Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Do Inferno ao Paraíso
Diagramação: M.M.Reis
1ª Edição
Brasil, 2020
Plágio é crime!
***
No andar subterrâneo fica as gaiolas das pets, seus quartos, com todo
conforto possível. Odeio sujeira e mulher malcuidada para mim é a morte.
Cada uma tem um kit imenso de beleza, e exijo que se depilem, mantenham
sempre as unhas pintadas e cabelos limpos e cheirosos. Odeio quem não se
cuida, gosto de trepar com mulheres cheirosas e com a boceta lisa.
Elas jamais saem de suas gaiolas que ficam em um imenso corredor
com uma luz bem fraca iluminando. Monitoro tudo de minhas salas. Assim
como a alimentação, que é levada somente uma vez ao dia.
Na parte da manhã, a Nana e os trigêmeos levam as três refeições de
uma vez, as pets guardam no frigobar que têm no quarto. Trato todas com
igualdade, o que dou a uma, dou a todas.
Tudo que precisam para se manterem saudáveis, eu providencio.
Gosto de me ver como um homem justo, penso com crueldade.
A única obrigação que elas têm é me obedecer e me servir quando
quero.
Odeio conversas e as proibi de falarem qualquer coisa comigo.
Escolho a que vou foder, trepo e vou embora.
Sei que sou louco, obsessivo, bipolar, controlador, maligno,
assassino, sequestrador e mais dezenas de defeitos. Foda-se, estou muito
bem com isso. Minha terra, minhas leis.
Muitos pensam de maneira equivocada, que, por termos atitudes
incomuns perante as normas criadas pela sociedade, significa que tivemos
uma infância horrível, de abuso, trauma ou seja lá a porra que for.
Estou aqui para dizer que é mentira. Tive pais maravilhosos e uma
infância cheia de amor por parte deles. Mas minha essência é doente e
perversa. Assumo isso sem pudor ou vergonha. Já me aceitei como um
homem diferente dos demais.
Tenho prazer em causar dor e terror nas pessoas. Quando pequeno,
amava prender os bichinhos e arrancar as pernas, asas ou matá-los
lentamente.
Devo ter alguma coisa que ainda me torna humano, pois me nego a
estuprar, bater e matar, só mato em caso de necessidade absoluta. Mas, ao
mesmo tempo, penso que sou trevas puras, porque não o faço, mas mando e
pago para fazerem sem titubear ou sentir remorsos. Sou doente, talvez um
psicopata, não sei... mas também não me interessa.
Quando meus pais morreram, vendi toda a fortuna que deixaram para
mim, e investi tudo. Sempre quis fazer o que faço hoje, ansiava por esse
domínio e poder. Deixei somente o prédio onde funciona o cerne que nos fez
ricos e influentes. Meu pai e minha mãe eram excelentes decoradores e
muito requisitados. Isso herdei deles e amo demais transformar sonhos em
realidade. Faço os projetos com prazer e gosto.
Resolvi vender tudo e preservar somente o prédio onde meus pais
passaram muito tempo de suas vidas. Meu tributo a eles. Depois que
faleceram resolvi aderir a este estilo de vida, quando fiz um projeto para um
sheik. Fiquei de pau duro quando me disse que tinha várias mulheres a sua
disposição e quis criar isso para mim.
Minha ânsia em dominar é doentia, e não sentia e nem sinto prazer
nenhum em viver a vida comum de um CEO. Morar em um lugar
inacessível, e ter minhas pets – ou bichinhas de estimação – foi um dos meus
mais loucos desejos realizados, e estou bem demais vivendo esse tipo de
vida que escolhi.
Vendi tudo e sumi do mapa. Nem em minha empresa vou. Fazemos
tudo por e-mail e teleconferências.
Agora estou em um quarto comendo a pet do dia com brutalidade e
tesão em saber que eu sou o dono absoluto de tudo aqui. Seu corpo marcado
pelo meu chicote me deixa mais duro e violento.
Ela está amarrada e toda marcada com minhas chicotadas, palmadas
e mordidas, seu corpo branquinho e macio está coberto de minha devassidão.
Meto com força e gemo ao gozar dentro da pet número 3, isso
mesmo, numero-as, porque, se eu der nomes, fica muito íntimo e podem se
apegar e não quero que pensem merda. Mulheres são pets sentimentais.
Proíbo-as de dizerem os nomes umas às outras, e de conversar, isolo-
as. Aqui é meu reino e somente eu falo. Só falam quando permito. Sou
extremamente ditador e louco por controle.
Assim funciona bem demais para mim. Minha necessidade de
controle é mais forte do que eu. Aceitei isso faz muito tempo.
Termino e saio de cima dela com brusquidão, tenho verdadeiro asco
quando acaba o tesão e essa máscara do caralho me incomoda e muito. Sim,
uso máscara, as pets nunca me viram.
Deixo-a na cama amarrada, amordaçada e bem fodida. Quando saio,
os trigêmeos, que sempre me acompanham, entram para desamarrar a
mulher. Eles têm licença somente para desamarrá-la e saírem, sem a
molestarem. Essa porra de máscara é um tormento, mas me nego a deixar
qualquer uma delas me ver. Fica mais seguro sabendo que não me veem e
não sabem meu nome.
Somente os trigêmeos já viram meu rosto, mas temos um contrato
rigorosíssimo em relação a minha identidade. Eles sabem que, além do
contrato, se me traírem, acho eles até no inferno. Já peguei um traidor e eu
mesmo cuidei dele. Fiz questão de que os trigêmeos atuais vissem o que fiz.
A primeira coisa que fiz ao trazerem o traidor, ex-trigêmeo número 1, foi
quebrar seus dentes com um martelo. Em seguida, cortei sua língua e deixei
que ficasse no porão sem comer, nu e sentado em uma cadeira amarrado. Ele
ficou dias nessa posição sem comer, e fazendo suas porcarias. Sua boca e
bunda infeccionou e o calhorda chorava dia e noite. Todos os dias
descíamos, para vermos o final do miserável, que tentou me ferrar.
Deixei-o lá, até que um dia chegamos e o encontramos morto e com
bichos, confesso que meu estômago deu um nó, odeio mal cheiro e sujeira.
Mandei os trigêmeos limparem e deixei bem claro para eles o fim de todos
que ousassem me traírem. E depois disso tem anos que a fidelidade deles me
satisfaz.
As pets não me conhecem, mulher fala demais e evito me expor. Por
esse motivo sempre uso máscaras quando vou foder uma delas, e saio o mais
rápido que posso. Não suporto a presença delas, uso-as somente para me
aliviar do estresse e cansaço. Sou totalmente antissocial.
Tomo banho e vou para as salas onde ficam os monitores. Dirijo-me
à sala que monitoro o clube noturno. Hoje a casa está cheia, sinal de muito
mais dinheiro entrando. Ninguém me conhece por lá, faço questão de
permanecer no anonimato sempre. Não sabemos o dia de amanhã. Com esse
sistema de monitoração de última geração, as imagens são tão nítidas que
parece que estamos no ambiente que estamos vendo através de um monitor.
Tenho um gerente que cuida de tudo para mim, mas o homem é um devasso,
cada dia come uma mulher diferente. E o que está me aborrecendo é que ele
faz isso em seu horário de trabalho. Estou de olho nele há quase um mês e,
sinceramente, ele me desperta um sentimento que não é bom.
Agora mesmo está comendo a nova funcionária, atrás de uma grande
pilastra que tem no clube.
O clube é todo decorado em estilo romano. Ouço a música clássica e
fecho meus olhos, extasiado. Projetei um sistema de som aqui, em que a
música é espalhada com suavidade pelo espaço todo, ficando um som bem
harmônico. Gosto de todos os estilos musicais, mas meus preferidos são os
clássicos e agora estou ouvindo uma playlist de Heitor Villa-Lobos[3],
magnífico. Minha loucura me faz deixar essa playlist tocar dia e noite sem
parar. Me alucina a maestria desse maestro, poeta e compositor.
Caminho e olho para a noite densa lá fora e ultimamente tenho
sentido falta de alguma coisa, um sentimento estranho esse... Nem minhas
pets e a vida que escolhi está me satisfazendo. Que porra está acontecendo
comigo? Balanço a cabeça com raiva e força.
Volto e me sento na cadeira de couro feita sob medida para mim, sou
um homem grande e me aconchego e fecho meus olhos desfrutando e
absorvendo com a alma cada nota musical. A genialidade desse homem me
fascina. Ele conseguiu tornar-se imortal mesmo depois de morto. Gênios não
morrem, eternizam-se nas obras e legados deixados.
Abro meus olhos e vejo meu gerente, trepando com outra mulher.
Tremo de ira desse maldito, pago o safado para trabalhar e não trepar. Desço
pelo elevador, que dá acesso ao primeiro andar, vou para o meu escritório.
Chamo meus seguranças pelo ramal que temos aqui no casarão.
Em tempo recorde, eles entram em minha sala e falo com sangue nos
olhos, pensando no miserável do gerente que estou pagando para trepar.
— Quero esse homem aqui amanhã cedo, sem falta. Antes averiguem
sua ficha, quero tudo sobre ele essa noite.
Eles me olham com olhos frios e mortos e apenas confirmam que
sim.
Sabem que só devem falar quando autorizo.
— Me respondam, vocês conhecem esse homem?
Um dá um passo respeitoso em minha direção.
— Sim, senhor, nós o conhecemos, e ele não é confiável — responde
me olhando sem piscar, mas vejo medo em seus olhos.
Levanto-me da mesa e ando com calma até ele, e pego esse maldito
pelo colarinho com rapidez.
— Não é confiável e agora que me fala? — Sacudo o infeliz sem
piedade. Vejo que está suando frio e pálido. O solto com força e caminho
rápido para uma mesa e abro a gaveta, pego minha pistola Glock automática
e aponto para o covarde.
Vejo os três pálidos e trêmulos, não vou matar o infeliz, somente dar
um susto por tanta ineficiência.
Miro sua testa e vejo o suor descer e se perder entre seu terno.
Desço a pistola rápido e atiro em sua perna, gosto de atirar em
pernas. Machuca sem matar. Ele se curva e sinto um prazer mórbido vendo-o
ferido e sangrando.
Sorrio e olho para os dois, que estão olhando a cena, petrificados.
— Levem ele daqui e venham limpar essa porra! E aprendam:
comigo não tem esquecimento e nem falhas!
Eles correm, pegam o infeliz e o levam rapidamente e, em pouco
tempo, um deles vem para limpar como mandei.
Sorrio de lado e me encosto na parede girando a arma em meu dedo
sem deixar de olhar em seus olhos nem por um segundo. Em um relance
vejo que me olha com ira. Mas, quando volto a encará-lo, ele abaixa a
cabeça e limpa o chão com mãos trêmulas e, quando tudo está limpo e
brilhante, me olha e faço sinal para que saia. Sinto um prazer miserável em
ver o medo estampado em sua fisionomia. Subo e vou para a sala das pets
para monitorá-las, enquanto aguardo a ficha do incompetente de meu
funcionário.
Estou na sala lendo os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões[4], recostado
no sofá enquanto aguardo os trigêmeos com a ficha do safado de meu
gerente.
Estou entretido no mundo da leitura quando ouço me chamarem.
— Senhor... — Levanto minha cabeça e vejo um envelope nas mãos
de um deles.
— Tem tudo aqui? — Estendo minha mão e pego o grande envelope
pardo.
Ele me entrega e os dispenso com um gesto de cabeça, já abrindo o
envelope.
Começo a ler e minhas mãos começam a tremer de ira.
O desgraçado não só trepa o horário inteiro de trabalho, como está
me roubando, desviando dinheiro.
Como nunca percebi isso antes? Subo rapidamente e abro as pastas
onde tenho tudo e vejo que ele começou o desvio de dinheiro há pouco
tempo. Por isso, ainda não havia percebido.
Olho e vejo que é uma quantidade considerável, para os padrões dele,
pois isso, para mim, não significa nada diante de minha fortuna.
Dou um murro na mesa, sentindo sede de sangue, amanhã mato esse
desgraçado. Ninguém rouba ou faz Santiago Reis de trouxa.
Levanto-me completamente estressado, pego a máscara e desço
rapidamente para o subterrâneo e entro na gaiola 5.
A pet já estava dormindo. Puxo o cobertor e vejo seu corpo branco e
pronto para eu desenhar nele com meu chicote.
— Levante-se e tire a roupa! — ordeno com voz grossa de ira e
desejo. Meu pau já está queimando para comer meu bichinho de estimação.
Elas já estão treinadas e sabem que odeio esperar, então já tiram logo
a roupa e ficam de quatro.
Essa já está de quatro, me esperando enquanto coloco a camisinha,
jamais trepo sem me proteger, só de pensar em um possível filho me
enlouquece. Não quero nunca, jamais filhos. Outra regra, jamais beijar.
Íntimo demais.
Olho sua boceta seca, pego um lubrificante, que deixo a minha
disposição, e derramo em suas entradas. Espalho com a ponta de meu pau e
meto com força, até as bolas.
Gemo alto e entro em modo britadeira. Quando gozo, ainda continuo
duro e entro no buraco de trás com grosseria, ouço seu gemido, mas foda-se
se me importo. Continuo metendo até gozar.
Levanto-me mais calmo, abro a porta, tranco e vou embora. Simples
assim, sem palavras, carinho... nada! Não sinto nada por ninguém. Nunca
senti.
Olho para o corredor longo e vejo que tem uma gaiola vazia. Falta a
pet número 7. Quando não tem nenhuma ocupando, eu mando deixar a porta
aberta, para eu providenciar uma nova o mais rápido possível. Gosto das
gaiolas ocupadas.
Amanhã, depois que resolver o problema com o ladrão e tarado de
meu gerente, resolvo essa pendência. Não gosto de deixar gaiolas vazias,
pois assim tenho que repetir uma das pets durante a semana. E aprecio uma
boceta diferente para cada dia. Sigo para o meu quarto, relaxado e pronto
para mais uma noite de sono.
Hoje, novamente meu namorado, ou não, desmarcou nosso
compromisso. Ele sempre alega que está trabalhando e confesso que já
banquei a detetive e, por incrível que parece, ele foi trabalhar mesmo.
Já me disseram que Augusto não é o que aparenta ser. Ele é um
homem bonito, educado e vive para o trabalho. Desmarca a maioria de
nossos compromissos, alegando que está trabalhando para podermos ter um
futuro melhor. Acho engraçada essa argumentação, porque nem namoramos
direito, o cara nunca tem tempo. Mas confesso que não ligo, tenho tantas
coisas para pensar e resolver.
Estou em meu último semestre na faculdade e falta menos de um mês
para me formar. E quero muito investir em minha carreira, como designer de
interiores. Amo de paixão transformar um lugar inóspito em um que reflete a
personalidade da pessoa. É mágico essa transformação. Amo todos os
estilos, mas o clássico está em meu coração, principalmente o estilo rococó,
com sua delicadeza em cada peça elaborada; se eu pudesse moraria em um
lugar assim, seria um sonho.
E já estou olhando uma loja para montar meu espaço para oferecer
meu serviço em sociedade com minha amiga e arquiteta Mônica.
Mas tudo ao seu tempo. Ainda sou uma universitária de 23 anos, que
precisa tingir o cabelo para poder participar de uma apresentação que será
analisada e avaliada por quase todos os nossos professores.
Isso nos garante uns pontinhos extras e farei esse sacrifício, embora
ame meus cabelos ruivos.
No salão de uma conhecida, já estão lavando meus longos cabelos,
agora loiros.
Sento-me em frente ao espelho e estranho essa nova mulher que me
encara com seus imensos olhos azuis e sardas na ponta do nariz. Sorrio e
vejo as minhas covinhas tão elogiadas.
Algum tempo depois, saio do salão me sentindo uma verdadeira
Barbie.
Como hoje é sábado e a apresentação é na segunda, posso fazer
compras de frutas que amo, e arrumar meu apartamento. O meu namorado
não vem hoje, para variar, vai trabalhar.
Sei que trabalha em uma casa noturna, mas nunca me chamou para ir
lá e não vou ser oferecida. Tem seis meses que estamos juntos, e ainda não
dormimos juntos. Minha virgindade será reservada para o cara que eu
verdadeiramente me apaixonar. E sinto que Augusto não é o cara, algo nele
me impede de ir mais fundo em nossa relação. Já cogitei várias vezes em
terminar com ele, mas está cômodo assim, quase não o vejo e, quando sou
assediada na faculdade, digo que tenho namorado. Assim meus colegas me
importunam menos.
Depois que a faxina está feita, está na hora de cuidar de mim. Tomo
um banho caprichado e faço a depilação que tenho o cuidado de fazer todo
final de semana. Odeio ficar peluda. Quando termino, seco meu cabelo e
visto meu pijaminha de bolinhas. Infantil, eu sei, mas adoro tudo que tem
florzinhas, coraçõezinhos e bolinhas. Deito e pego um romance hot – meus
preferidos –, e entro nesse fascinante mundo.
***
***
***
***
***
***
***
Meia hora depois estamos tomando nosso café e prontos para mais
um dia.
Acostumei-me a trabalhar com ela e, quando fico sozinho por algum
motivo, ressinto-me e perco a vontade de trabalhar. E saio à procura de
minha Violeta, assumo, sou um raptor obcecado com um amor doentio por
essa mulher.
Quero-a de todas as formas possíveis e sinto que estou conseguindo
quebrar as barreiras e muros que ela ergueu. Vejo confiança em cada gesto
dela perto de mim. Converso sempre com Nana e ela me orienta em tudo, e
faço exatamente como me orienta e tem dado certo.
Trabalhamos e assistimos filmes juntos, em seu quarto ou no meu.
Sua confiança em mim tem sido resgatada aos poucos. Quero construir essa
relação em rocha firme, quero que saiba que pode contar comigo sempre e
que jamais a machucarei novamente, fiz disso meu propósito de vida.
Agora já estamos prontos para o próximo passo.
Vou chamá-la para fazermos um piquenique e espero que aceite.
Tem uma lagoa perto do casarão, que leva uma meia hora para
chegarmos até ela. Sempre que posso vou lá para espairecer e nadar um
pouco, as águas são límpidas e cristalinas, cercada por flores de lótus. O
lugar é belíssimo. Marcelo e os trigêmeos mantêm sempre limpo e cuidado
porque gosto de vir aqui sempre que posso para me reabastecer de energias
positivas e reorganizar meus pensamentos. Nunca trouxe mulher nenhuma
aqui, pois considero esse lugar meu santuário, mas farei esse carinho a
Violeta Rosa e a apresentarei ao meu pequeno paraíso. Ela fez por merecer
esse pedaço meu que resguardo com tanto apreço. Falei para Nana que a
traria aqui e ela não acreditou. Mal sabe ela que daria o céu para Violeta
Rosa se eu pudesse.
***
***
***
***
Sou um dos trigêmeos, olho com ira para Santiago e lascívia para
Violeta, eles já perceberam que sou diferente dos outros e vocês também,
certo? Estou trabalhando para a porra desse homem porque sempre fui um
pobre miserável, nasci em uma favela cercada de pobreza e meus pais
morreram de overdose, quando eu era pequeno.
Vivia na casa de quem me dava comida e, quando se cansavam de
mim, enxotavam-me para a rua. Passei a viver permanentemente na rua. Até
aparecer a oportunidade de fazer um treinamento para vigias. Fiz e, a partir
do momento que concluí o curso, eu me vendia a quem pagava mais.
Descobri Santiago por acaso, um dos trigêmeos que faz parte de sua
guarda me conheceu no curso. Meses se passaram até ele vir com a proposta
de trabalhar com Santiago. Contou-me que o homem era um assassino e
sequestrador cruel, mas quando me falou o valor de vender minha alma para
esse homem que é um monstro, negociei sem pensar duas vezes. Nem que
trabalhasse a vida toda, ganharia o que vou ganhar nesse contrato de quinze
anos de fidelidade absoluta. Se alguém quebrar o contrato que faz com esse
demônio, é executado sem dó.
Foi o que aconteceu com um dos trigêmeos, ele queria sair dessa vida
e foi executado sem dó. Você só pode sair quando vence o contrato e ainda
se comprometer, assinando outro gigante, a jamais comentar o que viu, viveu
e escutou no casarão, onde mora no meio de uma floresta. Claro que aceitei e
estou aqui trabalhando para ele tem mais de cinco anos.
Só que estou cansado de ser olhado como um verme, um nada. Quem
essa porra de homem pensa que é? Deus? Essa revolta foi me consumindo
aos poucos, dia após dia. Vejo a vida de rei que ele leva, todos o temem e
amam ao mesmo tempo, tem dinheiro que não sabe a quantidade e mulheres
aos montes.
Esse lugar me pertence, resolvi isso quando vi que a mulher que
jurava que nunca ia se apaixonar por esse maldito, abriu as pernas para ele.
Ela tinha minha admiração e amor: Violeta Rosa.
Mas foi puta como todas as outras e merece morrer e sofrer como
farei com Santiago.
Armei tudo, quebrei as câmeras da cozinha, coloquei veneno nas
comidas das pets, com a ajuda dos outros dois parceiros.
Consegui puxar eles para meu lado, envenenei suas cabeças e enchi
de promessas vazias. E o resultado era satisfatório, tudo estava caminhando
dentro de meus planos.
Em breve irei ocupar o lugar de rei nesse casarão. E a primeira
pessoa que vou foder até matar será a Violeta, essa puta traidora. Quero
foder e matá-la na frente de Santiago. Mas antes quero dar a ele um pouco de
tudo que fez com todos naquela maldita sala de tortura. Inclusive a mim.
A primeira parte do plano está concluída. Santiago baleado e na cama
e a puta dele sendo torturada pelos dois idiotas que em breve morrerão.
Penso com satisfação.
Agora vamos a parte dois do plano... avisar Santiago que sua menina
está sendo torturada por dois homens incrivelmente maus.
Estou em uma névoa sombria, onde sinto que preciso acordar e
rápido, alguém precisa de mim, sua vida depende de que eu acorde rápido.
Forço minhas pálpebras a se abrirem e vejo que é noite.
Porra! Minha cabeça dói pra caralho e Marcelo e Nana estão
sentados ao meu lado, preocupados.
Tento me levantar, mas estou tonto.
— Você bateu a cabeça na quina de um criado e teve que levar quase
dez pontos... e o tiro atingiu um nervo de sua perna... então o melhor que
tem a fazer é ficar quieto pelo menos por uns dias — Marcelo diz de uma
vez e me olha preocupado. Nana já está do meu lado, segurando minha mão.
— Cadê minha Violeta? — Entro em desespero quando começo a me
lembrar do que aconteceu. — CADÊ A VIOLETA? — Tento me levantar da
cama e tudo roda.
— Calma, meu filho... — diz Nana.
— Chama ela, quero ver se está bem, ela estava nervosa, ansiosa e
apavorada. — Lembro-me com angústia de como minha pequena estava
transtornada.
— Santiago, os trigêmeos a pegaram, mas, segundo um deles, ela
conseguiu fugir e está perdida na floresta. Eles estão procurando por todo
lado.
— Marcelo e eu já ajudamos nas buscas, filho, mas parece que ela se
escondeu muito bem — diz Nana angustiada e com os olhos cheios de
lágrimas.
— VOU ME LEVANTAR E PROCURAR MINHA MENINA, ELA
ESTÁ DESPROTEGIDA E SOZINHA NESSA FLORESTA IMENSA E É
NOITE! ELA TEM MEDO DE ESCURO, CARALHO! É FODA ESSE
BANDO DE INCOMPETENTES QUE ME CERCAM! — Minha vontade é
de chorar e matar todos que me cercam, bando de idiotas. — Chama a porra
dos trigêmeos! — digo arrancando todas as merdas de lençóis que me
cobrem. Sento-me na cama e tudo roda, porra!
Vou procurar minha Violeta nem que seja rastejando pela floresta.
Não volto sem ela. Levanto-me escorando na cama e me arrasto até o criado.
Pego minha arma e tento andar. Tudo escurece. Baixo a cabeça e respiro
fundo. Nana chora e Marcelo me ampara.
De repente, vejo a porta de meu quarto se abrir com violência e o
gêmeo que me olha com ira, entrar de uma vez no quarto e esbaforido, como
se tivesse corrido quilômetros e sendo perseguido por demônios.
Ele se abaixa e coloca as mãos nos joelhos, tomando longas
baforadas de ar.
Ficamos os três olhando assustados e sem entender esse homem
maluco.
— O que aconteceu? — pergunto com vontade de matar esse filho da
puta, incompetente.
— Ela... a Violeta... ela... — Toma ar novamente e minha vontade é
de avançar e moer esse desgraçado na porrada, parece que tem um pau
enfiado na porra da garganta.
— FALA LOGO, CARALHO! — Arrasto-me até a mesa e pego
minha arma e miro esse maldito na testa.
— Calma, meu filho! — Nana coloca a mão em meu ombro e fecho
meus olhos em angústia.
— Onde está Violeta? — Vejo-o tremer e me encarar suando.
— Se aconteceu alguma coisa com ela juro que mato os três com
minhas próprias mãos.
Ele se apruma e diz de uma vez:
— Eles armaram uma emboscada. Ela não fugiu para a floresta. Está
na sala de tortura, prometi a ela que a tiraria de lá, mas eles me ameaçaram e
o que consegui foi vir aqui, com a desculpa de buscar água e comida. Mas
não posso demorar; se suspeitarem, podem querer matá-la.
Quando ouço essas palavras, meu mundo desmorona e meu coração
quebra de vez. Vejo Nana correr e abraçar Marcelo, que choram
desconsolados.
— Ela... — não consigo completar a frase.
— Não! Ainda está viva, mas está muito machucada. E se vocês não
correrem, ela não vai aguentar muito tempo mais, por favor, corram e salvem
Violeta. Ela não merece tanto sofrimento. — Os mesmos olhos que já me
olharam com ira me olham marejados e suplicantes... Será que me enganei
tanto assim com esse homem?
— Como é seu nome? — pergunto porque nunca fiz questão de saber
os nomes de quem trabalha comigo ou mesmo das pets. Sei o nome dos três
guarda-costas, mas não sei quem é quem. Mais uma coisa que minha Violeta
me ensinou a mudar.
— Marcos, senhor.
— Muito bem, Marcos, vamos lá resolver isso, me ajudem aqui! —
digo desesperado quando tento correr e caio. Minha perna lateja e só consigo
andar devagar e mancando. Marcelo disse que atingiu um nervo e que
possivelmente mancarei o resto de minha vida. Pouco, para tudo que já fiz
na vida.
Eles me ajudam a levantar, não sem antes eu pegar minha Glock
automática.
Descemos pelo elevador e minha vontade é correr, meu coração
sangra por minha menina.
Chegamos e Marcos abre a porta. Quando vejo um dos malditos
dando um tapa na cara de minha Violeta, tudo a minha volta escurece e não
sei como consigo berrar e mirar a arma na cabeça do desgraçado. Minhas
mãos tremem e lágrimas de ira saem de meus olhos aos montes.
— Desgraçado! — Miro sua testa e disparo, só vejo sangue e cérebro
voando para todo lado, viro-me e vejo o outro desgraçado encolhido em um
canto e atiro em sua testa da mesma forma e ele cai sentado e com a cabeça
destroçada.
Minha menina está quebrada e desmaiada, pelo menos ela não viu a
sujeira que esses malditos fizeram quando espalhei seus cérebros de merda
pelo chão e parede.
Marcelo desamarra Violeta, que está toda roxa de pancadas e gelada.
Tiro a parte de cima de meu pijama e a enrolo, tomo-a do colo de
Marcelo, com minhas lágrimas de dor pingando em seu rosto tão maltratado.
— Senhor? — ouço a voz do homem que devo minha vida.
— Sim... — consigo balbuciar.
— Precisa de algo, além de que eu limpe a bagunça feita pelos
traidores? — prontifica-se a ser prestativo.
— Não, pode limpar e quero te agradecer de todo coração. Muito
obrigado. Se não fosse você, esses desgraçados teriam tirado meu coração e
vida — digo baixo e com extrema gratidão.
Marcelo se aproxima e pede minha Violeta.
— Não! — Quero levá-la e eu mesmo cuidar.
— Filho, deixe Marcelo levá-la. Você está muito ferido, não
consegue andar direito e sua perna está sangrando novamente e, quanto mais
demorarmos para chegar, mais risco de vida ela corre — Nana diz com
carinho.
Olho minha menina tão machucada e a entrego com pesar para
Marcelo.
Ele a toma de meus braços e anda rapidamente com ela.
— Vou na frente para prestar socorro mais rápido — dizendo isso sai
quase correndo com ela mole e desmaiada em seus braços.
Abraço Nana e choro. Ela me consola, depois de alguns minutos
subimos.
Quando chegamos, Marcelo já tirou a roupa de Violeta e a envolveu
em um cobertor térmico.
Aplicou injeção com antibióticos, para tirar a dor e possível infecção.
Vejo minha menina tão indefesa e com o pequeno rosto marcado pela
violência daqueles animais. Se eu não os tivesse matado, faria agora
cortando pedaços desses desgraçados vivos.
Ficamos velando minha menina a noite toda.
Na manhã seguinte, Nana desce para fazer nosso café e minha
menina continua quieta, respirando com dificuldade e com febre.
Isso me desespera, mas Marcelo me diz que está tudo sob controle.
Obriga-me a ir tomar um banho e me alimentar. Saio da sala onde fica a sala
para emergências e vou para o meu quarto.
Minha perna lateja e minha cabeça parece que vai explodir.
Tomo um banho rápido e volto mancando para onde está Violeta.
Quando entro sinto o cheiro gostoso de café que Nana trouxe. Peço a
Marcelo um remédio para a dor e tomo com o café. E assim ficamos os três
lá durante o dia zelando nossa menina.
A noite corre lenta e, no dia seguinte, Violeta mexe e geme.
Enlouquecemos de alegria.
— Nana, ela está acordando — digo com meu coração quebrado,
doido e sofrido sentindo um ligeiro refrigério.
— Sim, filho. — Ela corre para a beirada da cama e olha para
Marcelo.
— Ela está reagindo bem, e daqui a pouco acordará, já ministrei
remédios para a dor, porque essa menina foi muito machucada — diz
pesaroso.
Engulo o caroço que forma em minha garganta e me sento na
poltrona que coloquei do lado da cama para segurar a mão de minha
pequena, enquanto a aguardava se recuperar dessa covardia que fizeram com
ela.
Marcelo e Nana descem e fico com Violeta e ficarei até ela acordar.
Encosto a cabeça na poltrona, segurando sua pequena mão e sinto o
sono me tomar.
Meu corpo todo dói, sinto minha cabeça explodir de dor. Tento me
virar e meu corpo lateja. Tento me concentrar nos barulhos a minha volta,
está tudo silencioso, ouço somente o canto dos pássaros e um leve ressonar.
Tento puxar minha mão e sinto que algo a segura. Forço meus olhos
a abrirem, mas estão inchados e só consigo enxergar por uma fenda muito
pequena.
Vejo que estou na sala onde Marcelo medica todos da casa: seu
consultório.
Viro minha cabeça com dificuldade e vejo Santiago dormindo,
sentado na cadeira ao lado de minha cama e segurando minha mão. Vejo sua
expressão cansada e abatida, sua barba grande e cabelos despenteados. Seus
olhos têm grandes bolsas escuras, denotando noites mal dormidas.
Consternada vejo vários pontos em sua testa quando ele caiu no dia
em que atirei em sua perna. Só de pensar no que fiz, me dá vontade de
vomitar. Onde eu estava com a cabeça? Aquela pessoa não era eu. Vou me
arrepender disso enquanto viver. Fecho meus olhos e penso em como
aqueles homens foram cruéis. Mas me lembro vagamente de um que me
consolou e disse que me ajudaria. Ainda que sempre me olhou com olhares
libidinosos. Deve ser impressão minha. Ele foi o único que não me agrediu.
Volto o olhar para Santiago e sei em meu coração que não foi ele que
envenenou as duas mulheres. Vejo isso claramente agora. Na hora que fiz a
besteira de atirar nele, não estava em meu juízo perfeito, e tudo que vivi aqui
nessa casa veio com força total em minha mente. E agi como uma louca.
Tenho que pedir perdão ao Santiago, ele tem mostrado e demonstrado em
cada atitude que me ama e que mudou e o que ainda não conseguiu sempre
me confessa e pede ajuda. Preciso falar com ele, explicar e pedir perdão. E
prometo que juntos acharemos quem fez essa covardia.
— Santiago, amor... — chamo baixinho e com a garganta
arranhando, tenho muita sede.
Acordo com um sussurro suave como uma brisa, murmurando meu
nome baixinho e com um som que faz meu coração tão machucado se
alegrar e disparar.
Abro meus olhos e vejo dois incríveis olhos azuis me olhando com
amor.
Meu sofrido coração dispara e tento me levantar rápido e sinto a
tontura me tomar e uma dor na perna tão forte, que gemo e caio sentado,
suando frio. Fecho meus olhos e espero a dor passar.
— Santiago? O que está acontecendo? — pergunta baixinho, como
se doesse falar.
Olho para ela com seus imensos olhos trasbordando preocupação e
tento sorrir, apesar da dor.
— Agora tudo bem, anjo, que você está aqui comigo novamente e
salva. Jamais me perdoarei por ter jogado você nessa vida de merda e
desgraças em que vivo — digo com voz embargada e cheia de dor.
— Santiago, antes de qualquer coisa, quero te pedir perdão... me
perdoa? Eu fui louca, agi sem pensar e te machuquei... — diz chorosa e com
os olhos vermelhos.
Levanto-me devagar e manco até onde ela está deitada, deito-me ao
seu lado e seguro novamente sua mão.
— Perdoar, pequena? Se tem alguém aqui que tem que pedir perdão
sou eu... — falo acariciando seu rosto coberto de hematomas.
Ela encolhe quando a toco, sei que sente muitas dores...
Desgraçados!
— Eu atirei em sua perna... duvidei de você, Santiago. Na hora perdi
a cabeça e depois, quando estava na sala de tortura, comecei a pensar na
insanidade que era eu pensar que você teria envenenado as mulheres. Diante
de sua mudança e como eu passei a ver uma parte sua que somente alguns
conseguem. Você não é santo, mas tem um coração que sabe amar e, o
principal, honra sua palavra dada. E me prometeu que não mataria mais —
quando ela diz isso me encolho, lembrando-me dos dois traidores que matei.
— Violeta... eu quebrei minha palavra com você amor... eu matei
duas pessoas. — Ela se encolhe e seus olhos enchem de lágrimas.
— Duas pessoas? — murmura chorosa.
— Sim, mas não as mulheres! Matei os dois homens que te
torturaram, pequena. E esses não me arrependo nem um pouco, se pudesse
mataria esses malditos novamente, agora cortando os pedaços e enfiando em
seus rabos! — solto de uma vez irado e pensando em como a encontrei
quebrada.
— Santiago! Olha a boca suja. — Olho espantado para ela, em não
me julgar ou brigar comigo por ter matado esses dois lixos.
— Você me perdoa por tê-los matado? Não vai brigar comigo, amor?
— pergunto ainda sem acreditar que ela não me chutou a bunda, mesmo
sendo para vingá-la.
Ela sorri e, mesmo com o rosto inchado e arroxeado, não tem mulher
mais linda no mundo para mim.
— Pena você não ter me esperado, eu queria dar um tiro na testa de
cada um deles. — Sorri maligna e olho para ela encantado.
— Porra, Violeta, agora fiquei de pau duro! Mesmo com a testa
costurada, a perna latejando, e você parecendo uma colcha de retalhos
colorida em cinquenta tons de roxo, eu quero sua bocetinha — digo com
cara de lobo com os dentes arreganhados e babando.
Ela sorri e puxa minha mão a segurando com carinho.
— Em breve, Santiago, em breve... — Fecha os olhos e ficamos
nesse silêncio confortador onde perdoamos nossos erros e falhas, porque
nosso amor é maior que tudo. Sinto seu leve ressonar e a suavidade de sua
respiração me faz relaxar e dormir em paz e feliz depois de tanto desespero,
dor e exaustão.
Dias se passaram e estamos nos recuperando bem. Santiago se torna
mais obcecado e protetor comigo. Não me deixa sozinha em momento
algum, sempre que precisa sair manda alguém ficar comigo e de preferência
seu mais novo fiel e escudeiro Marcos. Confesso que tem alguma coisa
nesse homem que não me agrada. Muitas vezes pego ele olhando para mim
com olhos cheios de lascívia e maliciosos.
Santiago é tão grato por ele ter me salvo que não percebe esse lado
obscuro de Marcos. Evito ficar sozinha com ele.
Por isso fico mais em casa e voltei a desenhar meus móveis.
Santiago se recuperou mais rápido que eu e, para o meu desespero e
remorso, ele mancará para o resto da vida. O tiro que dei atingiu um nervo e
ele vai coxear, mesmo que esteja fazendo uma árdua fisioterapia.
Choro toda vez que o vejo sentir dor e mancar. Ele me consola e
beija minha coxa onde também atirou.
— Até nisso combinamos, minha vida — brinca para quebrar minha
tristeza.
Sorrio com remorso e desgosto. Ele me abraça e me beija com
carinho. Até para fazermos amor, ele é cuidadoso. Quero que ele volte a me
amar com força como fazia, mas sei que com o tempo tudo entrará nos eixos
novamente.
As mulheres foram realmente envenenadas, segundo Marcelo, e eles
deram um sumiço nos corpos delas e dos dois guarda-costas. Não sei como
fazem isso e nem quero saber. Essa parte prefiro me manter na ignorância.
Santiago e Marcelo evitam esse tipo de assunto quando estou por perto, mas
sei que falam sobre essas coisas horríveis.
O Santiago é meu amor, e me trata como uma princesa, mas sei que a
essência do homem cruel e assassino está dentro dele, faz parte de quem é e
aceito isso tranquilamente. Ele pega minha mão e me olha com amor e
juntos descemos para almoçar.
— Te amo mais que minha vida, Violeta, sem você minha vida não
tem sentido — cochicha em meu ouvido e dá uma mordidela em minha
orelha.
Levanto meus olhos e deixo ele ver todo meu amor, sorrio e digo
baixinho:
— Eu te amo daqui até a lua um milhão de vezes, meu Santiago! —
Aperto seu pau, que está duro feito rocha, e desço a escada rebolando e ele
assobiando e tentando pegar em minha bunda.
Amo esses momentos tão únicos e nossos.
Acordo sentindo um prazer que me faz gemer alto. Porra, sinto uma
maciez cálida e morna em volta de meu pau que me faz arfar. Fecho meus
olhos e sinto um chupão na cabeça inchada. Gemo alto e sem pudor.
Minha pequena acordou para o crime hoje, desço minha mão e
seguro seus cabelos macios e meto devagar para não machucá-la. Sinto seus
seios rasparem minhas pernas e isso endurece ainda mais meu pau. Quero
gozar em sua bocetinha. Arrasto minha Violeta para cima e a beijo com
desespero e desejo. Enfio dois dedos em sua boceta encharcada e belisco seu
clitóris inchado. Sua doce boceta chora por mim, pego meu pau e esfrego ao
longo de seus lábios lambuzados de seu mel. Acerto meu pau na entrada e
estoco de uma vez. Tombo a cabeça para trás ao sentir a gruta quente, macia
e molhada de minha mulher.
Ela geme e rebola em cima de meu pau. Senta-se e olhamos juntos
onde meu pau aparece e desaparece molhado e tão inchado, que minhas
veias parecem que vão explodir.
Massageio o clitóris de Violeta e ela tomba a cabeça para trás, sinto a
maciez de seus cabelos rasparem minha perna e, se possível, fico mais duro.
Levanto-me em um cotovelo e sugo seu seio direito com tanta gana e força
que ela goza em meu pau com um grito alucinado. Sinto sua boceta apertar
meu pau e é meu fim. Estremeço com força e meu pau incha preenchendo
minha mulher com minha porra quente e espessa. Continuo de olhos
fechados sentindo ainda pequenos espasmos até me acalmar.
Violeta me olha matreira e amo mais ainda essa mulher.
— Bom dia, amor, dormiu bem? — pergunta a safadinha.
— Acordei bem, querida, quero isso todos os dias! — Sorrio de
orelha a orelha, sentindo-me o homem mais feliz do mundo.
Nos levantamos e tomamos banho juntos, demoramos porque, mais
uma vez, faço amor com minha mulher.
Tomamos café com Nana e Marcelo.
— Amor... — chamo Violeta com carinho. — Hoje vou ficar aqui no
escritório, tenho que resolver umas pendências, e mais tarde subo para a
nossa sala de projetos, tudo bem?
Ela termina de mastigar seu bolo de laranja e responde com um
sorriso:
— Claro, amor. Você me disse que precisava resolver essas
pendências essa semana, é algo grave? — Olha-me profundamente.
— Não, amor, algumas coisas relacionadas com a casa noturna e
alguns investimentos que estão em queda, tenho que olhar e ver o que está
acontecendo. Com a queda da B3, as ações despencaram e agora é hora de
comprar ou vender... depende. Meio complicado, amor, mas nada que não dê
para resolver. Subo assim que terminarmos; e, se você quiser, podemos dar
uma volta lá fora, sei que gosta, o que acha? — pergunto beijando sua mão e
olhando em seus doces olhos azuis.
— Vou adorar, meu amor.
Levantamos e quando chegamos à porta do escritório onde ficarei,
agarro-a e a beijo como se minha vida dependesse desse beijo.
Quando a solto, meu pau está duro e ela corada e descabelada.
Sorrio de lado e belisco sua bunda, dando um belo tapa nessa delícia.
Ela sobe sorrindo e para no alto da escada e me olha dizendo
baixinho:
— Te amo. — Entra na sua sala preferida de todas, onde faz seus
desenhos e projetos.
Fico parado na porta igual uma pedra, e com o coração acelerado e
transbordando amor. Essa mulher me tira do prumo.
Amo demais esse pedaço de gente, que tem o coração maior que o
mundo.
***
***
***
***
Ouço vozes bem suaves e não quero sair desse lugar lindo de luz e
campos verdejantes em que estou, mas sinto alguma coisa me puxando para
sair desse lugar lindo. Vejo a luz se apagando e os barulhos ficando mais
fortes, juntamente com as vozes.
Sinto que a mesma mão que acariciou minha testa da primeira vez
que tentei abrir meus olhos é a mesma que segura minha mão com
suavidade. Sei que é da mesma pessoa, sinto amor em seu toque. Forço meus
olhos a se abrirem e finalmente consigo, vejo silhuetas e uma se destaca e
faz meu coração acelerar. Minha vida segura minhas mãos, minha Violeta.
Tento me mexer, mas não consigo. Tento falar, mas tudo dói. Entro
em desespero e tento me levantar, mas continuo estático. Continuo me
esforçando para chamar atenção de Violeta, que deita a cabeça em cima de
minha mão sem soltá-la. Tento apertar sua pequena mão e gemo baixinho.
Ela levanta a cabeça assombrada e me olha com avidez.
— Santiago? — Tento sorrir, mas não mexo nem um músculo de
meu rosto. Está tudo doendo e rígido. Parece que meu rosto está todo
costurado. As imagens do que passei começam a vir com força em minha
cabeça e entro em desespero e ódio, tudo ao mesmo tempo.
Violeta matou o desgraçado descarregando a arma na sua cabeça. Se
minha valente menina não tivesse chegado exatamente naquele momento, o
miserável teria me matado. Desgraçado!
Devo minha vida à mulher que tratei como um monstro miserável e
cruel, nem se eu viver eternamente conseguirei me redimir do que fiz a
minha doce Violeta Rosa.
Meus olhos se enchem de lágrimas e escorrem pelos cantos,
pingando no travesseiro.
Minha menina vê e começa gritar como louca:
— Marcelo, Nana... correm, Santiago voltou para nós! — Escuto
barulhos e passos correndo e se acercando da cama.
Marcelo começa a me examinar, aperta-me todo, tenta conversar
comigo e sorri sem parar, junto com Nana. Sinto-me amado, como nunca
senti em toda a minha vida. Não que não fosse amado antes, o caso era que
não valorizava como valorizo agora.
— Santiago, sei que está fraco e sem movimentos, isso já era
esperado. Você foi muito torturado e está tudo sob controle, fique tranquilo.
Imobilizei seus movimentos devido a quantidade de cortes. Suas mãos estão
com talas, devido aos dedos quebrados. E seu rosto está rígido devido ao
corte. Mas o importante agora é que seu corpo está se recuperando de
maneira incrível — Marcelo fala e continua olhando e averiguando cada
parte que foi atingida.
— Seus cortes estão limpos e cicatrizando com rapidez. Se está
sentindo alguma dor aperte minha mão uma vez; se não, duas, ok?
Aperto sua mão duas vezes, meu corpo todo dói pra caralho.
— Vou apertar suavemente onde estão as feridas e me diz se são elas
que estão te incomodando, certo? — Marcelo coloca a ponta do dedo em
cada ferida, e aperto suas mãos com uma careta de dor.
— Certo, tudo bem, fique tranquilo, está tudo dentro do normal —
fala com calma e sai; minutos depois, ele volta com uma caixa com vários
remédios e ministra na aplicação intravenosa, que está em meu braço e me
incomodando pra porra, com soro e outros medicamentes, que desconheço.
— Vai amortecer a dor, Santiago, daqui a pouco você dormirá e,
quando acordar, se sentirá muito melhor.
Consigo mexer só os olhos e vejo Violeta e Nana abraçadas, sorrindo
e chorando ao mesmo tempo.
Minha vontade é de abraçá-las e dizer que agora está tudo bem. Mas
nem isso consigo no momento. Quando Marcelo termina de inserir o
remédio, ouço o gotejar suave e sou tomado pelo sono sem dor.
Estou morrendo a cada dia que aguardo a volta de meu amado, que
está demorando demais a voltar para nós.
Mas não esmoreço e minha vigília é constante. Quero que ele se sinta
amado e querido, ainda que não veja.
Hoje acordo deprimida e com o peito doente de saudade dele. O
demônio quase o matou, nunca vi ninguém tão ferido e machucado como
Santiago ficou. Juro que, quando o vi, entrei em desespero completo, pois
parecia um pedaço de carne massacrado. Ali, morri junto com ele, e assim
estou até hoje. Renasço cada dia, conforme ele vai melhorando e voltando
para nós.
Só estarei viva no dia em que meu amor abrir os olhos e voltar a me
olhar com tanto amor, como me olhava.
Limpo uma lágrima que escorre de meus olhos e fico impressionada
como ainda as tenho. Tomo um banho rápido e vou ficar com Santiago.
Angustia-me ver tantos fios cruzados em seu peito e agulhas em seu
braço, mas o que mais me angustia é ver o tubo em sua boca. Quando
Marcelo me disse que era necessário, quase morri de desgosto e angústia.
Marcelo me prometeu que, assim que ele acordasse, tiraria.
Sento-me ao seu lado, acaricio seu rosto barbudo e pálido. Acaricio a
cicatriz gigante em seu belo rosto, limpa e cicatrizando sem infecção. Seguro
sua mão e deito minha cabeça nela, sentindo falta de seus carinhos.
Sinto um movimento suave, mas fico quieta, é quase imperceptível.
Levanto minha cabeça com rapidez e esperança.
Meu mundo se enche de luz e começo a gritar igual louca, por
Marcelo e Nana, eles estão sofrendo junto comigo. No final ficamos somente
nós.
Vejo-os entrarem correndo, chorando e felizes. Marcelo cuida de
Santiago, enquanto eu e Nana ficamos abraçadas e chorando de felicidade,
vendo nosso Santiago de volta, depois semanas de sofrimento tanto nossa
quanto dele. Ele lutou com bravura, para sair dessa situação de quase morte.
Teve febres altíssimas, infecções. Peguei Marcelo chorando várias vezes.
Mas sempre disfarçava para que eu e Nana não nos preocupássemos.
Graças a Deus, meu amor acordou, meu coração está descompassado
de alegria e em paz finalmente. A certeza de que finalmente as coisas
entrarão nos eixos me deixa em paz e aliviada.
Pouco tempo depois que Marcelo ministra as medicações, Santiago
ressona baixinho, dormindo com uma expressão serena.
— Vamos, minha filha, agora você vai começar a se alimentar direito
novamente. Quando Santiago melhorar, vai comer nosso fígado por ter
deixado você fazer essa loucura, de ficar aqui 24h, por sete dias — Nana diz
fungando e me arrastando para fora, acompanhada de um Marcelo
sorridente.
Pela primeira vez em semanas consigo comer com satisfação e notar
que estou com fome.
Abro meus olhos sem precisar fazer força dessa vez e me sinto mais
forte e com uma vontade imensa de tomar água.
Vejo que meus braços estão livres daquelas agulhas infernais, só esse
tubo em minha boca me deixa incomodado.
Gemo alto, porque não consigo falar e, em segundos, minha Violeta
Rosa corre sorrindo de orelha a orelha, e já chorando. Minha menina é um
potinho de água sem fim. Penso com carinho. Meu coração dispara e incha
de tanto amor por essa mulher.
Ela se abaixa e me abraça apertado e sinto o cheiro delicioso de rosas
em seus cabelos longos e macios. Fecho meus olhos, sinto seu calor e me
regozijo. Abro os olhos marejados e vejo a nuvem sedosa de cabelos
avermelhados esparramados em volta de meu rosto.
— Santiago, amor! Graças a Deus, você voltou para mim, Marcelo e
Nana! — diz com a voz rouca e a cabeça enterrada em meu pescoço.
Levanta os olhos e me fita com profundidade, vejo tanto amor neles
que me sinto amolecer e aquecer de amor e gratidão por ser tão amado por
essa perfeição de mulher.
Tento falar, mas não dá. A porra da cânula em minha garganta não
deixa.
Gemo mais alto e puxo suavemente seus cabelos e aponto para a
porra na minha garganta.
— Meu Deus! Vou buscar Marcelo e pedir para tirar isso de você,
amor! Não sai daqui, já volto — me diz eufórica e não posso deixar de sorrir
de sua agitação. Onde irei todo quebrado e entrevado, preso a essa cama?
Vejo minha alma, vida, amor, sair correndo com seus lindos cabelos
brilhantes sacudindo com força e desparecendo porta afora, gritando.
Fecho meus olhos feliz e aguardo Marcelo.
Em pouco tempo, vejo os dois inseparáveis, Marcelo e Nana,
entrando correndo e esbaforidos. Isso está virando rotina em minha vida,
penso divertido.
— Graças a Deus! Finalmente, meu filho! — Marcelo diz e vai lavar
as mãos para tirar a cânula de minha garganta.
Nana segura uma das minhas mãos e Violeta a outra, sinto-me um
verdadeiro rei, nesse momento. Estufo o peito inchado de orgulho, esse tipo
de amor é raro.
É tanto amor que não cabe em meu peito. Esse tipo de amor é eterno
e para sempre.
Quando Marcelo termina de destruir o restante de minha garganta,
puxando a maldita cânula gigante, resmungo com voz rouca e esganiçada:
— Porra, como dói! — Minha voz está rouca e baixa, parece a voz
do Pato Donald. Vejo eles sorrirem de minha grosseria e falta de educação.
Sorrio de volta.
— Por favor, água... — Parece que tem lixa em minha garganta
juntamente com pimenta e sal.
Minha pequena traz rapidamente um copo com água e Marcelo me
ajuda a me sentar, segura-me, pois pareço um bebê. Tomo pequenos goles e
sinto um alívio tão grande que dá vontade de chorar.
Termino e me sinto tonto, Marcelo me deita com cuidado.
— Daqui a pouco, você estará pronto para voltar à ativa, Santiago —
diz dando tapinhas em minha cabeça, como fazemos com crianças.
Olho com malícia para minha Violeta e pisco para ela com cara de
cafajeste. Apesar de me sentir fraco e abatido, tento brincar. Mas minha
vontade é dormir.
— Não vejo a hora... — Violeta desvia o olhar, não sem antes eu ver
que corou.
Marcelo vê nossa troca de olhares e sorri.
— Acho que voltará à ativa muito antes do previsto, Santiago.
Sorrio com carinho e estendo minha mão para Violeta, que vem
imediatamente e coloca sua pequena mão na minha bem maior.
— Amor, quero te agradecer por ter me salvado a vida... porra! Você
foi perfeita! Descarregou a arma na cabeça daquele monte de bosta, e...
Ela me olha horrorizada.
— Santiago! — Marcelo e Nana saem suavemente e nos deixam
sozinhos.
— E dizer que te amo mais que a mim mesmo. Você tem meu amor e
fidelidade eterna, minha Violeta, futura esposa e futura mãe de minhas
gêmeas — falo com certeza e olhando com todo meu amor para ela.
Ela sorri manhosa e com os olhos brilhando.
— Gêmeas? Agora vê o futuro, amor? — Aperta minha mão.
— Sim, vejo você casada comigo e minhas filhas gêmeas. Uma
biblioteca gigante com todos os livros sobre história da arte como sei que
gosta e... meu pau, ou melhor talo, para completar e deixar minha seiva na
sua doce e cheirosa rosa — digo com minha voz de Pato Donald, rouca e
ridícula.
— Sei... convencido! — Balança sua cabeleira ruiva e torce o
narizinho petulante.
— Quero as gêmeas iguaizinhas a mãe, quando for fazê-las quero
meter forte e olhando você sem parar... não quero parar de te olhar... Violeta,
amor, te amo demais! — digo emocionado.
Ela se achega e me abraça, mulher perfumada da porra!
— Eu te amo, Santiago, e o que mais quero na vida é me casar com
você e te dar as gêmeas que tanto quer.
Sinto lágrimas se formarem em meus olhos e a abraço apertado.
Quando fiquei tão mole? Simples, quando Violeta Rosa entrou em
minha vida. Sinto uma paz reconfortante me abraçar e relaxo me permitindo
dormir em paz, com minha amada segurando minha mão.
Depois que Santiago acordou lúcido, sua recuperação passou a ser
nossa prioridade. Mimamos tanto esse homem que ele está completamente
insuportável. Ele acha que estamos por sua conta e, quando não fazemos o
que quer, faz imensos bicos. Acredita que até birra ele chega a fazer?
Era pior comigo. Se acorda, e eu não estou perto, a casa quase cai.
Come só quando eu como junto.
E para começar os exercícios para melhorar os músculos
ligeiramente atrofiados?
Ele faz birra e tenho que ficar o tempo todo com ele durante a
fisioterapia. Ele me olha satisfeito e sorri orgulhoso, por saber que domina
todos, com sua pirraça e malcriação.
Mas quer saber, não me importo! O medo e pavor que passei de
perdê-lo, me faz mimá-lo cada dia mais. E o safado se aproveita disso.
Ele já tirou as talas, suas costas e peitos estão riscados e marcados
com a maldade de Marcos, mas inteiramente cicatrizados. O rosto ficará com
uma imensa cicatriz, mas não afetou em nada sua beleza. Sempre digo que
está mais lindo que era, e ele exibe a cicatriz agora com orgulho. Me diz com
temor e desgosto que merecia muito mais que umas cicatrizes. Porque o que
fez com outras pessoas era infinitamente maior do que suas cicatrizes. Frisa
sempre que é recompensado com meu amor.
Ele ficará mancando de uma perna... a que atirei... e me condeno
todos os dias por aqueles momentos de loucura e insensatez. Sempre que o
vejo mancando, meu coração dilacera. Peço perdão todas as vezes.
— Amor, eu fiz pior com você. Te fiz pagar por crimes que não
cometeu. Te arrastei nos cacos de vidros, atirei em sua perna, te mantive em
cativeiro, te deixei sem água, comida e te fiz me ver trepando com as pets...
e você chorando por um tiro que mereci? Se te faz feliz me ouvir dizer, tudo
bem, amor. Eu perdoo você, mas frisarei sempre que mereci esse tiro e as
torturas as quais Marcos me submeteu — diz com os olhos vermelhos e a
voz rouca.
Abraça-me e ficamos sentados olhando a noite cair, em um banco
que Santiago tem na entrada do casarão.
Olho o entardecer alaranjado e olho em volta do casarão.
— Santiago, sei que não gosta de muito de flores. Mas será que
poderíamos fazer um imenso jardim em volta do casarão e pintá-lo de
branco? Acho que as gêmeas irão amar e...
Ele me agarra e me coloca em seu colo.
— Amor, tudo que você gosta eu gosto, sou uma extensão sua agora.
Você e as gêmeas terão o jardim mais lindo que eu puder fazer, prometo a
você e a elas também. Mas você se enganou, pequena, amo flores, amo tanto
que me apaixonei por uma... Violeta Rosa. Minhas gêmeas... — Coloca as
mãos em minha barriga com cara de tarado.
— Mas não estou grávida... — digo matreira.
— Essa é a melhor parte, amor... Vou plantar duas flores bem no
fundo de sua caverna doce e molhada, e quero aguar todos os dias... — Sorri
cheio de malícia.
Puxo sua cabeça e o beijo apaixonadamente.
Subimos de elevador, ele ainda está frágil, somente para a safadeza
que já se recuperou há semanas. Meu safado delicioso.
Tomamos banho e, quando me sento na cama, para passar cremes,
Santiago me puxa pela cintura.
— Hora de fazermos as gêmeas — diz atacando minha boca e me
deitando na cama.
Beija-me toda como só ele sabe fazer.
Chupa meus seios com força e deixa eles mais marcados de chupões
que já estão. Esse homem é tarado com meus seios.
— Adoro seus seios, amor — diz com o bico entre os dentes.
Sorri e chupa somente o bico, solta quando está inchado e vermelho.
Olha para mim com cara de safado e assopra onde mamou e meu corpo
treme.
Desce e beija minha barriga.
— Vou colocar minhas meninas aqui...
Beija suavemente e desce.
— Mas elas entrarão por aqui...
Enfia a língua dentro de minha boceta. Desliza pelos grandes lábios e
para no clitóris.
— Quer que eu chupe aqui, pequena? — Passa a pontinha da língua
no meu inchado clitóris e estremeço,
— Sim, amor! Faça as nossas meninas em mim! — grito desesperada
para sentir sua grossura em mim.
Ele se levanta de uma vez e me arrasta com força pelas pernas, me
põe de quatro e entra de uma vez.
Gememos juntos, ele endireita seu corpo e me puxa junto com ele.
Sinto sua barriga tanquinho apertando minha bunda.
Seu pau me cutuca fundo e ele segura meus seios e os amassa,
gemendo em meu pescoço e dizendo baixinho em meu ouvido:
— Amor, você é gostosa demais! Tão apertada e quente — geme e
começa a estocar com força, enquanto aperta os bicos duros de meus seios.
Desce uma mão e massageia meu clitóris quente e inchado. Meu
corpo esquenta todo e o gozo está chegando.
— Porra, amor! Sua bocetinha está esmagando meu pau! — geme
alto e continua entrando e saindo com desespero. Meu corpo sacode e o gozo
me toma com força.
— Santiago! — gemo com um prazer tão forte que, por instantes,
desligo-me da realidade.
Quanto começo a voltar a mim, Santiago me deita e coloca minhas
pernas em seus ombros e sai e entra com tanta velocidade que meios seios
sacodem com força. Ele treme e urra quando despeja seu gozo em mim.
Sinto seus jatos quentes me alagarem, ele tomba e se vira, puxando-
me para cima de seu imenso corpo exaurido.
Ficamos quietinhos, o tempo passa e Santiago não se mexe.
Estranho.
— Santiago, amor... aconteceu alguma coisa, você está tão quietinho
— digo com ele ainda dentro de mim.
— Estou usando meu pau de tampão, assim minhas meninas não
correm o risco de escorrerem... — diz manhoso e senhor de si.
— O quê? Me diz que você não disse essa besteira tão grande, por
favor? — Tento me levantar estupefata.
— Fica quietinha, amor... minhas filhas estão correndo agora para
achar sua casinha... calma — diz com certeza do que fala, homem louco.
Fico quietinha e acabo dormindo.
Nove meses depois vejo que ele estava certo. Homem perfeito esse
safado!
Quase dois anos depois...
Click Aqui!
Sinopse
Click Aqui!
[1]
Rei Luiz XV: “O estilo Luís XV designa um estilo de decoração de interiores e mobiliário que se
desenvolve a partir de França durante o reinado de Luís XV, entre aproximadamente 1730 e 1750-60.
Este estilo é influenciado pelas linhas fluidas e graciosas do rococó e pelo seu repertório de motivos
ornamentais, situando-se entre o estilo regência, onde já dá os primeiros passos, e o estilo Luís XVI,
que se caracteriza por uma maior rigidez e austeridade. É considerado um dos estilos estéticos
franceses de maior impacto, sendo, por isso, alvo dos mais diversos revivalismos ao longo do tempo.
De um modo geral, a estética vai estar ao serviço da mentalidade da época, da busca dos prazeres do
quotidiano e intimamente ligado à figura feminina, a sua maior inspiração e a autoridade em matéria
de decoração na corte. Provavelmente a figura de maior destaque no impulso das artes decorativas é
Madame de Pompadour, amante do rei, que o incentiva a promover a produção artística, como no caso
da oficina de porcelana de Vincennes (mais tarde Sevres) de onde originam muitas das peças usadas
neste estilo.
[2]
Rococó: “O termo rococó forma da palavra francesa rocaille, que significa "concha", associado a
certas fórmulas decorativas e ornamentais como por exemplo a técnica de incrustação de conchas e
pedaços de vidro, usados na decoração de grutas artificiais. Foi muitas vezes alvo de apreciações
estéticas pejorativas.Caracterizou-se acima de tudo por sua índole hedonista e aristocrática, manifesta
em delicadeza, elegância, sensualidade e graça, e na preferência por temas leves e sentimentais, onde a
linha curva, as cores claras e assimetria tinham um papel fundamental na composição da obra. Da
França, onde assumiu sua feição mais típica e onde mais tarde foi reconhecido como patrimônio
nacional, o Rococó logo se difundiu pela Europa, mas alterando significativamente seus propósitos e
mantendo do modelo francês apenas a forma externa, com importantes centros de cultivo na
Alemanha, Inglaterra, Áustria e Itália, com alguma representação também em outros locais, como a
Península Ibérica, os países eslavos e nórdicos, chegando até mesmo às Américas”
[3]
Heitor Villa-Lobos foi um compositor, maestro, violoncelista, pianista e violonista brasileiro,
descrito como “a figura criativa mais significativa do século XX na música clássica brasileira”, e se
tornando o compositor sul-americano mais conhecido de todos os tempos.
[4]
Lusíadas: Os Lusíadas é uma obra de poesia épica do escritor português Luís Vaz de Camões,
considerada a "epopeia portuguesa por excelência". Provavelmente concluída em 1556, foi publicada
pela primeira vez em 1572 no período literário do Humanismo, três anos após o regresso do autor do
Oriente.
[5]
Oscar Niemeyer: Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro, 15 de
dezembro de 1907 – Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 2012) foi um arquiteto brasileiro, considerado
uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna. Niemeyer foi mais conhecido
pelos projetos de edifícios cívicos para Brasília, uma cidade planejada que se tornou a capital do Brasil
em 1960, bem como por sua colaboração no grupo de arquitetos indicados pelos Estados-membros da
ONU que projetaram a sede das Nações Unidas em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Sua exploração
das possibilidades construtivas do concreto armado foi altamente influente na época, tal como na
arquitetura do final do século XX e início do século XXI. Elogiado e criticado por ser um "escultor de
monumentos"
[6]
Rafael Sanzio: Rafael Sanzio (em italiano: Raffaello Sanzio,, 6 de abril de 1483 — Roma, 6 de
abril de 1520), frequentemente referido apenas como Rafael, foi um mestre da pintura e da arquitetura
da escola de Florença durante o Renascimento italiano, celebrado pela perfeição e suavidade de suas
obras. Segundo historiadores e mestres da arte, o mais adequado é chamá-lo de Raffaello Santi, já que
Sanzio fazia referência apenas ao seu local de nascimento e Santi era o sobrenome de seu pai,
Giovanni Santi, nascido em Lucca, na Toscana. Junto com Michelangelo e Leonardo da Vinci forma a
tríade de grandes mestres do Alto Renascimento.
[7]
Burle Marx: Roberto Burle Marx (1909-1994) foi um paisagista brasileiro. Autor de mais de três
mil projetos de paisagismo em 20 países. Foi também pintor, escultor, tapeceiro e criador de joias.
Burle Marx foi reconhecido pelo seu trabalho e recebeu diversas honrarias. Em 1971 recebeu a
Comenda da Ordem do Rio Branco, do Itamaraty em Brasília. Em 1982, recebeu o título de Doutor
Honoris Causa da Academia Real de Belas Artes de Haia na Holanda. Nesse mesmo ano, recebeu o
título de Doutor Honoris Causa do Royal College of Artes em Londres, Inglaterra, como o maior
paisagista do mundo.Burle Marx, além de projetos de paisagismo, também se dedicou à pintura,
escultura, tapeçaria e à criação de joias.