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Meu Raptor

Do Inferno ao Paraíso

Valentina Maciel e Alma Dark


Copyright 2020 © Valentina Maciel e Alma Dark

Design da Capa: M.M.Reis

Diagramação: M.M.Reis

Revisão: Carla Santos

1ª Edição
Brasil, 2020

Reservados todos os direitos. Proibido a reprodução total ou parcial desta


obra, sem a autorização expressa do autor. Lei 9.610, de 19 de fevereiro de
1998, artigo 184. “Violar direitos autorais, pode acarretar pena de 3 (três)
meses a 1 (um) ano ou multa.”

Plágio é crime!

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos


descritos são produtos da imaginação da autora.
Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera
coincidência.

“LIVRO REGISTRADO NA AVCTORIS”


Este é um romance Dark nada convencional. A história trata-se de
um homem que age de modo imprudente e nada tradicional por meio de suas
ações. Ele cria suas próprias leis e as segue sem pudor. Esse livro contém
cenas fortes, linguagem imprópria que podem acionar gatilhos. Portanto, se
você é sensível a esse tema, por favor, NÃO LEIA!
As autoras não compactuam e nem apoiam esse tipo de
comportamento de maneira alguma.
Click Aqui!
Chamo-me Santiago Reis, sou um monstro assumido. Exijo que me
chamem de rei, construí meu próprio reino e lá sou senhor absoluto. Sou
dono das vontades de todos que me cercam. Tenho meu próprio harém... ou
melhor, gaiolas.
Tenho sete pets, como chamo as mulheres que mantenho cativas.
Escolho-as a dedo... devido aos meus gostos peculiares. Quando me canso,
substituo-as sem pena e as entrego para os trigêmeos, que são a extensão de
minha maldade. Não tenho sentimentos, sinto prazer na crueldade.
Tenho uma vaga na gaiola sete e estou à procura de alguém que
ocupe o lugar. Mas vejam só... Não preciso sair à caça... O destino cuidou
generosamente de me trazer a pet número sete. Essa que, de uma forma
insana, me enfrentaria e mudaria para sempre a minha vida.
Esse é um breve resumo de minha história. Convido você a saber
como um anjo foi ao inferno e me resgatou, não sem antes pagar um preço
altíssimo por isso.
Prológo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo Extra
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Epílogo
Nota da Autora
Sinto-me fraca, angustiada e me sento na cama de cabeça baixa e
começo a chorar em desespero, caminho até a porta e bato com força.
— ME TIRA DAQUI! SOCORRO! — grito até ficar rouca.
Sento no chão e choro com soluços tão altos, que meu corpo sacode
com força.
O que farei de minha vida? O que acontecerá? Uma coisa eu garanto:
prefiro morrer a ser estuprada por qualquer um desses miseráveis.
Sou a presa, mas não me quebrarão, prefiro morrer.
Com esses pensamentos em mente, levanto-me e vou tomar um
banho em meio a esse caos.
Olho para uma das câmeras e grito:
— Desgraçado, você não me quebrará!
Estou em um dos sete quartos subterrâneos, em uma das gaiolas,
onde mantenho cativas as mulheres que sequestro e as chamo de pets, meus
bichinhos de estimação. Agarro o cabelo de uma delas e meto com força,
ouço seu gemido e vejo que meu bichinho está gostando. Elas se acostumam
rápido, pois sei trabalhar com meu pau.
Sequestro-as sim, mas cuido de suas necessidades, cubro-as de
presentes e sei que amam serem comidas por mim. Me garanto. Saio de
dentro dela e a coloco de quatro, entro com força e ela grita pedindo mais.
Dou vários tapas em sua bunda branca e estremeço de prazer ao ver minhas
marcas em seu grande traseiro. Continuo metendo alucinado até sentir sua
boceta apertar meu pau e o gozo me toma e encho a camisinha com minha
semente. Saio e vejo seu sorriso de satisfação, arrumo minha calça e vou
embora. Não converso com elas, só ofereço meu pau em troca de suas
bocetas. Eu as uso para o meu prazer, assim como me usam para os seus.
Quando as sequestro, faço questão de que sejam todas loiras, tenho
verdadeira obsessão por elas. Seus corpos brancos destacam as marcas que
adoro deixar nelas mais visíveis e duram mais. Uso meu chicote sem piedade
alguma em seus corpos brancos e imaculados. Sinto um prazer bizarro
quando choram e suplicam para serem libertas. Seus rostos inchados e
vermelhos de pavor misturado com prazer me deixam trêmulo de satisfação
e alegria.
Isso tudo desperta o monstro que há em mim. Salivo quando vejo as
marcas deixadas por mim em cada parte do corpo delas e o desespero com
que tentam fugir das chibatas, isso até se acostumarem, depois suplicam
pelos meus brinquedos. Meu brinquedo favorito é o chicote. As lapadas que
deixa em seus corpos brancos me alucina. É uma cena que me deixa
completamente ligado e elétrico.
Mas, veja bem, não sou adepto a bater ou estuprar mulheres,
abomino isso. Meu chicote é só para dar prazer... a mim e a elas, quando se
acostumam comigo. Quando as sequestro, junto com meus guarda-costas, os
trigêmeos, eles que fazem a parte suja. Vou explicar...
Quando tenho que dar um corretivo nas minhas pets, os trigêmeos já
sabem o que fazer. Manipulo-as de uma maneira que não me temem, mas
sim os trigêmeos. Faço-as me desejarem.
Quando desobedecem ou fazem algo que me aborrece, quebrando as
regras impostas, os trigêmeos já sabem como agir... e não é bonito o que
fazem. Tudo previamente combinado ao contratá-los, eles somente
obedecem ao que foi acordado.
Fazem exatamente o que quero quando entrego alguma delas em suas
mãos. Eles são o terror das pobres pets e não eu. Iludidas! Me delicio nessa
mentira e me sinto mais poderoso ainda. Meus bichinhos de estimação não
pensam. É incrível como o ser humano é manipulável e burro!
Sou eu o verdadeiro monstro, para onde correm depois de serem
corrigidas por eles. Se sentem seguras comigo. Doce ilusão. Mas as consolo
com aparente carinho esperando ansioso outro deslize, para vê-las serem
torturadas e, às vezes, até mortas pelos trigêmeos. Em meus quase dois
metros de altura, olhos azuis e cabelos castanhos, com quase quarenta anos,
passo uma aparência confiável. Meus olhos passam a imagem de doces por
serem azuis. Caralho, se não me aproveito disso!
Elas temem os trigêmeos, porque delego a eles a parte de espancar e
estuprar todas que quebram as regras, que deixo claro desde o primeiro dia
de confinamento. Aqui sou chamado de rei, minha maior exigência. Não
suporto ser desobedecido ou contrariado. Mas jamais agrido alguma pet, sou
um verdadeiro gentleman. Não sou agressor de mulheres. JAMAIS! Na
verdade, sou doente... penso sorrindo sombriamente.
Quando as sequestro, explico com paciência que jamais as estuprarei
e machucarei, omito propositalmente que tenho quem o faça por mim. E
espero calmamente os trigêmeos quebrá-las e me entregar dóceis e
submissas. Claro que sem estuprá-las. Primeiro, eu fodo; depois, quando me
canso, as dou para eles sumir com elas. Eles só podem trepar com alguma
delas, quando eu já me fartei, não gosto de restos. Tenho sete pets, uma para
cada dia da semana. Não gosto de repetir.
Sempre faço a troca, gosto de carne nova e essa semana dei uma aos
trigêmeos: a pet número 7. Isso significa que temos uma vaga à espera da
próxima vítima, ops... quero dizer, nova pet.
Moro em um casarão com dois andares e a parte secreta fica no
subterrâneo, onde ficam meus bichinhos de estimação. Minha casa é bem
antiga e sinistra por fora, no meio de uma densa floresta, escondida no meio
das árvores. Mas, por dentro, tenho todo o conforto de uma casa moderna e
decorada com estilo e bom gosto, assim como várias mansões que tenho
espalhadas em vários condomínios de luxos pelo mundo. Mas adoro o
casarão da floresta, como o chamo, porque posso extravasar minhas
loucuras. Gastei fortunas para deixá-lo perfeito por dentro e manter a
aparência de abandonado por fora.
Para chegar até aqui somente se conhecer muito bem o caminho, sem
contar as câmeras que mandei instalar em pontos estratégicos. A fuga aqui é
completamente impossível. Algumas pets tentaram, mas deixei que
morressem de fome ou mesmo machucadas e perdidas na floresta.
Mereceram, sempre dou meu melhor para elas. Ingratas!
Elas pensavam que estavam conseguindo, mas a todo momento eu as
monitorava, através dos trigêmeos e câmeras. Eles eram uma extensão de
minhas maldades. Então tentar fugir desse lugar era morte certa.
Meu quarto e salas com câmeras ficam no segundo andar, aqui é
onde monitoro toda a minha imensa e vasta floresta e as gaiolas. A casa
noturna que mantenho também tenho olhos de lince nela todos os dias. As
câmeras ficam ligadas em tempo integral e os monitores também. É aqui que
passo a maior parte de meu tempo, completamente obcecado em controlar
tudo e todos. E no primeiro andar é onde parece que minha vida é normal.
Tudo que um lugar familiar precisa. Todos que trabalham comigo têm
contratos de vida ou morte; se me traírem, já sabem, morrem, os caço até no
inferno.
A cozinheira Nana que mantém também a casa toda em ordem, e o
motorista e médico Marcelo, seu marido. Os trigêmeos, minhas sombras,
ficam de plantão 24 horas por dia a minha disposição. Eles sabem do meu
estilo de vida e me conhecem, e sabem de tudo, e a maneira nada peculiar
que vivo.
Nana e Marcelo me tratam como se eu fosse seu filho. Eles são as
únicas pessoas que confio minha vida. E também os únicos que converso
sem impor limites. Amo Nana como se fosse minha mãe e Marcelo como
pai. Quando resolvi morar e adotar esse novo estilo de vida, quando estava
desenhando e decorando o casarão, eles adoravam darem seus pitacos.
Sou arquiteto e tenho um prédio de cinco andares onde minha firma
de Arquitetura, Engenharia e Designers funciona. Tenho uma equipe com os
melhores engenheiros, arquitetos e designers de interiores trabalhando para
pessoas, que pagam fortunas para terem um projeto assinado por mim.
Mantenho tudo funcionando perfeitamente vivendo aqui no casarão
da floresta. Aqui fiz questão de decorar com meu estilo favorito: clássico. Os
móveis rebuscados e clássicos e as cores dourado, vermelho e marfim. Sou
admirador do Rei Luís XV[1] e o estilo de decoração Rococó[2] me fascina em
cada detalhe em que os móveis são talhados mostrando o cuidado do
marceneiro e sua suavidade em confeccioná-los. Para fabricar um móvel
nesse estilo tem que ser um artista. Os detalhes são impressionantes. O
trabalho em laca me fascina. E o que mais admiro nesse estilo de decoração
são os temas de inspiração.
A natureza serve como fonte de criação e inspiração. E ela é minha
fraqueza. E por me fascinar tanto moro em meio a uma imensa e densa
floresta. A singularidade de sua perfeição me deixa fascinado. Talvez por ser
tão perfeccionista, o belo, rebuscado e trabalhado me atrai tanto.
Todos os móveis do casarão são criados com exclusividade e cada
um reflete de alguma maneira algo da natureza: flores com caule, ramos,
grinaldas, folhagens retorcidas ou enroladas, conchas, rochas, cristas de
ondas. Os marceneiros têm que serem artistas para dar vida a um móvel.
Toda vez que ando aqui no segundo andar, eu me encanto com esse estilo
clássico belíssimo de decoração. E me orgulho por tudo aqui ter sido
projetado por mim.
Meus pais amavam o clássico em toda a sua grandeza e infinidade de
estilos, principalmente minha mãe; herdei seu gosto pelo clássico tanto por
música como por decoração. Meus pais eram pessoas gentis e tratavam a
todos com carinho e amor, diferente de mim. Adoro provocar dor, ver o
medo nos olhos das pessoas, sua total servidão...
Será que herdei alguma coisa boa de meus pais? Se eu tiver herdado
está muito bem enterrado em meio a tantas maldades que já pratiquei e não
me arrependo em momento algum.
Esse meu lado doentio, talvez tenha sido herdado de algum
antepassado, penso com ironia e pouco caso.

***

No andar subterrâneo fica as gaiolas das pets, seus quartos, com todo
conforto possível. Odeio sujeira e mulher malcuidada para mim é a morte.
Cada uma tem um kit imenso de beleza, e exijo que se depilem, mantenham
sempre as unhas pintadas e cabelos limpos e cheirosos. Odeio quem não se
cuida, gosto de trepar com mulheres cheirosas e com a boceta lisa.
Elas jamais saem de suas gaiolas que ficam em um imenso corredor
com uma luz bem fraca iluminando. Monitoro tudo de minhas salas. Assim
como a alimentação, que é levada somente uma vez ao dia.
Na parte da manhã, a Nana e os trigêmeos levam as três refeições de
uma vez, as pets guardam no frigobar que têm no quarto. Trato todas com
igualdade, o que dou a uma, dou a todas.
Tudo que precisam para se manterem saudáveis, eu providencio.
Gosto de me ver como um homem justo, penso com crueldade.
A única obrigação que elas têm é me obedecer e me servir quando
quero.
Odeio conversas e as proibi de falarem qualquer coisa comigo.
Escolho a que vou foder, trepo e vou embora.
Sei que sou louco, obsessivo, bipolar, controlador, maligno,
assassino, sequestrador e mais dezenas de defeitos. Foda-se, estou muito
bem com isso. Minha terra, minhas leis.
Muitos pensam de maneira equivocada, que, por termos atitudes
incomuns perante as normas criadas pela sociedade, significa que tivemos
uma infância horrível, de abuso, trauma ou seja lá a porra que for.
Estou aqui para dizer que é mentira. Tive pais maravilhosos e uma
infância cheia de amor por parte deles. Mas minha essência é doente e
perversa. Assumo isso sem pudor ou vergonha. Já me aceitei como um
homem diferente dos demais.
Tenho prazer em causar dor e terror nas pessoas. Quando pequeno,
amava prender os bichinhos e arrancar as pernas, asas ou matá-los
lentamente.
Devo ter alguma coisa que ainda me torna humano, pois me nego a
estuprar, bater e matar, só mato em caso de necessidade absoluta. Mas, ao
mesmo tempo, penso que sou trevas puras, porque não o faço, mas mando e
pago para fazerem sem titubear ou sentir remorsos. Sou doente, talvez um
psicopata, não sei... mas também não me interessa.
Quando meus pais morreram, vendi toda a fortuna que deixaram para
mim, e investi tudo. Sempre quis fazer o que faço hoje, ansiava por esse
domínio e poder. Deixei somente o prédio onde funciona o cerne que nos fez
ricos e influentes. Meu pai e minha mãe eram excelentes decoradores e
muito requisitados. Isso herdei deles e amo demais transformar sonhos em
realidade. Faço os projetos com prazer e gosto.
Resolvi vender tudo e preservar somente o prédio onde meus pais
passaram muito tempo de suas vidas. Meu tributo a eles. Depois que
faleceram resolvi aderir a este estilo de vida, quando fiz um projeto para um
sheik. Fiquei de pau duro quando me disse que tinha várias mulheres a sua
disposição e quis criar isso para mim.
Minha ânsia em dominar é doentia, e não sentia e nem sinto prazer
nenhum em viver a vida comum de um CEO. Morar em um lugar
inacessível, e ter minhas pets – ou bichinhas de estimação – foi um dos meus
mais loucos desejos realizados, e estou bem demais vivendo esse tipo de
vida que escolhi.
Vendi tudo e sumi do mapa. Nem em minha empresa vou. Fazemos
tudo por e-mail e teleconferências.
Agora estou em um quarto comendo a pet do dia com brutalidade e
tesão em saber que eu sou o dono absoluto de tudo aqui. Seu corpo marcado
pelo meu chicote me deixa mais duro e violento.
Ela está amarrada e toda marcada com minhas chicotadas, palmadas
e mordidas, seu corpo branquinho e macio está coberto de minha devassidão.
Meto com força e gemo ao gozar dentro da pet número 3, isso
mesmo, numero-as, porque, se eu der nomes, fica muito íntimo e podem se
apegar e não quero que pensem merda. Mulheres são pets sentimentais.
Proíbo-as de dizerem os nomes umas às outras, e de conversar, isolo-
as. Aqui é meu reino e somente eu falo. Só falam quando permito. Sou
extremamente ditador e louco por controle.
Assim funciona bem demais para mim. Minha necessidade de
controle é mais forte do que eu. Aceitei isso faz muito tempo.
Termino e saio de cima dela com brusquidão, tenho verdadeiro asco
quando acaba o tesão e essa máscara do caralho me incomoda e muito. Sim,
uso máscara, as pets nunca me viram.
Deixo-a na cama amarrada, amordaçada e bem fodida. Quando saio,
os trigêmeos, que sempre me acompanham, entram para desamarrar a
mulher. Eles têm licença somente para desamarrá-la e saírem, sem a
molestarem. Essa porra de máscara é um tormento, mas me nego a deixar
qualquer uma delas me ver. Fica mais seguro sabendo que não me veem e
não sabem meu nome.
Somente os trigêmeos já viram meu rosto, mas temos um contrato
rigorosíssimo em relação a minha identidade. Eles sabem que, além do
contrato, se me traírem, acho eles até no inferno. Já peguei um traidor e eu
mesmo cuidei dele. Fiz questão de que os trigêmeos atuais vissem o que fiz.
A primeira coisa que fiz ao trazerem o traidor, ex-trigêmeo número 1, foi
quebrar seus dentes com um martelo. Em seguida, cortei sua língua e deixei
que ficasse no porão sem comer, nu e sentado em uma cadeira amarrado. Ele
ficou dias nessa posição sem comer, e fazendo suas porcarias. Sua boca e
bunda infeccionou e o calhorda chorava dia e noite. Todos os dias
descíamos, para vermos o final do miserável, que tentou me ferrar.
Deixei-o lá, até que um dia chegamos e o encontramos morto e com
bichos, confesso que meu estômago deu um nó, odeio mal cheiro e sujeira.
Mandei os trigêmeos limparem e deixei bem claro para eles o fim de todos
que ousassem me traírem. E depois disso tem anos que a fidelidade deles me
satisfaz.
As pets não me conhecem, mulher fala demais e evito me expor. Por
esse motivo sempre uso máscaras quando vou foder uma delas, e saio o mais
rápido que posso. Não suporto a presença delas, uso-as somente para me
aliviar do estresse e cansaço. Sou totalmente antissocial.
Tomo banho e vou para as salas onde ficam os monitores. Dirijo-me
à sala que monitoro o clube noturno. Hoje a casa está cheia, sinal de muito
mais dinheiro entrando. Ninguém me conhece por lá, faço questão de
permanecer no anonimato sempre. Não sabemos o dia de amanhã. Com esse
sistema de monitoração de última geração, as imagens são tão nítidas que
parece que estamos no ambiente que estamos vendo através de um monitor.
Tenho um gerente que cuida de tudo para mim, mas o homem é um devasso,
cada dia come uma mulher diferente. E o que está me aborrecendo é que ele
faz isso em seu horário de trabalho. Estou de olho nele há quase um mês e,
sinceramente, ele me desperta um sentimento que não é bom.
Agora mesmo está comendo a nova funcionária, atrás de uma grande
pilastra que tem no clube.
O clube é todo decorado em estilo romano. Ouço a música clássica e
fecho meus olhos, extasiado. Projetei um sistema de som aqui, em que a
música é espalhada com suavidade pelo espaço todo, ficando um som bem
harmônico. Gosto de todos os estilos musicais, mas meus preferidos são os
clássicos e agora estou ouvindo uma playlist de Heitor Villa-Lobos[3],
magnífico. Minha loucura me faz deixar essa playlist tocar dia e noite sem
parar. Me alucina a maestria desse maestro, poeta e compositor.
Caminho e olho para a noite densa lá fora e ultimamente tenho
sentido falta de alguma coisa, um sentimento estranho esse... Nem minhas
pets e a vida que escolhi está me satisfazendo. Que porra está acontecendo
comigo? Balanço a cabeça com raiva e força.
Volto e me sento na cadeira de couro feita sob medida para mim, sou
um homem grande e me aconchego e fecho meus olhos desfrutando e
absorvendo com a alma cada nota musical. A genialidade desse homem me
fascina. Ele conseguiu tornar-se imortal mesmo depois de morto. Gênios não
morrem, eternizam-se nas obras e legados deixados.
Abro meus olhos e vejo meu gerente, trepando com outra mulher.
Tremo de ira desse maldito, pago o safado para trabalhar e não trepar. Desço
pelo elevador, que dá acesso ao primeiro andar, vou para o meu escritório.
Chamo meus seguranças pelo ramal que temos aqui no casarão.
Em tempo recorde, eles entram em minha sala e falo com sangue nos
olhos, pensando no miserável do gerente que estou pagando para trepar.
— Quero esse homem aqui amanhã cedo, sem falta. Antes averiguem
sua ficha, quero tudo sobre ele essa noite.
Eles me olham com olhos frios e mortos e apenas confirmam que
sim.
Sabem que só devem falar quando autorizo.
— Me respondam, vocês conhecem esse homem?
Um dá um passo respeitoso em minha direção.
— Sim, senhor, nós o conhecemos, e ele não é confiável — responde
me olhando sem piscar, mas vejo medo em seus olhos.
Levanto-me da mesa e ando com calma até ele, e pego esse maldito
pelo colarinho com rapidez.
— Não é confiável e agora que me fala? — Sacudo o infeliz sem
piedade. Vejo que está suando frio e pálido. O solto com força e caminho
rápido para uma mesa e abro a gaveta, pego minha pistola Glock automática
e aponto para o covarde.
Vejo os três pálidos e trêmulos, não vou matar o infeliz, somente dar
um susto por tanta ineficiência.
Miro sua testa e vejo o suor descer e se perder entre seu terno.
Desço a pistola rápido e atiro em sua perna, gosto de atirar em
pernas. Machuca sem matar. Ele se curva e sinto um prazer mórbido vendo-o
ferido e sangrando.
Sorrio e olho para os dois, que estão olhando a cena, petrificados.
— Levem ele daqui e venham limpar essa porra! E aprendam:
comigo não tem esquecimento e nem falhas!
Eles correm, pegam o infeliz e o levam rapidamente e, em pouco
tempo, um deles vem para limpar como mandei.
Sorrio de lado e me encosto na parede girando a arma em meu dedo
sem deixar de olhar em seus olhos nem por um segundo. Em um relance
vejo que me olha com ira. Mas, quando volto a encará-lo, ele abaixa a
cabeça e limpa o chão com mãos trêmulas e, quando tudo está limpo e
brilhante, me olha e faço sinal para que saia. Sinto um prazer miserável em
ver o medo estampado em sua fisionomia. Subo e vou para a sala das pets
para monitorá-las, enquanto aguardo a ficha do incompetente de meu
funcionário.
Estou na sala lendo os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões[4], recostado
no sofá enquanto aguardo os trigêmeos com a ficha do safado de meu
gerente.
Estou entretido no mundo da leitura quando ouço me chamarem.
— Senhor... — Levanto minha cabeça e vejo um envelope nas mãos
de um deles.
— Tem tudo aqui? — Estendo minha mão e pego o grande envelope
pardo.
Ele me entrega e os dispenso com um gesto de cabeça, já abrindo o
envelope.
Começo a ler e minhas mãos começam a tremer de ira.
O desgraçado não só trepa o horário inteiro de trabalho, como está
me roubando, desviando dinheiro.
Como nunca percebi isso antes? Subo rapidamente e abro as pastas
onde tenho tudo e vejo que ele começou o desvio de dinheiro há pouco
tempo. Por isso, ainda não havia percebido.
Olho e vejo que é uma quantidade considerável, para os padrões dele,
pois isso, para mim, não significa nada diante de minha fortuna.
Dou um murro na mesa, sentindo sede de sangue, amanhã mato esse
desgraçado. Ninguém rouba ou faz Santiago Reis de trouxa.
Levanto-me completamente estressado, pego a máscara e desço
rapidamente para o subterrâneo e entro na gaiola 5.
A pet já estava dormindo. Puxo o cobertor e vejo seu corpo branco e
pronto para eu desenhar nele com meu chicote.
— Levante-se e tire a roupa! — ordeno com voz grossa de ira e
desejo. Meu pau já está queimando para comer meu bichinho de estimação.
Elas já estão treinadas e sabem que odeio esperar, então já tiram logo
a roupa e ficam de quatro.
Essa já está de quatro, me esperando enquanto coloco a camisinha,
jamais trepo sem me proteger, só de pensar em um possível filho me
enlouquece. Não quero nunca, jamais filhos. Outra regra, jamais beijar.
Íntimo demais.
Olho sua boceta seca, pego um lubrificante, que deixo a minha
disposição, e derramo em suas entradas. Espalho com a ponta de meu pau e
meto com força, até as bolas.
Gemo alto e entro em modo britadeira. Quando gozo, ainda continuo
duro e entro no buraco de trás com grosseria, ouço seu gemido, mas foda-se
se me importo. Continuo metendo até gozar.
Levanto-me mais calmo, abro a porta, tranco e vou embora. Simples
assim, sem palavras, carinho... nada! Não sinto nada por ninguém. Nunca
senti.
Olho para o corredor longo e vejo que tem uma gaiola vazia. Falta a
pet número 7. Quando não tem nenhuma ocupando, eu mando deixar a porta
aberta, para eu providenciar uma nova o mais rápido possível. Gosto das
gaiolas ocupadas.
Amanhã, depois que resolver o problema com o ladrão e tarado de
meu gerente, resolvo essa pendência. Não gosto de deixar gaiolas vazias,
pois assim tenho que repetir uma das pets durante a semana. E aprecio uma
boceta diferente para cada dia. Sigo para o meu quarto, relaxado e pronto
para mais uma noite de sono.
Hoje, novamente meu namorado, ou não, desmarcou nosso
compromisso. Ele sempre alega que está trabalhando e confesso que já
banquei a detetive e, por incrível que parece, ele foi trabalhar mesmo.
Já me disseram que Augusto não é o que aparenta ser. Ele é um
homem bonito, educado e vive para o trabalho. Desmarca a maioria de
nossos compromissos, alegando que está trabalhando para podermos ter um
futuro melhor. Acho engraçada essa argumentação, porque nem namoramos
direito, o cara nunca tem tempo. Mas confesso que não ligo, tenho tantas
coisas para pensar e resolver.
Estou em meu último semestre na faculdade e falta menos de um mês
para me formar. E quero muito investir em minha carreira, como designer de
interiores. Amo de paixão transformar um lugar inóspito em um que reflete a
personalidade da pessoa. É mágico essa transformação. Amo todos os
estilos, mas o clássico está em meu coração, principalmente o estilo rococó,
com sua delicadeza em cada peça elaborada; se eu pudesse moraria em um
lugar assim, seria um sonho.
E já estou olhando uma loja para montar meu espaço para oferecer
meu serviço em sociedade com minha amiga e arquiteta Mônica.
Mas tudo ao seu tempo. Ainda sou uma universitária de 23 anos, que
precisa tingir o cabelo para poder participar de uma apresentação que será
analisada e avaliada por quase todos os nossos professores.
Isso nos garante uns pontinhos extras e farei esse sacrifício, embora
ame meus cabelos ruivos.
No salão de uma conhecida, já estão lavando meus longos cabelos,
agora loiros.
Sento-me em frente ao espelho e estranho essa nova mulher que me
encara com seus imensos olhos azuis e sardas na ponta do nariz. Sorrio e
vejo as minhas covinhas tão elogiadas.
Algum tempo depois, saio do salão me sentindo uma verdadeira
Barbie.
Como hoje é sábado e a apresentação é na segunda, posso fazer
compras de frutas que amo, e arrumar meu apartamento. O meu namorado
não vem hoje, para variar, vai trabalhar.
Sei que trabalha em uma casa noturna, mas nunca me chamou para ir
lá e não vou ser oferecida. Tem seis meses que estamos juntos, e ainda não
dormimos juntos. Minha virgindade será reservada para o cara que eu
verdadeiramente me apaixonar. E sinto que Augusto não é o cara, algo nele
me impede de ir mais fundo em nossa relação. Já cogitei várias vezes em
terminar com ele, mas está cômodo assim, quase não o vejo e, quando sou
assediada na faculdade, digo que tenho namorado. Assim meus colegas me
importunam menos.
Depois que a faxina está feita, está na hora de cuidar de mim. Tomo
um banho caprichado e faço a depilação que tenho o cuidado de fazer todo
final de semana. Odeio ficar peluda. Quando termino, seco meu cabelo e
visto meu pijaminha de bolinhas. Infantil, eu sei, mas adoro tudo que tem
florzinhas, coraçõezinhos e bolinhas. Deito e pego um romance hot – meus
preferidos –, e entro nesse fascinante mundo.

***

O final de semana passou voando e estou suada aqui, mas feliz.


Nossa apresentação foi um sucesso, nossos professores aplaudiram de pé.
Me sinto realizada, o sacrifício de deixar de ser ruiva, que adoro, valeu a
pena.
Quando saio, Augusto está me esperando e caminha ao meu
encontro.
— Oi, amor, esse final de semana foi corrido, nem deu tempo de te
ligar, mas hoje estou aqui para me redimir. — Olha para minhas colegas, que
saem conversando e vejo que as olha sem disfarçar que está apreciando.
Ele sempre foi assim, mas agora isso está me incomodando, não por
ele, mas por ficar em uma relação que nem sei se posso chamar assim.
— Oi, Augusto. Entendo você, sei que tem que trabalhar muito, mas
penso que já está na hora de dar um tempo nessa relação estranha que temos.
Vejo que se assusta.
— Terminar? Você está louca, Violeta? Estou trabalhando e me
empenhando para o nosso futuro! — esbraveja.
— Futuro? Mas se nem namoramos direito... — começo a falar e sou
cortada por ele com grosseria.
— Claro que não namoramos direito, você segura essa boceta como
um tesouro! Que relação quer, se não me dá? — Assusto-me com sua
estupidez e maneira de ver uma relação.
— Então, para você, ter uma verdadeira relação, significa que a
mulher tem que trepar sem querer com o cara? — indago irada com tanto
machismo.
Ele se assusta com minha reação, pareço doce, porque não gosto de
brigas, mas, quando bato o pé, já era, acabou!
— Calma, querida, acho que não me expressei bem... — tenta
remediar desajeitadamente.
Olho para ele e resolvo, naquele momento, dar um basta nessa
situação que me incomoda muito.
— Augusto, é melhor terminarmos, e, quem sabe, futuramente
podemos nos acertar? Você e eu estamos focados em nosso futuro, eu te
entendo. Porque eu também estou e, sinceramente, quando você some, não
sinto a falta que é normal sentir quando estamos apaixonados e envolvidos.
— Mas estamos apaixonados... — corto seu discurso, minha decisão
já está tomada. Prefiro despachar os assediadores, do que estar nessa relação
onde não sinto nada por esse homem.
— Não quero mais, chega! — falo incisiva e caminho para o meu
carro. Vejo ele correndo atrás de mim tentando se justificar. Entro no veículo
e ele bate no vidro desesperado. Mas olho para ele com determinação,
mostrando que minha decisão já está tomada.
— Seja feliz, Augusto. — Ligo o carro e saio suavemente para casa,
sentindo um alivio imenso. E que comece uma nova etapa em minha vida,
penso feliz e em paz.
Levanto-me sabendo que o dia hoje não será fácil, odeio lidar com
pessoas desonestas. E tenho um ladrão para extrair algumas informações e
ajustes de contas. Visto-me todo de negro, não há cores em meu closet,
somente preto, até mesmo a máscara.
Antes de descer para tomar o meu café, passo na sala onde monitoro
o porão de tortura.
Sinto meu coração disparar de prazer ao ver o desgraçado amarrado
em uma cadeira.
Como grande covarde e mentiroso que é, ele está chorando igual uma
menininha! Porra, odeio esse tipo de gente!
Passa na sala onde monitoro as gaiolas e minhas pets estão bem:
umas tomando café da manhã; outras, ainda dormindo. Viu como cuido bem
das minhas bichinhas? Satisfeitas e bem alimentadas.
Satisfeito, desço e tomo meu café farto.
Quando termino, desço para o porão, somente eu uso o elevador,
assim tenho acesso a todos os andares com exclusividade e sem ser visto,
mesmo que apenas por meus empregados.
Quando entro, os trigêmeos se afastam e me aproximo do covarde.
Vejo que ele fica pálido, afinal marco presença, minha altura
intimida, meu corpo parece uma parede de concreto, isso porque treino horas
por dia. Minha sala de academia fica no mesmo corredor de meu quarto.
Gosto de manter a forma, sou vaidoso, mais um de meus pecados.
Paro ao seu lado com minhas mãos nos bolsos e minha Glock na
parte traseira de minha calça, enfiada entre o cós. Viro e caminho lentamente
para a mesa e tiro a arma com cuidado e bem devagar, com o canto dos
olhos, vejo o infeliz mijar na calça.
Mas se não é um bundão esse miserável! Nem comecei ainda.
Viro novamente e me encosto na mesa e cruzo as pernas, vamos
começar a diversão.
— Me diz seu nome — pergunto como se já não soubesse até a hora
que essa porra caga.
— Au... Augusto... por favor, eu não fiz nada, isso tudo é um engano.
Sou um homem trabalhador! — o verme gagueja.
— Não fez nada? — pergunto friamente, pegando o controle e
ligando o monitor gigante na parede. De repente aparece cenas com ele
trepando sem parar com várias mulheres na mesma noite.
Olho para ele, que treme e chora ao mesmo tempo, sua cor está um
esverdeado doentio.
— Ainda tem coragem de dizer que não fez nada? — indago
calmante, mas no fundo já o vejo morto, com um belo tiro na testa.
— Elas que me assediavam... eu tentava de todo jeito sair fora... —
diz com baba, misturada às lágrimas.
Olho para os trigêmeos e balanço a cabeça.
Um deles caminha para o lado e dá um murro tão grande no
miserável, que vejo um dente cair no chão. Isso é só o começo das dores,
colega. Odeio mentiras também, aliás odeio quase tudo.
— A verdade! — digo, minha calma vai se esvaindo como fumaça.
— Fo... foram somente algumas vezes, eu juro.
— E o desvio de meu dinheiro? Você foi obrigado também? —
Minhas mãos tremem em meus bolsos.
— Dinheiro? — repete baixinho, vejo o pavor dominando esse
verme.
— Sim, meu dinheiro, aquele que você roubou por meses... — fica
indignado com minha falta de atenção, em ter deixado passar tanto tempo
sem perceber esse pequeno desvio, sou perfeccionista ao extremo. Mas o
miserável conseguiu esconder muito bem.
Continuo no mesmo lugar, porque, se eu sair, mato esse traste antes
descobrir onde ele enfiou meu dinheiro.
— Esse dinheiro que roubou meu, não significa nada para mim, é
uma ninharia. Mas o que não suporto é a mentira, desonestidade, me
entende? Como irá me ressarcir desse prejuízo?
É possível uma pessoa ficar mais pálida do que já está? Se tinha essa
dúvida acabou, porque o cara na minha frente está ficando azulado.
Ele está mudando de cor igual um camaleão, penso com maldade.
— Não tenho nada de valor... — diz desesperado choramingando e
noto que tenta esconder algo. Está ficando interessante, vou descobrir o que
é...
— Você tem parentes? — O ser humano sempre tenta defender seus
parentes, esposas, namoradas, filhos. Penso que estou ficando quente aqui
em minhas suposições, pois ele treme todo.
— Não! Não tenho ninguém, namorada, esposa, pais... nada! Sou um
homem sozinho na vida — responde tremendo e vejo que baixa a cabeça
quando cita namorada e esposa... Interessante.
Vamos brincar! Fico trêmulo de emoção... me sentir no domínio me
deixa alucinado e excitado.
— Se procurarmos com cuidado, não acharemos uma mulher em sua
vida?
Ele fecha os olhos abaixando a cabeça. BINGO!
Caminho lentamente até ele e pego seus cabelos, levanto sua cabeça
e olho em seus olhos.
— Me diz o nome! — Balanço sua cabeça com brutalidade.
— NÃO! Ela não, por favor... — agora o miserável chora e clama,
mas, quando estava comendo as vadias, não se lembrava da chifruda, certo?
— Por que a preocupação com a namorada, se a trai com qualquer
vadia?
— Ela é virgem! Está se preservando para o marido! — grita
alucinado, penso que já não sabe mais o que diz, perdeu a coerência.
Sorrio com malícia. Meu dia está ficando cada vez mais interessante.
Virgem?
— Virgem, hum... Isso me interessou bastante! Quero o nome e
endereço, vamos buscar a mocinha, que é virgem em pleno século XXI, um
verdadeiro achado. — Aperto meu pau com força. — Já estou duro só de
imaginar comendo essa doce bocetinha virgem! — digo com maldade e vejo
ele tentar avançar em mim. Dou um passo para trás e sorrio com deboche. —
E depois que me fartar dessa doçura de menina virgem, a entregarei para os
trigêmeos se fartarem e darem um fim na sua doce namoradinha — provoco
com crueldade.
Ele está alucinado e tenta se soltar com gritos horripilantes. Tenta
arrastar a cadeira e vir até mim. Continuo parado e rindo com deboche e
escárnio de sua burrice. Chora, baba e grita. Realmente, ele gosta dessa
mulher. Bom para mim, azar o dele.
Fiquei mais de uma hora, tentando arrancar o nome da mulher, mas o
maldito não dizia nada. Tentava protegê-la de todo jeito. O rosto e corpo do
meliante já era uma massa sangrenta e todos os seus dentes estavam no chão.
Grito irado:
— Trigêmeos! Achem essa mulher, eu a quero aqui no mais tardar à
noite. Eles sacodem a cabeça afirmativamente e saem da sala de tortura
rapidamente, ficando somente eu e o homem desfigurado em minha frente.
Ele me olha assombrado.
— Por favor... ela não... tem culpa de nada! — balbucia entre baba e
sangue.
— A vida não é justa, não é, meu caro? Os inocentes pagam pelos
pecadores. Vou ter prazer em ensinar a sua namorada o que um homem de
verdade faz... E se quiser te deixo vivo para ver, quer? Olha o quanto sou
generoso! — falo enquanto olho minha arma com atenção.
O que ele escolher, farei o contrário! Gosto de provocar sofrimento e
dor.
— Morrer, prefiro morrer a ver minha menina sendo estuprada por
um demônio igual você! — diz corajoso. Verme!
— Aí é que está... eu não estupro e nem bato em mulheres. Elas vêm
a mim por vontade própria. — Claro que não falo dos métodos de persuasão
que uso. Porque, para ele, a humilhação é ela dar para mim livremente, já
que não foi capaz de trepar com a vadia.
Vejo-o tomar fôlego e romper em um choro doloroso.
— Mas que porra! Vira homem, caralho, pare de chorar, sua porra!
Guarda para quando a sua namoradinha chegar! — digo isso, viro as costas e
saio dali. Cansei desse merda covarde.
Subo, tomo banho para tirar o sangue, almoço e vou monitorar meus
prisioneiros.
O covarde está quase desmaiado em uma poça de sangue, as minhas
passarinhas estão tranquilas. A propriedade está calma. E a casa noturna,
tudo dentro dos conformes. Durante o dia é feita a limpeza e o preparo para
abrir as portas exatamente as 21 horas. Com tudo funcionando bem, desço
para o escritório e trabalho o resto da tarde. Aqui cuido das teleconferências
e projetos a serem executados e em meu investimento em ações. Sim, sou
um homem de múltiplas tarefas, ou seja, investimentos variados. Agora, no
momento, estou distraído em minhas análises gráficas em análise na B3,
quando o meu celular toca.
Olho e vejo que é um dos trigêmeos.
— Rei — respondo.
— Estamos com a menina, senhor. Estamos te esperando na gaiola
7, como ordenou — fala e ouço barulhos e vozes alteradas.
— O que está acontecendo aí? — Levanto-me já descendo para a
gaiola.
— A moça, senhor. Ela é brava e arisca. Estamos tentando controlar
sem machucá-la, sabemos que gosta de pegar as mulheres sem máculas —
diz com voz robótica.
— Maldita! Estou chegando e vamos domar essa vadia! — Desligo e
desço vendo tudo vermelho, estou tremendo de ira dessa vagabunda.
Lembro-me da máscara e volto para pegar, ficando ainda mais irado com
essa puta do caralho!
Ela vai conhecer e saber que, com Santiago Reis, não se brinca.
Augusto me liga sem parar, manda flores, manda recados, o cara não
me dá um pingo de sossego. E confesso, já estou ficando nervosa com essa
falta de senso.
Quando queria um relacionamento, ele se esquivava e não me dava a
mínima atenção, somente quando sobrava tempo!
Agora isso?
Liguei para ele e o alertei dizendo que, se não parasse, ia chamar a
polícia.
Mas o traste continuou como se nada tivesse acontecido.
E incrivelmente o assédio parou desde ontem. Finalmente o cara se
tocou, que aqui não rola nada mais!
Estou feliz demais, porque eu e Mônica, já estamos com uma loja
quase alugada. Um sonho desde sempre que tenho. Amo decoração e, como
me formei há pouco tempo, estou deslumbrada com tudo que poderei fazer
em relação ao meu trabalho de decorar. Adoro!
Chego em casa cansada, hoje andamos sem parar, atrás das lojas que
havíamos separado para olharmos.
Tiro meus sapatos e tem bolhas em meus pés.
Tomo um banho, visto meu pijama branco de rosinhas e passo uma
pomada anti-inflamatória nas bolhas e vou preparar um chá com biscoitos,
estou morta de fome.
Termino meu lanche, vou ao banheiro escovo os dentes e me deito,
estou quebrada e minhas pernas doem demais.
Mas exalo feliz! Vai dar tudo certo. Lutei para chegar onde estou por
anos e sozinha. Pois não tenho ninguém. Cresci em um orfanato e quando
tinha dezoito anos saí e aqui estou. Tudo que consegui foi com honestidade e
trabalho, por isso tanto orgulho de mim mesma.
Fecho meus olhos e começo a adormecer, quando ouço um barulho
no quarto.
Tenho a impressão de ter visto vultos.
Levanto-me rápido e acendo a luz.
Quando vejo três homens gigantes, de preto, meu coração baqueia e
sinto minhas pernas amolecerem, não vejo mais nada, tudo escurece.
Tenho a impressão de ouvir alguém dizer:
— Foi mais fácil do que imaginamos. A covardia da moça é igual a
do namorado!
Ouço risadas e não vejo mais nada.
Quando chego à gaiola sete, vejo os trigêmeos em guarda e olhando
assustados uma coisinha minúscula de pé em cima da cama e um pijama
ridículo de pequenas flores. Minha vontade é rir da cena triste. Onde uma
bolha de sabão, que é essa mulher de tão frágil, encurrala três homens
gigantes e armados?
Estaco e fico petrificado quando sinto o começo de um sorriso em
meu rosto. Que caralho! Tinha muito tempo que não tinha vontade de sorrir!
Arranco esse esboço de sorriso da porra de minha cara e entro em
modo dominador.
— Que porra está acontecendo aqui? — Entro irado no quarto e
pergunto para os trigêmeos, mas olhando o pequeno terror, ameaçando a
todos com uma porra de um abajur. Novamente me vem a vontade de rir.
Porra! A mulher não tem temor pela própria vida? Quatro homens gigantes,
armados e ela os ameaçando com um abajur?
— Senhor, ela é louca! — grita um dos trigêmeos quando vejo o
abajur vindo em nossa direção com tudo. Nos desviamos rapidamente.
A maluca pula no chão e pega seus chinelos rosas e nos ameaça com
eles.
CHINELOS ROSAS!
Não estou acreditando no que vejo! Essa louca vai me dar muito
trabalho, agora começo a entender o bundão de seu namorado e fico
solidário a ele. Essa mulher é completamente louca!
Esse pequeno duende não tem noção de onde está e o propósito de
sua estadia em meu casarão na floresta.
Mas sem problemas, tenho todo o tempo do mundo para adestrá-la e
deixá-la tão mansa como as outras pets, daqui a pouco é só mais um
bichinho assustado e doce. Com isso em mente, caminho em sua direção e a
agarro pelos dois braços com força, sei que ficarão com marcas roxas, mas
foda-se se me importo. Muito pelo contrário, adoro marcar minhas pets.
— Chega! — Sacudo-a com força e a jogo na cama com ira. Viro de
costas para mandar os trigêmeos sair e trancar a porta, quando sinto algo
acertar a porra de minha cabeça. Dói pra caralho. Levo a mão onde a maldita
me acertou e vejo que já tem um galo... Viro-me com sede de sangue. A
desgraçada abriu o frigobar e jogou a garrafa de água em minha cabeça e
tem a mão cheia de latas de refrigerante. Cuido bem de minhas bichinhas,
porra!
Manda uma latinha e acerta na parede e explode refrigerante para
todo lado, essa miséria de mulher está acabando com minha paciência e a
gaiola 7!
— Saiam! — mando os trigêmeos saírem, pois estão parados no
lugar igual estátuas, nunca presenciaram ninguém me desafiando, ainda mais
uma mulher que não deve ter nem um metro e meio de altura!
Vejo que saem rapidamente, viro-me para a pequena maluca e sorrio
de ira e pura maldade.
Vejo ela se encolher, mas seu queixo pontudo me diz que não vai
baixar guarda. Agiganto-me em todo o meu tamanho e pergunto seu nome.
Continua calada! Além de ser esse terror é também marrenta? Adoro
quebrar esse tipo!
— Me diz seu nome! — Avanço com tudo para cima desse pequeno
monstrinho.
Claro que, no processo, levo umas três latadas de refrigerante e dói
pra cacete! Mas todos os problemas que está me causando terá
consequências!
Essa porra de mulher não me conhece!
Quando sua maldita munição acaba, agarro-a pelos cabelos e a jogo
no chão. Ela cai e bate a cabeça na quina do móvel e fica atordoada por
segundos. Piso em seu pescoço e repito a pergunta:
— A porra do nome! — Piso com mais força, estou irado.
— Vai se foder! — Levanto-a pelos cabelos e dou um tapa em sua
cara tão forte, que ela roda. Odeio fazer isso, mas parece que, com essa
maldita, vou ter que quebrar as minhas regras. Sinto algo estranho quando a
vejo cair desacordada.
Mando esse sentimento para o inferno e me sento em uma poltrona,
aguardo a maluca acordar. Tenho todo o tempo do mundo.
Fico à espreita como um caçador que sou, e quando a vejo se mexer
meu pau mexe junto. Caralho! Ela me deixa de pau duro me desafiando!
Ajeito meu pau e aguardo ansioso para ver o que ela fará.
— Finalmente a Bela Adormecida acordou — debocho.
Ela levanta o rosto e vejo ira em seus imensos olhos azuis. Vou
adorar quebrar essa mulher, minha boca saliva de tanta emoção!
— Quem é você? — pergunta se sentando.
— Não te interessa quem sou. Qual é o seu nome? Vou perguntar
pela última vez. — Fico sem entender essa obsessão em saber seu nome. As
outras pets, sei o nome pelas suas fichas, mas nunca me interessei em
perguntar. Talvez seja para quebrá-la, quando vi que se rebelou... penso me
justificando. Todo o processo de adquirir essa pet foi diferente das demais.
Essa foi adquirida em uma situação bem diferente das outras. Ela é um
recebimento de uma dívida. E realmente não sei seu nome e quero muito
saber, mas quero que ela diga. Poderia perguntar aos trigêmeos, pois sei que
a ficha dela está completa, eles são ótimos no que fazem, aliás, bons até
demais. Minhas passarinhas têm pavor deles, e não é porque são bonzinhos,
não.
— Violeta Rosa — murmura me olhando no fundo dos olhos.
Violeta Rosa? Que porra de nome é esse? Explodo em uma
gargalhada que nunca dei em toda minha vida. Porra! Me sinto bem em rir
assim.
Vou manter essa coisinha para me fazer sair do meu normal, ela me
diverte.
Ela me olha com cara feia.
— Qual é a graça? — Faz bico e seu rosto fica vermelho.
— Que porra de nome é esse? Faltou criatividade em seus pais?
Caralho! — Tento me manter sério, mas com esse nome é impossível.
— Está rindo do meu nome, qual é o seu? — Levanta-se e senta na
cama me desafiando com seus imensos olhos azuis.
— Rei — digo simplesmente e a encaro soberbo.
Agora é a vez da cadela explodir em uma gargalhada.
— Rei? Sério isso? — diz entre lágrimas de tanto rir.
Olho para ela abismado. Essa mulher não tem noção do perigo? Está
mesmo rindo de mim?
— Seus pais não tinham criatividade? Rei? Você está mais para
louco... — Ela coloca o dedo no queixo e solta a pérola. — Lou... isso
combina mais com você! Louco! — E explode em outra gargalhada.
Levanto-me e pego essa desgraçada pelo cabelo e saio arrastando
essa peste para o quarto de torturas. Vou levá-la onde está o traste de seu
namorado e vamos ver se agirá como fez até agora.
Escuto seus gritos e xingos e ignoro completamente.
Quando chegamos, jogo-a no chão com brutalidade. Ela levanta o
rosto assustada quando vê seu namorado quebrado e coberto de sangue na
cadeira.
Levanta-se e corre para ele.
— Augusto? O que faz aqui, na casa desse demônio? — pergunta
assustada.
— Violeta... — ele tenta dizer, mas as dores são muito fortes e
somente balbucia.
Ela olha para mim com ira nos olhos e caminha com rapidez até onde
estou.
— Quem é você? Por que age com tanta maldade? A polícia vai te
pegar, maldito, e mofará na cadeia! Solte-nos e iremos embora, prometo a
você que não o denunciaremos. — A pilantra tenta negociar comigo se
impondo.
— Em primeiro lugar, você vai aprender em breve que não deve se
dirigir a mim com tanto desrespeito e jamais dirigir a palavra a mim, a não
ser que eu permita! Vou te ensinar direitinho as regras a serem seguidas por
você. Segundo, minha vida não te diz respeito.
Pego-a pelos cabelos e a arrasto até estar com o rosto quase
encostado no rosto quebrado de seu namorado.
— Está vendo esse homem aqui, seu namoradinho? Ele me roubou e
você é o pagamento por sua desonestidade. Entende? Você é minha para
pagar a dívida desse desgraçado! — Esfrego seu rosto no ensanguentado do
seu namorado. — Ele me contou que você é virgem. Fiquei com o pau duro,
nunca trepei com uma. Deve ser muito bom arrebentar uma boceta intocável
— digo com maldade e a vejo finalmente tremer e ficar pálida. Eureca!
Acabei de descobrir o ponto fraco dessa louca.
— Por favor, solte-a! Seu problema é comigo, ela é inocente! — O
saco de merda se manifesta.
Ela me olha com temor, agora.
— Deixe-o ir, Rei, por favor... — diz fungando. Empurro-a com
grosseria e a vejo cair sentada. Foda-se!
Com esse merda de traidor, ela suplica; e quando se dirige a mim, me
afronta?
Vagabunda!
Puxo-a pelos pés a arrastando e a coloco de pé usando seus cabelos
como alavanca, vejo sua careta de dor e seus olhos se encherem de lágrimas.
Vou dar uma lição nesses dois.
— Peguei a mercadoria, mas ainda não conferi, vamos ver se vale o
preço que estou pagando. — Vejo-a se encolher me olhando com horror e
tentar fugir. Pego-a pelo pescoço e rasgo seu pijama ridículo e ela fica com
os seus seios à mostra. Vejo que fica assustada e vermelha. “Quem manda
aqui, sua pirralha do caralho?”, penso transpirando de tanta ira. Nunca fui
tão afrontado e desobedecido.
Ando em volta dela e vejo que está de cabeça baixa.
Olha dos lados e vejo os trigêmeos babando nos seios perfeitos dela,
e o namorado traidor, chorando baixinho e implorando para soltá-la.
Volto a olhar para os trigêmeos e minha vontade é de matá-los. Entro
na frente deles, tirando a visão dos babacas dos infernos. Os seios de Violeta
são belíssimos. Pequenos, claros, bicos rosados e respingados de sardas.
Perfeitos! Sinto uma vontade insana de cobri-la e correr com ela dali. “Esse
lugar não é para ela...”, algo me diz bem baixinho. Claro que ignoro.
— Bem as tetas, são boas. Agora vamos ver a boceta. — Arranco
com um puxão seu shortinho delicado e vejo suas pequenas mãos tentarem
cobrir sua pequena e rosada boceta.
— Nananinanão! Quero ver se vale o preço que paguei! — Levanto
com brusquidão seus braços e olho seu corpo todo. Perfeito. Cintura fina,
seios pequenos e rosados, boceta como eu gosto, lisa e depilada. Perfeição a
define.
— Com o dinheiro que o ladrão de seu namorado me roubou dava
para eu comprar coisa muito melhor, mas, como esse verme não tem como
pagar, vou levar você mesmo! — humilho-a. Vejo que fica mais pálida ainda
e me regozijo. Estou conseguindo amansar a fera.
Tiro minha camisa e visto nela, os olhos dos trigêmeos brilhando de
desejo estão me incomodando demais.
Ela se enrola em minha camisa e continua de cabeça baixa.
Pensei que, quando começasse a quebrá-la, ia me sentir bem... mas,
porra, sinto um mal-estar horrível. Gosto dela implicando e aprontando.
Realmente deveria me chamar Louco ou Lou... penso divertido.
Essa mulher está me fazendo sentir coisas que apaguei de minha vida
há décadas! Com quase 40 anos, sinto-me cansado mais vezes do que posso
contar.
— Augusto, você roubou esse homem? — Violeta Rosa indaga com
incredulidade, parece que não conhece bem o namorado.
— Violeta... — ele olha para ela implorando perdão.
Pego o controle e digo sem emoção.
— Violeta Rosa... — rio sem querer, porra, estou me esforçando...
Violeta Rosa? Tento novamente ficar sério, mas esse nome é hilário. — Ele
não só me roubou, como te traía o tempo todo, minha cara chifruda! —
debocho.
— Não! Eu imploro, não mostre para ela...
Sorrio malignamente e aperto o play.
Vejo a moça olhar atentamente as cenas e virar-se para o traidor.
— Augusto? Como você teve coragem?
Fico atento a cena a minha frente.
— Eu amo você, Violeta! Eu juro, esses foram momentos de
fraqueza de minha parte, que nunca significaram nada para mim — diz o
escroto desesperado e me alegro em sua agonia.
— Porra! Seu maldito! — Ela caminha até ele e enfia a mão em sua
cara, já deformada sem dó! Porra, ela é das minhas! — Podia ter sido
homem e terminar comigo antes de me trair! — diz com raiva, mas, para
quem foi traída pelo namorado, ela está muito calma, não entendo.
— Eu te amo... — o imbecil começa a murmurar, mas ela o corta.
— Ama? Mentiroso, quem ama não trai. Ainda bem que já
terminamos há bastante tempo, né? Seu filho da puta! — diz vermelha de
raiva.
Espera! Ela diz terminou?
— Violeta, vocês não namoram? — pergunto desconfiado.
— Não, eu terminei com ele, pois ele não tinha tempo para
namorarmos, estava ocupado me traindo, esse escroto. Ainda bem que não
cedi as suas chantagens, maldito! — Sai de perto dele como se sentisse asco.
— Cedeu? Ele te chantageou? — pergunto irado, não sei o porquê,
mas estou.
— Sim... — Seu rosto fica corado e ela desvia os olhos. O passarinho
é tímido quando falamos de sexo.
— Bom, então, pelas novas informações, você, Augusto, não é
namorado de Violeta Rosa, sendo assim não tem mais utilidade para mim. —
Puxo a minha inseparável Glock automática e atiro na testa do ladrão e
traidor inútil. Vejo sua cabeça explodir e Violeta se encolher, quando
respinga sangue nela. Sorrio de lado.
Ela me olha assombrada e balbucia:
— Você o matou... — Sua palidez mortal me assusta um pouco e, ao
mesmo tempo, me dá um prazer mórbido.
— Sim, matei. E faço isso com todos que me desobedecem... isso
vale para você também, não pense que é melhor do que ninguém que vive
aqui. Se precisar matar você ou qualquer outro, para mim não faz a mínima
diferença. — Aperto meu pau duro e olho duramente para ela. Matar me
excita, preciso de uma pet para trepar hoje, estou louco e alucinado de tesão.
Chamo os trigêmeos e mando levar a pet para a gaiola, e os outros
dois limparem a bagunça que fiz aqui no quarto de torturas.
Os olhos assombrados de Violeta me perseguirão por muito tempo.
Sou levada para a minha prisão, e sinto como se estivesse me vendo
fora do corpo. Jamais presenciei tanta violência em meus quase vinte e
quatro anos. O homem de máscara é um gigante violento, mas jamais
imaginei que seria um assassino. Ver a cabeça de meu ex-namorado explodir
em minha frente me aterrorizará enquanto eu viver. Estou toda respingada de
sangue e pedaços de seu cérebro. Levanto minhas mãos trêmulas com pingos
de sangue e sinto as lágrimas pingando, estou aterrorizada e tremendo tanto,
que parece que vou desmaiar.
Agora estou começando a perceber que fui sequestrada por um
demônio e estou em um lugar que não tenho sequer noção de onde seja.
Estou à mercê de um homem que é um psicopata, exala arrogância, soberba,
orgulho, maldade, além de matar como se estivesse praticando um ato de
bondade, ou almoçando, tal sua calma e satisfação. Lembro-me dele com
terror e nojo.
Descemos por escadas e entramos em um corredor cheio de câmeras
e escuro, clareado por pequenas lâmpadas, deixando o lugar sombrio me
causando calafrios.
Tenho medo desses três homens, que me olham com malícia. Penso
que ainda não abusaram de mim porque o chefe deles quer essa honra.
Abrem a porta e me empurram para dentro com força, caio sentada
no chão e sinto dores no corpo.
Fecham a porta e ouço o barulho da chave, entro em pânico e sinto
falta de ar. Desespero-me e tento levantar, mas não consigo. Abaixo a cabeça
e começo a inspirar devagar.
Quando me acalmo um pouco, levanto-me e olho a minha volta. O
quarto é imenso e muito bem decorado. Tem uma imensa cama de casal,
com lençóis limpos e brancos. Uma televisão embutida na parede, frigobar,
um armário embutido e o banheiro. Dirijo-me ao banheiro e fico abismada
com o conforto, gigante, com banheira e a prateleira cheia de cremes e
xampus. Toalhas felpudas e brancas. Realmente o cara é louco, mantém o
cativeiro como um quarto de hotel cinco estrelas. Bizarro!
O homem mascarado é sem sombra de dúvidas completamente
insano. Já vi falar muito em cativeiros, mas de luxo? Só pode ter TOC, esse
monstro!
Olhando, parece que estamos em um quarto de hotel cinco estrelas.
Olho para cima e vejo câmeras para todos os lados. O desgraçado me
monitora.
Olho para elas e levanto o dedo do meio para ele.
A ira me consome mais que o medo, sempre fui impulsiva e já sofri
demais por isso.
Levanto-me com um sorriso de desafio nos lábios e pego os vidros de
xampu e jogo nos espelhos com força, quebrando-o junto dos vidros. O
cheiro frutado espalha pelo ar, continuo quebrando tudo o que posso e
quando paro, ofegante e cansada, olho para o ambiente e vejo um verdadeiro
caos. Sorrio satisfeita.
Sinto-me fraca, angustiada e me sento na cama de cabeça baixa e
começo a chorar em desespero, caminho até a porta e bato com força.
— ME TIRA DAQUI! SOCORRO! — grito até ficar rouca.
Sento no chão e choro com soluços tão altos, que meu corpo sacode
com força.
O que farei de minha vida? O que acontecerá? Uma coisa eu garanto:
prefiro morrer a ser estuprada por qualquer um desses miseráveis.
Sou a presa, mas não me quebrarão, prefiro morrer.
Com esses pensamentos em mente, levanto-me e vou tomar um
banho em meio a esse caos.
Olho para uma das câmeras e grito:
— Desgraçado, você não me quebrará!
Depois que matei o traidor, desci e trepei com brutalidade com uma
pet, pois matar me deixava de pau duro. E o medo que vi nos olhos da
novata me deixou alucinado de tesão. Mas o foda foi que não consegui me
satisfazer com meu bichinho de estimação do dia, trepei até meu pau doer e
não consegui a satisfação costumeira. Caralho! Não tirava a expressão de
assombro da pet da cabeça. Que porra era essa?
Terminei minha maratona de trepadas e subi frustrado.
Depois do banho, fui para as salas monitorar a pequena atrevida.
Quando olhei fiquei travado no lugar contemplando a gaiola 7
totalmente destruída.
Sorri de lado e meu pau voltou a endurecer, nem parecia que acabei
de foder até os miolos.
Estava sentada no chão chorando e, de repente, levantou-se e gritou
com ódio:
— Desgraçado, você não me quebrará!
Sinto meu corpo tremer de expectativa. Meu pau deu uma guinada,
sorri de prazer malévolo. Porra! Eu ia quebrar essa mulher de uma forma
como nunca quebrei nenhuma. Preciso desse desafio, tem muito tempo que
vivo nesse marasmo, todos fazendo exatamente tudo que mando. Às vezes,
tanta obediência entedia. E esse desafio veio no momento certo.
Aperto meu pau e falo com satisfação:
— Desafio aceito, minha cadelinha de estimação!
Satisfeito, olho para as outras gaiolas sem muito interesse. Monitoro
em volta da minha propriedade e volto a olhar com interesse a gaiola da
Violeta Rosa. Porra, a mulher chegou tem pouco tempo e já a identifico pelo
nome! As outras não sei nem de longe como se chamam.
Tenho que cortar isso logo e mostrar para essa pet maldita quem
manda aqui nessa porra!
Vou para o elevador satisfeito, tremendo de prazer e expectativa.
Quando chego no corredor das gaiolas, caminho rapidamente para a
última, onde fica a Violeta violenta... caralho de pet atrevida!
Abro a porta e vejo o caos que está essa gaiola, não vou negar, a
bichinha é atrevida.
— Pet, venha aqui! — ordeno com autoridade.
— Vá se foder! — a maldita grita do banheiro.
Isso me ira e, ao mesmo tempo, me excita.
— Agora! Cada desobediência terá uma consequência, já te alertei
sobre isso, cacete! — falo com calma, mas trêmulo por dentro. Meu coração
está disparado, a adrenalina me deixa doido.
Minha vontade é pegar a maldita pelos cabelos e meter até acabar
com essa altivez.
Mas, como não sou favorável ao estupro e espancamento, vou ter que
recorrer aos trigêmeos.
Sorrio alucinado e trêmulo de prazer.
Ando até o banheiro e abro a porta com força. A coisinha pequena e
sem temor pela vida, dá um salto e me olha com ira.
— Sai daqui! — Cobre seus seios e tenta cobrir sua boceta. Meus
olhos deslizam ávidos por seu pequeno corpo branco.
Meu pau fica mais duro.
Entro no banheiro e a agarro pelo cabelo, puxo com brutalidade e
vejo ela me encarando com ira. É assim que gosto. Quanto mais atrevida,
maior o prazer de quebrar.
Arrasto-a até a cama e a jogo com brutalidade, ela tenta puxar o
lençol para se cobrir e puxo o lençol com força, fazendo com que role na
cama.
Avanço com tudo para cima da maldita pet, sento em cima dela e
levanto suas mãos para cima. Sorrio de lado com maldade e desejo.
— E agora, cadê seu atrevimento, coisinha estúpida?! Você tem que
entender que quem manda e dita as regras aqui sou eu, você nada mais é do
que um bichinho de estimação para meu prazer. Meu pet! — Torna-se tão
pálida que penso que vai passar mal.
Mas ledo engano meu, essa desgraça de mulher levanta a perna e
acerta meu pau com tudo. Curvo-me com a dor alastrando para o meu corpo.
Gemo alto. Caralho?
Olho para essa maldita com fogo nos olhos, juro que vou matar essa
peste.
— Não tenho medo de você e vou te adiantar, prefiro morrer a ser
estuprada! — diz e cospe em meu rosto. Ainda bem que estou mascarado,
como sempre.
A ira me consome de tal maneira que mesmo com dor me levanto e a
arrasto da cama pelo pé, ela cai e bate a cabeça no chão com força. Continuo
a arrastando pelo quarto e vejo que está se cortando com os cacos e seu
sangue começa a fazer desenhos no chão.
— Vai continuar a me afrontar, sua desgraçada? — pergunto com
ganas de matá-la.
Ela me olha com terror nos olhos e começa a chorar alto.
— Vai me obedecer? — Paro de arrastá-la e a olho em expectativa.
Ela continua calada, mulher teimosa, mas vamos ver quem quebra
quem.
Começo a arrastá-la novamente e ela geme e grita entre lágrimas:
— Vou te obedecer.
— Muito bem, minha cadelinha, é assim que gosto. Agora você vai
limpar todo o quarto e depois vamos conversar novamente sobre as regras,
entendido?
Ela me olha com ira e ressentimento, mas concorda.
— Sim... — ouço ela dizer baixinho que me odeia, sorrio admirado
com a coragem dessa pequena.
Porra! A mulher parece uma pequena bolha de sabão, de tão delicada
e frágil, e me enfrenta sem medo algum! Caralho, se isso não me enche de
tesão.
Ela se levanta com dificuldades e começa a juntar os cacos de tudo
que quebrou. Vejo que a machuquei demais e sinto algo estranho no peito
quando a vejo mancando e sangrando. Seu pequeno corpo está coberto de
cortes e arranhões e sangra muito.
Sento-me em uma cadeira, igual a um rei e espero pacientemente.
Quando termina de juntar tudo, olha-me com desafio com seus
imensos olhos azuis.
Porra, se ela não é linda!
— Senta! — comando.
— Vai tomar no...
— Termina a frase e verá do que sou capaz, cadela! — revido com
sangue nos olhos.
Ela senta na cama, em momento algum deixando de me desafiar com
os olhos, gosto disso.
— Já te falei as regras, mas parece que ainda não entendeu. Vou
repetir e depois disso, terá somente consequências por cada ato de rebeldia e
desobediência, entendeu, pet? — enfatizo o pet, porque percebi que ela odeia
esse nome.
Ela continua calada. Que vontade de meter a mão nessa porra de
mulher! Os trigêmeos terão bastante trabalho com ela, pelo que estou
observando.
— ENTENDEU? — grito irado. Ela dá um salto.
— Entendi, não precisa gritar, que não sou surda.
Ela conseguiu me tirar do sério... porra de mulher desgraçada e
maldita essa peste. Olho bem em seus olhos e num gesto de ira incontida,
pego minha Glock automática e atiro em sua perna sem dó. Ela grita de dor e
me olha com terror. Sorrio para ela com prazer e crueldade.
— Eu não estou brincando — digo calmamente.
Ela geme e chora de dor.
— Pet, presta bastante atenção: Seu papel aqui é me servir uma vez
por semana. Não gosto de conversar com meus bichos de estimação e você
faz parte deles, entendido? Não me dirija a palavra, a não ser que eu libere,
não me desobedeça, esteja sempre limpa e depilada. Seu papel é somente
esse e se me desobedecer, os trigêmeos fazem a parte que me recuso, ou seja,
espancar e estuprar. Essa é sua parte, obediência e subserviência total. Mas
não pense que não tenho a minha... tenho sim! Mantenho vocês todas
satisfeitas e com uma vida de luxo. O que mais poderiam querer?
— Liberdade! — diz baixinho e com lágrimas de dor descendo por
seu rosto avermelhado.
Isso mexe comigo de alguma forma.
Olho sua perna e vejo que uma poça de sangue se forma ao redor da
perna onde atirei, meu coração dá uma batida extra quando vejo essa cena.
Cuidei para atirar com cuidado onde não afetaria nenhum nervo, e não
trouxesse dano para a sua locomoção.
— Obedeça e esse tipo de coisa não acontecerá novamente,
desobedeça e o próximo tiro será na cabeça, exatamente no local onde o
traidor de seu namorado recebeu.
Levanto-me, sinto necessidade de sair rápido dali, incomoda-me o
sofrimento em seus olhos, não gosto de maltratar mulheres.
Quando tranco a porta, encosto-me nela e fecho meus olhos.
Chamo um dos trigêmeos e mando cuidar da perna de Violeta,
enquanto os outros limpam e arrumam a sua gaiola.
Quero que fique confortável, igual suas irmãs Pets.
Subo rapidamente ansioso para ver o que o trigêmeo 1 fará com a pet
7.
Vejo que ela chora muito, a ponto de sacudir o pequeno corpo. O
aperto no meu coração continua forte. Caralho!
Vejo-o se agachar e conversar com ela. Violeta Rosa levanta seus
olhos azuis alagados e arreda para trás. Vejo que tem medo. Minha vontade é
de ir lá e dar muitas porradas no desgraçado. Ele não vê que está assustando-
a?
“E o que você fez não a assustou, seu doente?”, minha mente me
acusa. Resolvo ignorar essa mente traiçoeira.
Continuo observando e o vejo cuidar de sua perna, quando termina
ele a carrega e põe na cadeira que eu estava sentado minutos atrás.
Mas que porra! Ele não tem permissão de colocar um dedo nela.
Os outros dois entram e em pouco tempo arrumam tudo e deixam
como se nunca tivesse sido quebrado nada na gaiola.
Saem e trancam a porta. Vejo Violeta mancar e se deitar sob os
lençóis limpos e se encolher em forma fetal e vejo seu pequeno corpo
sacudir, ela está chorando.
Minha vontade é descer... Sim! Vou descer e meter porrada no
maldito que ousou pegar em minha pet, sem minha autorização.
Desço igual uma bala e transbordando ira vou até o maldito e dou um
murro em seu nariz com tanta força, que ouço o estalo e sangue voando.
Ele me olha sem entender e ao mesmo tempo com ira nos olhos.
— Isso é para você... — volto meus olhos inflamados de ira para os
outros dois e continuo— e para vocês aprenderem que jamais devem
encostar um único dedo na Pet 7, quer dizer, nas pets sem minha expressa
autorização, entendido? — Meus lábios estão cerrados e o semblante
enrijecido de ira.
Eles me olham com temor e somente sacodem a cabeça
afirmativamente.
Vejo que o trigêmeo que quebrei o nariz continua me olhando com
ira, mesmo tentando disfarçar.
Olho bem fundo em seus olhos e sorrio, deixando claro que percebi.
Viro-me de costas e vou para o escritório. Trabalhando, talvez eu consigo me
acalmar, porque trepar com as pets não me ajudou muito hoje... porra do
caralho!
Quando o homem mascarado me arrastou pelo quarto, cortei-me em
várias partes de meu corpo, mas não me quebrou. Mas, quando ele atirou em
minha perna, vi que estava diante de um psicopata assassino sem
sentimentos. Acredito e sempre acreditei que o ser humano, por pior que
seja, não machucaria alguém sem motivo. Mas minha inocência me fez
pensar errado. Como um homem que mantém mulheres cativas e mata como
ele matou Augusto sem um pingo de misericórdia, não faria o mesmo
comigo ou quem o frustrasse?
Ele sente necessidade de controle. Quando você sucumbe às suas
regras e maledicência, ele não é agressivo... Eu acho, não conheço esse
demônio direito.
Estou toda dolorida e com vontade de morrer. Me sinto destroçada e
com medo do que virá.
Minha perna onde ele atirou lateja mesmo com os remédios que
aquele homem me deu. Os pontos doem e sinto uma imensa vontade de
chorar e morrer.
Morrer... isso! Pode ser a solução para esse tormento. Prefiro morrer
a ficar confinada e ser espancada e estuprada por um bando de loucos.
Levanto-me com dificuldade e procuro algo que possa dar fim a esse
tormento.
Ando pelo quarto, olhando com cuidado para ver se acho algo
pontudo e com corte.
Horas depois, sento-me frustrada e com dores intensas na perna e
corpo.
Sinto-me quente e sei que estou com febre.
Vou me deitar um pouco e amanhã continuo a procurar, sei que em
algum momento acharei.
Deito com cuidado e me cubro, sentindo muito frio. Enrolo-me em
uma bola e sinto meus dentes baterem um no outro, uma lágrima desliza pelo
meu rosto quente. Por que, meu Deus?

***

Sinto alguém me sacudir, falar e gritar alguma coisa.


Minha boca está seca e meu corpo grita de dor.
Sinto como se fosse arder em chamas e me falta ar. Tento puxar com
força oxigênio para os meus pulmões sofridos e não consigo, entro em
pânico. Não consigo me mexer e me sinto flutuar, alguém me carrega
rapidamente, sinto o ar fresco me envolver como um bálsamo.
Continuo ouvindo gritos e, de repente, sou colocada em uma cama
macia e fresca. Sinto meu corpo ser levantado e serem tiradas as roupas que
me fazem queimar. Quando me livram delas, sinto o frescor me invadir e
amo o cuidado com que passam um pano fresco em meu corpo. O refrigério
é imenso e levantam minha cabeça e colocam algo líquido em minha boca,
engulo com dificuldade.
Agora ouço somente uma voz que me acalenta.
Fecho meus olhos e a escuridão me abraça.
Observo com verdadeira obsessão a última gaiola do corredor:
Violeta Rosa... quero dizer, a pet 7 está deitada na mesma posição há horas e
isso está me incomodando de alguma forma. Ela é a porra da mulher mais
desagradável que já tive a infelicidade de conhecer: atrevida, bocuda e nada
submissa. Não sei por que essa obsessão com essa miserável. Fico sentado
aqui horas, olhando a porra dormindo e me esqueço de olhar as outras seis
pets. Elas estão desamparadas. Nem trepando mais estou, caralho!
Vejo ela se mexer e tenho a impressão de ter ouvido um gemido. Dou
zoom e vejo que ela está suando e tremendo. Mas que porra...?
Empurro a cadeira com força e desço de elevador para as gaiolas.
Ligo para os trigêmeos.
— Descem rápido na gaiola 7 e tragam com vocês o Marcelo! —
ordeno abrindo a porta da gaiola rapidamente.
Entro apressado e com a porra de meu coração disparado.
Curvo-me e vejo que a pequena Violeta está delirando, ponho os
dedos em sua testa e está ardendo de febre.
— Porra, menina! O que está acontecendo com você? — pergunto
sentindo falta de seu atrevimento, e abismado com isso.
Ouço passos rápidos no corredor e levanto minha cabeça, vejo os
trigêmeos e Marcelo chegando. Tenho poucos empregados em casa e os que
tenho, sempre acumulam funções, justamente para evitar a quantidade
desnecessária de pessoas que podem foder com meu estilo de vida. Marcelo
é o médico e motorista, que fica a meu dispor e de todos da casa 24h, por
todos os dias da semana. Ele já chega com a maleta.
Entra rapidamente e sabe que o problema é a pet na cama.
— O que aconteceu? Você não... — Marcelo me pergunta com
censura na voz. Como já disse antes, ele é casado com a Nana, minha
cozinheira e babá, e respeito os dois como pais. E por isso me controlo ao
máximo quando me tratam de maneira inadequada.
— Porra, Marcelo! Por que sempre tem que ser eu a fazer merda? —
pergunto irado.
— Porque você é o mestre das burradas, Santi... — Olho feio para
ele, que quase fala meu nome. Somente ele e Nana sabem.
— Deixe-me olhar a menina — diz abrindo a maleta e me ignorando
completamente. Vejo-o descobrir a pet e olhar seu corpo cheio de cortes e
hematomas, vejo-o balançando a cabeça com desgosto. Sinto-me
envergonhado. Não devia tê-la arrastado no chão do quarto coberto de cacos
das coisas que ela havia quebrado. Quando ele desce o lençol e vê sua perna
avermelhada e inchada onde dei o tiro, ele fica pálido.
— MAS QUE PORRA É ESSA? — grita com o rosto vermelho.
Encolho-me, realmente estou muito envergonhado, jamais fiz isso com
mulher alguma. Mas essa miserável me afrontou desde o primeiro momento,
tinha que cortar as asas dela, senão em pouco tempo me teria em uma
coleira, mandona como era!
Resolvi assumir minha posição nessa porra de casa, afinal ele era tão
empregado como qualquer outro.
— Marcelo, se atenha a cuidar dela, você é pago para trabalhar e não
para dar opiniões — digo duramente, olhando-o com frieza dentro de seus
olhos.
Ele me olha com asco e tristeza e começa a examinar a porra da pet.
Depois de vários minutos, ele levanta a cabeça com os olhos cheios de
lágrimas. Fico ansioso, será que é tão grave?
— Temos que levá-la à sala de emergência, o estado dela não é
bom... tenho que monitorá-la ao menos essa noite toda. Tem febre,
provavelmente vindo dos machucados e o tiro na perna... e temos que ser
rápidos em medicá-la, pois pode infeccionar... — Sinto suas palavras me
furando como facas e olho para os trigêmeos, eles estão consternados.
Marcelo sai e diz que nos esperará na sala onde fica nosso centro de
emergências, com todo aparato de uma sala bem montada de hospital.
Vejo um dos trigêmeos andar e parar ao lado da cama, abaixando-se
para pegá-la.
— NÃO ENCOSTE NELA! — até eu me assusto com meu grito.
Caminho rapidamente até onde está Violeta Rosa e a levanto com
cuidado, ela está ardendo de febre e balbucia palavras desconexas.
Caminho com cuidado com ela em meu colo. Essa mulher miúda não
pesa quase nada, de tão pequena e frágil. Meu coração está estranho...

***

Quando chegamos à sala de emergência, vejo Marcelo com tudo


arrumado, deito a pequena na cama e fico olhando ansioso, ela deitada pálida
e com as bochechas vermelhas.
Marcelo cuida dela como um verdadeiro profissional que é. Exerce
sua função com excelência. Sentado em uma cadeira, não vejo a noite passar.
Atento a tudo que acontece, sentindo-me um monstro, tudo isso é culpa
minha...
Quando o dia amanhece, a febre de Violeta já está sob controle, mas
ela continua delirando.
Mando Marcelo tomar banho e se alimentar, fico velando o sono da
pet. Quando chega o momento marcado dou o antibiótico para ela.
— Abra a boca, pequena atrevida... você precisa tomar esse remédio,
senão não vai poder me afrontar... eu libero sua língua atrevida... pode
conversar comigo... só não garanto, não revidar... sou um monstro, você já
comprovou, não é? — digo como se tivesse uma mão apertando esse órgão
em meu peito, que achei que não tinha mais. Coração?
Consigo fazê-la tomar o antibiótico quando vejo Marcelo retornar.
Ele me olha profundamente e manda que eu vá descansar.
— Marcelo... cuide dela... não deixe que morra... por favor. —
quando vejo, já disse e ele me olha assombrado.
Saio de lá rapidamente e volto depois que tomo um banho, alimento-
me e durmo por horas.
Quando chego ao quarto, vejo Marcelo sentado na poltrona que eu
estava mais cedo, lendo um livro.
— Ela já está bem, sua febre cedeu e tirei os pontos que foram dados
e refiz, não foi feito a higienização e por isso a infecção — informa com
olhos cansados.
Fico irado com a falta de cuidado dos trigêmeos do caralho.
Costuraram a perna da Violeta e não se dignaram a limpá-la? Vou resolver
isso agora!
Caminho apressado para a porta e, quando vejo, Marcelo me impede
de ir.
— Chega, Santiago! Você não vai brigar com ninguém agora. Eu e
sua mãe não apoiamos o que faz, mas somos coniventes infelizmente. Dá um
tempo! — me diz com ar cansado e estaco.
Porra, eu sou mesmo um merda! O rosto desse homem, que sempre
cuidou de mim, está mostrando desânimo e desespero com minhas ações
impensadas. Nana também anda meio triste comigo. Claro que meus pais
verdadeiros foram sem defeitos, amaram-me com amor genuíno. Marcelo e
Nana foram os que cuidaram de mim quando meus pais viajavam e fui tão
sortudo que tive duas mães e dois pais. Não entendo esse lado tão
amaldiçoado que tenho.
Volto e me sento na poltrona e abaixo a cabeça.
— Agora já pode mandar descê-la para aquelas malditas gaiolas —
me diz sombriamente, com asco.
— Ela já pode sair daqui? — pergunto surpreso.
— Sim, é só mandar alguém dar os antibióticos na hora certa.
Dizendo isso, sai e fecha a porta silenciosamente. Sei que está triste
comigo.
Sinto me carregarem novamente e agora me sinto melhor do que a
primeira vez. Meu rosto e corpo não queimam e doem mais. Me colocam na
cama com suavidade.
E ouço uma música clássica invadir o ambiente. Me concentro e sinto
um enorme bem-estar.
Não sei se passaram horas ou dias, abro meus olhos e vejo que estou
em um quarto gigante, todo decorado em um estilo clássico que amo e corro
meus olhos observando detalhes.
A cama dossel gigante ocupa o centro do quarto, em um canto vejo
duas poltronas Luís XV com pernas curvadas douradas com estampas
vintage e uma mesa estilo rococó, com seus entalhes e nuances trabalhadas
em curvas graciosas. E uma mesa entalhada com um imenso jarro dourado e
cheio de entalhes. As cortinas são douradas e vermelhas de veludo. O
mesmo veludo que serve de cortina para a sua cama. Aos pés da cama há
uma imensa poltrona dourada e com almofadas douradas e vermelhas. Porra,
esse demônio tinha dinheiro e um imenso bom gosto!
Em um canto perto da janela, vejo-o me olhando fixamente.
Gelo e dou um pulo na cama, lembrando-me de tudo. Estou na casa
de um demônio, a essência da maldade.
Ele caminha lentamente e me encolho na cama. Estou aterrorizada.
Ele me arrastou entre cacos de vidros e atirou em minha perna. Esse homem
é um monstro assassino e covarde.
Ele caminha e me olha com um meio sorriso e olhar espreitador.
— Finalmente a Bela Adormecida acordou... se demorasse mais te
acordaria na porrada! — fala com aquela máscara ridícula, abafando sua voz
asquerosa.
Olho para ele com desprezo, odeio de toda minha alma esse homem
sinistro e maldito.
— O gato comeu a língua da mulher que fala merda o tempo todo?
— Sabia que esse demônio estava me provocando, procurando motivos para
me machucar, mas não daria esse gostinho para esse desgraçado.
Ele se abaixa ficando frente a frente comigo e olha dentro de meus
olhos. Consigo ver que seus olhos são azuis e um azul belíssimo, rajado com
pontos pretos. Achei que demônios tinham olhos vermelhos.
Olho para ele e levanto minha mão de uma vez para puxar essa
máscara ridícula.
— Porra, mulher! — Ele dá um pulo para trás segurando a máscara,
que se soltou de um lado. Infelizmente, não deu para ver a cara desse
monstro.
— Você não teme por sua vida, sua desgraçada? — me diz irado,
pegando o jarro de louça e jogando na parede com força.
Pega uma cadeira e manda em minha direção. Pulo da cama com dor
e a cadeira quebra um pé. Caio sentada e minha bunda lateja de dor.
Tento me levantar, mas minha perna machucada não permite e sinto
meus olhos se encherem de lágrimas. Ele vai me matar. Ouço passos
apressados e rezo para ser alguém que possa me salvar desse homem.
Vejo a porta se abrindo e o homem que cuidou de mim, entrando
correndo e pálido. Olha com raiva para o psicopata que está babando de
maldade e vem me socorrer. Ele não tem medo desse monstro...
Ouço o bondoso senhor falar o nome desse demônio e rejubilo... isso
é de grande importância quando conseguir sair daqui. Terei um nome para
dar à polícia... Meu prazer será ver esse desgraçado mofando na cadeia e
ainda direi que é um estuprador... quero ver ele se ferrando... Sorrio
maquiavélica.
— Você está louco, Santiago? — Vejo que a porra da pet olha com
um sorriso de lado, descobriu meu nome.
— Caralho, Marcelo, meu nome, seu maldito! — Ele vê que vacilou
e me pede desculpas com o olhar, mas sem deixar de acudir a safada, que ri
debochada.
— Santiago... — ela cantarola.
— Eu vou matar essa mulher... — Avanço e tento chegar até ela e
Marcelo me impede.
— Calma, se você não a quer aqui, leve-a para a gaiola, porque ela
não vai aguentar seus ataques de loucura. Porra, ela acordou tem pouco
tempo, cara! Você está maluco, meu filho? — indaga-me consternado.
— Ela fica aqui! — digo irado.
— Se você a machucar, Santi, eu prometo a você que eu pego sua
mãe e vamos embora daqui... chega de suas loucuras! — me ameaça.
— Não vou machucá-la, pelo menos até se recuperar... — digo com
sarcasmo e friamente, juro que vou quebrar essa desgraçada, assim que
melhorar. Essa maldita tem me desafiado em cada momento que tem uma
chance, vou matá-la a qualquer momento.
— Me prometa! — Ele a carrega para a cama e tira a cadeira
quebrada e a coloca com gentileza. Vejo que as mãos da pet tremem. Ela me
enfrenta, mas me teme. Bom!
— Prometo — digo para Marcelo e olho para ela malignamente,
vejo-a empalidecer. Tremo de prazer. Quebrá-la é minha nova meta de vida.
— Pode deixar, eu cuido dela... — Vejo a risada dela sumir e me
encarar amedrontada. Isso mesmo, querida, daqui a pouco o seu protetor vai
embora e será somente nós dois.
Marcelo me encara desconfiado e, quando está na porta, diz sem
virar:
— Vou confiar em você e daqui a pouco mando limparem aqui e
trazer o almoço para vocês.
Abre a porta e, antes de sair de vez, pergunta:
— Ela vai descer ou ficar aqui?
— Ficar aqui, para que eu possa medicá-la nos horários certos —
falo para ele, olhando-a com expressão maligna.
Ele concorda e fecha a porta.
Continuo olhando a pet e ela me olha sem baixar o rosto. Mulher
atrevida essa diaba!
— Então... Santiago... nome bonito! — cantarola de satisfação.
Meu corpo treme... nunca passei tanta ira em minha vida.
— Se você disser meu nome para alguém terá consequências e não
será bonito — ameaço com ferocidade e vejo que ela vê que não estou
brincado.
— Para quem eu falaria seu nome? Como se eu conversasse com
alguém aqui nesse lugar tenebroso! — diz com pouco caso.
Não respondo e vou para o banheiro, preciso de um banho urgente.
Fiquei à noite velando o sono dessa filha de uma puta e agora percebo que
preciso de um banho e me alimentar. Preciso trepar também. Nem sei que
dia é hoje, qual pet comer...
Essa maldita quebrou toda a minha rotina.
Tomo um banho apressado e vou para a sala monitorar as gaiolas.
Vejo as pets e estão todas tranquilas e bem cuidadas.
Volto para o quarto de pau duro e faço questão que a safada veja.
Ela me olha com seus imensos olhos azuis e vejo uma pureza que
nunca vi em nenhuma mulher que já convivi.
— Que dia é hoje, pet? — enfatizo, pois sei que odeia.
— Não sei — diz me ignorando.
— Preciso saber o dia certo, para não mudar os dias certos de trepar
com as pets, minhas passarinhas, prontas para serem comidas por mim, elas
sabem exatamente seus dias respectivos. O seu dia será domingo.
Ela me olha com desgosto e medo misturados. E fica corada. A
briguenta é tímida!
— Sei que dia é hoje... hoje é dia de você, Santiago, tomar vergonha
na cara e parar de estuprar mulheres que não querem nada com você!
Maldito! — diz me olhando corajosamente e com cara de nojo.
Uma onda de vergonha me toma e disfarço. Desconverso.
— Quero saber que dia vou poder entrar nessa sua bocetinha virgem!
Já estou começando a me cansar de esperar. Sabe que não forço mulheres e
não bato...
— Não estupra? — me interrompe sem pudor. — E as mulheres no
porão? Não bate e eu toda quebrada e marcada por você?
Fico olhando-a fixamente e me dou conta de que faço essas merdas
que nego fazer, mesmo me convencendo de que não as faço.
— Eu te estuprei? Te bati? — digo exaltado.
— Bateu! Olha meu estado, você me arrastou no chão de cacos de
vidro e atirou em minha perna! — responde chorando.
— Não te bati, só arrastei no chão! E não te estuprei! — digo baixo
sem coragem de olhá-la.
— Eu odeio você, Santiago! Nunca, jamais terei qualquer tipo de
relação com você, prefiro morrer! Você me causa asco! — afirma entre
lágrimas e soluços.
— Não vou te obrigar a dar sua boceta para mim, nunca fiz isso, mas
vou dar uma ajudinha e te induzir a me dar essa porra! — Tremo de vontade
de socar essa maldita. — E vamos começar agora!
Ignoro seus machucados e a pego pelo cabelo e a arrasto até a sala de
monitorar as pets. Amarro-a na cadeira, enquanto ela esperneia. Distraio-me
a amarrando e a desgraçada morde minha orelha. Olho incrédulo para a
mulher, que me retribui o olhar com ódio. Puxo seus cabelos até estar
olhando dentro de meus olhos.
— Vou descer e comer todas as pets e você vai assistir, vou ser bruto
e a culpa é sua... toda vez que me recusar sua boceta, vou te castigar de
alguma forma, entende? — digo pausadamente para que ela entenda de uma
vez por todas que aqui quem manda sou eu.
Ela me olha e cospe em minha cara. Agarro seu pescoço e aperto
com tanta força, que ouço um estalo. Limpo meu rosto com seus cabelos.
Solto-a com brusquidão e saio rapidamente daqui, senão vou matá-la antes
de comê-la e isso não farei. Desejo essa maldita e vou tê-la.
Desço com fogo no sangue e entro na primeira gaiola. Meu pau está
tão duro que me atrapalha a caminhar rápido. Vou quebrar essa maldita ou
não me chamo Santiago Reis!
Quando esse desgraçado me deixa aqui amarrada sentada
estrategicamente virada para os monitores de cada gaiola, sinto-me mal em
ver que as mulheres serão abusadas por esse demônio. Meu corpo todo lateja
de dor. Queria ter uma arma aqui e descarregar na cabeça desse maldito.
Choro de ira, dor e impotência. Queria tanto ajudar essas mulheres, mas não
posso ajudar nem a mim mesma. Meus olhos continuam a derramar lágrimas
sem controle e vejo o doente entrar em uma gaiola. Ele olha a câmera e me
encara, dando um sorriso que me enche de terror.
Entra e pega a mulher pelo cabelo, arrasta-a e a joga na cama.
Arranca sua roupa e cai de boca em seus seios, chupa até a mulher começar a
gemer... gemer? Elas gostam disso? Gostam de serem abusadas? Continuo
olhando incrédula... Ele desce até chegar em sua boceta e chupa até a mulher
gozar. Quando goza, ele se levanta e enfia o pau todo na boca da mulher e
ela chupa com prazer. Ele olha a câmera e geme com prazer. Tira o pau da
boca da mulher e a joga na cama, põe uma camisinha rapidamente, coloca-a
de quatro e entra com tudo nela, vejo ambos gemerem. Ele mete com força e
a mulher geme pedindo mais. Olho sem entender mais nada...
Vejo quando ambos gemem e gozam.
Ele se levanta e me dá um sorriso satisfeito.
Ele abre a porta da gaiola e some no corredor.
Nojento ou melhor nojentos!
Fico sem entender nada...
Ouço passos e vejo o maldito entrar com cara de satisfação e me
olhar com malícia.
— Você chama isso de estupro? Você me viu forçá-la, ou ela
chorando e implorando para não fodê-la?
Fico sem ação. Não tenho resposta.

***

— ENTENDA DE UMA VEZ POR TODAS, PET MALDITA! EU


NÃO ESTUPRO MULHERES! — grito irado e com vontade de bater nessa
maldita.
— Ela gostou... meu Deus! Quem gosta de ser estuprada? — diz
baixinho e perco a batalha em não atacá-la. Pego-a pelo pescoço novamente
e com força, sei que ficará azul, mas foda-se, essa mulher me tira do sério.
— Agora, desgraçada, vou te mostrar o que é estupro e presta bem
atenção: toda vez que quebrar alguma regra pagará por isso, ou pagarão por
você, compreende? — Sacudo seu pescoço com brutalidade.
Vejo ela ficando roxa e deliro com isso. Solto seu pescoço e pego
seus cabelos com brutalidade.
— Entendeu? Responda!
Ela tosse fala com voz rouca:
— Sim.
— Agora vamos ver o que é estupro, porque parece que sua burrice
não tem fim... — Pego o telefone e mando os trigêmeos entrarem em uma
gaiola qualquer e pegar uma das pets.
Ela arregala os olhos e começa a tremer.
— Não... não... por favor... não faça isso! — Tenta se levantar da
cadeira e a obrigo a se sentar com brutalidade. — NÃO! Por favor, não faça
isso com elas.
Ignoro-a completamente e vejo os trigêmeos entrando.
A mulher olha assustada e a vejo correr e tentar se trancar no
banheiro.
Eles brincam com ela e a deixam fugir; quando a pegam, arrancam
sua roupa, ela chora e implora para deixarem-na ir...
Olho para a Pet amarrada aqui e ela está pálida chorando baixinho,
está tremendo dos pés à cabeça. Tenta baixar a cabeça, mas seguro seus
cabelos firmes.
— OLHA! Veja o que é estupro, sua imbecil! — digo com satisfação.
Vejo-a perder o brilho nos olhos e firmar a vista na tela, onde o
estupro acontece...
Na verdade, não é estupro, liguei para os trigêmeos e combinei com
eles para irem para a gaiola dessa pet, ela adora um ménage... e fingir que a
estupravam, isso com total consentimento da pet, como disse, ela adora ser
comida por vários homens ao mesmo tempo.
Sei sim que sou um psicopata doente obsessivo. Já aceitei isso. Olho
a cena pornográfica rolando e a maldita gritando como se não quisesse... mas
para uma pessoa experiente, iria notar que a vadia estava com a boceta
escorrendo de desejo. Mas minha inocente marrenta, estava muito assustada
para ver esses pequenos detalhes, que somente quem tem experiência
observa.
Quando eles terminam e a mulher está jogada na cama usada como
um trapo e mole de tanto gozar, eles saem rindo e contando vantagens.
Olho para a Violeta e vejo que está desmaiada. Porra, acho que, dessa
vez, fui longe demais. Me sinto mal e sujo por ter armado esse pequeno
teatro para quebrar essa menina tão inocente. Porra!
Desamarro-a e a levo para meu quarto. Desço rapidamente para a
gaiola onde a pet está e entro rapidamente.
Checo e vejo que ela está bem, vejo a vadia sorrindo e me chamando
para trepar novamente. Meu estômago embrulha, veja se vou entrar nessa
boceta tão usada hoje.
Claro que, quando elas me afrontam ou desobedecem, os trigêmeos
pegam realmente pesado, mas hoje elas não quebraram ou infringiram
nenhuma regra e não castigo sem merecerem.
Hoje foi somente para dar uma prensa na maldita que está me tirando
o raciocínio e juízo: Pet Violeta. No final, todos ficaram felizes: os
trigêmeos, que deram um big trepada; e a pet, que adora ser comida por
vários homens de uma vez; eu, por quebrar mais uma vez a pet 7. Penso com
crueldade sombria. Violeta agora está desmaiada de pavor na minha cama.
Aos poucos, vou quebrando essa porra de mulher teimosa.
Subo satisfeito e vou tomar um banho, pois ainda estou cheirando à
foda que dei recentemente.
Depois que fui obrigada a ver Santiago fazer sexo com uma de suas
mulheres e ver o estupro que os trigêmeos promoveram perdi totalmente a
vontade de enfrentar esse monstro. Esse homem não vale minhas lágrimas e
palavras. Entrei em um mundo só meu. Ele me provoca e não respondo
absolutamente nada! Desconectei dessa realidade dura e sofrida, onde
abusos, crimes e estupros são normais. Com isso, o prazer desse monstro me
provocar e ameaçar aumentou, vejo que ele tem prazer em me humilhar e
fazer sofrer.
Ele não me deixa descer para a minha gaiola ou qualquer outro lugar,
e me mantém cativa em seu quarto, presa nesse quarto por dias seguidos.
Tem dias que não deixam que tragam comida e passo o dia todo com fome.
Pior é o dia que me deixa com sede. Eu olho pela janela e vejo somente
árvores. O casarão imenso de Santiago fica escondido em meio a várias
árvores e, como não tem acabamento por fora, mistura-se entre os troncos
envelhecidos. Um verdadeiro horror.
Eu observo que, onde estamos, fica entre montanhas imensas e
cobertas de vegetação. Ou seja, é praticamente impossível alguém nos
localizar nesse lugar.
Mas observo também que tem vários caminhos entre as árvores.
Onde será que nos levarão esses caminhos?
Olhando com cautela os trilhos entre as árvores, uma ideia começa a
surgir em minha cabeça. Tenho que amadurecer para colocá-la em prática.
Vou tentar fugir desse lugar macabro. Aqui todos são loucos.
— A Violeta Rosa acordou finalmente! — Entra no quarto, sem fazer
barulho, o homem que mais odeio nesse mundo. Ele cantarola sinistramente
meu nome. Dá arrepios até na alma.
Ignoro-o e continuo olhando para fora. Sinto que se aproxima e fala
baixinho em meu ouvido:
— Pet, meu passarinho, pronta para me dar sua rosa? Estou louco
para meter até o talo na sua rosinha... quero regar essa rosinha com minha
porra... — diz esfregando seu pau duro em minha bunda. E falando
vulgaridades sem parar. Tenho asco desse homem nojento.
Saio de perto e me sento em sua belíssima poltrona e pego um livro
para ler. Minha vontade é de rasgar esse maldito ao meio.
Ele vem e o arranca de minha mão.
— Vai ficar até quando fazendo greve de palavras? — Sacode o livro
em minha cara.
Olho para ele com cara de paisagem, sei que odeia isso, adora ser o
centro das atenções.
— E então? Vai me dar a boceta ou não?
— Vai se foder! — não resisto e digo algo.
Ele vira a cabeça e dá uma sonora gargalhada e isso me tira do sério.
Avanço nesse filho de uma puta e agarro a porra da máscara e
arranco com tanta força, que vem um punhado de cabelo junto.
Olho para o monte de cabelo sedosos em minhas mãos e sinto um
prazer imensurável de ter causado dor nesse monstro. Ele me olha
assombrado. E eu fico petrificada no lugar. A beleza desse homem é
inacreditável.
Claro, de olhos azuis salpicados de pontos pretos, uma boca com
lábios grossos rosados, com o lábio inferior mais grosso que o superior.
Barba rala e bem-feita, cabelos e barba castanhos. Esse homem tem
claramente uns dois metros de altura. Fiquei babando diante de tanta beleza
concentrada em um verdadeiro anjo caído, um monstro podre por dentro. Vi
a incredulidade e ira estampados em sua face. Esse homem iria me matar.
— Você é lindo! — exclamei sem querer.
Ele me ouviu e ficou completamente desarmado com minha reação.
Vi que deu um passo para trás.
— Maldita! Eu juro que vou te matar.
Seus olhos se avermelharam e, quando dei por mim, já estava
descendo a escada voando e consegui escapar pela porta de entrada. Pelo
visto, meu plano de fugir aconteceu antes do esperado. Escutei seus passos
fortes, o demônio estava correndo e gritando:
— Violeta Rosa! Eu vou te matar, desgraçada!
Embrenho-me no meio da floresta e árvores sombrias.
Corro como se minha vida dependesse disso, na verdade depende,
penso com um humor ácido.
Ouço o barulho de meus pés batendo nas folhas secas e o barulho
triplica com o silêncio que reina nesse lugar sombrio e de aspecto aterrador.
Continuo correndo desesperada e ouço gritos e passos. Entre em pânico, o
maldito chamou seus guarda-costas.
Vejo uma gruta pequena e me enfio nesse buraco escuro, aterrorizada
mais com os demônios do Santiago do que com possíveis répteis rastejantes.
Embolo-me e fico quietinha sem nem respirar direito. O mato cobre a
entrada da gruta e vejo eles passarem correndo e conversando com o chefe
demônio covarde.
Quando ouço seus pés se afastarem saio da gruta rapidamente e
tremendo, se tiver cobras ou aranhas aqui sei que vou surtar.
Quando levanto minha cabeça vejo o monstro parado a minha frente
com um sorriso, que é a essência da maldade concentrada.
Dou um passo para trás, pronta para correr novamente, mas o
desgraçado me puxa pelo cabelo.
— Onde meu passarinho pensa que vai? Não gosto de pets fujões —
diz levantando a mão e apertando meu pescoço com ira.
Tento me afastar lutando com esse desgraçado e ele prende meus
dois braços e torce com força.
— Vou ter que cortar as asinhas de meu pet número 7... — cantarola
com maldade.
Tento chutá-lo, mas ele é enorme e o máximo que consigo é acertar
sua canela, fazendo-o rir debochado.
— Que dia vai me dar sua boceta, pet? — Sua mão continua
pressionando meu pescoço, quando vê que vou desmaiar devido à falta de ar,
solta um pouco a mão e me deixa respirar um pouco.
Olho com ódio para esse homem. Quero matá-lo com requintes de
crueldade. Nunca senti essa vontade insana com ninguém nem mesmo com
Augusto. Mas com esse demônio em forma humano é meu mais sincero
desejo.
— Vamos, passarinho fujão, seu dono vai aparar suas asinhas ou
arrancar suas peninhas! — Seus olhos brilham malignamente.
Arrasta-me de volta, com os braços torcidos e pelo pescoço. Sinto
vontade de morrer, pois meu corpo dói de uma maneira grotesca.
Ele para e me joga no chão, pisa em meu pescoço e liga para os
trigêmeos dizendo que já podem voltar, que está tudo sob controle.
Diz me olhando e apertando o meu pescoço com o pé, com um prazer
asqueroso. Minha garganta arde como se estivesse sendo queimada.
Coloca o telefone no bolso e me ergue pelos cabelos. Meus pés estão
machucados devido as pedras e sangram, ele vê e sorri com prazer, puxando-
me para andar mais rápido. Gemo de dor e choro baixinho, quero morrer.
Vou me matar, não aguento mais isso. Soluço alto e meu corpo treme
de dor quando enfio meu pé em um pau cheio de espinhos.
Grito de dor e ele sorri.
— Olha onde pisa, doce Violeta... — debocha e sorri com prazer ao
ver minha dor e como sangro.
— Eu te odeio com toda minha alma, seu maldito! Toda maldade que
me fez e faz com as pessoas a sua volta, um dia voltará para cobrar de você,
com juros! E eu quero estar presente para ver sua decadência, desgraçado!
— falo baixo, mas com tanto ódio que ele para e franze o semblante.
E me olha com seus olhos azuis, que seriam perfeitos se fossem em
um ser humano, e sorri com maldade e escárnio.
— Estarei aguardando ansioso esse dia, Florzinha... — Continua me
arrastando com brutalidade.
Quando chegamos naquela casa sombria e escura, a dor é tanta que
não sinto mais meus pés, couro cabeludo e pescoço. Meu corpo todo arde e
queima de dor.
Ele me arrasta para a gaiola 7 e me joga no chão.
— Ficará três dias sem comer e beber para aprender a me obedecer,
maldita! — fala baixo e destilando ódio.
— O que fiz para me odiar tanto? — grito chorando de desgosto e
dor.
— É a porra de uma maldita que me desafia em tudo, caralho! Quero
a porra de sua boceta. Quando vai entender que o que quero consigo? —
grita me olhando com desejo.
— COMIGO NUNCA! PREFIRO MORRER, MALDITO! — grito
sem me importar com as consequências, foda-se!
Ele somente sorri e sai fechando a porta e me trancando nesse lugar
maldito.
Subo irado para o meu quarto e olho minhas mãos trêmulas, essa
maldita me tira do sério. Minha vontade é de violar sua boceta virgem e ao
mesmo tempo beijar essa porra de mulher. Quero tanto essa maldita que não
sinto vontade de trepar com as outras pets.
Essa mulher está me deixando louco. Quando cortou os pés naquelas
pedras pontiagudas, minha vontade era de carregá-la no colo. Mas bani o
pensamento com a mesma rapidez que chegou. Se deixar transparecer para
essa pequena astuta o mínimo de empatia, ela me colocará aos seus pés.
Pequeno duende de merda!
Eu cortando suas asinhas ela já não me teme. Para falar a verdade
nem quero, pois sua ousadia em me enfrentar me deixa trêmulo de prazer e
ansiedade para ver qual será sua próxima investida. Já fico aguardando
ansioso, esse confronto está animando meus dias tão enfadonhos. Mas ao
mesmo tempo fico assustado com esse novo sentimento que desconheço,
mas que insiste em fazer parte de meu dia a dia com a pequena mulher que
bate de frente comigo. Sem medo algum. Admirável!
Penso que tudo isso é novidade, por isso me sinto tão bem quando
estou com ela... confesso que tento quebrar sua coragem e força, mas ela está
me vencendo... Cada castigo que dou a ela, incomoda-me de uma maneira
inexplicável. Deixá-la sem comer e beber por três dias vai me fazer mais mal
que a ela.
Caralho! Estou aqui sentado monitorando Violeta Rosa, como se
fosse um obsessivo... como se fosse? Penso divertido e desgostoso ao
mesmo tempo. Eu sou a porra de um raptor doente e obsessivo.
Nem tomei banho, estou ainda com o sangue dos cortes da pequena
em minhas mãos. E sentado igual a um maldito stalker doente a observando.
Ela continua caída onde a joguei e chorando baixinho.
Sinto-me um desgraçado. Por que só com ela sou tão cruel? As
outras adoram como as trato e adoram trepar comigo. Presenteio-as e dou
tudo de bom para elas. Claro que as corrijo ou melhor as entrego aos
trigêmeos. Mas a porra da pet 7 me desafia em tudo que peço ou digo. Custa
me obedecer? Imagino-a com os trigêmeos e isso me causa uma dor estranha
e desconfortável.
Levanto-me perdido e vou tomar a porra de um banho.
Quando termino e me olho no espelho vejo um homem de boa
aparência, mas com o interior podre e deteriorado. Dou um murro no espelho
e corto meus dedos, tentei destruir aquele homem que estava me olhando no
espelho, sempre faço isso, odeio espelhos. Às vezes, esse Santiago sombrio
me causa asco. Olho minha mão e está sangrando, enrolo um pano e me
troco e vou monitorar a Violeta Rosa. Totalmente obcecado.
Pego o telefone e chamo Nana.
Não demora muito e a vejo entrar e me olhar preocupada.
— Aconteceu algo, Santiago? — Olho para ela perdido e sem rumo.
Pela primeira vez na vida, não sei bem como agir.
— A Violeta Rosa fugiu.
Ela me encara perplexa.
— Fugiu? Como, se ela é monitorada por você e seus três
trogloditas? — questiona sem entender e com cara de brava.
— Ela fugiu hoje cedo depois de arrancar minha máscara... nunca vi
uma mulher tão corajosa e audaciosa.
Nana me olha com estranheza.
— Arrancou sua máscara? E você a chama de corajosa, audaciosa?
Santiago, você está bem, meu filho? — Coloca a mão em minha testa com
ironia misturada com preocupação.
Sorrio com certa tristeza.
— Sim... Nana. Tem horas que sinto vontade de parar e jogar esse
estilo de vida que tanto gostava ou gosto para o ar, sabe? Mudar totalmente
de vida, mas aí lembro de tudo que já fiz e vejo que, para mim, não há
redenção... me sinto tão sujo às vezes... — murmuro com agonia.
Nana me abraça e sinto uma lágrima cair de meus olhos. Ela puxa
minha cabeça suavemente e beija minha testa, limpando a lágrima que
escorreu pelo meu rosto com a ponta do dedo.
— Filho, nunca entendi o porquê de você adotar esse estilo de vida.
Você sempre foi tão amado por seus pais, Marcelo e eu o adotamos também
como filho, nunca entendi suas escolhas... — diz com lágrimas nos olhos.
— Nem eu, Nana. Tive tudo que uma criança poderia ter: amor, pais
maravilhosos, você e Marcelo. Penso que sou doente... tenho prazer em
dominar... e causar dor — sussurro.
— Você pode controlar esse seu lado violento, filho, porque sua
essência não é assim. Só de você reconhecer e estar falando abertamente
comigo sobre esse lado sombrio de sua personalidade, já mostra que não é
esse monstro que teima em mostrar para as pessoas ou para si mesmo. —
Coloca a mão em meu coração e diz: — Aqui tem um coração de carne e não
de pedra. Cabe a você escolher qual dos dois quer que prevaleça.
Desço meu olhar e olho com tristeza para ela.
— Cuida da Violeta Rosa na gaiola 7. Já machuquei demais essa
mulher... causei-lhe muita dor e ela me odeia, com toda razão. — Levanto
com as mãos na cabeça e olho para Nana.
— Eu fiz barbaridades com ela... mas o pior foi atirar em sua perna...
porra! Isso me martiriza, Nana. E arrastá-la no chão coberto de cacos de
vidro? Porra! Onde estava com a cabeça, Nana? Nunca fiz nada parecido
com nenhuma mulher. Mas ela me afronta em todo o momento que pode! —
Quero justificar minhas atitudes monstruosas com essa desculpa esfarrapada
de que a culpada é ela. Triste, eu sei. Volto a falar com vergonha: —
Machuquei seus pés... fiz ela andar quase correndo nas pedras pontiagudas...
Quase a matei sufocada hoje... pisei em seu pescoço... joguei-a no chão,
mesmo sabendo que estava machucada e ainda disse que ficaria três dias sem
comer e beber... Que espécie de monstro estou me tornando? Por que só com
ela? Nana? — pergunto com um caroço na garganta.
— Santiago, você está se apaixonando por essa moça, meu filho —
diz calmamente e me olha com olhos brilhantes e um ligeiro sorriso.
— Quê? Nana, você está louca! Eu me apaixonar? Nunca! —
gargalho sem vontade.
— Quando você pensa em outro homem tocando-a, você fica
tranquilo? — pergunta seriamente.
Sinto um tremor começar em meu peito e se estender por meu corpo.
Caminho como um leão enjaulado pela sala, paro em frente ao monitor da
gaiola 7 e olho Violeta Rosa. Sinto meu coração disparar quando imagino
outro homem ousando tocar nela.
— Eu tenho ciúme de todas as pets, Nana! — Tento convencer a mim
mesmo.
— Sério? Então deve ser por isso que partilha todas as seis com os
trigêmeos.
Olho-a assustado e fico abismado como ela sabe disso...
— Como sabe disso? Que permito que trepem... desculpe, Nana...
Eu... — Sinto-me envergonhado por ela saber desses detalhes sórdidos de
minha vida vergonhosa e devassa.
— Sei de tudo nessa casa, Santiago. Mas me responda à pergunta que
te fiz... dividiria ela com os trigêmeos?
— UM CARALHO QUE DIVIDIRIA! — grito irado jogando a
cadeira mais próxima na parede em um acesso de fúria e desespero. O
simples pensamento daqueles desgraçados encostando um dedo em minha
menina atrevida e topetuda me enfurece.
Olho para Nana e ela está sentada e sorrindo serenamente.
— Pronto, sua resposta já foi dada. Agora pare de agir como um
monstro e tente reverter tudo que já fez com a menina Violeta. Já aviso, vai
ter trabalho. A menina tem fibra e foi isso que te chamou atenção desde o
início. E como foi um monstro com ela, terá trabalho para conquistá-la e
ganhar sua confiança. Ela presenciou seu lado mais obscuro e provou dele.
— Olha-me fixamente com lágrimas de tristeza em seus doces olhos
castanhos.
Olho-a com incredulidade, ela está louca. Vou continuar a levar a
vida como sempre levei, e daqui a pouco vou descer e trepar com a pet do
dia. Tudo voltará ao normal. Nana está vendo tudo com seus grandes olhos
sonhadores. Minha realidade é e sempre será ter várias mulheres a minha
disposição e viver como um rei. Dominar e deixar meu lado sombrio se
manifestar sem pudor.
Esse sou eu e não quero e nem vou mudar por ninguém, ainda mais
uma mulher marrenta igual Violeta Rosa. Deixar seis bocetas por uma? Rá!
Nunca! Volto a ser o Santiago frio e sensato de sempre. Sinto-me aliviado
com minha decisão acertada e satisfatória.
— Nana, eu disse a ela que ficaria três dias sem comer e gostaria que
levasse comida e água para ela, mas deixe pensar que está fazendo tudo isso
sem eu saber, ok? — Ela concorda alegre, levanta-se e me beija.
Vou deixar para trepar depois... Agora vou ver o que a Violeta está
fazendo. Quando Nana fecha a porta, volto a me sentar e observar a gaiola
7... vidrado e obcecado.
Fico muito tempo sentada onde o maldito me jogou. Quando a dor
em meus pés machucados ameniza um pouco, levanto-me mancando e
deixando rastros de sangue no quarto, depois limparei, antes tomarei um
banho e farei curativos em meus pés.
No banheiro luxuoso, ligo o chuveiro, regulo a temperatura e entro
debaixo soltando um gemido sofrido. Meus machucados ardem e meu couro
cabeludo está sensível demais, aquele monstro tem prazer em me machucar e
ferir. Minha garganta arde onde ele apertou com força e meu pescoço está
roxo. Mas jamais me quebrará, pode me matar. Foda-se se eu sucumbirei aos
seus desatinos. Não tenho medo de morrer ou ser torturada. Nunca fui tão
agredida e machucada em minha vida como nesses últimos meses, por esse
bárbaro miserável. Quero ver esse demônio morto, cravado de tiros, assim
como ele fez e faz com as pessoas.
Mesmo me agredindo sem me dar trégua, eu me sinto vitoriosa, ele
não me estuprou e nem eu permitirei, morrerei antes. Darei um jeito de
acabar com minha vida ou a do desgraçado.
Lavo meus cabelos com cuidado e termino o banho, demoro mais do
que tenho costume. Não tem uma parte em meu corpo que não dói demais,
minha vontade é de ficar quietinha em um canto. Até respirar dói. Cada
minuto que passa meu ódio por esse homem cresce.
Enxugo-me com cuidado e volto para o quarto procurando alguma
coisa para cuidar de meus machucados.
Abro a porta de um dos criados e vejo um kit de primeiros socorros.
Pego e cuido de meus pés, com lágrimas de dor.
Quando termino, guardo tudo e me deito nessa cama gigante e com
lençóis brancos e macios. Gemo de prazer e fecho meus olhos.
Começo a dormir, quando ouço a porta se abrindo.
Sento-me rapidamente, esperando o monstro entrar e me machucar
novamente.
Mas quem vejo é a senhora que trazia nossas refeições quando eu
ainda estava no quarto do monstro.
Deve ser a cozinheira ou governanta.
Ela entra, coloca a bandeja no criado-mudo e volta para fechar a
porta.
— Oi, pequena Violeta — cumprimenta-me suavemente e vejo
bondade em seus olhos. Será que ela sabe o que esse demônio para quem
trabalha faz com as pessoas?
— Trouxe comida para você, menina. — Aponta para a bandeja com
uma variedade imensa de comida. E o cheiro faz minha boca encher de água.
Meu estômago ronca e abaixo a cabeça envergonhada.
— O monstro disse que me deixaria sem água e comida por três
dias... — confesso envergonhada.
Ela me olha com carinho e senta ao meu lado na cama.
— Filha, ele está perdido... eu fui sua babá... ele sempre teve esse
lado obscuro e jamais imaginaria que tomaria caminhos que desaprovo...
mas dentro daquele coração negro tem bondade, te garanto isso. — Pega
minhas mãos com carinho.
Solto uma gargalhada misturada com lágrimas e olho abismada para
essa senhora, que está tão enganada em relação àquele maldito.
— Senhora, sinto muito em ser eu a quebrar esse sonho que tem em
relação a esse demônio... esse homem não tem coração, não presta. Ele é um
assassino, estuprador, sequestra mulheres, as mantém cativas, já me
machucou de todas as formas possíveis... Olha meus pés... meu pescoço...
minha coxa direita... ele atirou em minha perna! Me arrastou em cima de
cacos de vidros! — grito entre soluços e lágrimas. — Roubou minha vida, e
de mais seis mulheres... ele tem que pagar por isso! E a senhora vem me
dizer que ele é bom? — Levanto-me irada, pego a bandeja e a jogo longe.
Quebrando e sujando minha gaiola, isso me lembra a primeira vez
que quebrei tudo aqui e aquele desgraçado me arrastou por entre os cacos e
não satisfeito atirou em minha perna. Odeio esse homem e vou matá-lo, é só
surgir a oportunidade.
Olho para a senhora e vejo que continua impassível e calma.
Sento-me no chão e enfio a cabeça entre as pernas e choro com
desespero.
Sinto sua mão acariciando meus cabelos e me puxa, me abraçando.
Pela primeira vez, em meses de tortura, sinto-me aconchegada e
amada. Abraço-a com força e desmorono de vez. Ela somente acaricia meus
cabelos com suavidade. Depois de muito tempo puxa minha cabeça e olha
em meus olhos.
— Vou cuidar de você, pequena Violeta. Isso é uma promessa, mas
você vai me prometer que vai comer tudo que eu trouxer, combinado? —
Olha-me com lágrimas nos olhos e sacudo a cabeça afirmativamente.
— Mas ele disse...
— Ele me disse o contrário, querida — ela me corta e fala devagar,
olhando-me atentamente.
— Como? — pergunto sem entender.
— Ele me mandou aqui trazer comida e cuidar de você, pequena.
Você acha que eu poderia entrar aqui sem o consentimento dele? Nunca
entro em uma gaiola, a não ser que ele libere, e ele jamais pediu para eu
cuidar das mulheres aqui — responde pausadamente e com um esboço de
um sorriso.
— O demônio mandou a senhora me trazer comida e água? — Vou
mancando até a cama e me sento incrédula.
— Sim, querida, e me pediu para não contar que estava arrependido,
mas vejo que é uma pequena marrenta. Bem, meu menino me alertou! A
Violeta é geniosa e corajosa. E então, temos um trato?
— Trato? — Estou perdida com todas as informações que essa
senhora me deu.
— Sim, eu vou cuidar de você, mas em troca comerá tudo que eu
trouxer e cuidará de você com carinho, ok? — Pisca com um ligeiro sorriso.
Olho com atenção para ela e penso que será de grande ajuda para eu
fugir se me aliar a alguém. E ela é a primeira pessoa que o monstro libera
para conversar comigo, nunca deixou que nenhuma das mulheres aqui
interagissem.
— Ok, combinado — digo sem acreditar muito, pode ser algum
plano daquele facínora.
— Vou buscar mais comida. — Abre a porta e antes de sair, vira-se
para mim e diz: — A propósito, meu nome é Nana.
Com isso deixa o quarto e volta pouco tempo depois com uma nova
bandeja, que pego com prazer e como tudo.

***

E assim os dias passam e Nana vem aqui muitas vezes para


conversarmos, e sempre que vem traz alguma coisa gostosa para eu comer.
Acostumei-me com suas visitas e todos os dias a aguardo com
ansiedade. Minhas feridas nos pés estão cicatrizando e já consigo caminhar
sem mancar. As manchas roxas em meu pescoço sumiram juntamente com o
monstro.
O último dia que o vi foi quando tentei fugir.
Sei que esse desgraçado nos monitora todos os dias. E descobri onde
ficam as câmeras aqui no quarto.
Espero Nana ir embora e pego uma garrafinha de refrigerante e
arrasto uma banqueta e quebro as quatro câmeras colocadas em pontos
estratégicos e escondidas, quebro todas ou arranco.
Demorei dias para achá-las. Mas enfim achei algumas, sei que tem
mais, mas a satisfação que sinto ao saber que tirei o prazer desse doente
obcecado em me observar não tem preço. Sorrio satisfeita e desço, olhando
meu serviço.
Sento-me na cama e pego um livro que Nana trouxe e começo a ler
calmamente e com satisfação.
Agora passo meus dias aqui na sala de monitoramento sentado como
um lunático observando Violeta Rosa. Trago meu serviço para cá e fico o dia
todo aqui, inclusive à noite. Obsessivo, eu sei, mas não consigo deixar de
querer ver essa maldita mulher. Essa peste me deixou completamente insano
e mais louco do que sempre fui. Depois da conversa que tive com Nana,
parece que minha fixação por essa mulher atingiu níveis impossíveis de
descrever.
Meu dia começa aqui e termina na porra dessa sala. Tem vários dias
que não trepo mais e nem sinto vontade nenhuma de estar com uma das seis.
Já fui e tentei comer uma, não consegui, juntei as seis e tentei fazer uma
orgia que sempre adorei... porra, meu pau se negou a subir. Caralho!
Tudo culpa daquela maldita, que me desestruturou e me fez ficar
mais maníaco. Ávido, olho para Violeta e vejo que está sentada conversando
com Nana. Fico feliz em ver como as duas estão se dando bem. Vejo minha
segunda mãe tratando Violeta Rosa com tanto carinho, que sinto um aperto
bom em meu coração.
Vi o dia que essa marrenta quebrou a bandeja que Nana levou e
fiquei de pau duro de satisfação de ver que não tinha quebrado essa mulher
tinhosa. Gosto e quero ela exatamente como é, atrevida e sem medo de me
enfrentar.
E hoje estou sentindo que Violeta vai aprontar alguma, vejo isso em
sua expressão de satisfação e desafio. Maldita, meu pau está sacudindo aqui
de desespero, eu quero essa mulher como nunca quis outra em toda minha
vida. Preciso arrumar uma maneira de comer essa maldita, depois com
certeza voltarei a ser o velho e safado Santiago de guerra.
Trouxe os papéis e notebook para a sala onde fico de olho em Violeta
Rosa e ao mesmo tempo trabalho. Olha o nível de minha obsessão. Sorrio de
desgosto comigo mesmo. Concentro-me e vejo ela arrastar uma banqueta e
fico encucado com essa pequena maluca. O que será que vai aprontar dessa
vez? Não demora muito e vejo o porquê de tanta satisfação. A pequena
terrorista está destruindo as câmeras e já não tenho muitas imagens de seu
quarto. “Pequeno furacão terrorista”, penso com um sorriso de lobo
estendendo meu rosto a ponto de doer.
Estava esperando somente um vacilo por parte dela para trazê-la
novamente para o meu quarto e colocar meu plano em ação. Ou seja, comer
a sua virginal boceta.
Empurro a cadeira e desço voando as escadas, nada de elevador,
escadas posso correr.
Os trigêmeos vêm em meu encalço.
Devem pensar que preciso deles, são minha sombra.
— Parem de me seguir, caralho! — grito afobado pelo corredor.
Vejo-os se olharem confusos e pararem. — Vão procurar o que fazer e
somem daqui! — falo com grosseria andando rapidamente pelo corredor.
Eles ficam parados do lado de fora, entro na gaiola 7.
— Eu vou te matar de vez, Violeta Rosa! — Entro gritando eufórico,
feliz e louco para pegar a Violeta e sua tão cobiçada rosa, entenda boceta.
Penso com safadeza e o pau duro como aço.
Varro meus olhos pelas câmeras quebradas e penduradas e grito a
plenos pulmões:
— VIOLETA ROSA! MULHER MALDITA DO CARALHO,
QUANDO TE PEGAR VAI SE ARREPENDER DE TER NASCIDO, SUA
PESTE! — Meus olhos lascivos a procuram e vejo a safada na cama me
olhando desafiadoramente.
Caminho rapidamente até a cama e a puxo com brusquidão, o livro
que estava segurando cai aos nossos pés e chuto para longe e olho com
satisfação seus olhos brilharem de ira.
Sacudo-a com mais cuidado que das outras vezes e vejo seu cabelo
sedoso tapar seus grandes olhos azuis como uma cortina de seda.
Olho a divisão de seus cabelos loiros e noto uma faixa de vermelho
na raiz... Mas que porra!
— Você não é loira? — pergunto sem acreditar que essa peste é
ruiva.
— Não é da sua conta! Ou melhor, não enxerga? — debocha a
atrevida.
— Responda! — Perdi a graça agora e quero arrancar seus cabelos.
“Por que ela me faz ter essa mistura de sentimentos? Foco, Santiago, você
não vai mais machucá-la, pelo menos até comer sua bocetinha rosa virginal”,
penso excitado.
— Não! — desafia.
— Ok! Vamos conferir então! — digo malignamente, e vejo que fica
pálida.
— O que você vai fazer, Santiago?! — grita quando arranco seu
vestidinho rosa e jogo no chão com prazer.
Tenta correr, mas eu não deixo, pego-a nos braços e jogo na cama,
ela rola e tenta escapar.
Subo na cama rapidamente e sento em sua barriga, sem colocar peso,
senão a esmagarei.
Pego suas pequenas mãos e as seguro acima de sua cabeça e
debocho:
— Cadê a braveza? Ficou mansinha, hein, pet? — Ela tenta me
morder e tapo sua boca com uma mão, enquanto a outra segura as suas duas
juntas.
Ela tenta me chutar, mas não consegue. A pequena fera está vermelha
de raiva. Sorrio o tempo todo e sei que isso a deixa mais irada. Porra, isso é
bom demais! Sinto meu corpo todo em alerta.
Desço a mão e arranco seu sutiã e ela tenta me acertar de todo jeito.
Quando desço meus olhos e vejo seus seios, fico admirado e petrificado
diante de tanta beleza. Claros, médios com bicos rosados. Meu pau não tem
como ficar mais duro. Vejo seus olhos descerem e verem como minha calça
está estufada. Ela grita com pavor, pensa que vou violentá-la, mas nunca
esteve tão errada, jamais faria isso.
Mas seu pavor me excita e encanta ao mesmo tempo.
— Pare, por favor, eu sou ruiva! — diz rapidamente quando tiro a
mão de sua boca.
— Tarde demais, ruivinha. Agora quero ver. — Meus olhos passeiam
por seu corpo perfeito e paro na calcinha com morangos... morangos? Porra!
Devo estar ficando louco mesmo, achar sexy uma porra de calçola de
algodão cheia de morangos? Virei uma boceta mesmo!
Foda-se, quero ver essa bocetinha ruiva, que ainda terei o prazer de
atolar meu pau até o talo. Gemo somente com o pensamento.
— Não! Me solta, Santiago! — Estremeço de prazer ao vê-la dizer
meu nome. “Realmente estou doente sem chance de cura!”, penso aturdido.
Arranco sua calcinha e meu coração dispara diante de tamanha
perfeição.
Sua bocetinha rosada tem somente um filetinho de penugem ruiva...
Porra, ela é ruiva mesmo! E assim como o rosto tem a pequena boceta
coberta de sardas. Minha boca saliva, para chupar essa delícia até ouvir
Violeta Rosa gritar de prazer e me molhar com seu gozo.
— Caralho! Sua boceta é linda, Violeta Rosa! Uma verdadeira rosa.
Será tão macia como as pétalas de uma rosa? — digo descendo minha mão e
tocando levemente seus grandes lábios. Sinto uma corrente de prazer passar
por meu corpo e terminar sacudindo meu pau. Virei a porra de um poeta
agora! Me matem!
“Macia... suave... por fora... imagine por dentro?”, penso alucinado e
embriagado de prazer e ansiedade.
Ela tenta se soltar e chora muito.
— Calma, pequena, não vou te violentar, sabe que não faço isso...
calma... — digo suavemente. Já machuquei muito essa menina. Ela me olha
tremendo e pálida.
— Por favor... — Seus olhos estão marejando e vejo que treme toda.
— Violeta, não vou te machucar mais... prometo! — Quando digo
isso, sinto que falei realmente o que sinto, nunca mais quero machucar essa
mulher. Prometo a mim mesmo isso.
— Eu não confio em você, por favor, me deixe... — pede trêmula e
começa a chorar novamente.
Baixo minha cabeça e olho bem dentro de seus olhos.
— Não. Vou. Te. Machucar... — Sinto uma imensa vontade de beijar
essa mulher, e olha que não beijo. Somente beijei uma vez, e odiei. E acho
muito íntimo.
Mas a vontade de experimentar o gosto dela me sufoca e não resisto.
Baixo minha cabeça e a beijo com suavidade, ela fica quieta e me
observa, vejo medo e receio em seus olhos.
— Me beija, pequena, quero sentir seu gosto. Prometo que será só
isso. Quero tudo de você, mas quando estiver preparada — digo baixinho.
Desço a cabeça e a beijo com vontade, tento enfiar minha língua em
sua boca, mas ela trava a boca. Subo minha mão e acaricio seus seios, ela se
encolhe.
— Não! — Vira o pescoço e tenta sair.
— Calma bebê, só quero um beijo, juro a você! — Tento acalmá-la,
mas está impossível. Ela chora alto. Porra!
Saio de cima dela e tiro minha camisa, visto-a e ela continua de
cabeça baixa e trêmula, chorando baixinho.
— Não vou machucá-la mais, juro. — Ela continua de cabeça baixa e
compreendo seu medo, pois fui um verdadeiro demônio.
— Violeta Rosa? — digo baixinho, ela levanta seus imensos olhos
azuis e me olha com medo. — Eu gosto de provocar você, pequena, e adoro
ainda mais sua reação. Não mude nunca, me promete? — Não sei onde saiu
essa frase, isso não sou eu, definitivamente estou louco. Foda-se, se não
estou gostando desse novo eu!
Caminho lentamente e me sento na mesma poltrona que sentei a
primeira vez que a arrastei nos cacos e atirei em sua perna. Fecho meus
olhos em desgosto e remorso e os abro olhando para ela. Vejo que me olha
fixamente. Seus olhos azuis nadam em lágrimas. Tão frágil... e eu a quase
destruí. Porra, se não mereço uma bala na testa! Procuro aliviar o clima.
— Hoje, o prejuízo que me deu foi quebrar as câmeras; você é bem
criativa, Violeta Rosa. De Violeta você não tem nada, não é? — Sorrio para
ela. — Perdeu a língua, ferinha? Cadê a mulher que me enfrenta com tanto
destemor?
Ela continua séria, pensativa e assustada, com razão.
Aguardo seu tempo e continuo olhando fixamente para ela.
— Violeta Rosa, quero que você fique em meu quarto... — começo a
dizer e ela se levanta da cama em um pulo.
— Nunca! Sabia que era tudo uma armadilha e que estava mentindo,
seu demônio asqueroso! — diz dando a volta e ficando do outro lado da
cama.
— Não, querida, tudo que disse é verdade, somente quero que me
ajude a redecorar alguns ambientes aqui, sei que é decoradora, não é?
Ela para de supetão e me olha incrédula.
— Como sabe? — murmura e quase não ouço sua voz débil.
— Tenho sua ficha completa, Violeta, e será de grande ajuda se me
ajudar nessa tarefa. Sou arquiteto, mas a parte de decoração gosto de ter
sempre um especialista para me ajudar. Você gosta da decoração do casarão?
Fui eu que fiz, mas sinto que falta um toque de um decorador... — Vejo que
acertei na mosca, seus olhos brilham.
— Você que decorou? — Olha ao redor.
— Sim, pequena, adoro o estilo clássico... — respondo orgulhoso.
— Até... aqui nas gaiolas foi você? — Sinto-me incomodado com
sua pergunta referente às gaiolas; agora, quando alguém as menciona,
envergonho-me de alguma forma.
— Sim... — digo simplesmente.
Ela olha em volta novamente e volta seus olhos para mim.
— Você é um bom profissional, pena que é um ser humano
desprezível — diz sem medo ou receio.
Eu mereço seu desprezo, fiz coisas abomináveis com essa mulher.
— Realmente você tem razão, pequena. — Meu orgulho em ser um
escroto foi para o lixo literalmente. Em seu lugar está a vergonha de ter sido
tão covarde com Violeta Rosa e com várias pessoas que tiveram o azar de
cruzar o meu caminho.
Sei que Santiago vem com ira dobrada quando vê que quebrei as
câmeras. E não me assusto quando ouço seus gritos no corredor e os
trigêmeos em seu encalço.
Ouço a porta se abrindo e me preparo para ser machucada por essa
besta humana novamente.
Mas fico surpresa com seu novo tratamento, claro que não acredito
em nada que esse homem fala, demônios não mudam tão rápido assim de
comportamento. Eles mentem e manipulam.
Ele está sendo muito educado. Mas entro em total desespero e pânico
quando arranca minhas roupas, acho que vai me estuprar. Tremo de pavor.
Mas me engano e o monstro, mais uma vez, me surpreende.
Fico abismada e incrédula quando me chama para trabalhar com ele,
com o que mais gosto na vida: decorar.
Penso que está brincando e não dou crédito. Mas ele reforça o pedido
e vejo que está falando sério.
Penso em negar, pois esse homem me causa asco, nojo. Mas pondero
e vejo que será uma ótima maneira de sair da gaiola e tentar descobrir novos
meios de fuga.
Penso nas decorações que vi por onde me foi permitido passar e
realmente o cara é um exímio decorador. Pena que é um monstro sem
sentimentos. Digo sem pensar e medir as consequências. Será que nunca vou
aprender?
— Você é um bom profissional, pena que é um ser humano
desprezível.
Surpreendo-me quando concorda com o que digo, sem se alterar ou
me agredir.
— Tudo bem, aceito... — digo baixinho.
Vejo seus lindos olhos azuis-escuros brilharem e, pela primeira vez,
vejo um sorriso genuíno em seu rosto. Seus dentes são brancos e retos e,
quando sorri, aparecem duas imensas covinhas, que dá para ver nitidamente
mesmo com sua barba cheia e bem aparada. O que ele tem de beleza exterior
tem em dobro de feiura interior.
— Vamos então? — Ele me estende a mão, chamando-me.
Olho sua mão estendida e a ignoro, e passo direto até a porta, ele me
acompanha.
Saio e paro na porta, olhando-o indecisa.
Ele balança a cabeça suavemente me dizendo para continuar.
Vejo os trigêmeos olhando assombrados.
Continua atrás de mim, como se me protegesse dos trigêmeos. Será?
Estou ficando louca, ou ele vai me agredir para onde estiver me levando, só
pode ser uma cilada, esse homem não presta!
O elevador para e entramos, estou sem graça e com medo ao mesmo
tempo.
— Já decorou algum espaço, pequena? — puxa assunto.
— Sim... lugares simples... — lembro que decorei uma quitinete de
uma amiga, com o dinheiro que recebeu de seu acerto quando foi mandada
embora, não cobrei é claro. Fomos em vários brechós para comprarmos
coisas usadas com o preço em conta, no final ficou perfeito, penso com
satisfação. Deve ser incrível decorar, sem um orçamente definido.
Chegamos ao seu quarto e paro receosa.
— Pode entrar, Violeta, aqui do lado tem um quarto que mandei
arrumar e você pode ficar nele... claro que, se quiser, pode dormir comigo —
diz com um sorriso malicioso. Ignoro.
— Fico com o quarto ao lado... e onde vamos trabalhar? — pergunto
curiosa, porque não vi pranchetas, projetos, nada aqui que indique que é um
arquiteto, tenho somente suas palavras.
Claro que não, Violeta Rosa, penso. O homem pode queimar dinheiro
que não acaba nunca, acha que teria seu espaço para trabalhar em seu
quarto? Se situa, minha filha.
— Logo depois de seu quarto, fica a sala onde faço meus projetos,
vou te mostrar. Mas antes venha conhecer seu novo quarto. — Vou atrás
desse homem gigante e amedrontador.
Ele para em uma porta logo ao lado da sua e abre, quando entro fico
completamente encantada.
Tudo decorado em tons dourados e rosa. O estilo rococó, meu
preferido para sempre, compõe o ambiente. A cama dossel, com cortinas
rendadas com desenhos intricados tão belos, que sinto meu coração palpitar.
A janela gigante tem uma vista esplêndida da floresta negra. Parece
que estou em um castelo encantado e um príncipe lindo me encara com
olhos brilhantes. Pare, Violeta, de príncipe esse homem não tem nada, mas
de escroto assassino sim!
Quem não conhece esse homem pode se enganar com tanta
facilidade, dentro de tanta beleza esconde um verdadeiro monstro. Eu sei e
tenho as marcas em meu corpo para atestar isso. Penso com desgosto e
tristeza.
— E então gostou? — Parece ansioso.
— É lindo! Estou encantada, Santiago. Foi você que decorou? —
pergunto abismada com tanto bom gosto.
— Sim... e em menos de quinze dias... — responde baixinho, quase
não ouço.
— Por que tão rápido? — pergunto sem entender.
— Para você, Violeta Rosa — diz simplesmente.
Olho abismada para esse homem totalmente desequilibrado em
minha frente e fico sem entender nada. Me agride e agora isso? Quem
precisa de tratamento urgente contra loucura, ele ou eu? Concentro-me, volto
à razão e paro de achar que ele mudou...
Sei que vai aprontar, só tenho que ficar em constante vigilância e não
baixar a guarda.
— Violeta, aqui perto do banheiro tem essa porta que dá para o meu
quarto... — diz me olhando com cautela.
— Seu quarto? Para quê? Você é um bom profissional, pena que é
um ser humano desprezível, sabia que tinha intenções podres por trás dessa
falsa gentileza — digo sem medo ou receio.
Ele me encara seriamente.
— Mas eu prometo a você que venho somente quando for preciso ou
você permitir, ok? — diz com rapidez.
Olho desconfiada, mas como sou prisioneira nesse lugar não adianta
criar caso. Resolvo deixar para lá, quando o problema surgir resolvo.
— Tudo bem. E onde trabalharemos?
— Vem comigo, vou te mostrar.
Saímos do meu novo suposto quarto e entramos em uma terceira
porta ao lado de meu quarto. Vejo um escritório totalmente montado, com
pranchetas, para criar projetos, espalhadas pelo ambiente. Mesas com
computadores e uma imensa prateleira cheia de rolos de projetos.
Em uma parede há uma estante até o teto abarrotada de livros sobre
história da arte, biografia de pintores, escultores de várias épocas e várias
marcas de revistas de decoração. Meu coração dispara de tanta emoção.
Paraíso dos decoradores. Achei!
Meus olhos brilham e vou rápido para a estante. Pego um livro onde
vejo vários arquitetos famosos e seus projetos. Vejo um imenso livro onde o
nome Oscar Niemeyer[5] brilha em letras douradas em alto-relevo. Pego com
reverência e acaricio as letras com carinho. Folheio e levanto o livro, fecho
os olhos e cheiro as páginas frescas e lisas.
Levanto meus olhos e vejo Santiago me olhar com fervor e loucura
nos olhos. Por incrível que pareça nesse momento não tenho medo dele. Nos
identificamos ali com nossa paixão por decoração e tudo que fala sobre
grandes nomes na história da arte.
— Santiago... tudo aqui é perfeito! Poderia ficar aqui dias e dias sem
vontade nenhuma de sair... maravilhoso! — digo com entusiasmo.
Ele sorri ligeiramente.
— Pode ficar à vontade e vir aqui quando quiser.
Minha vontade é de pular de alegria.
Nunca imaginei que meu dia terminaria dessa maneira tão inusitada.
Ele me chama e me deixa em meu quarto indo para o seu.
Entro e olho tudo com encanto, nunca me imaginei em um quarto
desses nem em sonho. É perfeito.
Exploro tudo e, quando me canso, tomo um banho e quando saio do
banheiro vejo uma bandeja com meu jantar. Olho e vejo uma canja deliciosa
com pão caseiro e frutas.
Sento-me e como com prazer a canja tão saborosa. Assim que
termino vou ao banheiro, escovo os dentes e me deito.
Quando olho o teto fico estática e sem palavras, tal meu
encantamento.
Ele está todo desenhado, com imensos galhos de rosas coberto de
cachos e diversas outras flores, mas o destaque são os galhos fartos de
pequenas rosas. As ramas se entrelaçam nas treliças e formam uma profusão
de cores. A imagem é uma das mais belas que já vi em minha vida inteira.
Fico encantada e paralisada com a visão... Deus! Tamanha beleza é
indescritível e, com certeza, deve ter custado uma verdadeira fortuna pintar
esse teto arredondado com tanta riqueza de detalhes, digna de Rafael
Sanzio[6]. O homem está ficando louco ou o quê? Uma coisa eu sei, nunca vi
tanta perfeição em um único lugar... esse quarto é divino.
Apago as luzes com o controle do meu lado e sinto o sono me tomar
suavemente.
Volto ao meu quarto, mas minha vontade é de ficar com Violeta. É,
realmente eu estava fodido. Obrigo-me a ir para a sala de monitoração e
olhar as gaiolas, propriedade e clube. Porra, eu estou negligenciando
totalmente minhas obrigações em prol de minha loucura e obsessão,
chamada Violeta Rosa. Literalmente, eu me sento na porra da cadeira e olho
as gaiolas, as pets estão bem e cuidadas.
Desde o dia da fuga de Violeta, eu não trepo mais, confesso que
tentei, insisti, mas meu pau se recusa e continua se recusando a me obedecer,
então eu o obedeço. Essa porra só fica duro igual uma lança quando penso
em meter na doce e virginal boceta de Violeta. Quero sua rosa, macia, suave
e quente. Obcecado? Sim!!!
Realmente estou ficando totalmente louco e fodido, começar a
chamar boceta de rosa, estou a um passo de surtar de vez. Penso com
desgosto. Levanto-me e olho em volta do casarão pela janela e aproveito e
monitoro o clube, cheio de tédio. Minha vontade é voltar para o quarto onde
está Violeta Rosa e ficar vigiando e velando seu sono.
Tudo em ordem, sigo para o meu quarto e entro no banheiro, preciso
urgente de um banho e uma bela punheta. Já entro no boxe de pau duro e
latejando. Ligo o chuveiro e deixo a água morna lavar meu corpo, a água
desliza como uma carícia. Fecho meus olhos e deslizo minha mão em meu
pau, que está tão duro, que arde. Começo a massageá-lo lentamente
pensando na bocetinha rosa de Violeta e sinto ele inchar mais ainda. Começo
a imaginar tudo que quero fazer com essa mulher e aumento o vai e vem de
minha mão em meu pau com força. Tombo a cabeça para trás e gozo com
tanta força, que fico tonto por segundos. Caralho!
Espero a tontura passar e termino o banho, sigo para o quarto,
molhado e me deito. Olho para o teto e gostaria de saber o que achou da
pintura que mandei fazer no teto de seu quarto. Sei que ela ama rosas, flores.
Confesso que não foi fácil achar um artista para fazer o que tinha em mente.
Nana me contou que ela ama flores, principalmente rosas. Sinto vontade de
agradá-la, coisa que jamais fiz com mulher alguma.
Amanhã vou sondar para ver se ela gostou do teto de seu quarto todo
trabalhado. Fecho meus olhos e tento dormir. Mas é impossível sabendo que
ela está a uma porta de distância. Depois de ficar horas tentando me canso e
levanto, coloco minha calça de pijama de seda e sigo para o seu quarto. Abro
a porta suavemente e vejo sua pequena silhueta na cama.
Caminho devagar sem fazer barulho e paro ao lado da cama.
Observo-a e meu pau sobe na velocidade da luz.
Aperto esse tarado e agacho, olhando-a de perto. Ela é simplesmente
encantadora, de uma beleza pura e simples. Amanhã vou pedir a Nana para
ajudá-la a descolorir os cabelos, quero a cor natural deles. Ruiva, linda! Seu
pequeno nariz e bochechas são salpicados de sardas. Isso confere a ela uma
expressão angelical.
Penso em como pude ser tão calhorda com essa pequena mulher.
Minhas atitudes não têm justificativas. Talvez seja porque me enfrentou e
isso jamais aconteceu. Todos sempre me obedeceram, mesmo quando
criança. Vim de uma família abastada e com uma larga tradição de famosos
arquitetos. Meu legado familiar soma mais de 400 anos. Então presumo que,
quando ela me enfrentou, quebrou vários paradigmas de que dinheiro e
legado compra tudo. Foi um banho de água fria em meu orgulho sempre
massageado por um bando de puxa-sacos.
Estendo a mão e acaricio suavemente seu rosto macio.
Ela mexe os lábios suavemente e retiro a mão rapidamente. Sei que
não vou dormir mesmo, pois tenho insônia. Caminho e me sento em uma
poltrona e fico ali até começar a clarear, somente observando a Violeta Rosa
ressonar.
Vou embora antes do dia clarear, e me deito.
Acho que dormi um pouco, porque acordo com Nana trazendo meu
café.
— Bom dia! Seu café, meu filho! — cumprimenta-me, como se o
mundo nadasse em alegria.
— Bom dia! — resmungo com má vontade. Minha cabeça está
doente pra caralho, não dormi quase nada.
Ela coloca a bandeja na mesinha ao lado e caminha para abrir a
cortina.
Enfio a cabeça debaixo do travesseiro e fico quieto. Quem sabe, ela
vai embora e me deixa em paz?
— Levanta, dorminhoco! Olha que dia lindo está lá fora, um sol
maravilhoso! — Lindo só se for para ela, que dormiu a noite toda, caralho.
Continuo quieto a ignorando. — Está bem, não quer se levantar? Vou tomar
café com Violeta Rosa... — Tiro rapidamente o travesseiro da cabeça.
— Ela já acordou? — pergunto disfarçando e olhando para a janela.
— Já e a convidei para tomar café com você, mas entendo que quer
dormir mais, então... — Sorri inocentemente.
— Não! Já vou me levantar, estou sem sono mesmo... — digo
rapidamente, pulando da cama e correndo para o banheiro. Escuto o barulho
do risinho da matreira da Nana. Mulher má essa!
Faço tudo rapidamente e, quando entro no quarto, vejo Violeta Rosa
conversando com Nana e rindo suavemente de algo que ela diz.
— Oi... — cumprimento baixinho.
Não me reconheço. Porra do caralho, cadê o homem mal-humorado,
safado, malicioso, mau-caráter, assassino e sequestrador? Estou
completamente fodido, perdi meu pau e nasceu uma boceta no lugar, depois
vou ao banheiro dar uma conferida.
Caminho devagar e me sento na cadeira próxima a Violeta, que me
olha desconfiada.
— Bom dia, Violeta, dormiu bem? — pergunto educadamente.
— Sim, obrigada.
Vejo Nana nos olhando igual boba, sorrindo de orelha a orelha, e não
entendo o porquê desse olhar estranho.
— Bom, agora vou deixar vocês tomarem café e mais tarde venho
pegar a bandeja e arrumar esse andar. — Sorri para nós dois e vai embora
calmamente e com o sorriso gigante e bobo no rosto mais intenso.
— Você gostou de seu quarto? — indago ansioso.
— Sim, é lindo! Amei cada cantinho de lá, tudo feito com tanto
carinho e gosto! O teto me encantou, nunca me imaginei em um lugar como
esse, parece um quarto de princesa — responde com os olhos azuis imensos
e brilhantes.
Sinto meu coração dar um baque de emoção. Sentimento bom esse,
estou gostando, melhor que amargura e ódio. É um calor gostoso que
começa no coração e espalha pelo corpo todo. O que será esse sentimento?
Preciso perguntar a Nana.
— Fico feliz que tenha gostado, tive que arrumar tudo em muito
pouco tempo — solto sem querer e vejo que me encara sem entender.
— Por que teve que fazer rápido? — Leva a xícara de café
fumegante à boca antes de indagar.
— Porque queria tentar me redimir com uma pessoa que está se
tornando importante para mim — confesso sem pudor e vejo que fica
ruborizada. Vibro com essa timidez.
— E... quem seria... essa... pessoa? — pergunta mais corada ainda.
— Uma certa ruiva ou loira? Já nem sei mais... — brinco e jogando o
cuidado para o ar, digo logo e rasgado, sem enrolar que é ela.
Ela se levanta da mesa de uma vez, derramando o café, pede licença
e sai quase correndo do quarto.
Fico sentado chocado e, ao mesmo tempo, irado com minha burrice.
Minha falta de tato assustou a passarinho e ela voou. Caralho.
Levanto-me apressadamente e vou atrás dela. Vou me desculpar e
começar com mais calma, depois de tudo que fiz a ela, o que esperava?
Brucutu maldito é isso que sou!
Vou com calma, pois quero comer essa mulher com uma sede que
nunca tive por nenhuma outra e para isso tenho que agir como também
nunca agi antes, com gentileza e coisas que sei que mulheres gostam. Sei ser
um cavalheiro, e vou mostrar a ela esse meu lado oculto. Sorrio de lado e
marcho à procura de minha Violeta Rosa virginal.
Eu saio do quarto de Santiago quase correndo depois que me falou
aquelas coisas esquisitas. O homem só pode estar maluco, sempre me tratou
com descaso, grosseria, me machucou inúmeras vezes, me deixou sem
comida e água e agora vem com essa conversa sem pé e nem cabeça? Quero
distância desse demônio. Nana disse que ele me chamou, pois tinha uma
ordem para me passar... e fui sem querer, não gosto de ficar perto dele.
Sentei-me e esperei ele me ordenar o que quer que fosse, mas o homem só
falou merda.
Fiz mal em sair correndo, pois ele poderia vir e me machucar, mas
foda-se se pensei nisso. Só quis sair de perto dele e daquela conversa louca e
agora estou aqui sentada em minha cama, com as mãos tremendo. Morta de
medo dele vir aqui me machucar. Vejo a porta se abrindo e ele entrando.
Levanto-me rapidamente e contorno a cama, dando uma distância razoável
para ficar mais difícil dele me pegar.
Ele me olha com ansiedade.
— Tudo bem, Flor? Desculpe se falei o que não devia... eu...
Dou um passo para ficar perto do abajur, se ele tentar algo, jogo na
cabeça dele.
— Flor? — chama-me suavemente e com uma ponta de ansiedade.
Agora deu para me chamar de Flor... O que será que esse ser vil quer de
mim, além de minha boceta? Parece um maldito cachorro atrás de uma
cadela. Caralho de homem nojento esse!
— Não se aproxime! — grito exaltada, com medo e raiva ao mesmo
tempo.
— Eu não vou te machucar mais... eu te prometo, te juro! Já te falei...
— Não acredito em você! — corto sua fala mentirosa e pego o abajur
com força, com meus lábios tremendo e meu coração apertado e disparado.
— Flor, me dê a oportunidade de te mostrar que quero mudar, jamais
ferirei você novamente consciente ou inconsciente. Te juro. — Olho para ele
com descrença, ele já me machucou demais, não consigo acreditar em nada
do que diz.
— Vai embora, Santiago, por favor, não quero você em meu quarto,
se continuar aqui, prefiro voltar para a gaiola. — Vejo que seu semblante cai
quando digo que prefiro a gaiola a sua presença.
Ele dá um passo para trás e baixa a cabeça, concordando lentamente.
— Pode ficar tranquila, Flor, não te incomodo mais aqui e, por favor,
me perdoe por tudo que te fiz. Se houver algo que eu possa fazer para
amenizar o estrago que fiz é só me dizer. E quero muito que trabalhe
comigo. Peguei vários projetos e gostaria muito de sua opinião como
decoradora em cada um deles. Com licença. — Meu coração dá uma ligeira
tremida em ver a pose derrotada com que ele sai daqui... mas passa rápido,
esse homem é um monstro.
Coloco o abajur no lugar e me sento na cama e pego um livro para
ler, que trouxe do escritório onde ele faz seus projetos.
Fico a manhã toda lendo e, quando vejo que ele não me chama para
trabalhar, saio de fininho e vou para o escritório do lado de meu quarto. Aqui
em cima são várias salas, cada uma para um objetivo específico, já observei
que as salas que ele monitora tudo estão aqui em cima. Os quartos privados
também e sua academia. A sala onde funciona o escritório de projetos fica
aqui também. Ele tem seu próprio mundo aqui nesse andar. Creio que aqui
ele se mostra genuinamente como é, seu verdadeiro eu. Abro a porta e o vejo
sentado em frente a uma prancheta com óculos de armação preta, totalmente
concentrado. Paro e observo como esse homem é lindo.
Mas sei também que é doente de maldade, crueldade e safadeza. Ele
já me obrigou a vê-lo transando com uma pet e assistir um estupro feito
pelos trigêmeos a uma pobre pet. Quando lembro disso sinto vontade de
chorar sem parar.
— Pode entrar, Violeta Rosa — me diz sem levantar a cabeça. Como
esse homem me viu? Credo! Suspiro e entro devagar.
— Você não me chamou... o que quer que eu faça? — pergunto
parada sem saber como agir.
Ele levanta a cabeça e tira os óculos, passa a mão nos cabelos e me
olha seriamente.
— Deixei você se acostumar um pouco com as novidades... não
quero forçá-la a fazer nada que não queira, Flor. Já te disse isso... — diz
cansado e com as mãos cruzadas sobre a mesa.
— Me diz o que fazer... — peço educadamente.
— Chegue até aqui, por favor, vou te mostrar.
Ele se levanta e paraliso no lugar, ele me desperta muito medo.
— Querida... entenda, eu não vou te machucar mais... acredite em
mim — diz com desgosto e tristeza brilhando em seus olhos azuis-escuros.
Forço-me a andar até onde ele está. Levanto meus olhos e vejo que
me olha fixamente.
Pega um projeto em um rolo na prateleira, abre e começa a me pedir
opinião sobre a decoração e tons de cores. É um projeto de uma cobertura e
ele quer ideias. A cobertura é para uma mulher que vive sozinha e é bem
exótica. Meus olhos brilham e me sento com prazer. Quando pego o projeto
e olho, as ideias começam a pipocar e vou sugerindo. Quando levanto meus
olhos, ele me olha abismado, sem acreditar nas minhas sugestões. Olha-me
encantado. Não digo nada, mas por dentro me sinto orgulhosa.
E assim passamos o dia, em perfeita harmonia e paz. Nem parece que
sou sua prisioneira e não me sinto como tal, nesse momento.
Paramos somente quando Nana traz nosso almoço e lanche.
Conversamos muito sobre decoração, paisagismo e tudo referente a
essa área, pois adoro.
Ele me diz que posso pegar livros na imensa estante, quando quiser e
que a grande maioria é tudo sobre decoração, arquitetura e paisagismo. Meus
olhos brilham de emoção. Santiago me olha com cautela e atentamente o dia
todo. Não foi rude em momento algum e aceitou minhas sugestões com
humildade, porque, vamos conversar, o cara é um arquiteto excepcional.
Nesse pouco tempo que trabalhamos juntos, aprendi coisas que não aprendi
durante meu curso inteiro de designer de interiores.
— Bem, pequena, por hoje acho que já chega. Amanhã você tem um
grande desafio: decorar um apartamento minúsculo. Tem que aproveitar cada
pequeno espaço. Esse apartamento, o cliente quer minha assinatura na
decoração e projeção, é de uma grande construtora. Ele será o chamariz para
vender os outros. Portanto, tem uma grande responsabilidade nas mãos. Pego
esse tipo de projeto com absolutas exceções, salvo os construtores que foram
amigos de meus pais. Mas faço isso raríssimas vezes, por ser um ermitão e
ter somente uma pessoa que intermedia minha vida com a sociedade: meu
vice-presidente Marlon Stone. Esse confio de olhos fechados, já foi provado
e aprovado. Detesto viver entre pessoas, aglomeração, festas e tanta
falsidade e hipocrisia me enojam, como já deve ter visto.
Fico abismada em ver como ele me conta sua vida de maneira
natural.
Ele que sempre foi tão reservado.
— Boa noite, Flor, até amanhã e sinta-se à vontade para descer ao
primeiro andar, só não vá ao subterrâneo, por favor — diz se encaminhando
para a porta e saindo suavemente.
Fico sozinha nesse lugar maravilhoso e corro para a estante. Olho,
passo a mão e fico eufórica sem saber qual livro pegar.
Por fim escolho um do famoso paisagista brasileiro Burle Marx[7],
que, em minha humilde opinião, é o melhor dos melhores. Abro e sinto o
cheiro de livro delicioso, e vou feliz para o meu quarto de princesa
renascentista.
Meu jantar está na mesa em estilo rococó e suas lindas poltronas no
mesmo estilo, tudo rosa e dourado.
Fico igual boba olhando tanta perfeição. Corro, tomo meu banho e
ponho meu pijama de coraçõezinhos que adoro e janto com prazer.
Assim que termino, eu vou espiar o closet. Quando entro fico
admirada com tanta pompa. Tudo ordenado em cores, e vejo que tem
somente os estilos de vestidos que amo usar. Todos soltinhos e com flores,
corações e a maioria rosas. Quem fez isso teve o cuidado de observar meu
antigo guarda-roupa, só pode!
Meus pijamas, acho até engraçado, todos com estampas florais,
frutas, nas cores brancas ou rosas. Aqui a pessoa exagerou, gosto de rosa,
mas aqui tem praticamente tudo rosa. Penso entre divertida e feliz. Sinto
vontade de pular igual criança em loja de doces. Sempre passei dificuldades
e agora isso?
Volto para o quarto e pulo na cama, olhando o teto com
encantamento.
Pego o livro do Burle Marx e me deleito em ler cada página com seus
belíssimos projetos em paisagismo. São imagens de jardins planejados por
ele, que deixam nossos olhos e almas extasiados.
Não vejo a hora passar e, quando dou por mim, já são quase meia-
noite. Fecho o livro com cuidado, guardo e apago a luz, dormindo em
seguida.
Havia muito tempo que não tinha um dia que me trouxesse tanta paz
e satisfação. Trabalhar com Violeta Rosa foi gratificante, ela era boa no que
fazia. E não tinha vergonha de expor suas dúvidas e sugestões. Fizemos um
excelente trabalho juntos. Vi que poderia deixar projetos em suas mãos sem
medo.
Estou deitado e com o pau duro, mas isso não é novidade. Toda vez
que penso nela, é pau em riste na certa. Ele aponta para o teto sem pudor.
Não tenho vontade nenhuma de comer outra mulher. As pets estão
esquecidas nas gaiolas, estou pensando seriamente no que fazer com elas...
talvez liberá-las com uma gorda indenização e um contrato de sigilo em que
se comprometem a jamais comentarem sobre o tempo que as mantive
cativas. É uma ideia para amadurecer... Vejo luz em seu quarto.
Violeta ainda não dormiu, penso que está empolgada com algum
livro, vi quando saí que seus olhos brilharam olhando para a estante. Sorrio
de lado, a mulher tem os mesmos gostos que eu... porra! Perfeita.
Espero com ansiedade a luz de seu quarto se apagar para que eu,
como um obsessivo doente que sou, possa ir velar seu sono a noite toda.
Durmo muito mais sentado em seu pequeno sofá rosa, do que em minha
larga e grande cama. Me acalmo quando a vejo ressonar suavemente.
Quando a luz se apaga, sorrio e aguardo uns quinze minutos para ir.
Entro suavemente, dirijo-me para a cama, agacho-me e acaricio seu
pequeno e suave rosto. Ela ronrona e meu pau salta apontando para ela.
Como se dissesse é essa que quero!
Estou somente com a calça de pijama, sem cueca, e com isso meu
pau fica livre para apontar para onde quiser e nesse momento ele quer a
boceta rosa de minha Violeta.
Entendo perfeitamente você, meu amigão!
Sorrio debochado e desgostoso comigo mesmo.
Sento-me na cadeira e fico velando o sono da minha Violeta Rosa.
Cochilo e, quando o dia começa a clarear, vou para o meu quarto.

***

E assim os dias tornam-se semanas, meses e nunca fui tão feliz e


calmo em toda a minha vida, como estou agora.
Confesso que tentei mais vezes trepar com as pets, mas não consegui
ou não quis, não sei explicar bem. Já resolvi que vou liberá-las porque não as
quero mais. Meu objetivo agora é conquistar a minha pequena Violeta Rosa.
Já conversei com Marcelo e ele está arrumando tudo para a liberação das
pets. Quero contar para a Flor, mas não gosto de falar das pets para ela. Sei
que se sente mal com esse assunto e como estamos bem e ela está confiando
mais em mim, não quero abalar essa confiança. Sendo assim deixo como
está. Marcelo resolvendo tudo sozinho, só quando complica em alguma coisa
me procura e resolvemos juntos.
Estamos na sala do primeiro andar, ela está conversando com Nana.
Ficaram grandes amigas e minha pequena se sente à vontade para andar em
toda a casa, exceto nas gaiolas. Ela odeia aquele lugar, não tiro sua razão.
Não vou mais lá, somente Nana para cuidar das pets.
Os trigêmeos estão sempre a postos, mas tem um deles que sempre
pego me olhando com certo rancor e arrisco dizer ódio, já vi esse olhar
várias vezes e começo a me preocupar. Mas resolvo deixar isso para lá, por
enquanto. São todos de confiança plena e absoluta, assim espero.
— O que vocês tanto conversam? — pergunto para Violeta e Nana.
— A nossa pequena Violeta está indisposta hoje...
— Flor? O que você tem, querida? — corto Nana e me levanto
ansioso.
Ela me olha sorrindo e diz serenamente:
— Estou sangrando...
Nana me olha séria e entro em choque.
— Sangrando? Você se cortou em algum lugar? Porra, Nana, pedi
tanto para você ficar de olho nessa mocinha! Vejo Violeta sempre fazendo
imensas loucuras, caralho! — digo com as mãos na cabeça.
Vejo-as se olharem cúmplices e não entendo...
— Cadê o Marcelo? Chame ele, Nana. Deixe-me ver onde sangra,
Flor — peço cheio de autoridade e desespero.
— Não posso mostrar, Santiago. — Sorri matreira.
— Porra que não! — Levanto-a e olho seu corpo todo e não vejo
nada. — Porra! Onde está machucado, querida? — Não vejo corte algum.
— Nem queira saber, Santiago — responde serena.
— É sangramento interno, Flor? Pelo amor de Deus! — grito em
desespero.
De repente, elas explodem em gargalhadas altas e fico sem entender
porra nenhuma.
— Sangramento agora é motivo de risos? Vocês só podem estar
loucas! — digo irritado.
— Santiago, Santiago! — diz Nana, limpando as lágrimas de tanto
rir.
Olho para as duas loucas a minha frente sem entender patavina.
— Filho, a Violeta Rosa está menstruada. — Olha para Violeta e
pisca para ela com satisfação. Ela sorri vermelha.
Vejo em segundos o papelão que fiz ao alardear com veemência
sobre o sangramento de Violeta Rosa. Quando cai a ficha de que
sangramento estão falando, sinto o rosto esquentar e fico totalmente sem
graça.
— Porra! O sangramento é... porra! — Fico sem palavras e resolvo
sair rapidamente da sala e recuperar minha vergonha em outro lugar. — Com
licença... — peço apressado, com o rosto ardendo.
Subo rapidamente para o meu quarto e ficarei aqui até o fim dos
tempos.
Esses dias, semanas e meses na companhia de Santiago tem sido os
melhores de minha vida. Estou conhecendo um lado dele que jamais pensei
existir. Estou me sentindo mais segura ao seu lado, principalmente quando
vejo o carinho e cuidado que Nana tem com ele. Relaxo mais quando vejo
que ela trata Santiago como filho e ele, por seu lado, a respeita como tal.
Aprendo cada dia mais com ele sobre minha área, ele é excelente para
ensinar.
Estou ficando assustada porque parece que meu coração desenvolveu
certos sentimentos em relação a Santiago, pois toda vez que está perto, esse
pobre órgão entra em desespero e dispara com força. Sinto um calor gostoso
toda vez que o vejo e minha calcinha fica molhada de desejo. Que vergonha!
Desejar um homem que foi tão cruel e vil comigo! Carrego em meu corpo
várias cicatrizes, resultado de sua crueldade.
Observo que ele me deseja também, às vezes o pego me olhando com
desejo e olho disfarçadamente seu pau duro e inchado. Sou virgem, mas não
sou besta!
Sinto que ele me observa com constância, posso dizer que é
obcecado, mas isso não me causa mais medo, pelo contrário amo essa
sensação de ser desejada e querida.
Hoje ele ficou desesperado quando Nana disse que eu estava
sangrando.
Rimos da sua cara inocente e, quando falamos que estava
menstruada, ele ficou totalmente sem graça e saiu quase correndo da sala.
Rimos de sua timidez acerca de minha menstruação. O cara fica vermelho
por eu estar menstruada e não sente a mínima vergonha ao ficar com seis
mulheres diferentes ao mesmo tempo ou atirar nas pessoas sem peso na
consciência. Santiago Reis é inacreditável!
Nana vai para a cozinha e vou atrás do homem fujão e tímido.
Bato na porta de seu quarto e ouço sua voz abafada.
— Vai embora, Flor!
Ignoro e entro em seu quarto, ele me deu essa liberdade. Encontro-o
com a cabeça debaixo do travesseiro, igual um menino de três anos, pego
fazendo arte.
— Santiago? Está tudo bem? — pergunto inocentemente.
— Não, tudo ruim... Vocês deixaram que eu pensasse que você
estava doente, sangrando... — diz amuado.
— Mas estou realmente sangrando, Santiago, não da maneira que
pensou, mas estou — digo malignamente.
Ouço seu gemido de desgosto.
— Me mate por favor... — Puxa o travesseiro com força e ri
baixinho.
— Santiago, você sabia que mulher menstrua? — Estou sentindo um
prazer bizarro em ver esse homem tão grande e cruel sem chão e perdido.
Ele geme baixinho e suspira agoniado.
Faço cócegas em seus grandes pés e ele pula, ele sente tanta cócega
nos pés, que é somente ameaçá-lo com isso que o homem vira um cordeiro.
— Desculpe, querido, eu e a Nana não resistimos à brincadeira, mas
confesso que não sabia que ficaria tão apavorado.
Ele descobre o rosto e sorri de orelha a orelha.
— Vocês foram malvadas comigo... — diz fechando a cara, fazendo
charme, mas sorrindo com os olhos.
— Perdoa, querido, agora vou tomar um remédio. Estou com cólicas.
Ele salta da cama e corre para meu lado.
— Cólicas? — pergunta com olhos arregalados, um homem de quase
40 anos, mas, às vezes, um menino.
— Sim, toda vez que fico menstruada sofro com essas dores
malditas.
— Todos os meses têm cólicas? — pergunta curioso e com olhos
arregalados, grandes e azuis. Lindos!
— Sim. — Aperto minha barriga com sofrimento, é uma dor suave e
constante.
Ele me puxa pela mão e me leva para o meu quarto, vai ao banheiro e
enche a banheira.
— Pronto, água morna é bom. Entra, daqui a pouco estará melhor.
Cura qualquer dor, querida. Eu garanto.
Olho para ele com carinho e espantada que tenha esse lado tão lindo
e precioso, uma pena que é revelado para poucos. Ainda bem que estou
nessa pequena seleção.
A essência do homem monstro continua a mesma. Ontem mesmo o
vi dando um murro tão forte em um dos trigêmeos, que quase desmaiei.
Quero perguntar sobre as pets, mas odeio me lembrar dessa parte de
minha vida e da dele.
Sei que não vai mais, lá. Nana me conta tudo. E confesso que fiquei
imensamente feliz em saber.
Estou me sentindo muito à vontade ao seu lado e estou quase
decidida a me entregar para ele.
Santiago já deixou claro de todas as formas que me deseja e está
esperando meu tempo com paciência. Admiro-o mais por isso.
Entro na banheira e continuamos a conversar; ele sentado em minha
poltrona e eu no banheiro com a porta entreaberta. Confio nele, sei que não
vai entrar sem meu consentimento, ele ganhou essa confiança por seu
próprio mérito.
Quando saio, ele está com o remédio que Nana trouxe, tomo e me
deito na cama. Ele se senta ao meu lado e acaricia meu rosto com carinho.
— Daqui a pouco, você estará melhor.
Levanta-se e puxo sua mão.
— Santiago fica aqui comigo, deita-se ao meu lado?
Ele arregala os olhos sem acreditar no que eu disse.
— Por favor? — insisto.
— Tem certeza, Flor? Não quero ser intrometido e aproveitar de sua
fragilidade agora.
— Eu quero muito, Santiago, é só dormir aqui comigo — peço
suavemente e vejo seus olhos brilharem.
— Nesse caso, seu pedido é uma ordem, minha Violeta preciosa! —
Rapidamente se aconchega ao meu lado e me puxa para os seus braços
musculosos.
Encaixo-me e coloco minha cabeça na curva de seu ombro e sinto
seu calor e cheiro. Minha pobre calcinha ensopa de excitação.
Fecho meus olhos ao sentir seu carinho em meus cabelos e, aos
poucos, vejo-me adormecendo.
Preparo o banho para Violeta e, quando ela termina e sai com a pele
rosada pelo banho morno, meu pau pilantra se estica com ganância. Senta-se
na cama e dá suaves batidinhas.
— Santiago fica aqui comigo, deita-se ao meu lado?
Entro em choque e fico sem ação. Estou esperando essa prova de
confiança já tem meses. E agora que ela me dá, fico sem acreditar e estático
no lugar, parece que crio raízes.
Ela insiste e vejo que está me dando o voto de confiança que peço há
meses com seu gesto simples, mas de valor incalculável para mim. O difícil
vai ser ficar perto dela sem querer comê-la até virá-la do avesso.
Essa mulher tem sido meu calvário e meu pau traidor elegeu-a como
dona dele, e não adianta mostrar outras bocetas para esse maldito. Ele sente
o cheiro da sua bocetinha rosada de longe. Agora mesmo está tão duro que
minhas bolas ardem e doem, sei que terei um severo caso de bolas azuis.
Tem meses que não me afundo em uma boceta. Quando a Violeta resolver
me dar sua boceta virginal ela estará fodida, literalmente falando.
Porra! Como almejo com ansiedade por esse dia. Sinto seu corpo
suave encostado no meu e seus doces seios esmagados em meu peito.
Caralho, se não estou pagando todos os meus pecados! Fico meio de lado
para ela não encostar em meu pau em riste e se assustar, só relaxo quando
sinto seu suave ressonar.
Estico minha mão e ajeito meu pau para o lado e tento dormir, sei
que será uma noite fodida pra caralho.
Como pensei, a noite se arrasta e Violeta arrasta sua pequena e
delicada perna em cima das minhas e acaba subindo em meu corpo. Caralho,
se continuar assim vou gozar somente sentindo sua suavidade. A que ponto
chegou o temível Santiago! A porra de uma boceta, penso divertido e
carrancudo.
Como previsto, o dia amanhece e vejo Violeta Rosa, acordar e me dar
o sorriso mais radiante e lindo que já vi. Tudo nessa mulher atinge
dimensões gigantescas em meu pobre coração. É, descobri que ainda tenho
um caquinho de coração, e é todo dessa mulher forte e guerreira ao meu
lado.
— Bom dia, Santiago! — cumprimenta-me alegre e sorridente.
— Bom dia, pequena — respondo sem tanto entusiasmo. Noite sem
dormir, pau duro e dor de cabeça.
Como a porra do dia pode ser bom? Só para ela que vomita arco-íris
todos os dias. Penso carrancudo e mal-humorado.
— Você está bem, Santiago? — Olha-me atentamente.
— Sim — respondo seco e me levanto, tentando esconder meu pau
inchado de seus olhos especuladores.
— Tudo bem. — Caminha para o banheiro.
Quando termina, volta cheirosa e feliz e invejo essa alegria que
envolve essa mulher. Tudo a alegra.
— Vou tomar banho e daqui a pouco descemos para tomarmos café.
— Abro a porta e vou para o meu quarto sem esperar resposta.
— Ele consegue acordar mal-humorado... como consegue? — ouço
Violeta resmungar e sorrio.

***
Meia hora depois estamos tomando nosso café e prontos para mais
um dia.
Acostumei-me a trabalhar com ela e, quando fico sozinho por algum
motivo, ressinto-me e perco a vontade de trabalhar. E saio à procura de
minha Violeta, assumo, sou um raptor obcecado com um amor doentio por
essa mulher.
Quero-a de todas as formas possíveis e sinto que estou conseguindo
quebrar as barreiras e muros que ela ergueu. Vejo confiança em cada gesto
dela perto de mim. Converso sempre com Nana e ela me orienta em tudo, e
faço exatamente como me orienta e tem dado certo.
Trabalhamos e assistimos filmes juntos, em seu quarto ou no meu.
Sua confiança em mim tem sido resgatada aos poucos. Quero construir essa
relação em rocha firme, quero que saiba que pode contar comigo sempre e
que jamais a machucarei novamente, fiz disso meu propósito de vida.
Agora já estamos prontos para o próximo passo.
Vou chamá-la para fazermos um piquenique e espero que aceite.
Tem uma lagoa perto do casarão, que leva uma meia hora para
chegarmos até ela. Sempre que posso vou lá para espairecer e nadar um
pouco, as águas são límpidas e cristalinas, cercada por flores de lótus. O
lugar é belíssimo. Marcelo e os trigêmeos mantêm sempre limpo e cuidado
porque gosto de vir aqui sempre que posso para me reabastecer de energias
positivas e reorganizar meus pensamentos. Nunca trouxe mulher nenhuma
aqui, pois considero esse lugar meu santuário, mas farei esse carinho a
Violeta Rosa e a apresentarei ao meu pequeno paraíso. Ela fez por merecer
esse pedaço meu que resguardo com tanto apreço. Falei para Nana que a
traria aqui e ela não acreditou. Mal sabe ela que daria o céu para Violeta
Rosa se eu pudesse.

***

Estamos desenhando uma chaise estilo rococó e fico abismado em


ver como combinamos em tudo. Porra, essa mulher foi feita para mim!
— Flor, tenho um convite para fazer, e ficaria imensamente feliz se
aceitasse. Aqui não tem muitos lugares para irmos, mas tem um que
compensa a falta de todos os outros. Gostaria de te mostrar um lugar que
considero meu paraíso particular aqui na Terra... é um lugar que me lembra
você, pequena. Lindo, delicado, suave e cheio de paz. — Faltou eu dizer que
a amo, caralho. Fico sem jeito e abaixo a cabeça, acho que meu rosto vai
pegar fogo. Porra, se me dissessem que um dia eu seria esse bundão tímido
daria vários tiros na cara do infeliz.
Hoje estou aqui, suando frio e com medo de ser rejeitado, afinal meu
histórico com ela é complicado.
— Santiago, claro que adoraria ir! Que dia irei conhecer seu paraíso
particular? — pergunta vermelha e com os olhos brilhando. Sinto que está
atraída por mim, está aí uma coisa que conservo de minha época de boemia,
sei quando uma mulher está interessada e me deseja. E rejubilo de satisfação
com essa constatação.
Eu quero essa mulher com todas as forças que há em mim.
Levanto feliz demais e mando o controle que tenho mantido há
meses para a casa do caralho! Agarro essa delícia de mulher e a beijo com
tanta sede, que gemo alto somente de sentir a maciez de sua doce boca rosa.
Junto seus cabelos agora ruivos e sinto sua maciez e perfume,
carrego-a para um sofá grande e macio que temos no escritório, ela está
agarrada a mim como um polvo.
Sinto seu coração bater disparado perdendo apenas para o meu, que
parece um tambor.
Deito-a no sofá e olho em seus olhos ansioso, procurando medo. Mas
encontro somente amor e entrega. Ela finalmente me deu sua confiança total.
— Violeta... — murmuro roucamente.
— Santiago, o que está acontecendo conosco? — lambe os lábios e
murmura baixinho.
Ver sua pequena língua rosa faz meu pau retorcer em desespero.
— Amor... Violeta Rosa, é o que está acontecendo conosco. O tipo de
amor que nunca pensei experimentar. O tipo de amor que vi meus pais terem
um com o outro e sempre rejeitei por medo de amar e perder, assim como
perdi meus pais. Eu os amava de todo coração e os perdi de repente. Me vi
consumido pela dor e jurei que nunca me permitiria sentir esse sentimento
novamente, vendi tudo e me excluí da sociedade. Criei meu próprio mundo
onde eu regia de acordo com minha vontade. Não me apegava a ninguém.
Mandava os trigêmeos sumir com as mulheres quando via qualquer chance
de apego. Matei vários guarda-costas que compunham o trio, virei um
monstro assassino para não me apegar. E estava bem com tudo isso, até você
entrar em minha vida, com coragem e ousadia. A única a me enfrentar...
derrubou todas as minhas defesas e me fez ser o que sou hoje, minha
preciosa Violeta Rosa. Um homem melhor, que assume seus erros e ama sem
medo de perder, vive o momento como se fosse único. Violeta, você
transformou o monstro assassino em um homem melhor, claro que a
essência continua aqui, mas agora com mais ponderação. Pequena Violeta
Rosa, aceita namorar comigo, um homem com alma negra, mas que reservou
um espaço para a sua luz brilhar? Sua delicadeza mexeu com minha dureza,
e não estou falando de sua doce boceta macia e cheirosa e do meu pau duro e
sacana, mas de alma e coração — solto de uma vez tudo que estava entalado
em minha garganta, a tempos.
Vejo que me olha assombrada, entendo que um homem como eu
dizer essas coisas, deixa qualquer um atônito.
Até eu fiquei, caralho! Mas me sinto aliviado. Olho ansioso, e
aguardando sua resposta.
— Santiago... meu Deus! — Continua me olhando sem piscar.
— Sim, amor? — digo sem parar de suar. Porra, nem quando mato
me sinto tão ansioso e suando igual a um porco. Maldição!
— Você está falando sério, tudo que me disse é sério? — Levanta-se
e me encara de cima.
— Sim, amor, nunca falei tão sério em toda minha vida. — Sorrio
feliz e em paz.
— Não.
Não...ela disse não? Não acredito no que ouvi. Fico pálido e
estremeço, meu mundo desmorona e sinto meus olhos se alagarem... porra!
Sério que ela me deu um pé na bunda? Eu que nunca me declarei para
mulher alguma? Sinto vontade de chorar igual uma boceta que me tornei e
baixo a cabeça. Não sei o que fazer, minha vontade é de sumir, enfiar em um
buraco e nunca mais sair. Cacete! Estou pagando por todos os meus pecados
e sinto na alma a dor se alastrar.
— Violeta... perdão... eu sei que não mereço você, mereço morrer
sozinho, minha lista de pecados é imensa... mas porra! Eu amo você, como
nunca amei ninguém... eu... — Encolho-me e afundo o rosto entre as pernas
e deixo a dor me dominar.
Quando digo não, vejo Santiago murchar e perder totalmente o brilho
e meu coração quebra. Vejo a dor estampada em seus olhos cheios de
lágrimas e sua palidez me assusta. Quando ele baixa a cabeça derrotado e
enfia a cabeça no meio das pernas, e vejo seu corpo grande sacudir, entro em
pânico total. ELE ENTENDEU TUDO ERRADO! Ou eu não soube me
expressar, acho que a errada aqui sou eu. Corro para o seu lado, ajoelho-me e
tento fazê-lo erguer a cabeça. Ele faz força e continua escondendo seu rosto
de mim.
— Santiago... por favor, olhe para mim, deixe-me explicar.
Ele sacode a cabeça e se levanta rapidamente, tentando andar em
direção à porta. Seguro-o com força.
— Santiago me ouça: eu disse NÃO para o Santiago antigo e tudo
que ele me fez. Tinha que externar isso, por favor, entenda — digo com
desespero vendo seu estado lastimável.
Ele levanta a cabeça e me olha com os olhos vermelhos e cílios
molhados. Vejo uma centelha de luz em seus olhos azuis-escuros e lindos.
— Digo SIM para o novo Santiago, esse homem que mudou e me
trata como uma princesa. Eu perdoo tudo o que me fez e, a partir de agora,
aquele velho Santiago está enterrado e abro meu coração para o novo
Santiago, o amor de minha vida! Santiamor, Santiagostoso! Você é meu
amor e o homem mais lindo e deve ser o mais gostoso do planeta.
Ele me agarra e aperta com tanta força, que gemo involuntariamente.
Santiago treme e sinto somente suas lágrimas molhando meu pescoço.
— Eu te amo, Santiago, com todo meu coração. Você errou muito
comigo e com várias pessoas, mas o importante é sua vontade em mudar e
me provou que realmente mudou. Agora, querido, só falta fazer uma coisa
— digo olhando em seus lindos olhos azuis alagados.
— Sim? — Sua voz sai rouca e anasalada.
— Libertar as mulheres... por favor! — peço angustiada pelas
mulheres que ele mantém cativas. Já tentei falar inúmeras vezes com ele
sobre elas, mas sempre travava, tinha medo dele surtar. E fui deixando, mas
agora aproveitei o momento e pedi o que tanto me incomoda. Sinto pena
daquelas pobres mulheres cativas.
Ele me pega no colo e se senta na chaise e me beija com tanto
carinho, que agora quem quer chorar sou eu.
— Amor, eu já estou providenciando isso. Marcelo está cuidando
dessa parte, falta somente resolver duas pendências, para que elas sejam
libertas — me diz com cautela.
— Duas pendências, e quais seriam, Santiago? — fico curiosa.
— Passei para o Marcelo fazer a elas a proposta para serem
liberadas. Vou dar para cada mulher uma quantia para comprarem um
apartamento e começarem a vida, um milhão para cada pet. E em troca elas
assinam um contrato se comprometendo a manter sigilo total sobre tudo que
aconteceu aqui... — ele diz, me olhando atentamente e com receio, vejo isso
em seus olhos.
— E? — quero saber rápido.
— Quatro estão de acordo, mas duas não querem ir e se recusam a
assinar o contrato... — diz de uma vez e me olha ansioso.
— Por que não querem a liberdade, Santiago?
Fica pálido e me aperta com força como se tivesse medo que eu
fugisse.
— Elas... Flor, eu as sequestrei sim, mas nunca as maltratei, tudo que
fazia com elas era de comum acordo. Nunca fiquei com nenhuma sem o
consentimento expresso delas... e com isso algumas se apegaram... — fala
tão baixo que quase não ouço.
— Santiago Reis! Você está me dizendo que elas querem continuar a
trepar com você e ficarem prisioneiras?
Como se fosse possível, ele fica mais pálido ainda.
— Isso... — assopra.
Levanto-me irada e disparo para a porta.
— Vou resolver isso agora! Quem são as duas piranhas? — digo
tremendo de raiva dessas putas, já comeram o homem até fartar e ainda
querem mais? Agora ele é meu!
Vejo o safado, que estava choroso, se levantar e correr até mim com
um sorriso de lobo faminto.
— Você está com ciúme, Florzinha? — Vejo a alegria e satisfação
masculina desenhada em sua bela face. Safado!
— Nãooooooo! Somente vou arrancar aquelas bocetas tão exploradas
e comidas por esse cafajeste em minha frente! — Empurro o safado e
disparo para o elevador.
— Querida! — Ele me alcança e me puxa pelos braços, sorrindo de
orelha a orelha.
— Me solta! — grito irada.
— Prometo a você que até o final de semana vamos resolver isso,
confia em mim? — Vejo ansiedade em seus olhos.
Paro e penso, levanto meus olhos e ele aguarda minha resposta em
expectativa:
— E as outras quatro?
— Elas estão prontas para partir, tudo certo, concordaram e
assinaram o contrato. Esse final de semana Marcelo as levará. — diz
confiante e com certeza do que fala.
— As outras duas você irá resolver como? — pergunto desconfiada.
— Ainda não sei, minha Flor, mas prometo a você que resolveremos
o mais rápido possível. Você confia em mim, amor? — Fito seus olhos com
firmeza e vejo somente clareza e certeza de quem está sendo verdadeiro e
transparente.
— Confio — respondo com certeza plena do que estou falando.
— Obrigado, meu amor, prometo a você que em breve seremos só
nós sem as pets, e vou destruir as gaiolas e fazer uma imensa e gigantesca
biblioteca para você lá, combinado? — diz como uma criança feliz por
finalmente ter sido aceita e amada pelo que é.
— Vou amar planejar, decorar a nossa biblioteca, Santiagostoso! —
quando o chamo pelo seu novo apelido, sinto seu pau endurecer e não deixo
de ficar vermelha. Afinal, nunca tive uma delícia dessa dentro de mim e
quando o vi em ação... o cara sabe o que faz! E o tamanho é assustador e, ao
mesmo tempo, lindo! Grande, grosso e rosa. Puta merda!
Sorrio sem-vergonha, com esses pensamentos poucos santos.
— O que foi, querida? Ficou quente e vermelha de repente... — diz
me olhando desconfiado e com malícia.
— Nada, Santiago... — digo envergonhada por ter sido pega em
flagrante.
Me puxa com força para seu colo e me beija tanto que acho que vou
morrer de falta de ar e desidratada, pois minha boceta chora de tão excitada
que estou. E Santiago também não está imune. O homem está suando bicas e
seu pau está tão duro, que parece uma barra de aço.
— Eu preciso comer você, Flor... quero me enfiar até o talo em sua
rosa... me dá sua bocetinha, amor? — Lembrei-me de quando ele exigia
minha boceta, logo quando me raptou.
— Ela é sua, Santiago... eu quero o seu talo... encaixa em minha
rosa? — digo tentando soar descolada.
Ele tomba a cabeça para trás e gargalha com força e tanto que fico
sem graça.
Quando ele para de rir, depois de um tempo muito longo, sinto-me
aborrecida e fecho a cara. Tentei ser sensual e me fodi.
— Então, minha Violeta quer meu talo enfiado em sua macia e
quente rosinha até o cabo? — diz ainda sorrindo de orelha a orelha e olhar
feroz de lobo faminto.
Foda-se a vergonha.
— Sim, quero até o talo... minha calcinha está encharcada... — Vejo
seu sorriso sumir e uma expressão de desejo intenso tolda seu olhar. Ele sorri
como um predador e desce a mão suavemente pelo meu corpo.
Seus olhos não desviam dos meus, sinto sua mão entrar em minha
calcinha e seus dedos deslizarem por minha boceta. Estremeço e ele geme
alto e treme com força. Sinto seus dedos deslizarem suavemente pelos meus
grandes lábios, até entrar com suavidade e sondar como estou molhada, ouço
o barulho molhado de seus dedos em minha boceta quente.
Ele geme alto e desliza o dedo suavemente em meu clitóris, que já
está inchado e duro.
— Porra, Violeta... sua bocetinha está encharcada... e seu brotinho
durinho... quero sentir o gosto dele em minha boca... caralho! — geme e
esfrega o dedo com desespero massageando meu dolorido e inchado
brotinho.
Sinto-o palpitar e, de repente, minhas vistas escurecem e meu clitóris
salta nas pontas dos dedos de Santiago. Meu corpo é sacudido com espasmos
tão fortes que me sinto flutuar. Ouço meus gritos de longe com uma quentura
deliciosa, deslizando por todo o meu corpo. Santiago continua me
massageando e gemendo alucinadamente, sinto-o endurecer o corpo e soltar
um longo e sofrido gemido. Sinto minha bunda molhar e sei que foi o gozo
de Santiago. Tombamos no encosto do sofá e ficamos quietos por minutos.
Abro meus olhos e olho para o seu rosto relaxado e feliz.
— Santiago?
Ele solta um gemido fraco.
— Vamos tomar um banho, querido? — questiono, sentindo-me toda
melada e suada.
Ele continua quieto e penso que dormiu. Levanto-me com calma e
vejo a grande mancha em sua calça, ele continua quieto e vou devagar para a
porta.
— Aonde a senhorita pensa que vai? Vai deixar seu homem todo
melado nas calças com sua porra, como um adolescente de 13 anos? —
Mostra a grande mancha em sua calça, com um olhar safado.
Baixo a cabeça envergonhada, e fico quieta.
Ouço seus passos e ele pega a ponta de meu queixo e ergue minha
cabeça.
— Querida, está com vergonha? Você foi perfeita, me fez gozar sem
me tocar! — diz com carinho e um sorriso lindo.
— Eu... — tento falar, mas ele me cala com um beijo de língua
delicioso.
Pega-me no colo e me carrega para o seu quarto.
— Agora vamos fazer direito, minha Flor! — fala me beijando e
mordendo meu pescoço.
Concordo com um aceno de cabeça.
— Esperei quase um ano por esse momento, meu amor, Violeta
Rosa, minha Violeta, eu vou finalmente enfiar meu talo em sua doce,
suculenta e virginal rosinha — brinca com um sorriso cafajeste.
Acho que estou fodida, ou melhor serei fodida!
Carrego Violeta Rosa para o meu quarto, quero que tudo seja
extremamente perfeito para a minha menina. Quero que, quando ela sentir
meu pau em sua boceta, nunca mais queira nenhum outro enfiado lá.
Caminho direto para o chuveiro e tiro nossas roupas rapidamente.
Quando olho para a minha menina, fico extasiado, perfeição define seu
pequeno e macio corpo. Sua doce bocetinha está toda depilada e seus
pequenos seios com os bicos rosados duros e implorando para eu mamá-los
até fazê-la gozar.
Meu pau está com uma cor estranha, vermelho e azulado, com as
veias tão dilatadas, que penso que vai explodir. Minhas bolas doem de uma
maneira absurda. Quase um ano sem trepar... e meu estado é de quase
loucura. Não ficava sem várias fodas por dia, antes de conhecer Violeta.
Pego-a com cuidado e entramos debaixo do chuveiro, a água cai
morna e suave nos molhando, pego o sabonete líquido espirrando uma boa
quantidade na bucha e lavo minha pequena da cabeça aos pés. Lavo seus
cabelos e massageio suavemente seu couro cabeludo e ouço seu gemido de
prazer. Eu? Sofrendo igual um cão sarnento, parece que tem sal e pimenta na
porra de meu pau e bolas. Quando termino de lavar Violeta, saio com ela no
colo e a seco com uma toalha branca e felpuda, penteio seus cabelos. Tiro
esse monte de colchas e almofadas de minha cama imensa, jogo tudo no
chão. Deixo somente os lençóis brancos e macios. Ajeito os travesseiros e
coloco minha menina sentada entre a maciez de vários travesseiros. Já cheio
de ideias de como usá-los mais tarde enquanto fazemos amor, com Violeta
faço amor na forma mais sublime.
Dou um beijo casto em seu rosto macio e sigo para o banheiro.
— Santiago? — pergunta sem entender e tão excitada quanto eu.
— Sim, amor? — digo angustiado sentindo fincadas no meu pau e
bolas.
— Nós não vamos...? — Baixa o rosto envergonhada e com um
ligeiro tom de avermelhado.
— Vamos, amor. E quando eu começar só iremos parar quando
amanhecer o dia — digo em um suspiro sofrido e angustiado.
— Mas você...
— Vou tomar banho, amor — interrompo-a com suavidade. — Estou
sujo, só cuidei de você, quero estar limpo e perfumado quando tocar e entrar
em você.
Caminho rapidamente para o chuveiro, antes que me envergonhe
novamente, gozando sem ao menos tocá-la. Já basta a vergonha de pouco
tempo atrás. Quero gozar agora, enfiado em sua boceta.
Olho para trás e a vejo sorrindo suavemente. Escorregando e se
deitando entre os vários travesseiros macios.
Tomo um banho em tempo recorde e pego a toalha e saio enxugando
apressadamente meu corpo. Quando chego à cama, caio com desespero e
pego sua boca com gana. Chupo seus lábios e língua com ganância. Porra,
nunca desejei tanto uma mulher na minha vida como desejo Violeta.
Ela geme em minha boca e tenta respirar, quando vejo está lutando
para pegar um sopro de ar com desespero. Largo sua boca e desço sem
conseguir tirar minha boca de seu corpo. Paro e olho seus seios, e meu pau
sacode com força. Quero comer essa mulher! Vontade de morder com força,
mas me contenho e tento chupar os dois seios de uma vez. Junto eles com
cobiça e tento chupar os dois bicos rosados de uma vez, ela geme alto e com
desespero. Violeta está tão desesperada quanto eu.
Quando não dá para mamar como quero, solto um e abocanho o
outro e sinto seu bico duro bater no céu de minha boca. Chupo com força
gemendo o tempo todo. Quando ele está vermelho, e com chupões roxos,
passo para o outro. Olho meus cuidados marcados no seio que solto com um
“ploc” e vejo com orgulho masculino, o bico duro, molhado apontando para
o alto totalmente inchado e sensível.
Puxo o bico com força e ela geme com desespero, enquanto
massageio o outro sem dó. Continuo mamando igual um louco e apertando o
que não está sendo castigado por minha boca. Ela se torce toda e vejo seu
pequeno corpo sacudir em um orgasmo tão intenso e longo, que acabo
gozando no lençol, onde esfregava meu pau em desespero. Mais uma
vergonha para acrescentar a minha lista de hoje. Eita, porra! Tombo a cabeça
entre seus seios e fico petrificado. Porra, porra! De novo não! O que ela vai
pensar desse homem miserável, que goza somente com um beijo?
— Querida... — tento envergonhado.
Ela continua quieta e com um sorriso satisfeito.
— Violeta? — chamo desconfiado.
— Santiamor, você é um Santiagostoso! Me fez gozar duas vezes
sem me penetrar. Amor, isso é um recorde absoluto — diz me olhando
encantada.
Sinto-me o verdadeiro Super-Homem e incho o peito de orgulho e
falo com soberba:
— Fácil, querida, mas vou logo avisando, esse tipo de homem como
eu são raríssimos. Fazer a mulher gozar somente usando a boca... — a
vaidade e altivez me tomaram completamente.
— Você foi maravilhoso, querido! — me diz com os olhos azuis
brilhando de amor e satisfação.
Estufo meu peito e ignoro o lençol todo molhado com meu gozo
vergonhoso. Se ela diz que sou Santigostoso, quem sou eu para dizer o
contrário? Sorrio de puro contentamento.
— Só um minuto, amor, vou ao banheiro e já volto. — Pisco para ele
e vou limpar minha vergonha.
Quando volto, ela está sentada e vejo que o desejo continua vivo em
seus olhos. Seus lindos seios estão cobertos com meus chupões.
Agora vou cuidar de sua bocetinha e tentar não gozar novamente
somente chupando essa mulher deliciosa.
Aí seria uma desonra total, sempre trepei com várias mulheres ao
mesmo tempo e dava prazer a todas várias vezes antes do meu gozo.
E agora esse vexame, ainda bem que minha flor é inocente e não
percebeu minha falta de controle.
Sento-me na cama, e puxo Violeta para o meu colo. Beijo-a com
carinho e sinto meu pau traidor ficar duro feito aço novamente.
Olho em seus lindos olhos azuis e enfio minhas mãos em seus longos
cabelos ruivos e perfumados. Puxo sua cabeça e a beijo com todo amor que
sinto por ela, demonstro no beijo suave e tento sempre colocar seu prazer em
primeiro lugar. Deito-a suavemente na cama, depois de gozarmos duas
vezes, estou me sentindo mais preparado para fazer amor com minha doce e
virginal Violeta.
Mentalizo sem parar que tenho que ir com calma, carinho e cuidado.
Olho seu pequeno corpo todo marcado com meus cuidados e fico
orgulhoso e satisfeito de ver um mosaico nesse pequeno e doce corpo.
Minha pequena está toda marcada de chupões. Sorrio me sentindo um
primata. Beijo seus lábios com a boca aberta e minha língua dançando
dentro de sua boca, arrasto meu rosto barbudo em seu pescoço e vejo que
sua pele se arrepia toda. Continuo descendo e faço uma parada deliciosa em
seus seios, que adoro de paixão, e sei que a danadinha também ama que eu
os chupe com força.
Faço o que ela e eu queremos, mamo como se fosse um homem
deixado há dias no deserto e precisasse de uma quantidade gigante de água
para sobreviver. Seus seios são minha água e que manterá minha vida e
sanidade. Quando sinto que ela e eu estamos perto de gozar novamente
somente comigo chupando seus doces seios, paro e desço esfregando sem
parar minha barba em sua barriga.
Sua suavidade e maciez me deixa completamente louco.
Chego em sua doce bocetinha rosa inchada e com seu clitóris
apontando para o céu, o céu de minha boca. Caralho, se essa não é a visão do
paraíso! Minha boca se enche de água para provar, mas não farei isso porque
estamos por um fio, e agora quero que goze com meu pau atolado até o talo
em sua doce bocetinha rosada.
Sento-me em meus calcanhares e puxo minha Violeta pelas pernas
suavemente. Abro suas pernas e a deixo bem aberta, vejo o pequeno
buraquinho em sua boceta, que vai me abrigar em breve, escorrer seu mel.
Meu pau dá uma guinada violenta. Olho para Violeta e a vejo me olhar em
expectativa.
— Amo você, pequena, meu coração e tudo que tenho é seu. Te dou
tudo livremente, te amo demais, minha Violeta Rosa — digo com o coração
disparado e o pau tremendo de desejo.
Pego meu pau e esfrego com suavidade em sua boceta encharcada,
com o cuidado de não passar em cima de seu clitóris... sei que se eu encostar
no pontinho inchado ela gozará. Ele brilha e vejo que tremula. Coloco a
coroa de meu pau em sua entrada minúscula e massageio seu clitóris.
Ela geme alto e fecho meus olhos com desespero. Continuo
massageando e sinto seu corpo todo tremer e ela dar um grito alto e
alucinada, vejo seu buraquinho contrair e jorrar uma cascata de líquido
quente, molhando meu pau... é o meu fim.
Empurro com tudo dentro de sua boceta quente e macia, sinto meu
pau rasgando sua virgindade, mas agora já não sou dono de mim... meu pau
me domina e comanda tudo. Seguro sua cintura fina e meto com vontade.
Não ouço nada, somente um zumbido em meus ouvidos e meu corpo
esquentar anunciando meu gozo. Sou sacudido por espasmos tão deliciosos e
fortes, que urro como um demente.
Meu pau incha e lanço jatos quentes e grossos dentro da boceta mais
gostosa e quente do universo inteiro.
Minhas vistas escurecem e tombo na cama como um morto.
Por segundos fico fora da realidade e, aos poucos, vou voltando e
vejo que estou esmagando minha Flor.
Saio rapidamente de cima dela e a olho com terror. Ela está com os
olhos fechados.
— Amor... Violeta? — grito desesperado. Será que a machuquei com
meu desatino e peso?
Ela abre seus lindos olhos azuis e me olha com a porra do sorriso
mais encantador que me lembro.
— Sim, amor? — diz lânguida.
— Violeta, querida, eu te machuquei? Perdão amor, tentei ser o mais
calmo e amoroso possível, mas no final perdi o controle... sou um monstro
mesmo e...
Ela me interrompe com um beijo suave em meus lábios.
— Santiago, você foi perfeito. Vi o cuidado que teve comigo, amor.
Só no final que se rendeu ao seu desejo, eu entendo e estou feliz demais por
ser você meu primeiro...
— Primeiro e último — interrompo-a rapidamente —, nessa
bocetinha pau nenhum entra, somente o meu... Amor, está doendo? —
Lembro-me de como entrei em sua boceta como um selvagem.
— Está doendo, mas é normal, Santiago. Até pouco tempo atrás
nunca tinha feito isso, amor. — Olha-me com ternura e sinto meu coração
antes negro e de pedra, derreter mais um pouco.
Ela se levanta e vejo sangue em suas pernas e saindo de sua boceta,
misturado com meu sêmen. Sinto remorso por tê-la machucado, mas ao
mesmo tempo sinto prazer em ver minha semente escorrer dela.
Levanto-me rapidamente e a pego no colo. Levo-a para o banheiro e
preparo a banheira com água morna e sais e entramos os dois. Ficamos lá
conversando e rindo de casos de nossa infância. Quando em minha vida
podre eu pensaria que viveria esse tipo de relação com alguém?
E porra se não me sinto em paz e com mais felicidade que tive em
toda minha maldita vida.
Saímos do banheiro, enxugo-a primeiro, depois a mim e nos
deitamos e dormimos agarrados, eu me sentindo o homem mais feliz e
especial do mundo.
Acordo sentindo dores por todo meu corpo, parece que fui
massacrada sem piedade. Sorrio de felicidade ao recordar tudo que fizemos
ontem. Meu Deus, o homem é muito mais que pensei, ele é perfeito! Me fez
gozar duas vezes somente me chupando; e na terceira, quando entrou em
mim, estava em pleno gozo e nem senti, só doeu muito quando ele perdeu o
controle.
Deixei que ele metesse como um louco e com força porque sei que
estava há muito tempo sem sexo. E, pelo que Nana me contou, ele mesmo
não toca no assunto, safado! Ele transava com as pets várias vezes ao dia,
ou, às vezes, com todas de uma vez. É, meu Santiago foi um escroto de
corpo e alma. Safado, cruel, assassino, sequestrador... e aqui estou eu,
amando com todo meu coração esse homem que um dia queria me matar.
Síndrome de Estocolmo? Não. Com certeza não, porque já tem mais
de um ano e vejo e vi mudanças na vida desse homem que me deixaram
perplexa. Suas mudanças de atitudes deixaram até Nana e Marcelo
abismados. Conversando com Nana, que o conhece desde criança, ela me
afirmou que ele é um bom homem. Mesmo vivendo dissolutamente e contra
as regras da sociedade por vários anos, sua essência é boa. Mas achou que
ele jamais mudaria. E todos temos visto como tem se esforçado para viver
uma vida digna, sem tantas crueldades.
Olho para ele dormindo e ressonando suavemente e meu peito se
enche de amor.
Levanto-me, tomo banho e desço. Encontro Nana na cozinha
preparando um bolo.
— Bom dia, Nana. — Pego uma xícara e a encho de café.
Quando vou me sentar sinto uma pontada em minha boceta abusada e
ferida, e gemo sem querer.
Nana me olha, com olhos conhecedor e dá um meio sorriso. Coro
envergonhada.
— Ele foi carinhoso com você, Violeta? — pergunta calmamente.
Não sei onde enfiar a cara e respondo corada:
— Sim.
— Ótimo, não esperava menos de meu menino, ainda que tão cruel,
às vezes. Mas, Violeta, esse homem te ama de uma maneira absurda, nunca
vi Santiago agir e tratar ninguém como ele te trata, menina. Estou orgulhosa
e feliz em ver meu menino deixando o homem que sempre foi vir à tona. Por
motivos que não entendo, guardou seu lado bom e mostrou o mau. — Sinto-
me feliz por ouvir isso de uma pessoa tão próxima a Santiago.
— Eu amo demais o Santiago, Nana. Mesmo tendo sido tão
maltratada por ele no início, eu o amo e já o perdoei.
— Violeta, você não tem noção de como ele se martiriza pela
maneira como a tratou... e as outras também — fala baixinho e continua a
bater a massa de bolo.
— Eu sei, Nana, Santiago não foi e não é um homem fácil de
conviver — digo pensativa.
— Quando você o conhece melhor, e ele permite, não existe pessoa
melhor no mundo para se conviver. Se ele permitir você entrar em seu
mundo, você tem tudo com ele. Quando ele abre o coração para alguém,
falta adivinhar o que a pessoa quer — diz amorosamente.
— Eu estou começando a perceber isso... ele tem feito coisas para
mim, que estão me deixando encantada. — Sorrio, lembrando-me de cada
surpresa que ele me faz.
— Nana, quero levar o café da manhã para ele, posso? — Ela me
olha com prazer e aponta para a bandeja já pronta.
— Ali, querida, só levar, está prontinha, estava esperando um pouco
mais para subir... se é que me entende. — Pisca matreira para mim, coro
novamente.
Pego a bandeja, beijo Nana e levo o café na cama para o meu amor.
Entro suavemente e vejo que ainda dorme, realmente a noite deixou
meu pobre Santiago desmaiado. Coloco a bandeja na mesa e vou acordar
esse homem lindo para tomarmos café juntos.
Subo na cama e monto nele com suavidade e ainda assim ele
continua ressonando baixinho. Olho com carinho para esse gigante na cama
e minha vontade é de morder tanto que minha boca enche de água, ele é
lindo demais. Essa barba rala é perfeita e ontem ele esfregou tanto em meus
seios, que só de lembrar já fico com minha calcinha ensopada. Sorrio feliz
com a escolha do homem para quem entreguei minha virgindade, não
poderia ter escolhido melhor.
Inclino-me e dou um beijinho suave em sua boca rosada e macia. Ele
geme e tenta virar, quando abre seus lindos e magníficos olhos azuis e me
encara, por um momento perdido. Quando se situa no mundo dos vivos, abre
um sorriso que quase me mata do coração, de tão lindo e doce.
— Bom dia, meu amor — digo prontinha para dar minha sofrida
boceta para ele novamente quantas vezes quiser.
Ele ergue suas mãos e me puxa pela cintura.
— Bom dia, meu amor, dormiu bem? Está dolorida? — Sua
preocupação com meu bem-estar me encanta todas as vezes em que ele
demonstra esse cuidado e apreço.
— Sim, amor, dormi bem e tomei um remédio para dor, estou ótima.
— Dou uma pista de que estou doidinha para dar para ele novamente. Não
me julguem, mas o homem faz gostoso demais!
— Bom, porque te quero novamente, mas hoje não...
— Hoje não? — interrompo-o rapidamente, indignada. — Mas
acabei de falar que estou sem dor, eu estou ótima, Santiago! — Ele sorri e
me abraça apertado.
— Não está não, pequena. Sei o meu tamanho e sei o seu... claro que
está dolorida, amor! — diz esfregando a barba em meu pescoço. Isso me faz
gemer com prazer, adoro quando ele faz isso e o maldito sabe disso.
— Não adianta insistir então? — pergunto com um bico gigante. Ele
sorri e me beija na testa e se levanta.
— Não adianta, amor, somente quando eu sentir que já pode me ter
novamente. Não quero machucá-la, como fiz ontem. — Entra no banheiro e
ouço o chuveiro ser ligado.
Vou atrás e babo naquele monumento de homem.
— Santiago trouxe café para você, amor. — Vejo-o ensaboando seu
pau gigante e estremeço, ao lembrar que aquilo tudo entrou em mim... sim!
Ele está duro. — Santiago? — pergunto sem entender. Ele não quer fazer
amor comigo, mas está duro?
— Sim, querida? — pergunta divertido.
— Seu pau... — coro e não consigo falar, estou sem saber o que
dizer.
— Ereção matinal, amor. Quando você estiver acostumada, eu e meu
pau iremos ficar felizes quando você cuidar dele todas as manhãs. Ele só
acorda pronto para a vida, ou seja, uma bela trepada. — Pisca cafajeste para
mim.
— Santiago! — Viro e saio rapidamente do banheiro ouvindo sua
risada alta.
Preparo tudo na mesa e o aguardo.
Ele sai enxugando os cabelos e completamente nu. Homem
despudorado esse!
— Santiago! Vai vestir uma roupa, deixa de ser exibido! — falo
fazendo charme, estou adorando vê-lo como veio ao mundo.
— Por quê? Não gosta do que vê? — diz convencido.
— Gostar eu gosto, mas o que queria não era ver, e sim comer! —
pronto, saiu sem eu querer e agora quero morrer.
Ouço sua gargalhada alta e minha vontade é de correr e me esconder.
Ele caminha rápido para onde estou e me pega e roda comigo no
quarto.
— Você não existe, pequena! Tímida e sem filtro na fala. — Aperta e
me beija com tanto ardor, que fico arfando de prazer e alegria. Quem sabe,
ele me come agora?
Mas minha satisfação dura pouco, ele me senta na cadeira e ocupa a
outra.
Serve o café e toma com prazer.
— Toma seu café, Violeta, e pare de me secar com os olhos. — Pisca
com safadeza para mim.
Desvio meu olhar, envergonhada e não digo mais nada, já paguei
mico por toda minha vida.
— Ei, pequena! — ouço Santiago me chamar.
Levanto meus olhos e vejo seus olhos transbordando ternura.
— Eu te amo demais, querida, e justamente por te amar tanto que não
faremos amor hoje. Mas nada que me impeça de te chupar como um louco.
Olha meu pau, não baixa nem fodendo e tenho certeza de que sua boceta
chora por mim. Acertei?
Olho incrédula para Santiago, e vejo que para ele falar tão cruamente
é fácil e comum.
— Santiago!
Ele sorri se levanta e caminha como um lobo para meu lado.
Fico de pé rapidamente e ele me agarra e joga na cama.
Arranca meu vestido e calcinha e me come com os olhos. Cai de
boca em meus seios e chupa até eu gozar com desespero. Os bicos de meus
seios estão tão doloridos quanto minha boceta. Ele desce mordendo e
chupando e faz parada em minha boceta encharcada e chupa até eu gozar
novamente.
Fico desfalecida na cama e vejo ele me olhando deitada com desejo
nos olhos e massageando seu pau imenso e duro.
— Santiago... — Vejo-o se aproximar e colocar a coroa perto de
minha boca.
— Me chupa, amor? — pergunta com os olhos vidrados de desejo.
Olho com medo aquele pau gigante e rosado apontando para mim e
tremo.
— Não sei fazer isso... — digo envergonhada.
Ele levanta meu queixo e diz com carinho:
— Tudo que você fizer, amor, será perfeito. — Pega minhas mãos e
coloca em volta de seu pau. Sinto-o sacudir em minha mão e me sinto
poderosa. Abro a boca e puxo a cabeça gorda e rosada com força.
Santiago sacode o corpo e puxa meu cabelo com força. Estou no
caminho certo. Animada continuo e chupo com força e tento engolir igual já
vi nos filmes pornográficos. Mas lá parece mais fácil e me engasgo.
— Vai com calma, amor. — Esfrega o pau em minha boca enquanto
fala. — Chupa somente a coroa hoje, querida.
Faço como pede e vejo seu grande corpo tremer, quando chupo a
ponta de seu pau com força, como ele suga meus seios. Sinto seu corpo
sacudir com força e seu pau torcer em minha mão e boca. Ele puxa de uma
vez e se masturba com ferocidade e esguicha em meus seios jatos e mais
jatos de sua semente morna. Sinto escorrer por meus seios e barriga e ele me
puxa e me beija com sofreguidão, até se acalmar.
— Você ainda me matará, pequena. — Arrasta-me para o banheiro e
tomamos banho juntos, e depois nos deliciamos com o café.
Em seguida vamos para a nossa sala trabalhar nos projetos novos de
Santiago.
Estou desenhando móveis clássicos e adorando esse novo
aprendizado. Santiago tem uma paciência e calma para me ensinar vários
macetes, que fico extasiada com o homem e como é bom no que faz, um
arquiteto perfeito. Pena que não trabalha para quase ninguém, para assinar
um projeto tem que ser sob muito sigilo e pagarem um preço exorbitante. O
homem é uma celebridade e ainda assim vive em completo anonimato.
Amo demais esse homem e sua vida singular e atípica.
Os dias passam e estou feliz como nunca fui. Minha pequena Violeta
completa meu mundo e me basta. Marcelo já levou as quatro pets, que
concordaram com os termos e assinaram o contrato de sigilo sobre o que
aconteceu aqui no casarão. Elas foram bem indenizadas. E estão felizes com
a nova condição de suas vidas, ficaram ricas.
Claro que não justifica eu tê-las mantido cativas aqui. Sim, eu as
sequestrava, mas com o tempo as cativas e eu trepávamos de comum acordo.
Somente quando me desobedeciam que eu as entregava aos trigêmeos... sei
que fui um calhorda, psicopata, mas não posso mudar meu passado, mas
posso mudar o futuro, fazendo diferente no presente.
E minha Violeta me fez rever meu estilo de vida e me sinto feliz em
ter dado uma guinada em minha vida e me desfeito de meu antigo estilo de
vida. Tudo está perfeito agora, só uma coisa está me aborrecendo, porque sei
que está entristecendo a minha Flor.
Duas pets se recusam a ir embora. Não querem ir de jeito nenhum,
alegam que me amam e a vida que têm aqui foi sempre seu sonho. Segundo
elas, não querem me perder. Porra! Meu passado me sacaneando e, confesso,
estou borrando de medo de Violeta me dar um pé na bunda.
Ela está triste e me olha com ira muitas vezes. Tremo quando vejo
essas olhadas malignas de minha menina, direcionadas a mim. Caralho, e
ainda fico de pau duro! Sou doente, com certeza. Sorrio de lado, de olho em
Violeta, que está pronta para ser comida. Babo nessa mulher dia e noite.
Ela me surpreende na cama de maneira positiva, tem se mostrado
uma fera e fico alucinado só de pensar o que essa safadinha faz na cama
comigo. Porra de mulher gostosa essa minha Violeta! Me destruiu para
qualquer outra.
“Estou fodido mil vezes!”, penso carrancudo.
Hoje, Marcelo vai descer e tentar negociar com as porras dessas duas
mulheres. Maldita hora que eu trouxe essas putas para casa. As trepadas que
tivemos não compensa o medo que tenho agora de Violeta me mandar me
foder e me deixar. Fui um canalha de todas as maneiras possíveis.
Não entendo até hoje como minha menina me perdoou, toda vez que
olho sua coxa e vejo o tiro que dei... meu coração quebra e me sinto um
maldito sem perdão ou redenção.
O que fiz com Violeta foi desumano. Muitas vezes acordo à noite
apavorado, sonhando com o tiro que dei em sua perna e vendo ela ir embora
ou, às vezes, morrendo... Porra!
Vejo que ela desenha e sorri com algo que está fazendo, descobri que
ela adora desenhar. E ela já desenhou tantos móveis que não conseguiria
fazer em anos, penso divertido.
Levanto-me e chego por trás, abaixo-me e beijo seu pescoço. Sei que
adora, vejo sua pele se arrepiar e sussurro em seu ouvido:
— Te amo, minha Violeta Rosa, nunca duvide disso, promete? —
Um medo sem explicação me toma, puxo seu pequeno corpo e a abraço com
força.
— Prometo, Santiago, sabe que te amo mais que tudo também, não
é? — diz manhosa.
— Sei, amor, mas confesso que, às vezes, tanta felicidade me assusta,
tenho tanto medo de te perder, Violeta — confesso sem vergonha de abrir
meu coração e expor minha fragilidade.
— Você nunca vai me perder, Santiago. Só te peço que nunca minta
para mim, odeio mentiras e, por favor, não volte àquela vida antiga... você
era doente de crueldade. Tenho pavor só de lembrar.
Alisa minha barba com carinho, não sem que eu perceba um leve
tremor em suas pequenas mãos. Porra, meu coração –descobri que tenho um
– sangra mais uma vez ao me lembrar de tudo que fiz com minha Violeta e
outras pessoas. Vou carregar o peso da vergonha e remorso enquanto viver.
— Jamais, minha vida, prometo isso a você — afirmo com convicção
e amor que transborda em minha alma por essa mulher.
Ela fica na ponta dos pés e me beija com amor e desejo. Puxo-a pela
cintura e esfrego meu pau duro em sua barriga macia. Gememos juntos e
minha vontade é arrancar suas roupas e comê-la aqui e agora. Mas não tem
nem uma hora que estava enterrado até o talo em sua doce boceta e, com
certeza, ainda tem minha semente fresca dentro dela. Penso com satisfação.
— A propósito, Santiago... — diz afastando a boca da minha, que
exige a dela sem parar.
— Sim? — nem sei o que Violeta falou.
— Você ter mandado desinstalar as câmeras nas gaiolas, fiquei muito
feliz com sua atitude. Aquela sala de monitorar as mulheres me incomodava
demais.
Vejo seus olhos marejarem e sinto uma dor intensa em meu coração.
— Amor... — digo com dor na alma por tê-la feito sofrer tanto,
viveria para me redimir com essa doce mulher.
— Agora só tem as câmeras para monitorar ao redor do casarão e a
casa noturna, não é, Santiago? — pergunta com seus imensos olhos azuis me
olhando em expectativa.
— Não, amor, as câmeras da sala de tortura não foram desinstaladas
ainda... — confesso envergonhado. Vejo-a arregalar os olhos e me olhar
surpresa.
— Santiago! Para que essa sala horrível agora? Desativa também
essa sala, amor, essas salas trazem um passado com lembranças muito ruins
e tristes à tona. Refaça esses ambientes, com coisas alegres. — diz ansiosa.
— Sim, querida, você tem toda razão, vou fechar essa sala, deixar
trancada até resolver as coisas com as pets restantes, depois desativamos
essa... é a única que falta, que me remete ao meu passado vergonhoso. As
chaves estão em uma caixa no closet, não quero ninguém tendo acesso a
essas salas. A das gaiolas, já mandei tirar as câmeras e monitores, a sala está
vazia. Aliás, prontinha para decorarmos com o que você achar que deve se
tornar o espaço. Posso sugerir, amor? — pergunto ansioso.
Ela sorri e concorda.
— Claro, Santiago. — Acaricia meu rosto e me olha com curiosidade
e mando ver.
— Podemos projetar naquele espaço o quarto de um de nossos filhos.
Quando desativarmos a outra sala, decoramos outro quarto, agora para nosso
segundo filho e... — Ela cobre minha boca horrorizada.
— Santiago, não brinca com coisas sérias! Você está louco?
Olho com seriedade para ela.
— Amor, estou falando sério, você acha que brincaria com uma coisa
tão séria? Afinal, estou falando de nossos filhos. E já estou pronto para
começarmos a produção de nossos bebês. — Sorrio sacana e esfrego meu
pau que vive duro nela.
Ela sacode a cabeça e sai de meus braços, para minha tristeza.
— Santiago, amor, temos tantas coisas para resolver antes de
pensarmos em uma coisa tão séria como ter filhos... nem casados somos! —
Senta-se em uma cadeira próxima e cruza as mãos no colo.
— Porque você não quer! Já te pedi em casamento várias vezes —
digo rapidamente e carrancudo, quando lembro todas as vezes que pedi que
se casasse comigo e ela desconversou.
— Está muito cedo ainda, querido, teremos tempo de sobra quando
resolvermos as pendências... você sabe bem disso.
Caminho até ela e me ajoelho no chão a sua frente e deito a cabeça
em seu colo macio.
— Quero me casar com você, querida, e fazer muitos bebês. Amo
você mais que minha vida e sei que amarei os filhos que teremos com o
mesmo amor e devoção. — Sinto suas pequenas mãos acariciarem meus
cabelos e fecho os olhos, com um medo doloroso de perder tudo isso.

***

Estou no escritório no primeiro andar e minha flor está na sala onde


temos nosso espaço para os projetos e desenhos de móveis.
Se eu deixar, ela vive lá. Adora desenhar móveis. Minha menina me
confessou que descobriu esse talento comigo, claro que fiquei estufado de
orgulho. E os móveis que Violeta desenha são todos clássicos e de um bom
gosto incrível. Ela está pensando em montar uma loja virtual com seus
desenhos. Disse a ela que não precisa trabalhar, meu dinheiro dá para
vivermos dez vidas no luxo. Mas minha pequena só faz o que quer. Então me
resta somente apoiá-la. Sei que a apoiando farei com que se sinta muito mais
feliz e realizada. É, o amor tem dessas coisas, penso divertido.
Estou aqui aguardando o Marcelo. Não quero ter essa conversa perto
de Violeta, sei que ela não gosta de falar das mulheres que mantive cativas e
com quem trepava.
Evito ao máximo falar delas perto de minha pequena.
Estou ansioso, quero muito que Marcelo resolva essa situação sem eu
ter que descer e conversar com elas. Sei que Violeta ficará triste e tenho
medo dela surtar e me deixar.
Morro sem essa mulher, ela é meu mundo agora, meu ar.
Marcelo abre a porta e me levanto ansioso.
— E aí, elas concordaram?
Ele sacode a cabeça lentamente e me olha com tristeza, sinto um
aperto no coração. Maldição de mulheres fodidas!
Já dobrei o valor da indenização e essas malditas não querem de jeito
nenhum, não aceitam a porra de proposta alguma! Caralho, se não tivesse
prometido a Violeta e a mim mesmo, resolveria como sempre resolvi o que
atravessava em meu caminho. Uma bela bala no meio da testa. Fácil e
rápido!
— Caralho! O que essas porras querem, Marcelo? — Dou um murro
na mesa e um vaso, que estava na ponta, cai espatifando-se no chão e
espirrando água para todo lado.
— Você... infelizmente disseram que não querem dinheiro, somente
seu amor, presença e seu pau gigante. Palavras de uma delas. — Caminha
com desgosto e se senta em uma poltrona perto de minha mesa.
— Porra, Marcelo, se a Violeta sonhar que elas falaram isso estou
fodido.
Quando termino de dizer essas palavras, vejo Violeta com a porta
entreaberta e com uma palidez mortal cobrindo seu rosto. Gelo da cabeça
aos pés e sinto que estou mortalmente fodido. Olho para o Marcelo pedindo
ajuda e ele me encara apavorado de volta.
Violeta entra, fecha a porta suavemente e pergunta com voz macia, o
que me causa mais pavor.
— Falaram o quê, Santiago? O que elas falaram? Marcelo? —
pergunta e nos encara com autoridade, suamos frio.
— Santiago, acho melhor você contar, lembrei-me de que tenho que
resolver umas coisas com a Nana — diz o covarde e foge rapidamente como
se estivesse sendo perseguido por demônios.
Fico só e totalmente fodido nas mãos da minha pequena megera.
— Estou esperando, Santiago. Não minta para mim, sabe que odeio
mentiras. A verdade sempre, lembra? — Vou dizer a verdade a Violeta
mesmo correndo o risco de perder meu pau.
Dou a volta e me sento em minha cadeira com a mesa nos separando.
Questão de inteligência, se é que me entendem.
Ela me encara com um bico gigante, e sou tão completamente
apaixonado por essa mulher que acho lindo esse bico, mesmo ela querendo
arrancar minhas bolas.
— Bom, querida, sabe que estou tentando resolver a situação com as
pets... quer dizer, as duas mulheres que restam, mas elas estão dificultando e
não querem de jeito nenhum irem embora, nem dobrando o valor de
indenização que ofereci a elas... — digo de uma vez e espero, temeroso, sua
reação.
— Sim? Continue... tem mais coisa aí nessa história, Santiago, sinto
isso...
Era isso que eu temia, agora vou ter que falar o que sei que me
custará caro, terei que dormir na porra do sofá, caralho!
Solto de uma vez:
—Elasestãoapaixonadaspormimedisseramquemeupauégostoso.
Aculpanãoéminha — digo tudo de uma vez sem tomar fôlego.
— Como é?
Fodeu geral!
— Mas eu não tenho culpa — repito vagarosamente.
— Essa parte eu entendi, eu não entendi anterior — diz a maldita
pequena duende.
— Querida, por favor, prometo a você que vou resolver tudo. Eu
juro! — Faço cara de cachorro que caiu da mudança, mas não resolve porra
nenhuma. A mulher é cruel e mete o ferro sem dó.
— Santiago Reis! — fala batendo os pezinhos no chão e as mãos na
cintura.
— Tá bom! Repito a meu favor: a culpa não é minha. Elas disseram
que me amam e que gostam de meu pau — digo de olhos fechados e pronto
para o abate.
O silêncio reina por um tempo e, quando abro meus olhos, vejo um
livro voando em minha direção. A maluca estava me esperando abrir os
olhos para me atacar. Pelo menos, jogou limpo, foi justa. Atacar um homem
indefeso é covardia do duende maligno a minha frente.
Desvio do livro voador e, quando olho triunfante para ela, vejo um
abajur vir direto para a minha cabeça e desse infelizmente não deu para
desviar. Acertou-me em cheio. Caralho, essa doeu!
Coloco a mão na cabeça e sinto o sangue morno descer do corte, que
fez em minha testa.
Olho para ela e a vejo me olhar horrorizada. Vejo medo e
preocupação em seus olhos, apesar de ser brava sei que me ama demais.
Hora do teatro Santiago Reis, agora me resta isso, não posso usar
mais a força bruta ou minha Glock ou faca, prometi a ela e a mim mesmo.
Então, quem não tem cão caça com gato, no meu caso, não tenho arma, mas
tenho seu amor.
Coloco a mão na testa e cambaleio. Ela corre para meu lado e me
chama apavorada. Sofre agora, pequena sanguinária!
— Santiago, me perdoe, querido, fale comigo... perdão, eu não queria
te machucar, só te assustar! Sabe que odeio aquelas mulheres, elas viram seu
pau... odeio pensar nisso! — diz chorando e a essa altura já estou de joelhos
e olhando o lugar onde vou cair claro, não quero me machucar de fato.
Vejo que estou em um lugar sem objetos que podem me ferir e tombo
de vez.
Ouço seu grito angustiado e sorrio disfarçadamente. Agora ela vai
sofrer um pouquinho, essa pequena quase me mata do coração todos os dias.
O pavor que tenho dela me deixar me tira noites de sono.
Ela sai correndo e fecha a porta.
Mas que porra? Ela foi embora?
Nem termino de pensar direito e vejo ela arrastando Marcelo e Nana
correndo atrás.
Minha pequena chora alto e ninguém entende o que diz, somente
vejo seus dedinhos apontando para mim em desespero. Começo a me
arrepender da brincadeira de mau gosto que fiz com ela.
Marcelo corre e se ajoelha ao meu lado e diz baixinho:
— Canalha você, hein, Santiago! Olha o desespero que está a pobre
menina. — Me recrimina com o olhar.
— Eu... es-estou bem... amor? — murmuro alto o suficiente para
Violeta ouvir. E olho feio para ele e digo com o olhar que se falar algo está
fodido comigo.
Ela vem correndo e me abraça com força, sinto seu perfume invadir
meu nariz e me regozijo com isso. Amo demais essa mulher.
— Perdão, querido, eu te machuquei? — diz ainda chorando.
— Tudo bem... dói muito, mas vai passar... estou tonto... me ajuda a
ir para o quarto, Flor? — digo olhando feio com um aviso nos olhos para
Marcelo e Nana. Vejo-os sacudirem a cabeça com olhares divertidos e irem
embora.
— Vamos, amor, eu vou fazer um curativo e prometo me controlar
mais, não gosto de vê-lo sofrer. Santiago? — me diz com a voz anasalada e
seu rostinho vermelho pelo choro.
— Acredito em você, querida. Sei que não me machucará mais. E
prometo a você que vou resolver essa situação com as mulheres, o mais
rápido possível, acredita em mim? Juro a você que, em breve, elas não serão
mais empecilhos ou motivos de brigas entre nós. Elas irão embora, querendo
ou não. Farei qualquer coisa para preservar nosso amor. Amo você, minha
Violeta, como nunca pensei amar alguém nessa minha vida de quase quatro
décadas — faço essa promessa a ela e pagarei qualquer quantia em dinheiro
para me ver livre de vez de meu passado, que cisma em tentar me roubar o
futuro e magoar meu presente.
— Eu também te amo de uma forma que me machuca só de pensar
em te perder... mas não faça nenhuma loucura, promete?
Balanço a cabeça afirmativamente e com um sorriso de orelha a
orelha.
Ela me olha com carinho e me ajuda a levantar e, claro, que continuo
o teatro. Vamos devagar para o quarto e lá ela cuida de mim e, de quebra,
ainda como minha menina com satisfação. Porra, que sortudo eu sou!
Estou mimando demais Santiago depois da maldade que fiz com ele.
Meu descontrole o machucou e, quando o vi sangrar e cair, senti meu mundo
desmoronar. Mas, graças a Deus, ele se recuperou rápido, aliás, rápido
demais para quem praticamente desmaiou. Homem matreiro esse!
Depois que conversei com Nana, ela deixou escapar que foi teatro e
safadeza para aplacar minha raiva. Na hora fiquei irada com ele, mas,
quando o vejo sempre tão carinhoso, atencioso e gentil comigo, resolvo
deixar para lá. Agora, quando me lembro, divirto-me em ver como um
homem de quase quarenta anos e quase dois metros, age com tanta
infantilidade em determinados momentos. Estou descobrindo esse lado
cômico e infantil de Santiago dia após dia e por incrível que pareça, o amo
cada vez mais. Esse lado dele o torna mais humano aos meus olhos. Então
deixo ele fazer manha e birra à vontade.
Agora mesmo ele está concentrado em um projeto.
E eu aqui comendo esse homem gostoso com os olhos.
Caminho lentamente e o abraço por trás, como está sentado fico de
seu tamanho.
Ele geme, parece que vive pronto para transar.
Desço minhas mãos e aperto seu pau, tão duro, que minha boca se
enche de água.
— Você quer meu pau, pequena? — pergunta malicioso e com
safadeza.
— Sim... — digo quase sem fôlego, não sabia que seria tão tarada.
Ele vira a cadeira e me agarra, sentando-me em seu colo.
Baixa as alças de meu vestido leve, e me suspende colocando meus
seios à altura de sua boca. Minha calcinha encharca, sei que me fará gozar
somente mamando meus seios. Ele ataca, morde e chupa com a ganância de
sempre. Enfia a mão dentro de minha calcinha e esfrega meu clitóris que
tremula em seus dedos.
Chupa somente o biquinho de meu seio direito e meu corpo começa a
tremer e quando o gozo sacode meu corpo com força, ele afasta minha
calcinha e entra com uma única estocada. Não entendo como me deu prazer
e se desfez da calça. Coisas de Santiago. Geme alto e esfrega seu rosto
barbudo em meus seios sensíveis e novamente começo a sentir prazer. Ele
mete com força, acariciando e mamando, tudo ao mesmo tempo e sinto meu
corpo começar a esquentar novamente.
Santiago se levanta sem sair de dentro de mim, me carrega para o
sofá, rasga minha calcinha, tudo isso sem sair de dentro de mim. Tira sua
camisa e isso me faz quase gozar. Enquanto se move para tirar as roupas, seu
pau se mexe dentro de mim e essa cena é meu fim. Arqueio meu corpo e dou
um longo e sofrido gemido ao gozar novamente, agora no pau delicioso do
homem de minha vida.
Ele pega minhas pernas e coloca em seus ombros e mete como um
alucinado. Sinto meus seios sacudirem para cima e para baixo numa
velocidade que não sei como não dói. Ele desce a cabeça e pega o seio
esquerdo com sofreguidão e chupa com tanta força que sinto a dor se alastrar
por meu corpo terminado numa fincada doida em minha boceta. Faz tudo
isso sem deixar de meter. Abro meus olhos e vejo que está suado e sua
cabeça está tombada para o lado, sua boca linda está entreaberta e seus
músculos se movimentam com força e vigor. Ele dá uma estocada com tanta
força que parece que vai arrancar meu útero, mas adoro essa dor misturada
com prazer.
— Goza comigo novamente, amor... — diz roucamente.
Desce a mão e belisca meu clitóris sensível e inchado novamente.
Sinto meu corpo vibrar e minha boceta apertar em volta de seu pau e o gozo
me tomar de uma maneira que tudo escurece. Só sinto seu pau inchar e ele
estocar uma última vez e ficar quieto, somente gemendo alto e sofrido,
esvaziando-se dentro de mim.
Santiago desce a cabeça e descansa entre meus seios e ficamos assim
por alguns minutos.
Quando nos acalmamos, ele sai de dentro de mim, pega-me no colo e
vamos para o nosso quarto.
— Porra, Violeta, você vai acabar com esse pobre homem aqui...
como consegue ser tão gostosa, mulher? — pergunta-me cheirando meu
pescoço.
— Aprendi com o melhor — digo e vejo seu rosto avermelhar de
orgulho masculino.
— Isso não posso negar — diz matreiro e dou um tapinha em sua
cabeça.
Estamos vivendo os dias mais maravilhosos de nossas vidas. Sempre
que conversamos, dizemos isso um ao outro. Santiago sempre me diz que
tem medo dessa paz acabar de repente, tranquilizo-o. Falta somente as duas
mulheres irem embora. Aí será tudo perfeito.
E anseio o dia em que ficaremos somente nós sem essa mácula do
passado dele, que insiste em toldar um pouco nossa felicidade.
Meus dias têm sido maravilhosos. Depois que minha Violeta me
agrediu violentamente, claro que estou exagerando. Ela ficou arrependida e
passou a me cobrir de mimos. Como não sou nada bobo, estou adorando e,
quando a vejo chegando, já faço logo manha. E vocês podem perguntar, um
assassino, raptor, mulherengo? Sim! Mas essa porra virou uma boceta! Com
gosto! Prazer, sou a porra de uma boceta mandada, e foda-se se não adoro
isso!
Foda-se o que vocês pensam também! Virei uma boceta, pau-
mandado, submisso o caralho a quatro! Foda-se novamente para quem me
julga, o importante é que nunca me senti tão bem e feliz como estou agora!
Vejo minha pequena entretida em seus desenhos, ela já montou uma
pasta gigante com vários estilos de cadeiras, chaises, poltronas e mesas.
Os detalhes de cada móvel desenhado me encantam e são exclusivos.
Estou orgulhoso de Violeta.
Meu celular toca e ignoro. Mas continua a tocar sem parar, olho e
vejo que é Marcelo.
Atendo e vejo que ele está em pânico e desesperado. Não consegue
falar e sua voz está trêmula.
— Marcelo, por favor, fale devagar e me diga o que está
acontecendo. Onde você está? — Olho para Violeta, que continua entretida
em seus desenhos.
— Santiago... meu Deus! Elas estão mortas. — Ouço a voz de Nana
no fundo tentando acalmá-lo.
— Elas quem, porra? Marcelo? — falo baixo, quero sair daqui, sem
preocupar minha flor.
— Já estou descendo. — Desligo e vou até minha menina. — Amor,
vou descer para resolver um problema e já volto. — Tento mostrar
tranquilidade, mas por dentro sei que algo muito ruim irá acontecer em
minha vida, depois de hoje.
Marcelo é um homem controlado e quando me ligou estava em
pânico total. Meu coração está angustiado, como se uma mão gigante o
apertasse sem dó.
Ela me olha e tenta se levantar.
— Vou com você, Santiago — diz já fechando seu caderno de
desenho.
— Não, amor, não vou demorar, por favor, me espere aqui. Nana está
subindo com um lanche e quero que você coma direitinho e se distraia um
pouco com ela. Afinal, quero você descansada para a noite fazermos a festa!
— tento brincar, para aliviar o clima e vejo que ela relaxou e ficou corada.
Abaixo e a beijo com carinho e ela volta a abrir sua pasta. Vou para a porta
com calma fingida e, quando a fecho, desço as escadas correndo.
Chego em meu escritório, e vejo Nana chorando sem parar e Marcelo
com as mãos na cabeça, andando sem rumo.
— Marcelo? — chamo assim que fecho a porta.
Eles se viram e olham para mim com olhos aterrorizados.
Nana corre e me abraça, abraço-a e olho para Marcelo.
— Pelo amor de Deus, o que aconteceu? Mortas? — pergunto
agoniado.
— As duas mulheres estão mortas, Santiago, foram envenenadas. —
Marcelo joga essa bomba em cima de mim de uma vez, cambaleio e perco o
chão.
— Como assim, envenenadas? Ontem elas estavam bem, caralho! E
como sabe que foram envenenadas? — pergunto sem entender.
— Elas não estão feridas, mas com os lábios roxos, e com o pescoço
arranhado como se buscassem ar... Seus rostos estão arroxeados e, pelo que
observei rápido antes de te chamar, foi que o envenenamento foi por via oral,
ou seja, na comida servida no jantar, elas morreram durante a noite passada,
já estão enrijecidas — diz com cara de angústia e desespero.
— Eu fui ver... e Santiago é a face do horror... alguém envenenou as
meninas... — Nana sacode a cabeça com desespero.
Sento-me em minha cadeira, e coloco as mãos na mesa e olho para
baixo com tristeza e ira ao mesmo tempo. Temos um traidor aqui em casa.
Quem seria o maldito louco? Quando descobrir faço questão de eu mesmo
matar o desgraçado.
Penso logo em minha pequena e me levanto em desespero e corro
para o andar de cima. Chego em tempo recorde, seguido por Nana e
Marcelo.
Ela nos olha assustada e se levanta rapidamente e vem para nosso
lado.
— Santiago, o que aconteceu? — Olha para cada um de nós com
aflição.
— Nada, anjo, só escutamos um barulho esquisito aqui e viemos
olhar, ficamos preocupados com você.
Não conto para Violeta o que aconteceu, sei que surtará e ficará
abatida demais. Vou poupá-la até ver o que aconteceu. Nana e Marcelo me
olham com olhos recriminadores.
— Querida, até eu descobrir o que houve, quero que me prometa que
ficará aqui e só sairá acompanhada.
— Santiago estou ficando assustada... — Puxo-a e a abraço com
força, se alguém machucar essa mulher, juro que me torno pior do que era
antes de conhecê-la, ela é meu coração. Volto ao inferno que vivia somente
para protegê-la.
— Está tudo bem, pequena, somente quero descobrir a causa desse
acontecimento... — tento enrolar.
— Santiago tem razão, Violeta — Nana intervém e me ajuda, fecho
meus olhos em agradecimento, ela percebe e balança a cabeça suavemente.
— Agora a Nana ficará aqui e vou descer com o Marcelo para
darmos uma olhada em tudo... — Vejo desconfiança em seus olhos, minha
pequena é muito esperta.
Dou uma olhada para Nana e ela entende que quero que fique e cuide
de Violeta.
— Qualquer coisa me ligue e não abra a porta, nem para os trigêmeos
— oriento e desço com Marcelo.
Vamos para as duas gaiolas ocupadas e quando chego e entro, meu
estômago dá um nó. A aparência delas é de dar dó e medo... totalmente
arroxeadas e rijas em posições completamente estranhas. Vejo ali a face da
morte de uma maneira horrível. Viro meu rosto e Marcelo põe as mãos em
meus ombros.
— Chame os trigêmeos — peço com a mão no rosto.
Marcelo sai e fico junto com as mulheres mortas. Sinto uma angústia
tão grande, que minha vontade é de quebrar tudo e destruir quem fez isso.
Porra, que mortes horrendas!
Os trigêmeos chegam e vejo que ficam chocados, observo o rosto de
cada um para ver se vejo algo suspeito.
— Vocês sabiam disso? Quem trouxe o jantar para elas ontem? —
começo o interrogatório com raiva.
Eles olham um para o outro e um deles me responde:
— Nós três viemos... elas queriam trepar e nos convidaram para
ficar.
Olho sem acreditar no que estou ouvindo. Sério mesmo que esses
trastes estavam trepando aqui ontem à noite? Violeta me fez proibir esse tipo
de coisa aqui... e esses malditos foram avisados juntos com as defuntas.
Realmente temos rebelião nesse casarão. Vou ter que dar um jeito nisso. Sou
um novo homem, não nego, mas a porra da essência está aqui, caralho!
— Eu não falei que não queria mais esse tipo de coisa aqui? — Vejo
que eles ficam pálidos. Passo a mão em minha cintura, sentindo pela
primeira vez a falta de minha arma.
Dirijo-me a eles e encho de porradas suas caras malditas. Minha
vontade é de matá-los.
Vejo que um deles, o de olhos negros, olha-me com ódio e me
concentro nesse desgraçado.
— Você se atreve a me enfrentar, seu desgraçado maldito?
Puxo sua cabeça e soco na parede. Ele fala algo baixo e não entendo,
pois sua boca está cheia de sangue. Continuo esmurrando esse desgraçado
até largá-lo moído no chão. Ele continua me olhando com ódio feroz, se
pudesse me mataria ali com certeza.
— Marcelo, leve-as daqui e faça o que tem que ser feito para vermos
se foram envenenadas, depois dê um sumiço nos corpos como sempre
fizemos.
Olho para os dois guarda-costas, que estão de pé de meu lado.
— Levem esse saco de merda daqui, deixe ele na sala de tortura, faça
com que passe a noite lá, sem roupa, quero o ambiente gelado. Depois
voltem e ajudem Marcelo levar as mulheres para a sala onde ele fará os
exames e veremos o que aconteceu.
Saio rapidamente e vou ao encontro do único lugar onde sinto paz e
sei que sou amado pelo que sou, sem interesses: minha menina Violeta.

***

Na manhã seguinte, desço e vou para a sala de tortura. Quando abro a


porta vejo o maldito pelado e com a cor azulada, teve uma noite ruim pra
caralho.
Chego até ele e puxo seus cabelos.
— Gostou da noite cinco estrelas? — debocho.
Ele continua me olhando com ódio, mas suas palavras são educadas:
— Desculpe, eu...
— Você tem algo para me dizer? — corto-o e caminho para o centro
e cruzo os braços. — Senti você me olhando com ira... e quero saber o
porquê, desgraçado!
— Eu não estava olhando com ira para o senhor e sim pensando em
quem fez essas atrocidades com as mulheres, era contra eles que estava
irado... — mente mal pra caralho.
Caminho até ele e o vejo se encolher... Pego em seus cabelos e torço.
Ele geme, tiro minha arma e enfio dentro de sua boca.
— Presta bastante atenção... Vou descobrir quem fez isso com as
mulheres... e quem fez, morrerá em minhas mãos com crueldade... entendeu?
— Sinto o cheiro de urina e solto o covarde.
Ela balança a cabeça com pavor, pois o cano de minha Glock está
enterrado em sua boca.
Tiro e dou um murro em seu nariz e ouço o barulho de osso
quebrado.
— Não pense que me tornei bonzinho não, esse lado é só para a
minha mulher! — digo com a cara torcida de ira.
Olho no fundo de seus olhos e prossigo:
— Sabe que tem um contrato de fidelidade comigo por quinze anos...
não sabe? Se quebrar te acho no inferno e te mato novamente!
Puxo minha arma e atiro em sua direção, a bala passa de raspão em
sua cabeça, o homem desmaia de medo e covardia.
— Soltem ele e fiquem de olho, qualquer coisa me avisem. —
Guardo a arma no cós de minha calça e saio de lá rapidamente.
Estou assustada esses dias, Santiago está calado e já me cansei de
tanto perguntar o que está acontecendo. Sei que todos sabem de algo, menos
eu. Não gosto disso.
Estou aqui na cozinha com Nana e vejo que ela tem o semblante
preocupado, aliás, todos estão andando como se pisassem em ovos.
Termino de ajudá-la a fazer uma torta de chocolate, que descobri que
Santiago adora, e saio à procura dele.
Encontro-o com as mãos nos bolsos parado em frente à janela e
olhando a floresta sombria a sua frente.
Abraço-o e encosto meu rosto em suas costas musculosas e
cheirosas.
— Oi, amor, não quer me contar agora o que te incomoda?
Sinto-o se enrijecer e virar-se para o meu lado.
Acaricia meu rosto com suavidade.
— Vou te contar quando resolver tudo, amor. Te prometo isso. Só
confia em mim, por favor — diz me puxando e abraçando com força, como
se temesse algo. — Eu preciso de você agora, amor, me dê sua bocetinha? —
pede ansioso e com um olhar agoniado.
Carrega-me no colo para a cama e me despe com rapidez. Ele me
beija, mama meus seios e morde, chupa minha boceta... Quando estou
preparada entra com desespero me alargando com seu imenso e inchado pau.
Meu paraíso, amo quando fazemos amor de maneira mais forte,
como hoje. Mete com força e sinto minha boceta se apertar de prazer
embaixo dele. Ele puxa seu pau e me coloca de quatro, agarra meus cabelos
e enrola em suas mãos e estoca de uma vez, entrando com tudo. Meu corpo é
lançado para frente, mas o prazer é tão grande que gozo ao sentir seu pau
entrando e saindo com desespero.
Quando ele sente meu orgasmo apertando seu pau, sinto-o inchar
dentro de mim e sacudir, preenchendo-me com sua semente quente e morna.
Vejo ele saindo e passando a mão espalhando seu sêmen em toda minha
boceta e seios.
Puxa-me com carinho e me aconchega em seu corpo grande e
musculoso.
— Eu te amo mais que tudo no mundo, Violeta Rosa — sussurra e
ficamos quietinhos até dormirmos.
Acordo com ele me levando para o banheiro, tomamos banho,
deitamo-nos e dormimos agarradinhos. Meu paraíso particular: os braços de
Santiago.
Levanto-me mais cedo e tomo meu banho, Violeta está tomando o
dela agora, deixei-a dormir, porque ontem à noite estava desesperado sem
saber o motivo, tinha a sensação de que algo muito ruim iria acontecer em
breve. E fiquei quase a noite toda dentro de minha pequena. Sei que sua
bocetinha deve estar assada. Depois tenho que pedir perdão a ela.
Estou colocando meu relógio quando Marcelo entra, depois de bater
e eu autorizar.
— Bom dia, Marcelo — cumprimento-o olhando para a porta do
banheiro fechada.
— Santiago, já tenho o resultado dos exames. As mulheres foram
mesmo envenenadas. O veneno foi colocado no jantar delas.
— Nana não viu nada? — pergunto sem entender, porra! Confio em
Nana com a minha vida.
— Não, já perguntei e ela não se lembra de ninguém mexendo em
sua cozinha.
— Mas e quando levaram a comida, você não viu nada?
— Não e, como você mandou, eu sempre acompanho os trigêmeos e
minha Nana jamais faria isso.
Passo as mãos nos cabelos sem entender porra nenhuma.
De repente, lembro-me das câmeras e corro para a sala delas. Ligo
ansioso a que mostra a cozinha e, para meu desgosto e desespero completo,
está quebrada. Porra, eu estou ficando omisso pra caralho!
Depois que minha Violeta entrou em minha vida, estou muito
relapso. Jamais aconteceu isso, de eu deixar câmeras estragadas sem
substituir, e o mais grave essa foi quebrada. Justamente com a intenção de se
safar. Olhei em todos os outros cômodos da casa e as câmeras estavam ok.
— Porra, Marcelo, temos um desgraçado aqui nos traindo — falo
sem saber como agir.
— Quem poderia ter envenenado essas mulheres? — Marcelo coça a
cabeça.
Ouço um baque na porta e vejo Violeta completamente estática e
pálida.
Caminho rápido em sua direção. Porra, não era para ela saber ainda,
queria resolver tudo antes de contar a ela. Sabia que ia ficar assim,
apavorada.
— Calma, amor, eu vou descobrir quem fez isso... — Ela me
empurra com força e corre para fora da sala onde estávamos checando as
câmeras.
Entra em nosso quarto soluçando e ouço barulhos de gavetas abrindo
e fechando. Quando entro, vejo Violeta com uma arma na mão, minha
Glock, tremendo e apontando para mim. Ela chora e soluça com dor e, ao
mesmo tempo, ira em seus olhos.
— Você as matou! ASSASSINO! Me prometeu que jamais mataria
alguém novamente, mentiroso! Sequestrou, prendeu, estuprou e não
satisfeito matou? SEU MONSTRO DESGRAÇADO! Vai apodrecer no
inferno por conta de seus atos nojentos! — Ela está trêmula e não ouço,
tento falar, Marcelo tenta chegar perto dela, mas, como está descontrolada,
mando-o se afastar. Estou com medo de que acabe se machucando. Nunca
pegou em uma arma e treme muito. Vou tentar chegar e pegar a arma com
suavidade sem assustá-la.
— Querida, por favor, me dê essa arma.
Ela dá um passo para trás, negando com a cabeça e chorando alto.
— Violeta, eu juro a você, jamais mataria aquelas duas, sabe por que,
amor? Prometi a você e sempre honro minhas promessas. Se fosse em outra
época, sim com certeza as teria matado, mas não depois que te conheci,
amor! — digo com o coração na mão.
— Mentira! Por isso ninguém me contou nada, você os ameaçou! —
diz engasgada e descabelada.
— Não, amor, queríamos te poupar de sofrer antes de apurarmos o
caso.
— Violeta, ele está falando a verdade e... — Ela olha para Marcelo e
balança a cabeça em negação.
— Eu confiei em você, Marcelo... — diz com sofrimento e decepção
na voz.
Dou mais um passo e ela se vira de uma vez e atira.
Sinto uma dor atroz me atravessar o corpo e caio de joelhos. Ela joga
a arma no chão como se fosse uma cobra e grita desesperada:
— NÃO! SANTIAGO!
Vejo-a caminhando para o meu lado e os trigêmeos entrarem
correndo. Fico tonto e caio, batendo a cabeça na quina de algum móvel.
Grito com todas as minhas forças.
— Peguem ela... não deixem que se vá... — não consigo falar mais
nada e completo em pensamento: “ela é minha vida, sem ela sou um homem
morto”. Não vejo mais nada, tudo se torna escuridão.
Quando ouço sobre o envenenamento das duas mulheres, entro em
pânico e surto de uma vez.
Santiago as matou, por isso todos estão pisando em ovos comigo.
Todos sabem, menos eu. Corro para o quarto e procuro nas gavetas onde sei
que ele guarda suas armas. Pego uma e vou acabar com esse monstro,
Santiago é um monstro.
Quando ele chega e vê a arma em minhas mãos, vejo que fica pálido,
mas não recua. Ele tem certeza de que não vou atirar, mero engano. É como
se toda tormenta que passei com ele no início voltasse com força e a morte
dessas mulheres me enlouqueceu de uma maneira que não sei explicar.
Nesse momento estou com verdadeiro ódio desse homem.
Quando Marcelo tenta me induzir com conversa, vejo com o canto
dos olhos Santiago tentar se aproximar e pegar a arma. Não penso duas
vezes e, agindo por instinto, atiro. Para meu completo horror vejo Santiago
cair e sangue espirrar para os lados. Meu mundo para e vejo Santiago me
olhar incrédulo e o sangue começar a acumular ao seu redor. Os trigêmeos
chegam devido ao som do tiro e olham a cena incrédulos ao ver Santiago
baleado. Marcelo tenta estancar o sangue e ouço Santiago balbuciar. Parece
que estou vendo tudo acontecer em câmera lenta.
A boca de Santiago se mexe e não entendo o que fala, estou em
estado de choque total.
Tento correr para ajudá-lo, mas acho que os trigêmeos pensam que
vou fugir e um deles me pega pelos cabelos. Tombo para trás e bato a cabeça
na parede e tudo escurece.

***

Acordo amarrada na mesma cadeira que me amarraram quando


cheguei aqui sequestrada e como moeda de troca pelas falcatruas de meu ex-
namorado Augusto. Tremo de pavor de estar novamente nesse lugar, aqui
você sente a maldade quase física. Pode cortá-la de tão densa que é.
Tento me mexer, mas os nós estão apertados e sinto minha cabeça
doer.
Minha boca está amarrada e meu corpo todo dói.
O dia passa e eu estou me sentindo miserável, com fome, sede e
querendo ir ao banheiro.
À noite, vejo a porta se abrir e congelo de medo.
Vejo os trigêmeos entrarem e dois ficam na porta e um se achega até
mim. Tem um de olhos negros, que me olha com lascívia e fico com terror
desse. Os outros dois têm os olhares menos amedrontadores. Mas quem me
dá o primeiro murro na cara é o que chamei de bom... logo em seguida, o
outro bom joga água gelada em mim... estremeço e choro com dor até na
alma. O trigêmeo com cara de mau e lascívia não me bate. Ele manda os
outros saírem e, quando saem, achega-se a mim e agacha em minha frente.
— Ei... — diz baixinho.
Olho para ele com terror.
— Não tenha medo, vou te tirar daqui te prometo — diz e se levanta
indo em direção à porta. Abre e os outros dois entram e ligam o ar. E
continuam a jogar água gelada em mim e o quarto agora está extremamente
gelado. Estou com dificuldades para respirar. Os “dois bonzinhos” me batem
tanto que não consigo abrir meus olhos de tão inchados que estão.
Apagam as luzes e fico no escuro, gelada, com dificuldades para
respirar e pedindo a morte. Sei que os dois ficaram, pois ouço vozes. Forço
meus olhos e, quando acendem a luz, vejo que são os dois bonzinhos. Eles
acendem a luz e me encharcam novamente com água gelada, e voltam a
apagar a luz e me deixar no escuro. O lascivo não me machucou nenhuma
vez e não está aqui.
Olhos de Ira e lascivos.

Sou um dos trigêmeos, olho com ira para Santiago e lascívia para
Violeta, eles já perceberam que sou diferente dos outros e vocês também,
certo? Estou trabalhando para a porra desse homem porque sempre fui um
pobre miserável, nasci em uma favela cercada de pobreza e meus pais
morreram de overdose, quando eu era pequeno.
Vivia na casa de quem me dava comida e, quando se cansavam de
mim, enxotavam-me para a rua. Passei a viver permanentemente na rua. Até
aparecer a oportunidade de fazer um treinamento para vigias. Fiz e, a partir
do momento que concluí o curso, eu me vendia a quem pagava mais.
Descobri Santiago por acaso, um dos trigêmeos que faz parte de sua
guarda me conheceu no curso. Meses se passaram até ele vir com a proposta
de trabalhar com Santiago. Contou-me que o homem era um assassino e
sequestrador cruel, mas quando me falou o valor de vender minha alma para
esse homem que é um monstro, negociei sem pensar duas vezes. Nem que
trabalhasse a vida toda, ganharia o que vou ganhar nesse contrato de quinze
anos de fidelidade absoluta. Se alguém quebrar o contrato que faz com esse
demônio, é executado sem dó.
Foi o que aconteceu com um dos trigêmeos, ele queria sair dessa vida
e foi executado sem dó. Você só pode sair quando vence o contrato e ainda
se comprometer, assinando outro gigante, a jamais comentar o que viu, viveu
e escutou no casarão, onde mora no meio de uma floresta. Claro que aceitei e
estou aqui trabalhando para ele tem mais de cinco anos.
Só que estou cansado de ser olhado como um verme, um nada. Quem
essa porra de homem pensa que é? Deus? Essa revolta foi me consumindo
aos poucos, dia após dia. Vejo a vida de rei que ele leva, todos o temem e
amam ao mesmo tempo, tem dinheiro que não sabe a quantidade e mulheres
aos montes.
Esse lugar me pertence, resolvi isso quando vi que a mulher que
jurava que nunca ia se apaixonar por esse maldito, abriu as pernas para ele.
Ela tinha minha admiração e amor: Violeta Rosa.
Mas foi puta como todas as outras e merece morrer e sofrer como
farei com Santiago.
Armei tudo, quebrei as câmeras da cozinha, coloquei veneno nas
comidas das pets, com a ajuda dos outros dois parceiros.
Consegui puxar eles para meu lado, envenenei suas cabeças e enchi
de promessas vazias. E o resultado era satisfatório, tudo estava caminhando
dentro de meus planos.
Em breve irei ocupar o lugar de rei nesse casarão. E a primeira
pessoa que vou foder até matar será a Violeta, essa puta traidora. Quero
foder e matá-la na frente de Santiago. Mas antes quero dar a ele um pouco de
tudo que fez com todos naquela maldita sala de tortura. Inclusive a mim.
A primeira parte do plano está concluída. Santiago baleado e na cama
e a puta dele sendo torturada pelos dois idiotas que em breve morrerão.
Penso com satisfação.
Agora vamos a parte dois do plano... avisar Santiago que sua menina
está sendo torturada por dois homens incrivelmente maus.
Estou em uma névoa sombria, onde sinto que preciso acordar e
rápido, alguém precisa de mim, sua vida depende de que eu acorde rápido.
Forço minhas pálpebras a se abrirem e vejo que é noite.
Porra! Minha cabeça dói pra caralho e Marcelo e Nana estão
sentados ao meu lado, preocupados.
Tento me levantar, mas estou tonto.
— Você bateu a cabeça na quina de um criado e teve que levar quase
dez pontos... e o tiro atingiu um nervo de sua perna... então o melhor que
tem a fazer é ficar quieto pelo menos por uns dias — Marcelo diz de uma
vez e me olha preocupado. Nana já está do meu lado, segurando minha mão.
— Cadê minha Violeta? — Entro em desespero quando começo a me
lembrar do que aconteceu. — CADÊ A VIOLETA? — Tento me levantar da
cama e tudo roda.
— Calma, meu filho... — diz Nana.
— Chama ela, quero ver se está bem, ela estava nervosa, ansiosa e
apavorada. — Lembro-me com angústia de como minha pequena estava
transtornada.
— Santiago, os trigêmeos a pegaram, mas, segundo um deles, ela
conseguiu fugir e está perdida na floresta. Eles estão procurando por todo
lado.
— Marcelo e eu já ajudamos nas buscas, filho, mas parece que ela se
escondeu muito bem — diz Nana angustiada e com os olhos cheios de
lágrimas.
— VOU ME LEVANTAR E PROCURAR MINHA MENINA, ELA
ESTÁ DESPROTEGIDA E SOZINHA NESSA FLORESTA IMENSA E É
NOITE! ELA TEM MEDO DE ESCURO, CARALHO! É FODA ESSE
BANDO DE INCOMPETENTES QUE ME CERCAM! — Minha vontade é
de chorar e matar todos que me cercam, bando de idiotas. — Chama a porra
dos trigêmeos! — digo arrancando todas as merdas de lençóis que me
cobrem. Sento-me na cama e tudo roda, porra!
Vou procurar minha Violeta nem que seja rastejando pela floresta.
Não volto sem ela. Levanto-me escorando na cama e me arrasto até o criado.
Pego minha arma e tento andar. Tudo escurece. Baixo a cabeça e respiro
fundo. Nana chora e Marcelo me ampara.
De repente, vejo a porta de meu quarto se abrir com violência e o
gêmeo que me olha com ira, entrar de uma vez no quarto e esbaforido, como
se tivesse corrido quilômetros e sendo perseguido por demônios.
Ele se abaixa e coloca as mãos nos joelhos, tomando longas
baforadas de ar.
Ficamos os três olhando assustados e sem entender esse homem
maluco.
— O que aconteceu? — pergunto com vontade de matar esse filho da
puta, incompetente.
— Ela... a Violeta... ela... — Toma ar novamente e minha vontade é
de avançar e moer esse desgraçado na porrada, parece que tem um pau
enfiado na porra da garganta.
— FALA LOGO, CARALHO! — Arrasto-me até a mesa e pego
minha arma e miro esse maldito na testa.
— Calma, meu filho! — Nana coloca a mão em meu ombro e fecho
meus olhos em angústia.
— Onde está Violeta? — Vejo-o tremer e me encarar suando.
— Se aconteceu alguma coisa com ela juro que mato os três com
minhas próprias mãos.
Ele se apruma e diz de uma vez:
— Eles armaram uma emboscada. Ela não fugiu para a floresta. Está
na sala de tortura, prometi a ela que a tiraria de lá, mas eles me ameaçaram e
o que consegui foi vir aqui, com a desculpa de buscar água e comida. Mas
não posso demorar; se suspeitarem, podem querer matá-la.
Quando ouço essas palavras, meu mundo desmorona e meu coração
quebra de vez. Vejo Nana correr e abraçar Marcelo, que choram
desconsolados.
— Ela... — não consigo completar a frase.
— Não! Ainda está viva, mas está muito machucada. E se vocês não
correrem, ela não vai aguentar muito tempo mais, por favor, corram e salvem
Violeta. Ela não merece tanto sofrimento. — Os mesmos olhos que já me
olharam com ira me olham marejados e suplicantes... Será que me enganei
tanto assim com esse homem?
— Como é seu nome? — pergunto porque nunca fiz questão de saber
os nomes de quem trabalha comigo ou mesmo das pets. Sei o nome dos três
guarda-costas, mas não sei quem é quem. Mais uma coisa que minha Violeta
me ensinou a mudar.
— Marcos, senhor.
— Muito bem, Marcos, vamos lá resolver isso, me ajudem aqui! —
digo desesperado quando tento correr e caio. Minha perna lateja e só consigo
andar devagar e mancando. Marcelo disse que atingiu um nervo e que
possivelmente mancarei o resto de minha vida. Pouco, para tudo que já fiz
na vida.
Eles me ajudam a levantar, não sem antes eu pegar minha Glock
automática.
Descemos pelo elevador e minha vontade é correr, meu coração
sangra por minha menina.
Chegamos e Marcos abre a porta. Quando vejo um dos malditos
dando um tapa na cara de minha Violeta, tudo a minha volta escurece e não
sei como consigo berrar e mirar a arma na cabeça do desgraçado. Minhas
mãos tremem e lágrimas de ira saem de meus olhos aos montes.
— Desgraçado! — Miro sua testa e disparo, só vejo sangue e cérebro
voando para todo lado, viro-me e vejo o outro desgraçado encolhido em um
canto e atiro em sua testa da mesma forma e ele cai sentado e com a cabeça
destroçada.
Minha menina está quebrada e desmaiada, pelo menos ela não viu a
sujeira que esses malditos fizeram quando espalhei seus cérebros de merda
pelo chão e parede.
Marcelo desamarra Violeta, que está toda roxa de pancadas e gelada.
Tiro a parte de cima de meu pijama e a enrolo, tomo-a do colo de
Marcelo, com minhas lágrimas de dor pingando em seu rosto tão maltratado.
— Senhor? — ouço a voz do homem que devo minha vida.
— Sim... — consigo balbuciar.
— Precisa de algo, além de que eu limpe a bagunça feita pelos
traidores? — prontifica-se a ser prestativo.
— Não, pode limpar e quero te agradecer de todo coração. Muito
obrigado. Se não fosse você, esses desgraçados teriam tirado meu coração e
vida — digo baixo e com extrema gratidão.
Marcelo se aproxima e pede minha Violeta.
— Não! — Quero levá-la e eu mesmo cuidar.
— Filho, deixe Marcelo levá-la. Você está muito ferido, não
consegue andar direito e sua perna está sangrando novamente e, quanto mais
demorarmos para chegar, mais risco de vida ela corre — Nana diz com
carinho.
Olho minha menina tão machucada e a entrego com pesar para
Marcelo.
Ele a toma de meus braços e anda rapidamente com ela.
— Vou na frente para prestar socorro mais rápido — dizendo isso sai
quase correndo com ela mole e desmaiada em seus braços.
Abraço Nana e choro. Ela me consola, depois de alguns minutos
subimos.
Quando chegamos, Marcelo já tirou a roupa de Violeta e a envolveu
em um cobertor térmico.
Aplicou injeção com antibióticos, para tirar a dor e possível infecção.
Vejo minha menina tão indefesa e com o pequeno rosto marcado pela
violência daqueles animais. Se eu não os tivesse matado, faria agora
cortando pedaços desses desgraçados vivos.
Ficamos velando minha menina a noite toda.
Na manhã seguinte, Nana desce para fazer nosso café e minha
menina continua quieta, respirando com dificuldade e com febre.
Isso me desespera, mas Marcelo me diz que está tudo sob controle.
Obriga-me a ir tomar um banho e me alimentar. Saio da sala onde fica a sala
para emergências e vou para o meu quarto.
Minha perna lateja e minha cabeça parece que vai explodir.
Tomo um banho rápido e volto mancando para onde está Violeta.
Quando entro sinto o cheiro gostoso de café que Nana trouxe. Peço a
Marcelo um remédio para a dor e tomo com o café. E assim ficamos os três
lá durante o dia zelando nossa menina.
A noite corre lenta e, no dia seguinte, Violeta mexe e geme.
Enlouquecemos de alegria.
— Nana, ela está acordando — digo com meu coração quebrado,
doido e sofrido sentindo um ligeiro refrigério.
— Sim, filho. — Ela corre para a beirada da cama e olha para
Marcelo.
— Ela está reagindo bem, e daqui a pouco acordará, já ministrei
remédios para a dor, porque essa menina foi muito machucada — diz
pesaroso.
Engulo o caroço que forma em minha garganta e me sento na
poltrona que coloquei do lado da cama para segurar a mão de minha
pequena, enquanto a aguardava se recuperar dessa covardia que fizeram com
ela.
Marcelo e Nana descem e fico com Violeta e ficarei até ela acordar.
Encosto a cabeça na poltrona, segurando sua pequena mão e sinto o
sono me tomar.
Meu corpo todo dói, sinto minha cabeça explodir de dor. Tento me
virar e meu corpo lateja. Tento me concentrar nos barulhos a minha volta,
está tudo silencioso, ouço somente o canto dos pássaros e um leve ressonar.
Tento puxar minha mão e sinto que algo a segura. Forço meus olhos
a abrirem, mas estão inchados e só consigo enxergar por uma fenda muito
pequena.
Vejo que estou na sala onde Marcelo medica todos da casa: seu
consultório.
Viro minha cabeça com dificuldade e vejo Santiago dormindo,
sentado na cadeira ao lado de minha cama e segurando minha mão. Vejo sua
expressão cansada e abatida, sua barba grande e cabelos despenteados. Seus
olhos têm grandes bolsas escuras, denotando noites mal dormidas.
Consternada vejo vários pontos em sua testa quando ele caiu no dia
em que atirei em sua perna. Só de pensar no que fiz, me dá vontade de
vomitar. Onde eu estava com a cabeça? Aquela pessoa não era eu. Vou me
arrepender disso enquanto viver. Fecho meus olhos e penso em como
aqueles homens foram cruéis. Mas me lembro vagamente de um que me
consolou e disse que me ajudaria. Ainda que sempre me olhou com olhares
libidinosos. Deve ser impressão minha. Ele foi o único que não me agrediu.
Volto o olhar para Santiago e sei em meu coração que não foi ele que
envenenou as duas mulheres. Vejo isso claramente agora. Na hora que fiz a
besteira de atirar nele, não estava em meu juízo perfeito, e tudo que vivi aqui
nessa casa veio com força total em minha mente. E agi como uma louca.
Tenho que pedir perdão ao Santiago, ele tem mostrado e demonstrado em
cada atitude que me ama e que mudou e o que ainda não conseguiu sempre
me confessa e pede ajuda. Preciso falar com ele, explicar e pedir perdão. E
prometo que juntos acharemos quem fez essa covardia.
— Santiago, amor... — chamo baixinho e com a garganta
arranhando, tenho muita sede.
Acordo com um sussurro suave como uma brisa, murmurando meu
nome baixinho e com um som que faz meu coração tão machucado se
alegrar e disparar.
Abro meus olhos e vejo dois incríveis olhos azuis me olhando com
amor.
Meu sofrido coração dispara e tento me levantar rápido e sinto a
tontura me tomar e uma dor na perna tão forte, que gemo e caio sentado,
suando frio. Fecho meus olhos e espero a dor passar.
— Santiago? O que está acontecendo? — pergunta baixinho, como
se doesse falar.
Olho para ela com seus imensos olhos trasbordando preocupação e
tento sorrir, apesar da dor.
— Agora tudo bem, anjo, que você está aqui comigo novamente e
salva. Jamais me perdoarei por ter jogado você nessa vida de merda e
desgraças em que vivo — digo com voz embargada e cheia de dor.
— Santiago, antes de qualquer coisa, quero te pedir perdão... me
perdoa? Eu fui louca, agi sem pensar e te machuquei... — diz chorosa e com
os olhos vermelhos.
Levanto-me devagar e manco até onde ela está deitada, deito-me ao
seu lado e seguro novamente sua mão.
— Perdoar, pequena? Se tem alguém aqui que tem que pedir perdão
sou eu... — falo acariciando seu rosto coberto de hematomas.
Ela encolhe quando a toco, sei que sente muitas dores...
Desgraçados!
— Eu atirei em sua perna... duvidei de você, Santiago. Na hora perdi
a cabeça e depois, quando estava na sala de tortura, comecei a pensar na
insanidade que era eu pensar que você teria envenenado as mulheres. Diante
de sua mudança e como eu passei a ver uma parte sua que somente alguns
conseguem. Você não é santo, mas tem um coração que sabe amar e, o
principal, honra sua palavra dada. E me prometeu que não mataria mais —
quando ela diz isso me encolho, lembrando-me dos dois traidores que matei.
— Violeta... eu quebrei minha palavra com você amor... eu matei
duas pessoas. — Ela se encolhe e seus olhos enchem de lágrimas.
— Duas pessoas? — murmura chorosa.
— Sim, mas não as mulheres! Matei os dois homens que te
torturaram, pequena. E esses não me arrependo nem um pouco, se pudesse
mataria esses malditos novamente, agora cortando os pedaços e enfiando em
seus rabos! — solto de uma vez irado e pensando em como a encontrei
quebrada.
— Santiago! Olha a boca suja. — Olho espantado para ela, em não
me julgar ou brigar comigo por ter matado esses dois lixos.
— Você me perdoa por tê-los matado? Não vai brigar comigo, amor?
— pergunto ainda sem acreditar que ela não me chutou a bunda, mesmo
sendo para vingá-la.
Ela sorri e, mesmo com o rosto inchado e arroxeado, não tem mulher
mais linda no mundo para mim.
— Pena você não ter me esperado, eu queria dar um tiro na testa de
cada um deles. — Sorri maligna e olho para ela encantado.
— Porra, Violeta, agora fiquei de pau duro! Mesmo com a testa
costurada, a perna latejando, e você parecendo uma colcha de retalhos
colorida em cinquenta tons de roxo, eu quero sua bocetinha — digo com
cara de lobo com os dentes arreganhados e babando.
Ela sorri e puxa minha mão a segurando com carinho.
— Em breve, Santiago, em breve... — Fecha os olhos e ficamos
nesse silêncio confortador onde perdoamos nossos erros e falhas, porque
nosso amor é maior que tudo. Sinto seu leve ressonar e a suavidade de sua
respiração me faz relaxar e dormir em paz e feliz depois de tanto desespero,
dor e exaustão.
Dias se passaram e estamos nos recuperando bem. Santiago se torna
mais obcecado e protetor comigo. Não me deixa sozinha em momento
algum, sempre que precisa sair manda alguém ficar comigo e de preferência
seu mais novo fiel e escudeiro Marcos. Confesso que tem alguma coisa
nesse homem que não me agrada. Muitas vezes pego ele olhando para mim
com olhos cheios de lascívia e maliciosos.
Santiago é tão grato por ele ter me salvo que não percebe esse lado
obscuro de Marcos. Evito ficar sozinha com ele.
Por isso fico mais em casa e voltei a desenhar meus móveis.
Santiago se recuperou mais rápido que eu e, para o meu desespero e
remorso, ele mancará para o resto da vida. O tiro que dei atingiu um nervo e
ele vai coxear, mesmo que esteja fazendo uma árdua fisioterapia.
Choro toda vez que o vejo sentir dor e mancar. Ele me consola e
beija minha coxa onde também atirou.
— Até nisso combinamos, minha vida — brinca para quebrar minha
tristeza.
Sorrio com remorso e desgosto. Ele me abraça e me beija com
carinho. Até para fazermos amor, ele é cuidadoso. Quero que ele volte a me
amar com força como fazia, mas sei que com o tempo tudo entrará nos eixos
novamente.
As mulheres foram realmente envenenadas, segundo Marcelo, e eles
deram um sumiço nos corpos delas e dos dois guarda-costas. Não sei como
fazem isso e nem quero saber. Essa parte prefiro me manter na ignorância.
Santiago e Marcelo evitam esse tipo de assunto quando estou por perto, mas
sei que falam sobre essas coisas horríveis.
O Santiago é meu amor, e me trata como uma princesa, mas sei que a
essência do homem cruel e assassino está dentro dele, faz parte de quem é e
aceito isso tranquilamente. Ele pega minha mão e me olha com amor e
juntos descemos para almoçar.
— Te amo mais que minha vida, Violeta, sem você minha vida não
tem sentido — cochicha em meu ouvido e dá uma mordidela em minha
orelha.
Levanto meus olhos e deixo ele ver todo meu amor, sorrio e digo
baixinho:
— Eu te amo daqui até a lua um milhão de vezes, meu Santiago! —
Aperto seu pau, que está duro feito rocha, e desço a escada rebolando e ele
assobiando e tentando pegar em minha bunda.
Amo esses momentos tão únicos e nossos.
Acordo sentindo um prazer que me faz gemer alto. Porra, sinto uma
maciez cálida e morna em volta de meu pau que me faz arfar. Fecho meus
olhos e sinto um chupão na cabeça inchada. Gemo alto e sem pudor.
Minha pequena acordou para o crime hoje, desço minha mão e
seguro seus cabelos macios e meto devagar para não machucá-la. Sinto seus
seios rasparem minhas pernas e isso endurece ainda mais meu pau. Quero
gozar em sua bocetinha. Arrasto minha Violeta para cima e a beijo com
desespero e desejo. Enfio dois dedos em sua boceta encharcada e belisco seu
clitóris inchado. Sua doce boceta chora por mim, pego meu pau e esfrego ao
longo de seus lábios lambuzados de seu mel. Acerto meu pau na entrada e
estoco de uma vez. Tombo a cabeça para trás ao sentir a gruta quente, macia
e molhada de minha mulher.
Ela geme e rebola em cima de meu pau. Senta-se e olhamos juntos
onde meu pau aparece e desaparece molhado e tão inchado, que minhas
veias parecem que vão explodir.
Massageio o clitóris de Violeta e ela tomba a cabeça para trás, sinto a
maciez de seus cabelos rasparem minha perna e, se possível, fico mais duro.
Levanto-me em um cotovelo e sugo seu seio direito com tanta gana e força
que ela goza em meu pau com um grito alucinado. Sinto sua boceta apertar
meu pau e é meu fim. Estremeço com força e meu pau incha preenchendo
minha mulher com minha porra quente e espessa. Continuo de olhos
fechados sentindo ainda pequenos espasmos até me acalmar.
Violeta me olha matreira e amo mais ainda essa mulher.
— Bom dia, amor, dormiu bem? — pergunta a safadinha.
— Acordei bem, querida, quero isso todos os dias! — Sorrio de
orelha a orelha, sentindo-me o homem mais feliz do mundo.
Nos levantamos e tomamos banho juntos, demoramos porque, mais
uma vez, faço amor com minha mulher.
Tomamos café com Nana e Marcelo.
— Amor... — chamo Violeta com carinho. — Hoje vou ficar aqui no
escritório, tenho que resolver umas pendências, e mais tarde subo para a
nossa sala de projetos, tudo bem?
Ela termina de mastigar seu bolo de laranja e responde com um
sorriso:
— Claro, amor. Você me disse que precisava resolver essas
pendências essa semana, é algo grave? — Olha-me profundamente.
— Não, amor, algumas coisas relacionadas com a casa noturna e
alguns investimentos que estão em queda, tenho que olhar e ver o que está
acontecendo. Com a queda da B3, as ações despencaram e agora é hora de
comprar ou vender... depende. Meio complicado, amor, mas nada que não dê
para resolver. Subo assim que terminarmos; e, se você quiser, podemos dar
uma volta lá fora, sei que gosta, o que acha? — pergunto beijando sua mão e
olhando em seus doces olhos azuis.
— Vou adorar, meu amor.
Levantamos e quando chegamos à porta do escritório onde ficarei,
agarro-a e a beijo como se minha vida dependesse desse beijo.
Quando a solto, meu pau está duro e ela corada e descabelada.
Sorrio de lado e belisco sua bunda, dando um belo tapa nessa delícia.
Ela sobe sorrindo e para no alto da escada e me olha dizendo
baixinho:
— Te amo. — Entra na sua sala preferida de todas, onde faz seus
desenhos e projetos.
Fico parado na porta igual uma pedra, e com o coração acelerado e
transbordando amor. Essa mulher me tira do prumo.
Amo demais esse pedaço de gente, que tem o coração maior que o
mundo.

***

Estou sentado com meu notebook ligado e concentrado há horas. O


gráfico acaba de romper uma LTB (linha de tendência de baixa) e de acordo
com o fluxo o vendedor perdeu força, o gráfico provavelmente fará o teste
de oferta e aí entro com tudo.
Porra, como amo essa adrenalina!
Ouço uma batida na porta e vejo Marcos, pedindo licença para entrar.
Fico irado, não gosto que me interrompem quando estou operando.
Às vezes espero para fazer um movimento horas. Caralho!
— O que você quer? — pergunto grosso, sem nem levantar a cabeça.
Vejo ele se aproximando, mas o ignoro.
— Ganhando mais dinheiro, Santiago? O que tem não basta? —
Ouço sua voz atrás de mim e sinto algo frio em minha nuca.
— Mas que porra... — Tento me virar.
— Quietinho, seu filho da puta, ou estouro seus miolos aqui mesmo!
E ainda vou atrás da puta de sua mulher! — diz com ira e dá uma coronhada
com força em minha cabeça. Sinto uma dor dos infernos e vejo tudo escuro.
— Não desmaia, miserável dos infernos! Você não é tão homem para
humilhar e matar pessoas? — Sinto a ira e ódio em sua voz. Já tinha
observado que sempre me olhou com ira, mas deixei passar depois que
salvou Violeta.
Ela me disse várias vezes que não confiava nele. Deixei passar e
agora vejo que tinha razão e minha consciência me alertando também tinha.
O que mais não sei sobre esse homem?
— Presta bem atenção no que você irá fazer Santibosta! — diz e ri
loucamente. — Pega um papel e escreve dizendo para a sua puta exatamente
as palavras que vou te dizer: “Amor, surgiu um imprevisto na casa noturna
vou ter que me ausentar por uns dias, não se preocupe, em breve entrarei em
contato.”
Olho para esse homem louco e minha vontade é de voar nele e
descarregar minha arma e moer esse miserável na pancada.
— E por que escreveria o que quer, seu desgraçado?
— Simples, porque senão te mato e vou atrás de sua puta e vou
comer ela de tantas formas que, quando acabar, ela vai pedir a morte... —
debocha, com um olhar ensandecido. — Quero tudo que você tem: casa,
dinheiro, mulheres... Quero sua vida para mim! — ri loucamente e seus
olhos brilham com cobiça e ganância.
Sinto-me arrasado e escrevo o bilhete que o desgraçado me obriga.
Minha menina vai ficar preocupada.
— Agora deixe aqui e vamos descer para a sala de tortura, e lembre-
se: se reagir, eu atiro em você e vou atrás de Violeta. — ameaça-me mais
uma vez, e vou com ele. No momento não há nada que possa fazer, o medo
dele machucar minha Violeta me trava.
Quando chegamos à sala de tortura, ele me dá uma coronhada tão
forte que sinto o sangue jorrar e descer por meu rosto, encharcando meu olho
direito.
Fico tonto, caio e ele me dá mais uma coronhada e desmaio.
Quando abro meus olhos estou amarrado na mesma cadeira que já
torturei tantas pessoas e penso com amargura, que na vida tudo volta.
Os nós estão tão fortes, que não sinto minhas mãos e pés.
Olho para os lados e vejo o maldito se sentando em uma cadeira com
um sorriso de satisfação.
Ele se levanta e vem até mim. Continuo encarando e digo para ele
com meu olhar que se sair daqui com vida ele tá fodido. Vou esquartejá-lo.
Para a minha frente e me dá um murro tão forte no rosto, que sinto
meu nariz se partindo. Gemo de dor.
— Acordou a bela adormecida. Para quem infringiu tantas torturas, a
princesa é fraca para receber algumas poucas, não é? Seu covarde de merda?
Cadê sua valentia, cadê seu dinheiro, cadê a mulher que diz te amar? Você
está sozinho, desgraçados iguais a você têm que morrer sozinho e ser jogado
para os urubus comerem! — Seu olhar destila ódio e ele baba ao falar. Sorri
com demência.
O cara está completamente louco e perigoso. Tenho que agir com
calma, para evitar que o verme possa querer machucar ou prejudicar Violeta.
Ela se vira e dá dois passos, de repente volta e cobre meu rosto de
murros e pancadas, chuta meu peito com tanta força que a cadeira tomba.
Minha cabeça bate no chão com força desmedida e uma dor lancinante me
rasga. Vejo tudo preto e sinto o sangue escorrer por minha boca e nariz.
Ele fica tomado de fúria começa a me chutar sem parar e não tem
como me defender.
Sinto meus ossos protestarem e ouço estalos de alguns. Pela dor
lacerante que estou sentindo sei que alguns foram quebrados.
— Você não tem noção de como te odeio, desgraçado. Assisti sua
vida de rei esse tempo todo, planejamento minha vingança e almejando seu
lugar. Amava a Violeta! Porra, no início foi a única que te rejeitou, não se
deixou ser tocada por sua imundície e dinheiro. Planejei, ela seria minha
rainha, reinaríamos juntos aqui, rindo em cima de sua cova, desgraçado. Mas
não! A puta tinha que se corromper e agir feito as vadias que te cercam.
Matei aquelas duas vagabundas, elas mereciam morrer! Se apaixonar por um
demônio como você? Envenenei a comida da puta da Violeta, mas no dia a
desgraçada resolveu tomar só um chá. Mas foi bem melhor, agora vou sentir
o gosto da boceta dessa puta que tanto quis experimentar — destila com
ódio.
Põe a cadeira de pé me erguendo pelos meus cabelos, sinto meu
couro cabeludo queimar.
Quando olho em suas mãos, tem chumaços de cabelos entre os
dedos.
Continuo firme e com olhar de desprezo para ele. Não vou deixar
perceber que estou desesperado e temendo pela vida de minha pequena.
Ele se abaixa e me olha nos olhos com seus olhos inflamados de
loucura.
— Você não sabe quantas vezes quis comer sua puta, quando me
mandava sair com ela para dar os malditos passeios na floresta, eu ficava de
pau duro o tempo todo que a guardava — gargalha. — Mas a mulher é
esperta, e não ia muito longe. Sempre que eu ia, ela ficava perto do casarão.
Sei que tentou te dizer, mas, como a salvei do que eu mesmo planejei cada
detalhe, você, o esperto, confiava no seu pior inimigo e ainda o abrigava em
sua casa. Para um homem tão inteligente, você foi bem burro, não é? —
debocha me dando um tapa estalado na cara. — E agora que sabe que fui eu
que planejei tudo, matei as pets, menti para os dois guarda-costas dizendo
que você que mandou torturar a puta da Violeta e quero tomar seu lugar, o
que fará aí amarrado e sabendo que ainda vou comer sua mulher? Com o
bônus adicional de você assistir tudo de camarote e gratuitamente?
Vejo ele pegar uma faca pequena e pontuda. Já usei muito esse tipo
de faca e sinto um calafrio por dentro ao imaginar como fiz outras pessoas
sofrerem.
A vergonha e o remorso me derrubam.
— Não vai me responder? Onde está seu autoritarismo, seu merda?
Faz um corte profundo em meu rosto e sinto o sangue jorrar. A dor
me corta o corpo e estremeço, mas continuo calado.
— Bom, então vamos brincar um pouco.
Ele rasga minha camisa e faz cortes finos em toda a extensão de meu
peito. Cerro os dentes e minha vontade é de chorar.
Quando se cansa de cortar meu peito, parte para as costas, faz sua
festa de loucura nelas.
Nesse momento de dor intensa, ele me lembra o Coringa. Louco
varrido, estou ficando alucinado de dor e minha vontade é de chorar sem
parar.
Quando volta para a frente pega a ponta da faca e levanta meu queixo
suavemente.
— Hum... ficou boa minha obra de arte. Amanhã continuaremos nas
pernas... e vamos deixar o pau por último, esse tenho planos mais severos e
doloridos para ele.
Fecho meus olhos e trinco os dentes, quero morrer porque a dor está
insuportável.
— Antes de deixar você dormir em paz, vou te dar um banho, não
pode dormir sujo, sei que é um homem muito limpo — debocha e vejo ele
abrir o pequeno freezer e tirar de lá bandejas cheias de cubos de gelos. Jogá-
los em um balde com água já gelada e caminhar sorrindo feliz para o meu
lado.
Joga a água gelada toda em mim e deixa um pouco de água com gelo
no balde, coloca com cuidado sinistro meus pés dentro do balde. Estremeço.
Ele vai até o freezer novamente e pega mais gelo e joga no balde. Meus pés
ficam enterrados no gelo. Estremeço de dor e frio.
— Agora sim, tenha uma boa-noite, Santiago, amanhã estarei de
volta para completar minha obra de arte em suas pernas.
Caminha para a saída, não sem antes ligar o ar e a sala começar a
gelar...
— No máximo, quero essa sala igual a um iglu. — Sorri, apaga a luz
e me deixa sozinho com minha dor excruciante e o pavor de ele machucar
minha pequena. Choro de desespero e por não poder fazer nada. Sinto-me
inútil.
Desço quando já está anoitecendo, não quis incomodar Santiago, sei
que quando vem para esse escritório gosta de ficar sozinho, pois, como me
explicou, precisa se concentrar em analisar o mercado. Deixei meu amor
tranquilo, só que começo a me preocupar quando vejo que escureceu e ele
ainda não subiu.
Entro em seu escritório e está tudo normal, vou perguntar a Nana ou
a Marcelo onde ele está. Quando estou saindo vejo um bilhete na mesa e
meu coração dá uma batida forte.
Pego o bilhete e leio:

“Amor, surgiu um imprevisto na casa noturna. Vou ter que me


ausentar por uns dias. Não se preocupe, em breve entrarei em contato.
S.R.”

Meu coração dispara e sinto que tem algo errado aqui.


Vou procurar Nana, Marcelo e Marcos também, apesar de não confiar
nada nesse homem de olhar libidinoso.
Saio em disparada e vou para a cozinha, Nana e Marcelo estão lá
conversando. Quando me veem apavorada, logo se levantam e ficam em
alerta.
— Filha, o que aconteceu? — Nana pergunta e caminha apressada
para meu lado. Marcelo vem junto.
— Filha, você está pálida, onde está Santiago? — Marcelo fala
olhando o bilhete amassado em minha mão.
— Ele... Santiago. Acho que está em perigo! Meu coração me diz
isso! — choro e tremo ao falar. Estendo minhas mãos trêmulas para eles para
lerem o bilhete. — Ele deixou esse bilhete, mas em momento algum me
disse que viajaria, e tenho certeza de que se fosse me diria... Nana...
Marcelo... ele está em perigo! Precisamos ajudá-lo — falo tentando correr
para a floresta.
Eles pegam o bilhete e leem.
— A letra é de Santiago, mas está trêmula... — diz Marcelo
perceptivo.
— Onde está o Marcos? Ele deve saber de alguma coisa.
— Eu vou procurá-lo — diz Marcelo.
— Eu vou também — digo já andando na frente, nunca ficarei aqui
esperando.
Fomos os três atrás de Marcos.
O encontramos tranquilo na porta de entrada, onde fica sempre de
plantão.
Ele nos olha tranquilo e nos cumprimenta com cordialidade.
— Marcos, você viu Santiago? — Marcelo pergunta.
Fico observando suas ações e reações, definitivamente não gosto
desse homem.
— Não, por quê? Aconteceu algo? — pergunta sério.
— Ele deixou um bilhete estranho dizendo que iria viajar, quando
não nos comunicou em momento algum sobre essa tal viagem — Marcelo
fala e continuo observando.
Vejo que ele tenta passar calma, mas suas mãos tremem quase que
imperceptivelmente. Esse maldito tem alguma coisa a ver com o sumiço de
Santiago, e vou descobrir. Se ele fizer algo para prejudicar meu amor, juro
que o mato sem dó.
Resolvo deixar o Marcos tranquilo, assim ele relaxa e pode deixar
escapar alguma coisa.
— Marcelo, o Marcos deve ter razão, a letra é de Santiago e ele nos
avisou... sabe que ele é um homem de múltiplas tarefas. Em breve, ele
entrará em contato conosco, não foi o que ele disse? — falo calmamente, e
Nana e Marcelo me olham sem entender nada, achando que fiquei maluca.
Vejo Marcos sorrir de satisfação e seus olhos brilham como se tivesse se
tranquilizado.
Sua postura fica mais relaxada e sei que tem alguma coisa a ver com
o sumiço de Santiago, vou descobrir ou não me chamo Violeta Rosa.
Ninguém toca em meu amor e fica impune.
— Vamos, Nana, estou com fome e quero tomar um banho e dormir,
estou cansada. — Vejo o casal me olhar com desgosto e decepção. E Marcos
me olhar com adoração. O homem está completamente louco.
Quando chegamos na cozinha, digo baixinho para Nana e Marcelo,
que estão abatidos e tristes com minha atitude.
— Confie em mim, vou descobrir o que está acontecendo... — Subo
a escada rapidamente.
Sento-me na nossa cama e analiso todas as possibilidades.
Minha cabeça já está doendo e não consigo chegar a nenhuma
conclusão.
Caminho até a janela e olho a vastidão lá fora, tudo tão escuro... onde
estará meu Santiago?
Encosto a cabeça na janela e choro de soluçar, meu corpo é sacudido
e meu coração insiste em dizer que Santiago corre perigo de vida.
Vou para o banheiro, tomo um banho visto meu pijama de rosinhas,
presente de Santiago, ele diz que adora me ver vestida com pijamas com
estampas infantis. Penso nisso e caio no choro novamente.
Pensa, Violeta, pensa! Onde estaria Santiago, claro que não viajou!
Olho o relógio, quase vinte e duas horas... Não consigo dormir e nem
quero.
Deito e fecho meus olhos, maquinando.
De repente, tenho um estalo e pulo da cama. Como não pensei nisso
antes?
Vou correndo e suando frio para o closet, pego uma caixa que
Santiago guarda as cópias das chaves da casa e procuro a chave que estou
querendo.
Pego duas, acho que vou precisar delas. Corro para a sala que
monitora a sala de tortura e entro com o coração na mão. Ligo tudo e quando
clareia a tela do monitor, sinto uma tontura tão forte, que caio e fico sem
rumo por alguns segundos. Levanto-me e vejo Santiago completamente
quebrado, uma massa sangrenta, coberto de sangue e totalmente destruído,
amarrado em uma cadeira e meio roxo, parece desmaiado. Viro o rosto de
lado e vomito tudo que comi mais cedo... Corro desesperada para o meu
quarto e pego uma das armas de Santiago.
Desço desesperada e, quando chego à porta da sala de tortura, sou
acometida por um desespero tão grande, que sinto a bile subindo para minha
garganta, forço-me a engolir. Não posso fraquejar agora, Santiago depende
de mim para viver.
Enfio a chave na fechadura com muito cuidado, apesar de estar
tremendo e prestes a desmaiar. Se não entrar com cuidado, o desgraçado
pode matar Santiago.
Consigo girar a chave com suavidade e pego o trinco e giro com
delicadeza.
A cena que vejo ficará para sempre em minha memória. O
desgraçado jogando sal nas feridas de meu amado Santiago. Ele chora
baixinho e sacode o corpo de dor.
— Era para fazer isso amanhã, mas não resisti e quis te salgar hoje,
seu miserável! Daqui a pouco temperaremos você com pimenta! Primeiro o
sal! — ri com maldade.
Santiago tem a cabeça baixa e soluça baixinho. Seu grande corpo está
quebrado, dilacerado. O que esse maldito fez com meu Santiago?
Caminho devagar, suavemente e quando chego perto, encosto a arma
na cabeça do desgraçado que destruiu meu amor, e a descarrego na cabeça
dele sem dó, sem tremer e com firmeza. Ele não viu a morte chegando,
miserável covarde!
Quando olho para o monstro que acabei de matar, não vejo a cabeça,
somente o pescoço. A cabeça desse verme está em cada canto desse lugar
maldito.
Santiago continua em choque e de cabeça baixa.
Corro, desamarro meu pobre homem quebrado e vejo Marcelo e
Nana entrando correndo. Com certeza ouviram os tiros. Quando veem o
estado de Santiago se apavoram.
— Correm, ajudem-me a levá-lo para cima, ele precisa urgente de
cuidados — digo fungando e chorando com soluços altos.
Marcelo pega Santiago com cuidado, pois não tem um lugar em seu
corpo que não foi retalhado.
Meu amor está quebrado, moído e destruído.
Nana cai de joelhos e grita entre choro e revolta. Pego-a pela mão e
subimos atrás de Marcelo, que leva Santiago com zelo e reverência.
Leva-o direto para o seu consultório e some com ele. Ficamos
abraçadas e chorando por horas e horas.
Nana quis buscar algo para comermos, mas não quero. Não vou sair
daqui, Santiago precisa de nós exatamente aqui.
O dia amanhece e nem sinal de Marcelo. Já me cansei de esperar,
bato na porta. Ele demora um pouco a responder. Abre e me olha cansado.
— Santiago? — O medo me corrói a alma.
— Está muito machucado, estou fazendo o que posso, foram
quebradas várias costelas, e dedos se ele sair dessa vai levar vários meses
para se recuperar e... —
— O que quer dizer se ele sair dessa? — corto-o com rapidez.
— Violeta, ele foi praticamente picado, suas costas e peito estão
riscados com faca, retalhados e alguns cortes são profundos. Podem
infecionar... — Olha para o céu como se fizesse uma oração e volta a me
olhar com os olhos cheios de lágrimas. — Vamos ter que orar muito, minha
filha... meu menino foi quebrado e moído. — Desabo ali e ele me abraça e
choramos juntos.
— Ele vai sair dessa, ele é forte e teimoso! — digo fungando e
tremendo.
— Santiago sempre quis uma família, ainda que não falasse com
palavras. Quando via um casal com crianças, seus olhos brilhavam. Ele
demorou quase 40 anos para achar a mulher que pode realizar seu desejo e
você acha que, agora que achou, vai morrer e deixá-la para outro? Violeta,
meu filho Santiago não! Ele é muito territorial e possessivo para deixar sua
Violeta Rosa para outro — diz sorrindo e me abraçando forte. É nesse
momento que tenho certeza de que meu amor irá sobreviver.

***

Quando Marcelo nos permitiu entrar no quarto, eu e Nana


desabamos. Jamais em minha vida vi uma pessoa tão machucada e quebrada.
Meu coração bate descompassado e sinto minhas pernas bambas, sou
amparada por Marcelo. Nana já está na beirada da cama com a cabeça baixa
e soluçando baixinho. Marcelo me leva e me sento em uma poltrona creme,
e depois traz água para mim e Nana.
Tomo um pequeno gole, a água não desce, tem um caroço em minha
garganta e o choro não me dá trégua.
— Por que, Marcelo, tanta maldade? — digo engasgando com meus
soluços.
— Filha, ele é forte... — diz com os olhos lacrimosos e abraça Nana,
que só soluça, não diz nada.
— Se esse maldito estivesse vivo, eu mesmo arrancaria sua cabeça
com um garfo — Nana se pronuncia pela primeira vez com rancor na voz
chorosa.
Forço-me a levantar e caminho até meu pobre amor quebrado.
Quando chego mais perto, meu estômago revolve e vomito a água
que bebi, pois não como nada desde ontem. Caio de joelhos e Marcelo e
Nana me socorrem.
—Olha o que aquele maldito desgraçado fez com ele! — grito e
choro ao mesmo tempo.
— Violeta, se você não se acalmar vou ter que te levar para fora,
filha. Ele precisa de tranquilidade para se recuperar —Marcelo diz firme.
Olho para ele com lágrimas descendo e sacudo a cabeça
concordando.
— Não... quero ficar com ele, por favor. — Aproximo-me da cama e
olho o homem de minha vida totalmente dilacerado. Imagino a dor que ele
sentiu...
Seu rosto tem um corte profundo que começa perto da orelha e
termina perto da boca. Marcelo deu vários pontos. Sacudo meu corpo com
novos soluços.
— Santiago, amor, como você sofreu, meu querido... — minha
vontade é pegar ele e correr, correr sem parar... estou ficando louca!
Seu peito está retalhado e com vários lugares que Marcelo costurou...
— Seu peito... Marcelo? — quero perguntar sobre suas costas, mas
não tenho coragem.
— Sim, querida, o doente retalhou as costas dele também... — diz
pálido, abraçado a Nana. Ela permanece calada e apática. Ama Santiago
como filho e a entendo.
— Eles o feriram em outros lugares? — Tenho até medo de sua
resposta e tremo na dor de saber que ele sofreu ainda mais...
— Sim, quebraram seu nariz, sete dedos, várias costelas... e os cortes
no rosto, peito e costas — diz de uma vez, baixinho e com lágrimas
descendo pela sua barba grisalha.
— Obrigada, Marcelo e Nana, por cuidarem tão bem de Santiago,
meu amor, e de mim também. — Caminho até eles e os abraço com todo
amor do mundo.
— Podem descansar, ficarei aqui com Santiago — digo baixinho,
olhando para eles.
— Vamos, mas revezaremos nos cuidados com Santiago, vamos
descer, tomar banho, comermos algo e traremos para você, depois a
senhorita vai tomar banho e descansar — Marcelo decreta.
— Não quero sair daqui... — digo com a alma dolorida.
Puxo a poltrona e me sento perto de Santiago.
— Nos próximos dias ele não acordará, querida, estou ministrando
junto com os antibióticos, remédio para dor e sono. Para dar tempo ao seu
corpo para se recuperar com calma, ele foi muito agredido, então você não
precisará ficar aqui sem descanso — fala me olhando com ternura.
— Por favor, eu vou ficar aqui. Durmo na poltrona mesmo. — Até
no chão eu durmo, só quero ficar com ele, jamais o deixarei sozinho.
Nana puxa Marcelo e diz algo baixinho em seu ouvido, vejo ele
franzindo o cenho e me olhando.
— Tudo bem, menina teimosa, colocaremos uma cama aqui e você
poderá dormir aqui, satisfeita?
Nana sorri com os olhos.
— Sim! Obrigada. — Corro e os abraço e Marcelo sai para
providenciar a cama. Pouco tempo depois chega com uma bem pequena e a
monta em um canto do quarto, com vista perfeita para a cama de Santiago.
Nana busca lençóis e deixa tudo arrumado, enquanto tomo banho em nosso
quarto rápido.
Coloco meu pijama rosa, e corro para ficar com Santiago. Nana já
trouxe o lanche e a bandeja está em um criado perto da cama.
Ela e Marcelo conversam baixinho e fico encantada com a sintonia
dos dois. Casal perfeito esse. Quero esse amor verdadeiro em minha vida e
na do Santiago, quero nosso amor assim com cumplicidade até ficarmos
velhinhos e morrermos de mãos dadas.
Sento-me na poltrona e sorrio para eles, pego a bandeja e como tudo
que Nana trouxe. Estava faminta.
Depois que termino, deixo a bandeja e vou até meu amado tão
machucado.
— Como ele está, Marcelo? — indago ansiosa e passando a ponta do
dedo com suavidade no lado de seu rosto sem corte.
— Na mesma, Violeta, ele vai demorar dias para sair desse estado,
como disse eu o induzi a isso. Ele sofrerá menos. Quando o corpo for se
recuperando vou diminuindo gradativamente os medicamentos e ele
despertará.
Olho para Santiago e meu coração sangra e chora ao ver um homem
tão dinâmico, autoritário e dominador nessa situação é doloroso.
— Vamos cuidar de você, meu amor, com todo nosso carinho e
devoção — digo baixinho e olho para os meus anjos, Marcelo e Nana.

***

Dias se passam formando semanas e semanas, mês. Durmo aqui e


faço todas as refeições, só saio para tomar banho. Leio para Santiago,
converso com ele, segurando suas mãos. Beijo seu rosto barbudo e pálido.
Dou banho, como Marcelo me ensinou, com um pano macio e água morna.
Seu rosto já está clareando das marcas deixadas pelas pancadas, seu
nariz está se curando. O corte em seu rosto está tendo uma cicatrização
rápida. Vai ficar com uma imensa e grossa cicatriz. Marcelo disse que, se ele
quiser, depois pode fazer uma plástica e deixar a marca quase invisível. Mas
conhecendo Santiago, sei que não vai querer.
Seus cortes no peito e costas estão limpos e sem infecção. Seus dedos
quebrados estão em franca recuperação.
Eu vejo Marcelo o examinando e fico feliz conforme vai nos
confortando com o progresso de Santiago.
— Ele está se recuperando mais rápido que o previsto. Acho que sua
voz está trazendo-o para nós mais rápido, pequena — Marcelo diz com
emoção.
— É o que mais quero, Santiago de volta para nós — digo segurando
sua mão com carinho e sinto um leve apertão. Olho para Marcelo e grito: —
Ele apertou minha mão, Marcelo, ele está acordando. — Saltito em volta da
cama com alegria.
— Calma, querida, vamos com calma.
Ele pega a mão de Santiago e aperta suavemente. Santiago faz um
movimento quase imperceptível. Mas ele vê e me olha emocionado e
assombrado.
— Deus! Ele está voltando para nós! Violeta... — Abraça-me e roda
comigo pelo quarto. Nana chega e contamos a ela as novidades, ela grita e
nos abraça emocionada.
Ouvimos um ligeiro gemido e corremos para a cama.
Estou em um lugar cheio de luz e ouço a voz de um anjo que fala
comigo todos os dias. Sinto seu toque suave. Uma mão suave toca minha
testa e sinto um calor gostoso espalhar por meu corpo. Forço-me a abrir os
olhos e não consigo... tento me mexer e dói tudo. Fico quieto sentindo o
carinho que recebo, relaxando até voltar a caminhar em uma longa estrada
cheia de luz.

***

Ouço vozes bem suaves e não quero sair desse lugar lindo de luz e
campos verdejantes em que estou, mas sinto alguma coisa me puxando para
sair desse lugar lindo. Vejo a luz se apagando e os barulhos ficando mais
fortes, juntamente com as vozes.
Sinto que a mesma mão que acariciou minha testa da primeira vez
que tentei abrir meus olhos é a mesma que segura minha mão com
suavidade. Sei que é da mesma pessoa, sinto amor em seu toque. Forço meus
olhos a se abrirem e finalmente consigo, vejo silhuetas e uma se destaca e
faz meu coração acelerar. Minha vida segura minhas mãos, minha Violeta.
Tento me mexer, mas não consigo. Tento falar, mas tudo dói. Entro
em desespero e tento me levantar, mas continuo estático. Continuo me
esforçando para chamar atenção de Violeta, que deita a cabeça em cima de
minha mão sem soltá-la. Tento apertar sua pequena mão e gemo baixinho.
Ela levanta a cabeça assombrada e me olha com avidez.
— Santiago? — Tento sorrir, mas não mexo nem um músculo de
meu rosto. Está tudo doendo e rígido. Parece que meu rosto está todo
costurado. As imagens do que passei começam a vir com força em minha
cabeça e entro em desespero e ódio, tudo ao mesmo tempo.
Violeta matou o desgraçado descarregando a arma na sua cabeça. Se
minha valente menina não tivesse chegado exatamente naquele momento, o
miserável teria me matado. Desgraçado!
Devo minha vida à mulher que tratei como um monstro miserável e
cruel, nem se eu viver eternamente conseguirei me redimir do que fiz a
minha doce Violeta Rosa.
Meus olhos se enchem de lágrimas e escorrem pelos cantos,
pingando no travesseiro.
Minha menina vê e começa gritar como louca:
— Marcelo, Nana... correm, Santiago voltou para nós! — Escuto
barulhos e passos correndo e se acercando da cama.
Marcelo começa a me examinar, aperta-me todo, tenta conversar
comigo e sorri sem parar, junto com Nana. Sinto-me amado, como nunca
senti em toda a minha vida. Não que não fosse amado antes, o caso era que
não valorizava como valorizo agora.
— Santiago, sei que está fraco e sem movimentos, isso já era
esperado. Você foi muito torturado e está tudo sob controle, fique tranquilo.
Imobilizei seus movimentos devido a quantidade de cortes. Suas mãos estão
com talas, devido aos dedos quebrados. E seu rosto está rígido devido ao
corte. Mas o importante agora é que seu corpo está se recuperando de
maneira incrível — Marcelo fala e continua olhando e averiguando cada
parte que foi atingida.
— Seus cortes estão limpos e cicatrizando com rapidez. Se está
sentindo alguma dor aperte minha mão uma vez; se não, duas, ok?
Aperto sua mão duas vezes, meu corpo todo dói pra caralho.
— Vou apertar suavemente onde estão as feridas e me diz se são elas
que estão te incomodando, certo? — Marcelo coloca a ponta do dedo em
cada ferida, e aperto suas mãos com uma careta de dor.
— Certo, tudo bem, fique tranquilo, está tudo dentro do normal —
fala com calma e sai; minutos depois, ele volta com uma caixa com vários
remédios e ministra na aplicação intravenosa, que está em meu braço e me
incomodando pra porra, com soro e outros medicamentes, que desconheço.
— Vai amortecer a dor, Santiago, daqui a pouco você dormirá e,
quando acordar, se sentirá muito melhor.
Consigo mexer só os olhos e vejo Violeta e Nana abraçadas, sorrindo
e chorando ao mesmo tempo.
Minha vontade é de abraçá-las e dizer que agora está tudo bem. Mas
nem isso consigo no momento. Quando Marcelo termina de inserir o
remédio, ouço o gotejar suave e sou tomado pelo sono sem dor.
Estou morrendo a cada dia que aguardo a volta de meu amado, que
está demorando demais a voltar para nós.
Mas não esmoreço e minha vigília é constante. Quero que ele se sinta
amado e querido, ainda que não veja.
Hoje acordo deprimida e com o peito doente de saudade dele. O
demônio quase o matou, nunca vi ninguém tão ferido e machucado como
Santiago ficou. Juro que, quando o vi, entrei em desespero completo, pois
parecia um pedaço de carne massacrado. Ali, morri junto com ele, e assim
estou até hoje. Renasço cada dia, conforme ele vai melhorando e voltando
para nós.
Só estarei viva no dia em que meu amor abrir os olhos e voltar a me
olhar com tanto amor, como me olhava.
Limpo uma lágrima que escorre de meus olhos e fico impressionada
como ainda as tenho. Tomo um banho rápido e vou ficar com Santiago.
Angustia-me ver tantos fios cruzados em seu peito e agulhas em seu
braço, mas o que mais me angustia é ver o tubo em sua boca. Quando
Marcelo me disse que era necessário, quase morri de desgosto e angústia.
Marcelo me prometeu que, assim que ele acordasse, tiraria.
Sento-me ao seu lado, acaricio seu rosto barbudo e pálido. Acaricio a
cicatriz gigante em seu belo rosto, limpa e cicatrizando sem infecção. Seguro
sua mão e deito minha cabeça nela, sentindo falta de seus carinhos.
Sinto um movimento suave, mas fico quieta, é quase imperceptível.
Levanto minha cabeça com rapidez e esperança.
Meu mundo se enche de luz e começo a gritar igual louca, por
Marcelo e Nana, eles estão sofrendo junto comigo. No final ficamos somente
nós.
Vejo-os entrarem correndo, chorando e felizes. Marcelo cuida de
Santiago, enquanto eu e Nana ficamos abraçadas e chorando de felicidade,
vendo nosso Santiago de volta, depois semanas de sofrimento tanto nossa
quanto dele. Ele lutou com bravura, para sair dessa situação de quase morte.
Teve febres altíssimas, infecções. Peguei Marcelo chorando várias vezes.
Mas sempre disfarçava para que eu e Nana não nos preocupássemos.
Graças a Deus, meu amor acordou, meu coração está descompassado
de alegria e em paz finalmente. A certeza de que finalmente as coisas
entrarão nos eixos me deixa em paz e aliviada.
Pouco tempo depois que Marcelo ministra as medicações, Santiago
ressona baixinho, dormindo com uma expressão serena.
— Vamos, minha filha, agora você vai começar a se alimentar direito
novamente. Quando Santiago melhorar, vai comer nosso fígado por ter
deixado você fazer essa loucura, de ficar aqui 24h, por sete dias — Nana diz
fungando e me arrastando para fora, acompanhada de um Marcelo
sorridente.
Pela primeira vez em semanas consigo comer com satisfação e notar
que estou com fome.
Abro meus olhos sem precisar fazer força dessa vez e me sinto mais
forte e com uma vontade imensa de tomar água.
Vejo que meus braços estão livres daquelas agulhas infernais, só esse
tubo em minha boca me deixa incomodado.
Gemo alto, porque não consigo falar e, em segundos, minha Violeta
Rosa corre sorrindo de orelha a orelha, e já chorando. Minha menina é um
potinho de água sem fim. Penso com carinho. Meu coração dispara e incha
de tanto amor por essa mulher.
Ela se abaixa e me abraça apertado e sinto o cheiro delicioso de rosas
em seus cabelos longos e macios. Fecho meus olhos, sinto seu calor e me
regozijo. Abro os olhos marejados e vejo a nuvem sedosa de cabelos
avermelhados esparramados em volta de meu rosto.
— Santiago, amor! Graças a Deus, você voltou para mim, Marcelo e
Nana! — diz com a voz rouca e a cabeça enterrada em meu pescoço.
Levanta os olhos e me fita com profundidade, vejo tanto amor neles
que me sinto amolecer e aquecer de amor e gratidão por ser tão amado por
essa perfeição de mulher.
Tento falar, mas não dá. A porra da cânula em minha garganta não
deixa.
Gemo mais alto e puxo suavemente seus cabelos e aponto para a
porra na minha garganta.
— Meu Deus! Vou buscar Marcelo e pedir para tirar isso de você,
amor! Não sai daqui, já volto — me diz eufórica e não posso deixar de sorrir
de sua agitação. Onde irei todo quebrado e entrevado, preso a essa cama?
Vejo minha alma, vida, amor, sair correndo com seus lindos cabelos
brilhantes sacudindo com força e desparecendo porta afora, gritando.
Fecho meus olhos feliz e aguardo Marcelo.
Em pouco tempo, vejo os dois inseparáveis, Marcelo e Nana,
entrando correndo e esbaforidos. Isso está virando rotina em minha vida,
penso divertido.
— Graças a Deus! Finalmente, meu filho! — Marcelo diz e vai lavar
as mãos para tirar a cânula de minha garganta.
Nana segura uma das minhas mãos e Violeta a outra, sinto-me um
verdadeiro rei, nesse momento. Estufo o peito inchado de orgulho, esse tipo
de amor é raro.
É tanto amor que não cabe em meu peito. Esse tipo de amor é eterno
e para sempre.
Quando Marcelo termina de destruir o restante de minha garganta,
puxando a maldita cânula gigante, resmungo com voz rouca e esganiçada:
— Porra, como dói! — Minha voz está rouca e baixa, parece a voz
do Pato Donald. Vejo eles sorrirem de minha grosseria e falta de educação.
Sorrio de volta.
— Por favor, água... — Parece que tem lixa em minha garganta
juntamente com pimenta e sal.
Minha pequena traz rapidamente um copo com água e Marcelo me
ajuda a me sentar, segura-me, pois pareço um bebê. Tomo pequenos goles e
sinto um alívio tão grande que dá vontade de chorar.
Termino e me sinto tonto, Marcelo me deita com cuidado.
— Daqui a pouco, você estará pronto para voltar à ativa, Santiago —
diz dando tapinhas em minha cabeça, como fazemos com crianças.
Olho com malícia para minha Violeta e pisco para ela com cara de
cafajeste. Apesar de me sentir fraco e abatido, tento brincar. Mas minha
vontade é dormir.
— Não vejo a hora... — Violeta desvia o olhar, não sem antes eu ver
que corou.
Marcelo vê nossa troca de olhares e sorri.
— Acho que voltará à ativa muito antes do previsto, Santiago.
Sorrio com carinho e estendo minha mão para Violeta, que vem
imediatamente e coloca sua pequena mão na minha bem maior.
— Amor, quero te agradecer por ter me salvado a vida... porra! Você
foi perfeita! Descarregou a arma na cabeça daquele monte de bosta, e...
Ela me olha horrorizada.
— Santiago! — Marcelo e Nana saem suavemente e nos deixam
sozinhos.
— E dizer que te amo mais que a mim mesmo. Você tem meu amor e
fidelidade eterna, minha Violeta, futura esposa e futura mãe de minhas
gêmeas — falo com certeza e olhando com todo meu amor para ela.
Ela sorri manhosa e com os olhos brilhando.
— Gêmeas? Agora vê o futuro, amor? — Aperta minha mão.
— Sim, vejo você casada comigo e minhas filhas gêmeas. Uma
biblioteca gigante com todos os livros sobre história da arte como sei que
gosta e... meu pau, ou melhor talo, para completar e deixar minha seiva na
sua doce e cheirosa rosa — digo com minha voz de Pato Donald, rouca e
ridícula.
— Sei... convencido! — Balança sua cabeleira ruiva e torce o
narizinho petulante.
— Quero as gêmeas iguaizinhas a mãe, quando for fazê-las quero
meter forte e olhando você sem parar... não quero parar de te olhar... Violeta,
amor, te amo demais! — digo emocionado.
Ela se achega e me abraça, mulher perfumada da porra!
— Eu te amo, Santiago, e o que mais quero na vida é me casar com
você e te dar as gêmeas que tanto quer.
Sinto lágrimas se formarem em meus olhos e a abraço apertado.
Quando fiquei tão mole? Simples, quando Violeta Rosa entrou em
minha vida. Sinto uma paz reconfortante me abraçar e relaxo me permitindo
dormir em paz, com minha amada segurando minha mão.
Depois que Santiago acordou lúcido, sua recuperação passou a ser
nossa prioridade. Mimamos tanto esse homem que ele está completamente
insuportável. Ele acha que estamos por sua conta e, quando não fazemos o
que quer, faz imensos bicos. Acredita que até birra ele chega a fazer?
Era pior comigo. Se acorda, e eu não estou perto, a casa quase cai.
Come só quando eu como junto.
E para começar os exercícios para melhorar os músculos
ligeiramente atrofiados?
Ele faz birra e tenho que ficar o tempo todo com ele durante a
fisioterapia. Ele me olha satisfeito e sorri orgulhoso, por saber que domina
todos, com sua pirraça e malcriação.
Mas quer saber, não me importo! O medo e pavor que passei de
perdê-lo, me faz mimá-lo cada dia mais. E o safado se aproveita disso.
Ele já tirou as talas, suas costas e peitos estão riscados e marcados
com a maldade de Marcos, mas inteiramente cicatrizados. O rosto ficará com
uma imensa cicatriz, mas não afetou em nada sua beleza. Sempre digo que
está mais lindo que era, e ele exibe a cicatriz agora com orgulho. Me diz com
temor e desgosto que merecia muito mais que umas cicatrizes. Porque o que
fez com outras pessoas era infinitamente maior do que suas cicatrizes. Frisa
sempre que é recompensado com meu amor.
Ele ficará mancando de uma perna... a que atirei... e me condeno
todos os dias por aqueles momentos de loucura e insensatez. Sempre que o
vejo mancando, meu coração dilacera. Peço perdão todas as vezes.
— Amor, eu fiz pior com você. Te fiz pagar por crimes que não
cometeu. Te arrastei nos cacos de vidros, atirei em sua perna, te mantive em
cativeiro, te deixei sem água, comida e te fiz me ver trepando com as pets...
e você chorando por um tiro que mereci? Se te faz feliz me ouvir dizer, tudo
bem, amor. Eu perdoo você, mas frisarei sempre que mereci esse tiro e as
torturas as quais Marcos me submeteu — diz com os olhos vermelhos e a
voz rouca.
Abraça-me e ficamos sentados olhando a noite cair, em um banco
que Santiago tem na entrada do casarão.
Olho o entardecer alaranjado e olho em volta do casarão.
— Santiago, sei que não gosta de muito de flores. Mas será que
poderíamos fazer um imenso jardim em volta do casarão e pintá-lo de
branco? Acho que as gêmeas irão amar e...
Ele me agarra e me coloca em seu colo.
— Amor, tudo que você gosta eu gosto, sou uma extensão sua agora.
Você e as gêmeas terão o jardim mais lindo que eu puder fazer, prometo a
você e a elas também. Mas você se enganou, pequena, amo flores, amo tanto
que me apaixonei por uma... Violeta Rosa. Minhas gêmeas... — Coloca as
mãos em minha barriga com cara de tarado.
— Mas não estou grávida... — digo matreira.
— Essa é a melhor parte, amor... Vou plantar duas flores bem no
fundo de sua caverna doce e molhada, e quero aguar todos os dias... — Sorri
cheio de malícia.
Puxo sua cabeça e o beijo apaixonadamente.
Subimos de elevador, ele ainda está frágil, somente para a safadeza
que já se recuperou há semanas. Meu safado delicioso.
Tomamos banho e, quando me sento na cama, para passar cremes,
Santiago me puxa pela cintura.
— Hora de fazermos as gêmeas — diz atacando minha boca e me
deitando na cama.
Beija-me toda como só ele sabe fazer.
Chupa meus seios com força e deixa eles mais marcados de chupões
que já estão. Esse homem é tarado com meus seios.
— Adoro seus seios, amor — diz com o bico entre os dentes.
Sorri e chupa somente o bico, solta quando está inchado e vermelho.
Olha para mim com cara de safado e assopra onde mamou e meu corpo
treme.
Desce e beija minha barriga.
— Vou colocar minhas meninas aqui...
Beija suavemente e desce.
— Mas elas entrarão por aqui...
Enfia a língua dentro de minha boceta. Desliza pelos grandes lábios e
para no clitóris.
— Quer que eu chupe aqui, pequena? — Passa a pontinha da língua
no meu inchado clitóris e estremeço,
— Sim, amor! Faça as nossas meninas em mim! — grito desesperada
para sentir sua grossura em mim.
Ele se levanta de uma vez e me arrasta com força pelas pernas, me
põe de quatro e entra de uma vez.
Gememos juntos, ele endireita seu corpo e me puxa junto com ele.
Sinto sua barriga tanquinho apertando minha bunda.
Seu pau me cutuca fundo e ele segura meus seios e os amassa,
gemendo em meu pescoço e dizendo baixinho em meu ouvido:
— Amor, você é gostosa demais! Tão apertada e quente — geme e
começa a estocar com força, enquanto aperta os bicos duros de meus seios.
Desce uma mão e massageia meu clitóris quente e inchado. Meu
corpo esquenta todo e o gozo está chegando.
— Porra, amor! Sua bocetinha está esmagando meu pau! — geme
alto e continua entrando e saindo com desespero. Meu corpo sacode e o gozo
me toma com força.
— Santiago! — gemo com um prazer tão forte que, por instantes,
desligo-me da realidade.
Quanto começo a voltar a mim, Santiago me deita e coloca minhas
pernas em seus ombros e sai e entra com tanta velocidade que meios seios
sacodem com força. Ele treme e urra quando despeja seu gozo em mim.
Sinto seus jatos quentes me alagarem, ele tomba e se vira, puxando-
me para cima de seu imenso corpo exaurido.
Ficamos quietinhos, o tempo passa e Santiago não se mexe.
Estranho.
— Santiago, amor... aconteceu alguma coisa, você está tão quietinho
— digo com ele ainda dentro de mim.
— Estou usando meu pau de tampão, assim minhas meninas não
correm o risco de escorrerem... — diz manhoso e senhor de si.
— O quê? Me diz que você não disse essa besteira tão grande, por
favor? — Tento me levantar estupefata.
— Fica quietinha, amor... minhas filhas estão correndo agora para
achar sua casinha... calma — diz com certeza do que fala, homem louco.
Fico quietinha e acabo dormindo.
Nove meses depois vejo que ele estava certo. Homem perfeito esse
safado!
Quase dois anos depois...

Se alguém me dissesse que hoje eu estaria casado e seria pai de


gêmeas, não acreditaria. Só soube disso depois que me apaixonei por minha
pequena esposa, Violeta Rosa.
Ela mudou meu mundo de dentro para fora, mudei conceitos, valores
e aprendi a amar. Não posso apagar o passado negro, podre e vergonhoso
que tive, mas no presente sempre procuro fazer o melhor para as pessoas que
amo: minha esposa, filhas, Marcelo e Nana. Minha família.
Construí a biblioteca gigante que prometi a Violeta, onde ficava as
gaiolas.
Ela decorou e tem o espaço das gêmeas: Flor de Lis e Flor de Lótus.
Violeta Rosa que escolheu e, como tudo que ela faz, é perfeito. Os nomes de
nossas filhas não seria diferente, perfeição absoluta. Sempre digo a elas que
são meu buquê de flores, meu bem mais precioso do mundo. Violeta adora
quando as chamo de buquê.
Minhas filhas são a miniatura da mãe. Toda vez que as olho, meu
mundo fica mais colorido e cheio de luz. O jardim, que mandei fazer em
volta do casarão, ficou perfeito e colorido, o perfume que emana das flores
encanta minhas meninas. O casarão foi todo pintado de branco e rosa. Olha o
que virei! Minha Violeta faz o que quer de mim e imagino quando as minhas
gêmeas perceberem que me têm na palma das mãos, estarei fodido. Sorrio
com o pensamento.
Agora mesmo estou deitado, com uma das gêmeas tentando enfiar
seu mordedor rosa de girafinha em minha boca e a outro pulando em meu
peito firmando as mãozinhas gordas em minha barba. Sinto que, em breve,
ela arrancará minha pele junto com a barba. Sorrio de lado.
A danadinha pula tanto, que meu estômago já está querendo jogar
para fora meu café da manhã. Mas porra se não é a coisa mais linda do
mundo elas me massacrando.
Agora, Flor de Lótus cansou de tentar enfiar a girafa e optou por algo
menor, seu bico rosa. Tenta enfiar em minha boca, bate no nariz, e volta para
a boca e empurra até eu abrir e ela enfiar seu bico nela. Flor de Liz arranca o
bico de minha boca e enfia em sua boquinha rosa. Morro ali mesmo de tanto
amor por elas. Olho para a minha outra flor, Violeta, mãe das duas pequenas
flores, que me massacram sem dó, e vejo que tem seu celular filmando tudo.
Sorrio com uma felicidade que me espreme o peito.
— Baba... — fala uma das gêmeas. Meu coração dispara e me sento
rapidamente, e pego Flor de Lótus, que me chamou de papai.
— Baba... — repete Flor de Liz.
Violeta continua filmando, mas vejo lágrimas caindo de seu lindo
rosto.
Olho para Violeta e volto meu olhar para as gêmeas, sem acreditar
que sou tão feliz. Agarro as gêmeas, e as beijo tanto que elas começam a
chorar. Quando vejo estou chorando junto e minha Violeta corre para nosso
lado. Nos abraça e fecho meus olhos agradecendo a Deus por tamanha
felicidade, agora sei que Ele existe. Porque somente um Ser Superior poderia
transformar a vida de um homem cruel como eu era e me presentear com
tamanha felicidade chamada família.
— Vamos levar as gêmeas para passear no jardim, amor? — pergunta
Violeta com carinho. Ela pega uma das gêmeas, levantamo-nos e passo os
braços em volta dos ombros de minha esposa, com nossas filhas
aconchegadas em nosso colo. E vamos ver o pôr do sol, como fazemos todos
os dias, desde que prometi a ela que faria esse imenso jardim.
Esse livro foi um grande desafio. Escrever romance dark, abala nosso
emocional e choramos junto com os personagens. Tanto pelo carrasco, como
pela vítima... Ambos são quebrados. Mas o desafio foi cumprido e a
realização de ver esse livro pronto é inenarrável. Não tem palavras em
nenhum vocabulário para traduzir o sentimento de realização, emoção e
alegria. Obrigada a todos que leram e se possível, por gentileza, avaliem na
Amazon, para ver se estamos no caminho certo, escrevendo livros com esse
tema: Romances Darks.
E por favor, se não gostarem de algo, entre em contato conosco e ouviremos
sua opinião com humildade, pois queremos sempre melhorar nossos livros.
Uma estrela quebra o autor, porque escrever é trabalhoso e fica caro, deixar
um livro como esse aqui, pronto, revisado e diagramado. Escolhemos os
melhores profissionais e a diagramação está trabalhada e feita com carinho e
capricho.
Tudo isso para que vocês, nossos queridos leitores, se sintam abraçados e
saibam que tudo foi feito com extrema carinho e amor.

Xerim pra vocês!

Valentina Maciel e Alma Dark


Quer falar conosco? - E-mail: valentinamaciel187@gmail.com
Sinopse
Eu, Zion Manfrini, sou um homem atormentado, com sede de
vingança. Fiquei um ano e um mês em cativeiro mantido pelo ex-sócio de
meu pai, Antônio Lemos, e nesse período fui torturado e flagelado sem
compaixão. Um ano e um mês vivendo privações e debaixo de humilhações
e suplícios, meu sequestrador, alardeava todos os dias que não queria
dinheiro, mas sim, matar meus pais de preocupação e desgosto. E conseguiu,
minha mãe sofreu um derrame e não resistiu e poucos meses depois meu pai
não aguentou a pressão e morreu de infarto. Quando matou os dois, o
desgraçado me soltou. Fui destruído. Ele sumiu, foram anos procurando esse
monstro, mas dois anos atrás descobri que vive no exterior e o mais
importante que tem uma filha e parece amá-la bastante, seu único ponto
fraco, creio eu, apesar de não acreditar que esse maldito possa amar alguém.
Estou com sede de vingança e venho tramando como executá-la há cinco
anos, planejei tudo para começar minha vingança exatamente quando a filha
do demônio completar 25 anos. A idade que comecei a descobrir suas
falcatruas e que consegui desmascará-lo ao longo de mais de quatro anos.
Aos 30 anos, me sequestrou e acabou com minha vida. Ele já deve ter
esquecido o que me fez passar e que matou meus pais, destruindo assim
minha vida. Mas eu não me esqueço um minuto sequer... vivo essa dor,
angústia, vazio e tristeza dia após dia. Mas a vingança, ódio e martírio
transformou em pedra meu coração enegrecido e vivo para me vingar desse
desgraçado. E agora quero atingi-lo pelo seu ponto aparentemente fraco: sua
filha. Chegou o momento de agir. Será que consigo executar meus planos tão
bem elaborados em uma pessoa inocente? Será que o velho maldito ama
realmente sua filha? Veremos quando sequestrar a mulher. Venha conhecer
minha história. Prazer, sou Zion Manfrini.

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Sinopse

Jonas Santori, um renomado autor best-seller ganhou destaque mundial


depois de ter os direitos autorais de sua trilogia “Andando na Chuva”,
adaptada para o cinema. Destaca-se por ser um escritor de renome, mais o
que deixa a mídia mais agressiva e afoita é seu estilo de vida totalmente
recluso e hostil. Ele só é visto quando tem entrevistas e divulgação de seus
livros. E, quando aparece em público, é classificado por seus inúmeros
ataques de cóleras como um homem agressivo, rude e muito violento. Os
jornais, revistas, tabloides o chamam de monge, ermitão e um homem
totalmente antissocial.
Sua vida é cercada de mistérios. Por motivos que ninguém entende e,
justamente por isso, há grande especulação sobre o porquê, ele se
descontrola com tanta facilidade, e ataca com ferocidade, qualquer um que
estiver à sua frente. Especula-se que é bipolar, muitas apostam que é
somente para manter seu nome na mídia em alta. Mas ninguém tem uma
resposta certa, sobre sua conduta. O que se sabe com certeza é que age com
violência, sempre que aparece em público e vive isolado em sua colina.
Poucos conhecem ou sabem sua localização. Muitos repórteres já tentaram
localizá-lo, tarefa quase impossível, pois sua segurança é quase
intransponível. O que será que Jonas esconde? Por que age com tanta
agressividade ao sair em público? Por que vive recluso? Será que em sua
colina tem tudo que precisa? Quem já teve a sorte de entrar em seu
santuário, diz que é uma minicidade. Será verdade? Conheça Jonas Santori,
um homem cheio de segredos e ataques de loucura.

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[1]
Rei Luiz XV: “O estilo Luís XV designa um estilo de decoração de interiores e mobiliário que se

desenvolve a partir de França durante o reinado de Luís XV, entre aproximadamente 1730 e 1750-60.

Este estilo é influenciado pelas linhas fluidas e graciosas do rococó e pelo seu repertório de motivos

ornamentais, situando-se entre o estilo regência, onde já dá os primeiros passos, e o estilo Luís XVI,

que se caracteriza por uma maior rigidez e austeridade. É considerado um dos estilos estéticos

franceses de maior impacto, sendo, por isso, alvo dos mais diversos revivalismos ao longo do tempo.

De um modo geral, a estética vai estar ao serviço da mentalidade da época, da busca dos prazeres do

quotidiano e intimamente ligado à figura feminina, a sua maior inspiração e a autoridade em matéria

de decoração na corte. Provavelmente a figura de maior destaque no impulso das artes decorativas é

Madame de Pompadour, amante do rei, que o incentiva a promover a produção artística, como no caso

da oficina de porcelana de Vincennes (mais tarde Sevres) de onde originam muitas das peças usadas

neste estilo.

[2]
Rococó: “O termo rococó forma da palavra francesa rocaille, que significa "concha", associado a
certas fórmulas decorativas e ornamentais como por exemplo a técnica de incrustação de conchas e
pedaços de vidro, usados na decoração de grutas artificiais. Foi muitas vezes alvo de apreciações
estéticas pejorativas.Caracterizou-se acima de tudo por sua índole hedonista e aristocrática, manifesta
em delicadeza, elegância, sensualidade e graça, e na preferência por temas leves e sentimentais, onde a
linha curva, as cores claras e assimetria tinham um papel fundamental na composição da obra. Da
França, onde assumiu sua feição mais típica e onde mais tarde foi reconhecido como patrimônio
nacional, o Rococó logo se difundiu pela Europa, mas alterando significativamente seus propósitos e
mantendo do modelo francês apenas a forma externa, com importantes centros de cultivo na
Alemanha, Inglaterra, Áustria e Itália, com alguma representação também em outros locais, como a
Península Ibérica, os países eslavos e nórdicos, chegando até mesmo às Américas”

[3]
Heitor Villa-Lobos foi um compositor, maestro, violoncelista, pianista e violonista brasileiro,
descrito como “a figura criativa mais significativa do século XX na música clássica brasileira”, e se
tornando o compositor sul-americano mais conhecido de todos os tempos.
[4]
Lusíadas: Os Lusíadas é uma obra de poesia épica do escritor português Luís Vaz de Camões,
considerada a "epopeia portuguesa por excelência". Provavelmente concluída em 1556, foi publicada
pela primeira vez em 1572 no período literário do Humanismo, três anos após o regresso do autor do
Oriente.

[5]
Oscar Niemeyer: Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro, 15 de
dezembro de 1907 – Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 2012) foi um arquiteto brasileiro, considerado
uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna. Niemeyer foi mais conhecido
pelos projetos de edifícios cívicos para Brasília, uma cidade planejada que se tornou a capital do Brasil
em 1960, bem como por sua colaboração no grupo de arquitetos indicados pelos Estados-membros da
ONU que projetaram a sede das Nações Unidas em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Sua exploração
das possibilidades construtivas do concreto armado foi altamente influente na época, tal como na
arquitetura do final do século XX e início do século XXI. Elogiado e criticado por ser um "escultor de
monumentos"
[6]
Rafael Sanzio: Rafael Sanzio (em italiano: Raffaello Sanzio,, 6 de abril de 1483 — Roma, 6 de
abril de 1520), frequentemente referido apenas como Rafael, foi um mestre da pintura e da arquitetura
da escola de Florença durante o Renascimento italiano, celebrado pela perfeição e suavidade de suas
obras. Segundo historiadores e mestres da arte, o mais adequado é chamá-lo de Raffaello Santi, já que
Sanzio fazia referência apenas ao seu local de nascimento e Santi era o sobrenome de seu pai,
Giovanni Santi, nascido em Lucca, na Toscana. Junto com Michelangelo e Leonardo da Vinci forma a
tríade de grandes mestres do Alto Renascimento.
[7]
Burle Marx: Roberto Burle Marx (1909-1994) foi um paisagista brasileiro. Autor de mais de três
mil projetos de paisagismo em 20 países. Foi também pintor, escultor, tapeceiro e criador de joias.
Burle Marx foi reconhecido pelo seu trabalho e recebeu diversas honrarias. Em 1971 recebeu a
Comenda da Ordem do Rio Branco, do Itamaraty em Brasília. Em 1982, recebeu o título de Doutor
Honoris Causa da Academia Real de Belas Artes de Haia na Holanda. Nesse mesmo ano, recebeu o
título de Doutor Honoris Causa do Royal College of Artes em Londres, Inglaterra, como o maior
paisagista do mundo.Burle Marx, além de projetos de paisagismo, também se dedicou à pintura,
escultura, tapeçaria e à criação de joias.

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