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Sara Ester - Máfia

Irlandesa 1 - Minha
Perdição
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Enviado por Tafnny Santos em Oct 02, 2023

 93% (40) · 10K visualizações · 565 páginas


Dados do documento 
Fanfic (livro 1 da saga "Máfia Irlandesa") Dois inimig…

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Oct 02, 2023

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1ª Edição

2023

Copyright © 2023 Sara Ester

Revisão: Sara Ester

Diagramação Digital: Paula Domingues

Capa: TTenório

Ilustração: Hiago Berry

Esta é uma obra ficcional.

Qualquer semelhança entre nomes, locais ou fatos da


vida real é mera coincidência.

Todos os direitos são reservados. Nenhuma parte deste


livro pode ser utilizada ou reproduzida em quaisquer meios
existentes sem a autorização por escrito da autora.

A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na


Lei nº 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.

Liam Sullivan estava de casamento marcado. No entanto, o


que predominava entre ele e sua noiva não era o amor, mas um
profundo ódio.

Duas famílias mafiosas. De um lado, os italianos mais


temidos do submundo. Do outro, irlandeses com fama de
implacáveis. No meio de um conflito de negócios surgiu a
proposta de aliança, um acordo simples para a união das
famílias...

Só que infelizmente, a palavra "simples" era uma ilusão.


Liam e Aurora se detestavam com fervor. Desde o primeiro
encontro, a antipatia sempre ficou evidente, e a ideia de se
unirem em matrimônio era um verdadeiro pesadelo para ambos.
Além disso, Liam sabia que Aurora tinha o poder de rejeitar a
união, pois não seria forçada a se casar contra sua vontade.

O problema era que a garota estava determinada a tornar a


vida dele um inferno, aproveitando cada oportunidade para

atormentá-lo. Ela encontrava prazer em semear o caos, e,


mesmo sem compreender o motivo, Liam se sentia cada vez
mais atraído por essa energia caótica dela. Talvez o ódio que
compartilhavam estivesse mais próximo da atração do que
imaginavam.

À medida que o passado obscuro de Liam vem à tona,


colocando em perigo não apenas sua própria vida, mas também
a de Aurora, ele percebe que nada pode roubar a felicidade que
conquistou. Mesmo que essa felicidade estivesse ligada,
exclusivamente, ao seu próprio "projeto de satanás", como ele
carinhosamente a chamava.

Será que o ódio pode se transformar em amor?

Se você está buscando um casal romântico, lamento


informar que não encontrará isso neste livro. Pelo contrário... a
toxidade reina aqui, amém!

Melhore a sua experiência 


A avaliação nos ajudará a sugerir
documentos ainda melhor relacionados
a todos os nossos leitores!

 Útil

 Não útil

MINHA PERDIÇÃO faz parte de uma série de máfia, sendo


este, o primeiro volume. No entanto, todos podem ser lidos
separadamente.

Aqueles que conhecem as séries: FRATELLI e os HERDEIROS


FRATELLI, já testemunharam o relacionamento tóxico e
agressivo do casal Liam e Aurora, e desde então me pediram o
livro dos dois. Posso garantir que... bem, ficou do jeito deles!

Aurora, apesar de toda a armadura de agressividade e


rudeza, acreditem ou não, é humana. Mas por que ela é tão rude
com todo mundo? Porque é a forma que ela aprendeu de se
proteger, de defender a si mesma de traumas e mágoas. No
entanto, aos poucos, Liam consegue perceber esse escudo dela
e, juntos, eles trabalham nisso. Não para mudá-la, mas para que
Aurora aprenda a ser mais leve e menos defensiva, hahaha.

Liam, bem... é aquele tipo emocionado, sabem? Sim, ele é


assim! Claro, como Aurora, ele também é grosseiro, impulsivo e

possessivo, mas nada que ultrapasse os limites do aceitável. De


alguma maneira distorcida, os dois se complementam e se
encaixam de uma forma que não precisam mudar. Ambos se
entendem sendo eles mesmos...

Eles são tão loucos e lindos e ainda mais loucos juntos...


rsrsrsrs

Espero que vocês apreciem a história desse casal


apocalíptico tanto quanto eu apreciei escrever sobre eles.

Aviso II

Esta história contém alguns gatilhos, como: violência física,


fobia de agulha, sequestro, claustrofobia, hospitalização e
ataques de pânico. Também inclui cenas de sexo e linguagem
inadequada para menores de 18 anos.

SINOPSE

DEDICATÓRIA

AVISO

SUMÁRIO

PRÓLOGO

CAPÍTULO 1

CAPÍTULO 2

CAPÍTULO 3

CAPÍTULO 4

CAPÍTULO 5

CAPÍTULO 6

CAPÍTULO 7

CAPÍTULO 8

CAPÍTULO 9

CAPÍTULO 10

CAPÍTULO 11

CAPÍTULO 12

CAPÍTULO 13

CAPÍTULO 14

CAPÍTULO 15

CAPÍTULO 16

CAPÍTULO 17

CAPÍTULO 18

CAPÍTULO 19

CAPÍTULO 20

CAPÍTULO 21

CAPÍTULO 22

CAPÍTULO 23

CAPÍTULO 24

CAPÍTULO 25

CAPÍTULO 26

CAPÍTULO 27

CAPÍTULO 28

CAPÍTULO 29

CAPÍTULO 30

CAPÍTULO 31

EPÍLOGO

BÔNUS

AGRADECIMENTOS

OBRAS RELACIONADAS

REDES SOCIAIS

Sempre imaginei que um dia encontraria alguém com


quem me casar, alguém que despertasse em mim sentimentos
positivos como leveza, tranquilidade, cumplicidade e amor.

Infelizmente, minha noiva, Aurora Ricci, era tudo, menos


essa pessoa. Ela me transmitia todos os sentimentos negativos
possíveis. Eu a desprezava intensamente e sentia ainda mais
raiva dos meus irmãos por me forçarem a me casar com ela por
questões de negócios. Aurora não precisava concordar com essa
loucura, afinal, sua família nunca a obrigaria a um casamento
arranjado. No entanto, a desgraçada insistia nisso apenas para
tornar minha vida um verdadeiro inferno.

Às vezes, me questionava onde Deus estava quando essa


odiosa criatura foi formada. Certamente, nesse dia, Ele tirou
uma folga. Era evidente que Aurora não era obra Dele, mas do
próprio Satanás.

Apertei os dentes, lutando para conter toda a raiva que se


acumulava dentro de mim diante do sombrio futuro que se
desenhava na minha mente ao lado de alguém que eu
simplesmente não suportava e que, sem dúvida alguma,
aproveitaria a primeira oportunidade para me envenenar.

Era surpreendente como o nosso ódio mútuo surgiu


instantaneamente desde o momento em que nos conhecemos
há quatro anos. Foi durante um encontro tenso com os Fratelli,
quando meus irmãos e eu nos reunimos para traçar uma
estratégia visando resgatar nossa irmã, que havia sido
sequestrada pela implacável organização conhecida como
Igreja. Naquela época, Aurora tinha apenas quinze anos, mas
sua insolência se destacou de imediato, capturando minha
atenção de maneira inesperada, pois não era algo ao qual eu
estava acostumado.

Ouvi alguém perguntar:

— Já retiraram todas as armas e objetos cortantes da casa?

Reconheci a voz de Kael e, em resposta, fiz um gesto


obsceno para ele de onde eu estava, parado em frente à janela.
Não estava com vontade de falar, pois sabia que acabaria sendo
rude com meus irmãos. Lá no fundo, eu entendia que isso não
era culpa deles. Nascemos em um mundo onde cada um de nós
tinha um papel a desempenhar em prol do bem da família. Se o

fato de eu me casar com aquela insuportável dos Fratelli traria


benefícios para nossa organização, então eu faria isso.

Me sacrificaria.

No entanto, não havia como me obrigarem a ficar


entusiasmado com tal decisão. Pelo contrário, me sentia à beira
de explodir, com uma sensação de frustração intensa em
relação a tudo e a todos ao meu redor.

Enquanto terminava meu uísque, mantive meus olhos fixos


na paisagem além da janela do escritório, onde meus irmãos e
eu aguardávamos o momento do casamento. A cerimônia
estava prestes a acontecer na capela da família, seguindo a
antiga tradição. Foi nesse momento que notei uma figura se
movendo sorrateiramente no térreo, se misturando entre os
funcionários. Aurora tentava passar despercebida, usando uma
capa para encobrir seu vestido branco.

Um arrepio percorreu meu corpo ao perceber o que meus


olhos testemunhavam. Ela estava prestes a escapar. Aquela
maldita estava planejando fugir e arruinar minha vida.

Abandonei rapidamente a janela, deixando minha taça na


mesa. Meus irmãos ficaram confusos, mas eu não estava com
paciência para explicar nada naquele momento. A partir daquele
instante, Aurora se tornaria exclusivamente meu problema. Ela
achava que poderia me humilhar ao abandonar-me no altar?
Estava enganada. Eu não permitiria isso.

Em poucos segundos, desci as escadas até o térreo, mas já


era tarde demais. Os portões estavam abertos para receber os
convidados, o que facilitou a fuga de Aurora com um dos carros

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Cancele quando quiser.

que ela havia roubado. Sua astúcia não me surpreendeu. Aquela


maldita era ardilosa pra caralho.

— O que está fazendo aqui, meu querido? Você deveria


estar se preparando para receber sua noiva na capela — Amy, a
única mãe que conheci, interrompeu meu caminho.

Amy assumiu o papel de nossa babá após o trágico


assassinato de nossa mãe em um atentado no próprio carro, há
mais de vinte anos. Com o tempo, ela e meu pai se envolveram
romanticamente e logo tiveram Madison, que se tornou a alegria
de nossas vidas. Mesmo após a perda de nosso pai, Amy
permaneceu ao nosso lado, cuidando de nós como se fôssemos
seus próprios filhos.

Acariciei seu rosto e depositei um beijo em sua testa.

— Eu entendo sua preocupação, Amy, mas a cerimônia vai


sofrer um pequeno atraso — respondi, me afastando.

Apesar de amarmos Amy, nenhum de nós cinco — Owen,


Sean, Carter e Kael — a chamava de mãe.

— ATRASAR? — inquiriu, com os olhos arregalados. Em


seguida, abaixou o tom de voz, tentando me acompanhar
enquanto eu me dirigia apressadamente para a garagem. — O
que está acontecendo, Liam? O que você fez? Por favor, me diga
o que aconteceu...

Fiquei chocado, piscando os olhos.

— Por que vocês sempre presumem o pior de mim?

Amy estreitou os olhos e balançou a cabeça.

— Porque, para começar, você nem queria se casar. — Ela


cruzou os braços, e eu bufei. — E agora, de repente, diz que a
cerimônia vai atrasar? O que está acontecendo, afinal?

Meus olhos vasculharam os carros, tentando identificar


qual deles a maldita havia roubado.

— A noiva fugiu, é isso que aconteceu! — Eu falei sem olhá-


la diretamente, mas pude ouvir sua surpresa contida. — Mas não
se preocupe, eu irei atrás dela. Prometo trazê-la de volta,
mesmo que seja arrastada pelos cabelos.

Foi então que percebi que meu carro não estava lá. Ela
havia levado justamente o meu maldito carro.

Amy começou a falar incessantemente... e eu não estava


com paciência, nem tempo, para suas palavras. Segurei seu
rosto mais uma vez, forçando-a a me encarar.

— Não quero que você crie um alvoroço entre os outros —


declarei, sem permitir qualquer discussão. — Apenas tente adiar
a cerimônia. Prometo que o casamento irá acontecer.

Após dizer isso, me afastei e decidi pegar o carro esportivo


de Owen. No banco do motorista, liguei o GPS e ativei o
rastreador do meu próprio carro. Era apenas uma questão de
tempo até encontrar aquela teimosa fugitiva.

Depois de alguns minutos longos, o rastreador me levou a


uma praia praticamente deserta devido ao clima desfavorável.

Estacionei o carro, puxando o freio de mão com força. A ira


corria em minhas veias de forma intensa e assustadora, e eu
mal conseguia contê-la.

Aurora estava de costas quando me aproximei, curvada


com as mãos nos joelhos. Meu carro, que ela havia roubado para
fugir, estava estacionado de qualquer maneira, o que só
aumentou minha irritação, pois eu tinha um forte ciúme e apego
às minhas coisas.

— ACHOU MESMO QUE PODERIA ESCAPAR DE MIM,


GAROTA? — gritei, assustando-a, pois ela ainda não havia
notado minha presença. — ACHOU QUE PODERIA FUGIR E ME
DEIXAR PLANTADO NO ALTAR?

Finalmente, ela olhou para mim, mas parecia não me


enxergar de verdade. Vi o pânico brilhando em seus olhos
claros. Nesse momento, abaixei minha guarda, pois percebi que
a garota estava tendo um pequeno surto.

— Droga, garota! — exclamei, me aproximando mais. Para


minha surpresa, ela não me afastou quando a puxei para meus
braços, praticamente a escondendo, já que Aurora era toda
pequenina. Perto dela, eu me sentia um gigante em meus mais
de um metro e noventa de altura.

Era estranho tê-la ali, naquele lugar. Meus braços nunca


tinham abrigado ninguém além da minha família.

— Respire — pedi suavemente, deslizando minhas mãos


com cuidado ao longo de suas costas, buscando transmitir uma
sensação reconfortante. — Apenas respire — repeti, ciente da

angústia que a dominava, afinal, esses malditos ataques de


pânico e eu éramos íntimos há muito tempo.

O ar ficou preenchido com suas respirações ofegantes,


enquanto eu me esforçava para acalmar o turbilhão interno que
ameaçava sufocá-la. Tremores percorriam meu corpo devido ao
calor de sua respiração na curva do meu pescoço. Ela também
estava chorando, e eu não sabia ao certo por que isso me
causava desconforto, mas de alguma forma, causava.

Os minutos pareciam se arrastar, como se o tempo


estivesse suspenso. Com um esforço consciente, afastei meu
rosto e encarei Aurora. No entanto, à medida que nos
aproximávamos tanto, as memórias de um passado recente
inundaram minha mente, revivendo o momento em que nossos
lábios se encontraram após ficarmos presos em um maldito
elevador, há pouco mais de um ano.

Naquela situação, minha ansiedade tomou conta de mim


ao ficar confinado em um espaço apertado, e acabei passando
mal. Aurora, mesmo relutante, decidiu intervir e iniciou uma
respiração boca a boca para me ajudar. O que começou como
um gesto desesperado de auxílio logo se transformou em algo
incontrolável. Nossas bocas se uniram em um beijo faminto,
enquanto nossos gemidos se misturavam. Por um instante,
hesitei em acreditar que aquilo estava realmente acontecendo,
pois essa garota só me provocava raiva. No entanto, era como
se estivéssemos sendo levados por uma força maior, que
ultrapassava nossa vontade e raciocínio lógico.

Aquele beijo, tão surpreendente quanto avassalador,


deixou uma marca inegável em nossa história, e eu nunca o

esqueci. Talvez porque tenha sido mais agradável quando ela


usou aqueles lábios insolentes para me beijar em vez de me
insultar.

De repente, fui despertado de meus devaneios quando ela


me empurrou e se afastou como se eu fosse contagioso.

Aurora acariciou o rosto, enxugando as lágrimas teimosas.


Sua maquiagem estava borrada, mas isso não diminuía sua
beleza.

— Eu não tinha a intenção de te abandonar no altar, seu


idiota! — rosnou, com a voz embargada pelo choro recente. —
Valorizo minha própria vida! Como prima de Benjamin, meu
líder, eu seria morta, independentemente do parentesco.

Franzi a testa, mantendo meus olhos fixos nela enquanto


ela lutava para se recompor. Benjamin era o chefe da máfia
Fratelli, a organização da qual ela fazia parte.

— Mas acredite em mim — continuou, agora me encarando


com um ar de petulância —, a vontade não falta.

Estreitei os olhos e cruzei os braços.

— Se esse maldito casamento está sendo tão terrível para


você quanto está sendo para mim, por que aceitou? — desafiei,
tentando entender. — Eu não pedi por nada disso, garota. Eu
quero você o mais distante possível de mim — desabafei,
exasperado.

— Você não deveria ter cruzado o meu caminho — ralhou,


sua voz trêmula de pura raiva. — Sempre me provocando e

irritando. — Acha que não percebi quando você desdenhou da


ideia de se unir a mim quando a proposta de casamento foi
mencionada pelo Benjamin?

Trinquei os dentes, incapaz de acreditar nessa merda.

— E isso foi motivo suficiente para você aceitar essa droga


de casamento? A porra do seu ego ferido? — Apontei, fervendo
de indignação. — Por que quer conviver com um homem que
odeia?

— Para transformar a sua vida em um inferno! —


respondeu abruptamente, seus olhos faiscando.

Voltei a encará-la, meus olhos percorrendo seu vestido


branco, oculto sob aquela capa horrível. O vestido,
meticulosamente confeccionado para o casamento, exibia
detalhes de símbolos celtas em tons vermelhos. Mesmo
encobertos, eu conseguia vislumbrar as cruzes e trevos
bordados na renda irlandesa.

Permaneci imóvel, mãos na cintura, enquanto a tensão


pulsava em meus músculos.

— Você não deveria usar esse vestido — apontei, me


aproximando dela novamente. — Não é a noiva que escolhi.

Seus olhos me perfuraram como adagas afiadas.

— Não pense que isso vai me afetar — rosnou. — Na


verdade, o fato de minhas escolhas te incomodarem é motivo de
alegria para mim.

Estiquei os cantos dos lábios num sorriso cínico.

— Ah, é mesmo? — provoquei com sarcasmo. — Você


certamente não parecia tão contente quando a encontrei aqui,
depois de ter fugido com o meu carro. Parecia um bebê em meio
a um ataque de pânico.

Antes que ela pudesse me atingir com um tapa, segurei


sua mão firmemente. Mantivemos nosso olhar repleto de ódio.

— Não ouse me agredir — bradei.

No entanto, ela não era desse mundo. Fechou o punho e


desferiu um soco em meu estômago, me fazendo curvar de dor.
Não era a primeira vez que ela me atacava, aliás. Anos atrás, a
maldita tentou me matar com um tiro.

— Desgraçada! — murmurei, sem ar, me curvando e


segurando o abdômen para aliviar a dor.

— Que espécie de roupa é essa que você está usando,


afinal? — perguntou com desdém.

Endireitei-me, respirando fundo, em busca de calma e


controle.

— Você não estudou as tradições do seu futuro marido? —


debochei, gesticulando. — Agora estou desapontado, fedelha.

Em resposta, ela apenas fez um gesto obsceno.

— É um kilt tartan — expliquei finalmente. — É uma


vestimenta que representa os condados e distritos da Irlanda.
Nos casamentos irlandeses tradicionais, o noivo é obrigado a
usar um traje completo de kilt formal. — Apontei para mim
mesmo.

— Você realmente precisa usar essa saia? — ela fez uma


careta.

Senti-me ofendido.

— Não é uma saia, garota. Chama-se kilt — corrigi,


tentando manter a calma. — Esta é uma jaqueta Brian Boru, em
homenagem ao rei guerreiro irlandês. E este é um Sporran com
detalhes de trevo. — Gesticulei.

Ela continuou zombando, questionando o significado das


meias até os joelhos. A irritação tomou conta de mim e me
aproximei, segurando-a pelo braço.

— Já chega! — exclamei, indignado. — Você vai voltar


comigo agora para acabarmos logo com isso.

Ela tentou se libertar, me empurrando novamente.

— Eu ainda não estou pronta — alegou, se soltando do meu


aperto. — Você não entende? Por que acha que eu fugi? —
perguntou, angustiada. — Eu me sinto sufocada, você não
percebe?

Abanei a cabeça, incrédulo.

— Ah, peço desculpas, "magnânima" — ironizei, fazendo


aspas com os dedos. — Devo me ajoelhar diante de você e me
deixar ser torturado para seu deleite?

Um sorriso zombeteiro se formou em seus lábios.

— Não seria uma má ideia — afirmou, divertida.

Minha paciência atingiu o limite e peguei meu celular.

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