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TEORIAS DO JORNALISMO

PLANO DE ENSINO

CURSO : COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO


SEMESTRE : 3º semestre
DISCIPLINA: Teorias do Jornalismo
CARGA HORÁRIA SEMANAL: 3h / aulas.
CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 60h / aulas.

I - EMENTA

Abordagem histórica das teorias da Comunicação e do Jornalismo.


Análise das diferentes abordagens. As correntes americanas e as
europeias. Fundamentos epistemológicos para uma teoria do Jornalismo.
As contribuições das diversas disciplinas e abordagens para a
formulação de uma teoria do jornalismo.
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II - OBJETIVOS GERAIS

Possibilitar aos alunos as condições para o desenvolvimento do


pensamento e da análise crítica dos processos e signos que constituem
o jornalismo, por meio da abordagem de diferentes correntes que
estudam essa área.

III - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Ao final do curso, o aluno deverá ser capaz de discernir as diferentes


correntes teóricas do jornalismo e suas influências nos meios de
comunicação de massa atuais, assim como identificar quais recursos o
jornalista utiliza para construir diferentes realidades.
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IV - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

A comunicação e o jornalismo como objeto de pesquisa.


Tendências das pesquisas na área
A teoria funcionalista e a teoria crítica
A questão do mito da objetividade jornalística
A teoria do espelho
A teoria do newsmaking
A teoria do agendamento
Contribuições das ciências da linguagem para o Jornalismo

V - ESTRATÉGIA DE TRABALHO

Aulas expositivas. Discussões em sala, a partir da leitura de textos


escolhidos. Análise de matérias publicadas na imprensa (diária, semanal,
mensal; geral e especializada). Seminários de estudos de casos
seguidos de discussão.
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VI - AVALIAÇÃO

O aluno será avaliado por meio da aplicação de: provas bimestrais;


exercícios ou trabalhos individuais e/ou grupais, aplicados em sala de
aula ou para entrega posterior.
Cada um desses instrumentos de avaliação terá peso específico na
composição das médias bimestrais, conforme os critérios gerais de
aproveitamento da UNIP.
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VII - BIBLIOGRAFIA

Bibliografia Básica

BELTRÃO, Luiz. Iniciação à filosofia do jornalismo. São Paulo: Edusp,


2008.
PENA, Felipe. Teoria do jornalismo. São Paulo: Contexto, 2005.
WOLF, Mauro. Teorias das Comunicações de Massa. São Paulo: Martins
Fontes, 2008.

Bibliografia complementar

MELO, José Marques de. Jornalismo opinativo: gêneros opinativos no


jornalismo brasileiro. São Paulo: Mantiqueira, 2003.
PENA, Felipe. Mil perguntas- Jornalismo. Rio de Janeiro: Rio, 2004.
TRAQUINA, Nelson. Teorias do Jornalismo.Florianópolis: Insular, 2004.
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lisboa: Presença, 2006.
TEORIAS DO JORNALISMO
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Teoria do Espelho – uma espécie de ideologia


profissional dos jornalistas.
As notícias são como são porque a realidade assim
as determina.
O jornalista é um comunicador desinteressado; sua
missão é a de informar, buscar a “verdade”, contar o
que aconteceu, “doa a quem doer”.
Daí a ideia de “espelho” – espelho do real.
Meados do século XIX.
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O jornalista como perito

Willian Johnston – 1851


“O povo da Inglaterra em geral não tem gosto pela
discussão como pela informação. Interessa-se muito
mais pelos fatos que pelos mais iluminados
raciocínios sobre esses fatos.”
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A partir de 1900, o relato cronológico dá lugar ao lead.

Surge a lógica da pirâmide invertida, nos EUA.


Um valor central para a cultura jornalística: o
imediatismo.
O impacto do telégrafo – jornalismo em tempo real.

Crescente sentimento de autoridade, de se poder decidir


quais são os elementos do acontecido mais importantes.

Surgem conceitos e recursos técnicos como elementos


sistematizadores da profissão:
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- Estenografia: a reportagem que é capaz de recontar a


realidade. A descrição ganha importância fundamental.
- Entrevista: the New York Herald
- Fontes múltiplas: o primeiro olhar para a lógica
democrática
- Jornalismo de disfarce: primeira reportagem do
gênero acontece no New York World (anos 1880), em
um hospício. Ideia de “furar” as barreiras que se
impõem contra a verdade.
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-1ª função do jornal: noticiar com exatidão

- Distanciamento e imparcialidade: valores que


requerem a ideia de “profissão”.

- Ética: prevalência do interesse da comunidade sobre


o interesse próprio
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- O que é interessante X o que é importante

“Na definição e construção das notícias, a importância


do que é importante não pode ser apagada pelo
imperativo do que é interessante.”

- Relação simbiótica entre o jornalismo e a democracia,


em que o conceito de liberdade está no núcleo da
relação
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- O primeiro poder do jornalista é a decisão última do


que é notícia, sabendo que a notícia dá existência
pública aos acontecimentos ou à problemática

- o segundo poder é a última palavra sobre a


construção do acontecimento como notícia. Notícias
são construções, narrativas, histórias, elaboradas a
partir de padrões industrializados, a exemplo da
própria pirâmide invertida.
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- Ninguém controla o jornalismo nas sociedades


democráticas.

Controle do jornalismo significa censura. Censura fere


a liberdade de expressão – um dos pilares da
democracia.

- As vozes alternativas a partir do ciberespaço.


Descentralização do poder da emissão
Terreno vasto para os jornalistas
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Teoria da Ação Pessoal ou do Gatekeeper – o termo é


de 1947. David Manning White (anos 1950).

Baseia-se na ideia de seleção, assumidamente a partir


da subjetividade.

A informação deve passar por uma série de escolhas


(gates, “portões”), sob a ótica do jornalista, ou do
gatekeeper, para garantir espaço no jornal.
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Teoria do Newsmaking – o jornalismo é um processo


resultante de construção.

Fatores de noticiabilidade.

Valor-notícia.

Em 1965, Johan Galtung e Mari Holmboe Ruge


propõem qual sejam esses fatores:
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Impacto

Amplitude – Quanto maior o número de pessoas


envolvidas, maior a probabilidade de o fato se tornar
notícia.

Frequência – Quanto menor for a duração do fato, maior


será a probabilidade de o fato se tornar notícia.

Negatividade – A má notícia vende mais que a boa notícia.

Imprevisibilidade – Quanto mais imprevisto for o fato,


maiores as chances de ele se tornar notícia.

Clareza – Rápida identificação do problema, aquilo que não


demande conhecimento aprofundado sobre determinada
problemática tem mais chance de se tornar notícia.
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Empatia com a audiência

Personalização – Possibilidade de identificação, o que


possa ser retratado em torno de pessoas.

Significado – Proximidade geográfica e temporal.

Peso internacional – Países do chamado primeiro mundo


têm mais probabilidade de se tornarem notícia.

Peso pessoal – Pessoas tidas como mais relevantes têm


mais probabilidade de se tornarem notícia.
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Pragmatismo

Consonância – O feeling profissional do jornalismo o leva a


esperar por determinados acontecimentos. Sua experiência
o leva a perceber com mais facilidade o que vende mais
jornal.

Continuidade – Histórias com potencial de andamento,


acompanhamento, desdobramentos são mais noticiáveis.

Composição – O equilíbrio e certa equidade entre as


diversas notícias da mesma seção e entre as seções.
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A Teoria Organizacional – Warren Breed (anos 50)

Warren observa o jornalista inserido no ambiente onde


trabalha, a empresa jornalística.
Importância (peso) dos constrangimentos
organizacionais sobre a atividade profissional do
jornalista.
Em “Controle social da redação: uma análise
funcional”, Breed diz:
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“Quando o jornalista inexperiente começa o seu


trabalho, não lhe é dita qual é a política editorial. Nem
nunca será.

“Ele aprende a antever aquilo que se espera dele, afim


de obter recompensas e a evitar penalidades.”

Em suma, segundo a Teoria Organizacional, a ênfase


está em uma cultura organizacional, não em uma
cultura profissional.
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Os fatores que, segundo Breed, promovem o


conformismo com a cultura organizacional:

1) A autoridade institucional e as sanções.


- há sempre alguém que concentra o poder de
definir quem cobre o quê, quem distribui as pautas
conforme o perfil de cada jornalista
- alterações no texto (copy)
- atribuição de importância a cada matéria (e
paginação, volume de texto, etc., nos impressos e
web)
- queda de matérias
- etc.
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2) Os sentimentos de obrigação e de estima para com


os superiores

- laços de amizade

3) Aspirações de mobilidade
- lutar contra a orientação editorial do jornal constitui
um obstáculo para os avanços na carreira.

4) Ausência de conflitos
- as redações são lugares pacíficos
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5) O prazer da atividade
-Jornalistas costumam adorar o que fazem;
gratificações não financeiras (variedade de
experiências; ser o primeiro a saber; convívio com
celebridades etc.)

“Jornalistas estão próximos das grandes decisões, sem


ter de tomá-las. Tocam no poder sem precisar exercê-
lo.”

6) As notícias como valor


- As notícias são um desafio constante. Vencê-lo
diariamente demanda harmonia entre jornalista e
direção, cimentada pelos interesses comuns.
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Outros elementos que condicionam o modo do fazer


jornalístico segundo o olhar da direção da empresa:

- A importância do fator econômico na atividade


jornalística.

“O fator econômico é determinante para que as


notícias sejam como são.”

O espaço disponível para a informação é determinado


pelo espaço disponível para a publicidade.

Na radiodifusão, a lógica da audiência. Favorecimento


ao sensacionalismo.
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Os 5 fatores sob influência do jornalista para lidar


com (enfrentar) a direção da organização:

a) As normas da política editorial nem sempre são tão


rígidas e claras.

b) A despeito das orientações editoriais centrais, o


jornalista, durante a maior parte da atividades, pode
decidir quem entrevistar, o que realçar, que tom dar
aos elementos da notícia etc.
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c) Utilizar a cobertura do jornal concorrente como fonte


de persuasão para pleitear junto à diretoria o direito
de acompanhar determinados assuntos.

d) À medida que o jornalista se especializa, torna-se


mais fácil para ele defender a definição de conteúdo
e forma das matérias na sua área de conhecimento.

e) O “estatuto” do jornalista. Jornalistas-empregados


com um “estatuto” de “estrela” têm mais liberdade
em relação à linha editorial da empresa onde
trabalham.
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Teorias da Ação Política – influência de autores


marxistas (como Gramsci), bem como pela
redescoberta da problemática da linguagem (Barthes)
(anos 60).
Interesse pela ideologia.
Nas universidades de todo o mundo, o ensino do
jornalismo debruça-se sobre a relação entre
jornalismo e sociedade, sobre as implicações
políticas e sociais do jornalismo, o papel social da
notícia.
Expectativas frente ao jornalismo por conta da teoria
democrática.
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A parcialidade (em nome do “povo”) não é apenas


aceita, mas esperada do jornalista por setores da
sociedade.

A revitalização e intensificação da idéia de Quarto


Poder.

Se não de forma explícita, ao menos nos códigos


deontológicos da profissão o jornalista ocupa o
papel de “servidor público”, “cão de guarda” que
protege os cidadãos dos abusos de poder.
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Para a esquerda ou para a direita, o jornalismo é


visto como fenômeno midiático em prol de ideologias.

As notícias são distorções sistemáticas que servem a


interesses políticos de certos agentes sociais, que
utilizam a notícia na projeção da sua visão de mundo,
da sociedade, etc.

Da direita, Kristol (1975) e Efron (1971) acreditam


que as grandes redes de tevê norte-americanas
fazem parte de uma nova classe de burocratas e
intelectuais que têm o interesse de expandir a
atividade reguladora do Estado à custa das empresas
privadas.
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Da esquerda, Herman e Chomsky (1989)


argumentam que o conteúdo das notícias não é
determinado nem ao nível interior (do jornalista)
nem interno (da empresa jornalística), mas ao nível
externo, da macroeconomia. A estrutura econômica
que rege a relação entre a empresa jornalística e o
mercado condiciona a notícia.
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Teoria do Agendamento – ou Agenda-setting theory, no original, em


inglês, é uma teoria formulada por Maxwell McCombs e Donald Shaw, na
década de 1970.

A mídia determina a pauta (em inglês, agenda) para a opinião pública ao


destacar determinados temas e preterir, ofuscar ou ignorar outros tantos.

Ou seja, a mídia não nos diz o que pensar, mas sobre o que pensar.

McCombs e Shaw criaram a teoria a partir da observação de um fato um tanto


óbvio: quanto mais um acontecimento é noticiado pela imprensa, mais ele tem
importância para o público.

Em 1922, Walter Lippmann já dizia que as pessoas não respondiam ao mundo


real, mas sim a um “pseudo-ambiente criado por imagens em nossas cabeças”,
produzidas pela imprensa. Bernard Cohen, nos anos 1960, proferiu a frase que
pode ser considerada a pedra fundamental dessa teoria:
“Na maior parte do tempo, [a imprensa] pode não ter êxito em dizer aos leitores
o que pensar, mas é espantosamente exitosa em dizer aos leitores sobre o que
pensar.”
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As teorias construcionistas – a notícia como


construção (anos 1970)

A investigação acadêmica leva a um novo


paradigma: a notícia como construção.

A teoria do espelho é claramente rejeitada.

A linguagem não tem como “traduzir” um significado


“inerente” às coisas. Linguagem neutra não existe.
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“Considerar as notícias como narrativas não nega o


valor de as considerar como correspondentes da
realidade exterior” (Bird e Dardenne)

“As notícias enquanto abordagem narrativa não


negam que as notícias informam; claro que os
leitores aprendem com as notícias.” (idem)

Porém, profissionais resistem ao paradigma


construcionista, apesar do fato de se referirem às
matérias sempre como histórias.
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Stuart Hall (1984) destaca que:

“O jornalista diz que apenas reproduz o que


aconteceu. Mas quando se afirma que qualquer
acontecimento pode ser construído das mais
diversas maneiras, isso mina o sentido de
legitimidade profissional dos jornalistas. Eles
resistem à noção de que a notícia não é um relato,
mas uma construção.”
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Itzhak Roeh (1989) diz que:

“O fenômeno mais impressionante do jornalismo


ocidental, tanto na práxis quanto na teoria, é a fé
metafísica obstinada e conservadora de que a
linguagem é transparente. O erro dos profissionais e
dos estudantes de jornalismo está na recusa de
situar a profissão onde ela pertence, no contexto da
expressão humana, da atividade expressiva. É a
recusa de encarar a notícia como aquilo que ela é:
contar história.”
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Michael Schudson afirma (1995) quê:

“As notícias são produzidas por pessoas que


operam, incoscientemente, num sistema cultural,
um depósito de significados culturais armazenados
e de padrões de discursos.”

“As notícias como uma forma de cultura incorporam


suposições acerca do que importa, do que faz
sentido, em que tempo e lugar vivemos...”
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Colby (1975) utiliza o termo “gramática cultural” para


referir as regras da construção narrativa.

“Este trazer de acontecimentos ao campo dos


significados quer dizer, na essência, reportar
acontecimentos invulgares e inesperados para os
‘mapas de significado’ que já constituem a base do
nosso conhecimento cultural, no qual o mundo social já
está traçado.”

Ou seja, até mesmo o inédito (um dos valores principais


da notícia) sempre é previsível, ao menos parcialmente.
Exemplos: a bolsa despencou; houve um golpe de
estado em algum lugar do mundo; uma loja de fogos de
artifício explodiu; nasceu um bebê com mais de 6kg;
Lula discursa na ONU... (lembre-se do que diz a Teoria
Crítica sobre a indústria cultural...)
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Teorias estruturalista e interacionista – anos 1970

Para ambas, a notícia é uma construção social, fruto


da relação entre o jornalista e os demais agentes:

fontes, de informação;
sociedade;
membros da comunidade profissional; outros.
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Ambas também rejeitam a teoria do espelho e o


empiricismo ingênuo do jornalista.

A notícia sempre é resultado de interação social.

Ambas reconhecem a importância dos


constrangimentos organizacionais, pesquisados por
Warren Breed (teoria organizacional).

Mas diferente do que pensavam os representantes


da teoria organizacional, essas teorias acreditam
num processo osmótico do profissional na
comunidade profissional – para além das próprias
empresas.
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Importância da cultura jornalística e das rotinas


jornalísticas.

Ambas rejeitam, portanto, as teorias conspiratórias


(teorias da ação política). A comunidade jornalística
exerce algum grau de autonomia.

Notícias são narrativas, são histórias.

Carey (1986) diz que a pirâmide invertida e a sua


necessidade de selecionar, excluir e acentuar é um
exemplo de como a notícia, ao dar vida ao
acontecimento, constrói a realidade.
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Para Robert Manoff (1986), a escolha que o


jornalista faz da narrativa é orientada pela
“aparência” que a realidade assume para ele.

A teoria estruturalista reconhece relativa autonomia


do jornalista, em contraposição à idéia do controle
político ou econômico externo.

Subordina-se, especialmente, a:
a) organização burocrática dos média
b) “valor-notícia”

O “valor-notícia” estaria no centro desse processo.


É uma espécie de ideologia profissional. O “fora do
comum”.
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O termo estruturalismo vem da relação estrutural


entre o jornalista e as fontes.

Predisposição à consulta a fontes oficiais,


institucionalizadas, por conta das pressões por
objetividade e imparcialidade.

Nessa ótica, não são os média os definidores dos


acontecimentos, mas a relação entre eles e a
autoridade, as fontes poderosas, ou os “definidores
primários”.

Jornalistas não desafiam os “definidores primários”.

Daí a idéia de que o espaço jornalístico seja um


campo por onde circula (e reina) o poder dominante.
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A Teoria Interacionista

Acrescente-se a tirania do tempo. O desafio


cotidiano é elaborar um produto final.

A atividade jornalística é de ordem prática, sob


critérios práticos.

Os acontecimentos podem acontecer a qualquer


momento, em qualquer lugar. Essa imprevisibilidade
obriga a empresa jornalística a adotar estratégias:
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Ordem no espaço

a) Responsabilidade territorial
b) Especialização – sentinelas em certas organizações
(que do ponto de vista do valor-notícia são especiais)
c) Especialização em temas

O envio de correspondentes, por exemplo, obecede a


essa lógica.
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Ordem no tempo

a) Assim como se espera que acontecimentos mais


importantes aconteçam em determinados locais, também se
espera que aconteçam durante as horas normais de
trabalho.

O principal efetivo dos jornais atua durante esse horário.

b) A agenda. A empresa jornalística procura se organizar


em torno de uma agenda, permitindo a organização do seu
próprio trabalho.

c) O ritmo jornalístico leva à condicionante de se atribuir


mais importância ao acontecimento que às problemáticas.

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