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OS DEUSES DE ISABEL

CONTO 1

Milla Borges

Este conto eu dedico a todas que o pegaram ele apenas por curiosidade ou por um trecho legal em algum vídeo das redes vizinhas, espero que gostem dos meus
personagens e que se divirtam.
INFORMATIVOS:

Dark Romance é um subgênero advindo dos romances


eróticos, e que tem características peculiares e muitas vezes
perturbadoras, ao abordar temas pesados e ter protagonistas
que vão contra o usual. Não há uma regra aqui e nem um limite
sobre o que pode ou não ser usado nos romances sombrios.
Temas como sequestro, abuso, vício em drogas, crime e tortura
são apenas alguns exemplos do que podemos encontrar.
Normalmente, uma mocinha ou mocinho se envolve com
personagens de moral duvidosa e se vê em meio a situações
perigosas e angustiantes.

Este livro é um Dark Romance e contém temas fortes como:


Manipulação, abuso psicológico, sequestro, mortes, palavras de
baixo calão e cenas sexuais taboo.

O CONTEÚDO DESTE CONTO É TOTALMENTE


FANTASIOSO, DIVERSAS COISAS RETRATADAS AQUI
NÃO ACONTECERAM REALMENTE NA MITOLOGIA
GREGA.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS,
MILLA BORGES, 2023

Todos os direitos reservados. Direitos reservados em língua


portuguesa, no Brasil, por Milla Borges. Nenhuma parte desta
obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma
e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo
fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou
banco de dados sem permissão escrita da autora.
GLOSSÁRIO
Deuses – Os deuses gregos eram seres imortais que habitaram o
Monte Olimpo, com poderes sobrenaturais, fazendo parte da
religiosidade na Grécia Antiga.
Olimpo – O monte Olimpo é a montanha mais alta da Grécia,
com 2919 metros. Na mitologia grega, é a morada dos Doze deuses
do Olimpo, os principais deuses do panteão grego.
Profecia – Relatos do futuro.
Tecelãs do destino – São três irmãs fiandeiras que tecem os fios
do destino de cada um dos seres vivos. Elas foram criadas por Nix,
a deusa primordial da noite.
Éter – É a fonte do poder dos deuses onde toda a fé da
humanidade é depositada.
Os 12 Soberanos – Os principais e mais fortes deuses do
Olimpo: Zeus, Poseidon, Hades, Ares, Hera, Atena, Apollo,
Ártemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dionísio.
SINOPSE
Uma profecia antiga é descoberta, nela uma jovem que tem
poderes para destruir todo o Olimpo vai vingar a injustiça que
fizeram com a sua mãe, após isso o caos se instala entre os deuses,
mas o único pensamento que eles tem em comum é que todos a
querem morta e farão de tudo para conseguirem isso.
Depois de ser amaldiçoada Medusa resolve se vingar de todos
que a fizeram mal, então ela decide roubar o bem mais poderoso do
Olimpo e o esconde dentro da sua única filha.
Isabel é uma jovem universitária que cursa História e é
fascinada por mitologia, mas seu mundo universitário vira
totalmente de cabeça para baixo depois que seu professor é
brutalmente assassinado após assediá-la.
Um novo professor e seu irmão surgem e começam a seduzi-la,
ela se sente inexplicavelmente atraída por eles, mas não entende o
que está acontecendo.
Ela sente poderes que nunca teve despertando e começa a ter
sonhos com uma mãe que até então ela não sabia que existia.
ISABEL

Mais uma aula chata do caralho, eu simplesmente não aguento mais


esse curso, são sempre as mesmas merdas! Não aguento mais ter aulas com
esses professores velhos e nojentos que só faltam babar em cima das alunas
e ninguém faz nada para resolver isso, não vejo a hora de concluir o curso
de História e ir embora dessa cidade.
Antes de entrar aqui eu pensava que tudo seria diferente, – se eu
soubesse que seria assim não teria me esforçado tanto para entrar – eu
pensava que essa história de aluna dando pra professor velho por nota era
coisa só de ensino médio.
Mas infelizmente descobri que estava completamente enganada na
minha primeira semana de aula, presenciei duas alunas dando em cima de
um professor velho e asqueroso, depois ouvi boatos que tudo tinha ido
muito além de apenas flerte e que tinham até imagens delas rolando pela
Internet sem os seus consentimentos.
Por causa de meninas assim que os professores asquerosos pensam que
todas as outras alunas serão iguais, que todas estão afim de subir a nota
dessa forma, que só porque são bonitas não tem nada na cabeça.
Coisas horríveis acabam acontecendo com mulheres que não tem nada a
ver, tudo por culpa desses velhos nojentos que acham que todas nós somos
iguais. Só de me lembrar do que aconteceu ontem eu fico toda arrepiada e
sinto meu almoço querendo voltar.
Eu estava terminando de anotar o meu resumo do dia e não percebi que
meus outros colegas de classe já tinham saído, eu estava super focada e
acabei me desligando do mundo exterior.
Só voltei a ficar atenta ao meu redor quando ouvi um barulho muito alto
de metal batendo, dei um mini pulinho na cadeira, olhei para cima e o que
eu vi fez o meu estômago se contrair de nervosismo.
Eu não sou bobinha, eu já tenho 21 anos e sei diferenciar quando
alguém te olha com maldade e quando te olham normalmente, infelizmente
tive que aprender isso muito cedo. E o último não foi o caso do Sr.
Bittencourt, ele me olhava como se pudesse me devorar ali mesmo.
Assim que notei a sua mão indo para a chave da porta eu me levantei
para sair da sala, mas quando estava pegando as minhas coisas ele me
interrompeu e disse com uma tentativa de voz sedutora. – “Onde a senhorita
pensa que vai com tanta pressa, hein? Não precisa se assustar, eu só
tranquei a porta para que você pudesse ficar mais a vontade. Minha próxima
turma é só daqui a uma hora.” – Ele disse enquanto me olhava de cima a
baixo com um olhar sedento.
Me arrependi na mesma hora da roupa que estava usando, tudo em mim
gritava colegial sexy, saia quadriculada curtinha, blusa social mal abotoada
que valorizava os meus seios, meias ¾ que deixavam minhas coxas grossas
parecendo mais torneadas e pra completar o meu óculos de grau, eu
geralmente uso lentes, mas justo hoje decidi não usar.
Me senti muito mal por esse velho me fazer sentir desconfortável em
meu próprio corpo, estamos em pleno século 21, isso já era pra ter acabado
a muito tempo!
“Eu já terminei professor, muito obrigada.” – Eu respondi em um tom
firme e sem nenhum sorriso para que ele não fingisse entender errado.
Ele abriu um sorriso e veio caminhando em minha direção – “Eu
conheço os jovens, sempre arrumando uma desculpa para fugir do dever,
deixa eu dar uma olhada em como você fez.” – Ele parou na minha frente e
com aquela mão gordurosa pegou o meu bloco de resumos antes que eu
pudesse dizer qualquer coisa.
Eu me sentei e cruzei os braços enquanto esperava ele terminar com os
meus resumos.
“Hmmm” – Ele resmungou enquanto lia e passava a língua pelos lábios.
– “Então Isabel, tem alguns termos aqui que você utilizou errado, se fosse
em uma prova você teria a questão anulada e nós dois sabemos que você
não pode se dar ao luxo disso.” – Ele concluiu e veio para o meu lado, ele
ficou tão próximo que a sua virilha encostava no meu braço.
Tentei me afastar, mas ele veio mais pra perto me encurralando entre ele
e a parede. Senti ele esfregando aquele pau nojento mais uma vez enquanto
falava alguma coisa que meu cérebro em pânico não conseguia captar.
“Com licença, eu quero levantar!” – Eu praticamente gritei, estava
tremendo de ansiedade e me recusei a olhar para a cara dele, a repulsa que
eu estava sentindo naquele momento fez a minha boca salivar com a
vontade de vomitar.
Me surpreendi quando ele chegou um pouco para trás me dando espaço
para levantar, mas não o suficiente para que eu passasse sem encostar nele,
porém logo entendi o motivo dele ter feito isso.
Assim que fiquei de pé ele me puxou contra ele, me empurrou em
direção a parede para me encurralar e usou suas mãos enormes para me
manter no lugar.
“Você gostaria de passar na minha matéria sem nenhum esforço Isabel?”
– Ele perguntou enquanto arrastava seu nariz pelo meu pescoço. Tentei me
soltar, mas ele era muito pesado e mais forte que eu.
“Me solta porra!” – Eu gritei na esperança de alguém me escutar e vir
me ajudar.
“Olha a boca Isabel, gosto das minhas meninas comportadas, se você
não se comportar vai ser pior pra você!” – Ele sibilou enquanto me sacudia
fazendo a minha cabeça bater forte contra a parede e me deixando
momentaneamente zonza.
“Bem melhor.” – Ele disse depois que eu fiquei quieta.
“Eu tenho notado você a um tempo, sabia? Essa sua cara de quietinha
não me engana, dizem que as quietinhas são as mais putas na cama. O que
você acha disso hein?”
Eu pude sentir o seu pau duro contra meu estômago enquanto ele se
esfregava em mim e quando ele tentou usar a sua outra mão para apertar
meu peito, eu tive a brecha que precisava.
Eu reuni toda a minha força e consegui dar uma joelhada bem em cheio
nas suas bolas.
Ele imediatamente me soltou e caiu de joelhos com o rosto vermelho
igual um pimentão. – “Sua puta!” – Ele gritou enquanto lágrimas escorriam
pelo seu rosto – “Você me paga! Eu vou acabar com você aqui dentro.” –
Escutei sua promessa enquanto eu abria a porta da sala e saia correndo de
lá.
Eu não duvidei da sua promessa, ele era o professor mais renomado da
academia, todos falavam dele como se ele fosse a porra de um santo aqui
dentro, um exemplo a ser seguido aqui, não tinha nem uma sujeirinha em
seu currículo perfeito.
Com minha visão embaçada pelas lágrimas acabei esbarrando em um
corpo enorme e muito musculoso, o cara parecia uma parede, balbuciei um
pedido de desculpas e tentei voltar a correr, mas logo senti a pessoa que eu
esbarrei me segurando pelo braço.
“Olha, eu sinto muito se te machuquei, mas eu realmente tenho que ir
embora e...” – Eu disse com a voz falha por conta da minha tentativa
estupida de tentar segurar o choro.
“O que aconteceu com você?” – Exigiu uma voz familiar, mas quando
olhei com curiosidade para o rosto do homem não consegui reconhecer de
onde era.
Ao invés de responder a sua pergunta eu simplesmente fiquei
embasbacada com a beleza daquele homem, ele era enorme, mesmo com o
terno dava pra perceber que era musculoso, tinha uma barba por fazer, os
olhos verdes com um toque de dourado nas bordas da íris , tinha um cabelo
castanho, liso e uma boca carnuda super beijável.
Senti um aperto da sua mão no meu braço enquanto ele tentava chamar
a minha atenção, a vergonha que eu fiquei naquele momento foi
indescritível, minha vontade era de simplesmente me jogar na frente do
primeiro carro que passasse.
Porra, eu tinha acabado de passar por uma das piores coisas que
aconteceu na minha vida e segundos depois estava babando nesse cara no
corredor? Meu Deus, alguém me interna!
“Uh, não aconteceu nada, só estou com pressa mesmo.” – Dei um
sorriso falso que não chegou aos meus olhos e tentei sair novamente, mas
ele manteve o seu aperto bem firme em mim.
Levei um susto quando ouvi um barulho alto no corredor, quando me
virei vi que a porta do Sr. Bittencourt se abriu e que ele estava saindo
mancando da sala, notei que o homem acompanhou o meu olhar e senti a
sua postura mudando de calma para agressiva em um piscar de olhos.
Nessa hora a sua mão acabou se afrouxando em mim me dando a
oportunidade perfeita de me libertar, para poder voltar a correr em direção
ao dormitório, mesmo depois de me afastar consigo sentir o peso do seu
olhar em mim.
Quando cheguei ao meu dormitório a primeira coisa que eu fiz foi tirar
toda aquela roupa e jogar imediatamente no cesto de lixo, eu sou totalmente
quebrada e não posso me dar ao luxo de fazer isso, mas eu sei que não vou
conseguir usar aquele look novamente, ele sempre me traria essas
lembranças.
Peguei meu pijama mais confortável, cheio de furos e então fui para o
banheiro comunitário do meu andar, tomei o banho mais demorado da
minha vida enquanto a água se misturava com as minhas lágrimas, tive que
reprimir os soluços para que os outros alunos que entravam e saiam do
banheiro não ouvissem, mas as lágrimas eram impossíveis de parar.
Me esfreguei tanto que quando saí do chuveiro minha pele estava toda
vermelha e com vergões que a minha unha deixou por causa de toda a força
que eu fiz para tentar tirar a sensação do toque dele.
Parando na frente do espelho pude notar um roxo se formando aonde ele
me segurou para me imobilizar e pude ver que novas lágrimas estavam
deslizando pelo meu rosto sem que eu sequer notasse.
Soltei um suspiro quebrado e disse para mim mesma enquanto me
olhava no espelho: “Vamos Isabel, você é muito mais forte que isso porra,
se eu ver você derrubando mais uma lágrima por causa daquele velho
asqueroso eu vou acabar com a sua raça, cadela.”
Então sequei minhas lágrimas, tomei um fôlego incerto e saí do
banheiro, mas acabei dando de cara novamente com outro muro, o cara era
tão alto que eu precisaria de uma escada pra alcançar a cabeça dele, o que
estão dando para esse jovens hoje em dia?
Ele era gigante, tinha os cabelos ruivos como o meu, olhos cinzas
marcantes, um maxilar que deixaria muitos com harmonização facial
babando por aí, ele tinha um nariz torto como se tivesse quebrado ele
algumas vezes e algumas cicatrizes em sua testa e bochecha.
“Desculpa aí grandão, estou com um probleminha em esbarrar com
estranhos hoje” – Eu dei um sorriso amarelo e quando tentei passar pelo
cantinho que tinha ao lado dele, ele simplesmente foi para esse lado para
atrapalhar a minha passagem.
Olhei para seu rosto novamente e pude ver um sorriso de canto se
formando em seu rosto, mas assim que ele analisou o meu rosto seu sorriso
se desmanchou e uma careta de preocupação se formou em seu rosto.
“O que aconteceu pequena?” – Ele perguntou com uma voz grossa e
super sexy, famosa malhadora de calcinhas.
Espera aí, pequena? Esse cara já viu o tamanho que tem? Qualquer ser
humano normal seria pequeno comparado a esse poste!
Levantei uma sobrancelha interrogativamente e não disse nada.
“Seus olhos estão vermelhos e o seu nariz está com ranho.” – Ele disse
enquanto cruzava os braços sob seu peitoral gigante, o braço dele era mais
grosso que a minha coxa e eu quase babei só com isso.
Espera, ele disse que meu nariz estava com ranho? Puta que pariu...
Pude sentir minhas bochechas esquentando na mesma hora enquanto eu
levantava a mão em direção ao meu nariz e o esfregava para tirar qualquer
coisa agarrada.
Segundo esbarrão em um cara gostoso depois de uma crise de choro em
um dia só, o meu mês não poderia começar melhor...
“E isso seria da sua conta exatamente porquê?” – Eu questionei
enquanto empinava o meu nariz e cruzava os braços como ele.
“Tudo bem, não precisa me contar pequena, eu vou descobrir de
qualquer forma.” – Ele disse com uma piscadela enquanto se afastava de
mim e entrava no banheiro.
Pude sentir minha calcinha se molhando só com a piscadela daquele
homem, não quero nem imaginar com outras coisas.
Fechando a boca e limpando a baba, eu segui em frente em direção ao
meu quarto. Esse semestre eu não tinha colega de quarto, pois a menina que
iria começar comigo decidiu vir somente na metade do ano pois seu carro
novo não iria chegar a tempo, gente rica e seus problemas.
Deitada na minha cama eu pude sentir tudo aquilo querendo voltar
novamente, mas me segurei para não chorar, decidi pegar meu Kindle e ler
um Dark Romance com bastante putaria para que eu pudesse distrair a
cabeça e ficar sedenta por aqueles homens gostosos.
Em algum momento da leitura eu acabei pegando no sono e deixando o
Kindle de lado.
ISABEL
Percebo que estou fora por muito tempo quando sinto alguém me
cutucando, olho para cima e percebo que é o mesmo cara que eu esbarrei no
banheiro.
“Bom dia pequena” - Ele disse com um sorrisinho de canto enquanto se
sentava na cadeira vaga ao meu lado.
“Bom dia.” – Eu murmurou sem dar confiança.
Hoje eu cheguei adiantada para a aula de Mitologia e o Sr. Norman
ainda não apareceu, ele normalmente é o primeiro a chegar aqui, mas hoje
deve ter acontecido alguma coisa para ele se atrasar...
Sinto outro cutucão no meu ombro interrompendo os meus pensamentos
e decido ignorar, mas como eu não consigo ter um dia um dia de paz, o
infeliz insiste em continuar me cutucando até eu me virar para ele.
“O que você quer?” – Eu pergunto aborrecida.
“Eu queria saber se você pode me emprestar as suas anotações depois,
estou um pouco atrasado na matéria.” – Ele disse enquanto coçava a cabeça
e dava um sorrisinho sem graça.
“Ok, depois eu te passo.” – Eu digo e me viro novamente.
Ouço ele tomando fôlego para falar mais alguma coisa, mas antes que
ele diga a porta da sala se abre e aquele homem que eu esbarrei no corredor
entra.
As meninas da sala imediatamente entram em alvoroço pelo novo
professor e isso desperta uma leve queimação dentro de mim, o que me
deixa confusa pois tenho dificuldade em me conectar com as pessoas, então
não entendo essa pontinha de ciúme que me queima, isso que dá a falta de
sexo, qualquer homem gostoso e com um pau funcional me transforma em
uma louca ciumenta.
“Bom dia classe, eu sou o novo professor de Mitologia.” – a classe
responde um bom dia em uníssono e então ele prossegue – “Me chamo
Deimos Guerra, mas podem me chamar apenas de Deimos ou professor.”
Uma menina loira e bonita que sempre senta na frente da classe levanta
a mão para fazer alguma pergunta.
“Sim?” – O professor responde com uma sobrancelha arqueada.
Ela começa a enrolar uma mecha do cabelo no dedo enquanto tem a
atenção dele e eu imediatamente reviro os meus olhos para essa
demonstração piegas de interesse.
“Deimos como o deus grego?” – Ela deu uma boa arrastada nas palavras
“deus grego” que meu olho quase não voltou de tão forte que eu revirei.
As outras meninas da classe deram várias risadinhas e se cutucaram
enquanto olhavam dele para a menina loira.
“Boa pergunta, senhorita?” – Ele perguntou.
“Bella, senhor.” – Disse ela com um sorriso.
Sinto como se essa queimação no meu peito só aumentasse conforme
ela falava com ele. Como se ele fosse ficar interessado por aquela menina
desesperada por atenção.
“Isabella, certo?” – Ele questiona e ela acena com a cabeça enquanto
murcha um pouco a sua postura confiante.
“Você ou alguém aqui da classe sabe quem foi Deimos e pelo que ele
era conhecido?” – perguntou ele enquanto passava os olhos pela classe,
pude sentir que seu olhar ficou alguns segundos a mais em mim, mas
provavelmente eu só estou com fogo porque ele é bonito.
Ninguém respondeu ao seu questionamento e quando ele estava prestes
a desistir eu levantei a minha mão timidamente.
Eu odeio ser o centro das atenções, mas como ele era novo e eu
precisava de uns pontos extras na matéria, a vontade de mostrar
conhecimento foi mais forte que eu, vai que ele distribuí uns pontos por
participação, nunca se sabe.
“Sim Isabel?” – ele disse e a minha respiração travou na mesma hora.
Como ele poderia saber meu nome ? Eu o conheci ontem e foi apenas
um encontrão, sem nenhum pergunta além das básicas, como...
Pude sentir outro cutucão no meu ombro e quando olhei aquele menino
estava me olhando com curiosidade e fez um gesto de cabeça em direção ao
professor.
Merda! Fiquei viajando e esqueci de responder a pergunta.
“Na mitologia grega, Deimos foi a personificação do terror, as suas
vítimas eram paralisadas com o toque mais leve do seu poder, podendo ir a
óbito sem que ele nem encostasse nelas. Ele era filho de Ares e Afrodite e
ele era o irmão gêmeo de Fobos, da deusa Ênio e do deus Eros, que
acompanhou Ares em batalhas, assim como os assistentes de seu pai.” – Eu
disse com a voz forte mesmo que por dentro eu estivesse morrendo de
vergonha.
Pude ver um sorriso de canto se formando em seus lábios, mas ele
rapidamente disfarçou enquanto me dava um aceno de cabeça.
“Muito bem Isabel” – Ele disse e então deu continuidade a aula.
Pouco tempo depois um barulho de toque enche a aula, o celular de todo
mundo começa a tocar, até o meu toca sendo que mal conheço as pessoas do
campus.
Pego meu celular para ver o que é e o ar escapa dos meus pulmões,
pude ouvir um suspiro coletivo da turma e sons de vômito, mas mal prestei
atenção.
Eu fiquei parada em choque com o que estava diante de mim, era
simplesmente uma foto do Sr. Bittencourt totalmente mutilado, sem as
pontas dos dedos das mãos, sem os dedos dos pés, com o rosto tão
machucado que eu não conseguia distinguir o nariz da boca e bem em sua
barriga as palavras ESTUPRADOR gravadas em sua carne.
Logo em seguida meu celular apita novamente com uma notificação e o
que eu vejo me assusta pra caralho.
“NINGUÉM TOCA NO QUE É MEU E VOCÊ É MINHA ISABEL.”
Quando eu olho pra cima posso ver que o Sr. Deimos está olhando
fixamente para mim com uma cara séria e que há um celular em suas mãos,
mas isso não pode ser possível, deve ser só coincidência...
Eu imediatamente me levanto e saio da classe com as pernas instáveis,
posso ouvir alguém chamando o meu nome, mas não me importo em virar
para ver quem é.
Paro no corredor perto da porta da sala, me apoio na parede e fecho os
olhos, imediatamente sinto braços fortes me circulando, mas não me
importo, eu apenas quero ser confortada, apoio meu rosto no seu peito e
fico lá.
Depois de alguns minutos abraçada com algum desconhecido eu levanto
a cabeça para ver quem é e não me surpreendo ao ver que é o menino ruivo
me abraçando.
“Obrigada.” – eu sussurro
“Tudo por você pequena.” – ele disse como uma promessa.
Eu franzo o cenho em confusão, eu mal o conheço, mas ele age como se
já fossemos íntimos, isso só pode ser loucura...
“Acho que não fomos devidamente apresentados,” – ele diz com um
sorrisinho de canto – “eu me chamo Eros.”
“Que engraçado, Eros e Deimos os irmãos da mitologia grega...” – eu
comento.
“Meu pai tem um senso de humor peculiar.” – ele comenta sem graça.
Espera, pai? Como assim? Eles dois são irmãos?
Acho que perguntei em voz alta pois ele faz uma careta e suspira.
“Sim, somos irmãos por parte de pai...” – Ele diz e me deixa em choque.
“E o que vocês vieram fazer aqui no meio do período?” – eu questiono
curiosa.
“Eu vim para estudar e ele para dar aula.” – ele diz como se fosse óbvio
e por um momento me sinto burra pela pergunta que fiz.
Posso sentir o meu rosto pegando fogo e vejo que seu sorriso se alargar
ainda mais quando ele percebe, eu limpo a garganta e digo.
“Muito obrigada por... você sabe...” – Eu agradeço um pouco sem graça.
Eu não cresci com demonstrações de afeto, eu não sei quem são os
meus pais ou de onde eu vim, cresci em lares adotivos por anos até parar
com uma família que ficou comigo apenas pelo dinheiro que eles recebiam
do estado por isso.
Então esse abraço que ele me deu enquanto nem me conhecia direito me
deixou super constrangida, mas me fez bem.
Ele deu um sorriso cheio pra mim e piscou o olho, mas antes que
pudesse dizer alguma coisa a porta ao nosso lado se abre e o professor
Deimos sai para o corredor também.
“Está tudo bem com você?” – ele pergunta enquanto substitui o seu
irmão e fica parado bem na minha frente.
Eu aceno com a cabeça sentindo a minha boca extremamente seca,
então ele fica um tempo analisando o meu rosto antes de concordar com a
cabeça.
“Voltem para a aula então.” – Ele diz sem mais rodeios e então volta
para dentro da sala.
Eu o sigo sem dizer mais nada e posso ver que Eros vem atrás também,
depois disso a aula é interrompida e muitos alunos vão para enfermaria pois
começaram a passar mal depois daquela imagem.
Assim que a aula de Mitologia é interrompida todos os alunos do último
tempo do Sr. Bittencourt são levados para a sala da direção.
Dois detetives estão interrogando os alunos da última classe do Sr.
Bittencourt de ontem, pois parece que ele foi assassinado logo após o
término da aula, ou seja, eu provavelmente fui uma das últimas pessoas a
ver ele com vida.
Sinto uma enxaqueca vindo só de pensar no que vou ter que dizer a
tantas pessoas desconhecidas, eu nunca fui muito aberta, nunca tive muitos
amigos e me sinto doente só de imaginar ter que contar algo tão difícil para
vários homens.
Conforme o tempo passa vários alunos entram e saem da sala em que
estão sendo interrogados e por fim chega a minha vez.
Uma mulher baixinha e gordinha chama meu nome, então eu me
levanto e a sigo em direção a sala onde os detetives estão.
Para o meu alívio a mulher continua na sala e não me deixa sozinha
com aqueles homens.
“Isabel Rojas, eu sou a advogada que o campus forneceu aos alunos, me
chamo Victoria Vega e estou aqui para te auxiliar neste primeiro
depoimento. Esses aqui são os detetives Clay e Ben do departamento local.”
– Ela me explicou tudo com um olhar de simpatia.
Acenei com a cabeça para os detetives e agradeci a Victoria por me
situar.
“Sente-se, Srta. Isabel.” – Disse o detetive Clay, ele era um homem alto,
moreno e bem bonito para a sua idade.
Eu me sentei e esperei eles começarem, como eu já esperava todos os
alunos disseram que eu fiquei por último na sala com o professor.
O detetive Clay parecia ser o homem que estava comandando o
interrogatório pois enquanto ele me fazia algumas perguntas o outro homem
anotava as minhas respostas.
“Srta. Isabel esse é o momento para você ser sincera conosco, sabemos
que várias alunas tem casos com professores por diferentes motivos, se for
isso que estava acontecendo peço que nos informe com antecedência.” –
Disse o detetive Ben, um rapaz novo, loiro e sério.
Pude sentir meus olhos se arregalando com a conclusão que eles
tomaram por eu continuar na sala com o professor, meu estômago se
embrulhou só de relembrar meus últimos momentos com o aquele homem
asqueroso.
“NÃO!” – eu disse alto e dando um pequeno salto na cadeira, pude
notar a troca de olhares entre eles e então eu completei – “Eu continuei na
sala pois estava terminando umas anotações e... E ele tentou se aproveitar
de mim quando notou que estava sozinha na sala...” – Minha voz se
quebrou conforme eu estava contando, pude sentir meus olhos ardendo com
as lágrimas não derramadas.
“Desculpe a forma brusca como o meu parceiro te fez essa pergunta tão
pessoal senhorita Rojas, sinto muito pelo ocorrido.” – Disse o detetive Clay
em solidariedade.
De repente a porta se abriu e eu pude ver o professor Deimos entrando
na sala, ele olhou ao redor e cumprimentou os policiais com um aceno de
cabeça.
“Eu posso atestar a inocência da Srta. Rojas, assim que ela saiu
correndo da sala do Sr. Bittencourt ela esbarrou em mim, eu fiquei
preocupado com ela e a segurei por alguns minutos para questioná-la sobre
seu bem estar, mas assim que o Sr. Bittencourt saiu da sala mancando pude
ver a Srta. Rojas visivelmente assustada enquanto escapava de mim e saia
em disparada para buscar refúgio. Logo em seguida fui ao diretor apresentar
o que eu tinha presenciado e hoje nós teríamos uma reunião com o Sr.
Bittencourt para entender o que ocorreu.” – ele disse sério e em um tom
firme.
Os detetives trocaram outro olhar e acenaram com a cabeça.
“Tudo bem, só vamos fazer algumas perguntas padrão para ela e a
liberaremos em seguida. Mas o Sr. pode aguardar na outra sala porque
também temos alguma perguntas para você.” – Disse o Detetive Clay.
Eles me fizeram todas as perguntas clichês que sempre acontecem em
filmes e logo me liberaram. Quando sai da sala fiz contato visual com o
professor e dei um sorriso amarelo de agradecimento.
Depois disso o dia transcorreu normalmente, as últimas aulas do dia
foram canceladas e então eu fui para o meu dormitório.
Me senti um pouco mal por ter ficado aliviada pelo que aconteceu com
o Sr. Bittencourt, ele era um homem horrível e teve o que mereceu, mas
ficar feliz pelo que aconteceu? Não sei se eu tenho algum problema por me
sentir dessa forma.
E a forma como o professor Deimos estava me olhando logo após eu
receber aquela mensagem...
Pode ser apenas coincidência, mas alguma coisa me diz que não.
Mas não tenho tempo para ficar pensando sobre isso, devo estar maluca,
só pode ser isso, o dia seguinte seria sábado e oficialmente o pior dia da
semana.
Depois de tomar meu banho e pentear o cabelo eu fui dormir para estar
descansada o suficiente para o turbilhão que seria amanhã.
DEIMOS
UMA SEMANA ANTES
Finalmente eu e o meu irmão conseguimos encontra-la, depois de 2
anos de busca nós finalmente a encontramos, eu esperava encontrar uma
pessoa totalmente diferente, mas a mulher parada diante de mim me fez
perder o fôlego.
Ela era ruiva, com cabelos longos com ondas suaves, tinha no máximo
1.60 de altura, com seios pequenos que caberiam perfeitamente nas minhas
mãos e uma bundinha arrebitada que minha palma coçava para bater. Ela
tinha os olhos verdes mais hipnotizantes que eu já vi na minha vida, parecia
como se fosse algo vivo que mudava de cor a cada instante, ia do verde para
o dourado dependendo do ângulo em que se olhava.
Ela sorria para meu irmão enquanto servia o café que ele pediu,
estávamos na lanchonete perto do campus, o local onde ela trabalha aos fins
de semana. Ela me perguntou alguma coisa sobre o cardápio e eu
simplesmente pedi qualquer comida para ela.
Ela era simplesmente deslumbrante.
Dava para conseguir sentir a chama do éter queimando dentro dela, foi
esse o motivo pelo qual a encontramos depois que sua mãe a roubou a 21
anos atrás, por acaso esbarramos com essa pequena cidade em nossa
jornada atrás do éter e conseguimos sentir ele nos chamando com uma
pulsação forte e tentadora demais para resistir.
Olhando para ela fico impressionado com o feito de Medusa, ela
conseguiu esconder o éter tão bem que se não fosse pela nossa afinidade
não teríamos encontrado.
A mãe dela era uma das sacerdotisas do templo de Atena, ela tinha
jurado sua lealdade a deusa e entregado a sua pureza a ela. Mas em um
fatídico dia um deus se interessou muito por ela, mesmo que ela não o
correspondesse por conta da sua devoção a deusa, ele não parou e não
aceitou um não como resposta. Ele tomou o que queria e em seguida a
abandonou usada e machucada. Ela foi em busca de sua deusa por ajuda e
misericórdia, mas Atena não a ouviu, ela a culpou e em seguida a
amaldiçoou.
A linda sacerdotisa se transformou em uma górgona monstruosa,
destinada a ter um filho ou filha a cada 20 anos e o devorar logo após seu
primeiro choro.
Mas o que os deuses do Olimpo não esperavam era que antes mesmo
daquele fatídico dia acontecer tecelãs do destino teciam uma profecia
poderosa que poderia destruir o Olimpo inteiro.
Elas teceram que depois de ser amaldiçoada por Atena, a sacerdotisa
iria roubar algo muito importante do Olimpo que nenhum dos deuses
notaria até que fosse tarde demais. A sacerdotisa roubaria o éter do Olimpo,
o elemento mais sagrado dos deuses onde toda a fé da humanidade é
depositada. E que esse éter seria inserido como a chama de vida do primeiro
bebê que a górgona tivesse que não chorasse, o primeiro que não se
assustasse com aquele monstro hediondo ganharia essa dádiva divina e o
destino desse bebê seria buscar vingança para a sua mãe, por tudo o que lhe
foi roubado.
E é aqui que entra essa linda mulher, eu conseguia sentir o éter pulsando
em suas veias, conseguia sentir ele me atraindo em sua direção e eu me
sentia caindo como uma abelha no mel.
Essa atração não acontecia com todos os Deuses, comigo e com meu
irmão era muito mais potente por causa da nossa afinidade com os
humanos, Eros é a representação do desejo e da paixão carnal e eu sou a
representação do pavor, do medo em sua forma mais pura e terrível. Somos
ligados aos humanos pois somos parte do seu cotidiano, todos os dias
milhares de pessoas sentem tesão e medo, em diferentes aspectos de suas
vidas.
Por isso sentimos essa conexão instantânea com ela, por isso fomos
atraídos para cá, não sei o que as tecelãs teceram para nosso destino, mas
estou curioso para descobrir.
Depois daquele primeiro contato na lanchonete nós observamos e
estudamos a rotina daquela humana por vários dias, aprendemos seus
gostos, seu nome, seus horários e seus locais preferidos.
Entrei em sua faculdade como educador e meu irmão como aluno, era
fácil manipular a mente dos humanos para que vissem documentos que
nunca estiveram lá, então tive que arrumar uma forma de tirar seu antigo
professor da matéria, ocupar aquela grade que ela estudava e encaixar meu
irmão nos mesmos horários e dormitório. Foi muito fácil me inserir em sua
vida, não via a hora de começar a brincar com ela.
UM DIA ANTES
Eu estava andando pelo corredor em direção a sala do diretor para me
apresentar como educador na reunião que ele marcou com algumas pessoas
importantes de seu conselho.
Até que senti aquele puxão novamente e de repente senti um corpo
pequeno batendo em alta velocidade em mim, assim que olhei para baixo
pude ver que era a minha Isabel e que alguma coisa estava acontecendo
com ela, seus olhos estavam inchados e lágrimas rolavam pelas suas
bochechas.
Ela tentou murmurar um pedido de desculpas e sair em disparada
novamente, mas fiquei preocupado em perder ela de vista sem saber o que
tinha acontecido com ela, então segurei seu braço e a interroguei para saber
como ela estava.
Ela tentou disfarçar, mas assim que uma porta se abriu no corredor ela
se encolheu contra mim e pude notar seus olhos se arregalando de medo,
olhei para ver o que tinha acontecido e pude ver o verme do Raul
Bittencourt saindo da sala mancando.
Isabel conseguiu se desvencilhar de mim e saiu correndo provavelmente
para seu dormitório, sei que ela não tem amigos próximos aqui e que é bem
solitária.
A fama daquele professor já tinha chegado em mim, ele costumava
seduzir jovens alunas com problemas em sua matéria, ele oferecia pontos
em troca de vídeos de sexo que ele postava na Internet sem o consentimento
delas.
A maioria dos professores e diretores acadêmicos daqui já estava ciente
da sua conduta, mas todos eram coniventes por conta do seu “apoio” mensal
a universidade.
Senti meu sangue esquentar e meu poder começando a vazar pelos meus
poros só de imaginar ele tentando fazer alguma coisa com Isabel, comecei a
me sentir dominado pelo meu poder, meu sangue clamava por vingança e
retaliação.
Liguei para Eros e mandei ele verificar a nossa menina, ele tinha o
mesmo senso de proteção com ela, acredito que seja por conta do éter que
nos puxa em sua direção. Depois de contar para ele o que eu acredito que
tenha acontecido e pedir para ele verificar ela, eu fui em direção ao corredor
onde o professor havia desaparecido.
Peguei o rastro do seu cheiro até o estacionamento do subsolo, esse
estacionamento era mais vazio por ser mais distante do prédio principal,
assim que entrei pude notar que poucas luzes estavam acesas, a maioria
estava queimada e percebi que pouquíssimos carros estavam estacionados,
conforme fui entrando cada vez mais fundo no estacionamento pude ouvir
grunhidos e gemidos vindos dele e quanto mais eu me aproximava mais
enojado eu ficava.
Ele estava escondido em um canto, atrás de um Lexus RX que apenas
com o seu salário de professor universitário ele não conseguiria comprar.
Cheguei por trás e sem fazer barulho e pude ver ele com o pau minúsculo
na mão, se acariciando enquanto olhava algumas fotos de Isabel, fotos
normais dentro da classe enquanto ela estudava.
“Você não perde por esperar, sua putinha!” – ele dizia enquanto ia
aumentando o ritmo da sua mão – “Eu vou te foder e então vou acabar com
você.”
Assim que aquela ameaça saiu de sua boca, eu passei a enxergar
vermelho. Fui em sua direção e o agarrei pelo pescoço suado, bati sua
cabeça com tudo contra a lateral do carro.
Pude ouvir uns guinchos como os de um porco vindo dele, mas não
aguentei mais segurar o meu poder, tudo que estava acumulado em mim se
envolveu nele, uma fumaça preta e espessa o devorava só deixando a sua
cabeça de fora, pude sentir todo o seu pavor me alimentar.
Ele tentou abrir a boca para gritar, mas assim que ele o fez a minha
fumaça entrou pela sua boca e o consumiu por dentro, a cada instante eu me
sentia mais e mais forte com o seu pavor.
Notei que ele já tinha se molhado e o soltei tremendo no chão, subi em
cima dele e descarreguei com os meus punhos todo o poder que juntei do
seu pavor, eu não enxergava nada, estava cego com a raiva, com sede de
vingança por Isabel e por todas as outras mulheres que ele machucou.
A cada soco que eu dava eu me lembrava do olhar amedrontado de
Isabel, me lembrava dela se encolhendo contra mim quando o viu e me
lembrava de todas as meninas sem rosto que ele expôs de uma maneira tão
suja.
Quando dei por mim ele já estava quase sem vida e eu completamente
encharcado de sangue, saquei meu estilete do bolso e cortei sua camisa fora
sem me importar com os cortes em sua pele também.
Ele gritava como uma menininha conforme eu o cortava e isso me
deixava cada vez mais alegre, pude sentir um sorriso maníaco se abrindo no
meu rosto enquanto eu fazia cortes e mais cortes em sua carne.
Escrevi a palavra “ESTUPRADOR” bem grande em seu peito e
estômago e deixei o celular dele aberto na pasta de vídeos que ele
colecionava das alunas.
Quebrei seus braços e pernas, mas infelizmente ele já estava
inconsciente e não deu um pio sequer, deixei ele estirado como um porco e
contei os segundos até que seu peito parou de se mover e o seu coração de
bater.
Tirei fotos de tudo para que as pessoas envolvidas com ele não
conseguissem ocultar nada disso e programei o post para uma hora antes da
sua aula do dia seguinte.
Liguei para Eros e pedi para que ele me encontrasse em nosso
apartamento perto do campus, sabia que pelo horário quase ninguém me
veria saindo de lá naquele estado, mas se visse nada que uma manipulação
mental não fosse resolver.
Sai daquele estacionamento vazio e fui em direção ao meu apartamento,
ele ficava a menos de cinco minutos de caminhada do campus.
Chegando lá tomei um banho para me livrar dos restos mortais daquele
porco nojento e aguardei o meu irmão chegar para que pudéssemos traçar o
nosso plano.
Eros chegou pouco tempo depois da minha ligação, ele estava com uma
cara de preocupação que me deixou nervoso.
“O que aconteceu?” – Eu questionei assim que ele se sentou no sofá.
“Ela estava chorando quando eu fui atrás dela no banheiro Deimos,
espero que você tenha feito aquele bastardo sofrer e que o tenha matado
porque se você não tiver feito isso, eu vou ter prazer em fazer.” – disse ele
com um sorriso perverso.
Me surpreendi com a sua reação, Eros não era um cara violento ou
brigão, ele era o deus da paixão e do desejo, ele fazia mais o tipo relaxa e
goza. Essa sua explosão de violência só me mostrou o quanto o éter estava
afetando ele.
Só presenciei duas brigas dele em milênios de existência, uma delas foi
justo com tio Zeus, o que acarretou naquela cicatriz feia que ele tem no
rosto e tudo isso pelo motivo mais idiota do mundo, os dois conseguiam
estressar o Olimpo inteiro quando queriam.
Bufei com a lembrança, mas fiquei preocupado pois mesmo ele sendo o
mais tranquilo de nós dois, quando ele estourava ele perdia totalmente a
noção, a ira o dominava de uma maneira que ele me lembrava muito o
nosso pai Ares, ele ficava cego pelo ódio e não media as consequências de
nada, só pensava em destruição.
“Eu acabei com ele até que ele se mijasse de tanto medo. Pelo visto ele
só era corajoso com mulheres menores e mais novas que ele.” – Eu disse
com desgosto.
“Esse filho da puta.” – Meu irmão rosnou.
“Agora sobre Isabel...” – Eu comecei – “Nós temos que levá-la o mais
rápido possível para o Olimpo para que assim os deuses consigam tirar o
éter de dentro dela.”
“Vamos ter que sequestra-la, não tem outro jeito de levar ela.” – ele
disse com um suspiro pesado.
“Será que ela ao menos sabe das suas origens? Sabe da sua história?” –
eu me questionei em voz alta.
“Não sei, mas vou tentar descobrir, tenho minhas manhas para
conseguir isso.” – Disse Eros com um sorriso pervertido.
“Nada de foder com ela Eros, tem várias mulheres no campus para
você!” – Eu digo sério para cortar qualquer ideia que ele possa estar tendo.
Ele abriu um sorriso mais largo e piscou um olho pra mim enquanto se
levantava e ia em direção a geladeira – “Claro, pode deixar...”
O seu tom de deboche não passou despercebido por mim, mas eu tinha
coisas mais importantes a tratar com ele.
Voltei ao assunto do plano e começamos a discutir as melhores formas
de conseguir realiza-lo, por fim ficou acordado que iríamos nos aproximar
dela para que ficasse mais fácil depois que a sequestrássemos. O trajeto até
o portal para o Olimpo é longo e não podemos levar ela desacordada por
todo esse tempo, nosso poder pode afeta-la fisicamente se usado por muito
tempo.
Logo em seguida meu irmão foi embora para o campus e eu fui para a
minha diversão noturna na Terra, maratonas de filmes e séries Trash[JC1]
de terror.
Relaxo no sofá e ligo a TV para mais uma noite disso até cair no sono.
Mas quando estou quase dormindo o rosto de Isabel aparece na minha
mente como uma maldição e eu começo a divagar a seu respeito, sinto meu
pau endurecendo só de imaginar os seus longos cabelos ao redor do meu
punho enquanto eu soco com força o meu pau na sua boceta.
Posso imaginar como ela gemeria e ofegaria toda vez que eu me
enterrasse até as bolas dentro dela, passo a mão pelo meu pau e só de
imaginar isso eu noto que ele está duro como pedra, sinto as veias se
destacando e o quão grosso ele parece, aperto meu punho ao seu redor e
sinto minhas bolas doerem de vontade, mas não consigo me aliviar sozinho,
eu preciso da porra da boceta dela na minha frente como se fosse um
banquete só pra mim.
Penso em ligar pra um dos vários contatos que consegui de diversas
mulheres desde que cheguei, mas nada parece chegar aos pés da vontade
que eu estou de Isabel...
Essa mulher vai ficar no meu sistema enquanto eu não tirar o éter dela,
sinto ele me puxando pra ela o tempo inteiro, sei que amanhã vai ser um dia
difícil, pois terei que resistir por muito mais tempo.
Minha mão coça só de imaginar estar com ela e não poder toca-la...
Porra, esse éter vai me deixar maluco, preciso tirar essa mulher do meu
sistema ou essa viagem para o Olimpo vai ser um inferno do caralho tanto
pra mim quanto para o meu irmão.
Sei que para ele está sendo bem difícil também, ainda mais morando
apenas alguns quartos de distância dela...
Dou um suspiro e decido tomar um banho de água gelada para esfriar
meu corpo e poder dormir sem ficar com as bolas roxas no dia seguinte.
HORAS DEPOIS
Assim que entrei na sala pude notar um suspiro coletivo e várias
risadinhas femininas, me apresentei e comecei a aula como eu imagino que
um professor de verdade faria.
Ou pelo menos eu tentei começar a aula, uma das alunas que
praticamente me comiam com os olhos me jogou a cantada mais tosca que
eu já ouvi. Não deixei transparecer nenhuma reação e fingi não notar a sua
malícia, fiz uma pergunta a ela que eu já imaginava que ela não soubesse e
então passei para a classe na expectativa de saber se Isabel saberia alguma
coisa sobre as suas origens.
Fiquei surpreso ao ver que ela conhecia o assunto e pude notar um rubor
em suas bochechas enquanto falava.
Um tempo depois a mensagem que eu tinha selecionado para
compartilhar com todos os alunos chegou e todos os celulares da sala
começaram a apitar, inclusive o meu.
Peguei o meu celular e fingi olhar o que todos estavam vendo, mas na
realidade compartilhei uma mensagem direta com Isabel para que ela
soubesse que tinha alguém aqui cuidando dela e que ela não estava sozinha.
Fiquei olhando para ela para poder ver a sua reação, mas não esperava
que ela fosse olhar diretamente para mim, como se já soubesse quem tinha
mandado aquilo para ela.
Fiquei olhando fixamente naquele lago verde até que ela quebrou o
contato e saiu correndo da sala, tive vontade de segui-la no mesmo instante,
mas não poderia abandonar o papel que estava desempenhando aqui.
Acenei para Eros e ele saiu em disparada chamando ela pelo seu nome.
Depois de alguns minutos eu não consegui me aquietar na sala e como
todos ainda estavam em alvoroço pela mensagem eu aproveitei e fui atrás
dela também.
Não muito longe da porta da sala lá estava ela com um sorrisinho no
rosto, parada no corredor com meu irmão em cima dela, com menos de um
palmo de distância entre os dois, confesso que senti vontade de participar e
me aproximei lentamente.
Meu irmão me deu espaço e pude substituí-lo ficando cara a cara com
Isabel, para qualquer pessoa que passasse ali naquele momento isso seria
muito inadequado, mas ficar perto dela me deixava inconsequente e não me
importei com as consequências dos meus atos.
Sua boca implorava para que eu a beijasse, mas eu consegui me conter e
me ater apenas ao importante no momento, saber como ela estava.
Depois de garantir que estava tudo bem com ela eu a mandei entrar com
o meu irmão e voltei para dispensar os alunos, pois não tinha como dar
continuidade com todo aquele alvoroço, muitos foram para a enfermaria
pois não estavam se sentindo bem.
Depois que todos saíram da sala eu fui me preparar para ir embora, pois
não tinha pegado outra turma além da dela, não havia necessidade para isso.
Mas recebi um chamado do meu irmão me dizendo que Isabel estava
sendo interrogada e apontada como suspeita pois tinha sido a última pessoa
vista com o professor.
Eu simplesmente não pensei, meu instinto de proteção entrou em ação e
eu fui em direção a sala onde ela estava, eu praticamente a invadi e só parei
para cumprimentar os oficiais e a advogada antes de dizer que eu era o álibi
de Isabel e me colocar totalmente na mira.
Depois disso fui orientado a aguardar do lado de fora enquanto eram
feitas perguntas padrões para ela.
Assim que ela saiu eu pude entrar e apenas usei o meu poder de
manipulação para que todos pensassem que foi uma vingança de algum
namorado dessas alunas ou de algum pai e que eles deveriam investigar o
corpo docente.
Foi mole demais, depois disso fui para o meu apartamento e pude
pensar sobre o dia se hoje.
O éter está ficando cada vez mais forte e me fazendo tomar atitudes
impulsivas que eu não tomaria normalmente, eu preciso tirar ela do meu
sistema o quanto antes.
Ligo para o meu irmão e peço para ele me encontrar no meu
apartamento novamente, hoje temos uma nova coisa para entrar em acordo.
ISABEL

Mais um sábado trabalhando nesse inferno.


Eu trabalho durante os fins de semana e feriados no café local, o ponto
onde todos os alunos do campus se reúnem em todo maldito fim de semana.
Sempre escuto todo tipo de cantada aqui, eu sou uma mulher bonita e
meu cabelo ruivo chama muita atenção por onde passo, sempre escuto
coisas do tipo “A cortina de cima é da mesma cor que a debaixo?” seguidas
por risadas do grupinho que perguntou isso.
Você pensaria que esses alunos teriam uma atitude mais madura por
serem estudantes de Direito e por saberem que com menos que isso eu
poderia processa-los, mas não é segredo para ninguém aqui que eu sou uma
fodida.
A vontade de dar uma resposta me corrói, mas eu apenas engulo em
seco e vou atender a próxima mesa com um sorriso enorme no rosto, eu
preciso muito dessa renda do fim de semana, pois todos o dinheiro que eu
juntei para vir para cá não vai durar pra sempre.
Termino de anotar os pedidos da mesa quatro e levo para a cozinha, mas
quando eu volto percebo que mais uma mesa da minha sessão está ocupada.
Os irmãos Guerra estão sentados lá e olhando diretamente para mim,
Eros me dá um sorrisinho de canto e acena com a cabeça quando chego em
sua mesa.
“Boa tarde pequena.” – Ele diz enquanto pisca um olho para mim, hoje
ele está usando uma camisa apertada que exibe os seus bíceps enormes e
que também da pra ver o inicio de uma tatuagem que sai pela gola da
camisa, parece como a ponta do ferrão de um escorpião.
“Boa tarde linda” – Disse o professor Deimos enquanto mordia os
lábios me olhando, ele estava com uma camisa sem mangas e pela primeira
vez eu pude ver o quão musculoso e tatuado ele era, todo aquele terno não
era capaz de esconder que ele provavelmente era super malhado, mas sem o
terno eu pude ter a certeza que ele era muito mais do que eu imaginava.
Olhei de irmão para o outro e minha mente começou a ir para lugares
muito impróprios com eles me cercando e dizendo várias coisas safadas no
pé do meu ouvido.
Senti minha calcinha ficando molhada e ouvi os dois inspirando
profundamente, quando olhei em seus rostos pude ver apenas olhares de
fome e isso me deixou mais quente ainda.
“O que tem pra comer hoje linda?” – Disse o professor em um tom
provocador.
Mordi meu lábio e respondi com um sorrisinho – “Boa tarde, eu
recomendo o especial da casa.”
“Estou salivando só de pensar em comer esse especial, pequena.” – Eros
respondeu enquanto me olhava de cima a baixo.
“Mais alguma coisa?” – Perguntei sorrindo.
“Só se você estiver inclusa no cardápio...” – Eros disse com um
sorrisinho de canto.
“Então você vai ter que se contentar só com o especial mesmo.” - Dei
um sorriso e anotei seus pedidos.
Saí sem me despedir e com as bochechas em chamas, fui em direção a
cozinha, entreguei o pedido deles ao chef e avisei que sairia para o meu
intervalo.
Tirei o meu avental e fui em direção a saída traseira.
Do lado de fora pude ter noção de tudo o que aconteceu, EU
LITERALMENTE FLERTEI COM DOIS IRMÃOS, em toda a minha vida
eu nunca nem fiquei com primos, imagina irmãos?! E UM DELES É A
PORRA MEU PROFESSOR E O OUTRO COLEGA DE CLASSE! PUTA
QUE PARIU!! Eu estava eufórica só de lembrar da forma como eles
estavam me comendo com os olhos, como se mal conseguissem se
controlar.
Me dei um tapa mental e soltei um longo suspiro, só de pensar na
confusão que eu estava me metendo eu ficava nervosa, mas se caso
evoluísse pra alguma coisa, não iria passar de sexo casual, não estou a
procura de nenhum relacionamento e não sei se sou capaz de me envolver
sentimentalmente com alguém, sinto que essa parte de mim é quebrada.
E eu nem sei se vai rolar alguma coisa, estou igual aquelas personagens
dos livros que ficam inventando fanfics em suas cabeças para tornar as suas
vidas menos tediosas.
Depois de um tempinho me preparei para voltar, mas assim que
coloquei minha mão na maçaneta da porta eu senti mãos enormes se
envolvendo ao redor da minha cintura e então eu fui puxada em direção a
um peito enorme, soltei um suspiro trêmulo e quando olhei para cima pude
ver Eros me abraçando por trás e quando olhei para frente novamente seu
irmão estava parado a poucos centímetros de mim.
Ele puxou meu rosto em sua direção e me segurou a milímetros da sua
boca, eu era capaz de sentir o seu hálito mentolado no meu rosto.
“Porque você foi embora daquele jeito, amor?” – Deimos perguntou
enquanto seu olhar ia dos meus lábios para os meus olhos.
“Eu precisava tirar o meu intervalo...” – Eu disse com uma voz
estrangulada enquanto sentia as mãos de Eros apertando a minha cintura e
me puxando contra uma coisa dura que eu sentia cutucar as minhas costas.
Deimos apoiou o dedão nos meus lábio e desenhou o seu formato com
ele e então encostou a sua boca no meu ouvido
“Que bom amor, pensei que estivesse tentando fugir de nós, mas você é
mais esperta que isso, certo? Apenas um aviso, você agora é nossa e se você
pensar que pode ou que vai conseguir fugir de mim, saiba que eu adoro
perseguir e punir meninas más.” – Disse Deimos em um sussurro, antes de
agarrar meu lóbulo da orelha em sua boca e chupar, arrancando um pequeno
gemido de mim.
Mas tão rápido quanto eles apareceram, eles também se foram, porém
antes de sair Eros olhou pra mim e repetiu as palavras de seu irmão. –
“Você é só nossa pequena, não se esqueça disso.” – Então ele se virou e foi
embora também.
Fiquei alguns minutos desorientada e sem entender que porra estava
acontecendo ali.
Em um momento eu estava pensando que era tudo apenas coisa da
minha cabeça e no segundo seguinte eles estavam aqui me agarrando e
fazendo promessas sujas que eu torço para que realizem.
Que porra está acontecendo comigo?
Levo um susto quando a porta atrás de mim se abre e o meu gerente
aparece de cara feia, imediatamente percebo que demorei tempo demais no
meu intervalo e corro depressa para dentro.
Quando retorno percebo que eles já foram embora e que deixaram uma
gorjeta gorda pra mim, guardo o dinheiro e volto ao serviço.
O resto do dia se passa em um borrão e eu nem percebo que está na
minha hora de ir embora, até que Nilla, a minha colega de turno me
pergunta se estou dobrando hoje.
Como não fiz nenhum acordo com o gerente cada minuto extra que eu
ficava trabalhando era de graça, agradeci Nilla pelo toque e fui terminar de
limpar minhas mesas desocupadas para ir embora.
O trajeto de volta para o campus é bem tranquilo e rápido, mesmo que
já seja um pouco tarde ainda tem bastante movimento nas ruas.
Chego ao meu dormitório e faço a minha rotina de todas as noites que
consiste em tomar banho, pentear o cabelo e ler até cair no sono.
No dia seguinte acontece a mesma coisa, eu vou trabalhar e escuto
gracinhas o dia inteiro, mas diferente de ontem eu não recebo a visita de
nenhum dos irmãos para alegrar um pouco o meu dia.
Hoje eu peguei o horário dobrado, então quando eu saio já se passa das
duas da manhã, mas ainda assim consigo voltar normalmente para casa pois
aqui é uma cidade pequena e bem tranquila.
Chego em casa sem nenhum problema, faço novamente a mesma rotina
de todas as noites e leio até cair no sono.
EROS

Estamos completamente fodidos, não sei nem como começar a contar


para Deimos o que eu suspeito que esteja acontecendo, tenho certeza que
ele não vai aceitar bem.
Porra, eu sou o deus do prazer e do desejo carnal, eu sei quando os
sentimentos são mais do que apenas tesão.
Eu sei que o que estamos sentindo com relação a Isabel vai muito além
do tesão ou do éter, mas meu irmão não está pronto para aceitar isso.
Poucos deuses conseguiram achar o seu par e o nosso par não pode ser o
mesmo ou o que está destinado a acabar com o equilíbrio do Olimpo.
Isso é fodidamente impossível, mas assim que eu olho para o lado e
vejo o lindo rosto dela concentrado enquanto ela aprende alguma besteira
que nunca vai usar, eu sinto o meu coração bater mais rápido, sinto aquilo
que meu irmão descreve como um puxão para o éter, mas eu sei que não é a
porra do éter.
Em todos os milênios que estou vivo eu não me senti compelido pelo
éter como eu estou agora por essa mulher, nunca foi tão forte ou tão intenso
o sentimento de proteção que eu sinto.
Eu não quero acreditar, mas eu tenho quase certeza que eu achei a
minha companheira de alma e que ela é a mesma que a do meu irmão... Isso
é fodido pra caralho.
Sinto alguém me cutucando enquanto estou perdido em pensamentos e
quando olho para o lado vejo que Isabel me fez alguma pergunta que eu não
escutei.
“O que?” – Pergunto com um sorriso para ela.
“Você não vai vir? A aula já acabou.” – Ela questiona com o cenho
franzido.
Nem percebi que já tinha se passado tanto tempo, solto um suspiro e
dou um sorriso de canto para ela.
“Eu tenho uma ideia muito melhor, pequena.” – Eu digo enquanto me
levanto e vou em direção a ela.
Deimos acredita que transando com ela o seu instinto de proteção vai
diminuir, ele acredita que o “éter” vai parar de chamar ele em direção a ela.
Eu tentei argumentar e explicar o que estava acontecendo, mas ele não
quis me ouvir, ele é extremamente teimoso e quando põe uma coisa na
cabeça é um inferno tentar mudar o pensamento dele.
Puxo ela contra mim e ela solta um suspiro abafado, passo meus dedos
pela sua bochecha e percebo que ela está olhando fixamente para a minha
boca, lambo meus lábios e noto sua pupila se dilatando, sinto o cheiro da
sua excitação dominando o ar.
“Mas e o seu irmão?” – ela pergunta com desejo.
“Que gulosa amor, já já ele vem se juntar a gente.” – Eu solto uma
risada da expressão que ela faz e vou em direção a sua boca.
Começo mordiscando seus lábios e dando pequenos selinhos, sinto sua
boca se abrindo pra mim e a devoro como se ela fosse o único copo de água
em um deserto escaldante.
Aperto minhas mãos em volta da cintura dela e a levanto como se ela
não pesasse nada, ela imediatamente enrola as pernas ao redor do meu
quadril e posso sentir a sua boceta quente abraçando o meu pau.
Ela solta um pequeno gemido enquanto eu aperto as suas nádegas e dou
um tapa de leve.
Posso ouvir meu irmão se movimentando pela sala, ouço um barulho de
tranca e sei que ele trancou a sala para que ninguém entre de supetão.
Ele vem em nossa direção e eu me viro com ela em meu colo para que
ele se posicione atrás dela, assim que ele enrola suas mãos ao redor da
cintura dela posso sentir um leve tremor passando pelo seu corpo.
Ele cola a sua boca no pescoço dela enquanto eu continuo devorando
sua boca, ela começa a se contorcer e se esfregar mais ainda no meu pau,
solto um gemido abafado pela sua boca enquanto começo a bater meus
quadris contra a sua boceta.
Com ela se esfregando assim em mim, eu me sinto como um moleque
prestes a estourar dentro das próprias calças, mas que porra!
Deixo a boca dela vermelha e inchada, então aceno para o meu irmão e
vou em direção a sua mesa, ele compreende na hora o que quero dizer e se
afasta dela.
“Não parem agora.” – Ela diz com uma voz rouca de tesão.
Eu e o meu irmão rimos e enquanto eu caminho com ela em direção a
mesa e a coloco deitada nela.
Ela parece entender as nossas intenções porque solta um - “Oh.” – e
abre um sorriso travesso para nós dois.
“Finalmente vou devorar a sua boceta, amor. Você não sabe o quanto eu
me toquei pensando nessa sua boceta apertada.” – Deimos diz e posso ver o
volume que se forma na frente da sua calça.
Assim que meu irmão disse isso Isabel abaixou uma das mãos, então ela
levantou a saia de colegial que estava usando, puxou a calcinha de lado e
passou os dedos no clitóris para brincar com ele.
Soltando um gemido ela diz – “Eu acordo molhada todos os dias por
causa dos sonhos que ando tendo com vocês, só de pensar nas coisas que eu
sonho...” – ela se interrompeu com um gemido enquanto afundava um dedo
em sua buceta molhada, eu não pude mais aguentar só olhar para ela.
Me ajoelhei na sua frente e então trilhei um caminho de beijos do seu
joelho até a coxa, pude ouvir ela ofegante e quando olhei para cima meu
irmão estava devorando a sua boca e apertando seus seios que pareciam
caber perfeitamente em nossas mãos.
Pude sentir suas mão indo em direção ao meu cabelo curto, não perdi
tempo e dei uma longa lambida em sua buceta. O gemido longo e abafado
que Isabel deu me disse o quanto ela tinha gostado. Minhas mãos apertaram
suas coxas e eu caí de boca, chupando incansavelmente seu clitóris, meu
dedo penetrando sua entrada. Suas mãos ficaram ainda mais frenéticas no
meu cabelo com cada lambida, chupada, beijo e cada a investida do meu
dedo.
Ela estava se contorcendo tanto embaixo de mim que estava difícil para
eu me segurar e não penetrar a sua linda boceta logo, ela gemia meu nome e
o do meu irmão como se fossem orações.
Sua respiração começou a ficar falha e as coxas começaram a ficar
tensas em volta da minha cabeça, pouco tempo depois um grito rasgou ela
enquanto eu continuava a tortura-la com a minha língua, pude sentir ela
tremendo e tentando fechar as pernas para me afastar, mas assim que eu
senti o gosto do seu gozo na minha língua, eu me tornei um viciado.
Com muito custo eu liberei a sua boceta, mas não antes de dar uma
longa e lenta lambida nela inteira, fazendo com que Isabel tremesse ainda
mais.
Quando levantei a cabeça para ela pude ver um sorriso saciado em seus
lábios, nesse momento eu já tinha perdido todo o controle do meu poder, eu
era capaz de ver uma pequena névoa branca cercando toda a sala e torci
para que não tivesse se espalhado para além dela.
“Eu quero que vocês gozem na minha boca também “ – ela disse
enquanto lambia os lábios olhando do meu pau para o do meu irmão.
“Mas antes você vai ter que gozar na minha, quero sentir essa sua
boceta apertada contra a minha língua, amor.” – Deimos disse enquanto
trocávamos de lugar.
Assim que ele se ajoelhou na sua frente Isabel agarrou meu pau por
cima da calça e começou a bombear pra cima e para baixo.
“Não é justo você me fazer gozar nas calças pequena.” – eu disse com
dificuldade para fazer a minha voz sair.
Ela me deu um sorriso travesso enquanto abria meu zíper e puxava o
meu pau para fora, pude notar seus olhos se arregalando ao ver o meu
tamanho e a língua passando pelos seus lábios com a vontade que ela estava
de me chupar.
Ela começou me provocando, passando a língua por todo o meu eixo e
parando a boca bem antes de chegar na minha cabeça, pude ver o pré sêmen
se acumulando enquanto ela brincava comigo.
Meu irmão fez alguma coisa com ela que a fez gemer alto e envolver a
boca ao redor da minha cabeça, pude sentir todos os seus gemidos
reverberando pelo meu pau.
Eu já estava tão duro que tive que me distrair um pouco para não gozar
tão rápido e antes do tempo.
Enrolei seus longos cabelos no meu punho e comecei a controlar o
ritmo que ela me chupava, eu estava tomando cuidado para não machucá-la
por ser muito grande, mas depois de algumas estocadas ela me pediu por
mais.
Enrolei as duas mãos no seu cabelo e comecei a foder a sua boca com
vontade, os sons molhados que ela fazia me deixavam mais e mais excitado.
Ela soltou um longo gemido enquanto gozava e pude sentir ele todo
pelo meu pau, quando olhei para ver o que meu irmão estava fazendo, pude
ver ele se acomodando na entrada dela e então se enfiando dentro dela em
um só golpe.
Ela gritou em torno do meu pau e a visão deles fodendo só me deixou
mais animado, comecei a foder tão rápido a sua boca que eu pude ver
lágrimas rolando pelo seu rosto.
Desacelerei e olhei para ela com uma pergunta nos olhos e quando ela
negou com a cabeça eu me perdi em sensações, eu não enxergava mais
nada, só conseguia sentir e ouvir enquanto a fodia.
ISABEL

Eu sentia como se não fosse aguentar, não esperava que nada disso fosse
acontecer quando chamei Eros para ir embora, pude notar ele distraído
durante a aula inteira e percebi que ele não tinha se levantado na hora de ir
embora, mas assim que falei com ele pude notar a sua expressão mudando
de distraída para uma cara de fome.
Quando dei por mim eu estava aqui nessa mesa sendo fodida pelos dois,
Eros fazendo a minha boca de boceta e Deimos comendo a minha boceta
como se fosse a coisa mais gostosa do mundo.
Deimos empurrou mais uma vez me tirando do meu estupor, sua boca se
abrindo enquanto ele dizia várias coisas quentes que meu cérebro estava
lento demais para conseguir processar. Então, novamente, outro impulso
profundo, puxando quase todo o caminho antes de empurrar com raiva de
volta.
Eu gemia sem parar em volta do pau de Eros e podia sentir que ele
estava quase no limite, ele fodia minha boca tão rápido e tão forte que
lágrimas escorriam dos meus olhos e eu sentia como se fosse vomitar, mas
sempre que o refluxo vinha, ele me dava tempo para respirar e então voltar
ao ataque brutal do seu pau na minha garganta.
“Era isso que você queria amor, seu professor e o irmão dele te fodendo
forte até o limite?” – Deimos perguntou enquanto me fodia mais rápido e
mais forte, podia sentir como se ele estivesse batendo contra meu útero.
Sei que amanhã andar vai ser uma coisa difícil pra mim, eles eram
enormes, não sei como eu estava conseguindo levar os dois tão bem assim,
já consigo sentir a ressaca moral pelo que eu fiz vindo, mas nesse momento
não consigo me importar.
Eu gemia seus nomes sem parar até que pude sentir o primeiro jato
batendo no fundo da minha garganta, com gemido alto e longo pude ver
todo o corpo de Eros tremendo enquanto ele gozava na minha garganta e na
minha boca, engoli tudo com um sorriso safado no rosto que logo se desfez
em um gemido pois Deimos aproveitou esse momento para me colocar de
quatro e então me penetrou tão fundo que eu gritei o seu nome para que
todos pudessem ouvir o que ele estava fazendo comigo, não me importava
mais com mais nada.
Ele era brutal e incansável, eu me sentia tão escorregadia e os barulhos
molhados eram tão altos que apenas esses sons estavam me excitando.
Olhei para cima e vi que Eros nos olhava com uma fome enorme, pude
notar o seu pau endurecendo novamente e isso foi o meu fim, ser assistida
enquanto me comiam acabou comigo, gozei tão forte que por um momento
a minha visão ficou toda preta, fiquei mole nos braços de Deimos e apenas
o seu aperto conseguia me manter de quatro.
Mal percebi quando ele gozou fundo na minha boceta, mas percebi que
ele gritou o meu nome, quando se retirou pude sentir seus dedos passando
sobre o meu clitóris sensível e pegando cada gota do seu sêmen que
escorreu, então senti seus dedos entrando dentro de mim e colocando tudo
lá dentro novamente, me marcando como sua.
Desabei em cima da mesa de exaustão, mas logo senti um tapinha na
minha bunda, quando olhei para trás Eros estava atrás de mim.
“Por mais que eu adore olhar para essa sua bocetinha pingando, acho
melhor que você levante antes que o próximo professor entre, pequena.” –
ele disse pontuando com outro tapinha na minha bunda.
“Aí, eu já estou levantando.” – eu reclamei de brincadeira.
“Não consigo resistir a essa bundinha rosada.” – ele disse com um
suspiro enquanto se virava em direção ao seu irmão.
Levantei da mesa e me arrumei o máximo que pude. Queria ter um
espelho para poder olhar o meu cabelo, mas como não tinha nenhum na sala
fiz o melhor que pude prendendo tudo em um coque alto.
Fui andando em direção a porta, mas notei que alguma coisa estava
faltando e tentei imaginar o que poderia ser.
“Não está esquecendo de nada não?” – Quando me virei vi que Deimos
estava segurando a minha calcinha rosa, pude sentir meu pescoço e minhas
bochechas queimando, sei que eu deveria estar igual a um pimentão nesse
momento.
Fui em sua direção, mas antes que eu pudesse pegar Eros veio correndo
e tomou da mão do seu irmão.
“Isso fica comigo, obrigada.” – ele disse piscando um olho pra mim.
“Mas...” – comecei a argumentar, mas ele me interrompeu.
“Vamos fazer assim, baby. Amanhã você vem com uma vermelha e a
gente faz uma troca, pode ser ? A cada dia que eu te foder você me dá uma
calcinha sua, gosto de ver você andando e imaginar o que está por baixo.” –
ele disse enquanto ia em direção a porta.
Seu irmão soltou uma gargalhada alta e balançou a cabeça.
“Até amanhã, amor.” – Ele disse como uma promessa e saiu da sala.
Assim que a porta se fechou eu me lembrei de dizer que não iria passar
de hoje, porra! Mas amanhã isso vai ser a primeira coisa que eu vou dizer,
pode ter certeza.
Não quero me envolver com ninguém, ainda mais com esses dois. Com
certeza eles devem ter uma fila de mulheres para transar até se cansarem, eu
não vou ser mais uma.
Olho ao redor e vejo a bagunça que fizemos, todas as coisas que
estavam em cima da mesa estão quebradas e espalhadas pelo chão, dou um
suspiro e me mando dali antes que alguém me pegue no flagra.
DEIMOS

Mesmo horas depois de foder Isabel eu não consigo esquecer ela, eu


tinha certeza que era só fazer isso para conseguir tirar ela do meu sistema,
mas só de me lembrar da sua pele pálida e dos seus cabelos ruivos
espalhados por aquela mesa de madeira eu sinto meu pau endurecendo.
Estou o dia inteiro com esse mesmo problema, não posso pensar
naquela mulher que meu pau ganha vida, parece que agora ela está mais
impregnada na minha pele do que nunca.
Eros tentou me avisar sobre isso, mas nem dei ouvidos ao que ele queria
dizer, na real não prestei atenção em nada do que ele falou.
Solto um suspiro enquanto passo a mão pelos meus cabelos, não sei
mais o que eu estou fazendo, não sei o que está acontecendo, a única coisa
que eu sei é que preciso estar dentro dela novamente.
Levanto para tomar um banho gelado e esfriar o sangue, em seguida
sento no meu sofá de couro, como de costume, ligo a televisão na minha
programação favorita e em algum momento apago.
Acordo com uma dor no pescoço por ter dormido no sofá novamente e
me alongo para começar mais um dia.
Depois de mais uma aula longa pra caralho observo os alunos irem
embora e o fluxo dentro da sala diminuindo, pude notar Isabel e Eros
conversando, notei que ele fazia uma careta de desconforto enquanto
coçava a cabeça.
Fiquei curioso para saber o que ela estava dizendo para deixar o deus do
prazer com vergonha, mas continuei na frente da classe me despedindo dos
alunos.
Assim que todos saíram eu repeti o mesmo processo de trancar a sala
que fiz ontem, não via a hora de afundar o meu pau naquela boceta quente e
apertada.
Fui andando em direção a Isabel e Eros, mas antes que eu pudesse dizer
alguma coisa Isabel me interrompeu.
“Isso acaba hoje, não quero que nada daquilo de ontem se repita
novamente, foi muito bom, mas não passou de um sexo casual. Acabou.”
Ela disse isso tudo e se virou para sair da sala, como se não estivesse
falando com a porra de dois deuses, mas sim moleques.
Fui em sua direção, puxei contra mim e então sussurrei no seu ouvido.
“Espera aí amor, você vai tentar me dizer que esses bicos duros que
estão marcando a sua blusa não são de vontade de gozar como você gozou
ontem? Que esse cheiro de excitação não está vindo da sua doce boceta
molhada por nós? Que você não se tocou antes de dormir lembrando de
como fodemos você como nenhum outro homem fez?” – Eu questionei
enquanto dava pequenos beijos no pescoço dela.
Pude sentir ela prendendo a respiração com cada pergunta que eu fazia,
seu rosto é pescoço ficando vermelhos como um pimentão e eu tinha quase
certeza que era capaz de ouvir as gotas de excitação que caiam de sua
boceta molhada.
Porra, eu precisava chupar essa mulher novamente, sentir o gosto doce
do seu gozo na minha língua e marcar ela como minha com meu sêmen.
Porra... Eu estou fodido da cabeça!
“Vai negar alguma dessas coisas amor ou só vai ficar pingando por nós
enquanto debate se vai se render ao prazer ou não?” – Eros questionou
enquanto a olhava com uma sobrancelha arqueada em deboche.
“Só pra deixar claro, essa vai ser literalmente a última vez!” – Ela disse
enquanto desabotoava a blusa e se virava em nossa direção.
Meu sorriso cresceu sabendo que isso só iria se repetir durante a semana
inteira.
E foi exatamente o que aconteceu, fodemos Isabel durante a semana
inteira, eu nunca iria me cansar daquela boceta, nem daquele gostinho, nós
não conversamos muito além de coisas banais pois Isabel sempre declarava
que não queria nada além de sexo casual, sem envolver sentimentos.
Como se eu fosse querer algo diferente também, ela era apenas um meio
para um fim, mas ainda sim as suas palavras me incomodaram lá no fundo.
Não dei importância e continuei levando a semana com ela dessa forma.
Ela, eu e meu irmão formamos um trio excepcional, meu pau se contrai só
de lembrar dos sons engasgados que ela faz com o pau do meu irmão na
garganta enquanto eu a fodo forte.
A vontade de ter ela aqui no meu apartamento agora me consome, mas
eu e Eros temos os tramites finais do nosso plano para discutir, é amanhã
que vamos sequestra-la para levá-la ao Olimpo.
Só de pensar em deixar ela com os 12 deuses soberanos meu estômago
se contrai, eles são loucos pra caralho e não tem quase nenhuma afinidade
com os humanos, tem milênios que eles não descem para a Terra pois não
gostam dos seres humanos, mesmo que dependam da fé deles para se
alimentarem.
Não sei o que está acontecendo, mas alguma coisa está me preocupando
em relação a isso, quando eu comecei nessa missão eu não me importava
com o que fosse acontecer a ela, mas agora...
Agora só consigo imaginar a sua carinha de decepção e traição quando
ela acordar e descobrir que está presa em um carro conosco indo em direção
a um lugar que ela não conhece e nunca viu...
Ouço alguém chamando meu nome e aos poucos volto para a realidade
para ver meu irmão estalando os dedos na frente do meu rosto.
“Que porra Deimos ?” – Ele pergunta com irritação – “Pare de pensar
com o seu pau porra, eu que sou o deus do sexo aqui, se esqueceu?”
Reviro os olhos para o seu comentário idiota e levanto indo em direção
a cozinha.
“O melhor jeito é pegar ela depois do turno duplo dela, ela vai estar
distraída voltando para casa e não vai ter tempo para reagir, nem sabemos
se ela tem algum poder de verdade.” – Eu digo enquanto encho um copo de
água, não tenho uma real necessidade de beber água ou me alimentar, mas
acabou virando um costume por estar aqui na Terra.
“Sim, conseguimos apagar ela e dar o fora dessa cidade a tempo, mas o
que me preocupa é o que eles irão fazer com ela lá...” – Eros diz enquanto
vai em direção a janela.
Ele suspira e então se vira pra mim.
“E se... E se eles só conseguirem tirar o éter dela matando ela? Porra
irmão, eu não sei se vou conseguir aceitar isso. Eu sei que não vou
conseguir!” – Ele disse enquanto andava pra lá e pra cá ansioso.
“Você sabe que não podemos interferir na decisão deles, porra Eros, eles
são a porra dos 12 cara...” – eu disse com um suspiro, mas sei que também
não irei aceitar essa decisão.
“Somos eu e você contra o mundo porra, não podemos deixar isso
acontecer Deimos, ela vai se meter nisso tudo por nossa causa!”
“Eles não vão chegar a esse ponto cara.” – Eu digo.
“Mas se chegarem eles não se importarão de fazer isso, capaz deles
fazerem só para se vingarem de Medusa cara!” – Ele disse enquanto parava
bem na minha frente.
“Não vamos deixar isso acontecer, vamos passar por cima de quem for
preciso Eros.” – Eu disse por fim.
Depois que eu concordei com Eros pude sentir que ele se acalmou, não
sei como poderíamos impedir os 12 de fazerem o que quiserem, mas eu
com certeza iria tentar.
Depois de mais um tempo conversando e marcando os horário Eros se
despede de mim e volta para o dormitório do campus.
Amanhã vai ser a porra de um longo dia, eu penso enquanto vou em
direção ao chuveiro para tomar um banho gelado.
ISABEL
Mais um domingo e mais um turno dobrado, o dia de ontem foi
extremamente cansativo e corrido, mal tive tempo para voltar para o meu
precioso Nino Falcone, confesso que sou apaixonada nesse homem, pena
que ele só existe em Dark Romances.
Solto um suspiro cansado enquanto corro para limpar mais uma mesa
antes que cheguem novos clientes, mas enquanto estou focada na limpeza
escuto alguém chamando meu nome.
Quando olho pra cima dou de cara com olhos cinza hipnotizantes, um
nariz torto e uma boca extremamente beijável, por um momento fiquei
perdida olhando para aqueles lábios e lembrando deles sob a minha pele.
Até que ouço alguém limpando a garganta e percebo que fiquei tempo
demais babando em Eros, sinto meu rosto queimar em vergonha enquanto
me aproximo dele e de Deimos.
“Boa noite rapazes, o que desejam?” – pergunto sorrindo para eles.
As coisas entre nós tem sido um pouco complicadas... Eu não quero
nada sério, mas ao mesmo tempo me sinto atraída por eles, sinto meu
coração disparando todas as vezes que os vejo, me toco todas as noites me
lembrando de como eles me fodem... Essa porra só pode ser carência, não
tem outra explicação!
Preciso arrumar um novo pau para me distrair deles, não posso deixar
isso continuar.
“Eu quero você, tem no cardápio?” – Eros diz a cantada mais brega do
mundo enquanto pisca um olho para mim, me acabo de rir e seco as
lágrimas que se formaram no canto dos meus olhos.
“Acho que essa foi a cantada mais brega que eu já ouvi na minha vida.”
– digo com um sorriso no rosto.
“Tenho que concordar com ela irmão, você mandou mal demais nessa.”
– Deimos diz rindo.
“Eu sou a porra de um deus no sexo, eu nunca mando mal quando se
trata de uma mulher.” – Ele diz indiferente.
Ri mais ainda quando ele disse isso, mas notei que Deimos parou de rir
e fez um pequeno gesto negativo com a cabeça para o seu irmão, não
entendi o que rolou ali, mas segui normalmente com o atendimento deles.
Depois de comerem eles foram embora e novamente deixaram uma
gorjeta enorme para mim, agradeci silenciosamente e guardei no meu bolso
do meu avental.
Continuei a trabalhar madrugada a dentro e ajudei meu gerente a fechar
quando já passava de duas e meia da manhã, ele me ofereceu uma carona,
mas preferi não aceitar, ele já tinha um certo histórico com essas caronas
para as funcionárias e eu não queria ter outra experiência com outro
estuprador de merda.
Quando terminei tudo lá e saí já eram três horas da manhã e não havia
nem uma alma viva na rua, eu estava contente pois consegui uma gorjeta
bem gorda hoje o que vai me ajudar muito na minha poupança.
Comecei a andar rápido porque mesmo que o campus seja perto eu
estava com uma sensação ruim, meus pelos da nuca estavam todos
arrepiados e podia sentir meu estômago se contorcendo como se quisesse
me avisar alguma coisa.
Estava sentindo uma sensação como se alguém estivesse me seguindo,
mas como eu fazia esse mesmo percurso a meses e nada nunca aconteceu
achei que eu só estivesse sendo muito paranoica mesmo.
Quando estava quase chegando ao campus eu olhei para trás e podia
jurar que vi uma enorme forma se condensando em meio a escuridão,
apertei ainda mais meu passo a ponto de quase correr enquanto continuava
olhando para trás, até que senti meu rosto batendo em alguma coisa grande
e dura.
Quando tentei me afastar mãos circularam meu corpo e então alguma
coisa fedida veio em direção ao meu nariz, tentei lutar contra aquilo, mas
cada vez que eu me debatia me sentia mais fraca, até que meu mundo
escureceu e eu só pude pedir aos deuses que nada acontecesse comigo.
EROS
Eu estava preocupado, já tinham se passado mais de doze horas que
tínhamos apagado Isabel e nada dela acordar, eu e Deimos trocamos um
olhar preocupado e meu irmão continuou a dirigir.
Olhei para o banco traseiro para verificar Isabel novamente e nada, ela
continuava deitada exatamente na mesma posição que eu a tinha colocado
quando a peguei.
Sei que não exageramos na dose dela, mas vê-la nesse estado tão frágil
faz com que eu me sinta primitivo, minha necessidade de protegê-la grita a
todo instante.
Eu suspiro novamente e Deimos finalmente diz – “O que foi dessa vez
Eros?” – ele pergunta irritado.
“Eu estou preocupado com o que nos espera no Olimpo, porra...” – eu
digo afundando ainda mais no banco. – “Eu me preocupo com ela!”
“Porra Eros, eu já...” – Deimos foi interrompido por um suspiro
assustado.
Olhei para trás e me deparei com dois olhos verdes arregalados me
encarando, ela estava visivelmente tremendo. Pude notar Deimos
respirando fundo enquanto o medo dela o alimentava, os olhos dele
assumiram uma cor vibrante, um verde tão vivo que não parecia real.
“O que está acontecendo? Porque minha cabeça dói tanto?” – Isabel
pergunta enquanto tenta se sentar.
“Você me assustou pequena, demorou muito para acordar.” – Eu digo
com uma voz acolhedora, então noto o rosto dela ficando pálido e seus
olhos se arregalando ainda mais.
“ O QUE VOCÊS QUEREM COMIGO?” – Meus tímpanos deram com
o grito agudo que ela deu, pude ver até Deimos se encolhendo.
Sua respiração acelerou e então ela foi em direção as portas, mas já
tínhamos imaginado que isso pudesse acontecer então trancamos elas mais
cedo.
“Como vocês podem fazer isso? Pra onde estão me levando porra?” –
Ela perguntou enquanto se afastava o máximo que podia de nós, o que não
era muita coisa.
O que me quebrou foi o olhar em seu rosto, pude ver seus olhos
enchendo de lágrimas não derramadas e ouvir o som da voz embargada.
Porra, isso não era pra estar acontecendo assim! Ela devia saber quem é e o
que está destinada a fazer!
“Pequena...” – eu comecei.
“Não me chame assim, porra!” – ela disse me interrompendo. – “Se o
que vocês querem é dinheiro saibam que eu sou uma fodida! Eu rodei de lar
em lar adotivo até parar na mão de umas pessoas horríveis! Eu não tenho
nada para vocês, eu juro! Vocês pegaram a pessoa errada!” – era nítido o
desespero na sua voz, agora as lágrimas rolavam livremente pelo seu rosto
enquanto ela se encolhia mais ainda para se manter afastada.
“Po... por favor não façam nada comigo.” – ela pediu e então enterrou o
rosto nos joelhos e abraçou suas pernas se escondendo de nós.
De repente o carro fez uma curva brusca e tive que me segurar no
banco, Isabel como não esperava isso caiu deitada com um leve gritinho,
Deimos soltou uma série de palavrões e estacionou o carro em um posto
abandonado.
Ele se virou para Isabel que ainda chorava e soltou mais uma série de
palavrões.
“Isabel, não iremos fazer nada com você porra. Você acha que se
fossemos fazer alguma coisa ficaríamos com você durante esse tempo
todo?” – ele questionou a ela, mas não obteve nenhuma resposta.
“Vamos começar do início Isabel, sei que pode parecer loucura, mas
você tem que confiar em mim. Eu não sou quem você pensa, meu nome
você conhece, mas quem eu sou de verdade não. Eu não sou apenas um
professor Isabel, eu sou Deimos o deus do pavor, a forma mais pura do
medo e o meu irmão é Eros, o deus do desejo carnal, da luxúria e da paixão
e você não é apenas a Isabel fodida, você é a única filha de Medusa, a
criança da profecia.” – Deimos contou enquanto olhava bem sério nos olhos
dela.
“Como assim? Isso foi exatamente o que eu falei com Eros esses dias!
Que seus nomes pareciam os dos irmãos gregos. Que tipo de piada é essa?
O que vocês querem de mim?
“Isabel, eu sei que conversamos sobre isso, mas naquele momento eu
não podia contar a verdade para você! Você tinha acabado de ver como
Deimos deixou aquele estuprador filho da puta...” – Quando eu menciono
sem querer o que Deimos fez com aquele merda os olhos de Isabel se
arregalam e eu solto uma maldição.
Eu e a porra da minha boca grande!
Isabel me interrompe antes que eu possa concluir o que estava dizendo.
– “O que você quer dizer com DEIMOS DEIXOU AQUELE
ESTUPRADOR?”
“Porra...” – Meu irmão murmura baixinho.
“Amor, eu nunca iria deixar aquele filho da puta sair vivo depois do que
ele fez com você, eu fiz ele sofrer, prolonguei o seu tormento o máximo que
eu pude e faria tudo novamente. Você não foi a primeira a sofrer nas mãos
dele e não seria a última se eu não desse um jeito naquele verme.” –
Deimos explica antes que aquilo tudo se transforme em uma coisa maior do
que o necessário.
“Então você o matou e acredita que é um Deus?” – Ela o questionou
enquanto o olhava como se ele fosse um louco.
“Eu não acredito que sou um deus, eu e o meu irmão somos deuses
Isabel e você é filha de um também.” – Deimos diz.
Isabel olhou de mim para o meu irmão e simplesmente começou a rir,
troquei um olhar com Deimos e a risada dela se tornou cada vez mais
histérica. – “Eu fui sequestrada por loucos.” – Ela sussurrou enquanto se
encolhia mais no banco.
Ela tentou controlar a risada antes de falar e falhou miseravelmente,
ficamos em silêncio olhando para ela até que ela finalmente conseguiu
controlar os risinhos.
“Então deuses, o que vocês acham de me soltarem agora, se não
soltarem vou transformar vocês em pedra.” – Ela disse isso e no final da
frase deu um rosnado tão patético que nem ela se aguentou e voltou a cair
na risada.
“Foda-se” – Deimos disse e então o carro começou a ficar preto com a
névoa escura do seu poder, ele literalmente soltou tudo de uma vez para que
ela acreditasse logo nele.
Isabel deu um grito e então a névoa simplesmente sumiu, mas ao invés
de estar tremendo de medo por conta do poder do meu irmão, ela só estava
um pouco assustada.
Era pra ela estar gritando desesperada por ajuda e com muito medo, até
a carga mais leve de seu poder era forte demais para um ser humano
normal.
Então isso é só mais uma prova que ela tem alguma herança de seus
pais em seu sangue, apenas alguns deuses são imunes a outros deuses, nem
eu sou totalmente imune ao meu irmão, mas depois de milênios ao seu lado
sou capaz de controlar minha reação.
“QUE PORRA FOI ESSA?” – Ela gritou novamente.
“Eu te avisei o que nós somos, você não quis acreditar e ainda debochou
de nós amor, o que você esperava receber debochando de um deus?” – meu
irmão perguntou com um sorriso sarcástico.
“Porra, isso é impossível! Como isso pode ser real?” – Ela perguntou
para si mesma enquanto deitava novamente no banco do carro, ela não
parecia estar conosco, ela parecia ter ido para outro lugar em sua cabeça.
Suspirando eu disse a Deimos para deixar ela processar tudo aquilo e
seguir para o nosso destino.
Ele murmurou algumas maldições e ligou o carro novamente
arrancando para a estrada.
ISABEL
Impossível! Não tinha como nada disso ser real, minha cabeça parecia
que iria explodir com toda essa informação, os efeitos daquele sedativo que
eles me deram ainda não havia passado, me sinto um pouco grogue e
desconexa da realidade.
Deitei novamente no banco porque estar sentada parece piorar a minha
dor de cabeça, fiquei me virando naquele banco pelo que pareceram horas
até que o sono finalmente me levou para um lugar que não reconheci, estou
em uma espécie de caverna, tudo aqui fede e as paredes parecem úmidas
com alguma coisa.
Tem uma passagem na minha frente e sinto uma sensação como se
alguma coisa ali dentro estivesse esperando por mim, olho para o chão e
noto que ele está coberto com uma gosma e pequenas pedrinhas brancas,
mas conforme eu olho com mais atenção noto que são pequenos pedaços de
ossos.
Coloco a mão na boca para suprimir um grito, mas piso em um pedaço
maior que se quebra com o meu peso, tudo muda de um silêncio normal
para um silêncio mortal.
Consigo sentir o perigo me espreitando e ouço uma voz me chamar.
“Isabel, voccccê essssstá aqui Isabel?” – Uma voz grossa e calejada,
algumas palavras são difíceis de entender pois parece que essa pessoa não
utiliza palavras com muita frequência.
Prendo a respiração e dou mais um passo para trás, quero sair desse
pesadelo, então começo a me beliscar para que o sonho acabe logo, mas me
sinto presa aqui dentro, nada que eu faço adianta.
Ouço alguma coisa se rastejando e vindo em minha direção.
“Vocccccê me libertou Isabeeeeel.... Eu essssstooou indo para
vocccccê... Juntasssss vamosssss nosssss vingar de todo o mal...” – a voz
sibila para mim, cada vez mais perto.
Quando eu tenho o primeiro vislumbre de uma pele esverdeada, um
grito me acorda e de repente estou de volta ao carro, mas já é noite e
percebo que Deimos e Eros estão em cima de mim e me verificando com
caras de preocupação.
“Onde você estava Isabel?” – Deimos pergunta com uma cara séria.
“Que porra estava acontecendo?” – Eros questiona.
“Eu... Eu estava sonhando, estava em uma caverna e tinha alguém
chamando por mim...” – os dois trocam um olhar e então Eros murmura
uma maldição.
“O que foi?” - Eu pergunto assustada com a reação deles.
“Você estava sussurrando umas palavras que eu nunca ouvi em todos os
séculos em que estou vivo, porra, você parecia falar uma língua de cobra e
estava tremendo, parecia que estava tendo uma porra de uma convulsão!” –
Eros disse.
“Com quem você estava falando Isabel?” – Deimos perguntou mais uma
vez.
“Eu não sei... Eu não vi ninguém era só uma voz falando comigo,
dizendo que estava vindo para mim, não sei quem ou o que era.” – eu disse
enquanto me sentava.
“Porra, é a porra da sua mãe, só pode ser!” – Deimos disse enquanto
arrancava com o carro novamente.
“MINHA MAE?” – eu perguntei em estado de choque, até ontem eu
não tinha mãe e hoje eles me dizem que eu tenho, que ela é a Medusa, a
mulher que até em então só existia nas lendas e que ela está vindo atrás de
mim? Como assim?
“Pequena, vou te explicar tudo que está acontecendo.” – Eros disse e
então me explicou toda aquela confusão, depois ouvir toda aquela doideira
eu fiquei sem reação, toda aquela história, tudo aquilo que aconteceu com a
minha mãe, como ela foi usada, abandonada e amaldiçoada.
Eu não sei o que pensar, todos os deuses que eu sempre admirei, todas
aquelas histórias que me faziam devorar cada vez mais sobre o seu passado,
o meu pai... A porra do Poseidon!
Sinto meu sangue ferver de ódio só de lembrar do que ele fez aquela
pobre mulher passar, homens como ele merecem a morte da forma mais
cruel possível. Conforme a minha raiva aumentava eu era capaz de sentir
alguma coisa despertando dentro de mim.
Escuto alguém chamando meu nome, mas não consigo focar em quem
está me chamando, apenas estou cansada de tanto homens quanto deuses
usando mulheres e fazendo com elas o que bem entendem sem receber a
punição devida, sinto tudo ao meu redor tremer e juro a mim mesma que
vou fazer aquele filho da puta pagar por cada mulher que ele já machucou.
Ouço uma série de palavrões e de repente me sinto fraca demais e a
escuridão me consome antes que eu possa entender o que aconteceu.
EROS
Nem fodendo! A porra da ponte pela qual passávamos simplesmente
começou a tremer depois que Isabel escutou a história de sua mãe, a porra
do mar estava tão revolto que fez tudo tremer!
Deimos acelerou ainda mais o carro e começou a cortar todos que
estavam no seu caminho, tentei falar com Isabel, mas ela não parecia estar
aqui comigo.
Sacudi o seu braço para tentar acorda-la desse transe, mas não obtive
nenhum sucesso.
“AGORA EROS!” – Deimos gritou e quando eu olhei para o lado uma
onda enorme estava vindo em nossa direção, aquela porra iria destruir essa
ponte e acabar com todos que estavam aqui.
Com um suspiro pesado eu soltei o meu poder e torci para que ele
funcionasse com ela, em questão de segundos Isabel apagou e o mar se
aquietou novamente.
Aquela onda simplesmente desapareceu como se nunca tivesse existido,
como se nunca tivesse sido convocada.
“Que porra foi essa?” – Deimos questionou enquanto seu pé continuava
a afundar no acelerador.
Ele dirigia como um louco, eu conseguia sentir o quão frustrado ele
estava com tudo isso que estava acontecendo, torci para que Poseidon não
tenha sentido o poder de Isabel, se ele soubesse que tinha poderes
semelhantes ao dele, ele não aceitaria bem.
“Agora nós já sabemos de quem ela puxou os poderes.” – Eu comentei.
– “Olha pelo lado positivo, pelo menos ela não vai poder nos transformar
em pedra se nós a irritarmos.”
Deimos não me respondeu, ele apenas me deu um olhar irritado e
continuou seguindo em direção ao portal para o Olimpo.
Depois de algumas horas resolvemos fazer uma parada em um posto
para abastecer e para comprar algumas coisas para Isabel comer quando eu
a acordasse.
Não quero nem imaginar em como ela vai ficar puta pelo que aconteceu,
depois que ela descobriu quem eu era ela me fez prometer que não usaria
meus poderes nela...
Olhei na para ela novamente antes de sair do carro e ver ela tão pequena
e encolhida naquele banco me deixou chateado, eu odiei ter que usar o meu
poder nela, odiei ter que deixar ela indefesa desse jeito.
Eu e o meu irmão normalmente evitamos ao máximo usar nossos
poderes nas pessoas pois ele pode prejudicar aos humanos, não sabemos
como cada organismo vai reagir.
E por mais que eu saiba que ela não é nenhum humano indefeso não me
sinto bem fazendo isso com ela também, eu quero ser o motivo das suas
risadas e não do seu medo.
Saio do carro e não presto muita atenção ao meu redor, entro no loja do
posto e vou escolher alguns doces e biscoitos para ela, quando amanhecer
nós iremos parar em algum café para que ela possa comer comida de
verdade.
Depois de escolher uma porrada de coisas eu vou em direção ao caixa
para pagar, mas largo tudo lá assim que ouço Deimos gritando por mim.
Quando saio pela porta só consigo enxergar um carro branco arrancando
com tudo do posto e o meu irmão desacordado no chão. Corro em sua
direção, mas ele foi totalmente nocauteado.
Levanto para verificar Isabel no carro e meu sangue gela.
A PORRA DA MINHA MULHER NÃO ESTÁ LA DENTRO!
Começo a gritar por ela, mas não ouço nenhuma resposta.
“Eles a levaram porra!” – Ouço a voz fraca do meu irmão e corro em
sua direção.
“QUEM A LEVOU?” – eu pergunto enquanto o ajudo a se levantar.
“A porra do Apollo! EU VOU ACABAR COM ESSE FILHO DA
PUTA!” – ele grita em alto e bom som para quem quiser escutar.
“Apollo eu prometo que eu vou te caçar como o rato que você é e se
você encostar na porra da minha mulher eu vou acabar com você, o que
aconteceu a Demétrios não vai ser nada comparado ao que eu irei fazer com
você, porra!” – Deimos prometeu a Apollo para que ele ouvisse a sua
ameaça.
O que esse bastardo quer com Isabel? Não vejo nenhum motivo para
que esse filho da puta possa querer sequestra-la dessa forma. Estávamos
levando ela para o Olimpo, não faz sentido o que ele fez...
Ajudo Deimos a entrar no carro e entro no lado do motorista, vamos ver
por quanto tempo Apollo pensa que vai conseguir se esconder de mim.
Eu vou encontrá-lo e quando eu o pegar ele vai ter que me dar bons
motivos para que eu não acabe com a sua vida.
Sai arrancando do posto enquanto pensava em várias formas de matar
aquele bastardo.
APOLLO

Consigo ouvir a promessa de Deimos mesmo estando a mais de 1KM de


distância, essa é a coisa dos deuses, nós conseguimos ouvir todas as
promessas feitas em nosso nome, principalmente quando estamos na Terra.
Não queria criar um problema com ele, esse cara consegue ser tão
psicótico quanto o seu pai, mas não podia deixar que eles a levassem para o
Olimpo, Isabel não pode por a porra do pé naquele lugar, a maioria dos
deuses a querem morta, a porra do Zeus quer fazer picadinho dela por causa
da audácia da sua mãe, ele não consegue suportar que uma mortal
conseguiu enganá-lo desse jeito.
Ir contra meu pai era tudo o que eu menos queria nesse momento, mas
não posso deixar ele fazer qualquer mal a ela, assim que eu soube do seu
plano eu não pude evitar o instinto de proteção que eu senti, foi algo
totalmente primitivo que eu nunca senti antes.
Seu plano não, o plano da porra do meu tio, Poseidon vem manipulando
o meu pai a tanto tempo que meu velho nem deve saber o que é pensar
sozinho, aquele verme não perde por esperar e se ele pensa que vai
conseguir ter algum poder sobre Isabel também ele está enganado pra
caralho!
Essa mulher é minha e ninguém vai tocar em um fio de cabelo dela e se
algum daqueles filhos da puta tiver a coragem de tentar me impedir, eu vou
destruir todos que estiverem no meu caminho.
Olho para Isabel pelo retrovisor do carro e sinto vontade de matar Eros
por ter encantando ela, sinto o cheiro do poder dele vindo do seu corpo
desmaiado.
Porra... Eu vou matar esse moleque!
Respiro fundo para me concentrar em meu objetivo novamente e piso
no acelerador, posso sentir todos que estão atrás de mim, a porra do Olimpo
está um caos desde que Deimos e Eros a encontraram, a maioria dos deuses
estão querendo a sua cabeça.
Por isso preciso levar ela o mais rápido possível para Medusa, Isabel é a
única capaz de quebrar a maldição dela e finalmente libertar o seu espírito.
Assim que isso for concluído iremos partir para o Olimpo.
Não vejo a hora de acabar com Poseidon, a maioria dos deuses não
sabem o ódio que eu carrego dele, acredito que nem ele saiba o quanto eu
quero ver o seu sangue sendo derramado, ele matou a mulher que eu amava
e vai pagar com a vida.
Ele não estuprou apenas a Medusa, quase ninguém sabe que o que ele
fez naquele dia foi um estupro coletivo, a maioria das mulheres daquele
templo foram estupradas e mortas por ele, poucas conseguiram escapar com
vida e as que escaparam se suicidaram depois do que aconteceu com
Medusa.
A mulher que eu amava foi uma dessas mulheres que se suicidou, a
minha Mirabel... Eu era completamente apaixonado por ela, sua devoção e
carinho pelos deuses foi o que mais me chamou atenção, ela tinha uma
beleza incomparável e uma determinação surreal, eu perdia horas e mais
horas do meu dia apenas tentando convencê-la a ficar comigo.
Eu estava disposto a enfrentar todo o Olimpo para fazer dela a minha
esposa, mas ela era tão devota a sua fé que nunca nem cogitou a minha
proposta.
Ela foi a primeira mulher que eu me apaixonei sem nunca nem ter
beijado ou levado para a cama, ela foi o meu primeiro amor e foi roubada
de mim por aquele porco!
Até hoje eu me culpo por não ter chego mais cedo naquele dia, eu a
visitava todos os dias pela manhã, mas naquele maldito dia eu tinha
assuntos para resolver com o meu pai, quando cheguei lá já era tarde
demais, tudo já tinha acontecido...
Logo na entrada fui surpreendidos pelo chão lavado de sangue, corpos e
mais corpos pelo chão, mulheres com suas partes intimas totalmente
mutiladas, com seus rostos eternamente em uma expressão de dor e horror,
quanto mais eu me aprofundava no templo mais corpos de amigas de
Mirabel eu via, naquele momento meu coração vacilou enquanto eu
procurava por Mirabel em meio a todas aquelas mulheres, mas ela não
estava lá...
Fiquei igual um louco atrás dela e torci para que nada tivesse acontecido
com ela, olhei em todos os lugares possíveis, até que me lembrei do seu
local de oração favorito, um riacho tão lindo, com águas cristalinas e grama
verdinha.
Corri em direção a ele e quando cheguei lá minhas pernas se dobraram,
flutuando sobre o riacho que ela tanto amava estava o meu grande amor,
Mirabel se suicidou no seu local favorito, onde passávamos o dia inteiro
conversando depois de suas orações.
Fui em sua direção, peguei seu pequeno corpo em meus braços e chorei
como nunca fiz na minha vida, naquele momento eu jurei a mim mesmo
que iria matar Poseidon quando tivesse a oportunidade, seria eu a acabar
com seu último suspiro.
Depois que perdi Mirabel eu nunca fui mais o mesmo, eu estava em um
luto profundo e durante esse período eu apenas caguei com tudo, só descia a
Terra para transar com mulheres aleatórias, jurei a mim mesmo nunca mais
me apaixonar por nenhuma mulher e consegui manter a minha promessa até
Isabel aparecer...
Eu estava seguindo Deimos e Eros a um tempo, até que senti alguma
coisa me chamando para aquela cidadezinha, eu os abandonei e parti em
direção a ela, fui o primeiro a conhecer ela, eu frequentava o seu local de
trabalho diariamente, mas nunca ficava na sua sessão para que ela não me
notasse.
Assim que eu bati os olhos em Isabel eu já sabia que estava fodido, eu
soube na hora o que aquela ligação significava, ela era a porra da minha
alma gêmea, ela era a minha Isabel.
Mas tudo mudou quando a porra dos irmãos chegaram e se sentiram da
mesma forma por ela, eu não conseguia entender como três de nós
poderíamos estar ligados a apenas uma mulher.
Não entendia o motivo de encontrar a minha parceira só para descobrir
que ela também pertencia a outros homens, eu simplesmente surtei e me
afastei por uns dias, até que Deimos resolveu abrir a porra da boca dele e
comunicar aos deuses que já tinha encontrado ela e que estaria levando ela
justamente para a porra do Olimpo.
Então eu tive que voltar para impedir isso e quando o encontrei eles já
estavam indo em direção ao portal, não tive muito o que fazer, apenas
peguei o que era meu e eles que se fodessem para lá.
Sei que eles estão na minha cola e já devem ter imaginado para onde eu
estou indo, mas não tenho tempo para explicar o que precisa ser feito.
Depois de libertar a sua mãe, Isabel vai conseguir a força necessária
para fazer o que foi destinada, acabar com a porra dos deuses que
machucaram a sua mãe.
Depois de mais algumas horas dirigindo a mais de 200KM/H e
infringindo todas as leis de trânsito possíveis eu finalmente cheguei a
floresta que dava para a caverna onde Medusa estava presa.
O acesso por carro era impossível e eu tinha uma longa caminhada pela
frente, Isabel ainda estava desacordada então eu a peguei no colo e comecei
a caminhada até a caverna.
Quando cheguei na entrada o fedor de podre estava tão forte que meu
estômago começou a se revirar, pude sentir Isabel se mexendo
desconfortavelmente enquanto eu avançava, segurei ela mais firme ao meu
peito para que ela se sentisse segura em seu sonho.
O cheiro pungente só piorava conforme eu avançava, até que comecei a
ouvir alguma coisa se arrastando pela escuridão, vi alguns flash de escamas
verdes e uma cauda que parecia não ter fim.
Quando tudo ficou mortalmente silencioso eu disse – “Olá Medusa,
quanto tempo.” – e então senti alguma coisa batendo em minha cabeça com
muita força, então tudo ficou escuro.

CONTINUA
Nota da Autora
Eu gostaria de agradecer a todas as meninas que tiraram um tempo para
ler os meus primeiros contos e me darem sugestões e críticas construtivas.
Gostaria de agradecer a minha leitora Jamile por todo o incentivo, carinho e
ideias que me deu para esse conto, também gostaria de agradecer a minha
amiga Sâmila por todo o apoio e ajuda que ela me deu nesses meses como
escritora iniciante.
Muito obrigada a todas vocês por todo o acolhimento.

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CONTINUAÇÃO DIA 21/03


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[JC1]Filmes Trash são filmes que segundos os críticos de cinema o aspecto mais evidente é a
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