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2023
Mas tudo em sua vida muda quando elas decidem fugir, quando ela
é pega só tem uma saída decidi ser escrava de sangue sem direito algum
no castelo da família real de vampiros ou a morte.
Mas o que ela vai fazer quando descobre que realmente se sente
em casa na escuridão do príncipe vampiro?
Contém gatilhos! Sequestro, tortura, violência sexual, violência
física, violência psicologia. Abuso, Se você não se sentir à vontade com
qualquer um desses gatilhos eu aconselho a não ler esse livro.
Sinopse
Aviso
Sumário
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Redes Sociais
Capítulo 01
Afinal, hoje era dia um, o primeiro dia do mês, hoje finalmente era o
dia de reposição, trabalhei muito para conseguir este remédio para minha
mãe.
E agora isso.
Respirei fundo.
Certa vez ouvi uma frase da minha amiga, falando que eles cuidam
de nós, nos alimentam. A minha vontade era dar um soco na cara dela. É
lógico que eles nos alimentam, ela não vê que somos apenas alimentos
para eles? Afinal, se toda raça humana acabasse, a deles também
acabaria, eles precisam do nosso sangue para sobreviver.
— Com o Logan.
Ela respirou fundo olhando para mim. Eu sabia o que viria a seguir,
me preparei para o sermão.
— Não quero você envolvida com ele, todos sabemos que ele
mexe com coisas ilegais. E sabemos muito bem o que é feito com
pessoas que fazem isso. — Ela se sentou cansada. Olhei para a minha
mãe , eu sabia que ela estava certa, mas eu não tinha escolha.
Ou você era escolhido para ser guarda, já que eles não podiam sair
durante o dia e nós fazíamos isso para eles, o que é cômico se você
parasse para pensar, ou… tinha os escravos de sangue, que se você
tivesse um sangue bom, poderia servir a eles como escravos pessoais.
Apenas um nome para bolsa de sangue com pernas, era o que eu
pensava. E se você não fosse escolhido para nenhuma dessas funções,
era apenas um peso morto, e assim, era designado para serviços de
limpeza ou qualquer coisa que eles quisessem.
— Você sempre fala isso, mas nunca cortou. — Minha mãe sorriu.
—. E você fica muito mais linda com ele grande. — Ela me deu um beijo
no rosto se afastando.
Às vezes sinto que a minha mãe está escondendo algo. Mas nunca
descobri o que seria. Ela certa vez me disse que eu era especial, mas
sinceramente nunca vi nada de especial em mim, sou apenas uma
adolescente comum. Que nutre uma grande vontade de exterminar essa
raça maldita de vampiros da face da terra.
Ela me olhou de cima a baixo com nojo. Mas tentei ignorar, isso já é
normal, não me magoava mais como antigamente.
— Eu virei doadora.
Mesmo sabendo que isso era possível, o meu coração dói de saber
o que vai acontecer. Passei o meu braço pelo seu ombro consolando-a.
— Eu sinto muito.
— Como foi?
Abaixei a cabeça com raiva, e mais uma vez apertei a minha mão
em punho, sentindo o ódio dominar. Dono, eles eram os nossos donos,
os meus olhos arderam de vontade de chorar, porque provavelmente não
verei a minha única amiga novamente.
Ela chorou sem parar no meu ombro, e eu não pude fazer nada,
hoje mesmo ela iria ser levada para lá, eu nunca mais ia vê-la. E para
piorar, amanhã era o meu dia de saber qual destino eu teria.
Voltei para casa, minha mãe estava sentada no nosso velho sofá
que um dia já foi marrom, mas agora era uma cor que não dava para
identificar.
Mas a minha mãe não respondeu nada, apenas foi para o nosso
quarto, pegou duas mochilas e me entregou uma. Fiquei olhando para
ela sem saber o que fazer.
Olhei para ela espantada com sua determinação. O que era estava
falando.
— Nós precisamos sair daqui, eles não podem saber, eles não
podem fazer o teste em você.
— Você tem que entender filha. Eu tenho certeza que você será
escolinha para ficar no castelo, eu não quero você lá. Por isso vamos
fugir.
Queria perguntar o que era, o que ela tinha feito para conseguir
aquilo. Mas não deu tempo. Ouvimos um estrondo fazendo com que
caíssemos no chão, tossir sem parar, ao tentar respirar, a poeira estava
para todos os lados, o que estava acontecendo, tentei vê mas estava
praticamente impossível eu não conseguir ver nada, uma poeira densa
demais. Procurei pela minha mãe, comecei a gritar por ela e nada.
Tentei procurar por ela, mas não estava conseguindo, nem ela e
nem o homem que estava aqui conosco.
Ouço barulhos de tiros, corri na direção dos tiros, rezando para que
a minha mãe não estivesse no meio.
Ouço uns soluços, e vejo várias pessoas aqui, todas sujas, não que
eu esteja melhor.
Minha mãe…
Já se passaram horas que estou aqui, que aos poucos percebi ser
uma sela.
Estou deitada sem saber o que fazer, não consigo dormir, toda às
vezes que fechava os olhos, via a imagem daquele maldito arrancando o
coração da minha mãe.
Obedecemos.
— Se virem!
Porque no fundo sei que vai acontecer algo com todos nessa sala,
o meu coração afundou no peito com a angústia, o medo e o desespero
do que vai vim a seguir.
Ela nos ordena a ficar de frente novamente, agora tem mais dois
guardas nos observando. Um deles olha para o nosso corpo de cima a
baixo e sorri.
Ela seleciona mais cinco e eles saem com o vampiro que está nos
olhando como se fossemos um pedaço de carne.
O meu lábio inferior tremeu. A moça morena foi com eles. Eu não
sei se vou voltar a vê-la novamente.
Ao olhar para o meu lado, vejo um rapaz que deve ser poucos anos
mais velho que eu. Ele é alto, e não é magro como os outros rapazes que
conheço.
Ele me encarou, e vejo que seus olhos são negros, iguais aos seus
cabelos, ele me olhou por um tempo, mas depois, sua atenção vai para a
vampira, que se aproximou de nós dois, primeiro ela passa as mãos pelo
corpo do rapaz, da volta observando-o atentamente.
— Ruiva? — Ela sorri. — Acho que o Damon fará bom uso de você.
Provavelmente serei promovida depois dos presentes que separei para
eles. — Sorri andando em direção à porta. — Vamos! — Ela ordenou.
Mesmo sem querer, observei todos que passavam por nós, para
ver se eu encontraria a Sarah, mas não a encontrei.
— Tive muita sorte, você tem que ver o rapaz, ele é lindo, tenho
certeza de que a Pamela vai gostar.
Ela me perguntou.
— Dezoito.
Sorte! Eu queria sorrir, a última coisa que tive na vida foi sorte, a
imagem da minha mãe caída no chão veio novamente nos meus
pensamentos, engoli em seco, tentando controlar o meu coração que
martelava no peito.
— Pode deixa- la, comigo, vou dar um jeito de que ela pareça
apresentável para mais tarde.
Ela saiu nos deixando sozinha. Me controlei para não falar com
Sarah, ela me encarou. Observei-a, ela estava com um vestido preto,
colado no corpo, e estava mais magra e pálida do que o normal.
— O prazer é meu. — O nome dela era lindo, mas não falei em voz
alta.
— Não sabemos, mas houve rumores que ele tem uma sede
interminável e que acabou a matando.
— Calma! Vai dar tudo certo. — Sarah falou. Mas a verdade não
chegou em seus olhos.
— Quando ele te levar para o quarto, apenas faça o que ele quiser,
e por favor Vi... — Ela me encarou com os olhos cheios de lágrimas. —
Não responda, não questione, não faça nada, apenas o obedeça, por
favor…
Mesmo com o coração destruído, sorri para ela. Eu sabia que ela
estava tentando me manter viva. Mesmo estando na mesma situação
que eu, ela estava tentando me manter viva.
Ao olhar para o lado, posso ver o rapaz que veio comigo, ele se
aproxima, ficando ao meu lado. Não falamos nada. Minhas mãos
tremiam, eu me sentia como um pedaço de carne sendo leiloado para
quem desce o maior lance.
Andei até ficar atrás da cadeira dele, do outro lado da mesa estava
a princesa e logo atrás dela o rapaz. Passei os olhos pelas pessoas para
encontrar Sarah, mas nada, após uns minutos, a vi se aproximando com
o vampiro mais velho. Ele se sentou na ponta da mesa, e ela ficou atrás
dele.
Lógico que esse seria o meu último ato, porque depois, eles iriam
me matar com certeza. Isso se eu chegasse perto o suficiente para fazer
isso.
Engulo em seco.
— Parece que ele está com pressa para brincar com seu novo
brinquedinho.
Ouço vários vampiros sorrindo. Tentei ignorar o bile que subiu pela
minha garganta, eu queria vomitar bem ali naquele salão na frente de
todos, balancei a cabeça tentando me controlar. Eu precisava ser
inteligente, eu precisava de um plano o mais rápido possível. " Pelo
menos um mês. Pelo menos um mês. As palavras do rei se repetiam sem
parar.
Damon observava cada parte do meu rosto, mas o seu olhar foi em
direção ao meu pescoço, e ficou ali… observando. Sua mão começou a
colocar meu cabelo para trás dos meus ombros, o meu corpo estava todo
arrepiado com o toque frio da sua mão, ele segurou o meu ombro
fazendo com que os nossos corpos ficassem colados um no outro.
Eu sei o que vai acontecer agora. Minha mãe me disse como eles
se alimentavam, ele aproximaria a boca do meu pescoço e o morderia.
Mas eu não sentiria dor, mas sim uma espécie de prazer.
Acho que era algo na saliva deles que proporciona isso a suas
vítimas, nunca entendi. Mas agora eu vejo, talvez assim a pessoa não
fique com tanto medo. Porém, estou com medo, tanto medo, que o meu
coração está disparado.
Mas não sinto prazer. Sinto uma dor agonizante, dilacerando todo o
meu corpo. Gritei o mais alto que pude por socorro, mas ninguém veio.
— Quem é você!?
Mas não consegui responder, meu olhar foi em direção a sua boca,
que mostrava suas presas, meu coração acelerou. Mas mesmo assim,
tive coragem ao falar, porque no fundo, sabia que ele não ia repetir a
pergunta novamente.
—- Eu não sei o que você está querendo dizer com isso. O meu
nome é Vitória.
— Assim como? Eu não sei o que você está falando. O que tem de
errado com o meu sangue?
Eu não posso deixar que eles fiquem mais fortes do que já são, por
isso tenho que dar um jeito de fugir o mais depressa possível, e irei levar
a Sarah comigo.
Hipócrita!
Foi trazido mais comida, e tomei uns cinco remédios, para dor e
várias vitaminas, depois disso apaguei acordando só no dia seguinte.
Tenho que tentar fugir, dar um jeito de levar a Sarah comigo, tenho
medo de que mais alguém saiba desse maldito sangue que corre pelas
minhas veias, e ainda tem o desgraçado do vampiro que sabe de tudo.
Mas afinal por que eu? Porque logo eu, tinha que ter essa maldição?
Por um momento pensei em falar que não ia, mas afinal, de que
isso ia adiantar. Sou apenas algo para ser usado, mas isso era o que
eles pensam, darei um jeito de fugir daqui, isso eu garanto.
Vejo as meninas olhando para mim com pena, mas depois da cena
do vestido cheio de sangue que eu retornei dava para entender.
Ela me deixou em frente a porta, bati duas vezes, ele abriu e entrei.
O lugar continuava o mesmo. O seu cheiro estava por todo o lugar.
Entrei e fiquei esperando o que ele ia dizer. Mas por um tempo ele
ficou calado me observando. Minhas mãos suavam sem parar.
Não, não pode ser. Mas como? Minha mãe realmente era da
resistência? Se era, porque nunca me disse.
Minhas mãos tremem diante de tudo que ele está falando. Por um
momento eu queria gritar, arrancar o coração deste maldito, e de toda a
sua raça.
— Venha aqui!
Ele me encarou sem desviar o olhar. Eu não quero ir, não quero ser
apenas uma escrava de sangue. Mas o que eu posso fazer? Nada, por
enquanto nada.
— Está vendo como sou bom, tenho que te manter viva. Não posso
apenas me alimentar sem pensar.
Dou um grito.
Eu não sei o que falar. Não sei o que fazer. Quem eu sou? Por que
logo eu? Por quê?!
Damon sorri de novo, mas dessa vez, há algo mais sinistro em sua
expressão.
Ele sorriu.
— Isso é só uma prévia do que está por vir, Vitória. Eu tenho muitos
planos para você.
— Retire o vestido.
Eu sabia que ele estava certo, ele era muito mais poderoso do que eu.
Mas eu não podia aceitar isso, não podia deixar que ele me humilhasse
dessa forma. Então eu agarrei a primeira coisa que encontrei perto de
mim, um abajur ao lado da cama, eu não sei o que deu em mim, era
como se o ódio das suas palavras tivessem mostrado o pior de mim.
Mas ele era muito forte, muito rápido. Ele me jogou no chão e deu um
chute em minha barriga, fazendo com que todo o ar saísse dos meus
pulmões.
— Sabe Vitória, eu vou fazer uma coisa que eu nunca fiz antes,
mas vejo que será preciso, afinal, você está se mostrando um verdadeiro
perigo, você viverá aqui de agora em diante, preciso ficar de olho em
você.
Meu coração acelerou, eu não queria ficar neste quarto com ele
mais tempo do que era necessário, a Sarah, eu precisava ficar perto
dela, eu precisava ajudá-la.
— Eu não farei nada, e não direi nada a ninguém, eu juro, mas por
favor, me deixe ficar com as outras garotas.
— Eu sei que você não vai fazer nada de errado, sabe por quê?
Livros não eram uma coisa muito comum aqui, eu tive acesso a
eles apenas na escola, mas isso já fazia tanto tempo que parecia que foi
em outra vida, me lembrei da minha mãe , meu coração apertou ao me
lembrar dela. Balancei a cabeça, eu precisava me concentrar no que
estava acontecendo.
O encarei.
Apertei com tanta força os meus dentes uns nos outros que por um
momento pensei que eles fossem quebrar, me levantei e andei até está
do outro lado da cama, me sentando nela, cada gesto era como se
estivesse doendo cada parte do meu corpo.
— O que aconteceu?
— Nada de remédios?
Ele sorriu.
— O que você acha que fiz desde o momento que você desmaiou
jorrando sangue pela boca e nariz?
Ele me observou.
— Idiota!
Ela olhou para o rapaz que estava de pé, e viu que ele estava
olhando para mim, ela também olhou, diferente do que tínhamos
combinado, Sarah se levantou e me abraçou com força, todas as outras
meninas também me abraçaram, meus olhos se encheram de lágrimas.
— Vitória, eu pensei que tínhamos te perdido, perguntamos a eles
onde você estava, mas ninguém nos disse nada.
Me separei dela, vejo os seus olhos fundos, o brilho que tinha neles
se foram, e naquele momento me lembrei das palavras do Damon,
quando me disse o que o seu pai iria fazer comigo se descobrisse sobre
o meu sangue, e de suas palavras, quando me disse o que ele estava
fazendo com a minha amiga, engoli em seco tentando me controlar.
— Porque ele faria isso? Se eu não me engano ele nunca fez algo
do tipo.
Eu não estava mais conseguindo ficar calada, o ódio era tão forte
dentro do meu peito, que meu único pensamento era vê-los queimando,
todos eles.
Olhei para o rapaz de antes, ele tinha um olhar tão mortal, que por
um momento senti um arrepio passando pelo meu corpo.
— Vitória.
O encarei.
— Eu sei que não é a única coisa que eles podem fazer. – Afirmei.
— Você ainda não sabe, você ainda tem um certo brilho no olhar,
quando você perder esse brilho saberá o que eu estou dizendo.
— Sim, eles são, mas agora eu durmo todos os dias com um, é
mais fácil para eu fazer isso.
— Eu prometo.
— Fique bem.
Ela sorriu.
— Você também.
Antes de entrar, eu sinto alguém me observando, quando me virei,
vejo Derek me encarando atentamente, me virei novamente olhando para
a frente, o ignorando.
Capítulo 10
A encarei novamente.
— É só isso?
— Sim, Vitória, só tomar, bem... você não vai se sentir bem por uns
dias, mas é melhor do que ser atacada nos corredores não é mesmo?
Engoli em seco.
— A minha menstruação...
— Isso! Entendi.
Olhei para ele que continuava parado olhando para mim. Quase
que sorri da sua afirmação.
— No mês que vem você não precisa tomar, e só ficar quieta neste
quarto enquanto durar o seu ciclo.
Damon me encarava.
Levantei a cabeça, ao fazer isso, sinto uma forte dor, mas o encarei
mesmo assim.
Engoli em seco.
— Não!
Ele olhou para o livro nas minhas mãos e logo em seguida para o
meu rosto.
— Eu preciso me alimentar.
— Sabia que estou adorando o seu jeito impulsivo, faz com que eu
tenha mais vontade de te morder.
Debati tentando me soltar dos seus braços, mas foi tudo em vão,
Damon me virou, segurando minhas mãos atrás das minhas costas, ele
se aproximou cheirando o meu cabelo como se fosse um animal sedento.
Tentei novamente me soltar, mas isso só fez com que o seu corpo
ficasse colado ainda mais no meu.
— Para de se debater, isso só vai fazer você se machucar mais.
Sinto sua boca no meu pescoço, sua mão na minha cintura, seu
corpo estava colado no meu, eu queria sumir, eu não queria passar por
aquilo novamente.
Sua mão saiu da minha cintura, e foi para o meu pescoço, ele
acariciava o lugar devagar.
— Não era para ser assim, era para ser algo prazeroso para você,
acho que tem a ver com o seu sangue, era para ter somente prazer, nada
de dor.
— Por favor! — Minha voz era tão baixa, mas tão baixa.
Ele olhou para o meu rosto, vejo um brilho diferente no seu olhar,
lágrimas silenciosas desciam pelo meu rosto.
— Me desculpa.
Sua voz era baixa, quase um sussurro em meu ouvido. Senti sua
respiração quente contra minha pele, arrepiando-me dos pés à cabeça.
Ele riu suavemente, apertando ainda mais minhas mãos atrás das
costas.
Mas tudo acabou em apenas uns minutos, meu corpo estava tão
mole, Damon olhou para mim, eu vejo os seus lábios sujos de sangue, o
meu sangue! E tudo ficou escuro, e sucumbi à mais pura escuridão.
Capítulo 11
Ele sorriu.
— Eu sou um vampiro Vitória, sou isso que você está vendo, eu me
alimento de sangue para sobreviver, ou você acha que está em um conto
de fadas em que tudo vai mudar em um passe de mágica — Ele
continuou sorrindo ao se aproximar do meu rosto. Damon passou as
pontas dos seus dedos frios no meu pescoço. — Você acha que tudo vai
mudar só porque eu não quero te matar? — Ele sorriu novamente. —
Essa não é uma história de conto de fadas, essa é a história de como a
escuridão pode acabar com qualquer pessoa, não se iluda achando que
será diferente de uma história de terror.
Ele sorriu.
— Você só apareceu uma vez até agora, acha mesmo que não
estão achando estranho.
Foi a vez dele levantar uma sobrancelha olhando para mim. Abaixei
o olhar.
Levantei o olhar.
— Eu não tenho motivos para ter medo, você é minha, até acho
bonitinho você ter um bichinho como a sua amiga para brincar de vez em
quando.
— Vejo que você está com uma bela humana. — Ele segurou em
uma mecha do meu cabelo e a observou. — Não é todos os dias que se
vê uma delícia como essa.
Olhei para a sala procurando pela Sarah, mas não estava achando,
vejo quatro das meninas, mas nada dela, olhei para a porta atrás de mim
e nada, apertei os meus dentes com força ao sentir a mão do Damon
apertando o meu braço, me fazendo olhar para ele.
— Se divertindo irmãzinha?
Damon apertou com força a minha cintura, mas o seu aperto ainda
me fez permanecer no lugar, olhei para a sua irmã que continuava a me
encarar.
Os meus ouvidos estão zunindo, ouço uma voz do meu lado, mas
não consigo entender, a Sarah está machucada, eu precisava saber se
ela estava bem, mas como? Como descobrir isso.
— Eu estou bem.
Engoli em seco.
— Você não pode me morder, eles saberão que tem algo de errado
comigo.
Ele sorriu.
— Por favor!
— Vamos!
Ouço risadas, até que o velho nojento que me encarou logo depois
que entrei, se levantou segurando a mão de uma garota de cabelos
pretos. Ele voltou para a mesa e a fez sentar no seu colo, vejo a mão da
garota tremendo, mas com um pequeno sorriso de nervoso nos lábios.
Uma moça que provavelmente tinha uns dezoito anos, assim como
eu, estava de joelhos em frente a cadeira de um vampiro, fazendo...
Fechei os olhos novamente, não conseguindo nem pensar no que ela
estava fazendo, o vampiro apenas estava com a cabeça jogada para
trás, delirando em seu prazer doentio.
Ele se levantou, me levando com ele, olhei para baixo até estarmos
no corredor, ainda dava para ouvir o som alto do salão, respirei com mais
calma sabendo que não estava mais naquele lugar, mas com o coração
doendo em saber que aquelas garotas ainda permaneciam lá.
Damon segurava a minha cintura com força, passamos pelos
corredores até chegarmos ao seu quarto, eu nunca me senti tão bem
quanto agora, ao entrar no seu quarto.
— Só porque você já viu tanta crueldade, não quer dizer que aquilo
que está acontecendo naquele salão seja normal, Damon.
— Vá dormir.
Ouço um barulho do meu lado e me virei para ver o que era, vejo o
Damon se deitando, sua pele brilhava, a luz que vinha do abajur, ele me
encarou por um momento.
— Vá dormir.
Tentei empurrá-lo de cima de mim, mas isso não fez ele se mover
um centímetro sequer.
Eu gritei.
— Sair agora.
Ele sorriu.
— Você é virgem?
O meu coração martelava no peito, eu não conseguia responder,
minhas pernas tremeram quando ele pressionou a sua coxa novamente.
— Sim, eu sou.
Fiquei parada sem mover um músculo sequer, até ouvir a sua voz
novamente.
— Vou fingir que a minha calça não está molhada, bem no lugar em
que pressionei a sua boceta. — Eu fiquei calada, incapaz de responder.
— Durma bem, Vitória.
O meu nome foi arrastado em sua língua, fechei os olhos com força
tentando não pensar na pressão que estava abaixo da minha barriga.
Capítulo 14
Fiquei por mais tempo do que devia com aquele pedaço de papel
nas mãos, minhas mãos tremiam só de lembrar de ontem a noite, sinto
minhas bochechas ficarem ardendo no mesmo momento, fechei os olhos
balançando a cabeça tentando espantar os meus pensamentos.
— O que aconteceu?
— Eu não sei o que aconteceu, só sei que ela irritou o rei, ela está
na enfermaria.
A minha voz sai baixa, com medo que alguém pudesse ouvir.
Ele sorriu.
— Vamos dizer que vou ter ajuda. Não vamos só sair deste castelo,
mas também da cidade. — Ele afirmou.
Ele me observou.
— Um amigo.
— Não vamos durar muito tempo, sua amiga com o rei psicopata,
eu com a princesa narcisista, e você com aquele príncipe que te olha
como um pedaço de carne. — Ele afirmou, me encarando de cima a
baixo, engoli em seco antes de responder.
Saí e vesti minha roupa, olhei para a mesa e vejo uma bandeja com
o meu café da manhã, me sentei tomando ele, peguei os remédios e os
tomei, a nossa vida era uma roda sem fim, comer, tomar os remédios
todos os dias, e servimos de alimentos para os vampiros.
— Ela está no dormitório, mas não deixaram que ela saísse. Ela só
vai poder vir amanhã.
Abaixei a cabeça.
— Obrigada!
— Daqui há uma semana, vai ter uma festa com vários membros
do conselho, o castelo vai estar uma bagunça, esse será o melhor
momento, tanto o rei, como o príncipe e a princesa, terão que
recepcioná-los, ficaremos o dia todo sem nos preocupar com eles, esse
será o melhor momento.
— E depois?
— Tem uma pessoa que vai nos ajudar a sair do castelo, depois
disso, temos uma hora no máximo para sair pela muralha, por sorte
conheço um caminho que passa por dentro dela, um local que os
contrabandistas conseguem sair e entrar com tranquilidade.
Me levantei o acompanhando.
— Como a princesa é?
A sua voz era baixa, mas dava para sentir o ódio em cada palavra,
apertei a minha mão em punho, me lembrando das palavras do Damon. "
Não era para ser assim, você não precisava sentir dor quando eu te
mordesse. " Se não fosse por isso, eu acho que não deveria reclamar,
olhando para o Derek, a Sofia e as outras garotas, eu não sofri nem a
metade do que elas eram obrigadas a sofrer, eu pertencia ao Damon, ele
é um demônio psicopata, mas em comparação ao que os outros sofriam,
eu realmente poderia chamá-lo de demônio?
O seu rosto ficou pálido, os olhos sem foco, era como se ele
estivesse se lembrando de algo terrível, engoli em seco ao me lembrar as
suas palavras, quando ele disse que a princesa era psicopata e sádica,
as minhas mãos tremeram, com a certeza em sua voz; eu sabia que essa
era a nossa última chance, precisávamos fugir daqui.
Hoje era sexta-feira, nos últimos quatro dias eu vim todos eles para
me encontrar com a minha amiga, mas ela não apareceu, meu coração já
estava em pedaços, imaginando o que poderia ter acontecido, saí pela
porta grande de madeira, tinha nevado a noite, vejo vários montes de
neve espalhados pelo jardim, as árvores tinham seus topos cobertos pela
neve, só de respirar eu sentia o frio queimado a minha garganta.
Mas, mesmo assim, as garotas estavam todas aqui fora, acho que
elas pensavam como eu, estava frio aqui, mas pelo menos tínhamos uma
pequena ilusão de liberdade ao saímos pelo menos por uma hora, todas
estavam bem agasalhadas, eu estava com uma calça térmica, blusa de
lã, um grosso casaco, e luvas nas mãos, hoje de manhã quando acordei
estranhei ao vê-los na poltrona.
— Eu estou bem.
— Eu não quero falar sobre isso agora Vi, eu estou bem, é tudo
que importa.
Então eu contei todo o nosso plano para ela, Sarah ouviu calada
tudo que falei, prestando atenção em cada palavra, quando eu terminei
vejo o seu rosto branco.
— Então temos só mais três dias? — Balancei a cabeça
concordando.
— Até segunda.
— Te vejo segunda.
Repassei esse plano tantas vezes pela minha cabeça, que estava
com o livro aberto, mas não conseguia prestar atenção em nada, quando
a noite caiu, levei um susto ao ouvir a porta se abrindo, me levantei no
mesmo momento com o livro rente ao meu corpo, vejo o Damon entrando
com suas roupas pretas, engoli em seco ao vê-lo me encarando de cima
a baixo, sinto os pelos do meu corpo se arrepiando no mesmo momento.
— Ótimo!
Ele soltou o meu rosto e foi direto para o banheiro, ficando lá por
um bom tempo, me sentei no sofá e comecei a fingir que estava lendo o
livro, fiquei quietinha, quem sabe ele só veio para tomar banho e logo
sairia novamente, o meu pé estava balançando em um ritmo estranho de
tão nervosa que eu estava.
Ouço a porta do banheiro se abrindo, sinto um cheiro suave no
vapor que saiu do cômodo, Damon sai somente com uma toalha
enrolada na cintura, minha garganta ficou incrivelmente seca por um
momento, baixei o olhar, observando o livro.
Não falei nada, apenas peguei a taça das suas mãos, experimentei,
e mesmo não gostando, resolvi beber, talvez isso acalmasse meu
coração que estava batendo forte no meu peito só de estar sentada
assim.
Sinto a ponta dos seus dentes sendo passada devagar pela pele do
meu pescoço sensível.
— Na próxima vez que eu tiver que ficar uma semana ou mais fora,
irei te levar comigo.
Fiquei calada, não terá uma próxima vez, não terá uma próxima
vez. Fiquei repetindo várias e várias vezes.
Fiquei calada.
O meu dedo estava rente ao seu rosto, ele me encarou e logo deu
um sorriso.
Abri a boca para tentar falar para ele me soltar, mas Damon
aproveitou para intensificar o beijo.
Eu nunca havia sido beijada, por que tinha que ser logo com ele?
Melhor ainda, por que o meu coração estava tão acelerado?
— Me solta.
Ele segurou com mais firmeza a minha cintura, seu corpo estava
tão colado no meu que eu sentia o seu peito esmagando o meu.
— Só me solte.
Ele retirou a sua perna do meio das minhas, mas do que depressa
eu as fechei, com medo dele, e de mim mesma, não queria admitir o
motivo, e ainda sentia seu aperto na minha cintura.
Eu não fazia ideia de que horas eram, o meu corpo doía, mas era
bem menos, abri os olhos e o quarto estava escuro, ou seja, eu tinha
ficado o dia todo dormindo, vejo Damon sentado, ele me encarava.
Vai dar tudo certo, vai dar tudo certo, repetia isso até que eu pude
ver a porta que dava para o jardim, vejo o guarda, quando ele me viu me
observou atentamente, meu coração vai explodir de tanta adrenalina que
estava correndo pelo meu corpo.
Olhei para cima e vejo o teto alto com um lustre enorme de cristal,
andamos mais um pouco até estarmos bem na frente, vejo a irmã do
Damon de um lado, quando ela o vê, apenas ignora e olha para a sua
frente, vejo um trono preto, grande e imponente logo a frente, onde o rei
estava sentado, olhando para cada um de nós como se pudesse ver a
alma de cada um, logo a esquerda vejo as meninas todas com casacos
grossos, ou seja, não era somente eu que fui tirada do jardim, sinto o
aperto do Damon no meu braço, olhei para ele.
A minha visão não ficou em branco dessa vez, eu pude ouvir e ver
tudo que acontecia à minha volta, pude ouvir os sons de espanto quando
todos os vampiros e humanos me viram flutuando em direção ao rei, vejo
guardas se aproximando, tentando me impedir de conseguir o que eu
queria, mas com apenas um aceno da minha mão eles foram jogados na
parede atrás do trono.
Eu joguei as minhas mãos para cima com toda a raiva que tinha no
meu coração, um poder tão forte que fez tudo que estava acima de mim
sumir em um barulho incrivelmente alto, ouço gritos e correria quando os
raios do sol atingiram todos que estavam na sala do trono, eu sorri, na
verdade eu gargalhei ao ver o rei gritando, e logo em seguida morrendo
queimado bem diante dos meus olhos, até que só tinha uma pilha de pó
a frente do trono.
Eu podia ouvi-lo…