 1361) Guillaume de Machaut (1300 - 1377) Francesco Landini (1325 - 1397) Música Secular Trovador (Trouvèrs e Troubadours) Trovador, na lírica medieval, era o artista de origem nobre do sul da França que, geralmente acompanhado de instrumentos musicais, compunha e entoava cantigas. Trovadorismo é a primeira manifestação literária da língua portuguesa. - Cantigas de Santa Maria. Cantigas de Santa Maria
As Cantigas de Santa Maria são um conjunto de
quatrocentas e vinte e sete composições em galego- português. Encontram-se repartidas em quatro manuscritos, um deles na Biblioteca Nacional da Espanha (Codex To, por Toledo), dois no Escorial (Codex E e T) e o quarto em Florença (Codex F). Partituras – Melodia e Letra. http://www.pbm.com/~lin dahl/cantigas/images/ Menestrel
Menestrel, na Europa medieval, era o poeta e bardo
cujo desempenho lírico referia-se a histórias de lugares distantes ou sobre eventos históricos reais ou imaginários. Embora criassem seus próprios contos, muitas vezes memorizavam e floreavam obras de outros. À medida que as cortes foram ficando mais sofisticadas, os menestréis eram substituídos por trovadores, e vários deles tornaram-se errantes, apresentando-se para a população comum, tornando-se assim os divulgadores das obras de outros autores. Jograis
Jogral, na lírica medieval, era o artista profissional, de
origem popular (vilão, ou seja, não pertencendo à nobreza), que geralmente cantava ou tocava instrumentos musicais, como o alaúde ou a cistre. Alguns jograis compunham também as suas próprias melodias e poemas. Instrumentos da Idade Média Flauta Reta As flautas retas englobam as flautas doces (flauta de oito furos, um deles na parte posterior destinado ao polegar) e as flautas de seis furos com agudos feitos através de harmônicos, já que não possuem o furo posterior. É classificado na Idade Média como instrumento de som suave, baixo volume. Flautas doce Flauta Transversal Presente em Bizâncio pelo menos desde o século XI, é pela primeira vez representada no manuscrito d’Herrade de Landsberg. Os estudiosos dos instrumentos do período estão de acordo em afirmar que a flauta transversal, bem como as flautas retas, tinham formato cilíndrico Flautas ilustradas nas Cantigas de Santa Maria Cornamusa
Instrumento de sopro dotado de palheta dupla e
inserido em um reservatório de pele hermético (odre ou saco). O ar entra no odre através de um tubo superior, com uma válvula para impedir o seu retorno. Na Idade Média este instrumento podia ou não ter um bordão Vièle de Arco Os instrumentos de cordas friccionadas da Idade Média, chamados Vièle, Fiddle, Giga e Lira, começaram a ser utilizados no século X, quando o arco surge na Europa (introduzido provavelmente pelos árabes). A Viela de arco pode ter formas bastante diversas e apresenta normalmente de três a cinco cordas. Pode ser tocada apoiada no ombro ou no joelho. Vielle Viela de Roda ou Symphonia É uma espécie de Viela em que o arco é substituído por uma roda, que fricciona as cordas sob a ação de uma manivela. As cordas são encurtadas não diretamente pelos dedos, mas através de um teclado. Vielle a Roue – Hurdy Gurdy Outros Formatos Alaúde O Alaúde, na forma que a Renascença tornou famosa, só foi introduzido na Europa no século XII, pelos mouros, com seu nome árabe (Al’ud, que se tornou Laud na Espanha, depois Luth na França). No fim do século XIV, adquiriu aspecto característico com caixa piriforme e o cravelhal recurvado para trás.
Cítola ou cistre: instrumento de 4 cordas de arame
Alaúde Cistre Detalhe da boca de um alaúde Cítola ou Cistre Rabeca Instrumento de cordas friccionadas com caixa monóxila, isto é, escavada em uma só peça de madeira. As formas variavam entre as ovais, elípticas ou retangulares. De proporções menores do que a viela de arco tem um som agudo e penetrante. Saltério Aparece no século XII numa escultura da catedral de Santiago de Compostela. Neste instrumento as cordas são estendidas em todo o seu comprimento acima da caixa de ressonância, ao contrário do princípio da harpa. É tocado pinçando-se as cordas com os dedos ou com plectro. Organetto ou Portativo Bizâncio foi o primeiro centro de construção de órgãos da Idade Média. O Organetto é o antecessor da Gaita de Fole escocesa. Também chamado de Portativo, porque podia ser carregado pelo executante. Francesco Landini tocando um Organetto