Você está na página 1de 6

1.

Compreender o crescimento e influência da Igreja Cristã nos primeiros séculos da Idade


Média:

 Enfraquecimento do Império Romano do Ocidente e incapacidade de se defender (declínio e


queda);
 Igreja Cristã surge como laço unificador e canal de cultura da Europa;
 Durante o reinado do novo imperador do ocidente deu-se um notável desenvolvimento
cultural e a europa passou a ser uma unidade religiosa e cultural.
 A atribuição a uma inspiração divina do canto gregoriano coincide com a campanha dos
monarcas francos no sentido de unificarem o seu reino poliglota, procurando ter uma
liturgia e uma música de igreja que fossem uniformes e que constituíssem um elo de ligação
entre toda a população.

2. Saber as duas culturas musicais que influenciaram a música da Idade Média e a origem do
canto cristão:

 Música grega antiga e Música judaica;


 Desde o princípio que a liturgia cristã se inspirou no cerimonial e na música religiosa dos
Judeus;
 Presume-se que os cânticos dos primeiros cristãos fossem salmos que faziam parte da
tradição judaica: poemas bíblicos do Saltério;
 As leituras seriam tiradas dos livros do Antigo Testamento e cantadas;

3. Entender o que é o canto litúrgico (liturgia e repertório litúrgico) e a sua importância:

Canto litúrgico foi o núcleo essencial de toda a arte musical da Idade Média. Para além disso, a
Liturgia e repertório litúrgico é um conjunto de textos sagrados que servem a função de louvar a
Deus. São dedicados ao canto na sua quase totalidade.

4. Identificar a principal celebração litúrgica dos cristãos:

Missa

5. Identificar os dois tipos de celebrações (serviços litúrgicos) mais importantes (Missa e horas
canónicas);

Ofício Divino: pretende a santificação do tempo numa oração comunitária e consiste, basicamente,
na leitura e recitação do saltério;

Missa: celebração da última ceia de Cristo;


6. Saber o que se entende por ordinário e próprio da missa e conhecer as rúbricas que
pertencem ao ordinário:

O ordinário e o próprio da missa eram dois conjuntos de obras e orações que eram apresentadas na
mesma. Contudo, ao contrário do ordinário, que se mantinha ao longo do ano, o próprio alterava-se
de acordo com a época.

Rúbricas do ordinário:

Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei.

7. Explicar o que é o cantochão e quais são as suas características:

Cantochão é o nome dado à música cristã dos primeiros séculos, na qual o discurso era entoado e as
melodias eram relacionadas com o recitativo do canto operático. Era simples e monódico (sem
acompanhamento) de acordo com a linguagem musical de cada região. Este vem do latim - cantus
planus ou cantus firmus – designado desta forma pela sensação de calma que suscita.

8. Saber o que é o Antifonário e o Gradual:

Antifonário: Livro onde se encontra a música para o Ofício;

Gradual: Livro onde se encontra a música para a Missa;

9. Indique o canto praticado em Milão, Península Ibérica, França e Roma antes da formação do
canto gregoriano:

Milão: Canto ambrosiano;

Península Ibérica: Canto hispânico (visigótico ou moçárabe);

Roma: Liturgia romano-antiga;

França: Canto anglicano;

10. Explicar o processo de formação do canto gregoriano:

O canto gregoriano é produto de finais do século VIII, devido à intervenção política e religiosa de
vários papas e reis francos – Pretendia-se um elo de ligação entre toda a população. O Papa Estêvão
II, dirigindo-se à Gália, em 754, pede ajuda ao militar Pepino, o Breve contra os Lombardos. No
entanto, verificou que as rúbricas litúrgicas cantadas eram diferentes da maneira romana. Assim, o
Papa Estêvão II deixa em território gaulês o subchefe da Schola Cantorum para ensinar a música
romana, enviando cantores. Por fim, deu-se um pacto político entre o papado e o futuro imperador
Carlos Magno, no sentido de impor um canto comum para unificar o Império (centralização da
Igreja). Este trabalho de adaptação resultou na mistura do canto romano com o galicano: canto
gregoriano.
11. Conhecer a lenda em torno de S. Gregório:

Lenda de que o Papa-Músico teria sido inspirado por Deus, através de uma pomba que ditava as
melodias ao seu ouvido alegoria da inspiração divina. Para além disso, João Diácono afirma ter sido
S. Gregório o fundador da Schola Cantorum, compilador do Antifonário e o responsável pelo
acréscimo dos modos plagais.

12. Saber o nome da escola de cantores de Roma:

Schola Cantorum

13. Explicar o desenvolvimento da notação musical:

Quando o repertório se alarga começa-se a usar sinais que derivam dos acentos gramaticais, para
auxiliar a memória. Passa a ter um carácter mnemónico, aparecendo sobre a forma de sinais ou
acentos (neumas) por cima/baixo do texto. Não indicavam intervalos concretos.

14. Identificar e explicar as convenções de execução e estilos melódicos do cantochão:

Caracterização estilística – convenções de execução:

■ Sistema direto – (sem refrão) solista ou coro;

■ Sistema responsorial – alternância entre solista e coro;

■ Sistema antifonal – alternância entre dois coros (coro/assembleia)

Caracterização estilística – estilos melódicos:

■ Silábico: cada sílaba corresponde a uma só nota musical

■ Neumático: 2, 3, 4 (ou mais neumas) por cada sílaba do texto

■ Melismático: uma sílaba corresponde a vários elementos neumáticos

15. Identificar o monge que musicou o hino de S. João Batista e a importância dessa melodia:

Para o ensino da música à primeira vista, Guido de Arezzo (séc. XI) propôs uma série de sílabas (ut,
ré, mi, fá, sol, lá), que derivam do texto do hino de S. João Batista. A estas sílabas dá-se o nome de
sílabas de solmização que serviram ainda para a formação do hexacorde e para a memorização de
tons e meios tons da sequência. O meio tom encontra-se entre a terceira e a quarta nota e o ut
passa a ser dó, assim como o ti que passa a ser si.

16. Explicar a mão guidoniana:

A mão guidoniana era um utensílio de ensino através do qual os alunos aprendiam a cantar
intervalos enquanto o mestre apontava para a mão direita com o indicador. Cada uma das 20 notas
do sistema era representada por cada uma das articulações.

17. Identificar e caracterizar os processos ulteriores de canto gregoriano:

Um dos primeiros desvios do gregoriano consistiu em aditamentos de vária ordem à sua linha
original: tropos (que deriva de tropare). Este era um complemento textual ou melódico a uma peça
de canto gregoriano e tem como causas a aplicação de texto longo a melodia pequena permitir uma
melhor memorização. Apresentavam-se de 3 maneiras, com palavras ou frases adicionadas a trechos
melódicos sem texto, sons ou frases musicais adicionadas a melodias anteriores ou palavras e sons
musicais acrescentadas a peças anteriores.

Um tipo especial de tropos é a sequência ou prosa. Significa “aquilo que se segue” ao canto
ornamentado do Aleluia da Missa, silabando as suas notas, mas também as prolongando em novas
frases textuais e musicais. Na sequência clássica, cantavam-se dois versículos sobre a mesma
melodia, fazendo alternar, para isso dois meios-coros. Obtinham-se uma serie de versículos duplos,
com introdução e conclusão a cargo de um versículo único, cantado em conjunto.

Outra espécie de tropo são os dramas litúrgicos (Séc. X), que eram peças gregorianas acompanhadas
de alguma encenação dentro do quadro da própria litúrgica. Esta encenação revestiu-se de muita
variedade, principalmente na Páscoa e Natal e deram origem a peças teatrais: – Mistérios, Milagres
e Ludi (representações) medievais. Mais tarde, transformaram-se em peças teatrais de maior fôlego,
que levou as autoridades eclesiásticas a regulamentarem o seu uso na liturgia.

18. Conhecer o drama litúrgico que sobreviveu até aos nossos dias e o nome da sua
compositora:

Ordo Virtutum (Hildegarda de Bingen):

19. Saber em que século se desenvolve a polifonia:

Final do Século IX;


20. Identificar a possível razão do seu surgimento:

Numa primeira fase, a polifonia terá sido usada para aumentar o esplendor e solenidade do serviço
religioso. Surgiu como uma espécie de prática interpretativa do cantochão baseada essencialmente
num carácter improvisatório.

21. Conhecer o autor e uma das primeiras referências à polifonia:

De Harmonica Institutione, de Hucbaldo.

22. Identificar o nome do texto anónimo que menciona a polifonia com maior detalhe:

Musica Enchiriadis.

23. Explicar as duas principais características dos organa:

Os diferentes tipos de organum derivam de um princípio básico: a duplicação de um cantochão


preexistente em movimento paralelo à 8ª, 5ª e 4ª perfeitas e a Vox principalis e vox organalis (a mais
grave).

24. Explicar o que se entende por organum simples, composto, estrito e modificado:

Duplicação a uma só voz = organum simples;

Duplicação + de uma voz = organum composto;

Movimento paralelo estrito: movimento paralelo rigidamente mantido;

Movimento paralelo modificado: movimento paralelo temporariamente abandonado, com


movimentações oblíquas e contrárias;

25. Identificar a importância e o autor do Micrologus:

A obra micrologus, escrita por Guido d’Arezzo, baseia-se no Musica Enchiriadis mas trata do
organum paralelo modificado. Apresenta ainda uma série de regras que podem ser alteradas
consoante a experiência e juízo dos cantores. Por fim, a voz organal liberta-se de ser uma cópia da
voz principal.

26. Saber o que é o organum livre:

Organum livre é o nome que se dá à voz organal que se liberta da cópia fiel da voz principal,
realizando movimentos contrários à mesma.
27. Explicar e identificar as características do organum melismático, o século em que surgiu e
um exemplo onde o mesmo se conserva:

Neste tipo de organum, a voz principal começa a chamar-se tenor, porque sustenta o discantus, e
ocupa a posição inferior; por sua vez a voz organal, também chamada de duplum, passa a ocupar a
região aguda. Caracteriza o organum melismático o facto de várias notas da voz organal
corresponderem a uma única da voz principal. Por fim, o organum melismático surgiu no início do
século 12 e conserva-se no Monsteiro de Santiago se Compostela.

Você também pode gostar