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É isso que acontece com Mirtez González, uma bruxa plus size e
totalmente fora dos padrões do seu clã, que decide fugir de lá por
não aguentar mais a pressão do mundo onde vive e acaba caindo
nas mãos de três demônios da Ira superquentes, que comandam
ringues de lutas ilegais e de que de quebra lutam nas tão temidas
gaiolas da morte.
Eles a encontram em uma de suas festas e ficam completamente
obcecados por ela quando ouvem uma voz chamando por ela e
dizendo que ela pertence a eles, mas não tem ideia do motivo.
Então, para descobrir quem é aquela morena misteriosa, eles
resolvem sequestrá-la até saber quem ela é e o que fez para eles
ficarem naquele estado.
Este livro é para que cada mulher que sofre com os seus demônios
possam
encontrar a sua Mirtez interior e dizer um belo foda-se a cada uma
deles.
Seja você a sua vadia má.
— Vai ser bom, baby, a quanto tempo você não relaxa assim?
Confie em mim, eu já deixei algo de ruim acontecer a você? — Scott
pergunta enquanto tenta colocar o comprimido na minha boca
novamente.
O som da festa deixa quase impossível escutá-lo direito e me
esforço para falar alto o suficiente para que ele possa me
compreender e não ficar chateado comigo. Scott não costuma
aceitar um não facilmente, essa característica dele é o que mais me
irrita.
— Não quero, pode se divertir com seus amigos, eu prefiro
estar consciente enquanto danço e inclusive posso ser a motorista
da rodada. — Eu empurro sua mão novamente para longe do meu
rosto.
Eu poderia jurar que ele me dá um olhar de raiva, mas em um
piscar de olhos ele está com aquela expressão de cachorrinho que
caiu da mudança, então provavelmente é coisa da minha cabeça.
Zac, seu melhor amigo, se abaixa e sussurra algo em seu
ouvido que o faz abrir um sorriso e acenar com a cabeça para ele,
então ele deixa o jardim e vai em direção a casa onde está rolando
a festa.
— Tudo bem, se você não quer não irei insistir. — Ele guarda
o comprimido no bolso novamente. — Senta no meu colo, por que
você está tão distante?
— Não estou distante, só não gosto de ser pressionada a
fazer algo que não quero. — Eu desmancho um pouco do biquinho
que estou fazendo e me aproximo mais dele, mas ainda não me
sento em seu colo, sou pesada e não quero machucá-lo.
O som da festa está muito alto, mesmo do jardim é possível
ouvir claramente a música Animals do Maroon 5 tocando. Me
remexo um pouco no banco que estamos sentados, mas não me
levanto para dançar, não gosto muito dos amigos com quem viemos
para a festa e não me sinto confortável com seus olhares, sinto
como se eles estivessem rindo de uma piada que só eu não sei.
Para começo de conversa eu nem queria estar aqui fora, mas
Scott e seus amigos queriam fumar e eu não queria ser a única a
empatar o rolê. Eu até sugeri que eles saíssem sozinhos, mas Scott
insistiu tanto dizendo que queria aproveitar cada minuto do nosso
primeiro Halloween juntos, que me senti mal por negar.
Por mais que alguma coisa no fundo da minha mente me
dissesse que não era para eu estar ali, eu ignorei e vim com ele,
afinal, essa não é a nossa primeira festa juntos e sei que, por mais
que ele insista para que eu relaxe com esses “comprimidinhos da
alegria”, ele sempre respeita o meu não.
Não vou ser hipócrita e dizer que nunca senti vontade de
experimentar, eu já senti. Inclusive, assim que conheci Scott, eu
menti dizendo que já havia usado, afinal eu queria parecer
descolada, não queria ser a única caloura do grupo que nunca usou.
Todos os seus amigos usam de tudo que se pode imaginar,
ele também usa e eu queria muito me enturmar. Era meu primeiro
ano longe do clã, eu só conhecia Katalina, mas todos os amigos
dela me rejeitaram logo de cara e não consegui me enturmar com
eles.
Até que Scott entrou para a mesma classe de
Neuroanatofisiologia e se interessou por mim e me apresentou a
sua roda de amigos. Ele era mais velho que eu e só estava na
matéria do primeiro semestre pois tinha perdido antes e não havia
conseguido vagas na classe até então.
Eu me dei bem com ele logo de cara e aqui estamos nós no
nosso primeiro Halloween juntos e…
— Porra! Foi mal, baby, não vi que seu copo estava aqui. —
Scott acaba de derrubar toda a minha bebida na grama. Eu só
estava bebendo refri, mas fiquei triste pois foi uma luta encontrar
alguma bebida que não fosse alcoólica. Hoje eu realmente estava
com um pressentimento ruim, então queria estar o mais sóbria
possível para caso acontecesse algo.
— Tudo bem, eu vou lá dentro ver se encontro mais para
mim, só um minutinho... — Eu tento me levantar, mas Scott segura
meu braço e me impede.
— Relaxa, baby, pedi a Zac para pegar um copo de refri para
mim também, já bebi o suficiente por hoje e não quero que você
seja a única sóbria, é chato ter que cuidar de um monte de
marmanjos bêbados. — Ele abre um sorriso para mim e me dá um
beijinho no rosto enquanto volta a conversar com seu amigo Travis e
dono da festa.
Eu não lembro dele dizendo nada para o seu amigo. Eu me
lembro do seu irmão falando com ele e ele apenas acenando com a
cabeça, mas talvez eu apenas não tenha percebido ele cochichando
de volta.
— Mas como seu irmão vai saber onde tem mais
refrigerante? Para eu conseguir achar foi um sufoco — eu questiono
com curiosidade.
— Eu disse onde guardei — seu amigo Travis responde por
ele e pisca um olho para mim.
Ele é o amigo que eu menos gosto, sinto que ele fica me
devorando todas as vezes que olha para mim, como se eu não
fosse uma pessoa, mas sim um objeto. Já reclamei disso com Scott,
mas ele apenas diz que é implicância minha ou coisa da minha
cabeça, que eu estou me achando demais.
Mas eu posso jurar que não é isso, eu realmente sinto uma
energia ruim tanto dele, quanto de Zac, mas do seu melhor amigo
eu nunca reclamei pra ele, sei que ele não iria acreditar também.
— Que carinha é essa, baby? Não está gostando de ficar
aqui fora não? — ele pergunta, mas antes que eu possa responder,
já vem com uma solução. — Travis disse que aquela casinha perto
da piscina é bem tranquilo pra gente ficar. Ele disse que lá tem uns
puffs e tem TV também, o que acha?
Ele aponta para um quartinho perto da piscina onde
obviamente é guardado materiais para a casa ou itens de
manutenção, aquele lugar não se parece em nada com o que ele
descreveu.
— Pra gente quem? Eu, você, Travis e Zac? — eu questiono
incrédula com a sua sugestão.
— Não, baby, Tom e até a Mariah também vão ficar conosco
— ele diz e tenho quase certeza de que ele não percebeu a careta
que eu fiz ao ouvir o nome do seu outro amigo que iria nos
acompanhar.
Olho para Tom de rabo de olho e percebo que ele
acompanha toda a nossa conversa com expectativa. Eu posso estar
apaixonada por Scott, mas não sou burra. A forma como ele e seus
amigos estão agindo me deixa nervosa e não me sinto segura em
ficar isolada com eles em um quarto, por mais que Scott e Mariah
vão estar juntos, eu não quero ficar trancada com eles bêbados e
drogados como estão.
Olho em direção a casa e posso ver Zac e Mariah vindo
juntos lá de dentro, ela parece suada como se estivesse acabado de
sair de uma maratona de corrida, seus olhos tem aquela nuvem que
sempre fica quando estão chapados demais para saberem onde
estão.
— Eu acho melhor não, prefiro ir embora agora, mas podem
se divertir sem mim — eu respondo pegando a minha bolsa no chão
e me levantando rapidamente antes que Scott tente me segurar
novamente.
— O QUE? POR QUÊ? — ele pergunta visivelmente irritado.
— Eu não estou me sentindo bem e... — Sinto um bafo de
cerveja no meu pescoço e me arrepio inteira, meu sexto sentido
grita para que eu corra, mas tento manter a calma.
— Não está com medo de nós, está? – A voz de Zac vem de
trás de mim e sinto ainda mais o cheiro de cerveja carregado em
suas palavras. — Você sabe que não faz o tipo de ninguém aqui,
certo?
Ele pergunta com zombaria e posso ouvir as risadinhas vindo
do seu irmão.
— CALE A PORRA DA BOCA! — Scott grita com Zac e fico
feliz por ele me defender do seu amigo imbecil. Tento não
demonstrar o quanto suas palavras me afetaram, mas sinto meu
queixo tremer um pouco.
Sei que a intenção dele foi me humilhar por causa do meu
peso, sei que não sou nem o tipo de mulher que Scott costuma
namorar, mas eu já estou tão ferrada da cabeça por sempre ouvir
comentários desse tipo que dói, mesmo não querendo ser realmente
o tipo dele, dói saber que nunca vou ser desejada como a Mariah ou
a Katalina são.
— Vou embora, Scott — eu anuncio ao meu namorado e me
inclino para beijar a sua bochecha antes de ir.
— Tome pelo menos a porra da bebida que peguei para você,
pare de ser infantil, estragando a festa para todo mundo. — Zac
empurra o copo de bebida na minha mão e se afasta com raiva.
Bebida que ele trouxe para mim? Scott havia dito que era
para ele, tenho certeza disso. A minha vontade é de jogar esse
líquido bem na cara desse idiota, mas me seguro, eu aperto o copo
com força e ele se amassa derrubando um pouco do líquido na
minha mão.
Scott se levanta do banco para me acalmar, me abraça e
sussurra em meu ouvido:
— Não ligue para ele, baby, ele está apenas bêbado e
drogado, está falando qualquer coisa para te irritar, fique mais um
pouco por mim — Scott pede, mas não tenho cabeça para continuar
aqui.
— Não, estou de saída. — Me viro para sair, mas ouço Zac
me chamando de vadia ingrata e simplesmente surto.
Viro o copo inteiro de uma vez só na boca, mas a última
golada eu chacoalho de um lado pro outro na boca, me viro para ele
e cuspo tudo em sua cara.
Todos ficam me olhando com expressões idênticas de
choque, mas Zac é o primeiro a sair desse estado e vem para cima
de mim como se quisesse me matar e nesse momento ele já não
parece mais tão bêbado.
— SUA PUTA DO CARALHO! — ele berra e posso jurar que
vi seus caninos se alongando, mas deve ser só coisa da minha
cabeça mesmo.
Scott é o segundo a sair do estupor e entra na minha frente
para me defender.
— EI, EI, EI, CALMA, IRMÃO, JÁ ESTÁ FEITO, PORRA! —
ele grita para Zac e o empurra para trás. Com suas palavras, Zac
parece sair do seu estado de fúria cega e abre um sorriso frio para
mim.
— Tenha uma boa noite, puta — ele diz e se vira de costas
para mim, puxando Mariah pelo braço e ela o segue como um
cachorrinho alucinado. Nem sei se ela se deu conta do que acabou
de acontecer, ela está tão chapada que duvido muito que tenha
percebido qualquer coisa.
Sinto um aperto no coração por ela, Mariah é uma pessoa tão
legal e tão alto-astral, não merecia ter Tom como namorado, ele
nem parece se importar com ela. Seu irmão a puxa de qualquer jeito
e ele nem tenta intervir por ela ou ver se ela está bem.
Continuo acompanhando Zac levá-la para o mesmo quartinho
que Scott queria que eu fosse e isso me faz queimar de raiva e me
questionar sobre quem realmente está do meu lado.
Me viro para ir embora com o coração apertado, mas sei que
sozinha eu não conseguiria tirá-la dali, por mais nojento que Tom e
Zac sejam, eu não acredito que eles iriam fazer algo a ela, afinal,
antes de ser a namorada de Tom, ela era a única mulher do grupo,
eles se conhecem desde a infância, ou coisa assim.
Quando dou o primeiro passo para me afastar de Scott,
Travis e Tom eu sinto minhas pernas falharem e, quase vou ao
chão, mas Scott me pega rapidamente.
— Peguei você — ele diz e me coloca sentada novamente.
Minha mente começa a girar, sinto como se tivesse rodado
por horas e minha língua começa a pesar. Sinto meu coração
disparar no peito e minha respiração se torna mais superficial.
— O que está acontecendo? — tento perguntar, mas só sai
um som inteligível dos meus lábios.
— Eu quase pensei que a puta não fosse beber — Travis diz
sorrindo para mim.
— Sim, porra! Quando ela cuspiu uma parte, eu senti vontade
de enfiar a porrada na cara dela — Tom diz com uma risada.
Ouço a inconfundível risada de Scott e meu mundo cai
quando ele concorda com Tom.
Eu olho para eles como se estivesse assistindo a uma série
de TV onde a mocinha é a última a descobrir que os vilões estavam
ao seu lado se aproveitando dela o tempo inteiro. Eu sempre morri
de raiva de personagens assim, mas agora estando na pele de uma,
eu sabia como é difícil acreditar nos seus instintos quando todos te
chamam de surtada.
Você só compreende a dor do próximo quando passa pelo
mesmo trauma que ele.
Scott percebe a dor em meus olhos enquanto o olho e
apenas me dá um sorriso frio que eu nunca vi em seu rosto e me
apoia quando perco a força para me manter sentada.
Quero gritar para que ele me solte, mas nada sai dos meus
lábios quando eu tento. Abrir a boca demanda uma força surreal e
quando finalmente consigo, já não tenho mais forças para falar.
Apenas gemo quando ele me toca, não consigo nem me
soltar dos meus braços quando ele me pega sem jeito, movo meus
olhos ao redor e não vejo ninguém para conseguir ajuda e a
primeira lagrima escorre assim que vejo para onde estou sendo
levada: o maldito quartinho da piscina.
Por fora eu pareço calma e tranquila, mas por dentro estou
em um turbilhão de emoções. Mas o que mais sinto é culpa, por um
dia pensar que realmente poderia ser amada por um homem como
ele, culpa por não ter confiado em meus instintos e culpa por ter
confiado em um homem.
Uma porta se abre e movo os olhos para ver onde estamos.
A primeira coisa que ouço é o estalo de corpos batendo com força e
rapidez, meus olhos levam alguns segundos para se acostumar com
a escuridão dentro do quarto, mas assim que eu vejo sinto, desejo
continuar sem enxergar.
Minha bile sobe ao ver a cena de Zac fodendo o corpo sem
vida de Mariah enquanto grava tudo em seu celular.
— Chegou na hora certa, putinha, essa aqui já esfriou.
ASH
Volto antes do tempo e deixo Acer e Ade para trás pois não
aguento mais pensar em Mirtez sozinha naquela casa com a nossa
empregada silenciosa. Se ela acordar, pode tentar escapar e eu não
acredito que uma idosa como aquela seja capaz de segurar aquela
bruxinha escorregadia.
Antes de ir embora, eu avisei a Acer que estava indo e ele
me alertou para tomar cuidado para não ser seguido. Não que isso
realmente seja algum problema para nós, afinal nossa casa é
protegida o suficiente para eu saber que só vai entrar ou sair de lá
quem eu realmente quiser.
O que não é o caso da demônia intrometida que foi atras do
meu irmão e que agora está enchendo a porra do meu saco
tentando me seguir disfarçadamente.
O que ela obviamente não sabe fazer, pois já sei que ela está
em meu encalço. Eu realmente não estou interessado em ter outra
luta hoje, mas se ela continuar a me seguir, não sei se terei outra
escolha.
Lutar contra aquele lobo foi um saco, ele não estava
realmente interessado em lutar contra mim, só foi obrigado pelo seu
alfa por causa da surra que levaram na outra noite e eu podia farejar
o medo nele, o que tornou as coisas um pouco entediantes.
Eu gosto dos meus oponentes orgulhosos e confiantes, gosto
de ver eles quebrarem diante dos meus olhos, gosto de ver suas
confianças ruírem. Quando é tudo me dado de bandeja não tem
graça alguma, a luta mal durou dois minutos antes que ele
desistisse.
Ao invés de me aliviar eu saí mais frustrado do que já estava,
se isso for possível.
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez
O nome dela se repete como um mantra na minha cabeça e
eu voo pela estrada mal prestando atenção aos meus arredores,
seus olhos negros como os de um corvo vem e vão em meus
pensamentos.
Dou um soco no volante e afundo mais meu pé no
acelerador. Quero descobrir cada segredo seu, quero desvendar
todas as nuances de sua personalidade, quero saber do seu maior
pecado e o seu maior desejo profano, quero me banhar nos sons
dos seus gemidos, quero possui-la de corpo e alma, quero que ela
seja minha e só minha.
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez,
Mirtez, Mirtez, Mirtez, Mirtez
Meu lado são sabe que isso é loucura, sabe que eu nunca
fiquei assim por nenhuma mulher e sabe que alguma coisa está
realmente acontecendo.
Mas o meu lado obcecado? Ele não dá a menor ideia para
nenhuma das possibilidades, ele apenas sabe o que quer e não vai
parar até conseguir. Ele diz que vai passar por cima de quem for
necessário e deixar pelo caminho quantos corpos forem precisos.
Ele é a porra de um psicopata e está torcendo para conseguir o
maior número de corpos possíveis, ele gosta disso e está sedento
por sangue.
Vejo novamente a porra do farol daquela demônia e meu
corpo implora para derramar o sangue dela. Já consigo sentir ele
escorrendo pelas minhas mãos e entre meus dedos, uma vontade
louca de extravasar guerreiam dentro de mim, mas sei que talvez
isso seja imperdoável para meu pequeno corvo. Sei que se eu matar
a sua amiga agora ela vai acabar descobrindo em algum momento e
isso pode me atrapalhar com ela.
Solto um rosnado baixo e freio o carro com tudo no meio da
pista, saio do meu veículo e me encosto na lataria enquanto a
aguardo.
Katalina se aproxima aos poucos e estaciona seu carro perto
de mim. Aguardo enquanto ela toma coragem para sair do carro e
não me mexo até que ela se aproxime.
Ela sai do carro e consigo sentir o medo pingando dela, mas
se você olhasse para ela não conseguiria notar que está se cagando
de medo.
Inspiro mais fundo, me aproveitando dos seus sentimentos e
quando ela fica a um passo de distância, eu me viro para ela e
arqueio uma sobrancelha de forma questionadora.
— Por que você está me seguindo, Katalina?
— Eu sei que você está com Mirtez, não adianta mentir sobre
isso... — ela diz com a confiança que eu sei que não sente, mas eu
a interrompo antes que ela possa concluir sua frase ameaçadora.
— Mentir? — Eu não consigo conter a risada e gargalho em
sua cara. — Por qual motivo exatamente você acha que eu iria
mentir para você? O que você, uma demônia menor, poderia fazer
para mim, para que eu me sentisse acuado a ponto de mentir?
Nada, certo? Então não, Katalina, eu não vou mentir para você, não
me importo o suficiente com você para isso.
Posso sentir a raiva queimando nela e isso me alimenta. Eu
torço para que ela dê logo o primeiro passo e me acerte, com ela
sim seria uma luta razoável, por mais que eu não possa matá-la,
uma luta até quase a morte teria que servir.
Eu continuo encarando-a com expectativa, esperando que ela
dê o primeiro passo, mas me surpreendo quando sinto sua raiva
esfriando, sem nem ao menos me dizer qualquer grosseria. Inferno,
vejo que vou sair mais uma vez decepcionado nessa noite.
— Você está com ela ou não está? — ela pergunta
entredentes.
— Sim, estou, por quê? — pergunto entediado, já que sei que
não irei conseguir o que eu quero aqui.
— Acho bom você devolvê-la! Ela é minha amiga e as coisas
não vão terminar bem para você se continuar com ela! — ela
exclama e eu fico surpreso com essa demônia da luxúria. O poder
dela equiparado ao meu é a mesma coisa que nada e me desafiar
assim, sabendo que nunca ganharia, requer muita coragem e amor
pela sua amiga. Ela ganha alguns pontos comigo por isso, mas não
o suficiente para que eu a leve até Mirtez.
— Eu não vou perder meu tempo aqui com você, pequena
demônia da luxúria, mas só porque gostei da sua atitude pela minha
garota, saiba que ela está bem e adorando a estadia conosco, então
não enche o saco e vai arrumar o que fazer. — Eu seguro seu
queixo enquanto falo e deixo vazar um pouco do meu poder para
que ela não tente nenhuma gracinha contra mim.
Ela respira fundo e fixa seu olhar no meu ao dizer:
— Eu quero ver ela em breve. — Ela puxa o queixo do meu
agarre e se vira para ir embora.
Demônia abusada, ela saiu rebolando, entrou no carro e
arrancou com ele sem me dirigir outro olhar.
Eu suspiro e entro novamente em meu carro, estou tão
pilhado que minha vontade é encontrar algum filho da puta idiota o
suficiente para cruzar o meu caminho essa noite e acabar com ele
em questão de segundos.
Se bem que, parando para pensar, essa talvez não seja uma
má ideia, eu realmente posso acabar com algum desgraçado
apenas para desgastar um pouco dessa energia acumulada.
— Inferno, agora vou ter que carregar esse merda até o carro
– Acer reclama enquanto puxa o corpo do homem sob o ombro.
— Vamos nos divertir daqui a pouco, pense pelo lado
positivo. — Eu dou um sorriso enquanto olho para o corpo da mãe
dele no chão.
— Vamos logo, então. — Acer passa na minha frente e segue
em direção às escadas com velocidade.
— Já avisei a Ade, mas não tenho certeza se ele vem — eu o
informo enquanto tiro o celular da orelha e o guardo no bolso.
— Por quê? — Acer para no meio das escadas.
— Ele parecia bem ocupado no áudio que mandou. — Eu
pego o celular novamente e reproduzo o áudio para que Acer possa
ouvir.
“Oi, eu vou tentar chegar a tempo, – o som de um estalo
seguido por um gemido feminino – mas podem começar sem mim.”
— Que filho da puta! — Acer rosna.
— Ele finalmente conseguiu o que queria — eu brinco.
— Agora ele vai poder parar de encher o saco dizendo que
foi o único que não esteve com ela.
— Sim — eu concordo.
— Vamos logo, então. — Acer se vira e volta a descer as
escadas rapidamente.
Não me importo em limpar a bagunça, quero que todos
saibam o que acontece quando se metem com quem não se deve
mexer. Sei que o crime não será ligado a nós, mas quero deixar a
comunidade em alerta máximo para que todos saibam o que
aconteceu com os Maddox.
A minha mão coça para deixar uma assinatura, mas eu ainda
tenho um filho da puta para caçar, não quero que ele fique alerta
que é o próximo, não quero que ele fuja, daria muito trabalho ter que
ir a outro país apenas para matar um verme desses.
Vou deixá-lo continuar pensando que é intocável e quando
ele menos esperar, estarei em sua porta para acabar com a sua
existência e o seu amiguinho aqui vai contribuir muito para isso.
Travis vai me fornecer todos os detalhes que eu preciso,
todos os nomes dos envolvidos, se tiverem mais, e eu sei o melhor
jeito para conseguir isso. Ele vai se arrepender do dia em que tomou
a decisão de tocar no que é meu.
Abro o porta-malas para que Acer jogue o filho da puta lá
dentro e ele o faz sem cerimônia alguma.
— Isso deve ter doído — eu comento com um sorriso.
— Bom, eu espero que tenha — ele diz batendo o capo que
não fecha de primeira, pois o pé de Travis estava pra fora, tenho
certeza de que alguns ossos foram quebrados agora. — Droga.
Acer se abaixa para colocar o pé mais molenga do que
estava antes para dentro também e fecha o porta-malas. Eu vou
para o banco do passageiro e continuo a minha pesquisa no meu
banco de dados e atualizo algumas informações de hoje.
— Descobri quem eram os seguranças que estavam lá, eles
não são sobrenaturais, acredito que seja por isso que estavam
armados — eu informo a Acer quando ele se senta no banco do
motorista.
— Eles eram apenas seguranças humanos? — ele pergunta.
— Sim, apenas seguranças normais…
— Tanto faz, não poderíamos deixar testemunhas mesmo,
não antes de encontrarmos todos os envolvidos.
Eu apenas aceno com a cabeça e então Acer sai com o carro
em direção ao nosso galpão, o mesmo que levamos Mirtez
inicialmente.
— Ade já disse mais alguma coisa?
— Não. Ele provavelmente está aproveitando bem o tempo
com ela, ele nem respondeu a última mensagem que eu mandei —
eu comento.
— Filho da puta sortudo, eu queria estar aproveitando o
tempo com ela também — Acer deixa escapar.
— Queria? — eu o provoco.
— Sim, não que eu goste dela, óbvio. Isso seria mais por ela
do que por mim, sei que ela nunca teve uma foda tão boa quanto a
que eu posso proporcionar. Olhe só para mim, cara — Acer diz
convencido.
— Não fode, porra, não há nada que você possa fazer que eu
não faça melhor.
— Eu posso te provar que você está errado — ele diz e eu
sinto o clima mudar totalmente.
— Pode? O que te leva a acreditar que você seria o ativo e
não o passivo comigo? Meu doce cachorrinho…
— Eu não sou o cachorrinho de ninguém e mais tarde vamos
descobrir quem vai montar em quem — ele diz me lançando um
olhar de canto cheio de promessas não ditas.
— Vamos ver. — Eu aceito o seu desafio, ansioso pelo que
está por vir.
ACER
Soco, soco, soco é o único barulho que dá para ouvir aqui
dentro do galpão, o som gostoso de carne contra carne e ossos
quebrando.
Ash já está encharcado de sangue e meu pau aperta ao vê-lo
assim. Nesse momento, ele não usa nem mais a sua aparência
humana, ele soltou o seu demônio e é quente pra caralho a forma
como seu rabo se enrola ao redor do pescoço de Travis até quase
sufocá-lo e então o solta e volta a bater.
Ash em sua forma humana é o mais alto de nós três e em
sua forma demoníaca isso não é diferente, ele tem facilmente três
metros de altura, com o tom de pele verde musgo e é tão musculoso
quanto Ade, o que não acontece em sua forma humana.
Seu abdômen é rasgado e seus olhos são completamente
negros, ele tem chifres grandes que se enrolam nas pontas e
parecem aumentar a sua altura ainda mais. Seus pés são apenas
cascos como os de um bode e a sua cauda é tão longa que deve ter
no mínimo um metro e meio, ela tem escamas verdes por todo o
comprimento e ele consegue esticar as escamas e transformá-las
em várias pequenas facas pontiagudas durante suas lutas na forma
demoníaca.
Se ele apenas enrolar sua cauda em um pescoço e ativar
suas escamas, seu oponente morre na mesma hora, não apenas
por causa dos cortes, mas também pela toxina presente nela.
— Por favor, me digam o que vocês querem — o lobo implora
novamente.
Nós ainda não dissemos a ele o porquê de ele estar aqui.
Assim que chegamos ao galpão, Ash prendeu seus pulsos a
correntes que estão presas no teto e o suspendeu.
Então eu comecei a preparar as coisas que iríamos usar hoje,
alguns brinquedos para que ele conte toda verdade logo, eu odeio
esperar.
Ash é ainda pior com isso. Ele começou a socar Travis
enquanto ele ainda estava desacordado e o merdinha já acordou
apanhando e sem entender nada. Agora ele e Ash estão cobertos
de sangue dele enquanto ele ainda tenta entender o que houve.
— Ela disse muito isso enquanto você continuava a encostar
nela, porra? — Ash pergunta e desfere um soco em sua costela, é
possível escutar o barulho do Crac que seus ossos fazem ao se
partir.
— Por favor, não. — Ele chora de dor enquanto tenta puxar o
ar para respirar. — Eu juro que não sei do que estão falando, eu não
fiz nada.
— Não gosto de mentiras, lobo — Ash diz e se vira para a
mesa de utensílios que eu montei para usarmos.
Eu estou encostado em uma das pilastras só observando.
Assim que Ash se cansar vai ser a minha vez e eu não vejo a hora
de poder brincar com esse arrombado também, ele gosta de tocar
em mulheres, certo? Vamos ver se ele vai gostar de ser tocado por
um homem.
Quando Ash me contou o que ele havia descoberto, eu não
acreditei de início, óbvio que não disse nada a ele, mas quando
parei pra pensar na forma que ela reagiu a nós quando chegamos e
em tudo o que ela falou…
Porra…
A minha vontade era de ir ao inferno procurar pelo filho da
puta do ex dela e ser eu mesmo o seu torturador, mas achei melhor
continuar com Ash e torturar esse outro filho da puta enquanto Ade
cuida dela.
Mas ainda tenho planos de ir lá caçar a alma desse
desgraçado, deixa eu só punir os que ainda estão vivos, eu vou
fazer questão de juntar todos na minha ala particular, eles não têm
ideia com quem se meteram.
— NÃO! NÃO! NÃO! — os gritos do lobinho me trouxeram de
volta a realidade.
— Você grita demais, cala a porra da boca — Ash diz
enquanto usa um alicate de pressão para esmagar o mamilo direito
de Travis.
Ele grita mais e mais enquanto Ash aperta cada vez mais
forte, até que a pele se rompe e o mamilo dele fica completamente
esmagado. Parte dele fica no alicate e Ash faz uma careta ao ver,
então ele o limpa na calça de Travis.
— Vai continuar mentindo para mim? — Ash pergunta com
calma.
Travis chora como criança, seu rosto está coberto de suor,
lágrimas e ranho. Nesse momento ele perdeu totalmente a pose de
machão que ele tenta passar para a sua família, agora ele é apenas
um merda chorão que daqui a pouco vai se borrar nas calças.
— Po-por favor, m-me diga quem é — ele implora enquanto
gagueja.
— Resposta errada — Ash diz e sem cerimônia nenhuma
pega o maçarico da mesa e o usa para cauterizar a ferida aberta
para que nosso hóspede não morra tão facilmente.
— AAAAH, POR FAVOR! — Travis grita e soluça enquanto o
cheiro de carne queimada sobe no ar. Percebo que Ash fica mais
tempo que o necessário nessa tarefa e que o seu rosto tem um
olhar maníaco. Ele está gostando pra caralho do que está fazendo.
Quando ele finalmente para o nosso hóspede já está com as
calças molhadas de urina, como eu havia previsto anteriormente.
Conheço esse tipo de lobo aristocrata, eles só têm pompa, mas não
aguentam nada.
— Diga o que você fez com ela que eu posso pensar em
soltar você e deixar você livre para escolher como quer morrer —
Ash fala enquanto passeia com o alicate pelo corpo dele até parar
em seu pau. — Ou pode continuar mentindo e ver o que acontece
em seguida.
— Só me diga um nome, por favor — ele pede chorando. —
Foram muitas as garotas que eu fiquei, eu preciso saber o nome.
— VOCÊ NÃO FICOU COM ELA, PORRA! ELA NÃO
QUERIA VOCÊ! ISSO FOI ESTUPRO, ENTÃO USE A PORRA DAS
PALAVRAS CORRETAS! — eu grito com ele, não consigo me conter
ao ver esse filho da puta reduzir o que fez a uma simples ficada.
— EU NÃO SEI QUAL DELAS VOCÊ ESTÁ FALANDO, NÃO
SEI DE QUAL ESTU-TUPRO — ele gagueja ao falar e isso me faz
sentir mais raiva desse merda.
E ele ainda tem coragem de perguntar qual delas? Ele
continuou fazendo isso depois da minha bruxinha?
— Você acabou de assinar a sentença de morte mais
dolorosa que pode existir — eu anuncio e ele volta a chorar.
— Por fav... — ele é interrompido quando Ash dá um soco na
cara dele.
— Eu estou cansado dos seus pedidos. — Ele abaixa a calça
do lobo junto com a cueca e expõe o pau dele, que é minúsculo.
Ash pega novamente o alicate e segura a bola esquerda do
lobo com ela.
— Fale — Ash diz e aperta um pouco.
— Mirtez — eu digo antes que ele possa vir com a mesma
ladainha de que não sabe quem é. — E acho bom você falar, pois
tenho certeza de que fogo e bolas não combinam.
O brilho do entendimento pisca em seus olhos ao ouvir o
nome da minha mulher, ele sabe muito bem de quem estamos
falando e sabe o que vai acontecer com ele pelo que ele fez.
— Eu sei quem ela é, mas eu não fiz nada, eu só passei um
pouco da minha mão pelo seu corpo, mas não foi nada demais. Eu
juro — ele fala rápido, mas não o suficiente para impedir Ash de
apertar ainda mais.
Ele grita mais uma vez e se mija novamente. O xixi escorre
livremente pelas suas pernas e se tornam uma poça em volta dos
seus pés, se misturando a todo o sangue que já foi derramado.
— Eu sei que você está mentindo, eu sinto o gosto da
mentira na minha boca. Essa é a sua última chance. — Ele faz sons
agudos de choro enquanto Ash aperta mais sua bola. Ela está
brilhando e vermelha, está a um passo de estourar como um balão,
só que esse é um balão de sangue e testículos.
— E-eu bati nela, porra! Bati nela... — Ele volta a chorar alto
e a soluçar. — Não me machuque mais, por favor, eu imploro.
— Tudo bem, eu não vou mais te machucar, hoje estou me
sentindo bonzinho — Ash diz e se afasta.
Travis solta um suspiro de alívio e abaixa a cabeça enquanto
continua a chorar.
— Eu vou — eu anuncio enquanto me desencosto da parede
e vou em sua direção. — E você vai implorar para que ele tivesse
continuado.
— Não, não, não, não... — Ele tenta se afastar de mim, mas
as correntes o impedem.
— Relaxe, amigo, eu não vou tocar em você por enquanto. —
Eu pego as chaves e solto um braço dele.
— Obrigado, muito obrigado — ele agradece enquanto seu
corpo sacode com os soluços.
— Bom, por nada, mas não se precipite agradecendo, eu
disse que eu não vou tocar em você, mas você vai — eu digo e colo
o alicate em sua mão.
— O que? — Ele me olha assustado.
— Segure exatamente onde Ash estava segurando – eu o
instruo, mas ele hesita. — Se você não fizer, eu vou fazer isso com
o seu pau. Você ainda consegue usar o pau sem a bola, mas não
consegue usar a bola sem o pau. Você realmente prefere sair daqui
sem pau? Pense bem.
Como se esse babaca realmente fosse sair daqui. Mas ele
compra o que eu disse pois acena com a cabeça e começa a
apertar a bola com cada vez mais força.
— Está bom? — ele pergunta, seu corpo inteiro treme com
esforço e ele está ficando cada vez mais vermelho.
— Você sabe que não está, eu quero ver ela estourando igual
uma garrafa de champanhe. — Ele solta um grito de dor conforme
vai apertando mais e mais.
— E-EU NÃO CONSIGO — ele grita desesperado.
Eu aceno com a cabeça e com rapidez coloco minhas mãos
por cima da sua e aperto o alicate de uma vez só. Os gritos dele
enchem o galpão enquanto sangue e fezes escorrem por suas
pernas.
— Já se borrou? Olha que nem chegamos na pior parte ainda
— Ash brinca com o psicológico dele.
Eu me agacho e pego um pedaço do seu testículo que voou.
— Abra a boca — eu ordeno e ele abre sem reclamar. Seus
pés já pararam de sustentar seu corpo e ele só está suspenso por
um braço.
Eu coloco o pedaço de testículo em sua boca e ele o mastiga
e engole sem que eu precise mandar. Confesso que eu estava
esperando um pouco mais de resistência, com ele fazendo de bom
grado acaba sendo um pouco broxante, mas nada que a minha
criatividade não possa superar.
— Bom, estenda o braço novamente. — Ele estende e eu o
prendo na corrente.
— O que você vai fazer comigo? — ele pergunta.
— Eu já disse que não irei fazer nada, tudo o que acontecer é
você quem fará, eu posso até te ajudar vez ou outra, mas nada além
disso. Agora eu quero que você me conte quem mais estava com
você naquele dia. — Ele faz um som de choramingo novamente e já
sei que esse merda vai enrolar novamente para contar qualquer
coisa.
— Não, por favor. Eles vão me matar — ele implora.
— Você não precisa se preocupar com isso, eles não vão
conseguir tocar um dedo em você. — Eu me abaixo para ficar na
altura do seu ouvido e sussurro. — Porque eu vou matar você antes.
— Não, por favor, eu estou contando tudo, eu estou falando
tudo que vocês estão pedindo, não façam isso comigo — ele pede.
— Ela também repetiu essas palavras? — eu questiono. —
VOCÊ PAROU QUANDO ELAS DISSERAM ESSAS PALAVRAS?
VOCÊ PEGOU MAIS LEVE? VOCÊ AS DEIXOU IR? FALA,
PORRA!
Ele não responde nada e isso já é resposta suficiente para
mim.
— Não, certo? Então não me peça para pegar leve com você,
isso não vai rolar. Agora responda as minhas perguntas e pode ser
que você saia daqui. — Só não disse que era com vida, mas tudo
bem.
— Eram Zac Daniells e seu irmão Tom, nosso amigo Scott
Hale, que também era o namorado dela na época e Mariah
Cavenaghi, que era a namorada de Tom — ele conta e eu
reconheço os nomes de outras duas famílias aristocratas.
— Essa Mariah morreu por quê? Ela estava participando de
tudo com vocês? — eu questiono, pois preciso saber de sua
participação para torturá-la no inferno.
— Não, Zac a matou enquanto a es-estuprava — ele gagueja
novamente e isso me dá nos nervos.
— Por que caralhos você continua gaguejando? Você não
consegue pôr em palavras o que você e seus amiguinhos de merda
fazem para se divertir? Você não se acha o fodão na hora de pegar
mulheres contra a vontade delas? Não se acha foda na hora de
contar para seu grupinho o que fizeram com elas? — Ele abre a
boca para argumentar, mas eu o calo com um soco. — Não negar o
que eu sei que você faz, NÃO MINTA NA PORRA DA MINHA
CARA!
— Por favor, me desculpe — ele diz entre soluços, porque o
puto voltou a chorar novamente.
— Não é a mim que você tem que se desculpar, o momento
do perdão já passou a muito tempo, aliás, ele nunca existiu, pra isso
não existe perdão. Eu não estou aqui para te perdoar, eu estou aqui
porque eu sou a porra do seu carrasco, eu vou consumir a sua alma
e te atormentar eternamente no inferno. Se você está pensando que
agora está ruim, é porque você ainda não viu o que eu tenho
preparado para você lá — eu rosno para ele enquanto aperto seu
pescoço com minhas mãos. Minha vontade é de estrangular esse
filho da puta agora mesmo, mas isso seria muito pouco comparado
ao que ele merece.
— Não c-consigo... — ele diz baixinho enquanto tenta puxar o
ar.
É bom ver ele sufocando, ver seu rosto tão vermelho quanto
um pimentão enquanto seus olhos parecem que podem saltar de
suas órbitas. E só nesse momento que eu me dou conta de que não
fiquei de pau duro machucando-o. Eu sempre me entrego a
sensação, sempre fico excitado com a dor alheia, mas dessa vez
isso não aconteceu. Dessa vez, eu só quero machucá-lo tanto
quanto ele machucou a minha bruxinha e tantas outras mulheres.
— Acer... — Ash me tira de meus pensamentos e sei que ele
não disse que era para soltar ele, mas o seu tom deixou muito claro,
não quero correr o risco de matar esse lobo de merda sem querer.
Eu solto seu pescoço e estalo meus dedos, olho para ele
novamente e abro um sorriso frio.
— Onde nós estávamos mesmo? — Eu paro alguns
segundos para me lembrar e me viro para ele novamente. — Certo,
Zac estuprou a namorada do seu próprio irmão e a matou, como
Tom ficou com tudo isso?
— Ele não se importou, ele nunca gostou daquela vadia. —
Eu acerto outro soco em sua cara e ele cospe seu dente frontal. —
Meu dente, porra!
— Fale mal de qualquer uma dessas mulheres que vai ser
muito mais que um dente que você vai perder — eu o aviso. —
Continue com o que estava dizendo.
— Ele só estava com ela para evitar os problemas entre as
alcateias, era tudo pelo poder, um não ligava para o outro — ele
esclareceu o que eu já imaginava.
— Certo. Quer perder o pé ou a mão? — eu pergunto
mudando totalmente de assunto. — E não comece com as lamúrias
ou pedidos para parar porque eu não quero e não vou ter pena de
você.
Ele olha para Ash em busca de ajuda e eu sou forçado a rir
da situação. Se não fosse pelas suas informações e pela diversão
da tortura, ele já estaria morto. Será que ele não se tocou? Ele
realmente acredita que vai encontrar alguma ajuda em Ash?
— Tic tac, se não escolher eu vou por você — eu cantarolo.
— A mão porra! A mão! — ele diz enquanto chora.
— Ótimo, vai ser o pé, então. — Ele me olha com os olhos
arregalados. — Você realmente pensou que iria ser o mais fácil para
você? Tsk Tsk, você é bem burro mesmo.
Solto suas duas mãos das correntes e ele cai pesadamente
no chão.
— Não tente nenhuma gracinha, pois eu vou adorar te punir
por isso — eu aviso.
Ele está bem pálido, provavelmente é por causa das bolas
que continuam vazando. Não queria cauterizar agora, sei que ele vai
desmaiar com isso, por mais divertido que seja, eu ainda preciso
saber onde seu amigo está se escondendo.
— Bom, mudanças de planos, não vamos cortar seu pé
agora, eu quero saber primeiro onde seus amigos estão se
escondendo — eu questiono. — Claro, se você preferir não contar
de primeira, sempre podemos ir pelo caminho mais difícil e divertido,
difícil pra você e divertido para mim.
Eu levanto a serra que iria usar para cortar seu pé apenas
para causar um efeito mais dramático à minha declaração.
— No seu clube, ele vive lá, porra! — ele confessa.
— O QUE? — Ash grita com raiva.
— Eu juro, ele está diferente depois de tudo o que aconteceu,
mas ele vai lá em todas as lutas, você pode acreditar em mim, ele
mudou o nome também, mas ele ainda está lá.
— Filho da puta! — eu rosno.
— Ele teve que mudar o nome para não ser perseguido
depois do que aconteceu. Ele anda pelas sombras, ninguém sabe
quem ele é, mas ele continua lá.
Um estouro lança a porta do galpão longe. Eu não ouvi
ninguém chegando e pela expressão de Ash tenho certeza de que
ele também não ouviu nada.
— Que porra? — Eu aperto os olhos enquanto tento enxergar
quem está parado lá fora.
— Graças a Deus, eu estou aqui! Socorro! — o merdinha do
lobo grita para quem quer que tenha acabado de chegar em seu
auxílio.
— Eu pensaria bem antes de agradecer se fosse você,
Travis. Não foi nenhuma heroína que acabou de entrar aqui, eu sou
o seu maior pesadelo e você vai se arrepender do dia em que
encostou em mim. — Mirtez entra acompanhada de Ade e eu quase
vou a óbito ali mesmo. Ela está toda vestida de couro preto, com
coturnos pretos e todas as suas curvas que me deixam de pau duro
só de olhar.
Gostosa pra caralho.
— Por favor, não — Travis pede a mim enquanto olha para
Mirtez e balança a cabeça.
MIRTEZ
Olho para Ash e Acer, que continuam me olhando
embasbacados e reviro os olhos. Se não fosse Ade deixando
escapar sem querer para onde estava indo, eu nunca iria descobrir
o que eles estavam fazendo pelas minhas costas.
— Vocês não me conhecem muito bem ainda, então já
saibam de antemão que essa história de fazer as coisas pelas
minhas costas para o meu bem não funciona comigo — eu os aviso.
— Como iríamos te chamar se você estava mal pra caralho
quando saímos? — Acer questiona indignado.
— Não interessa. É sobre o meu passado e meus traumas
que estamos falando, não preciso de nenhum cavaleiro montado em
um cavalo branco pra me salvar ou lutar minhas batalhas. Nunca
precisei e não é agora que vou começar a precisar. Eu sempre me
ergui sozinha e vou continuar assim. Você pode me ajudar a destruir
meus inimigos, mas nunca fazer pelas minhas costas e destruí-los
sem mim, isso é sobre mim e sobre o que eu passei, não sobre
você. — Eu ponho para fora tudo que estava sentindo e vejo que
mesmo contrariado, Acer me ouviu e entendeu.
— Sinto muito, nunca tive a intenção de fazer você se sentir
dessa forma, pequeno corvo, isso não se repetirá — Ash se
desculpa.
— Sim, me perdoe. — Acer me surpreende se desculpando
também e pela cara dos seus irmãos, eu não sou a única surpresa
com essa atitude.
— Bom. Onde você pensa que está indo, idiota? — eu
pergunto ao merda tentando escapar rastejando pelo chão.
Acer perde a paciência e chuta a cara dele com tudo, o
apagando instantaneamente.
— Droga, agora vou ter que pegar ele para prendê-lo
novamente — ele resmunga para si mesmo e se agacha para pegar
o corpo.
— Agora me conte o que aconteceu? — Eu me viro para Ash
com uma sobrancelha erguida, pois sei que ele é o mais fácil de
convencer a me contar tudo.
— Primeiro ADE vai dizer, o que aconteceu? — Acer me
interrompe e eu o fuzilo com os olhos.
— Olhe para ela, cara, é impossível dizer não. — Ade dá de
ombros.
— Ainda mais quando se tem o cheiro da boceta dela por
toda a sua cara, não é? — Acer pergunta grosseiramente quando
finalmente termina de prender Travis as correntes.
Olhar para ele faz o meu estômago embrulhar. Acer não
estava errado quando falou que não teria como ele me chamar para
ver a tortura desse homem quando ele saiu da sua casa, eu
realmente não iria aguentar.
Depois de passar dois dias revivendo meus maiores traumas
em um pesadelo sem fim, eu acordei muito abalada. Não sei o que
aconteceu, não sei por que fiquei presa dentro daquele limbo sem
conseguir acordar, isso é provavelmente uma coisa que só as
bruxas mais experientes saberiam me explicar.
Mas não quero pensar naquele clã que tanto me fez mal
também, isso é para outro momento, não me sinto preparada agora,
eu preciso enfrentar um demônio por vez.
Olho para o estado do corpo de Travis e me sinto realmente
feliz pelo jeito que ele se encontra. Eu quero muito que ele sofra por
tudo que fez a mim e Mariah, por tudo que ele e a família dele
acobertaram, quero que todos paguem com vida.
Depois de acordar com todo o mal-estar que eu senti, eu
também senti outra coisa, me senti mais forte e mais ligada a esses
demônios babacas. Nunca senti isso em toda minha vida, como se
minha magia estivesse conectada a eles, como se eu estivesse
conectada a eles, meu ar e minha alma.
Até mesmo tudo que eu sentia por Katalina a dias atrás
parece tão pequeno em comparação a como me sinto por eles. Não
que eu não me sinta mais balançada por ela, eu ainda me sinto
assim, mas não tanto quanto antes, agora parece que outros três
seres lutam por espaço dentro de mim.
Eu não diria que isso é amor, até porque eu não sei como o
amor se parece, mas sei que eles estão mexendo comigo e agora
eu realmente comecei a acreditar em toda aquela baboseira que
eles diziam no início.
Mas o que as bruxas iriam ganhar com isso? Eu fugi do meu
antigo clã, como elas iriam me encontrar novamente? São tantas
perguntas sem respostas e não aguento mais essa incerteza sobre
o que vai acontecer.
— Está escutando? — Acer estala os dedos na frente do meu
rosto.
— O que? — eu pergunto entredentes, estou começando a
gostar até demais dessa hostilidade presente entre nós.
Inferno! Isso não pode acontecer, ele é um demônio babaca e
cabeça quente, tudo bem que ele é muito gostoso também, mas ele
me sequestrou, eu não posso querer dar pra ele, certo?
Estou me sentindo como a Addie em Assombrando Adeline.
Agora sim eu te entendo, irmã, desculpa ter te julgado tanto por não
assumir seus sentimentos pelo Zade.
Como assumir uma coisa que você não quer sentir? Poxa, eu
o conheço há o que, cinco dias? O que está acontecendo comigo?
— Eu sei que sou irresistível, mas me encarar por todo esse
tempo é estranho até para você, bruxinha — Acer diz e me tira dos
meus devaneios novamente.
— Cale a boca, idiota, o que você estava tagarelando antes?
— eu questiono.
— Que se você pensa que eu e Ash vamos virar seus
cachorrinhos só por causa da sua boceta, você está muito
enganada. Ade sempre foi o mais fraco por sexo, Ash e eu somos
fortes e você não aguentaria — ele diz convencido.
— Eu não aguentaria? Você tem certeza mesmo disso, Acer?
— eu digo sedutoramente. Não sei se é o seu peito rasgado e sujo
com sangue que está me atraindo ou é a sua boca irritante e
completamente beijável que está me levando cada vez mais a ele,
mas algo definitivamente está acontecendo aqui.
Mas quando dou por mim, estou cara a cara com ele e a
tensão sexual que nos cerca chega a soltar faíscas no ar. Ele
continua me olhando com aquela cara de convencido, mas seus
olhos brilham com desejo e fome.
— Mirtez, você não me aguentaria nem se eu estivesse
pegando leve com você — ele diz com a voz rouca enquanto devora
meu corpo com os olhos.
— Acer, você sabe o que dizem sobre quem fala muito,
certo? — eu debocho dele.
— Eu vou fazer você me implorar por perdão enquanto chupo
sua boceta tão forte que você só conseguirá ver estrelas.
— Eu só acredito vendo. — Ele abre um sorriso enorme para
mim e quebra distância mínima que estávamos um do outro.
Ele segura o meu cabelo da nuca e me puxa para seus
braços, sua boca me devora como se ele estivesse a anos no
deserto e eu fosse o único copo de água.
Seu beijo não é delicado, gentil ou amoroso, ele é bruto,
difícil e faminto. Acer não me beija, ele me devora, com mãos tão
gananciosas quanto a sua boca.
Ele me aperta em todos os lugares possíveis, até descer a
boca pelo meu pescoço me arrancando o gemido mais carente que
eu não queria dar a ele.
— Com licença — Ade diz —, mas vocês realmente estão
sentindo tesão aqui? Com toda essa urina, fezes e sangue ao redor,
sério mesmo?
Solto Acer como se ele pegasse fogo, e ele realmente está a
um passo disso, me viro pra Ade e dou o dedo do meio para ele.
— E toda a história de não falar palavrão? — Ele arqueia
uma sobrancelha para mim.
— Eu realmente não falo, mas não disse nada sobre gestos.
— Como assim não fala? — Ash pergunta com curiosidade.
— E todos os livros que você lê? Os Dark Romances não contam?
— Primeiro que uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Segundo que por causa do lance de ser bruxa do bem isso atrai
coisas ruins e nos modifica com o tempo, não é apenas besteira da
minha parte, tem um real motivo por trás. E terceiro, que nada disso
é da sua conta. — Eu reviro meus olhos para ele.
— Vamos para casa terminar isso aqui ou você vai amarelar?
— Acer pergunta olhando no fundo dos meus olhos.
— Nós vamos para casa porque precisamos nos planejar
também, certo? — Ash comenta com um sorriso.
— Eu nunca amarelo, vamos — digo decidida.
Eu poderia pelo menos uma vez ceder as minhas vontades,
certo? Não é como se eu fosse me apaixonar por causa de um sexo
com três demônios extremamente gostosos.
Será que essa não é finalmente a hora de me desprender do
meu passado? Um dos maiores monstros dos meus pesadelos está
aqui, diante de mim fraco e impotente, tudo porque esses demônios
que eu mal conheço decidiram me vingar e fazer dele um exemplo
para todos.
Olho para Travis mais uma vez, realmente olho para ele dos
pés à cabeça, o homem por quem eu temi por tanto tempo, as mãos
que tanto me aterrorizaram, olho o quão fraco ele parece agora e
me sinto boba por tê-lo temido por tanto tempo.
— Antes de irmos embora, eu quero que vocês saibam que
ninguém vai matar ele antes do tempo, ele é meu, me entenderam?
— Eu olho para os três que acenam em concordância.
— Mas e o fato de não poder matar outras pessoas? — Ade
questiona ao lembrar de nossa conversa do dia anterior, porque sim,
se passou um dia inteiro até que eu descobrisse tudo o que estava
acontecendo.
— Eu realmente não posso, mas isso não quer dizer que eu
não possa instruir vocês a fazerem como eu quero — eu o informo.
— Não pode matar pessoas? Como assim? Pelo visto
passaram bastante tempo fofocando — Ash comenta secamente, eu
até diria que se parece com ciúmes, mas não quero me precipitar,
afinal, não tem motivo para isso.
— Sim, quanto mais eu mato, mais eu mudo. Alguma coisa
dentro de mim se quebra e me deixa mais cruel e insensível, eu não
quero que isso aconteça mais do que já aconteceu. As mortes
daquele dia me deixaram da forma que estou hoje em dia, você
mesmo viu aquela foto do meu passado, você viu que meu cabelo
era ruivo, meus olhos azuis e minha pele mais morena. Olhe para
mim agora, eu carrego a marca da maldição e quanto mais eu me
render a esse lado cruel, mais ruim eu irei me tornar e eu não quero
isso.
— Merda, desculpe por isso — Ash vem em minha direção e
passa os braços ao meu redor. Eu não havia percebido que estava
prestes a chorar até que ele sussurra em meu ouvido para que eu
não chore.
— Porra, as bolas! — Acer corre até uma mesa cheia de
ferramentas e pega uma espécie de maçarico. — Eu recomendo
que você não olhe, bruxinha.
Ash tenta tapar meus olhos, mas dou um tapa em sua mão.
— Vou sugar cada gota de dor que esse babaca sentir e ai de
quem tentar me impedir. — Eu arqueio uma sobrancelha para Ash e
ele acena com a cabeça, aceitando a minha decisão.
Tudo vira uma carnificina, o cheiro de carne queimada
penetra minhas narinas antes que eu realmente veja a cena na
minha frente: Acer agachado queimando as bolas de Travis
enquanto ele entra e sai da consciência.
Quando acorda ele grita, vomita ou se mija ou se borra
inteiro, mas o grito está sempre presente. Eu acredito que Acer
prolonga a tortura mais que o necessário, pois quando ele me pega
olhando-o, sorri para mim e pisca um olho.
— Acho que já está bom — ele diz por fim e apaga o fogo do
maçarico. — Agora podemos ir.
Travis está apagado novamente em sua poça de sangue,
urina e fezes, e não há nada que me deixe mais feliz do que o ver
nesse estado.
— Vamos — eu concordo.