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ISBN: 978-65-00-85365-0
Oi, meus amores! Tudo bem com vocês? Espero que sim.
Eu estou tão animada para compartilhar esta história com
vocês que encheu meu coração de alegria.
Rendido Pela Minha Chefe - A CEO e o Babá é uma
comédia romântica, leve, engraçada e fofa, sem grandes plots e
para aquecer o coração do leitor.
É um livro indicado para maiores de 18 anos, que contém
cenas de sexo explícito, consumo de bebidas alcoólicas e palavras
de baixo calão.
Evelyn Fernandes!
Clique aqui para ouvir a Playlist.
“Dedico este livro à minha melhor amiga, Karyna, mais conhecida
como KA Peixoto, que assim como os mocinhos literários, tem o
passado sombrio, o presente doloroso e o futuro incerto. Saiba que
você é um dos meus maiores exemplos de perseverança e força. Te
amo.”
Parte 01.
Não! Não! Não! Não!
Não posso acreditar. Foi só uma noite. Uma maldita noite.
Como pude ser tão descuidada? Logo eu, a senhora razão.
Por que fui dar ouvidos às minhas amigas?
Eu nunca saio de casa, estou sempre na empresa,
trabalhando, focada em ser a melhor, a mais correta, a mais durona.
No único dia que resolvo me divertir e ter uma transa casual
que, diga-se de passagem, nem foi lá essas coisas. Inclusive, tive
que me masturbar sozinha depois para poder chegar lá, porque nem
uma chupada decente o imbecil soube me dar…
Eu engravido.
Eu não posso ser mãe, mal cuido de mim mesma, ou como
nos horários certos, nem me alimento direito. Eu respiro trabalho.
Vivo por ele. Minha vida se resume à minha empresa.
Não nasci em berço de ouro, nem sou herdeira de um
parente muito distante que eu não tinha conhecimento. Tudo o que
consegui conquistar, chegar onde cheguei, foi com esforço,
perseverança e dedicação.
Entrar para o ramo de cosméticos e transformar a Adenium
Line em uma empresa de referência não foi fácil, principalmente
para o nosso público-alvo.
A ideia surgiu quando minha amiga Helena me mostrou uma
fórmula que ela vinha desenvolvendo há um tempo. Lena é formada
em cosmetologia. O mercado para produtos de cabelos – o nosso
tipo de cabelo – era muito escasso, se resumia apenas a alguns
poucos itens que, inclusive, eram motivo de chacota por conta do
cheiro que tinham. Mulheres com cabelos encaracolados e crespos
não tinham muitas opções, era sempre uma dificuldade enorme para
encontrar bons produtos. Então, nos agarramos a essa ideia e
acreditamos no potencial dela. Juntamos nossas economias e
investimos, nos unimos e criamos a nossa própria linha.
A princípio, não era nada muito tendencioso, começamos do
zero, como vendedoras de bairro, indo de porta em porta,
divulgando nossa mercadoria da forma que podíamos.
Recebemos muitas portas fechadas na cara, mas não
desistimos e apesar de certa dificuldade no início, enfim caímos nas
graças dos clientes. Devido ao tamanho sucesso, após um ano,
conseguimos abrir a nossa primeira lojinha, seis meses depois,
outras duas em bairros diferentes.
Agora temos várias franquias. E produção em massa. Somos
uma rede de referência no mercado, porém, como nem tudo são
flores, acabei abdicando de muitas coisas como a minha vida social,
por exemplo, inclusive, sexo casual.
Tudo bem que isso não é uma vida saudável para uma
mulher de 33 anos, mas e daí? É quem eu sou.
E agora não vou só ter que mudar completamente a minha
rotina, terei que viver para outro ser humano. Ser responsável por
outro alguém.
Eu não faço ideia de como fazer isso.
Não consegui nem vir dirigindo o meu carro, tive que pedir
para a minha melhor amiga me buscar na clínica, e agora ela está
tentando me acalmar enquanto dirige até a minha casa.
Começo a tremer dos pés à cabeça com o resultado do
exame na mão, com um POSITIVO enorme na minha cara.
— Calma, Nathália, vai dar tudo certo. Você não está
sozinha, amiga. Respira fundo e solta o ar devagar. — Ela
demonstra como devo fazer e tento imitá-la, mas sem sucesso
algum.
Estou surtando! Tem um bebê dentro da minha barriga. Eu
quero gritar!
— Amiga, tem um bebê aqui ó. — Aponto para a minha
barriga chapada. — Eu não dou conta nem de mim. A única coisa
que sei fazer é ser a CEO da Adenium Line, nem a minha cama, eu
arrumo. Quem arruma é a Neide, minha secretária do lar. Pelo amor
de Deus! Eu mal sei lavar uma louça, quem dirá trocar fraldas.
— Nada que não possa aprender com o tempo. Vai ter uns
sete meses para isso. — Minha amiga quer rir, mas a olho de cara
feia e ela tenta disfarçar.
— Você não está ajudando, sabia? Ah, meu Deus! Eu tô
fudida. — Assim que ela estaciona o carro na minha garagem,
quase pulo do veículo em desespero.
Subimos de escada porque nem o elevador eu consigo
esperar de tão nervosa que estou e ainda moro na porcaria do
quinto andar.
— Amiga, calma. Nós vamos resolver isso juntas, tá bem?
Eu estou do seu lado para o que der e vier. — Tenta me confortar.
— Mas, primeiro, você precisa se acalmar. Um bebê não é o fim do
mundo. Ainda que apenas saiba o primeiro nome do pai, isso se ele
passou o correto naquela balada chinfrim que a gente foi.
Abro a porta do meu apartamento e me jogo no sofá preto
enorme que tem no meio da sala.
— Ele me deu o número dele, eu que nunca entrei em
contato, porque a foda foi uma merda.
Não tenho sorte mesmo, o homem além de parecer ter uma
inteligência bem mediana, pois não conseguia dar andamento a
nenhum assunto interessante, ainda transava mal, e agora ele é o
pai do meu bebê. Olha que coisa boa, para não dizer o contrário.
Pelo menos, ele era bonito. O que não adiantou de muita
coisa, no fim das contas, ele era ruim de cama.
— Manda uma mensagem então, amiga, ou liga. Ele precisa
ficar sabendo. Afinal, é o pai. — Helena pega o meu celular na bolsa
e me entrega.
Pego o aparelho e começo a digitar, não vou ligar porque
pode ser que não me atenda, já que faz dois meses que nos vimos
e ficou nítido que eu não gostei nada, nada mesmo, da nossa
transa. Essas coisas mexem com o ego masculino. E com ele não
poderia ser diferente.
EU: Boa tarde, tudo bem? Lembra de mim? Nós ficamos há
uns dois meses. Meu nome é Nathália.
Envio e depois de alguns minutos, vejo que está escrevendo.
Foda ruim: Ah! Lembro sim, estou bem, gata. Ficou com
saudades do papai aqui?
E não é que ele é o papai mesmo?
Reviro os olhos com tanta força que a minha labirintite quase
ataca.
EU: Na verdade, nós precisamos conversar. Teria um
tempinho para me encontrar hoje, aqui na minha casa?
Foda ruim: Nossa! Mas você está ansiosa mesmo. Tô
disponível no momento, me passa a localização que já, já chego aí.
— Então, o que ele disse? — Minha amiga quer saber.
— Que está vindo para cá, estou mandando a localização
agora, daqui a pouco ele chega. Você vai ficar ao meu lado, não vai,
amiga? — Me volto para ela com aquele olhar do Gato de Botas.
— Isso é pergunta que se faça, Naty? É claro que vou. —
Helena se senta ao meu lado e segura a minha mão enquanto
aguardamos o senhor foda ruim chegar.
Depois de uns trinta minutos de puro suco de surto da minha
parte, e de uma Helena insistindo para eu comer alguma coisa
porque saco vazio não para em pé, imagina um saco com outro
saquinho dentro, é claro, ele chega.
E imediatamente me vem aquele funk na cabeça: Uh, uh,
papai chegou!
Nossa! Que péssimo momento para rir de mim mesma.
Helena abre a porta e Miguel está todo arrumado, exalando
um perfume forte amadeirado, ele mal entra e antes que eu consiga
dizer um “oi”, coloco uma mão na boca, com a outra faço sinal para
que espere e logo corro para o banheiro, colocando o pouco de
comida que havia ingerido agora há pouco para fora.
— O que deu nela? — ouço Miguel perguntar.
— É só um pouco de enjoo, ela já vem, pode se sentar ali no
sofá. — O timbre da voz da minha amiga sai um pouco esganiçado
pelo nervosismo.
Depois de colocar os bofes para fora, lavo meu rosto e boca,
tentando me recompor. Volto para a sala e sento de frente para ele
na poltrona de couro reclinável. Solto o ar que não percebi que
estava prendendo, mas prefiro falar logo tudo de uma vez, senão
vou acabar desistindo.
— Oi, Miguel. Tudo bem? — O homem loiro de olhos azuis
assente meio inseguro, depois de me ouvir vomitar. — Então, não
vou fazer rodeios com você, pois é um assunto delicado que
envolve nós dois. — Ele continua me olhando com insegurança e
um vinco se forma em sua testa, provavelmente está achando que
sou louca, eu até sou, mas nesse caso, o assunto é sério. — Eu
vinha sentindo alguns enjoos e cólicas, andei tendo fraqueza e
tonturas, e com muito custo e insistência da minha amiga aqui ao
lado, fui a um médico verificar o que tinha de errado comigo. Como
não sou uma pessoa de hábitos saudáveis, acreditei ser apenas
falta de alguma vitamina.
— E não era? — Miguel continua sem entender.
— Não, não era. — Faço uma pequena pausa, tentando me
acalmar, porque se respirar fundo, vomito mais uma vez por causa
do seu perfume. — Eu estou grávida de dois meses e as contas
batem exatamente com o dia que ficamos juntos. — Helena, que
estava em pé ao meu lado, pega os exames na bolsa e o entrega.
Miguel desconfia, mas pega o papel, esquadrinhando-o um pouco. E
ao chegar no positivo, suas reações vão de surpresa à
incredulidade, mesmo que eu tenha acabado de contar o que estava
no exame.
— Mas como? Co-como assim? Eu usei camisinha, deve
haver algum engano. — O homem levanta e começa a andar de um
lado para o outro.
— Eu não me relacionei com ninguém antes e nem depois
de você. Fazia alguns muitos meses que eu não transava. Então…
Você é o pai.
— Não é possível que isso esteja acontecendo. Não acredito
em você.
Tudo bem, eu já esperava por isso, afinal, a gente nem se
conhece direito.
— É possível estar acontecendo, inclusive, aconteceu,
camisinhas estouram, e você sabe muito bem disso, Miguel. Isso
não é nenhum engano. Acha que não estou tão desesperada quanto
você só porque sou mulher? Eu nem te conheço. A minha vida é
toda organizada, nunca saio da linha, a única vez que me permiti ter
uma noite, isso, essa gravidez, aconteceu. — Aponto para a minha
barriga. — Eu estou grávida e você é o pai. Nós podemos fazer isso
juntos, não juntos romanticamente, mas você pode estar presente
na vida dessa criança ou não. A escolha é sua. Não vou te forçar a
nada. Não quero forçar ninguém a nada.
— Mas eu tenho namorada. — Joga a bomba como se não
fosse nada de mais e fala como se a culpa fosse minha, como se eu
tivesse traído alguém que nem sabia da existência. — Como vou
explicar para ela que engravidei uma mulher qualquer? — Aponta o
dedo em minha direção como se eu devesse resolver o problema.
Fico calada, porque não sei o que dizer. O cara além de ter
uma foda péssima, ainda é um canalha traidor, e acha que a culpa é
minha. Mas que filho da puta!
— Deveria ter pensado nisso antes de transar com alguém
que não fosse ela, certo? — Helena se mete na conversa, vendo
que fiquei calada com a descoberta da tal namorada e com o
rompante do idiota.
E, por fim, Miguel diz o que eu já imaginava:
— Eu não posso te ajudar, Nathália, não quero fazer parte
da vida dessa criança, você vai ter que fazer isso sozinha.
— Você não quer nem esperar para que ela faça um teste de
DNA e confirme se essa criança é sua? Não quer saber nada a
respeito dela? — Helena pergunta e sei que a minha amiga quer
esganar o homem, porque seus olhos estão arregalados e há uma
veia saltando em sua testa.
— Eu não quero saber. Não posso estragar a minha vida por
isso. — Aponta novamente para mim como se eu não fosse nada,
como se nós não fôssemos nada.
Ao ouvir a palavra “isso”, algo em mim desperta e tiro forças
de dentro do meu ser para respondê-lo:
— Isso. — Passo a mão na minha barriga, como se
estivesse protegendo-a dele. — É o seu bebê, uma criança inocente
que realmente não merece um pai covarde como você. Faça o favor
de ir embora e só retorne aqui se um dia quiser de verdade ser o pai
dela. Caso contrário, nunca mais apareça na nossa frente.
O homem nem pensa duas vezes e sai correndo como o
diabo foge da cruz.
Começo a chorar, mas não sei se de alívio ou desespero.
São tantos sentimentos dentro de mim.
Minha amiga vem ao meu encalço e me abraça, descanso
minha cabeça em seu ombro enquanto ela me embala e beija meus
cabelos.
E agora? O que eu vou fazer? Sozinha, grávida e perdida.
Eu só queria a minha mãe aqui comigo para me dar uma
direção, mas meus pais se foram há dois anos. E eles eram a única
família que eu tinha.
O que me resta é criar esse neném sozinha e dar todo o
amor que ele merece. Não serei a melhor mãe do mundo, mas pelo
menos vou tentar.
E não é isso que importa de verdade?
Parte 02.
FIM!
Uau! Escrever esse livro foi uma loucura. E são tantas
pessoas a agradecer que nem sei por onde começar.
Agradeço ao meu marido, que me dá força, enche minha
garrafinha d'água, faz café para mim e apoia o meu trabalho
completamente, ainda que não seja consumidor dele.
A minha mãe e minhas tias que são modelos de resiliência e
de maternidade.
A minha prima e primeira amiga que tive na vida, Gisele, que
me emprestou meu afilhado, Caio, como modelo para o Joaquim.
Onde estiver… estarei contigo.
A Ka Peixoto, que mais do que uma amiga é uma irmã que a
vida me deu. Obrigada por estar comigo sempre. Te amo!
As minhas betas e amigas, que me ajudaram, aconselharam
e seguraram em minha mão mais vezes do que posso contar, Ayla,
Raw, Bruna Renata, Mary, Isah, Lya, Bruna Daltro e Cathy!
Obrigada, obrigada e obrigada! Vocês são especiais demais.
As minhas meninas, Larissa e Helena, não sei o que seria de
mim sem a ajuda e o trabalho de vocês.
A Mirlla Muniz que está lançando um livro junto comigo e
que mesmo assim me ajudou com o meu lançamento. Inclusive,
para quem quer saber, o livro se chama: Todas as vezes que te vi
sorrir e está disponível na Amazon e no Kindle Unlimited.
A minha revisora e amiga, Liliane. Te amo, Tan Wenjun.
Obrigada por estar comigo sempre. Você é a maior que nós temos.
Ao meu pai que está no céu olhando por mim. Te amo, véio.
As meninas da minha parceria que fizeram um trabalho lindo
postando conteúdo do meu livrinho para que ele pudesse chegar em
mais pessoas.
E a você leitor, saiba que não seríamos nada sem o apoio de
vocês.
Com carinho e muito amor no coração,
Evelyn Fernandes.