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A Música Erudita Secular & A Vanguarda

Amyr Cantusio Jr.

INDICE:
1-Introdução
2-O Período Medieval Europeu até o nascimento do Piano
3-Música Sacra
4-Música Pós Renascença
5-Arnold Schoemberg & o Dodecafonismo Serial
6-A Ópera e suas ramificações no Rock
(Antonio Carlos Gomes e a Ópera no Brasil)
7-Pequena Bibliografia
8-Franz Liszt
9-Lista de Compositores de Música Erudita
10-Beethoven (Alemanha)
11-Paganini (Italia)
12-M.Mussorgsky (URSS)
13-Glossário
14-Obras de Compositores e Indicações Musicais Eruditos
15-Karl Stockhausen(Música Eletronica Erudita)
16-Música Minimalista
17- Lista de Indicações & Obras no Rock Progressivo e seus
músicos com formação erudita com considerações finais.
18-Grandes Teclados e Tecladistas de Vanguarda
19-Amyr Cantusio Jr
(Link de Sinfonias Autorais de Vanguardado autor)
20-Arte,Tecnologia e Analfabetismo (uma ponderação)
21-Aspectos Rudimentares da Música Eletronica e Vanguarda
22-Brian Eno (Uma pequena Biografia)
22-Frank Zappa
23-Pink Floyd( Eclipse)
24-Ógão Hammond (Biografia )
25-Rock Progressivo – A música erudita do século XX

I
Introdução

O objetivo deste livro simples, direto e objetivo é dar á pessoa


leiga e aos iniciantes um pontapé inicial na introdução ao
universo da música erudita (que compreende a música medieval,
barroca, renascentista, clássica, romântica e contemporânea)
Aqui não se trata de um dicionário perfeito biográfico e
factual, mas sim um panorama geral do que foram os grandes
Mestres do passado musical e suas respectivas principais obras,
chegando até o momento vigente.Incluindo
curiosidades,instrumentos, obras, etc...A abordagem é a Europa
Medieval que é a base da música secular (desde as folclóricas)
até a Erudita ou denominada Científica atualmente.Considerando
somente o território europeu,não a etnia de outros países como
árabes/africanos/chineses, etc...Também a indicação
"Vanguarda"no título se refere à música erudita contemporânea
ramificada em especial ,no Rock e nas Trilhas Experimentais
Cinematográficas atuais.No decorrer deste livro, abordarei
bandas, músicos e compositores atuais nestas áreas, para que
voces possam ter uma bússola musical.Jamais sejam
preconceituosos, pois nada se perde, e no tempo, tudo se
transforma.Cito já aqui o fenômeno Fred Mercury com o Queen, que
deu um pontapé muito forte na ópera em direção ao Rock e aos
vocais operísticos,numa outra e bela forma de interpretação
musical.No caso, ficou o mais famoso do mundo nesta área. E ants
disto, já os Beatles inauguraram a nóva era musical, com seu
famoso álbum Sgt.Peppers,inserindo com o seu produtor George
Martin, uma orquestra de Camara Sinfonica neste álbum. Em
aranjos ousados e seriais(vide descrição da música de Arnold
Schoemberg neste livro)isto foi feito na faixa "A Day in the
Life"
Espero que possa com isto clarear as idéias e incitá-los ao
grandioso universo metafísico que abrange este estilo, que é o
berço da música atual."

Amyr Cantusio Jr.

Prefácio
Um novo livro sobre História da Música deve com certeza ter um enfoque
diferente do que vários outros já exaustivamente escritos. Uma nova visão, uma
nova abrangência, opiniões relevantes para além do já exposto em vários outros
compêndios.Este com certeza é o caso deste livro. Amyr Cantúsio Jr. é músico de
formação erudita, mas que também se embrenhou pela música eletrônica,
krautrock e rock progressivo, além de ser multi-instrumentista. Essa bagagem lhe
permite trafegar com desenvoltura – e conhecimento de causa - tanto pelo
universo erudito como pelo popular, e as relações entre ambos – o que
normalmente falta aos demais livros, que se restringem apenas a um desses
universos.Conhecer a História da Música traz sempre novas perspectivas de
escuta – como as relações harmônicas modais se expandiram até a tonalidade,
sua futura dissolução no atonalismo já contida no cerce de sua criação; as escolas
criadas como oposição às tendências anteriores, seja no aspecto dualístico entre
emoção, racionalismo, ou pelos aspectos mais técnicos de polifonia e melodia
acompanhada do formalismo hermético ,minimalista, etc...
Entender a História traz uma identificação com os objetivos e idéias dos
compositores de forma a expandir a audição, torná-la mais ampla, arrebatadora e
completa. Especialmente na fase Contemporânea, onde as tendências são mais
individuais (as escolas já não representam toda a diversidade do período), esse
interesse pelo histórico da Música elucida muito as intenções e objetivos do
compositor, e como esses se expressam na linguagem musical.Amyr Cantusio Jr,
além de sua vasta obra composicional, tem já um grande trabalho de divulgação
da Cultura em geral, recuperando e remasterizando Obras historicamente
importantes, mas relegadas e quase esquecidas atualmente (notadamente seu
trabalho com as óperas de Carlos Gomes e de importantes trabalhos de música
eletrônica e rock progressivo, notadamente da pouco valorizada música
alternativa brasileira).
A isso, vem agora um complemento especial e importantíssimo em sua carreira,
esse livro de grandes e personalíssimas observações e análises de quem, de
dentro do Universo da Música, sabe verdadeiramente do que fala.
José Eduardo D’Elboux

(engenheiro de formação, mas também músico e estudioso da Música Clássica e Rock Progressivo – compositor
e tecladista, fundou e lançou álbuns de rock progressivo instrumental com a banda Tau Ceti, inicialmente um
trio e posteriormente um trabalho solo)

O Período Medieval Europeu

Música Medieval Européia é o termo dado à música típica do


período da Idade Média durante a História da Música ocidental.
Esse período iniciou com a queda do Império Romano e terminou
aproximadamente no meio do Século XV. O canto Gregoriano – ou
Cantochão- O Papa Gregório I institucionalizou o canto
gregoriano, através de uma reforma litúrgica, que se tornou
modelo para a Europa católica. A notação musical sofre
transformações, e os neumas (escrita musical rudimentar) são
substituídos pelo sistema de notação com linhas a partir do
trabalho de vários sacerdotes cristãos, sobretudo, Guido
D'Arezzo (992-1050); que foi o responsável pelo estabelecimento
desse sistema de notação musical de onde se originou a atual
pauta musical. Foi ele, que no século XI designou as notas
musicais como são conhecidas atualmente, usando o texto de um
hino a São João Batista (originalmente em latim), onde cada
estrofe inicia com uma nota musical: anteriormente, as notas
eram designadas pelas sete primeiras letras do alfabeto latino.
Desse modo, as notas musicais passaram a ser chamadas UT (Dó) ,
RE, MI, FA, SOL, LA e SI. Posteriormente o nome DO substituiu o
UT. O nome da nota SI formou-se das letras iniciais do último
verso do hino como pode ser visto a seguir:

Ut -queant la-xis Re-sonare fi-bris Mi-ra gestorum Fa-muli


tuorum Sol-ve polluti La-bii reatum S-ancte I-oannes

Que significa:
"Para que teus servos, possam ressoar claramente a maravilha dos
teus feitos, limpe nossos lábios impuros, ó São João."

Hildegard von Bingen


Uma das grandes mestras deste estilo monofônico medieval foi
Hildegard von Bingen (1179), foi uma monja beneditina, mística,
teóloga, compositora, pregadora, naturalista, médica informal,
poetisa, dramaturga e escritora alemã, e mestra do Mosteiro de
Rupertsberg em Bingen am Rhein, na Alemanha.

Personalidade muito citada, mas de fato pouco conhecida pelo


grande público, rompendo as barreiras dos preconceitos contra as
mulheres que existiam em seu tempo, foi respeitada como uma
autoridade em assuntos teológicos e louvada por seus
contemporâneos em altos termos. Hoje é considerada uma das
figuras mais singulares e importantes do século XII europeu, e
suas conquistas têm poucos paralelos mesmo entre os homens mais
ilustres e eruditos de sua geração. Seus vários e extensos
escritos mostram que ela possuía uma concepção mística e
integrada do universo, ainda que essa concepção não excluísse o
realismo e encontrasse no mundo muitos problemas. A solução para
eles, de acordo com suas idéias, devia advir de uma união
cooperativa e harmoniosa entre corpo e espírito, entre natureza,
vontade humana e graça divina. Foi a primeira de uma longa série
de mulheres influentes tanto na religião como na política,além
de exímia compositora de cantos sacros e monofônicos.

Além de mística, teóloga e pregadora, foi poetisa e compositora


talentosa, deixando obra de vulto e original.Seus escritos
começaram a ser traduzidos para várias línguas, muitos livros e
ensaios já lhe foram dedicados ,e foram feitas diversas
gravações com sua música, como o grupo italiano SEQUENTIA que
tem obras maravilhosas em CD atualmente dedicado à mestra.

Inicialmente o canto a capella, utilizado na liturgia da Igreja


cristã católica, é estruturado com melodia única, geralmente
cantada por vozes masculinas (dos sacerdotes cristãos), com
ritmo livre que seguia o ritmo prosódico das palavras latinas
dos salmos e orações. Mais à frente passou a ser usado como tema
básico nas composições polifônicas como os organum, sendo
chamado de cantus firmus. Isto não é regra, pois haviam
mosteiros como o de Hildegard femininos que faziam e se
dedicavam a alta composição deste estilo.

Os sistemas de notação impulsionam a música polifônica, já em


prática na época como a música, descrita em tratado musical do
século IX, que introduz o canto paralelo em quintas (dó-sol),
quartas (dó-fá) e oitavas (dó-dó). É designado organum paralelo
e no século XII cede espaço ao organum polifônico, no qual as
vozes não são mais paralelas, mas sim independentes umas das
outras. O Organum é a evolução do Organum Livre.

Um dos compositores mais prolíferos deste periodo foi Orlando


Di Lasso. Ele nasceu em Mons, na província de Hainaut, no que
hoje é a Bélgica. A informação sobre os seus primeiros anos é
escassa, apesar de algumas histórias não confirmadas terem
sobrevivido até nossos dias. A mais famosa delas conta que ele
teria sido raptado três vezes por causa da beleza singular da
sua voz. Quando tinha doze anos deixou os Países Baixos com
Ferrante Gonzaga e foi para Mantua, Sicília, e mais tarde Milão
(de 1547 a 1549). Enquanto esteve em Milão ele foi apresentado
ao madrigalista Spirito l'Hoste da Reggio, uma influência
considerável no estilo musical de suas primeiras obras.

Ele então trabalhou como cantor e compositor para Costantino


Castrioto em Nápoles no começo da década de 1550, e seus
primeiros trabalhos tem suas datas estimadas para esse período.
Depois, mudou-se para Roma, onde trabalhou para Cosimo I de'
Medici, Grão Duque da Toscana, que tinha uma casa lá; e em 1553,
ele se tornou maestro di cappella da Basílica de São João de
Latrão em Roma, um cargo espetacularmente prestigioso para um
homem de apenas 21 anos de idade, mas ele ficou lá por apenas um
ano (Palestrina ocupou esse cargo um ano depois, em 1555).

Nenhuma evidência sólida restou sobre o seu paradeiro em 1554,


mas fontes contemporâneas têm afirmado que ele viajou pela
França e Inglaterra. Em 1555 ele retornou aos Países Baixos e
teve seus primeiros trabalhos publicados em Antuérpia (1555-
1556). Em 1556 ele se juntou à corte de Alberto V, Duque da
Baviera, que estava conscientemente tentando construir uma cena
musical que rivalizasse com as maiores cortes da Itália; Lasso
era um entre muitos holandeses a trabalhar lá e de longe o mais
famoso.
Pela década de 1560s, Lasso tinha se tornado bastante famoso, e
muitos compositores passaram a ir a Munique para estudar com
ele. Andrea Gabrieli foi em 1562, e possivelmente permaneceu na
capela por um ano; Giovanni Gabrieli também possivelmente
estudou com ele na década de 1570. Seu renome havia transbordado
os círculos estritamente musicais, pois em 1570, o imperador
Maximiliano II conferiu a ele um título de nobreza, algo raro
para um compositor; O Papa Gregório XIII o sagrou cavaleiro; e,
em 1571, e novamente em 1573, o rei da França, Carlos IX,
convidou-o a visitá-lo. Alguns desses reis e aristocratas
tentaram fazer com que saísse de Munique com ofertas mais
atrativas, mas Lasso estava evidentemente mais interessado na
estabilidade de sua posição e nas excelentes condições para a
execução de sua música na corte de Alberto do que em ganhos
financeiros.
No final dos anos 1570 e 1580, Lasso fez várias visitas à
Itália, onde encontrou os estilos e tendências mais modernas. Em
Ferrara, o centro da atividade avant-garde, ele sem dúvida
escutou os madrigais compostos para a corte d'Este; no entanto,
seu próprio estilo permaneceu conservador, tornando-se mais
simples e mais refinado com o passar dos anos. Na década de 1590
a sua saúde começou a declinar, e ele visitou o médico Thomas
Mermann para tratar uma doença que na época era denominada
"melancholia hypocondriaca"; no entanto ele ainda pôde compor e
viajar ocasionalmente. Sua última obra foi uma de suas melhores:
uma séria sublime de vinte e um madrigali spirituali conhecidos
como Lagrime di San Pietro ("Lágrimas de São Pedro"), que ele
dedicou ao Papa Clemente VIII, e que foi publicada postumamente
em 1595. Lasso morreu em Munique, no dia 14 de junho de 1594, no
mesmo dia em que seu patrão havia dispensado seus serviços por
razões financeiras; ele não chegou a ver a carta de demissão!
Outro monstro genial da música polifonica foi Giovanni Pierluigi
da Palestrina (1525- 1594) foi um compositor italiano da
Renascença. Ele era o mais famoso no século XVI, representante
da Escola romana. Palestrina teve uma grande influência sobre o
desenvolvimento da música sacra na Igreja Católica Romana.

Palestrina foi um dos poucos e fortunados músicos de sua época a


ostentar uma brilhante carreira pública. Sua fama foi
reconhecida universalmente pelos colegas de seu tempo e seus
serviços foram requisitados por diversas autoridades da Europa.

Após sua morte, em 1594, Palestrina foi enterrado na Basílica de


São Pedro durante uma cerimônia fúnebre que teve a participação
de grande número de musicistas e de pessoas da comunidade.

Não posso deixar de citar Monteverdi:


Claudio Giovanni A. Monteverdi (Cremona, Séc.XVI-Italia) Um dos
mais prolíferos compositores da ópera inicial, gerou e criou o
sistema de Eco Organum Mecânico (vozes que se repetiam no Coral
como ecos) A ópera L'Orfeo de Monteverdi de 1607 é usualmente
considerada a primeira obra a combinar música e drama
satisfatoriamente.

Era um maçom místico e devotado á música sacra, sendo também


considerado um dos chefes da maçonaria musical da época.

Desenvolveu sua carreira trabalhando como músico da corte do


duque Vincenzo I Gonzaga em Mântua, e depois assumindo a direção
musical da Basílica de São Marcos em Veneza, destacando-se como
compositor de madrigais e óperas. Foi um dos responsáveis pela
passagem da tradição polifónica do Renascimento para um estilo
mais livre, dramático e dissonante, baseado na monodia e nas
convenções do baixo contínuo e da harmonia vertical, que se
tornaram as características centrais da música dos períodos
seguintes, o Maneirismo e o Barroco.

Monteverdi é considerado o último grande madrigalista,


certamente o maior compositor italiano de sua geração, um dos
grandes operistas de todos os tempos e uma das personalidades
mais influentes de toda a história da música do ocidente.

Em 1709 surge o instrumento que daria o aspecto mais complexo,


completo e sinfonico da história da Música: O Piano Acústico.
Criado pelo italiano Bartolomeo Cristofori(*), o protótipo foi
completado no ano de 1709,bem no início do século 18.
Alguns compositores famosos chegaram a tocar o instrumento, mas
não se adaptaram.Caso de J.S.Bach , que era cravista e
organista, e já havia desenvolvido a técnica de inserção do
polegar nos instrumentos de teclado, bem como sua
temperança(afinação).Bach não gostou do piano (*)Em
contrapartida , nasce a música sinfonica que vai desembocar no
classicismo absoluto no século 19,com o piano como centro das
composições.
Ai surgem os virtuoses neste instrumento a partir de
Mozart,Liszt,Chopin,Beethoven,Skriabin,Rachmaninoff,Rubinstein,
etc...

(*)GOTTFRIED SILBERMANN

Silbermann foi também uma figura central na história do piano. Construiu o primeiro forte-
piano alemão, tendo transmitido as ideias cruciais de Bartolomeo Cristofori (o inventor do
piano na Itália) para os subsequentes construtores no ano de 1732.

Durante a década de 1740, contratou Carl Philipp Emanuel Bach, que tocava instrumentos de
Silbermann e que compunha para estes modelos. Esses instrumentos foram igualmente
tocados por Johann Sebastian Bach (*)durante a sua visita a Potsdam. Durante esta sua
segunda visita, os pianos Silbermann receberam a sua “total aprovação” registrando uma única
gravação neste instrumento- Bach & The Early (tardio) Pianoforte.

Ensaios Musicais Eruditos


(Bibliografia no fim)

MOZART-
Mozart, talvez o maior gênio da música que existiu na história
da humanidade, teve alguns fatos interessantes em sua vida
(aliás curta).Viveu no período intermediário da música Barroca e
Clássica denominado "Rococó" ou "Rocaille".Nesa época as Cortes
eram bizarras, riquíssimas em vestimentas e a música era mais
feita para a Dança que para se apreciar ouvindo.
Não podia ouvir sons de sopros (metais) como trompete ou
derivados , que desmaiava. Compôs seu Réquiem como última obra
prima encomendada por um estranho que bateu à sua porta, numa
hora em que esgotado pela suas criações, precisava de dinheiro.
Este estranho encomendou um Réquiem (música fúnebre) que foi
realmente a obra última do autor.Isto é ainda um fato enigmático
e lúgubre na história do compositor.Seu enterro foi sinistro,
numa noite de temprestade,com apenas um cocheiro e um cachorro
que o seguiu.Em meio caminho a Carruagem com o corpo tombou na
lama e Mozart foi enterrado em paradeiro desconhecido em meio ao
lamaçal, em vala comum.

Compunha e escrevia lindamente, rápido e sem erros ortográficos


musicais (o que é dificílimo) desde os 7 anos.Tocava
perfeitamente cravo, violino e piano.

Mozart adorava brincar com nomes. Alterava frequentemente o(s)


seu(s) nome(s), assim como o de outras pessoas, na sua
correspondência. Numa carta que ele enviou durante a sua viagem
para Praga (onde viria a estrear Don Giovanni, em 1787) descreve
uma brincadeira que envolvia os seus acompanhantes:

Mozart só começa a utilizar o famoso Amadeus (versão latinizada


de Theophilus) a partir de 1774 numa carta dirigida à sua irmã
(usava também Amadé). Maynard Solomon defende que a adopção
universal de Amadeus no seu nome foi um processo póstumo
provocado pelo sucesso da edição das Oeuvres Complèttes de
Wolfgang Amadeus Mozart, da Breitkopf & Hartel em 1798-1806.
Claro que o popular filme de Milos Forman contribuiu
decisivamente para tal em tempos mais recentes.

É difícil não estabelecer um paralelo com a situação de Mozart


na altura do seu casamento. Depois de entrar em rota de colisão
definitiva com o seu Pai Leopold, Mozart tinha abandonado pouco
tempo antes a sua Salzburgo natal, contra a vontade dele. Já
vivendo em Viena volta a ser atraido pela família Weber (anos
antes tinha se enamorado de Aloysia, uma das irmãs da futura
mulher), em cuja casa se instala. Quando manifesta a vontade de
casar com Constanze Leopold não pode estar mais em desacordo. De
forma que este não dará o seu consentimento ao matrimonio, tão
insistentemente pedido, até várias semanas após o mesmo. Mozart
sabia que tinha enveredado por um caminho de independência do
qual não podia regressar, e assim casou sem a autorização
paternal.

A Prosódia na Música Portuguesa

Prosódia: "pronúncia regular das palavras em harmonia com a


acentuação."

Abundam na música portuguesa exemplos em que a letra é


atropelada pela música dando origem a erros na métrica do texto.
Habituá-mo-nos a cantar e a ouvir "pássaro feridú na asa" e
"houve alegria e foguetees no ar" com toda a naturalidade. Claro
que isso se deve à importação acrítica de modelos anglo-
saxônicos de formas musicais aplicadas à nossa língua, sem ter
em conta que o português tem características próprias, que
deviam ser postas em evidência em vez de reprimidas.

A maior parte das palavras portuguesas têm uma acentuação na


penúltima sílaba, e não na última como seria mais conveniente em
música de influência anglo-saxônica. Para, além disso, e ao
contrário do português do Brasil, onde todas as sílabas têm
valor, em Portugal quase que se omitem as sílabas fracas, num
efeito parecido com aquilo a que os músicos de Jazz chamam
"ghost-note". Isto levanta um desafio maior para quem escreve
música vocal no nosso país.

Gerações sucessivas de portugueses aprendem estas músicas como


se fosse a coisa mais natural do mundo cantar com textos que não
encaixam corretamente na música, ou em que somos forçados a
dizer o texto incorretamente sem que ninguém se importe com isso
(podemos sempre invocar o fato de que o Alfredo Keil nem
português era, triste sina esta!...).

(Conferência na Universidade Lusíada, 2003).


Falar de música para não-músicos é um desafio em que a essência
das coisas tem de ser apurada, em vez do conforto da discussão
de especificidades técnicas, que só a músicos interessam.
Passamos tanto tempo a decifrar e analisar o detalhe e a
complexidade da construção musical, que corremos o risco de nos
esquecermos do que é afinal mais importante: os aspectos
psicológicos, emocionais, artísticos, e até sociais que fazem
com que a música esteja tão presente nas nossas vidas.

A música atravessa uma fase interessante. Nunca na história


houve tanta divulgação e sucesso comercial como hoje.Seria
Música Entretenimento. Nunca houve tantas pessoas a ouvir e a
consumir música. Nunca houve tantos músicos, profissionais e
amadores. E, no entanto, nunca foi tão desvalorizada, nem a
consciência da sua importância foi tão apagada como agora.
Ouvimos música em restaurantes, cafés, e até bombas de gasolina,
mas não existem discussões sérias em roda da música, da sua
estética, da sua educação. Tornamo-nos indiferentes à música. Há
quantos anos não se verifica um escândalo na estréia de uma
peça? A música teve outra relevância noutros tempos, ocupando um
lugar central no pensamento, na política, religião, e até na
ciência. Música utilizada para formar guerreiros na antiguidade.
Compositores da Idade Média queimados na fogueira por usarem
dissonâncias que representavam o diabo nas suas peças. Bach
quase que foi preso por causa de um improviso entusiasmado ao
órgão num hino que confundiu a congregação que o cantava. Na
estréia da Sagração da Primavera em Paris, Stravinsky teve que
gritar dos bastidores para o palco os números de ensaio para os
bailarinos, porque estes não conseguiam ouvir a orquestra devido
aos distúrbios na platéia, que acabaram em pancadaria.

Hoje em dia, a música tornou-se num fenômeno rodeado de


indiferença. E, no entanto, a relação da humanidade com a música
tem uma história gloriosa, em que o pensamento e a prática
musicais andaram de mãos dadas desde o início.

O pensamento musical começa com o próprio pensamento. A cultura


européia sempre teve uma enorme atração pela antiguidade
clássica. Com a música não foi diferente. Ao longo da Idade
Média, os autores gregos e romanos foram fontes de sabedoria e
inspiração para os criadores nas várias áreas. Mas enquanto que
na filosofia, literatura, arquitetura e belas artes os exemplos
existiam e podiam ser estudados (através de estátuas e
monumentos, por exemplo), na música não existia uma única peça
ou fragmento sobrevivente. Para os que acreditam que a história
da música começa verdadeiramente com a notação musical, essa
história começa apenas no século VIII, em plena idade média.
Em evidência descrito acima o Monge Guido D'Arezzo que organizou
as notas musicais e pauta /pentagrama como conhecemos até hoje.

Os Poderes Mágicos da Música.

A relação da música com as outras artes remonta aos primórdios


do pensamento humano. Apolo, um dos mais belos e gloriosos de
todos os antigos deuses, era deus do sol, da medicina, da
música, da poesia, e das belas artes. Com qualidades musicais
reconhecidas, era o maestro do coro das 9 musas (era também
conhecido como Musageta). As Musas reuniam-se no Monte Parnasso
para debaterem questões de poesia, ciência e música. Cada uma
tinha um pelouro diferente: Clio, musa da história; Euterpe,
música; Thalia, poesia pastoral; Melpomene, tragédia;
Terpsichore, dança; Erato, poesia lírica; Polyhymnia (retórica),
que usava um ceptro para mostrar o poder irresistível da
eloquência; Calíope, poesia heróica; e Urânia, musa da
astronomia.
Apolo era ele próprio um ideal de beleza, representado como um
extraordinário jovem imberbe, vestindo pouco mais que uma coroa
de louros (em homenagem ao seu amor por Dafne, transformada em
loureiro), e uma lira.

Apolo apaixonou-se por Calíope, e desse amor nasceu Orfeu, cujos


talentos musicais são conhecidos. Com a sua lira conseguiu
acalmar os demônios do Hades e quase trazer Eurídice de regresso
do mundo dos mortos, não fosse a sua distração fatal no último
momento. Quando morre, despedaçado pelas bacantes por ter tocado
música triste, os deuses colocam a sua lira no céu, onde se
transforma em constelação.

Outro exemplo famoso é o de Amphion, filho de Júpiter e Antíope.


Quando se torna rei de Tebas, quer fortificar a sua cidade
construindo uma muralha à sua volta. O seu talento musical era
de tal forma que, ao cantar, as pedras se deslocavam ao ritmo da
voz, marchando para as suas posições na fortificação. Talvez
seja a mais antiga referência escrita à importância do ritmo
como elemento primordial da música.

Nada representa melhor o sublimar do processo de criação musical


do que o episódio de Eco, que, devido ao seu amor não
correspondido por Narciso, se enche de melancolia e tristeza, e
desaparece gradualmente, num autêntico liebestod clássico, até
ficar só a sua voz, a entoar um melodioso lamento, perdida em
locais solitários para sempre.

Para os hebreus, a música também tinha poderes mágicos. David,


músico, maestro e poeta brilhante (para além de ser
provavelmente o primeiro produtor musical), cura as depressões
de Saúl tocando a sua harpa (1 Samuel 16: 14-23). Também famoso
é o episódio em que o som de 7 trompetes, misturado com os
gritos dos israelitas, destrói as paredes de Jericó (Josué 6:
12-20), num dos primeiros confrontos registrados entre música e
arquitetura, em que a primeira leva nitidamente a melhor.

O Antigo Testamento refere igualmente o Lamento, ou Cântico do


Arco, em que os guerreiros se treinam a atirar com o arco com a
cadência do ritmo de um poema, um canto fúnebre de David sobre a
morte de Saúl e seu filho Jónatas (2 Samuel 1: 17).

Desde os seus primórdios que a música esteve ligada à prática


religiosa. Apolo aparece com uma lira, Dionísio (Baco) com um
aulo (instrumento de palheta dupla, precursor do moderno oboé).
Esses instrumentos eram tocados a solo ou a acompanhar a
recitação de poemas épicos. A utilização de coros e secções
instrumentais nas tragédias de Ésquilo, Sófocles e Eurípides
deriva do culto a Dionísio com o referido aulo.

A partir do século VI A.C. desenvolvem-se festivais e


competições de música vocal e instrumental com enorme sucesso.
Cedo apareceram músicos profissionais, e a sua proliferação e
virtuosismo crescente, levou a um maior grau de complexidade na
música.

Aristóteles, no seu livro Política, alerta para o perigo de na


educação musical se dar demasiada importância aos aspectos
técnicos, para evitar os excessos característicos dos
profissionais, tão em voga. Excessos esses apreciados, segundo
ele, por crianças, escravos, e até animais! Para Aristóteles, a
educação deveria estimular o gosto e a fruição de melodias e
ritmos nobres, e evitar a superficialidade da técnica pela
técnica. Trata-se assim do primeiro exemplo de maneirismo
musical. No fim do período clássico (entre 450 e 325 A.C.) dá-se
uma reação contra essas complexidades, levando a uma
simplificação do estilo, à semelhança do que mais tarde se
passaria na transição da Renascença para o Barroco, e do Barroco
tardio para o Clássico do século XVIII. O início da era cristã
assiste assim a uma prática musical menos elaborada.

Para termos uma idéia de como soava a música desta altura, temos
2 exemplos musicais: um fragmento de um coro de Orestes, de
Eurípides (de ca. 200 A.C.),, e o famoso Epitáfio de Seikilos,
uma "canção de beber" (Skolion), inscrito numa pedra tumular
(século II A.C.). A associação da música com os estímulos
sensoriais (sobretudo com o vinho) é antiga, e inúmeros músicos
e compositores se esforçaram nalguns casos com grande êxito, a
preservar essa tradição.

Se a música da Idade Média não foi muito influenciada pela


música da antiguidade, o pensamento musical foi, e bastante. Os
textos incidem sobre dois aspectos essenciais: a filosofia (a
sua natureza), e a ciência da música. O fundador da teoria
musical grega, Pitágoras (ca. 500 A.C.) não fazia distinções
entre música e a ciência dos números, que, segundo ele, regulava
todos os aspectos do universo espiritual e material. Da mesma
forma, a organização dos sons, obedecendo a leis matemáticas,
demonstra a harmonia do cosmos. Platão desenvolve estas e outras
idéias nos diálogos Timeu e Republica. Dentro deste quadro de
harmonia universal, é natural a associação da música com a
astronomia. Ptolomeu (século II D.C.) acreditava que certas
escalas, modos e notas estavam associados a certos planetas, e
seus movimentos. Claro que esta idéia deriva do mito da "música
das esferas" de Platão, aquela música silenciosa produzida pelo
movimento dos planetas.

Boécio (século VI) conta o episódio em que Pitágoras descobre as


leis físicas das consonâncias, ao passar perto de uma oficina de
ferreiros. Ao ouvir os sons dos martelos a bater, aproxima-se e
após alguma investigação descobre que os sons produzidos
dependem do peso do martelo. Descobre igualmente que os ratios
dos pesos de dois martelos correspondem às procuradas
consonâncias naturais: 1/2 para a oitava, 2/3 para a quinta, 3/4
para a quarta, etc. Esta é uma das leis fundamentais da
acústica, facilmente verificável com uma corda vibrante, e o
comprimento de corda que vibra.

Para os gregos, música e poesia eram praticamente sinônimas.


Para Platão, melos era uma combinação de discurso, ritmo e
harmonia. O termo "poesia lírica" designa poesia para cantar ao
som da lira. Aristóteles define poesia como tendo melodia, ritmo
e linguagem, e refere que "existe outra arte que utiliza só a
linguagem, em prosa ou em verso" (Poética, 1.1447a-b). Ou seja,
não existia um termo para declamação de poesia sem música.

Para, além disso, os pensadores gregos acreditavam que a música


tinha qualidades morais, e podia influenciar o comportamento e o
caráter dos seus praticantes e ouvintes. Aristóteles, com a sua
teoria da imitação, em que a música imita, isto é, representa os
estados de alma (doçura, raiva, coragem, etc.) defende que o
sentimento imitado é transposto para o ouvinte. Música que imita
violência gera sentimentos violentos em quem a ouve. Daí a
necessidade de ouvir a música "correta" para desenvolver o
caráter.

Para Platão e Aristóteles, uma educação correta deve contemplar,


em doses equivalentes, música para disciplinar a mente e
ginástica para disciplinar o corpo. Na Républica (CA. 380 A.C.),
Platão defende que as duas vertentes devem estar equilibradas.
Música a mais torna as pessoas neuróticas, e ginásticas as mais
violentas e ignorantes. Ora aí está um estudo por fazer nos
relatórios sobre educação: o ratio de frequentadores de ginásios
e praticantes de música. Outro: dentre as vítimas de neuroses,
quantas estudam música? Mas Platão vai mais longe. Ele recomenda
que os que forem treinados para governar devem evitar melodias
que exprimam moleza e indolência. Em vez disso aconselha os
modos Frígio e Dórico, que inspiram coragem e determinação.
Acima de tudo, as convenções devem ser respeitadas. Uma coisa é
certa: a falta de leis na arte e educação leva à anarquia na
sociedade. Nas Leis, Platão refere a conhecida máxima "Deixem-me
fazer as canções de uma nação, e não me importa quem faz as suas
leis", trocadilho com a palavra nomos, que significa lei, mas
também designa a estrutura melódica de uma peça.

Já Aristóteles admite que a música possa ser utilizada para


diversão, prazer intelectual, para além da educação. Tudo isto
dentro de certos limites. Por isso as primeiras constituições de
Atenas e Sparta regulavam a utilização da música. Não mais que
um precedente muitas vezes repetido ao longo da história,
incluindo os nossos dias.

Para os romanos a música era igualmente importante. Cícero e


Quintiliano deixaram bem claro que as pessoas cultas tinham
obrigatoriamente de ter educação musical. De entre os numerosos
imperadores que apoiavam a música, Nero destaca-se em
notoriedade, por ter sérias aspirações nessa área, e por outras
razões menos honrosas. Curiosamente, sabemos mais sobre música
grega do que sobre música romana, da qual não sobreviveu nenhum
fragmento. Este fato explica-se em parte pelo esforço deliberado
de eliminar todos os vestígios da cultura pagã levado a cabo
pelos primeiros séculos do domínio cristão.

Música Sacra

Em 312 D.C. o Imperador Constantino converte-se ao Cristianismo,


dando início a mais de 10 séculos de domínio absoluto da cultura
européia, incluindo a prática musical. Com efeito, à medida que
o Império se desmoronava, a Igreja consolidava o seu poder,
tornando-se a principal força unificadora da Europa. Vários
Papas tentaram uniformizar as numerosas liturgias locais, e a
música não fugiu a essa normalização. O Papa Gregório II (715-
31) teve particular importância nesse processo, ao reorganizar o
repertório litúrgico, dando origem ao que mais tarde veio a ser
conhecido por canto gregoriano.

Vários pensadores, conhecidos como os Padres da Igreja, deixaram


testemunhos sobre a importância da música, influenciando a sua
prática durante os séculos seguintes. São João Crisóstomo, São
Basílio, Santo Ambrósio, Santo Agostinho e São Jerônimo
acreditavam que o poder da música residia na capacidade de
inspirar pensamentos divinos, para além de influenciar, para o
bem e para o mal, a personalidade do ouvinte. Santo Ambrósio
orgulha-se de usar a música para cativar fiéis. "Alguns dizem
que já seduzi pessoas [para a fé] com as melodias dos meus
hinos. Não o nego."

Mas mais importante era a necessidade de evitar o prazer da


música só pelo prazer. A música devia servir apenas a religião,
e nada mais. O próprio Santo Agostinho, num texto famoso,
confessa-nos amargamente que cedeu ao pecado de se deixar
comover pelo canto em vez do que era cantado.

No seu tratado De Musica (começado em 387 D.C.), defende as 3


principais características da música: claritas, integritas,
veritas, qualidades que têm faltado a muitas peças ao longo dos
tempos, incluindo o nosso.

A maior autoridade em música na Idade Média foi sem dúvida


Boécio (CA. 480-524). No seu tratado De Institutione Musica,
recupera idéias de teoria musical e filosofia da Grécia antiga.
Para ele, a música divide-se em 3 tipos: música mundana, ou
cósmica, que regula as relações numéricas do movimento dos
planetas e dos elementos; musica humana, que controla a união do
corpo e da alma; e musica instrumentalis, ou música produzida
por instrumentos (incluindo a voz humana), que deve refletir a
mesma ordem cósmica.

A imagem do Cosmos resultante das discussões de musica mundana e


musica humana influenciaram, entre outros, a estrutura do
Paraíso na Divina Comédia de Dante. A doutrina da musica humana
sobreviveu durante séculos, podemos dizer, aliás, até aos nossos
dias: Boécio não deixaria de ter orgulho, mas também alguma
estupefação, ao ler a secção de astrologia nos jornais diários.
Curiosamente, para Boécio, musica instrumentalis (a música tal
como a conhecemos hoje) era a categoria menos importante das
três. Música era acima de tudo, a disciplina e compreensão dos
fenômenos a ela associados, e não necessariamente a sua prática.

Tal como diz Donald Jay Grout, os cânticos da Igreja Romana são
um dos maiores tesouros da civilização ocidental. Tal como a
arquitetura românica, são monumentos à fé religiosa, e
personificam o sentido comunitário e sensibilidade estética
dessa época. Foram a fonte e inspiração da esmagadora maioria da
música erudita na Europa até ao século XVI. Só recentemente
foram abandonados, sobretudo a seguir ao Concílio Vaticano II
(1962-65), em que o latim foi substituído pelo vernáculo local
nos serviços da Igreja Católica.

A relação da música ocidental com a Igreja Cristã continuará nos


séculos seguintes, atingindo o apogeu com um dos maiores gênios
de sempre: Johann Sebastian Bach. Bach escrevia no final das
suas partituras as 3 letras SDG (Solo Deo Gloria). E no início:
JJ (Jesu Juva).

A Música Como Abstracção


Polifonia VS. Harmonia

Mas o século XI vê surgir, para além das inovações de Guido


D'Arezzo citado acima, dois fenômenos de primordial importância
no desenvolvimento da Música: notação musical e polifonia.
Polifonia designa música em que várias vozes se combinam não em
uníssono, mas em partes diferentes. Após as primeiras tentativas
improvisadas, foi possível sistematizar a maior complexidade
resultante através da notação musical recentemente desenvolvida,
permitindo a repetição e aperfeiçoamento das execuções. Este
desenvolvimento da polifonia tem um suporte histórico, não sem
alguma ironia, pois a mesma Igreja Cristã onde ele tem lugar se
divide em duas, quando o Patriarca de Constantinopla é
excomungado pelo Papa em 1054. Uma das primeiras referências à
prática da polifonia, que Guido conhecia bem, aparece num
tratado anônimo do século IX conhecido por Musica Enchiriadis
(Manual de Música), com a descrição do conceito de diafonia (2
vozes), ou organum.

Com a polifonia a música ocidental conhece um fenômeno único, e


que estará na base de algumas das maiores realizações artísticas
da humanidade. O seu desenvolvimento é considerado por alguns
como a fase mais decisiva da história da música ocidental.

A partir desta altura, a música ocidental vai alternar momentos


em que o estilo dominante é muito marcado pelo contraponto,
enquanto que noutros, será a harmonia a dominar. Há
essencialmente 3 momentos na história em que o contraponto chega
a níveis de complexidade e sofisticação muito elevados, tendo
sido rejeitados pelas gerações que se lhes seguiram: final do
Renascimento com Palestrina; final do Barroco com Johann
Sebastian Bach; e início do século XX com Arnold Schoenberg. A
seguir a estas fases, a música homofônica (baseada em harmonia)
destronou o contraponto e a polifonia, que por sua vez se
desenvolveram novamente num contexto diferente.

Mas para além da questão do estilo musical, a discussão em roda


da polifonia assenta em idéias mais profundas, a saber, se a
polifonia deriva, ou não, das leis naturais, tal como,
supostamente, a harmonia, ou se é apenas uma construção
intelectual para deleite da mente.

Críticas à polifonia existiram desde cedo. Bernardo Cirillo, um


padre do século XVI, queixava-se em 1549, do rumo que a música
tinha tomado:

"Sabes quanto a música era apreciada pelos antigos como a mais


nobre das artes. Com ela produziam grandes efeitos que hoje não
conseguimos igualar, seja com retórica ou oratória, controlando
as afecções [emoções] da alma [...]. Vejo e oiço a música de
hoje, que é suposto ter chegado a níveis de refinamento e
perfeição sem precedentes. No entanto não vejo vestígios de
nenhum dos modos antigos...Kyrie Eleison significa "Senhor tende
piedade de nós". Um músico antigo teria expressado o seu pedido
de perdão no modo mixolídio, o que teria comovido qualquer
disposição mais emperdenida, senão às lágrimas, pelo menos até
uma afecção piedosa [...]. Hoje tudo é cantado em promiscuidade
e de forma incerta [...]. Gostaria que a música consistisse de
certas harmonias e ritmos aptos a inspirar os nossos sentimentos
para a religião e piedade, de acordo com o significado das
palavras. Hoje os esforços vão no sentido de fazer uma peça em
fuga estrita, de forma que quando um diz "Sanctus" outro
pronuncia "Sabath", enquanto que um terceiro canta "Gloria Tua",
com certos efeitos que mais parecem gatos em Janeiro [...]." -
Bernardino Cirillo, carta de 1549 a Ugolino Gualteruzzi
Lettere Volgari di Diversi Nobilissimi Huomini, ed. Aldo
Manuzio, Vol. 3 (Veneza, 1564)

Entre 1545 e 1563, a Igreja Romana reuniu-se intermitentemente


em Trento, no norte de Itália, para discutir a Reforma, e
sobretudo para tentar corrigir alguns dos excessos que estiveram
na sua base, ou seja as 95 teses de Martim Lutero em Wittenberg.
Com este Concílio organizou-se a Contra-Reforma, onde também se
discutiu, como não podia deixar de ser, o papel da música na
Igreja. Mais uma vez a polifonia era criticada: tornava-se
impossível compreender as palavras, que eram, afinal, mais
importantes. Havia quem defendesse que a música deveria ser
banida da Igreja. No entanto, a deliberação final do Concílio
sobre esse assunto é muito geral:

"Todas as coisas devem ser ordenadas de forma que as Missas,


sejam elas celebradas com ou sem música, possam chegar
tranquilamente aos ouvidos e corações de quem as ouve [...]. O
objetivo de cantar nos modos musicais não é o prazer vazio do
ouvido, mas sim que as palavras sejam claramente compreendidas
por todos, e, dessa forma os corações dos ouvintes sejam
atraídos para o desejo de harmonias celestiais, na contemplação
das alegrias dos abençoados [...]. Deverá ser banida da Igreja
toda a música que contenha coisas lascivas e impuras."
Concílio de Trento, Canon da utilização da música a ser
utilizada na Missa.

Diz uma lenda do final do século XVI que Palestrina salvou a


polifonia da condenação do Concílio compondo uma Missa a 6 vozes
extremamente devota em espírito, e clara em relação ao texto,
tendo dedicado a obra ao Papa Marcelo, durante o Concílio.

Jean-Philippe Rameau, o principal músico e teórico francês do


século XVIII, publica em 1722 o seu famoso Traité de l'
Harmonie. Esta obra deriva os princípios básicos da harmonia das
leis da acústica, em que o acorde, não a melodia, é o elemento
primordial da música. Na realidade, para Rameau, toda a melodia
é baseada em harmonia. Este tratado foi extremamente influente
nos 2 séculos seguintes, e, de fato, o início do período
clássico vê as suas ideias postas em prática de uma forma
generalizada, adiando uma nova era marcada essencialmente pelo
contraponto para 2 séculos mais tarde.

A Música Pós-Renascença

A música volta a ocupar um lugar central nas discussões dos


pensadores pós-renascimento. Recuperam-se ideias antigas, e, uma
vez mais se investigam as várias facetas da prática musical em
função de aspectos de religião, filosofia, e ciências da
natureza.

Robert Fludd (1574-1637), alquimista inglês do século XVII, com


a sua "música das esferas": todo o universo é um instrumento
musical cromático; o próprio Deus é músico. Os astros estão
dispostos segundo as regras da harmonia musical, as distâncias
que os separam respeitam as proporções dos intervalos.

Com o humanismo do século XVI, gerado pelo Renascimento, o


pensamento recuperou algumas ideias da Antiguidade Clássica,
sobretudo no que toca à gramática, retórica, poesia, história e
filosofia moral. A relação da música com a prosa é, no entanto,
mais antiga.

Com Johann Sebastian Bach, a relação entre música e retórica


conhece um significado muito profundo. Em 1723, o grande
compositor escreve um conjunto de 15 peças de caráter pedagógico
intituladas "invenções". O termo "invenção" pode-nos parecer um
pouco confuso se não soubermos que não designa um gênero musical
(viria a designar mais tarde), mas sim um termo que pertence à
retórica, usado coloquialmente para designar a idéia temática
essencial de uma peça musical. É importante compreender que este
sentido de "invenção" (inventio em latim, ou heuresis em grego)
tem de ser entendido numa altura em que a retórica, tal como a
etimologia e filosofia natural, era uma ciência muito
importante. Ou seja estamos ainda antes do tempo em que a teoria
crítica dos iluminados do fim do século XVIII abandonam a
retórica a favor da estética, substituindo a arte da invenção
pelo poder da criatividade. Enquanto que a meio do século a
corrente dominante defende que a base do gênio é a invenção, já
Kant pensa em 1790 (Critiques) que "a imaginação criativa é a
verdadeira origem do gênio e a base da originalidade".

Os teóricos da música do século XVIII simplificaram estas


ideias, mantendo a analogia óbvia com a prática musical.
Christoph Bernhard, aluno de Heinrich Schütz, reduz as 5 fases a
3:

1. Descoberta (inventio)
2. Amplificação (elaboratio)
3. Realização (executio).

Já Mattheson tenta conciliar as duas interpretações, reforçando


a ideia que música e retórica são análogas. Bach estava bem ao
corrente destas ideias quando compõe as suas invenções. A
primeira, em dó maior respeita as divisões com admirável
clareza.

Uma análise mais detalhada excede o âmbito do nosso encontro de


hoje, mas da retórica resulta um dos aspectos mais importantes
do processo de criação musical: o conceito de prolongamento
musical. Este conceito só estudado de uma forma sistemática no
século XX pelo teórico austríaco Heinrich Schenker,
revolucionando a forma como se estuda música dita tonal, através
da análise e audição estrutural.
Arnold Schoenberg e a Música Dodecafônica & Serial
(1874-1951)
Muito criticado, ainda hoje,pelas escolas tradicionais da Musica
TONAL.Schoemberg desenvolveu o Atonalismo e o Sistema
Dodecafônico contemporâneo que modificou radicalmente toda a
música atual, em especial no inicio do seculo XX, incluindo o
Jazz, o Erudito e seus filhos bastardos, o Rock (Blues +
Folk).Seu famoso "grupo dos três" austríaco, compreendia ainda
Alban Berg e Von Webern.Os trs tem uma significância poderosa na
mudança dos rumos da música erudita rumo á nóvos horizontes
atonais e rítmicos.

O século XX é a este respeito, mais complexo. No furor do


modernismo, alterna-se entre dois extremos, o impulsivo e o
intelectual, em ambos os casos descontextualizados, e se um
compositor tenta manter os dois elementos é imediatamente
acusado de conservadorismo, vivendo expatriado numa "terra de
ninguém" porque se torna mais difícil de catalogar. Era e é o
caso de Schoenberg.

Tal como coração e cérebro, harmonia e contraponto são


compatíveis. São mais do que isso, na realidade. Para Heinrich
Schenker, o maior teórico do século XX, a harmonia é gerada pelo
contraponto. Schoenberg, vai ao encontro da mesma ideia. Uma das
suas maiores contribuições para a música é a chamada "música de
12 tons", uma teoria que pretende sistematizar a composição em
que as dissonâncias são totalmente emancipadas, para usar um
termo seu. Este sistema representa o apogeu da arte do
contraponto, num certo sentido ainda mais que o de Bach, por
corresponder ao contraponto no seu estado mais puro.Também
denominada com suas variantes atonais de "Serial"

Mas na realidade, a música de 12 tons, considerada muito


intelectual, é acima de tudo inspirada no ocultismo e na
mística, com horizontes supostamente indefinidos dentro de um
contexto pré estabelecido pelo compositor.
A música encerra a sua própria matemática. Mas essa matemática
não impede a alma e sentimento de se manifestar.Devemos lembrar
que a arte holística, pós segunda guerra mundial, rompe com os
valores dito "conservadores" e alguns ditos como "nazistas" para
cair no comunismo liberal marxista que toma conta da Europa no
pós guerra.Com isto a arte expressionista e impressionista com
seus extremos, se choca com os últimos vestígios do século
19.Surgem ainda os movimentos da música concreta, eletronica,
serial e minimalista, além das variantes do
"microtonalismo".Compositores famosos cairiam nestas
denominações como Stravinsky,
Prokoffiev,Ligeti,Messiaen,Holst,Orff, Phillip Glass, La Monte
Young,Varèse, Charles Ives, etc...

A ÓPERA E SUAS RAMIFICAÇÕES NO ROCK

Os poderes públicos deveriam prestar mais atenção às questões


artísticas que movem a base da sociedade, são os pilares da
humanidade. Elas são um direito democrático. No momento a maior
parte da música existente é vulgar, superficial, de consumo
imediato. Criada por mentes vazias, dentro de um sistema
niilista imbecilizado e decadente. Some-se à isto uma
imaturidade medíocre e insana, palavras simples e grotescas nas
letras, estruturas musicais harmônicas extremamente
pobres.Exceto no rock sinfônico onde ainda permeia uma grande
dose de erudição musical antiga, medieval e erudita.Muitas
bandas européias estão usando atualmente estruturas de corais
épicos, orquestras sinfônicas e arte erudita sacra e mística dos
séculos anteriores.Em destaque cito Rhapsody (Itália),
Therion(Suécia) e Lacrimosa (Alemanha), Nightwish (Finlandia),
After Forever (Holanda), entre outras que resgatam de forma
contemporânea aliadas ao rock, as formas mais puras do erudito
ancestral.Vangelis(Grécia) também se utiliza largamente de
Corais Sinfônicos Épicos.Em especial este renascimento da Ópera
Rock.Bandas atuais como King Diamond, Samael, Dimmu
Borgir,Sirenia, Penumbra ,(muitas de Black Metal)tem usado
cantores e cantoras líricos. massas orquestrais com corais como
nos shows ao vivo em WACKEN (Alemanha) das bandas Dimmu Borgir
ou Within Temptation.São inúmeros musicos, bandas, em especial
européias que fazem este respaldo operístico sinfônico,, já que
o Brasil(*) se ressente da música de vanguarda, num
preconceitual absurdo e retrógrado.
Aqui um pequeno "insight" do surgimento da Ópera a partir dos
recitativos gregos:

O texto da ópera, chamado libreto, é, na grande maioria das


vezes, escrito em verso e concebido de maneira simplificada.
No início do Teatro Grego a música estava em segundo plano,era a
sustentação da prosa e dos poemas declamados em voz alta.Depois
os versos passaram a ser controlados em cadência rítmica e
acompanhados mais de perto com base musical.A prtir disto a
música se fundiiu com o texto e nasceu o que chamamos Ópera
hoje.

Por essa razão, o compositor da ópera é sempre muito mais


importante do que o autor do libreto. Entretanto, ao tomar um
libreto para compor uma ópera, o músico depende do desenrolar da
história. Não e possível compreender a ópera isolando uma coisa
e outra. O tempo da ópera é o tempo da história que deve ser
contada com música.

A ópera nasceu por volta de 1600.As principais foram de Peri e


Monteverdi (Itália) Alguns artistas e intelectuais italianos
tentaram recriar a antiga tragédia grega, que incorporava também
a música, embora essa música se tivesse perdido. O resultado foi
um gênero inteiramente novo, cuja força dramática imediatamente
se impôs.

Como toda música erudita, espetáculos de ópera não são


sonorizados, a não ser quando apresentados em locais
inadequados, ao ar livre, em produções que contém poucos músicos
ou orquestras.Aí entram sintetizadores, samplers, amplificações,
etc...Hoje fundida a música Eletronica/Contemporãnea e no Rock,
ela passa a ser amplificada e novamente passa por mutações, que
são muitas vêzes, estupendas em beleza e experimentalismo.

No início, os teatros eram pequenos e as orquestras reduzidas.


Mesmo assim, cantar uma ópera significava já um esforço
considerável. Com a ampliação das salas e o aumento das
orquestras ocorrido no século passado, com a escrita cada vez
mais exigente dos compositores, cantar uma ópera tornou-se uma
espécie de proeza atlética. Exige-se dos cantores musicalidade,
beleza de timbre, mas também volume e capacidade de atingir
notas que vão do grave ao agudo numa amplitude muito grande.
As vozes são classificadas em seis categorias principais.

São femininas as três primeiras, mais agudas. Até o início do


século 19 havia também os chamados “castrati”, homens que
cantavam no mesmo registro que as mulheres porque tinham sido
castrados quando crianças para que suas vozes não mudassem
durante a adolescência. Soprano é a voz mais aguda. Os chamados
sopranos ligeiros possuem vozes mais leves, flexíveis e
luminosas, apropriadas para personagens inocentes, virginais e
muito jovens. As vozes dos sopranos dramáticos são mais espessas
e vinculadas a mulheres mais veementes e mais vividas. Mezzo-
soprano ou meio-soprano não quer dizer um soprano pela metade,
mas uma voz mais grave do que a do soprano. São personagens
frequentemente muito sensuais e sedutores. Contraltos possuem
vozes ainda mais graves, o mais das vezes destinadas a papéis de
melhores velhas ou com poderes excepcionais.

(*) Em 1997 o Rhapsody of Fire lançou seu álbum de estréia, The


Legendary Tales, com o nome Rhapsody. Os co-fundadores da banda
Luca Turilli e Alex Staropoli criaram um som épico para essa
obra, incorporando elementos da música clássica, música barroca,
heavy metal e narrações líricas. Tal estilo foi chamado
"Hollywood metal" ou "metal trilha sonora", pela sua semelhança
com trilhas sonoras. As influências clássicas incluem
compositores como Vivaldi, Bach e Paganini (a música "The
Wizard's Last Rhymes", do álbum Rain Of A Thousand Flames,
inclusive, tem base na Sinfonia do Novo Mundo, de Antonín
Dvorák).Nos anos 70 bandas como Uria Heep(Inglaterra), e as
italianas Loccanda Delle Fate/ Banco / Area /Metamorfosi e
Museo Rosenbach já lançavam os alicerces do rock operístico com
vocais e coros líricos mesclados ao pop.Outras italianas como
PFM e Le Orme mesclavam o erudito clássico e barroco ao rock,sem
contar em milhares de bandas da Inglaterra, USA,Japão, França,
Alemanha,América do Sul ,etc...que faziam o mesmo.
No rock erudito mais complexo ainda, e radical em termos de
politização surgia o flanco denominado Rock em Oposição(Rock in
Opposition)com a sigla R.I.O. Estas bandas misturavam música de
Camara com Rock e elementos eletro-acústicos de vanguarda, com
recitativos operísticos, etc...Cito Art Zoyd, Magma, Caravan,
Matching Mole, Chris Cutler, Nucleus, Soft Machine, Present,
Univers Zero, Miriodor,Fred Frith ,Storm Six,Deus Ex machina,e
Gong.Muitas eram da Belgica e Inglaterra.Algumas ramificadas na
França.Outras na Italia.Tinham um cunho socialista pós segunda
guerra mundial, anti-nazistas.Pois se sabe que na Alemanha
nazista maioria dos artistas de vanguarda e cientistas
revolucionários foram expulsos da Europa e imigraram a maior
parte para os U.S.A.

ANTONIO CARLOS GOMES

(*)No Brasil a música lírica parte do maior compositor das


Américas, e único, Antonio Carlos Gomes(nascido em Campinas
S.P.).Como Gomes era imperialista, patrocinado pelo monarca
D.Pedro que o ajudou a se manter fóra do país,se recusou a
servira república e caiu no ostracismo. Em especial na casa do
maior compositor da Itália e do mundo na época, Giuseppe
Verdi.Ali Gomes foi o único brasileiro a ser ovacionado no
disputado Teatro Scala de Milão.Mas é considerado o maior
compositor lírico de Óperas de toda a América.As 9
Óperas(incluindo seu primeiro Oratório em Campinas) foram
remasterizadas por mim num único ACERVO MUNDIAL no meu canal do
YOUTUBE(são 9 Óperas)no Link:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLslN-
yzXQLqlwUiTCV6JIqzmR2AOpOzMc

Fiz um Resgate e trabalhei em remasters peça por peça, que não


existe em nenhuma Universidade atualmente, para fins de pesquisa
e audição.
No rock, o grupo de Progressivo paulista "Som Nosso de cada
Dia" vai gravar no seu LP "Snegs" uma versão de "O Guarany"
muito bela, tendo a frente o tecladista e arranjador Manito(que
era dos Incríveis).O LP é de 1974 e se encontra já relançado em
CD com edições remasterizadas e muito bonitas para os
interessados.

CURIOSIDADE:
O Teatro Carlos Gomes e o Terceiro Reich
Desde sua criação, em 1935, o Teatro Carlos Gomes, em Blumenau,
tem despertado o interesse de historiadores e estudiosos do
teatro em função das lendas de sua relação com o nazismo. Tudo
começa em 24 de junho de 1860, quando a Sociedade dos Atiradores
de Blumenau, interessada em expressões artísticas, funda a
Sociedade Teatral de Blumenau e a Sociedade dos Cantores da
Colônia de Blumenau. Nasciam, assim, as primeiras encenações
teatrais e manifestações artísticas da cidade.
Porém, em 1895, com objetivos diferentes e divergências de
planejamento, a Sociedade Teatral de Blumenau se desvinculou da
Sociedade de Atiradores e passou a usar o nome de Sociedade
Teatral Froshsinn. Em 1935, inicia-se a construção de um teatro
imponente na região, sob supervisão do engenheiro Franz
Knoblauch.
Além de engenheiro civil, Knoblauch chefiava o Partido Nacional
Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP), que era sede do
Partido Nazista no Brasil, sendo uma das mais influentes
concentrações nazistas dentro de nosso território. Ao término de
sua construção, notava-se que o prédio era semelhante a um quepe
usado por Adolf Hitler em seus discursos. Em visita a Blumenau,
ao se deparar com o prédio, o presidente Getulio Vargas comentou
que o mesmo tinha sido construído para um possível discurso do
Führer, no caso de uma visita ao Brasil.
Bibliografia

Extraída em partes da Internet e acrescentada pelo autor.

- Grout, Donald Jay. A History of Western Music. 5th ed. W. W.


Norton & Company: 1996.
- Schoenberg, Arnold. Structural Functions of Harmony. Rev. ed.
W. W. Norton & Company: 1969.
- Style and Idea. Selected Writings of Arnold Schoenberg.
Leonard Stein, ed. University of California Press: 1975.
- Hutin, Serge. Robert Fludd (1574-1637). Alchimiste et
Philosophe Rosicrucien. Éditions Omnium Littéraire: 1971.
- Gómez de Liaño, Ignacio. Athanasius Kircher. Itinerario del
Éxtasis o Las Imágenes de un Saber Universal. Ediciones Siruela:
1990.
- Mann, Alfred. The Study of the Fugue. Dover Publications, New
York: 1987.
- Bohm, David. Ciência, Ordem, Criatividade. Trad. Jorge Branco.
Gradiva: 1989.
- Jeppesen, Knud. Couterpoint. The Polyphonic Vocal Style of the
Sixteenth Century. Dover Publications, New York: 1992.
- Dreyfus, Laurence. Bach and the Patterns of Invention. Harvard
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- Guerber, H. A. The Myths of Greece and Rome. Dover
Publications, New York: 1993.
- Young, G. Douglas, ed. Compact Bible Dictionary. Tyndale House
Publishers: 1984.

FRANZ LISZT

Ferenc (ou Franz) Liszt nasceu em Raiding, Hungria, na noite de


21 para 22 de outubro de 1811, ano marcado pela passagem de um
cometa. Seu pai, Adam Liszt, era descendente de antiga e nobre
família húngara, embora sem fortuna. Apesar de saber tocar
piano, violino e flauta, sobrevivia como administrador da
propriedade rural do Príncipe Miklós Esterházy, na qual, durante
o século XVIII trabalhara Joseph Haydn.

Sua mãe era uma austríaca, Anna Lager, cantora pôr profissão. Um
ano após o casamento, nascia Franz, primeiro e único filho do
casal; louro e de grandes olhos azuis, uma bela criança.

Muito sensível, já aos seis anos era capaz de reproduzir com


perfeição os temas que ouvia seu pai tocar ao piano. Tal proeza
levou Adam Liszt a fazer do filho um pianista, encarregando-se,
ele próprio de dar-lhe aulas. O aprendizado do pequeno Franz foi
supreendente: aos oito anos começou a compor e aos nove se
apresentou pela primeira vez, em uma cidade vizinha, executando
um concerto de Ries. Após este sucesso, surgiram novas
oportunidades em outras cidades. Franz Liszt iniciara sua
carreira de pianista.

Encantados com a criança prodígio, nobres húngaros lhe


ofereceram uma bolsa de estudos, que permitiu a Liszt fazer
estudos sérios e completos. A família mudou-se para Viena, onde
o menino pôde se aperfeiçoar em piano com Czerny, e em
composição com Salieri.

Em 1822 apresentou-se pela primeira vez para o público vienense


e levou a platéia ao delírio com seu virtuosismo. Sucesso
absoluto de público e de crítica: Liszt, aos doze anos, já era
um ídolo.

Em 1823 partiu para uma longa série de concertos pela Alemanha e


França. Em 1824 estreou em Paris, obtendo, como sempre, sucesso
estrondoso. Recusada a sua entrada no Conservatório de Paris,
pôr ser estrangeiro, recebeu aulas particulares de composição
dos mestres Anton Reicha e Ferdinando Paer. O famoso construtor
de pianos Sebastien Érard contratou-o para divulgar seus novos
modelos.

As viagens prosseguiam quase sempre sem interrupção, sendo


sempre aclamado pelo público. Exausto, sofreu em 1827 uma
depressão nervosa e passou pôr uma crise de misticismo, que o
levaria, anos mais tarde, a entrar para a Ordem dos
Franciscanos, como abade. Com a morte de seu pai, neste mesmo
ano, e a necessidade de assumir os encargos de chefe de família,
trouxeram-no de volta à realidade, passando então a lecionar
música para as damas da alta aristocracia parisiense. Apaixona-
se, aos dezessete anos, pôr uma de suas alunas, Caroline de
Saint-Cricq, jovem como ele. Foi seu único insucesso amoroso.
Apesar de se amarem, o pai da garota, ministro do Rei Carlos X,
tinha projetos de casamento muito mais ambiciosos para a filha.

Melancólico e deprimido, o compositor adoeceu e entrou em nova


crise de misticismo, ao mesmo tempo que se voltou freneticamente
para a leitura de Dante, Voltaire, Vitor Hugo e outros
clássicos.

Afastando-se do misticismo, o músico passou a se envolver na


agitação política que ocorre na França, participando de reuniões
intelectuais, interessando-se pôr uma sociedade igualitária, na
qual o músico e o artista em geral teriam posição de destaque.
Impelido pôr seus ideais, Liszt fundou, em 1834, juntamente com
Chopin e Berlioz, a Gazeta Musical de Paris, órgão de imprensa
destinado a defender os direitos do artista e a esclarecer a
opinião pública sobre a função da arte na sociedade.

Em 1833 conheceu a condessa Marie d’Agould, que exerceria papel


importante em sua vida. Ela, já casada e com três filhos, fizera
um casamento de conveniência. Vinte e oito anos - seis anos mais
velha que ele - culta, bela, independente e rica, tal era Marie
quando Liszt a conheceu. Ele, virtuose consagrado, também culto,
uma personalidade atraente. Em 1835, Marie abandonou o marido e
os dois amantes foram viver na Suíça.

Afastado temporariamente da carreira de concertista, vivendo


tranqüilamente na Suíça ao lado de Marie, Liszt dedicou-se
inteiramente à composição. Neste período dedicou-se também à
divulgação de obras de outros compositores. Aqui reside um dos
grandes méritos de Liszt: admirar o gênio no outro e trabalhar
pelo seu reconhecimento pôr parte do público. Trabalhou no
Conservatório de Genebra. Seus alunos compunham-se de 28
mulheres e 5 homens.

De sua união com Marie nasceram os três filhos de Liszt:


Blandine, Cosima - que se casaria com o regente Von Bülow,
abandonando-o, depois, para viver com Wagner - e Daniel. Logo
após o nascimento do último filho, as relações entre o casal
começaram a se deteriorar e o rompimento tornou-se inevitável,
efetivando-se no final de 1839. Marie regressou com os filhos
para Paris e Liszt voltou à vida errante de concertista. Nos
oito anos seguintes, deu recitais e concertos por toda a Europa.
Estava no auge da fama, sendo considerado o mais brilhante
virtuose do momento. Entrava triunfalmente em cada cidade pôr
onde passou, sentado em sua carruagem atrelada a seis cavalos
brancos. Era o convidado de honra da alta aristocracia
parisiense, que o solicitava como recitalista e professor de
piano. Desta forma colocou o músico numa posição de destaque
dentro da hierarquia social - uma de suas metas como homem e
artista.

Célebre, festejado, admirado, ganhava fortunas. Cortejado pelas


mais belas mulheres da Europa, teve inúmeros casos amorosos. A
presença feminina, aliás, foi uma constância na vida do
compositor. E o "Don Juan da Música", tendo reconquistado a
liberdade, entregou-se a ardentes aventuras amorosas. Mas não
era feliz. A glória não o satisfazia e, desorientado e
solitário, sentia a necessidade de uma relação amorosa sólida e
estável. O equilíbrio só foi encontrado em 1847, aos 36 anos,
quando conheceu a princesa polonesa Carolyne Sayn-Wittgenstein,
seu último grande amor.

Casada, mas vivendo separada do marido, Carolyne, aos 28 anos,


era culta e tinha a personalidade forte e independente. Embora
não fosse bela, Liszt sentiu-se totalmente seduzido pôr esta
figura de mulher aristocrática, inteligente e de grande
vitalidade e que partilhava de suas idéias, tanto no plano
religioso como no intelectual e artístico. Ao seu lado, Liszt
viveu o período mais fértil como compositor.

Em 1848, Liszt transferiu-se para Weimar, onde exerceria as


funções de mestre-de-capela e regente da corte. Vivendo no
castelo da princesa Carolyne, que aguardava a anulação de seu
casamento, dividia seu tempo entre a leitura, a regência e a
composição. Transformaria esta cidade num dos principais centros
musicais da Europa. Ali desenvolveu intensa atividade pela
divulgação das obras de seus contemporâneos. Foi durante este
período em Weimar que travou conhecimento com Richard Wagner,
estabelecendo-se entre os dois uma sólida amizade. Foi graças a
Liszt que Wagner teve suas primeiras óperas encenadas.

No plano doméstico, Liszt viu frustrada a sua tentativa de


casamento com Carolyne, pois esta não conseguiu obter do
Vaticano a anulação de seu casamento. E quando, em 1864, a
princesa enviuvou, ambos já haviam renunciado ao projeto de
casamento.

Em 1865, Liszt entra, finalmente para a Ordem dos Franciscanos,


em Roma. Mas suas ordens menores não o impedem de levar a vida
de sempre: compor, lecionar, tocar e reger, além de despertar
paixões em corações femininos. Paris e Londres são as últimas
cidades a aplaudi-lo.
Mas estas viagens cansam-no bastante. Já debilitado,
contrariando as ordens de seu médico, vai a Bayreuth, em julho
de 1886, para assistir à apresentação da ópera Tristão e Isolda
de seu amigo Wagner, e presencia o triunfo do compositor. O
esforço da viagem causa-lhe profundo esgotamento físico. A 31 de
julho de 1886, alguns dias de completar 75 anos, já atacado pela
pneumonia, Liszt entra em crise aguda de delírio e expira. Morre
como viveu, voltado para a arte: antes de dar o último suspiro,
balbucia o nome Tristão - uma das maiores criações do gênero
humano.

A Obra de Liszt
O nome de Liszt ocupa lugar de destaque dentro da história da
música como um inovador que foi. Romântico pôr excelência,
rompeu com todos os cânones do Classicismo, estabelecendo novos
padrões de estilo. Ao mesmo tempo, sua obra contém já os germes
do cromatismo wagneriano, do impressionismo debussysta e de
muitas tendências estéticas modernas. Sua meta foi encontrar uma
linguagem própria, fazendo uma equilibrada e criativa síntese
das principais conquistas de seus contemporâneos.

Liszt revolucionou a música de seu tempo. Quando se pensa no


Liszt compositor, é sempre necessário lembrar, antes de tudo,
que ele foi um virtuose do piano e que dominava completamente
sua técnica. Liszt foi o primeiro músico a explorar todas as
potencialidades do instrumento, atingindo dimensões orquestrais.
Pode-se afirmar que Liszt se deve a moderna técnica do piano.
Criou uma série de recursos técnicos: a utilização das sete
oitavas (glissandos, escalas, harpejos, acordes), o que retundou
na ampliação do espaço sonoro; a exploração de todos os matizes
dos registros graves e dos agudos; o enriquecimento da
sonoridade, através da escrita em oitavas. Pôr outro lado, a
tendência orquestral de Liszt levou-o, também, a utilizar
rápidas sucessões de notas; abundância de trinados em terças e
sextas; glissandos em notas simples ou duplas; notas repetidas;
pequenas apojaturas, trêmulos, grandes saltos de intervalo.

Além disso, Liszt aperfeiçoou a técnica pianística ao dar maior


relevo à mão esquerda que em sua obra tem a mesma importância
que a direita, sendo muitas vezes usada em passagens solo, com o
emprego constante de mãos alternadas e cruzadas.

Principais obras para o piano: Anos de Peregrinação, Estudos


Transcendentais, Seis Estudos de Concerto, Sonata em Si Menor,
Harmonias Poéticas e Religiosas, Seis Consolações, Valsa
Mefisto, dois Concertos para Piano e orquestra, etc.

O tratamento que Liszt deu à orquestra não foi menos original


que o recebido pelo piano.

Muito rica, como a maioria das instrumentações dos românticos,


em Liszt a orquestração nunca é excessivamente pesada. Entre as
principais inovações que caracterizam sua arte sinfônica,
incluem-se o tratamento especial dado a cada instrumento,
explorando-o em todas as possibilidades de timbre - grande
ousadia para a época - o relevo dado à percussão, ao introduzir
instrumentos com efeitos especiais, como o triângulo como
instrumento solista (Concerto N. 1 para Piano e Orquestra); o
uso inovador de glissandos na harpa, procedimento dos quais os
impressionistas tanto abusariam.

Mas, a maior contribuição de Liszt para a música de programa foi


a fixação dos princípios estéticos do poema sinfônico como
música de caráter mais psicológico do que descritivo.

Principais obras para a Orquestra: Poemas Sinfônicos, Rapsódias


Húngaras, Sinfonia Dante, Sinfonia Fausto.

Lista de Compositores de Música Erudita

Na realidade não há historicamente, um período EXATO e RÍGIDO


que delimita as épocas. Os valores aqui são aproximados. Na
minha opinião Mozart seria mais um híbrido da música barroca com
a clássica. Não um músico do período clássico como é sempre
citado!Inclusive seu estilo é muito mais próximo ao barroco
(Rococó citado acima)

-Idade Média (anterior ao séc.XV)


-Renascença (séc. XVI ao XVII)
-Barroco (séc. XVIII-Periodo Belle Époque- Rococó 1850 à 1990)
-Clássico (séc. XIX até o romântico)
-Moderno ou Contemporâneo (séc. XX em diante)

• Hildegard von Bingen (1098 - 1179)


• Leonin (1150 - 1201)
• Pérotin (1155 - 1250)
• Adam de la Halle (1240 - 1287)
• Dinis de Portugal (1261 - 1325)
• Petrus de Cruce (1290 - 1347)
• Philippe de Vitry (1291 - 1361)
• Guillaume de Machaut (1300 - 1377)
• Francesco Landini (1325 - 1397)
• John Dunstable (1380 - 1453)
• Guillaume Dufay (1400 - 1474)
• Johannes Ockeghem (1420 - 1497)
• Alexander Agricola (1445 - 1506)
• Josquin des Prez (1445 - 1521)
• Pierre de la Rue (1460 - 1518)
• Pedro de Escobar (1465 - 1535)
• Juan del Encina (1468 - 1529)
• Clément Janequin (1485 - 1558)
• John Taverner (1490 - 1545)
• Adrian Willaert (1490 - 1562)
• Thielman Susato (1500 - 1562)

Renascimento
• Thomas Tallis (1505 - 1585)
• Cipriano da Rore (1516 - 1565)
• Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525 - 1594)
• Orlando di Lasso (1532 - 1594)
• Giaches de Wert (1535 - 1596)
• William Byrd (1543 - 1623)
• Giorgio Mainerio (1545 - 1582)
• Tomás Luis de Victoria (1548 - 1611)
• Thomas Morley (1557 - 1602)
• Giovanni Gabrieli (1557 - 1612)
• Jacopo Peri (1561 - 1633)
• Hans Leo Hassler (1562 - 1612)
• Jan Pieterszoon Sweelinck (1562 - 1621)
• John Dowland (1563 - 1626)
• Duarte Lobo (1565 - 1646)
• Claudio Monteverdi (1567 - 1643)
• John Wilbye (1574 - 1638)
• Orlando Gibbons (1583 - 1625)
• Andrea Falconieri (1585 - 1656)
• Heinrich Schütz (1585 - 1672)
• Claudio Monteverdi (1567 - 1643)
• Orlando Gibbons (1583 - 1625)
• Girolamo Frescobaldi (1583 - 1643)
• Andrea Falconieri (1585 - 1656)
• Heinrich Schütz (1585 - 1672)
• Francesco Cavalli (1602 - 1676)
• Gaspard Le Roux (1607 - 1707)
• José Marín (1619 - 1699)
• Jean-Baptiste Lully (1632 - 1687)
• Marc-Antoine Charpentier (1634 - 1704)
• Dietrich Buxtehude (1637 - 1707)
• Monsieur de Sainte-Colombe (1640 - 1690)
• Johann Christoph Bach (1642 - 1703)
• Heinrich Ignaz Franz Von Biber (1644 - 1704)
• John Blow (1649 - 1708)
• Johann Pachelbel (1653 - 1706)
• Arcangelo Corelli (1653 - 1713)
• Marin Marais (1656 - 1728)
• Michel Richard Delalande (1657 - 1726)
• Henry Purcell (1659 - 1695)
• Alessandro Scarlatti (1660 - 1725)
• François Couperin (1668 - 1733)
• Alessandro Marcello (1669 - 1747)
• Tomaso Albinoni (1671 - 1750)

Barroco
• Antonio Vivaldi (1678 - 1741)
• Jan Dismas Zelenka (1679 - 1745)
• Georg Philipp Telemann (1681 - 1767)
• Jean-Philippe Rameau (1683 - 1764)
• Johann Sebastian Bach (1685 - 1750)

* Domenico Scarlatti (1685 - 1757)um dos maiores


tecladistas da história ,cravista e compositor.
* Alessandro Scarlatti (1660-1725) Compositor pioneiro da
Ópera Italiana, compôs mais de 100 óperas (Nápoles/Italia)

• Georg Friedrich Haendel (1685 - 1759)


• William Hieronymous Pachelbel (1686 - 1786)
• Benedetto Marcello (1686 - 1739)
• Francesco Geminiani (1687 - 1762)
• Johann Friedrich Fasch (1688 - 1758)
• Giuseppe Antonio Brescianello (1690 - 1757)
• Giuseppe Tartini (1692 - 1770)
• Giuseppe Sammartini (1695 - 1750)
• Annibale Pio Fabri (1697 - 1760)
• Jean-Marie Leclair (1697 - 1764)
• Johann Joachim Quantz (1697 - 1773)
• Michel Blavet (1700 - 1768)
• Giovanni Battista Sammartini (1700 - 1775)
• Carlos Seixas (1704 - 1742)
• José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1705 - 1805)
• Baldassare Galuppi (1706 - 1785)
• Michel Corrette (1707 - 1795)
• Faustino do Prado Xavier (1708 - 1800)
• Frantisek Benda (1709 - 1786)
• Giovanni Battista Pergolesi (1710 - 1736)
• Wilhelm Friedemann Bach (1710 - 1784)
• Antoine Dauvergne (1713 - 1799)

Classicismo
• José Lobo de Mesquita (1705 - 1805)
• Christoph Willibald von Gluck (1714 - 1787)
• Carl Philipp Emanuel Bach (1714 - 1788)
• Leopold Mozart (1719 - 1787)
• Francisco António de Almeida (1722 - 1752)
• Carl Friedrich Abel (1723 - 1787)
• Armand Louis Couperin(1727-1769)
• Carl Stamitz (1745 - 1801)
• João de Sousa Carvalho (1745 - 1798)
• Chevalier de Saint-Georges (1745 - 1799)
• Domenico Cimarosa (1749 - 1801)
• Antonio Salieri (1750 - 1825)
• Anton Rosetti (1750 - 1792)
• Muzio Clementi (1752 - 1832)
• Giovanni Battista Viotti (1755 - 1824)
• Wolfgang Amadeus Mozart (1756 - 1791)
• Ignaz Pleyel (1757 - 1831)
• François Devienne (1759 - 1803)
• Luigi Cherubini (1760 - 1842)
• Marcos Portugal (1762 - 1830)
• Étienne Nicolas Méhul (1763 - 1817)
• José Maurício Nunes Garcia (1767 - 1830)
• Ludwig Van Beethoven (1770 - 1827) (primeiro período)
• François-Adrien Boieldieu (1775 - 1834)
• João Domingos Bomtempo (1775 - 1842)
• Johann Nepomuk Hummel (1778 - 1837)
• Mauro Giuliani (1781 - 1829)
• Anton Diabelli (1781 - 1858)
• John Field (1782 - 1837)
• Franz Berwald (1796 - 1868)
• Franz Schubert (1797 - 1828)

Romantismo
• Ludwig van Beethoven (1770 - 1827) (últimas obras)
• John Field (1782 - 1837)
• Niccolò Paganini (1782 - 1840)
• Daniel-François-Esprit Auber (1782 - 1871)
• Louis Spohr (1784 - 1859)
• Saverio Mercadante (1785 - 1870)
• George Frederick Pinto (1786 - 1806)
• Carl Maria von Weber (1786 - 1826)
• Ferdinand Hérold (1791 - 1833)
• Franz Xaver Wolfgang Mozart (1791 - 1844)
• Carl Czerny (1791 - 1857)
• Giacomo Meyerbeer (1791 - 1864)
• Gioacchino Rossini (1792 - 1868)
• Francisco Manuel da Silva (1795 - 1865)
• Franz Berwald (1796 - 1868)
• Carl Loewe (1796 - 1869)
• Franz Schubert (1797 - 1828)
• Gaetano Donizetti (1797 - 1848)
• Vincenzo Bellini (1801 - 1835)
• Josef Lanner (1801 - 1843)
• Albert Lortzing (1801 - 1851)
• Adolphe Charles Adam (1803 - 1856)
• Hector Berlioz (1803 - 1869)
• Johann Strauss I (1804 - 1849)
• Mikhail Glinka (1804 - 1857)
• Juan Crisóstomo de Arriaga (1806 - 1826)
• Felix Mendelssohn (1809 - 1847)
• Frédéric Chopin (1810 - 1849)
• Robert Schumann (1810 - 1856)
• Franz Liszt (1811 - 1886)
• Richard Wagner (1813 - 1883)
• Giuseppe Verdi (1813 - 1901)
• Charles Gounod (1818 - 1893)
• Jacques Offenbach (1819 - 1880)
• José Maria Xavier (1819 - 1887)
• Henri Vieuxtemps (1820 - 1881)
• Giovanni Bottesini (1821 - 1889)
• César Franck (1822 - 1890)
• Edouard Lalo (1823 - 1892)
• Bedrich Smetana (1824 - 1884)
• Anton Bruckner (1824 - 1896)
• Johann Strauss (1825 - 1899)
• Franz Holstein (1826 - 1878)
• Louis Moreau Gottschalk (1829 - 1869)
• Aleksandre Borodin (1833 - 1887)
• Johannes Brahms (1833 - 1897)
• Amilcare Ponchielli (1834 - 1886)
• Manuel Fernández Caballero (1835 - 1906)
• César Cui (1835 - 1918)
• Camille Saint-Saëns (1835 - 1921)
• Léo Delibes (1836 - 1891)
• Antônio Carlos Gomes (1836 - 1896)
• Mily Balakirev (1837 - 1910)
• Georges Bizet (1838 - 1875)
• Max Bruch (1838 - 1920)
• Modest Mussorgsky (1839 - 1881)
• Franco Faccio (1840 - 1891)
• Piotr Ilyitch Tchaikovsky (1840 - 1893)
• Emmanuel Chabrier (1841 - 1894)
• Alexander Sergeievitch Famintzin (1841 - 1896)
• Augusto Machado (1845 - 1925)
• Otto Valdemar Malling (1848 - 1915)
• Henri Duparc (1848 - 1933)
• Zdenek Fibich (1850 - 1900)
• Alfredo Keil (1850 - 1907)
• Stanislao Falchi (1851 - 1922)
• Vincent d’Indy (1851 - 1931)
• Francisco Tarrega (1852 - 1909)
• André Messager (1853 - 1929)
• Paul Pabst (1854 - 1897)

• Ignacy Jan Paderewski (1860 - 1941)


• Gustave Charpentier (1860 - 1956)
• Anton Stepanovitch Arensky (1861 - 1906)
• Spiro Samara (1861 - 1917)
• Claude Debussy (1862 - 1918)
• Frederick Delius (1862 - 1934)
• Gabriel Pierné (1863 - 1937)
• Pietro Mascagni (1863 - 1945)
• Alexandre Levy (1864 - 1892)
• Alberto Nepomuceno (1864 - 1920)
• Richard Strauss (1864 - 1949)
• Albéric Magnard (1865 - 1914)
• Carl Nielsen (1865 - 1931)
• Paul Dukas (1865 - 1935)
• Aleksandr Konstantinovitch Glazunov (1865 - 1936)
• Emile Jaques-Dalcroze (1865 - 1950)
• Jean Sibelius (1865 - 1957)
• Vassili Kalinnikov (1866 - 1901)
• Ferruccio Busoni (1866 - 1924)
• Erik Satie (1866 - 1925)
• Francesco Cilea (1866 - 1950)
• Enrique Granados (1867 - 1916)
• Umberto Giordano (1867 - 1948)
• Charles Koechlin (1867 - 1950)
• José Vianna da Motta (1868 - 1948)
• Guillaume Lekeu (1870 - 1894)
• Franz Lehar (1870 - 1948)
• Viteslav Novak (1870 - 1949)
• Alexander Scriabin (1872 - 1915)
• Alexander von Zemlinsky (1871 - 1942)
. Claude Debussy (1862 - 1918)
• Ceslovas Sasnauskas (1864 - 1916)
• Carl Nielsen (1865 - 1931)
• Paul Dukas (1865 - 1935)
• Ferruccio Busoni (1866 - 1924)
• Erik Satie (1866 - 1925)
• Enrique Granados (1867 - 1916)
• Siegfried Wagner (1869 - 1930)
• Albert Roussel (1869 - 1937)
• Amadeo Vives (1871 - 1932)
• Alexander Scriabin (1872 - 1915)
• Alexander von Zemlinsky (1872 - 1942)
• Ralph Vaughan Williams (1872 - 1958)
• Charles Quef (1873 - 1931)
• Dirk Schafer (1873 - 1931)
• Gustav Holst (1874 -1934)
• Ernö Dohnányi (1877 - 1960)
• Franz Schrecker (1878 - 1934)
• Julio Salvador Sagreras (1879 - 1942)
• Joseph Canteloube (1879 - 1957)
• Otto Olsson (1879 - 1964)
• Ernest Bloch (1880 - 1959)
• Healey Willan (1880 - 1968)
• Béla Bartók (1881 - 1945)
• Nikolai Miaskovski (1881 - 1950)
• George Enescu (1881 - 1955)
• Zoltán Kodály (1882 - 1967)
• Igor Stravinsky (1882 - 1971)
• Gian Francesco Malapiero (1882 - 1973)
• Anton Von Webern (1883 - 1945)
• Alfredo Casella (1883 - 1947)
• Manolis Kalomiris (1883 - 1962)
• Edgar Varèse (1883 - 1965)
• Savino de Benedictis (1883 - 1971)
• Floro Manuel Ugarte (1884 - 1975)
• Alban Berg (1885 - 1935)
• Heitor Villa-Lobos (1887 - 1959)
• Nadia Boulanger (1887 - 1979)
• Ruy Coelho (1889 - 1986)
• Luís de Freitas Branco (1890 - 1955)

• Kaikhosru Shapurji Sorabji (1892 - 1988)


• Leo Ornstein (1892 - 2002)
• Lili Boulanger (1893 - 1918)
• Paul Hindemith (1895 - 1963)
• Carl Orff (1895 - 1982)
• Brasílio Ferreira da Cunha Luz Itiberê (1896 - 1967)
• Boleslaw Szabelski (1896 - 1979)
• Oscar Lorenzo Fernández (1897 - 1948)
• Francisco Mignone (1897 - 1986)
• George Gershwin (1898 - 1937)
• Francis Poulenc (1899 - 1963)
• Georges Auric (1899 - 1983)
• Leo Smit (1900 - 1943)
• Kurt Weill (1900 - 1950)
• Andrés Orchassal Sas (1900 - 1967)
• Alexander Mossolov (1900 - 1973)
• Franz Salmhofer (1900 - 1975)
• Aaron Copland (1900 - 1990)
• Ernst Krenek (1900 - 1991)
• Julián Bautista (1901 - 1961)
• Werner Egk (1901 - 1983)
• Maurice Duruflé (1902 - 1986)
• Joaquín Rodrigo (1902 - 1999)
• Bóris Blacher (1903 - 1975)
• Aram Khachaturian (1903 - 1978)
• Balys Dvarionas (1904 - 1972)
• Luigi Dallapiccola (1904 - 1975)
• Dmitri Borissovitch Kabalevskiy (1904 - 1987)
• Karl Amadeus Hartmann (1905 - 1963)
• André Jolivet (1905 - 1974)
• Léon Orthel (1905 - 1985)
• Michael Tippett (1905 - 1998)
• Kees vanBaaren (1906 - 1970)
• Dmitri Shostakovich (1906 - 1975)
• Radamés Gnattali (1906 - 1988)
• Fernando Lopes-Graça (1906 - 1994)
• Willem van Otterloo (1907 - 1978)
• Ahmet Adnan Saygun (1907 - 1991)
• Camargo Guarnieri (1907 - 1993)
• Elliott Carter (1908 - )
• Olivier Messiaen (1908 - 1992)
• Samuel Barber (1910 - 1981)
• John Cage (1912 - 1992)
• Benjamin Britten (1913 - 1976)
• Witold Lutoslawski (1913 - 1994)
• Cacilda Borges Barbosa (1914 - )
• César Guerra-Peixe (1914 - 1993)
• Aníbal Augusto Garoto Sardinha (1915 - 1955)
• Marcel Landowski (1915 - 1999)
• Hans-Joachim Koellreutter (1915 - 2005)
• Henri Dutilleux (1916 - )
• Karl Schiske (1916 - 1969)
• Alberto Ginastera (1916 - 1983)
• Einar Englund (1916 - 1999)
• Bernd Aloïs Zimmermann (1918 - 1970)
• Leonard Bernstein (1918 - 1990)
• Juan Orrego-Salas (1919 - )
• Cláudio Santoro (1919 - 1989)
• Bruno Maderna (1920 - 1973)
• Astor Piazzolla (1921 - 1992)
• Anestis Logothetis (1921 - 1994)
• Gilberto Mendes (1922 - )
• Iannis Xenakis (1922 - 2001)
• György Ligeti (1923 - 2006)
• Maurice Jarre (1924 - )
• Joly Braga Santos (1924 - 1988)
• Luigi Nono (1924 - 1990)
• Pierre Boulez (1925 - )
• Jurriaan Andriessen (1925 - 1996)
• Luciano Berio (1925 - 2003)
• Hans Werner Henze (1926 - )
• Carlisle Floyd (1926 - )
• Rüdiger Seitz (1927 - 1991)
• Einojuhani Rautavaara (1928 - )
• Karlheinz Stockhausen (1928 - 2007)
• Ernst Mahle (1929 - )
• Mauricio Kagel (1931 - )
• Sofia Gubaidulina (1931 - )
• Henryk Górecki (1933 - )
• Krzysztof Penderecki (1933 - )
• Harrison Birtwistle (1934 - )
• Peter Maxwell Davies (1934 - )
• Alfred Schnittke (1934 - 1998)
• Arvo Pärt (1935 - )
• Peter Schat (1935 - 2003)
• Jan van Vlijmen (1935 - 2004)
• Philip Glass (1937 - )
• Bart Berman (1938 - )
• Frederic Rzewski (1938 - )
• Leo Brouwer (1939 - )
• Louis Andriessen (1939 - )
• Frank Zappa (1940 - 1993)
• Jorge Peixinho (1940 - 1995)
• Marrequinho (1940 - )
• Emmanuel Nunes (1941 - )
• Rogier van Otterloo (1941 - 1988)
• Agnaldo Ribeiro (1943 - )
• Agnaldo Ribeiro (1943 - )
• Meredith Monk (1943 - )
• Jamary Oliveira (1944 - )
• John Casken (1949 - )
• Vladimir Ryabov (1950 - )
• Leo Samama (1951 - )
• Amaral Vieira (1952 - )
• Ryuichi Sakamoto (1952 - )
• Paulo Costa Lima (1954 - )
• Zbigniew Preisner (1955 - )
• Eduardo Alonso-Crespo (1956 - )
• Stefano Scodanibbio (1956 - )
• Gerhard Schedl (1957 - 2000)
• Erkki-Sven Tüür (1959 - )
• Marc-André Hamelin (1961 - )
• Andersen Viana (1962 - )
• Eurico Carrapatoso (1962 - )
• Flo Menezes (1962 - )
• Edson Zampronha (1963 - )
• Rodrigo Leão (1964 - )
• Roberto Carnevale (1966 - )
• Aleh Ferreira (1966 - )
• Yann Tiersen (1970 - )
• Amyr Cantusio Jr (1957-)
• Graziella Concas (1970 - )
• Fazil Say (1970 - )
• Peter Scartabello (1972 - )
• Gabriel Pareyon (1974 - )
• Emerson Batagini (1978 - )
• Eduardo Banks (1978 - )
• Miguel Álvarez-Fernández (1979 - )
• Marcos Paulo Blasques Bueno (1984 - )

L.V.BEETHOVEN:
A Amada Imortal & Fidélio, a Sua Única Ópera
Beethoven compôs uma única opera composta em 1804 em dois atos
conta a história de Leonore que disfarçada de Fidélio salva o
seu marido Fleurian de uma prisão política.

Aqui neste texto coloco minha ressalva de "sensitivo" em relação


à Amada Imortal de Beethoven, a qual desconhecida até hoje, lhe
impulsionou a vida mística e musical vertiginosamente.

Em minha opinião , a amada de Beethoven é justamente a


personagem principal desta obra, Leonore!!Sabe-se que o Mestre
lhe dirigiu inúmeras cartas de amor às quais estão amplamente
catalogadas em museus europeus na atualidade, mas mesmo após
inúmeras cogitações pelas suas inumeráveis amantes, ninguém
nunca apontou a referida amada como sendo tal ou qual!Fica minha
hipótese que Leonora era seu nome.Um detalhe :segundo
historiadores, as famosas "cartas" à sua amada imortal nunca
foram enviadas, e após sua morte, foram achadas em um móvel de
sua residência.

A história retrata a vitória do livre arbítrio e da liberdade


sobre a opressão e a tirania. Como em muitos das composições que
realizou Beethoven teve de se esforçar consideravelmente até
chegar ao resultado final que conhecemos hoje.

Fidelio na sua versão original tinha três atos e conheceu uma


primeira exibição com pouco sucesso (note-se que na altura Viena
estava ocupada pelos exércitos franceses o que também diz muito
da coragem de Beethoven ao propor uma peça que sem duvida não
lhes agradava muito). Após esta primeira exibição Beethoven com
a ajuda do seu amigo Stephan van Breuning, encurtou a ópera para
2 atos. A própria abertura conheceu uma nova versão sendo hoje a
peça conhecida por Leonore nº. 3.Dirigida por Bruno Walter em
1941.

Entre a data desta segunda revisão e a versão final de 1814


Beethoven efetuou uma revisão bastante profunda da obra tendo
inclusivamente substituído à abertura (Beethoven achava que a
abertura existente pelo seu excessivo peso retirava o
brilhantismo as primeiras arias do primeiro ato) escrevendo
assim uma abertura totalmente nova que é a utilizada hoje.

Esta opera está profundamente ligada à reconstrução da Europa


pelo menos do ponto de vista musical dado que foi a composição
escolhida para marcar a reabertura das operas de Berlim e Viena.
Niccolò Paganini
(Itália. Nasceu em Gênova 27 de Outubro 1782, morreu em Nice, 27
de Maio 1840).

Foi um compositor e violinista italiano que revolucionou a arte


de tocar violino, e deixou a sua marca como um dos pilares da
moderna técnica de violino. O seu caprice em Lá menor, Op. 1 No.
24 está entre suas composições mais conhecidas, e serve de
inspiração para outros proeminentes artistas como Johannes
Brahms e Sergei Rachmaninoff

As lendas não tardaram em aumentar o interesse por Paganini.


Dizia-se que teria feito um pacto com o demônio para poder tocar
daquela maneira, que as cordas de seu violino seriam
confeccionadas com os próprios cabelos do diabo. Outra história
dizia que sua habilidade vinha de anos de prática na prisão,
condenado pelo assassinato da amante. Nesta versão, as cordas do
seu instrumento seriam feitas dos intestinos da infeliz vítima.
Os fãs eram mais numerosos e mais importantes que os críticos.
Paganini foi escolhido para solista da princesa de Lucca,
sagrado Cavaleiro da Espora Dourada pelo papa Leão XII, nomeado
virtuoso da corte do imperador da Áustria, entre várias outras
honrarias.

A obra-prima de Paganini, Veitequattro Capricci per violino


solo, Op. 1, foi composta entre 1800 e 1810, e é um marco do
romantismo. Não somente um exercício de virtuosismo, os
caprichos são de uma beleza arrebatadora. A riqueza de recursos
do instrumentista abriu muitas portas à criatividade do
compositor, e Paganini usa todo tipo de idéias musicais nos
caprichos. Combina movimentos de arco com pizzicatos, usa
martellatos e stacattos, altera a afinação no meio da peça, e
deixa-se influenciar por fontes tão diferentes como barcarolas
venezianas, temas ciganos e contraponto barroco. Os vinte e
quatro caprichos são ao mesmo tempo uma enciclopédia da arte do
violino e uma deliciosa audição."
Na nota G (Sol) fez o maior de seus solos, quebrando
propositalmente as outras três cordas de seu violino em
concertos, uma a uma ,durante as execuções.

A consagração definitiva de Paganini na Europa ocorreu em


virtude da célebre turnê que o músico iniciou em 1828 e que até
1834 fez com que percorresse grande parte do continente. O
entusiasmo que provocou não só no público comum, mas também
entre os artistas e intelectuais mais influentes da época foi
notório e propiciou a consolidação do mito do intérprete
virtuoso como ídolo das massas. Primeiramente, Paganini viajou
para a Alemanha, Áustria, Boêmia, Saxônia, Polônia, Baviera e
Prússia. Em Viena, como em outras cidades que passou, obteve
grande êxito, sendo nomeado pelo imperador o virtuose da corte.
Schubert, desmentindo, talvez de maneira intencional, a fama
demoníaca do genovês, declarou: ‘Ouvi um anjo cantar no adágio
de Paganini’.

Depois de percorrer meio continente, em 1831 chegou a Paris,


onde no dia 9 de março realizou o seu primeiro concerto naquela
cidade, onde permaneceu até o mês de maio. Sainte-Beuve, De
Vigny, Rossini, George Sand, Théphile Gautier, De Musset,
Delacroix e Victor Hugo foram alguns dos literatos que se
renderam ante o talento de Paganini. No final de maio, o músico
transferiu-se para a Inglaterra, onde realizou um primeiro
concerto no dia 3 de junho, em Londres. Permaneceu nas ilhas
britânicas até junho de 1832. Da capital do Tâmisa escreveu:
‘Uma série de retratos feitos por diversos artistas apareceu nos
estabelecimentos comerciais. Alguns melhores, outros piores, que
reproduzem minha fisionomia, porém entre eles não apareceu
nenhum que realmente se pareça comigo. Também podem ser
encontradas algumas caricaturas burlescas: uma onde eu apareço
tocando em uma posição estranha, enquanto o atril se incendeia e
arde... Eu caio na risada e deixo que o façam’.

A lenda de Paganini, que foi sendo tecida ao longo dos anos,


encontraria respaldo na famosa turnê realizada entre os anos de
1828 e 1834. Entre os artistas que puderam admirar sua arte,
figuravam Liszt, Chopin, Schumann, Goethe, entre outros.

Ao escutar o músico italiano, o primeiro deles declarou: ‘Que


homem, que violino, que artista! Meu Deus, quantos sofrimentos,
quantas misérias, quantas torturas naquelas quatro cordas!’. Do
seu primeiro encontro com Paganini, um dos ícones da literatura
romântica, Johann Goethe, destacou: “Ontem escutei Paganini.
Para o que se define como prazer, isso que para mim flutua entre
a sensualidade e a inteligência, me falta uma base para esta
coluna de chamas e nuvens... Só ouvi algo meteórico e não pude
sequer percebê-lo”. Berlioz também se deixou seduzir pelo gênio
de Paganini. Em janeiro de 1834 ambos os músicos se conheceram,
e o genovês solicitou a Berlioz que compusesse para ele um solo
para viola. Desse pedido nasceu Haroldo na Itália, obra que, no
entanto, Paganini nunca chegou a interpretar.

“Um metro e sessenta e cinco de altura, construído em linhas


longas, sinuosas, uma face pálida longa com linhas fortes, um
nariz pontiagudo, e olho de águia, cabelo ondulado fluindo aos
seus ombros e escondendo um pescoço extremamente magro”. Era
descrição de Castil-Blaze sobre Paganini em 1831. Dirigiu-se à
Bélgica, onde foi estranhamente vaiado. Veio a descobrir depois
que esta rejeição por parte dos belgas era devido às lendas de
sua associação com o demônio.

A face pálida e longa, os seus lábios magros que pareciam


enrolar em um sorriso sardônico, expressão penetrante dos seus
olhos que pareciam como carvões flamejantes, lhe deram uma
aparência diabólica que tentou muitos dos seus admiradores a
circular o rumor que ele era o filho de um diabo. As pessoas
freqüentemente se benziam se fossem acidentalmente tocadas por
ele.

Mas em realidade ele aparecia muitas vezes aos concertos coberto


por um manto negro, e numa carruagem preta puxada por 4 cavalos
negros. Segundo histórias, ele tirava o manto, uivava para a
platéia e jogava os longos cabelos alucinantemente no meio das
interpretações.

Uma vez, Paganini foi forçado a publicar cartas de sua mãe para
provar que ele teve os pais humanos. De qualquer modo, ele
despertou temor e terror onde quer que tocasse. Em Paris ele foi
chamado Cagliostro (lenda francesa de um conde que não
envelhecia e que era considerado imortal); em Praga ele foi
julgado por ser o judeu errante original; na Irlanda circulou o
rumor que ele tinha chegado a essa terra no Holandês Voador
(lenda local).

A partir de 1834, a saúde do grande virtuose passou a dar sinais


de debilidade, agravada por sua carreira internacional febril e,
aos poucos se retirou de cena, tendo como única companhia seu
filho Achillino.

A lenda de Paganini permaneceu viva durante muito tempo. A sua


morte foi anunciada em 27 de Maio de 1840, em Nice, cidade em
que se instalou para tentar recuperar sua saúde. Para os
românticos, Paganini tornou-se um símbolo e um exemplo. Um
jornal francês definiu, assim, os últimos momentos de um dos
maiores mitos musicais de todos os tempos: ‘Na hora final,
estendeu a mão ao encantado violino, ao íntimo companheiro de
sua peregrinação, ao consolador de suas penas, e enviou aos
céus, com as últimas notas, os suspiros finais de uma existência
que foi uma melodia’.Toda Europa se curvou à sua música, sendo
que na Austria haviam pratos em restaurantes com seu nome,
charutos, grifes femininas, chapéus, utensílios gerais
sacramentados com sua genialidade.Recebeu a Ordem das Esporas de
Ouro no Vaticano assim como Mozart entre outrops músicos
fenomenais.Ninguém jamais se equiparou com sua técnica, sendo
seu único antecessor famoso, o grande Antonio Vivaldi(Veneza).

Paganini introduziu inovações que estenderam o registro do


violino.Mandou seu mestre-luthier Rizzi aumentar 2 polegadas o
Arco e aumentar de 100 para 150 cerdas
(crinas )que compõem o mesmo .Foi único a tocar num Arco deste
peso e gramatura.Compos o famoso Moto Perpétuo com 2.248 Semi-
Colcheias.Paganini assim como Liszt viviam alternadamente em
conventos reclusos para compor e meditar.Foram os primeiros a
executar peças musicais sem partitura, decor e no escuro ou na
penumbra total,causando alvoroço entre as platéias.Além do mais
Paganini morreu bilionário assim como Liszt, coisa extremamente
rara em termos de artistas seculares.Foi enterrado finalmente em
Parma, Itália, após seu corpo ter mudado 7 vêzes de local.

Lista de Composições

24 Capriccio, para violino solo, Op.1


No. 1 in E major (The Arpeggio)
No. 2 in B minor
No. 3 in E minor (La Campanella)
No. 4 in C minor
No. 5 in A minor
No. 6 in G minor (The Trill)
No. 7 in A minor
No. 8 in E-flat major
No. 9 in E major (The Hunt)
No. 10 in G minor
No. 11 in C major
No. 12 in A-flat major
No. 13 in B-flat major (Devil's Laughter)
No. 14 in E-flat major
No. 15 in E minor
No. 16 in G minor
No. 17 in E-flat major
No. 18 in C major
No. 19 in E-flat major
No. 20 in D major
No. 21 in A major
No. 22 in F major
No. 23 in E-flat major
No. 24 in A minor (Tema con variazioni)

6 sonatas, para violino e guitarra, Ops. 2 e 3


Op. 2, No. 1 in A major
Op. 2, No. 2 in C major
Op. 2, No. 3 in D minor
Op. 2, No. 4 in A major
Op. 2, No. 5 in D major
Op. 2, No. 6 in A minor
Op. 3, No. 1 in A major
Op. 3, No. 2 in G major
Op. 3, No. 3 in D major
Op. 3, No. 4 in A minor
Op. 3, No. 5 in A major
Op. 3, No. 6 in E minor

12 Quartetos para Violino, Guitarra, Viola e Violoncelo, Op. 4


No. 1 in A minor
No. 2 in C major
No. 3 in A major
No. 4 in D major
No. 5 in C major
No. 6 in D major
No. 7 in E major
No. 8 in A major
No. 9 in D major
No. 10 in A major
No. 11 in B major
No. 12 in A minor
No. 13 in F minor
No. 14 in A major
No. 15 in A minor
Concerto for violin No. 1, in D major, Op. 6 (1817)
Concerto for violin No. 2, in B minor, Op. 7 (1826) (La
Campanella, 'The little bell')
Concerto for violin No. 3, in E major (1830)
Concerto for violin No. 4, in D minor (1830)
Concerto for violin No. 5, in A minor (1830)
Concerto for violin No. 6, in E minor (1815?)
Le Streghe, Op. 8
Carnevale di Venezia, Op. 10
Moto Perpetuo in C major, Op. 11
Non più Mesta, Op.12
I Palpiti, Op.13
60 Variations on Barucaba for violin and guitar, Op. 14
Cantabile in D major, Op. 17
18 Centone di Sonate, for violin and guitar
Arranged Works
Introduction, theme and variations from Paisiello's 'La bella
molinara' (Nel cor più non mi sento) in G major
Introduction and variations on a theme from Rossini's
'Cenerentola' (Non più mesta)
Introduction and variations on a theme from Rossini's 'Moses'
(Dal tuo stellato soglio)
Introduction and variations on a theme from Rossini's 'Tancredi'
(Di tanti palpiti)
Maestoso sonata sentimentale (Variations on the Austrian
National Anthem)
Variations onGod Save the Kings Op. 9

Miscellaneous Works
Perpetuela (Sonata Movimento Perpetuo)
La Primavera
Sonata con variazioni (Sonata Militaire)
Napoleon Sonata
Romanze in A minor
Tarantella in A minor
Grand sonata for violin and guitar, in A major
Sonata for Viola in C minor
Sonata in C for solo violin

Modest Mussorgsky - Quadros de Uma Exposição


Modest Mussorgsky nasceu em 21 de março de 1839 e morreu em
1881 na Rússia. Sua formação básica, apesar de estudos com
grandes compositores desde os 8 anos de idade (a mãe, Anton
Herke, Padre Krupsky, entre outros) foi autodidata.

Sua peça exclusiva para piano “Quadros de Uma Exposição” foi


inspirada após a morte dramática de um de seus amigos pintores,
Victor Hartmann, em seus quadros.

Esta peça mostra a dramaticidade realista e impressionista de


Mussorgsky, bem como uma técnica precisa e envolvente.

Em minha opinião, Mussorgsky é um dos maiores gênios da música


erudita ao lado de Beethoven, Mozart, Vivaldi, Paganini, Liszt,
Debussy, Wagner entre outros.

Sua música abrange na época uma estrutura harmônica que chega à


dissonância (atonalismo) que seria desenvolvido posteriormente
na música dodecafônica de Arnold Schoemberg.O Cromatismo
associado à Richard Wagner já tinha grande presença na música de
Mussorgsky, e Beethoven na Sinfonia Pastoral (no movimento
denominado "Tempestade")já a usava largamente.

Suas Danças e Ciclos da Morte, bem como as peças Noite no Monte


Calvo e a ópera Boris Godounov são permeadas de contos
sobrenaturais, bruxas e rituais característicos das regiões
asiáticas das estepes russas.

Densa, romântica e sobrenatural, Mussorgsky tinha como


referencias do piano, Liszt e Schullmann.

Fez parte do famoso grupo nacionalista (Grupo dos 5 ) russo que


tinha como membros Rimsky-Korsákov, Cui, Balakirév e Borodin.

Mas Glinka e Dargomichki eram figuras importantes nas


influências deste referido grupo.

A característica de Mussorgsky é romper com os tratados


convencionais do séc. XIX musical, onde arranjou muitos
opositores por seu vanguardismo.

Mas também foi admirado e apoiado posteriormente por Ravel e


Debussy. Este primeiro foi responsável pela única orquestração
da suíte “Quadros de Uma Exposição” que originalmente como
citado acima, era uma peça exclusiva para piano. Rimsky-Korsákov
orquestrou a ópera Boris Goudunov.
Mussorgsky era recatado, e talvez pelo fato do isolamento e
sensibilidade, tendeu ao alcoolismo, que foi a sua causa mortis
,como a de muitos artistas, incluindo escritores da época. Suas
partituras encontradas eram desarrumadas e caóticas,
inconstantes. Foram reorganizadas pelos seus amigos após sua
morte.

A estrutura da peça Quadros de Uma Exposição dramatiza mais em


cima de escalas tonais cromáticas menores, e diminutas
constantes,apoiadas na terça-menor. As inserções atonais estão
presentes em acidentes, ostinatos dissonantes e quebras de
ritmo, parecendo serem várias pequenas peças ligadas
sobrenaturalmente por um fio.

As oitavas são pesadas, rígidas, e geralmente o ataque do piano


forte (P.P.) é feito em acordes de 4 dedos chapados (mão
direita), com ligeiras escalas e apojaturas complexas.na mão
esquerda predominam Oitavas com o polegar e mindinho.

A influência de Liszt é marcante na obra toda, bem como o


nacionalismo russo e seu folclore regional, com escalas de
tonalidades orientais.

Mussorgsky para mim, seria um compositor pós romântico,


impressionista e dramático,nacionalista, além de tecer a teia do
erudito contemporâneo, de onde as escolas posteriores beberiam
sua sonoridade eclética e profunda, como Stravinsky, Prokoffiev,
Alban Berg, entre outros.

Música Erudita - Glossário

Cada movimento geralmente tem o nome conforme a sua velocidade.


Abaixo estão relacionados os tipos de movimento, desde o mais
rápido até a música mais lenta:

Prestíssimo
Presto
Allegro
Allegretto
Andante
Andantino
Adágio
Larghetto
Largo

Abaixo se encontram os principais gêneros musicais da música


erudita. Vejamos:

Abertura
Música composta para orquestra, geralmente com caráter festivo.

Cantata
É uma forma musical surgida na Itália, no século XVII,
caracterizada por ser cantada, à diferença da tocata, executada
por instrumentos de teclado, e da sonata, composta para
instrumentos de corda. Desenvolveu-se no Barroco, atingindo seu
apogeu com J.S.Bach.

Concerto
O concerto é um dos gêneros mais importantes da música erudita.
Normalmente divide-se em 3 partes, sendo que a segunda música é
lenta. A principal característica de um concerto é a melodia de
um instrumento solista, com o acompanhamento orquestral. Por
exemplo, num concerto para violino, o violinista se destaca
diante de uma orquestra. Existem também, os concertos para dois
e até três solistas, conhecidos respectivamente como concerto
duplo e concerto triplo.

J.S.Bach foi o primeiro compositor a consolidar o gênero em 3


movimentos. Geralmente, o primeiro possui uma introdução
orquestral, que antecede a entrada do instrumento solista. E a
música transcorre normalmente. Na maioria dos finais dos
primeiros movimentos, há uma passagem onde o solista executa seu
instrumento solitariamente, até que a orquestra retorne e
conclua a primeira parte. Essa característica passou a existir a
partir do Classicismo. O segundo movimento, como já foi
mencionada, é uma música lenta. Em seguida, vem o terceiro
movimento, a conclusão da obra.

Como vimos os concertos possuem algumas características. Mas


isso não significava que o compositor fosse obrigado a seguir
estas regras. Existem alguns concertos que possuem 4 ou 2
movimentos. Outros, já começam com uma música lenta. A
introdução do primeiro movimento também inexiste em alguns raros
concertos.

Divertimento
Forma musical que se caracteriza pela leveza. Pode ser composto
para um ou vários instrumentos e consta em geral de uma série de
movimentos alternados e livres. O termo indica, sobretudo na
França, um intermezzo com dança, que no século XVII e XVIII se
inseria nas óperas e comédias-balés.

Lied
Forma musical originária do Romantismo alemão. Lied nada mais é
que uma canção, normalmente composta para um(a) cantor(a),
podendo haver também, mais de um solista. A obra é constituída
por uma estrutura musical organizada a partir de um poema. A
música, de grande complexidade harmônica e bastante elaborada,
adapta-se sempre ao texto, que tem função fundamental. A parte
instrumental geralmente é atribuída ao piano. O maior mestre do
gênero foi Franz Schubert. Mas Schumann, Brahms, Mahler, além de
Fauré e Mussorgsky também aderiram ao gênero.

Missa
Gênero sacro católico. Quando possui caráter fúnebre, também é
conhecido como Réquiem. Geralmente possui as seguintes partes:
Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus, Agnus Dei, etc.

Moteto
Gênero de música sacra vocal polifónica, geralmente sem
acompanhamento instrumental, e com textos em latim. Ocupou lugar
central na liturgia da Igreja Católica. Tal como o madrigal -
sem similar profano - o moteto atingiu o auge no século XVI. No
século XVII, foi enriquecido com instrumentos. Entre os
principais compositores de motetos estão Palestrina e J.S.Bach.
O gênero entrou em decadência em fins do século XVIII.

Música de Câmara
São as peças executadas por pequenas orquestras. As músicas de
câmara trazem em seu nome, o número de integrantes que a
executam: trios, quartetos, quintetos, octetos, etc.

Por exemplo, um quarteto para cordas é constituído por 2


violinos, uma viola e um violoncelo. Um quinteto para piano,
possui além deste instrumento, mais 2 violinos, uma viola e um
violoncelo.

Ópera
Peça teatral cantada, com acompanhamento orquestral. Surgiu no
final do século XVI, em Florença, como tentativa de recriar a
tragédia grega. Divide-se em duas categorias: a ópera séria ou
melodramática e a cômica ou bufa. As primeiras óperas Dafne
(1597) e Euridice (1600), foram compostas por Peri, versando
sobre temas da mitologia grega. Dentre os maiores compositores
operísticos destacam-se: na Itália, Scarlatti, Rossini, Bellini,
Donizetti, Verdi e Puccini; Na França, Lully, Rameau, Gounod,
Bizet e Massenet; Na Alemanha, Gluck, Weber e Wagner. Na
Áustria, Mozart. Na Inglaterra, Händel. Na Rússia, Glinka,
Mussorgsky.

Opereta
Pequena peça musical derivada da ópera cômica, com partes
faladas e cantadas. Considera-se como precursora no gênero, a
obra A ópera dos mendigos, paródia sobre as óperas sérias de
Händel. Contudo, a opereta firmou-se e popularizou-se só em
meados do século XIX, com Suppé e Strauss II.

Oratório
Composição musical para solistas vocais, coro e orquestra,
geralmente de conteúdo religioso. Originou-se do teatro sacro
medieval por volta de 1600. Entre os seus cultores incluem-se
J.S.Bach e Händel, cujo “O Messias” é, provavelmente, a mais
famosa composição do gênero.

Poema Sinfônico
Forma de música orquestral em um único movimento. Popular na
segunda metade do século XIX, narra uma história ou uma cena.
Foi criado por Liszt.

Serenata
Concerto de instrumentos de estilo leve e comunicativo. É famosa
a Serenata N.ª 3, de Mozart.

Sinfonia
Um dos mais importantes gêneros musicais. Diferente do concerto,
não possui destaque de nenhum instrumento, sendo que cada um
possui várias participações ocasionais, e orquestra de cordas
carrega a melodia principal.

O gênero divide-se em 4 partes: O primeiro movimento pode ser


uma música de caráter ligeiro, um allegro, por exemplo. Alguns
primeiros movimentos possuem introdução lenta. O segundo
movimento é a música lenta da obra. Pode ser um largo, um
andante, um adágio. O terceiro movimento é conhecido como
minueto. É a música mais simples da obra. Possui um tema
inicial, que em seguida é interrompido por outro tema bem
diferente. Antes de terminar, o tema inicial retorna, concluindo
a música. O quarto e último movimento (finale) pode ser a música
mais emotiva da obra. Tem características semelhantes à do
primeiro movimento, embora eu a considere mais triunfante.

A sinfonia surgiu no Classicismo, tendo sua consolidação com


Haydn, considerado o pai da sinfonia. O seu contemporâneo Mozart
também foi um grande gênio do gênero.

Porém, no Romantismo, a sinfonia passou a ser maior, e de


caráter mais emotivo. Beethoven, transformou o minueto, em
scherzo. Foi o primeiro compositor a colocar um coral no último
movimento. Outros grandes compositores sinfônicos desta época
foram Schubert, Bruckner, Brahms e Tchaikovsky.

É importante lembrar que, apesar das características citadas,


nem todas as sinfonias foram compostas seguindo rigorosamente a
forma. Existem raras obras no gênero que possui 3 ou 5
movimentos. O movimento lento é a terceira parte de algumas
sinfonias.

Sonata
Composição musical geralmente para um ou dois instrumentos. O
termo, surgido na Itália no século XVI, referia-se originalmente
a peças para instrumentos de cordas, e opunha-se à tocata (para
cravo ou órgão) e a cantata (para canto). Desde o final do
século XVIII a sonata ficou restrita a composições para piano ou
outro instrumento solista (este em geral, com acompanhamento
pianístico), geralmente divididas em 3 ou 4 movimentos. Entre os
grandes cultores da sonata destacam-se Corelli, Vivaldi,
J.S.Bach, Haydn, Mozart e Beethoven.

Stabat Mater
Cânticos da liturgia católica surgidos no século XIII, e que
narram os sofrimentos da Virgem Maria durante o Calvário de
Cristo. Foi incorporado ao ofício das missas de Nossa Senhora
das Dores e da Sexta-Feira da Paixão. É cantado geralmente em
gregoriano, sendo também comum o canto em várias vozes. A
primeira composição no gênero é atribuída ao Monge Jacopone da
Todi. Foi cultivado por muitos compositores de música sacra,
destacando-se o Stabat de Palestrina, Rossini e Dvorak.

Suíte
Forma de música instrumental desenvolvida na Alemanha e na
França no século XVII e XVIII, e que voltaria a florescer no
final do século XIX, com características mais livres. Consiste
em uma seqüência de movimentos de dança, todos na mesma
tonalidade, mas variando no andamento. A combinação era
geralmente constituída de prelúdio, allemande, courante,
sarabande e gigue, podendo ser incluídos movimentos adicionais,
como minueto, gavotte, ciaccona, siciliana, etc. Principais
cultores da suíte: Couperin, Rameau, J.S.Bach e Händel.

Tocata
Forma musical de estrutura livre e de caráter virtuosístico,
composta para instrumentos de teclado: órgão, cravo e piano. As
primeiras composições com essas características datam do século
XVI. No século XVIII, era comum ser seguida de uma fuga. Bach
celebrizou essa forma de composição.

Ao ouvir música clássica, procure sempre ouvir a obra completa.


Não limite-se a um movimento que seja mais famoso, ou que goste
mais. Ouvir parte de uma obra é como ler apenas um capítulo de
um livro...

Como vimos inicialmente, os movimentos costumam ter o seu nome


definido conforme sua velocidade. Porém, pode ser acrescentado
ao mesmo outras denominações, que indicam o seu estilo. Esse
movimento pode ser uma valsa, uma dança de origem italiana, ou
um minueto, por exemplo. Abaixo, segue alguns exemplos:

Allemande
Dança de origem alemã.

Barcarola
Composição musical no estilo das canções dos gondoleiros
venezianos, marcada por ritmo em tempo de 6/8 ou 12/8. Chopin,
Mendelssohn e Offenbach foram alguns dos músicos que se
dedicaram a esse tipo de composição.

Bourée
Dança de origem francesa.

Ciaccona
Ver Passacaglia.

Ecossoise
Dança de origem escocesa.

Espagniol
Dança de origem espanhola.

Forlane
Dança de origem inglesa.

Gavotte
Dança popular francesa de passos saltitantes, muito comum na
corte de Luís XIV. Couperin e J.S.Bach utilizaram alguns de seus
elementos em várias composições.

Gigue
Dança ligeira de origem inglesa, muito popular na Irlanda, desde
o século XVI. É também o nome de uma dança italiana, de
estrutura binária e em voga nos séculos XVI e XVII, que
costumava encerrar uma suíte ou um concerto de câmara. Foi
aproveitada por grandes compositores como J.S.Bach e Händel.

Intermezzo
Pequena peça de caráter ligeiro, representada durante os
'intervalos' de um movimento mais importante.

Mazurca
Dança de origem polonesa.

Minueto
Antiga dança francesa em compasso 3/4, caracterizada pela
delicadeza dos movimentos. Muito popular na corte de Luís XIV,
difundiu-se pela Europa nos séculos XVII e XVIII. Geralmente, é
utilizada como terceiro movimento de uma sinfonia clássica.

Noturno
Música de caráter geralmente melancólico, popularizado por
Chopin

Passacaglia (Ciaccona)
Dança espanhola surgida no século XVI e difundida por toda a
Europa. Segue uma forma musical em compasso ternário e andamento
lento, usada entre outros por J.S.Bach e Brahms.

Polca
Dança com uma base rítmica de 2/4 e originária do folclore da
Boêmia (República Tcheca e Eslováquia). Tornou-se moda no século
XIX.

Polonesa
Dança originária de Polônia.

Prelúdio
Introdução para uma peça musical, geralmente escrita para
instrumento de teclado. Foi empregada por J.S.Bach para
introduzir suas fugas e suítes. Na música para piano mais
recente, o prelúdio tem sido tratado como uma peça completa,
como nos Prelúdios de Chopin.

Rapsódia
Composição musical de estrutura indefinida, que dá ao compositor
liberdade em matéria de estilo, forma e temática, frequentemente
reunindo vários temas de inspiração folclórica. Ficaram famosas
as Rapsódias de Liszt.

Rondo
Composição musical derivada do verso medieval Rondeau, no qual
um refrão ou tema é intercalado com outros temas contrastantes.
Foi incorporado à parte final das sonatas, concertos e sinfonias
do século XVIII.

Sarabande
Dança espanhola do século XVI, assimilada pelos franceses e
despojada de sua movimentação vibrante, para dar origem, no
século XVII, a uma dança lenta, em ritmo ternário, sob a forma
de procissão. Aparece muitas vezes como um movimento lento, na
suíte instrumental barroca.

Scherzo
Palavra italiana que significa 'gracejo', e indica, em música,
um movimento rápido e brilhante, criado por Beethoven, em
substituição do Minueto. É geralmente, o terceiro movimento de
uma sinfonia romântica.

Tarantela
Conhecida dança italiana.

Valsa
Dança de compasso ternário, originária do Landlër. Compositores
como Chopin e Liszt mostraram grande apreço pelo gênero. Mas
popularizou-se, em grande parte devido às composições de Strauss
II, tornando-se a dança favorita dos salões.

Autores e Suas Obras


(Indicações)

Antonio Carlos Gomes:


O maior compositor lírico de todas as Américas com suas 9 Óperas
e um Oratório.
A Noite do Castelo (Rio de Janeiro,1861)
Joana de Flandres (Rio de Janeiro,1863)
Il Guarany (Milão, 1870)
Fosca (Milão, 1873)
Salvator Rosa (Genova, 1874)
Maria Tudor (Milão, 1879)
Lo Schiavo (Rio de Janeiro, 1889)
Condor (Milão, 1891)
Colombo (Rio de Janeiro, 1892)

Beethoven
Beethoven conseguiu conciliar sofisticação e popularidade em sua
obra, e com isso, revolucionou a música do século 19. Suas obras
primas são a Quinta, a Sétima e a Nona Sinfonia, além das obras
ao piano como Sonata ao Luar e Pour Elize.EScrveu uma única
Ópera chamada "Leonora".Era um pianista virtuose, onde compos a
maioria de suas peças e sinfonias.

Tchaikovsky
Uma intensa beleza e melancolia marcam a obra de Tchaikovsky.
O Lago dos Cisnes é uma de suas suítes lindas!A famosa Suíte
"Quebra Nozes" uma das mais executadas até hoje.O Concerto para
piano e Orquestra
N.1 um de seus mais famosos e executados.

Mozart
Mozart, pioneiro ao compor para todo tipo de público, deu os
primeiros passos na música aos 4 anos de idade e tornou-se
imortal por sua obra. Réquiem foi sua obra prima final!!A ária
"Rainha da Noite" uma das mais lindas e difíceis de se cantar,
fez parte de sua obra prima, a Ópera "A Flauta Mágica"

Vivaldi
Vivaldi foi um dos mais influentes compositores clássicos mas a
sua obra só adquiriu notoriedade no início do século 20. Seus
Concertos Grosso pra violino e orquestra são únicos.Vivaldi
nasceu em Veneza(Italia) e morreu em Vienna (Austria)Sua mais
conhecida peça é "As Quatro Estações" sendo "Outono" e
"Primavera" as mais executadas.

Bach
As obras de Bach abriram um leque de possibilidades criativas
ainda não esgotado.Conheça suas melhores peças. Concertos de
Brandeburgo,"A Paixão Segundo São Mateus" (1729), Toccata em Ré
Minor, Cantata Opus 147 (Jesus,Alegria dos Homens) são algumas
obras primas!

Chopin
As composições inovadoras de Chopin, sinônimo de emoção, lirismo
e romantismo, alargaram o potencial do piano moderno.Chopin
compos somente Sonatas para Piano.Algumas foram orquestradas
posteriormente.

Ravel
Ravel foi um criador inspirado e orquestrador talentoso, como
Debussy,expoentes do Impressionismo.Dono de uma produção que vai
além de sua famosa música, indicação: Bolero.

Brahms
Brahms transitou entre a música camerística e as obras de grande
porte, e por seu talento multifacetado, conseguiu seduzir
multidões. Os Concertos para Piano e Orquestra são
imperdíveis.Concerto n.1 para Piano & Orquestra é o mais famoso.

Haendel
Versátil, Haendel mesclou a tradição germânica com o lírico
italiano. Mas ficou conhecido, principalmente, por suas peças
sacras e corais. O Messias é sua obra prima!Nasceu na Alemanha e
viveu e foi consagrado na Inglaterra.

Villa-Lobos
Villa-Lobos, ao traduzir as riquezas e belezas do Brasil em
partituras, tornou-se nosso maior compositor e conquistou
milhares de ouvintes aqui e lá fora. As suas Bachianas são
notáveis!!

Bizet
Georges Bizet ficou marcado como autor de uma obra só: a ópera
Carmen. Mas sua composição vai além disso, já que foi um
melodista inspirado.

Haydn
As obras de Haydn, fundamentais para o desenvolvimento da música
erudita, estabeleceram o padrão da sinfonia, da sonata e dos
quartetos de corda.104 sinfonias, 83 quartetos de cordas, 45
trios para piano e cordas, 62 sonatas para piano e muitos outros
trabalhos. Estima-se que, ao todo, sejam 340 horas de
música.Professor de Beethoven, considerado o Pai da Musica
Sinfonica.

Família Strauss
Por trás da valsa, está uma família austríaca: os Strauss, que
até hoje fazem os casais rodopiarem pelos salões, ao som de suas
peças.Pai e filho foram famosos.Obra principal:Assim falou
Zaratustra (Tema do filme 2001 Odisséia no Espaço)

Debussy
Debussy, compositor revolucionário que era, deixou de lado os
academicismos e criou novos timbres e ritmos, inovando o cenário
erudito. La Mér sua obra prima.Marcou o Impressionismo.

Schubert
Em 18 anos de carreira, Schubert produziu cerca de mil peças,
entre música instrumental, sacra e suas famosas lieder, todas de
extrema beleza. Momentos Musicais ao piano são maravilhosos!

Liszt
Virtuose do piano, Franz Liszt seduzia as platéias com sua
técnica e seu apurado senso para o espetáculo. Tocava de memória
e improvisava com incrível facilidade. Rapsódias Húngaras seria
o indicado! Sonho de Amor é belíssimo ao piano!

Verdi
Giuseppe Verdi dedicou seu talento à ópera, em que escrevia
melodias que sintetizavam as emoções dos personagens como
ninguém. Aida, sua ópera prima!Réquiem sua grandiosa obra coral.

Mendelssohn
Felix Mendelssohn foi uma personalidade musical completa: além
de reger, foi um grande pianista e organista, e compôs para
todos os gêneros. Resgatou as obras de Bach, incluindo sua
marcha nupcial que é famosa!

Rachmaninov
Rachmaninov construiu sua obra em torno do instrumento que
dominava como poucos: o piano. Suas peças para teclado foram as
mais conhecidas do século 20.

Rossini
Rossini compôs mais de 40 óperas e até mereceu uma biografia do
escritor francês Stendhal. Ver ou ouvir uma ópera do mestre
italiano é garantia de diversão. La Gazza Ladra sua obra prima!

Holst
A originalidade da obra de Holst reflete o seu interesse
eclético, que transitava por assuntos como a música folclórica
de seu país, poesia sânscrita e astrologia. A Sinfonia dos
Planetas é sua obra prima.Holst é um compositor contemporâneo
erudito ingles.

Wagner
Richard Wagner foi um compositor influente: reinventou a ópera
ao criar a chamada gesamtkunstwerk, a obra de arte total, que
combinava poesia, música e pintura. Criou o Teatro de Bayrot
(Alemanha) e o termo LeitMotiv, que seria o tema central de uma
peça musical que se repete ao longo da execução da mesma.Obras
principais são Cavalgada das Valquirias, Os Anéis de Nibelungo,
Crepúsculo dos Deuses (considerada a peça mais extensa da música
erudita).

Mahler
"Uma sinfonia deve ser como o mundo: abranger tudo", afirmava
Gustav Mahler. Suas peças monumentais e intensas puderam
comprovar que o compositor austríaco falava sério. Sinfonia em
Dó Sus Minor é seu clássico!!

Dvorák
Antonín Dvorák se notabilizou pela produção calcada no folclore
de sua região natal, a Boêmia. Porém, sua obra foi além, já que
uniu o regionalismo aos sólidos modelos clássicos. Sinfonia do
Novo Mundo é sua obra prima.

Schumann
A obra de Schumann pode ser introspectiva e sutil, em um
momento, mas também alegre e transbordante, em outro. O
compositor foi um dos expoentes do romantismo alemão.Sua extensa
obra é para piano solo, assim como Chopin.Clara, sua esposa, era
quem interpretava suas obras ao piano, já que o compositor
amarrou o dedo médio da mão direita para alcançar maior
virtuosismo, o que o aleijou para sempre. Também morreu demente,
e pediu para ser enterrado aos pés da sepultura de Beethoven,
seu ídolo, o qual lhe foi concedido!

Smetana
Smetana foi o pai da música tcheca e um engajado na emancipação
política e cultural de seu povo. Através de sua música, traduziu
em sons a nacionalidade boêmia.

Berlioz
Hector Berlioz teve uma formação tardia em música, mas
compensava com sua transbordante criatividade e seu talento
imenso para a orquestração e a regência. Sinfonia Fantástica é
sua masterpiece!
Strauss
Richard Strauss rompeu padrões e abriu as portas para o livre
exercício criativo, através de seus poemas sinfônicos e óperas
que estabeleceram uma nova ordem musical.

Puccini
A obra prima da ópera Italiana, Madame Butterfly, é um de seus
marcos geniais!

Elgar
Responsável pelo renascimento da música erudita britânica sua
música sensibilizou públicos diversos. Pompa e Circunstância é
sua obra mais conhecida.

Weber
Sua obra, Der Freischütz, libertou a lírica alemã do sucesso das
óperas italianas.

Saint-Saëns
Pianista, organista e compositor, sua música se caracteriza
pelas belas melodias e qualidade técnica. Danças Macabras e
Carnaval dos Animais são seu ponto forte!

Paganini
Grande virtuose do instrumento, sua técnica e carisma
impressionavam a audiência e atiçavam a imaginação dos mais
criativos. (veja matéria neste livro especial sobre este autor
fantástico!)Paganini e Liszt são exceções da história geral da
arte, que morreram ricos e famosos.

Bruckner
Sua obra reflete sua origem e personalidade, solene e
transcendental.

Rimsky-Korsakov
Compositor russo que lutava por uma música nacional autêntica e
se destacava pelo domínio da orquestração. Sheherazade e O Gallo
de Ouro são obras primas.

Fauré
Fauré sempre se manteve fiel ao seu estilo inconfundível: dotes
de melodista mesclados com um tom introspectivo e melancólico.
Réquiem em D Minor e Pavane Opus 50 são duas indicações!!

Jean Baptiste Lully


Um dos mais influentes músicos do barroco ítalo-francês. Sua
Marcha pelos Turcos e Concerto pelas Nações são obrigatórios.
Obras lindíssimas!Lully marcou a Corte de Luiz XV e a pompa das
danças da Côrte.nasceu na Italia e se nacionalizou frances.Foi
considerado o maior compositor de sua época na França.

Cláudio Monteverdi
Um dos maiores gênios do Séc. XVI, Itália, pai da ópera, tem
obras lindíssimas como Magnificats (Missas) e A Opera Guerreira,
entre outras dezenas !!!

Karl Stockhausen
(Música Eletrônica Erudita)
Karlheinz Stockhausen (Alemanha, 1928 — 2007) foi um grandioso
compositor de música contemporânea. Foi colega de Pierre Boulez
(pianista francês de música atonal) e ambos estudaram com o
compositor e organista Olivier Messiaen.

Considerado um dos maiores expoentes do final do século XX, foi


o responsável por trabalhos artísticos de grandiosidade
indiscutível. As suas obras revolucionaram a percepção de ritmo,
melodia e harmonia. Trabalhos como Stimmung e Mikrophonie
marcaram época quando da sua estréia, pois exigiam do público
percepção musical aguçada. De suas obras mais ambiciosas
destacam-se o quarteto de cordas com helicópteros (Helikopter-
Streichquartett, que é tocado com estes instrumentos mesmo: um
quarteto de cordas e quatro helicópteros), parte integrante de
um trabalho em desenvolvimento de mais de dez anos, e a ópera
Licht (*) baseada em textos sânscritos e budistas que tem suas
partes distribuídas nos dias da semana.

Após ter criado a primeira peça que fazia uso da técnica da


síntese aditiva com base na unidade da onda senoidal,
Stockhausen compôs dois estudos de música eletrônica (Studie I e
Studie II) com o objetivo de analisar as potencialidades dos
sons eletrônicos e criar novos timbres sem o auxílio de
instrumentos, apenas com a mistura de ondas senoidais (através
de um método por ele desenvolvido) e a vibração induzida de uma
película com a onda resultante das misturas (princípio da caixa
de som). Suas obras seguintes, assim como toda a música
eletrônica, tiveram forte embasamento nos resultados que
alcançou nessas duas peças musicais. Antes disso o compositor já
havia criado um estudo de música concreta, e havia dado à peça o
nome de Estude. Misturou efeitos de ondas de rádio, ruídos
eletrônicos, etc., criando uma nova percepção da música
psíquica, que hoje se utilizam amplamente em trilhas sonoras do
cinema.

(*)Licht (luz em alemão) é a sua mais ambiciosa e demorada


criação. É ciclo de sete meta-óperas (teatro musical), cada uma
tendo por título um dia da semana, na qual entendeu unificar
história do Universo e história do Homem, o biológico e o
religioso, criação e evolução. No total, cerca de 29 horas de
música e ação cênica que lhe custaram 27 anos de trabalho,
concluído em 2004.

Klang: Quando terminou a composição de Licht iniciou Klang


(vocábulo que significa som, mas ao qual se liga um timbre).
Esta composição teria 24 partes, correspondendo às 24 horas do
dia. Como um Livro de Horas inscrito de sensações acústicas.
Compôs as horas I-V e XIII e terá terminado a VII e a X, com
estréia prevista para 2008. Uma delas Stockhausen terminou na
véspera da sua morte.

Influências

Stockhausen e sua música foram controversos e influentes. As obras Studier I e II


(especialmente a segunda) tiveram uma grande influência no desenvolvimento da
música eletrônica nas décadas de 1950 e 1960, particularmente nos trabalhos de
FrancoEvangelist orquestra (1958-1959). Músicos de jazz como Miles Davis (Bergstein
1992), Cecil Taylor, Charles Mingus, Herbie Hancock, Yusef Lateef (Feather 1964) e
Anthony Braxton (Radano 1993, 110) citaram Stockhausen como uma influência, assim
como artistas do rock como Frank Zappa, que reconhecem o compositor em seu álbum
de estréia com o Mothers of Invention, Freak Out! (1966). Os Beatles incluíram uma
imagem do compositor na capa de seu álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band,
de 1967. O maestro brasileiro Rogério Duprat foi seu aluno e pioneiro da música
eletrônica no Brasil. Richard Wright e Roger Waters do Pink Floyd também consideram
Stockhausen como uma influência (Macon 1997, 141). Os fundadores da banda
Kraftwerk estudaram com Stockhausen (Flur 2003, 228). Mesmo artistas mais atuais
como a cantora Björk também citam o compositor.

Eu mesmo com meu projeto ALPHA III fui estudar profundamente suas obras como
referencial para minhas composições.

Ainda Stockhausen para criar uma música metafísica e atmosférica fez um concerto em
PETRA (nas cavernas da Jordânia, Israel, com uma orquestra!) Sua música influenciou
também vários segmentos do rock progressivo eletrônico, a saber, Brian Eno,
Tangerine Dream, Klaus Schulze, Vangelis, etc...

História (Música Minimalista Erudita & Vanguarda)

A música minimalista é um gênero originário dos Estados Unidos


da América e que se cataloga como experimental ou downtown. Tem
origens na década de 1960 e é baseada na harmonia consonante, em
pulsações constantes, no estático ou nas lentas transformações,
muitas vezes na reiteração das frases musicais em pequenas
unidades como figuras, motivos e células. Este movimento começou
como movimento underground nos espaços alternativos de San
Francisco e logo se fez ouvir nos ambientes de Nova Iorque.
É uma ramificação da Música Erudita Contemporânea que fêz
antagonismo ao Serialismo(Dodecafonismo atonal ) de Arnold
Schoemberg.

O minimalismo musical expandiu-se até ser o estilo mais popular


da música experimental do século XX. Inicialmente chegou a
envolver dezenas de compositores, apesar de que só quatro deles
terão alcançado relevância - Terry Riley, Steve Reich, Philip
Glass, e, com menos visibilidade mas muita originalidade, La
Monte Young.

Na Europa os seus maiores exponentes são Louis Andriessen, Karel


Goeyvaerts, Michael Nyman, Stefano Ianne, Gavin Bryars, Steve
Martland, Henryk Górecki, Arvo Pärt, Wim Mertens e John Tavener.
Atualmente,mesmo eu não sendo um músico extritamente
representante deste estilo, eu tenho pelo menos 40% das minhas
obras embasadas nele.Meu método de piano erudito é embasado na
técnica Minimalista(o autor)

Para completar e se ter uma idéia muito melhor da sonoridade,


citarei o compositor Mike Oldfield (Inglatera) com seu primeiro
LP chamado Tubular Bells (anos 70), com música homônima, que foi
um tema bastante tocado e trilha sonora do filme O Exorcista.

Oldfield é discípulo desta linha, bem como os músicos citados em


outras partes de livros meus como Tangerine Dream e Klaus
Schulze, que se utilizam largamente deste sistema de forma
eletronica e hipnótica. Outro nome relevante é David Bedford, e
Phillip Glass com a obra que alcançou grande destaque
setentista com o filme de Coppola (documentario de mesmo
nome)Koyaanisqatsi.Em linguas mortas como Hopi /Esperanto quer
dizer"Mundo fóra do Equilibrio".
Um dos mais célebres seriados ,para ilustrar o Minimalismo,
ARQUIVO X , tem sua trilha principal uma música neste estilo(com
fundamento eletronico feita em sintetizadores)
Na realidade esta linha musical misturada à eletronica e mesmo
com música serial e experimental, passou a ser denominador comum
em filmes de suspense, terror e ficção.
Além de vários compositores atuais cinematográficos utilizarem
esta fórmula,diretores como Dario Argento (Itália) fazem questão
de contratar músicos de Rock Progressivo( a maioria com esta
qualidade de formação erudita)para as trilhas de seus filmes.Um
dos mais requisitados é o tecladista Claudio Simonetti (paulista
nascido no Brasil e hoje radicado na Italia)com suas duas
famosas bandas: Goblin e Daemonia. Mesmo Keith Emerson foi
protagonista de um de seus filmes chamado "Inferno" onde ainda
desponta com uma sublime inserção de Ópera Rock.

Grandes Teclados e Tecladistas do Rock

A coisa foi ficando mais quente quando o mellotron [instrumento


de teclados orquestral] foi colocado pela primeira vez na cena,
no som do grupo inglês The Moody Blues. Isto por volta de 1966.
A partir de então, os Beatles utilizariam cravos, pianos
elétricos, o recém-criado Mini Moog – entre outros
sintetizadores – em sua música.Este instrumento faz uma
simulação perfeita orquestral desde violinos/cellos/flautas até
grandes coros de voz.Com perfeição absoluta.
No grande desfecho de 1967-1978 surgiriam às pencas bandas que
se utilizariam destes instrumentos em larga escala.
Principalmente as de rock progressivo, acid rock, kraut rock,
eletrônicas e hard rock.
Keith Emerson e Jon Lord [respectivamente The Nice e Deep
Purple] inauguraram a era dos virtuoses eruditos no piano e
hammond organ, seguidos de Vincent Crane [Atomic Rooster] e Ken
Hensley [Uriah Heep], bem como Rick Wakeman [Yes], Rick Van Der
Linden [Trace], Richard Wright [Pink Floyd], Hugh Banton [Van
Der Graaf Generator], Kerry Minnear [Gentle Giant], Klaus
Schulze [Ash Ra Temple, Tangerine Dream e uma estupenda
carreira-solo], além de Edgar Froese, Christopher Franke, Peter
Baumann, Johannes Schoemelling e Michael Hoenig atuando no
lendário Tangerine Dream, uma das poucas bandas a se utilizar em
massa quase que somente os sons de sintetizadores.
Ainda temos Ed Jobson [Zappa, U.K., Jethro Tull] Michael Quatro
[irmão da Suzi Quatro], Jurgen Fritz [Triumvirat], David
Greenslade [Greenslade], entre outros monstros.
Os teclados principais utilizados neste período são as variações
do Mini Moog, hammond C3 e B3 [órgãos], mellotron, Arp Strings
Odissey, Elka Arp Strings, Farfisa Organ, VC3 Choral Voice
Oscilator, Fender Rhodes Electric Piano e Acoustic Grand Piano.

Algumas bandas regidas pelo magnífico teclado [para citar


algumas das mais importantes]: Genesis,
Gentle Giant, Yes, Pink Floyd, Van Der Graaf Generator, Procol
Harum, Uriah Heep, Deep Purple, Tangerine Dream, Popol Vuh,
Atomic Rooster, Triumvirat, Kraftwerk, Jean Michel Jarre,
Vangelis, Kitaro, Deuter, Cluster & Eno, Synergy e Klaus
Schulze.
No rock progressivo da Itália, França, Alemanha e Argentina –
principalmente nesta época – somam mais de 2 mil grupos calcados
nos teclados. Basta ter paciência e pesquisar. E agradecer ao
pai do piano, o italiano Bartolomeu Cristofori [por volta de
1709], a criação de tão maravilhoso instrumento, que foi o elo
do antigo cravo e órgão de tubos(Church ou Pipe Organ) com os
atuais sintetizadores.
Nas ilustrações que se seguem ao final deste livro, eu posto
algumas fotos tocando Pianos raros( desde Verticais menores de
armário, até os Grand Piano de Concerto /cauda)
Também de sintetizadores que toquei raros no Brasil, entre eles
o Reco Modular Synth.Como Luthier(eu afino, pesquiso, faço
assessoria e restauro Pianos de todos os tipos há 30 anos)
e conheço uma ampla variedade de pianos, conheci em casas
raridades absolutas no Brasil de cair o queixo.Na área da música
erudita de vanguarda as possibilidades atuais são enormes.
As influências da música erudita na vanguarda brasileira em
especial, no rock, vão dar origem a bandas que foram muito
expressivas nos anos 60,70 e 80 como:
Mutantes, Casa das Máquinas,Spectro,Tellah,Alpha III, Bacamarte
,Som Nosso de Cada Dia,Som Imaginário,Modulo 1000,Terreno
Baldio, Moto Perpétuo, etc...
Na citação das influências gerais do Erudito na Música de
Vanguarda atual (em especial no rock, no eletronico vintage e na
área de música experimental de vanguarda)deixarei no fim do
livro um Glossario simplificado de algumas bandas mundiais que
fizeram grande nome na cena vintage(**)

Com o avanço da I.A.(Inteligencia Artificial), computadores com


alta resolução e teclados cada dia mais sofisticados, a área de
Samplers(cópias de sons de instrumentos acusticos ou
eletronicos,além de sons da natureza) ficou riquíssima.Um homem
só hoje pode reproduzir com um custo baixo e equipamento
direcionado, sons de uma orquestra sinfonica fácilmente.Basta
estudar, ter uma formação musical sólida e um apêndice
complementar em informática direcionada a produção musical
eletronica.
AMYR CANTUSIO JR (Sinfonias ) Youtube :

Todas composições, arranjos e performances gravados por Amyr

( instrumentos e orquestrações gravados em Piano e Teclados/Sintetizadores )

1- SINFONIA N.1 Dante

https://www.youtube.com/watch?v=l0h01taSRTY&t=30s

2-SInfonia N.2 WAlpurgis

https://www.youtube.com/watch?v=XBHqrgy1dPM&t=35s

3-Sinfonia N.3 Nimbus

https://www.youtube.com/watch?v=z3_p4eztCR0&t=5s

4-Sinfonia n.4 La Noite Sombre

https://www.youtube.com/watch?v=YTIooYn5WsY&t=4s

5-Sinfonia n.5 Erich ZAnn

https://www.youtube.com/watch?v=uXt8OmCOR1Q&t=13s

6-Sinfonia n.6 Golgotha

https://www.youtube.com/watch?v=tmY3euUayOI

7- Sinfonia N. 7 Thanatos

https://www.youtube.com/watch?v=k_mt8O0BsyA&t=695s

8- Sinfonia N.8 Arkana

https://www.youtube.com/watch?v=lM7sg-vgOjU&t=30s

9-Sinfonia n.9 Baba Yaga

https://www.youtube.com/watch?v=d9apZHFXsFc&t=40s

10- Sinfonia N.10 Corus Magnificat


https://www.youtube.com/watch?v=MhAKvfEyLu8

ARTE,TECNOLOGIA E ANALFABETISMO

Do Clássico ,do Rock Progressivo ao Seculo 21


Se atingimos uma grande evolução técnica, e com o excesso capitalista todos podem comprar
bugigangas tecnológicas,instrumentos musicais e carros computadorizados,ao mesmo tempo,a
grande maioria deixou de pensar.No reverso da moeda, temos uma indiferença a estudar,
pesquisar,uma apatia mental decorrente da grande quantidade de bens de consumo a
disposição.

Mesmo com a facilidade de se estudar hoje, o indivíduo escolhe argumentar que não tem
tempo.

Se compararmos o suprasumo da música dos anos 70(e todas as artes do período, incluindo
artes plásticas/literatura/dança/teatro/etc...) veremos que estamos no "caos da arte".

"Se a Arte é tudo e qualquer coisa que fazem, também é nada e não tem mais sentido"

Prokofiev recebendo um aluno de piano que queria mostrar sua composição,percebeu que o
mesmo não sabia mais que 4 acordes.O aluno na sua ignorância lhe disse: Esta música tem 7
acordes, mas só sei estes 4 e vamos fazer assim mesmo.

Prokofiev lhe respondeu: Ok. vamos.Assim que voce for estudar e souber os 3 acordes
restantes, volte aqui que a gente retira eles.

Ou seja, a Técnica vem antes de se fazer Arte.Há um processo que se chama: Vocação, depois
aprendizado, e finalmente domínio da técnica e por último composição.Desta forma o sujeito
pode oferecer sua "arte" para os outros.Mesmo que seja feia ou ruim, foi estudada.

Mas hoje qualquer um com um celular na mão ou um tecladinho ,violão ou seja cantor de
banheiro, virou artista.E no meio da mediocridade, nada melhor que um medíocre.

A humanidade perdeu o senso dos valores conquistados no passado, por grandes pensadores e
artistas.Caminhamos para um fim, uma hecatombe com tecnologia nuclear na mão de
macacos.

ASPECTOS RUDIMENTARES DA MUSICA ELETRONICA

Tivemos muitos precursores na história musical eletrônica, como


o alemão Karl Stockhausen, o francês Pierre Schaeffer e os
italianos Luciano Berio e Bruno Maderna. Mas a coisa pegou firme
no rock quando o próprio George Harrison lançou o eclético
Eletronic Sounds, em fins dos anos 60. Nesta época, o
sintetizador Moog (criado por Robert Moog) já era o grande vilão
do rock, competindo com a guitarra. O último álbum dos Beatles
(Abbey Road) inclusive tem seu lado “B“ recheado de Moogs.
Bandas experimentais como o The Nice, Popol Vuh e Ash Ra Temple
já começavam a incluir esse instrumento em seus álbuns.
A derradeira face do rock eletrônico viria à tona nas mãos dos
alemães Klaus Schulze, Edgar Froese e Conrad Schnitzler, ou
melhor, do Tangerine Dream, com seu primeiro álbum (totalmente
eletrônico), Eletronic Meditation, gravado em Berlim no ano de
1969 e lançado em 1970. O grupo que foi liderado por Edgar
Froese (R.I.P.), é responsável por uma discografia extensa que
influenciou muita gente.
Klaus Schulze (R.I.P.) deixou a banda após esse primeiro disco e
passou a ser o “número um da tecladeira eletrônica” do mundo,
com um patrimônio incrível e único na história do rock. Também
com uma discografia eclética, numerosa e criativa, Schulze seria
o responsável por incentivar gente do mundo todo como Jean
Michael Jarre (França), Vangelis ( R.I.P.Grécia), Kitaro
(Japão), Tomita ( R.I.P.-Japão), Giorgio (Itália), Robert
Schroeder (Alemanha), além de grupos como Kraftwerk e Harmonia
(ambos alemães).
Na Espanha também havia o Neuronium, dirigido pelo tecladista
Michel Huygen, com uma notável discografia altamente recomendada
aos amantes do estilo.
Nestes anos 70, houve inúmeros gênios e respectivas obras
primas. Cito algumas: Jean Michael Jarre (Oxygene e Equinoxe);
Vangelis (Spiral e Heaven and Hell); Tangerine Dream
(Stratosfear, Rubycon, Zeit e Phaedra); Kraftwerk (Autobahn e
Radio Activity); Klaus Schulze (Cyborg, Mirage, Moondawn e
Timewind); Kitaro (Astral Voyage, Silk Road Themes, Tenku e
Oasis); Deuter (Cicada); Neuronium (Numérica e Vuelo Químico);
Tomita (Bird of Fire, Pictures at an Exhibition e Planets);
Edgar Froese (The Stuntman, Aqua e Pinnacles) e por último o
também notável guru e eterno ex-Roxy Music, Brian Eno (Music for
Airports e My Life In The Bush Of Ghosts).No Brasil sou um dos
pioneiros no estilo com o Projeto Alpha III( no momento com 7
LPS e 65 CDS gravados desde os anos 70)
Lembrando que há uma quantidade imperdível de outros álbuns
destes mesmos compositores que não puderam ser citados aqui.
Sugiro uma consulta ao site dos mesmos.
A música new age que imperou na década de 80 nada mais foi do
que uma vertente mais leve e popularmente digerível destes
grandes mestres. Já a world music se trata de uma fusão do mesmo
com a parte rítmica e étnica das civilizações tribais (passadas
e atuais). Se for entrar a fundo, o assunto rende uma “Bíblia
Eletrônica Experimental”, tão grande é a produção nesta área.
Não podemos esquecer também do Kraut Rock alemão que utiliza
largamente os elementos eletrônicos, bem como a escola fusion
norte-americana e a Cantebury School inglesa. Só para ambientar,
cito algumas bandas como exemplos destes estilos: Fusion (Frank
Zappa, Miles Davis, Mahavishnu Orchestra); Kraut Rock (Ammon
Duul II, Guru Guru, Embryo) e Cantebury School (Gong, Soft
Machine, Caravan, Matching Mole).
Curiosidades sobre a parte técnica aplicada na Música Erudita de
Vanguarda atual com equipamentos eletronicos:

-O SEQUENCER VINTAGE 256 & TECLADO ARRANJADOR YAMAHA E-403

O Synth Sequencer 256 (anteriormente o Synth Moog Sequencer) foi lançado em 1971 como
uma versão independente do que era essencialmente o mesmo sequenciador digital
encontrado no monstruoso Synth 100.

Sem dúvida o sequenciador mais avançado de seu tempo, o Sequencer 256 apresentava
conversores analógico para digital e digital para analógico para permitir o processamento
digital das tensões de controle que ele usa para controlar outros sintetizadores analógicos. Em
uma época em que os sintetizadores e especialmente os sequenciadores eram mais orientados
para o engenheiro do que para o músico, o Sequencer 256 oferecia um método de operação
muito amigável ao músico. Ele veio dentro de uma caixa de madeira com um teclado de 5
oitavas e se parece mais com um sintetizador do que com um sequenciador independente.
Uma sequência é criada simplesmente tocando notas no teclado - exatamente como ainda
fazemos hoje com sequenciadores baseados em MIDI. Até 256 "eventos" podem ser
armazenados. Em seguida, reproduzirá a sequência armazenada com o mesmo tempo, nota e
duração da nota originalmente executada. Até a velocidade pode ser armazenada, já que
armazena duas tensões por evento: uma para tom e outra para velocidade. É claro que essas
tensões de controle também podem ser aplicadas a outras áreas, como corte de filtro.

Ele também apresentava três camadas (também conhecidas como trilhas ou "overdubs") para
sequenciar vários instrumentos ao mesmo tempo ou vários parâmetros de um instrumento,
essencialmente overdub. Uma trilha gravada anteriormente pode ser reproduzida durante a
gravação da próxima trilha. Grave uma apresentação em uma faixa, faça overdub de alguns
movimentos de corte de filtro na segunda faixa e adicione uma parte de fundo de outro
instrumento na terceira, executando tudo em tempo real.A questão é: alguém realmente
precisa de um desses hoje? Claro que não. Mas esta é agora uma peça rara de tecnologia
vintage de 40 anos! Em uma era em que "digital" ainda não era uma palavra familiar e os
sintetizadores pareciam mais experimentos científicos do que instrumentos musicais, o Synthi
Sequencer 256 quebrou o molde. Tecnologia digital de última geração projetada para um
músico tocar.

Hoje um Teclado Yamaha E- 403 (por exemplo um bom com 25 trilhas em 5 Parametros de
Sequencer Digital) Supera em qualidade, facilidade e prática este analógico acima.!!
O problema é: Não existe músico ou mercado para músicas eletronicas deste tipo que incentive
qualquer artista a estudar.Somente por idealismo mesmo.

Pois realmente pouquíssimas pessoas já curtiam um som de Klaus Schulze ou Tangerine Dream
nos anos 70, se comparado ao Rock Progressivo de EL&P, Genesis ,Pink Floyd e Yes.

BRIAN ENO
Jamais poderia deixar de ser citado como um dos grandes gurus e
mentores de várias bandas ecléticas do rock, seja na área
progressiva, experimental ou eletrônica.
Este monstro nasceu no dia 15 de maio de 1948 em Woodbridge, na
Inglaterra. Seu verdadeiro, extenso e estranho nome é Brian
Peter George St. Jean le Baptiste de la Salle Eno.
Eno se lançou nos dois primeiros LPs do Roxy Music em 1972,
criando toda a atmosfera eletrônica e bizarra da banda. Com
incompatibilidades com outro mentor e líder, o vocalista Brian
Ferry, acabou deixando o grupo.
Um dos grandes lances de Eno foi se juntar ao gênio Robert Fripp
[King Crimson] e lançar dois LPs que são indicados somente aos
“cabeças abertas”. Em especial o disco No Pussyfooting de 1973.
Eno é especialista em tratamentos eletrônicos, loops de
sintetizadores e gravadores de rolo. Também é mestre em realizar
atmosferas densas e viajantes. Além disso, Eno deu a idéia a
Fripp da criação de sua máquina sintetizada para guitarras
denominada de Frippertronics. Fez, inclusive, tratamentos em
instrumentos acústicos e sinfônicos, lançando em sua discografia
básica [vide no final da matéria] mais de uma dezena de
trabalhos fantásticos aos apreciadores de eletrônico, ambient e
avant garde music.
Trabalhou com Peter Gabriel dando sugestões na bela música
setentista do Genesis; com Pete Sinfield [letrista do King
Crimson]; David Bowie; David Byrne [Talking Heads]; James e U2;
além do grande projeto eletrônico Cluster & Eno [N.R.: Cluster
era um duo formado pelos alemães Moebius e Roedelius] onde
lançou vários LPs pela gravadora Sky Music.
Foi um dos pioneiros no que ficou conhecido hoje como world
music com o fenomenal disco My Life In The Bush Of Ghosts de
1981, onde Eno faz – com David Byrne – todo um trabalho de
guitarras e percussões atmosféricas montado em samplers gravados
na Arábia Saudita e África.
Brian Eno, assim como Edgar Froese, Klaus Schulze, Chris Franke,
Kitaro, Vangelis, Larry Fast, entre outros, é referencial
obrigatório no rock lisérgico experimental, espacial e
eletrônico. Segue abaixo algumas recomendações de discos do
mestre:

Here Comes The Warm Jets [73]


Taking Tiger Mountain [74]
Another Green World [75]
Discreet Music [75]
Evening Star [com Robert Fripp/75]
Cluster & Eno [77]
Before& After Science [77]
Music For Films [78]
After The Heat [78]
Ambient #1 / Music for Airports [78]
Ambient #2 / The Plateaux Of Mirror [com Harold Budd/80]
Ambient #4 / On Land [82]

FRANK ZAPPA

O Universo Zappa é mega,é bizarro e metafísico. É sui-generis,


absurdo, e ao mesmo tempo criativo, sensacional e insólito. Um
dos maiores músicos do século passado e do jazz-rock fusion dos
anos 60 e 70. Experimentalismo à flor da pele, sarcasmo ao
extremo e muita, muita técnica musical e obras complexas,
variando desde o blues ao jazz, do rock à opereta, do eletrônico
ao concretismo e do tonal ao dodecafonismo.
Frank Vincent Zappa Jr. nasceu em Baltimore, Maryland, em 21
de dezembro de 1940.
Zappa desde cedo foi fã do eclético, dos oprimidos e
marginalizados gênios do sistema artístico. Ele admirava e
incorporava a música avantgarde de Varèse, cita
Panderevsky(música erudita de vanguarda) bem como o rhythm blues
dos negros, entre eles Guitar Slim e Johnny Guitar Watson.
Zappa dizia: “Tanto faz eu ir a uma opereta ou a um concerto de
Strawinsky ou Varèse, ou a um show de blues ou maluquices como
The Jewels ou Spike Jones. Se falassem: Nossa, esses caras fazem
a pior música do mundo, aí com certeza eu ia mesmo ao show!”.
Antes de seguir carreira solo, Zappa passou por grupos como The
Blackouts, The Soots, Captain Beefheart e The Soul Of Giants,
que acabou virando o famoso The Mothers Of Invention.
Seu primeiro disco, Freak Out, de 1966 – lançado bem antes do
Woodstock – já mostrava a inovação e loucura que seria
característica de Zappa. Aliás, aqui estaria a fórmula básica da
fusion-jazz-rock-avantgarde da qual muitas bandas lançariam mão
como o Soft Machine, Gong, Caravan, Miles Davis, Mahavishnu
Orchestra, Larry Coryell e, posteriormente, o kraut rock alemão,
além de outros inúmeros músicos que também foram direta ou
indiretamente influenciados pela sua genialidade.
Em minha opinião de fã e músico [tive quase todos os LPs dele],
a obra de Zappa possui uma homogeneidade, ao contrário do que
afirmam alguns. Pode-se ouvir de longe quando a música é dele.
Sua guitarra e vozeirão barítono característico, misturado com
vocais bizarros e satíricos, são sua marca registrada. Aquele
visual meio grude-punk-desleixado é a bandeira e capa da maior
parte de seus discos. De fato, um guitarrista de mão cheia. Um
grande compositor para big bands como, por exemplo, nos discos
The Grand Wazoo ou Hot Rats.
Zappa sempre convidou uma pá de músicos virtuoses e versáteis,
não dispensando a comicidade e agressão verbal ao sistema.
Indico aqui em parte, logo abaixo, os discos que tem uma
tendência mais progressiva aos apreciadores do gênero que não
conhecem a obra deste maluco:

Over-Nite Sensation [1973 – com Jean Luc-Ponty no violino]


Waka/Jawaka [1972]
Apostrophe [1974]
One Size Fits All [1975 – com Chester Thompson na bateria]
Sleep Dirt [1979 – com Terry Bozzio na batera]
Sheik Yerbouti [1979]
Tinsel Town Rebellion [ HYPERLINK
"http://pt.wikipedia.org/wiki/1981" \o "1981" 1981 ]
Shut Up 'N' Play Yer Guitar [ HYPERLINK
"http://pt.wikipedia.org/wiki/1981" \o "1981" 1981 – obra-
prima tripla em vinil e lisérgica para guitarristas]

Outros grandes discos, que já são mais na linha fusion:

Absolutely Free [1967]


Uncle Meat [1969]
Hot Rats [1969]
Chunga’s Revenge [1970]
200 Motels [1971]
The Grand Wazoo [1972]
Ship Arriving Too Late To Save A Drowning Witch [1982]
The Man From Utopia [1983]
Baby Snakes [1983]
London Symphony Orchestra Vol.1 [1983]
Boulez Conducts Zappa: The Perfect Stranger [ HYPERLINK
"http://pt.wikipedia.org/wiki/1984" \o "1984" 1984 ]
Guitar [1988]
Make A Jazz Noise Here [1991]
Playground Psychotics [1992]
The Yellow Shark [1993]
Civilization, Phaze III [1994]
The Lost Episodes [1996]
Läther [1996]
Son Of Cheep Thrills [1998]

Ouçam ainda os primeiros com o The Mothers Of Invention que


contam com muita psicodelia ácida.
Zappa adquiriu um câncer de próstata que lhe foi fatal. No dia 4
de dezembro de 1993 faleceu, após inútil tentativa de
tratamentos químicos. Uma lembrança de uma das maiores odisséias
que já existiu no rock.

PINK FLOYD
Eclipse

EU sei como muitos que dizem que ouvem Pink Floyd só conhecem
as músicas (não o disco todo!!!)The Wall ou Money.Ou ainda Wish
you were here.De resto, a monstruosa e underground obra musical
do grupo nunca nem se aproximaram !
Discos como Ummagumma, Atom Heart Mother (*), Meedle e Obscured
by Clouds são peças de música de vanguarda.Não são para qualquer
um ouvir.Requerem uma iniciação.
Difícil é você ver o inicio do Floyd num clip como Arnold Lane (
infantil e idiota) que na realidade não reflete o
experimentalismo psíquico que eles faziam “ao vivo em 1966 (veja
filme “A Technicolor Dream) e posteriormente Live at Pompeil,
que é o top da fase lisérgica experimental.
Pink Floyd não é música para massas ou para qualquer ouvido.!!

Entre 1967 e 1968 surgiria – patrocinado pelos estúdios Abbey


Road [Beatles] – mais um fenômeno do rock que seria – talvez – a
maior odisséia que este estilo já presenciou nas praias do
experimentalismo, numa era psicodélica e metafísica: o Pink
Floyd, banda do falecido guitarrista, mentor e letrista Syd
Barret, que agora [espero] está vagando pelas galáxias com seu
espírito no grande Sonho Cósmico das existências.
O título desta matéria tem como autor Roger Waters [mentor,
vocalista e baixista do Pink Floyd]. Após a loucura e saída de
Sid Barret [R.I.P.], Waters assumiu a maior parte das
composições e letras da banda. E numa entrevista da época, disse
a um repórter: “Só os loucos podem ver o lado oculto da Lua”.
Esta frase foi como um koan zen [pequena frase que é colocada
para um monge refletir e alcançar a iluminação] !

Com o primeiro álbum, The Piper At The Gates Of Dawn [inspirado


no livro favorito de Barret, The Wind In The Willows, de Kenneth
Graeme] o grupo se lançou dentro do conturbado e criativo
cenário musical da época pré-Woodstock e no fim da era Beatles
que, inclusive, estava gravando o Sgt. Peppers no mesmo estúdio.
De vez em quando, Lennon e McCartney se deslocavam até a sala
onde o Floyd estava registrando a obra para curtir um som e
fumar um baseado juntos.
The Piper At The Gates Of Dawn foi um marco da psicodelia
mundial e seguiu-se após ele o não menos belo A Saucerful Of
Secrets, uma apoteose com climas sombrios e egípcios como bem
representado na maravilhosa música de Roger Waters, “Set The
Controls For The Heart Of The Sun”.
O Floyd já se destacava pelo som mais viajante e espacial, o que
chamou a atenção da área cinematográfica para trilhas sonoras
como nos dois lindos discos da banda: More e Obscured By Clouds.
Mas a vida tem seus custos. Barret começou a pirar por causa das
drogas e foi retirado do palco chapado, pra nunca mais voltar à
banda. Para o seu lugar, foi recrutado o grande guitarrista e
vocalista David Gilmour e a partir de então se teve início a
maior viagem do progressivo, com Roger Waters assumindo
praticamente a direção do grupo e criando as maiores e mais
destacadas composições. Nesta época o Floyd foi nomeado pela
crítica como uma banda de acid rock pela lisergia e chapadice de
seus membros [que realmente viviam ligadões no LSD e cogumelos].
Foram para Pompéia [Itália] em meio aos vulcões para fazer o que
jamais seria visto novamente na história do rock: gravar o LP
Live At Pompeil, de onde surgiram dois dos melhores e mais
famosos álbuns do grupo: Dark Side Of The Moon e Meddle [este
gravado em 1971], com sua honorável marca registrada viajante,
consagrada e sacramentada na derradeira faixa “Echoes”, de 24
minutos. Aliás, “Echoes” é o centro do vídeo relançado
recentemente como Live at Pompeil II [edição do diretor] e
assistindo-o atentamente, vê-se Waters rabiscando no mini-moog
trechos essenciais do Dark Side Of The Moon.
Em PINK FLOYD-DOGS 1977...Genialidade absoluta..Neste período,
Rick Wright já estava de saída por brigar com o mentor Roger
Waters.De certo Waters é o Mestre Supremo com 90% das criações
das músicas, arranjos, letras e vocais.
(*) Roger Waters ,independente de gostarem ou não, é um músico
muito avançado para sua época, começando já com o disco solo
"Music from the Body" com o arranjador minimalista Ron Geesin
que praticamente compos em conjunto a suite lado "A" de Atom
Heart Mother(minimalismo absoluto com um Coral de Música Serial
de arrepiar)
A escola de Música Eletronica, Minimalista e Experimental deu a
luz a fantástica segunda parte ( a partir dos 8 minutos) da
faixa DOGS do LP "Animals" Composta por Waters, na qual ele dá
um "loop" incrível num latido distante de um cão, que fica de
fundo misticamente a maior parte do tempo,e Wright cria a
atmosfera profunda, escura, longínqua de um filme
sobrenatural.Na Escola de música Concreta , a gravação de sons
estranhos, bizarros, depois tratados, fazem parte do contexto
musical.Idem com as escolas de
Shaeffer/Stockhausen/Varèse/etc...Não havia nada assim no rock
nesta época.A música do Pink Floyd se distancia em muito(como o
Tangerine Dream,Eno e Schulze) do tradicional rock tres acordes.

ÓRGÂO HAMMOND (U.S.A.)


Em meados de 1933, o norte-americano Laurens Hammond criou o
maior e talvez o mais utilizado instrumento do rock após a
guitarra: o órgão Hammond.
Assim como toda nova invenção, o instrumento sofreu com as
intervenções da Igreja. O Hammond foi duramente perseguido pelos
psicóticos religiosos com a alegação de que havia sido criado um
“monstro do sexo”, isso só pelo fato da palavra “órgão” também
ter associação ao sexo. Depois que a poeira baixou, o
instrumento iria incorporar todas as igrejinhas do Tio Sam,
sendo usado para os hinos e performances musicais
evangélicas(Soul Music)
Mas a origem do órgão remonta à Roma (Século III A.C.) onde há
uma forma rudimentar deste instrumento na Corte de Cestésbio I.
J. S. Bach, o famoso músico alemão, também inovou a tecladeira
criando um órgão de dois teclados e pedaleira. Além do mais,
todos os instrumentos de teclados tocados até o período Barroco
(século XVIII) eram dedilhados somente com oito dedos (não se
usava o polegar), sendo inovação também de Bach a utilização dos
polegares na música. E pouca gente sabe disso.
Voltando ao Hammond Organ (como é classificado em todas as
fichas técnicas do rock mundial) fica difícil estipular quem foi
o pioneiro do rock com o instrumento. Assim, vou procurar
apontar os melhores e mais conhecidos instrumentistas que
fizeram deste instrumento uma “Ode aos Deuses”. Obviamente que
ficarei no terreno do rock, pois há utilização deste instrumento
em larga escala no jazz e também no blues.
Em minha opinião, o Hammond começou a ficar famoso nos anos 60,
mais precisamente em 1965. Nesta época, os Beatles (tinha que
ser) estavam compondo uma nova música, mais versátil e pomposa.
Como somente Paul e John rabiscavam alguma coisa no piano,
convocaram o tecladista negro Billy Preston para todas as
performances no monstro Hammond. Basta ouvir, a partir do álbum
branco, as primeiras colocações musicais deste instrumento.
Mas a partir deste ano, o rock ficaria muito mais pomposo e
estilizado com a inserção de novos gêneros musicais (clássico,
oriental e jazz). Todas as novas bandas estavam no apogeu
experimentando, criando e pesquisando. Aparecem em cena então
três tecladistas que revolucionaram o uso do instrumento:

• VINCENT CRANE, que criaria o famoso e macabro Atomic Rooster


junto ao baterista Carl Palmer (que fundaria, posteriormente, o
ELP)(R.I.P.)

• KEITH EMERSON, que utiliza este instrumento ao extremo no The


Nice (depois também seria sócio fundador do futuro ELP);

• JON LORD, o mago do Hammond, que no disco de estréia do


Purple, nos anos 60, já saía detonando todas as teclas;

Ao lado destas três feras, estariam ainda utilizando amplamente


o instrumento:

• GARY BROOKER (R.I.P) e MATTHEW FISHER (Procol Harum): A música


que consagraria o Hammond nas paradas de sucesso mundial era a
linda “A Whiter Shade Of Pale” (1967);

• HUGH BANTON (Van Der Graaf Generator): Banton usaria seu largo
potencial no primeiro (entre outros) disco da banda chamado
Aerosol Grey Machine (68);

• TONY KAYE (Yes): Ele colocou a sonzeira do Hammond em todos os


três primeiros discos do grupo (Yes, 1969; Time And A Word, 1970
e o melhor, The Yes Album, 1971);

• MIKE PINDER (Moody Blues): Apesar do primeiro disco (de 1966)


já contar com uma certa inovação, a porrada viria com Days Of
Future Passed (67), In Search Of The Lost Chord (68), On The
Threshold Of A Dream (69) e o mais belo, Every Good Boy Deserves
A Favour (71);
• ANTHONY BANKS (Genesis): Banks faria obras-primas com este
instrumento a partir de 1970 com o álbum Tresspass.

Se deixei de citar algumas feras, não foi por maldade. O


interesse aqui é colocar em pauta somente um referencial para
que vocês tenham idéia da total revolução que houve no rock com
a introdução dos instrumentos de teclados. Aliás, na realidade,
o trio sagrado dos teclados no rock foi precisamente o órgão
Hammond, o sintetizador Moog e o Mellotron. Outros músicos
conhecidos e virtuosos que também utilizaram, e ainda utilizam(
exceto os que já faleceram nestes últimos anos com s sigla
R.I.P.), o órgão hammond:

. KEITH EMERSON (The Nice & E,L and P)R.I.P.


. JON LORD (Deep Purple)R.I.P.
• KEN HENSLEY (Uriah Heep);R.I.P.
• JURGEN FRITZ (Triumvirat);
• RICK WAKEMAN (Yes);
• PATRICK MORAZ (Yes, Moody Blues, Refugee);
• PETER SEILER (Tritonus)
• JOE VESCONI (The Trip);R.I.P.
• DAVE GREENSLADE (Greenslade);
• JOHN EVAN e DAVID PALMER (Jethro Tull);
• ED JOBSON (Zappa, Jethro Tull);
• WERNER NADOLNY (Jane )
* ARNALDO BAPTISTA (Mutantes)Brasil
* AMYR CANTUSIO JR ( Alpha III Project)Brasil
* FLAVIO VENTURINI (O Terço e 14 Bis)Brasil
* RONALDO RODRIGUES(Caravela Escarlate) Brasil
* ELOY FRITSCH ( Apocalypse) Brasil
* JOSE D'ELBOUX (Tau Ceti) Brasil

Rock Progressivo – A música erudita do século XX


O rock progressivo atravessou as fronteiras e barreiras entre os
mundos da música, da mente e da alma. Foi buscar nas raízes da
antiguidade seu tempero. Inspirações diretas na música clássica,
barroca, medieval e ancestral.Importante ressaltar que os
"teclados" são os grandes heróis e instrumentos principais deste
estilo,devido a complexidade dos arranjos e
orquestrações(órgão/piano e sintetizadores).E a música
dita"Erudita" atualmente tem a conotação de "música
científica"devido justamente à sua complexa formação técnica e
pesquisa.
A fusão justa com estilos como ragas hindus, jazz, folk e blues,
aliados à técnica erudita ,com grandes faixas longas e
experimentais, são a pedida psicodélica neste estilo que se
inicia em meados de 1966.
Muitos me perguntam - como surgiu o estilo progressivo? Ou, quem
foi o primeiro?
Mas não existe o primeiro. O rock progressivo é fruto de uma
evolução e de pesquisa musical, pós-desenvolvimento da música
eletrônica e do jazz. No entanto, os primeiros vestígios da
mescla e da evolução do estilo nós vamos encontrar com os
Beatles principalmente,dentro do rock.Mais exatamente a partir
de 1966.
Obviamente, nos ano 60 já tínhamos vários artistas arrebentando,
como Frank Zappa e a psicodelia do Pink Floyd, por exemplo. Mas
só foi no final desta década que a metafísica surgiu na música.
Faziam parte o existencialismo e as constantes perguntas pelos
mundos além-Terra, do Espaço Cósmico e da vida pós-morte.De
certo que aqui cito a inserção de temas variantes da literatura
de Ficção e Filosofia Oriental.Grandes letras, elaboradas,
permeadas de existencialismo,seja revolucionário ou onírico.
E foi por volta de 1968 que eclodiram inúmeras bandas de uma só
vez, como Jethro Tull, Genesis, Yes, Pink Floyd, Led Zeppelin,
The Nice (do tecladista Keith Emerson) Van Der Graaf Generator,
Moody Blues, Procol Harum e o último grandioso álbum dos
Beatles: Abbey Road. Foi uma explosão de sentimentos na cabeça
das pessoas. Movimentos hippies e revolucionários se alastravam
pelos quatro cantos do planeta. Foi a época de grandes festivais
e concertos. Woodstock,Monterey e Ilha de Wight.
Surgia um vasto oceano de bandas que criariam tudo que podia ser
criado em matéria de som: Grateful Dead; King Crimsom; Gentle
Giant; ; Tangerine Dream; Aphrodite Child (do tecladista
Vangelis); E, L & P; Electric Light Orchestra, etc...além do
fenomenal movimento experimental alemão denominado Kraut Rock.
Na Europa a cena pegava fogo. Muitos pensam que a cena inglesa
foi a principal produtora de obras-primas musicais progressivas.
Mas não foi. Bandas como Premiata Forneria Marconi (conhecida
como PFM); Le Orme; Banco; Museo Rosembach; The Trip; Loccanda
delle Fate e Maxophone fazem o berço italiano ser um dos mais
apreciados até hoje no gênero.
Na Alemanha, Grobschnitt; Gila; Novalis; Anyone’s Daughter;
Electra; Eloy; Cornucópia; Stern Combo Meissen ,Can e Embryo
faziam suas apresentações teatrais. Na França surgiam Gong;
Ange; Atoll; Edhels; Monalisa; Shylock,etc...
No Brasil bandas maravilhosas como Moto Perpétuo(Guilherme
Arantes),Terreno Baldio, Casa das Máquinas,O Terço, Mutantes
,Módulo 1000,etc....fizeram a cabeça da turma no nosso país nos
anos 70.Nos anos 80 surgiram Quantum, Tau Ceti, Alpha III,
Bacamarte,Loch Ness,Fernando Pacheco, Sagrado Coração da
Terra,Quaterna Requiem, Wejah,Apocalypse,Marco Antonio
Araújo,Dialect,etc...
Lembrando que o Rock Progressivo também flerta com a música
erudita contemporânea como a minimalista(Steve Reich e Philip
Glass) e a Serial
Dodecafônica (Arnold Schoemberg),além da eletronica e concreta
de Stockhausen Varèse e Pierre Schaeffer.
Tudo fluiu como uma grande corrente esotérica, como no período
barroco, renascentista ou clássico, dando luz á grandes músicos
e respectivas obras.
Um dos mais metafísicos e vanguardistas grupos desta era foi o
Genesis( Inglaterra).A fusão com temas apocalípticos, filosofia
grega, temas surrealistas, fábulas e contos de Lewis Carol, mais
a fabulosa arte cênica de Peter Gabriel, com sua voz e
criatividade, tornaram esta uma banda inimitável.
Também o Yes com Rick Wakeman e o fantástico Power Trio
Emerson,Lake & Palmer(estes colocariam temas eruditos clássicos
em grande quantidade na sua música pomposa e experimental, onde
os teclados e synths somados a técnica jazzística destroçariam
ouvidos e cérebros nos 70!)
Hoje, o movimento persiste no Neo e no Progressive Metal com
muita garra e intensidade. Vide Dream Theater, Fates Warning,
Enchant, Marillion, Pallas, etc. Eu comparo o período de 1968-
1978 do Rock , com os grandes ciclos do Barroco, Renascença e
Classico na Europa.
Grandes obras ,extremamente complexas e intrincadas,coisas de
arrepiar ,foram construídas e elaboradas nesta década bizarra e
espiritualista.
A grande deixa no progressivo são a obras literárias e nomes de
filósofos(muitas bandas underground deste estilo tem nomes de
grandes filósofos) inserida na música quase erudita misturada ao
rock e a psicodelia.Creio que Aldous Huxley, Edgar Alan Poe,
H.P.Lovecraft, Carlos Castañeda, John Milton e Dante Alighièri
foram muito citados nas obras, além da grande influência da
filosofia indiana com bandas mergulhadas em livros como Vedas ou
o Movimento Hare Krishna,entre outros.O ocultismo de Madame
Blavatsky e de Aleister Crowley idem.
Pra finalizar ,apesar de grandes momentos, o progressivo foi
praticamente combatido e quase eliminado da história da música e
do próprio Rock, por preconceito, ignorância e falta total de
visão interior, por muitos críticos acéfalos e pessoas mal
informadas, com pouca alma.
Hoje no calor do Revival dos LPS muita coisa tem vindo a tona.E
com a própria industria do CD nos anos 90 ,várias coisas saíram
da obscuridade.Mas o Rock Progressivo não é para muitas ou
qualquer cabeça.Ele, assim como a música erudita, exige um
certo compromisso do ouvinte, seja na área intelectual ou
espiritual.Não é um rock simples com três acordes.
Aqui no final da matéria , cito trabalhos imperdíveis para quem
quiser adentrar mais nesta selva atmosférica de preciosidades
auditivas.Óbviamente muito vasta e quase infinita.Somente uma
Iniciação!

GENESIS: Foxtrot ( U.K.)


YES:Tales from Topographic Oceans (U.K.)
VAN DER GRAAF GENERATOR: Pawn Hearts (U.K.)
KING CRIMSON: Larks tongues in Aspic (U.K.)
PINK FLOYD( Meddle (U.K.)
EMERSON,LAKE & PALMER -Pictures at an Exhibition –(U.K.)
P.F.M.- Photos of Ghosts( Itália)
LE ORME- Felona & Sorona( Itália)
MUSEO ROSENBACH :Museo Rosenbach (Itália)
ANGE-Le Cimetière des Arlequins (França)
GONG – Angels Egg (França)
MAGMA( Köhntarkösz ) França
APHRODITE CHILD- 666 ( Grécia)
AMON DÜÜL II-Dance of the Lemmings (Alemanha)
GROBSCHNITT- Rock Pommel’s Land (Alemanha)
NOVALIS-Sommerabend (Alemanha)
ELOY-Planets( Alemanha)
GENTLE GIANT- Three Friends( U.K.)
TANGERINE DREAM – Cyclone (Alemanha)
CRUCIS- Los Delirios Del Mariscal ( Argentina)
CASA DAS MÁQUINAS- Lar de Maravilhas ( Brasil)
JON LORD- Sarabandes
JEAN MICHEL JARRE-Oxygene
VANGELIS-Heaven and Hell
TANGERINE DREAM -Firestarter
KLAUS SCHULZE-Cyborg
BRIAN ENO-My Life with the Bush Ghosts
MICHAEL QUATRO- In Collaboration with the Gods
RICK WAKEMAN-Six Wives of HEnry VIII
TRACE-Birds
FOCUS-Hamburg Concerto
MANFRED MANN'S EARTH BAND- Roaring Silence
THE ALAN PARSONS PROJECT- Pyramid
PINK FLOYD-Atom Earth Mother
DEEP PURPLE-In Concert with the London Symphony Orchestra
THE NICE-Ars Longa Vita Brevis( Orchestra)
NEW TROLLS-Ut
THE TRIP-Caronte
MUSEO ROSENBACH-Zarathustra
CAMEL- A Live Record
GENESIS-Selling England by the Pound
YES-Tales from Topographic Oceans
JETHRO TULL- Thick as a Brick
MIKE OLDFIELD-Exposed Live

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