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Assim que entro no quarto após dizer a todos na sala que estava indo
dormir, me assusto quando encontro Maria Eduarda em minha cama.
O susto dura apenas alguns milésimos de segundos enquanto fecho a
porta a trancando, e logo depois já passo a olhá-la com um sorriso nos lábios.
Seus olhos divertidos encontram-se com os meus, o sorriso lindo
brilhando em seu rosto quando os desvia de volta para seu notebook em seu
colo.
Me aproximo da cama pensando em como passei a tarde toda
fantasiando em como vai ser a minha volta para casa, junto de James se tudo
der certo após sua chegada aqui, e em algum momento da minha reflexão, me
senti entristecer ao perceber que não terei mais essa mulher sem noção na
minha vida.
Faz alguns dias desde que percebi que acabei me apaixonando por ela,
e tenho aproveitado cada momento que estamos juntos, sabendo que isso terá
um fim. Não tocamos mais no assunto da minha breve declaração a ela, não
querendo causar nenhum desconforto.
A garota não tem culpa de ter se envolvido com um velho e ter
despertado o lado emotivo dele. Só de ela ainda manter nossa relação como
estava, já é um alívio, pois quando as palavras saíram da minha boca jurei
que fosse me largar na praia como estava, e não me olharia mais na cara pelos
próximos dias.
— Vou acabar tendo que te denunciar. — Me jogo, deitando ao seu
lado e deixando um beijo em suas coxas desnudas pelo short curto. — Não
para mais de invadir meu quarto. De onde surgiu esse espírito invasor?
Ela deixa escapar uma risada gostosa enquanto digita algo.
— Hoje só vim te mostrar o cronograma do nosso jantar da redimição.
— Seus olhos dourados me encaram. — Senta direito para eu te mostrar.
Ela dá dois tapinhas nos meus ombros e me sento, encostando as
costas na cabeceira da cama, recebendo o aparelho sob minhas pernas, um
slide aberto em sua tela.
— Ontem você apareceu aqui porque estava com insônia e precisava
ouvir minhas histórias de velho para poder dormir, e depois de quase duas
horas rindo sobre minha experiência tenebrosa comendo um escargot, estava
lutando para manter os olhos abertos e então fugiu de volta para o seu quarto.
— Ela ergue uma das sobrancelhas quando começo a falar — No dia anterior
a esse, estava com muita cólica e precisava de um orgasmo para poder passar
e apesar de eu até mesmo ter te feito uma massagem, fugiu assim que a dor
passou.
A vejo cruzar os braços abaixo dos seios.
— Isso é uma reclamação? — ela questiona e noto o tom irritado em
sua voz. — Porque se for, posso sair agora mesmo e não voltar mais.
Não consigo deixar de sorrir para ela.
Meu Deus, estou parecendo até um adolescente estupido que acaba de
se apaixonar pela primeira vez e não consegue manter os olhos nem os
pensamentos longe da mulher.
— Claro que não. — Desvio o olhar para a tela. — Só estou dizendo
que acho que por mais que não queira confessar, não consegue mais dormir
sem ao menos ter ouvido a minha voz, mesmo ainda se recusando a dormir
aqui comigo.
Ouço a risada irônica dela, como se eu estivesse falando bobagens e
sinto meu corpo se arrepiar inteiro por sentir sua respiração em meu pescoço
quando ela coloca o queixo no meu ombro.
— Para de alucinar, vovozinho, e vamos logo com isso.
Ela passa o slide, onde começa a apresentação de como vai ser o
jantar onde vamos contar aos seus pais sobre nosso envolvimento.
Passei esses dias tão concentrado na ideia de fazer as pazes com
James e de aproveitar cada segundo ao lado de Duda antes da minha volta
para Chicago, que meu corpo esqueceu de se sentir nervoso por conta disso.
Enquanto ela vai passando as páginas e explicando o que cada coisa
significa, desde os pratos que vamos preparar juntos, Papillote de tilápia com
legumes, seja o que isso for; como ela vai expulsar todos da casa; o que fazer
para conseguir esse feito, até o discurso e tudo que precisamos deixar claro
para eles, começo a pensar então, na reação do meu melhor amigo e sua
esposa.
Com certeza vão acabar comigo e porra, não consigo nem mesmo
tirar sua razão.
Além de ser quase vinte anos mais velho que a sua filha, o que com o
tempo particularmente percebi ser indiferente para nós dois, ainda sou a
porcaria do seu melhor amigo, o cara que sempre fez questão de tratar como
um irmão, e que deveria ser leal a ele acima de tudo.
Ele provavelmente vai me acusar de todas as coisas as quais eu
mesmo já me acusava no início disso tudo.
Vou ouvir que sou ingrato, uma porcaria de amigo e todos os outros
xingamentos que ele provavelmente vai tecer e ainda assim, sentindo o que
sinto hoje por sua filha, não consigo mais me sentir culpado por estar vivendo
essa experiência surreal ao lado dela.
Sei que no início não queria ceder à tentação que ela me causava por
termos uma diferença de idade absurda e a culpa me corroía ao me lembrar de
quem era seu pai, mas agora, só consigo pensar que ela despertou um Marcos
que eu não via há muito tempo, e o que me assombra realmente nessa história
de confessarmos a eles, é o que poderão fazer com ela.
Quando me confidenciou que precisamos contar a eles por não querer
perder a confiança dos pais e quase chorou por isso, vi o medo real em seu
rosto, então estou disposto a enfrentar qualquer coisa que Pedro venha fazer a
mim, desde que não pegue pesado com ela, desde que suas palavras de
decepções não a atinjam, somente a mim.
Maria Eduarda pode se fazer de forte e inabalável, e é até certo ponto,
mas durante esses dias que nos tornamos mais íntimos, além do sexo, pude
perceber o quão frágil é, e como ainda precisa de cuidados mesmo os
recusando, sei que ela não vai aguentar se sentir desprezada por seus pais por
conta do que fizemos.
Apesar de eu não acreditar que Pedro e Roberta fariam qualquer coisa
para magoá-la, não conseguimos prever qual será a reação deles ao
descobrirem nosso segredo.
— Por que vamos contar antes da sobremesa? — olho para a morena
quando termina sua apresentação. — Não seria melhor os mantermos calmos
com o doce antes?
— Para o caso deles ficarem nervosos e a pressão do meu pai subir.
— Ela dá de ombros como se sua explicação fosse simples. — Aí então
socamos o doce na boca deles, para acalmar os ânimos.
Suspiro, sentindo meu corpo tremer involuntariamente ao pensar em
Pedro nervoso e ela tira o notebook do meu alcance, se levantando com ele
no colo.
Meus olhos a seguem enquanto coloca os chinelos no pé, pronta para
dar o fora, como de costume, mas a interrompo, segurando seu braço.
— O que foi? — me olha com seu olhar malicioso, ao qual me
apaixono mais a cada dia.
— Fique aqui comigo hoje. — Minha respiração é pesada ao lhe pedir
e a vejo deixando o aparelho no chão, mas a interrompi outra vez quando
ameaçou tirar a blusa. — Não dessa forma, só quero sua companhia.
Seu sorriso se fecha, mas antes de sair às pressas após meu pedido,
vejo que olha para a porta, cogitando a ideia
— James aceitou vir passar uns dias com a gente, chega amanhã à
noite talvez. — Não me sinto culpado por apelar para o emocional para tê-la
comigo. — Tô nervoso para caramba e não sei como agir com ele quando
chegar.
Seu suspiro é audível e quando vejo, ela já está passando por cima de
mim, para voltar a se deitar ao meu lado, mas não sem antes pegar o controle
da tv e a ligar.
— Eu fico, mas só se assistir o novo documentário da Taylor comigo.
— Me olha desconfiada, como se eu fosse capaz de negar o que fala, e sorri
quando vê que não o faço. — O namoradinho a distância da Lua também
chega na semana que vem, essa casa virou refúgio de desabrigados
problemáticos?
Não consigo me sentir ofendido e rio com sua fala.
— Pensa pelo lado positivo — me olha aguardando-me completar a
fala. —, vai ser mais gente para você conquistar com seu talento, vai ganhar
todos pelo estômago.
— Você eu ganhei pelo pau. — Adoro a falta de filtro dessa mulher.
— Já pensou que seu filho vai estar aqui para o seu enterro após meu pai
acabar com você?
Ela se deita enquanto procura o quer que assisto com ela e me deito
também, a puxando para deitar em meu peito.
— Não diz assim, como se não fosse chorar no meu túmulo. — O que
eu me tornei? Até fazendo piadinhas sobre o assunto. — Nem que seja por
sentir falta do que faço com seu corpo.
Aperto sua bunda e ela solta uma risadinha safada.
— Posso encontrar outro, mas se quiser posso respeitar o período de
luto de sete dias por sua pica. — Ela me encara ainda sorrindo. — Agora fica
quietinho para prestar atenção na mamãe.
Ela aponta a tv, onde a tela brilha com uma loira muito bonita e que
se estou me recordando bem, já a encontrei no passado.
— Acho que ela já se hospedou em um dos nossos hotéis. — Penso
alto encarando a tela, e me assusto com o pulo que a morena dá no meu colo.
— Ficou louca?
— Como assim a Taylor já se hospedou no seu hotel e você só me
conta agora? — ela parece uma mistura de assustada com eufórica, também
indignada. — Pode me contar essa suposta história agora mesmo, Marcos
Freitas.
Ela se senta no meu colo e não consigo não a puxar para um beijo.
Apesar de estar empolgada com que eu disse, se rende, nos levando a
aprofundar o beijo. Sinto meu corpo se acender e meu coração se acelerar
quando circulo sua cintura com os braços e ela segura meus ombros com
força.
Sei que preciso aproveitar cada um desses momentos com ela por
termos uma data de validade, e meu coração se aperta ao pensar que sequer
podemos pensar em tentar viver em um relacionamento de verdade, mesmo
se ela quisesse tanto quanto eu, nossas vidas tão diferentes e distantes não nos
permitiriam.
Vou sentir falta dessa desmiolada.
Encerramos o beijo e deixo vários selinhos em seus lábios, sentindo
seu sorriso e suspiro, abrindo meus olhos devagar, tendo os seus me
estudando com calma.
— Te conto tudo, se dormir comigo hoje.
Ela suspira, mas sorri e então me surpreendendo, deita ao meu lado, a
cabeça repousando no meu peito enquanto seu braço circula minha cintura.
— Mas não se acostume.
Apesar da minha oferta de lhe contar sobre a hospedagem da loira em
troca disso, algo me diz que ela só precisava de uma desculpa para dormir em
meus braços.
Passamos a próxima hora falando sobre sua cantora favorita e depois
de eu terminar de lhe contar como foi o dia que a recebemos no hotel e como
tudo foi preparado nos mínimos detalhes, até mesmo sobre a questão da
segurança, que me lembro termos sido invadidos por um grupo de fãs, ela
passa a me contar que o amor pela cantora surgiu quando por acaso encontrou
uma música no Youtube, desde então se tornou fã e a acompanha, indo aos
shows sempre que pode e comprando tudo personalizado da cantora, o que
explica suas inúmeras camisetas, shorts e bonés estilizados.
Após isso caímos num silêncio confortável e antes do que previa, sua
respiração ritmada é ouvida por mim e acabo sorrindo com ela dormindo em
meus braços.
Deixo um beijo em sua testa e me ajeito para dormir também, com ela
se aninhando ainda mais ao meu corpo, me apertando como se eu fosse seu
ursinho de pelúcia e não quisesse me perder no meio da noite. Tinha
esquecido de como era dormir colado a alguém dessa forma, e a sensação é
ainda mais gostosa por saber de que se trata da maluquinha.
Inspiro seu cabelo, sentindo o aroma floral dele se misturando ao
cheiro doce de seu corpo, e a aperto ainda mais contra mim, desejando que
seu cheiro se fixe ao meu.
Essas férias podiam durar mais do que apenas alguns poucos meses
Estou surtando.
Sinto meu corpo todo tremer conforme vou cortando a cenoura em
julienne[13], alheia ao homem que faz o mesmo com o pimentão após eu lhe
ensinar.
Não consigo nem me sentir orgulhosa por ter ensinado um marmanjo
desses a cortar algo na cozinha pela primeira vez na vida, nem a voz da
Taylor em “Wildest Dreams”, tocando ao fundo é capaz de me acalmar
agora.
Sei que começamos essa história com ele sendo todo medroso e eu a
ousada, mas agora que nos aproximamos de contar aos meus pais, os papéis
estão invertidos. Nunca me senti assim, como se fosse uma criancinha que
está prestes a contar aos pais que rasgou seu quadro favorito de edição
limitada, que compraram na lua de mel na Romênia, que custou milhares de
dinheiro.
Sei disso porque realmente o fiz e ainda assim tive tranquilidade ao
contar, assumindo a culpa logo que vi a merda feita.
Como sempre chamaram a minha atenção, mas ficaram felizes por eu
não ter tentado esconder nem ter inventado nenhuma mentira, bem diferente
do que fiz dessa vez, escondendo deles por dias o que rolava debaixo do teto
deles.
Enquanto eu já virei toda a taça de vinho branco que enchi para beber
enquanto cozinhamos e meus nervos estão à flor da pele, Marcos parece tão
tranquilo que tenho vontade de lhe socar a cara eu mesma.
Meu sistema está entrando em pane e estou me sentindo uma covarde
enquanto o medroso verdadeiro, corta o que lhe pedi enquanto assobia a
música que toca suavemente.
Não entendo como demonstra tanta tranquilidade, quando deveria
estar pior que eu. Foi ele que comeu a filha do melhor amigo, porra e além do
mais, era para estar ainda pior pois seu filho desembarcou ontem a noite de
seu jatinho particular, e lhe deu um perdido.
Pelo que ouvi hoje logo cedo, o garoto não entrou no carro com o
motorista que estava designado a trazê-lo para cá, parou de responder as
mensagens de Marcos e recusou todas as ligações. Só sei disso pois ouvi ele
conversando com meu pai no café da manhã, e me senti muito estúpida por
ter vontade de abraçá-lo e tentar confortar de alguma maneira, pois parecia
bem abalado.
Pelo que imagino agora, o moleque só queria uma forma de fugir do
país, e quando chegou aqui, sumiu das vistas de todos, deixando Marcos
preocupado, segundo ele o garoto pisou uma única vez no Brasil, mais de
quatorze anos atrás. Mas diferente de como estava antes, depois que
despachei todos de casa e começamos a preparar a refeição, ele se mostra
estranhamente tranquilo.
Me assusto quando o celular do homem toca pela quinta vez seguida
em menos de dez minutos, e diferente de antes ele atende a ligação, me
levando a acreditar que se trata do filho. Entretanto, me surpreendo com uma
voz feminina estridente no viva voz, quando ele deposita o aparelho na
bancada.
— Pensei que tivéssemos evoluído e parado de ignorar as ligações
um do outro, meu querido — a mulher diz em inglês, com uma fluência e
sotaque americano perfeito e por algum motivo, reviro os olhos ao ouvir o
apelido, sentindo a boca do meu estômago doer. — Já descobriu onde nosso
filho se meteu?
Ah, a mulher.
Ex-mulher, por favor, Maria Eduarda
Desvio meus olhos para saber a reação de Marcos sobre ela, sentindo
o gosto amargo tomar minha boca. Como ainda posso sentir ciúmes dele? Me
recuso a sentir qualquer coisa que leve para outros sentimentos, mas não
consigo deixar de odiar cada mulher que se aproxima dele agora.
Ele revira os olhos, cansado e bufa ao mesmo tempo que mostra o
dedo do meio para a tela, mesmo que a mulher não possa ver e internamente,
não consigo deixar de sorrir com sua reação.
— Já te disse que o infeliz não está atendendo minhas ligações e
muito menos respondendo minhas mensagens, Cassandra. — Alguém me
segura porque minha pressão caiu feio e meu tesão subiu alto com a voz
desse homem em inglês. — Já tentou ligar para ele ao invés de ficar me
perturbando?
Puta que pariu, eu juro que seria capaz de esquecer todo o resto e
pular nele agora mesmo. Sua fluência é perfeita e combinado a sua voz já
grave, em outra língua fica ainda mais gostosa e pecaminosa.
Me desconcentro um pouco enquanto babo nele, que corta o legume
de forma lenta, deixando as tiras perfeitas como lhe mostrei, sendo
meticuloso em cada uma delas, mesmo levando o triplo do tempo que eu
levaria.
— Acha que ele me responderia? — a voz da mulher é tão irritante e
sinto vontade de mandá-la a merda, lembrando de tudo que Marcos passou ao
lado dela. — Você poderia ao menos ter contato com a sua família, já que ele
pode estar na casa de alguém.
— James não conhece ninguém da minha família justamente por eu
tê-los abandonado e cortado todos os nossos laços, não merecem nossa
atenção, por que estaria com eles? — minha curiosidade se aguça quando
ouço isso, e começo a montar o Papilote com os ingredientes cortados e
finalizando por cima com o filé de tilápia, que eu mesma cortei ontem à noite.
— Agora pare de me incomodar, porque estou ocupado.
Ele simplesmente desliga a ligação xingando a mulher, e voltamos a
cair no silêncio, apenas a música o preenchendo.
Volto a me concentrar nas porções do prato que monto, gastando
meus neurônios pensando o porque ele não possui contato com a família e me
assusto quando ele encosta o braço no meu.
— Esqueceu de pôr os pimentões. — Sua voz é calma, o que me irrita
e me faz tremer de raiva, pareço um pinscher. — Por que está tremendo desse
jeito?
Olho para ele enraivecida, encontrando seu olhar assustado, sem
entender o porquê da minha ação.
— Por que não está se cagando de medo? — aponto a faca para ele
quando a pego para cortar um único pedaço que ficou mal cortado do
pimentão e ele engole em seco. — Você é o medroso aqui, então porque não
está morrendo de medo do que vai acontecer hoje quando todos voltarem do
parque?
Ele solta uma risadinha, aumentando ainda mais a minha raiva, antes
de me abraçar por trás enquanto tento afastá-lo depois de depositar o objeto
cortante no balcão.
Volto a montar os pacotes de peixe com legumes para levar ao forno,
e me odeio por não estar tão concentrada como o de costume, mesmo estando
fazendo o que mais amo na vida, que sempre me transforma em uma Maria
Eduarda mais centrada e responsável. O medo do que eu vou ouvir dos meus
pais, me tirou do eixo hoje.
Começo a sentir seu carinho na minha cintura enquanto seu queixo
está em meu ombro. Sua respiração no meu pescoço, estranhamente começa a
me tranquilizar junto do seu toque.
Não, ele não pode ser capaz de me relaxar só com alguns toques
bestas, fazendo meu coração acelerar e meu estômago se agitar de uma forma
estranhamente reconfortante.
Me recuso a começar a sentir essas coisas por ele.
Suas mãos sobem para meus ombros, deixando uma massagem
gostosa, tirando os nós dos meus músculos.
— A verdade é que estou morrendo de medo, Duda. — Sua voz é
calma me derretendo por dentro. — Mas quando percebi que estava nervosa
logo quando desceu as escadas essa manhã, enfiei na minha cabeça que teria
que me manter calmo por você, então é isso que estou fazendo. — Ele deixa
um beijo em meu pescoço, que me arrepia e também espanta um pouco da
tensão que estou. — Respira e tenta se concentrar nessa perfeição que está
fazendo.
Sua voz desencadeia algo em mim, como se fosse permitido eu me
sentir fraca agora, deixar essa agonia que vem me tomando aos poucos, vir à
tona.
Apesar de o ouvir, faço justamente o contrário e solto tudo que está
em minhas mãos quando sinto as lágrimas descerem por minhas bochechas.
Seguro na bancada e abaixo a cabeça, soluçando com o choro inesperado e
ele me vira, me levando ao seu peito e me abraçando forte.
Não me faço de difícil e retribuo o abraço, apertando seu corpo contra
o meu enquanto choro.
— Tô morrendo de medo, Marcos. — Não lhe conto que o medo não
é só pelo que vamos fazer hoje, mas também pelo que ele vem causando em
mim. — Eles vão me doar, eu tenho certeza. Vão quebrar sua cara e depois
despachar nós dois daqui, então serei uma sem teto em Floripa.
Ele me afasta um pouco, ainda me segurando, mas então pega meu
rosto, enxugando minhas lágrimas enquanto me recuso a abrir os olhos. Sinto
o beijo que ele deixa em minha testa, e suspiro quando mais uma lágrima
desce enquanto penso o quanto do meu verdadeiro eu e quantas versões de
mim mesma, já mostrei a ele, que sempre acolhe cada uma delas com tanto
cuidado e carinho.
Maldita seja a minha playlist que passa a tocar “Mirrorball” justo
agora.
Não posso estar começando a ter sentimentos por ele. Logo ele vai
embora e não quero ter o coração partido mais uma vez.
— Olha para mim, Sweet. — Porra como não se apaixonar com ele
falando desse jeito? Me tratando como uma princesa nessas horas, e como a
vadia que sou quando estamos na cama? — Abre os olhos para mim, por
favor.
Não consigo recusar o seu pedido, como venho fazendo esses últimos
dias, e então os abro, encontrando seu sorriso discreto e seus olhos azuis
queimando sob minha pele.
Venho surtando desde que ele me contou estar apaixonado e quando
confidenciei isso à Lua, ela entrou em surto comigo, dizendo que eu também
me apaixonaria, apesar de estar relutando.
Tentei não pensar nas suas palavras daquele dia, mas não tem como
não notar seus olhares cada vez mais intensos sobre mim, como se quisesse
me tatuar em sua memória para não esquecer de nada depois que essas férias
acabarem.
A sensação de tê-lo me olhando dessa forma, de tê-lo me tratando
com carinho, com admiração e paciência, além do espaço que me deu após a
declaração, notando que não queria tocar no assunto, mexeu ainda mais
comigo.
— O nervosismo de contar para os seus pais algo que pela primeira
vez escondeu deles, está te cegando. — Sua voz é tão gostosa e pacífica —
Respira fundo e tenta pensar com clareza, acredita mesmo que vão te
expulsar de casa só por isso? Ou que vão se decepcionar com você, quando
na verdade está fazendo o certo e contando a eles sobre o que vem
escondendo, por ter se sentido culpada, por ter sentido que estava os traindo,
mesmo já sendo uma adulta de quase vinte e um anos?
Respiro fundo como me falou e as lágrimas cessam aos poucos.
— Expulsar não, mas com certeza não vão mais confiar em mim
como antes.
Ele nega, um sorriso nascendo.
— Com certeza agora só vai dar mais motivos para confiarem em
você, já que apesar de tudo, tomou coragem de lhes contar. Talvez fiquem
sim chateados, mas nada que leve a quebrar essa relação linda que vocês
possuem.
Balanço a cabeça em uma negativa.
— Não quero que se decepcionem comigo.
Enxugo as lágrimas, voltando a me controlar após esse rompante
louco.
— Não vão, você é uma mulher incrível, Sweet, uma filha que só dá
orgulho com toda sua garra e independência. — Deixa um beijo em minha
testa, me levando a suspirar com seu cuidado — Não precisa ter medo.
Algo em sua fala, sobre a minha suposta independência, traz uma
memória antiga de um tempo atrás, quando dei uma de medrosa e me recusei
a me mudar para Paris, mesmo sendo meu maior sonho estudar gastronomia
lá, desde que passei a entender sobre esse universo fantástico.
Me lembro que apesar dessa casca grossa que tento mostrar, no fundo
sou só uma garotinha mimada e covarde, que morre de medo de conquistar
sua independência longe dos pais, e algo se acende em meu interior ao vê-lo
falando dessa forma.
Respiro fundo mais uma vez, e o afasto com delicadeza, para pensar
direito sem sentir seu aroma inebriante.
— Precisamos terminar esse jantar. — Olho para ele, que volta a
sorrir — Sabe o que me ajudaria na minha concentração?
— O que, meu amor?
Sua voz tranquila e a forma como me chama, como se fosse
absolutamente normal e fizesse parte do nosso dia-a-dia, me traz a louca
sensação de que eu poderia me acostumar a ser chamada assim por ele, e isso
faz meu coração pular com força, então afasto essa sensação com um olhar
malicioso, que lhe agrada.
— Cozinhar enquanto admiro você sem camisa, usando só esse
avental.
Lhe jogo o avental extra além do que uso e ele gargalha lindamente,
suas linhas de expressões enrugando conforme ainda mantém o sorriso no
rosto e ele realmente tira a camiseta, pendurando o eventual em seu corpo
esculpido por Deus.
Estou odiando estar me acostumando com esse homem.
Faltam alguns minutos para o novo ano chegar, e estou toda molhada
dentro da água gelada das praias do sul, com Marcos grudado em minha
cintura, me abraçando por trás.
— Já pensou no que vai pedir à meia noite? — sua voz é intensa, me
arrepia inteira. — Porque eu já.
Me viro para ele, segurando-me em seu pescoço e me sinto esquentar
quando seus braços circulam a minha cintura.
Esse homem é surreal demais para essa realidade.
Respiro fundo, tomando fôlego para o que preciso lhe dizer antes que
esse ano se finde.
— Já pensei, mas o pedido é para você. — Lhe roubo um selinho e ele
sorri em minha boca. — Sei que passamos todo esse tempo dizendo que tudo
que sentimos é passageiro, sobre como fica feliz em ter o coração partido por
mim quando tudo isso acabar, mas estive pensando e… — vejo a apreensão
tomar conta do seu rosto. — E se não precisar acabar?
Me odeio por sentir minha voz falhar, ainda mais quando ele não diz
nada.
— Demorei mais do que você para perceber como estou apaixonada,
mas agora que me dei conta, não quero que tenhamos um prazo de validade,
Marcos. Não quero ter que acordar todos os dias, sabendo que você está a
quilômetros e mais quilômetros de distância, me superando e seguindo sua
vida sem mim. — Deixo meu lado possessivo me dominar um pouco,
sentindo meu coração subir à garganta por não ter nenhuma reação de sua
parte. — Não quero me despedir de você e estive pensando, se tudo fosse um
“até breve”? Ao menos até o próximo verão norte americano.
Finalmente volto a respirar com tranquilidade quando um sorriso
enorme, brilhante e lindo se abre em seu rosto. Apesar disso meu coração
parece bater ainda mais rápido, e me seguro com força quando uma onda alta
nos arrasta mais para a beirada, meus pés se arrasaram na areia, me fazendo
cosquinhas.
Ele me segura com força e rimos juntos enquanto arrumamos os
cabelos agora encharcados, ele volta a me segurar pela cintura e me volto a
prender meus braços nele, meu corpo e mente desejando eternizar esse
momento.
— Como eu seria capaz de negar um pedido como este, sendo que
desde que percebi que te amo, somente a ideia de nunca mais te ver, te beijar
e te tocar, faz meu peito doer como se eu estivesse à beira da morte? — Ele
ri e me prende ainda mais a ele. — Quando nos conhecemos, senti que havia
algo diferente em você, em seu olhar, que me puxava para sua órbita, me
prendendo a você, pequena diaba, mas não fazia ideia dos caminhos que
tomaríamos depois daquele dia. Não tinha noção do poder que você passaria
a exercer no meu coração em tão pouco tempo e só a perspectiva de viver
sem seus sorrisos, sem sua voz e sem seus beijos, me deixa a ponto de
enlouquecer. Não teria tatuado seu beijo na minha pele, se não tivesse a
certeza que quero te ter para sempre comigo, Sweet.
Ele gruda nossos lábios e sinto meus olhos lacrimejarem.
— Mas que merda é essa de próximo verão americano? — ele
pergunta rindo quando se afasta.
— Pensei que se recusasse a minha ideia, eu poderia fazer você me
prometer que nos encontraríamos daqui a seis meses, e que se durante esse
tempo, todo esse sentimento ainda seguisse nos acompanhando, nos dando a
certeza de que não é algo passageiro, poderíamos tornar tudo oficial. —
Minha voz não é mais insegura e abro o maior dos meus sorrisos para ele. —
Mas depois dessa declaração, acho que não precisamos de promessa alguma.
— Se não vai ter promessa, preciso te ouvir se declarando ao menos
mais uma vez. — Ele pede, galanteador, me puxando e beijando meu
maxilar. — Confesse seu amor por mim, Sweet. Me conte como se sente
perdidamente apaixonada a ponto de não pensar em viver sem me ter só para
si.
Ele diz bem próximo a minha orelha e se meu corpo todo já não
estivesse molhado com a água salgada do mar, com certeza sentiria minha
calcinha se perder na poça que sai da minha boceta nesse momento.
O pego pela nuca e o puxo para olhar em seus olhos.
— Marcos Freitas, quando nos conhecemos — aproximo minha boca
da sua, quase sussurrando e o admiro fechar os olhos em deleite. —, me
apaixonei perdidamente e incondicionalmente por seu belo pau.
Caio na risada quando ele geme frustrado com a minha fala, e espalho
pequenos beijos por seu rosto, voltando a ficar séria com seu olhar intenso
sobre mim.
— E não fazia ideia que a porcaria do acaso nos juntaria outra vez, e
muito menos que com o passar dos dias, me veria completamente envolvida
por você. — Ele respira fundo, seu olhar queimando o meu, meu corpo se
arrepiando por completo e não pela brisa da maresia, mas por saber que
encontrei o homem com quero dividir os próximos anos da minha vida, tendo
a certeza que ele quer o mesmo. — Não só por seu corpo, mas por sua
personalidade única, fui descobrindo a caixinha de surpresas que você é e
amei saber de cada detalhe, adorei ter conhecimento de cada nova descoberta
e em meio a isso, me vi perdida na sua essência, apaixonada por tudo que
você é e por tudo que me faz sentir.
Aproximo minha boca de seu ouvido direito, deixando uma mordida
na orelha, o levando a apertar com força minha cintura.
— Eu amo você, Marcos Freitas.
Volto a olhar em seu rosto outra vez, me perdendo nas sensações que
ele me causa, em seus olhos azuis agora escuros por conta da noite, sentindo
seu toque me aquecer cada vez mais e um sorriso se abre em meu rosto junto
de uma lágrima que rola por minha bochecha quando ele ergue o dedo
mindinho, o beijando e pondo em frente à minha boca.
— Então prometa para mim, Maria Eduarda Porto, que vamos fazer
isso dar certo. — Ele diz com calma. — Me prometa que não vamos deixar a
distância, nem a idade e todas as diferenças e empecilhos que possam surgir,
atrapalharem o que construímos nesses dias incríveis, porque quero te ter na
minha vida até o fim dos meus dias, mesmo parecendo muito com um velho
emocionado dizendo isso.
Ergo o meu mindinho, beijando e juntando ao dele, onde beijamos ao
mesmo tempo antes de os separar.
— Eu prometo, Marcos Freitas.
Continuamos hipnotizados e presos um no olhar do outro, ouvindo a
contagem regressiva ser entoada por nossa família ao fundo, e quando todos
gritam, desejando um feliz ano novo e os fogos estouram em nossos ouvidos
e visões, ele me puxa para si, grudando nossas bocas em um beijo lento e
cheio de amor, significados e promessas.
Me perco em sua boca, deixo minha pele queimar em contato com a
sua, e não existe forma melhor de começar o ano, do que essa.
OITO MESES DEPOIS
Aponto o celular para o espelho enorme localizado em um dos cantos
do meu loft, centralizando o que escrevi com meu batom vermelho, deixando
em evidência também o sutiã pendurado na lateral.
Envio para o meu único contato fixado e segundos depois uma
chamada aparece na tela, que atendo com um sorriso enorme nos lábios.
— Eu também te amo, amor. — Ele responde à imagem que lhe
mandei, me deixando tonta mesmo não estando nem no mesmo país que eu.
Meses se passaram e não me canso de todo o rebuliço que esse
homem causa em meu corpo.
— Estou tentando ajeitar a bagunça desse novo loft. — Ando pelo
espaço amplo, lotado de caixas de papelão da minha mudança. — Tem muito
mais espaço que o outro, achei bem melhor e a vista é linda. Consigo ver
Paris inteira daqui, dando de cara com a Torre Eiffel da janela do quarto e da
sala.
— Pelas fotos que me mandou, deve ser como estar em um filme. —
Sua voz me arrepia, mesmo que por ligação. — Não vejo a hora de conhecê-
lo. Vou te agarrar e te fazer minha em cada cantinho do seu novo lar.
— Não diz essas coisas estando a seis mil seiscentos e setenta e um
quilômetros de distância, Marcos. — Faço manha, me jogando no puff
gigantesco e macio que está jogado em meio a minha bagunça. — Vou
acabar tendo que resolver a porcaria do tesão sozinha.
Ele ri do meu drama.
— Em menos de duas semanas vamos estar juntos, seja uma boa
garota e acumule todo tesão possível para quando eu estiver aí. — Suspiro,
fechando meus olhos e pensando que nunca foi tão difícil cumprir uma
promessa.
Depois que as férias acabaram, mantemos nosso relacionamento, e até
fui pedida em namoro no dia em que ele embarcou. Não dei uma de
emocionada que fica aos prantos na hora do embarque, mas confesso que
rolaram algumas lágrimas.
Seguimos nos falando todos os dias religiosamente, por ligação,
mensagem e chamadas de vídeos, até que dois meses depois eu o surpreendi e
apareci em sua casa, com a ajuda surpreendente de James.
Não sei porque sofremos com a perspectiva da distância, já que somos
ricos e podemos nos ver semanalmente se preferimos, apesar de não fazermos
por conta das nossas agendas.
Passei os últimos seis meses aprendendo francês e posso dizer que
mando bem na língua, sempre incrível em tudo que me proponho a fazer. Há
um mês, me mudei definitivamente para Paris, após algumas vindas com
meus pais, que me ajudaram com toda a papelada tanto da escola em que vou
me especializar, como com tudo ligado à minha moradia.
Eles me ligam todos os dias, e apesar do medo de voos do meu pai,
prometeram que vão vir me visitar todo mês, trazendo Lua com eles, que
agora engrenou na faculdade e para a surpresa de todos, tem se apaixonado
cada vez mais pelo curso.
Tenho certeza que ela vai ser uma ótima professora, e logo vou estar
indo para o Brasil visitar ela e a James, que se mudou recentemente também,
por conta da gravidez.
Não se passaram nem um ano desde aquelas férias, e as coisas
mudaram drasticamente em nossas vidas, mas tudo vem se ajeitando aos
poucos.
— Se lembrou de trancar a porta? — a voz do meu homem me
desperta dos pensamentos e gemo em resposta. — Maria Eduarda, pelo amor
de Deus, da última vez que deixou destrancada quando saiu para fazer
compras, voltou e encontrou seu vizinho gostoso perambulando pelo seu
apartamento.
— Ei, quem te disse que ele era gostoso? — me apoio nos cotovelos,
como se ele pudesse enxergar a indignação no meu olhar.
— Você mesma, quando me fez ouvir toda a história de como chamou
a polícia para o “invasor gostoso”, segundo suas próprias palavras. — Sorrio
ao notar os ciúmes escorrendo de sua voz. — Faça o favor de ir trancar.
— Daqui a pouco vou. — Volto a me jogar no objeto macio, gemendo
de satisfação. — As aulas logo começam e não vamos ter tanto tempo de
ficar em ligações até tarde, me deixe matar a saudade ao menos da sua voz.
Mesmo com todos os métodos que usamos para nos comunicar, nos
vendo no mínimo uma vez por mês, mesmo que por um final de semana, não
estou sabendo lidar com a saudade que sinto dele.
Sei que posso viver minha vida sem tê-lo colado em mim, realizar
tudo que quero e me tornar tão foda quanto pretendo ser, mas seria bem
melhor se eu pudesse ter tudo isso, com ele aqui do meu lado, me abraçando,
me beijando e fazendo aquele carinho que só ele sabe fazer.
Meu corpo sente falta dele, minha mente também e de uma maneira
absurda.
Apesar que não podemos negar que os reencontros tem nos trazidos
ótimos orgasmos, já que transamos enlouquecidamente sempre que batemos
o olho um no outro.
— Tranca a porta antes, ou vou desligar. — Ele ameaça e me obrigo a
me levantar, indo até a porcaria da porta enquanto reclamo em seus ouvidos.
— Para de ser chata, vai me agradecer por isso.
Assim que meus dedos pegam na maçaneta para trancar, sinto alguém
tentando empurrá-la do lado de fora.
Puta que pariu, só posso ser muito azarada para ter a casa invadida
duas vezes em menos de um mês, em dois bairros diferentes.
Essa cidade me odeia ou é algum tipo de sinal?
Que merda de país, quero ir embora daqui!
Solto o celular, sem me importar com Marcos do outro lado, não
quando minha vida corre risco e empurro a porta com toda força que consigo,
usando minhas costas para não deixar quem quer que seja entrar.
Empurro a todo custo, sentindo a pessoa fazer o mesmo e quando
estou quase perdendo as forças, a voz que vem do outro lado me assusta, me
fazendo pular para longe da madeira.
— Me deixa, entrar, Maria Eduarda, porra.
[1]
Síndrome do ovário policístico, um distúrbio hormonal que causa um aumento no tamanho dos
ovários, com pequenos cistos na parte externa deles.
[2]
Música da cantora Taylor Swift
[3]
Termo técnico utilizado para um auxiliar de cozinha.
[4]
Segmento da cozinha, como por exemplo, praça de carnes, de finalização, sobremesa, etc.
[5]
Música da cantora Taylor Swift
[6]
Dificuldade para enxergar longe e perto, adquirido conforme o avanço da idade.
[7]
“Deveria ter lhe dado todas as minhas horas quando eu tive a chance” trecho da música “Talking to
the moon”, do cantor Bruno Mars
[8]
“Ter levado você a todas as festas, porque tudo o que você queria fazer era dançar” trecho da
música “Talking to the moon”, do cantor Bruno Mars
[9]
“Agora minha garota está dançando, mas está dançando com um outro homem” trecho da música
“Talking to the moon”, do cantor Bruno Mars
[10]
“Meu orgulho, meu ego, minhas necessidades e meu jeito egoísta”
[11]
Processo inflamatório das meninges, membranas que revestem o encéfalo e a medula espinhal.
[12]
Uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro. Durante alguns segundos ou
minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou
espalhar-se.
[13]
É uma técnica de corte francesa para cortar legumes e frutas em finas tiras, com cerca de 2mm de
largura
[14]
Sobremesa feita com uma massa açucarada recheada com cremes
[15]
Álbum da cantora Taylor Swift