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… pare,
respire
e lembre-se…
— Como foi seu primeiro dia de trabalho com seu mais novo
chefe? — Bárbara perguntou assim que sai do meu quarto após o
longo e gelado banho que tomei assim que cheguei em casa.
— Tenso — falo simplesmente me sentando na cadeira ao
lado da sua.
Minha amiga e parceira de apartamento para o garfo que
enrolava o macarrão e me olha, inclinando a cabeça levemente para
o lado.
— Ele não é como a mãe? — investiga — Pensei que todos
os Fontana eram gente boa. Nos últimos dois anos trabalhando com
eles você sempre disse que era seu trabalho dos sonhos por conta
dos patrões maravilhosos.
— É meu trabalho dos sonhos — afirmei — O salário é ótimo,
a empresa é perfeita — solto um suspiro antes de continuar — e
para um primeiro dia, Dante foi um ótimo chefe.
— Mas…?
— Ele é lindo demais e sem dúvida alguma é o meu tipo —
soltei, omitindo a parte em que eu fiz massagem em sua coxa e
tivemos um breve momento, se é que posso chamar aquela
situação de “momento”.
— Hum, atraída pelo chefe, hein? — Mexe suas
sobrancelhas sugestivamente. — Amo histórias de amor clichês.
— Isso não é uma história de amor, doida — falei o que a faz
rir — É a história de uma mulher tarada demais que não consegue
se controlar quando vê um homem gostoso pra caramba.
— Ele é tudo isso mesmo? — perguntou curiosa.
Desde que comecei a trabalhar para os Fontana, Bárbara só
viu minha, agora ex-chefe, poucas vezes quando era a vez dela com
o nosso carro e marcamos de almoçar, sem dar muita importância
em pesquisar mais sobre dona Beatriz e sua família, mesmo quando
mostrei algumas fotos que achei na internet e contava algo sobre o
quanto Matteo, seu filho mais novo e seu melhor amigo Henrique,
eram lindos em um nível muito acima da média.
Parando para pensar agora, com certeza ela devia estar
entretida demais com algum de seus muitos livros. Às vezes,
quando estava imersa em uma leitura nova, parecia que Bárbara
tinha sido abduzida de tão desligada que ficava do mundo ao seu
redor.
— Você não faz ideia, amiga — comento, lembrando-me do
quanto o terno de três peças o favorece — Mais lindo do que por
foto e gostoso para um caralho, que chega a ser obsceno alguém
ser tão atraente daquele jeito. Sério, o homem mais sexy que esses
olhos, — aponto para meu rosto — já viram. Sem exageros.
— Nossa! — exclamou chocada com minhas palavras.
— Exatamente. — pisco para ela — Você sabe que eu evito
ficar com caras que trabalham comigo por tudo que passei no meu
antigo trabalho. Mas nunca vi um homem tão… tão…
— Gostoso? — sugere prendendo o riso e eu aceno rindo de
mim mesma — E se ele não fosse seu chefe, o que você faria? —
ela pergunta e não preciso de muito tempo para pensar na resposta.
— Se ele não fosse meu chefe com certeza já teria tomado a
iniciativa e depois pensaria nas consequências. — Dou de ombros.
— Então por que não toma? Você nunca foi do tipo contida,
que espera um homem vir até você.
— Porque ele é meu chefe, ora. Não posso dar em cima do
meu chefe, Bárbara.
— Por que não?
— Não é óbvio? — indago alçando uma sobrancelha para ela
— Dou em cima do homem e ele pode reagir de duas maneiras,
aceitando a investida, íamos nos divertir um pouco e depois muito
provavelmente ele me dispensaria, o clima entre nós no trabalho
passaria a ser péssimo. Ou — levanto um dedo — ele me daria um
fora logo de cara e me demitiria por mau comportamento no
ambiente de trabalho, ou pior, por assédio. Sem contar com o fato
de ficar conhecida por ir pra cama com alguém para tirar proveito
profissional — falo sentindo um nó na garganta só de imaginar —
Nenhuma das opções são favoráveis para mim.
— Ou vocês poderiam se apaixonar — diz, sonhadora.
— Você anda lendo muitos livros de romance — digo rindo de
sua expressão — Às vezes parece que você vive em um mundo
paralelo.
— Fato. Os livros me fazem viver em muitos lugares ao
mesmo tempo, inclusive naqueles que eu mesmo crio, para melhor
atender as expectativas da minha mente. Já perdi as contas dos
rumos que eles me fizeram tomar — encerra sua fala com um
suspiro de quem anda sonhando acordada.
Minha amiga é viciada em livros de romance, me arrisco a
dizer que ela passa mais tempo lendo do que fazendo qualquer
outra coisa.
— Então, — volta a focar em mim — se já decidiu que não
vai fazer nada com essa atração que sentiu por ele, o que vai
acontecer agora?
— Vou agir com profissionalismo e fazer o que fui contratada
para fazer. Ser sua assistente, apenas isso.
— A sua tarada interior vai conseguir se comportar? — ela
alça uma sobrancelha em desafio para mim.
— Ela vai ter que se comportar.
Dispensei Ana Laura uma hora mais cedo para que ela
pudesse se arrumar para o jantar de negócios, onde firmaremos
nossas preferências mediante ao contratado. Pedi para o motorista
pegá-la e a estava aguardando no bar que fica no meio do
restaurante do hotel de nossa família.
Depois do nosso pequeno momento a sós em minha sala,
tudo voltou a ser como deveria ser, limitando-se ao cunho
profissional sem conversas mais íntimas. Ela continuou agindo
como a excelente funcionária que era e eu tentei ao máximo agir
como um chefe que não está atraído por sua funcionária, o que
demandou muito esforço de minha parte em cada vez que a via.
Envio uma mensagem para Matteo avisando que já cheguei e
ele me responde que em quinze minutos estará aqui. Ele, por ser
diretor do jurídico, também participará da reunião.
— Gostaria de beber algo, senhor? — pergunta o bartender
assim que me sento em uma das banquetas.
— Uma taça de Château Ausone, por favor — peço meu
vinho favorito.
— Sim senhor. — Pegou a garrafa e logo me serviu. — Aqui.
Fique à vontade. Qualquer coisa é só me chamar.
— Obrigado — respondo apreciando o delicioso sabor da
bebida em pequenos goles.
Alguns minutos se passaram e eu já estava terminando
minha primeira taça quando a vejo adentrando no salão. De onde
estou sentado, posso notar quem entra e sai do restaurante, e Santo
Dio! Ana Laura está sexy e gostosa para caralho!
Se eu achei que foi difícil passar as últimas semanas sem
querer tocá-la no escritório eu estava completamente enganado.
Ela está usando um vestido justo que agarra seu corpo
pequeno nos lugares certos, ressaltando suas curvas. Seu cabelo
escuro está solto, caindo por cima de um dos ombros. O azul do
tecido realça a cor dos olhos que tanto sou viciado, e o
decote cazzo... o decote faz seus seios saltarem, como se
estivessem pedindo para serem devorados.
Eu queria colocar minha boca neles! Porra, o que está
acontecendo comigo?
Olho ao redor e todos a estão olhando, admirando sua
beleza.
Noto alguns idiotas a despindo com os olhos e na mesma
hora sinto uma vontade de arrebentar a cara de cada um deles.
Quando estou prestes a ir até ela, vejo Alan, nosso arquiteto,
cumprimentando-a visivelmente afetado por sua beleza. Ana
responde algo e lhe oferece um aperto de mão e óbvio que o idiota
aceita, segurando sua mão por mais tempo que o necessário, seus
olhos dançam no rosto dela, um sorriso de lado mostrando
claramente que ele gosta do que vê, gosta muito do que vê.
Aperto os punhos sobre o balcão e bebo em um só gole o
que resta da bebida em minha taça, uma sensação de queimação
na boca do estômago surgindo. Pondero por alguns segundos
tentando compreender o que ela significa, meus olhos nunca
deixando o entrosamento entre Ana e Alan, a poucos metros de
mim.
Era como se eu estivesse me sentindo ameaçado, como se
fossem roubar algo que eu queria muito. Raiva e posse oscilam
dentro de mim, a sensação de queimação aumenta, a mesma
sensação que senti na reunião com a equipe de William, quando a vi
tão próximo de outro homem naquele bar e quando Henrique a
elogiou em nosso almoço e a resposta agora parecia óbvia demais.
Ciúmes. Eu senti ciúmes naqueles dias e estava com ciúmes
agora.
Ainda que eu não pudesse fazer nada em relação a isso, uma
parte em mim demonstrou não querer entender isso com facilidade,
pois agora havia uma vontade — quase uma necessidade — de
arrancá-la de perto de Alan, como se eu dependesse daquilo.
Ela é minha assistente. Ela é minha assistente.
Repetia para mim mesmo conforme caminhava até eles,
torcendo para que eu agisse como das outras vezes em que me
senti assim, com calma e maturidade. Mas algo me dizia que hoje
tudo seria diferente, que essa noite eu estava prestes a passar dos
limites com Ana Laura agindo como sempre procurei evitar ser, com
impulso, sem pensar direito nas consequências.
Chego ao hotel e como sempre quando venho aqui, fico
encantada com o quão luxuoso o lugar é. Caminho até a recepção,
e sou direcionada ao restaurante, onde sei que estou sendo
aguardada.
Logo na entrada, sinto um toque em meu braço, o que não
me assusta, já que penso ser meu chefe ou Matteo, seu irmão.
Contudo, surpreendo-me ao notar que se trata de outra pessoa. Um
homem, não tão atraente quanto Dante, porém muito sexy. Ele é
alto, forte, pele bronzeada, cabelo loiro liso até os ombros. Seus
olhos são verdes e seu rosto sem qualquer sinal de barba. Não
parece ter mais do que trinta anos.
— Olá, você é a assistente de Dante Fontana, Ana Laura,
certo? Sou Alan, o arquiteto responsável pelo projeto do La Fontana
no Rio de Janeiro — diz sem nem me dar a chance de responder
sua primeira pergunta, antes de me passar a informação de quem
se tratava.
— Olá. Boa noite! Sim, sou eu mesma. Prazer em conhecê-
lo. — Estendo minha mão direita em sua direção, aguardando seu
aperto em cumprimento. Estou em nome da empresa e preciso ser
cordial, faz parte do profissional, entretanto não passa despercebido
o brilho em seus olhos que deixa claro o que ele está pensando
sobre minha aparência.
— Sabia que era você. Vi uma foto sua com Beatriz em um
dos jornais da cidade ano passado — diz e aperta minha mão — O
prazer é todo meu.
Como havia percebido, Alan mostra nítido encantamento ao
admirar minhas feições e talvez por estar tão focado, esquece de
soltar minha mão, mantendo-a em seu aperto. Minhas bochechas
começam a esquentar enquanto seus olhos se iluminam cada vez
mais.
Quando penso em falar algo, uma arranhada de garganta
soa, me assustando. Alan, por fim solta a minha mão, sorrindo para
alguém atrás de mim. Viro-me para ver Dante, com suas mãos
enfiadas nos bolsos, um olhar fechado e uma expressão séria.
Ele está tão lindo, mais do que o normal usando um terno
todo preto, incluindo blusa e gravata.
Se esse homem não fosse meu chefe e nós não
estivéssemos em uma reunião de negócios eu o agarrava aqui
mesmo, sem me importar com quem estivesse olhando ou com meu
emprego, como quando estávamos conversando em sua sala
depois de almoçarmos juntos há alguns dias atrás e se não fosse o
telefone, eu teria roubado um beijo dele. Sim, eu com certeza teria.
Normalmente, é o que acontece quando você sente um clima,
uma tensão sexual no ambiente com outra pessoa. E eu posso jurar
ter sentido isso naquele momento. Por esse motivo eu queria beijá-
lo, queria saciar essa atração que sinto por ele desde a primeira vez
que o vi, mesmo não a entendendo. Naquele momento só passava
uma coisa pela minha cabeça: preciso beijar essa boca e estou
sentindo a mesma vontade agora.
Eu queria tanto beijá-lo, contudo mando a “Ana tarada” para
escanteio. Não é hora de ficar babando nele como tenho feito nos
últimos dias.
Foco Ana Laura. É uma reunião de negócios. É seu trabalho.
— Boa noite Alan. Como você está? — diz Dante estendendo
uma mão para cumprimentá-lo. — Vejo que já conheceu minha
assistente?
— Boa noite Dante. Estou bem e vejo que você está ótimo —
o arquiteto responde, apertando a mão do meu chefe — A vi em
uma revista com sua mãe e preciso dizer que ela é ainda mais linda
pessoalmente — diz olhando para mim, abrindo um sorriso um
pouco malicioso, trazendo rubor novamente para minha face.
— Agradeço o elogio — respondo um pouco sem graça.
Olho para meu chefe parado ao meu lado, observando que
agora está ainda mais sério que segundos atrás, fuzilando Alan com
um olhar duro. Sinto que o clima está ficando um pouco tenso
demais e quando estou prestes a falar algo, ouvimos Matteo nos
chamar ao se aproximar e eu agradeço mentalmente por isso.
— Boa noite, senhores — fala apertando a mão de Dante e
Alan. Depois se vira para mim com um sorriso brincalhão quando
diz. — Aninha, que bom contar com sua magnífica presença esta
noite. A propósito, você está muito linda!
Reviro os olhos e sorrio com o apelido que ele me deu,
depois de uma semana trabalhando juntos. Ele sabe que eu odeio
ser chamada no diminutivo, deixei isso bem claro na primeira vez
que me chamou assim, mas, aparentemente, ele gosta de me irritar.
Já estava até estranhando Matteo não ter me chamado assim nos
últimos dias, pensei por um momento que ele pudesse ter
esquecido.
— Estava falando isso a ela antes de você chegar, Matteo —
Alan fala aumentando seu sorriso me deixando com as bochechas
quentes. Devo estar vermelho igual a um tomate e o olhar
desgostoso do meu chefe, mostra sua insatisfação com o tópico
abordado pelos dois homens à nossa frente.
— Ok! Não estamos aqui para falar da aparência de minha
assistente. — Seus lábios se esticam em um sorriso forçado —
Vamos, nossa mesa já está pronta — Dante fala com aquele mesmo
tom rude que usou quando nos conhecemos e vai caminhando sem
olhar para trás.
Estranho sua atitude, mas não digo nada. Apenas concordo,
dando um sorriso de boca fechada para os outros dois.
Matteo, que agora está ao meu lado, esfrega as mãos e diz
cheio de mistério, indo na direção do irmão: — Esse jantar vai ser
interessante.
Alan pousa a mão direita em minhas costas, guiando-me para
nossos lugares, puxa a cadeira para eu me sentar, mostrando seus
dotes de cavalheiro e agradeço com um sorriso.
A mesa é quadrada. Alan está à minha esquerda, Matteo a
minha direita e o arrogante do meu chefe escolheu a cadeira
posicionada à minha frente. Ele me lança um olhar de raiva assim
que sento e fico confusa, mas ele logo volta sua atenção ao
cardápio. O garçom aparece para atender nossos pedidos.
— Algo para beber?
— Uma garrafa do melhor vinho branco que vocês têm. Por
favor — Alan responde primeiro. Matteo concorda.
Mas antes que o garçom saia eu levanto minha mão e digo:
— Uma dose de Jack Daniel's, por favor. — O garçom
assente e sai para preparar nossos pedidos.
Volto minha atenção à mesa, e há três pares de olhos
arregalados focados em mim.
— Algum problema? — pergunto querendo saber.
— Porra, você bebe uísque, Aninha? Essa eu não sabia —
Matteo diz ainda com os olhos arregalados.
— Bebo. Por que o espanto?
— Acho que posso falar por nós três, quando digo que nunca
conhecemos uma mulher que curtisse beber uísque — Alan quem
fala.
— É minha bebida favorita, logo atrás vem o café — digo
simplesmente.
— Está explicado porque você é tão elétrica — Matteo relaxa
as costas no encosto e descansa seus braços na lateral da cadeira.
— Como se você fosse muito tranquilo — digo. Ele e Alan
riem do meu comentário, mas o homem à minha frente continua me
olhando sério. — E eu já perdi as contas de quantas vezes pedi pra
você parar de me chamar de Aninha.
— Seu nome no diminutivo lhe cai bem — brinca com um
sorriso travesso nos lábios.
Dante, que até então estava quieto, bateu levemente o punho
na mesa.
Nós três levamos um susto. Olhamos para ele que abre seu paletó e
diz de forma rude olhando eu meus olhos:
— Ok. Será que agora podemos começar a reunião, Ana?
Não sou uma pessoa violenta e nem que perde a cabeça fácil
demais, mas esse homem está querendo ver Jesus mais cedo.
Estou super tentada a pegar a faca da mesa e cortar fora sua
língua.
Para que tanta grosseria? E aparentemente direcionada
apenas para mim?
Não é nossa primeira reunião fora das instalações da
empresa desde que começamos a trabalhar juntos. Ele mais do que
eu sabe que falar de negócios podia ser cansativo e estressante
demais, mesmo trabalhando com o que amamos. Por isso, sempre
que podíamos, almoços e jantares eram marcados para resolver
determinadas situações com o clima mais agradável possível.
Isso não é novidade. No mundo dos empresários milionários,
as grandes parcerias e contratos surgiram de refeições amigáveis,
regadas por uma boa conversa, mas aparentemente para hoje, o
idiota a minha frente prefere ambientes desconfortáveis e de clima
que antecede um assassinato.
Antes que eu pudesse responder, nossas bebidas chegaram
e, sem cerimônia alguma, viro a minha de uma vez, batendo
levemente meu copo na mesa.
Respirei fundo, olhando nos olhos de Dante, e tratei de
colocar um sorriso falso no rosto ao responder.
— Claro, senhor — a última palavra saiu dos meus lábios
como se fosse veneno.
O olhar dele é duro em minha direção e eu não pretendo
desviá-lo. Ele trinca a mandíbula, passa os dedos em seu queixo
como se quisesse decifrar algo.
Ficamos assim por alguns segundos, até que o próprio
quebra contato olhando para sua taça de vinho ainda intocável.
Eu olho para os homens que estão ao meu lado, Alan
visivelmente chocado e Matteo está com a mão na boca tentando
prender o riso.
O que deu nesse homem?
— Veja pelo lado bom, entrada liberada com direito a área vip
na boate — diz Bárbara tentando me animar depois da minha noite
de sexo horrível, ao beber seu café. Nosso amigo de faculdade é
filho do dono da boate em que estávamos.
Chegamos a algumas horas em casa. Depois de recuperar
nossa dignidade com um bom banho, estamos tomando café,
sentadas no sofá. Por algum milagre nós duas nunca sofremos com
ressaca. Nunca mesmo.
— Quem transou com o filho barra dono da boate não fui eu.
— Ana, nós somos um pacote. — Pisca para mim. — Foi tão
ruim assim? — procura saber.
— Cinco minutos e eu não estava nem perto de sentir prazer.
Cinco minutos! — falei com indignação.
Bárbara cai na gargalhada. Eu a olho de cara feia e quando
vou levantar para fazer cosquinhas em sua barriga, coisa que ela
odeia, meu celular toca. Vou até a bancada da cozinha e o atendi
sem olhar quem é.
— Alô?
— É assim que você atende seu irmãozinho mais velho? —
Miguel diz e logo abro um sorriso.
— Mano, como você está? — pergunto voltando para o sofá.
— Bem, com muito trabalho. Liguei porque queria almoçar
com você hoje. Aceita?
— Claro, vou me trocar. Aonde quer ir?
— Pode ser no La Pasta. Faz tempo que não vou lá. Por
minha conta — fala e na mesma hora penso em um italiano
arrogante e gostoso.
— Claro, vou levar o meu kit. Está bem? — falei me referindo
a minha amiga que está ao meu lado.
— Tudo bem. Em uma hora vejo vocês lá — diz rindo.
— Ok, maninho. Até. — Desligo e volto meu olhar para minha
amiga que me encara em expectativa.
— Vem, meu kit. Miguel nos chamou para almoçarmos fora e
disse que era por conta dele.
— Uhu! 0800. Amo seu irmão, sabia? — fala batendo
palminhas. Os dois acabaram se tornando amigos também de tanto
que nós duas somos inseparáveis. — Aonde vamos?
— Restaurante italiano, La Pasta — digo caminhando para o
quarto sem olhar para seu rosto, já sei que vem piadinha por aí.
— Hum... Italiano! Isso não te lembra alguém, Ana? —
pergunta me fazendo virar para vê-la colocando um dedo no queixo,
fingindo pensar.
Bufo, reviro os olhos e ignoro sua provocação.
— Bom trabalho — digo ao descer da nossa joaninha. Hoje é
a semana dela.
— Para você também. Qualquer coisa eu estou a uma
mensagem de distância — fala segurando seu celular no ar.
— Obrigada. Te amo.
— Também.
Caminho entrando no prédio indo em direção ao elevador. O
final de semana passou rápido demais. No sábado, depois da
catástrofe que foi minha noite de sexta-feira, fui almoçar com meu
irmão e Bárbara. Pude matar a saudade que estava de Miguel, ao
menos um pouco. Fizemos vídeo chamado com nossa mãe, no
intervalo de seu horário de trabalho. Ela estava de plantão no
hospital.
No domingo fiquei em casa, adiantando algumas coisas do
trabalho. Assisti alguns filmes e séries. Tentei de tudo para não
pensar em Dante e o quanto ele foi idiota comigo. Tentei não pensar
no quanto ele mexe comigo com aquele corpo gostoso. Eu nunca
me senti tão atraída por um homem como me sinto por ele. É
avassalador demais se levarmos em conta o pouco tempo que nos
conhecemos.
O elevador se abre e eu o vejo apoiado no balcão onde fica
minha mesa. Hesito por um segundo quando nossos olhos se
encontram, mas logo me movo, tentando caminhar a passos firmes,
porque minhas pernas estão tremendo com a visão desse homem.
Foco Ana! Relaxa, digo a mim mesmo.
Se eu pensei que o terno de três peças que ele sempre
costuma usar era golpe baixo, retiro o que eu disse.
Ele veste uma calça social preta com uma blusa social
branca sem gravata com as mangas esticadas até o cotovelo, com
os primeiros botões abertos. Isso mesmo!
Blusa social branca com os primeiros botões abertos!
Merda! Mil vezes merda!
Aproximo-me, usando toda minha força para não olhar para a
parte do seu peito que a porra da camisa social não está cobrindo,
temendo que eu tropece em meus próprios pés e caia de bunda
como já aconteceu.
Porque ele não fechou esses botões, meu pai amado? Por
que?
— Bom dia, senhor — digo indo para minha cadeira, mas sou
detida pelo gostosão aqui.
Ele fica a minha frente com aquele corpo cheio de músculos
que exala poder e sensualidade, impedindo minha passagem.
Preciso levantar um pouco a cabeça para olhá-lo nos olhos, ele é
mais alto, bem mais alto que eu.
— Ana... — diz com a voz baixa, causando um arrepio nos
meus países baixos.
— Senhor...
— Não me chame mais assim, por favor — pede.
— Como o senhor gostaria de ser chamado?
— Dante, me chame de Dante a partir de agora, por favor —
pede parecendo um pouco nervoso, angustiado.
— Dante. Ok. Em que posso lhe ajudar? — pergunto
forçando uma voz firme.
— Eu... Ana... — Engole seco, como se estivesse escolhendo
as palavras para falar — Eu gostaria de me desculpar pelo meu
comportamento no jantar. Eu estava com... algumas... coisas na
cabeça e acabei descontando em você. Perdoe-me por ter agido
como um idiota.
— Dante... — tento falar, mas ele me interrompe.
— Eu comprei algo para você. Espere aqui — diz entrando
em sua sala.
Um presente? Ele me comprou um presente?
Não tenho nem tempo de pensar direito, quando ele retorna
carregando uma caixa grande com um laço em cima. Eu arregalei
os olhos sem saber o que dizer.
— Eu espero que você aceite, como meu pedido de
desculpas — fala abrindo um sorriso tímido.
Olho para seu rosto, suas bochechas estão coradas e vejo
que seus olhos brilham em expectativa. Até fofo ele fica gostoso,
porra!
— Você comprou um presente para mim? — perguntei sem
tirar os olhos dele.
— Sim — afirma me deixando curiosa. — Vamos, abra — ele
pede ao colocar a caixa em cima da minha mesa.
Arranco o laço rapidamente, pegando em seguida o estilete
para rasgar o pacote. Quando abro, um sorriso vai crescendo no
meu rosto e sem pensar dou um gritinho de felicidade.
Dante me comprou uma caixa cheia de garrafas do meu
uísque favorito, doze garrafas para ser exata.
— Não acredito! — exclamei.
— Você gostou? Eu sei que é pouco, eu compraria mais, mas
era a última caixa que a loja tinha. Entendo se você não gostar, eu
não sou muito bom em dar presentes.
Diz todo desconcertado. Ele realmente acha pouco um
presente desse?
Volto a olhar para ele e sem pensar direito, coloco meus
braços em seu pescoço e digo antes de abraçá-lo forte:
— Eu amei, Dante.
Leva um segundo para ele retribuir, mas logo o faz,
colocando seus braços em minha cintura me puxando para mais
perto. Arfo com o ato, mas não ouso me afastar, ficar tão perto dele
é tão… bom. Seus braços sobem por minha costa e sinto um arrepio
passar por toda minha coluna.
Ele aperta meu corpo ao seu, como um pedido para eu não
soltá-lo. Minhas mãos, que até agora estavam paradas, sobem e
descem pela sua nuca até seu cabelo, em um carinho sutil.
Descanso meu rosto em seu pescoço e sinto seu cheiro amadeirado
cítrico. Inalo tudo que consigo como uma viciada.
Passo a ponta do meu nariz em sua mandíbula e sinto suas
mãos me apertando na cintura.
— Ana... — ele fala meu nome em um tom de voz rouco,
quase como um gemido, ou então eu estou ouvindo coisas. E neste
momento, só há um pensamento em minha mente: eu quero beijá-
lo. Eu quero muito beijá-lo!
Quando ela me abraça, eu não resisto a tocá-la. Seguro
firmemente Ana em meu corpo, aproximando-nos mais e posso
sentir ela tremer com o ato. Seu cheiro está me deixando louco. Seu
corpo pequeno, me levando a pensar em tudo que eu adoraria fazer
com ela.
Rendo-me ao seu carinho e todos os meus pelos se
arrepiaram quando ela passa seu nariz em meu queixo, tão próximo
de onde eu queria tê-la, minha boca entreabriu, e antes que eu
pudesse impedir, gemi seu nome.
Não consigo explicar tudo que ela, sem ao menos ter
consciência, me provoca, me faz sentir, é mais forte do que qualquer
pensamento racional. Contudo, Ana me pega de surpresa — mais
uma vez — ao depositar um beijo em minha bochecha segurando
meus ombros e lentamente se afasta para me olhar nos olhos e
dizer:
— Eu realmente amei o presente. Obrigada. — Sorrindo, ela
se afasta de mim e volta sua atenção a caixa em cima de sua mesa.
Eu fico ali... paralisado. Sentido meu corpo pegar fogo onde
ela me tocou.
Eu nunca senti nada parecido em toda minha vida por alguém.
Eu não era um homem impulsivo, sempre fui controlado
principalmente com meus desejos. Já me senti atraído por algumas
funcionárias, não vou mentir. Trabalhei com mulheres lindas e muito
atraentes, mas jamais senti vontade de ultrapassar a linha
profissional, pois sabia que não valeria a pena.
Entretanto, quando se trata de Ana, eu não consigo pensar
direito, desde o primeiro momento que meus olhos a viram.
Aquela boca atrevida, aquele corpo que eu já imaginei
incontáveis vezes debaixo de mim. Aqueles olhos azuis que sempre
invadem meus pensamentos.
O que essa mulher está fazendo comigo?
Balanço a cabeça, fazendo esforço para me livrar desses
pensamentos e pergunto na tentativa de disfarçar o quanto fiquei
afetado com sua atitude movida pela simples animação por ter
gostado do presente.
— Quando começou a gostar tanto de uísque? — digo e
minha voz sai um pouco embargada. Vejo seus olhos se alegrarem
ao ter a chance de contar o motivo.
Porra, eu estou suando frio. Controle-se Dante!
— Eu sempre soube que queria cursar administração.
Procurava saber tudo que estava acontecendo no mundo dos
negócios, em revistas, jornais, sites e quando ainda era adolescente
sempre lia que uísque era a bebida favorita dos empresários. Então,
quando completei dezoito anos, fui a um bar perto da faculdade e
experimentei. Amei logo de primeira — diz sorrindo sem mostrar os
dentes, ainda olhando para a caixa.
— Bom, então acho que acertei no presente.
— Com certeza acertou.
Ouvimos um barulho do elevador anunciando que alguém
havia chegado. As únicas pessoas que subiam sem anunciar eram
meus pais, meus irmãos e Henrique.
— Bom dia, meus funcionários favoritos! — disse Matteo
saindo do elevador caminhando até nós.
— O que você faz aqui tão cedo?
— Nossa! — diz fazendo bico e colocando sua mão ao peito
para aumentar seu drama — É assim que você recebe seu irmão
favorito?
— Você é meu único irmão, boca suja.
— O melhor, diga-se de passagem, e você Aninha, não vai
me cumprimentar? — pergunta cruzando os braços com aquela cara
de quem ama irritar as pessoas. Pelo visto Ana se tornou sua nova
vítima favorita.
— Olá, Matteo. Como você está? — fala com um sorriso falso
no rosto.
— Muito bem, querida. Obrigada pela preocupação — diz,
fazendo-a revirar os olhos.
— O que deseja aqui? — pergunto.
— O contrato com o novo fornecedor de carne — informa —
Já finalizei e trouxe para você dar uma olhada como me pediu. —
Balança o papel que está em sua mão.
— Ok. Ana, por favor, não marque novos compromissos para
terça e sexta entre 17:00 e 18:00, a partir desta semana. Nesse
horário estarei na academia da empresa e deixei liberado na
portaria a entrada de meu fisioterapeuta, Lucas Alves.
— Sim, Dante, mas alguma coisa?
Adoraria abraçar você novamente.
— Não, apenas isso.
— O que você tem aí hein, Aninha? — Matteo pergunta
levando as mãos até a caixa.
— É meu. Não toque! — diz dando um tapa estalado na mão
de Mat.
Rio com a careca que ele faz.
— Você é má! Não aprendeu a dividir não? — meu irmão diz
massageando a mão vítima do tapa.
— Sim, B1. Mas quando se trata de meu uísque não há
negociação. Entendeu?
— Sim, senhora. — Matteo levanta as mãos em rendição.
— Vamos, preciso finalizar o pedido com os fornecedores —
digo abrindo a porta do meu escritório e meu irmão me segue.
— Não sabia que era permitido beber em horário de
trabalho? Ou é só ela que pode, chefe? — pergunta Matteo se
sentando no sofá que fica ao lado oposto de minha mesa, com um
sorriso cínico no rosto.
— Antes que você pense mais besteiras do que já deve estar
pensando, eu dei a ela como um pedido de desculpas — digo já
sentado em minha cadeira.
— Porra! — ele exclamou soltando uma gargalhada alta e
estridente.
— O que? — pergunto sem entender o motivo de sua reação.
Espero até que ele se acalme e torno a perguntar.
— Posso saber o porquê das gargalhadas?
— Ai fratello, porque não pediu simplesmente desculpas para
ela? Uma conversa resolveria tudo.
Sim, realmente eu sabia disso e pensei em fazer exatamente
isso, mas eu queria dar algo a mais, meu subconsciente desejando
que o presente pudesse de alguma forma dizer que tenho interesse
nela. Quando dei por mim, já estava saindo com uma caixa enorme
do meu apartamento.
Quando se tratava de Ana, eu não sabia o que fazer e, na
dúvida, sempre optava pelo caminho mais estranho. O "presente de
desculpas" deixou isso bem claro para mim.
— Ela gostou — defendo-me.
— Claro que gostou, por mais estranho que tenha sido, — diz
se ajeitando na cadeira — mas eu sei de algo que ela teria gostado
mais. — Sorri de forma maliciosa para mim.
— O que você teria sugerido que eu desse a ela? — Alcei
uma sobrancelha o encarando.
— Orgasmos, ué. Toda mulher ama e você também vai sair
ganhando — diz dando de ombros.
— Claro. Porque sexo é um pedido mais discreto e racional
do que dar uma caixa de uísque para sua assistente — debocho
revirando os olhos.
— Isso. — Ele pisca e aponta para mim, sorrindo de lado.
— Esqueceu que ela é minha funcionária, idiota.
— Já disse que isso não atrapalha em nada. Você por acaso
já leu as diretrizes do regulamento sobre relacionamentos no
ambiente de trabalho da empresa que você gerencia? — indaga
alçando uma sobrancelha para mim.
— Não — respondi com sinceridade — Nunca me interessei
em ter um relacionamento com uma colega de trabalho. — Até
agora, pelo visto.
— Pois acho que você deveria ler. É esclarecedor e vai te
mostrar que isso que você e a mulher lá fora. — Aponta com o
polegar na direção da porta. — Querem não tem nada a ver com
assédio.
— Você se acha esperto demais, fratello.
— Eu sou. — Arruma seu paletó — Sabe o Rogério dos
recursos humanos? — pergunta e eu anuo, me lembrando do
homem moreno e de expressão séria — Ele está saindo com a Lívia
do marketing.
— Como você sabe dessas coisas?
— Sou bem-informado — se gaba.
— Fofoqueiro, seria o termo mais correto.
— Não sou fofoqueiro, porra e a questão não é essa. — Volta
a assumir uma postura séria — A questão é que somos uma
empresa moderna, não nos importamos com a vida íntima de
nossos funcionários, contanto que eles façam bem-feito o que é de
seus deveres. Todos são adultos. Você sabe que nossos pais nunca
se importaram com isso.
Sim, eu sei.
— Veja nosso tio Giuseppe e Sofia, ela era sua funcionária no
hotel — acrescenta — Além do mais, está na cara que você a quer.
Deixa de ser teimoso, porra.
— Não nos conhecemos há muitos tempo, Matteo.
— O que isso importa, caralho? Você a quer e ponto. Isso é
um fato. Quanto mais cedo você aceitar e ver isso, melhor. Não dá
pra ficar se escondendo atrás desse motivos sem sentido. Você a
quer e pronto. Simples. — Dá de ombros.
— As coisas não são tão simples assim.
— São simples, sim. Você quem está complicando demais e
olha que o dramático da família sou eu. — Aponta para si — Qual o
problema em ir para a cama com uma mulher que também quer ir
para a cama com você?
— Ela não me quer.
— Quer sim. Confia em mim que de mulher eu entendo. —
Pisca para mim sorrindo de lado — E você a quer, também. Admita!
— Não quero.
— Quer.
— Não quero.
— Você quer.
— Não, eu não quero.
— Você quer, sim. — Ele sorri claramente se divertindo com a
situação.
— Já disse que não quero, Matteo. Pare de insistir nesse
assunto, por Deus — falo inquieto.
— Negação é o segundo estágio para saber se você está
interessado em alguém, sabia? — fala apontando o dedo em minha
direção — Na verdade é assim que as pessoas começam a se
apaixonar.
Semicerro meus olhos para ele, ponderando se devo ou não
matar a minha curiosidade, que acaba ganhando. Então pergunto:
— Posso saber qual é o primeiro?
— Ciúmes e claramente você já demonstrou isso no jantar de
negócios com Alan e — ele levanta um dedo em riste. — Se não me
falha a memória, na reunião com aquele bastardo do Willian, da
empresa de marketing. Posso até jurar que você sentiu ciúmes
quando Henrique a elogiou em nosso almoço, provavelmente
pensando que ele deu em cima dela.
Matteo me pega de surpresa com as últimas informações,
pensei que não pudesse estar tão na cara assim, mas pelo visto
está estampado em meu rosto o quanto estou obcecado por ela.
— Pensou que eu não tinha percebido, hein? — provoca.
— De onde você tirou essas coisas de… estágios? —
pergunto ignorando sua provocação e já me arrependendo por isso
outra vez.
— Novelas, principalmente as mexicanas. Você deveria
começar a assistir. São realmente muito boas.
— Desde quando você começou a assistir... novelas, Matteo?
— Minha nova governanta é meio que viciada nessas coisas.
Uma vez, a encontrei chorando na cozinha e perguntei o porquê das
lágrimas, ela disse que a personagem principal tinha ficado louca e
entregado seu filho para uma desconhecida. Eu fiquei curioso e fui
ver qual era o papo. Comecei com um episódio, quando eu vi já
estava viciado. Eu até aprendi a música de abertura. Quer ver?
— Não, por favor. Não precisa cant... — contudo, já é tarde
demais e o idiota já está de pé com uma mão fechada, como se
fosse seu microfone.
— "Y a mucha honra, María la del Barrio soy. La que de
escuincla quedó resola,
(E com muita honra, Maria do Bairro sou. A que menina¹ ficou muito
sozinha,)
Y pa' cambiar su suerte, De su barrio querido se fue, Pa'
poder comer..."
(e para mudar sua sorte, se foi de seu bairro querido para poder
comer)
Fico olhando o idiota, cantando e dançando com empolgação
demais. Levo minhas mãos até minhas têmporas, massageando-as.
Às vezes eu acho que Matteo é de outro planeta, porque não é
possível.
— Terminou? — pergunto com uma sobrancelha levantada
cruzando meus dedos em cima de minha barriga relaxando em
minha cadeira.
— Sim — diz com um sorriso no rosto cheio de orgulho de
sua performance.
— Você como cantor é um excelente advogado.
— Sou bom em tudo, maninho. Os melhores genes vieram
para mim. — Ajeita o paletó todo convencido ao concluir seu
argumento.
— Tenho minhas dúvidas quanto a isso.
— Você sabe o que dizem por aí, primeiro o rascunho. —
Aponta para mim. — Depois a obra prima. — Aponta para si.
— Esqueceu que temos uma irmã caçula? — pergunto.
— Eu sou o — ele pontua — filho obra prima. — Empina o
queixo todo orgulhoso de sua resposta.
O dia mal tinha começado e eu já podia prever uma dor de
cabeça chegando.
Não acredito que eu quase beijei meu chefe? De novo…
Já está se tornando como um vício sempre que nos
aproximamos um do outro.
Fiquei com esse pensamento na cabeça o dia inteiro.
Já está perto do meu horário de saída e não sei como vou agir
quando estiver sozinha com Dante novamente. Parece loucura uma
pessoa desejar tanto a outra a conhecendo por tão pouco tempo.
Hoje o dia foi cheio de reuniões. Ele quase não parou em seu
escritório, a não ser para falar com seu irmão e durante o almoço,
todavia ao invés de sua refeição, participou de uma estava em
conferência.
Passo os dedos em meus lábios e não consigo deixar de
pensar o quão perto eu estava de saber qual era o seu gosto. Seu
cheiro é tão bom, sua pele é quente e macia, porra e o corpo?
Gostoso para caralho!
Aquelas mãos grossas me apertando, aquele peito que eu
estou louca para lamber. Senti-lo tão perto de mim, fez minha
calcinha ficar tão molhada. Não! Alagada.
Depois da minha última noite de sexo horrível, estou me
sentindo ainda mais carente de orgasmos.
Olho para a caixa que está debaixo da minha mesa, e não
consigo parar de sorrir.
Ele podia muito bem ter pedido apenas desculpas, mas fez questão
de comprar algo que ele sabe que eu gosto, mesmo sendo pouco
convencional para dar a uma mulher, ainda mais a que é sua
assistente, mas eu particularmente amei.
Não me levem a mal queridas, não sou pinguça, mas é
sempre bom ter álcool em casa. Não sabemos quando vamos
precisar, não é mesmo?
Estou fantasiando, quando ouço alguém chamar meu nome.
Rápido balanço a cabeça afastando meus pensamentos, a maioria
deles depravados. Muito depravados.
Olho para cima e vejo dona Beatriz com aquele sorriso
simpático de sempre.
— Olá, menina. Como você está?
— Olá, dona Beatriz. Que bom ver a senhora por aqui. —
Levanto indo cumprimentá-la com um abraço.
Durante o tempo que trabalhamos juntas, realmente nos
tornamos mais do que chefe e funcionária, como ela me disse em
meu primeiro dia de trabalho. Nos tornamos boas amigas.
— Faz tempo que não saímos juntas, querida. Saudade dos
nossos almoços — diz apertando minhas bochechas.
— Precisamos marcar. Também sinto falta de conversar com
a senhora.
Depois que ela voltou da Itália, logo após Dante receber alta
do hospital, costumávamos almoçar juntas, principalmente quando
precisava conversar, desabafar ou algo assim. Algumas vezes na
sua casa.
Mesmo frequentando a casa dos Fontana, nunca havia visto
Dante. Ele ficou hospedado na mansão dos seus pais enquanto se
recuperava do acidente, mas nunca socializava e segundo Beatriz,
apenas saia do quarto para ir ao médico ou para fazer suas sessões
de fisioterapia.
Não consigo imaginar tudo pelo que ele passou e a dor que
sentiu ao perceber que perdeu duas coisas naquela noite horrível:
seu melhor amigo e a vida a que estava habituado.
— Meu filho lhe falou a respeito do jantar que vamos fazer,
dando boas-vindas para Beatrice? Pedi que falasse com você
pessoalmente.
— Ele não comentou comigo — respondo sinceramente
passando a ponta dos dedos em alguns fios de cabelo.
— Esse menino — falou levantando a mão.
— Hoje o dia foi bem corrido e cheio de reuniões. Tivemos
que almoçar aqui mesmo. Ele deve ter esquecido — compreensiva,
solto uma desculpa para que ele não tenha me convidado conforme
o pedido de sua mãe. Ele realmente pode ter esquecido, ou… será
que não tinha intenção em me convidar?
— Então eu mesma faço o convite a você, querida. Por algum
motivo sabia que meu filho esqueceria. — Ela tira de sua bolsa um
envelope branco com detalhes prateados e me entrega — Você é
muito bem-vinda para estar neste jantar, além de ser minha amiga, é
de minha filha também, praticamente da família, assim como
Henrique — fala e depois toca minha bochecha mais uma vez.
Depois do meu primeiro dia trabalhando com ela, percebi que o
carinho é um hábito seu.
— Será um prazer. — Sorri, guardando o convite em minha
bolsa.
Ainda fico surpresa com o quanto minha antiga chefe gosta
de organizar festas, pensando em todos os detalhes, ainda que seja
apenas um jantar. Na verdade, nunca é apenas um jantar.
— E Dante, está ocupado? — indaga em seguida.
— Estava finalizando uma ligação — termino de falar e a
porta do escritório se abre.
— Mãe? O que faz aqui? — Dante questiona ao fechar sua
sala.
— Vim ver meu filho. Não posso? — pergunta com aquela
típica voz de drama que já estou bastante acostumada e que me
lembra muito Matteo.
— Claro, mãe. — Dante a abraça — O que deseja dona
Beatriz?
— Primeiro puxar sua orelha. Esqueceu de convidar Ana para
o jantar, — seus olhos vão até os meus, mas antes de alguma
resposta ser ouvida, ela continua — mas eu mesma já fiz isso, havia
deixado um convite separado para entregar a ela. — ele me olha e
abre um sorriso tímido e eu pisco rapidamente. Lindo! — Segundo,
vim saber pessoalmente porque há semanas não está frequentando
a fisioterapia hein, mocinho? Liguei para seu fisioterapeuta e ele me
informou que você não marcou os horários com ele.
— Desculpe não ter falado com a Ana. O dia foi cheio hoje e
eu estava... com muitas coisas na cabeça, e sobre minha
fisioterapia, já agendei com Lucas mais cedo. As sessões serão
aqui, na academia da empresa. Não se preocupe. Papai, onde está?
— Noite do golfe, esqueceu? Está no clube com um bando de
velhos que acham que são jogadores profissionais. Não conseguem
dar nem uma volta no campo sem que a pressão caia. Seu pai, por
exemplo, só sabe ficar andando por lá naquele carrinho. Acho que
nenhum deles joga de verdade. Está mais para um clube de fofoca
dos aposentados — Beatriz diz, fazendo-me rir e estala a língua
rapidamente. — Na verdade, o médico disse que seria bom para
ele, então não me opus. Melhor do que ele ficar em casa dando
margem para o sedentarismo.
— Verdade, havia me esquecido — Dante responde sorrindo
— Quer jantar comigo? Já estou de saída.
— Claro que quero, amore. Estou curiosa para ir ao
restaurante de uma antiga professora minha, da faculdade de
gastronomia. Ela é brasileira igual a mim. Ouvi maravilhas do lugar e
do cardápio brasileiríssimo. O que acha? — pergunta ao filho.
— Por mim, tudo bem mamma.
Beatriz se vira para mim ao propor:
— Quer vir conosco, querida? Íamos adorar, não é filho?
Olho para Dante e ele parece tão tenso quanto eu, e antes
que ele fale algo, me adianto:
— Estou bem, não quero atrapalhar.
— Não vai — Dante exclama me surpreendendo e seu olhar
vai direto para minha boca me causando um arrepio. Ou será que
estou imaginando coisas? — E não se preocupe com a caixa, vou
pedir para meu motorista entregar na sua casa.
— Tudo bem. Vou avisar minha amiga. Obrigada! — Sigo até
minha mesa, desligando meu computador e pegando meu celular
para enviar uma mensagem à Bárbara avisando da entrega. —
Pronto.
— Vamos crianças. Serei a motorista — Beatriz diz tirando da
bolsa que está em seu ombro a chave, a balançando no alto.
— Enviarei uma mensagem ao meu motorista avisando que
ele está dispensado após passar em sua casa. Diga-me o endereço.
— Meu chefe pede já sacando do bolso seu celular.
Recito meu endereço e vejo seus dedos trabalharem
rapidamente para logo em seguida enviar a mensagem e guardar o
aparelho novamente.
Seguimos até o elevador e é impossível não sentir o clima
tenso que paira sobre meu chefe e eu. Tento disfarçar a vontade de
colar meu corpo ao dele, ao entrar na caixa de aço, Dante fica em
um lado e eu em outro, com sua mãe no meio de nós.
"FIM"
— Bom dia, noiva! — digo ao atender a vídeo chamada de
Ana.
Faz menos de duas semanas meu irmão pediu Ana Laura em
casamento, motivo de festa para toda nossa família.
— Onde está a Bárbara? — pergunta.
— Provavelmente em seu apartamento no décimo quinto
sono — digo sorrindo.
Ontem, sábado, nós duas saímos para dançar e só voltamos
para casa de madrugada. Fomos com meu carro, porém tivemos
que pegar um táxi no final da festa, já que bebemos demais da
conta. O motorista a deixou primeiro e depois foi minha vez de ficar
na casa dos meus pais. Mesmo morando com eles desde que
cheguei da Itália, procuro levar minha vida normalmente como uma
adulta.
Minha mãe é super tranquila e sempre conversou comigo
como uma amiga. Meu pai por outro lado, é ciumento igual aos
meus irmãos e já prevejo uma conversa sobre ter chegado tarde da
noite.
Não vejo a hora da reforma do apartamento que comprei
terminar, e enfim eu ter meu próprio lar do jeitinho que sempre
sonhei. A bronca que vou levar dos homens da família por ter feito
tudo em segredo valerá a pena.
— Preciso da ajuda de vocês — Ana diz quase sussurrando.
— Por que você está falando tão baixo?
— Porque Dante ainda está dormindo e eu estou no
banheiro. Não quero fazer barulho.
— Você está bem? — pergunto.
— Não B — fala e vejo seu rosto assumir uma expressão
preocupada — Eu estou surtando.
— O que aconteceu?
— Eu... eu não sei. Quer dizer, eu sei como aconteceu, óbvio.
Mas não sei se realmente aconteceu.
— Não entendi nada. Explica direito.
— Eu... eu estou atrasada.
— Hoje é domingo maluca. Não temos trabalho — falo rindo.
— Não estou falando de trabalho — suspira. — Estou falando
de menstruação, porra. Estou atrasada.
Sento na cama, apoiando minhas costas na cabeceira e solto
um gritinho abafado de animação.
— Não acredito! — sorrio com os olhos arregalados.
— Eu só fui perceber agora. Estava tão focada nos
preparativos do casamento que ... Ai meu Deus! O que eu faço?
— Calma! Vou tomar um banho e ligar para Bárbara.
Estaremos aí em menos de duas horas. Ok? — pergunto e ela anui
— Eu levo os testes.
— Que testes?
— De gravidez, maluca.
— E se for coisa da minha cabeça? Pode ser o estresse por
isso ela ainda não desceu.
— Quanto tempo faz?
— Uns dez dias, eu acho. — Pensa por um segundo e
continua — Mês passado meu ciclo foi fraco, estranhei, mas não dei
muita importância.
— Você vai fazer um teste e vamos ter certeza. Desencargo
de consciência — falo — Tudo bem?
— Tudo — diz com uma cara de choro — Eu estou me
cagando de medo, Bea. Faltam algumas semanas para o
casamento e... Meu Deus!
— Vai dar tudo certo.
— Merda! — fala colocando a mão na testa.
— O que foi? Qual o problema?
— Os meninos vêm para cá hoje — diz.
— Melhor ainda. Dependendo do resultado, você já conta
logo.
— Estou ficando com dor de barriga de tão nervosa —
choraminga segurando seu ventre.
Acho graça da careta que ela faz e digo:— Relaxa.
— Amor? — ouço a voz de meu irmão através do telefone.
— Estou no banheiro. Já vou — Ana grita em resposta a
Dante — Preciso ir. Vou liberar a entrada de vocês. Não demorem,
por favor.
— Tudo bem. Vai logo, antes que ele desconfie de alguma
coisa.
Despedimos-nos e finalizo a ligação. Saio da cama, seguindo
para o banheiro e faço minha higiene pessoal. Com uma toalha
enrolada em meu corpo, caminho até o closet e escolho uma calça
jeans clara com uma blusa preta simples. Calço um salto nude,
pego minha bolsa com minhas chaves do carro e antes de descer,
ligo para Bárbara avisando que passarei em sua casa.
Desço as escadas e quando chego à cozinha, encontro meus
pais conversando.
— Que horas você chegou ontem, bambina? — meu pai
investiga.
Reviro os olhos e digo: — Depois das duas da manhã. —
Beijo sua cabeça grisalha e vou até minha mãe, lhe dando um
abraço de lado.
— Bom dia, filha — fala sorrindo.
— Bom dia, mamma.
— Você saiu com quem ontem?
— Pai, eu não fiz nada de errado. E eu estava com a Bárbara
— respondo me servindo com algumas frutas.
— Onde está seu carro? Não vi na garagem.
— Deixei no estacionamento da boate. Eu acabei bebendo
um pouco e peguei um táxi.
— Você... você... — meu pai gagueja e eu franzo o cenho
olhando em sua direção.
— O que pai? Pergunte logo.
— Você beijou alguém? — pergunta nervoso.
— Deixe ela, Vincenzo. — Minha mãe toca em seu braço
tentando acalmá-lo.
Os homens da família não aceitam que eu cresci e não sou
mais aquela garotinha que corria pela casa querendo saber apenas
de brincar com bonecas. Agora, eu quero brincar com outras coisas,
se é que me entendem.
— Sim, eu beijei um cara. — falo dando de ombros — Na
verdade, dois.
— Per Dio! — fala com as mãos para cima.
— Foram apenas dois beijos, pai, nada demais. Eu não sei
por que tanto alarde por isso.
— Porque você é minha principessa — fala com aquela voz
paternal tocando em minha bochecha.
— Uma principessa che fa sesso. (Uma princesa que transa)
— digo travessa e vejo meu papà empalidecer.
— Cazzo, Beatrice! — bate um punho na mesa.
— O que? Matteo e Dante sempre fizeram sexo, e nunca
foram julgados ou criticados por isso. Matteo principalmente, que
sempre está com uma a cada dia — falo antes de começar a comer
as frutas que estão em meu prato.
— Amor, — minha mãe diz olhando para meu babbo, só ela é
capaz de acalmar esse italiano quando o assunto é ciúmes — ela
não é mais uma criança e sabe o que está fazendo. O importante é
que ela esteja tomando cuidado. Não é minha filha?
— Claro. Uso camisinha sempre — digo sorrindo.
— Ai, Dio mio — meu pai fala descansando a cabeça nas
mãos.
— Babbo, ti amo. Não se preocupe. — Beijo sua testa e ele
sorri fraco olhando para mim.
— Meu sonho bambina, é ver você e Matteo com alguém que
ame vocês, assim como Dante e Ana. Não há nada melhor que
construir uma família.
— Ok! Isso vai demorar. Um pouco. Muito na verdade. Mas
eu entendi, papà. — Seguro suas mãos e falo: — Você é o melhor
pai do mundo.
EM BREVE. AGUARDE!
A Deus que me sustentou até aqui, que cuidou de mim e me
fortaleceu a cada passo que eu dava, sem Ele nada disso seria
possível;
A mim mesma, por nunca deixar de acreditar que eu
conseguiria;
Ao meu marido, que é conhecido pelas minhas leitoras como
Tio Dante, por ter se disponibilizado para ser o meu estudo de caso
para os hots. Obrigada por me aguentar a cada surto que eu dava
enquanto escrevia, por ter me apoiado nos momentos difíceis e não
ter saído do meu lado em nenhum segundo, obrigado por ter
insistido para eu compartilhar os cinco capítulos dessa história
quando eu escrevi em um caderninho velho. Olha só onde eu estou,
confusão? Na Amazon, cazzo! Você é a minha exceção, meu
Dantinho, uma das escolhas mais certas que eu já fiz na vida;
A minha mãe que desde o dia em que eu me alfabetizei me
incentivou na leitura ferozmente, ponto crucial para que eu
descobrisse minha paixão pela escrita. Obrigada por ser a minha fã
número um. Por entender cada vez que eu dizia “Mãe, preciso
escrever.” Por me apoiar, ainda que as incertezas lhe deixassem
com medo do que eu pudesse encontrar pelo caminho. Sua
coragem e força me inspiram;
Ao Renato por sempre ficar do meu lado quando dona
Simone vem me dar bronca, por me apoiar e embarcar sempre
animado nas minhas ideias;
A minha avó, que nunca deixou de orar por mim. Sinto sua
oração todos os dias, meu potinho;
Ao Beto, meu “paidrastro”, que desde o primeiro momento
que soube que eu estava escrevendo me apoiou. Jamais vou
esquecer suas palavras. Você não sabe o quanto eu precisava delas
naquele momento. Obrigada por ter aceitado a difícil missão de
cuidar de duas garotinhas serelepes anos atrás. Parte do que sou,
eu devo a você. Obrigada por me ensinar a não ter medo de ser eu
mesma;
A minha irmã, Bianca e seu marido Bruno, a boneca e o boca
suja da vida real. Vocês são incríveis e é bom demais saber que
posso contar com vocês, não apenas em momentos alegres, mas
principalmente nos tristes. Obrigada por cuidarem de mim e do meu
marido quando nós mais precisamos, saibam que a recíproca é
mais do que verdadeira;
A Alecxia e Nayra, por terem me apoiado no início, quando
tudo ainda era mato. Não importam os caminhos que nossas vidas
nos levem, minha gratidão sempre vai estar presente;
A Nick por sempre se lembrar de mim, me enviando
mensagens e compartilhando momentos felizes comigo, ainda que
eu estivesse na correria. Não há palavras que possam expressar o
quanto ser lembrada por você e pelo baby “Enzo” me fizeram bem.
Espero poder ver você dois logo, logo;
A minha amiga Priscila, que desde o primeiro momento em
que nos falamos não poupou elogios e palavras de incentivo, que
me aconselhou e me ajudou, a cada passo do caminho, mesmo com
a agitação do dia a dia. Você faz parte disso, amore mio. Espero
poder te abraçar logo, logo e dizer pessoalmente o quanto eu sou
grata por ter a sua amizade e espero que possamos compartilhar
muitos momentos juntas. Desejo estar ao seu lado e ver de perto
suas conquistas; desejo que alcance todos os seus sonhos; que
você e sua família sejam mais felizes do que já são; conta comigo.
Você vale ouro, minha “furacão”. Ouro! E não sabe o quanto suas
mensagens me ajudaram, mais do que consigo explicar em
palavras. Eis um presente na minha vida, uma das pessoas mais
lindas que eu já conheci, tanto por dentro, quanto por fora. Tenho
sorte de te chamar de amiga;
A Danielly, ou como eu carinhosamente chamo de Tereza.
Nosso encontro foi um encontro de almas, não há melhor jeito de
explicar a conexão que tivemos desde o primeiro momento que nos
falamos. Obrigada por sempre se fazer presente, por cuidar dos
grupos do whatsapp, pelos muitos panos que já passou pra mim,
por comprar brigas em meu nome, por permanecer ainda que
minhas escolhas não fossem tão certas, por compartilhar surtos
comigo e por muitas vezes, acreditar mais do que eu em mim
mesma. Você ficou, apesar de tudo e a amizade que nós temos é
singular e única, e desejo de todo o meu coração que ela dure até
ficarmos bem velhinhas. Você me mostrou que idade é apenas e
número. Aprendo todos os dias algo com você e avisa a senhora
que você vai ser minha advogada, minha “Diana”. Obrigada por me
dar de presente meus tão amados Chase e Hunter;
Aos meus sogros e cunhado, que tiveram um papel
importante enquanto eu reescrevia esse livro. Sou eternamente
grata por ter ganhado uma segunda família quando me casei;
A tia Léa e sua família, por me aguentarem por vários dias
em sua casa, me distraindo e me tirando do tédio. Vocês não sabem
o quanto aqueles dias foram importantes pra mim;
Ao meu grupo editorial que abraçou meu primogênito e eu
com muito amor e carinho, que fizeram o possível e o impossível
para que esse sonho se tornasse realidade. Vocês são maravilhosas
e desejo que conquistem o mundo com a casa proibida;
E por fim, e definitivamente não menos importante, aos meus
leitores e IGs literários que fazem, todos os dias, essa Família ser
vista, que me enchem de carinho a cada mensagem, a cada áudio,
me incentivando a continuar. Em especial, a todos dos meus grupos
do Whatsapp, do grupo Facebook, as administradoras dos fã clubes
e das contas dos perfis dos personagens. Vocês são incríveis
demais, meus morangos tarados e serelepes.
Amo todos vocês, imensuravelmente.