Você está na página 1de 78

MEU DOCE PECADO

Milla Borges

Este conto eu dedico a todas vocês que pegaram ele apenas por
curiosidade ou por um trecho legal em algum vídeo das redes vizinhas,
espero que gostem dos meus personagens e que se divirtam.
INFORMATIVOS:

Dark Romance é um subgênero advindo dos romances eróticos, e que tem características

peculiares e muitas vezes perturbadoras, ao abordar temas pesados e ter protagonistas que vão

contra o usual. Não há uma regra aqui e nem um limite sobre o que pode ou não ser usado nos

romances sombrios. Temas como sequestro, abuso, vício em drogas, crime e tortura são apenas

alguns exemplos do que podemos encontrar. Normalmente, uma mocinha ou mocinho se envolve

com personagens de moral duvidosa e se vê em meio a situações perigosas e angustiantes.

Este livro é um Dark Romance e contém temas fortes como: Manipulação, abuso

psicológico, sequestro, mortes, palavras de baixo calão e cenas sexuais taboo.

O CONTEÚDO DESTE CONTO É TOTALMENTE FANTASIOSO, DIVERSAS COISAS

RETRATADAS AQUI NÃO ACONTECERAM REALMENTE .


SINOPSE:
O que fazer quando três demônios batem os olhos em você e a
intitulam como deles? Você não tem pra onde correr pois está tão
quebrada que mal tem grana pra pagar a passagem de ônibus para a
cidade vizinha e não tem como se esconder pois eles são
praticamente os Reis da cidade.

Giovanna
Eu estou acostumada a me virar sozinha, sempre foi eu e os meus irmãos para tudo, literalmente

os três mosqueteiros, mas a vida me levou para um caminho longe deles, agora eu tenho que me virar

para sobreviver e para mandar grana para casa, vou ter que fazer o que for preciso para mudar a minha

situação, eu não vou ter a mesma vida de merda que a minha mãe teve.

Sam, Sairus e Saxx


Sabe quando você olha para alguma coisa e decide que precisa
daquilo na sua vida? Foi assim que nós nos sentimos em relação a
aquela ruivinha esquentada, não teve nenhum motivo especial para
isso, somos basicamente os donos dessa cidade e decidimos que
queríamos um brinquedinho novo e ele seria nosso, custe o que
custar.
CAPÍTULO 1
Saxx
Eu nunca pensei que essa coisa de destino realmente fosse verdade, mas
assim que bati os olhos naquela mulher eu tive a certeza que ela foi feita pra
mim, então passei a persegui-la até que ela fosse minha.

Giovanna
Enquanto eu ainda estou limpando a mesa dois do meu setor um casal
simplesmente senta nela e ignora totalmente o que eu estou fazendo, o
homem coloca sua bebida e almoço sobre a mesa, começa a comer e
conversar com a moça que está ao seu lado. Olho ao redor e noto que a
maioria das mesas estão vazias, e percebo que a intenção deles era realmente
me incomodar.
Olho novamente para o casal e suspiro, me viro para me afastar, mas
então ouço:
“Tá olhando o que piranha? Rala sua puta!” olho para a mulher que
acabou de dizer isso e noto que ela aparentar ter a minha idade, por volta dos
23 anos e ele aparenta ser muito mais velho que ela. Respiro fundo, conto de
zero a dez várias vezes e opto por não dizer nada. A regra é clara aqui nessa
cidade quanto mais dinheiro se tem menos educação.
Pego os produtos que estava utilizando e saio sem olhar para eles
novamente, não posso perder mais um emprego por conta da minha boca
grande. A minha situação financeira é totalmente quebrada e o pouco que eu
consigo tenho que mandar para casa para ajudar nas despesas.
A grana que consigo juntar nesse bar/restaurante é até mais do que os
outros bares da região conseguem pagar aos seus funcionários, então não
posso me dar ao luxo de entrar em qualquer tipo de confronto.
Passo para a próxima mesa da minha sessão e me distraio em meu
serviço até que sinto Annabel, a outra garçonete me cutucar.
“Animada para hoje Gi?” ela questiona com um sorriso enorme no rosto.
Levo uns segundos para processar o que ela está querendo dizer e então
me lembro do acordo que fiz com ela na semana passada. Eu disse a ela que
se ela me cobrisse eu iria sair com ela e com as suas amigas hoje para a
cidade vizinha, para conhecer pessoas novas.
Não que eu estivesse realmente interessada em conhecer pessoas novas,
namorados apenas servem para gastar dinheiro e tempo, no meu caso eu não
tenho nenhum dos dois disponível, então não, obrigada.
Mas para Bel eu apenas aceno com a cabeça e dou um sorriso tão falso
que deixaria a minha mãe orgulhosa. Ela nunca foi uma boa influência para
mim ou para os meus irmãos, seus homens sempre vinham antes de nós e a
palavra de qualquer um deles sempre foi a lei.
Não sei como minha mãe nunca nos largou com qualquer homem que ela
encontrou pela vida, sempre pulávamos de casa em casa e ela de pau em pau,
mas nunca ficávamos por muito tempo, ela só servia como sexo fácil para
esses homens e nenhum deles estavam dispostos a criar três crianças
barulhentas e famintas.
Meu pai nos abandonou quando conseguiu um emprego melhor, em um
dia ele era o nosso pai carinhoso que sempre nos amou e no outro estava
arrumando as malas dizendo que não aguentava mais aquela vida de merda
com filhos que ele nunca quis. Eu devia ter por volta dos seis anos de idade e
após isso nunca mais o vi ou soube qualquer informação dele.
Minha mãe não tinha emprego ou estudo, ela conheceu ele quando era
muito nova e engravidou com apenas 14 anos do meu irmão mais velho,
depois foi eu e por último meu irmão caçula e encrenqueiro.
Eu e meus irmãos sempre cuidamos uns dos outros, sempre fomos o
nosso único porto seguro, Gabe o meu irmão mais velho foi quem me
ensinou sobre tudo que eu sei, ele que me ajudou quando eu fiquei
menstruada pela primeira vez aos 11 anos, minha mãe nunca tinha dito nada
para mim e eu fiquei aterrorizada quando vi todo aquele sangue saindo de
mim.
Lembro de largar o meu irmão mais novo, o Giorgio, no quintal e ir
correndo em direção ao Gabe pois eu achava que tinha me machucado de
alguma forma durante a brincadeira. Nunca vou esquecer da cara de nojo
que ele fez quando viu o meu short manchado e o as lágrimas escorrendo
pelo meu rosto.
Ele não era muito mais velho que eu naquela época, ele tinha apenas 13
anos e essas coisas de garotas eram extremamente nojentas para um pré-
adolescente naquela época.
Mas assim que ele se acalmou do choque inicial, ele conseguiu disfarçar
a cara de nojo, pegou a minha mão e me levou para o banheiro, pediu para
que eu sentasse no vaso sanitário e que esperasse por ele até ele chegar, me
disse para eu não abrir a porta para ninguém além de Giorgio, me deu um
beijo na testa e saiu sem dizer mais nada.
Anos depois ele me disse que roubou dinheiro da carteira de um dos
homens da minha mãe e que foi até a farmácia mais próxima para comprar
remédios para cólica, absorventes e chocolates para mim. Lembro que
quando ele chegou, ele me explicou tudo que eu precisava saber e me deixou
no banheiro para que eu conseguisse me lavar e trocar.
Depois veio toda aquela conversa sobre bebês e que eu não poderia
deixar nenhum daqueles homens da mamãe chegar perto de mim.
Eu lembro até hoje das palavras exatas que ele disse:
“Nana, apenas você é quem pode te tocar nas suas partes intimas, se
algum desses filhos da puta que a nossa mãe sai tentar fazer qualquer coisa
com você, por favor, me conta na mesma hora. Eu te juro que vou dar um
jeito de matar esse arrombado, me promete que você nunca vai esconder
qualquer coisa desse tipo de mim? Nem a nossa mãe tem direito de mexer
aonde você não quer que ela mexa e se ela mandar você mostrar qualquer
coisa para ela ou para qualquer outra pessoa me procure na mesma hora, por
favor Nana.”
Só de me lembrar desse apelido da infância o meu coração dói, sinto
muita falta dos meus irmãos, mas estou aqui para tentar uma vida melhor,
onde nós morávamos era um lugar muito difícil, meus irmãos mal recebiam
para nos alimentarmos e depois de alguns anos sem ver a nossa mãe, ela
simplesmente apareceu em nossa porta pedindo ajuda.
Por mais ausente que ela tenha sido na nossa criação, eu não consegui
negar ajuda, ela estava em um estado crítico de desidratação e desnutrição, já
tinha dias que ela não comia ou bebia nada, ela vivia apenas para mais uma
dose.
Foi muito difícil o tempo de reabilitação dela, ela teve diversas recaídas
com bebidas e várias outras coisas que nem gosto de lembrar, mas com o
tempo ela conseguiu melhorar e ficar limpa, porém o tempo cobrou seu
preço e com todos os abusos que o corpo dela sofreu várias doenças
apareceram, tanto sexuais quanto mentais, hoje em dia ela é uma mulher
totalmente dependente, ela é apenas um fardo que eu e os meus irmãos
temos que cuidar. Não temos nenhum tipo de apego sentimental por ela,
apenas estamos fazendo por ela o que faríamos por qualquer pessoa.
“Terra para Giovanna, está aí amiga?” percebo que estou muito tempo
imersa no passado e que Bel fez alguma pergunta que eu não respondi.
Dou um sorriso amarelo e peço para ela perguntar novamente.
“Estava perguntando se você já sabe o que vai vestir hoje e se topa ir se
arrumar na minha casa, Vitto está trabalhando até tarde hoje então fica mais
fácil se a gente já sair juntas de casa, o que acha?” ela me pergunta com
olhos de cachorrinho, ela sabe que eu não gosto do peguete tóxico dela, eles
não estão com nada sério, mas moram na mesma casa, ou seja, brigas e
discussões o tempo inteiro.
“Tem certeza que ele não vai aparecer mais cedo?” confirmo para ter
certeza que não irei dar de cara com aquele homem novamente.
“Eu juro!” ela diz e então eu aceno concordando em ir para casa dela.
“Mas antes eu tenho que passar na minha casa para pegar as minhas
coisas.” anuncio.
“Eu não iria me importar se você usasse alguma coisa minha, somos
praticamente do mesmo tamanho. Assim você economiza gasolina e tempo.”
ela diz me dando mais um dos seus sorrisos contagiantes.
Ela sabe que não somos do mesmo tamanho, temos no mínimo uns dois
manequins de diferença, qualquer vestido descente dela ficaria
extremamente vulgar em mim.
“Bel você sabe que não é bem assim, você tem vestidos que são no
máximo M e eu uso GG, impossível algum deles servir em mim.” eu afirmo.
“Confia em mim, eu tenho um que ganhei a pouco tempo e que fica
super soltinho em mim, vai ficar perfeito em você, Gi. Vai abalar corações
hoje a noite.” ela diz com uma gargalhada e volta a servir as suas mesas.
Dou um suspiro e saio para o meu intervalo de 15 minutos, não é grande
coisa, mas dá pra respirar um pouco de ar puro, o que é tudo que eu preciso
nesse momento.
“Jeff, estou saindo pro intervalo, ok?” aviso ao meu gerente antes de me
encaminhar para o lado de fora.
“Claro, docinho.” ele diz sem olhar na minha direção de tão ocupado que
estava atendendo os clientes do bar.
Tiro o avental, deixo atrás da bancada e vou em direção as mesas vazias
no cantinho da entrada do restaurante/bar.
O dia está bonito hoje, mas mal prestei atenção, a única coisa que pude
olhar foi o trio de homens chegando aqui no bar, eu estava sentada em uma
das mesas vazias que ficam no cantinho da entrada, então nenhum deles me
viu, mas eu os vi e fiquei embasbacada.
Três homens enormes montados em três Harley’s pretas cromadas, até eu
que não entendo de moto sei reconhecer uma Harley quando vejo, apenas
uma dessas seria capaz de mudar a minha vida totalmente.
Todos eles vestidos de couro preto e com capacetes pretos também,
fiquei vidrada esperando para ver as beldades que estariam embaixo dos
capacete e pelo visto eu não era a única, olhando em volta pude notar que
eles não só chamaram a minha atenção como também a das outras pessoas
que estavam sentadas do lado de fora do bar também.
Eles desceram da moto em sincronia e quando tiraram os capacetes tive
que me esforçar para não ficar de boca aberta babando. Pareciam modelos de
capa de revista, todos grandes e musculosos, um mais lindo que o outro.
O primeiro da esquerda era o mais largo de todos, mesmo com todo
aquele couro dava pra ver que aquele homem era músculo puro. Ele era loiro
com cachos suaves, olhos azuis que pareciam enxergar até a sua alma e uma
pele bronzeada de dar água na boca. Ele me lembrava muito aqueles
surfistas charmosos que posavam em revistas jovens para menininhas
emocionadas. Tinha sobrancelhas grossas e lábios extremamente tentadores.
O homem ao seu lado era um pouco menos musculoso, mas era o mais
alto de todos, ele tinha uma aparência cruel e olhava como se todos ali
fossem a merda embaixo da sua bota cara. Tinha olhos dourados, um nariz
arrebitado e uma pele linda de dar inveja a muitas mulheres por aí. Assim
como o homem ao seu lado, ele também tinha os lábios mais gostosos do
mundo, uma boca rosada e carnuda que me fez salivar.
O terceiro homem da ponta direita era tão lindo quanto os outros, ele
tinha cabelos castanhos e lisos assim como o homem do meio, mas ele era
claramente o brigão do grupo, ele tinha uma cara de bravo e sobrancelhas
franzidas que o faziam parecer estar em um estado de raiva constante. Tinha
olhos verdes água e uma barba fechadinha de dar inveja em muitos homens
por aí. Ele era o mais baixo dos três, mas não menos gostoso.
Acompanhei eles com os olhos conforme eles seguiam em direção as
mesas da minha sessão, nunca vi esses homens por aqui, fiquei curiosa a
respeito deles, mas não quero problemas para a minha vida.
Ouço meu celular despertando pois o meu intervalo já terminou e me
levanto para atender as mesas do meu setor, decido começar pelos novos
fregueses já que Bel já tinha cuidado dos outros.
Olho em sua direção para anunciar a minha chegada, mas noto que ela
está embasbacada com aqueles homens assim como eu fiquei quando os vi.
Paro na sua frente e estalo os dedos na frente de seu rosto, “Voltei Bel, se
quiser pode tirar o seu descanso agora que eu olho as suas mesas.” eu
anuncio.
Ela pisca na minha direção assimilando as minhas palavras, concorda
com a cabeça e sai sem dizer nada.
Tomo um fôlego e vou em direção aos rapazes, abro meu melhor sorriso
como de costume e digo: “Boa tarde rapazes, bem vindos ao Guns Fire, o
que desejam?”
Três pares de olhos me encaram de cima a baixo e noto que o cara de
surfista abre um sorriso sedutor para mim.
“Boa tarde, linda. O que você me indica para hoje?” ele pergunta com
uma voz rouca e sexy.
“Temos o especial da casa, lasanha ao molho bolonhesa, acompanhada
de arroz e fritas. O que acham?” pergunto sorrindo.
O homem que tem cara de nojento olha para o surfista e revira os olhos.
“Eu realmente não queria estar aqui nesse momento, olha o tipo de
comida que eles servem cara? Poderíamos estar em um lugar bem melhor e
com pessoas mais agradáveis de se olhar.” ele completou me olhando de
cima a abaixo.
Nesse momento eu simplesmente parei de raciocinar, quem esse
mauricinho filho da puta pensa que é? Sei que eu iria me arrepender disso,
mas não pude me controlar e ficar quieta, minha boca grande foi mais forte
que eu.
Eu já tinha aturado aquela gente mal educada mais cedo e por mais que
eu quisesse não iria me segurar agora, nem fodendo!
Cutuquei seu ombro para que ele me olhasse novamente e disse: “Olha
aqui seu filho da puta, você acha que só porque chegou aqui em uma Harley
novinha e com roupas caras que é melhor do que qualquer pessoa aqui? Pode
abaixando a porra da sua bola porque com essa cara de amargurado deve ter
muito tempo que não come uma boa boceta, então faz um favor ao mundo e
vai se foder.” eu digo isso tudo sem desviar os olhos dele e em seguida
coloco um sorriso no rosto e me viro para os outros homens da mesa “Já
sabem o que irão pedir?”
Eles me olham com expressões de choque idênticas e em seguida
começam a rir.
“Finalmente alguém além de nós te colocou em seu lugar irmãozinho.”
disse o loiro em meio a risadas.
“A cara de choque dele foi inesquecível.” disse o brigão.
Arrisquei um olhar para o nojento e ele ainda me encarava, mas agora
havia algo mais em sua expressão que eu não soube identificar no momento.
“Vão se foder.” ele murmurou para os irmãos.
“Vamos todos querer o especial, doçura.” disse o brigão.
Anotei seus pedidos, as bebidas que queriam e avisei que em breve
retornaria com eles, mas antes que eu pudesse me afastar o loiro segurou o
meu braço.
“Não vai nos dizer nem o seu nome, linda?” ele questionou com um
sorriso predador.
Eu pensei em dizer um longo e sonoro não, mas me lembrei de como
eles chegaram aqui e logo mudei de ideia, posso ser fodida, mas não sou
burra para perder oportunidades.
“Me chamo Giovanna, mas meus amigos me chamam de Gi. E vocês,
quem são?”
“Italiana, correto?” eu aceno com a cabeça “Seu sotaque não nega, só
quis tirar a prova mesmo.” não digo nada, apenas arqueio uma sobrancelha e
continuo encarando-o.
“Certo, nada sobre o passado, entendi. Bom, eu me chamo Sam, o
entojado como você disse se chama Saxx e o de cada amarrada ali se chama
Sairus.” eu aceno com a cabeça.
“Prazer rapazes, já volto com o pedido de vocês.” eu digo e me afasto da
mesa rapidamente, agora que sei seus nomes vou fazer uma pesquisa na
Internet para ver o que acho sobre eles.
Levo seus pedidos para a cozinha, digito rapidamente o nome deles no
navegador e fico em choque.
Puta merda!
Eles são a porra dos meus chefes! Entro no primeiro link e começo a ler
um trecho da matéria que tem sobre eles.

The Journal City – 22/07/2022


Os irmãos Mammon vem fazendo sucesso no ramo empresarial, o trio é
implacável em tudo que começam, chegaram a menos de dois anos e já
devoraram mais ações do que qualquer outro empresário da região teria
coragem, conhecidos como Tubarões do Oeste, a ganância deles parece não
ter fim, sempre estão atrás de mais um comércio local para devorar.
Atualmente eles são donos de praticamente todos os clubes e bares da
cidade, fontes me confirmaram que eles desejam expandir para o ramo
alimentício também, a mais nova aquisição deles foi o Bar e Restaurante
Guns Fire que era dirigido por um linha familiar de pai para filho, mas após
crises foi arrematado pelos irmãos em menos de 24h de negociações.
Nossa equipe tentou entrar em contato com os irmãos, mas não
obtivemos sucesso, eles não gostam de dar entrevistas e não se envolvem em
qualquer polêmica, preferem o anonimato para pegar as suas vítimas de
surpresa.

Tinham mais informações na matéria, mas não tive mais tempo para ler,
eu literalmente chamei o meu chefe de filho da puta, não posso acreditar
nisso, sei que eles devem estar esperando eu voltar para rir da minha cara e
assinar a minha carta de demissão.
“Gi, os pedidos das mesas 4 e 8 estão prontos.” disse Gérard o chefe de
cozinha.
“Obrigada Gé.”
Vou em direção a mesa 8 para entregar o pedidos deles, são um casal de
idosos super fofinhos que me agradecem sorrisos enormes e me dão uma
gorjeta maior ainda.
Depois de me despedir deles eu vou em direção a mesa dos rapazes para
entregar os seus almoços, coloco outro sorriso enorme no rosto e vou em sua
direção.
“O almoço de vocês está aqui, espero que apreciem a refeição.” eu fico
na dúvida se devo cobrar os donos ou não e o entojado – vulgo Saxx –
percebe a minha confusão e levanta uma sobrancelha para mim.
“Imagino que agora você saiba com quem está falando, certo
Giovanna?” ele questiona com um sorriso de escárnio.
“Ah, cala boca Saxx, você sabe que mereceu aquilo.” diz Sairus, mas
então ele se vira pra mim com um olhar sério “Mas espero que essa atitude
não se repita novamente, pois eu tenho ótimas ideias para ensinar respeito a
funcionárias atrevidas.” ele diz me olhando de cima a baixo enquanto morde
os lábios.
Sinto meu rosto pegar fogo na mesma hora e a minha boca grande entra
em ação.
“E o que isso significa Senhor Sairus? Me poupe. Você não saberia o que
fazer comigo mesmo que eu estivesse nua na sua frente te pedindo para me
comer.” eu digo e me arrependo na mesma hora.
Tento sair depressa depois de dizer isso, mas o Senhor Sam me segura
novamente e me puxa em sua direção para que eu fique cara a cara com ele.
“Você pensa que pode dizer isso e sair assim, linda? Quero você na
minha boate hoje a noite, vamos ver se tem atitude além de palavras e caso
não apareça, não precisa voltar para trabalhar amanhã.” ele me solta e volta a
conversar com seus irmãos.
Entendo isso como uma dispensa e sigo para a cozinha com meu coração
acelerado.
Porra! Pra que eu fui desafiar esses caras? Como eles conseguem
despertar o que tem de pior em mim tão rápido? Eu sempre fui ótima em
fingir graças aos anos morando com a minha mãe, como pude me perder
tanto.
Bel entra na cozinha para descobrir o que ouve e me avisar que os
últimos rapazes da minha sessão tinham ido embora e deixado uma gorjeta
enorme para mim com um recado.
“Estaremos te aguardando na Área VIP, linda. Seu nome está na lista
com quantos acompanhantes você quiser. Te aguardamos ansiosamente para
brincar.
- Sam. ”
Quando termino de ler eu olho para a cara da minha amiga que me
encara ansiosamente.
“E aí, o que aconteceu?” Bel pergunta.
“Temos uma outra boate para ir essa noite.” Eu informo e conto todos os
detalhes a ela.
“As meninas irão surtar quando eu avisar que somos VIPS na porra da
boate dos Tubarões.” Bel sai animada com o celular nas mãos.
Depois desses acontecimentos o dia passa como um borrão para mim,
faço os atendimentos no automático e quando meu turno acaba vou com Bel
para a casa dela.
A casa de Bel é arrumada e bem arejada, parece muito uma versão mais
pobre da casa do ator Jensen Ackles. Para o meu alívio o peguete dela
realmente não está em casa e toda a arrumação se torna bem divertida.
Ela trás um vinho para que possamos beber e relaxar antes de ir, o que
foi ótimo para mim pois quanto mais perto chegava da gente sair, mais
ansiosa eu me sentia, mas com as tacinhas de vinho que eu tomei eu
consegui relaxar e me sentir leve.
“Gi, esse é o vestido que eu te falei.” O vestido era simplesmente
perfeito, ele era azul escuro com brilhos por toda a sua extensão, o modelo
dele era um Cami, com gola drapeada, totalmente aberto nas costas e o
tecido parecia ser bem leve.
“Bel ele é lindo! Você tem certeza que quer que eu o use?”
“Claro que eu tenho! Ele não ficou bom em mim mesmo, mas tenho
certeza que em você ele vai ficar perfeito!” ela disse enquanto colocava ele
nas minhas mãos e me empurrava em direção ao banheiro.
O vestido ficou bem justo ao meu corpo como eu imaginava, mas como
o tecido dele é elástico ele caiu como uma luva em mim, modelando todas as
curvas do meu corpo e dando um super destaque aos meus olhos.
Quando eu sai do banheiro Bel estava me esperando perto da porta,
assim que me viu ela soltou um gritinho e bateu palmas.
“O vestido ficou perfeito em você! Meu Deus olha esse corpo! O que eu
não daria para ter uma bunda dessas Gi! Da uma voltinha pra mim.” Ela
disse animada.
Dei uma rodadinha para ela e comecei a rir por causa de toda a sua
euforia. “Para de ser boba, é só um vestido Bel.” Eu disse entre risadas.
“Agora vou ter que me esforçar muito se quiser chamar alguma atenção
hoje.” Ela disse em tom de brincadeira.
Eu balancei a cabeça para ela e fui em direção a minha bolsa de
maquiagem que eu sempre levava comigo, eram somente coisas básicas, mas
iriam servir para hoje.
Optei por uma maquiagem mais simples, um delineado, cílios e batom
vermelho, não quis passar nada muito chamativo pois queria deixar o
destaque maior para o vestido.
“Como estou?” Bel perguntou da porta do quarto dela.
Ela estava deslumbrante, estava com um vestido tubinho preto que ficava
perfeito no corpo dela, ela era morena, tinha o cabelo chanel, preto e liso,
com os olhos castanhos quase pretos e puxadinhos. A aparência dela me
lembrava muito uma índia, ela me disse que é por conta da sua avó que era
indígena.
“Você está maravilhosa Bel, se eu fosse o seu namorado nunca deixaria
você sair de casa sem mim.” eu disse para mexer com ela.
“Primeiro que eu não tenho namorado e segundo que está pra nascer o
homem que vai me dizer o que eu posso ou não fazer com ou sem ele.” Ela
disse com um revirar de olhos.
“Vamos logo que já estamos atrasadas, pede o uber no seu celular, ok?”
ela disse.
“Uber? Pensei que fossemos de carro.”
“Eu quero voltar completamente embriagada com você, ou seja, sem
carro por hoje.” ela disse com um sorriso conspiratório.
Suspirei e torci para a viagem não sair muito cara.
“O motorista aceitou, vamos Bel.”
CAPÍTULO 2

Sam
Hoje a casa estava cheia, o que não é nenhuma surpresa para mim pois
toda a noite está assim, aqui rola de tudo e os jovens estão cada vez mais
ousados, cada vez mais livres e se permitindo mais. A nossa pista de dança
está fervendo de pessoas e hoje eu estou na sala das câmeras analisando
novos possíveis jogadores para as nossas salas VIPs de apostas.
Pois esse é o verdadeiro esquema por trás das nossas casas noturnas, os
jogos de azar são o que mais movimentam tudo, mas tem que ser por
debaixo dos panos, nenhum dos nossos fregueses gostaria de ter a sua
imagem atrelada a jogos de azar, nenhum deles gostaria de assumir a
imprensa que perderam nas minhas mãos e na dos meus irmãos mais do que
gostariam de admitir ou de contar as suas esposas o que eles fazem depois
das apostas.
As meninas que nossos fregueses transam sempre são por conta da casa
para que eles sempre voltem por mais, seja pelo sexo, pelo desejo de
vingança ou pela esperança de vitória.
Por isso somos os melhores no que fazemos, cada apostador da nossa
casa é escolhido pessoalmente por um de nós, ficamos nessa sala observando
a aura dos nossos clientes, quanto mais ganancioso melhor para nós, pois a
casa sempre vence.
Temos apenas o mais seleto grupo de sangue sugas nas nossas mesas.
Entre eu e os meus irmãos eu sou o que menos passa tempo aqui na sala das
câmeras, eles não acham que eu posso fazer um bom trabalho enquanto
afundo as minhas bolas na boca de uma mulher qualquer.
Mas hoje é a prova de que eu consigo lidar com os dois muito bem...
“Porra amor, assim mesmo. Engole meu pau todinho, piranha.” eu digo
com a voz rouca.
Acho que estou apaixonado por essa boca, essa semana ainda não tinha
recebido um boquete tão bom assim, solto mais um gemido com alguma
coisa que ela fez com aquela boca mágica e a aviso que estou perto.
Seguro seus cabelos e começo a balançar meus quadris contra a sua
boca, sinto minhas bolas se contraindo e meus olhos se reviram enquanto eu
gozo no fundo da garganta dela.
Que mulher gostosa!
Retiro meu pau da sua boca e dou o meu sorriso conquistador de
calcinhas.
“Obrigada Brittany, se lembra do caminho de volta, não é?” eu pergunto
sem encara-la enquanto guardo o meu pau dentro da calça.
“Mas meu não é...” eu olho para ela novamente com a sobrancelha
arqueada e ela para de falar na mesma hora. Eu sei que o nome dela não é
esse, eu nem me dei ao trabalho de perguntar antes de ter a sua boca no meu
pau e ela não pareceu se incomodar com isso até agora.
Ela parece entender a minha expressão e abre um sorriso que deveria ser
sedutor, mas com a maquiagem toda borrada e o cabelo pro alto se torna
apenas cômico, mas não digo nada, apenas espero ela dizer o que quer.
“Se precisar de mim novamente,” ela me passa um papel com um
número “é só me ligar” ela completa com uma piscadela e se retira da sala.
Eu nem me dou ao trabalho de olhar para aquele número, eu amasso o
papel e o jogo na lata de lixo que fica ao lado da minha mesa.
Solto um bufo e falo em voz alta comigo mesmo “Como se eu precisasse
repetir uma boceta, me poupe!”
Volto a checar as câmeras para localizar o cliente que eu tinha me
interessado anteriormente, mas não o encontro em lugar nenhum, me xingo
internamente por ter dado mais atenção a aquela mulher do que ela merecia.
Mas logo me distraio novamente quando noto quem chegou no bar. Ela
estava simplesmente maravilhosa, seria facilmente considerada a mulher
mais gostosa dessa noite, só de ver aquela bunda redonda balançando
enquanto ela anda o meu pau já começa a ganhar vida.
Olho novamente pelas câmeras para ver se encontro algum possível
cliente, mas como não encontro nada não vejo problema em descer um
pouco para ver aquela gostosa de perto e cobrar uma certa divida.
Pego meu celular e aviso aos meus irmãos aonde estou indo e em
seguida desço as escadas e vou em direção ao bar.
Se pelas câmeras ela estava gostosa, ao vivo ela estava irresistível. De
longe eu conseguia notar vários caras só esperando uma oportunidade de
tirar uma casquinha dela, mas para o azar deles hoje ela é totalmente minha.
Ela está de costas para mim, então decido chegar por trás e fazer uma
surpresa. Chego bem perto do seu ouvido e sussurro com uma voz grossa e
rouca: “Oi linda, você veio para matar hoje.”
Noto que ela fica toda arrepiada com a minha voz e então ela se vira para
mim, estamos tão perto que nossas bocas estão apenas a centímetros de
distância.
Seus olhos estão anuviados e percebo que ela tomou algumas doses de
coragem líquida antes de vir para cá.
“Oi Sam.” Ela diz com uma voz sexy, mas eu só consigo prestar atenção
na sua boca, seus lábios carnudos estão vermelhos e eu só consigo imaginar
sua boca em volta do meu pau, com aqueles grandes olhos azuis me
encarando enquanto me engole por inteiro.
Da maneira fácil que ela estava me deixando duro sem nem saber, nem
parecia que eu tinha acabo de ganhar um boquete a menos de cinco minutos,
meu pau já estava duro como pedra dentro das minhas calças.
E pra me foder mais ainda, ela ainda veio com um vestido que parecia
me mostrar como cada centímetro dela deve ser sem essa fina camada de
pano, ela era exatamente como eu gosto, seios fartos, quadril largo, uma
barriga que dá pra apertar enquanto eu fodo e uma bela bunda redonda.
Não via a porra da hora de meter meu pau naquele buraco apertado.
Enquanto ela me apresentava as suas amigas eu só conseguia imaginar em
como seria foder a sua boceta apertada.
Não prestei atenção a ninguém que ela me apresentou, apenas fiquei
encarando-a e quando ela notou o meu olhar fixo as suas bochechas e
pescoço ficaram tão vermelhos, da cor de uma cereja, espero que o tapa que
eu for dar na bunda dela enquanto a fodo fique da mesma cor também.
Percebo que ela me fez alguma pergunta pois ela me olha quieta e com o
cenho franzido.
“Desculpe linda, não escutei o que disse. Pode repetir?”
“Eu perguntei onde estão os seus irmãos, não os vi por aqui ainda.” Ela
pergunta enquanto olha em volta.
Pego meu celular e mando uma mensagem rápida para os meus irmãos
me encontrarem nada sala secreta e sorrio para Giovanna.
“Me acompanhe que eu te levo até eles, linda.”
Ela olha para as suas amigas e vejo que todas estão com os olhos
arregalado de animação e acenando com a cabeça, olho para Giovanna
novamente e ela se vira para mim com um sorriso incerto.
“Vamos lá.”
Estendo a mão para ela que segura na mesma hora e me segue em
direção ao segundo andar.
A sala secreta é apenas a sala que usamos para escapar do barulho da
boate quando estamos de saco cheio, geralmente não levamos nenhuma
mulher lá pra cima, nós a fodemos em qualquer outro lugar, mas não me
pareceu certo levar ela para um quarto de foda qualquer.
Abro a porta e dou de cara com meus irmãos sentados me esperando e
obviamente falando mal de mim.
“Malphas aquele desgraçado! Como pode abandonar o seu posto assim e
ainda nos ignorar? Depois aparece do nada, como se não tivesse feito porra
nenhuma e pede para nós encontrar aqui em cima? Sem nem dizer a porra do
motivo? É hoje que eu mando esse demônio preguiçoso de volta para o
inferno. Ele sabe que temos que nos alimentar daqueles gananciosos inúteis,
mas mesmo assim nos deixa na mão dessa forma...” – Sairus diz e estraga
tudo como sempre.
Sinto Giovanna endurecer ao meu lado na mesma hora e soltar um
suspiro alto o suficiente para que meus irmãos parem de falar e virarem suas
cabeças na nossa direção na mesma hora.
Consigo ouvir a pulsação dela acelerar e ela tenta se soltar de mim, mas
aperto mais a sua mão e a puxo para dentro da sala, tranco a porta e a solto.
Seus olhos estão enormes e ela olha para cada um de nós com a respiração
acelerada, percebo que seus olhos voltaram a ter foco e que a bebida já está
fora do seu organismo.
“Me deixem sair agora!” ela diz tentando ser forte, mas a sua voz fraca.
“QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO MALPHAS?” Saxx grita com
os olhos fixos na sua maior obsessão, Giovanna.
“Você sabe o quanto eu odeio esse nome que os cristãos nos deram,
Agramon.” Eu digo o seu nome apenas para irrita-lo também. “E você
Marbas, não era para falar de mim assim quando não estou aqui para me
defender, eu obviamente sai do meu posto por um motivo muito bom. E
respondendo a sua pergunta Agramon, ela está aqui a meu convite ou vocês
se esqueceram de mais cedo?” questiono a meus irmãos.
Entendimento pisca nos olhos dos meus irmãos e a mudança das feições
deles e nítida, Sairus abre um sorriso enorme e parece notar pela primeira
vez o que a nossa convidada está vestindo. Ele e Saxx literalmente a despem
de cima a baixo e nem tentam esconder seus olhares de fome.
Giovanna também percebe e dá um passo para trás, em direção a porta.
“O que vocês querem comigo?” ela pergunta em voz baixa.
“Cadê a esquentadinha de mais cedo?” Sairus debocha.
“O que vocês estavam falando? Quem são vocês?” ela pergunta e
continua dando pequenos passos em direção a porta, será que ela não
percebeu que eu a tranquei assim que entramos? Humanos são tão
distraídos...
“Vamos ser mais originais, amor. Eu tenho tanta preguiça dessas
perguntas genéricas.” Saxx disse enquanto dava um passo em sua direção,
como um predador.
Assim que ela se sentiu acuada, ela correu o resto do caminho que
faltava para a porta e puxou a maçaneta de uma vez só, mas para a sua
surpresa a porta não se mexeu nenhum pouquinho.
Fiz um ruído com a garganta e quando ela olhou para mim, eu perguntei:
“Não está esquecendo de nada não?” sacudi a chave para dar mais ênfase no
que estava dizendo.
Nesse momento ela age com velocidade e pega um dos vasos que a nossa
secretária escolheu recentemente, ela mira em Saxx e o joga com tudo em
sua direção, mas isso não faz diferença nenhuma pois ele desvia com
facilidade e continua indo em sua direção.
“Isso foi muito caro, amor. Agora eu estou chateado e você não vai
gostar de como eu puno as meninas más.”
Saxx continuou andando em sua direção e parou a poucos centímetros da
sua presa.
“O que você quer?” ela perguntou em um fio de voz.
“Nesse momento eu só quero fazer as coisas mais diabolicamente
pervertidas com você, amor.” Saxx sussurrou em seu ouvido.
Ao mesmo tempo nós três inspiramos fundo e sentimos o cheiro da
excitação que vinha dela, pelo visto a nossa menina gosta de sentir medo,
aposto que se eu colocasse o dedo em sua calcinha ele voltaria totalmente
encharcado.
“Mas para a sua tristeza Saxx, hoje é a minha vez, então saia da minha
frente.” Sairus disse enquanto empurrava Saxx para o lado.
Senti que meu irmão estava a um fio de partir para cima de Sairus, então
coloquei a mão em seu ombro e disse para ele ter calma e aguardar a sua
vez.
Nós nos sentamos no sofá e apenas assistimos o que estava por vir.
Capítulo 3
Giovanna
Eu sei que nesse momento era para eu estar surtando por causa do que eu
acabei de descobrir, mas nesse momento eu só conseguia pensar no quão
quente e molhada eu estava me sentindo, a forma como eles estavam me
olhando desde que eu cheguei...
Não sei nem o que fazer, sei que amanhã eu vou surtar pra caralho, mas
agora só consigo pensar na minha boceta doendo por eles.
Sairus se aproximou ainda mais de mim, até chegar o meu ouvido e
sussurrar: “Não paro de pensar em você desde que te vi pela manhã, estou
ansioso para fazer você comer as suas palavras, doçura. Hoje você vai
descobrir o que é ser fodida de verdade.”
Mal pude raciocinar para dizer alguma coisa antes que ele atacasse o
meu pescoço com a sua boca, ele começou com pequenos beijos e foi
aumentando para chupões e lambidas. Eu não conseguia mais lembrar que
tinham pessoas em volta de mim, meu cérebro estava apenas ocupado com
as sensações que a boca de Sairus estava causando.
Senti uma picada forte, mas antes que eu pudesse reclamar ele veio
dando pequenas lambidas e beijos para acalmar o local.
“Isso é para te lembrar que a partir de agora você é minha, a sua boceta é
minha e os seus gemidos são meus. Você só vai sair daqui quando for uma
boa cadela e me satisfazer sem reclamar.”
“Caralho, posso sentir a sua excitação daqui.” Disse a voz de Sam e ao
me lembrar que eles estavam aqui me observando pude sentir a minha boceta
pulsar de tesão.
De repente a boca quente de Sairus se afastou e ele disse: “Tira o seu
vestido para mim, doçura, quero ver o que você está usando por baixo.”
Assim que ouvi suas palavra a minha pulsação acelerou e meu sangue
gelou, eu não sou padrão e não tenho o corpo que esses caras estão
acostumados a ter em suas camas, eu sou gordinha e totalmente fora do
padrão das mulheres que eles costumam estar.
Dou um passo para trás desconfortável e percebo que Saxx e Sam estão
com seus paus na mão enquanto me olham com confusão.
“O que foi, linda?” questionou Sam.
Eu desviei o olhar dele e pude sentir as minhas bochechas esquentando
enquanto eu falava.
“Eu não sou como as mulheres que vocês...”
Saxx me interrompe com um rosnado enquanto se levanta e vem em
minha direção, ele segura meu rosto em suas mãos e olhou com raiva em
meus olhos.
“Se você se visse com os meus olhos não iria perder tempo com essas
inseguranças bobas, amor. Tira essa roupa se não eu mesmo vou tirar e não
vou parar de te f**** até você repetir o meu nome como se fosse uma
oração.”
Assim que ele diz essas palavra Sairus o empurra para o lado e volta a
me atacar beijando a minha boca e me deixando totalmente alucinada
novamente, tentei soltar as alças do vestido, mas ele era tão apertado que eu
estava tendo dificuldades para descer.
Sairus se irrita e simplesmente rasga ele do meu corpo, na mesma hora
penso no que vou dizer para Bel, mas Sairus logo me distrai com a sua boca
perversa e captura um mamilo me fazendo gemer longa e profundamente.
“Sem calcinha ou sutiã por baixo, linda? Isso é golpe baixo.” Sam diz
enquanto bombeia seu pau lentamente me olhando.
“O que você acha de me adorar com essa sua boca gostosa hein, amor?”
Saxx pergunta enquanto aperta suas bolas olhando para a boca do seu irmão
em meu seio.
“Hoje ela é somente minha.” Sairus diz em um tom de voz firme.
Depois de dar atenção aos meus dois seios, ele se levanta, me pega no
colo e me leva em direção a mesa de trabalho, ele passa uma mão por cima
afastando todo o material que estava em cima da mesa e me deposita nela.
Levanto um pouco a cabeça e vejo que minha boceta está totalmente
exposta na frente dos seus irmãos e isso me deixa ainda mais molhada.
Sairus se ajoelha em minha frente e é como se o céu se abrisse diante de
mim, sua boca faz coisas perversas e quanto mais eu grito, mais ele me dá.
“Eu quero tudo que você tem amor, goza pra mim.”
E como se suas palavra fossem o meu gatilho, eu me desfaço em sua
boca. Seguro seu cabelo em meus dedos enquanto rebolo com a minha
boceta em sua cara para conseguir ainda mais atrito.
“Goza pra gente, linda” Sam diz em meio a um gemido.
Enquanto ainda estou naquele estado de letargia sinto Sairus subindo
pelo meu corpo e depositando pequenos beijos em minha pele.
“Você é tão linda.” ele diz enquanto continua me beijando.
Sinto seus dedos pressionando a minha entrada e então ele os desliza
para dentro começando outra sessão de tortura.
Quando estou quase perto ele para e coloca meus dedos em minha boca.
“Sente o quanto você é gostosa.” Ele diz e eu abro a minha boca para
provar o meu próprio sabor.
Gemo com o gosto e Sairus se inclina para me beijar, ele devora a minha
boca com tanta fome que eu fico surpresa por não ter machucado os meus
lábios.
Enquanto ele me beija sinto algo quente e grosso pressionando a minha
entrada e então com uma só estocada ele entra completamente em minha
boceta.
Dou um grito por causa da invasão e do mix de dor e prazer que sinto no
momento, Sairus da um tapa forte no meu rosto enquanto a sua outra mão
aperta a minha garganta.
Ele entra e sai de dentro de mim tão rápido e tão forte que eu gozo com
um grito agudo.
“Meu Deus!” eu grito
“Sim doçura, nós somos os seus Deuses.” Sairus diz enquanto seus
movimentos aceleram.
Eu perco a noção do tempo enquanto continuo sentindo ele entrando e
saindo de dentro de mim, olho para os seus irmãos e minha boceta aperta
com a necessidade de ter eles também.
“Você está gostando de ter outros homens te olhando enquanto eu te
fodo, doçura?”
Ele pontua a pergunta com um tapa no meu rosto e uma estocada forte.
“SIM!” eu grito.
“Você quer o pau dos meus irmãos na sua boceta, minha putinha?” ele
questiona enquanto desacelera seus movimentos me dando longas e
profundas estocadas, me deixando ainda mais molhada só de pensar na
possibilidade.
“Sim.” Eu digo com um gemido torturado.
Assim que as palavras saem dos meus lábios seus irmãos se levantam e
vem em minha direção, mas antes que cheguem até mim a porra toda
explode.
Sairus sai de dentro de mim com uma maldição e me joga a sua camisa.
“Isso ainda não terminou.” Saxx avisa e vai em direção a porta.
Eu ainda estou desnorteada e não sei o que está acontecendo, apenas
ouvi um barulho muito alto vindo de fora, tudo pareceu tremer e então
apenas gritos eram ouvidos ao invés da música que tocava antes.
Levantei apressada e coloquei a blusa que se encaixou perfeitamente em
mim, parando logo abaixo da curva da minha bunda.
Me agachei para pegar a minha bolsa e senti um tapa tão forte na minha
bunda que me fez dar um gritinho de surpresa.
“Eu vou matar o filho da puta que está me privando de comer essa bunda
perfeita! Pode apostar que você vai gritar muito mais quando eu voltar,
amor.” Saxx disse enquanto saia pela porta.
“Fique aqui.” Sam disse completamente sério pela primeira vez.
“QUEM É O FILHO DA PUTA QUE ATRAPALHOU A MINHA
FODA?” Sairus saiu pela porta gritando para quem quisesse ouvir as formas
que iria matar quem o atrapalhou.
Assim que a porta se fechou novamente eu só podia escutar a correria e
som de pessoas gritando, a cada minuto que se passava eu ficava mais e mais
nervosa com o que poderia estar acontecendo.
Tentei ligar para Bel para saber como ela estava e se tinha conseguido
sair da boate, mas o número nem chamava, ia direto para a caixa de
mensagens.
Tentei ligar para o número que as suas amigas me passaram hoje assim
que chegamos aqui, mas também não obtive sucesso, cheguei em um ponto
que apenas as piores possibilidades possíveis se passavam pela minha
cabeça.
Olhei para o relógio e notei que já tinha se passado 15 minutos desde que
os meninos saíram e eu não pude aguentar mais, o som dos gritos
continuavam e agora eu conseguia ouvir barulhos de tiro também, não sei o
que está acontecendo, mas vou descobrir.
Não aguento mais ficar presa aqui em cima enquanto alguma coisa está
acontecendo com minhas amigas lá embaixo.
Dou um suspiro trêmulo e passo a mão pelos cabelos para ajeitar os fios
rebeldes por causa da transa, pego a minha bolsa e vou em direção a porta.
Colo meu ouvido nela para ver se tem alguém no corredor, mas não
escuto nenhum som vindo de perto, apenas de longe.
Tomo coragem e abro uma pequena fresta da porta para espiar e diferente
de quando eu cheguei o corredor se encontrava escuro, não conseguia ver
um palmo a minha frente e não me lembrava de qual lado eu tinha vindo.
Sai do escritório e comecei a andar devagar me segurando na parede para
não cair ou tropeçar, decidi virar a esquecer e quase dei um gritinho de alívio
ao sentir o corrimão da escada.
Não tinha percebido antes, mas agora que cheguei a escada notei que
todo o som se foi e que tudo está absolutamente calmo e silencioso.
Pude sentir o pânico querendo me dominar, mas fiz a técnica de
respiração que a minha terapeuta me ensinou e depois de alguns segundos eu
estava pronta para seguir em frente.
Assim que comecei a descer a escada eu me arrependi amargamente de
ter esquecido as minhas sandálias no escritório, os degraus estão molhados e
grudentos com alguma bebida que derramaram durante a festa.
De repente começo a me sentir observada e meus pelos do braço se
arrepiam, sinto uma presença atrás de mim e sei que se eu me virar eu vou
dar de cara com quem estiver aqui atrás.
Eu tiro coragem de onde não tenho e digo em uma voz
surpreendentemente calma.
“Se você tentar encostar um dedo em mim eu juro que essa vai ser a
última coisa que você vai fazer.” Ameaço quem quer que esteja atrás de
mim.
Ouço uma gargalhada e de repente uma mão se fecha em minha
garganta, sinto um nariz se esfregando contra meu pescoço e a voz rouca de
Saxx sussurra em meu ouvido.
“Hum, a minha gatinha tem garras.” Sinto a picada da sua mordida em
meu pescoço e me inclino contra ele.
“Eu vou adorar brincar com você mais tarde amor, isso é a porra de uma
promessa.” ele completou e de repente se foi.
Se não fosse pela minha mão no corrimão eu teria caído feio de bunda no
chão.
Balanço a cabeça e sigo em frente descendo as escadas quando do nada
todas as luzes voltam.
Tenho dificuldade para me ajustar ao ambiente totalmente iluminado,
mas quando consigo um grito escapa da minha garganta.
Olho para o chão e vejo que o líquido pegajoso que eu estava pisando era
literalmente uma poça enorme de sangue e que o dono dela está deitado na
minha frente no chão sem vida.
Capítulo 4
Saxx

Cinco meses antes...


Se tinha uma coisa que eu amava era a velocidade, quando eu subia na
minha moto, a Shelly e começava a dirigir era como se o mundo não
existisse ao meu redor e foi em um desses dias que eu quase atropelei ela.
Eu estava dirigindo como se não houvesse amanhã, depois de uma briga
fodida que eu tive com meus irmãos, eu não queria saber mais de nada,
estava puto com a irresponsabilidade de Malphas, ou Sam como ele prefere,
eu já estava cansado dele sempre abandonar o posto dele em busca de uma
boceta para se enfiar, se eu já não o tivesse visto transformado teria
pensando em que ele é a porra de um demônio da luxúria.
E Marbas era um filho da puta viciado em briga, eu não podia ter uma
porra de uma discussão com ninguém que ele logo se metia para brigar
também, filho da puta ganancioso, quer tudo para si.
Enquanto eu estava xingando eles em meus pensamentos e repassando a
nossa briga não percebi que o sinal fechou, só percebi quando ouvi um grito
agudo seguido por uma série de palavrões, consegui virar a moto a tempo e
desviar da mulher de cabelo vermelho.
“Seu filho da puta, você não olha por onde está passando não? A porra
do sinal estava fechado! Se você me atropelasse eu iria arrancar até o seu rim
de indenização, filho da puta.”
Levantei uma sobrancelha para ela e a encarei, eu poderia acabar com ela
nesse momento e não iria me importar de desperdiçar mais nenhum
pensamento sobre o que acabou de acontecer, mas alguma coisa em seus
olhos me impediu.
Eu conseguia ver por trás da sua fachada de durona e não sei porque me
importei com a menina quebrada que eu vi ali, isso me incomodou demais.
Pude notar ela ficando desconfortável e se remexendo no lugar, notei que
ela provavelmente estava voltando do trabalho pois estava com um uniforme
padrão de restaurantes dessa região e um crachá de identificação com o
nome do local e o nome dela.
Giovanna, rolei o som pela minha cabeça e pude notar que gostei dele
por algum motivo.
Antes que eu pudesse dizer alguma coisa ela murmurou baixinho um
“vai se foder” e saiu em disparada para algum lugar.
Fiquei tentado em seguir ela, mas decidi voltar para a boate, eu ainda
tinha que me alimentar e hoje seria um dia perfeito para isso, sábado é o dia
de maior lotação e com os maiores gananciosos para mim.
Dei a volta e retornei para a boate.
Os dias foram se passando, mas eu não conseguia tirar aquela ruivinha
da minha cabeça, aqueles olhos me hipnotizaram de uma forma que eu não
sei nem começar a explicar, decido largar tudo que estou fazendo e ir
naquele local onde ela trabalha.
Assim que chego eu olho pela janela durante um tempo, a noite parece
que ele funciona como uma espécie de bar, rapidamente percebo o padrão de
mesas que ela atende e me sento em uma das mesas opostas.
Uma outra atendente me serviu e eu mal desperdicei um olhar em sua
direção, eu só observava a minha ratinha, ela era ágil no atendimento e
extremamente sorridente, mas eu conseguia perceber que nenhum daqueles
sorrisos era realmente verdadeiro, era como se ela vivesse sob uma fachada e
eu iria descobrir o motivo.
Passei horas da mesma forma até que uma coisa aconteceu, um dos
clientes que ela estava atendendo já estava mais pra lá do que pra cá e eu
notei o desconforto nela na forma de agir perto dele.
Eu não conseguia ouvir o que era dito ali pois com a distância e o som
ambiente era praticamente impossível, mas não desgrudei os olhos deles e a
cada vez que ela ia em sua mesa ele ficava mais ousado.
Começou com um simples toque no braço dela que fez meu sangue
ferver, mas logo passou para algo mais, uma carícia em sua mão, até que o
filho da puta se sentiu no direito de enfiar a mão na bunda dela e apertar com
força.
Eu tive que me segurar pra caralho na cadeira para não voar na cara
daquele imbecil, quem ele pensa que é para mexer no que é meu? A única
coisa que me tranquilizou foi saber que ele não passaria se hoje.
Ninguém mexe com o que é meu e saí vivo para contar história.
Assim que ele tocou em sua bunda ela o afastou com um tapa e chamou
o segurança para ele. Essa foi a minha deixa para ir embora também,
coloquei o dinheiro sobre a mesa e deixei uma boa gorjeta para a funcionária
que me atendeu e em seguida fui em direção a saída onde o segurança jogou
o bêbado.
Quando cheguei ao lado de fora ele ainda estava tentando se levantar de
tão embriagado que estava. Olhei para ele com o nojo refletido em meu
olhar, eu odiava pessoas que sabiam o seu limite ou se controlar, agiam
como animais e sequer se lembravam no outro dia, mas isso não vai
acontecer com esse merda, ele vai se lembrar.
Peguei o otário do chão e roubei um dos carros do estacionamento,
joguei o peso morto na mala e fui em direção a parte obscura da cidade, onde
eu levava todas as minhas refeições.

Dois meses antes...


Depois de conseguir convencer aos meus irmãos de adquirir esse
restaurante eu me sentia satisfeito, ela era minha e mal sabia disso. Eu
continuei vindo aqui todas as semanas para observá-la, algumas vezes eu
brincava com ela, eu a seguia de longe pela cidade até a casa dela, mas
nunca saia das sombras.
Eu conseguia notar que ela sabia que tinha alguém ali, ela sempre olhava
para trás e apertava o passo a ponto de correr, mas depois desacelerava e
balançava a cabeça com uma risada.
Certa vez até a escutei dizendo que estava ficando paranoica, mas mal
sabia que realmente tinha motivos para ter medo, o Diabo a espreitava nas
sombras e iria devorá-la.
Eu nunca pensei que essa coisa de destino realmente fosse verdade, mas
assim que bati os olhos naquela mulher eu tive a certeza que ela foi feita pra
mim e ela seria minha, era só questão de tempo.
Nessa noite estávamos na nossa mais nova aquisição, eu sabia que ela
não estaria aqui hoje, mas vim mesmo assim pois tinha alguns assuntos para
tratar com o antigo dono, ele agora era o meu gerente e eu precisa alertar ele
sobre algumas mudanças.
Eu e meus irmãos fomos em sua direção, ele era um homem que beirava
os 50 anos, não estava nenhum pouco em forma, tinha uma barriga redonda
e brilhante de cerveja, os botões de sua camisa mal fechavam e ele sempre
tinha uma cara de alcoolizado.
Meus irmãos não o queriam como gerente daqui, mas eu o deixei pois
queria alguém de olho na minha menina, alguém que pudesse me informar
de tudo que acontecia enquanto eu não estivesse aqui e depois de hoje tenho
certeza que ele nunca mais vai colocar uma gota de álcool na boca.
“É sério mesmo que você quer deixar esse merda como nosso gerente?
Ele provavelmente vai beber todo o nosso estoque de bebidas, olha só para o
uniforme dele, totalmente manchado e sujo!” resmungou Sairus sem querer
aceitar a minha decisão.
Nós sempre concordamos com tudo antes de tomar uma decisão, essa era
a primeira vez que eu ia contra o que eles pensavam e fazia do meu jeito,
eles estavam loucos querendo saber os meus motivos, mas isso é uma coisa
que eu vou revelar futuramente, por enquanto eu quero curtir essa minha
obsessão sozinho.
Assim que chegamos aos bar, Jeff levantou os olhos do que estava
fazendo e ficou totalmente livido quando nos viu, ele nem se importou com
os clientes que chegaram antes de nós, ele simplesmente assobiou para uma
das suas funcionárias e uma delas veio para substituí-lo enquanto ele nos
levava para o escritório.
Assim que entramos na sala Sairus o prendeu contra a parede e sussurrou
bem alto em seu ouvido: “Acho que você pode ter se esquecido velho, mas
você não é mais o dono dessa merda, você é apenas mais um funcionário!
Então trate de se vestir adequadamente ou vai pra rua!”
Sam o puxou pelo braço para que ele saísse de cima do nosso gerente
que parecia estar a ponto de se borrar nas calças.
“Calma irmãozinho, tenho certeza que ele já entendeu o recado, não
quero que ele suje o carpete novo com sua urina.”
“Me-me desculpem, eu prometo que isso não irá se repetir novamente.”
ele disse em meio a gaguejos.
Agora era a minha vez de esclarecer algumas coisas, sei que meus
irmãos iriam me atormentar depois disso, mas preciso que ele comece a
partir de amanhã pois irei ficar mais atarefado do que antes.
“Sente-se.” Eu disse indicando a cadeira com o queixo.
Fui em direção a mesa e sentei de frente para ele, levei meu tempo
ajustando meu paletó e quando finalmente dei um olhar para o mesmo pude
notar o quão desconfortável ele estava naquela cadeira, exatamente o que eu
queria.
Sam veio para o meu lado enquanto Sairus ficou ao lado da porta me
observando com a sobrancelha arqueada.
“Eu não quero que nenhum dos seus funcionários saibam da troca de
donos, não quero que essa informação circule aqui dentro e se caso comece
um burburinho quero que você termine com ele no mesmo momento, fui
claro?” falei lentamente enquanto ele acenava com a cabeça sem parar.
“Sim, senhor.” Ele disse enquanto se levantava rapidamente.
Bati com a minha mão em cima da mesa fazendo ele saltar de susto e
parar na mesma hora. Ele me olhou com uma cara de medo patética e eu
suspirei pesadamente.
“Sam, você me ouvindo a esse senhor que ele podia se levantar?”
questionei me virando para o meu irmão.
“Não irmãozinho, você ouviu alguma coisa Sairus?” Sam perguntou com
um sorriso enorme.
“Não.” Sairus disse.
Me virei para o meu gerente e arqueei uma sobrancelha.
“Então Jeffrey, porque você se sentiu no direito de levantar antes que eu
terminasse com você?” Eu sabia que seu nome não era esse, mas errei
propositadamente para que ele soubesse o seu lugar.
“Me des-desculpe.” Ele murmurou sem encontrar os meus olhos.
Se tem uma coisa que eu detesto são pessoas que conversam comigo sem
me olhar nos olhos, elas simplesmente não me passam verdade ou confiança,
mas não fiz nada a respeito pois já estava sendo duro o suficiente com ele.
“Me olhe nos olhos enquanto estiver falando comigo, é a primeira e a
última vez que eu te aviso.” Eu o avisei em voz baixa e calma.
Antes que ele pudesse se desculpar novamente eu o interrompi e disse
logo o motivo pelo qual ele ainda estava em minha sala, não aguentava mais
olhar para cara dele de medo ou sentir o seu fedor.
“Você tem uma funcionária chamada Giovana, certo?” questionei.
“Sim, senhor.”
“Eu quero que você a vigie e proteja durante todo o tempo que ela estiver
aqui dentro, quero ser informado de qualquer coisa que acontecer com ela, se
alguém a olhou torto, se alguém disse alguma coisa que não deveria a ela, se
alguém tocar nela com ou sem a sua permissão. Eu quero saber de tudo que
se passa com ela aqui dentro, estamos entendidos?”
“Sim, senhor.” Ele respondeu com uma cara confusa, mas não fez
nenhuma pergunta.
Não olhei a direção dos meus irmãos, mas conseguia sentir os seus olhos
me queimando com suas perguntas a respeito dela, com certeza eles
juntaram um mais um e descobriram o meu interesse por trás desse
restaurante, mas isso é problema para outro momento.
“E apenas reforçando o que meu irmão disse, se você voltar a trabalhar
fedendo a cachaça como está agora, você não vai ser apenas demitido, tenha
isso em mente. E se alguma coisa acontecer a ela e eu não for imediatamente
avisado, você irá sofrer exatamente a mesma coisa que ela.” Eu o ameacei
enquanto me levantava.
Ele não conseguiu me responder, apenas acenou com a cabeça
freneticamente.
“Dispensado.” Eu disse e concordo isso ele praticamente saiu correndo
da sala, não olhei uma segunda vez em sua direção, só ouvi o clique da
porta quando ela se fechou e meus irmãos pararam na minha frente com
caras similares de ódio.
“QUE PORRA É ESSA?” Sairus gritou e eu pude notar que ele estava se
esforçando para não vir para cima de mim.
“Normalmente eu sou o cara que acalma o Sairus, mas hoje tenho que
concordar com ele, que porra foi tudo isso Saxx? Por que você não nos
contou o seu real motivo para querer comprar esse restaurante?” Sam me
perguntou com sua raiva mal contida.
Puta que pariu, isso vai levar mais tempo do que eu estava esperando.
“Vou começar do início...” eu disse e comecei a contar tudo a eles.
Capítulo 5
Sairus
Quando eu ouvi o grito agudo dela meu corpo se tensionou na mesma
hora, eu literalmente entrei em modo de ataque e fui em direção ao som que
eu ouvi.
Quando chego ao hall de entrada vejo Giovanna no topo das escadas que
levam ao segundo andar, não sei como ela conseguiu chegar aqui sozinha
pois estava escuro enquanto ela vinha, mas sei que ela não nos escutou e isso
pôs a sua vida em risco.
Pude sentir meu sangue esquentando de tanta raiva que eu estava
sentindo, essa mulher é extremamente enervante e imprudente!
Ela estava congelada olhando para alguns corpos que estavam pelo chão,
suspirei e passei a mão pelo cabelo, eu mesmo estava encharcado de sangue,
o sangue dos filhos da puta que pensaram que poderiam mexer conosco e
ficar por isso mesmo.
Até agora não consigo acreditar que tentaram nos trair dessa forma, esses
viciados do caralho pensaram por um momento que poderiam chegar aqui
em nossa boate atirando e explodindo os banheiros e que sairiam bem disso?
Com vida?
Estão enganados pra caralho, os ratos pequenos nós executamos na
mesma hora, mas os peixes maiores nós levamos para o porão da boate, lá
eles iriam dizer oi para o capeta e conhecer o verdadeiro inferno.
Sam já estava lá embaixo com eles, ele era o melhor torturador entre nós,
eu geralmente perdia a cabeça e os matava muito rápido, mas o Sam não,
esse filho da puta distorcido tinha várias ideias de torturas prolongadas.
Saxx normalmente não gostava de sujar as mãos com esses vermes, o
lance dele era mais tortura psicológica, se você tinha alguma coisa para
arrancar de alguém, ele era o cara certo.
Eu estava ansioso para descer e ver quanto tempo Sam levaria para torcer
o Capo da Bratva, o filho da puta era quem tinha organizado essa porra. Nós
já sabíamos que ele não tinha gostado que nós tomamos a maioria dos seus
clubes e estava atrás de retaliação, mas ele escolheu os caras errados para
isso.
Ele é conhecido por ser um cara bem durão e resistente, quando o
pegamos o desgraçado teve a cara de pau de sorrir da nossa cara e dizer para
que nós déssemos o nosso pior a ele. Ele realmente não sabe com quem está
falando, mas como ele pediu por uma tortura a nível do inferno, ele vai
receber ela até implorar para morrer.
E quando ele morrer...
Eu não gostaria de estar no lugar dele, o seu lugar já está mais que
garantido em uma das minhas salas de torturas particulares, ele vai se
arrepender do dia em que resolveu debochar dos irmãos Mammon.
Mas nesse momento eu era necessário aqui, tirei meu foco dos homens e
voltei a me concentrar em Giovanna, ela estava ainda mais pálida que antes e
seus dentes pareciam bater de frio.
Impossível que ela nunca tenha visto corpos assim, penso isso, mas logo
descarto. É óbvio que ela nunca viu a morte desse jeito, ela deve estar
assustada pra caralho.
Se ela tivesse nos ouvido e aguardado lá em cima nada disso estaria
acontecendo agora, aperto a ponte do meu nariz para me acalmar e vou em
sua direção, levanto seu queixo para que ela me olhe.
“Ei doçura.” falo com a voz suave para que ela não se assuste.
Seus olhos focam em mim, mas ainda parece que ela não está vendo
nada, parece que ela está presa dentro da sua própria cabeça.
Eu a abraço e sinto o quanto ela está tremendo, na mesma hora todas as
coisas relacionadas a tortura somem da minha cabeça, meu único objetivo
nesse momento é fazer ela se sentir bem.
Eu a pego no colo e subo as escadas novamente, a levo para a sala
secreta e a deito no sofá, sento ao lado de sua cabeça e a apoio em meu colo.
“O que aconteceu?” Ela pergunta enquanto faço carinho em sua cabeça.
“A Bel...” Ela não consegue terminar a frase e cai no choro.
“Quem é Bel, doçura?” eu questiono tentando me lembrar de algum dos
rostos no chão.
Quando aquele desgraçado invadiu disparando ele acertou diversas
pessoas inocentes, a maioria morreu na hora, mas muitas ficaram feridas e já
foram cuidadas, mas suas memórias foram alteradas. Eu não gosto de pedir
favores aos Reis da Gula, mas não tive escolha hoje, se as pessoas se
lembrassem do que aconteceu hoje, muita merda aconteceria.
Eles trabalharam de forma rápida e eficiente para voltar para seu lar
logo, agora que a sua rainha está grávida dos primeiros trigêmeos deles, eles
estão super protetores.
Assim que eles terminaram, eu e o os meus irmãos fomos agradecer por
toda ajuda, mas eles deixaram bem claro que não irão se esquecer do favor
que nos fizeram e que irão cobrar em breve. Sei que eles ainda estão tendo
problemas com Lúcifer e que ainda não o derrotaram completamente, mas
como eles nos salvaram hoje ficarei feliz em me livrar dessa dívida logo.
Volto a realidade e percebo que Giovanna ainda não me disse nada, ela
fica apenas com esse olhar perdido e ela parece tão frágil assim que eu até
me sinto mal por vê-la nesse estado.
“Ela veio aqui por minha causa e agora ela...” Sua voz se quebrou no
meio da frase, mas entendi completamente o que ela quis dizer.
“Ei, não fala isso e nem começa a pensar assim. Nada disso aqui é sua
culpa, entendeu? Esses filhos da puta que fizeram isso vão pagar com
sangue, você não tem culpa de nada.” Eu disse em um tom de voz firme.
Pela primeira vez ela encontrou os meus olhos e deu um pequeno aceno
incerto com a cabeça.
“Tudo bem.” Ela disse.
“E outra que eu me lembro dela aqui em outras noites, essa não foi a sua
primeira vez aqui, você não tem culpa de nada mesmo, então não comece
com esses pensamentos fodidos.” Eu nem sei de quem ela estava falando,
mas precisei dizer isso para que ela não se culpasse por algo que não estava
em suas mãos.
Continuei a fazer carinho em sua cabeça e me perdi em pensamentos,
quando notei já passava das 5h da manhã e ela já estava dormindo
pacificamente.
Segurei a sua cabeça com cuidado e a apoiei no sofá, sai da sala com um
suspiro e fui atrás dos meus irmãos no porão.
Ao chegar lá eu me surpreendi ao ver Saxx em cima daquele verme,
quem sempre fazia as torturas físicas era o Sam, mas acredito que hoje seja
diferente pois ela estava aqui quando tudo aconteceu e a porra do meu irmão
deve ter perdido a cabeça por isso.
Assim que fechei a porta Sam veio para o meu lado e eu acenei com a
cabeça na direção de Saxx e fiz uma pergunta silenciosa.
“Ele assumiu por volta das 3h da manhã e não parou até agora, sempre
que o cara desmaia ele da uma injeção de adrenalina nele para que ele acorde
novamente e então ele recomeça toda a tortura do zero.” Sam disse dando de
ombros e com um olhar divertido.
“Entendi.”
“E como ela está?” ele questiona se referindo a Giovanna.
“Eu estava com ela até agora, alguma amiga sua morreu durante o
tiroteio, mas não tenho a mínima ideia de quem seja, ela ficou em um estado
de choque quando viu sua amiga, então eu a levei para a sala em que
estávamos e fiquei com ela até que ela dormisse.”
Antes que Sam pudesse dizer alguma coisa um grito desesperado ecoou e
eu voltei a minha atenção ao que Saxx estava fazendo.
“NÃO, DE NOVO NÃO, POR FAVOR!” o verme da Bratva gritou como
uma menininha enquanto meu irmão apenas gargalhava.
“Eu te disse que se você desmaiasse novamente eu iria recomeçar a
minha contagem, você me desobedeceu e desmaiou então aguente as
consequências.” Saxx disse e então voltou a pegar a faca e ir em direção ao
pênis do Capo.
O cara já estava uma bagunça, mas o pior era o seu pau, Saxx estava
tirando a pele do pau dele como se estivesse descascando uma laranja
dolorosamente devagar, os gritos de agonia daquele verme já estavam me
dando dor de cabeça, mas estava divertido demais para que eu fosse embora.
“Me mate, por favor!” ele pediu em agonia.
“A parte número um já foi, viu como passou rápido? Agora eu vou pegar
mais leve com você, prometo.” Saxx disse em deboche.
Ele pegou algumas agulhas que tinham em cima da mesa e começou a
inserir uma a uma debaixo das unhas do verme, a cada agulha ele se borrava
mais e mais nas calças, quando eu achei que meu irmão estivesse quase
terminando o Capo não aguentou e desmaiou novamente.
“Que pena, vou ter que começar novamente.” Disse Saxx com um
sorriso indo em direção a seringa de adrenalina.
“Saxx.” Eu chamei e ele veio em minha direção.
“O que? Quer participar também?” ele questionou.
“Não, você sabe quem é Bel? Uma amiga de Giovanna.”
O sorriso dele se desmanchou e ele ficou totalmente tenso e sério.
“O que aconteceu?”
Eu expliquei tudo o que tinha acontecido e ele apertou a ponto do nariz
enquanto xingava pra caralho.
“Bel é a porra da amiga dela do trabalho, aquela que o Sam disse que era
gostosa quando fomos aos restaurantes juntos pela primeira vez.”
Eu continue sem imaginar quem fosse essa mulher, mas ela logo saiu da
minha cabeça quando eu ouvi um suspiro alto e feminino vindo da entrada
do porão.
Eu me virei e vi a coisa mais sexy da minha vida, Giovanna estava
parada ali no portal com uma camiseta que mal cobria a sua boceta, com o
cabelo bagunçado e com sangue espalhado pelo seu corpo.
Eu poderia ter ficado de joelhos na frente dela nesse momento e adorado
o seu corpo como um templo.
Que mulher gostosa do caralho!
Capítulo 6
Giovanna
Eu acordei ao som de gritos, levei alguns segundos para entender aonde
estava e quando a ficha de tudo caiu eu tive que me segurar para não chorar
novamente, eu não conseguia tirar a imagem de Bel no chão sem vida.
Ela era a única amiga que eu tinha aqui, não posso acreditar que isso
aconteceu com ela, a dor que eu sinto em meu peito parece que vai me
sufocar.
Levanto do sofá com dificuldade pois meu corpo inteiro dói por ter
dormido de mal jeito nesse sofá, olho em volta e não vejo nenhum dos
rapazes, então decido ir atrás dos gritos.
“Sairus... Sam... Saxx...” eu chamo enquanto desço as escadas, tento não
olhar para aquela cena diante de mim, mas não consigo. Tantas vidas
perdidas, tantos sonhos em construção, tantas famílias desoladas...
Solto um suspiro trêmulo e sigo em direção a um corredor, prendo a
respiração assim que meu pé toca em um líquido gosmento e gelado, sei que
se eu olhar para baixo agora eu vou pirar, então apenas sigo em frente
desviando dos corpos que estão no meu caminho.
Quando eu chego a uma pontinha que dá para uma escadaria escura os
sons de gritos ficam ainda mais altos, noto que o topo da escadaria tem
sangue, mas me faço de forte e continuo seguindo em frente, desço cada
degrau silenciosamente, mas assim que chego na base minha respiração
trava.
A sala que está na minha frente é mal iluminada, tem apenas uma
lâmpada que fica balançando em um cima de uma cadeira e nessa cadeira
tem um homem, ele está totalmente desfigurado e nu, olho horrorizada
enquanto ele se borra com toda a tortura que está sofrendo.
Em seus pés urina, fezes e sangue se acumulam, o cheiro aqui dentro é
insuportável, mas Sam, Sairus e Saxx não parecem se importar.
Saxx está em cima dele com um sorriso maníaco, enquanto Sairus e Sam
estão no canto conversando. Ninguém me notou ainda enquanto eu assisto
todo aquele desenrolar, depois que o homem parece desmaiar Saxx se junta
aos seus irmãos e eu ouço algum deles dizendo o nome de Bel, eu tento ficar
quieta para conseguir mais informações, mas em algum momento eu devo
fazer algum som, pois todos se viram na minha direção na mesma hora.
Sam vem na minha direção e entra em minha frente para que eu não veja
o homem mutilado, ele segura o meu rosto em suas mãos e acaricia a minha
bochecha.
“O que você está fazendo aqui, linda?” ele questiona sério.
“Quem é ele?” decido ignorar a sua pergunta e descobrir o que eu
realmente quero saber.
“Não é ninguém importante, Saxx intervém, mas eu não dou atenção a
ele, continuo olhando nos olhos de Sam e o imploro com o olhar.
Ele suspira e me conta quem é ele e os motivos pelos quais ele fez o que
fez ontem a noite, eu absorvo toda a história quieta e sinto meu ódio
aumentando cada vez mais, não consigo acreditar que por conta de uma
vingança idiota esses homens que escolheram apostar seu dinheiro e seus
bens decidiram tirar a vida de tantos inocentes, isso não entra na minha
cabeça.
Como essas pessoas conseguem ser tão ruins assim, sinto meu corpo
começar a tremer e meu cérebro simplesmente desliga de tudo que está
acontecendo. Eu assisto meus movimentos como se eu estivesse sendo o
telespectador e não a pessoa por trás dos movimentos.
Eu vou em direção a aquele filho da puta e pego a faca que está na mesa
ao meu lado, escuto os rapazes falando comigo, mas eu apenas levanto uma
mão e os silêncio. Eu nunca fui a favor de violência, mas esse filho da puta
matou a amiga da mulher errada.
“Alguém acorda ele, por favor.” Eu digo, mas mal reconheço a voz que
sai de mim.
Não presto atenção em quem vem ao meu lado e injeta alguma coisa
nele, mas em um momento ele estava completamente apagado e no outro ele
estava gritando, me pedindo ajuda.
Quase ri da cara dele quando seus olhos chegaram a faca na minha mão e
a sua expressão foi de esperança a puro pânico.
“Você é o Capo da Bratva, certo?” eu questionei com uma voz que não
era minha enquanto passeava a faca pelo seu corpo.
“S-sim.” ele disse com uma voz fraca e rouca.
“Você foi o responsável por todas as mortes de hoje, certo?”
Ele tentou negar com a cabeça, mas então eu pressionei a faca com mais
força em sua pele e arqueei uma sobrancelha. Vi a luta deixando o seu corpo
quando ele abaixou a cabeça e concordou comigo.
Disferi um tapa em seu rosto e grunhi: “Olhe para mim enquanto eu
estiver falando com você!”
Ele levantou a cabeça rapidamente e me olhou a tempo de ver o meu
sorriso enquanto eu agarrava as suas bolas e as arrancava fora com minhas
próprias mãos, eu quis sentir isso, sentir seu sangue escorrendo pelos meus
dedos enquanto eu vingava a minha amiga.
Quis ouvir o seu grito de agonia e a sua expressão mudando de terror
para dor em uma fração de segundos. Mas eu não parei por aí, eu continuei
com a faca em minha mão e desferi diversos golpes com ela pelo seu corpo,
senti quando a vida se esvaiu dele, mas eu continuei o acertando por um
longo tempo até que senti braços fortes ao meu redor me levantando e me
desfiz novamente.
Chorei tudo o que tinha para chorar até ficar seca, eu poderia ter levado a
minha amiga para a morte, mas eu não iria deixar ela sem a sua vingança.
Fui passada de um corpo para outro até que que alguém me pegou no
colo e voltou comigo, não quis abrir os olhos e voltar para essa realidade
onde todas essas coisas ruins tinham acontecido, eu queria ficar no escuro,
queria sumir dentro de mim mesma por causa da culpa que eu estava
sentindo.
Mas quando ouvi Sam cantando para mim enquanto acariciava o meu
cabelo não pude me conter e tive que abrir os olhos, ele estava cantando uma
música idiota e engraçada que tinha viralizado no tik tok recentemente e
quando ele percebeu que eu estava o estava olhando, ele abriu o maior
sorriso para mim e disse:
“O que foi aquilo tudo lá embaixo, hein? Só tenho uma coisa para te
dizer, foi quente pra caralho!” ele disse enquanto ligava o chuveiro e só
então eu percebi aonde nós estávamos.
Não estive aqui antes, mas só de me mexer um pouco pude entender
porque ele me trouxe, eu estava totalmente molhada de sangue, me olhei no
espelho e tomei um susto com o tanto de sangue que tinha em mim, não
tinha percebido antes, mas agora meu estômago estava embrulhando com a
imagem.
Olhei para Sam e notei que ele estava do mesmo jeito, provavelmente
metade daquilo que está nele veio de mim.
Ele começou a tirar as suas roupas e então me chamou com os dedos em
sua direção, eu fui obedientemente e parei em sua frente, ele se abaixou sem
falar nada e começou a me despir também, quando nós dois estávamos nus,
ele me puxou em direção ao box e me colocou embaixo do jato de água.
Dei um leve gritinho com a temperatura da água, mas logo me
acostumei.
“Desculpe, era pra eu ter perguntado a temperatura que você preferia.”
Ele disse com um sorrisinho de canto.
Fui em direção ao sabonete que estava ali para abrir a embalagem, mas
ele segurou as minhas mãos e começou ele mesmo a me lavar.
“Deixa que eu cuido de você, linda.”
Ele limpou meus cabelo, desembaraçou os fios e em seguida começou a
cuidar do meu corpo, conforme ele ia esfregando a minha pele o meu núcleo
ia se aquecendo, quando seus dedos deslizaram pela minha boceta para lavá-
la eu não consegui conter um gemido.
Ele rapidamente olhou para mim e com a maior cara de safado começou
a me acariciar lentamente na boceta, começou com uma tortura lenta, mas
conforme meus gemidos aumentaram, a sua velocidade aumentou também.
Até que ele abaixou a cabeça e capturou um dos meus mamilos em sua
boca me levando automaticamente para o céu.
“Sam, Sam, Sam, Sam...” gemi o seu nome sem parar enquanto rebolava
em seus dedos.
“Sua prece será atendida, linda.” Ele disse e então alcançou o ângulo
certo dentro de mim, me fazendo gozar na mesma hora com um grito.
Depois que eu levei alguns segundos para me recuperar eu olhei e sorri.
“Está melhor?” Ele questionou com o cenho franzido.
“Muito obrigada por cuidar de mim, mas acho que só vou melhorar
quando sentir o seu pau dentro de mim.” Eu disse com um beicinho fingido.
Ele abriu o maior sorriso de gato e me puxou para o seu corpo.
“Só se for agora, linda.” disse ele enquanto me levantava em seus braços
e se posicionava em minha entrada.
Capítulo 7
Sam
Depois de foder Giovanna no banheiro eu a trouxe para um dos quartos
da boate que eu ou meus irmãos utilizávamos para dormir, pensei que ela
fosse estar cansada depois de gozar três vezes no banheiro, mas me enganei
completamente. Essa mulher tinha um apetite sexual de outro mundo, então
depois de foder ela novamente em cima da cama ela acabou pegando no
sono.
Fiquei um tempo deitado com ela na cama, mas não consegui pregar os
olhos, eu não tinha uma necessidade real de dormir como os humanos, mas
com o tempo em que estou aqui acabei pegando esse costume também, não
só eu como meus irmãos também fazem o mesmo.
O que aconteceu no porão com ela foi a coisa mais sexy que eu já vi uma
mulher fazer, ver ela encharcada com todo aquele sangue e com toda aquela
fúria me deixou de pau duro na hora, a minha vontade era de comer ela
naquele chão mesmo em cima do sangue daquele verme.
Mas assim que vi o estado em que ela estava nos braços do meu irmão eu
senti um instinto de proteção absurdo, então eu a puxei para o meu colo e
disse para eles resolverem tudo lá embaixo, pela primeira vez senti alguma
coisa no meu coração ao ver ela tremendo e chorando daquele jeito em meus
braços.
Um instinto de proteção floresceu dentro de mim, mas não consegui
entender o motivo, eu não estou interessado em me amarrar a ninguém, não
é isso que eu quero para mim no momento, eu fodo sem me importar com o
buraco e vou continuar assim.
Não sei o que essa bonitinha está fazendo comigo, mas vai parar por aí
mesmo. Eu tenho séculos de existência e não vai ser uma mulher que nasceu
ontem que vai me domar.
“Nem tente enfiar as suas garras em mim, Giovanna. Você não vai sair
bem disso.” Eu avisei enquanto ela dormia.
Com um suspiro eu me levantei e fui ver se meus irmãos já tinham
terminado, mas não os encontrei em lugar nenhum, estava tudo arrumado,
mas sem sinal nenhum deles.
Nem no meu celular tinha mensagem deles me dizendo para onde tinham
ido, isso é estranho, normalmente nós nos comunicamos sempre.
Dei de ombros e procurei na minha listagem de telefones o número de
Courtney, ela era a única foda regular que eu tinha, quando estava com
preguiça de procurar por uma boceta era só ligar para ela que ela estaria lá
pronta e disposta para mim.
“Oi amor.” Ela atendeu no segundo toque com uma voz grogue.
Tinha me esquecido que ainda eram 8h, mas a vontade de tirar Giovanna
do meu sistema era tão grande que eu nem me importei com o horário.
“Na sua casa ou num motel?” eu perguntei sendo direto.
“Hum, por que não pode ser na sua casa?” Ela questionou, eu poderia
imaginar o bico que ela estava fazendo nesse exato momento só pelo tom da
sua voz.
“Se não tiver interesse tudo bem, eu ligo para a próxima.” Falo
indiferente enquanto tiro o celular da minha orelha para desligar.
“Não! Espera Sam.” Ela diz rapidamente.
“Estou ouvindo.”
“Vem pra cá, estou com saudades.” Ela diz com uma voz manhosa.
“Estou a caminho, me espera sem nada.” Eu comunico e desligo antes de
uma resposta.
Eu sei que eu estou sendo um cuzão do caralho, mas nunca prometi ser
nada diferente para nenhuma delas, a Courtney é a mulher que eu mais fui
sincero em todos esses anos, sempre disse a ela que eu não quero
relacionamentos, não sou o cara para isso.
Então quando ela vem com esses assuntos melosos eu não sei ser um
cara normal, só consigo ser um babaca.
A única vez que eu me aproximei de uma humana eu me fodi pra caralho
e isso não iria se repetir, elas morrem muito facilmente e eu não vou ter a
porra da minha alma destruída novamente.
Só de me lembrar de Gwen a minha vontade de ir encontrar a Courtney
morre completamente, eu conheci a Gwen nos primeiros anos em sai do
inferno e vim para a Terra com meus irmãos, ela era simplesmente
deslumbrante, era a alegria em pessoa. Com ela eu sentia uma paz que eu
não sabia que era capaz de alcançar, com ela eu conheci o amor e o luto, a
forma mais pura e verdadeira da felicidade e o lado mais obscuro e triste da
perda.
Quando eu a conheci ela tinha 30 anos, tinha acabado de se separar de
um casamento infeliz, o seu ex marido batia nela e a mantinha presa dentro
de casa, pra época isso era considerado normal, as mulheres não tinham
direitos e nem voz.
Lembro que ela me contou que para conseguir o divórcio do seu marido
foi muito difícil, ela só conseguiu depois de aparecer mais de duas vezes no
hospital a beira da morte em menos de mês, ela mal tinha se recuperado da
primeira surra quando ele a agrediu e estuprou novamente.
Ela sempre dizia que era muito grata a vida por ter tido a oportunidade
de experimentar o que era felicidade ao meu lado. Ela sabia quem eu era e o
que eu fazia, mas nunca demonstrou ter medo ou repulsa de mim, ela dizia
que quando chegasse a sua hora que ela queria ser levada para o inferno
comigo, para morar na minha ala e sempre poder me ver.
Mas eu sabia que ela era boa demais para o inferno, eu sempre soube que
estávamos fadados a nos separarmos, mas mesmo assim eu continuava ao
seu lado, sempre dizendo que ela ficaria comigo para sempre, só não
mencionava que era em meu coração.
Quando descobrimos o seu câncer já era tarde demais, não havia mais
nada que poderia ser feito, lembro que o médico deu a ela duas semanas de
vida, mas a minha menina guerreira lutou, ela não se deixou levar
facilmente.
Ela ficou um mês ao meu lado e nesse último mês em que a tive nos
meus braços eu fui o ser mais sortudo desse mundo, até hoje me lembro de
um diálogo nosso de quando ela estava na sua última semana de vida e
estava com vergonha por eu ver ela tão debilitada.
Lembro como se fosse ontem o que ela disse.

“Amor, eu não quero que você se lembre de mim assim.” Gwen disse
enquanto estávamos deitados em nossa cama logo após o jantar.
“Assim como, minha vida? Gostosa e cheia de beleza?” perguntei
brincando para poder distraí-la.
“Não quero que você se lembre de mim fraca, feia e sem disposição para
nada.” Ela disse desviando o rosto do meu enquanto fungava.
Segurei seu rosto em minhas mãos e não falei nada até que ela
encontrasse meus olhos novamente, assim que ela o fez, eu disse:
“Seria impossível eu ter algum pensamento sobre você que não fosse
bom, você é a mulher mais forte e linda que eu já conheci, você é luz Gwen e
depois de você não vejo como qualquer outra mulher possa se destacar aos
meus olhos.” Eu disse enquanto beijava cada pontinho do seu rosto.
“Eu te amo e sempre vou te amar, meu primeiro e único amor.”
Completei olhando bem no fundo dos olhos dela para que ela conseguisse
imaginar a dimensão do meu amor por ela.

Sempre que lembro de Gwen e dessas memórias eu sinto vontade de


visitar o túmulo dela, então decido ir ao cemitério mais tarde, foi nessa
cidade que eu a conheci, por isso decidi voltar para cá e fazer de tudo isso
meu.
Cada cantinho daqui me trás uma lembrança de um passeio diferente que
eu fiz com ela, depois que ela se foi eu vivi os piores séculos da minha vida.
Eu não reconheço quem eu me tornei naquela época, me afastei dos meus
irmãos, fiquei séculos sem querer saber deles e fugindo de qualquer tipo de
contato.
Eu me vinguei de cada pessoa que ela me disse que a fez mal, mesmo
que tivesse sido coisas bobas, eu fiz cada uma dessas pessoas sofrer. O ex
marido dela foi com quem eu mais me diverti, eu amei querer aquele verme
pedaço por pedaço.
Foi assim que eu me tornei o tipo de torturador que eu sou hoje, cada
nova pessoa que eu torturo eu imagino que ela fez algo para a Gwen também
e me torno muito criativo em puni-los.
“Ei cara, aonde você está?” Sinto o cutucão e ouço a voz de Sairus vindo
de trás de mim, me viro para ele e o encaro.
“Onde vocês estavam? Procurei tudo atrás de vocês e não os encontrei,
não deixaram nem uma mensagem.” Reclamo com ele.
“Fomos no quarto te avisar que estamos indo descartar os corpos, mas
ouvimos que você estava ocupado demais e resolvemos sair sem te
comunicar.” Ele diz e revira os olhos na parte do “ocupado”.
Forço um sorriso e digo: “Não pude me controlar, aquela bundinha
perfeita foi mais forte que eu.”
“Que seja.” ele revira os olhos novamente e pergunta: “O que você
estava fazendo aqui?”
“Estava pensando. Estou indo para Courtney, não sei se irei voltar hoje,
qualquer coisa me avisem.” Eu digo enquanto dou as costas para ele e vou
em direção a porta.
Mas ele vem atrás de mim e me segura pela jaqueta.
“Está tudo bem cara?” ele pergunta sério.
Aceno com a cabeça e descarto a sua preocupação com um sorriso
forçado.
“Parece até que não me conhece, né? Quanto mais bocetas, melhor!” eu
me solto do seu aperto e saio.
Subo na minha moto, mas sinto algum olhar me queimando, quando olho
para cima vejo Giovanna na janela me observando.
Dou um sorriso para ela e arranco com a moto.
Não vou deixar essa mulher bagunçar a minha vida, vou tirar ela do meu
sistema com uma boa surra de boceta.
A Courtney sabe como eu gosto e vai me ajudar a esquecer essa ruivinha
de uma vez por todas.
Capítulo 8
Giovanna

Observo enquanto Sam se afasta com a moto e solto um suspiro. Ver ele
indo embora me lembrou que eu também tenho que ir, mas antes eu preciso
saber quem vai avisar ao peguete de Bel o que aconteceu.
Eu sei que não posso falar com ele pois ele me odeia, tenho que pedir
para Sairus ou Saxx dar a notícia.
Sinto meu estômago embrulhando só de lembrar novamente do que
aconteceu.
Decido procurar uma calça para vestir, mas não encontro nada por aqui,
apenas uma camisa limpa que Sam deve ter deixado para mim.
Eu a visto e vou procurar os outros para pedir o favor de contar ao Vitto
o que aconteceu. Desço as escadas do terceiro andar e vou para o térreo
procurar por eles, eu não tenho seus números então decido gritar seus nomes
enquanto ando.
“SAIRUS” grito, mas não tenho resposta.
“SAXX”
Paro e percebo que está tudo limpo e que todos os corpos se foram, meu
coração começa a bater rapidamente e me preocupo com o que eles fizeram
com o corpo da minha amiga.
Não sei se as meninas que vieram conosco sabem o que aconteceu, não
me lembro de ter visto o corpo delas, mas eu estava tão focada em Bel que
não consegui prestar atenção em mais nada. Me sinto péssima por isso, mas
não tenho o que fazer a respeito.
Sinto braços fortes me apertando e solto um grito com o susto. Me viro
dentro do abraço e vejo que foi Saxx que me assustou novamente.
“Caramba! Que susto.” Eu digo dando um tapa de leve em seu braço.
“Estava procurando por mim, amor?” ele pergunta e me solta.
“Sim, eu preciso de dois favores.”
Ele arqueia uma sobrancelha e não fala nada enquanto espera que eu
continue.
“Eu preciso de carona para casa e preciso que um de vocês vá até a casa
de Bel contar ao seu namorado o que aconteceu.” Optei por dizer namorado
para que o meu pedido não parecesse sem noção.
“Não. Pega a sua bolsa que eu te dou a carona, amor.” Ele diz enquanto
se vira para ir para fora antes que eu possa dizer alguma coisa.
Corro atrás dele e seguro o seu braço para que ele pare.
“Como assim não? Qual é o seu problema?” questiono furiosa.
“Não tenho nenhum problema, mas não posso ir até a casa dela para
explicar nada a ninguém, não posso envolver o meu nome ou a minha boate
a essas mortes.” Ele diz como se fosse algo óbvio.
“Como assim você não pode se envolver? Isso tudo aconteceu aqui!
Onde estão os corpos?”
“Isso não é problema seu, amor. Não esquenta a sua linda cabeça com
isso.” Ele diz piscando um dos olhos para mim.
“NÃO VEM COM ESSA PORRA PRA CIMA DE MIM!” Eu estourei e
gritei com ele a plenos pulmões.
Ele novamente não me respondeu e só arqueou uma sobrancelha. Que
filho da puta arrogante!
Respirei fundo e tentei me acalmar, percebi que ser estourada não iria me
ajudar com ele, esse idiota gostava de ver o meu lado frágil, só assim ele
amoleceria comigo.
“Ela era a minha amiga, eu quero dar um enterro digno a ela, não vou
conseguir conviver comigo mesma se não fizer isso...” Minha voz quebra no
final da frase.
“Você vai conseguir dar um enterro para ela, amor. Eu e os meus irmãos
vamos garantir que todos que faleceram aqui sejam encontrados por suas
famílias, mas nós não podemos nos envolver em tanta polêmica, nós somos
demônios.” ele diz como se esse fato fosse motivo o suficiente.
Por um momento eu tinha me esquecido completamente disso, eu transei
com dois demônios em menos de 24h, puta que pariu...
Eu vou pro inferno de tobogã.
Decido não me focar nisso no momento, tenho coisas mais importantes
para resolver, surtar por demônios realmente existirem caiu para último lugar
na minha lista de propriedades.
Aceito o que ele diz com um aceno, eu o conheço a pouco tempo e não
vou forçar muito a barra. Ele aceita meu silêncio e me guia em direção a
porta que dá para a garagem.
Antes de sair eu o lembro que esqueci minha bolsa na sala onde
estávamos ontem e ele me dá um sorriso predatório ao se lembrar do que
estava acontecendo naquele horário.
Ele volta para buscar minha bolsa e quando retorna se aproxima de mim
e sussurra em meu ouvido:
“Isso ainda não acabou, amor.” Ele fala como se fosse um aviso e sinto
meu núcleo esquentar no mesmo instante.
Ele se afasta e sai sem dizer mais nada, eu tenho que praticamente correr
para conseguir alcançá-lo com suas passadas largas.
Assim que chegamos em sua moto ele me passa um capacete e espera
enquanto eu tento me ajeitar no banco com apenas uma camisa que mal
cobre a minha bunda e mais nada, quando penso que estou finalmente
descente sem nada aparecendo ele vira um pouco a cabeça na minha direção
e diz:
“Eu acho bom você apertar bem essas coxas em volta de mim porque se
eu imaginar que algum filho da puta dessa cidade olhou para o que me
pertence eu não vou pensar duas vezes antes de estripa-lo bem na sua
frente.” Ele ameaça como se estivesse falando sobre o clima e em seguida dá
partida na sua moto antes que eu pudesse respondê-lo.
“Como se eu tivesse escolha sobre o que estou vestido! E aliás, não tem
nada seu aqui.” Eu grito contra o vento, mas ele não diz nada em resposta,
não sei se ele realmente não ouviu ou se ele simplesmente escolheu me
ignorar e as duas opções me incomodam como o inferno.

Uma semana depois...


Trabalhar aqui não é a mesma coisa sem Bel, hoje é o primeiro dia que
eu retorno para o restaurante e cada coisa que acontece me lembra dela,
sempre que atendo algum cliente bonito ou sem noção eu levanto os olhos
em direção a onde ela estaria e não encontro ninguém.
Velhos hábitos são difíceis de quebrar e a cada vez que eu olho em sua
sessão sinto o meu peito doer com sua falta.
Jeff contratou duas moças temporárias para fazer o trabalho que Bel
fazia, a que se sair melhor vai ficar com o cargo e ser minha nova colega de
trabalho, mas não estou muito empolgada com isso.
As duas são novas demais, não sei nem se é correto elas estarem
trabalhando aqui, elas parecem ter em torno de 17 anos e são tão ingênuas
quanto eu era nessa idade. Trabalhar no restaurante é fácil, mas a noite no
bar não é.
Os clientes se transformam e se você não tiver pulso você pode acabar se
prejudicando, falo isso por experiência pois assim que iniciei aqui no bar eu
não tinha as malícias que tenho hoje em dia e quase me dei muito mal com
um pervertido.
Ele entendeu a minha obrigação em tratá-lo bem com interesse e tentou
me pegar na saída do trabalho, a minha sorte é que eu sempre ando com um
spray de pimenta na bolsa e consegui pegar ele a tempo e dar umas boas
porradas no cara depois que ele caiu.
Após isso ele nunca mais voltou ao bar o que me deixou muito aliviada,
não gostaria de vê-lo novamente nem que fosse para se desculpar, as vezes
ainda tenho sonhos com os braços dele me segurando e com a sua língua
passando no meu pescoço.
Após esse dia eu não fui mais a mesma.
Meus pensamentos são interrompidos quando sinto meu celular vibrando
em meu bolso, largo o pano que estava segurando e vou para o cantinho ver
quem estava me ligando.
Vejo que é Sam, mas não estou com vontade de falar com ele agora,
depois daquele dia em sua boate ele desapareceu totalmente, seus irmãos
ainda falavam comigo e Saxx chegou a ir em minha casa algumas vezes,
nunca trocava uma palavra comigo ou pedia para entrar, mas eu conseguia
sentir o peso do seu olhar me acompanhando pela janela para onde quer que
eu fosse.
Decido deixar ele no vácuo pois tenho muitas coisas para resolver ainda,
se ele quiser pode vir aqui falar comigo...
Um puxão me tira da minha linha de pensamento, não vi que Vitto tinha
chegado aqui até ter ele praticamente em cima de mim, ele me arrasta em
direção ao banheiro e tranca a porta.
Meu coração bate acelerado dentro do meu peito e só de olhar para a cara
dele eu consigo perceber que ele não está sóbrio, ele tem os olhos vermelhos
e vidrados, não acho que foi apenas bebida alcoólica que o deixou nesse
estado.
Suas mãos estão tremendo e seus olhos estão vidrados, ele está com
alguns tiques que nunca teve, eu lembro bem de como a minha mãe ficava
após se injetar com drogas e sei que é exatamente nesse estado que ele está
agora.
“O que você quer Vitto?” Tento parecer calma e confiante, mas por
dentro eu sei que estou prestes a surtar de medo.
“O QUE EU QUERO?” Ele grita e vem em minha direção.
“Vitto...”
Qualquer coisa que eu fosse falar é interrompida com o soco que ele dá
no meu rosto, eu não vi esse soco chegando, mas quando ele tenta dar o
próximo eu consigo impedi-lo.
Em uma luta corporal com ele eu não tenho chance, Vitto é enorme,
assim que Bel o conheceu ela se gabou que tinha realizado o seu sonho
pegando um cara de 2m de altura e com um pau que faz jus ao seu tamanho.
Assim que eu o conheci eu o achei muito bonito, mas logo entendi que ele
era apenas isso, um rosto e corpo bonito com uma alma podre.
Bel nunca me contou, mas sempre desconfiei que ele batia nela, em
vários dias de verão ela aparecia com casacos pesados ou com maquiagens
muito pesadas, sendo que isso não fazia parte do seu perfil, Bel era leve e
linda, mas ele estava sugando todo o seu brilho.
“ISSO TUDO É SUA CULPA! ELA ESTÁ MORTA POR SUA
CULPA!” A cada palavra que ele dizia ele tentava desferir um soco em mim,
eu consegui impedir vários, mas senti meu lábio se rachando com o último
soco.
Sangue quente começou a correr como um rio pela minha boca, tentei
impedi-lo de todas as formas possíveis, tentei dar uma joelhada em seu saco,
mas ele não pareceu sentir, apenas ficou mais furioso com a minha tentativa.
Em um ato desesperado eu tentei cega-lo com minhas unhas, mas ele
apenas segurou meu braço e deu uma mordida tão forte que eu não consegui
segurar meu grito de agonia pura, pude ver o sangue escorrendo pela sua
boca e quando ele me soltou o sorriso em seu rosto era totalmente disforme.
Eu gritava por socorro, mas ninguém veio em minha ajuda, eu estava
sozinha aqui e sabia que iria morrer pelas mãos dele.
“EU IRIA PEDIR ELA EM CASAMENTO NAQUELA NOITE, ELA
SERIA MINHA PARA SEMPRE, MAS VOCÊ ESTRAGOU TUDO!
VOCÊ TINHA QUE LEVÁ-LA PARA SAIR E VOCÊ VAI MORRER POR
ISSO SUA PUTA!” Ele gritou e segurou meu pescoço em suas mãos.
“ME SOLTA, EU NÃO TENHO CULPA DE NADA” Gritei com o resto
de fôlego que eu tinha, mas não adiantou de nada.
“VOCÊ É UMA PUTA MENTIROSA! VOCÊ ACHA QUE EU NÃO
SEI DE TODAS AS VEZES QUE VOCÊ TENTOU ENVENENAR A
MENTE DELA PARA QUE ELA ME LARGASSE?”
Ele me sacudiu tão forte que a minha cabeça bateu na parede com tudo e
senti a minha visão querendo escurecer, mas mesmo assim eu não desisti, eu
lutei com tudo que tinha dentro de mim, se eu fosse morrer hoje não iria tão
facilmente.
Eu tentei empurrar ele, tentei chuta-lo novamente, mas não obtive
nenhum sucesso, ele estava fora de si e determinado a me matar.
Meus pulmões queimavam por oxigênio e a minha visão estava ficando
cada vez mais turva, eu não conseguia respirar e comecei a amolecer em
seus braços, me senti leve pela primeira vez e com muito sono.
Senti a luta saindo do meu corpo e a escuridão abençoada me engolindo
por inteiro.
Capítulo 9
Saxx

Dias antes...
Depois que saímos do restaurante eu notei que meus irmãos também
haviam se interessado por ela, de início não gostei, senti uma queimadura no
peito só de pensar em dividir ela com outra pessoa.
Eu a vi primeiro, ela tinha que ser somente minha, mas conforme o dia
foi passando eu comecei a aceitar melhor essa ideia, não seria a primeira vez
que nós ficávamos com a mesma mulher, a maioria era apenas sexo sem
compromisso, ela era a primeira que eu sentia essa necessidade de manter.
Sei que fui um babaca com ela no bar, mas eu realmente estava ali contra
a minha vontade, tive uma discussão enorme com os meus irmãos no dia
anterior pois eles estavam cansados do meu sumiço.
Eles queriam convidá-la para a boate para sequestra-la, mas eu fui contra
essa ideia, eu gostava de perseguir ela, não sei se teria a mesma emoção se
eu tivesse que prendê-la.
Depois de muitas brigas nós concordamos em apenas interagir com ela
no restaurante, mas o filho da puta do meu irmão tinha que se interessar por
ela e convidá-la para a boate por interesse próprio.
Ele pensa que eu não vi o bilhete que ele deixou para ela e eu estava
fervendo por não saber o que ele disse.
Mas me foquei no que era importante agora, eu estava atrás de um novo
apostador. Reconheci alguns apostadores antigos que não faziam mais
negócios com a gente e achei estranho o jeito como eles estavam me olhando
inquietos.
Quando estava me encaminhando em sua direção eu recebi uma
mensagem de Sam dizendo que iria abandonar a porra do posto dele
novamente, sem ele lá em cima meu trabalho era totalmente em vão.
Pelas câmeras ele conseguia analisar melhor o público, ele conseguia nos
direcionar para a pessoa certa, mas o filho da puta não conseguia manter a
porra do seu pau dentro das calças.
Liguei para Sairus para avisá-lo que eu iria atrás de Sam para chutar a
bunda dele, mas antes que eu o encontrasse ele mandou outra mensagem
pedindo para eu e Sairus esperarmos ele na parte de cima.
Especificamente na nossa sala secreta. Não entendi o motivo dele querer
ir para lá ao invés de fazer a porra do seu trabalho, mas assim que eu
colocasse minhas mãos nele ele iria compreender que não era mais para
fazer essa porra.
Encontrei com Sairus no topo das escadas e fomos em direção a nossa
sala.
Assim que chegamos Sairus começou a falar, ele estava tão puto quanto
eu estava e começamos a falar bem alto para que Sam escutasse tudo o que
iríamos fazer com ele, mas então ele chegou e meu mundo parou.
Ela estava simplesmente fantástica.
Só de bater os olhos nela meu pau acordou para vida para dizer um olá,
pude ver o meu olhar de fome refletido nos olhos dos meus irmãos e
murmurei:
“Isso vai ser interessante.”
Apenas Sairus escutou e piscou um olho para mim e então foi em direção
a ela.

Dias atuais...
Fazia uma semana desde que aquela porra toda aconteceu, uma semana
que eu estava morrendo de vontade de afundar o meu pau naquela doce
boceta. Confesso que estou com um pouco de inveja por ter sido o único a
não dormir com ela, mas sei que ela me deseja tanto quanto deseja os meus
irmãos.
Quando eu ficava do lado de fora de sua casa eu sabia que ela me notava
ela, ela ficava olhando para fora da janela com expectativa, em vários
momentos eu quase entrei e a tomei sobre a mesa, mas sempre me segurava.
Eu adoro esse jogo de gato e rato e eu sei que quando eu finalmente
estiver com ela, eu vou fazer vale a apena cada minuto dessa espera. Sei que
depois que mergulhar na sua boceta eu nunca mais vou querer sair de dentro
dela, então era melhor assim por enquanto.
“Que porra! Atende logo!” Sam fala irritado ao celular e me tira do meu
devaneio.
Estamos na sala de estar da nossa casa trabalhando, gostávamos de fazer
o trabalho remoto juntos para analisarmos os possíveis clientes e as nossas
finanças, cada um em seu notebook fazendo a sua parte ou pelo menos
éramos para estar todos trabalhando, mas pelo visto Sam não está tão focado
nisso.
“O que houve, cara?” Sairus questiona após Sam praguejar mais uma
vez.
“Ela simplesmente não atende a porra do telefone.” Ele diz irritado.
“Ela?” Eu pergunto com o intuito de irrita-lo mais, mesmo sabendo
muito bem de quem ele está falando eu faço uma cara de confusão.
Ele me dá um breve olhar irritado e passa a mão pelos cabelos.
“Giovanna, porra.” Sibila para mim.
Eu abro um sorriso de tubarão e ele percebe que caiu no meu joguinho,
mas antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Sairus me interrompe e
diz:
“Quando eu liguei para ela pela manhã ela me atendeu normalmente.”
Ele disse com um sorriso.
“Foda-se.” Ele diz sem nem olhar para meu irmão.
“Você sabe que ela não está muito contente com você, certo?” Ele
questiona.
“Como assim?” Sam pergunta em confusão.
Até eu fiquei curioso para saber disso, não tinha percebido nada a esse
respeito.
“Ela não me perguntou nenhuma vez sobre você, só sobre o Saxx e nas
vezes em que toquei no seu nome ela não deu a menor importância.” Ele
disse com um dar de ombros.
“Isso não quer dizer nada.” Sam disse incerto.
“Você falou com ela ou foi vê-la durante essa semana?” Questionei o
óbvio.
Eu sabia que ele não tinha feito nenhuma dessas coisas, ele andou
fugindo dela como o diabo foge da cruz. Sam não gosta de se envolver com
mulheres, essa é provavelmente a tática dele para conseguir tirar ela de sua
cabeça, mas pelo visto não está dando muito.
“Não.” Ele responde sério.
“Então depois de foder ela você correu para a porta da Courtney, nem se
deu ao trabalho de tentar falar com ela novamente e agora você acha que ela
vai te atender?” Sairus perguntou rindo da cara de nosso irmão.
“Foda-se, eu não tenho nada com ela e não é da sua conta com quem eu
fodo. Como você sabe para onde eu fui?”
“Eu te segui, idiota. Você não me enganou aquele dia, eu sei que alguma
porra aconteceu com você séculos atrás e que você simplesmente não quis
falar sobre isso. Então eu te segui para saber aonde você foi e vi que foi
tentar esquecer ela com aquela mulher.” Sairus diz “aquela mulher” com
uma cara de nojo.
Nós não gostamos de Courtney por isso ela está proibida de pisar aqui,
mas isso não impede meu irmão de fode-la em outros lugares. Assim que
bati os olhos nela eu pude ver o quão nojenta e baixa ela era, tenho certeza
que essa puta ainda vai ser uma dor de cabeça do caralho.
“Você...”
Qualquer coisa que Sam fosse dizer foi interrompida por conta do toque
estridente do meu celular, aquele toque era programado apenas para Jeff o
meu gerente e eu o avisei para me ligar apenas se alguma coisa acontecesse
com ela.
Atendo o telefone e escuto uma gritaria ao fundo.
“Venha rápido.” A voz sem fôlego de Jeff preenche a chamada e então
ela cai.
Meu corpo inteiro tensiona na mesma hora, sei que alguma coisa
aconteceu a ela e não consigo ficar parado, meus irmãos levantam no mesmo
instante percebendo a minha mudança de postura.
“O que foi, porra?” Sam e Sairus perguntam ao mesmo tempo.
“Vamos para o restaurante agora!” Eu digo enquanto me viro para sair.
“O que aconteceu porra?” Sairus praticamente grita.
“Eu não sei porra! Jeff acabou de me ligar e me pediu para ir com
urgência, ouvi gritos ao fundo e acredito que alguma coisa tenha acontecido
a ela.” Eu digo enquanto corro em direção a minha moto.
Meus irmãos vem ao meu encalço e cada um monta na sua também.
Capítulo 10
Sairus
Quando Saxx disse que ela poderia estar em perigo o meu corpo
tensionou na hora, eu não pensei em mais nada a não ser salvar ela, não me
lembro do percurso até o restaurante, eu só me lembro de chegar lá e largar a
moto de qualquer jeito e sair correndo com os meus irmãos.
Quando entramos no bar ele estava completamente vazio, isso era
estranho para o horário de almoço, encontramos Jeff no chão em frente ao
bar, mas ele já estava sem vida. Ele recebeu diversas facadas em seu
estômago, provavelmente ligou para o meu irmão com seu último fôlego de
vida.
Ouvi um grito fraco de socorro vindo de um dos banheiros e corri em
direção a ele, com um chute eu arrombei a porta e o que eu vi fez o meu
sangue gelar. Giovanna estava desacordada com um filho da puta agarrado
ao seu pescoço.
A minha mulher estava totalmente machucada, com lábios cortados,
sobrancelha cortada e um roxo enorme se formando em sua maçã do rosto.
O arrombado sobre ela não me dedicou nenhum olhar, não sei nem se ele
me ouviu, o cheio de químicos vindo dele era forte demais, com certeza ele
era algum drogado filho da puta.
Ouvi o grito de Saxx quando ele viu a mesma cena que eu, mas antes que
ele pudesse fazer alguma coisa eu voei naquele cara, fiz ele soltar a minha
mulher e bati a sua cabeça no chão com tanta força que eu pude ouvir o som
do seu nariz se estraçalhando.
Sam e Saxx estavam vindo para se juntar a mim e acabar com ele, mas
eu levantei a cabeça e disse:
“Alguém tem que verificar ela, algum de vocês vá agora!”
Pude ver que Sam estava morrendo de vontade de acabar com a raça
desse filho da puta, mas ele se controlou e foi em direção a Giovanna.
Foi a melhor escolha pois ele tinha algumas noções de primeiros
socorros que eu e Saxx não tínhamos.
Saxx chegou ao meu lado e desferiu uma bicuda tão forte na boca do
filho da puta que eu pude ver seus dentes voando com o impacto.
Ele tentou gritar, mas seu maxilar já estava quebrado a muito tempo. Eu
e o meu irmão continuamos a espancado, mas o filho da puta morreu muito
rápido.
Eu queria ter feito ele sofrer mais, eu estava cego de raiva, tão puto que
mesmo depois de ver que ele estava morto eu mordi a sua garganta e
arranquei um bom pedaço, senti o repuxar dos tendões dele e senti o seu
sangue escorrendo pela minha boca.
Soltei um grito primitivo de puro ódio e cuspi tudo que estava na minha
boca no que sobrou do rosto dele. Sua cabeça estava amassada e disforme de
tanto socos e chutes que desferimos nela.
Me levantei ainda tremendo e Saxx aproveitou esse momento para pisar
na cabeça dele, sujando todo o seu sapato com pedaços de cérebro e sangue.
“FILHO DA PUTA!” Ele disse com um grito e se afastou.
“Sam, eu vou pegar algum carro do estacionamento e vou parar aqui em
frente, quando eu buzinar tragam ela para o carro e vamos para casa. Ela é
nossa e ninguém vai machucar ela novamente.” Saxx disse enquanto a
olhava e se afastou.
Me agachei ao lado dela e acaricie o seu cabelo.
“Como ela está?” questionei ao meu irmão.
“Bem, apenas algumas escoriações. Ela está desmaiada por conta da
asfixia, acredito que se tivéssemos demorado para chegar seria tarde
demais.” Ele diz e vejo seu punho se apertar e os nós de seus dedos fincando
brancos.
“Ninguém vai tocar em você novamente, se algum filho da puta ousar
respirar o mesmo ar que você eu vou trucida-lo e entregar a sua cabeça de
presente para você, eu juro.” Eu disse baixinho junto ao seu ouvido e
depositei um beijo em sua testa.
Ouvimos o barulho da buzina e a levamos para o carro.

Um mês depois...
Já tinha um mês e alguns dias que aquela porra toda aconteceu, desde
então Giovanna passou a morar conosco, não deixei ela sair do meu lado e
meus irmãos estavam da mesma forma com ela, nosso instinto de proteção
estava ao extremo e ela já estava ficando bem puta com isso.
Mas descobrimos um truque para quando ela estivesse muito estressada,
nossa língua era seu calmante natural, daqui da sala onde eu estava
trabalhando eu conseguia facilmente escutar os seus gritos enquanto Saxx e
Sam cuidavam dela.
Deixar ela aqui era sem dúvidas a melhor decisão que tomamos, saber
que ela estava bem e que nenhum outro filho da puta iria encostar nela era
calmante para caralho.
Ontem eu quase matei um arrombado que não parava de olhar para a
bunda dela, ela estava entediada dentro de casa e me chamou para fazer
algum programa com ela, ela queria ir ao cinema da cidade.
Eu aceitei para vê-la feliz e comentei que nunca tinha ido a um, então ela
disse:
“Como assim você nunca foi? Você está aqui a bastante tempo pelo que
eu sei.” Ela disse confusa.
“Sim, mas ficar em uma sala fechada com pessoas desconhecidas não é o
meu ideal de programa. Estou fazendo isso por você e somente por isso.”
Ela me olhou com uma cara que estava fazendo muito atualmente, seus
olhos brilhavam e parecia que ela conseguia enxergar a minha alma, sempre
que ela me olhava assim eu sentia como se um fogo corresse pelo meu
sangue.
Desviei o olhar dela e então notei a porra do bilheteiro encarando ela.
Tinham três pessoas na nossa frente, mas mesmo assim o foco dele estava
nela, seu olhar ia e voltava de quem ele estava atendendo e se fixava nela.
Puxei ela para o meu peito e ela sorriu para mim alheia ao que estava
acontecendo, quando olhei novamente para o bilheteiro já estava na nossa
vez de atendimento, mas ao invés dele se tocar e parar de olhá-la, ele teve a
cara de pau de dar uma conferida no corpo dela na minha frente e então
abriu um sorriso para ela.
O filho da puta não me dedicou nem um olhar e quando ela se virou para
pegar a moeda que tinha caído e rolado ele se inclinou para olhar melhor
para a sua bunda.
Nessa hora eu não me importe com porra nenhuma e nem com quem
estava atrás da gente, eu bati com a minha mão na porra do vidro que me
separava dele e várias rachaduras apareceram.
“Eu só vou falar uma vez com você e acho bom você prestar atenção, seu
filho da puta. Se eu ver você olhando na porra da direção dela novamente eu
vou fazer questão de te esperar na porra do estacionamento após o seu
horário de serviço e vou te bater tanto, mas tanto que nem a sua mãe vai
conseguir te reconhecer no seu caixão. Estamos entendidos?” Eu o ameacei
em alto e bom tom para que qualquer filho da puta que estivesse por perto
pudesse ouvir pois essa ameaça serviria para todos ali.
A única pessoa que não gostou foi justamente a que eu não queria
aborrecer.
“Não acredito nisso.” Ela disse ao meu lado com a voz triste e se afastou
pisando duro.
A minha vontade era de quebrar aquele filho da puta por me fazer
ameaçá-lo e assim chatear a minha garota, tive que correr atrás dela para
alcançá-la e assim que a puxei para mim notei que a tristeza tinha ido
embora e o que tinha ficado foi a fúria cega.
Após um tempo discutindo eu a puxei para o meu colo e arrombei a porta
de um carro qualquer do estacionamento, fiz ela me perdoar de várias formas
diferentes ali dentro e quando estávamos indo embora disse:
“Eu sinto muito por ter estragado o seu programa, doçura. Mas não me
arrependo nenhum pouco de ter colocado aquele filho da puta no lugar dele,
ele tem sorte de sair com vida. Você é minha e eu vou matar quem quiser se
colocar no meu caminho até você.” dei um beijo em sua testa e fomos
embora.
E agora estou tendo que trabalha para por em dia o que eu deixei de fazer
ontem para sair com ela, por isso não estou lá dentro me divertindo com ela
e meus irmãos.
Mas logo ouço um barulho de porta batendo e Saxx volta para a sala.
“Onde está Sam e Giovanna?” Questiono, mas já imagino onde ele deve
estar.
“Giovanna foi tomar um banho, mas Sam... Eu já falei para esse filho da
puta parar com isso, mas ele não me ouve.” Diz Saxx com um suspiro
pesado enquanto se senta.
“Ele foi comer aquela puta novamente?” Questiono.
Saxx acena com a cabeça sem dizer nada e eu posso jurar que ouvi um
som de engasgo, mas quando procuro ao redor da sala não encontro
ninguém.
“Eu não entendo porque depois de transar com ela ele sempre vai
procurar a Courtney, aquela mulher é asquerosa pra caralho!” Eu digo
irritado.
“Eu sei, mas ele já é bem grandinho. Quando ela descobrir e for chutar o
rabo dele eu vou apoiá-la totalmente. Ela perguntou aquele dia como estava
o nosso relacionamento e nos três concordamos que era apenas ela. Isso que
ele está fazendo é fodido pra caralho.” Saxx diz.
Eu balanço a cabeça e volto a me concentrar no trabalho.
Capítulo 11
Giovanna
Assim que Saxx e Sam saem do quarto o meu celular começa a tocar.

“Alô” eu atendo sem ver quem está ligando.


“Já se esqueceu de mim Nana?” diz a voz familiar do outro lado da
linha.
“Gabe?” pergunto incerta pois a voz parece mais grossa.
“Óbvio Nana, quem mais seria?” ele pergunta e eu posso imaginar ele
revirando os olhos para a minha pergunta boba.
“Que saudade! Quando você vai vir me ver? Tenho tantas coisas para te
contar!” anuncio animada.
Posso sentir a mudança do clima antes que ele fale qualquer coisa,
sempre foi assim entre eu e os meus irmãos, nós nos comunicávamos sem
precisar falar.
“Nana...” ouço um suspiro e então ele dá a notícia.
“Nana, mamãe morreu.” ele diz com a voz carregada de emoção.
“O que?” pergunto para ver se realmente entendi direito.
“Sinto muito, ela era outra pessoa Nana, ela mudou demais. Ela deixou
uma carta para você, para mim e para Giorgio. Na minha ela pediu para
que eu te contasse e te pedisse para vir se despedir dela no velório.” ele diz
com a voz embargada.
“Eu não entendo porque você está assim Gabe, ela sempre foi uma
péssima mãe! Ela ter morrido não faz diferença em tudo que ela fez para
nós.”
“Eu entendo a sua raiva, Nana. Eu estive assim por muito tempo, mas
escolhi perdoá-la, não por ela, mas por mim, tirar esse peso que rancor e
raiva deixavam dentro de mim, o Giorgio escolheu fazer o mesmo. Eu vou te
enviar a foto da sua carta, você decide o que fazer depois disso. Eu te amo
Nana.” ele disse e desligou antes de ouvir a minha resposta.

Logo em seguida uma imagem apareceu pra mim e meu coração apertou
quando tomei coragem para ler.
Oi meu amor, espero não ter te enviado essa carta tarde demais, já
perdi a conta de quantas vezes já iniciei uma carta para você, mas logo em
seguida a rasguei por medo de falar com você.
Eu quero começar me desculpando, Nana. Eu sei que eu fui uma
péssima mãe e que te fiz muito mal, sei que uma carta com um pedido de
desculpas não é capaz de apagar todo o passado, mas quero que você saiba
que eu sempre te amei, você sempre foi a minha menininha linda, a minha
princesa.
Me dói na alma saber que eu não fui para você o você precisava que
uma mãe fosse, eu estava tão quebrada naquela época, Nana. Eu fiz o que
pude para conseguir sustentar você e seus irmãos, sei que fiz pouco, mas
não tive escolha.
Sei pai me trocou por uma mulher do trabalho dele e nos deixou sem
nada, ele me disse tantas coisas horríveis que por muito tempo eu acreditei
que fossem verdade, eu deixei ele me rotular e rotular a mãe que eu fui
para vocês.
Sei que provavelmente você não quer saber ouvir de mim e nem sei se
vai querer ler essa carta, mas se caso quiser saiba que mamãe vai estar te
esperando, eu quero muito tentar me conectar com você novamente.
Você e seus irmãos são o ar que eu respiro e eu os amo demais, eu te
imploro para que me perdoe por tudo que eu fiz e te imploro para que tente
me amar um pouquinho pois eu a amo demais.
Ps: Se caso essa carta chegar a você tarde demais eu peço que me
perdoe, eu não me acho digna do seu perdão e não quero atrapalhar a sua
vida, mas saiba que eu a amo com todo o meu ser, mesmo que seja tarde
demais para dizer isso.
Beijos da mamãe.

Termino de ler a sua carta com lágrimas escorrendo pelo meu rosto e não
sei o que pensar ou o que sentir, eu só quero amor e ser confortada pelos
meus homens, vou em busca deles na sala e paro no corredor ao ouvir a
conversa entre Saxx e Sairus.
Meu peito queima com a traição deles e se torna cada vez mais difícil de
respirar.
Eu não acredito.
Não pode ser real.
Eles não iriam me trair dessa forma.
Eles me prometeram o mundo e quando eu mais preciso deles, eles me
tiram o chão dessa forma.
Saio do corredor antes de fazer algum barulho e ligo para o meu irmão
avisando que estou indo para casa nesse exato momento.
Mas antes de sair vou em direção ao quarto de Sam, eu já vi o cofre que
ele guarda ali e sei a sua senha, ele nunca se importou de me esconder nada
disso, mas agora vai se arrepender amargamente por ter confiado em mim.
FIM
(CONTINUAÇÃO EM BREVE)
CONTINUA
COMUNICADO IMPORTANTE:
Nos próximo dois meses não serão postados lançamentos, eu
irei dar prioridade para as continuações de O SACRIFÍCIO e
OS DEUSES DE ISABEL.
ATENÇÃO PARA AS SEGUINTES DATAS DE
LANÇAMENTO:
O SACRIFÍCIO – 15/20 DE ABRIL (VAI SER LANÇADO
ENTRE O FIA 15 E O DIA 20 DE ABRIL.)

OS DEUSE DE ISABEL – 01/07 DE MAIO (VAI SER


LANÇADO ENTRE O DIA 01 E O DIA 07 DE MAIO)

QUALQUER DUVIDA ENTREM EM CONTATO


COMIGO PELAS MINHAS REDES SOCIAIS.
TIKTOK: @AUTORAMILLABORGES
INSTAGRAM: @AUTORAMILLABORGES
NOTA DA AUTORA:
Oi gente, eu sei que vocês devem estar putos da vida comigo
porque eu não sei concluir uma história em um livro só, eu super
entendo vocês, mas peço que entendam a autora de vocês, eu gosto
de voltar aos personagens e me dedicar a eles novamente, gosto de
ter espaço para explorar novas ideias para tentar entregar o melhor
para vocês.
Eu ainda sou nova nisso tudo e peço para que tenham paciência
comigo.
AGRADECIMENTOS:
Eu gostaria de agradecer a todas as meninas que tiraram um
tempo para ler os meus primeiros contos e me darem sugestões e
críticas construtivas. Gostaria de agradecer a minha leitora Jamile
por todo o incentivo, carinho e ideias que me deu para esse conto,
também gostaria de agradecer a minha amiga a autora Sâmila por
todo o apoio e ajuda que ela me deu nesses meses como escritora
iniciante e também a cada menina que me chama no Instagram
surtando com os meus contos, todas vocês tem um espaço muito
especial no meu coração.
Muito obrigada a todas vocês por todo o acolhimento nessa nova
jornada da minha vida.
LIVROS ANTERIORES
Link para adquirir:
https://a.co/d/hNI2rKs
Link para adquirir:
https://a.co/d/au7GqGd
Link para adquirir:
https://a.co/d/id90x64
Link para adquirir:
https://a.co/d/15XDrMr

Você também pode gostar