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2023
direito do líder do maior cartel do México, ele sabia que qualquer decisão
realidade mudaria.
Ele a queria.
Fratelli. Ele também é mencionado no livro: CAÇADOR. (Ambos os disponíveis na Amazon, caso
queiram conferir).
ATENÇÃO! O livro contém gatilhos como: violência física gráfica, abuso sexual, abuso
violência psicológica
A construção desse casal aconteceu de um jeito delicado, e
tocaram o meu.
“Dedico este livro para você, que se apaixona por personagens
masculinos que são ogros por fora, mas cadelinhas por dentro. Esses
AVISO
NOTA DA AUTORA
DEDICATÓRIA
SUMÁRIO
PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
EPÍLOGO
BÔNUS
SANTINO E MELANIE
OBRAS RELACIONADAS
SIGAM A AUTORA
Peguei uma dose da garrafa de tequila da adega do escritório e me
cunhado.
ouvi, Rosa, irmã de Angel, foi raptada. Na sede de encontrá-la, o pai dele
Depois, Angel teve que assumir a liderança e, desde então, tem feito o
adequado e merecido. Além disso, Lis, minha única irmã, tinha o sonho
irmã.
um suspiro audível.
gole na bebida.
estúpido queria expandir sua organização tomando o que não era dele,
conhecia.
Foi quando recebi seu pedido... fui escolhido para a missão.
dezoito anos, que todos conhecem, mas ninguém nunca a viu fora
eliminaremos todos.
— E a garota?
pergunta.
nossa frente, para fazer par com o outro bicho, que estava pendurado ali
Droga!
ambiente.
Além de ser totalmente revistado, tive que usar uma venda para
até ali. Não gostei, mas precisava entrar na mansão do infeliz, então fui
guiado no escuro.
vaga.
— Não pensei que fosse somente para cuidar da sua irmã, afinal,
for para protegê-la, posso lhe assegurar que cumprirei a tarefa com
excelência.
Vi que, com o meu desinteresse pela garota, ele ficou mais atento e
disposto a me contratar.
tocar nela. Só o fato de a tocar no ombro terá sua mão decepada. Fui
escritório.
a analisar cada particularidade, cada saída que poderia ser usada caso
Quando ele parou em frente a uma porta, que era vigiada por dois
abriu. Reparei que o quarto estava todo montado com tons claros e com
com nada.
instante, pensei que fosse desmaiar. Foi como se tivesse sido atingido.
curiosidade.
risadinha.
Escroto do caralho!
superproteção.
Fiquei calado, com as mãos nas costas, mas sem conseguir tirar os
Contudo, isso foi o bastante para que meu coração começasse a bater
mais rápido.
abandonaria.
Angel ficou furioso quando lhe contei sobre o que pretendia fazer;
claro que não dei todos os detalhes, não podia envolvê-lo nessa história.
diálogo entre os dois, contudo sabia que a maneira como ele tratava a
sonhos...
pensamentos revoltos.
cautela.
sabia que Micaela estava com medo. Sempre foi cuidada pelo Juárez,
então, de uma forma estranha, ele era a única luz que ela tinha.
Quase ri da expressão feia que ela fez, mas isso não a fez perder a
você se tornar uma garota livre. Não foi isso o que você sempre disse
começando a andar pelo quarto — ele desconfiar que tudo não passou
me perdoaria, eu...
por ela, pelo seu cheiro, pelos seus sorrisos, pelos seus toques, pela sua
Sem mim.
irmão.
— Confia em mim — pedi. — Prometo que farei dar certo. Você não
vai se machucar. — Ela fez uma careta e, eu, rolei os olhos, ciente do
Ali, fiz uma promessa de que Juárez seria meu. Ninguém ansiava
pequeña. — Dei um sorriso encorajador para ela, que fez uma careta
— Micaela, vou estar aqui para você até que esteja pronta para
escolta.
lados, como organizei; dois carros a frente e dois atrás. Esses tolos nem
deste carro.
assumi o controle do carro. Logo, parei para que Micaela pudesse pular.
Eu sabia que a morte daqueles dois homens na sua frente lhe causaria
alguns pesadelos.
tínhamos tempo para discutir nada naquele momento. — Sei que está
torcendo para que ela estivesse o mais longe possível daquele lugar.
Ouvi sua risada baixa, mas agradeci quando ele não insistiu.
causar um incêndio.
foi... sabendo que, a partir daquele momento, seríamos ela e... eu.
Medo.
Dúvida.
Ansiedade.
sobressair a todos eles, tendo em vista que aquela era a primeira vez —
que eu não apreciasse a vida que tinha ao lado de Juárez, pois ele
fora era perigoso demais e que as pessoas não eram confiáveis. Com
isso, não me deixava sair de casa nem para ir à escola. Era tudo naquela
casa.
permitia sonhar.
Sendo assim, quando conheci Miguel, o novo segurança que meu
irmão contratou, fiquei surpresa com seu sorriso fácil, palavras gentis e
estava bem. Eles não eram pagos para isso. A verdade é que a chegada
dessa maneira, tendo em vista a fama que Juárez construiu durante seu
história. Apesar de o amar, esse era um dos seus lados que mais me
causava terror.
que tinha além dos muros ou como seria minha vida se meus pais
na minha vida.
Gentilezas.
Toques suaves.
que concordei em cometer junto a Miguel, ali estava eu... sem destino,
levando.
respirar.
disse ele, sem parar de caminhar com passos largos. Miguel me garantiu
Apavorado, meu companheiro me puxou para trás de si, com uma arma
de fogo na mão e uma faca gigante, que usava para cortar o mato, na
outra.
— Sou eu, Pietro — soou uma voz que eu conhecia muito bem —
alto.
Abrir um sorriso tão grande que quase não coube no rosto e corri
— Ah, que bom que você está bem! — exclamei ao parar em sua
frente, sem saber o que fazer. No fundo, ardia o desejo de me atirar nos
impressão de que meu lugar era ali, nos seus braços protetores,
interior.
para seu amigo de confiança. — Entregue isso à Angel, por favor — lhe
Não era ingênua, tinha consciência de que Miguel não poderia ser
que ele queria ir embora quanto antes, e eu estava atrasando isso. Mas
— Não estou com medo por mim, será que não entende? —
desabafei, quase com raiva. — Meu irmão pode matar você. — Voltei a
estremecer.
— Isso não vai acontecer — garantiu.
Era dominante.
pareciam me ler como ninguém. Abri a boca para falar, mas hesitei.
Miguel pegou minhas mãos, trêmulas, nas suas. — Sei que está insegura
e com medo, mas prometeu que confiaria em mim. E eu preciso que faça
isso, Micaela. — Seu olhar me aprisionava com uma força invisível, era
impossível desviar meus olhos. — Nenhum perigo chegará até nós dois.
apavorada, pois ficou claro que faria qualquer coisa para me manter a
salvo.
Enchi meus pulmões de ar, assentindo com a cabeça
freneticamente. Meu coração batia tão forte que, por um segundo, tive
medo de desmaiar.
— Ainda não me disse para onde iremos — falei por fim, pedindo
Era forte.
cada segredo.
E ali... dentro daquela aeronave, eu me vi deixando todo meu
braços.
— Te carregando — respondeu simplesmente. Seu sorriso
O meu Sol.
espaço que parecia pequeno perto dele. Miguel era um homem alto e
sentindo.
Protegida.
Pelo pouco tempo que nós nos conhecíamos, deduzi que ele
sentindo.
mim.
— Aqui é muito lindo — soprei, trilhando o cômodo até poder sair
banho, tem toalhas limpas no quarto. Vou fazer algo para comermos.
pensar em comida.
consegui dizer.
— A-assim como?
— Preocupada e com medo — disse, levando minhas mãos aos
seus lábios para beijá-las. — Prometo que vai dar tudo certo. Confia em
mim.
que ele soubesse disso. Miguel parecia me ler como um livro aberto. —
Nunca saí de casa, então tudo isso é novo para mim. — Suspirei baixo.
peço uns dias antes de podermos sair e passear. Mal posso esperar
entendesse.
Poderia ter dito que estava radiante com a nova vida a caminho,
que eu possuía em Tijuana. Ainda não telefonei para o Angel, pois achei
que não seria prudente, nem para nós e nem para ele, afinal, tomei a
ordem do Juárez, pois eu não tinha certeza se ele acreditou que a irmã
sonhada liberdade... eu sabia que teria que ter paciência, pois a garota
peso que as nossas ações tinham para mim. Seu maior medo era o que
poderia me acontecer.
língua.
recorrentes, pois Micaela era boa demais para mim. Perfeita demais.
Era estranho, porque meus sentimentos por ela eram novos, algo
sua voz doce. — Você parece zangado. — Fez uma careta fofa,
franzindo aquele narizinho lindo. — Foi algo que fiz ou falei? —
perguntou, cabisbaixa.
no banco que tinha na varanda. O vestido que usava era uma das peças
pertences que achei necessários para a nossa permanência ali. Uma das
de deixá-la nervosa.
para beijar.
o encosto desse banco e fodê-la até que seus gritos a deixassem sem
quando ficava bravo, por isso pensei ter falado ou feito algo que o deixou
irritado.
— Não existe a possibilidade de você fazer algo que me deixe
ao mesmo caminho, gesticulei para o livro que ela tinha nas mãos.
la:
— Amanhã terei de ir à cidade de novo — ela se calou, me
comigo, mas ainda não sei como estão as coisas com o seu sumiço —
— Vamos entrar? Pode estar calor, mas esse ar frio da noite pode
vigiado.
Nada.
O sotaque forte deixou nítido que não era do México. — Viemos a pedido
do Angel, uma vez que você não se deu ao trabalho de dizer se ainda
estava vivo.
mudar a postura.
estou mentindo.
Levou alguns minutos para que eu decidisse me aproximar, mas
não baixei a arma. Vi que seu atirador também não, já que eu ainda
para trás.
cara.
Puta merda!
Por que Angel contaria para Lis que eu estava desaparecido
favorito, e Little Roy, o melhor hacker que você terá a honra de conhecer.
Danger”?
Franzi o cenho.
lábios.
— Você é um pé no saco, sabia?! — rebateu, extremamente
indignado. De repente, enfiou a mão num dos bolsos e retirou uma maça
de lá.
Sem educação!
dentro do veículo.
— Por mais que a ideia de ficar aqui, conversando com vocês, seja
estava do lado, sorrindo feito um idiota. Era alto, com olhos sombrios.
Micaela que nós teremos de sair daqui. Após isso, poderemos partir. —
— Micaela? — chamei.
sorriso gentil e me aproximei dela. — Mas sinto muito em dizer que não
aqui, mas por sorte são amigos. O problema é que, assim como esses
Seu corpo estremeceu de medo. Ela era um livro aberto para mim,
— Oh, Miguel... se meu irmão nos encontrar, ele... ele... vai matar
abraço apertado.
preciso que arrume suas coisas. — Me afastei para poder encontrar seu
Permiti que se afastasse dos meus braços, mesmo que essa porra
Fiquei travado no lugar. Sem saber o que pensar ou fazer, já que fui
Tum...
Tum...
sentia por dentro. Meu coração batia tão forte que parecia que ia saltar
para mim.
Porque era ele.
Meu super-herói.
corpo e perceber que seu coração batia tão acelerado quanto o meu.
levaram a beijá-lo.
entender direito?
campo.
Os cuidados.
para mim que eu deveria fazer o mesmo, que não era certo me envolver
Mas por que meu coração estúpido não queria entender isso?
novos.
colocar alguns livros também e, então, desci para perguntar para onde
iríamos.
de um rapaz alto, com músculos bem definidos, pelo que notei em seus
braços. Os cabelos tinham um tom loiro, e o sorriso era tão grande, que
cumprimento.
suas costas, que estavam bem tensos. Ele estava com ciúmes?
estava tremendo.
Seria de raiva?
e ao lado dele está o Fire, mas recomendo ficar longe, porque ele é meio
esquisito.
sorriu. — Posso garantir que sou confiável, garota. Quase como um anjo
sem asas.
direção ao carro.
Miguel tomou o assento do volante. Sua expressão era tão brava que
quase me encolhi, embora soubesse que sua irritação não era comigo.
— Claro que está! — mentiu. Era mentira, pois seu incômodo era
Ele era tão letal quanto os demais. A barba, bem aparada, lhe dava um
indaguei:
todo.
antes.
Era horrível.
acometida por uma nova onda de náuseas. — Ah, querida! Você fica
ao meu lado, e puxou meus cabelos para o alto, de modo a evitar que
sujasse.
me levantar.
— Por quê?
banheiro.
meu lado.
beijo.
— Não — respondeu no fim, me encarando daquele jeito intenso.
quente.
Torci as mãos.
Céus!
coisas que você me faz sentir. — Meu coração estava batendo depressa
— Que coisas?
mais de perto.
se sente.
sala. Eram fotos dele com seus pais e uma garotinha, que acreditei ser
garantiu.
Era muita coisa para processar. Não tinha a mínima ideia do que ele era
e em que trabalhava.
— Está cansada.
— Não, eu...
olhar.
grossa. — Deve ter mandado exumar o corpo que deixei no carro. Então,
sim, ele está te procurando.
se enchessem de lágrimas.
— Ele nunca vai me deixar em paz. Juárez acredita que eu sou uma
mãos no meu rosto. Seu olhar estava tão carregado de uma emoção
te perdesse, Miguel.
Meu controle.
Minha sanidade.
— ... por isso que acredito que isso seria benéfico para nós, senhor.
confiança.
Eu não fazia ideia do que ele estava falando.
que Pietro fazia parte. O idiota só não morreu, pois provou o seu valor.
Além disso, sua fidelidade à Rosa fez com que Angel apreciasse sua
arquearem em descrença.
chamando minha atenção para seus olhos. Ele foi o responsável por
descobrirá que fui o responsável pelo atentado falso à sua irmã. Isso o
Agitado, me levantei.
sorte.
— Eu não — rebateu, dando de ombros, sem qualquer remorso. —
Angel para avisá-lo. Dei algumas explicações breves, e ele disse que
tinha visita.
Após longos minutos, saí do elevador e parei na porta do
porta, fui surpreendido pelo pequeno Santino, que era uma tempestade
expressão fofa.
minhas emoções.
Fui até ela e estendi a mão para que ela pudesse segurar. De pé,
beijei os nós de seus dedos, em seguida, toquei seu rosto com carinho.
ficar no quarto por alguns minutos? Prometo que vou explicar tudo
depois.
Me senti um estúpido.
soprou minha irmã, instantes depois, vindo até mim. — Puta merda! Você
não era minha irmã de verdade, pois meu pai a encontrou, ainda bebê,
semelhança que ela tinha com a irmã falecida deles. Ao final, com a
ajuda do caçador, descobriu-se que Lis teve uma irmã gêmea — morta
dos bombeiros onde meu pai trabalhava. Mesmo após o susto, as coisas
braços cruzados.
— Eu não podia ir embora e deixá-la para trás — falei
cárcere privado.
mandou pra lá, Angel. Se quer me culpar por algo, fique sabendo que um
abandonaria lá.
dose de tequila.
sobre o que você fez. Você podia ter morrido, Miguel. — Sua voz
com indignação.
— Agora você está sendo infantil. Sabe quanto o amo e, duvidar disso
me machuca.
— Os italianos mandaram a equipe do caçador atrás de você —
pelo Pietro — justifiquei, meio débil. — Não entendo por que estou sendo
cobrado assim.
arrogantes.
agressivamente.
— Porque juro por Deus que se alguém ousar tocá-la, serei capaz
parecendo emocionada.
com a testa franzida. Será que eu precisaria lembrá-lo dos perigos que
ela corria?
— Por isso que a Lis ficará com sua garota em um local seguro, até
acabei desistindo.
— A garota nunca saiu de casa, só agora, comigo. Não sei como vai
ela.
minha pequeña longe dos meus olhos e do alcance das minhas mãos.
— Vou conversar com ela, explicar para onde vai e que não
Droga!
Eu não conseguia respirar direito.
Não conseguia.
chorar, de surtar.
De fugir.
ido embora.
— Se você não abrir essa maldita porta agora, juro que vou
arrombar.
mais tranquilo, mas não menos aflito. — Sei que está chorando. Abra a
incomodado.
Quando seus dedos forçaram meu rosto para ele, eu desabei. Ao olhar
nos seus olhos, minhas emoções foram à flor da pele. — Oh, pequeña...
poder ajudar. — Afastou meu rosto para longe de seu pescoço, mas me
mantive ali. Não queria ter de encará-lo. — Está partindo meu coração
tensão entre eles, sua irmã e seu cunhado, ficou visível para mim. —
apartamento. — Saí da cama. — Sua irmã comentou que você não tem
Como você acha que me senti ao saber que você sumiu por que estava
certo levá-lo nessa bagunça que é a minha vida e... só agora percebi
isso.
— Micaela...
— Você pertence ao cartel, assim como eu — interrompi-o,
em organizações rivais. Sua missão era destruir meu irmão — seus olhos
terríveis que ele faz... fala sério! Eu era uma das vítimas dele. — Sorri,
sem alegria, ao secar as lágrimas nos cantos dos meus olhos. — O que
estou tentando dizer é que está tudo bem, estou feliz pelas últimas
aproximou, imponente.
— Nunca mais repita que seu lugar é naquela casa, porque não
vou tolerar isso — rugiu, com o maxilar trincado. — O seu lugar é onde
que ouviu naquela sala foi um desabafo furioso do meu chefe e da minha
irmã, porque fiz tudo do jeito errado, e eles se importam comigo. Apenas
isso. Nenhum dos dois quer você longe — garantiu com um sorriso. — E
braço livre. Meu coração ressoava aos meus ouvidos — se esse fosse o
torturante.
Não sei se foi pelo jeito que ele falou ou pela intensidade do seu
olhar, mas... a verdade é que fui incapaz de falar qualquer coisa que
fosse.
Alguns minutos depois, acompanhei Miguel para fora do quarto.
palavras infantis.
sorriso encantador.
Apertou meus dedos frios e trêmulos. — Quero que saiba que eu e Angel
ao meu lado.
que todos, relatando histórias breves sobre a infância dos dois. Ela era
interrompi.
— Tudo bem — soprei, segurando sua mão na minha. Eu sabia
que aquele gesto não passou despercebido pelo casal. Então, voltei a
mirar o Angel, inimigo do meu irmão. — Pode perguntar, sei que quer
Senti Miguel segurando a minha mão na dele, então o olhei nos olhos e
nunca o ouviu falando sobre nada suspeito? Algo que possa nos ajudar a
descobrir qual será o próximo movimento dele, agora que sabe que você
sobreviveu ao atentado.
que ele falava, pois sempre achei esses assuntos tediosos. Nunca tive
Angel.
específico no momento.
mão, numa silenciosa afirmação de que estava ali comigo e de que tudo
daria certo.
— Seria impertinente da minha parte perguntar como era? — Lis
sempre monótonos.
Ele dizia ser normal. Afirmava que isso sempre acontecia entre
não gostava quando ele tocava em meu corpo, menos ainda quando me
da minha mente, voltei à conversa, já que percebi que fiquei distraída por
alguns segundos.
meu irmão disse algo que pudesse ser útil para vocês. — Não deixava de
ser verdade.
algumas coisas.
no olhar.
México?
ralhou:
— Eu ainda não tinha falado sobre a viagem com ela, Lis.
de ombros.
verdade, ainda sorrindo. — Sua irmã e seu cunhado são incríveis, e seu
farei, pequeña.
Sabia que essa viagem não me incluía, então olhei para minhas
torcendo as mãos trêmulas — vai voltar para mim? — Virei o rosto para o
lado, não querendo que ele visse o rubor que tomou conta das minhas
bochechas.
tocando meu queixo com a ponta dos dedos, virando meu rosto para ele.
rosto, sentindo as palmas pinicarem com sua barba rala. — Dessa forma,
Quase casta.
— Mica...
— Vou me deitar — falei, me levantando rapidamente. — Hoje foi
minha rotina, pois não conseguia parar de pensar, nem por um segundo,
próprios pensamentos.
Ainda podia sentir o toque de seus lábios macios nos meus, mesmo
tendo sido algo tão leve que cheguei a duvidar se o beijo realmente
aconteceu. A textura deles era macia e doce, como ela toda. Ouvi-la
muro que ergui ao redor do meu coração e que mantive inabalável nos
Rápido demais.
Não era certo ela se apaixonar por mim.
Droga!
as mãos.
dentes.
Será que caberiam na minha mão? Será que ela gozaria apenas
com minhas carícias ali, naquela parte de seu corpo? Eu tinha certeza de
joelhos.
ereção que se formou entre minhas pernas apenas por imaginá-la nua,
como você, também não gosto da ideia de ficar longe. — Servi uma
xícara de café para ela, com bastante açúcar e leite. Era seu jeito
preferido.
Sorri.
beijou ontem. Foram dois beijos num curto período. — Levei a mão ao
seu cabelo, brincando com uma mexa dourada. — Já sabe o que isso
significa?
Ela passou a língua nos lábios, roubando minha atenção para esse
Seus tremores me diziam que ela não era imune a mim. Porra! Eu
estava perdido.
apaixonar por mim. Não sou um homem bom. — Mudei a expressão com
isso.
confusa.
minutos — avisei.
Dias depois
Estava ansioso para voltar a ver minha pequeña. O que supus que
Angel não arrumou ninguém para assumir as minhas funções nos postos
que eu ocupava no México. Com isso, carregamentos atrasaram e
O romance do Angel com minha irmã não foi algo que aconteceu
Foi assim que fiz com sua irmã. — Deu de ombros. — O tempo é o
silencioso. — O amor nos faz surdos e cegos, mas pode ser nossa
salvação.
dias.
estava nervosa, dava para ver pelo jeito que segurava o vestido bordô.
cabelos.
Angel e Lis decidiram que partiriam para San Diego nas próximas
viu saindo do banheiro, com uma toalha enrolada na cintura. Seus olhos
acalmá-la.
Não gostava de vê-la preocupada, ainda mais por algo tão banal.
mais linda.
pele.
Meus olhos não se desgrudavam dela, desejando que me tocasse,
que sentisse o calor que emanava da minha pele contra a palma de sua
pequena mão.
Seus tremores.
Seus gemidos baixos.
Uma das minhas mãos se fixou em sua cintura fina, apertando sua
excitado.
Sufocado de desejo.
ansiava desde a primeira vez que a vi. Forcei minha língua no vão de
Eu queria mais.
enquanto eu a tocava.
de inquietação.
Puta merda!
irmã ser adorável, eu não via a hora de ele voltar e encher meus dias
pegajosa.
Não tinha a menor ideia do que era, mas não podia mentir... queria
mais.
Muito mais.
Mordi os lábios com um risinho baixo, tentando disfarçar meus
pensamentos libidinosos.
já que fiz questão de cuidar daquele hematoma horrível. — Por que essa
estreitos.
intensidade deles.
— Lambi os lábios ressecados. — Sei que não está à vontade com o que
vem acontecendo entre nós, mas... — fixei meus olhos na sua boca, tão
raciocínio.
dilatadas.
— Que coisas?
sentindo boba.
O ar ficou preso em meus pulmões. Por que ele tinha de ser tão
Céus!
— Porque não foi para isso que tirei você daquela casa. Não quero
permiti cair.
— Você não quer estar comigo? — Ele não disse nada. — Tudo
para que ele não percebesse que eu estava a ponto de chorar de raiva
— Micaela...
Não fiquei para ouvir suas desculpas. Seria muito doloroso ouvir —
vergonha.
Mágoa.
Medo.
daquele jeito?
frustrada.
mas quando ele usava terno... uau! Todo meu corpo se arrepiava,
Além disso, preciso falar com Angel também. — Agitou o celular na mão.
freou:
— Espera! — Se levantou e caminhou até mim, me fazendo tremer
minhas mãos nas suas, grandes. — Você é importante demais para mim,
um sorriso pervertido.
prometeu.
dessa vez, era diferente. Com Miguel, tudo ganhava outro significado.
dois ali.
sorveteria.
Ele talvez nem tivesse percebido o gesto, mas meu coração bobo
Dessa forma, pude obter uma fotografia dos seus pais, de algumas
contendo a fotografia dos meus pais. — Pedi para fazer esta joia, para
sucesso.
entanto, elas eram raras, afinal, eu só tinha seis anos quando eles
morreram.
mão.
linda.
receio de me magoar sem querer. O problema era que cada gesto que
impulsionando-me.
Miguel não entendia, mas... meu coração já estava nas suas mãos.
E tudo o que eu podia fazer era me arriscar.
Eu estava calada. Não consegui lidar com a mistura de sentimentos
novamente.
deles.
Forcei um sorriso.
— Sim. Só estou cansada — menti, tentando tranquilizá-lo. — Nada
energias.
ninguém.
janela.
talvez.
que todas ficaram na casa antiga e que não havia como pegá-las, pois,
se perderam.
sua atenção entre a estrada e eu. — Isso não faz o menor sentido.
saber mais. — Quero que saiba que quando quiser conversar, estarei
— Eu sei.
você. Não precisa se preocupar, pois nós somos irmãos e é normal nos
mais.
meus.
Então aquela voz... que tanto me tornei dependente, me trouxe de
pelas lágrimas. Pisquei, querendo acreditar que ele realmente estava ali.
Meu.
bálsamo. — Por favor, prometa que eu não vou mais ter que ficar com
— Não vai, pequeña... não vai voltar para aquela casa nunca mais,
uma regata branca. Pelo aroma, concluí que estivesse preparando ovos
com bacon.
encantada.
se sentar ao meu lado. Era impossível ignorar o perfume forte dele, que
e receios.
e beijando o dorso.
admiti. — Mas, ao saber que você está comigo, a batalha se torna mais
fácil. — O encarei nos olhos, notando que sua atenção estava na minha
boca.
para puxar minha cadeira para mais perto da dele, me virando para ficar
de frente.
mãos nos meus cabelos, fazendo minha cabeça se inclinar para seus
a sua fala, mas não tive tempo, pois senti seus dedos puxando a alça da
ter mais confiança em si. Só assim terá forças para se libertar de dentro
para fora.
O ar ficou preso em meus pulmões. O meu corpo inteiro começou a
sabia emitir sons de prazer, apreciando cada reação que seus toques
isso?
perturbado quanto eu. Sua experiência nesse quesito ficava visível aos
meus olhos.
minha blusa. Era uma provocação. Uma clara afirmação de que ele tinha
o poder ali.
O poder de me desestabilizar completamente.
queria mais.
sorriso libidinoso.
meus mamilos por cima da blusa. Foi sutil, mas o bastante para uma
Sua boca reivindicava a minha com tanta fome que ficava difícil
com meus seios, mas de modo calmo. Ele sabia a pressão que precisava
Sem saber o motivo, saí do banco em que estava e fui até o Miguel,
Eu queria mais.
Precisava de mais.
Inconscientemente, comecei a me esfregar sobre ele, me
daquela dorzinha; era chegar ao ápice, mesmo sem entender o que isso
significava.
pouco mais de força. Ele nem sequer tocou minha pele; continuava me
acontecer entre nós dois. Apenas nesse instante me dei conta de que
estava no seu colo, numa postura que revelava muito sobre a intimidade
raciocinar.
olhos estavam ferozes e mais escuros do que antes. Ainda era possível
senti-lo duro entre minhas pernas, pulsando levemente.
Seus ensinamentos.
Não havia mais espaço para nada na minha cabeça, além do que
aprender.
Com ele.
— Sim, é uma das casas que ele mantém aqui, em San Diego —
voz carregada.
Lambi meus lábios e ele acompanhou com os olhos.
dele.
Céus!
escritório.
Fui direto para sua adega, ansioso para hidratar minha garganta. A
Porra!
minuciosamente.
provocativo.
Idiota!
— Vá se foder! — exclamei, impaciente, ao som de sua risada.
chamou minha atenção foi que não levaram nada, apenas queimaram a
proteção — afirmei.
— Sabe, e deixou claro, com essa atitude, que vai retaliar — disse,
com aquele imbecil. — É só uma questão de tempo até ele fazer merda.
Esse filho da puta vem tomando meu tempo mais do que eu gostaria. —
meu bolso.
Ryan para resolver alguns assuntos que estavam em aberto, e ele disse
que tomou a liberdade de investigar mais a respeito do Juárez, já que o
mão — Ele montou um dossiê sobre o Juárez que acho que você vai
querer ler.
tragada no cigarro, atento ao que ele tinha a dizer. — Não gosto disso.
com a foto dos pais para Micaela e, ela comentou que o bastardo do
irmão dizia não ter como lhe mostrar imagens dos pais, porque foram
um palavrão:
— ¡Hijo de puta!
pais.
época.”
Eu não sabia o que pensar. Era muita coisa para minha mente
processar.
meu corpo.
viva tenha sido benéfico para seus planos, já que a manteve escondida
querer acreditar.
Puta que pariu! Puta que pariu!
certo; a única explicação plausível para toda aquela obsessão dele pela
Micaela.
Precisava pensar com clareza, deixar o sangue fluir para não me deixar
Eu o faria pagar.
— Nós vamos fazê-lo pagar, meu amigo — afirmou Angel,
garganta.
pasta que estava em cima da mesa. — Preciso ver que ela está aqui
Angel disse mais alguma coisa, mas não consegui ouvir. Minha
Micaela?
— O que foi, Miguel? — Lis surgiu no meu campo de visão,
se eu estava doente. — Está tudo bem? Seu rosto chega a estar pálido,
irmão.
meu.
Segura.
Não sabia se minha irmã ainda estava lá; não sabia se disse algo,
Queria mantê-la longe de toda essa dor e tristeza. Sempre quis lhe
esconder isso de você, pois vai lhe causar dor. Não aguento ver você
ela.
exigindo meu olhar no seu. — Sou mais forte do que pensa. — Voltou a
cobra prestes a atacar. Fiquei quieto para lhe dar o espaço necessário.
Fervendo.
Fiquei ansioso com sua reação calma, uma vez que esperava por
seu silêncio.
Ela desviou o olhar da pasta que tinha nas mãos, encontrando meu
olhar atento e apreensivo. Notei uma única lágrima deslizar pela sua
bochecha.
de sangue? — indagou.
— Não.
— Sim.
— Aquele sujeito não é seu irmão e, infelizmente, foi ele quem matou
seus pais para ter o posto de chefe. — Retirei a pasta do seu aperto,
em sua pele.
vida inteira recaísse sob seus ombros. — Sempre tive a sensação de que
Descubro que nos últimos anos, convivi com o assassino dos meus pais.
juntos.
Minha.
Era somente isso que vibrava no meu peito sempre que eu olhava
para ela.
Demorei um pouco para acordar e perceber que tinha alguém
beliscando meu nariz de um jeito que me causava cócegas. Meio
incomodada, reclamei baixinho e virei de barriga para baixo, escondendo
o rosto no travesseiro.
Era difícil de acreditar que aquilo era verdade, que toda minha
existência não passou de uma farsa. Me sentia insignificante, apenas
uma espetadora.
Sem valor.
Enganada.
Eu podia ouvir a voz do Miguel, mas parecia estar distante...
ecoando em algum lugar da minha mente. Era como estar presa
naqueles pensamentos. Cativa das garras do terror que eram aquelas
recordações.
Forcei um sorriso.
Horas depois
— Por que está me olhando assim? — perguntei, tímida com seus
olhos em mim.
Ele riu também, mas entendi que achando graça da minha reação
ao seu elogio. Ainda não estava acostumada com essa nova fase do
nosso relacionamento.
Céus! Ficava cada vez mais fraca quando ele me olhava daquele
jeito e se dirigia a mim de maneira carinhosa.
— Você quer que... — pausei o beijo, sem fôlego — quer que eu...
— O que...
A mão dele me impediu de levantar-se, pressionando meu corpo no
sofá.
Era estranho.
— Miguel...
O sabor foi algo que nunca senti antes. Diferente de tudo o que já
experimentei. Miguel não tirava os olhos dos meus, parecia estar
hipnotizado.
Sorriu abertamente.
Muito grande.
Dei risada.
Não tive tempo para dizer qualquer coisa nem para pensar sobre o
significado das suas palavras, pois sua boca se fechou sobre a minha.
Roubando meu fôlego.
E minha sanidade.
— Quem é essa? — perguntei, vendo as imagens das câmeras de
segurança no notebook do Angel.
Angel comentou que nos reuniríamos com alguém, mas não pensei
que fosse com eles.
— Vocês não têm outros assuntos para tratar? Outros lugares para
ir, de preferência longe daqui? — rosnei, de braços cruzados, deixando
claro o meu incômodo com a presença deles.
Ele me encarou.
— Puta que pariu, cara! Você só come. Onde cabe tudo isso? —
Angel brincou, rindo.
— Não acho que seja o que ela pensa — disse Roy, vendo as
imagens de olhos cerrados — Pessoas como ela não desistem
facilmente. — Desviou os olhos para cada um de nós. — Se ela se
deixou ser vista, foi porque queria isso mesmo. Ela queria que nós
soubéssemos que está perto.
Diferente da Micaela.
Nua.
Completamente nua.
Passei uma das mãos pelo seu rosto; meu coração acelerando
quando Micaela se deitou para receber meu carinho, de olhos fechados.
A outra mão, mantive em sua cintura, admirando os arrepios que
tomaram sua pele macia sob meu toque áspero.
— E-eu...
— Deite-se na cama! — ordenei com a boca no seu ouvido.
Minha. Minha.
Pele.
Desejo.
Não podia.
Ainda não.
— Você ainda vai ser minha morte, sabia? — soprei contra seus
lábios, inchados e vermelhos.
Ela se mexeu nos meus braços para ficar de frente para mim. As
mãos estavam sobre meu peito.
— Por quê? Por acaso você... — pausou, com uma expressão fofa.
— Quando diz que não tem nada de bom para me oferecer, está
afirmando que não tem capacidade de reconhecer toda nossa história
até aqui — resmungou, nitidamente magoada. — Você mudou a minha
vida, Miguel, deixou tudo de pernas para o ar. Me mostrou ser possível
sonhar e, sim, podemos realizar todos os nossos sonhos. — Deitei-me
de lado e apoiei a cabeça na minha mão. — Por que é ruim eu me
apaixonar por você? Por que estaríamos errados se ficássemos juntos?
É inocência sua pensar que a vida de um civil seria menos perigosa que
a nossa. A vida é perigosa.
— O que foi?
— Eu posso...
Muito medo.
Sacudi a cabeça.
— Certo!
Toquei nossas línguas, tão excitado que não tive controle. Micaela
conseguia me desestabilizar com facilidade.
— O que foi isso? — quis saber, apontando para uma marca perto
do meu umbigo.
— ¡Dios mio!
O calor de sua boca na minha pele me fez arfar. Levei uma das
mãos aos seus cabelos, acariciando-os com tranquilidade. O toque de
sua língua nos meus mamilos me causou um choque, se concentrando
direto no meu pau, que pulsava sem parar.
Assim que meu pau pulou para fora, notei seus olhos aumentarem
de tamanho. Segurei a respiração no segundo em que sua mão se
fechou ao meu redor.
Maldito Juárez!
— Miguel, eu...
Fiquei triste ao pensar que isso pudesse ter afetado minha relação
com Miguel.
Céus!
Pigarreei, nervosa.
— Halcones?
— Os meninos do tráfico.
— Sei que nosso tempo aqui será limitado — disse, beijando minha
mão —, mas prometo tentar levá-la para passear um pouco. Temos uma
linda praia logo ali ao lado. — Deu uma piscadela marota.
Em todos os meus dezoito anos, nunca pensei que iria passar por
isso, ser enganada dessa maneira tão cruel pelo homem que acreditava
me amar como um irmão.
Olhei para ele, admirando sua beleza dentro daquele terno escuro.
Sem o paletó e a gravata, pude ver um pedaço de pele, dado que alguns
botões estavam abertos.
Esquentou.
Se tornou pesado.
Me consumia.
Seu rosto calmo contradizia o fervor por trás dos olhos escuros.
Abri a boca para falar, mas hesitei quando Miguel foi distraído por outro
convidado.
Me castigando.
Miguel permaneceu com a mão ali por mais alguns segundos, até a
retirar. Peguei o instante que ele disfarçou e, em seguida, levou os dedos
lambuzados a boca, lambendo-os com vontade, piorando meu estado
caótico.
Logo, pedi licença e me levantei. Minha intenção era fugir dali, mas
não faria isso.
Meu rosto ficou quente na hora, porque percebi que ele estava se
referindo ao momento em que me tocou por baixo da mesa.
— Bobo!
Não tinha a menor ideia do horário, mas concluí que ainda fosse de
madrugada. Ameacei me virar, mas seu braço me apertou contra seu
corpo duro, que mais parecia uma parede de músculos.
Amada.
E eu estava certa.
Estava cansada.
Ele então forçou minha cabeça para trás e fixou seu olhar no meu,
causando-me diversas sensações. A força de seu olhar sempre me
desestabilizava.
Miguel.
Vi estrelas.
Fixei meus olhos nos seus, percebendo certa preocupação por trás
de seu olhar.
Miguel tomou meus lábios, roubando meus gemidos para si. Fui
relaxando conforme os seus quadris se movimentavam, acompanhando
tudo o que ele fazia. A forma como ele me penetrava. Como me olhava.
Como me tocava.
Ele havia me dito que nosso trajeto de volta seria exaustivo, visto
que faríamos uma escala no México e, depois, seguiríamos para San
Diego.
Miguel me encarou, sem parar de tocar meus seios com sua boca.
Agarrei seu rosto e o puxei para perto de mim, porque queria beijá-
lo.
Quase reclamei, porque desejava senti-lo por inteiro, mas não tive
tempo, pois Miguel abocanhou meu mamilo, arrancando-me gemidos
incontroláveis.
Fiquei à sua mercê, enquanto todo meu corpo se rendia aos seus
estímulos. Os espasmos me estremeceram dos pés à cabeça, obrigando
Miguel a me segurar no lugar, conforme acelerava os movimentos em
busca de seu próprio prazer.
Ficamos tão imersos no silêncio que, quando ele falou, a sua voz
me assustou:
Dias depois
— Mica? O que você está fazendo aqui? — Juárez inquiriu, com
olhos inchados e um brilho tenebroso, apavorante.
Eu estava parada na porta de seu escritório.
Baixei o olhar para meu corpo, percebendo o livro que havia caído
em cima do meu colo. Acabei pegando no sono enquanto lia.
— Sim. Absoluta.
— Você acha que Juárez pode fazer algo contra mim, por raiva por
que fugi dele?
Nos últimos dias, com nossa vida sexual ativa, Miguel me levou em
uma consulta com um ginecologista para que eu pudesse usar um
contraceptivo. Acabei optando pelo DIU.
Sua boca não me deixava nem por um segundo, assim como suas
mãos que exploravam cada parte do meu corpo que tremia.
Seu nome foi a única palavra coerente que saiu dos meus lábios
naquele momento.
Céus!
Eu estava perdida!
Desejava ficar a noite toda com minha garota, mas não podia.
Tinha de conversar com Angel para revelar a nova descoberta que tive
com as recordações da Micaela.
Ela riu.
Inferno!
— Só nos seus sonhos que vou falar com você sobre a Micaela,
sua infeliz. — A segurei pelos cabelos e bati o seu rosto contra a parede.
— Se sabia que ela era sua prima, por que não a ajudou quando aquele
canalha a mantinha em cárcere privado? — perguntei indignado,
mostrando o quanto seu descaso me incomodava. — Por que não a tirou
de lá antes?
Maldita!
— EU NÃO SABIA QUE ELA ESTAVA VIVA! — berrou de pura
frustração. — Não tinha ideia de que esse cartel ainda estivesse ativo
depois que minha família morreu. — Começou a tentar me acertar com
socos e chutes. — Descobri que a pequena Micaela estava viva quando
comecei a investigar vocês, e o nome dela apareceu, mas ligado ao seu.
Então, Fire a pegou pelo braço e a levou para fora depois que
avisei que a sala ficava no porão do edifício.
Uma coisa era enfrentar uma pessoa fraca; outra, bem diferente,
era estar diante de uma Seal.
— Ou... Posso acreditar que você seja inútil para nós — decretei,
com um dar de ombros. — Com isso, dar um fim na sua vidinha
miserável.
Rangi os dentes.
— Posso não ser o chefe, mas tenho autonomia para fazer o que
quiser, inclusive, meter uma bala bem no meio da sua testa. Que tal? —
ameacei, sacando minha pistola e pressionando o cano da arma na sua
têmpora.
— Você pode ter feito toda aquela bagunça sozinha, mas não é
segredo para ninguém que nenhum agente do FBI trabalha sozinho. É
óbvio que você teria ajuda.
— Por que acham que sou uma "ex Seal"? Algumas informações
jogadas no sistema? — Fixou seu olhar no Little Roy, e riu com deboche.
— Você deve ser o cachorro deles, hum? Deve ser o pau-mandado que
junta essas informações. Por acaso não viu que se equivocou? Eu jamais
saí das forças especiais da marinha. Estou emprestada ao FBI para essa
missão em específico.
Dei risada.
Respirei fundo.
Sorte que a Lis estava de volta em San Diego, então eu não ficaria
sozinha.
Pietro sacou sua arma, mas não foi tão rápido quanto o seu colega,
que me puxou para perto dele, encostando o cano da arma na minha
têmpora.
— Traidor de merda!
Nesse instante, impulsionada por uma coragem que nem sabia que
tinha, bati o meu cotovelo em sua costela, o desequilibrando e facilitando
minha fuga.
Então, escutei uma voz que pensei nunca mais ouvir. Pânico
inundou minhas entranhas.
Raiva.
Asco.
Decepção.
Medo.
— Isso importa?
— Presumo que esteja ciente de que não somos irmãos. — Não foi
uma pergunta. — Você, para todos, ainda é minha irmãzinha. — Ele se
levantou da poltrona e veio na minha direção como um predador.
— Ficou com raiva por eu falar a verdade sobre o macho que você
arrumou? — zombou, rindo. — Sinto muito, mas eu não menti. Aquele
porco só te usou, assim como fez com todas as outras.
Gritei no primeiro golpe, que fez minha pele queimar, irradiando dor
pelo corpo todo. Tentei fugir, mas não adiantava. Juárez mantinha o
controle.
Fui até onde as pernas aguentaram, até que caí no chão de terra e
pedras.
Miguel...
— O que pretende fazer com ela? — Ryan questionou o Angel, que
estava silencioso... mais do que o de costume.
Angel ficou de pé, assim como eu. Seu rosto revelava a mesma
impetuosidade.
Não deixei que terminasse a frase, porque meu soco atingiu seu
rosto machucado. Logo, Razor segurou meus braços, forçando-me para
trás quando tentei pegar Angel do chão e bater nele até ficar sem fôlego.
Rangi dentes, sentindo meus nós dos dedos arderem com o desejo
de voltar a bater nele.
— Prossiga... — gesticulou.
Senti o chão se abrir sob meus pés à medida que minha mente
processava o que acabara de ouvir.
— Sei que não é fácil, mas você precisa confiar em mim — disse
ela, em tom firme. — E, sobretudo, me deixar ter um momento a sós com
Juárez antes de matá-lo — complementou, apertando os dentes.
— Alguns dos meus homens irão com você — avisou ele —, para
você não tentar nenhuma gracinha e chamar os federais.
— Porra! — praguejou.
— Uma vez dentro daquela casa, farei de tudo para retirar minha
prima o mais breve possível — prometeu —, e em segurança —
ressaltou.
Meu soldado foi levado com vida a clínica. Embora o lugar estivesse
na folha de pagamento do cartel, nem sempre Angel aceitava usar esses
serviços, pois temia que o uso constante pudesse despertar a suspeita
da polícia.
— Acho que seria melhor você não assistir aos vídeos — disse ela,
cautelosa. — Pode atrapalhar seu foco nas buscas pela minha prima.
— Por que pensa que algo poderia me desviar do foco, sendo que
meu único objetivo agora é encontrar a Micaela? — Não consegui
compreender sua forma de raciocínio.
Após dizer isso, deixou a sala. Não fiquei espantado quando o Fire
foi atrás dela, como se fosse um maldito cão.
Idiota!
Dor. Vi-me tomado por ela e pelo ódio quando meus olhos
assistiram às agressões que minha pequena sofreu nas mãos daquele
infeliz.
— Mesmo que isso me custe dizer, seu chefe está certo, Miguel —
acrescentou Rosalyn, me olhando com tristeza. — Quando anoitecer,
será praticamente impossível enxergar qualquer coisa.
Desistindo dela.
— Juro que vou fazer com que ele pague por isso — decretou ela,
com a voz cavernosa, referindo-se ao Juárez. — Isso não vai ficar assim.
— Sua voz ficou embargada ao olhar para sua prima nos meus braços.
Micaela estava com o rosto tão inchado que mal conseguia abrir os
olhos. Seu corpo apresentava diversas manchas escuras.
Um tempo depois
Angústia. Fiquei tomado por ela desde que trouxemos Micaela para
a clínica e ela foi levada pela equipe médica. Ninguém soube fornecer
qualquer tipo de informação.
— Como assim não posso entrar? Quem você pensa que é para
tentar me impedir? — Era a Rosalyn, quase enforcando a atendente.
— Ficou nervosa por que dei uns tapas no seu macho? — sibilou
Rosalyn, entre dentes. Envolvi meus braços no seu corpo, mesmo que
contra minha vontade. — Sabe que a agressão contra um policial pode
ser motivo para sua prisão?
Dias depois
Abri meus olhos por um instante, tentando-me adaptar à claridade
invasora. Inspirei o ar vagarosamente, me permitindo assim sentir meu
corpo, todos os meus sentidos atordoados. Movi as mãos para me
acostumar aos movimentos.
— Você é tão safado — falei, entre risos. Parei de rir, porque estava
com dor nos músculos.
Miguel depositou beijos nas minhas mãos que estavam sobre seu
rosto, segurando-as enquanto permanecia me olhando intensamente.
— Por que minha prima tem que ir embora para que a Lis possa
entrar? — questionei, perplexa. — O que eu perdi? — Pisquei, aturdida.
— Até poderia dizer que sentia pena, mas, Micaela, nós dois
estamos na mesma situação, vivendo com dois controladores — brincou
Angel, se aproximando para me cumprimentar.
Me afastei, ignorando-o.
— Por que está tão brava comigo? — sua voz parecia perplexa e
contrariada. — O que eu fiz?
— Não estou incomodada por você ser cavalheiro comigo, mas sim
por me tratar como se eu fosse frágil e quebradiça — disse, insatisfeita.
— Sua atitude me faz pensar que não me quer por perto, que não deseja
estar comigo.
Ele pegou minha mão e a levou para baixo, onde eu pude sentir
sua protuberância. Respirei fundo quando o calor tomou conta da minha
pele.
Respirei fundo para encher meus pulmões de ar. Não tinha controle
sobre nada. O controle era dele.
Somente dele.
Agradeci por poder estar sentada no seu colo, com seus braços ao
meu redor, pois, do contrário, teria desmaiado. Caí com a cabeça no seu
pescoço, lutando para voltar ao normal.
— Miguel...
— Se redimir?
Fiz um esforço para não revirar os olhos quando descobri que era
Rosalyn. Assim como prometeu, ela se importava em fazer parte da vida
da Micaela. Nos últimos dias, participou de todas as etapas até a alta da
Micaela do hospital.
Balancei a cabeça.
— Não compreendo por que você não terminou com isso quando
assumiu o controle — disse, incrédulo, com um grunhido. — Esses
velhos são um pé no saco.
— Uau! Por que ficou tão bravo assim? — Micaela questionou, com
os braços nos meus ombros. — Todos os seus músculos ficaram tensos.
— Miguel?
— Sim?
— Por que quer voltar para lá? — Tentei entender seu pedido.
Fez um muxoxo.
— Ah, porque é nossa casa. — Meu coração se aqueceu com sua
escolha de palavras. Sim, era nossa! — É que lá, eu me sinto mais
confortável, não consigo explicar direito.
Ajeitei seu corpo no meu colo para ter uma visão melhor do seu
rosto.
— Verdade?
Nunca.
Dias depois
— Quantos homens você designou para a proteção da Micaela? —
Angel inquiriu por meio de uma chamada de vídeo.
O teimoso até tentou voltar ao serviço, mas não tinha como. Avisei
que ele só voltaria quando estivesse inteiramente bem.
— Eu sei que seria uma ótima líder. Meu irmão mais velho
aprovaria...
Semicerrei os olhos.
— Ela não fará nada — anunciou Angel. — Sabe que arrisca mais
se mexer comigo. — Parecia bastante otimista.
Sacudi a cabeça.
O problema foi que seus gemidos foram abafados pelo som infernal
do celular.
Ao ver Micaela, toda bela e desejosa na cama, odiei-me por ter que
deixá-la, mas era necessário.
— Micaela...
Suspirei.
— Pretende interrogá-lo?
— Sim, — respondi, observando suas reações. — Vou tentar
arrancar daquele imbecil, a localização do chefe dele.
— Prometo.
Ri e balancei a cabeça.
— Nunca!
Por um lado, queria gritar de terror, mas, por outro, gritar de alegria.
A culpa poderia ser dos remédios que precisei tomar nas últimas
semanas, mas a verdade é que meu método contraceptivo não
funcionou. Não foi eficaz. Nenhum era.
— Ok.
Olhei para baixo, apertei o ventre. Fiquei surpresa com o calor que
subiu ao meu peito quando pensei haver um bebê ali, um ser que estava
crescendo dentro de mim.
Funguei audivelmente.
Passei as mãos no vestido solto, de cor lilás. Nos pés, optei por
uma sandália baixa. Sem perceber, minhas mãos voltaram a abraçar o
ventre plano, como uma forma de proteção. Era instintivo.
Forcei um sorriso.
— Não é nada — menti. — Estou ansiosa para saber onde você vai
me levar. — Sorri. — Por que precisa ser segredo? — Fiz beicinho.
Miguel sorriu, se curvando para tocar meus lábios num beijo breve.
Rápido demais.
— Miguel, eu... — comecei, mas me calei ao ouvir um tiro.
Fui jogada no chão, com Miguel por cima de mim, gritando com os
seguranças.
— Miguel...
— Miguel!
Toquei meu corpo, mas não senti dor. O sangue não era meu.
— Micaela...
— Não foi você quem me tirou dele, fui eu que escolhi ir com você
— disse. — Para começar, eu não pertencia ao Juárez.
— Lis vai ficar eufórica com a notícia — afirmou ele, bebendo sua
dose. — Quando pretende contar? Você sabe que eu não posso guardar
segredos dela, né? Sua irmã detesta mentiras e omissões.
— Vou ligar mais tarde — falei, consciente de que Lis era toda
sensível com essas coisas. Já sofremos bastante no passado com
segredos.
— Senti a sua falta — soprei, rodeando sua cintura com uma das
mãos, enquanto a outra permanecia em sua nuca. — Ficar longe de você
foi uma tortura. — Toquei seus lábios num beijo prolongado.
Enquanto aprofundava o beijo, as pequenas mãos se enrolaram em
meu pescoço, exigindo cada vez mais.
Agarrei seu rosto, afastando-o do meu para fitar seus olhos. Ela era
tão linda.
Micaela riu.
— Não quero mais sair daqui — mordi seu lábio inferior, gemendo
de prazer por tê-la nos meus braços. — Sua boceta é meu novo lar,
Micaela. Você é meu novo lar. Sem vocês duas, eu não terei nada.
Um só.
— Amo você.
Sorri, encantado.
— Sei que o FBI ignora territórios. Preciso que você tire Juárez da
toca.
— Precisa apenas que eu verifique se ele está lá? Acha que isso o
fará fugir?
Chamou o garoto.
Ambos rimos.
Lis gargalhou.
— Sim, eu sei — falei, entre risos. — Mas vamos ficar bem, Lis.
Estou confiante de que terminaremos com isso de uma vez por todas.
Não aguento mais ter de manter Micaela confinada em casa por medo de
algo acontecer. Eu não a tirei daquele lugar para mantê-la presa.
— Sei disso, irmão — falou em tom baixo. — Ficarei aqui ansiosa
por notícias, por favor, me mantenha informada. Ou sou capaz de pegar
o primeiro voo para San Diego.
Um tempo depois
— Você não vai mesmo ficar? — lamentou Micaela, me abraçando
antes que eu pudesse entrar no carro.
Nos beijamos mais uma vez, e, contra a minha vontade, tive que
me afastar para entrar no carro.
— Mãe!
Dei risada das duas.
— Vou ligar para o Miguel para avisar que estamos aqui — avisei a
Rosalyn, já que minha tia estava na loja ao lado. — Enquanto isso, vou
ver se essas roupas servem. — Mostrei a pilha em meus braços.
— Não aconteceu nada — falei. — Só quis ligar para avisar que saí
com as meninas para o shopping.
Dei risada.
— Safado!
Então, avisei que ia desligar para poder ligar novamente, dessa vez
em chamada de vídeo.
— Por quê? Pretende brigar com ela por ter me tirado de casa? —
Fiz uma careta. — A culpa não é dela, Miguel, eu também quis vir.
— Está certo!
— Que vantagem você pensa que tem para falar isso, sua
vagabunda? — Juárez questionou, dando uma olhada em todos os
lugares, enquanto caminhávamos em direção à saída. — Eu vou sair
daqui. Se me seguirem, Micaela e o que ela carrega morrem.
Ele me puxava pelo lugar, apertava minha garganta com uma das
mãos e, na outra, mantinha uma arma apontada para meu estômago.
Passamos por diversos racks de roupas; aproveitei para pegar um
cabide, que era pontiagudo e de aço. Juárez nem se deu conta, pois
estava mais concentrado em encontrar minha prima.
Sequei a única lágrima que caiu pelo meu rosto, odiando-me por,
mais uma vez, não ter conseguido ser o bastante para Micaela. Sentir-
me tão incapaz assim era doloroso.
Gritar.
Matar.
Deixei tudo para ficar com ela. Cuidar da minha garota era tudo o
que importava.
Segurei sua mão, que estava em meu rosto, e beijei com carinho.
Não havia dúvidas de que eu daria minha vida por eles. Os dois se
tornaram o propósito da minha existência.
— Mas você disse que é trágica. Não quero saber de nada triste!
Ela se mexeu nos meus braços para poder olhar nos meus olhos.
Apaixonado.
— Pode tentar me enganar, mas sei que aprecia esse meu lado
ogro.
Não muito, claro, tendo em vista que Juárez ainda estava vivo.
Mas eu sabia que era só uma questão de tempo até Rosalyn
entregá-lo para nós.
Como prometido, Rosalyn nos avisou quando Juárez seria
transferido para um presídio de segurança máxima — para aguardar
julgamento e ser extraditado para o México —, onde, inevitavelmente,
seria condenado à prisão perpétua pelos crimes que cometeu, incluindo
o genocídio da família da Micaela.
E a surpresa que Angel tinha reservado para ele seria muito mais
satisfatória.
Nos últimos quinze dias — tempo em que ele esteve sob a custódia
do FBI — descobrimos diversas outras barbaridades que este sujeito fez,
cada uma pior que a anterior. Ele durou mais do que esperávamos no
submundo do crime.
Eu que o enganei.
Era algo a se questionar, pois não tinha lógica ele ter se arriscado
tanto. A única explicação plausível era sua obsessão pela minha garota.
— Aquela vagabunda era minha — vociferou, com os olhos
ensandecidos. — Criei-a desde pequena, esperei que amadurecesse,
porque, segundo os mais conservadores, seria errado comer uma boceta
infantil — disse, fitando-me com escárnio. Estava me provocando, eu
sabia disso. — Ela não tinha o direito de ceder o que era meu para outro
homem. — Cuspiu no chão depois que terminou de falar.
Fui para uma sala que havia no depósito para aguardar enquanto
um representante de cada organização criminosa, com quem o idiota se
meteu, entrasse para cobrar dele.
Ele mal conseguia abrir os olhos. Eu sabia que estava vivo, porque
podia ouvir sua respiração ofegante e baixa.
UM MÊS DEPOIS
— Ela dormiu? — Me assustei com a voz baixa da Micaela, atrás
de mim.
Franzi o cenho.
Voltou a rir.
Meus beijos voltaram para sua boceta, subindo devagar pela sua
barriga e seios, onde beijei por cima, ignorando os mamilos. Apesar de
ter vontade de chupá-los, respeitaria o alimento da nossa filha.
— Miguel!
Levei uma das mãos para baixo, entre nós dois, para pressionar
seu clitóris.
— Si-sim — gaguejou.
Minha, porra!
Eu precisava dela.
Do seu cheiro.
— Você está com sorte, pois estou aqui para lhe servir, querida —
soprei em seu ouvido. — Meu pau é todo seu hoje... e sempre.
— Jesus! Você está tão linda, meu bem — afirmou minha sogra,
me encarando com olhos brilhantes. Minha relação com ela e seu marido
era maravilhosa, eu me sentia como uma verdadeira filha para eles. —
Miguel não vai ter olhos para mais ninguém. — Sorriu, encantada,
enquanto ajeitava algo no meu vestido.
Ele me protegia como um irmão mais velho, além do que era pago
para fazer, sendo assim, um grande segurança pessoal. Logo que se
curou do ombro, voltou ao seu cargo.
— Mas foi uma maldade sua, porque na ocasião, você revelou que
estava esperando um bebê, filha — contou minha sogra, entre risadas.
Um pequeno protetor.
Eternamente feliz.
Assim que nos beijamos, fui incapaz de esconder o sorriso em
meus lábios. Com os braços ao redor de seu pescoço, Miguel se afastou
para poder me encarar nos olhos.
Sorri, emocionada.
— Sempre fui.
— Amo você.
— Eu amo mais.
FIM
SANTINO E MELANIE
SANTINO
— Tino?! — Ouvi a Mel me chamar. — Estava te procurando —
disse, enquanto eu a assistia vindo na minha direção.
SINOPSE
Angel Herrera era conhecido por ser um homem impiedoso e letal
nos negócios. Como chefe do maior cartel do México, não havia limites
para suas ações nem para sua ambição. O que ele queria, ele tomava.
Sua Criptonita.
Lis Pérez era uma garota doce, porém, carregava consigo uma
aura sombria, cuja razão, ela não entendia, já que fora criada sob um
teto que, apesar de humilde, continha muito amor.
SINOPSE
Uma única escolha poderia mudar nossas vidas de forma
irreversível?
Mercenário;
Caça recompensas;
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