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1ª Edição

2023

Copyright © 2023 Amanda Pereira

Revisão: Paula Domingues

Diagramação: Paula Domingues

Imagens: Freepik

Esta é uma obra ficcional.

Qualquer semelhança entre nomes, locais ou fatos da vida real é


mera coincidência.

Todos os direitos são reservados. Nenhuma parte deste livro pode


ser utilizada ou reproduzida em quaisquer meios existentes sem a
autorização por escrito da autora.

A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº


9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Dark Fantasia / Dark Romance / Monster Romance

O final chegou…

Vitória passou por muita coisa até chegar aqui, a morte da sua mãe, a
morte da sua melhor amiga.

Descobriu que tinha um poder que poderia mudar o mundo dos vampiros e
humanos, para sempre.

Ela enfrentou tudo que foi colocado na sua frente, mas agora, estava
chegando ao fim.

Vitória enfrentará os seus piores inimigos, aprenderá a controlar os poderes


que ela tanto negava para si mesma.

Escolhas terão de ser feitas, amizades retornarão, e a pessoa que ela tanto
odiava, se tornará alguém essencial para a guerra que estava chegando.

Vitória finalmente poderá ser feliz. Ela vai aceitar o que o seu coração
tanto anseia?

Ela finalmente será a protagonista da sua história.


Vitória perceberá em um mundo de dor e sofrimento, a escuridão será a sua
melhor amiga.
Esta história contém gatilhos!

Sequestro, tortura, violência sexual, violência física, violência psicológica,


abuso. Se você não se sentir à vontade com qualquer um desses gatilhos, eu
aconselho a não ler esse livro.
Sinopse
Aviso
Sumário
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Epílogo
Agradecimentos
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Redes Sociais
Capítulo 01
Vitória

Eu sentia um calor fora do normal, abri os olhos devagar, tentei levantar o


meu braço, mas não consegui.

Minha respiração se intensificou no momento que percebi o motivo de não


conseguir mover o meu corpo.

Vejo um braço abaixo da minha cabeça, sentia um calor consumindo todo o


meu corpo, Damon estava com o outro braço na minha cintura, sua mão
repousando delicadamente na minha barriga, sua pele diretamente em contato
com a minha, percebi que a camisa que eu estava usando havia subido durante a
noite, engoli em seco ao perceber a sua perna esquerda em cima do meu corpo.

Eu não estava conseguindo respirar normalmente, seu corpo grande e forte


me segurava firmemente, ao tentar mover meu corpo, o ouço resmungando algo
que não faço ideia do que seria, ele me abraçava quase fundinho seu corpo ao
meu, meu coração martelava no peito, muito ciente do quanto estávamos
próximos, eu queria ir ao banheiro, eu realmente queria fazer xixi, mas cada vez
que me movia ele se aproximava mais.
Abri minha boca em surpresa, no momento que percebi algo incrivelmente
duro e grande muito próximo da minha bunda, o meu rosto em chamas, estava
vermelha de vergonha e confusão.

Eu tentei me soltar dos braços do Damon sem acordá-lo, mas meu esforço
é em vão. Ele aperta seu abraço e murmura algo incoerente, fazendo minha mente
entrar em pânico.

O que diabos está acontecendo?

Desesperada, tento pensar em uma maneira de escapar daquilo sem acordá-


lo. Talvez se eu me mexer com cautela, ele não acorde e eu consiga sair
disfarçadamente.

Respiro fundo e lentamente começo a me mover.

A cada movimento, sinto o membro rígido de Damon roçando ainda mais


perto de mim, o que só piora minha ansiedade.

Segurei no seu braço devagar, neste momento ouço a sua voz próxima do
meu ouvido.

— Você pode esperar só um segundo? — Tentei não me mover um


milímetro sequer, minha respiração se intensificando, sinto a sua respiração
quente no meu pescoço, o que não ajudava em nada para que os batimentos do
meu coração se normalizassem.

E sem perceber, acabei me mexendo. O ouço praguejando como se


estivesse sentindo dor, pelo menos era o que parecia.

— Merda! — Ele murmurou, soltando-me imediatamente. Damon se


afastou, deixando um espaço entre nós, e eu finalmente pude respirar aliviada.
Damon parecia estar acordando aos poucos, tentando entender o que havia
acontecido. Sua expressão de confusão e desconforto me fez perceber que ele não
tinha consciência do que estava ocorrendo enquanto dormíamos.

Eu me sentei na cama, ainda constrangida, e fui diretamente para o


banheiro, coloquei a minha mão no peito sentindo meu coração martelando, me
observei no reflexo do espelho e vejo o meu rosto vermelho. Respirei fundo
tentando me controlar. Terminei de usar o banheiro e sai, encontrei Damon
sentado na beira da cama, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Damon
soltou um suspiro pesado.

— Me desculpe, eu realmente não tinha ideia de que estava te


incomodando dessa forma.

Era como se ele estivesse tentando se lembrar, em que momento me


abraçou daquele jeito durante a noite.

— Tudo bem. — Minha voz saiu baixa, Damon se levantou e logo em


seguida me encarou.

— Preparada para o seu primeiro dia sendo treinada por mim? Você sabe
que não vou pegar leve com você, a treinarei sem me importar que você é uma
mulher.

Eu não estava preparada, porque a única coisa que eu conseguia pensar, era
nos seus braços em volta do meu corpo, me sentia tão confusa, porque quando ele
se afastou, lá no fundo, eu queria pedir para que ele voltasse a me abraçar? O
meu rosto começou a ficar quente.

O encarei, ele ainda me observando esperando uma resposta.

— Estou sim. — A mentira saiu tão fácil, a verdade era que eu estava
apavorada por ter que ser treinada por ele, e não era medo de me machucar. Era o
pânico de não poder me controlar, se ele tocasse o meu corpo daquele jeito
novamente.

Resumindo, eu estava ferrada!


Capítulo 02
Vitória

Damon me levou até um espaço que ele usava para treinar, observei o
local, se parecia com o que eu treinava na resistência, só por me lembrar disso, a
imagem do Derek veio na minha memória, respirei fundo, eu precisava focar em
mim, não devia pensar nele, mas, ao olhar o Damon na minha frente, com uma
roupa toda preta, a sua marca registrada, deixei minha mente divagar.

Ele não tinha outra cor não? — Me questionei.

Foca Vitória... balancei a cabeça, apenas fique focada no que você tem que
fazer; 1 treinar; 2 ficar mais forte; 3 controlar os seus poderes; 4 matar
especificamente, dois vampiros. Engolindo em seco, encarei o Damon, com seus
cabelos bagunçados me observando. E... 5; não pensar no que eu senti nessa
manhã, quando ele me abraçou.

— Vou repetir o que eu te disse hoje de manhã. — Observei ele se


aproximando. — Você tem poderes suficientes para matar um vampiro apenas
com um pensamento. — Os seus olhos estavam escuros, não tinha nenhum
resquício de sorriso nos seus lábios, um arrepio passou por todo o meu corpo. —
Então, não vou pegar leve com você, provavelmente você se machucará durante o
treinamento, isso vai ser inevitável, então se concentre para não acabar morrendo,
está me entendendo?

Ok, entendi, mas, mesmo assim, estava morrendo de medo da sua


expressão ao olhar para mim, eu precisava me controlar, precisava tentar o meu
máximo, tentei tanto que esses poderes não aparecessem, que agora estou aqui,
torcendo para não morrer.

— Eu entendi.

— Você já deve ter percebido que os seus poderes se manifestam quando


está desesperada, com medo, e principalmente com ódio. Mas se você ficar
esperando que isso seja a chave para você usá-los, aí acabará sendo pega, ou
pior... morrendo mesmo.

Me lembrei de todas as vezes que eles se manifestaram, na morte da minha


mãe, no quarto com ele, ao ver minha amiga sendo morta, quando pensei que
tinham nos capturado na resistência, e por último, quando levei aqueles tiros logo
após descobrir sobre a traição do Derek.

Sim, apenas se resumia em desespero e medo.

— Cada vez que eles se manifestaram, você estava em situações


específicas, mas terá que aprender a controlá-los, para que possa usá-los no
momento que quiser, quando quiser. Já tentou mover algo mais leve? — Damon
perguntou.

— Já, mas não consegui. — Suspirei.

— Pelo que me lembro, você tem um poder, mas voltado para telecinesia.
Isso mesmo, a telecinesia é uma das habilidades que você possui. Você pode ser
capaz de mover objetos com a força do pensamento. Mas, assim como com os
outros poderes, é preciso treinar para desenvolver esse controle.
Ele caminhou até uma pequena mesa próxima a nós. Sobre ela, havia um
pequeno objeto, um copo vazio. Ele me observou atentamente.

— Quero que tente mover esse copo usando a telecinesia. Concentre-se no


objeto, imagine-o flutuando no ar. Tente direcionar sua energia para ele.

Foquei minha atenção no copo, tentando canalizar a energia que sentia


dentro de mim. Minha mente estava concentrada, meus olhos fixos no objeto.

Visualizei-o levitando, um pequeno movimento no ar. Tentei direcionar


meus pensamentos e minha energia para o copo.

Para minha surpresa, o copo começou a mexer. Primeiro, apenas um


pequeno tremor, mas aos poucos foi se erguendo no ar. Sorri, impressionada com
meu progresso.

— Muito bem! — Ele exclamou, demonstrando uma satisfação genuína.


— Agora, tente mover o copo para o lado oposto da mesa. Mantenha o controle e
a concentração.

Segui suas instruções, mantendo meu foco no copo em movimento. Com


cuidado, direcionei a energia e o copo deslizou através do ar, movendo-se pela
mesa. Fiquei fascinada com minha própria capacidade, sentindo uma sensação de
realização se espalhar dentro de mim.

Continuei a treinar meus poderes. A telecinesia se tornou uma habilidade


cada vez mais familiar, e eu aprendi a controlá-la com maior precisão. Aos
poucos, fui capaz de mover objetos maiores e até mesmo manipular seu
movimento de forma mais complexa.

Embora ainda estivesse longe de dominar completamente meus poderes,


estava satisfeita com o progresso que havia feito.
Damon estava certo, eu precisava ter controle sobre os meus poderes, para
que eles não me controlassem.

— Você está melhorando. — Ouço a voz do Damon do meu lado, suor se


formava no meu corpo, já estávamos naquela sala a umas seis horas, a minha
cabeça já estava doendo, mesmo assim eu continuei. Essa era a segunda semana
de treinamento, todos os dias ficávamos horas naquele lugar — Precisa aprender
a canalizá-los para as suas mãos.

— Então, a primeira coisa que você precisa aprender é como controlar seus
poderes conscientemente. Isso significa ter controle sobre quando e como utilizá-
los, em vez de apenas deixar que se manifestem em momentos de desespero. —
Ele pausou por um momento, me observando atentamente. — Como está se
sentindo agora? Medo? Raiva? Concentre-se nesses sentimentos e tente canalizá-
los para dentro de você.

Segui suas instruções, fechando os olhos e respirando fundo.

Eu já conseguia mover objetos sem estar com medo ou raiva, mas não
conseguia usar aquela força capaz de destruir as coisas, tentei focar no medo e na
raiva que sentia, tentando controlá-los e fazer com que se tornassem uma energia
interna.

Aos poucos, senti algo mudando dentro de mim, como se uma força
poderosa estivesse despertando. O meu corpo tremeu, uma sensação que conhecia
muito bem.

— Perfeito!. — Ele me encarou satisfeito. — Agora, tente direcionar essa


energia para as suas mãos. Imagine-a percorrendo seus braços e se concentrando
em suas palmas. Quando estiver pronta, abra os olhos e libere essa energia em
minha direção.

O encarei, e se eu o machucasse?
Damon sorriu ao perceber onde os meus pensamentos estavam me levando.

— Você tem que parar de pensar que pode machucar alguém, onde está a
garota que vivia falando que iria me matar? — O encarei. — E vamos combinar,
Vitória, você não conseguiria me machucar mesmo se quisesse. — Fechei os
olhos de ódio.

Filho de uma…

Respirei fundo e abri os olhos lentamente, sentindo o formigamento


percorrer meus braços. Concentrei-me em minhas mãos e visualizei a energia
fluindo por elas.

Com um movimento brusco, estendi as mãos na direção do infeliz do meu


treinador, e liberei a energia com toda a minha força.

Um poder impressionante saiu das minhas mãos, atingindo-o em cheio.

Ele foi jogado para trás com a força do impacto, batendo na parede, o
barulho foi alto, só não foi mais alto do que o som dos batimentos do meu
coração, a parede tinha um buraco, o meu peito subia e descia rapidamente,
Damon se levantou, a sua roupa toda suja, ele batia a mão na roupa tentando
retirar os pequenos pedaços de pedra presos nela, ele andou em minha direção,
visivelmente impressionado.

— Muito bom. Agora, tente controlar a intensidade dessa energia. Você


precisa ser capaz de dosar a força do impacto, dependendo da situação. Tente
novamente.

Ao tentar novamente, mas dessa vez tentando controlar, porque se


continuasse daquele jeito não teria mais esse lugar para treinar, ele desviou com
uma facilidade invejável, as minhas mãos tremiam, a minha garganta estava seca.
Damon se aproximou dando um soco no meu estômago, cai no chão a
procura de ar. Merda! Ao levantar a cabeça o vejo me encarando como se
estivesse com tédio.

— Se levanta não terminando ainda.

Tentei me levantar, mesmo com as pernas tremendo. A dor no estômago


ainda me incomodava, mas eu não podia desistir agora. Se queria aprender a
controlar meus poderes, precisava suportar os treinamentos intensos de Damon.

— Estou esperando — Sua voz era fria e impaciente.

Respirei fundo, tentando reunir o pouco de energia que restava em mim.


Levantei-me lentamente, apoiando-me em uma perna para não cair novamente.

Damon me observou por um momento, avaliando se eu estava realmente


pronta para continuar. O silêncio pairava no ar, apenas os nossos batimentos
cardíacos quebravam o vazio.

— Agora, quero que tente canalizar seu poder para criar um escudo, uma
barreira de proteção ao seu redor. Você precisa ser capaz de se defender, de se
proteger dos ataques físicos, eu não vou parar de atacá-la. Concentre-se!

Com minha mente ainda turva pela dor, tentei me concentrar na criação do
escudo. Busquei a energia que fluía dentro de mim e a direcionei em volta do
meu corpo. Imaginava uma barreira de luz se formando, como se criasse um
casulo de proteção.

Por um breve momento, senti algo ao meu redor, um fraco brilho no ar.
Mas logo desmoronou, minha concentração falhou e o escudo desapareceu.

Damon suspirou de frustração. Ele parecia impaciente.


— Vamos, mais uma vez! Concentre-se, sinta a energia, torne-a parte de
você. Acredite que pode fazer isso! Me lembro muito bem de como nada passava
por você naquele momento na sala do trono, eu quero ver aquele poder.

Decidi ignorar a dor, a exaustão e os pensamentos de dúvida. Fechei meus


olhos e respirei profundamente, buscando forças em meu interior.

Deixei que a energia fluísse livremente dentro de mim, permitindo que se


manifestasse em torno do meu corpo como uma proteção impenetrável.

Dessa vez, senti a energia se solidificando ao meu redor. Era como se


estivesse envolta em um escudo invisível, uma sensação de segurança e proteção.
Abri os olhos e vi Damon olhando para mim, seus olhos demonstrando surpresa.

— Muito bem! — Ele exclamou. — Agora, mantenha o escudo por mais


tempo, aumente sua resistência. Não deixe que nada o atravesse.

Assenti, determinada a fazer o meu melhor.

Consegui manter o escudo ao meu redor por um tempo maior, testando sua
resistência e minha própria concentração.

Damon se aproximou, pronto para me dar mais um soco, no primeiro golpe


ele não conseguiu chegar ao meu corpo, meu coração martelava no peito, minha
cabeça estava latejando, senti o escudo se desfazendo, merda! Não consegui
reerguer a tempo, era tarde demais, sinto o impacto no meu rosto, caí com tudo, o
meu corpo caiu no chão, meu ombro reclamou de dor, minha cabeça latejando,
me sentei no chão, ao olhar para baixo, vejo gotas de sangue nas minhas pernas,
levantei a minha mão colocando no nariz que sangrava sem parar.

Tentei respirar fundo, mas só de fazer isso doía como nunca, os meus olhos
arderam, ele tinha quebrado o meu nariz! Aquele infeliz!
Damon se aproximou, ao tentar me levantar, as minhas pernas falharam e
me sentei novamente, minha mão estava toda suja pelo sangue que ainda saia.
Damon balançou a cabeça ao ficar de joelhos na minha frente.

— Patético! Você precisa se concentrar mais. — Ele colocou a mão no


meu rosto, um calor envolvendo toda a minha fase.

O sangramento tinha parado, eu conseguia respirar de novo, os seus olhos


ainda estavam em mim.

Encarei Damon com a raiva pulsando em minhas veias, ele se levantou, e


mesmo sentido as minhas pernas fracas, também me levantei.

— O treinamento acabou por hoje.

Os treinamentos com Damon seriam difíceis, dolorosos e intensos, mas eu


sabia que valeria a pena. Afinal, eu tinha poderes além da compreensão e agora
estava começando a aprender a controlá-los.

Mas a vontade de tirar aquele sorriso de ironia do seu rosto, dominava cada
parte de mim.
Capítulo 03
Vitória

Após tomar um banho, me sentei no sofá, meu corpo estava todo dorido,
meu estômago fechando de dor. Damon curou só o meu rosto, não curou o meu
estômago, eu não ia pedir que ele fizesse isso, afinal, ele sabia que tinha acertado
no treinamento.

Ou seja, ele não queria me curar completamente, miserável!

Já era umas oito da noite, quando ele apareceu no quarto, eu ainda estava
no sofá, na verdade, não estava conseguindo me mover normalmente, cada vez
que eu tentava sentia a dor no estômago voltando, ele se aproximou ficando na
minha frente.

— Vem jantar comigo? — Levantei a cabeça o encarando.

— Eu prefiro jantar aqui mesmo, no quarto, não estou me sentindo muito


bem.

Não ia falar o motivo, porque provavelmente ele já sabia.


— Mandarei trazer o seu jantar então.

Ele se virou e saiu, depois de uns vinte minutos trouxeram o meu jantar,
quando estava sozinha, me levantei sentindo as pontadas de dor, com cuidado me
sentei na cadeira, olhei para a comida, estava com fome, mas sabia que não
conseguir comer muito.

Forcei e consegui comer um pouco, eu estava cansada, meu corpo estava


todo dolorido, de todos os dias de treinamento este foi o pior. Me levantei e fui
andando com cuidado até conseguir chegar até a cama, me deitei resmungando de
dor, na verdade eu sabia que os dias a seguir de treinamento seriam piores.
Precisava aprender a me controlar para não passar novamente por isso.

Eu me mexia devagar tentando achar uma posição confortável, mas cada


vez que fazia isso, eu gemia baixinho de dor, estava difícil. Ouço o colchão se
mexendo do meu lado, sei que é o Damon.

Ouço o seu suspiro do meu lado. Abri os olhos e o vejo me encarando,


engoli em seco.

— Se deita de barriga para cima.

Sabia o que ele iria fazer.

— Não precisa. — A minha voz era baixa, Damon levantou uma


sobrancelha olhando para mim.

— Não precisa? — Ele perguntou. — Você está gemendo a cada


movimento que faz. Não me leve a mal, mas não gosto desse som de gemido em
específico. — O meu rosto ficou vermelho, ao perceber qual gemido ele estava se
referindo. — Não consigo dormir com você mexendo a cada segundo.

Com o coração acelerado me deitei de barriga para cima, Damon se


aproximou colocando a sua mão em cima da minha barriga, mesmo estando com
uma blusa, agora percebi que ela era fina demais, o meu coração acelerou quando
eu senti o seu toque no meu corpo, o calor das suas mãos em mim.

Eu me senti desconfortável com a proximidade de Damon, era uma mistura


de sensação dentro do meu peito.

Fechando os olhos, tentei me distrair das sensações perturbadoras.


Concentrei-me na respiração, tentando relaxar os músculos tensos. Mas a
presença de Damon ao meu lado era sufocante, fazendo com que minha mente
não conseguisse se acalmar.

Estava sentindo um calor fora do normal.

Damon permaneceu em silêncio, sua mão ainda repousando em minha


barriga. Eu pude sentir seu olhar fixo em mim, como se estivesse me estudando.
Era uma sensação invasiva, me fazendo sentir vulnerável e exposta, com seu
olhar fixo em mim.

Enquanto tentava me concentrar em outra coisa, senti um movimento


repentino de Damon. Ele deslizou sua mão pela minha barriga, em direção ao
meu rosto. Meu coração acelerou ainda mais e meus músculos se contraíram,
incapazes de relaxar.

— O que você está fazendo... — minha voz saiu quase como um sussurro,
cheia de incertezas.

Ele pareceu ignorar a minha pergunta, continuando a explorar meu rosto


com suas mãos. Cada toque era uma sensação diferente, e meu coração martelava
no peito.

A sensação de incerteza cresceu dentro de mim, misturada com algo que eu


não podia expressar em palavras. Eu me sentia atraída por ele, como se estivesse
sendo puxada em sua direção.
Mas não havia nada que eu pudesse fazer. Eu estava presa no seu olhar,
não apenas fisicamente, mas emocionalmente.

Então só me restava fechar os olhos, eu tentei controlar os batimentos do


meu coração, ao sentir a ponta dos seus dedos passando pelo contorno dos meus
lábios.

Eu não conseguia negar a reação que meu corpo tinha aos toques de
Damon. Era uma mistura de medo, excitação e curiosidade. Aquela atração
proibida me deixava confusa, lutando contra meus próprios sentimentos.

Tentei afastar os pensamentos indesejados, concentrando-me em meus


limites e no que era certo para mim. Eu não queria ceder ao poder que Damon
tinha sobre o meu corpo, não queria me render ao que estava sentindo.

Com um esforço tremendo, abri os olhos e afastei sua mão de meu rosto.
Encarei-o com determinação, minha voz saindo um pouco trêmula.

— A dor já passou.

Ele me olhou, e logo depois balançou a cabeça, como se estivesse em


transe tentando se controlar, mas algo em seus olhos também mostrava uma
espécie de inquietação.

Damon se afastou lentamente, sua expressão mudou de fria para pensativa.


Por um momento, houve um silêncio tenso entre nós, até ele finalmente falar.

— É melhor você ir dormir, amanhã teremos mais treinamentos.

Me deitei olhando para o outro lado, o meu coração martelava no peito, e


sem perceber, coloquei minha mão em meus lábios, sentindo-os formigar, ainda
devido ao seu toque.
Um misto de emoções e pensamentos inundaram minha mente enquanto
tentava encontrar um pouco de sono. O toque de Damon ainda ecoava em minha
pele, despertando sensações contraditórias em mim.

Mais do que tudo, sentia confusão e incerteza.

A atração que sentia por Damon era inegável, mas sabia que não podia
ceder a ela. Era um jogo perigoso, era algo que eu não queria continuar
alimentando.

Fechei os olhos e respirei fundo, tentando acalmar minha mente.

Lentamente, meus pensamentos se acalmaram, e finalmente consegui


adormecer.
Capítulo 04
Vitória

Continuei praticando, tentando controlar o poder que parecia surgir


naturalmente dentro de mim. Ao longo do treinamento, fui percebendo que,
embora o medo e a raiva fossem catalisadores poderosos, eu também era capaz de
utilizar meus poderes através da concentração e da calma.

À medida que os dias passavam e os treinamentos continuavam, fui


desenvolvendo cada vez mais controle sobre meus poderes. A expressão séria de
Damon pouco a pouco foi mudando, fiquei completamente sem jeito ao perceber
um certo orgulho no seu rosto, era a primeira vez que ele olhava assim para mim.

Não vou dizer que o medo desapareceu completamente, afinal, ainda


estava lidando com forças perigosas e desconhecidas. No entanto, agora tinha a
confiança de que, se necessário, seria capaz de proteger a mim mesma.

— Vamos novamente! — Damon falou antes de vir para cima de mim, em


uma explosão de força, ele estava muito mais rápido, quase não estava
conseguindo acompanhar seus movimentos, o meu corpo doía, meu coração
martelava no peito. Mas... mesmo assim, tentei me manter no controle dos meus
poderes, minha respiração falhou, no momento que ele me derrubou no chão, não
consegui manter o escudo em volta de mim, o meu corpo estava suado.

— De novo! — Sua voz soou com um tom rígido em minha direção.

Minhas pernas falharam ao tentar me levantar, mas tentei novamente,


finalmente conseguindo, olhei para frente e o vejo me encarando, minhas mãos
tremiam, mas consegui que o meu poder fosse para as minhas mãos, e no
momento que ele veio novamente tentando me acertar, eu ataquei, as palmas das
minhas mãos encontraram o seu corpo em um movimento rápido.

Damon foi lançado a metros de distância de mim, o meu corpo estava


desistindo, caí de joelhos, não mais suportando.

Damon se levantou sem nenhum arranhão no corpo, suspirei frustrada.


Mas que inferno! O corpo dele é de quê?

Ele se aproximou tranquilamente como se nada tivesse acontecido, o meu


coração quase saindo pela boca de tão cansada que estava.

— De novo!

Me sentei no chão à procura de mais ar para os meus pulmões.

— Eu não consigo! — A minha voz quase falhando. Damon cruzou os


braços na frente do seu corpo, o seu olhar ainda em mim.

— Você precisa treinar mais.

O encarei sentindo o suor impregnado em todo o meu corpo.

— Eu não consigo ficar em pé. — Conversei sentindo as minhas pernas


ainda tremendo.

Damon suspirou balançando a cabeça na minha direção. Engolir em seco.


— Estamos treinando a apenas seis horas e você já está cansada? — Ele
perguntou, esse infeliz acha que seis horas é pouco?

— Estou melhor do que há duas semanas. — A minha voz saiu baixa.

— Estou te treinando para ser perfeita e não boa. — O encarei sentindo o


meu rosto esquentar.

— Eu sei, mas me dá só uns minutos.

— Ninguém vai te dar uns minutos quando estiver lutando pela sua vida
Vitória.

Eu entendia o que ele estava falando, mas não estava conseguindo ficar em
pé, não era uma desculpa para não treinar.

— Que seja! Terminamos por hoje.

Ele se virou indo na direção da porta.

Respirei fundo me levantando, as pernas tremeram.

— Espera! — Falei tentando dar uns passos em sua direção, parecia que eu
tinha sido espancada por horas. Damon parou e logo virou na minha direção.

— Podemos tentar novamente! — Afirmei mal conseguindo ficar de pé, o


meu corpo todo tremia, Damon encarou o meu corpo de cima a baixo.

— Treinaremos amanhã, no seu estado não conseguirá.

Ele foi andando na frente, eu tentei acompanhá-lo, mas falhando


miseravelmente, no momento que cheguei no corredor, ele já havia sumido, me
apoiando na parede, fui andando devagar a cada passo, arrastando os pés na
direção do quarto.
Vejo vampiros passando por mim, eles me encaravam com curiosidade,
sabiam o que o meu sangue poderia fazer, mas nenhum deles se atrevia a
aproximar-se de mim, tenho certeza de que o Damon havia deixado claro esse
ponto, no começo eu morria de medo, mas aos poucos esse medo foi se perdendo.

Ao chegar no quarto me joguei na cama, exausta, eu queria tomar um


banho, eu precisava tomar um banho, mas não tinha certeza se conseguiria.

Decidi descansar um pouco, logo depois tomaria um banho quente. Fiquei


na cama e nem percebi, mas acabei dormindo, me assustei, o meu corpo ainda
doía mas era bem menos do que a horas atrás, meus olhos estavam pesados pelo
sono, mesmo assim, me levantei, minhas pernas reclamaram um pouco mas
consegui ir até o banheiro, tirei a minha roupa de treino e fui para debaixo do
chuveiro, a água quente em contato com a minha pele, relaxou cada músculo
tenso, fiquei lá por um bom tempo, ao terminar me sequei, fui pegar as minhas
roupas e naquele momento, me lembrei que esqueci de pegá-las antes de entrar
no banheiro, suspirei me enrolando na toalha.

Abrir a porta e não tinha ninguém no quarto, então saí, ao dar um passo,
vejo a porta do quarto se abrindo, Damon entrou, o meu corpo congelou no lugar,
ele entrou e quando me viu, levantou uma sobrancelha olhando para mim, engoli
em seco ordenando as minhas pernas a se movimentarem, mas as infelizes não
obedeceram.

Damon se aproximou ficando na minha frente.

— O que você está fazendo? — Olhei para ele, que pergunta mais idiota,
como assim o que eu estava fazendo, revirei os olhos.

— Fazendo ioga. — Respondi sem paciência, vejo o choque no seu rosto,


naquele momento percebi o que falei, não sei o que estava acontecendo comigo,
estava mais nervosa do que o normal. — Esqueci de levar as roupas que ia vestir
para o banheiro. — Afirmei sentindo dor de cabeça.
Ele tinha um pequeno sorriso no rosto quando respondeu.

— Seria interessante ver você fazendo ioga apenas de toalha.

O encarei não acreditando no que acabei de ouvir, Damon não se importou


com o meu rosto em choque. A minha cabeça ainda estava doendo, naquele
momento me lembrei de algo que havia esquecido, minha menstruação estava
perto de chegar, esqueci completamente, tinha me acostumado que quando estava
na resistência, não precisava me preocupar com esse fato.

Engoli em seco olhando para ele.

— Eu preciso de um remédio.

Afirmei sentindo as minhas mãos tremendo.

Damon andou até estar do lado da cama e se sentou, ele parecia exausto,
algo que não era normal vindo dele, será que tinha acontecido alguma coisa?

— Pensei que o seu corpo já estivesse melhor!

— Não é um remédio para dor no corpo.

Ele levantou a cabeça.

— Então, que remédio você está querendo?

Eu odiava falar dessas coisas, principalmente para ele, mas infelizmente


era necessário, eu sabia que ele não tinha mais a necessidade de se alimentar de
sangue, mas não ia colocar esse autocontrole dele a prova, não vou ficar neste
quarto menstruada com um vampiro, essa hipótese estava fora de cogitação.

Respirei fundo tomando coragem.

— A minha menstruação está quase descendo, eu quero aquele remédio


que me deram da última vez. — Falei tudo de uma vez.
Damon me encarou.

— Eu já falei que você não precisa tomar aquele remédio.

— Eu quero. — Afirmei.

— Não. — Damon ignorou o meu pedido, já estava se levantando, indo na


direção do escritório, o encarei não acreditando no que ele tinha acabado de falar.

— Como assim não? Eu quero tomar aquele remédio.

Ele me encarou.

— A última vez que você tomou aquele remédio, você ficou praticamente
a semana toda na cama quase morrendo.

— Estou mais forte agora, provavelmente não sentirei os mesmos efeitos


colaterais.

— Provavelmente, não é uma certeza, eu não sei se você sabe o


significado.

Apertei a minha mão em punho de raiva.

— Eu sei muito bem o significado da palavra “provavelmente”.

Ele levantou uma sobrancelha me encarando.

— Tem certeza?

Filho de uma…. Respirei fundo tentando me controlar.

— Eu quero o remédio!

Ele me ignorou abrindo a porta da biblioteca e entrando, fiquei parada no


meio daquele quarto pensando em matá-lo agora mesmo.
Fui até a biblioteca, o meu peito subia e descia, estava tentando me
controlar, meu corpo tremeu, os livros das prateleiras ao meu redor começaram a
se mover.

Damon olhou para mim e depois para os livros, mas a sua expressão não
mudou, continuava sentado olhando uns papéis, andei em sua direção batendo a
duas mãos na mesa de madeira, fazendo um barulho alto, ele levantou a cabeça e
me encarou.

— Eu não vou ficar aqui neste quarto quando eu estiver menstruada.

Ele suspirou como se estivesse lidando com uma criança, e aquela


expressão no seu rosto tirou completamente a minha paciência.

— Escuta aqui seu infeliz!

Em um segundo eu já estava na sua frente, segurando a sua camisa


apertando com raiva.

Mas nem em mil anos eu me perdoaria de ter esquecido que estava só com
uma toalha enrolada no meu corpo, quando eu senti a toalha caindo, o meu
sangue gelou.

As minhas mãos tremeram no momento que olhei para baixo e vejo o meu
corpo nu, a situação parecia ainda pior, eu estava segurando na camisa do
Damon, mas ele estava sentado, seu rosto estava na altura dos meus seios.

Eu queria enterrar a minha cabeça no chão, quando vejo os seus olhos


encarando o meu corpo, Damon me encarava sem cerimônias alguma. Me abaixei
tentando pegar a toalha o mais rápido que eu conseguia, mas bati a cabeça na
ponta da mesa.

Acabei ficando tonta pela batida forte, ia cair no chão quando ele segurou a
minha cintura impedindo que isso acontecesse.
— Eu retiro o que eu disse, te ver, nessa posição, é mil vez melhor do que
a da ioga.

Ele tinha um sorriso no rosto, olhei para ele com o rosto em chamas de
vergonha. Eu quero morrer, eu realmente quero morrer agora!
Capítulo 05
Vitória

As minhas mãos tremeram, saindo dos seus braços e peguei a toalha o mais
rápido que consegui. Enrolei a toalha no meu corpo, o meu coração estava
martelando no peito. Eu não estava acreditando no que acabou de acontecer nesta
biblioteca.

Abaixei a cabeça e dei as costas para ele, eu não estava conseguindo


levantar a cabeça de vergonha.

Saí da biblioteca praticamente correndo, fui até o closet e peguei a primeira


roupa que encontrei, e entrei no banheiro.

Me sentei no chão frio do banheiro, coloquei as minhas mãos no rosto


tentando me controlar, eu não estou acreditando, realmente não estou acreditando
no que aconteceu, coloquei a minha mão na boca e gritei de raiva.

Fiquei naquele banheiro por um bom tempo, já tinha vestido a roupa, mas
permaneci no chão, não tendo coragem de sair daquele lugar.
Apertei a minha mão em punho, tudo culpa daquele infeliz! Se ele não
tivesse negado aquela droga do remédio, nada disso teria acontecido, miserável!
Infeliz! Vampiro do demônio!

Quando não dava mais para permanecer no banheiro, eu saí, a luz da


biblioteca estava apagada, fui em direção a poltrona que eu sempre me sentava,
mas parei quando vejo o Damon deitado na cama.

Enquanto eu estava me matando no banheiro, ele estava dormindo?!

Me aproximei devagar até estar do seu lado, observei Damon dormindo


tranquilamente. Olhei para ele apertando a minha mão em punho, Infeliz!

Me perguntei o que aconteceria se eu desse um soco na sua cara.


Provavelmente ele tentaria me matar depois, mas acho que valeria a pena o risco.

Estava em uma disputa interna se deveria ou não bater nele.

Levantei a minha mão pronta para acertar bem no seu nariz perfeito, isso
também seria uma vingança por ele ter quebrado o meu nariz, se ele pensa que eu
me esqueci disso, ele estava muito enganado.

Fechei a minha mão colocando toda a minha força no braço, só um soco


bem dado resolveria o meu ódio e vergonha.

Estava pronta, seria agora.

No momento que eu fui com tudo, o meu punho parou a centímetros do


seu rosto, Damon me encarava, os seus olhos azuis brilhando em minha direção,
engoliu em seco, abaixando o meu braço. Ele respirou fundo ainda com os olhos
em mim.

— O que você está fazendo? — Ele perguntou.

— Eu… nada, o que eu estaria fazendo? — A minha voz falhou.


Desviei o olhar.

Fui em direção à poltrona e me sentei derrotada. Revoltada por não ter


dado o soco na cara dele. Damon se levantou, continuei olhando na direção da
parede de vidro, a lua iluminava o céu, estava uma noite tão bonita, me perguntei
como seria voar em uma noite estrelada como essa.

Eu sabia que podia fazer isso, na verdade eu já fiz uma vez, mas... mesmo
assim, quando isso aconteceu, estava sentindo apenas ódio, só queria sair daquele
lugar o mais rápido possível, que não consegui aproveitar nada, não me lembro
da sensação, e agora que eu posso fazer isso, confesso que estou com um pouco
de medo.

Damon se levantou, ele estava com uma aparência de cansado, mas


parando para pensar, quase todas as vezes que eu ia dormir, ele não estava,
provavelmente resolvendo alguma coisa deste lugar.

— Vamos jantar! — Ele afirmou se aproximando de mim, não gostava de


comer naquele lugar, era grande demais para só duas pessoas, e aquilo me
incomodava.

— Você pode ir, jantarei aqui.

Ele me encarou.

— Você está com medo do que?

Olhei para ele.

— Não estou com medo de nada. — Afirmei.

— Então por qual motivo fica trancada nesse quarto, só saindo quando vai
treinar.
Fiquei em silêncio. Eu sabia que poderia sair a hora que eu quisesse, eu
sabia disso, mas… engoli em seco, ainda pensava no que aconteceu, no Derek, no
Alastor, e no Daniel, eu sabia que não estava conseguindo usar cem por cento do
meu poder, mas poderia me defender, mesmo assim, ainda sentia uma certa
angústia.

— Não tem motivo, apenas gosto de ficar sozinha.

Damon não acreditou em uma palavra que eu falei, dava para ver no seu
rosto.

— Você sabe por que não quero te dar o remédio?

Ainda estava olhando para ele.

— Porque você é um idiota!

Ele sorriu.

— Eu não quero te dar esse remédio, porque não temos garantia que você
vá ficar bem, estamos treinando todos os dias Vitória, não podemos parar só por
isso, e sinceramente, não entendo o seu motivo para tomar esse remédio. Às
vezes acho que você esqueceu que consegue matar um vampiro tranquilamente,
se esse for o seu desejo, você acha mesmo que correria algum perigo aqui se não
tomar este remédio?

O encarei absorvendo as suas palavras.

— Você realmente vai ficar neste quarto? Ou vai jantar comigo?

Eu precisava tentar, tomando coragem me levantei.

— Ok, irei jantar com você.


Damon me encarou, e foi em direção da porta, o segui. Eu não quero ter
medo de nada, eu não quero ter medo de ninguém.

O salão estava como sempre, arrumado ao extremo, as cores vibrantes das


cortinas vermelhas nas janelas, o chão que mais parecia um espelho, e a grande
mesa no meio repleta de coisas, era tanta comida, que me perguntava por que
tinha que ter essa quantidade.

Me sentei no lugar de sempre, ao lado do Damon.

Damon comia tranquilamente, degustava-se de uma taça de vinho, eu


nunca bebi vinho, só um pouco de champanhe uma vez, mas foi a uns quatro
meses atrás, olhei para a taça nas suas mãos, de repente nos encaramos. Desviei o
olhar prestando atenção no meu prato.

Estava comendo quando uma moça apareceu com uma garrafa de vinho do
meu lado e despejou uma quantidade na minha taça. Encarei o líquido vermelho
na minha frente, levantei o olhar e vejo o Damon me encarando.

— Parecia que você queria experimentar.

Não respondi, apenas peguei a taça e bebi um pouco, era uma delícia,
como se fosse um suco de uva mais forte, realmente gostei, bebi o restante do
conteúdo rapidamente.

— Você sabe que isso é vinho, não é? Não é suco Vitória. — Ele me
repreendeu.

— Tem gosto de suco, a diferença é que é mais forte. — Afirmei achando


que estava certa.

Ele respirou fundo me ignorando.

A moça colocou mais na minha taça e eu agradeci.


Desfrutei do vinho, maravilhada com o seu sabor.

Damon me ignorou, prestando atenção somente no seu prato.

Eu por outro lado, prestei atenção no vinho, e ignorei o prato que eu mal
tinha tocado.

Quando o jantar acabou, eu tinha bebido quase uma garrafa da melhor


bebida que já tinha experimentado.

Damon se levantou, e eu fiz o mesmo, mas na hora que eu fiquei em pé, eu


senti a minha cabeça rodando, merda! O que estava acontecendo comigo? Fingi
que não estava acontecendo nada e acompanhei o Damon, saímos do salão, ele
estava na minha frente, mas eu estava prestando atenção nos quadros que
estavam pendurados nas paredes, com o rosto de uma pessoa mais feia que a
outra.

Olhei novamente para frente, Damon andava graciosamente como se fosse


um cavalo indo para um leilão. Naquele momento a minha imaginação foi além,
imaginei um cavalo com a cara do Damon, o meu peito explodiu em uma risada.

Damon se virou em minha direção me encarando, tentando entender o que


estava acontecendo, eu segurei na parede porque estava tonta, mas também
porque a imagem não saia da minha imaginação. Os meus olhos se encheram de
lágrimas de tanto que eu estava rindo.

— Qual é o seu problema? — Ele perguntou com aquela cara de sério.

— Nada! — Tentava não sorrir, coloquei a minha mão na boca para tentar
me conter.

Damon se aproximou ficando na minha frente, ele olhou para o meu rosto
e balançou a cabeça. Parecia que ele estava tentando se controlar para não xingar.
— Você está bêbada? — Ele perguntou levantando uma sobrancelha.

— Eu não estou bêbada. — Tentei me defender.

— Sim, você está. — Ele afirmou.

Ele respirou fundo, como se estivesse tentando se controlar, Damon


segurou no meu braço me fazendo andar do seu lado.

Mas quando ele fez isso, as minhas pernas falharam, o que estava
acontecendo? Eu estava mais feliz, era como se eu estivesse andando sobre algo
macio como uma nuvem. Olhei para o Damon e sorri para ele, Damon me
encarou, e vejo o seu rosto levemente vermelho.

Ele balançou a cabeça novamente, e rapidamente me pegou nos braços, o


encarei.

— O que você está fazendo? — Perguntei sentindo as minhas bochechas


ficarem vermelhas.

— Se eu ficar aqui te esperando andar, provavelmente vou ficar até


amanhã para que isso aconteça, isso se você não cair, e desastrada como é, com
certeza bateria a cabeça no chão ou na parede. — Ele me encarou. — Ou nas
duas coisas.

— Você está exagerando, não é assim.

O meu rosto estava queimando, eu sentia as mãos do Damon em volta do


meu corpo, isso não era nada bom.

— Eu estou exagerando? Não tem nem três horas que você ficou nua na
minha frente, detalhe, ainda bateu a cabeça na mesa.

Tinha um pequeno sorriso nos seus lábios.


Poderia ser a bebida, com certeza era a bebida, porque olhando ele assim,
eu gostei do seu sorriso, com certeza eu estava bêbada.

Chegamos no quarto, e Damon me colocou no chão.

Era uma sensação tão diferente, uma leveza no corpo, eu não pensava nos
problemas, no meu sangue, em dois vampiros miseráveis que eu ia matar, na
decepção que foi o Derek. Era como se uma felicidade tomasse o meu corpo, essa
foi a primeira vez que eu estava leve, sentia uma grande vontade de dançar,
fechei os olhos um pouco.

Ao abri-los vejo o Damon olhando para mim com uma sobrancelha


levantada.

— Eu queria dançar. — Falei olhando para ele.

Damon sorriu.

— Você realmente está muito bêbada. Não foi você que quase me matou
porque eu te fiz dançar uma música comigo?

— Mas era diferente. Eu sentia medo de você. — Eu estava falando bem


mais que o normal.

— E isso mudou? — Damon me perguntou.

— Claro que mudou. — Olhei para o teto, pela primeira vez observei o
lustre de cristal que estava em cima de mim, os cristais brilhavam como se
fossem diamantes. Levantei a minha mão para o alto como se conseguisse tocá-
los. — E além do mais, se você tentasse alguma coisa, eu poderia matá-lo. — O
meu rosto se virou na sua direção.

Ele sorriu, os seus olhos tinham um brilho diferente, como se ele estivesse
gostando do que estava vendo.
— É melhor você tomar um banho e ir dormir Vitória.

— Eu não estou com sono, eu já te falei, eu quero dançar.

— Não. Você não quer, a única coisa que você vai fazer é tomar um banho
e ir dormir.

— Eu já te falei, que não vou dormir agora, eu vou dançar um pouco.

Damon respirou fundo apertando as têmporas.

— Ok, se você quiser dançar, é só dançar, não vou te impedir.

Ele se virou indo na direção da biblioteca.

Levantei a minha mão em sua direção, visualizei ele vindo até mim.
Damon se virou e rapidamente estava na minha frente me encarando.

Na verdade, eu nem sei como eu fiz isso, ele me encarava como se não
estivesse acreditando.

— Você precisa dançar comigo, ou se esqueceu que não sei dançar.

Abaixei a minha mão, e no mesmo momento, parando de prender o corpo


do Damon.

Ele me encarava como se estivesse vendo algo único.

— Por que está me olhando assim?

Ele sorriu.

— Você controlou o seu poder sem esforço algum.

— Eu? — Olhei para as minhas mãos.


Damon segurou na minha cintura com força, fazendo os nossos corpos se
encontrarem.

— Se você quer tanto assim dançar comigo, ok, irei dançar com você.

Engoli em seco o encarando. E ali, naquele quarto, ele me segurou com


força dançando comigo ao som da música que só existia na minha cabeça.
Capítulo 06
Vitória

— Pronto! Já teve a sua dança, agora vai dormir.

Ele ainda estava com a mão na minha cintura, olhei para o Damon, assim
de perto era tão diferente, os seus olhos azuis brilhavam, o seu cabelo preto
jogado no rosto, e sua boca…. Engoli em seco, eu precisava tentar me controlar,
mas ao olhar para o rosto dele, eu realmente queria senti-lo com as minhas mãos.

— Mas eu ainda não estou com sono. — Tentei me defender.

— Você só vai melhorar, quando se deitar e descansar. — Ele ignorou o


que eu falei.

Estava em uma batalha tão grande dentro de mim, por um lado, tinha tudo
que aconteceu entre mim e o Damon, aquele começo complicado, mas também
tinha esse Damon que estava aqui na minha frente, alguém que eu nunca pensei
que existisse.

Meu coração estava tão acelerado, eu queria sentir o rosto dele.


Tomando uma coragem que eu não sabia de onde vinha, levantei a minha
mão e toquei o seu rosto.

Damon ficou parado olhando para mim, parecia que não estava respirando.
Passei as pontas dos meus dedos pelo seu rosto, era tão macio, ao olhar em seus
olhos o vejo me encarando.

— O que você está fazendo? — Ele perguntou, mas não respondi, levei a
minha mão até os seus cabelos, sempre tive essa curiosidade sobre a textura do
seu cabelo.

— Eu só queria tocar no seu rosto.

— Por que você queria fazer isso? — Ele me perguntou, ainda estava com
a mão nos seus cabelos, percebendo que estava indo longe demais, abaixei a
minha mão sentindo um calor subindo pelo meu pescoço.

— Era só curiosidade. — Dei um passo me afastando dele. — Você sempre


toca no meu rosto, achei justo tocar no seu. — Fui na direção da cama. — Faço a
mesma pergunta, por que você toca o meu rosto? — Perguntei já do lado da
cama, decidindo se iria tentar dormir agora, ou se ia tomar um banho primeiro.

Sou surpreendida quando Damon se aproximou, segurando na minha


cintura me fazendo virar a sua direção, o meu coração acelerou, ele me encarava.

— Eu gosto de tocar, porque eu gosto de ver como o seu rosto fica


vermelho quando eu faço isso. — Ele me encarou. — Do mesmo jeito que está
agora.

Minha respiração acelerou.

— Mentiroso! — Afirmei, Damon levantou uma sobrancelha.

— Por que eu sou mentiroso?


— Esse não é o motivo. — Afirmei sentindo a sua respiração no meu
rosto.

— Então me diga qual é o motivo então? — Damon me perguntou.

— Eu não sei, mas tenho certeza de que não é esse.

Vejo o Damon encarando a minha boca.

— Você não está pronta para saber o motivo.

Ao olhar para ele tão próximo de mim, sentia sua respiração se misturando
com a minha, sentir o seu corpo encostado no meu. Ali com ele tão próximo, eu
queria arriscar, poderia me arrepender amanhã de manhã, com certeza me
arrependeria amanhã de manhã, mesmo assim eu queria.

— Porque você não tenta. — Afirmei ainda o encarando.

Damon se aproximou ainda mais. Segurou no meu pescoço e quando seus


lábios encostaram nos meus, eu senti o meu corpo como se tivesse levado um
choque, cada parte do meu corpo pulsava, todas as vezes que ele tentava me
beijar, eu sempre ficava parada, não movia os meus lábios um milímetro sequer,
mas agora… agora eu queria.

Segurei no seu pescoço e correspondi aquele beijo, sinto o sabor dos lábios
do Damon nos meus, ele apertava a minha cintura, eu segurava no seu pescoço,
passava a mão pelos seus cabelos.

Eu nunca me senti assim, era uma mistura de sensação de nervosismo,


excitação e medo. Sabia que estava arriscando tudo, mas no momento, não
parecia importar. Nosso beijo ficou cada vez mais intenso, a energia entre nós era
palpável.

Toda a razão e lógica pareciam ter desaparecido, e apenas o desejo reinava.


Mas, apesar de todo o fervor do momento, também havia uma vozinha
dentro de mim, uma voz que sussurrava que aquilo não era certo, que havia
consequências a considerar. E o medo de me arrepender amanhã de manhã
voltava a me assombrar. Mas também estou cansada de pensar demais.

Damon apertava com força a minha cintura, soltei um suspiro, ele beijou o
canto da minha boca e quando os seus lábios foram para o meu pescoço, meu
coração acelerou, eu estava sentindo tantas coisas novas, eu não conseguia
decifrar.

A minha pele parecia estar em chamas, segurei no seu rosto trazendo a sua
boca novamente para a minha, Eu senti o meu corpo em contato com a maciez da
cama, não sabia o que estava acontecendo comigo, poderia ser efeito do álcool
que ainda estava no meu corpo, só percebi o que estava fazendo, quando Damon
se afastou olhando para mim, as minhas mãos estavam na sua blusa desabotoando
os botões um por um, eu podia ver o seu peitoral, Damon me encarava.

— É melhor você ir dormir agora.

O meu peito subia e descia rapidamente, a minha voz estava rouca.

— Por quê?

Ele suspirou.

— Você está bêbada Vitória.

— Eu não estou…

Damon não deixou que eu terminasse de falar, e me afastou.

— Sim você está, e te conhecendo como eu conheço, já vai ficar


arrependida só por ter correspondido a este beijo. Se acontecer mais alguma
coisa, você não se perdoará, não quero lidar com isso. Eu já tenho problemas o
suficiente.

O encarei sentindo o meu rosto esquentando.

Ele deu as costas para mim e foi em direção a biblioteca, o meu corpo
ainda estava em chamas, meu coração martelava no meu peito, mas ao menos eu
sentia um bolo se formando na minha garganta.

Me deitei cobrindo o meu corpo, fechei os olhos tentando me controlar, o


que eu ia fazer? Me perguntei, sentindo os meus olhos arderem. Eu estava
perdida em algo que estava me levando para a escuridão.

Por que estou decepcionada? Eu deveria estar feliz que ele não fez nada,
sim eu deveria, nas infelizmente não estava.
Capítulo 07
Vitória

Ao acordar a minha cabeça estava doendo como nunca, fechei os meus


olhos, eles estavam ardendo pela claridade.

Me sentei na cama, ao olhar para o meu lado vejo a cama vazia. Tudo o
que aconteceu ontem veio como uma avalanche de informações, levei as minhas
mãos ao rosto sentindo a vergonha dominando cada parte de mim. Merda! O que
eu fui fazer?!

Fui para o banheiro e tomei um banho rápido, me arrumei, mas a todo


momento fiquei me lembrando do que aconteceu, do que eu fiz, não sei como vou
olhar para o Damon, eu estava ferrada!

Amarrei o meu cabelo, as minhas mãos tremiam, mas, mesmo assim, fui
treinar mais uma vez com ele. Ao chegar na sala de treino vejo o Damon perto de
uma parede, era como se ele estivesse perdido em seus próprios pensamentos,
engolindo em seco me aproximei.

Olhei para ele, Damon me encarou, acho que estava esperando alguma
coisa, mas eu não sabia o que fazer, na verdade eu não estava conseguindo nem
olhar no seu rosto.

— Vamos começar!

Ouço a sua voz, ao olhar para ele já o vejo se afastando na direção do meio
da sala.

Eu estava tentando entender o que aconteceu comigo, eu precisava dessa


resposta, mas naquele momento, decidi deixar para depois, Damon não estava
com uma cara muito boa, a sua expressão estava séria ao se virar na minha
direção.

— Hoje vamos treinar mais pesado, então esteja pronta.

Meu coração acelerou quando ele não deu nem tempo para que eu me
preparasse, ele se aproximou naquela velocidade impressionante, por pouco não
acertando o meu rosto, desviei no último segundo o meu coração acelerou
quando vi que ele tentou me acertar com um chute.

Cruzei os braços na frente do meu corpo não momento exato, mesmo com
o escudo na minha frente, o golpe foi tão forte que me fez ser arremessada contra
a parede, o ar saiu dos meus pulmões, se a minha cabeça já estava doendo, agora
estava mil vezes pior. Sinto o gosto do sangue na minha boca. Me levantei ainda
sentindo o meu corpo tremendo.

Damon se aproximou pronto para me acertar, mas consegui ser mais


rápida, me esquivei jogando o meu copo para o lado esquerdo, os meus pulmões
reclamando, minha garganta estava seca.

Damon me encarava, ele estava com uma expressão totalmente diferente


das outras vezes.

O meu corpo tremia, aquela pequena corrente elétrica se manifestando


completamente, o escudo em volta de mim, o poder nas minhas mãos.
Ele veio novamente acertando o escudo que estava em volta do meu corpo,
se não fosse por isso, tenho certeza de que teria quebrado algum osso meu, tentei
usar o poder que eu usei ontem, tentei fazer o seu corpo parar, mas não estava
conseguindo controlar, era como se esse poder fosse em sua direção e o
envolvesse, mas logo em seguida ele conseguisse quebrá-lo.

O que estava acontecendo? Damon não fez isso ontem.

Estava tão perdida nos meus pensamentos que só percebi quando caí no
chão com muita força, sinto a sua mão na minha garganta, os meus olhos ardiam,
o meu corpo estava doendo.

Fechei os meus olhos ao sentir a minha cabeça latejando no local que foi
batida no chão com força.

Abri os olhos, Damon retirou a mão do meu pescoço, busquei um pouco de


ar.

— Que inferno Vitória! Se fosse uma luta real, você já estaria morta, para
de ficar perdida enquanto treinamos.

Me sentei no chão, apoiei as minhas mãos no chão, eu sabia que ele estava
certo, eu sabia disso.

A minha cabeça estava doendo demais, desamarrei os meus cabelos, e


coloquei a minha mão no local que estava latejando, sinto a minha mão
encontrando algo molhado e pegajoso, Damon me encarava, eu tinha certeza de
que se eu pedisse, ele me curaria, mas não pedi.

Me levantei, as pernas quase falharam, mas permaneci de pé o encarando.

— Me desculpa, não voltará a acontecer novamente.

Tentei fazer a minha voz ficar mais grossa, mas não deu muito certo.
O meu coração acelerou mais e mais nas horas seguidas, eu conseguia me
defender bem mais rápido, mas parecia que não era rápido o suficiente, o lado
esquerdo do meu corpo estava latejando, a cabeça doendo, o suor no meu rosto,
respirei profundamente quando ele veio mais uma vez, as minhas mãos na frente
do meu corpo, Damon bateu novamente na parede invisível que eu projetei ao
meu redor.

O poder impregnando cada parte de mim. Eu precisava ser mais forte, mais
forte..., mais forte..., mais forte, esse era o único pensamento.

Vejo um pequeno sorriso no seu rosto quando se aproximou, me defendi,


pisquei várias vezes não entendendo o motivo do seu sorriso, até que já era tarde
demais, ele sumiu do meu campo de visão, o meu coração parou ao sentir uma
respiração no meu ouvido.

— Lenta demais.

Como ele chegou atrás de mim? Fui me virar, para tentar me defender, mas
Damon segurou os meus dois braços para trás, gritei no momento que ele os
puxou com força, abaixei a cabeça sentindo toda a dor.

— Você se preocupa tanto em proteger a sua frente que se esqueceu que


também tem as suas costas vulneráveis. Se eu fosse o Daniel ou até mesmo o meu
irmão, você estaria perdida, provavelmente quando acordasse, estaria sendo
usada como uma bolsa de sangue novamente.

Os meus olhos ardiam, porque ele estava falando deles, Damon nunca mais
falou sobre eles, o meu corpo tremeu de ódio, só de lembrar o que aconteceu
naquele quarto, o quanto eu fui usada.

Ao tentar forçar os braços para me soltar, gritei! De dor. Ele os puxou


mais uma vez me fazendo ficar de joelhos, a minha garganta ardia, o suor
escorria pelo meu rosto.
— Se eu puxar mais um pouco, os seus braços estarão quebrados em um
segundo, agora me diz, como você vai sair dessa situação?

Eu não conseguia pensar em nada, a dor irradiando de cada parte, eu


precisava pensar em um jeito de sair daquela situação, eu tinha um poder tão
grande, eu tinha que fazer alguma coisa.

Respirei fundo, tentando controlar o pânico que começava a se instalar


dentro de mim. Eu não podia me render à dor ou ao medo. Tinha que encontrar
uma maneira de escapar daquele aperto.

Gritei quando ele puxou ainda mais os meus braços, abaixei a cabeça, os
meus cabelos foram para frente como uma cortina.

Ouço um suspiro de frustração dele, Damon me soltou e eu caí de cara no


chão, os meus braços doíam.

— Se você continuar desse jeito morrerá rapidamente. — Fechei os olhos


tentando controlar a dor em todo o meu corpo. As minhas pernas tremeram, mas
eu precisava me levantar, eu precisava!

Consegui ficar em pé, o meu peito subia e descia rápido, me virei olhando
para o Damon, ele apenas me observava daquele jeito irônico. — Eu preferiria
morrer a ser usado por qualquer um. E você vitória, o que prefere?

Engoli em seco.

— Nenhuma dessas opções é uma escolha para mim.

Ele sorriu.

— Será as suas únicas opções se você não melhorar. Está querendo ser
usada novamente? — Fechei a minha mão em punho de ódio — Quer que o seu
amado pai se alimente de você? — Encarei o Damon sem conseguir respirar
direito. — Do mesmo jeito que ele usou a sua mãe?

Já chega! Eu já estava no meu limite, a barreira já estava em volta de todo


o meu corpo, o poder transbordando junto com o ódio em cada parte de mim.

Damon sorriu antes de atacar, ele tenta acertar novamente, mas nada passa
pela barreira, quando ele estava perto, acertei o seu peito com tudo, vejo o seu
corpo atravessando o salão e batendo na parede, o barulho alto, a poeira e um
buraco de todo tamanho atrás dele.

Damon se levantou, ainda tinha um sorriso no seu rosto, mesmo saindo


sangue pela sua boca, eu queria tirar aquele sorriso do seu rosto.

— Por que está tão nervosa? Não gostou de ouvir a verdade?

— Cala a boca! — Gritei sentindo o calor subindo pelo meu corpo.

— Você sabe que é verdade, esse é o motivo da sua raiva. — Desgraçado!


— Sua mãe foi usada antes, e agora é a sua vez. Percebe como você é inútil!

— Miserável!

Ele avançou com tudo em minha direção, vejo perfeitamente o seu


movimento como se estivesse em câmera lenta. Quando estava a um passo de me
acertar, levantei uma mão, parando o seu corpo no lugar, dei um passo na sua
direção, a minha respiração pesada. Segurei no seu pescoço.

Vejo um brilho no seu olhar ao perceber que estávamos flutuando naquele


salão. Segurei no seu pescoço com força, Damon tentou mexer o corpo, mas não
deixei.

— Repete! Que eu sou inútil! — O encarei. — Estou esperando. —


Apertei com mais força o seu pescoço, sentindo os meus dedos em sua carne,
machucando mais e mais a cada segundo que passava.

O miserável sorriu para mim, a minha paciência já tinha acabado, joguei o


seu corpo com força no chão, fazendo um buraco onde caiu.

Olhei para as minhas mãos, observei o corpo do Damon. Vejo ele se


levantando, ele quase caiu novamente, mas conseguiu ficar de pé, os seus olhos
estavam em mim, o meu coração estava disparado, os meus cabelos balançavam
como se tivessem vida própria, eu estava flutuando naquele lugar, era uma
sensação tão intensa, que eu não podia explicar em palavras, mas sabia que ali era
o meu lugar.

Fui descendo até que os meus pés encontraram o chão, olhei para o Damon
e vi uma expressão de orgulho no seu rosto, ele olhava para mim.

Agora que a adrenalina passou, eu podia sentir cada parte do meu corpo
que estava doendo, sangue começou a sair pelo meu nariz, a minha cabeça doía,
na verdade eu não sabia que parte doía mais.

Damon em um segundo estava do meu lado, segurando o meu braço, o


encarei com um pequeno sorriso no rosto.

— Eu consegui. — A minha voz não passava de um suspiro.

— Sim. Você conseguiu.


Capítulo 08
Vitória

A mão dele estava na minha cabeça, e aos poucos, eu não sinto mais
aquela dor agonizante. Estamos no quarto, estou sentada na beirada da cama
observando-o curar cada parte machucada do meu corpo, ainda não acreditava
que finalmente pude usar melhor o meu poder.

Mas agora Damon estava sério, um clima pesado no ar.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei, Damon parou e me observou.

— Sim. — A minha respiração estava irregular. — E chegou o momento


de você ter conhecimento disso.

Damon se levantou, eu o observei indo na direção da biblioteca, ele entrou,


após uns minutos retornou, ele tinha algo nas mãos.

Quando Damon se aproximou ficando na minha frente, olhei para ele.

— Acho que você precisa ler isso. — Ele falou e logo em seguida me
entregou uns papéis, os peguei em minhas mãos, eram três no total.
— O que é isso? — Questionei o encarando.

— Essas são cartas que o Alastor enviou para você.

As minhas mãos tremeram, olhei para aqueles papéis sentindo o meu


coração martelando no peito.

— Cartas do Alastor? — Repeti, minha voz saindo mais fraca do que eu


gostaria. As palavras pareciam flutuar no ar, pesadas e cheias de significado.

Damon assentiu, seus olhos fixos em mim.

Eu mal conseguia respirar, a sensação de afogamento se instalando em


meus pulmões. As cartas não apenas representavam um passado que eu preferia
esquecer, mas também uma janela para um mundo que eu não tinha certeza se
queria reabrir.

Dessas três cartas, uma voz no fundo da minha mente murmurava. Olhei
para Damon novamente e vi uma mistura de preocupação e compreensão em seu
olhar.

— Por que ele enviaria essas cartas para mim agora? — Minha voz falhou
no final da frase, revelando minha vulnerabilidade. Damon colocou uma mão
firme em meu ombro.

— Não sei ao certo. Mas acho que é importante que você leia, para
descobrir o que Alastor tem a dizer — respondeu ele, sua voz calma e
reconfortante.

Suspirei lentamente, tomando coragem para desdobrar as cartas e começar


a ler. Cada uma delas trazia consigo a expectativa de respostas e verdades
desconfortáveis que eu não sabia se estava pronta para enfrentar.
Enquanto os traços da caligrafia de Alastor ganhavam vida diante dos
meus olhos, eu me preparei para o turbilhão de emoções que estava prestes a
enfrentar. Não sabia o que essas cartas poderiam revelar, mas uma coisa era certa:
minha vida nunca mais seria a mesma.

Olhei novamente para o Damon

— Como ele enviou isso?

Vejo a expressão do rosto do Damon mudando completamente.

— Alastor e Daniel, estão formando um exército, a cada dia que passa eles
estão conquistando mais território.

— Um exército?

— Ele não conseguiria invadir esse lugar sem um exército, ele sabe muito
bem disso.

Era muita informação.

— Por que você não me disse isso antes?

Damon continuava me observando.

— Você não estava pronta para saber sobre isso.

O meu rosto ficou vermelho.

— Por que não?

— Vitória, até meia hora atrás, você não conseguia usar nem vinte por
cento do que seu poder é capaz, o que você faria se soubesse que eles estão
formando um exército?
Fiquei em silêncio por um momento, uma mistura de medo e raiva
percorrendo meu corpo. Damon tinha razão, eu não estava pronta para enfrentar
essa realidade. Mas isso não significava que eu queria ser mantida no escuro.

— Eu merecia saber, Damon. Eu merecia a chance de me preparar. —


minha voz saía baixa, mas carregada de determinação.

Eu me recusava a ser mais uma peça passiva nesse jogo.

Damon suspirou e passou a mão pelos cabelos, parecendo em conflito.


Seus olhos se encontraram com os meus novamente, cheios de uma mistura de
algo que eu não conseguia descrever.

— Eu estava tentando te proteger, Vitória. Eu não queria te envolver ainda


mais nessa guerra. Mas agora, com essas cartas, você precisa saber a verdade.

Olhei para as cartas em minhas mãos, sentindo meu coração apertar ainda
mais. Eu estava cercada por inimigos que estavam cada vez mais perto de destruir
tudo o que eu amava. E agora, não tinha mais escolha a não ser enfrentar essa
realidade de frente.

Abri minha boca várias vezes tentando encontrar a minha voz, mas não
estava conseguindo, minha garganta se fechou, o que eu poderia fazer?!

Essa pergunta se instalou na minha cabeça.

— Vejo que percebeu. Você não conseguiria fazer nada. Sem aprender a
usar os seus poderes.

Levantei a cabeça.

— Por que está me contando sobre isso agora?


— Leia as cartas, que te responderei essa pergunta.

Encarei as cartas nas minhas mãos, engoli em seco, só de saber que foi ele
quem as enviou, sentia nojo.

Eu precisava ler, então comecei.

Minha adorável Vitória…

Já tem uma semana que eu me despedi de você, todos os dias me pego


imaginando como você está, eu quero tanto poder olhar para o seu lindo rosto
enquanto dorme tranquilamente.

Cada dia que passa eu estou com mais saudades, mas pode ficar tranquila,
o momento que eu finalmente estarei com você novamente, está mais perto do
que possamos imaginar.

As minhas mãos tremeram, peguei a segunda carta respirando fundo para


ter coragem de lê.

Minha adorável Vitória…

Hoje eu não estou suportando ficar longe de você, o ódio me consome a


cada segundo que passa, eu preciso tocar o seu rosto, eu preciso sentir o seu
cheiro, acho que estou ficando louco sem você.
Não importa quantas pessoas eu mate isso não faz diferença nenhuma, eu
queria sentir aquela emoção novamente, eu quero sentir você perto de mim, eu
não sei mais quanto tempo suportaria ficar longe de você, mas o momento em
que te encontrarei, está mais perto a cada dia que passa.

Tudo que eu passei naquela semana veio com tudo, apertei a minha mão
em punho de ódio. Peguei a terceira carta.

Minha adorável Vitória….

Estou muito feliz, hoje finalmente ficou pronto o presente que estava
preparando para você, finalmente pude ver a linda gaiola de ouro que eu mandei
fazer, cada detalhe foi feito especialmente pensando em você, cada rosa
vermelha, como o seu lindo cabelo, colocada no lugar certo, eu precisava te
falar deste presente. Eu queria que fosse surpresa, mas não consegui me
controlar.

Eu precisava te contar, coloquei uma linda cama no meio dela, tudo está
pronto, só esperando a sua dona chegar.

Mas esse não é o motivo da minha felicidade.

Há uma semana, quando encontrei uma moça parecida com você, eu quase
fiquei louco, ela tinha a pele branca como a sua, o mesmo olhar de medo no
rosto, aquilo me encantou, então eu a trouxe para o meu lado. A única diferença
entre você e ela, eram os cabelos, ela tinha os cabelos loiros como o sol, mas eu
dei um jeito naquele detalhe.

Quando eu observava aquela garota em minha cama, se encolhendo de


medo ao perceber o que iria acontecer, eu senti o mesmo prazer de quando você
gritava de dor no momento que eu estava mordendo o seu pescoço.

Ela gritava e se contorcia naquela cama de puro desespero, quando eu


entrei nela com muita força, as lágrimas que desciam no seu rosto me faziam
sentir ainda mais prazer, com ela embaixo do meu corpo gritando por socorro, se
debatendo inutilmente, eu só conseguia ver você, ali no lugar dela, e isso me fez
sentir ainda mais prazer.

Eu lhe enviei um lindo presente, quando você o vir, vai saber exatamente o
que irei fazer com você. Mas por favor minha adorável Vitória, não se preocupe;
com você será diferente, irei me alimentar do seu sangue, usarei o corpo como eu
sempre imaginei, mas você é diferente, eu curarei todas as vezes que machucarei
o seu perfeito corpo, você é especial, você é minha!

Espero que goste do lindo presente que eu estou lhe enviando.

Minha respiração estava irregular, abaixei a cabeça sentindo que ia


desmaiar a qualquer momento, eu vou matá-lo, eu vou matá-lo

— Respondendo a sua pergunta. — Levantei a cabeça olhando para ele. —


Antes você não podia se defender, mas agora, eu sei que pode.

Com meu coração acelerado, ao olhar para ele, fechei os olhos com muita
força. Sim, eu vou matar aqueles dois.

Encarei Damon que permanecia na minha frente


— Qual foi o presente que ele me enviou?

— Encontramos uma garota perto da cidade, ela estava nua com o corpo
todo machucado, ela tinha sido torturada, os seus cabelos estavam pintados de um
ruivo estranho, no seu pescoço tinha uma coleira de couro e ouro com o nome
Vitória escrito, e essa carta estava debaixo do corpo dela.

A minha boca se abriu em choque, aquele maldito!

Os meus olhos se encheram de lágrimas.

— O que você fez com o corpo dela?

— Eu enterrei.

Eu não conseguia conter o mix de sentimentos que tomou conta de mim


naquele momento: tristeza, raiva, nojo. Aquela pobre garota, que teve sua vida
tirada de forma cruel, estava ali, como um lembrete das intenções obscuras de
Alastor.

Damon se aproximou, segurando minhas mãos com gentileza.


Capítulo 09
Vitória

Minha respiração estava tão irregular, eu sentia o meu corpo tremendo.

Abri os olhos.

O meu coração estava acelerado, esse sonho novamente, era a terceira vez
que eu tenho pesadelos com o Alastor, e em todos as vezes era eu naquela cama,
engoli em seco, olhei para o meu lado e percebo que o Damon não estava aqui,
quando eu fui dormir ele não estava, será que tinha acontecido alguma coisa?

Balancei a cabeça, porque eu estava preocupada. Olhei para a parede de


vidro, estava de noite ainda, pude ver a lua iluminando o céu estrelado.

Ouço a porta do quarto se abrindo, vejo Damon entrando, ele não acendeu
a luz, mas dava para vê-lo perfeitamente com a luz da lua que entrava pela parede
de vidro, meu coração acelerou, ele segurava algo nas mãos, eu pude sentir um
cheiro de fumaça, Damon foi direto para a biblioteca.

Será que aconteceu alguma coisa? Ele estava com um cheiro forte de
fumaça.
Não! Eu não vou me intrometer. Depois de uns minutos ele foi para o
banheiro, eu pude ouvir o som do barulho da água do chuveiro caindo.

Só de imaginar o seu corpo nu, respirei fundo, o que eu estava pensando?


Fiquei quieta tentando acalmar o meu coração, o meu rosto estava vermelho.

Um tempo depois ele saiu, Damon sempre dormia só com uma calça de
tecido mais confiável, eu estava deitada só com a cabeça sem cobrir, olhando
disfarçadamente para ele.

Damon se deitou, ele respirou fundo fechado os olhos, olhei para o seu
rosto, deveria ser pecado um rosto como aquele, ele era tão bonito, o meu
coração acelerou, o seu cabelo ainda estava molhado, algumas mechas jogadas no
seu rosto, eu queria tirar aquelas mechas do seu rosto.

Desde o dia que eu correspondi ao seu beijo, não falamos mais sobre isso,
estava na cara que ele estava cansado, mas eu entendo, ele me treinar de seis a
oito horas por dia, tem as obrigações como o novo rei, tem o irmão e o miserável
do Daniel querendo matá-lo e querendo o meu sangue, e com certeza, a
resistência também deve estar se movimentando.

Era tanta coisa que eu não sei como ele está suportando, eu queria
perguntar como ele estava, mas não sabia se ele iria me responder, respirei
fundo.

— Perdeu o sono? — Ouço a sua voz, olhei em sua direção e o vejo me


encarando com aqueles olhos incrivelmente azuis.

— Sim. – Engoli em seco tomando coragem para perguntar. — Muito


trabalho?

Quando Damon me encarava daquele jeito, algo dentro de mim mudava,


não sabia descrever o que era.
— Estava resolvendo alguns problemas, espero que não tenha te acordado.

— Já estava acordada.

Estava olhando para o seu rosto, e aos poucos a minha atenção foi para a
sua boca me lembrando de como foi o nosso beijo.

— O que está passando por essa sua cabeça, para você me encarar desse
jeito?

Merda! Isso que dá ficar encarando as pessoas, desviei o olhar.

— Não é nada. – Respirei fundo tentando fazer o meu coração voltar a


bater normalmente.

Ele sorriu.

Damon se aproximou ficando muito perto do meu rosto, a sua respiração


se misturando com a minha.

— Eu não acredito em você. — A sua voz era baixa, ter o Damon tão perto
do meu rosto só me deixava com mais vontade de lembrar o sabor dos seus
lábios, os nossos olhares se encontraram.

Ele levantou a mão passando delicadamente pelo meu rosto, eu fiquei


petrificada no lugar, sentindo a delicadeza do seu toque.

Um calor foi subindo pelo meu pescoço, o quarto estava ficando mais
quente.

— Você sabe que se quiser qualquer coisa é só me pedir. — Ele tocou nos
meus lábios. — Não sabe?

Ele não estava falando sobre coisas materiais, apesar de saber que se eu
pedisse algo assim, ele me daria, não... não era isso que Damon estava falando,
eu poderia ignorar aquela pergunta e me virar naquele instante, mas eu não
queria, eu realmente queria beijá-lo.

Não respondi, fiquei olhando para ele, tomando uma coragem que eu não
fazia ideia de onde tinha vindo, me aproximei do seu rosto, Damon não se
aproximou, ficou parado como se estivesse esperando até onde eu iria, com ele
tão próximo do meu corpo, eu não sabia até que ponto eu poderia chegar, eu não
fazia ideia, mas algo eu tinha certeza, iria beijá-lo.

Segurei no seu rosto e aproximei a minha boca da dele, senti o sabor da sua
boca na minha, Damon segurou no meu pescoço me trazendo para mais perto do
seu corpo, a sua mão apertava a minha cintura.

Sua boca era macia e suave, ele correspondeu ao beijo, me sentia tão
diferente quando estava nos braços dele, parecia que aquele sempre foi o meu
lugar.

Damon apertou a minha cintura, começou com um beijo calmo, mas logo
se transformou em algo totalmente fora do meu controle.

Ele estava em cima do meu corpo, o meu coração martelava no peito.


Segurei no seu pescoço, acariciei os seus cabelos, e continuei correspondendo os
seus beijos, a minha mão foi na sua direção explorava o seu corpo com as
minhas mãos, o calor emanando de cada parte dele, passei a minha mão no seu
corpo como se fosse um mapa, trilhando cada caminho.

Minha mão foi na direção da sua nuca, quando encontrou os seus cabelos
os puxando de leve. O beijo estava cada vez mais intenso e excitante, nossos
corpos colados um no outro, sentindo a energia e o desejo queimando entre nós.

Damon começou a percorrer suas mãos pelo meu corpo, explorando cada
curva. Suas mãos deslizaram para a minha cintura, apertando com força,
enquanto eu arranhava de leve suas costas, sentindo a pele arrepiar sob o toque
dos meus dedos.

Nossas respirações aceleradas se misturavam em um ritmo frenético,


nossas línguas dançando uma com a outra, explorando e provocando.

Os beijos se tornaram mais famintos, cheios de desejo e luxúria. Damon


começou a trilhar um caminho de beijos pelo meu pescoço, descendo até o vale
dos meus seios, enquanto suas mãos percorriam minhas pernas, provocando
arrepios em cada toque.

Eu estava com uma calça de flanela e uma camisa, sentir a sua boca no
meu pescoço era algo tão intenso.

A sua mão foi percorrendo a minha barriga por baixo da camiseta, meu
corpo se arrepiou, sentia a sua boca no meu pescoço, explorando, distribuindo
beijos por cada centímetro de pele exposta.

Ouço a sua voz próxima ao meu ouvido.

— Se você quiser parar, o momento é esse, porque se eu não ouvir


nenhuma palavra sua, irei continuar, e nós dois sabemos como isso vai acabar. —
O meu corpo arrepiou completamente.

Era uma sensação tão mágica ter o seu corpo colado ao meu, mas também
sabia que aquele não era o momento, eu precisava me controlar.

— Eu quero parar. — A minha voz saiu baixa.

Damon parou de beijar o meu pescoço e me encarou a centímetros do meu


rosto. O meu coração estava tão acelerado. Ele sorriu ao se aproximar beijando o
alto da minha cabeça.

— Como quiser.
Ele se afastou do meu corpo, deitando-se novamente do meu lado, apertei
uma mão em punho tentando me controlar quando eu não senti o calor do seu
corpo no meu, me controlei para não me jogar nos seus braços novamente.
Capítulo 10
Vitória

Acordar naquela manhã foi totalmente diferente, passei os meus dedos


delicadamente pelos meus lábios me lembrando de cada detalhe de ontem, fechei
os olhos por um momento e ao fazer isso, as sensações de ter as mãos do Damon
no meu corpo, a sua respiração no meu pescoço, apertei os olhos com mais força
me lembrando do calor dos seus lábios no meu pescoço, abrir os olhos, com o
meu coração acelerado.

Fiquei quieta, enrolada nas cobertas macias naquela cama, eu sabia que se
tivesse ficado calada no momento que ele me perguntou aquilo, nós teríamos
terminado o que eu comecei, apertei o travesseiro com força, seria tão horrível
assim se tivéssemos terminado?

Fechei os olhos novamente, eu não queria me apegar novamente a alguém,


no fundo eu morria de medo de sentir o que eu senti, quando a Brace me disse
todas aquelas verdades, de modo cruel sim, mas eram verdades, ela me odeia e o
sentimento é mútuo entre nós duas, mas parando para pensar, se a Sofia estivesse
viva o que eu seria capaz de fazer para tentar salvar a sua vida?
Provavelmente tudo, de todos que eu conheci na resistência o Léo foi o
melhor entre elas, eu queria saber se ele estava bem, sentia saudades dos nossos
momentos no refeitório e nos treinamentos, eu queria poder abraçá-lo pelo menos
uma última vez.

Respirei fundo, e por mais estranho que seja, o ódio que eu sentia pela
Brace tinha se dissipado, afinal, ela é apenas uma irmã mais velha tentando
manter o seu irmão em segurança, eu não poderia culpá-la por fazer isso.

E tinha o Derek, o que ele estava fazendo?

Balancei a cabeça tentando dissipar esses pensamentos, ele me usou, essa é


a verdade, tudo foi apenas uma missão desde o começo, nada do que aconteceu
entre nós dois foi real, apenas uma mentira.

Fiquei quieta na cama por um tempo, a minha barriga estava doendo


muito, me levantei, observei o quarto, o Damon não estava aqui, já estava me
acostumando a não vê-lo de manhã, fui até o banheiro e como eu suspeitava, a
minha menstruação tinha chegado.

Ao sair daquele quarto fui na direção do salão onde tomamos café, alguns
vampiros passaram por mim, eu percebi os seus olhares em minha direção, o meu
poder deslizava por todo o meu corpo em alerta, apenas um comando e ele estaria
nas minhas mãos, eu esperei por algo, mas isso não aconteceu, eles
permaneceram caminhando pelo corredor.

Suspirei já chegando no salão, as enormes janelas estavam abertas, um


vento gelado entrava balançando graciosamente as cortinas, o céu estava bastante
escuro, acho que vai chover.

Tentei não olhar no rosto do Damon quando me aproximei da cadeira a


qual eu sempre me sentava ao lado dele.
Quando finalmente o meu coração se acalmou, eu olhei em sua direção.
Damon me observou, dei um pequeno sorriso em sua direção, vejo a sua
sobrancelha se levantando devagar, como uma pergunta estampada em seu rosto,
por que você está sorrindo para mim?

Na verdade, eu também não sabia, no momento que eu olhei para ele eu


sorri.

— Iremos treinar hoje? — Perguntei pegando um pequeno pãozinho doce e


comecei a comer esperando a sua resposta.

— Tenho um lugar para ir logo depois de terminar aqui, hoje não vai dar
para treiná-la. — O meu peito se apertou de decepção, eu estava decepcionada
porque não ia ficar perto dele naquela manhã? Respirei fundo me lembrando dos
momentos que tivemos juntos. Eu estava sentindo falta de estar com ele, eu
estava sentindo falta de sentir o seu corpo junto ao meu.

Foi como um choque, parei de comer e peguei um copo com suco o


bebendo.

— Aconteceu alguma coisa? — Ele perguntou, mas não me virei na sua


direção para responder, o meu rosto estava queimando.

— Não aconteceu nada.

A minha voz estava baixa, eu estava gostando do Damon! Não, eu não


estava gostando dele, neguei aquilo que estava crescendo dentro do meu peito.
Eu treinei sozinha naquela manhã, tentei ficar focada somente naquele
momento, evitei pensar no Damon, essa era a melhor opção.

Fiquei a semana toda treinando, Damon estava tão ocupado que eu só o via
de manhã, e nem isso às vezes, descobri que estava tendo mais invasões no
território dele, Alastor e Daniel estavam agindo com mais frequência, eu treinava
mais e mais, beirando a exaustão, precisava estar preparada para o que estava por
vir.

Tomei um banho demorado, todos os músculos do meu corpo reclamando


a cada movimento, treinei por quase sete horas hoje, respirei fundo saindo do
chuveiro, me sequei com um pequeno sorriso no rosto.

Eu estava muito melhor do que antes, conseguia controlar o poder que


corria pelo meu corpo com mais facilidade.

Terminei de vestir uma calça jeans e um suéter preto quentinho. E fui para
a frente do espelho dar um jeito nos meus cabelos, só de olhar para a minha
imagem no espelho dava um certo desânimo, respirei fundo e comecei a penteá-
lo.

Os meus cabelos estavam tão grandes, olhando para eles me deu uma
grande vontade de cortar um pouco, tinha tanto tempo que eu não cortava. Um
sorriso já estava nos meus lábios ao lembrar que sempre falava para a minha mãe
que ia cortar, e ela sempre sorria falando que eu nunca cortava, desistia sempre
no último momento, mas a verdade, era que eles estavam chegando bem abaixo
da minha cintura.

Seria mais fácil cuidar se eu cortasse.

Segurei em uma mecha e pensando nisso, saí do banheiro, vejo o Damon


parado encostando na parede, ele me encarou, o meu coração acelerou, já tinha
uma semana que eu não conseguia ficar sozinha com ele. Mas ao encarar o seu
rosto, eu percebi que tinha algo errado.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei me aproximando dele.

— Eu preciso te mostrar uma coisa.

— Ok. — Falei meio desconfiada.

Damon saiu, e eu o segui pelos corredores daquele lugar. Ele estava tão
sério, era como se estivesse tentando se controlar, ou seja, tinha acontecido
alguma coisa com toda a certeza.

Mil ideias surgiram na minha cabeça, será algo com a resistência? Algo
com o Alastor ou com o Daniel? Ou será que aconteceu algo com as garotas que
estavam vivendo na fazenda? Balancei a cabeça. Não! Se fosse algo com elas, ele
já teria falado.

Andei ao seu lado com várias perguntas, a expressão no rosto do Damon


estava tão séria.

Paramos em frente a uma grande porta de madeira, um vampiro que estava


do lado da porta abriu e entramos. O lugar estava iluminado, vejo uma grande
mesa à minha frente com umas dez cadeiras, e vários quadros nas paredes de
pessoas que eu não fazia ideia de quem eram.

Damon se aproximou de uma mesa mais ao fundo, fui atrás dele até estar
ao seu lado. olhei em cima da mesa e vejo um notebook, tinha tanto tempo que eu
não via um, olhei para o Damon que estava do meu lado.

— Se senta, você precisa ver uma coisa.

Me sentei na cadeira, olhava o notebook aberto com várias pastas de


arquivo na tela brilhante.
— Essa semana descobrimos uma instalação que estava desativada a muito
tempo, mas que de repente estava recebendo muita energia elétrica, então mandei
investigar, poderia ser algo relacionado ao meu irmão, mas os vampiros que eu
mandei para lá, só dois voltaram com vida, eles foram atacados assim que
chegaram. — O encarei, sem saber o que tinha o que responder. — Eles foram
atacados com uma nova arma que usa um veneno que pode matar vampiros
inferiores. — Engoli em seco me lembrando que foi a minha mãe que roubou
esse veneno, ou seja, quem atacou eles, foi a resistência. — A resistência como
você já deve ter percebido.

— Então fui pessoalmente com outra equipe, ao chegar lá, quase todo
lugar estava em chamas, eles colocaram fogo no lugar para encobrir o que estava
acontecendo, mas encontramos computadores que ainda estavam intactos, foi
graças a isso que agora sabemos o que estava acontecendo naquele lugar.

O rosto do Damon estava com uma expressão tão fria, sinto um arrepio
passando por todo o meu corpo.

— O que estava acontecendo lá? — Perguntei o encarando.

Ele se aproximou apertando uma tecla no notebook.

— Acho melhor você mesma ver.

E com isso encarei a tela do notebook na minha frente.

Era um vídeo, levantei uma sobrancelha encarando a mulher que falava,


tentando me lembrar de onde eu a conhecia, de repente me lembrei, essa é a
médica que cuidou de mim quando eu estava na residência. Sim, isso mesmo, ela
era.

Prestei atenção no que ela falava.


— Primeiro dia depois da cirurgia da paciente. — A médica levou a
câmera até uma maca onde tinha uma pessoa, e de repente eu vejo o meu corpo
em cima daquela maca, o meu coração acelerou, era eu ali, com aquela mesma
camisola ridícula, eles tinham filmado enquanto eu estava desacordada, mas por
quer?

— A paciente teve uma melhora significativa depois de vinte e quatro


horas, ela perdeu bastante sangue, mas está se recuperando muito bem. Por isso a
colocamos e coma induzido, precisamos de mais tempo com ela desacordada para
podermos fazer mais exames, ainda tenho muitas dúvidas sobre como o sangue
dela é capaz de fazer tantas coisas.

Olhei para a tela, mas eu não conseguia prestar atenção, eles me colocaram
em coma induzido só para me estudar mais, eu não precisava ficar duas semanas
daquele jeito? Apertei a minha mão em punho de puro ódio.

Prestei atenção novamente na tela.

— Segundo dia, a paciente continua no coma induzido, estamos tentando


tirar sangue dela sem que isso prejudique o seu corpo, já temos quase um litro
guardado, mas isso não é o suficiente, precisamos de mais se realmente
quisermos ter algum sucesso nas experiências.

Experiências? Engoli em seco, mesmo com a presença do Damon do meu


lado, parecia que eu estava sozinha naquele lugar. Eu senti um frio na espinha.

— Terceiro dia, a cicatrização na sua perna está indo melhor do que eu


imaginei, e isso só com dois dias injetando esse novo soro no local. — Ela sorriu
como se estivesse muito feliz ao falar aquilo. — Conseguimos fazer um soro com
o sangue da paciente, capaz de cicatrizar ferimentos mais rápido, lógico que está
ainda em processo de testes, funciona somente nela, mas isso já é um grande
avanço, podemos modificar a fórmula, com isso seremos capazes de curar muitos
humanos de ferimentos graves, arrisco a dizer que poderíamos com mais tempo
de pesquisa, curar até doenças incuráveis. É algo que eu nunca pensei que
poderia falar um dia.

Então era por isso que a minha perna estava totalmente cicatrizada quando
eu acordei! Os meus olhos ardiam sem parar.

— Oitavo dia, o ferimento está completamente curado, a paciência está


perfeitamente bem, sem sequela nenhuma, já temos dois litros de sangue
armazenados, chegou o momento dela ir para outra instalação da resistência, e
chegou o momento de começar as experiências. — O meu peito subia e descia
rapidamente ao olhar para a tela. — Separamos cinco cobaias para testarmos o
novo soro, modifiquei para que os corpos humanos pudessem receber uma
quantidade de poder que conseguimos transformar em um soro muito promissor.

A filmagem mudou, agora era uma sala bem maior, vejo cinco macas com
vários aparelhos ligados em cada pessoa que estavam deitados nelas, e um por
um, a miserável da médica injeta um líquido azul nas bolsas de soro daquelas
pessoas.

As minhas unhas machucavam a pele da minha mão pela força que eu as


apertava em punho, minha garganta estava completamente fechada.

Eles me mantiveram em coma para poder tirar o meu sangue, usaram o


sangue que retiraram de mim para fazer algo totalmente novo. A minha cabeça
parecia que ia explodir, isso sempre repetia, eles sempre conseguiam me usar, não
importa o quanto eu lute, sempre é o mesmo final, tentei controlar as lágrimas,
mas elas começaram a sair.

A revolta e o nojo se misturavam dentro de mim enquanto eu assistia


àquelas cenas. Eles usaram o meu próprio sangue para criar um soro
experimental, algo que iria transformar os corpos humanos em algo além do
normal. Não podia acreditar no que estava vendo.
— Décimo sétimo dia. Infelizmente as cobaias não resistiram ao processo
de modificação, o corpo não suportou o soro. Vamos ter que tentar com pessoas
mais jovens, as próximas cobaias terão entre vinte e vinte e sete anos, e assim por
diante, se o corpo delas não aceitarem, teremos que diminuir até que aceitem.

O vídeo acabou, os meus olhos ardiam sem parar, eu tinha prometido não
chorar, mas diante de tudo que eu estava vendo era impossível, miseráveis!

Como puderam fazer isso?

O meu corpo estava tremendo, sinto o chão se movendo como se fosse um


pequeno tremor de terra.

Sinto a mão do Damon no meu ombro apertando.

— Se controle Vitória, agora além dos problemas que já temos, ainda tem
isso, precisamos descobrir onde fica os outros laboratórios, eles não podem
permanecer com esse soro em mãos, é perigoso demais, se isso continua…

Me levantei sentindo o meu coração acelerado, olhei para o Damon que me


encarou.

— Se continuar, eles irão fazer essas experiências com crianças! — Damon


balançou a cabeça concordando comigo. — Eu não vou deixar que isso aconteça.
— Afirmei.

— Eu nunca tive a intenção de deixar isso acontecer. — Damon respondeu.

Limpei o meu rosto.

— Você tem alguma pista dos outros laboratórios?

— Sim, se tudo correr bem, vou ter a localização a noite.

— Ótimo! Eu irei com você.


O encarei esperando uma resposta. Damon suspirou passando a sua mão
pelos cabelos os bagunçando.

— Eu tenho certeza que se eu falasse não, você não iria me ouvir. — Ele
levantou uma sobrancelha olhando para mim.

— Com certeza. — Ele sorriu se aproximando de mim, Damon levantou a


sua mão e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. A minha respiração
se intensificou. — Eu não gosto que você chore, na verdade, não sei o que fazer
quando você chora.

Dei um sorriso sem graça para ele.

— Acho que um abraço é um bom começo.

A minha voz saiu baixa, o meu peito subia e descia rapidamente, Damon
sorriu olhando para mim.

— Me lembrarei dessas palavras.

Ficamos naquele lugar, um olhando para o outro, eu queria abraçá-lo,


estava me controlando para não me jogar em cima dele, estava sentindo saudades
de ficar nos seus braços, estava com vontade de ficar quieta, com os seus braços
em volta do meu corpo.

— O que você vai fazer agora? — Perguntei o encarando.

— Por quê? Você quer ir em algum lugar.

Eu queria ir à fazenda ver as crianças, as outras garotas e a Lua, mas


também queria ir à árvore de cerejeiras, mas sabia que daria para ir somente em
um lugar. O encarei.

— Eu queria ir até a árvore de cerejeiras. Mas se você estiver muito


ocupado, pode deixar para outro dia.
A mão do Damon ainda estava no meu rosto, respirei fundo sentindo o
calor da sua mão, os seus olhos azuis me encaravam com bastante atenção.

— Te levarei até a árvore de cerejeiras.

Eu sorri o encarando de volta.


Capítulo 11
Vitória

Respirei fundo sentindo o ar fresco entrando em meus pulmões, a


temperatura daquela tarde estava perfeita, o cheiro das flores que estavam em
cada parte daquele lugar, Damon permaneceu ao lado do carro, ele estava em
alerta, mas não dava para culpá-lo, afinal, sabíamos que o Alastor e o Daniel
estavam atrás de mim.

Eu deveria ficar no castelo me preparando, treinando para o que viria a


seguir, mas eu queria ver este lugar, eu precisava disso.

Andei mais um pouco e vejo a cerejeira com os seus galhos repletos de


flores, o cheiro suave e doce das flores de cerejeiras me envolveram, o que me
fez sentir em paz. Era um contraste reconfortante com tudo o que havia
acontecido recentemente.

Sentada em um banco próximo à árvore, permiti-me apreciar a


tranquilidade do momento. Fechei os olhos e deixei que a brisa acariciasse meu
rosto, afastando qualquer vestígio de tensão e preocupação.
Enquanto as pétalas rosadas caíam suavemente ao meu redor, pude sentir
uma sensação de renovação, como se aquele local especial estivesse me
proporcionando um momento de descanso e renovação de energias.

Olhei para as lápides da minha mãe e da minha amiga, uma lágrima desceu
pelo meu rosto, eu sentia tantas saudades delas, eu queria que elas estivessem
comigo, mas sabia que era impossível, as pétalas das flores de cerejeiras cobriam
o chão ao meu redor, fiquei sentada naquele lugar e falei tudo que eu queria, era
como se eu estivesse retirando um peso sobre os meus ombros, mas eu precisava
disso, eu precisava estar naquele lugar calmo e sereno.

Ficar ali, me trazia uma paz tão grande, fechei os olhos e respirei
profundamente sentindo o cheiro novamente das flores me invadir.

Saí daquele lugar e fui andando na direção onde o Damon estava, ao me


aproximar ele me encarou.

— Está cedo ainda. — Olhei para o céu e vejo o sol começando a se pôr no
horizonte. — Se você quiser podemos ficar mais um pouco. — A sua voz era
calma e serena, dei um pequeno sorriso antes de responder.

— Está tranquilo, quando estiver mais sossegado eu voltarei.

Ele balançou a cabeça confirmado, entramos no carro, a mistura de cores


no horizonte e o cheiro das flores ainda estavam no ar.

Damon olhou em minha direção, o meu corpo se arrepiou só de estar ao


seu lado. Seu olhar era carinhoso e reconfortante, transmitindo uma sensação de
proteção. Era algo totalmente diferente de antes, do começo de tudo.

— É um lugar bonito, não é? — Ele quebrou o silêncio, sua voz suave e


serena combinando com o ambiente tranquilo.
— Sim, é maravilhoso. — Respondi, admirando novamente a paisagem. —
Às vezes, precisamos nos afastar do caos e encontrar um momento de paz como
este.

Ele assentiu, sua expressão tranquila. Sabíamos que havia uma longa
jornada à nossa frente, repleta de desafios e perigos, mas também sabia da
importância de momentos como aquele para restaurar nosso equilíbrio emocional.

Permanecemos ali, em silêncio, compartilhando a calma daquele lugar. Era


um momento de pausa, mas também de preparação. Ainda havia muitas batalhas
a enfrentar, mas com a calma renovada e a determinação fortalecida, estávamos
prontos para enfrentar qualquer desafio que estivesse por vir.

Ao retornar para o castelo fomos diretamente para o quarto, eu queria ficar


quieta em um canto, precisava pensar no que estava acontecendo, era tanta coisa
que só de lembrar de cada uma, fazia a minha cabeça doer ainda mais.

Damon não ficou muito tempo no quarto, ele entrou na biblioteca e ficou lá
dentro por uns minutos, logo em seguida saiu segurando uns papéis, às vezes me
esqueço o que ele é, afinal ele é o rei.

Me sentei naquela tão conhecida poltrona, abracei as minhas pernas e


permaneci quieta, olhando para a grande parede que refletia o horizonte. Quando
eu pensei que não poderiam me usar ainda mais, veio aquele vídeo me mostrando
como eu estava enganada, apertei os meus braços ainda mais fortes ao redor das
pernas.

Inevitavelmente veio uma pergunta, será que o Derek sabia disso? Eu sei
que é burrice pensar em uma pessoa que tinha um plano desde o começo, que fez
tudo o que fez para mim, não passando de uma missão, eu sei disso, mas lá no
fundo eu ainda queria que ele não soubesse dessa parte, porque se ele souber
disso, o meu coração vai se quebrar novamente, o restante, o pouco de carinho
que infelizmente eu ainda tenho por ele, se tornará ódio. Eu já odeio tantas
pessoas, não queria odiar mais alguém.

Respirei fundo, eu já tenho tantas pessoas para odiar, não queria


acrescentar mais uma na lista.

— Vitória! — Ouço alguém me chamando, mas estou tão cansada, eu só


queria continuar descansando, só mais um pouquinho.

— Vitória!

Abri os olhos e vejo a parede de vidro na minha frente, uma lua enorme
iluminava o céu. Olhei para o meu lado e vejo o Damon parado me encarando, a
sua roupa era diferente, continuava a mesma cor, preta, era a única cor que ele
usava, mas essa parecia mais justa no corpo, algumas partes tinham uma espécie
de couro, não sei explicar muito bem, mas parecia que em algumas partes tinham
uma estrutura mais rígida.

Me levantei ficando na sua frente.

— Encontraram um outro laboratório, eu já estava indo verificar, mas


como você queria ir, eu vim te perguntar. — Ele me encarou. — Você quer ir?

Engoli em seco antes de responder.

— Sim. Eu quero. — Afirmei sem tirar os olhos do seu rosto.

— Ok, então vamos, já está tudo pronto.

Damon pegou a minha mão e saímos daquele quarto.

O carro parou em um lugar muito afastado, ficamos quase duas horas no


carro até chegarmos neste lugar.
— Foi descoberto que este lugar estava sendo usado para continuar as
experiências que eles começaram antes. — Olhei na direção do Damon. — Eu
quero que você se concentre.

— Por que você está me dizendo isso? — Levantei uma sobrancelha


questionando-o. — Já sabe o que está acontecendo aqui?

Damon suspirou, andando até chegar na porta de ferro do local.

— Uma equipe já me passou o que está acontecendo.

— E o que está acontecendo? — Perguntei, andando até estar ao seu lado.

— A médica que apareceu nas filmagens está aqui, será uma ótima
oportunidade de descobrir mais alguma coisa dela, no mais é só isso que eu sei,
na verdade, eu não faço ideia do que encontraremos assim que passarmos por
essa porta, por isso estou te avisando para se controlar no que for que esteja aqui.

A médica está aqui! Respirei fundo, ela é uma das pessoas responsáveis
por tudo isso. Ela ajudou.

— Eu não vou me descontrolar, pode ficar tranquilo. — Encarei o rosto do


Damon por um momento, aqueles olhos azuis me encaravam intensamente, como
se estivesse me avaliando para saber se é verdade o que eu estava falando.

— Vamos!

Andei ao seu lado, o lugar era todo iluminado, andamos por corredores até
chegarmos até um grande salão, vejo vampiros observando várias pessoas que
estão no chão sentados com a cabeça baixa.

Me aproximei para ver melhor, ver se eu conhecia mais alguém.

Reconheci os cabelos loiros da médica que eu conheci na resistência. Ela


levantou a cabeça e me encarou, eu pude ver medo no seu rosto.
Me virei na direção onde o Damon estava, ele estava conversando com um
vampiro que eu nunca tinha visto antes, o vampiro falava algo para ele, vejo o
rosto do Damon tomando uma cor vermelha, a sua mão se fechando em punho,
naquele momento eu soube que tinha algo de errado, andei em sua direção, o
vampiro me observou por um segundo, mas logo depois falou mais alguma coisa
para o Damon e saiu.

Me aproximei dele ficando na sua frente.

— O que aconteceu? — Damon me encarou, ele estava com o semblante


tão fechado, algo realmente o estava incomodando bastante, isso só me fez ficar
mais alerta ao meu redor do que nunca.

— Eles encontraram um lugar onde queimam os corpos dos humanos que


não conseguiam suportar o soro no corpo.

As minhas mãos tremeram.

— Quantos corpos estão neste lugar? — Perguntei, mas sentindo a minha


garganta se fechando pouco a pouco.

Damon me encarava com um misto de emoções no rosto, ele respirou


fundo.

— Tem vinte corpos. — O meu peito subia e descia rapidamente, virei o


rosto na direção da médica que continuava sentada com a cabeça baixa, apertei a
minha mão em punho de tanta raiva que eu estava sentindo, era uma mistura tão
irracional dentro de mim, me fazendo tremer. — Tem mais uma coisa Vitória.

Olhei novamente para ele. Damon me encarava.

— São todos corpos de crianças.


As palavras de Damon ecoaram em meus ouvidos como um soco no
estômago. Meu coração afundou enquanto a realidade cruel se instalava em
minha mente. Corpos de crianças, vítimas de um experimento cruel e desumano.

Uma onda de raiva e tristeza tomou conta de mim.

Eu não conseguia compreender como alguém poderia causar tanto dano a


seres inocentes e vulneráveis. Minhas mãos tremiam mais intensamente e meu
rosto estava contorcido em uma expressão de profunda angústia.

— Como eles puderam fazer isso? — Sussurrei, sentindo as lágrimas


ameaçarem escapar.

Damon olhou para o chão brevemente antes de responder com voz


carregada de raiva contida.

— O líder da resistência, ele só quer poder, nada mais que isso. Parece que
esse experimento era uma forma de testar os limites do soro nos corpos mais
jovens. Ele tem sede de poder e não hesita em ir além dos limites da moralidade
para alcançá-lo.

Minha raiva se acumulou em meu peito, minha vontade de lutar e dar um


fim a toda essa crueldade se tornou ainda maior.

— Nós precisamos acabar com isso, Damon. Não podemos permitir que
mais vidas inocentes sejam perdidas e que essa crueldade continue. — Olhei
novamente para a médica que compactuava com isso, fechei os olhos tentando
me manter no controle, era algo tão irracional. — Eu quero ver as crianças.

— Você não precisa fazer isso, vou dar um jeito delas terem um enterro
decente.

Me virei em sua direção.


— Eu quero ver. — Afirmei, Damon concordou e foi andando, fui atrás
dele, na verdade, dentro do meu peito, ainda tinha uma pequena fagulha de
esperança que pouco a pouco estava se apagando, lá no fundo, eu ainda
acreditava que poderia ser um engano, talvez... só talvez, fosse um engano, elas
podem só está dormindo.

Naquele momento, em pensamento, eu percebi que ainda era muito


inocente, infelizmente acreditava que o ser humano poderia ser benevolente com
outro da sua espécie.

Chegamos na sala, e ali, diante dos meus olhos vejo várias macas
espalhadas pelo local, e em cima de cada uma, um lençol branco encobria um
corpo pequeno demais, um corpo frágil demais. As lágrimas tomaram o meu
rosto, me aproximei de uma maca, segurei a ponta do lençol branco, pronta para
levantá-lo.

Damon segurou a minha mão, tentando impedir que eu prosseguisse com o


que eu queria.

— Você não precisa fazer isso. — A sua voz tinha uma mistura de algo que
eu não conseguia decifrar, eu sei que o Damon não machuca crianças, que ele
tenta protegê-las também, para ele, ver esses corpos também não deve estar sendo
fácil.

— Eu preciso. — A minha voz não passando de um sussurro.

Damon soltou a minha mão, e eu levantei o lençol branco, vejo uma


garotinha deitada na maca, a cor da sua pele já roxa, as minhas mãos tremeram,
ela devia ter uns seis anos.

Minha respiração estava entrecortada e meus olhos encharcados de


lágrimas. Olhei para seu rostinho angelical, agora sem vida. Era difícil acreditar
que alguém fosse capaz de infligir tamanha crueldade a um ser tão inocente.
Toquei delicadamente sua bochecha, sentindo o frio gélido da morte. As
lágrimas escorriam sem cessar enquanto eu tentava processar a dor e a revolta
que consumiam cada parte do meu ser.

Damon se aproximou de mim, suas mãos trêmulas segurando o meu ombro

— Vamos encontrar quem fez isso, Vitória. Eles pagarão pelo que fizeram.
— Sua voz era um sussurro de determinação.

Abaixei o lençol branco não suportando mais ver aquela cena,


cambaleando, saí daquela sala, meu coração estava em pedaços, cada parte do
meu corpo doía, eu queria gritar, eu… eu, queria matar cada um que fez parte
daquela situação.

Os meus olhos estavam fechados quando eu sinto braços fortes ao redor do


meu corpo, e ali, nos braços do Damon eu chorei como nunca, ele me apertava
com força, o meu rosto encostando no seu corpo, eu podia sentir o seu cheiro, o
seu aperto, me foquei apenas nisso para me manter de pé, eu sentia que poderia
cair a qualquer momento, mas ali nos braços do Damon algo me dizia que ele não
iria deixar que isso acontecesse.

Fiquei nos seus braços por um tempo que eu não fazia ideia, o meu peito se
encheu de uma única coisa. Vingança! Eu precisava vingar a morte dessas
crianças, eu devia isso a elas.

Saí dos braços do Damon e fui na direção onde a miserável da médica


estava.

Não haveria perdão para aqueles que roubaram a vida dessas crianças
inocentes. A chama da vingança ardeu dentro de mim como nunca. Eu já estava
no limite de tudo isso.

Olhei para o salão, onde os vampiros observavam a cena com indiferença.


Meu olhar se fixou na médica, cujos olhos evitavam encontrar os meus. Ela era
cúmplice disso tudo, não poderia escapar impune.

Com apenas um pensamento eu a fiz vir até mim, a médica olhava para o
meu rosto, eu podia ver o desespero no seu olhar, o seu corpo tremia
violentamente, imaginei como aquelas crianças sofreram nas mãos dela.

— Como você pode fazer algo tão cruel a aquelas crianças? — A minha
voz parecia um rugido, ela ficou em silêncio. — Responda! — Eu gritei, não
suportando mais o seu silêncio.

— Elas morreram por um bem maior, os vampiros não podem ficar no


poder por mais dez anos.

Eu só conseguia sentir raiva e nojo diante das suas palavras.

— Um bem maior? Você ficou louca? Matou crianças por algo que você
julga ajudar a humanidade. VOCÊ MATOU CRIANÇAS!

A minha voz estava tão grave, não parecia ser a minha.

— Eu não me arrependo do que eu fiz. — Olhei para aquela mulher na


minha frente, a adrenalina correndo como nunca pelo meu corpo, o poder
transbordando dentro de mim.

— Eu também não me arrependerei do que vou fazer com você.

E com essas palavras levantei a minha mão, a médica olhava para mim. E
com um movimento da minha mão o poder transbordou do meu corpo, em um
segundo ela estava olhando para mim, no outro a sua cabeça estava em um
ângulo totalmente errado, o seu pescoço estava torto, e o corpo sem vida da
médica caiu no chão em um baque seco.

Eu fiquei paralisada, olhando para o que eu havia acabado de fazer. A


violência e a morte que eu tinha desencadeado não eram parte de quem eu era
antes. Mas o mundo estava mudando, eu estava mudando, e precisava aprender a
lidar com as consequências dos meus atos.

Olhei ao redor, encarando os vampiros que observavam a cena. Alguns


estavam em choque, outros pareciam satisfeitos. Mas todos sabiam agora, que
havia uma força poderosa em seu meio, uma força que não toleraria mais nada.

Saí daquele lugar, o vento gelado da noite bateu no meu rosto, inspirei com
rapidez sentindo o ar entrando em meus pulmões, eu tinha matado uma pessoa!
Essa constatação fez o meu coração acelerar, eu podia sentir a presença do
Damon nas minhas costas. Me virei olhando para ele.

— Se você quiser, posso pedir para que te levem de volta ao castelo.

O encarei, ainda tinha algo que eu precisava fazer, tinha a pessoa que
ordenou tudo isso, tinha outra pessoa que precisava morrer essa noite.

— Eu preciso fazer mais uma coisa.

Damon me encarou.

— Você precisa de ajuda? — O observei com cuidado.

— Eu preciso fazer isso sozinha.

— Eu compreendo, só se cuide.

Dei um pequeno sorriso para ele.

— Pode ficar tranquilo, eu tive um ótimo professor.

E com isso, o poder transbordou novamente pelo meu corpo, eu precisava


voltar para a resistência, eu tenho contas para acertar com aquele infeliz.

E com muito mais rapidez do que da última vez, eu flutuei na frente do


Damon, ele me encarava com um pequeno sorriso no rosto, é hora de fazer aquele
infeliz pagar por tudo que fez.

O vento gelado da noite envolvia o meu corpo enquanto eu voava na


direção do local onde a resistência se mantinha nas montanhas.
Capítulo 12
Vitória

Depois de mais tempo do que eu pensei que levaria, eu avistei a montanha


onde a resistência ficava, na verdade eu não tinha certeza de que eles ainda
permaneciam no mesmo lugar, era um tiro no escuro, mas eu precisava tentar.

Os meus pés tocaram o chão novamente, a sensação de voar era


inesquecível, era tão libertador, algo que eu precisava fazer mais vezes, encarei a
grande porta de ferro na minha frente, eu podia ouvir o som irritante vindo de
dentro, um pequeno sorriso estava nos meus lábios.

Ótimo! Então eles permaneceram no mesmo lugar.

Levantei a minha mão, o poder transbordando mais e mais e com um


impulso, a porta de ferro se contorceu em um pedaço único que foi arremessado
logo atrás de mim.

Entrei novamente no lugar que eu tinha jurado não pisar, o meu único
pensamento era encontrar o miserável do chefe da resistência, ele tinha que pagar
pelas vidas que ele tirou por causa deste experimento medonho.
Ouço passos apressados, parei quando estava quase chegando no refeitório,
uns dez homens armados me encaravam, na verdade eu conhecia vários daqueles
rostos.

— Vou dar a chance de vocês saírem da minha frente.

Vejo alguns engolindo em seco, as suas mãos tremiam, eu não os culpo eu


também estaria tremendo se fosse eu no lugar deles.

O escudo estava ao redor de todo o meu corpo, e não seria idiota de achar
que algum deles não fosse atirar em mim, eu não era tão estúpida assim.

Eles levantaram as armas, ouço o som dos tiros vindos em minha direção,
levantei às minhas mãos e as balas pararam no mesmo momento, em seguida elas
caíram no chão uma por uma, cada um naquele lugar olhou para a cena como se
não estivesse acreditando, olhei para eles, e em seguida todo estavam sendo
arremessados contra as paredes, reuni todas as armas em um único lugar, era
como se tivesse uma mão enorme e invisível, apertando todas elas, quando as
armas caíram, elas pareciam com qualquer coisa, menos com armas que eram a
um minuto atrás.

Continuei caminhando até estar no refeitório que eu conhecia muito bem,


mesmo tentando me controlar, me lembrei de tudo que aconteceu comigo neste
lugar, da falsa esperança que eu mantinha dentro do meu peito por finalmente
pertencer a algum lugar, de como tudo desapareceu, principalmente a esperança
de confiar em alguém novamente.

As pessoas corriam para todos os lados, fugindo de mim, era como se eu


fosse um monstro que eles tinham que fugir. Mas eu não me importava, percebi
que preferiria ser temida a amada.

Quando você é amada, podem confundir amor com burrice e te usam,


assim como aconteceu comigo, prefiro que eles me temam, assim será melhor.
Andei pelos corredores, ninguém mais ousando me parar, e finalmente
cheguei aonde eu queria, mas as minhas pernas pararam, no momento que eu
vejo ele parado em frente a porta me encarando.

Derek parecia que tinha emagrecido, ele cortou os cabelos bem mais curtos
do que eu me lembrava, o meu coração traidor acelerou no momento que eu o vi.

Tentei me controlar, não podia mostrar fraqueza na sua frente.

— Onde está o seu pai? — Por incrível que pareça a minha voz não falhou,
Derek levantou uma sobrancelha e me encarou.

— O que você quer com o meu pai?

Dei um passo encurtando a nossa distância.

Ele continuava sendo alto demais, mesmo assim o encarei.

— Eu vim aqui para matar o seu pai. — Afirmei, vejo o choque no rosto
do Derek ao ouvir essas palavras. Mas em momento nenhum eu desejei retirá-las.
Porque a única coisa que veio à minha mente, foram as crianças nas macas e os
lençóis brancos cobrindo os pequenos corpos sem vida.

— Você sabe que eu nunca vou deixar você fazer isso.

O vejo engolindo em seco.

— Em momento nenhum te pedi permissão para isso.

Derek balançou a cabeça, os seus olhos brilhavam de um jeito que cortaria


o meu coração a meses atrás, mas não agora, porque a única coisa que eu
pensava, foi porque eu me deixei ser usada por ele, por tanto tempo.

— O que aconteceu com você Vitória? Eu não vejo a garota que eu amava,
quando eu olho para você.
Eu sorri não acreditando na sua audácia.

— Essa garota morreu no momento que descobriu como foi um peão no


seu jogo e do seu pai, como ela foi idiota, burra ao ponto de deixar ser usada por
vocês.

— Você nunca me deixou explicar o que aconteceu. Sim Vitória, eu tinha


uma missão de te tirar daquele lugar, você foi a missão que me foi dada, mas tudo
o que aconteceu entre nós dois foi real, eu realmente te amo.

Derek levantou a mão para tocar no meu rosto, mas eu não deixei, me
afastei do seu toque como se fosse me queimar a qualquer instante

Sorri em sua direção.

— Não se esforce para tentar me convencer, nada do que você possa falar
vai mudar o que aconteceu, nada do que você falar vai mudar o que eu sinto
Derek. Eu vim aqui para matar o seu pai, e é isso que eu irei fazer!

Levantei a minha mão e o retirei da frente da porta, o arremessando no


chão, e com um único pensamento a porta se abriu. Entrei naquele lugar, mas não
vejo nada, o miserável não estava ali.

Saí daquele lugar e encontro o Derek em pé, encostando na parede, me


aproximei dele.

— Onde ele está? — Perguntei já sem paciência, Derek deu uma rizada
olhando para mim.

— Você acha mesmo que vou te contar onde o meu pai está?

O meu sangue ferveu de ódio.

— O seu pai autorizou aquela infeliz da médica a usar o meu sangue para
fazer um soro capaz de mudar um humano para sempre. Por isso várias crianças
estão morrendo, vítimas dele.

Falei a verdade esperando uma coisa, mas ao olhar para o seu rosto, não foi
essa expressão que eu imaginei vendo.

Mas eu não estava preparada para o que aconteceu a seguir, dei um passo
para trás, o meu peito doía sem parar.

Ele sabia, foi como se eu tivesse recebido um soco no estômago, a


decepção corroendo cada parte da minha alma, no fundo do meu coração, eu
ainda mantinha a esperança de que ele não soubesse disso.

— Precisamos derrotar os vampiros Vitória.

Parecia que eu tinha perdido o chão.

— Você sabia?... — A minha voz baixa, eu não queria acreditar nas minhas
próprias palavras, como? Por quê? — Eram crianças, CRIANÇAS!

Mas ele não respondeu, apenas me encarou por um tempo.

— Todos temos que fazer sacrifícios para o bem maior, aquelas crianças
não serão esquecidas.

Desgraçado! Gritei avançando em sua direção, segurei no seu pescoço com


força o empurrando na parede.

A minha mão apertava o seu pescoço com força, o meu corpo estava
tremendo, meus olhos ardiam só de olhar para ele. Ele sabia, ele sabia das
crianças, ele sabia que eles fizeram experiências comigo, ela sabia de tudo.

Mas o que mais me deixava em pedaços foi perceber como eu fui burra,
acreditando em pessoas que eu nunca deveria ter acreditado, doía tanto, mas
tanto, que por um momento eu pensei em gritar, apenas gritar, valeria mesmo a
pena salvar essas pessoas? Eu não sei, sinceramente não sei.
Minha mão em seu pescoço, o aperto se intensificando a cada segundo,
vejo os olhos do Derek em minha direção, ele tentava mover o corpo para
escapar, mas eu não deixei, o mobilizei.

Sinto um aperto no meu ombro, virei o meu rosto e vejo o Léo parado,
olhando para mim, o meu peito subia e descia tão rapidamente, será que ele
também fazia parte de tudo isso, será que ninguém se salvava, eu queria que pelo
menos uma pessoa fosse honesta, pelo menos uma.

— Vitória, não faça isso.

— Você sabia? Você sabia o que eles estavam fazendo? — A minha voz
saiu rouca, eu estava chorando, sentia o meu rosto todo molhado pelas lágrimas
que saiam sem parar.

Ele balançou a cabeça negando.

— Eu não sabia disso, fiquei sabendo agora que ouvi a sua conversa.

Algo no meu peito se acendeu, pelo menos um, pelo menos um.

— Solta ele, Vi.

— Eu não posso, ele também fez parte disso Léo, você não viu o que eu vi,
eram tantas crianças, os corpos. — Balancei a cabeça. — Todas mortas, em parte
por culpa dele.

Olhei para o Derek que continuava inutilmente tentando se soltar, o seu


rosto já estava mudando de coloração.

— Você não é assim Vitória, eu sei que se você fizer isso, nunca vai se
perdoar, por favor não faça isso.

Fechei os olhos tentando me controlar, e uma pergunta que se fez presente


em minha mente. Eu conseguiria matá-lo?
Balancei a cabeça, infelizmente não, eu não conseguiria matá-lo. Não
agora. Soltei a minha mão, e ele caiu no chão à procura de ar.

Encarei o Derek.

— Eu vou encontrar o seu pai, e quando isso acontecer, eu vou matá-lo. Se


você quer continuar vivo eu aconselho a não se colocar na minha frente
novamente.

Saí daquela instalação, o ar frio da noite se instalou nos meus pulmões,


fechei os olhos por um segundo.

— Vitória. — Eu não precisava me virar para saber que era o Léo.

— É melhor você entrar. — Afirmei ainda não olhando para ele, porque eu
sabia que se eu olhasse, não poderia suportar.

— Podemos ir embora daqui, podemos sair, ir para outro lugar onde


nenhum vampiro ou a resistência possa nos achar.

Sinto o choque das suas palavras, e mesmo sabendo que não deveria, me
virei na direção do meu único amigo.

— Não podemos fazer isso Léo.

O meu peito doía, ele balançou a cabeça como se estivesse negando para
ele mesmo.

— Podemos sim, você não precisa ficar com aquele vampiro, vamos fugir.

Eu acabei sorrindo, mas ao longe eu vejo uma silhueta nas sombras


naquele momento, e reconheço a Brace nos observando com cautela.

— A sua ideia é fugir comigo, e sua irmã? — Perguntei.


— Bem…. — Ele se atrapalhou na resposta, ele continuava sendo o
mesmo, o meu coração se aqueceu, pelo menos esse lugar não o mudou, pelo
menos isso. Me aproximei do Léo, e o abracei com força, fechei os olhos por um
momento, ele correspondeu ao abraço, era muito bom sentir o cheiro do meu
amigo novamente.

— Eu não posso Léo, tenho muitas coisas para finalizar aqui, eu sei que o
Damon é um vampiro, mas estar ao lado dele é o melhor para mim, eu preciso
acabar com essa guerra que está para começar, eu te aconselho a fugir deste lugar,
a resistência é tudo, menos, boa, principalmente para você.

Me afastei.

— Eu não fazia ideia de tudo que estava acontecendo aqui. — Ele abaixou
a cabeça com vergonha. — Me desculpa, se eu soubesse, eu teria tentado impedir,
eu teria tentado te ajudar.

Segurei no seu ombro, com um sorriso no rosto, Léo levantou a cabeça, o


seu rosto estava vermelho.

— Eu sei disso, você foi a única pessoa que valeu a pena ter conhecido. —
Olhei mais uma vez para a sua irmã pronta para tentar defender o irmão. — Avisa
para a sua irmã, que eu não tenho rancor dela, na verdade, tenho certeza de que
faria o mesmo no seu lugar.

Eu sorri mais uma vez o abraçando.

— Se cuida ok, se precisar de alguma coisa você sabe onde me procurar.

E com isso eu saí daquele lugar, o meu coração estava em pedaços, mas
pelo menos eu pude ver o Léo pela última vez, o céu está estrelado, a lua
iluminava o céu, o vento estava gelado, hora de votar para ele.
Capítulo 13
Vitória

Quando eu voltei, os vampiros que estavam na segurança do lugar não


demonstraram nenhuma surpresa, era como se eles soubessem que eu poderia
voltar a qualquer momento.

Ao entrar no quarto eu vejo a luz da biblioteca acessa, o Damon


provavelmente deve estar trabalhando, fui direto para o banheiro, tirei a minha
roupa e fui para debaixo do chuveiro, a água quente percorria por todo o meu
corpo.

A traição novamente do Derek corroendo cada parte de mim, eu só queria


esquecer, eu queria esquecer este dia, eu só queria esquecer.

Fiquei por muito tempo naquele banheiro me lembrando de tudo que


aconteceu comigo desde o começo, de como tudo começou.

Enrolei o meu corpo em uma toalha, estou olhando para o meu reflexo no
espelho, o meu rosto estava tão cansado, eu estou tão cansada.

Respirei fundo secando os meus cabelos.


Ao sair do banheiro, olhei para as duas portas na minha frente, a primeira
do closet, eu poderia entrar naquele lugar escolher uma roupa confortável vesti-la
e ir dormir, mesmo sabendo que não conseguiria. Ou eu poderia entrar na
biblioteca, mas o que eu faria naquele lugar? O meu coração acelerou, o que eu
faria naquele lugar com o Damon? Abaixei a minha cabeça sentindo o meu rosto
queimado, o que eu iria fazer?

Dormir, ou fazer o que eu estava pensando a muito tempo, mesmo não


admitindo para mim mesma, eu gostava de estar perto dele, eu gostava de sentir a
sua mão no meu corpo, eu gostava.

Mas porque essa luta dentro de mim? Porque era tão difícil escolher. Eu
deveria só fazer o que eu quero, eu deveria tentar ser feliz ou pelo menos fazer o
que está dentro de mim, levantei a cabeça, e o que eu quero é entrar naquela
biblioteca e sentir as mãos do Damon em cada parte do meu corpo.

Respirei fundo e fui na direção da porta da biblioteca.

O lugar era o mesmo, os mesmos livros, o mesmo cheiro, tudo o mesmo,


vejo o Damon sentado, ele estava com a caneta nas mãos, mas quando percebeu a
minha aproximação, levantou o rosto na minha direção. Meu peito subia e descia
rapidamente ao olhar para aquele rosto, encarar demoradamente os seus lábios
que estavam levemente entreabertos.

Fiquei próxima a mesa, o encarando.

— Aconteceu alguma coisa? — Damon perguntou, mas eu podia ver o seu


olhar na direção do meu corpo, ele olhava desde os meus pés, passando por todo
o meu corpo, até chegar no meu rosto, que eu tenho certeza de que estava
completamente vermelho.

— Nada que eu não pudesse resolver.

Ele me encarou.
— Entendo. Então me diga Vitória, porque você está na minha frente,
apenas com uma toalha enrolada no corpo?

Engoli em seco com a sua pergunta. Tomando coragem eu falei.

— Eu quero que você me foda! — Parecia que não era a minha voz
naquele momento, eu nunca tinha falado essa palavra, mas após dita, percebi que
gostava dela, gostava até demais.

Damon deu um pequeno sorriso para mim.

— Não me peça uma coisa que você não está preparada para fazer.

Inclinei a minha cabeça para o lado e continuei o observando, uma


coragem que eu não sabia de onde vinha, mas que eu estava gostando muito.

— Pensei que você também queria.

Ele sorriu novamente.

— É o que eu mais quero, mas eu tenho certeza de que você não sabe o
verdadeiro significado da frase " Eu quero que você me foda". — Levantei uma
sobrancelha olhando para ele. — Porque se eu fizer o que você está querendo, te
garanto que não vai conseguir se levantar amanhã.

O meu coração acelerou de uma forma que parecia não ser real, eu
acreditei nas palavras do Damon, ele não estava brincando, não sobre isso.
Mesmo assim, eu queria provocá-lo.

— Por quê? Você acha que não consegue? — O desafiei, o infeliz sorriu
colocando delicadamente a caneta que estava na sua mão em cima da mesa, sem
tirar os olhos de cima de mim, com ele olhando para mim desse jeito, me senti
uma presa indefesa na sua frente, pronta para ser comida, apertei uma perna na
outra sentindo uma pressão se formando.
Damon se levantou graciosamente ficando na minha frente, engoli em
seco, as minhas mãos tremiam.

— Eu sei que essa seria a sua primeira vez, não quero te machucar mais do
que o necessário.

Encarei os seus olhos azuis por um tempo, respirei fundo tentando


organizar os meus pensamentos.

— É só me machucar o necessário, não é tão difícil, é? — Perguntei sem


quebrar o contato visual com ele.

Damon segurou na minha cintura trazendo o meu corpo para perto do dele.

— Acho que eu consigo. — O infeliz tinha um pequeno sorriso antes de


segurar a ponta da minha toalha e a retirar, me deixando completamente nua na
sua frente. Ele abaixou o olhar para ver detalhadamente o meu corpo.

— Perfeita! Incrivelmente perfeita.

Eu não tive tempo de processar as suas palavras, porque no segundo


seguinte os seus lábios estavam nos meus.

Segurei no seu pescoço, sentindo todo o meu corpo vibrando com as suas
mãos explorando cada parte de mim.

Cada toque, cada beijo, me levava para um mundo só meu.

Segurei na sua blusa e desabotoei os botões, não sei como consegui com as
minhas mãos tremendo como estavam, a boca do Damon estava no meu pescoço,
passei a minha mão explorando seu corpo, cada músculo explorado por mim.

Damon, com rapidez, passou a mão pela mesa retirando todos os objetivos
de cima, a minha boca ainda estava inchada pelos seus beijos, só processei o que
ele estava fazendo quando ele segurou na minha cintura me levantando, ele me
colocou sentada na mesa, sinto o frio da madeira em contato com a minha pele.

Seus olhos não saíram de cima de mim, meu corpo estava pegando fogo.

Ele se aproximou a centímetros do meu rosto.

Segurei no seu pescoço e o beijei, sinto a sua boca em contato com a


minha, os nossos lábios em uma batalha intensa, sua boca foi na direção do meu
pescoço explorando cada parte de pele exposta, fechei os olhos sentindo o meu
corpo vibrando com cada toque cada beijo.

Ele segurou o meu seio com força o apertando, abri os olhos no mesmo
momento que ele distribuía beijos pelo meu seio, ele encostou os lábios no bico
que já estava rígido de tanto prazer, e o abocanhou, me fazendo soltar um
pequeno grito, Damon passava a língua sem pressa nenhuma, eu sentia o meu
corpo respondendo a cada toque. Joguei a minha cabeça para trás no momento
que ele mordeu.

Eu nunca senti isso em toda a minha vida, parecia que o meu corpo ia
entrar em choque a qualquer momento, o meu coração martelava de um jeito
forte no meu peito.

Ele continuou a sua exploração, distribuindo beijos por todo o meu corpo,
pelos meus seios, pela minha barriga, eu olhava sem acreditar no que estava
vendo, as minhas mãos tremeram quando eu percebi para onde a sua boca estava
indo. Damon segurou as minhas pernas e as colocou no seu ombro, o meu rosto
estava ardendo de vergonha, eu estava completamente exposta para ele.

Damon beijou o interior das minhas pernas, a sua mão foi para o meio
delas, e quando eu senti a sua mão na minha boceta eu estremeci.

— Eu ainda nem coloquei a minha boca na sua boceta. — Ele levantou a


cabeça me encarando. — E você já está completamente molhada. — Vejo aquele
mesmo sorriso no seu rosto, me levando ao limite de tudo com as suas palavras.

A excitação pulsou cada músculo do meu corpo quando eu senti sua boca
no meio das minhas pernas, joguei a minha cabeça para trás, a sua língua era
delicada, ele passava por toda a minha boceta, apertei a minha mão em punho não
conseguindo mais me conter, e quando ele focou apenas em um ponto, eu pensei
que poderia morrer naquele mesmo instante.

Meu corpo tremeu, eu sentia uma pequena corrente elétrica nas pontas dos
meus dedos, era como se ela fosse percorrendo toda as minhas pernas até chegar
no ponto que o Damon movia a língua em um ritmo que estava me deixando
completamente louca.

A minha visão explodiu em todas as cores no momento que o orgasmo


percorreu todo o meu corpo, essa era a melhor sensação que eu senti na vida,
meus olhos estavam fechados quando ele beijou os meus lábios, segurei no seu
pescoço.

A excitação pulsando em meu corpo. Suas mãos continuaram a explorar


cada curva, cada centímetro de pele exposta. O desejo entre nós era inegável e se
intensificava a cada toque.

Damon me beijou com fome, seus lábios encontrando os meus em um


ritmo acelerado. Suas mãos traçaram um caminho descendente, explorando
minha intimidade, provocando arrepios intensos.

Gemidos escapavam de nossas bocas conforme nossos corpos se


entregavam ao prazer avassalador. O desejo nos consumia, não havia espaço para
dúvidas, apenas para os instintos e prazeres que nos guiavam.

Com um movimento rápido, Damon me tirou da mesa, suas mãos fortes


me segurando com facilidade. Envolta pela sensação do desejo que nos envolvia,
ele me levou para a cama, o encarei, quando devagar, retirou a calça junto com a
cueca, engoli em seco no momento que eu o vi completamente nu, o seu corpo
era simplesmente perfeito, olhei para o seu rosto, os seus cabelos negros jogados
para frente do seu rosto, o seu olhar em minha direção, a sua boca levemente
aberta que continha um pequeno sorriso logo em seguida.

Damon se aproximou devagar, beijando minha barriga, eu tentava não


pensar no que os meus olhos traidores focaram, era grande, muito grande, o meu
coração acelerou, eu sinceramente não sabia se aquilo tudo caberia dentro de
mim, ok, eu não tinha visto muitos homens sem roupa na minha frente, mas eu
garanto que aquilo que estava no meio das pernas dele, era grande e grosso, não
era normal.

Damon beijou o meu pescoço, o seu corpo estava em cima do meu, segurei
nos seus cabelos sentindo a maciez de cada fio.

Levantei o seu rosto e o beijei, o sabor da sua boca na minha, as suas mãos
no meu corpo, cada toque, cada carícia.

O seu pau estava na minha entrada, não irei mentir, estava um pouco
nervosa, eu sabia que iria doer, é normal doer, mas algo me dizia que iria doer
muito mais por ele ser tão grande.

Damon parou de me beijar e me encarou, a minha respiração se misturando


com a dele.

— Você sabe que vai doer, não sabe?

Levantei uma sobrancelha olhando para ele, é lógico que eu sabia, respirei
fundo e decidi o provocar bem agora, com certeza me arrependerei depois.

— Porque, você está com pena?

Damon olhou para mim e um sorriso malicioso estava nos seus lábios, eu
gritei quando em uma única estocada ele se colocou todo dentro de mim, as
minhas unhas cravaram nas suas costas com força.

A minha respiração ficou presa na garganta, só sentia a dor dilacerado por


cada músculo, os meus olhos estavam fechados, tentei me controlar para não
chorar bem ali, embaixo do corpo dele.

Miserável! Isso vai ter volta, você me paga.

Damon beijava o meu pescoço, ele não moveu nenhum músculo,


sinceramente me arrependo de tê-lo provocado bem agora, eu e a minha boca
grande, mas ele não se movimentava, ficou beijando o meu pescoço, naquele
momento percebi que estava dando um tempo para o meu corpo se acostumar
com a invasão.

O meu coração ainda martelava no meu peito, mas aos poucos eu fui me
acostumando.

Damon se movimentou, se retirando apenas um pouco e logo em seguida


estocando novamente, as minhas mãos ainda estavam nas suas costas, a minha
respiração irregular, sentindo-o entrando e saindo de dentro de mim, a dor se
misturando com o prazer que aumentava na mesma medida.

Beijei o seu pescoço, vejo o seu corpo se arrepiando com esse gesto,
continuei explorando o seu pescoço com a boca, o vejo engolindo em seco,
Damon segurou nos dois lados da minha cintura, e com força se retirou e estocou
com força dentro de mim, fechei os olhos sentindo dor, ele era grande demais, o
sentia indo fundo, as minhas mãos em volta dos seus ombros.

Ele se aproximou beijando a minha boca, eu sentia o seu corpo em cima do


meu, ele se movimentava mais devagar, estocando um pouco mais calmo, segurei
o seu pescoço e continuamos.

Cada estocada me levava mais perto de ter outro orgasmo, quando ele
percebeu isso, começou a se movimentar mais rapidamente, e mesmo com o
prazer se misturando com a dor, eu acabei tendo outro orgasmo.

Damon continuou estocando o seu pau dentro de mim até que ele também
gozou. Ficamos em silêncio depois que acabou, eu estava tão cansada, o meu
corpo todo doía, os meus olhos estavam fechados, mesmo assim, eu o sinto
cobrindo os nossos corpos com um cobertor tão macio.

O meu corpo reclamava a cada segundo, parecia que eu estive treinando


por horas e horas, eu sinto o calor do seu corpo em contato com o meu, o meu
braço vai em sua direção, e eu o abraço com toda a força que ainda me restava, o
seu corpo fica tenso por um segundo, ouço os batimentos do seu coração
acelerado, mas aos poucos vão se normalizando, antes que eu finalmente
dormisse, sinto a sua mão em volta da minha cintura, ele me apertava como se
tivesse medo que eu sumisse a qualquer momento, mas eu não iria sumir, eu não
podia, eu simplesmente não conseguiria ficar longe dele.

O toque dele, o gosto dele, a forma como me fez sentir... Era tudo como eu
imaginava e muito mais.

Naquele momento, nada existia além de nós dois, entregues ao prazer que
havia entre nós. E assim, juntos, navegamos nas ondas arrebatadoras de uma
experiência que eu jamais esquecerei.
Capítulo 14
Damon

O seu corpo se moldava completamente no meu, segurei sua cintura com


força, eu sentia o cheiro maravilhoso dos seus cabelos, fechei os olhos inspirado
novamente, já estava quase amanhecendo, tentar dormir foi um verdadeiro
pesadelo, principalmente com ela completamente nua em meus braços, aproximei
ainda mais o meu corpo do dela, a ouço resmungando algo que eu não faço ideia,
Vitória tinha essa mania de resmungar quando estava dormindo, eu achava uma
atitude fofa vinda dela.

A verdade era que eu estava completamente perdido, após ter o seu corpo
completamente só para mim, eu sabia que nunca mais eu me esquecerei de cada
suspiro, de como o seu rosto ficou quanto eu a vi tendo um orgasmo, em meus
mais de mil anos, eu nunca vi algo mais lindo do que aquilo

Como eu pude me apaixonar por uma humana? Como eu pude desejar


tanto protegê-la?

Sinceramente não sei, eu só sabia que no momento que eu tive o seu


sangue na minha boca, eu sabia que não resistiria ficar longe dela, fiz de tudo
para tê-la novamente nos meus braços, àqueles meses longe dela foram os piores
de toda a minha existência, e quando eu a encontrei encostada naquela árvore, era
parecida com uma fada, completamente linda, mas infelizmente machucada mais
uma vez, eu não menti quando falei que não suportava mais vê-la chorando, eu
simplesmente não suportava, porque todas as vezes que isso acontecia, algo em
meu peito se quebrava.

Eu nunca me importei com ninguém, nunca quis tanto preservar uma vida
como eu quero preservar a dela, fui por meios obscuros para conseguir isso, não
irei negar, mas sinceramente não me importaria em exterminar todos os vampiros
e humanos desse planeta para salvá-la, eu não pensaria duas vezes em fazer isso,
para mim, a única pessoa que importa é ela, só ela, e mais ninguém.

Segurei na sua cintura com mais força, o meu pau completamente duro,
encostando na sua bunda.

Um sorriso estava no meu rosto quando me lembrei do seu olhar de ódio


quando eu estoquei com força dentro dela. Mas era a melhor opção, não queria
prolongar a sua dor por muito tempo, me lembro do cheiro do sangue impregnado
todos os meus sentidos, eu não preciso mais de sangue para sobreviver, mesmo
assim, quando eu senti o sangue ontem, fez todos os músculos do meu corpo sem
contraíram, foi difícil me controlar, prova disso são as marcas dos meus dedos
por todo o seu corpo. Ahh... Vitória, e assim você me pediu para te foder, se eu
tivesse ouvido o seu pedido, marcas roxas por todo seu corpo, seria algo trivial
agora.

Ela se mexeu, sinto o seu corpo ficando tenso quando percebeu o meu pau
encostando no seu corpo, eu não precisava ver seu rosto para saber que
provavelmente estava vermelho de vergonha, ela ficava ainda mais linda com o
rosto nessa tonalidade.
Encostei o meu rosto no seu pescoço, os pelos do seu corpo se arrepiaram
completamente quando a minha boca começou a beijar delicadamente perto da
sua orelha.

— Dormiu bem? — A minha voz estava rouca, acariciei sua cintura,


descendo a mão delicadamente pela lateral do seu corpo, o seu corpo estava
quente como o inferno, porra! Como eu gostava disso, ter seu corpo assim,
encostando no meu.

— Sim. — A sua voz era baixa.

— Está muito machucada? — Beijei novamente cada parte do seu pescoço.

— Um pouco.

Eu sabia que era mentira, provavelmente ela estava bem mais machucada
do que estava falando.

— Que pena. — Apertei a sua cintura com força, encostando ainda mais o
meu pau na sua bundinha empinada.

— Porque, que pena?

Eu sorri passando a minha mão pela sua barriga reta, descendo devagar até
encontrar o que eu tanto queria.

— Porque eu queria continuar o que começamos ontem.

Levei a minha mão até sentir sua boceta, ela estremeceu no momento que
comecei a pressionar o seu clitóris, ouço o seu suspiro, ela já estava molhada,
completamente pronta para mim, me ajeitei atrás do seu corpo fazendo a cabeça
do meu pau encostar na sua entrada.

Ouço um pequeno gemido vindo dela, pressionei com mais força o seu
clitóris.
— Eu não estou tão machucada assim. — Suas palavras me levaram para a
escuridão que eu conhecia tão bem.

— Tem certeza? — Perguntei mais uma vez, dando a chance para que ela
repensasse na sua resposta.

— Sim. Eu tenho.

Retirei a minha mão da sua boceta e levantei a sua perna, colocando em


cima da minha, e em uma estocada, me coloquei dentro dela novamente, Vitória
gritou pela invasão no seu corpo, eu não tirava a sua razão, digamos que eu sou
bastante grande.

Segurei na sua cintura e comecei a estocar dentro da sua boceta, eu estava


tentando me controlar para não ir rápido demais, mas parecia que mesmo assim, a
estava machucando, beijei o seu pescoço, tirei a minha mão da sua cintura e
apertei os seus peitos, eu sentia a sua boceta apertando meu pau, porra! Isso
estava me levando a loucura, se ela continuar assim vou acabar a fodendo como
ela me pediu, mas também sei que iria machucá-la demais.

Parei de estocar, fechei os olhos tentando pensar em algo que não a


machucasse.

Me retirei de dentro dela. Vitória se virou me encarando, o seu rosto


vermelho, merda! Essa era uma visão do paraíso.

— Aconteceu alguma coisa?

Segurei no seu rosto e a beijei sentindo o sabor maravilhoso dos seus


lábios nos meus, segurei na sua cintura e em um único movimento a coloquei
sentado em cima do meu corpo.

Vitória me encarou por um momento, os seus cabelos em volta do seu


corpo, como se fosse um manto digno de uma deusa, ver ela nessa posição estava
fazendo os batimentos do meu coração acelerar.

— Nessa posição será melhor, assim poderá ditar o ritmo que for melhor
para você. — Respirei fundo. — Na verdade, se continuássemos naquela posição,
você se machucaria ainda mais.

O seu rosto ficou ainda mais vermelho depois que entendeu as minhas
palavras.

— E…. — Ela gaguejou, respirou fundo tentando terminar de perguntar.


— E como eu faço isso?

Vê-la com vergonha desse jeito, me fez sentir como um animal enjaulado,
pronto para sair atrás de uma vítima, sorri a encarando.

— Você pode cavalgar no meu pau do jeito que você quiser. — Eu sei que
sou um infeliz, por falar assim com ela, mas era delicioso ver o seu rosto
mudando de vergonha para raiva em apenas um instante.

Segurei na sua cintura, observando as marcas roxas que eu deixei da noite


passada, a sua boca se abriu levemente quando ela se levantou um pouco, eu
observava cada movimento, na verdade, eu pensei que ela não teria coragem, mas
estava completamente errado, quando Vitória levou a sua mão até o meu pau, eu
pensei que iria gozar no mesmo instante, como um adolescente inexperiente.

Ela segurou com delicadeza e o levou até a sua entrada, essa era visão mais
maravilhosa que eu puder ter, vê-la descendo devagar, sentir o meu pau entrando
centímetro por centímetro dentro dela, era simplesmente perfeito.

Eu queria segurar na sua cintura e estocar com muita força em seu interior,
fechei os olhos tentando me controlar, afinal foi ideia minha colocá-la nessa
posição, mas vejo que o único que vai sofrer serei eu, abri os olhos e a vejo me
encarando, o meu pau estava a metade dentro dela, a suas pequenas mãos vão até
o meu rosto, os seus olhos brilhavam, na verdade todo o seu lindo rosto brilhava.
— Estou fazendo certo?

Ela perguntou beijando o meu rosto, assim já era covardia, segurei na sua
cintura, mas não forcei para dentro dela, só precisava de um lugar para colocar as
minhas mãos, porque percebi que elas tremiam.

— Sim. — Encostei a minha boca na dela e a beijei.

Vitória, devagar, subia e descia no seu ritmo, bem devagar. Eu estava


enlouquecendo embaixo dela, sentir o calor da sua boceta engolindo o meu pau,
estava me deixando louco.

Ela ia devagar, me torturando pouco a pouco, mas cada vez que ela se
abaixava, era mais um pouco do meu pau dentro dela.

Beijei o seu pescoço, apertei o seu seio com força, e com a outra mão
apertei o outro seio, segurei o bico com o polegar e indicador e apertei com um
pouco de força, olhei para o seu rosto e vejo os seus olhos ficando negros de
prazer.

Sorri antes de levá-lo a minha boca, passei a minha língua demoradamente,


suguei apreciando cada segundo, e no momento que Vitória se sentou de uma vez
no meu pau, eu mordo com força, ouvindo os seus gemidos.

Ela ditou o ritmo perfeitamente, retirando e se sentando com rapidez.

Segurei na sua cintura e me sentei na beirada da cama, mudando de


posição, com ela entrelaçando as pernas na minha cintura, o seu rosto a
centímetros do meu, eu queria ver seu rosto mais uma vez, quando gozasse com o
meu pau indo fundo na sua boceta.

Segurei na sua cintura, e a levantava devagar, a deixava descer do jeito que


queria, os nossos corpos estavam suados, a minha mão passeando pelas suas
costas, os seus seios sendo esmagados pelo meu corpo, vê-la assim era perfeito,
os seus cabelos grudados no seu rosto, a sua boca inchada.

Era perfeito demais, e quando eu percebi que ela iria ter um orgasmo, eu
ditei o ritmo, me colocando com força dentro dela. Vitória gritou quando o
orgasmo veio, as minhas mãos ainda estavam na sua cintura quando eu gozei me
derramando dentro dela.

Ela colocou a cabeça no meu ombro, o seu corpo pesado, passei a mão
pelos seus cabelos retirando as mechas que estavam no seu rosto. A sua
respiração estava alterada.

Sorri beijando o alto da sua cabeça.

— É melhor você descansar um pouco mais.

Ela não questionou. A coloquei deitada na cama, e quando me retirei de


dentro dela, eu ouço um pequeno resmungo. Me afastei pegando a coberta e a
cobrindo, estava frio demais para uma manhã de final de primavera.

Fui ao banheiro e tomei um banho demorado. Imagens de tudo que


aconteceu vieram com tudo, um pequeno sorriso não saiu dos meus lábios ao sair
do banheiro e a vejo dormindo tranquilamente.

Saí daquele quarto, eu tinha uma reunião com o novo conselho, ao chegar
no antigo escritório do meu pai, eu só o usava para essas reuniões, vejo Alice, a
vampira que eu coloquei no meu lugar como general do exército, me esperando.

— Eles chegaram? — Perguntei, parando em frente a porta.

Ela me encarou.

— Sim, estão te esperando.

— Ótimo!
Entrei e vejo todos sentados, ao me ver, abaixaram levemente a cabeça.

Me sentei na ponta da mesa, Alice se sentou do meu lado.

— Espero que tenham feito uma ótima viagem.

Todos me encararam. Cain foi o primeiro a falar.

— Estamos cientes do problema que o seu irmão está causando, você tem
algum plano para acabar com isso?

Cain era o único vampiro que permaneceu depois daquele dia no salão.
Acho que estar em um quarto trepando com alguém, acabou salvando a sua vida.

— Se eu tivesse algum plano para agora, vocês já saberiam, não é mesmo?


— O encarei, vejo Alice se mexendo desconfortável do meu lado, naquela sala, a
única que eu confiava era ela, afinal, nós lutamos juntos por muito tempo, os
demais poderiam morrer agora mesmo, eu sei por que ela está desconfortável,
afinal, sempre me aconselhava a manter os conselheiros satisfeitos, mas
sinceramente nunca fui de fazer isso.

— Ainda não sabemos a localização deles, temos vampiros qualificados os


rastreando. — Ela falou.

Cain olhou para Alice e torceu o nariz, o que não era de estranhar, além
dela ser a nova general, era também uma ótima conselheira.

E até mesmo no meio de vampiros, mulheres ou vampiras, serviam para


apenas uma coisa. E não era ajudar o rei.

— Qualificados? — Ele sorriu sendo acompanhado por vários outros,


marquei cada um que deu até mesmo um leve sorriso. — Já tem mais de um mês
que eles conseguiram o sangue da humana, e nada de vocês os encontrarem, eu já
falei e volto a repetir, seria mais fácil usarmos o sangue da humana, se todos nós
que estamos aqui nesta sala, tiverem o poder que foi dado só para três vampiros,
isso já teria acabado mesmo antes de começar. Ela é apenas uma humana, foi
feita para nos alimentarmos….

Antes que ele terminasse a frase, eu já estava segurando o seu pescoço


pressionando a sua cabeça no chão. Vejo os outros membros do conselho se
levantarem, mas não vieram ajudar o Cain, eles sabiam que eu mataria todos em
apenas um piscar de olhos, se tentassem.

— Ninguém encosta nela, achei que já tinha deixado claro. — As minhas


unhas foram projetadas para fora, afundando na carne do seu pescoço, ele me
olhou com medo, ótimo! Eu realmente gosto de ver o medo no rosto de todos.

— Damon!

Ouço a voz da Alice do meu lado, eu sei que não posso matar os membros
do conselho todas as vezes que eles me irritavam, mas era bem difícil,
principalmente quando eles têm a coragem de simplesmente pensar em usar a
Vitória.

Retirei a minha mão do pescoço do infeliz, as minhas unhas se retraíram,


voltando ao normal, minha mão estava suja do sangue imundo deste animal.

Limpei a mão na minha roupa e me sentei novamente, colocando uma


perna em cima da outra, com uma expressão de tédio no rosto. Eu odiava essas
reuniões, odiava cada um desse conselho de merda.

Caim se levantou, tropeçando nos próprios pés, patético! Revirei os olhos,


ele se sentou ficando calado, como devia ter sido desde o começo.

— Descobrimos um acampamento inimigo nos arredores da antiga cidade


da Pensilvânia, tudo indica que é do Alastor e do Daniel. — Alice informou.
— E o que vocês vão fazer com essa informação? — Olhei para Talon, ele
não era de falar muito, até achei estranho o seu interesse.

— Eu mesmo vou ir até o local, estou precisando de um pouco de


exercícios, estou ficando muito tempo neste castelo.

— Que bom, ficamos mais tranquilos por saber que você pessoalmente irá
resolver esse assunto. Quando você irá? — O encarei.

— Hoje mesmo, não posso dar a chance de perdemos a localização.

A reunião continuou com várias e várias perguntas sobre como estava a


segurança da cidade, todo mês é a mesma coisa, e eu estava preso resolvendo
coisas sobre a maldita resistência, e sobre os infelizes do Alastor e do Daniel,
como eu estou contando os dias para finalmente poder matá-los.

Já era tarde, perdi o café da manhã e o almoço com a companhia Vitória


para resolver essas merdas, quando abri a porta, a vejo no meio do quarto
segurando um livro, olhei para o seu corpo demoradamente, vejo o vestido
simples que ela estava usando, Vitória tinha amarrado todo o seu cabelo no alto
da cabeça, deixando aquele maravilhoso pescoço a mostra, me aproximei
segurando na sua cintura, aproximei o meu corpo do dela, o seu rosto ficou
vermelho.

— Como você está? — Perguntei, me aproximando para beijar o seu


pescoço. O seu corpo estremeceu.

— Eu estou bem. – Ela me encarou. —Aconteceu alguma coisa?

Me afastei do seu pescoço e encarei o seu rosto

— Não, por quê?

Ela engoliu em seco.


— Você não apareceu antes, pensei que tivesse acontecido algo.

O seu lindo rosto ficou mais vermelho do que nunca, ela abaixou o rosto, e
eu sorri.

— Eu tinha uma reunião com o novo conselho, por isso não deu para te ver
antes, me desculpa, deveria ter te avisado. Mas você estava dormindo tão
tranquilamente quando eu saí.

Ela levantou o rosto.

— Não tem problema. — Um pequeno sorriso estava nos seus lábios, me


aproximei a beijando.

Segurei na sua cintura com mais força, a minha outra mão segurava no seu
pescoço intensificando o beijo. Eu realmente gostava do sabor dos seus lábios, de
sentir as nossas línguas começarem uma dança intensa.

Porra! Eu queria colocá-la na cama e ficar fazendo sexo por horas e horas.
Mas infelizmente eu não podia, em menos de uma hora eu teria que sair,
provavelmente, ficarei por pelo menos uma semana longe dela.

Me afastei, vi os seus lábios vermelhos e inchados, levantei a minha mão


tocando o seu rosto, passei o meu dedo pelo contorno dos seus lábios, ela abriu a
boca olhando para mim.

— Eu precisarei fazer uma viagem. — Ela me encarou. — Provavelmente


ficarei fora por uma semana, mas não precisa se preocupar, você estará em
segurança aqui.

Ela sorriu.

— Eu sei. Não acho que nenhum vampiro teria a coragem de tentar me


atacar.
Sorri com orgulho de saber que ela pode se defender.

— Somente eu. — Falei perto do seu ouvido.

— Eu não teria essa certeza. — Ela sorriu.

A encarei, beijando seus lábios novamente.


Capítulo 15
Vitória

Já tinha se passado uma semana, desde que o Damon foi fazer a viagem,
mesmo sabendo que ele podia se defender muito bem, acabei ficando
preocupada, senti um aperto no meu peito.

Eu não preciso me preocupar, ele sabe se cuidar, respirei fundo, afinal,


Damon é um vampiro, com várias e vários anos de experiência, além de ser um
ótimo guerreiro, e é o rei!

Apertei o livro com força, às vezes me esqueço desse detalhe, ele é um


vampiro, um guerreiro e um rei. Eu estou fazendo sexo com o rei!

A minha cabeça começou a doer, durante uma semana eu fiquei me


lembrando dele todos os dias, mesmo treinando por mais tempo, eu ainda me
pegava pensando nele, na verdade, eu não sei como posso me comportar com ele
agora, e se ele achar que foi só aquilo, sexo e mais nada? E se ele quiser algo a
mais? Merda!

Eu não sei o que fazer, porque no fundo eu não sei o que eu quero.
Respirei fundo tentando me controlar, não conversamos depois daquele
dia, ele teve que sair em uma missão logo em seguida, talvez se ele tivesse
ficado, eu saberia como agir, e não precisaria ficar quase louca como agora.

Observei a cidade pela parede de vidro, já era fim de tarde, eu achava que
ele poderia chegar hoje, mas não era certo, afinal, ele não me deu certeza alguma,
apenas me disse que provavelmente duraria uma semana.

Estava tão perdida em meus pensamentos que não percebi a porta se


abrindo, me virei vendo o Damon entrando, meu coração parecia que ia saltar
pela minha boca, dei um passo rapidamente na sua direção, mas parei o
encarando.

Damon me encarava como se estivesse esperando algo, engoli em seco não


sabendo o que fazer, na verdade eu queria abraçá-lo, mas não sabia se ele se
sentiria desconfortável se eu fizesse isso, o encarei com um pequeno sorriso no
rosto.

— Você está bem? — Damon me encarou demoradamente, como se


estivesse conferindo se eu estava inteira.

— Estou ótimo! E você? Aconteceu algo enquanto eu estive fora?

— Não aconteceu nada. — Afirmei sentindo as minhas mãos suando mais


e mais. Damon me encarava com aqueles olhos azuis, ele se aproximou ficando
na minha frente. Meu coração acelerou. Ele levantou a mão e tocou
delicadamente o meu rosto, sinto o calor subindo pelo meu pescoço.

— Que bom.

Abaixei a cabeça não suportando o peso do seu olhar. Resolvi mudar de


assunto.

— Conseguiu encontrar o acampamento?


Damon ainda estava com a mão no meu rosto, mas os seus olhos estavam
na minha boca, eu queria beijá-lo, eu realmente queria sentir o seu corpo junto ao
meu, estava pronta para fazer isso, quando ele abaixou a mão e deu um passo
para trás.

— Conseguimos, foi tudo como o planejado, o meu irmãozinho tem uns


quinhentos vampiros a menos no seu exército.

Dei um sorriso sem graça em sua direção, por que ele se afastou? Me
perguntei sentindo as minhas mãos suarem mais.

— Eu fico muito feliz. — Afirmei o encarando.

Damon deu um passo indo na direção do banheiro.

— Hoje terá uma festa em comemoração à esta vitória. — Ele se virou me


observando. — Eu gostaria que você fosse comigo.

Dei um sorriso em sua direção.

— Eu adoraria. — Damon sorriu.

— Que bom, daqui a mais ou menos uma hora as mesmas humanas de


antes virão te ajudar a se arrumar.

Me lembrei da senhora e da mulher mais nova que me ajudou da última


vez.

— Eu ficarei esperando.

— Bom… Agora eu vou tomar um banho, eu realmente preciso tomar um


banho.

Eu não respondi, e ele também não esperou resposta ao entrar dentro do


banheiro.
Me sentei no sofá sentindo um peso no peito, será que ele esperava que eu
desse um abraço nele? Por isso ele ficou esperando, mas ele também poderia ter
feito isso.

— Merda! — Resmunguei abaixando a cabeça.

Depois de um tempo Damon saiu indo na direção do closet, eu fingi estar


lendo o livro, mas observando cada gesto que ele fazia, quando ele saiu estava
impecável em uma roupa toda preta, mas os botões eram dourados, dava ainda
mais um ar de realeza a ele.

Damon parou na minha frente, levantei a cabeça o encarando.

— Eu tenho que ver se não aconteceu nada durante a minha ausência, mas
venho te pegar na hora do baile.

Balancei a cabeça concordando com ele.

— Estarei esperando. — Respondi, mas ele não saiu, continuou no mesmo


lugar, os nossos olhares se encontraram, o meu rosto começou a esquentar no
mesmo segundo.

Me levantei com pressa colocando o livro em cima do sofá, fui


praticamente correndo na direção do banheiro.

— Nos vemos depois, preciso tomar um banho. — Não esperei a sua


resposta, entrei no banheiro fechando a porta com força.

Encostei a minha cabeça na porta.

Covarde, covarde, covarde. Repetir diversas vezes, qual era o meu


problema? Eu fiz sexo feito uma louca com ele a uma semana atrás, para agora
ficar com vergonha só de olhar para o seu rosto, me recriminei abrindo a água do
chuveiro. Retirei a minha roupa no automático, ele deve estar pensando que eu
sou muito infantil.

Na verdade, eu estou pensando que sou muito infantil.

Terminei de tomar o banho, mesmo sabendo que ele não estaria no quarto
me esperando, eu abri a porta devagar, acabei levando um susto ao ver as duas
mulheres em pé no meio do quarto me esperando.

Saí do banheiro morrendo de vergonha.

— Me desculpe pela demora. — Falei envergonhada. As duas mulheres


sorriram para mim.

— Estamos à sua disposição senhorita, não precisa pedir desculpas.

Dei um sorriso sem graça, me sentei na cadeira de frente para a


penteadeira, e como eu me lembrava, elas começaram a arrumar os meus cabelos
e a passar maquiagem no meu rosto.

Sinto o cheiro gostoso do óleo que a mais nova passava pelo meu corpo,
era um cheiro tão gostoso. Me fazia lembrar o cheiro de frutas vermelhas e
baunilha.

Depois de arrumar o meu cabelo e fazer a minha maquiagem, elas me


ajudaram a vestir o vestido, coloquei os sapatos de salto baixo e me vi olhando
para o meu reflexo no espelho.

— Vocês são perfeitas, nem parece ser eu ali. — Falei apontando para o
espelho.

Elas sorriram.

— A senhorita é linda, só realçamos a sua beleza.


Encarei a mais velha, estendendo a minha mão para cumprimentá-la.

— É a segunda vez que vocês me ajudam e eu não me apresentei


corretamente, o meu nome é Vitória.

A mais nova olhou para mim e logo em seguida para a senhora, eu fiquei
com vergonha, será que tinha feito algo de errado, mas logo em seguida as duas
sorriram.

— O meu nome é Flora, e essa é minha filha Isabel. — Cada uma delas me
cumprimentou com um pequeno sorriso no rosto.

— Muito obrigada, eu adorei tudo, principalmente o vestido. — Me


encarei no espelho.

— Sim, sua majestade tem um bom gosto.

Encarei a Flora.

— Sua majestade?

Ela sorriu.

— Foi ele que escolheu os dois vestidos, este e o outro que a senhorita
usou.

A encarei por um momento.

— Eu não sabia.

Elas sorriram.

— Agora precisamos ir, espero que se divirta no baile hoje.

— Muito obrigada! Vocês duas.


Elas saíram e eu fiquei sozinha olhando o meu reflexo no espelho. O
vestido era uma mistura de preto com vermelho, ele tinha um tecido acetinado
que moldava todo o meu corpo, mas o seu forro era vermelho como sangue, a
cada passo que eu dava, podia ver o forro pela abertura da fenda na lateral que ia
até o alto da minha perna esquerda.

Pequenos cristais caíam em formas de cordões pela minha cintura, o decote


em forma de coração incrustado por pequenos cristais, ele era lindo,
absolutamente lindo.

Os meus cabelos estavam soltos, uma pequena tiara com pedras vermelhas
brilhava no alto da minha cabeça, quem não me conhecesse poderia pensar que
eu era uma princesa. O meu rosto ficou vermelho, um interessante contraste com
o batom vermelho que estava nos meus lábios.

A porta se abriu e eu vejo o Damon parado me encarando de cima a baixo,


as minhas mãos tremeram quando eu fui andando até está na sua frente.

Sorri o encarando.

— Vamos! — Damon ficou um momento calado olhando para mim, de


repente balançou a cabeça como se estivesse saindo de um transe.

— Vamos!

Ele segurou no meu braço e saímos do quarto juntos.

Cada passo que eu dava do seu lado, fazia o meu coração acelerar ainda
mais.

— Você está linda! — Olhei em sua direção, um pequeno sorriso no meu


rosto.

— Obrigada, devo isso a você.


Damon levantou uma sobrancelha olhando para mim.

— Eu? — Ele perguntou, sorri novamente, já estávamos em frente da


porta da sala do trono.

Dava para ouvir o som vindo de dentro daquele lugar, respirei fundo.

— Sim, você, afinal, foi você quem escolheu o vestido.

Os guardas abriram a porta, dava para ver vários vampiros e humanos


olhando para nós.

Damon colocou a mão nas minhas costas. E começamos a andar, entrando


no salão.

— Isso é apenas um vestido, o que não adiantaria de nada ele ser


deslumbrante se a pessoa que o está usando não correspondesse. Você é linda
com ou sem ele.

O encarei sentindo um calor percorrendo o meu pescoço.

Damon segurou na minha cintura e fomos para onde já tinha casais


dançando. Ele aproximou o meu corpo do seu, e sussurrou no meu ouvido.

— Você vai continuar fugindo de mim?

O meu corpo se arrepiou completamente, segurei no seu ombro.

— Eu não estou fugindo. — A minha voz apenas um sussurro.

Ele sorriu depositando um beijo no meu pescoço. Vejo vários olhares em


nossa direção, engoli em seco.

— Mentirosa.
A música preencheu os meus sentidos, eu não consegui responder a ele,
Damon me conduziu delicadamente ao som daquela melodia, os seus olhos não
saíram do meu rosto em nenhum momento.

Eu me perdi olhando para ele, em como uma mecha do seu cabelo insistia
em ficar na frente dos seus olhos, em como o contorno dos seus lábios eram
perfeitos, em como o calor da sua mão na minha cintura fazia o meu corpo
estremecer, ele estava certo, eu fugi, eu fugi porque sabia que se ficasse perto
dele mais um segundo naquele quarto, eu terminaria a noite nos seus braços mais
uma vez.

Mas sinceramente, era tão errado assim gostar de ficar nos seus braços?
Era errado sentir o que eu estava sentindo?

A melodia acabou, ele continuava me encarando.

Ficamos no salão por um tempo, um rapaz estava perto com uma bandeja
nas mãos, peguei uma taça de champanhe e a virei de uma vez como se fosse
água, eu sabia que era fraca para bebidas, mas eu precisava disso, precisava me
sentir no controle, precisava acalmar o meu coração.

Damon segurou a minha mão com força e fomos em direção ao trono, eu


odiava aquele trono, mas confesso que gostava de ficar com o Damon. Ele se
sentou, eu não ia ficar em pé do seu lado, me sentei nas suas pernas sem esperar
uma palavra sequer dele.

Damon passou a mão pela minha cintura me fazendo sentar mais encostada
no seu corpo, o meu coração martelava no peito, no momento que eu sinto algo
duro pressionando a minha bunda.

Fiquei quieta, não conseguia mover um músculo sequer.

A sua respiração no meu pescoço, a sua mão na minha cintura e o seu…


respirei fundo, e o seu pau pressionando a minha bunda, estava fazendo com que
eu sentisse uma pressão no meio das minhas pernas.

Me movi nas suas pernas, ouço um suspiro no meu ouvido.

— Se você continuar se movendo assim vai ser impossível eu conseguir


me controlar.

Eu acabei dando um pequeno sorriso, que coragem era essa? De onde ela
veio? Mas eu estava gostando. Principalmente de provocar o Damon, que sempre
tentava se manter no controle.

— Que pena, eu gosto quando você perde o controle.

Ele sorriu beijando o meu pescoço.

— Não se engane Vitória, só porque estamos em um salão cheio de


vampiros e humanos que me odeiam, não significa que eu não possa retirar a sua
calcinha com rapidez, e em menos de um minuto eu estaria estocando o meu pau
dentro da sua boceta do jeito que estou imaginando agora.

Meu coração acelerou, o meu rosto estava pegando fogo com as suas
palavras.

— Eles iriam ver um verdadeiro show neste trono, mas não se engane,
nenhum vampiro ou humano que esteja neste salão agora, sairia vivo para contar
a história, depois de ver como o seu lindo rosto fica quando está tendo um
orgasmo. Este prazer é somente meu!

A pressão no meio das minhas pernas se intensificava mais e mais a cada


segundo, me virei o encarando, Damon tinha um pequeno sorriso no rosto. Falei
próximo da sua boca.

— Porque você não me leva para o quarto, estou realmente interessada no


que você acabou de falar.
Damon sorriu, ele segurou na minha mão me retirando de cima das suas
pernas, o meu coração acelerou quando me conduziu indo para trás do trono por
um caminho que eu conhecia muito bem.

A cada passo que eu dava me lembrava de minhas palavras, eu estava


ficando completamente louca só de imaginar o que iria acontecer naquele quarto.

Chegamos no quarto, não deu tempo nem de respirar, Damon me


pressionou contra a parede, segurei no seu pescoço quando ele me beijou com
força, as nossas línguas começaram uma batalha uma contra a outra, ele apertava
a minha cintura, tirei o seu blazer, desesperadamente desabotoei os botões da sua
blusa social preta.

Passei as mãos pelo seu corpo. Como eu queria isso, eu realmente queria
sentir o seu corpo.

Quando as nossas bocas se afastaram o encarei, sentindo todo o meu corpo


vibrar.

— Eu quero que você me foda!


Capítulo 16
Vitória

— Eu quero que você me foda! — Por incrível que pareça, minha voz não
falhou, Damon me encarava com uma sobrancelha erguida, e logo um pequeno
sorriso já estava nos seus lábios.

— Para de ficar pedindo isso para mim Vitória, você vai acabar se
arrependendo dos seus pedidos. — A sua voz era grossa.

Damon se aproximou ficando na minha frente, só de lembrar da sua boca


no meu corpo, deixava as minhas pernas trêmulas, eu sabia o que estava em jogo,
era perigoso demais, engoli em seco, eu sabia disso, mas também sabia que
quando estava nos seus braços, eu me esquecia de tudo, dos problemas, dos
vampiros, da resistência, dos dois vampiros que eu quero tanto matar.

Naquela cama com ele, era o que eu queria, era onde eu queria estar.

— Estou com alguma expressão de arrependimento no rosto? — O


desafiei, sustentando o seu olhar, vejo algo obscuro no rosto do Damon, e aquilo
me assustou um pouco, acho que me lembrarei dessas palavras no final, uma
vozinha falou na minha cabeça.
— Se é isso que você quer, é isso que irei fazer com você. — O meu corpo
vibrou de expectativa. — Tire a roupa, e fique de quatro no meio da minha cama!
— Ele ordenou, sem tirar os olhos de mim.

O encarei absorvendo aquelas palavras. De quatro? Na sua cama?! Olhei


para a cama e logo em seguida para ele, as minhas mãos tremeram.

— Não foi você que me pediu para que eu te fodesse! — Ele questionou,
como se tivesse certeza de que eu nunca faria o que ele mandou, e no momento
que eu lentamente comecei a tirar a minha roupa, olhando diretamente para ele,
eu vejo um pequeno sorriso nos seus lábios.

Retirei completamente a minha roupa ficando nua na sua frente, tirei os


meus sapatos. Damon olhou sem cerimônia para o meu corpo, e com uma
coragem que eu não sabia que existia dentro de mim, me aproximei da cama e
comecei a engatinhar até estar no meio dela, meu coração martelava no meu
peito, como se não acreditasse no que estava acontecendo, na verdade, também
não estava acreditando na minha explosão de coragem.

Se por um momento eu pensei que estaria preparada para o que viria a


seguir, descobri que estava completamente enganada.

Dei um grito de surpresa no momento que Damon se aproximou por trás


do meu corpo, entrelaçando a sua mão nos meus cabelos com força, ele puxou os
meus cabelos me fazendo arquear as costas para trás em sua direção, a minha
respiração se intensificou, o meu peito subia e descia em um ritmo totalmente
fora do normal.

— Você pediu por isso! Não se arrependa depois — Ele sussurrou no meu
ouvido. — Mas pode ficar tranquila, você se lembrará do que vai acontecer neste
quarto, cada vez que se sentar amanhã de manhã. — E com essa ameaça velada,
ele beijou o meu pescoço.
O meu corpo estava em chamas de expectativa do que viria a seguir.
Damon passava a mão por toda a minha pele exposta, acariciando cada detalhe,
eu tentei não gritar no momento que ele colocou dois dedos dentro da minha
boceta.

O meu corpo vibrava pela invasão. A sua boca explorava o meu corpo
distribuindo beijos, ele beijava os meus ombros, beijava as minhas costas sem
pressa alguma, me torturando lentamente.

Não estava preparada para o momento que Damon em uma única estocada,
se colocaria dentro de mim de uma vez.

Acabei gritando.

— Meu Deus! — A minha voz completamente rouca pelo desejo.

Ele intensificou o aperto nos meus cabelos, a minha cabeça inclinada para
trás, Damon se aproximou do meu ouvido, sentia a sua respiração quente fazendo
todo o meu corpo tremer.

— Não tem Deus algum dentro deste quarto Vitória. — Abri a boca, no
momento que ele estocou com força, me causando dor e prazer ao mesmo tempo.
— Tem somente você! Que pediu para ser fodida por mim. E eu, um demônio
que está apreciando cada segundo, foder a sua boceta com força, do jeitinho que
você queria.

E com essas palavras, Damon continuou segurando com uma mão os meus
cabelos, e com a outra mão o meu ombro, e como ele prometeu, estocou com
tanta força que eu gritei cada vez que se colocava dentro de mim.

Ele não era pequeno, no momento que eu o vi pela primeira vez sem roupa,
me perguntei se aquilo ia dar certo, o seu pau era muito grande e grosso, eu tinha
certeza de que nunca que aquilo fosse caber dentro de mim, eu queria que a
Vitória de uma semana atrás pudesse ver o que estava acontecendo naquela cama
agora.

As estocadas eram rápidas e fortes, eu sentia o seu pau todo dentro da


minha boceta, era uma mistura de sentimentos que não conseguia explicar, a dor
de tê-lo dentro de mim, mas também um prazer tão grande, que fazia com que
cada célula do meu corpo vibrasse.

Damon segurou na minha cintura com força, e continuava me castigando


sem piedade alguma.

Os nossos corpos estavam suados, e em uma explosão de cores, o orgasmo


veio me levando novamente para perto de um penhasco, eu estava pronta para
cair. Cairia tranquilamente na escuridão se isso significasse tê-lo comigo.

Damon continuou as estocadas até que eu ouço um som animalesco vindo


dele, eu sabia que ele também tinha chegado no limite daquele prazer.

Quando ele saiu de dentro de mim, eu senti dor, afinal, se parasse para
pensar, essa era a terceira vez que eu me entregava a ele, ouço os seus passos
indo na direção do banheiro, o meu corpo ainda tremiam quando desabei em cima
daquela cama, o meu peito subia e descia, a respiração acelerada, devagar me
ajeitei na cama, o meu corpo estava esgotado, puxei as cobertas escondendo a
minha nudez, eu sabia que ele já tinha me visto sem roupa, mas mesmo assim me
cobri.

Ouço os seus passos, vindo em minha direção, Damon estava com uma
calça escura, se aproximou da cama e se deitou, eu podia ver o seu peito subindo
e descendo rapidamente, pelo menos não era somente eu que estava esgotada.

De repente os seus olhos estavam em mim, eu tinha acabado de ficar de


quatro na sua cama, e mesmo assim senti o meu rosto vermelho, no momento que
ele me encarava, era estranho quando o sexo terminava, tudo voltava à tona,
revelando todas as preocupações que eu queria tanto esquecer.

Ele se aproximou, engoli em seco quando Damon colocou a mão no meu


ombro, eu senti o calor invadindo devagar, ao olhar para o local que ele segurava,
vejo os hematomas que estavam presentes no local sumirem. Ele terminou, ainda
me encarando, vejo algo de diferente no seu rosto, se eu não o conhecesse
poderia jurar que era de constrangimento.

— Tem algum outro lugar que esteja machucada?

O encarei não entendendo a sua pergunta, mas quando me movi um pouco


senti o meio das minhas pernas ardendo de uma forma. O meu rosto ficou
vermelho no momento que entendi a sua pergunta, ele queria…. Ele queria….
Não, eu não suportaria que ele colocasse a mão lá, não nessa situação.

— Não, só o ombro mesmo. — Afirmei querendo esconder o meu rosto


debaixo das cobertas.

Ele me encarou como se não acreditasse nas minhas palavras.

— Tem certeza?

Engoli em seco.

— Tenho sim. — Era uma mentira tão óbvia, no meio das minhas pernas,
parecia que estava em carne viva, virei para o outro lado, não querendo mais
olhar para ele, e naquele momento me lembrei do meu pedido. " Eu quero que
você me foda".
Na manhã seguinte, Damon não estava na cama, me levantei com um
pouco de dificuldade, andando um pouco sem jeito até chegar no banheiro, tomei
um banho, e fiquei parada no banheiro depois de vestir uma roupa, uma pergunta
na mente, será que tinha alguma pomada ou algo do tipo aqui?

Ao sair, tentei andar normalmente, mas estava difícil, cada passo que eu
dava sentia a sensibilidade no meio das minhas pernas, ao chegar no salão que
tomávamos café, vejo o Damon sentado, ao me ver entrando, me encarou,
naquele momento percebi que não queria mostrar que estava machucada e
sensível, respirei fundo e fui andando devagar até chegar na cadeira que estava ao
seu lado, me sentei com cautela.

Ele ainda me encarava, mas quando percebeu que essa atitude estava me
deixando sem graça, desviou o olhar. Levantei o braço para poder pegar o copo
de suco, com esse gesto sinto a sensibilidade aumentando, engoli em seco
fazendo uma pequena careta de dor.

Disfarçadamente abaixei o meu braço, até estar do lado das minhas pernas,
devagar coloquei a minha mão abaixo da minha bunda, como se fosse uma
proteção, mas logo desisti quando vejo o Damon olhando para mim. Retirei a
minha mão completamente sem graça.

— Se você quiser podemos voltar para o quarto, você só precisará tirar a


calça e abrir as pernas para mim, que logo estará curada.

O meu rosto ficou tão quente com as suas palavras, que tenho certeza de
que deve estar de várias cores diferentes, estava morrendo de vergonha. Abaixei a
cabeça tentando me controlar.

Nesse momento, senti uma enxurrada de emoções.

Fiquei furiosa com a audácia de Damon de fazer esse tipo de comentário,


mas também envergonhada por ele ter me deixado sem graça. Eu queria
responder à altura, mas minha voz falhou. As palavras simplesmente não saíam.

Abaixei minha cabeça para esconder meu constrangimento enquanto


tentava controlar minha respiração. Eu não queria que ele visse como suas
palavras me afetavam.

Finalmente, consegui reunir coragem para responder.

Ergui a cabeça e olhei diretamente nos olhos dele, tentando demonstrar


minha indignação.

— Eu já disse que estou bem.

Ouço um pequeno sorriso do meu lado, miserável!

— Tem certeza?

Filho de uma… respirei fundo, e naquele momento me lembrei das suas


palavras.

" — Você pediu por isso! Não se arrependa depois — Ele sussurrou no
meu ouvido. — Mas pode ficar tranquila, você se lembrará do que vai acontecer
neste quarto, cada vez que se sentar amanhã de manhã. "
Capítulo 17
Vitória

O meu rosto ainda estava em chamas, tentei terminar de comer em


silêncio, mas ao que tudo parecia, Damon não estava querendo o mesmo.

— Você não precisa ficar com vergonha.

Respirei fundo tentando me manter calma, mas estava com uma grande
vontade de matá-lo neste instante.

— Eu não estou com vergonha. — Afirmei já me levantando para sair de


perto dele.

— Não é o que parece. — O encarei.

— O que parece? — Perguntei já sem paciência, Damon me observou


atentamente.

— Parece que você está sensível, mas prefere não me deixar curá-la. —
Ele se levantou ainda me observando. — O que é uma bobagem, afinal eu já te vi
sem roupa.
Um calor começou a subir pelo meu pescoço.

— Eu não quero ficar aqui falando sobre isso. — Fui andando devagar na
direção da porta, mas acabei me lembrando de algo, parei perto da porta e me
virei novamente na direção dele. — Você vai treinar hoje?

Damon encarou o meu corpo de cima a baixo, desta vez ele não tinha um
sorriso irônico no rosto.

— Não vou poder, tenho mais reuniões hoje.

Saí do salão sem responder, mas no fundo, eu sabia o verdadeiro motivo,


ele não queria que eu treinasse por isso falou aquilo.

Retornei para o quarto, eu estava tão cansada, mas sabia que não
conseguiria treinar normalmente, me deitei na cama, eu estava com tanto sono.
Abracei o travesseiro com força, estou aqui toda sensível, por que eu tinha que
pedir aquilo para ele? Balancei a cabeça. Eu e a minha boca grande.

Eu estava tão confortável. Sinto alguém passando a mão pelos meus


cabelos, era tão bom, devagar abri os olhos, vejo o Damon deitado do meu lado
me encarando. Eu acabei dormindo.

— Pode continuar dormindo. — A sua voz era calma, o encarei.

— Eu dormi demais? — Perguntei olhando ao meu redor, olhei para a


parede de vidro e o sol ainda estava no horizonte.

— Vim te chamar para almoçarmos juntos e te encontrei dormindo, então


eu deixei você descansar.

— Eu estava com sono. — Afirmou me deitando novamente, Damon


sorriu passando a mão pelo meu rosto.

— Me desculpa.
O encarei.

— Por que você está pedindo desculpas? — Perguntei curiosa. Ele sorriu.

— Não devia ter feito aqueles comentários, foi rude da minha parte. — O
meu rosto ficou vermelho, meu coração acelerou.— Você quer que eu peça algo
para você comer?

Sorri para ele.

— Não precisa, eu estou sem fome.

A sua mão ainda estava no meu rosto.

— Então descanse mais um pouco, te acordarei mais tarde.

Fiquei olhando para ele por um bom tempo até que eu acabei adormecendo
novamente, sentindo o toque delicado da sua mão no meu rosto.
Capítulo 18
Vitória

Já tinha se passado quase uma semana, desde que tudo aconteceu, respirei
fundo ao observar Damon na minha frente, estávamos treinando a quase duas
horas.

— Você melhorou muito. — Levantei uma sobrancelha o encarando.

— Um elogio? — Sorri, desviando da sua tentativa de me acertar, a


barreira estava ao meu redor, impedindo que ele conseguisse se aproximar de
mim.

Damon tinha um pequeno sorriso nos lábios.

— Eu não tinha motivos para te elogiar no começo, você era horrível.

Miserável! Avancei o atingido, fazendo o seu corpo cair a metros de


distância.

— Eu não era tão horrível assim. — Afirmei tentando me defender, ele se


levantou, vejo sangue saindo da sua boca, dei um passo na sua direção, o meu
coração acelerado, eu não queria ter colocado tanta força no golpe, acho que
exagerei, ele limpou o sangue e logo em seguida sorriu.

— Você era horrível, na verdade, eu fui até bom com você no começo.

Levantei uma sobrancelha o encarando, as minhas mãos tremeram ao vê-lo


se aproximando tranquilamente.

— Você quase me matava nos treinamentos, ou se esqueceu que quebrou o


meu nariz.

O infeliz sorriu já a uns passos de distância de mim, me deu uma grande


vontade de tirar aquele sorrisinho do rosto dele.

— Mas veja como você está agora. Simplesmente perfeita!

O meu rosto se esquentou, Damon aproveitou a minha distração e me


derrubou no chão. O seu corpo prendendo o meu, a minha respiração estava tão
irregular, ele segurava as minhas mãos.

— O que você está fazendo? — Perguntei respirando profundamente,


sentindo o meu peito subindo e descendo.

— Estou olhando para você. — Damon afirmou se aproximando do meu


ouvido. — Ou você está pensando em algo melhor para fazermos?

Engoli em seco com as suas palavras.

— Precisamos continuar treinando. — Tentei colocar algum bom senso


naquela situação.

— Você sabia que o que fazemos no quarto pode ser chamado de


treinamento? — Ele me encarou sorrindo.

— Você está muito engraçadinho ultimamente, você não acha?


Ele soltou as minhas mãos para logo em seguida passar a mão
delicadamente pelo meu rosto.

— Culpa sua.

Segurei no seu pescoço com força, os lábios do Damon estava nos meus no
momento seguinte, as nossas bocas se encontrando em um beijo intenso e
apaixonado. Minhas mãos corriam pelos seus cabelos, enquanto seu corpo
pressionava o meu contra o chão.

O beijo foi se aprofundando, cada vez mais intenso e cheio de desejo. As


mãos de Damon exploravam cada parte do meu corpo, acendendo uma chama
dentro de mim que eu não conseguia controlar.

Lentamente, nos afastamos, nossas respirações ofegantes e os olhares


cheios de desejo.

— Eu não consigo parar de pensar em você. — Damon sussurrou, sua voz


rouca.

Eu sorri, meu coração acelerado e meu corpo ainda tremendo pela


intensidade do momento.

— Eu também não consigo. E talvez seja melhor continuarmos treinando...


— respondi, com um brilho provocador nos olhos.

Damon sorriu, um sorriso cheio de malícias.

— Eu não acho que eu consiga ficar muito perto de você, sem te beijar —
ele disse, me puxando para mais um beijo.

— Acho que estamos atrapalhando não é mesmo?

Eu conheço essa voz. Me afastei do Damon para ver quem era, o meu
coração acelerou no momento que eu olhei para a porta e vejo o Léo com uma
moça de cabelos negros, eles olhavam para nós dois.

— Me desculpe senhor, mas esse rapaz disse que é amigo da senhorita


Vitória. — A moça falou olhando para o Damon, me levantei meio sem graça,
mas com um grande sorriso no rosto, Léo veio até onde estávamos e me abraçou
com força, eu ainda não estava acreditando que ele estava aqui.

— Sem problema Alice, ele é um amigo dela mesmo.

A Alice, que por sinal eu não conhecia, percebi que era uma vampira,
balancei a cabeça tentando me concentrar no meu amigo que estava na minha
frente, olhando para mim com um grande sorriso no rosto.

— Porque eu sempre te encontro em momentos como estes, já é a segunda


vez. — Léo falou, o meu rosto ficou vermelho de vergonha, engoli em seco ao
olhar para o Damon, ele estava com uma sobrancelha levantada olhando para
mim.

— O que você está fazendo aqui? — Perguntei tentando mudar de assunto.

— Eu saí da resistência. — Ele falou olhando para todos os lados da sala


de treinamento, em momento nenhum demonstrou estar desconfortável na
presença de dois vampiros, que poderia matá-lo a qualquer momento.

— Mas… — O encarei. — E a sua irmã? Por que você saiu?

Leo me encarou.

— Depois da sua visita, decidi não ajudar mais, pessoas que deveriam
proteger a raça humana, mas que estavam fazendo experimentos com crianças, a
minha irmã veio comigo.

Olhei na direção da porta para ver se eu via a Brace com aquela cara
emburrada de sempre, mas ela não estava ali, olhei para o Léo.
— Ela não veio para o castelo comigo, ficou na cidade, você sabe que ela
não se dá muito bem com vampiros, eu por outro lado estou achando que vou
gostar bastante daqui. — Leo observou a vampira que permanecia na porta com
um leve sorriso no rosto, já a Alice revirou os olhos para ele.

— O seu plano é ficar em um castelo cheio de vampiros? — Damon


perguntou, não acreditando no que estava ouvindo.

O sem noção do meu amigo se aproximou dele colocando uma mão no seu
ombro.

— Claro! Eu tenho que proteger a minha amiga, não é mesmo?

Ele respondeu com um sorriso irônico no rosto, essa era a primeira vez que
eu vejo uma veia saltando no pescoço do Damon, me aproximei rapidamente
deles, retirando a mão do Léo que ainda estava no ombro do Damon, me coloquei
no meio dos dois, meu coração estava acelerado quando puxei o meu amigo para
o lado, o mais distante possível de um Damon que parecia estar congelado no
lugar, eu tenho certeza de que ele deve estar pensando em mil maneiras diferentes
de matar o Léo.

— Você ficou maluco, sua irmã nunca aceitaria isso.

— Vi, eu já sou maior de idade, não preciso que a minha irmã aceite nada,
eu quero te ajudar, pode ficar tranquila, não vou dar trabalho algum, só queria te
proteger mesmo.

Apertei um ponto na minha cabeça e fechei os olhos por um momento. Até


ouvir a voz do Damon.

— Interessante, você vai proteger a Vitória. Não, me desculpa, a " Vi"

O encarei, se eu não estivesse enganada, aquilo que eu estava vendo era


ciúmes, não, não pode ser, duvido que o Damon sentiria ciúmes do Léo.
— Claro! — Ele segurou nos meus ombros aproximando o meu corpo do
dele, encarei o Léo do meu lado. — Ela é a minha única amiga, tenho que
protegê-la.

Damon olhou para a cena, nossos olhares se encontraram, me afastei do


Léo.

— Você sabe que eu não preciso de proteção, não é mesmo?

Essa situação já estava passando dos limites.

A Alice, que por sinal eu nem sabia que existia a dez minutos antes,
observava aquela cena com atenção.

— Pode até não precisar de proteção, mas tenho certeza de que precisa de
um amigo. Pode falar, você estava morrendo de saudades de mim?

Idiota! Acabei sorrindo para a cara que ele estava fazendo, mas ao olhar
para o Damon o meu sorriso morreu.

Me aproximei dele ficando na sua frente, Damon me observava, aquela


veia ainda estava saltando no seu pescoço.

— Eu posso conversar com você um minuto.

Damon me encarou, logo em seguida olhou para a Alice que ainda estava
no mesmo lugar.

— Alice, providencie um quarto para ele ficar, preciso conversar com a


Vitória um momento.

— Sim senhor.

Me aproximei do Léo.

— Vai com ela por um momento, daqui a pouco eu vou ao seu encontro.
Ele olhou para o Damon e logo em seguida para mim.

— Estarei te esperando, bom que eu descanso, estou morrendo de fome


mesmo.

Ele saiu acompanhado com a Alice, respirei fundo olhando para o Damon
que também me encarava.

— Me desculpa por isso.

— Você não tem culpa de ter amigos sem noção.

Respirei fundo.

— Ele é uma boa pessoa. — Afirmei tentando defender o Léo.

— De boas pessoas, o inferno está cheio, vamos terminar essa conversa no


quarto, estou precisando de um banho.
Capítulo 19
Vitória

Chegamos no quarto, Damon começou a tirar a roupa, o encarei sentindo o


meu rosto ficando vermelho a cada segundo.

— O que você está fazendo? — Perguntei, o vendo terminar de tirar a


camisa preta, revelando aquela perfeição de corpo, a minha boca ficando seca só
de olhar.

— Retirando a minha roupa. — Ele respondeu como se fosse óbvio. E


começou a ir na direção do banheiro, vou atrás dele, o vejo abrindo a torneira da
banheira, de repente este banheiro ficou pequeno demais para nós dois.

— Eu pensei que fossemos conversar primeiro. — Falei sentindo o meu


coração martelando no peito, Damon se aproximou ficando na minha frente.

— Não vejo razão para não fazer as duas coisas.

A minha garganta ficou seca, Damon tirou o elástico que estava mantendo
os meus cabelos presos.
— Por que você não toma um banho comigo? — O meu corpo vibrou ao
ouvir a sua voz no meu ouvido.

— Precisamos conversar sobre o Léo.

Ele respirou fundo segurando na barra da minha regata.

— O que você quer que eu faça?

— Bem… — Não consegui terminar de falar, Damon se aproximou


beijando o meu pescoço, merda! Parecia que o meu cérebro tinha virado gelatina,
ele aproveitou para segurar a regata e a retirar.

O encarei.

— Pode continuar falando, estou prestando atenção. — As minhas mãos


tremiam ao lado do meu corpo, as suas mãos na minha cintura explorando cada
lugar do meu corpo.

— Eu não vou conseguir conversar com você, se continuar me tocando


desse jeito.

A minha respiração estava irregular, ele sorriu, miserável! Esse era o seu
plano.

Me afastei, e saí do lugar que ele me prendia.

Aquele banheiro estava mais quente do que o normal, Damon continuou


retirando o restante das suas roupas e ficou completamente nu na minha frente.

Encarei o seu corpo perfeito, eu estava sentindo uma mistura de sensações


por todo o meu corpo.

— Damon!
— Pode falar. — O encarei não sabendo para onde olhar, a minha vontade
era olhar para um lugar em específico, mas o meu bom senso me impedia de
fazer isso, o calor se intensificava a cada segundo.

— Como eu vou conversar com você, se você está sem roupas.

Ele sorriu se aproximando, dei um passo para trás tentando colocar um


pouco de distância entre nós, mas não deu muito certo, a cada passo que eu dava
para trás, ele dava um para frente, até não ter para onde mais ir.

— Podemos fazer algo muito melhor do que conversar, eu queria que você
tomasse um banho comigo.

A sua boca estava tão perto.

Eu podia sentir sua respiração quente e rápida, e isso só aumentava a


sensação de calor que percorria o meu corpo, sabia que devia resistir, que aquela
situação não era adequada, mas a atração era irresistível.

Tentei desviar o olhar, mas meus olhos teimavam em fixar naquele lugar
em específico. Meus pensamentos estavam confusos, uma mistura de desejo e
insegurança. Eu sabia que ceder seria um passo arriscado, mas a tentação era tão
forte que me sentia à beira de perder o controle.

Damon continuou se aproximando e eu sentia meu coração bater


descompassadamente. Cada passo que ele dava em minha direção, parecia
amplificar o desejo que eu sentia. Eu queria mantê-lo à distância, mas algo dentro
de mim me impulsionava a ceder, a entregar-me àquela luxúria proibida.

A sua sugestão de tomar um banho juntos parecia tão tentadora. Eu sabia


que aquilo poderia trazer consequências indesejadas, mas a atração que sentíamos
um pelo outro era tão intensa que parecia controlar cada parte dos nossos corpos.
Senti sua boca tão perto da minha, suas palavras sussurradas em meu
ouvido. Era como se todas as minhas inibições tivessem desaparecido, e apenas o
desejo e a luxúria existissem. Minhas mãos tremiam, lutando contra o impulso de
tocar aquele corpo perfeito diante de mim.

Olhei para o seu rosto tão perto, a sua respiração se misturando com a
minha, eu deveria resistir, mas não consegui, segurei no seu pescoço e o beijei.

O beijo foi explosivo, cheio de desejo e intensidade. Nossos corpos se


aproximaram ainda mais, a luxúria consumindo cada parte de nós. Eu me perdi
naquele momento, entregando-me completamente àquela paixão ardente que nos
envolvia.

As mãos de Damon exploravam cada parte do meu corpo, incendiando


ainda mais o desejo que ardia em nós. Eu podia sentir sua pele quente contra a
minha, suas mãos habilidosas explorando cada curva, cada centímetro de mim.

Retirei com a sua ajuda o restante das minhas roupas, ficando


completamente sem nada

O banho conjunto que antes parecia apenas uma sugestão tentadora, agora
se tornava uma realidade. Damon me guiou até a banheira, onde a água quente
envolvia os nossos corpos.

Damon me abraçou por trás, seu corpo pressionado contra o meu na água
quente. Nossos corpos deslizavam um contra o outro enquanto nos entregávamos
àquele momento de intimidade e prazer.

Suas mãos deslizaram suavemente pela minha pele, explorando cada curva
e contorno com uma delicadeza que me deixava arrepiada. Cada toque era um
convite para me entregar ainda mais àquela conexão intensa que
compartilhávamos.

Me virei encarando o seu rosto.


Nossos lábios se encontravam em beijos vorazes, misturando-se com o
vapor que enchia o ambiente. Era uma dança de desejo, uma fusão de almas que
se entrelaçavam naquele momento de pura entrega e prazer.

Enquanto a água escorria pelo nosso corpo, o calor que emanava entre nós
só aumentava, consumindo-nos por completo. Cada carícia, cada beijo, cada
movimento era uma expressão do nosso desejo incontrolável, levando-nos a
alturas inimagináveis de prazer.

Naquele instante, tudo em torno de nós desaparecia, restando apenas o


toque e o sentimento ardente que nos consumia.

Éramos envolvidos por uma bolha de luxúria, onde só existíamos nós dois,
unidos em um momento íntimo e inesquecível.

Com suas mãos no meu corpo, entrelacei as minhas pernas na sua cintura,
sua respiração quente no meu pescoço, os nossos corpos em uma dança tão
intensa, que estava me levando ao limite de tudo, eu tocava os seus cabelos
delicadamente.

— Você não faz ideia de como eu me imaginei assim com você.

Eu sorri o beijando, sinto o seu pau incrivelmente duro entre nós.

Ele colocou a sua mão entre nossos corpos e em seguida eu senti a pressão
no meio das minhas pernas. E em uma estocada, ele se colocou dentro de mim,
fechei os olhos sentindo as suas mãos segurando a minha cintura, ditando o
ritmo. Eu segurava no seu pescoço tentava me controlar, mas era praticamente
impossível, principalmente com a sua boca no meu pescoço beijando cada parte.

— Damon... — minha voz saiu rouca.

Ele estocava com rapidez, era tão perfeito, tão intenso estes momentos
entre nós dois, não era só o encontro de dois corpos, era algo muito mais intenso.
Ele acelerou o ritmo quando percebeu que eu estava no limite do meu
prazer, quando uma explosão de cores dominou toda a minha visão.

Ainda estava respirando irregular, Damon logo em seguida também chegou


no limite, a minha cabeça estava no seu ombro, as nossas respirações irregulares.

Os seus braços estavam em volta do meu corpo em um abraço apertado, eu


podia ouvir o som dos batimentos do meu coração nos meus ouvidos. A água
quente envolvia os nossos corpos.

— Precisamos conversar sobre o Léo.

Eu sabia que aquele momento não era o certo para isso, mas precisávamos
conversar sobre isso.

— Sinceramente estou pensando como seria fácil matá-lo.

Me afastei do seu ombro o encarando.

— Eu não vou deixar que você faça nada com ele.

Damon respirou fundo fechado os olhos, quando os abriu, nossos olhares


se encontraram.

— Eu sei. Esse é o motivo dele ainda estar vivo.

— Ele é meu amigo. — A minha voz saiu baixa.

— Ele pode ficar aqui no castelo Vitória. Mesmo que provavelmente eu


vou querer matá-lo cada vez que eu o ver, farei esse sacrifício por você.

Eu sorri o abraçando.

— Eu vou achar outro lugar para ele ficar, pode ficar tranquilo. — Damon
correspondeu ao meu abraço. — Ele é uma boa pessoa, você vai ver.
— Se você está feliz, estou mais do que satisfeito.

Me afastei o encarando.

— Obrigada! — Damon passou a mão pelo meu rosto.

— Eu gosto de te ver sorrindo.

As minhas bochechas ficaram vermelhas.

Respirei fundo tentando controlar o meu coração.

— Mas me diga. Quem é aquela vampira? Eu nunca a vi antes.

Damon ainda estava com a mão passando pelo meu rosto tão perto da
minha boca.

— Ela era a minha tenente, depois que virei rei, a nomeei general do
exército. Você não tinha a visto antes porque estava organizando o exercício por
isso, Alice é muito boa, um excelente soldado, e ótima para dar conselhos, por
enquanto ela está aqui no castelo, Alastor está juntando o exército dele, por isso
estou organizando uma defensiva aqui na capital.

— Entendi. Ele está se preparando, não é?

Damon ficou um momento em silêncio, ele beijou o meu rosto antes de


responder.

— Sim. Ele está, mas pode ficar tranquila, ele não tocará em você, eu
prefiro morrer a deixar que isso aconteça.

O encarei em choque, essa era a primeira vez que ele falava isso para mim,
meu coração acelerou, vejo o choque também no rosto do Damon, acho que ele
também percebeu o peso das palavras que acabaram de sair da sua boca.
Capítulo 20
Vitória

Entrei no quarto que a Alice colocou o Léo, o vejo perto da enorme janela
que tinha no local. Quando ele me viu, veio ao meu encontro.

— Eles estão te tratando bem? — Questionei olhando para o seu corpo,


para ver se não tinha nenhum ferimento.

— Eu estou bem, e você como está?

Nós nos sentamos em um sofá, o encarei demoradamente, meu coração se


encheu de felicidade de estar perto do meu amigo.

— Estou muito bem Léo.

Ele suspirou.

— Eu não gosto que você fique neste lugar, mas entendo que é a melhor
opção por enquanto. — Ele me encarou. — Então você está com o rei agora?

Sinto o meu rosto se esquentando com a sua pergunta, engoli em seco não
suportando mais olhar no seu rosto.
— É um pouco complicado, não temos um nome para o que está
acontecendo.

Era estranho parar para pensar no que estava acontecendo entre mim e
Damon, na verdade, eu evitava ficar pensando sobre isso, estou apenas deixando
me levar pelo que estou sentindo no momento.

— Eu tenho um nome para o que eu vi naquela sala.

— Tem é? — O encarei.

— Tenho sim, ele te olha de um jeito muito estranho, como se estivesse


disposto a matar qualquer um que se atrevesse a chegar perto de você.

Abaixei um pouco a cabeça pensando nas palavras do meu amigo, já tinha


percebido o olhar do Damon para mim, mas, mesmo assim, outra pessoa falando
sobre isso, fazia com que eu sentisse coisas estranhas.

Então tentei mudar de assunto, era a melhor opção.

— Eu não acredito que você está aqui. — Ele sorriu segurando a minha
mão, meu coração acelerou, ficar aqui era solitário, mas já estava me
acostumando, agora com o Léo do meu lado, parecia que algo tinha se encaixado
no lugar, eu pensei que não poderia sentir isso por outra pessoa depois da morte
da minha amiga, mas agora estou aqui, com um grande sorriso no rosto com ele
ao meu lado.

— Eu também senti saudades de você. Agora me diga? O que você faz


aqui?

Ele perguntou interessado.

— Eu treino todos os dias, as vezes tem bailes e hoje vou em uma fazenda
onde as garotas que viviam aqui como escravas vivem
Leo me encarou surpreso, eu sorri começando a explicar sobre a fazenda.

Agora estou aqui com ele olhando para mim.

— Ele fez isso tudo? — Léo balançou a cabeça como se não acreditasse
nas minhas palavras.

— Eu também desconfiei no começo, mas agora eu sei que é verdade, pode


acreditar, eu nunca pensei que ele pudesse ter esse lado humano.

— Será que é efeito do seu sangue? — Léo sabia tudo sobre o meu sangue
e o que ele foi capaz de fazer pelo Damon.

— Essa fazenda já existe a anos, é como um santuário para pessoas que


precisam.

— Eu gostaria de conhecer.

— Claro! Você pode ir conosco. — Falei, mas no mesmo momento me


lembrei de como seria ter o Damon e o Léo no mesmo espaço novamente,
naquele momento, percebi que não era uma boa ideia, mas agora era tarde, eu já
tinha prometido.

Eu deveria ter desistido, estar em um carro com o Damon dirigindo,


apertado com tanta força o volante como se fosse arrancá-lo a qualquer momento,
com uma cara de poucos amigos. E um Léo que a cada minuto soltava uma piada
pior que a outra, não era uma boa ideia.

— É muito estranho ficar sentado no banco de trás com vocês dois


sentados na frente, parece que vocês são os meus pais e eu sou o filho.

Não falei. Fechei os olhos imaginando como o Damon está querendo matá-
lo novamente.
— Você tem a mesma idade que eu, idiota. — Afirmei tentando não piorar
a situação.

— Pelo menos isso, não é mesmo? Porque eu tenho certeza que o vampiro
que está do seu lado poderia ser o nosso tataravô, na verdade, não sei quantos
tatará seria. Afinal quantos anos você tem? — O infeliz do meu amigo perguntou
encarando um Damon revoltado.

O meu rosto ficou vermelho, olhei para um Damon do meu lado


percebendo como o seu rosto também estava vermelho.

— Bem… é melhor você ficar calado um pouco. — Olhei para trás


tentando fazer ele ficar quieto, mas o infeliz do Leo sorriu para mim.

— Eu espero que você esteja se cuidando, não quero ser tio agora, sou
muito novo para isso. — A minha boca se abriu em choque, não acreditando nas
suas palavras. — Bem, acho que se você engravidasse, o meu sobrinho seria um
vampiro, ou um meio vampiro, agora estou em dúvidas?

Levei um susto quando o carro freou com tudo.

Olhei na direção do Damon e ele respirava rapidamente. Merda!

— Você não faz ideia de como eu estou querendo te matar, então eu


aconselho a calar a boca!

Fechei os olhos tentando controlar a dor de cabeça que começou


novamente.

— Você ficar ameaçando o seu cunhado a cada oportunidade, não é uma


boa ideia, mas afinal, me responda, vampiros podem procriar? — O rosto do
Damon foi ficando cada vez mais vermelho de raiva. — O pai da Vitória fez isso.
— Léo, cala a boca! A minha mãe só pode engravidar porque ele a fez
tomar algo para conseguir, vampiros e humanos não podem ter filhos.

Talvez assim ele fique calado.

— Sim você está certa, mas até uns meses atrás vampiros não podiam sair
sobre a luz do sol, e olha agora do seu lado, um vampiro tomando o solzinho da
tarde, o que me garante que o seu sangue não reviveu os esper...

— CALA A BOCA LÉO! — Eu gritei não deixando que ele terminasse a


frase.

Ele levantou as mãos como se estivesse se rendendo.

— Ok, eu vou ficar calado, deixarei os meus pensamentos sobre ter um


sobrinho só para mim.

Eu não conseguia olhar na direção do Damon de tão envergonhada que eu


estava. Mas algo ficou martelando na minha cabeça no restante do caminho, ele
não poderia estar certo, vampiros não podiam ter filhos não é mesmo?
Capítulo 21
Vitória

Ao nos aproximarmos da fazenda, vejo mais movimentação do que a


última vez, o carro entra na fazenda, a imagem dos guardas do lado de fora ainda
está na minha mente, antes de sair do carro, me virei na direção do Damon.

— Por que tem tantos guardas? — Ele me encarou.

— Elas não vão querer sair deste lugar, dei a ideia de todas ficarem no
castelo por um tempo, até resolver os problemas que o meu irmão está nos dando,
mas elas se recusaram, então tive que reforçar a segurança, mas na verdade, não
me sinto bem com isso.

Saímos, Léo olhava para todos os cantos admirado, não dava para julgar,
afinal, era um lugar lindo, o cheiro de rosas invadiu a nossa volta, estava andando
ao lado do Damon.

— Eu as entendo de não quererem ir para o castelo, aqui é o lar de cada


uma.

— Eu sei, mas elas não estão seguras aqui.


A afirmação do Damon fez o meu coração palpitar, e se o Alastor e o
Daniel vierem até este lugar, não..., não, balancei a cabeça morrendo de medo de
que isso aconteça.

— Talvez eu possa convencê-las.

O encarei, Damon ficou um momento calado.

— É a melhor opção, já conversei com elas, mas elas insistem que estão
em segurança neste lugar.

— Mas elas não estão, não é verdade?

Seus olhos ficaram negros por um instante, fazendo todos os pelos do meu
corpo se arrepiar.

— Não, elas não estão.

Merda! Eu precisava convencê-las a saírem daqui.

— Eu já ia me esquecendo. — Me virei na direção do Damon, já


estávamos na porta da casa. — Tem mais uma pessoa vivendo aqui.

O encarei.

— Quem? — Perguntei curiosa.

Ele olhou para o Léo que estava logo atrás de nós. Meu amigo levantou
uma sobrancelha olhando para mim.

— A irmã deste idiota!

— Brace! — Nós dois falamos ao mesmo tempo.

— Sim, a encontrei na cidade, então dei a oportunidade de ela viver aqui,


no começo ela desconfiou, mas como ela estava odiando ficar no meio dos
vampiros, achou que aqui seria uma ótima opção.

Leo sorriu colocando a mão no ombro do Damon.

— Cara! Você está me surpreendendo a cada dia que passa.

Damon o encarou.

— Se você tem amor a sua mão, eu aconselho a tirá-la do meu ombro.

— É cunhadinho, assim fica difícil a convivência.

Eu retirei a mão do Léo do seu ombro, de novo.

Meu amigo sorriu passando na nossa frente, vejo a Lua andando na nossa
direção, fui ao seu encontro dando um abraço apertado nela.

— Vitória, que bom que você veio nos visitar. — Ela me soltou. — Eu
estava com saudades de você.

Ainda estava com um sorriso no rosto quando a encarei.

— Eu também, estava com saudades de todas vocês. — Olhei atrás dela e


vejo o restante das meninas se aproximando para me cumprimentar.

— Vamos! Vocês estão com fome?

Damon permaneceu parado logo atrás de nós.

— Onde ela está? Preciso falar com ela.

Minha amiga o encarou.

— Ela estava na biblioteca, pode ir lá.

Ele me encarou, e naquele momento eu sabia que ele tentaria convencê-la a


sair deste lugar por um tempo. Dei um sorriso na sua direção, ele balançou a
cabeça olhando para mim.

E foi na direção de um corredor a direita, me virei na direção da Lua.

— Eu estou morrendo de fome.

Lua olhou para o Léo, que estava com um sorriso no rosto observando nós
duas. Sorri.

— Quem é você?

A minha amiga perguntou, Leo se aproximou pegando a sua mão e


depositando um beijo, eu olhava para aquela cena sem acreditar na cara de pau
dele, mas quando eu olhei para o rosto da minha amiga a vejo vermelha.

Parece que não foi só eu que achou estranho, porque vejo uma loira que eu
conhecia muito bem dando um tapa na cabeça do irmão.

— Este é o idiota de quem falei, ele é meu irmão.

— Porra Brace, isso dói. — Ele passava a mão pela cabeça, eu acabei rindo
da cena, Brace revirou os olhos para ele.

Quando ele me encarou eu vejo um leve rubor no seu rosto.

— Ele é um amigo Lua.

Lua sorriu para ele, Léo correspondeu.

— Lua, que nome lindo, combina com você.

— É melhor sairmos daqui, ou eu vou te bater de novo. — Brace segurou o


braço do irmão e começou a arrastá-lo na direção da cozinha, eu sorria para
aquela cena.

Me virei na direção da Lua segurando o seu braço.


— Me conta, como está tudo aqui.

O rosto dela ainda estava vermelho por conta daquele bobo.

— Estamos bem, mas me conta Vitória, como você está?

— Eu estou bem.

Ela suspirou, fomos andando na direção da cozinha, vejo o Léo emburrado


do lado da Brace em uma mesa, me sentei em outra com a Lua.

Um bolo delicioso foi colocado na nossa frente com uma jarra de suco.

— Onde estão as crianças? — Olhei ao nosso redor e não estava vendo


nenhuma delas.

— Elas têm aulas a tarde, não somos as melhores professoras, mas


fazemos de tudo para ajudar.

— Que bom que eles estão aprendendo. — Peguei um pedaço de bolo o


comendo.

— Nossa! Isso está delicioso.

Lua sorriu satisfeita.

— Que bom que gostou. Mas me diga, por que não veio antes?

Terminei de mastigar para poder responder.

— Eu estava treinando. — A encarei. — Falando nisso, eu preciso


conversar com você.

Ela me olhou preocupada.

— Aconteceu alguma coisa?


Eu sabia que seria difícil para elas saírem daqui, afinal, aqui era um
refúgio, mas a segurança de cada uma aqui era uma prioridade.

— Podemos ir para um lugar mais calmo? — Perguntei olhando ao redor,


os olhos da Brace estavam em mim.

— Vamos dar um passeio.

— Ótima ideia. — Respondi me levantando, saímos, o sol estava brilhando


no alto, mas mesmo com o sol o clima estava fresco.

Andamos na direção das hortas verdes a perder de vista.

— O que aconteceu Vitória?

Encarei a minha amiga.

— Creio que você já saiba sobre o meu pai e o irmão do Damon.

Ela balançou a cabeça concordando.

— Vocês precisam sair daqui por um tempo Lua, o Damon está


preocupado, e eu também, não é bom vocês ficarem aqui, durante o dia os
soldados fazem a segurança deste local, a noite os vampiros, mas, mesmo assim,
não é um lugar seguro para vocês. Eles podem andar sobre a luz do sol. — O meu
corpo se arrepiou só de lembrar das cartas do Alastor, se ele descobrisse este
lugar tenho certeza de que mataria todos aqui.

Ela suspirou olhando para o mesmo lugar que eu

— Eu sei disso, mas as mais velhas não querem ir, o senhor Damon tem
nos visitado três vezes na semana, acho que ele também está tentando convencê-
las a sair daqui por um tempo, mas elas estão relutantes em sair.

Suspirei desanimada.
— Tem que ter um jeito de convencê-las a saírem.

— Eu duvido Vitória, elas estão neste lugar a anos e anos sem saírem para
nada, duvido que vão fazer isso agora.

— Mas elas precisam, tem crianças aqui, Lua. Se eles vierem aqui. —
Balancei a cabeça imaginando o que poderia acontecer. – Será um massacre.

Vejo as mãos da minha amiga tremerem de medo. Segurei na sua mão com
força.

— Fica tranquila, eu não vou deixar que nada aconteça com vocês.

Ela abaixou a cabeça, mas pude ver os seus olhos cheios de lágrimas.

— Eu não sei o que fazer, elas nos ajudaram tanto, são umas pessoas muito
boas, mas também são cabeças duras, eu não quero ir contra elas, seria perfeito se
elas apenas aceitassem sair.

— Sim, seria. Você acha que se eu conversasse com elas poderia ter algum
efeito?

A minha amiga me encarou.

— Você não conseguiria convencê-las em uma única conversa, elas não te


conhece.

— Isso é verdade. Preciso dar um jeito nisso. Mas não se preocupe, eu vou
tentar.

Ela sorriu.

— Obrigada Vitória.

— Pode ficar tranquila, vou dar um jeito nessa situação.


Capítulo 22
Vitória

— De jeito nenhum! — Damon respondeu me encarando.

— Não tem outro jeito, me fala, você conseguiu algo com a conversa?

Ele suspirou frustrado.

— Não, mas isso não significa que a melhor escolha seja você ficar aqui
para tentar persuadi-las.

— Só por dois dias, eu juro, se eu não conseguir, darei um jeito de tirar as


crianças daqui pelo menos. É a nossa melhor opção.

Estamos sentados no carro, precisava de um lugar mais tranquilo para


conversar com Damon.

Ele passou a mão pelo cabelo não gostando dessa ideia.

— Eles querem você, Vitória.


— Eu sei, mas eu não sou mais a mesma de antes Damon, na verdade, eu
sou a única que pode proteger este lugar, mas será só por dois dias. — Abaixei a
cabeça sentindo o meu coração acelerado. — Não suportaria mais pessoas
morrendo por minha causa, não conseguiria ficar tranquila ao seu lado sabendo
que todas essas pessoas estão em perigo.

Ele me encarava, e quando eu senti a sua mão no meu rosto o meu corpo
estremeceu com o seu toque.

— Eu não posso ficar aqui vinte e quatro horas, não agora!

— Eu sei, mas pode ficar tranquilo, eu sei me cuidar.

Ele sorriu balançando a cabeça.

— Como eu poderia ficar tranquilo sabendo que você está aqui?

— Eu fiquei sozinha no castelo. — Tentei amenizar a situação.

— No castelo eu deixei quase o meu exército todo fora da cidade para te


proteger.

O encarei em choque com essa afirmação.

— Espera um pouco, o que? Como assim você deixou quase o exército


inteiro lá. Mas você não ficou uma semana atrás do seu irmão.

Ele ficou em silêncio.

— Me responda?

— Eu fui atrás dele só com um pequeno grupo, era a melhor opção, um


grupo grande chamaria atenção demais.

Eu sabia que era mentira, ele fez isso para me proteger, o meu coração
acelerou.
— Você não precisava fazer isso.

— Eu acho que você não entendeu, não iria sair de perto de você sem ter
certeza de que estaria em segurança.

Não conseguia responder, apenas olhava para ele sentindo que a qualquer
momento eu poderia desaparecer na sua frente, era algo tão intenso, algo que eu
não conseguia descrever, mas eu só queria ficar perto dele, abraçá-lo para
sempre, sinto um calor subindo pelo meu pescoço, de repente, o carro tinha
ficado pequeno demais.

— Eu acho que consigo Damon. — Ele ficou em silêncio.

— Eu te darei um dia.

— Mas, um dia não será suficiente. — Tentei fazê-lo mudar de ideia.

— Não vou colocar você em perigo por conta de pessoas irresponsáveis.


Amanhã à meia noite eu virei te buscar, e se elas não quiserem ir por bem, terão
que ir por mal.

— Se você fizer isso, elas não vão confiar em você nunca mais.

— A única pessoa que eu quero que confie em mim está na minha frente.

Engoli em seco com a intensidade das suas palavras.

— Ok, eu aceito, vou fazer de tudo para convencê-las.

Ele se aproximou me dando um beijo, segurei no seu pescoço e me perdi


no toque dos seus lábios. O beijo era suave, porém cheio de intensidade. Era
como se nossos corpos se encaixassem perfeitamente, como se fôssemos feitos
um para o outro. E isso me deu medo.
Enquanto nos beijávamos, senti a adrenalina correr pelo meu corpo, um
misto de ansiedade e desejo. Era uma sensação indescritível, como se
estivéssemos compartilhando um segredo só nosso, algo proibido e ao mesmo
tempo irresistível.

Quando finalmente nos separamos, olhei nos olhos de Damon e sorri.


Sentia-me feliz ao seu lado, como se tudo estivesse no lugar certo quando
estávamos juntos.

Agora, com o compromisso de Damon de vir me buscar e enfrentar quem


fosse necessário, eu sentia uma chama de esperança arder dentro de mim.

Segurei ainda mais forte no pescoço dele, como se não quisesse deixá-lo
escapar. Queria sentir seu calor e sua presença ao meu lado pelo máximo de
tempo possível. Era algo que estava queimando no meu peito, uma necessidade
de tocá-lo. Me afastei e segurei na sua mão.

Enquanto nossas mãos permaneciam entrelaçadas e meu coração batia


acelerado, eu sentia que algo estava vindo, mas ao mesmo tempo eu sabia que ele
estaria comigo.

E eu estava pronta para enfrentar tudo isso, desde que fosse ao lado de
Damon. Naquele momento, me perguntei em que momento tudo mudou, em que
momento eu estava sentindo isso, era algo tão forte e intenso, mas ao encará-lo,
me perguntei se ele sentia o mesmo que eu.

— Isso é para você.

Encarei Damon retirando várias armas de dentro de uma bolsa, munições e


facas, olhei para ele.

— Está carregada com uma munição especial capaz de matar vampiros


normais.
— Desde quando você tem tudo isso?

Ele me encarou.

— Sempre estou preparado, mesmo que você vá ficar só um dia longe de


mim, ficarei mais tranquilo se isso ficar com você, aquela garota parece sabe usar
armas muito bem.

O encarei tentando saber de que garota ele estava falando, será que era a
Brace, ela era a única além de mim que sabia.

— Você está falando da Brace?

Ele me encarou.

— Acho que é esse o nome dela, a irmã do idiota que eu imagino matando
cada segundo que eu passo ao seu lado.

Eu sorri.

— Ela sabe usar, o Léo também. — Afirmei olhando mais uma vez para a
bolsa.

Ele me encarou como se não acreditasse nas minhas palavras.

— Eu não teria tanta certeza, ele me parece mais uma pessoa que atiraria
no próprio pé.

Eu sorri o encarando. O Léo o irritava mesmo.

— Ele me ajudou a treinar quando estava na resistência.

Damon parou de mostrar o que tinha dentro daquela bolsa e me observou.

— Eu me lembro dele falando que era a segunda vez que te encontrava


naquela situação. — O meu rosto começou a ficar vermelho de vergonha. —
Suponho que a primeira seja com aquele moleque que estava com você lá.

Fiquei calada, incapaz de pronunciar uma única palavra. Respirei fundo


tomando coragem.

— Você quer mesmo falar sobre isso agora?

Ele me encarou e depois balançou a cabeça, voltando a mexer na bolsa.

— Não. Não quero.

— Imaginei.

Quando ele levou a bolsa para o quarto que eu iria ocupar com a Brace, me
observou.

— Você acha uma boa ideia ficar em um quarto com a pessoa que tentou te
matar uma vez?

Sorri observando o quarto, era simples, tinha duas camas de solteiro e uma
janela grande que dava para o jardim de rosas.

— Não seria a primeira vez que eu fico em um quarto com alguém que
tentou me matar. — Os nossos olhares se encontraram.

— Eu nunca quis te matar. — Ele afirmou.

— Eu me lembro de várias ocasiões que eu quase morri.

Ele sorriu andando e minha direção, o meu peito subia e descia.

— O meu pecado foi não saber me controlar no momento que eu me


alimentava.

— Se você está falando. — Ele suspirou.


— Me prometa que não vai fazer nada estúpido.

O encarei levantando uma sobrancelha.

— Do jeito que você está falando, parece que eu só faço coisas estúpidas.

— Você tem um ímã para atrair desastres.

O encarei meio revoltada, isso não era verdade.

— Também não é assim. — Afirmei tentando me defender. Ele sorriu para


mim, um sorriso tão lindo que fazia o meu coração acelerar.

— Só me prometa que vai se cuidar, só assim para que eu fique mais


tranquilo.

Ele ficou sério, engoli em seco o observando.

— Eu sei me cuidar! É só um dia Damon.

Ele beijou o alto da minha cabeça.

— É, eu sei. Não se controle se a sua vida estiver em risco.

E com isso nos despedimos, eu tinha um dia para tentar fazê-las mudarem
de ideia, bom… respirei fundo. É hora de começar.
Capítulo 23
Vitória

Ao voltar para a cozinha, agora eu vejo as crianças sentadas comendo


tranquilamente, era fim de tarde o sol já estava terminando de se pôr, respirei
fundo saindo um pouco da casa, mais tarde ia chamar elas para ter uma conversa,
talvez eu consiga fazer elas mudarem de ideia, pelo menos eu espero isso.

Andei até estar na frente da casa, o cheiro de rosas impregnado em cada


canto. Elas estavam todas desabrochadas, na cor vermelha, em todos os lugares.

Ouço passos, me virei e vejo a Brace do meu lado.

— Como o meu irmão está se comportando no castelo? — A encarei.

— Você conhece o seu irmão melhor do que ninguém, acho que já sabe a
resposta. — Ela suspirou passando por mim.

— Era isso que eu temia. Ele é um idiota quando quer. — Os nossos


olhares se encontraram. — Eu sei que não tenho o direito de pedir isso para você,
mas pode protegê-lo enquanto está lá?
A encarei, Brace era tão jovem, mas dava para ver o peso nas suas costas.
Ela me fazia lembrar de mim mesma.

— Pode ficar tranquila, eu nunca deixaria ninguém fazer nada contra ele.
Leo é um amigo.

Ela balançou a cabeça concordando comigo.

— No momento que você foi embora daquele jeito da resistência, ele teve
uma briga com o Derek, na verdade, poucas pessoas sabiam sobre os
laboratórios. — Levantei uma sobrancelha a encarando, ela sorriu. — Eu não
sabia, se é essa a sua dúvida. — Brace levantou a mão para tocar as pétalas das
rosas vermelhas. — Meu irmão tem um senso de lealdade impressionante, eu sei
que foi difícil deixar o Derek para trás. — Ela me encarou. — Mas ele fez isso
por você, na fé cega que ele depositou em você desde o momento que ajudou a te
salvar. — Ela sorriu balançando a cabeça, o meu rosto estava ficando quente de
vergonha. — Às vezes me pergunto porque ele acredita tanto em uma pessoa que
ele mal conhece, sinceramente não sei, a minha única preocupação era mantê-lo
vivo, acho que às vezes eu me esqueço que ele não tem mais sete anos, uma
criança que precisava de alguém para protegê-lo. Sabe Vitória. Você sabe que eu
não gosto de você, te acho uma pessoa chata. Mas se ele acredita tanto, que você
pode tornar esse mundo mais tolerável, eu escolhi acreditar em você também.

Ela se virou para sair, mas me encarou novamente.

— Eu espero não me arrepender dessa escolha.

Ela saiu, não esperou que eu respondesse, mas também não sei o que iria
responder. Respirei fundo, eles colocam uma fé em mim, que eu mesmo não sei
se deveriam.

Tem a Lua que acredita que posso mudar a cabeça das mulheres daqui, tem
o Léo, e agora a irmã que acredita que eu posso mudar esse mundo onde
vampiros se alimentam dos humanos. Tem o Damon que acredita que eu sou
incrível, que com esses poderes vou nivelar essa guerra.

Respirei fundo tentando controlar os batimentos do meu coração, olhei


para as minhas mãos, eu queria acreditar em mim mesma do mesmo jeito que
eles acreditam, mas na realidade, eu estou morrendo de medo de falhar com cada
um, estou morrendo de medo, como poderei acabar com essa guerra entre
humanos e vampiros? Como vou fazer isso sem destruir um lado, eram tantas
perguntas, que a minha cabeça já estava doendo.

Olhei para o céu, o sol já não estava mais no horizonte, respirei fundo
olhando para a casa, hora da minha conversa com aquelas duas.

Ao entrar na biblioteca vejo que tinha bastante livros, andei na direção


onde as duas estavam,

Ester, me encarou. Respirei fundo chegando mais perto das duas.

— Acho que vocês já sabem o porquê estou aqui?

As duas sorriram para mim.

— Provavelmente a mesma coisa que o Damon veio falar não é mesmo?

— Sim, é sobre isso.

Ágatha levou a mão nos óculos de grau e o ajeitou no rosto.

— Não vamos sair deste lugar, senhorita Vitória.

Respirei fundo.

— Se vocês não saírem deste lugar, vão acabar morrendo. — Fui dura com
as minhas palavras, mas era a mais pura verdade.
— Não vamos mudar de ideia, independente das suas palavras. — Agatha
respondeu sem tirar os olhos de mim.

— Então vocês também não se sentirão culpadas quando todos aqui


estiverem mortos, só porque vocês se recusaram a sair deste lugar. — A minha
voz já estava alterada.

— Este lugar é o nosso lar, aqui foi onde encontramos um motivo para
viver, é um refúgio para todas as pessoas que realmente precisam, se
simplesmente irmos a qualquer menção de perigo, o que seríamos? Nada, não
seríamos nada.

— Alastor e Daniel não são uma simples menção de perigo, eles são
perigosos ao extremo, vocês não fazem ideia do que este lugar vai virar se eles
atacarem, todas essas pessoas morrerão, inclusive vocês, eu já tenho sangue
suficiente, mas minhas mãos, não quero mais.

Ester me encarou, eu vejo algo de diferente no seu olhar, ela abre a boca
para falar algo, mas quando olhou para a sua companheira se calou abaixando a
cabeça.

— Você pode ir embora a hora que quiser, ninguém está te prendendo aqui
senhorita Vitória, a minha resposta continua sendo não.

Apertei a minha mão em punho de raiva, porque ela não entende que é a
melhor opção, porque tem que ser tão teimosa. Respirei fundo tentando me
controlar.

— Amanhã conversarei novamente com vocês.

Dei as costas indo na direção da porta, mas parei quando ouço a voz da
Agatha.

— A resposta continuará sendo a mesma.


Respirei fundo, não me virei na direção das duas, segurei a maçaneta da
porta e falei.

— Eu realmente espero que vocês mudem de ideia, pelo bem de todos.

Saí sentindo todo o meu corpo pesado, fui na direção do quarto que estou
dividindo com a Brace, ao abrir a porta, vejo o Léo e ela sentados na cama, ao me
ver, me encararam.

Entrei me sentando na cama.

— Pela sua cara a conversa não saiu do jeito que imaginou.

Encarei meu amigo que veio se sentar do meu lado.

— Eu não entendo por que elas são tão cabeça dura.

Brace sorriu brincando com a sua faca.

— Você realmente não entende por que elas são assim? De todas, eu
pensei que você entenderia.

A encarei.

— O que você está querendo dizer com isso?

Ela parou de mexer na faca e me encarou.

— Eu ouvi conversas que aquelas duas eram escravas do antigo rei, como
a sua amiga era também, dá para imaginar o que elas passaram na mão dele, elas
não querem voltar para aquele castelo, acho que entendo, voltar para um lugar
que você foi torturada, não é uma boa ideia. Aquela tal de Agatha, acho que é
esse o nome dela, teve um caso com um guarda na época que era escrava do rei,
ficando grávida, sabe o que aconteceu quando o rei descobriu?

Engoli em seco olhando para a Brace que me encarava.


— Ele torturou o guarda, e fez questão de ser na sua frente, e deixou a
criança nascer, todos pensaram que ele iria deixar a criança com ela, mas isso não
aconteceu, o maldito rei matou o bebê recém-nascido na sua frente e na frente das
escravas de sangue da época, para servir de exemplo, para que todas soubessem
que ele não tolerava que elas dormissem com alguém que ele não tivesse
autorizado.

Parecia que alguém tinha me dado um soco no estômago.

— Como você sabe disso?

Perguntei, mas quem respondeu foi o Léo.

— A Brace é ótima para conseguir informações, a resistência usava esse


talento dela nas missões.

— Mas eu poderia falar com o Damon para levar elas para outro lugar. —
Ela sorriu balançando a cabeça.

— Acho que você ainda não entendeu. Elas aceitaram a ajuda do seu
vampiro de estimação, só porque não tinham outra escolha, era isso ou morrer
naquele castelo, não significa que elas gostem dele, afinal, ele é filho do vampiro
que destruiu a vida delas.

— Ele não tem culpa do que pai fez.

Me vi defendendo o Damon, Brace ainda tinha um sorriso no rosto.

— Você acha mesmo que ele nunca matou uma escrava de sangue no
passado? — O meu coração acelerou. — Só porque ele está mudado agora, só
porque ele construiu este lugar, não quer dizer que ele seja a melhor pessoa do
mundo, ele continua sendo um vampiro, independente se está ou não apaixonado
por você
Abri a boca em choque com as suas palavras.

— Sério? Vai me dizer que não percebeu que aquele vampiro está
apaixonado por você? — Ela sorriu, vejo o rosto do meu amigo do meu lado
vermelho. — Você é o ser mais poderoso deste mundo, mas parece que continua
como antes, você não viu que a resistência estava te usando, e agora não percebeu
que aquele vampiro beija o chão que você pisa, acho que se você pedisse para
que ele mate todos deste mundo, ele mataria sem questionar.

Abaixei a cabeça sentindo o meu corpo tremendo. Me lembrando das


palavras do Damon. " Eu mataria todos os humanos e vampiros deste mundo se
isso significasse que você continuaria viva".

Fiquei calada ainda absorvendo as palavras dela, eu sei que tirá-las deste
lugar vai ser quase impossível, e se o Damon usar a força, este lugar perderá o
que mais importa, elas não se sentirão seguras aqui. Merda! O que eu posso
fazer?
Capítulo 24
Vitória

Já era quase uma da manhã, eu dei as armas para Brace e para o Léo, fiquei
só com uma faca que estava presa a minha perna.

Vejo a Brace dormindo tranquilamente na sua cama, mas eu não conseguia


dormir, tudo que aconteceu hoje veio com força nos meus pensamentos, respirei
fundo tentando achar um jeito de tirar essas pessoas deste lugar, mas por mais
que eu tentasse pensar em uma solução, eu não conseguia achar uma resposta.

Olhei para o céu estrelado imaginando dar um passeio por um tempo para
clarear os meus pensamentos.

Eu decidi sair sorrateiramente do quarto, sem acordar a Brace, e caminhei


em direção ao terraço da casa. Lá, fiquei admirando as estrelas, deixando a brisa
da noite acalmar a minha mente agitada.

Enquanto olhava para o céu, deixei-me levar pelas lembranças do passado


e pelas histórias de sofrimento das mulheres neste lugar. Sentia a tristeza e a raiva
se misturando dentro de mim, impulsionando-me a encontrar uma solução.
No silêncio da noite, fechei os olhos e me concentrei em canalizar minhas
energias e pensamentos para encontrar uma resposta.

Foi graças a isso que eu vejo uma fumaça negra no horizonte, não muito
distante daqui meu corpo ficou em alerta no mesmo instante.

Fui na direção do quarto e vejo a Brace já de pé, arrumando as suas facas


no lugar, ela me encarou.

— Vou atrás do Léo, você vai atrás daquela garota de cabelos pretos e fala
para ela levar as crianças e todos os outros para o porão.

O meu coração martelava no peito, eles vieram me buscar!

O poder transbordando do meu corpo, respirei fundo correndo na direção


dos corredores atrás da minha amiga Lua.

Eu corri pelos corredores do refúgio, seguindo o instinto e a intuição que


me guiavam na direção de Lua. Minha mente estava focada em proteger as
pessoas e garantir a segurança de todos. A adrenalina corria em minhas veias,
impulsionando-me a agir rapidamente.

Encontrei Lua apressada nos corredores, uma expressão preocupada em


seu rosto. Cheguei perto dela, ofegante, e segurei seus ombros.

— Lua, temos que levar as crianças e todos para o porão agora! Eles estão
atacando a fazenda, não temos tempo a perder!

Ela olhou para mim, assustada, mas confiou nas minhas palavras. Ela
assentiu e começamos a correr juntas, passando pelos corredores e alertando as
outras. Vejo a Agatha e Ester, as duas de camisolas ajudando a tirar as crianças
dos quartos, segurei a garotinha loira que eu tinha conhecido a primeira vez que
estive aqui, nos braços, os olhos dela estavam em Pânico, me equilibrei quando o
chão tremeu, o cheiro de fumaça impregnava o local.
— Droga! Praguejei me equilibrando para descer as escadas sem cair. Ao
chegar no porão, eu vejo vários rostos conhecidos, coloquei a menina no chão e a
Ester segurou na sua mão.

Agradeci e fui procurar a Lua, a encontrei perto de mais duas crianças, o


barulho de explosões castigava os meus ouvidos.

— Você fica aqui, eu vou lá em cima ver se não tem mais ninguém.

Ela balançou a cabeça concordando comigo.

Lua segurou as crianças com firmeza, enquanto eu me afastava em direção


às escadas que levavam de volta ao andar superior. A fumaça se tornava mais
densa a cada passo que eu dava, mas continuei procurando por qualquer um que
tivesse ficado para trás, mas não achei ninguém, desci as escadas.

A fazenda estava sendo atacada por vários vampiros, dava para ouvir os
barulhos do lado de fora. Eu sabia que cada minuto contava e precisava encontrar
o Léo, que estava lidando com a situação lá fora.

Corri pela sala principal, esquivando-me dos estilhaços e destroços


espalhados pelo chão. O som de explosões ecoava ao meu redor, e eu tentava
manter a calma e foco em meio ao caos.

Finalmente, avistei Léo lutando contra um vampiro, seu corpo ágil e


habilidoso. Ele notou minha presença e correu ao meu encontro.

— Os outros estão em segurança? — Ele perguntou, sua voz cheia de


determinação.

— Sim, estão no porão.

A barreira já estava em volta do meu corpo, a adrenalina correndo por cada


parte de mim, vejo a Brace logo a frente, segurando duas facas com firmeza, ela
avançava derrubando os vampiros, eu nunca tinha visto a Brace lutando, era
como ver uma dança se desenrolando bem na minha frente.

Ela estava prestando atenção na frente, que não viu três vampiros correndo
em uma velocidade impressionante indo em sua direção.

Levantei as minhas mãos e acertei os dois os fazendo voarem na direção


oposta.

Ela se virou em minha direção com o rosto brilhando de suor.

Ela me encarou por um segundo, mas não disse nada, eu também não
esperei ela falar.

Uma explosão bem do meu lado, projetei o escudo na direção da Brace e


do Léo, fui lançada na direção do jardim de rosas, o meu corpo doía pelo
impacto, me levantei com dificuldade sentindo todo o meu corpo doendo, sinto
sangue descendo pela lateral da minha cabeça, merda! O meu escudo ficou fraco
por projetar tão distante de mim.

Ouço passos, me virei na direção, o meu coração martelava no peito


quando vejo Daniel andando até mim, procurei por Alastor mas não o vi em lugar
nenhum, o infeliz do Daniel veio em minha direção, projetei o escudo em volta
do meu corpo e me preparei para lutar com o vampiro que destruiu a minha vida,
o desgraçado do meu pai.

Eu olhava em sua direção, sentindo todo o meu corpo tremendo de raiva,


eu estava determinada a acabar com ele de uma vez por todas. Seus olhos
famintos me encaravam enquanto ele se aproximava, mas eu não recuei.

Usando cada gota de poder que tinha, lancei ataques rápidos e precisos
contra ele. Nossos golpes se encontravam no ar, faíscas voando a cada colisão.

O encarei, ele me observava com um sorriso nos lábios.


— Você treinou bem no tempo que ficou com ele.

O meu corpo pulsava de ódio, a raiva consumindo cada parte de mim.

— Eu vou te matar. — Afirmei lançando meu poder na sua direção, ele


desviou mais uma vez, ele estava tão rápido, ágil.

— Você vem conosco filha. Temos planos para você.

Respirei fundo.

— Eu prefiro morrer. — O contraste do cheiro de fumaça com o cheiro das


rosas era intenso.

A adrenalina pulsava em minhas veias, minha mente focava apenas em


derrotá-lo. Eu me recusava a ser dominada pelo medo ou pela memória do
passado. Este era um momento de vingança.

Os minutos pareciam se estender em horas enquanto lutávamos. Daniel era


ágil e poderoso, mas eu estava determinada a superá-lo. Cada vez que ele tentava
me atingir, eu desviava com agilidade e contra-atacava com força.

A batalha parecia nunca acabar, mas o cansaço não me dominaria. Eu


canalizei minha energia e transformei minha fadiga em força. Eu treinei para esse
momento.

Finalmente, um golpe certeiro acertou o peito de Daniel. Senti seu corpo


cambalear e ele caiu no chão. Minha respiração estava rápida e ofegante.

Olhei para o vampiro que tentou destruir minha vida, o pai que eu nunca
pedi para ter. Toda a dor e raiva se misturava dentro de mim, mas eu sabia que
não poderia deixar que esses sentimentos me consumissem.
— Você é minha filha. — Sangue saia pela sua boca, me aproximei o
segurando pelo pescoço, o fazendo ficar de pé, o meu coração martelava no meu
peito em um ritmo rápido.

— Isso é pela minha mãe. — O seu corpo estava imobilizado, ele não
conseguia se mexer, dei um soco com toda a minha força no seu peito, destruindo
carne e músculos, até que a minha mão atravessasse o seu corpo, segurei o seu
coração na minha mão o apertando. Finalmente eu tive a minha vingança.

Senti o coração de Daniel se despedaçar na minha mão, com a força que


eu coloquei ao apertá-lo, a dor e a raiva se misturando em um turbilhão dentro de
mim. Finalmente. Finalmente eu tinha me vingado daquele que tentou destruir
minha vida e a de minha mãe.

Deixei seu corpo cair no chão, soltando um suspiro pesado. Olhei para
minhas mãos manchadas de sangue, uma lembrança vívida de tudo o que
aconteceu.

Percebi que, apesar de ter alcançado minha vingança, a dor e a raiva não
desapareceriam de uma vez por todas. Elas estariam sempre presentes, mas agora
eu tinha encontrado uma maneira de controlá-las, de usá-las para proteger aqueles
que acreditavam em mim.

Com passos lentos e hesitantes, me afastei do corpo inerte de Daniel.


Minha mente estava cheia de pensamentos, perguntas sem resposta, mas agora
não era hora de refletir sobre isso.

Eu só conseguia pensar em uma coisa, ao olhar ao meu redor.

Onde estava o infeliz do Alastor?


Capítulo 25
Vitória

Meu corpo estava pesado, vejo a Brace lutando do outro lado, corri em sua
direção a ajudando, ela estava ofegante como eu, a encarei.

— Cadê o Léo? — Ela me encarou.

— Depois da explosão eu não consegui achá-lo. — Os seus olhos estavam


brilhando.

— Eu vou atrás dele.

Ela assentiu e eu corri na direção onde eu o tinha visto anteriormente.

Mas não achei, corri na direção do enorme portão e o vejo destruído, eu


podia ouvir o som dos batimentos do meu coração nos ouvidos. Naquele
momento eu queria que o Damon estivesse do meu lado, eu sei que
provavelmente ele esteja vindo para este lugar, mesmo assim, eu o queria aqui,
corri vendo mais destruição.
Parei de correr no momento que vejo olhos azuis me encarando na
escuridão da noite, o meu corpo tremeu quando eu vejo Alastor andando em
minha direção, os seus cabelos negros penteados perfeitamente para trás, logo
atrás dele vendo o Léo sendo segurado pelo pai do Derek, o que está acontecendo
aqui, dei um passo na sua direção.

Vejo o rosto do meu amigo todo machucado, sangue saindo da sua boca e
do seu nariz, o ódio dominou todas as partes do meu corpo, olhar para o homem
que foi o líder da resistência, agora como um cachorro desse vampiro, me
causava nojo.

— Solta ele agora! — A minha voz saiu firme. O poder serpenteando as


minhas mãos como se fossem cobras prontas para atacar a qualquer momento.

Alastor andou em minha direção, o encarei.

— Minha adorável Vitória. — Ele sorriu. — Eu finalmente posso olhar


para este rosto.

Me lembrei do conteúdo das cartas que este psicopata me enviou, eu precisava


acabar com isso agora mesmo.

Lancei o meu poder na direção do seu corpo mas ele desviou facilmente,
como se não fosse nada, o meu coração acelerou, rapidamente ele estava do meu
lado, tentei acerta-lo, mas foi inútil.

Ele era bem mais rápido do que o Daniel.

Eu olhava para ele e para o meu amigo, que mal conseguia ficar em pé.

Ao ver o estado de Léo, uma mistura de raiva e desespero tomou conta de


mim. Corri na direção do pai do Derek, enfrentando-o com determinação.
— Solte-o! — gritei, minha voz ecoando no ar.

Alastor sorriu de forma cínica, enquanto o antigo líder da resistência


pressionava mais o aperto em Léo.

De um lado estava o Alastor me encarando com um sorriso no rosto, do


outro o pai do homem que eu já fui apaixonada segurando com força o braço do
meu amigo, eu não sabia o que fazer, o meu coração apertava no meu peito.

— Ah, doce Vitória, vejo que encontrou o seu amiguinho. Que


coincidência! — Alastor debochou.

Minha mente estava em turbilhão. Eu precisava agir rápido, antes que algo
pior acontecesse. Concentrei meu poder e projetei um escudo ao redor de mim,
bloqueando qualquer ataque vindo deles.

Com passos lentos e cautelosos, me aproximei do lugar onde o meu amigo


estava. A dor e a angústia se transformaram em fúria dentro de mim. Eu não
permitiria que eles machucassem o Léo ou qualquer um dos meus amigos
novamente.

— Soltem ele agora! — Minha voz estava cheia de determinação.

Alastor riu mais uma vez, sua risada ecoando pelo local. O pai do Derek
olhava para mim, seus olhos cheios de ódio.

— Você não tem ideia do que está lidando, garota tola. — Ele rosnou.
Desde quando ele estava trabalhando com estes vampiros? E por mais que eu não
quisesse admitir, me perguntei se o seu filho também estava neste plano.

Empurrei meu poder com força total, fazendo um raio de energia derrubá-
lo. Ele soltou o Léo e caiu no chão. Corri até meu amigo, ajudando-o a se
levantar.
— Está tudo bem, Léo, eu estou aqui. — sussurrei.

Me afastei tentando segurar o Léo com um braço.

O antigo líder da resistência se levantou furioso, mas algo inesperado


aconteceu. O Damon surgiu no portão, seu olhar fixo no Alastor. Um sorriso
maligno se estampou no rosto do seu irmão.

— Ah… querido irmão finalmente aparecendo para a festa. Eu pensei que


você não viria. — Alastor me encarou. — Irei matá-lo na frente dela. — Ele
sorriu. — Vou fazê-la assistir a sua morte.

Damon me encarou, eu respirava com dificuldade tentando tirar o meu


amigo daquele lugar, de repente vejo a Alice e a Brace vindo em minha direção.

Brace se aproximou retirando o irmão dos meus braços.

Olhei na direção do Damon e do Alastor que travavam uma luta de olhares.

Concentrei o restante do meu poder, a minha respiração estava tão


irregular, vários e vários vampiros saíram da floresta em direção a nós, engoli em
seco percebendo que eles não estavam do nosso lado.

— Eu vim para levá-la comigo. — Ouço o som da voz do Alastor. — Mas


antes irei brincar com você um pouco. Hoje, você vai perder tudo.

Damon olhou para mim, eu podia ver a fúria no seu rosto.

Damon não respondeu, apenas avançou rapidamente na direção de Alastor.


Uma luta feroz começou, o som de socos e chutes preenchendo o ar.

Eu sabia que a batalha não estava nem perto de terminar, os vampiros


começaram a correr na nossa direção, Brace segurava uma faca na mão direita e
tentava manter o seu braço em volta do irmão.

Olhei para os vampiros que se aproximavam. E uma onda de choque


varreu vários vampiros para longe, eu estava no meu limite, quando mais
vampiros caiam, mas apareciam tentando nos atacar.

Alice era como uma sombra no meio da batalha varrendo qualquer um que
estava no seu caminho.

Tentei lutar e proteger o Leo e a Brace ao mesmo tempo, mas estava


difícil abrir a boca à procura de ar. O meu peito subia e descia rapidamente.

Alice era muito rápida, sua agilidade e velocidade sobrenaturais a


mantinham um passo à frente dos vampiros.

Eu olhei para Léo, ao meu lado, ele ainda estava se recuperando dos
ferimentos. Prometi a mim mesma que faria de tudo para mantê-lo a salvo.

— Brace, leve seu irmão para um lugar seguro! — Gritei acima do barulho
da batalha.

Ela assentiu com determinação, mas ela não conseguia passar pelos
vampiros. Eu me concentrei novamente nas hordas de vampiros que avançavam
em nossa direção, meu poder se intensificando dentro de mim.

Juntei minhas mãos, formando uma esfera de energia, e a lancei contra os


vampiros. Uma explosão de luz irrompeu no ar, afastando vários deles. Mas eles
continuaram vindo, implacáveis.

Tentei fazer um caminho para que eles passassem.

A explosão de poder e a luta feroz continuaram. O som das lâminas se


chocando com os corpos dos vampiros, dos gritos e rosnados dos vampiros
ecoavam por todo o local. O cheiro de sangue e fumaça era sufocante.

Brace ainda tentava matar os vampiros e manter o irmão vivo.

Quando vejo que uns vampiros iriam atacá-los com armas em punho, eu
projetei o meu escudo ao redor dos dois, estava tão empenhada em protegê-los
que não vi o momento que o pai do Derek se aproximou de mim, injetando algo
no meu pescoço, dei um soco no seu peito o fazendo cair no chão.

Brace olhou para mim, e em choque tirei o que ele injetou do meu pescoço.

As minhas mãos tremeram quando ouço o barulho de um tiro, a minha


perna começou a queimar, coloquei a minha mão no local e vejo sangue.

Olhei na direção e vejo o pai do Derek se levantando com uma arma em


punho.

— Desgraçado!

Busquei pelo poder dentro de mim e não consegui mais encontrá-lo,


naquele momento me lembrei do que ele tinha injetado no meu pescoço. Eu
conhecia muito bem aquele veneno.

Eu posso até morrer, mas levarei ele comigo

Retirei a faca que estava presa a minha perna, as minhas mãos tremiam, a
perna doía a cada movimento que eu dava, mas a adrenalina era tão grande, que
não me importei, avancei em sua direção e com rapidez, retirei a arma das suas
mãos, a vejo caindo no chão.
Capítulo 26
Vitória

A dor alucinante na minha perna me fez cambalear. Ele aproveitou o


momento e me acertou com um soco no rosto, me lançando para trás.

Eu caí no chão, tonta e com visão turva, eu estava cansada e com dor mas
eu precisava levantar. Conseguia sentir o sangue escorrendo pela ferida em
minha perna, mas ignorei a dor e me levantei, segurando a faca com firmeza.

O meu rosto doía e o meu nariz estava quebrando.

Ele me encarou com um sorriso cruel no rosto.

— Você nunca será capaz de me vencer — ele disse, confiante.

Respirei fundo para controlar a dor e me concentrei em um último esforço.


Avancei em sua direção, desferindo golpes rápidos e precisos com a faca. Ele
tentava se esquivar, mas minha determinação era implacável.
Finalmente, consegui acertar um golpe, a faca rasgando sua pele e
mergulhando em seu corpo. Ele gritou de dor, cambaleando para trás. Não parei
por um segundo sequer, aproveitando o momento de fraqueza, para avançar com
toda a minha força.

Com um último golpe, acertei a faca no seu pescoço, vejo os seus olhos em
minha direção, a minha respiração estava irregular. Ele caiu pesadamente no
chão.

Meus joelhos fraquejaram, a dor na minha perna se intensificando. Eu


sabia que precisava de ajuda, a minha visão estava começando a ficar turva, mas
eu precisava continuar, mesmo não conseguindo usar os meus poderes.

Olhei ao redor, vendo a batalha que ainda acontecia.

Me levantei lentamente, mantendo a faca em mãos, pronta para enfrentar o


que viesse pela frente. Eu não seria derrotada tão facilmente.

A batalha continuava, e eu estava determinada a lutar até o fim.

Me aproximei lentamente da Brace, as minhas mãos pegajosas pelo


sangue deles.

Olhei para onde a Alice estava e vejo um rastro de destruição por onde ela
passava, e mais vampiros apareceram, me preparei para continuar a lutar, mas aos
poucos percebi que eram do exército do Damon.

Eles avançavam na direção do inimigo.

Mas finalmente, em meio à batalha caótica, vislumbrei Damon subjugar


Alastor com um golpe final. Alastor estava de joelhos, a expressão de
incredulidade em seu rosto.
Sangue saia do seu nariz, Damon olhava para o seu irmão de joelhos na sua
frente, e em um único golpe, ele arrancou a cabeça do Alastor dando um fim a
tudo aquilo.

Respirei fundo, exausta, mas aliviada. Os meus olhos se encheram de


lágrimas. Finalmente acabou? Me fiz essa pergunta olhando a destruição na
minha frente, o cheiro de sangue impregnado o lugar.

Aos poucos, os vampiros restantes recuaram e se afastaram. Olhei para o


Léo, seu rosto estava inchado, me levantei sentindo que a adrenalina estava
saindo do meu corpo, a minha perna doía mais que o inferno, devagar consegui
chegar até o Damon, ele me encarou, provavelmente eu estava uma bagunça,
sentia que o meu nariz estava quebrando. O meu corpo estava todo doendo.

Meu coração estava prestes a explodir no meu peito.

— Você está bem? — Ele perguntou preocupado. Sua voz soava rouca,
mostrando o esforço que ele havia feito.

Assenti com a cabeça, incapaz de falar. A dor na minha perna era


insuportável, mas eu não podia desabar agora. Precisava me manter forte.

Damon me olhou nos olhos, segurando o meu rosto com cuidado. Pude
sentir o calor reconfortante da sua pele, mesmo em meio ao caos que nos cercava.

— Você foi incrível. — Ele disse, sua voz cheia de admiração.

Um sorriso fraco se formou em meus lábios. Eu sabia que aquilo ainda não
tinha acabado, que enfrentaríamos mais desafios pela frente. Mas, naquele
momento, tudo o que importava era que estávamos juntos e que tínhamos
vencido aquela batalha.

Abracei Damon firmemente, sentindo seu calor me envolver.


Me lembrei do meu amigo. Me afastei, o encarando.

— Você precisa ajudar o Léo. – Falei sentindo todo o meu corpo fraquejar.

Ele me encarou segurando no meu braço.

— Que ele vá para o inferno! Estou preocupado com você.

— Eu estou bem. — Olhei para o meu amigo no chão do lado da Brace. —


Por favor Damon!

Damon suspirou me observando, soltando um suspiro cansado.

— So vou ajudá-lo, depois que eu der um jeito na sua perna.

Olhei para a minha perna e vejo o sangue saindo, estava pronta para aceitar
o que ele falou, quando eu vejo um grupo de pessoas se aproximando, Damon
ficou em alerta sua mão ainda no meu braço.

Derek se aproximava de onde o corpo do seu pai ainda estava.

— Me ajuda a chegar até ele. — Olhei para o Damon, mesmo eu sabendo


que ele não estava querendo fazer isso, ele me ajudou a chegar até onde o Derek
estava, olhou para mim e logo em seguida para o Derek que continuava nos
encarando. Damon deu um passo para trás.

Derek me observou focando na minha perna que continuava sangrando, eu


não sabia como estava conseguindo ficar em pé. Ele encarou o meu rosto, eu
sentia o gosto do sangue na minha boca.

— Você sabia que o seu pai estava ajudando o Alastor? — Perguntei.


Derek me encarou.

— Você sabe muito bem que eu odeio os vampiros, nunca ajudaria eles.
Quando descobri o que o meu pai estava fazendo, vim para tentar impedi-lo. —
Ele olhou para o corpo do pai no chão. — Mas foi tarde demais. — Derek me
encarou, eu via tristeza no seu olhar. — Eu posso levar o corpo dele?

A sua voz era tão triste, mesmo sabendo o que aconteceu conosco, mesmo
assim, eu sentia uma pressão no peito.

— Ele é seu pai, claro que pode levar o corpo dele.

Derek chamou duas pessoas que estavam atrás dele e essas pessoas
pegaram o corpo do seu pai e o levaram embora. Ele me encarou.

— Mesmo que tudo isso tenha acontecido, mesmo eu sabendo que você
nunca vai me perdoar eu quero que você saiba que foi real Vitória, eu realmente
te amei. — As minhas mãos tremeram, Derek olhou para o Léo e a Brace por um
momento, e depois para mim. — Venha comigo! Eu vou reconstruir a resistência,
e juntos poderemos ter um final feliz.

Eu não fazia mais parte daquele lugar, e ele sabia disso, fiquei em silêncio
o encarando, ele sorriu balançando a cabeça.

— Eu tinha que tentar, não é mesmo. — Derek suspirou. — Eu desejo que


você seja feliz Vitória, de todas as pessoas que eu conheci, você e a que mais
merece ser feliz.

Ele deu mais uma olhada nos amigos que estavam no chão, logo em
seguida deu as costas e saiu.

As minhas pernas fraquejaram. Damon me segurou nos braços.

— Vamos cuidar dessa perna. — Sorri o encarando.

Ele me colocou no chão, sinto o meu corpo todo doendo. A sua mão estava
no local que eu tinha levado o tiro, um calor enchendo o meu corpo.
— O que você faria se eu tivesse aceitado ir com ele? — Damon levantou
a cabeça olhando para mim.

— Eu não iria fazer nada, seria a sua escolha, e eu respeitaria a sua


decisão.

O meu coração se apertou ao ouvir a resposta de Damon. Aquele momento


me fez perceber o quanto ele realmente se importava comigo, mesmo após tudo o
que havíamos passado.

Ele estava disposto a respeitar minhas escolhas, mesmo que isso


significasse nos afastarmos.

— Damon... eu… — Mas eu não conseguia terminar a frase, eu sentia que


a cada dia, estava me apaixonando mais por ele, mesmo com as palavras da Brace
na minha memória, eu não sabia se ele sentia o mesmo por mim.

— Não precisa falar nada. Eu entendo. E eu também quero apenas que


você seja feliz, Vitória. Seja comigo ao seu lado ou não.

Eu levei a mão até a dele, segurando-a com carinho.

Um sorriso suave surgiu nos lábios de Damon, e eu senti meu coração se


encher de esperança.
Capítulo 27
Vitória

Léo estava sentado no sofá da casa, tinha pedaços de madeira para todos os
lados, o cheiro de fumaça impregnava o local, então me aproximei dele.

— Como você está? — Perguntei ficando do seu lado.

— Eu estou bem, os machucados mais sérios já foram curados por ele.

Damon estava olhando os cômodos um por um para ver se tinha mais


alguém. Retiramos todos da casa, a Lua e todos os outros estavam lá fora.

— Que bom que você está bem.

Léo me encarou.

— Obrigada! Por ter me salvado.

Eu sorri segurando na sua mão.

— Não precisa me agradecer por isso, você é meu amigo Léo, faria tudo de
novo.
— Eu sei disso, mesmo assim, não posso deixar de te agradecer. Você
arriscou sua vida por mim e não tenho palavras para expressar minha gratidão.

Eu assenti, entendendo o que ele queria dizer. Nossa amizade era forte e eu
faria qualquer coisa para protegê-lo. Ao olhar para ele do meu lado eu senti o
meu peito se aquecendo, no final eu consegui salvar a vida de um amigo.

Damon se juntou a nós, com uma expressão preocupada no rosto.

— Não encontramos mais ninguém aqui dentro. Mas a casa vai precisar de
uma reforma, vou conversar com a Ágatha para ver se eles podem ir para outro
lugar enquanto isso.

Me levantei ficando na sua frente.

— Pode esquecer, elas não vão querer sair. — Depois de saber o motivo
que elas não querem sair deste lugar, eu compreendo. — Acho que dá para
arrumar com elas aqui.

Damon suspirou balançando a cabeça concordando comigo.

Ao sair da casa vejo a destruição, ia demorar um bom tempo para colocar


tudo em ordem, mas eu vou ajudar.

Mesmo sem os meus poderes, eu posso ajudar.

Vejo a Lua perto das crianças, quando ela me viu, veio ao meu encontro.

— Alguém se machucou? — Perguntei, mas os meus olhos foram na


direção das crianças que estavam olhando para todos os lugares, eu imagino o
medo que elas sentiram.

— Nada grave, pode ficar tranquila. — Lua olhou para as minhas roupas.
Eu sabia que estava uma verdadeira bagunça, só deu tempo de lavar as mãos e o
rosto rapidamente, as minhas roupas estavam rasgadas e sujas de terra e sangue, a
calça rasgada não ajudava muito. — Eu estou mais preocupada com você.

Eu sorri para ela.

— É apenas a roupa que está neste estado, vou me preocupar com isso
depois, primeiro temos que dar um jeito neste lugar.

Ela assentiu, e durante todo o dia eu fiquei do seu lado tentando organizar,
arrumar o que estava quebrado para que elas pudessem voltar para a casa.

Leo decidiu ficar na fazenda até que tudo estivesse arrumado, agora estou
aqui, de volta ao quarto que eu conheço tão bem suspirei sentindo cada músculo
do meu corpo reclamar.

— Eu pedi para que trouxessem algo para você comer.

Encarei o Damon que estava do meu lado.

— Eu não estou com fome.

Ele suspirou.

— Você não descansou em nenhum momento, se eu não tivesse insistido


você ainda estaria lá, tentando ajudar, e eu vi que você não comeu nada o dia
inteiro.

Era verdade eu não tinha comido nada, mas estava tão focada em ajudar
que acabei me esquecendo.

— Ok, eu vou comer algo depois, mas primeiro eu preciso de um banho.


— Olhei para as roupas rasgadas que ainda permaneciam no meu corpo.

Damon segurou na minha mão, me levando até o banheiro, o vejo se


afastando para ligar a torneira da banheira, quando se virou, me encarou, se
aproximando.

Eu deixei que ele me ajudasse a retirar completamente a roupa que eu


estava. Logo em seguida ele tirou a sua.

Ele entrou dentro da banheira e se sentou logo em seguida entrei me


sentando, a água estava quente, o vapor estava em todo lugar, respirei fundo
fechando os olhos.

— A água está tão boa. — Damon colocou os meus cabelos do lado do


meu ombro, pegou um frasco com um líquido cheiroso, o colocou nas mãos e
começou a passar por todo o meu corpo.

O meu coração acelerou.

Sentir a sua mão em meu corpo era algo tão bom, eu sentia a sua
respiração no meu pescoço.

— Você deve estar tão cansada.

Eu dei um pequeno sorriso, mas sim, estava tão cansada, que só dele
massagear os meus ombros já estava deixando o meu corpo mole.

A água quente envolvia o meu corpo, estar encostada no Damon, me trazia


um sentimento de segurança, era algo tão bom, ele lavou os meus cabelos, estava
de frente para ele o meu rosto vermelho pelo vapor da água, engoli em seco o
encarando concentrado em terminar de lavar.

— Eu adoro os seus cabelos sabia. — Fiquei um pouco envergonhada com


as suas palavras.— Eles são lindos.

Eu não conseguia responder, Damon terminou de levá-los e saiu da


banheira, vê-lo sem roupa era algo que eu não conseguia me acostumar, ele se
virou com uma toalha nas mãos, vejo um pequeno sorriso nos seus lábios ao ver
para onde eu estava olhando.

— Está gostando do que vê? — Encarei o seu rosto em um misto de


sentimentos.

— Pior é que eu estou. — Falei me levantando, Damon se aproximou de


mim com a toalha nas mãos, o encarei, ele observava o meu corpo sem cerimônia
alguma.

Minha respiração ficou um pouco mais acelerada ao sentir seu olhar sobre
mim, mas ao mesmo tempo, senti uma conexão especial entre nós. Eu permiti que
ele envolvesse meu corpo com a toalha cuidadosamente, me secando.

Enquanto ele fazia isso, nossos olhares se encontraram novamente e senti


uma tensão no ar. O desejo estava ali, pulsando entre nós, mas também havia algo
a mais.

Damon se aproximou ainda mais, seus dedos acariciando minha pele


suavemente. Sua voz saiu rouca quando ele disse:

— Você está cansada Vitória, então não me olhe deste jeito.

Segurei no seu rosto, aproximei a minha boca da dele sentindo nossa


respiração se misturar.

— De que jeito eu estou te olhando? — Ele sorriu beijando a minha boca,


sinto o sabor dos seus lábios nos meus, a sua mão na minha cintura segurando
firmemente.

Ele se afastou, mas os seus olhos continuavam em mim.

— De que jeito eu estou te olhando? — Perguntei novamente, sentindo


meu corpo reagir aos toques e beijos de Damon.
Ele sorriu maliciosamente, seus olhos brilhando.

— Você está me olhando com desejo, eu estou me controlando, mas se


continuar a me olhar desse jeito, eu não sei o que irei fazer. — Respondeu ele,
com a voz rouca.

Minhas bochechas coraram, mas eu não neguei. A atração entre nós era
palpável e, naquele momento, eu não queria mais resistir a ela.

— E se eu estiver? — Provoquei, aproximando-me novamente e


pressionando meus lábios contra os dele.

Damon respondeu ao beijo de forma intensa, suas mãos explorando meu


corpo, desejando-me tanto quanto eu o desejava.

Ele envolvendo o meu corpo me tirando do chão, segurei no seu pescoço.

Damon caminhou comigo em seus braços até o quarto, onde ele me


colocou na cama, o meu peito subia e descia rapidamente.

Ele se aproximou me encarando.

— Você tem certeza disso? Acho que você deveria descansar. — A sua voz
era calma, segurei no seu rosto trazendo o seu corpo para perto do meu.

— Eu tenho certeza, eu quero que você me foda! — O encarei, Damon


ficou parado passando a mão pelo meu rosto tão delicadamente, ele me tocava
como se eu fosse o mais delicado dos cristais, eu poderia ver algo brilhando no
seu olhar, algo tão intenso que fez o meu coração palpitar.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei, mas estava com medo da sua


resposta.

— Eu não quero te foder, Vitória!. — A minha respiração ficou irregular.


O encarei.
— Você não quer mais ficar comigo? — A minha voz era baixa, porque eu
estava sentindo esse aperto no peito, acabei me apaixonando por ele, e agora
estou aqui, com medo da sua resposta.

Damon beijou o alto da minha cabeça, nossos olhares se encontraram


novamente. Eu não estava preparada para o que ele iria falar a seguir.

— Eu não quero te foder Vitória. Eu quero te amar.

Damon segurou o meu rosto com ternura, acariciando minha bochecha


com o polegar. Seus olhos transmitiam uma mistura de carinho, ternura e desejo.

— Eu não quero mais apenas transar com você, Vitória. Eu quero te amar,
quero construir algo sério e duradouro entre nós. Sinto algo muito especial por
você, algo que vai além da atração física. Quero compartilhar momentos, risadas,
conversas e, é claro, também o prazer. Mas principalmente, quero te amar e
cuidar de você.

As palavras de Damon preencheram meu coração com algo genuíno e


profundo. Era como se todas as minhas inseguranças e medos desaparecessem
diante dessa expressão sincera de seus sentimentos.

As minhas mãos tremeram diante das suas palavras, o meu coração parecia
que ia sair do meu peito a qualquer momento, eu pensei que seria apenas algo
carnal, apenas sexo, eu repetia para mim mesma, mas quem eu queria enganar, eu
estava apaixonada por ele, mas também tinha muito medo deste sentimento
dentro do meu peito que me consumia todos os dias.

Ele se aproximou beijando a minha boca.

— Você vai me deixar te amar? — Eu não conseguia responder, os seus


olhos brilhavam. — Eu sei que sou um demônio ingrato por te pedir isso, eu sei
disso. — Ele balançou a cabeça, como se com esse gesto fosse clarear os seus
pensamentos. — Se você me perguntasse que momento eu comecei a ter
sentimentos por você, eu não saberia te dizer, eu só sei que não consigo me
imaginar sem te ver todos os dias, sem tocar o seu lindo rosto pela manhã, sentir
o seu cheiro, e te abraçar quando está dormindo tão tranquilamente do meu lado.
Eu quero você Vitória, e eu desejo que você também me queira. Na verdade, eu
nunca desejei nada como eu desejo você.

A minha garganta estava seca, o que eu poderia responder? O que eu


poderia fazer? Os meus olhos ardiam sem parar.

— Eu não sou uma pessoa que merece ser amada. — A minha voz saiu
baixa, eu não conseguia falar em voz alta.

Todas as pessoas que já me amaram um dia, morreram, era como uma


maldição que eu carregava, ninguém podia me amar, ninguém.

Ele passou a mão pelo meu rosto lentamente.

— Temos um problema então. Porque eu já te amo!


Capítulo 28
Vitória

Olhei para o Damon que permanecia a centímetros do meu rosto.

Eu já te amo!... Eu já te amo!... Eu já te amo!... Eu já te amo!

Ficou se repetindo nos meus pensamentos.

— Você é a pessoa que mais merece ser amada neste mundo.

Fechei os olhos tentando controlar as lágrimas que rolaram pelo meu rosto.

— Te amar foi algo que eu nunca planejei, mas aconteceu de forma tão
intensa e natural. Você despertou em mim algo tão profundo e verdadeiro que
nunca pensei ser possível.

Damon segurou meu rosto com suas mãos quentes, seus olhos cheios de
ternura.

— Vitória. Desde o momento em que te conheci, algo dentro de mim


mudou. Eu sei tudo que eu fiz, e sei que pedir perdão não mudará nada, eu sei
disso. Eu sou apenas alguém ingrato, que espera que você sinta algo por mim.
Patético, não é? — Ele balançou a cabeça.

Ele me encarava.

— Somos um casal feito do caos. — Ele sorriu se aproximando. —


Destinados a destruir tudo. — Respondi o observando.

— Eu não me importo se me destruírem, deste que você esteja em


segurança, este é o meu único desejo.

Eu já perdi tanto, já chorei por tantas coisas, me importar com o


julgamento de todos era tão importante assim? Ao olhar nos seus olhos, eu tive a
minha resposta. Não, não era importante, o importante era o que eu queria agora,
e o que eu queria agora, era ele.

— Então me ame.

Essas três palavras foram o suficiente, Damon segurou com firmeza a


minha cintura trazendo o meu corpo para perto do dele, segurei no seu pescoço e
os nossos lábios se uniram em um beijo cheio de significado e promessas.

Segurei com tanta força no seu pescoço, Damon beijava o meu pescoço
sem pressa nenhuma me torturando mais e mais.

— Damon…. — A minha voz saiu rouca. — Eu preciso de você.

Ele sorriu beijando o meu rosto, eu sentia o seu pau entre as minhas
pernas, e em uma única estocada ele já estava dentro de mim.

Joguei a minha cabeça para trás, sentindo-o entrando e saindo lentamente,


a sua mão segurava o meu seio, ele acariciava o meu corpo, beijava cada parte
devagar, era como se ele quisesse explorar cada parte do meu corpo com os
lábios.
Senti-lo dentro de mim era algo tão intenso, tão único, eu queria que aquilo
durasse para sempre.

As paredes da minha boceta se apertavam mais e mais, eu sentia o orgasmo


vindo, levando toda a força que ainda tinha no meu corpo, logo depois Damon
também chegou no seu limite, ele estava com o rosto no meu pescoço, podia
sentir a sua respiração fazendo cócegas no meu pescoço, passava a mão
delicadamente pelos seus cabelos, apreciando aquele momento ao máximo.

— A comida provavelmente está fria, você quer que eu peça que prepare
outra coisa?

Eu sorri, ainda com a minha mão nos seus cabelos.

— Eu só quero ficar assim com você.

Damon levantou a cabeça e me encarou.

— Você é linda! — As minhas bochechas arderam. — Linda,


incrivelmente linda.

Eu sorri beijando os seus lábios.

Já estava tarde eu deveria estar dormindo, mas não conseguia, sentia os


braços dele em volta do meu corpo, me trazendo segurança. Mas, por mais que eu
tentasse, eu não conseguia dormir.

— Você deveria ir dormir. — Damon falou, e logo em seguida beijou o


meu ombro, me virei na sua direção, ele segurou na minha cintura trazendo o
meu corpo para mais perto do dele.

— O que está te preocupando? — Ele perguntou, levantei a cabeça,


encontrando aqueles lindos olhos azuis me observando de volta.
— Eu sei que é cedo para isso, afinal acabamos com o Alastor e o Daniel
agora, mesmo assim, eu queria conversar com você sobre os humanos que vivem
nesta cidade.

Damon depositou um beijo na minha testa.

— O que você gostaria de conversar?

Ele pareceu verdadeiramente interessado.

— Eu queria que eles tivessem liberdade.

Ele suspirou.

— Eu só estava esperando esse problema com o Alastor e o Damon se


normalizasse, para que as novas leis entrassem em vigor.

Essa era a primeira vez que eu estava ouvindo sobre isso, o encarei.

— O que está escrito nessas novas leis? — O encarei.

Damon passou a mão pelo meu rosto, o seu dedo delicadamente pelo
contorno dos meus lábios.

— Não tem mais setores, todos vão ser do um. Os portões ficarão abertos
para quem quiser ir ou ficar aqui. Eles terão mais liberdade. Estou fazendo uma
nova lei sobre a obrigação de ser guarda ou escrava de sangue, quando alguém
completar dezoito anos. — Damon suspirou. — Não vai ser fácil mudar a cabeça
do conselho e dos vampiros, sobre as novas leis, mas será melhor. Estou tentando
fazer as mudanças de pouco em pouco, não quero outra guerra nas minhas mãos.

Olhei para ele com admiração.

— Deste quando você está pensando sobre isso?


Damon retirou uma mecha do meu cabelo do meu rosto. Eu me sentia tão
bem quando estava nos seus braços.

— Desde o momento que eu virei rei.

Engoli em seco o encarando. Eu não fazia ideia de tudo isso, na verdade,


estava tão ocupada em resolver as coisas com o Daniel e o Alastor, que acabei me
esquecendo desses problemas, não me orgulho disso, mas eram tantos problemas,
que não estava conseguindo fazer muita coisa.

— Eu vou te ajudar. — Afirmei sentindo o meu coração acelerar. Eu


poderia ajudá-lo, e eu ia fazer isso.

— Eu sei que vai.


Capítulo 29
Vitória

Um mês depois...
A fazenda tinha sido completamente restaurada, Brace decidiu ficar lá,
ajudando em tudo que elas precisavam, mas o Léo ficou no castelo comigo,
mesmo a relação dele com o Damon não sendo das melhores, eu me divirto com
o meu amigo, mas eu acho que o Damon está começando a gostar dele, porém,
como sempre, não admite isso de jeito nenhum.

— Você está linda neste vestido! — Ouço a voz do meu amigo do meu
lado, sorri ao olhar para ele.

Estávamos em um festival, organizando em comemoração às novas leis


que entraram em vigor essa semana, o conselho como o Damon tinha receio, foi
contra, mas ele conseguiu que eles aprovassem.

Como? Ele não me disse.

Agora não era mais dividido em setores, as pessoas não precisavam mais
mendigar comida, não estava perfeito, mas estava melhor do que antes, um passo
de cada vez.

Olhei para as ruas que eu costumava caminhar e me bateu uma certa


nostalgia, me lembrei de como era.

— Muito obrigada! Você está muito elegante também. — Léo fez uma leve
reverência se curvando na minha frente e logo em seguida sorriu.

— Eu estou muito lindo com essa roupa. — Acabei dando um leve soco no
seu braço. — Onde está o seu vampiro? — O encarei.

— Ele tem nome sabia? — Léo ficou levemente constrangido, o seu rosto
ficou vermelho de vergonha.

— Ok. Onde está o Damon? — Sorri para ele.

Olhei em volta.

— Ele iria me encontrar aqui, já deve estar chegando.

Leo concordou balançando a cabeça, o céu estava cheio de estrelas, uma


música calma preenchia o local, as pessoas passavam por nós prestando atenção
em cada canto, já tinha dez anos que eu fui a um festival, às vezes me pergunto
como seria ter a minha mãe e a minha amiga aqui agora.

Eu sei que onde elas estiverem, estão felizes.

— A Brace não vem?

Leo estava prestando atenção em um grupo de garotas mais a frente, mas


quando ouviu o que eu estava falando, se virou em minha direção, ele suspirou.

— Ela não gosta deste tipo de coisa, preferiu ficar com as garotas na
fazenda.
Eu tentei convencer a Lua e as outras garotas a virem, mas elas não
quiseram, eu entendo, voltar para este lugar deve ser difícil.

— Eu entendo.

Leo segurou nos meus ombros me abraçando.

— Mas eu estou aqui.

Eu sorri.

— Sim você está. — Um sorriso não saiu do meu rosto.

Vejo uma comoção do lado esquerdo, olhei na direção e vejo ele andando
em nossa direção, o meu coração parecia que ia sair pela minha boca a qualquer
momento, os nossos olhares se encontraram. Eu não conseguia me acostumar
com a beleza e a elegância dele, era algo surreal.

Ele me encarou, Damon levantou levemente uma sobrancelha ao perceber


que o braço do Léo ainda permanecia no meu ombro, meu amigo retirou o braço
meio sem graça, acabei sorrindo pela expressão que estava no seu rosto.

— Eu vou dar uma volta, te encontro depois.

Ele não esperou resposta e saiu sem olhar para trás.

Damon segurou na minha mão com delicadeza, as minhas mãos estavam


geladas e as deles quentes.

— Você demorou.

Andamos um ao lado do outro, com a sua mão ainda segurando a minha.

— Estava preso em uma reunião, demorou mais do que eu previ. Te fiz


esperar muito? — Sua voz era calma, observei o seu rosto com um sorriso nos
lábios.
— O Léo me fez companhia.

— Eu percebi. Porque ele fica te tocando tanto?

Balancei a cabeça tentando controlar o meu sorriso.

— Se eu não te conhecesse, poderia jurar que está com ciúmes.

Damon permaneceu me encarando com intensidade. Os seus olhos eram


tão claros.

— Eu seria um tolo se não sentisse ciúmes de você. — Paramos. Eu podia


ouvir os batimentos do meu coração nos meus ouvidos. — Você é linda,
encantadora e corajosa, eu nunca conheci alguém com tanta coragem em toda a
minha vida.

O meu rosto ficou vermelho. As pessoas passavam por nós, mas naquele
momento parecia que tinha só eu e ele naquele lugar, só o céu repleto de estrelas
como testemunha.

Quando o festival acabou, voltamos para o castelo.

Estava parada em frente a parede com aquele vidro, já era tarde, mas me
encantava olhar para o céu, as estrelas e a lua iluminando tudo, era algo tão
mágico, tão único.

— Você não está com sono? — Sorri ao sentir os braços do Damon em


volta do meu corpo, me fazendo sentir protegida.

— Estou sem sono, a lua está tão bonita que resolvi apreciá-la um
momento.

Eu sinto a sua respiração no meu pescoço, fazendo o meu corpo arrepiar.


Damon retirou os meus cabelos que estavam caindo sobre meus ombros e
os deixou de lado, revelando minha nuca. Sua voz era um sussurro suave em meu
ouvido.

— Você também é como a lua, radiante e misteriosa. E eu sou um mero


admirador dessa beleza celestial.

Senti meu coração se acelerando enquanto virava meu corpo para encará-
lo. Seus olhos brilhavam na penumbra, refletindo o brilho das estrelas.

— Damon…

Ele segurou meu rosto com as mãos, aproximando nossos lábios


lentamente. O beijo era doce e apaixonado, como se todos os sentimentos que
tínhamos um pelo outro estivessem sendo expressos naquele instante.

Nesse momento, não havia dúvidas ou incertezas, apenas amor e sincronia


entre nós. Eu me sentia completa ao lado de Damon, como se tivesse encontrado
minha outra metade.

Ao nos separar eu ainda olhava para ele sentindo cada parte do meu corpo
ansiando por mais e mais.

— Eu te amo…

Quando eu finalmente falei isso, eu senti que poderia morrer bem naquele
momento sem arrependimento algum, eu o queria, eu o amava.

Damon tinha um leve sorriso no rosto antes de envolver a sua mão na


minha nuca, trazendo meus lábios de volta aos dele. O beijo agora era ainda mais
intenso, cheio de paixão e desejo.

Ele me segurava com firmeza, como se não quisesse me deixar escapar.


Cada toque, cada carícia, era um lembrete do que significávamos um para o
outro.

Enquanto nos entregávamos ao momento, senti que o mundo ao nosso


redor desaparecia. Éramos só nós dois, unidos pelo amor e pela conexão que
compartilhávamos.

E ali, naquele abraço apertado e naquele beijo ardente, eu soube que meu
coração tinha encontrado o seu verdadeiro lar. Eu pertencia a Damon, assim
como ele pertencia a mim.

— Eu também te amo…. Eu sempre vou te amar. — A intensidade do seu


olhar era algo tão incrível, sorri segurando no seu rosto, a nossa história não foi
como um conto de fadas, estava bem longe disso, mas foi uma história, que teve
o seu começo e meio, e sinceramente eu não queria que tivesse um fim. — Por
isso eu tenho algo para te perguntar…

— Pode me perguntar o que quiser.

Damon suspirou lentamente. O seu olhar era tão intenso.

— Você quer se casar comigo?

Meu coração acelerou e minhas mãos tremeram ao ouvir aquela pergunta


tão inesperada, mas tão sincera. Era como se o tempo tivesse parado naquele
momento, e todas as memórias felizes que construímos juntos vieram à tona.

Eu não precisava pensar duas vezes para dar a minha resposta. Meus olhos
se encheram de lágrimas de alegria enquanto eu olhava nos olhos de Damon. Eu
não queria estar em outro lugar que não fosse ao lado dele.

— Sim, sim, mil vezes sim! Eu quero passar o resto da minha vida ao seu
lado.
Um sorriso radiante se formou no rosto dele, e ele me abraçou com força.
Eu estava tão feliz, as lágrimas desciam pelo meu rosto, no passado eu nunca me
imaginei casando algum dia, mas agora eu não me via casando se não fosse com
ele.

Ali nos seus braços, algo veio à minha mente, me separei dos seus braços,
Damon me encarou. O meu coração estava acelerado.

— E vou ser a rainha?

Ele sorriu depositando um beijo delicado no meu rosto.

— Você sempre foi a minha rainha…

Fim
Epílogo
Vitória

Dois meses depois…


— Você está cada dia melhor. — Damon disse se aproximando, ficando na
minha frente.

Sorri passando a mão pelo meu rosto suado.

— Estou conseguindo controlar meus poderes por mais tempo.

Ele sorriu também, me encarando.

— Sim, o seu controle está perfeito, ainda me lembro do desastre que era
te treinar no começo.

— Eu não era tão ruim assim. — Afirmei, andávamos lado a lado indo na
direção da porta.

Ele levantou uma sobrancelha zombando de mim, revirei os olhos para ele.

— Você sabe que eu te amo, mas sim, você era muito ruim.
— Muito ruim é um exagero. — Ele sorriu.

— Ok. Só um pouco ruim, está melhor?

Um pequeno sorriso já estava no meu rosto confirmado.

— Preparada para o nosso casamento?

O meu estômago embrulhou só de lembrar que faltava um mês para o


nosso casamento, eu estava tão nervosa que cada dia que passava ficava pior, eu
irei me casar com um rei, respirei fundo.

— Não.

Damon segurou no meu braço me fazendo parar, já estávamos na porta.


Meu coração acelerou, ele tocou o meu rosto.

Respirei fundo o encarando.

— Eu estou nervosa. — Admiti.

— Não precisa ficar nervosa.

— Falar é fácil. — Respirei fundo. — Você já viu quantas pessoas vão


estar presentes? — Ele sorriu depositando um beijo no meu rosto, meu corpo
estremeceu só de sentir Damon tão perto.

— Se você quiser, podemos nos casar em segredo, só eu e você. — Sorri


segurando na sua mão.

— Você sabe que isso é impossível para um rei não sabe? — Ele sorriu,
aquele sorriso que fazia o meu coração acelerar.

— Nada é impossível para um rei meu amor.


Acabei o abraçando com força, eu adorava estar nos braços do Damon,
estava tão sensível estes dias, as vezes me dava vontade de simplesmente me
sentar e chorar por horas e horas, eu não sei se foram as suas palavras, mas já
estava sentindo os meus olhos lacrimejando.

Damon correspondeu ao abraço, eu sentia o seu cheiro invadindo cada


parte do meu corpo, era tão reconfortante ficar assim com ele.

— Estou falando sério, é só você dizer que sim, e darei um jeito de fazer
acontecer, não estou me importando se alguém vai ficar com raiva, a única coisa
que realmente importa é você.

Damon se afastou me encarando.

— Por que você está chorando? — As suas mãos seguravam o meu rosto
com delicadeza.

— Não é nada.

— Como não é nada? — Ele suspirou. — Eu não gosto de te ver chorando.

Sorri para ele.

— É apenas a pressão de tudo, pode ficar tranquilo eu estou bem.

Eu não sabia se ele tinha acreditado nas minhas palavras, mas a sua
expressão se suavizou um pouco.

— Eu posso adiar a reunião que eu tenho hoje, assim poderei ficar o


restante do dia com você.

Dei um beijo nos seus lábios.

Damon segurou na minha cintura trazendo o meu corpo para mais perto do
seu, eu sentia o meu coração martelando no meu peito, segurei no seu pescoço
intensificando o beijo. Quando me afastei, fiquei a centímetros do seu rosto,
nossas respirações ofegantes.

— Eu adoraria, mas sabemos que não vai dar, eu tenho que ir ver como
está ficando a reforma do prédio para que as crianças comecem a estudar no mês
que vem.

— Por um momento eu esqueci. — Ele suspirou. — Farei de tudo para que


a reunião termine mais cedo, poderiamos dar um passeio, tem um tempo que não
ficamos juntos.

— Eu ficarei te esperando. — Damon sorriu acariciando o meu rosto.

— Quem vai com você?

Sorri antes de responder.

— O Léo.

— Tinha que ser ele. — Ele resmungou.

— Você sabe que ele é uma boa pessoa.

— Sim. O único problema é quando abre a boca.

Sorri, estávamos no corredor indo na direção do nosso quarto.

— Por que você não gosta dele?

Damon ficou um momento calado.

— Eu gosto dele quando está calado.

— Ele é uma boa pessoa, e é o meu melhor amigo, vocês deveriam se dar
bem, afinal, eu amo vocês dois.
Damon suspirou depositando um beijo no meu rosto.

— Eu prometo que vou tentar.

Segurei o seu braço com força.

— Obrigada! — Sorri o encarando, ao olhar para o Damon eu vejo um leve


sorriso no seu rosto.

Já estava quase tudo pronto, respirei aliviada ao ver a fachada do prédio.

— Está ficando incrível. — Olhei na direção do meu amigo.

— Eu fico muito feliz que as crianças vão poder estudar.

Andamos juntos, prontos para entrar.

— Eu também fico. — Léo me encarou. — Como você está?

— Estou bem. Por que a pergunta?

Ele levantou uma sobrancelha olhando para mim.

— Você está um pouco pálida.

Tem dias que eu não estou me sentindo bem, mas não falei para ninguém,
não queria preocupá-los, provavelmente é o estresse por saber que o casamento
está próximo.

— Provavelmente é o calor. E tem o casamento, e tanta coisa para resolver.

— Tem certeza? — Ele me perguntou preocupado. — Acho melhor você


se sentar um pouco.

— Estou bem Léo. — Afirmei tentando acalmá-lo.


Mas quando eu tentei sorrir, minha visão ficou escura, sinto quando ele me
segurou nos braços, impedindo que eu caísse, depois disso não me lembro de
mais nada.

A minha boca estava seca, abri os olhos devagar, no começo a luz me


incomodou, mas depois me acostumei, olhei para o meu lado e vejo o Léo
sentado, quando ele percebeu que eu estava acordada se levantou segurando
minha mão.

— O que aconteceu? — Perguntei tentando me sentar direito, ele suspirou


aliviado.

— Você desmaiou Vitória, por isso te trouxe até o hospital. — Olhei para
os lados e vejo as paredes brancas, já tinha um mês que tínhamos um hospital, eu
fiquei tão feliz com a inauguração.

—- Obrigada por ter me trazido aqui.

—- Eu estou aliviado que agora você está bem, o Damon já deve estar
chegando.

O encarei.

— Não precisava avisá-lo.

— Você ficou doida? Se eu não o avisasse, ele provavelmente cumpriria o


que vive prometendo por aí, e vamos combinar não é mesmo, sou muito jovem e
bonito para morrer.
Eu sorri olhando para ele, conseguir me sentar direito.

De repente um senhor com um jaleco branco entrou no quarto.

— Ela acordou doutor. — O médico olhou para o Léo e depois para mim.

— Que bom, você só precisava descansar.

— O que ela tem doutor? – Léo perguntou preocupado.

O médico olhou para a prancheta nas suas mãos.

— Bem… Os exames indicam que você está grávida, isso explica o seu
mal-estar.

Encarei o doutor sem piscar uma única vez.

Grávida! Como assim grávida? Eu não podia estar grávida, o Damon é um


vampiro!

Eu estava em choque, ao olhar para o idiota do meu amigo, ele sorria como
uma hiena louca.

— Porra! Eu vou ser tio!

Parei de prestar atenção nele quando vejo o Damon correndo até chegar até
mim, ele perguntava algo, mas eu não conseguia ouvir, as palavras do médico
ficavam se repetindo sem parar. O meu coração disparava no meu peito, vejo o
Damon olhando para mim, e depois para o idiota do meu amigo que ainda tinha
um grande sorriso no rosto.

— O que aconteceu? Por que ela não fala nada?

Eu queria falar, mas não estava conseguindo, parecia que o meu cérebro
tinha ficado em branco.
— Eu estava dando a notícia para ela que os exames indicam que ela está
grávida. Acho que ela entrou em choque.

Damon ficou calado, ele olhava para mim com o rosto branco como um
papel.

Ouço a risada do miserável do meu amigo.

— Acho que ele ficou em choque também doutor.

O doutor ficou constrangido.

— Vou deixar vocês sozinhos um pouco.

O médico saiu, naquele momento eu percebi a Alice na porta, olhando para


nós três naquele quarto, eu, o Damon, e um Léo que não tirava o sorriso do rosto.

Não foi uma boa ideia quando o Léo segurou no ombro do Damon e soltou
uma piada. Ele não aprendia com os seus próprios erros.

— Como eu tinha falado antes, acho que o sangue da Vitória não só te


deixou imune ao sol, ele também reviveu os seus esper…

Damon encarou o meu amigo com um olhar mortal, só isso foi o suficiente
para ele tirar a mão que ainda permanecia no seu ombro.

— Alice, leve ele daqui antes que eu o mate lentamente.

Leo levantou os braços em forma de rendição. Alice entrou no quarto


ficando do lado do meu amigo.

— Eu estou feliz, afinal, vou ser tio. — Léo me encarou com um pequeno
sorriso nos lábios, se aproximou beijando o meu rosto. — Eu estou muito feliz
por você. — Ele se virou olhando para o Damon que continuava me encarando.
— Depois eu vou te visitar, acho que estou atrapalhando. — Damon respirou
fundo como se fosse óbvio.

Antes dele sair com a Alice, eu ainda o ouço.

— Você está vendo Alice, vamos ser tios, agora me fala, que dia você vai
aceitar o meu pedido para sair comigo?

Mesmo eles já estando no corredor eu ouço a resposta dela.

— Nunca! — Ouço meu amigo sorrindo.

— Vou fazer esse nunca virar um sim, você vai ver.

Olhei para o Damon, os meus olhos estavam ardendo.

Ele se aproximou me abraçando, não precisávamos falar nada naquele


momento, eu só queria que ele continuasse me abraçando.

Depois que voltei do hospital, tomei um banho e me deitei, após um


momento eu vejo o Damon se aproximando com uma bandeja repleta de coisas, o
encarei.

— Eu pensei que você estivesse com fome.

— Eu estou bem.

Damon suspirou, se aproximou ficando do meu lado na cama, ele me


puxou para os seus braços.

— Damon! Eu estou grávida! Como isso pode acontecer?

Ele suspirou.

— Eu sei que você está com medo, mas tudo vai ficar bem, eu prometo.
O encarei.

—- Vamos ser pais. — Engoli em seco. — Eu estou com medo.

Ele segurou no meu rosto.

— Não precisa ter medo Vitória, eu vou sempre estar do seu lado. — Ele
encarou a minha barriga. Damon repousou a mão delicadamente em cima da
minha barriga. — E ao lado do nosso filho, eu posso não ter tido nenhum
exemplo de como ser um bom pai, mas te prometo que serei o melhor para você e
o nosso filho.

As lágrimas rolaram pelo meu rosto.

— Você será um ótimo pai Damon, eu tenho certeza disso. — Ele sorriu
me abraçando.

Estou grávida.

Ainda estava tentando assimilar essa informação, mas sabia que no final,
tudo ficaria bem. Eu amava o Damon, e já amava essa criança que estava
crescendo dentro de mim.

— Eu te prometo que serei…


Eu gostaria de agradecer a cada um de vocês, que leram essa história, eu
confesso que foi uma grande surpresa para mim, o tanto de mensagens que eu
recebi sobre este livro, eu sei que este é um romance sombrio, mesmo assim,
vocês abraçaram o Damon e a Vitória, eu só tenho que agradecer por todo o apoio
e carinho.

Foi incrível ter a oportunidade de compartilhar essa história com vocês e


ver que ela tocou tantos corações.

Agradeço também a todos os que me incentivaram e me deram forças para


continuar escrevendo. Essa história não teria sido possível sem vocês.

Espero que tenham desfrutado dessa jornada de amor e fantasia, e que


tenham aquecido seus corações. Vocês são os melhores leitores que alguém
poderia desejar.

Um grande obrigado a todos vocês, do fundo do meu coração.

Com amor...
Sequestrada por um Vampiro

Parte 01

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Sinopse:

Dark Fantasia / Dark Romance / Monster Romance

Uma história obscura do começo ao fim.

Uma humana e um vampiro que são obrigados a conviverem juntos.

Em um mundo destruído em uma guerra, entre humanos e vampiros,


vamos conhecer a história de vitória, uma garota de dezessete anos que faz de
tudo para proteger a sua mãe até mesmo cometer pequenos roubos, na cidade
destruída de Nova York, ela vive cada dia com medo que chegasse o seu
aniversário de dezoito anos, afinal quando isso acontecesse ela terá que passar
por uma seleção para que eles escolham o seu destino, escrava de sangue ou
guarda, no fundo ela sabia que seria escrava de sangue como a mãe dela.

Mas tudo em sua vida muda quando elas decidem fugir, quando ela é pega
só tem uma saída decidi ser escrava de sangue sem direito algum no castelo da
família real de vampiros ou a morte.

Em meio a conflitos, dor e sofrendo vitória conhecerá o príncipe herdeiro


dos vampiros disposto a tudo para ser o rei, até mesmo usá-la para isso.

Vitória descobrirá que também sabe lutar, algo no seu sangue faz com que
ela seja capaz de fazer coisas impossíveis, e usará isso para matar todos os
vampiros.

Mas o que ela vai fazer quando descobre que realmente se sente em casa
na escuridão do príncipe vampiro?
Sequestrada por um Vampiro

Parte 02

LINK NA IMAGEM

Sinopse:

Dark Fantasia / Dark Romance / Monster Romance

" Uma árvore não chega ao céu, sem que suas raízes toquem o
inferno. "

Damon

Ela vai fazer de tudo para continuar fugindo.

Ele vai fazer de tudo para tê-la novamente, nem que para isso ele
tenha que colocar fogo em todo o mundo…

Vitória sentiu o desespero de ver sua melhor amiga ser tortura e


morta na frente de todos, depois que ela matou dezenas de vampiros
naquela sala do trono, Vitória agora foge sem rumo com o seu novo aliado.
Eles irão para a resistência, o único lugar que ela julga que irão
aceitá-la, mas os seus planos não saem como ela imaginou.

Vitória entrará ainda mais em um mundo de segredos e mentiras,


todos os vampiros a querem, ele tentará fugir, mas a descoberta de quem é o
seu pai mudará tudo, novos sentimentos irão surgir, novas amizades
apareceram, e por mais que ela fuja de um certo vampiro, o destino os unirá
novamente.

Vitória precisará enfrentar os seus medos, e entender que só


conseguirá a sua liberdade no momento que aceitar os seus poderes.

O seu coração está dividido, novas revelações mostram que ela não
conhece o Damon como julgava conhecer.

No final, o poder será mais importante do que os sentimentos?

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