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Leon Stanley acreditava que a riqueza e os negócios eram tudo o que mais importava em sua vida,
até conhecer Cassandra Werner. Uma mulher 21 anos mais nova, que chegou para ensinar que o
amor não tem idade para acontecer, mas principalmente para provar que ele esteve errado a vida
toda!
SINOPSE
Acabei de completar meus 18 anos e carrego dentro de mim uma dor
insuportável! Perdi os meus pais para a pandemia que dominou o mundo, e
estive por mais de 30 dias imersa em tristeza. Talvez mudar de cidade fosse
o que eu precisava nesse momento? Sabe? Como dizem, vida nova.
Genevieve Flin, minha melhor amiga, me convidou a morar na “Big Apple”
e a trabalhar com ela. Disposta a viver novamente, decidi entregar-me aos
momentos e senti-los intensamente. Cometi uma loucura em pleno voo para
Nova York e me entreguei a um homem misterioso. Por que fiz isso?
Ansiava por sentir adrenalina, por me aventurar e perceber que, sim, meu
coração ainda batia.
Minha vida teve uma trágica mudança quando descobri que o deus
grego era Leon Stanley, meu novo chefe e também CEO da maior empresa
de Tecnologia das Américas. Um homem indecente, sedutor, dono de um
par de olhos verdes esmeraldas e uma voz potente, capaz de despertar a
alma.
Meu corpo amolece e viro o meu rosto de uma vez para encará-lo.
Sem calcular a rapidez do movimento, nossas bocas se chocam. Poderia
simplesmente me afastar, mas paraliso e permito que meus lábios encostem
suavemente e por alguns segundos no dele. Um sentimento novo, que nunca
vivenciei, domina os meus sentidos e um beijo inesperado acontece. A
sensação é de liberdade, com uma leve pitada de proibido. O beijo torna-se
incandescente quando suas mãos quentes seguram o meu rosto e sua língua
safada invade a minha boca.
CAPÍTULO 2
Permito que seus lábios deslizem pelos meus e fecho os meus olhos
sentindo a língua magnífica dele envolver a minha. Um beijo ardente,
gostoso, lento e que me excita loucamente. Quando nossas bocas se
afastam, nos admiramos assiduamente e com desespero outro beijo
acontece. Não consigo controlar o meu corpo, ele parece criar vida própria
e em poucos minutos estou praticamente arrancando o cinto para sentar no
colo dele.
Meu coração acelera em imaginar que ele está assim por minha
causa. Sempre fui uma garota reservada e loucura não é bem minha praia,
mas algo nele tira a minha compostura.
Com calma e plena sigo até o aeroporto, pego minha mala na esteira
e peço um táxi. Essa foi a primeira vez que fiz uma loucura desse nível na
minha vida, ficar com um homem dentro do banheiro do avião. Não sinto
arrependimento, pelo contrário, foi extraordinário e só de lembrar me encho
de tesão.
一 Como você fica com um deus grego e não pergunta o nome dele?
一 interroga, indignada.
一 Não, aparentava ter uns trinta e poucos anos, pelo porte físico
malhado e elegância acredito ser um homem bem-sucedido na vida.
Homens mais velhos sempre chamaram minha atenção.
Quando perdi os meus pais naquela fatídica noite obscura, senti que
a minha vontade de viver foi enterrada com eles. As lágrimas passaram a
ser minha companhia e na maioria das noites procurei conforto em uma
garrafa de vodka. Uma garota recém-adulta que perdeu completamente o
sentido da vida. Por alguns instantes, enquanto beijava e era afagada pelos
braços musculosos do homem misterioso, me senti feliz e desejada.
Ava não diz nada, apenas balança a cabeça e caminha para o outro
lado da recepção.
一 Assim que chegar o meu café me entregue imediatamente. 一
Ordena irritada entrando em sua sala e fechando a porta.
Passo pela porta e solto uma respiração frustrante, que estava presa
em meu peito. A primeira impressão é a que sempre fica, e para mim, essa
mulher é extremamente soberba e sente-se superior.
Antes que eu possa falar qualquer coisa, ele segura o meu braço e
me arrasta com ele. Minhas pernas ameaçam travar, porém, encontro
minhas forças e sigo ao seu lado. Para a nossa completa sorte, não há
ninguém na recepção. Entramos na sala e bruscamente ele fecha a porta ao
passo que prende o meu corpo com força na parede.
一 Qual foi a parte que era casual e insignificante que você não
entendeu? 一 interroga ele, com o olhar preso ao meu. 一 Como conseguiu
o meu nome e o que faz aqui? Está querendo um relacionamento sério? Pelo
amor de Deus, pequenina… foi apenas uma transa e nada mais. 一 enfatiza,
imaginando que estou aqui a sua procura.
Uma risada escapa dos meus lábios e intrigado, ele franze o cenho e
parece procurar nos meus olhos a resposta para o meu comportamento.
Minha ficha cai e percebo que ele é casado, rico, poderoso e traiu a
esposa justamente comigo.
“Puta que pariu, com tantas mulheres no mundo, por que tinha que
ser logo comigo?”.
“Como vou trabalhar para esse homem, se tudo que vem na minha
mente é a imagem daquele pau bonito e gostoso? Meu Deus, estou fudida”.
CAPÍTULO 4
Ignoro meus pensamentos sórdidos caminhando até a sala
novamente e quando atravesso a porta o homem está sentado na enorme
cadeira de couro preta. Ele exala supremacia, elegância e tenta disfarçar que
está me admirando escondido. Deposito o copo de café em cima do porta-
copos e paro em sua frente. Leon arqueia a sobrancelha e não desvia o olhar
da tela do notebook.
一 Ainda não terminei pequenina, uma dica importante para ser uma
excelente funcionária é “espere o seu chefe terminar de falar”. 一 Ele solta
uma risada rasa me provocando.
A minha vontade é de perder a compostura e me aproximar dele,
agarrá-lo pelo colarinho e brigar contra os lábios perfeitos daquele homem.
Tudo que faço é abrir um sorriso simples e aguardo que ele termine
de proferir suas ordens.
一 Vou perguntar para a Srta. Ava quanto ela pagará de extra para
fazer o trabalho dela, já que obviamente está sendo mal-executado. 一
Refuto, enquanto percebo os olhos maliciosos dele se escurecerem.
Meu corpo está excitado só por lembrar dos seus toques. Aquelas
mãos quentes que inteiramente passearam pelo meu corpo enquanto nos
agarramos dentro daquele banheiro nas alturas. Só de imaginar senti-las de
novo, fico com as pernas bambas. Lembro também dos dedos grandes
deslizando na minha entrada e me explorando com movimentos rápidos e
intensos.
一 Muito bem, srta. Werner, pelo que percebo, você foi uma
contratação de ouro! 一 elogia Leon, arrancando os papéis da mão da Ava e
caminhando em direção a sala de reuniões.
A cada gesto premeditado que ele fazia com as mãos, em cada fala
certeira e em cada expressão que adotava, um suspiro escapava
secretamente dos meus lábios. O homem é um verdadeiro líder, que leva em
consideração todos os pontos do cliente e trabalha para evoluí-los, sempre
com respeito e autonomia. Enquanto assinam os papéis, estou suspirando
sendo totalmente enfeitiçada pelo poder desse homem indecente. Eles
finalizam a reunião apertando as mãos em respeito e Fonsi se despede de
mim, saindo pela porta feliz e satisfeito.
O deus grego coloca uma música suave para tocar, esmagando meu
peito e inundando minha mente de memórias. Lembro-me do meu pai
sorrindo e das manhãs de domingo em que a mamãe fazia suas panquecas
deliciosas acompanhada de chocolate quente. Nessa época do ano ela já
estaria enchendo a casa com biscoito gingerbread e meu pai estaria fazendo
inúmeras perguntas difíceis para concluir as palavras-cruzadas do jornal
impresso.
“Vocês fazem tanta falta na minha vida, mamãe e papai. Queria ter
tido a chance de vê-los uma última vez”.
— Perdi os meus pais para uma doença e essas pessoas nas ruas
felizes com suas famílias, me fizeram lembrar que não tenho mais a minha.
— desabafo, enxugando uma lágrima intrusa que cai do canto dos meus
olhos.
— Sinto muito por isso, pela sua tristeza. É recente essa perda?
— Sim, foi há um mês, por isso estou aqui em Nova York, para
começar uma vida nova. — confesso voltando minha atenção para os
prédios lá fora.
— O que houve? Por que essa cara? Parece que está com dor de
barriga. — provoca o meu querido chefe.
— Não sei, não como apenas um grão de arroz, como vocês ricos
fazem. — falo com deboche.
Leon analisa o ambiente e parece ser dominado por algo que não
consigo decifrar. Pelo olhar, está questionando se um prato dessa comida
chique poderia me satisfazer.
Quando esbarrei naquela pequena criatura no aeroporto de “Little
Rock” fiquei impressionado com a sua beleza. Cassandra possui olhos azuis
como o mar, cabelos castanhos longos levemente ondulados, estatura média
em torno de 1,65 e é dona de um sorriso encantador. Ao vê-la notei pelo
jeitinho singelo que era uma moça do interior, mas independente disso, o
olhar foi capaz de me entorpecer e me deixar confuso.
Aquele não era para ser o meu voo, todavia, me atrasei e precisei
embarcar no primeiro disponível para Nova York. Quando a tive em meus
braços e vivi aquele momento quente e inesperado, agradeci por ter
aceitado entrar naquele avião.
Volto minha atenção a ela que está bem diante de mim
impressionada pelo restaurante ser exacerbadamente luxuoso. Ser
surpreendido na empresa com a presença dessa mulher quase me deixou
furioso, por um momento achei que ela estava ali para fazer alguma
chantagem. Se ela não fosse uma pessoa enigmática e não tivesse me
deixado tentado a pecar de novo, eu nem me importaria. Porém, agora,
tenho que olhá-la e ficar secretamente imaginando meu pau afundando na
sua boceta exclusiva.
Seu rosto fica corado pelo meu toque e sua pele é tão macia que
segurar sua pequena mão já me deixa de pau duro. Lembro que ela tem
apenas 18 anos enquanto estou no auge dos meus 39, uma diferença
considerável e que causaria falatórios. Solto ela no mesmo instante, com a
minha mente me penalizando para manter o controle de tudo.
— Não, essa é a primeira vez, mas não posso negar que estou
animado — diz, abrindo a garrafa de vinho e servindo uma taça.
— Sim, não serei hipócrita e nem fingirei que sou um homem fiel,
me casei por contrato, sendo um casamento de negócios. Após algumas
tentativas falhas de vivermos um casamento real, decidimos que
manteríamos apenas as aparências. — confessa Leon.
— Isso é inaceitável, então, por ficar casado sem amor, sai comendo
todas as mulheres por aí? — opino, incrédula.
— Sim, Cassandrinha, você foi apenas mais uma que fez parte do
meu menu de satisfação fora do casamento. Não posso me divorciar, preciso
me aliviar de alguma forma.
— Isso é horrível, acha que por ter dinheiro pode comprar o mundo?
— rebato, chateada.
— Isso é para que eu me sinta pior? Escute, não concordo com o seu
estilo de vida, porém, não estou aqui para dizer como você precisa viver e
nem tratar as pessoas. Nunca mais chegue perto de mim, minha relação com
você será restrita, apenas para negócios. — esclareço, confiante.
— Como assim? Não vai me permitir tocar o seu corpo essa noite?
Nem sentir a sua boceta me dando prazer? — esbraveja Leon,
inconformado.
Esse ser cafajeste, que se acha o dono do mundo, pensa que sou
como todas as outras mulheres que se divertem, porém, não estou aqui em
busca de um relacionamento fracassado, e sim dê um recomeço. Após
perder as pessoas da minha vida, precisava de uma mudança, sentir que
posso escolher o meu próprio destino. Ficar com um homem complexo
como ele, jamais esteve na minha listinha de desejos, pelo contrário, nunca
passou uma maluquice dessas pela minha cabeça.
— Obrigada Gen, mas estou cansada, acho que vou deitar mais
cedo.
— Uau, está muito linda hoje Cass. O que aconteceu para ativar esse
seu lado vaidoso de novo? — analisa Gen, curiosa.
— Apenas quis deixar a vida mais colorida, não sei bem por quê.
— Hoje está um dia lindo, ótimo para tomar uma boa dose de
whisky. — diz o desconhecido, esticando a mão para me cumprimentar.
— Sim, uma dose de whisky, com café e dois cubos de gelo para
realçar o sabor. — concordo de imediato, apertando com firmeza a mão
dele. — Nessa época do ano, com o inverno chegando, uma bebida
alcoólica sempre faz bem. — O homem sorri com a minha resposta e leva
as mãos a cintura com certo questionamento.
— Nunca vi uma moça linda como você nesta empresa. Você é nova
aqui? — interroga, estudando o meu rosto.
Coloco a caixa na mesa de vidro. Ava com cara de nojo senta atrás
da mesa e retira um pequeno bloco de notas da gaveta.
Meus olhos se arregalam e percebo que não foi nada acidental, será
que Ava Stanley cometeria agressão e queimaria os cabelos de uma pessoa?
O quão desequilibrada ela poderia ser? Ava cessa qualquer dúvida com sua
fala horrorosa.
— Pode ser que amanhã você esteja bem! Respira, ainda faltam
algumas horas. — menciono positivamente.
Após fazer uma sopa para que ela se sinta melhor vou até o quarto.
Abro meu nécessaire e retiro uma pequena carta escrita pelos meus pais no
natal passado. Meus olhos se enchem de lágrimas ao notar que as palavras
se encaixam perfeitamente no que estou sentindo. Leio novamente as lindas
palavras me recordando da voz deles, enquanto sou inundada por uma
saudade sem fim.
— Amiga, me perdoe, sei que é sua primeira semana, que você não
merecia ter tido uma reunião no primeiro dia e agora ir a um evento, mas
não tem outra opção. Você precisará acompanhar nosso chefinho nessa
festa. Sinto muito! — avisa, entristecida.
Sinto que meus nervos palpitam por baixo da minha pele. Sempre
fui uma garota dramática e minha pele parece murchar em desidratação
após essa notícia devastadora. Minhas pernas amolecem e em minha cabeça
imagino flashbacks do Leon ao meu lado com toda aquela supremacia,
tirando completamente o meu fôlego. Não conseguirei resistir às investidas
do indecente, ainda mais hoje que cogito aproveitar cada bebida caríssima
servida naquele evento.
“Não faço a menor ideia de como funciona uma festa desse nível,
espero não me tornar a piada de todos os ricos essa noite”.
CAPÍTULO 8
Genevieve entra no meu quarto com um vestido em uma capa preta
protetora. Não sei a cor, o modelo, se é bonito ou feio. Vou rapidamente
para o banho e enquanto a água quente cai no meu corpo, mil dúvidas
perturbam minha mente. Quando retorno ao quarto, Genevieve está deitada
na minha cama e dá apoio moral.
— Uau, esse ano ela caprichou na escolha. Está com sorte amiga. —
diz minha melhor amiga, surpresa com o vestido.
— Com toda certeza nunca vesti nada tão caro na minha vida. —
ressalto, com os olhos presos ao vestido.
— Não vai com esse não, deixa guardadinho, vai que você perde
amiga. — avisa Genevieve, segurando minha mão com carinho.
— Não se preocupe, se não está feliz com a minha presença, não irei
mais. — Leon rosna entredentes.
— Você ficará linda com esse colar, aliás, mais linda do que você já
é. — As mãos dele seguram a corrente brilhante e tocam o meu pescoço.
— Não posso usá-lo Leon, deve ser caríssimo, não tenho dinheiro
para pagá-lo caso o perca. — Meu rosto fica inteiramente corado ao sentir
os dedos dele, na minha pele.
“Por que Leon Stanley me daria um colar desses? Ele acha que sou
comprável? Mais uma vez ele está tentando dar algo em troca de sexo?”.
— Não quero nada de você. Se pensa que farei sexo depois que
beber todas nesse evento, simplesmente por ter me dado um colar de
diamantes, está inteiramente enganado. — Minha raiva grita dentro de mim
enquanto puxo o colar e jogo contra o corpo dele.
— Acha que não vejo o seu pau duro nas calças? Pode negar, mas
chega a ser ridículo achar que sou inocente ao ponto de não perceber que
você só está querendo se aproveitar de mim. — Ele leva rapidamente a mão
direita ao volume exuberante, tentando cobrir o inevitável assim que escuta
minha afirmação.
— Não sairei com você nos meus braços. Cuidado, bela moça, se
não podem dizer que estou te embebedando. — Leon me olha atento
enquanto viro novamente o champanhe na minha boca, ele sorri, limpando
o canto dos meus lábios com excesso de bebida.
— Queria ser o jantar dele essa noite, dizem que ele é um animal
feroz na cama. Porém, não é fácil assim fisgá-lo. Dizem que só fica por
contrato, a garota precisa assinar dizendo que jamais contará que ficou com
ele — supõe a garota morena enquanto as outras levam as mãos aos lábios
em choque.
Saio do pequeno reservado e passo uma água nas mãos e molho meu
pescoço. A porta se abre de uma vez e penso ser uma das garotas voltando,
mas é o Leon, atrevidamente invadindo o toalete feminino.
— Você sempre faz isso? Essa área é privada, não pode invadir
assim, já estou saindo Leon Stanley. — Meu tom sai mais ríspido do que eu
gostaria. Perceber que todas as mulheres o desejam me incomoda.
Leon se afasta e sinto falta do seu calor e do seu toque ácido. Ele se
move até a porta e a tranca, nesse instante meu coração acelera e as minhas
mãos ficam frias.
— Você não vai falar nada, apenas vai gemer enquanto meu pau
entra em sua boceta com força. — assegura ele, me deixando excitada e
ansiosa para senti-lo.
Leon empurra meu tronco encostando no espelho e abre com força
as minhas pernas. Ele abaixa as calças e seu pau robusto, encorpado, grande
e grosso salta para fora, ficando livre. Com força agarra minha calcinha e
rasga de uma vez, lançando-a no chão. Fico desnorteada enquanto seu olhar
safado me admira com perversão minha entrada molhada. Coloco os meus
seios para fora do vestido e apressadamente ele começa a abocanhá-los e
chupá-los com exaltação.
Ele tenta tirar o pau com aflição para que algo indesejado não
aconteça. Quando terminamos, ele me segura forte em seus braços, retira o
cinto de couro que tampava a minha boca e continua beijando os meus
lábios. Sua boca saboreia a minha com avidez e sinto as nossas línguas
macias circularem uma na outra com sensualidade. Leon faz carinho nas
minhas coxas e permanece apalpando o meu corpo, como se precisasse
aproveitar cada pequeno segundo. Ainda não consigo definir porque nos
entregamos a esse desejo insano, isso faz com que o arrependimento
comece a me castigar mentalmente.
My life is brilliant
Minha vida é brilhante
My love is pure
Meu amor é puro
I saw an angel
Eu vi um anjo
(You’re Beautiful - James Blunt)
— Jantar? Que jantar, Rick, ela não sairá com você. — afirma o
Leon.
“É óbvio que ele só queria me comer, agora fica que nem uma
estátua apenas existindo ao meu lado. Como consegui ser tão idiota?”.
— O que pensa que está fazendo Leon Stanley? — ele sorri ao ouvir
o meu tom agressivo.
Com a mão direita ele tampa minha boca e morde o lóbulo da minha
orelha me deixando excitada. A outra mão envolve os meus cabelos
castanhos e com força puxa-os inclinando minha cabeça para trás,
evidenciando o meu pescoço exposto. Os lábios safados e carnudos
depositam beijos e mordem minha pele com indiscrição. Admiramos um ao
outro assiduamente e vejo suas pupilas se dilatarem, o rosto ficar levemente
avermelhado, ao mesmo tempo, que um sorriso malicioso me castiga. Leon
solta minha boca e puxa o meu vestido para cima até vislumbrar a minha
calcinha. Ele arranca com força a pequena peça do meu corpo terminando
de destruí-la e leva ao nariz cheirando com safadeza.
Seu pau grosso, grande, robusto e maciço salta para fora, enchendo
minha boca de saliva. O órgão é rosado, reto, longo, imenso e possui a
glande bem desenhada. Abocanho com apetite e exploro com a mão bem
apertada fazendo movimentos progressivos e rápidos. O corpo dele se
remexe no banco aflito enquanto com maestria engulo, eufórica pelo desejo.
Saboreio como se estivesse comendo um doce bem gostoso e chupo
intensamente até o limite da minha boca. A respiração do homem fica
ofegante e ele pressiona minha cabeça batendo o pau rosado no fundo da
minha garganta. Suas mãos apertam os fios dos meus cabelos, suas pernas
tensionam e ele ofega. Quando está louco de tesão, finalmente se entrega ao
estímulo sexual pulsando descontroladamente dentro dele.
— Olha o que você está fazendo comigo! Por que está fazendo isso
comigo? — refuta, irritado e, ao mesmo tempo, ensandecido.
“Como pode uma mulher tão nova, arrogante, pequena, linda como
um anjo, ter dominado dessa maneira o meu corpo e a minha mente?”.
— Quando ela bebe fica assim mesmo, desculpa chefe. Juro que não
queríamos causar problemas. — Genevieve se desculpa, preocupada com a
amiga.
— Pode ir, Genevieve, ficarei até ver que ela está bem. Ofereci o
champanhe para ela e não imaginei que ficaria assim. É minha
responsabilidade, pode descansar, assim que ela acordar vou embora. —
Aviso, caminhando até a pequena varanda e admirando a cidade.
— Desculpe Stanley, adormeci sem perceber, está tudo bem, pode ir.
— Sua voz é manhosa e mexe comigo.
— Não precisa, volte para sua esposa, a aventura por hoje, acabou
— declara, com tristeza. — Já fez o que queria, agora, pode ir. — Ela vira
de costas para mim, esperando que eu saia pela porta.
Meu coração dói, uma dor que nunca senti antes, sei que essas
palavras têm um peso, ela se sente usada, mas não era essa a minha
intenção. Não consegui controlar o desejo que sinto e não agarrá-la essa
noite, porém, também não posso confessar isso a ela. Levanto-me, coloco o
colar de diamantes em cima da penteadeira e depois caminho para fora do
quarto.
CAPÍTULO 11
O trajeto até em casa foi silencioso e cinza. Não pensei em nada,
apenas relaxei no banco e fechei os meus olhos. Essa noite foi intrigante e
uma verdadeira surpresa para mim. Estava convicto de que mais uma vez
teria Genevieve ao meu lado. Normalmente nesses eventos ela fica me
servindo, auxiliando com os convidados e estou acostumado a nem olhar
para o seu rosto. Hoje, isso foi totalmente diferente.
“Adoro vê-la irritada, com aquela voz ríspida que não perde a
entoação doce e aguda. Os olhos azuis que ficam como um oceano em fúria
toda vez que se irrita com as minhas falas provocativas. A pequenina tem
uma beleza fora da compreensão humana, além de um temperamento
grosseiro e meigo, que me deixa confuso”.
Meu pai me treinou desde jovem e fez com que eu a paixão pela
tecnologia crescesse em mim. Foi um exemplo em dizer como liderar e
como alcançar lucros exorbitantes. Adoro a minha vida, ela é brilhante,
porém, ao voltar para casa, sinto um vazio. Essa mulher que chamo de
esposa diz me amar, mas meu coração nunca a quis.
— Deve estar louco para transar, certo? Faz o quê? Acho que duas
semanas que não ficamos — recorda, apalpando as mãos na minha perna
enquanto esfrega os lábios no tecido fino da cueca, tentando provocar o
meu pau.
Não sinto nenhum desejo em tê-la e ele permanece inativo, fazendo-
a me olhar intrigada. Durante esses anos todos de casamento fomos
praticamente obrigados a ter relações sexuais. Como manter uma relação
sem ao menos tentar fazê-la funcionar? Tentamos e falhamos. Nossos
momentos se resumiam a “juntar peças que jamais se encaixariam”. O
tempo todo a Ava surta e reclama de tudo. Impossível desejar ou amar uma
pessoa que não consegue ver nada bom em sua vida, mesmo tendo tudo.
— Estou cansado, só isso. Hoje foi uma noite difícil, com vários
discursos e bebi bastante. — Seguro em seu braço e a afasto de mim
enquanto me explico, evitando confusão.
— Não era para levar essa garota, ela é uma imprestável. Genevieve
não tinha nenhuma autoridade para permitir que ela fosse em seu lugar.
— São duas semanas Leon e nada, aposto que tem mulher envolvida
nisso. Lembre-se que uma das cláusulas do nosso contrato é: se você me
trair, eu levo não só os 10% da empresa, que já são meus, mas sim metade
do que é seu. Melhor tomar cuidado com as vagabundas que você anda
comendo por aí. — Ava se levanta e senta ao meu lado tomando vinho. —
Fodeu essa noite? — questiona ela, com a voz agressiva.
— Vá dormir Ava Moore Stanley, você tem horas que passa dos
limites! — Deito-me na cama e fecho os meus olhos, essa mulher é
perturbadora.
“O pagamento pela noite! Por usar o meu corpo, não que eu não o
tenha usado também, isso é o pior, eu o usei e quero de novo, mas isso não
levará a nada, resultará apenas em dor e sofrimento. A partir de hoje Leon
Stanley, não tocará em mais nenhuma parte do meu corpo, não serei puta e
amante de um poderoso casado. O que ele fará agora? Continuará
tentando me comprar até que eu esteja rastejando atrás dele?”.
— Como foi ontem amiga? Sinto muito ter feito você ir em meu
lugar. — Genevieve me olha triste, como se ontem tivesse acontecido algo
horrível.
— Oi, que bom vê-lo por aqui, vi a cafeteria e não resisti. — Abro
um sorriso simpático enquanto a garçonete me serve.
— Posso me sentar com você? — pergunta, com um semblante de
súplica.
— Bom, essas entregas são para você. O cartão está dentro daquela
caixa. — O homem aponta para o sofá da recepção e vejo duas caixas largas
e estreitas com um laço enorme dourado decorando cada uma delas.
Um sorriso escapa dos meus lábios e tampo minha boca com a mão,
tentando impedi-los de sorrirem sem permissão, não quero demonstrar para
mim mesma que gostei dos presentes. Isso definitivamente vale mais que
diamantes para mim, demonstra um esforço absurdo do Leon Stanley em
realmente receber a minha aprovação.
Um novo dia começa e com ele uma forte chuva. Gen chama um
táxi e entramos na empresa apressadamente para não nos molharmos. Os
funcionários já nem me olham mais, afinal, estão acostumados agora com a
minha presença, deixei de ser a novidade da empresa e mentalmente
agradeço por isso. Quando saímos do elevador administrativo em direção à
recepção, assusto-me ao ver a Ava sentada atrás da minha mesa.
Imediatamente olho para o meu relógio de pulso e ainda faltam exatamente
30 minutos para começar o expediente. A loira está com a agenda aberta e
afronta-me com o olhar. Genevieve cutuca minhas costas e mantém uma
expressão impassível ao vê-la.
Penso que essa mulher não deve ter dormido. Para chegar mais cedo
e a primeira pauta do dia ser o Leon, claramente, isso a perturbou. Saio da
sala e me sento na mesa, retiro um bombom de amêndoa com creme de
coco que estava na bolsa e degusto com satisfação. Nunca fiquei tão feliz
por ganhar flores e bombons, mesmo sabendo que é errado o Leon
conseguiu estremecer minhas barreiras.
Culpo-me diariamente e quase o tempo todo por me entregar a ele
naquele avião e agora também me martirizo por ser uma tremenda vadia e
cedido de novo na festa! Ainda por cima, estou aqui, sentada na mesa ao
lado da sala da esposa do indecente, comendo os doces magníficos que
ganhei de presente dele. O elevador se abre e o Leon sai todo presunçoso
tirando os óculos escuros do rosto. Ele abre um meio sorriso atraente e
estremeço.
“Meu Deus, o que está acontecendo comigo? Não posso doar meu
coração para esse homem. Aposto que Leon não deseja ter nenhuma
relação que não seja puramente só sexo. Para o poderoso da tecnologia,
somente seus caprichos importam, daqui a pouco irá se cansar de mim e
arrumará outra mulher que o satisfaça”.
Não respondo nada e intrigado Leon olha para trás verificando o que
faço que ignorei a sua saudação matinal. Finjo estar olhando para a tela do
notebook, mas de canto de olho posso vê-lo intrigado antes de fechar a
porta. O insuportável espera cinco minutos e grita o meu nome.
— Cassandra!
— Entendi!
— Está demitida!
— Ele me demitiu, está tudo bem amiga, vou para casa. — Deposito
um beijo suave no rosto dela e com rapidez vou para o elevador.
Fui ingênua e boba por achar que em algum momento ele poderia
ter um sentimento real, além de só um desejo carnal incontrolável. Meus
olhos ardem cada vez que o choro me domina e a brisa gelada da manhã me
atinge em cheio. Ando inerte, tentando me desvencilhar das pessoas. Noto
que esqueci de me agasalhar e meus músculos tremem de frio.
— Não fique triste, minha criança, não fique assim, a vida é cheia
de altos e baixos. Chore bastante, deixa a dor sair, mas entenda, você não
está sozinha. Seus pais morreram em vida, mas jamais morrerão dentro de
você, entendeu? — A voz da mulher é calma e seu abraço transmite paz.
— Sim, estou!
— Agora?
Leon Stanley está diante de mim e provavelmente veio até aqui para
tentar me enganar mais uma vez. Não faz nem 24 horas que me mandou
embora, o que poderia querer comigo? Está sem opções de mulheres?
Impossível. Provavelmente está com medo que eu possa revelar para
alguém sobre os momentos quentes e proibidos que tivemos. Esse indecente
definitivamente vai me propor assinar algum contrato que me impeça de
falar sobre nossos dois momentos de aventura.
— Eu disse que se não está aqui para comer ou beber algo, por favor
se retire. — garanto com firmeza, virando o meu corpo para arrumar os
pratos de sobremesa.
Bufando vou até o aparador, pego uma torta, sirvo o café na xícara e
deposito no balcão.
— Lave esses também, cada dólar que vou te pagar precisa ser
compensado. — declara enquanto olha para o Leon e retorna para a cozinha
da lanchonete.
— Não quero nada de você, nem mesmo uma carona. Não pedi sua
ajuda, você me demitiu, não tenho mais nenhum vínculo com você. Deixe-
me em paz, Leon. — Fico triste por dizer essas palavras, mas é necessário.
Ele fica em silêncio e sigo andando para o prédio, afinal, fica a umas
12 quadras da lanchonete.
Ignoro ele e sem olhar para trás subo para o meu apartamento.
Genevieve vem ao meu encontro e explico sobre o serviço novo. Ela ainda
está triste pela minha demissão e se sente muito culpada. Faço questão de
acalmá-la, já trabalhei em lugares simples antes e ficar na lanchonete é algo
temporário. O emprego é digno e mesmo pagando pouco me ajudará. Após
jantarmos vou até o quarto, pego o colar que Leon deixou sob a penteadeira
e me deito na cama admirando as pedras brilharem. São milhares de
pequenos diamantes que não significam nada para mim.
“Devolverei esse colar amanhã mesmo, não quero ficar com nada
que me lembre esse homem, quero apagá-lo da minha vida, como se nunca
houvesse conhecido esse ser inescrupuloso. Ele pode ser lindo, gostoso, ter
o maior pau do mundo, que não darei atenção a ele. Não contarei a
ninguém sobre a aventura que vivemos, afinal, não quero ser responsável
pelas consequências que isso possa trazer a ele. Se bem que essa história
de contrato de casamento, para mim, não parece mais ser verdadeira”.
— Sou Leon Stanley, posso acabar com a sua vida. Fingirá ser um
bom patrão e se ousar tocar na minha garota, mato você! — O homem
engole seco e concorda com a cabeça. — Amanhã meu advogado falará
com você, se não assinar os papéis eu mesmo o denuncio por assédio. —
solto sua camisa e o homem concorda com a voz falha.
— Sim, senhor! Prometo nunca mais fazer nada.
— Onde estava Leon? Esse já é o segundo dia que você está saindo
meia-hora mais cedo da empresa! Onde foi? — Ava está com um semblante
carrancudo e cruza os braços.
— Ah, me poupe Leon, você me deve uma explicação por ser o meu
marido.
— Não seja dramática Ava Moore, você nem queria ter se casado,
sabe muito bem que isso está longe de ser um casamento de verdade. É
apenas uma convivência obrigatória. — pronuncio, irritado com a loucura
dessa mulher, Ava está sempre me tirando a paz.
Há anos estou vivendo isso, tendo que lidar com essas constantes
crises de ciúmes. Com os surtos quebrando tudo e por último com a sua
loucura de me ter na cama, como se isso provasse que ela é minha esposa e
que vivemos um casamento feliz. Porém, a melhor hora do dia é quando
adormeço.
— Não finja que não sabe que estou falando da Cassandra, aquela
atrevida que dançou com você na festa!
Ela estreita o olhar em minha direção e pega outro vaso nas mãos,
dessa vez de vidro.
— Abaixa isso, Ava, por favor, pare de quebrar as coisas! Isso não
resolve nada. — reclamo enquanto ela morde os lábios, nervosa.
— Quer jogar essa porra na minha cara, então joga essa merda!
Estou cansado desse casamento. Ter feito um contrato vitalício com você
foi a maior burrada da minha vida. Você é uma mulherzinha fútil, mimada e
estou cansado dos seus surtos. — grito descontrolado, hoje ela cessou toda
a minha paciência.
“Será que ele cansou de vir aqui e decidiu que vai falar de uma vez
que está querendo o meu silêncio?”.
Sirvo a xícara de café, ele apenas me olha e prova com calma. Meu
coração está abalado e sem pensar acabo puxando conversa.
— Pequenina, eu não sei o que sinto, quando olho para você quero
jogar o seu corpo na porra dessa parede, erguer esse vestidinho minúsculo e
estapear sua bunda. Quero foder você com força enquanto enforco
lentamente seu pescocinho.
“Como consegui ser tão inocente? Por que acreditei que ele deveria
sentir pelo menos algo diferente por mim? Um homem casado, rico, que
compra todos a sua volta, jamais teria concerto. Leon é um caso perdido, é
arrogante, merece sofrer só por me fazer chorar”.
Ava está me esperando, tudo para saber aonde vou, afinal, essa
semana saí todos os dias mais cedo para ir à lanchonete. Essa mulher está
testando minha paciência e se ela quer surtar, darei um motivo a ela.
— Não acho que deva ir comigo, você não tem um encontro com
suas amigas? Normalmente vocês gostam de ficar bebendo champanhe caro
enquanto falam da vida dos outros! — Ava estreita os olhos em minha
direção enquanto se levanta e pega a bolsa.
— Não vai dizer que está comendo nesse lugar nojento! Por que está
frequentando essa lanchonete, Leon? — Ela balança a cabeça em negação.
“O que ela faz aqui? Por que Leon mostraria esse lugar, onde
justamente trabalho? Estaria Leon mostrando para a jararaca a minha
nova vida? Eles querem me humilhar juntos? Desejam evidenciar que são
seres superiores por serem providos de dinheiro?”.
— Não quero mais te ver, eu fui tão estúpida. Você faz parecer que
tudo é culpa minha, mas isso dói, você não entende, dói demais! Apenas
viva sua vida e me deixe viver a minha! Por favor! — imploro, negando
veemente enquanto balanço a cabeça atordoada.
Ele solta o meu pulso e coloca as mãos no bolso enquanto não sabe
o que responder. Talvez, ele não tenha coragem de dizer que é apenas uma
garantia de que manterei o nosso segredo!
— Leon, leve o contrato amanhã mesmo, afinal, não é assim que
você faz? Um contrato de silêncio? — questiono, provocando ele que
concorda com a cabeça.
— Não sei o que acontece com aquela mulher, cada dia que passa
fica mais neurótica! — Ela fala, enquanto fatia ao meio os tomates cerejas
para o meu espaguete.
— Preciso te contar algo Gen, o verdadeiro motivo por ela ter raiva
de mim. Sinto que desconfia de algo, nós mulheres temos um sexto sentido
aguçado e provavelmente foi isso que a fez ficar com tanta raiva de mim.
— O gostosão que fiquei no voo para Nova York era o Leon, tudo
virou uma completa bagunça.
— Sinto muito Cass, mesmo que Leon pareça safado, ele não tem
tanta variedade de mulheres assim, o homem é seletivo. Não são todas que
se encaixam no padrão do magnata. Se você ficou com ele duas vezes, Deus
do céu, ele gostou e você também. Quando você pretendia me contar? —
Genevieve esbraveja, soltando o meu corpo e colocando as mãos na cintura
irritada.
— Fiquei com vergonha de confessar que sou uma vadia que fica
com um homem casado. Assim que descobri que ele era o deus grego do
avião, fiquei me martirizando, me puni, mas fui fraca, inconsequente e
fiquei com ele mais uma vez. — Minha melhor amiga ergue a mão
sinalizando para que eu pare de falar.
— Cass, pelo amor de Deus, você não sabia, não tem como se
culpar por isso. Sei que você foi lá e pecou de novo, mas amiga, você olhou
bem para aquele homem? Toda mulher no mundo deseja ele. O cara é forte,
grande, com 2,10 de altura, tem um sorriso branco sedutor, a voz é grossa
que só de ouvi-la já molha a calcinha. — Sorrindo, Genevieve volta para a
mesa e pega o maço de manjericão acertando no meu braço, com ar de
brincadeira.
— Hoje falei com ele, coloquei um basta nisso tudo, vou assinar o
tal documento que ele faz com as mulheres para silenciá-las e pronto. —
declaro calma, por finalmente chegar ao fim essa relação conturbada.
— Quero que assine agora, amanhã não estarei aqui, não planejo
voltar nesse lugar! — declara ele com ar de soberania olhando ao redor com
desaprovação.
— Está vendo aqui, a cláusula diz que você é minha no dia que
assinar o contrato! Você é obrigada a passar 24h ao meu lado. Se prepare
porque passaremos algumas horas intensas juntos, pequenina.
Faço o que ele manda e assim que estou pronta nos direcionamos até
o carro. Leon começa a dirigir pelas ruas da cidade enquanto o encaro sem
parar, totalmente revoltada. Ele me ignora totalmente e coloca uma música
para tocar. Não tenho a menor ideia de onde Leon está me levando, mas
com toda certeza tudo isso me pegou desprevenida e nem ao certo sei como
agir com ele. Por que esse homem faz essas coisas? Não tenho dúvidas de
que fez isso apenas pelo prazer de me obrigar a ficar na presença dele.
— Ela é sua amiga, aposto que sabe muito bem o que falar para ela.
— diz Leon, rispidamente.
— Fez tudo isso por nada. Eu não quero nada de você, não quero
mais o seu tempo, o seu amor, nada! A única coisa é que espero
ansiosamente essas 24 horas acabar para que nunca mais precise te ver de
novo. — Meu tom é seco e Leon tenta disfarçar, mas acabo de bater nele
com as minhas palavras.
— Farei uma lasanha para nós. — Apenas concordo e ele vai para a
cozinha.
Porque me sinto mal por vê-lo assim? Sou muito boba, fraca e
impulsiva. Aproximo de seu corpo e seguro em sua mão para ajudá-lo. Ele
solta a massa permitindo que o ajude. Fico animada com sua reação e com
rapidez abro e corto a massa para ser fervida. Leon fatia o restante das
especiarias e parece meio perdido ao preparar o molho.
— Não precisa, seu objetivo aqui não é cozinhar para mim, era só
para fazermos companhia um ao outro.
Leon larga os utensílios com tudo sobre o balcão e apaga o fogo dos
alimentos, abandonando a cozinha. Não entendo a sua reação até que ele
fale algo que me surpreende.
— Você mesma disse que fiz isso por nada. Não precisa esperar as
24h, pode ir. — Leon vai até o terno, retira o contrato do bolso e escreve no
final e assina. — Pronto, escrevi que abro mão das horas. Está livre
Cassandra! — finaliza o arrogante, pegando uma garrafa de vinho.
Queria ter seu toque em minha pele, mas agora tudo que sinto é uma
aflição sem fim. O elevador se abre novamente e o carro me espera. Olho
para o homem desconhecido e no mesmo instante volto e aperto o último
andar novamente. Chegando na cobertura entro no apartamento e não o
vejo, vasculho os cômodos e o encontro no quarto jogando uma garrafa de
whisky contra a parede com ódio de si mesmo. A garrafa se estilhaça e ele
não percebe que estou aqui. Com passos suaves me aproximo e o abraço
por trás.
— A mulher, você não sabe como estou louco por você! Você adora
foder o meu juízo! Hoje explorarei o seu corpo pedaço por pedaço e enfiar
o meu cacete incansavelmente na sua boceta.
Uma mulher nada fútil é a pessoa perfeita para ter o poder nas mãos.
Dizer a ela que em duas semanas ela jamais me dominaria foi a maior
mentira que já contei, a mulher pode me atropelar 10 vezes que vou de
muleta atrás dessa diaba. Cassandra pode ser simples, ter um coração doce e
amável, porém sabe muito bem ser convicta com as suas escolhas. Droga,
essa mulher é minha maior ambição.
— Leon, por que você não consegue me deixar em paz? Não vê que
estamos errando fazendo isso? — A voz dela é manhosa, e fico de joelhos
agarrando o seu corpo.
— Não Leon, não sou virgem, você bem sabe, mas essa região que
está atrevidamente com o seu dedo é uma zona de conflito. — Ele rosna
mais calmo e me abraça com carinho.
“Acho que por conta do ato sexual não desceu, mas já prevejo
muitas cólicas nos próximos dias, por conta do atraso”.
Poderia até pensar que ela me conquistou por me dar prazer de uma
forma que nunca experimentei antes, mas estaria mentindo a mim mesmo.
Ela me conquistou com seu jeito manhoso, a sutileza na voz, nos trejeitos e
principalmente pelo olhar profundo e o sorriso lindo. Sua mão atrevida
aperta o meu pau com força e progressivamente me castiga com um
movimento rápido e gostoso. A língua molhada circula a cabeça parruda e
ela me devora até o limite da sua garganta.
— Onde você está, Leon Stanley? Cadê você? Pelo amor de Deus,
você nunca dormiu fora de casa e agora não vem na empresa também? O
que está acontecendo?
— Isso vai acabar, certo? — Seus olhos azuis são tristes e estão
marejados.
— Você tem uma vida e eu não faço parte dela. Estou indo embora.
— Sua revelação me deixa aflito, não esperava que ela fosse me deixar
agora.
Decidida, ela caminha até o elevador e não olha para trás. Poderia ir
atrás dela, dizer que ficará comigo, mas o que eu poderia lhe oferecer? Uma
vida de amante? Casa, carro e joias? Nada disso ela aceitaria. A pequenina
quer algo que não posso dar e é o meu coração, o meu amor. Jurei nunca me
entregar a uma mulher e não cogito quebrar o meu juramento.
Durante o caminho de volta ao meu apartamento não consegui
pensar em nada. Tudo ficou branco, apático e sem cor. Ficar com o Leon foi
incrível, inesquecível, porém ele jamais será meu. Quando o ouvi ao
telefone dizendo “em breve volto para casa” fez os meus planos mudarem.
Queria almoçar com ele, passar o dia entre carícias e amor, mas aquilo me
abriu os olhos. Estava pronta para me lançar em um abismo achando que
poderia voar e no final a queda seria brusca e destruidora. O táxi para e
rapidamente desço do carro e volto a realidade da minha vida. Não tenho
mais nenhum assunto inacabado com o Leon e isso me deixa calma e pronta
para seguir o meu caminho.
Sei que ele quer falar algo, mas simplesmente não fala, apenas
degusta o café e a torta. Nesse instante, já tinha uma previsão de como
seriam os próximos dias! Definitivamente Leon Stanley não deixará de vir
aqui!
— Pode ser mesmo ou também pode ser outra coisa? Ontem no café
da manhã você estava reclamando de ânsia.
Paraliso e fico olhando para ela com certa relutância. Antes que
possa pensar direito, uma nova onda de desconforto me atinge e termino de
colocar tudo para fora. Limpo o banheiro, escovo os meus dentes e
Genevieve me ajuda a ir até o quarto. Deito-me na cama e fico pensativa.
— Não, não farei esse teste, não posso estar… você sabe!
— Não diga essa palavra! Não estou… você sabe! Não posso, não
quero e me recuso!
Genevieve cruza os braços e sai do quarto. Há uma farmácia a uma
quadra daqui e após 10 minutos ela retorna segurando na mão um teste de
gravidez. Meu coração acelera, meu peito parece se contorcer em agonia e
medo. Pego a caixa com a mão trêmula e vou rapidamente ao banheiro.
Olho para o teste por um longo tempo, me questionando se realmente
deveria realizar ou não. Respiro fundo e decido seguir e acabar logo com
isso.
Ela sai para fazer os pedidos e meu celular vibra ao meu lado no
chão. Fico surpresa ao ver uma mensagem do Rick Muzy:
“Rick Muzy: Boa noite Cassandra, fiquei triste ao saber que não está
mais na empresa, se precisar de algo pode me mandar mensagem!”
Rick parece ser um cara legal, mas por ora, não quero falar com
ninguém. Ignoro a mensagem e abro as redes sociais indo diretamente à
página do Leon. A última foto foi postada a 3 dias quando estava em uma
reunião e mesmo sendo apenas uma imagem o meu coração bate acelerado.
Encontrá-lo na lanchonete todos os finais de dia, é o que me anima, mas
como ficará quando ele notar minha barriga? Será que pensará que
engravidei de propósito?
“Oi, meu bebezinho, sei que você não foi planejado, talvez, nem
tenha um pai, mas prometo cuidar de você e fazer o impossível para te dar
o melhor”.
— Por que vendeu sua lanchonete para o Stanley? — Ele fica tenso
e tenta desconversar, porém, acaba confessando.
Fico pensativa e apenas sinalizo com a mão para que ele saia. Minha
mente tenta racionalizar e me questiono internamente. Como o indecente
teve coragem de oferecer tanto dinheiro em um lugar como esse? Aquele
infeliz continua tendo o controle da minha vida assim? Levo a mão a minha
barriga me dando conta de que se ele souber desse bebê agirá como? Me
renegaria? Me prenderia a ele? Estou perdida. A lanchonete é simples,
precisa de melhorias drásticas e ter pago esse preço é um absurdo.
Quando estou no meu quarto abro a caixa que ele havia deixado na
lanchonete e possui uma rosa azul e junto vários donuts em infinitos
sabores. Deito-me na cama e envio uma mensagem de texto me
desculpando pela grosseria: “sinto muito”. Porém, não recebo resposta.
Leon não falhou nenhum dia, por que ainda não atravessou a porta?
Será que está com tanta raiva de mim, que não quer mais olhar no meu
rosto? Pior, talvez tenha decidido ficar definitivamente com a esposa.
Meu coração gela quando uma pessoa que jamais esperei adentra a
lanchonete. Ava analisa o lugar com cara de nojo, ela usa um casaco preto
de frio, cabelos presos e os olhos apresentam olheiras expressivas. Com
seus saltos finos batendo no chão, a mulher caminha em minha direção
perplexa. Pela fisionomia surpresa e raivosa, ela não sabia que me
encontraria trabalhando aqui.
Levo a mão à região da minha cabeça, sentindo uma leve dor e saio
de trás do balcão para expulsá-la daqui.
— Foda-se, sua piranha. Aposto que possui dedo seu nesse acidente
inesperado do meu marido. — A louca me acusa com raiva e começa a
surtar.
— Vou invadir aquele hospital se for preciso, mas não ficarei sem
vê-lo uma última vez!
CAPÍTULO 23
Casei-me com o Leon Stanley há exatamente 10 anos. Na época eu
tinha apenas 17 anos. Hoje acostumei com a vida de casada. Meu pai,
Gerard Moore me obrigou a aceitar quando ainda me sentia uma
adolescente. Um dia ele apareceu no alto da escadaria de casa gritando que
em 1 mês, eu formaria uma família com o Leon.
Na época, com os meus 17 anos, tentei fugir, para não ser forçada a
fazer algo que eu não queria, porém, quando conferi o meu futuro marido,
mudei de ideia. O homem era lindo, alto, forte, possuía um sorriso safado e
um olhar escaldante. Ele me ganhou pelo físico e com o passar dos anos se
mostrou um bom marido. O que é um bom marido para mim? Tem que
pagar minhas contas, me encher de joias, me dar presentes caros, não me
questionar sobre o meu dia e me deixar livre para trabalhar se eu quiser.
Ainda me recordo do dia que me casei, cheguei na igreja e ele me esperava
no altar. Lembro-me que após me dar o beijo na testa, que selava a nossa
união, Leon me disse uma frase que nunca esqueci:
Leon cumpriu esse papel com maestria, nunca me faltou nada, até as
minhas tardes no SPA e o champanhe que bebo com minhas amigas são
pagas por ele. Nosso casamento foi declinando e com o passar dos anos
decidimos apenas manter o casamento por aparências, afinal assinamos um
contrato. Fiquei sabendo dos casos dele com outras mulheres, óbvio que
sempre tive os meus casos, afinal, tinha 17 anos e vivia como uma rainha.
O trai várias vezes, desde o nosso primeiro ano de casamento. Leon,
ao contrário de mim, pediu respeito em público e passamos a deixar as
coisas menos explícitas. Após 5 anos de muitas traições comecei a me
apaixonar de verdade pelo meu marido, afinal, não o tinha na cama e mal o
via em casa. Nesse instante, decidi entrar para os negócios, papai me
ensinou tudo e passei a conquistar o Leon gradualmente.
Um dia até cheguei a ouvir dos lábios dele que “gostava de mim”,
porém, gostar nunca me foi o suficiente. Mesmo que sejamos casados,
preciso garantir a minha vida ao lado dele. Odeio crianças e desde que nos
casamos não tivemos nenhum filho, acabo de me arrepender dessa decisão,
afinal, o homem está à beira da morte, um herdeiro ficaria com tudo.
Saio da lanchonete nojenta que Leon tem frequentado, tudo para ver
aquela puta, que desde que entrou na empresa quis conquistá-lo. Meu
digníssimo marido achou que eu não perceberia como ele admirava o corpo
dela ou até mesmo às vezes que vi os dois se admirando com desejo? Só
sendo muito estúpida para não perceber! A foto dos dois dançando na pista
foi a gota d’água para mim. Entro no meu carro morrendo de raiva, quando
estacionei e entrei nesse lugar não queria ter encontrado aquela mulher.
Leon nunca fez isso antes, manter um caso fora do casamento. Com a morte
do meu marido ficarei dona de tudo e preciso começar a cuidar dos
próximos passos. Meu celular toca e vejo que é a Cornélia.
Não estou triste por ver o meu marido naquela situação, afinal, Leon
nunca foi minha prioridade. Passamos 10 anos juntos, estava na hora de
finalmente seguir minha vida sendo dona de tudo. O mais importante agora
é verificar o testamento, assim que ele partir não quero ter nenhum
problema. Ligo o carro e sigo em direção ao centro da cidade. O advogado
e amigo do Leon, Erik Valêncio, cuida dos documentos legais da empresa e
da vida pessoal dele. Erik é um moreno alto, pele parda, olhos cor de mel e
um sorriso sedutor que me conquistou depois de alguns passeios em grupo.
Leon nem desconfia, mas adoro os momentos picantes que passo com ele.
Estaciono em frente a casa e aperto a campainha. Pouco tempo depois ele
abre e o semblante é triste.
— Você sabe muito bem, como é o mundo dos ricos! Por favor, não
me deixe no escuro. Sei que o testamento é particular, porém, preciso estar
preparada. Erick você sabe a fortuna que o Leon possui, muita coisa estará
em jogo. — Desmancho-me em lágrimas para comovê-lo, afinal, preciso
saber qual o destino da fortuna do meu marido.
Erick vai até um dos cofres e retorna com uma pasta em mãos. Ele
senta na pequena mesa ao lado esquerdo da sala e abre os documentos. O
advogado lê com atenção e arqueia uma sobrancelha. Meu coração acelera,
pela fisionomia dele provavelmente a mudança foi grande.
— O que foi? — indago, aflita.
— Leon mudou tudo, ele deixou basicamente toda sua fortuna para
uma única pessoa. — Coloco minha mão suavemente sobre a dele, que fica
sem graça.
— Você precisa comer algo! Assim que chegar no hospital finja que
está indo visitar outra pessoa, vá até o refeitório e aproveite para comer.
Talvez você possa encontrar alguém que te ajude a vê-lo.
— Prometo!
Após longos minutos, finalmente Genevieve estaciona no hospital e
a abraço antes de descer do carro. Sigo até a recepção e o atendimento está
tranquilo, o que para mim é ruim, afinal, será difícil fazer algo sem ser
vista! Aproximo-me do balcão e uma das recepcionistas fala comigo.
“Por que tenho a impressão de que esses dois juntos não é nada
agradável?”.
— Você precisa descansar, desde ontem não vai para casa, Cornélia,
você precisa ser forte pelo Leon, em breve ele estará de volta e vai querer
encontrá-la cheia de saúde. — A loira nem parece a mesma que quebrou as
louças na lanchonete mais cedo, até mesmo a expressão está mudada.
Sem que perceba a minha presença, lentamente o sigo até que entre
no quarto. Escondo-me no corredor lateral enquanto minhas mãos já
começam a suar friamente pelo nervosismo que me castiga. Só de saber que
vou vê-lo em poucos minutos faz meu peito sufocar. Não nego que estou
com receio, mas, simultaneamente, uma voz grita dentro de mim louca para
ter a chance de estar de tocá-lo.
Rick fica em torno de meia hora lá dentro e quando sai o rosto está
apático e os olhos marejados. Talvez ele também precise de apoio e assim
que sair daqui responderei à mensagem que me mandou ontem e acabei
esquecendo de agradecer. Rick caminha até uma das enfermeiras e gesticula
conversando assiduamente. Tento ler os seus lábios, porém não consigo
identificar o que diz. Juntos, os dois seguem pelo corredor até
desaparecerem.
Com doçura beijo a sua mão fria, mas internamente orando para
ouvi-lo me chamar. Estou em pedaços e tenho medo de nunca mais me
recuperar. Antes que eu possa pedir que volte novamente, escuto uma
respiração atrás de mim e me inclino assustada para olhar. Rick me analisa
em choque.
A calma que tinha em seus olhos passa para perversão e com força
ele agarra os meus cabelos e me arrasta até a parede prensando o meu corpo
com força. Tento empurrá-lo e o homem acerta um tapa forte no meu rosto.
Meu corpo amolece de medo. Começo a tremer assustada e choro
desesperada pela atitude inesperada. Com raiva, Rick tampa a minha boca.
— Saia daqui sua puta, amanhã lhe farei uma visita. — Ele
destranca a porta e desesperadamente saio correndo pelos corredores até
encontrar a saída.
— Você não tem onde cair morta, como vai me pagar algo? Não se
iluda Cassandra! Hoje, deixarei você em paz, mas amanhã conversaremos
melhor. — avisa abrindo a porta do carro.
Por dentro estou sofrendo, não sei do que esse homem é capaz.
Menti totalmente ao falar sobre a câmera, mas precisava assustá-lo. A
atitude dele me pegou desprevenida, nunca fui agredida assim e muito
menos chantageada. Sou simples, medrosa, porém, não deixarei os ricos
fazerem o que quiserem comigo. Rick me estuda cuidadosamente e fará de
tudo para tentar apagar a impressão horrorosa que deixou. Fingirá estar
arrependido e provavelmente dirá que está sendo incompreendido.
Após esperar por alguns minutos, retorno para casa e entro no meu
quarto de coração partido. Quando acordei estava aflita, passei a noite em
completa inquietude e acabo de notar que senti que algo de ruim poderia
acontecer. Não sei como será agora, o Leon em coma faz todas as dúvidas
rodearem a minha mente. Pode ser um processo de recuperação curto, mas
também pode ser demorado. Ninguém pode saber que estou grávida e será
devastador permanecer nas mãos do Rick. Genevieve se aproxima da porta
preocupada.
— Como foi amiga? Conseguiu vê-lo?
— Sim, implorei que voltasse para mim e não sei mais o que posso
fazer para ajudá-lo! — declaro triste.
— Agora não pode fazer mais nada, mas fique tranquila, Leon está
sendo cuidado pelos melhores médicos e em breve estará bem!
Queria contar a ela sobre a ameaça do Rick, mas não posso envolvê-
la nos meus problemas, até porque eles trabalham juntos alguns dias da
semana, isso poderia afetá-la e jamais desejaria que algo ruim acontecesse
com a minha melhor amiga. Com o Leon afastado será importante ela
continuar na empresa. Ava é uma lunática e a Genevieve manterá todos os
projetos dele em ordem. Minha amiga vem em minha direção e me abraça
forte.
— Boa noite!
Entro no local sem ânimo e cansada. Saber que o Leon luta pela
vida e que não posso fazer nada para ajudá-lo me destrói. Passo cada
minuto pensando o quanto queria beijá-lo e o quanto gostaria de sentir os
seus braços fortes me prensarem em seu corpo grande e musculoso. Roger
coloca o café para fazer enquanto coloco as tortas no forno.
O vento fresco, o cheiro que emana dos fast foods, as pessoas que
passam ao meu redor parecem não ter mais cor e nem provocar as mesma
sensações que sentia antes. Com a perda dos meus pais havia cessado a
minha vontade de viver, no entanto, estava começando a achar que poderia
ser feliz. O culpado desses sentimentos esperançosos era sem dúvida o
Leon e esse forte desejo indecente que sinto por ele.
— O que faz aqui? Estou cansada, o meu dia foi difícil, deixe-me
em paz. — Irritado o homem segura minha nuca e disfarçadamente me leva
até a sala de televisão que fica ao lado da recepção.
Ele é pior do que imaginei e para ter direito a herança do Leon terei
que confessar que o filho é dele, o que não será nada fácil.
— Bom dia Cass, por que está toda de social? Aconteceu algo?
— Não diga isso, tenho certeza que ele reconhece o seu esforço.
Dizem que ele é um excelente patrão e que respeita os funcionários. Conte-
me tudo depois, aposto que vai adorar trabalhar com ele.
— Com certeza, você não faz ideia! — afirmo tentando não deixá-la
desconfiada.
— Você não ficará aqui nesse cômodo, sua mesa é dentro da minha
sala! Pode entrar! — contrariada adentro em seu escritório.
— Para que você não possa vê-lo de novo. O homem está em coma,
não sabem quando acordará. Em um primeiro momento disseram que ele
voltaria, mas já faz mais de 48 horas que sofreu o acidente. Você não tem o
poder de trazê-lo de volta com suas súplicas, não seja ingênua. A única
forma que o encontrará de novo, será no momento do enterro, onde poderá
vê-lo uma última vez até ser coberto pela terra. — Suas palavras pesadas
me atingem e uma lágrima escapa dos meus olhos.
Com o polegar enxuga a lágrima que desce pela maçã do meu rosto
e capturo apressadamente sua mão, o impedindo de continuar me tocando.
Faço o que me pedi enquanto luto internamente para não fugir desse
lugar. Não sei o que pensar, se fui descuidada ao contar sobre o bebê para o
Leon ou se foi apenas azar em ter o crápula descobrindo o meu segredo. O
britânico passa todas as informações que preciso e me ensina como agendar
seus horários, como organizar os contratos e redigi-los.
Quando o fim do dia se aproxima, faço uma pausa para o café da
tarde e sigo até a recepção principal para pegar um cappuccino. A ruiva que
me atendeu mais cedo sorri tímida.
— Sim, é que senti uma leve tontura, mas estou melhor! Entregarei
agora mesmo para o Rick.
— O expediente está acabando, se precisar chamo um táxi para te
levar para casa. — Rick abre a porta, provavelmente ouviu as nossas vozes.
— Conversar? Não tenho nada para falar, prometo que vou terminar
o mais rápido possível. — Ele ri e com força fecha o notebook acertando os
meus dedos.
Minha boca seca e fico receosa porque bastará uma resposta errada
para esse homem nunca mais me deixar em paz. Essa não é uma pergunta
simples, o que ele almeja é saber se existe amor entre nós!
— Não lhe devo nenhuma explicação sobre o que vivi com o Leon.
— Levanto inconformada. — O expediente acabou, preciso ir para casa.
Não pense que construirá uma “relação de amizade” comigo. Não vejo
sinceridade em você, é incoerente, abusador e se está me perguntando isso é
porque tem interesses próprios. — Pego minha bolsa e sigo em direção à
porta.
também tenho a minha fortuna, mas nada se compara ao poder de ser uma
“Stanley”. Passo um blush e um batom rosa, coloco os meus saltos e sigo
até o prédio residencial que o Rick mora. Não podemos arriscar em sermos
vistos juntos enquanto meu marido está no hospital. Ao chegar atravesso a
recepção, entro no elevador e subo até a cobertura. Rick me espera sentado
em uma mesa preparada para o jantar. Ele veste uma camisa social azul,
com calça e sapatos de marca.
Meu pai sempre me disse que o dinheiro comprava tudo e sim, ele
estava certo, compra tudo quando não se tem sentimento. De fato, eu nunca
me importei e me sinto satisfeita com a vida que levo. Porém, com os
sentimentos que o meu marido desenvolveu por aquela mulher, fez tudo
mudar. Ele negava que um dia amaria, sei que é safado, mas quando optou
por deixar os bens para aquela vagabunda demonstrou que a ama, que
deseja vê-la feliz e que não lhe falte nada.
— Certo, entendi. Ela resolveu vir até Nova York enganar um rico
com seu jeitinho de coitadinha para aplicar um golpe. Com certeza diz ao
Leon que o ama, só me faltava engravidar. Ainda bem que isso não
aconteceu, seria o estopim para eu matar aquela maldita.
“Por que Rick Muzy colocou nesse contrato uma cláusula em que
passo uma fortuna que não tenho para ele?”.
— Isso que você está sentindo é porque você o ama e dói imaginar
perdê-lo. Diga a ele como se sente, ele voltará! Eu acredito! — A puxo para
um abraço carinhoso por longos minutos e quando me recupero desço do
carro e sigo em direção à recepção.
— Não muito, preciso muito visitar uma pessoa, mas não sou da
família. — confesso incerta e ela nega com um balançar de cabeça.
— Quem é o paciente?
Passo a mão em seus cabelos e não queria partir, mas não posso
ficar. Aproximo os meus lábios do seu ouvido e sussurro uma última vez:
Enquanto fecho os olhos para sentir o vento suave tocar o meu rosto,
escuto uma breve correria e olho para dentro do hospital. Os enfermeiros
correm na mesma direção do quarto do Leon e meu coração congela. Uma
forte sensação de euforia me domina e retorno para dentro passando
desesperadamente por todos. Uma enfermeira está na porta e com desalento
me aproximo dela.
— Está tudo bem? O que aconteceu? — Meu coração já bate
violentamente e levo a mão ao centro do meu peito, aflita.
— Escutei alguém falando comigo, era uma voz doce. Poderia, por
favor, chamar a minha família. — Uma dor aguda surge em meu peito com
a sua reação.
FIM DO FLASHBACK
— Meu filho, estou imensamente feliz, sabia que você não desistiria
de lutar. O médico informou que você não tem nenhuma sequela, que é um
verdadeiro milagre! Você dormiu a manhã toda e não quis acordá-lo. —
beijo com carinho seu rosto.
— A não se preocupe, daqui a pouco a Ava está aqui. Ela tinha uma
reunião que já havia sido adiada, mas fique tranquilo, ela está morrendo de
saudades de você! — discordo com um balançar de cabeça.
— Está aqui, filho, imaginei que iria querer quando acordasse, está
carregado.
— Não estou entendendo, por que fez isso? Para quem estava
ligando? — A puxo para um abraço acalorado fazendo-a esquecer disso.
— Realizaram perícia no veículo após o acidente? Lembro que os
freios não funcionaram, estava em alta velocidade.
— Sim, disseram que houve falha mecânica, mas você sabe, o laudo
saí daqui a alguns meses. O carro deu perca total. O importante é que está
vivo e acordou! — comemora feliz.
— Sabe, ontem ouvi um sussurro tão longe e era uma voz doce,
suave, atrevida e que praticamente me obrigava a sair da paz e voltar para a
terra, para a minha pequenina. — Com desespero corro para os seus braços,
aproximando o meu rosto do dele para beijá-lo.
Nossos lábios se tocam suavemente e uma felicidade que nunca
senti domina o meu peito. Uma faísca poderosa de amor faz inflamar uma
grande chama que nos arrebata completamente. Leon beija seguidas vezes
os meus lábios, como se tentasse aplacar a falta que estávamos sentindo um
do outro. Ele sussurra contra a minha boca nervoso por tudo que está
acontecendo.
— Deus, eu vou matar Rick Muzy por relar em você. Ainda não
estava totalmente acordado, mas eu ouvi e vou matá-lo. — Leon pisca
descontrolado e rapidamente acaricio o rosto dele para acalmá-lo.
— Melhor não, você precisa poupar suas forças e não arrumar uma
confusão por minha causa, assim que você sair daqui estarei te esperando.
Você precisa resolver algumas questões e então, finalmente, quero ter você
totalmente para mim. — Os olhos do indecente ficam marejados e ele
concorda sabendo que estou certa.
Leon não diz nada, ele sabe que possuímos uma relação complicada
e querendo ou não, é um homem casado. Erramos em nos envolver, e
mesmo que o indecente não tenha um casamento feliz, isso não me dava o
direito de me entregar a ele. Culpo-me diariamente, mas é humanamente
impossível lutar contra o que sinto, tenho deixado a razão de lado e
escutado completamente o meu coração.
Abaixo minha cabeça e fico mexida com tudo isso. Leon Stanley
tem a vida feita, é casado há 10 anos com uma mulher compatível
socialmente com ele. Possui uma empresa fixa em Nova York e milhares de
filiais pelo mundo, a vida dele é aqui. Possui também os sócios e olhando
de uma maneira grosseira e geral não encontro um lugar para mim. São
tantas dúvidas e incertezas. Se ele não tivesse ouvido minha confissão pelo
bebê, poderia ir embora, começar uma vida nova, mas como fazer isso
sendo a mãe de um bebê bilionário? Uma criança que herdará um grande
império. Não fiz o filho sozinha e Leon está disposto a me ajudar. Não sei
como será o amanhã, mas sinto que basta uma palavra errada e tudo pode
desabar.
— Graças a Deus, meu amor, estava rezando sem parar, ansiosa pelo
momento que você abriria os olhos. Precisamos aproveitar mais nosso
casamento, esse acidente me mostrou que amo você com todas as minhas
forças. Estou ansiosa para começarmos nossa família. Não posso imaginar
te perder mais. — declara depositando beijos por todo rosto do Leon.
Meu corpo fica rígido ao sentir ele tocar a minhas costas. Sei que
está tentando me intimidar. Leon com sua voz grave grita assim que o vê
tão próximo.
— Você não é meu amigo Rick, eu achei que conhecia sua índole,
mas vi que estava errado. A Cassandra não é mais sua funcionária, arrume
outra! Pode levar minha mãe para tomar um café? Preciso falar um pouco
com a Ava. — Rick engole em seco enquanto chama a Cornélia.
— Filho, não se estresse, por favor. Não sei o que aconteceu, mas
apenas espere, você está ótimo, mas não pode ficar nervoso assim, tenho
certeza que tudo se resolverá em breve. Não force seu corpo e
principalmente sua mente.
Era, sim, sua funcionária, mas não esperava que ele dissesse isso
nesse momento. Com raiva, frustrada, pego minha bolsa e aceno antes de
sair.
— Pequenina, volte aqui, por favor. Sei que preciso te deixar, mas
porque não consigo fazer isso? Não é o que você está pensando, minha
cabeça está explodindo e preciso… — O interrompo magoada.
Passo pela porta sentindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto, mas
não olho para trás. Leon acaba de me perder para sempre e não ficarei mais
nem 1 hora nessa cidade maldita. Fugirei para bem longe dele, onde o meu
bebê venha ao mundo tranquilamente e não fique cercado de pessoas
maldosas. A voz estridente do Leon ecoa pelos corredores enquanto grita o
meu nome desesperadamente.
— Cassandra, Cassandra…
Ignoro seus apelos, sei que naquela cabeça teimosa ele acreditava
que jamais me perderia. Que o que sinto por ele me impediria de afastar, e
de fato era assim. No entanto, não sinto mais nenhuma culpa, eu tentei, fiz o
que meu coração mandou, agora, preciso ouvir a minha razão. Fui
dominada pelo amor que sinto por ele, um amor que age como uma droga
controlando todas a minhas ações. A decepção que senti hoje me fez
despertar, fez uma parte adormecida dentro de mim, acordar. Essa parte se
chama raciocínio. Mudarei minha mentalidade e recomeçarei minha vida.
— “Cassandra”...”Cassandra”... “Cassandra”.
— Leon, por favor, eu juro para você, achei que ela fosse apenas
mais uma das mulheres que você dormiu. Ofereci o emprego porque queria
ajudá-la. Seja lá o que ela lhe contou, juro que possui uma explicação.
— Filho, pelo amor de Deus, ficou louco? O que faz aqui? Onde
pensa que vai?
— Preciso sair daqui, tenho muitas coisas para resolver, não da para
ficar nesse lugar parado. — Ava me olha com deboche, essa infeliz sabe
que estou ficando fora do meu juízo normal.
— Por que fez isso? Leon, o Rick está conosco há muitos anos.
Sempre trabalhamos em conjunto, ele é um homem responsável, prepara
tudo com excelência, além disso, é seu amigo há tempos. O que mudou?
Aposto que você ainda não está bom da cabeça! — O tom dela é revoltado e
pelo menos sei que Rick não contou nada sobre a gravidez. — Me diz,
Leon. — Finaliza minha esposa, cruzando os braços e se sentando na
poltrona.
— Minha cabeça nunca esteve melhor. Tudo mudou, Rick fez algo
que não posso perdoar. Cruzou uma linha que não tem mais volta. Foi
obsceno, ameaçou uma pessoa e evidenciou um lado dele que eu não
conhecia. — Disco o número da Cassandra e levo o telefone ao ouvido
ansioso para ouvir sua voz.
— Claro, tomarei outro café. Já volto. — Assim que sai, minha mãe
se aproxima de mim angustiada.
— Filho, eu sei que está acontecendo algo com você. Conheço você
e cada expressão que faz me demonstra como se sente. O que está lhe
afligindo? Anda extremamente nervoso. Hoje destratou o Rick e tem
também aquela moça doce, a Cassandra, que estava aqui mais cedo e agora
desapareceu. — Solto uma respiração pesada, sempre soube o que precisava
fazer na minha vida e essa é a primeira vez que me sinto perdido e
desolado.
— Não amo a Ava, nunca amei, eu odeio essa mulher com todas as
minhas forças. — Minha revelação a assusta. — Me casar por contrato foi a
maior burrada que cometi. Sei que você e meu pai incentivaram esse
absurdo, mas não posso mais viver assim. Estou devastado, preciso da
minha pequenina. Mãe, me apaixonei por outra mulher, pela Cassandra.
Teremos um bebê juntos e a Ava não quer me dar o divórcio. — Minha mãe
encara-me incrédula e não consegue falar nada, apenas deixo que ela
assimile as informações.
Nunca fui um filho muito presente, mas descobrir que serei pai
mexeu comigo o dia todo. Cornélia passa 10 minutos em silêncio até que
finalmente já sabe o que me dizer.
— Pela forma que você fala, meu filho, sinto muito, você já perdeu
a sua sanidade faz tempo. A Cassandra está grávida e notei como ela te
olhava, os olhos brilhavam emocionados. Conheci ela na segunda noite aqui
no hospital e a encontrei novamente no escritório do Rick. Senti afeto por
ela no primeiro contato, é amorosa e humilde. — A aceitação da minha mãe
faz meu coração acelerar e a saudades da minha pequenina apertar ainda
mais.
— Ah, meu filho, o amor é assim mesmo, mas precisa ser cauteloso,
a Ava é determinada e ama você.
Não aceito perder meu bilionário para aquela pobre fingida. Os anos
que passei nesse casamento me fizeram aprender muitas coisas que a “elite”
de Nova York faz para manter os padrões e as fortunas. Sou capaz de tudo
para manter o meu status e o meu nome perante a sociedade.
— Não marquei horário nenhum, não preciso disso, quero falar com
o Adrian Pérez agora mesmo. — A moça me fita com reprovação.
— Srta Stanley, o Dr. Adrian disse que pode entrar na sala dele.
— É claro que posso, sou uma Stanley. — Imediatamente me
aproximo adentrando a sala com impaciência.
— Meu filho, você quase morreu. Para uma mãe presenciar o seu
único filho a beira da morte é algo inexplicável. Uma dor sem tamanho,
tudo que eu mais amo no mundo é você. Casei-me com seu pai e quando
você nasceu foi meu motivo de felicidade. O que eu mais quero nessa vida é
ver você feliz e não só dependente de dinheiro, de trabalhar para manter um
império. Sei que os objetivos dos casamentos arranjados são para perpetuar
o poder, mas isso não significa que deixarei você ficar casado sendo que
terá um filho com aquela moça. Quando me casei com o seu pai, sofri
muito, foi difícil, não nos conhecíamos, mas foi diferente, com o tempo
aprendemos a nos amar. Mesmo que para você apenas nos suportamos não
era verdade, eu o amei muito. Se em 10 anos de casamento você e a Ava
não conseguiram encontrar motivos para se amarem, jamais encontrarão.
— Mãe, a Cassandra não é uma mulher fútil. Não liga para nada
disso. Porém, é trabalhadora e possui um grande potencial de crescimento.
Ela possui a incrível capacidade de ser doce, determinada e dá valor as
pequenas coisas da vida, ao sentimento. Já tentei agradá-la, mas para ela
tentei “comprá-la”. A presenteei com um colar de diamantes e alguns
dólares e a mulher devolveu. Quando entendeu que é a minha forma de
demonstração de afeto é assim, acho que finalmente aceitou o meu presente.
Só voltei do limbo por ouvi-la me chamar e agora me sinto mal por achar
que ela pode pensar que a rejeitei. Dentro de mim, faria de tudo por ela,
mas, na prática, diante das mudanças eu travei. — Confesso, me sentindo
machucado por não ter a minha pequenina aqui comigo.
Cornélia sempre foi uma mulher de fibra, carinhosa, porém sabia ser
decisiva nas horas certas. Nunca compartilhei sobre a minha vida e minhas
frustrações no casamento porque estava cumprindo com a minha obrigação.
Ela e meu pai casaram por contrato e mantiveram por anos um casamento
feliz. Achei que faria o mesmo e dizer a ela que fracassei era vergonhoso
demais. Contrariando os meus medos e me mostrando que ela se importa
com a minha felicidade, só me dá forças para correr atrás do que eu quero.
Darei um jeito de me separar da Ava e levarei a pequenina para morar
comigo! Ava me traiu muitas vezes e com o Rick nas minhas mãos posso
usar disso e conseguir as provas que preciso para ameaçá-la. Levanto-me e
vou agora mesmo buscar minha pequenina no apartamento dela e dizer que
a amo, ela será minha esposa, minha única mulher e amante.
CAPÍTULO 34
O voo foi tranquilo e procurei não pensar no Leon e nas palavras
que ele disse, mas era quase impossível. A todo o momento que fechava os
meus olhos algumas falas retornavam a minha mente e me faziam borbulhar
de angústia por dentro “Há mais de um mês eu saí da rota e entrei por um
caminho novo, mas preciso voltar. Preciso lidar com tudo isso”.
Ela é uma ruiva que possui 60 anos, estatura baixa, pele clara, olhos
cor de mel e está trajada com um vestido longo floral na cor azul-marinho.
— Diga a Cassandra que ela pode não querer me ver agora, porém
não sairei daqui até que ela olhe nos meus olhos e me expulse. — garanto,
nervoso e disposto a tudo.
— Leon, não é isso. Ela não abriu a porta porque ela não está aqui!
— Justifica, triste.
Minha secretária pega um pedaço de papel e me entrega para que eu
leia o conteúdo escrito:
Encaro o papel por um longo tempo, até sentir uma lágrima molhar
o meu rosto. Essa é a primeira vez que sinto que perdi tudo. A pequenina
estava tão machucada que optou por partir. Sou o pior homem do mundo e a
minha covardia acaba de me lançar no fundo de um abismo escuro e
solitário.
— Genevieve, preciso que me diga, onde ela pode estar? Não ficarei
aqui, amargurado. Vou buscá-la do outro lado do mundo se for preciso. —
Ela me observa confusa e, ao mesmo tempo, pensativa.
— Genevieve, sei que ama sua amiga, mas você não sabe o que
sinto por ela. Não entende as minhas frustrações, a minha vida. É fácil
quando se está de fora questionar os medos de alguém, entretanto,
sacrifiquei minha liberdade de escolha pelos negócios há 10 anos. Sou um
homem responsável, de palavra e é óbvio que nunca imaginei que iria me
apaixonar por alguém. A Cassandra não foi uma escolha, ela é o meu
destino. Sei que a machuquei e tentarei todos os dias reparar esse erro. Nada
do que você me diga mudará ou me impedirá de ir atrás dela e tentar trazê-
la de volta.
— Leon, se quer ficar com ela, não permita que a Ava a machuque.
Cass é como uma irmã e não deixarei aquela víbora prejudicar a minha
amiga. Trabalho com vocês tempo suficiente para saber que aquela mulher
é louca e capaz de qualquer coisa. — Minha secretária está certa, Ava é
calculista.
Não duvido que exatamente nesse momento ela deva estar tramando
algo. Porém, nada do que ela tente vai me impedirá de lutar e ir atrás da
pequenina.
— Tudo bem! Por favor, não avise a ela que estou indo até Marfa,
não posso perdê-la! Acredito que ela pense que eu não faria isso, mas não
volto para Nova York até que ela venha comigo. — Declaro, convicto.
CAPÍTULO 35
Abandono o prédio da Genevieve e Jonas me leva até em casa.
Passo pela entrada já irritado por saber que encontrarei a Ava. Subo a
enorme escadaria e escuto sua voz aguda e insuportável ao telefone.
— Por que saiu do hospital, Leon? Aonde pensa que vai? Não se
atreva a sair de casa, não seja ridículo!
— Leon, não me deixe, por favor, não faça nada que se arrependerá
depois. Prometo ser uma esposa melhor, eu amo você.
— Oi, meu bebezinho, sei que está sentindo falta do seu pai, eu
também sinto. Às vezes quando sou tomada pelas memórias me lembro dos
olhos verdes vibrantes, dos lábios carnudos e tentadores e da voz que me
arrepiava toda. Não fique triste, você tem a mamãe e jamais te abandonarei,
você é a minha vida agora.
Desvio o meu olhar tímida, não esperava vê-lo aqui, deveria estar no
hospital. Analiso as pessoas ao meu redor e algumas estão paradas
esperando a minha reação. Cristhian nos encara em silêncio e me afasto
fugindo para longe. Os dois me seguem pelo caminho e quando estamos
longe do festival, Leon encara o Cristhian furioso.
— Isso é uma piada? Não estou achando graça. Por que não contou?
— enfatiza, com incerteza.
— Por que você faz isso comigo, pequenina? Por que me castiga
assim? Eu errei, fui um idiota, eu sei. — Cristhian pigarreia confuso e o
agradeço por se preocupar.
— Obrigada por ficar, está tudo bem, pode ir. — Ele fica em dúvida
entre nos dar privacidade ou permanecer ao meu lado, então passo a mão
com carinho em seu braço forte indicando que está tudo bem!
— Quem é esse cara? Não gostei dele! Fala que você é só minha!
Que está apenas me castigando… — menciona prensando o meu corpo ao
dele com força enquanto roça os lábios nos meus.
Um sorriso se forma nos meus lábios e sou uma boba por me render
tão facilmente a esse homem. Desde o momento que o vi no meio da
multidão se aproximando de mim, o meu desejo era de pular em seus
braços. Como eu poderia renegá-lo? Racionalizo esses sentimentos
bagunçados e me lembro da Ava.
— Você está casado, Leon, não posso fazer mais isso. Ficaríamos
juntos durante o dia e como seria durante a noite? Você dormiria com a Ava
na mesma cama? Isso jamais funcionaria para mim. — concluo triste, me
afastando e caminhando pelas ruas.
— Não posso mentir para você! Ava não quer me dar o divórcio e
como assinamos um contrato de casamento vitalício, preciso encontrar uma
maneira de fazê-la aceitar! Pensarei em algo para pressioná-la, entretanto,
nunca houve uma cláusula que me obrigasse a morar com ela. Quando
retornar não dividiremos mais a mesma casa. — declara com convicção, e
não sei o que dizer, as palavras parecem se perder em minha mente.
O silêncio paira entre nós por longos minutos, enquanto apenas nos
movemos pelas ruas, sentindo a brisa gelada da noite. Leon espera
pacientemente até que eu esteja pronta, para falar.
— Não vou me prestar mais a esse papel, não morarei com você e
nem ficaremos mais até que esteja livre Leon.
— Não quero que perca nenhum momento, sei que você será um pai
maravilhoso. — Cassandra senta ao meu lado passando a mão na lateral do
meu rosto.
— Volte comigo para Nova York, não sairei daqui sem você.
Seguro seu rosto entre as minhas mãos e uma ideia louca surge na
minha mente. Ela jamais me aceitará até que resolva minha situação com a
Ava, mas também não quero perder a primeira consulta e nem o primeiro
chute do bebê.
— Não vou te pedir para ser minha amante e nem para manter um
relacionamento comigo enquanto ainda estou casado com a Ava, porém,
quero que esteja perto para que eu possa acompanhar você durante toda a
gravidez. Como morarei no apartamento secreto, quero que fique no
apartamento ao lado. Prometo não cruzar a linha, você não precisa nem me
ver se não quiser.
— Sim, não aceito não como resposta, me recuso a ver meu filho
uma vez por ano. Você sabe que tenho uma vida cheia de reuniões e com a
distância acabaria não aproveitando os momentos importantes.
— Tudo bem, não quero ser uma mãe que afasto o filho do pai. Se
você deseja estar presente, eu farei isso, porém, se eu for humilhada, se a
Ava aparecer na minha porta ou você simplesmente cruzar a linha que nos
separa, vou embora sem olhar para trás de novo.
Não importa a nossa situação e nem o lugar, tudo que quero é cuidar
dessa pequena criatura que agora é a minha vida.
Não sei como irei me segurar para não agarrá-la, mas preciso ser
forte para não perdê-la de novo. Seguimos até sua casa, o lugar é simples e
extremamente apertado. Minha rosa perfumada mostra a fotos dos pais, me
conta um pouco sobre a cidade e a cada palavra que ela fala admiro seus
lábios rosados. Quando ela começa a ficar entristecida, corta o assunto.
— O que houve?
Leon fica sem graça e assenti virando o rosto para olhar a cidade.
Não sei quantos prédios ele possui, mas demonstra ser dono de uma fortuna
muito estimada.
— Sim, falarei com ela! Muito obrigada Leon, esse gesto significa
muito para mim. — Ele sorri concordando e o motorista estaciona no
prédio.
— Leon pediu para avisar que não precisará mais pagar aluguel,
pode ficar no prédio mais próximo da empresa. Ele quer o melhor para as
pessoas que eu amo. Você sempre será a minha irmã mais velha.
Desligo a ligação feliz por constatar que minha amiga entende meus
sentimentos e me apoia. Com o coração mais calmo vou até à cozinha para
preparar algo para o jantar. Em pensamento me questiono se o Leon
preparou sua própria refeição, afinal, ele não sabe cozinhar.
“Como vou morar ao lado dele, se o tempo todo, quero ver o que
ele está fazendo?”.
Leon parece saber que estou pensando nele porque nesse momento
meu celular toca com uma mensagem sua.
Demora apenas alguns minutos até que uma batida suave ecoe
através da porta de madeira e me aproximo para abri-la. Leon sorri
descendo os olhos por todo o meu corpo. Ele está sem camisa, exibindo os
músculos torneados e um abdômen perfeito que ativa de imediato as minhas
fantasias proibidas. Ele usa uma bermuda curta que deixa à mostra as coxas
exuberantes.
A minha pedra preciosa abre a porta e é incontestavelmente
impossível não admirar o seu corpo. Ela usa uma camisola em ceda fina
transparente, na cor branca, marcando terrivelmente seu corpo adorável e
gostoso. Seus cabelos estão soltos, volumosos e vê-la assim, natural, faz-me
delirar em pensamentos impuros e indecentes. As maçãs do seu rosto
tornam-se ruborizadas e o timbre suave e meigo de sua voz desperta dentro
de mim um desejo efêmero de beijá-la.
Queria era estar estapeando sua bunda gostosa e pelo sorriso sedutor
em seu rosto com certeza se lembrou disso. Espalho as especiarias na
superfície e depois coloco no forno para assar. Cozinho as batatas e quando
estão prontas preparo o purê com manteiga e creme de leite. A pequenina
inspira o cheiro e vejo seus olhos brilharem ansiosos para provar o jantar.
“O que o Dr. Adrian deseja contar ao Leon? Por que sinto que isso
pode ter algo a ver com a Ava Morre?”.
CAPÍTULO 40
A pequenina sai da sala me deixando a sós com o Adrian. O
conheço há exatamente sete anos, sempre foi um grande amigo da Ava e
acabou se tornando um confidente. Com a correria dos dias não
conseguimos manter tanto contato, entretanto, nossa amizade sempre se
manteve estável. Sei que a Ava é paciente dele, mas o Adrian sempre
manteve o sigilo médico. Sento-me na poltrona e ele me encara parecendo
nervoso.
— Leon, o que tenho para falar com você é algo um tanto alarmante,
é um ponto totalmente crítico que me fez questionar a minha conduta. —
Adrian me fita sério, me deixando receoso.
— Que porra é essa que você está me falando. Como você congela o
meu sêmen sem a minha autorização?
— Aqui está Leon, vou pedir apenas que você tome cuidado para
não perdê-las. O que a Ava fez é um crime, ela pode ser presa por isso.
— Claro, chefe!
Precisarei esperar antes de agir, não posso atacá-la sem ter certeza se
o procedimento dará certo. O tempo necessário é trinta dias e com raiva
serei obrigado a adiar a possibilidade de finalmente ficar com a Cassandra.
Enquanto os dias passam reunirei as provas que preciso, afinal, de nada me
adiantaria enviá-la para a cadeia se não assinasse os benditos papéis ou se
estiver realmente esperando um filho. Se isso acontecesse, provavelmente
ela diria a todos que apenas queria ser mãe e como ainda somos casados,
muitos acreditariam em suas mentiras.
Pego o meu celular e ligo para o Rick Muzy, mesmo odiando esse
cara com todas as minhas forças ele está envolvido com ela e pode me
fornecer informações suficientes para derrubá-la.
— Claro, você sabe que nossas empresas foram parceiras por anos e
que dependo das suas negociações para continuar lucrando. Farei o que for
preciso para continuar nossa parceria.
— O que Rick Muzy faz aqui? Achei que você tinha dito que ele
não fazia mais parte dos negócios. — questiona curiosa.
— Ele está aqui porque ainda temos negócios a tratar. Você sabe
muito bem que existem os contratos que já foram assinados e precisamos
dar um destino digno para eles. Simplesmente veio para responder aos
clientes e garantir o cumprimento dos contratos.
— Ava, eu saí de casa, não quero ser encontrado, você sabe que o
nosso casamento acabou e, além disso, não quero você batendo na minha
porta. Por favor, abaixe esse vestido, não tenho nenhum desejo pelo seu
corpo. — Furiosa, ela se afasta de mim e arruma sua roupa.
— Ainda sou sua esposa Leon Stanley, não se esqueça disso. Não
desistirei do nosso casamento, fique ciente. Não fiquei dez anos casada para
me separar agora. Você sabe que eu te amo e não desistirei de nós dois. —
Ava bate os saltos com força no chão, voltando para a sala dela.
Não revelei que sei tudo sobre a possível gravidez porque preciso
agir na hora certa. Ela ainda baterá de frente comigo e preciso de
argumentos para contê-la. Respiro aliviado e interfono para Genevieve
mandar o Rick entrar na sala.
— Leon, por favor, não me deixe fora da empresa. Você sabe que os
negócios que faço com você são os mais lucrativos e importantes para a
minha carreira. Se os meus clientes souberem que não estamos mais
trabalhando juntos, provavelmente perderei uma grande leva de contratos.
— Rick, para sua sorte, estou disposto a te dar uma nova chance,
porém, você precisará ser honesto comigo. — declaro com convicção.
— Ava não é uma mulher que esquece as coisas Leon, saiba que
assim que você chantageá-la, em um primeiro momento ela pode até
concordar, no entanto, atacará. Ela sempre foi uma mulher calculista e que
não gosta de perder. Chantageei a Cassandra porque ela me pediu. —
declara Rick, receoso.
Ele está tentando jogar toda a culpa na Ava, achando que sou um
idiota. Jamais esquecerei que ele tocou no corpo da pequenina, que a fez
trabalhar para ele e que planejava obrigá-la assinar o contrato perdendo
tudo. O homem tem sorte de não ter uma arma aqui ou provavelmente
acabaria com sua vida sem pestanejar.
Fazer essa proposta para ele era tudo o que eu menos queria. Jamais
voltarei a fazer negócios com um filho da puta assediador e quando os
documentos estiverem em minhas mãos, estarei preparado para derrubá-lo.
CAPÍTULO 41
Leon me trouxe até o apartamento e partiu para a empresa. Sei que
algo aconteceu na consulta porque ele mudou completamente de atitude. A
impressão que tive foi que algo o perturbava muito. Não acredito que ele
vá me contar o que o médico disse, no entanto, foi nítido que isso o deixou
apreensivo. Esta noite farei um jantar especial para nós dois.
Sei que temos a maldita linha que não podemos cruzar, mas não
consigo não tê-lo perto de mim. Quanto mais tento afastá-lo, mais sinto o
meu coração machucado. Estar apaixonada e saber que é recíproco, é
genuíno, entretanto, não ficarmos juntos é esmagador. Após tomar um
banho quente e longo vou até à cozinha.
Espero por mais ou menos uma hora e Leon não aparece. Fico
tentada a vigiá-lo pela varanda, porém censuro a mim mesma e desisto.
Poderia comer sozinha, mas sinto que perdi completamente a fome.
Levanto-me da mesa e deito no sofá triste sem conseguir compreender
porque ele faria isso comigo. Adormeço sem perceber e acordo sentindo
uma respiração contra meu rosto. Abro lentamente os meus olhos e vejo o
Leon tocando e acariciando os meus cabelos.
Desvio o meu rosto e fico de costas para ele, evitando sua presença.
Escuto seus passos indo até a mesa de jantar em silêncio. Leon retorna até
mim e se encaixa ao meu lado abraçando-me por trás. Ele está usando
apenas uma bermuda e sinto sua pele quente contra a minha. Permaneço em
silêncio, não tenho nada a dizer.
— Pequenina preciso falar com você e não sei como dizer algo que
causará transtorno e indignação.
Fico mais tranquila, afinal, pelo menos o médico assumiu o seu erro.
— Também amo você, mas não posso mais fazer isso. — Levanto-
me afastando os nossos corpos. — O que você achava? Que chegaria aqui e
diria que talvez será pai duas vezes e continuaríamos nessa fantasia de
amor?
— Não diga isso, não é uma fantasia, é real. O que sinto por você
não pode ser calculado, faria qualquer coisa por você.
— Não diga isso. — Sua voz sai alterada, o tom elevado demonstra
sua irritação. — Não vou desistir! É isso mesmo o que está dizendo? Acha
que eu faria isso com você? Que te esconderia, que levaria o nosso filho
onde ninguém pudesse nos ver? Pensa que não estou cansado? Se você
disser de novo que não devemos ficar juntos, não tocarei mais em você
porque seria doloroso demais querer te amar, sendo que não acredita mais
no que sentimos. — Leon fica de costas e anda até a enorme varanda para
encarar a cidade ao longe.
Queria dizer o que ela tanto precisa ouvir, mas estaria mentindo ao
dizer que me separaria amanhã da Ava. A verdade é que provavelmente
terei que ser um carrasco para conseguir o acordo. Quando meu pai falou
sobre o casamento, estava convicto de que seria a escolha certa, mas
principalmente porque queria deixá-lo orgulhoso. Um filho que faria de
tudo para manter o legado do pai vivo e próspero. Parecia a escolha de
honra. Estava com 29 anos, não havia conhecido nenhuma mulher que
despertasse o meu coração e naquele instante jurei que não amaria mais,
que assumiria o meu papel de herdeiro.
Caminho até a varanda ansiando vê-la, mas ela não está. Inclusive as
luzes estão apagadas e as cortinas fechadas. Frustrado, vou até a adega
pegar uma garrafa de vinho. Fiquei horas me remoendo, ensaiando e
quando percebi esperava por mim fazia mais de uma. Deveria tomar os
remédios porque minha cabeça está a ponto de explodir, mas ao contrário
disso, abro a garrafa de vinho e viro de uma vez em meus lábios degustando
metade em um único gole.
Pela primeira vez na vida estou derrotado, talvez essa sensação antes
seria parecida com “perder o negócio da minha vida”, mas estou diante de
um grande sentimento de “morrer vivo”. Acredito que a minha pequenina
experimente essa angustia diariamente porque pelas fotos, ela era o maior
motivo de felicidades dos pais. Hoje entendo o porquê. Cassandra é doce,
ingênua, consegue admirar e viver cada momento intensamente, é
determinada e por mais que esteja triste se mantém firme.
“Fui má com o Leon ao dizer que não queria mais amá-lo. Todos os
dias meu coração teimoso é preenchido pelo nosso amor proibido. Em
breve teremos um filho, não quero feri-lo. Estou chateada, desacreditada de
que um dia ficaremos juntos e com a possibilidade de perdê-lo, agi sem
pensar. Pedirei desculpas, não conseguirei conviver com essa sensação
ruim de magoá-lo”.
— Ótimo, ela ficará feliz. Estou indo embora, amanhã volto a rotina
normal. Boa noite! — despeço-me e Genevieve acena.
— Pode deixar!
Sei que não adianta forçar, ela já me rejeitou antes e não quero
correr o risco de não ter mais a sua presença em minha vida. A maldita
linha continua valendo e meu coração dói enquanto sofro em silêncio.
Genevieve está fazendo companhia para a Cassandra hoje e isso me deixa
aliviado.
Nunca comprei uma propriedade aqui por não ter a menor vontade
de fugir da agitação e da empresa, mas depois da Cassandra tudo mudou.
Vez ou outra me vejo inconscientemente admirando uma flor, ou
observando os detalhes que antes passavam despercebidos. Admirá-los
agora me faz lembrar do sorriso meio, do olhar penetrante, malicioso e, ao
mesmo tempo, doce da Cassandra. Agora mesmo ao descer do carro, a leve
brisa e a imagem deslumbrante do oceano me fez desejar vê-la correndo
nua pelas areias.
A dor que sinto é real, forte e possui uma magnitude tão elevada que
às vezes se torna palpável. A tristeza e a solidão me abraçaram naquele
fatídico dia e nunca mais partiu. Ainda lembro de quando esbarrei com o
Leon no aeroporto. Foi naquele exato momento que me apaixonei
perdidamente. Vi através dos seus olhos e do sorriso uma carga instantânea
de conexão e desejo.
Agora sofro por estar longe. Toda manhã abro o chat e escrevo “Oi”,
mas perco a coragem e apenas espero a hora que ele me deseja “boa noite”
para responder de forma básica e extremamente contida. Sinto vontade de
chorar, minha mente está confusa, muitas vezes perdida, criando
expectativas e as quebrando. Todos os dias passo por uma mutação, mas ela
tem sido dolorosa demais.
É errado querer ficar com o Leon mesmo sabendo que ele é casado?
É errado querer lutar contra um sentimento, mas internamente agradecer por
ele? Sou uma má pessoa por querer correr para os seus braços? Por amá-lo
o tanto que amo? É errado querer esquecer essas regras malditas do que é
certo ou errado e apenas viver? Questiono-me quase o tempo todo, mas a
resposta nunca vem.
Leon estava aflito por me ver triste e para que eu não ficasse parada
me pediu para trabalhar em um projeto para a lanchonete, a sugestão dele
foi que a transformasse em uma floricultura com cafeteria. Obviamente
adorei a ideia e aceitei a sua ajuda de investimento financeiro com a
condição de pagá-lo gradualmente. Todo processo foi interceptado pela
Genevieve para não termos contato.
Sinto falta dos seus beijos, de ouvir sua voz grossa no meu ouvido
falando obscenidades. Recordar nossos momentos sempre faz o meu corpo
reagir e a saudade bater. Algumas madrugadas acordo angustiada e me toco
imaginando ser o indecente explorando o meu corpo. Sinto-me boba por
isso, mas é a forma que encontrei para não invadir seu apartamento e
posteriormente sua cama.
Oi, meu bebê, talvez você esteja provocando em meu coração uma
grande vontade de viver, de acreditar que posso ser feliz, mesmo com a dor
que agora mora aqui dentro. Minha sementinha de indecência, amo
você…”.
— Ava vá embora, por favor. Não sei como descobriu que estou
morando aqui ou como fez para entrar no prédio. Quem disse a você que
estou grávida?
— Saiu mais cedo hoje, faz mais ou menos uns 20 minutos. Disse
que precisava resolver um problema. — Fico pensativo sobre isso, afinal, o
que ela teria para resolver? — Leon… — retorno minha atenção a
Genevieve que me entrega uma caixa de presente vermelha com um lindo
laço de cetim prata. — Entregue para a Cass, diz que é um presente.
— Estou aqui, meu amor, me perdoe por não ter chegado antes e
impedido aquela louca de falar com você. — Analiso a bagunça de dinheiro
no chão.
— Não, por favor, não faça nada de cabeça quente, meu amor… —
A forma carinhosa da pequenina falar comigo me desarma por completo. —
Não me deixe… — sussurra com um semblante amável. Cassandra
aproxima o rosto do meu e nossas bocas ficam a centímetros de distância.
Queria afagar sua dor provando os seus lábios e demonstrando o quanto a
amo.
Os dedos do Leon tocam os meus lábios e inesperadamente ele me
beija. Um beijo calmo, amoroso, apaixonado e repleto de significados. Não
consigo mais fugir do que sinto, não consigo mais ficar longe dele. Permito
que sua língua encontre a minha e juntos nos entregamos um beijo intenso e
caloroso. Inclino minha cabeça provando deliciosamente os seus lábios
macios e só afasto para sussurrar contra sua boca:
Com desespero Leon retira minha blusa expondo os meus seios que
ele prontamente abocanha.
— Estou louco para sentir o seu gosto e para cravar o meu pau bem
fundo na sua boceta. — Com brutalidade e arrogância ele se levanta, me
prende em seu colo e segue até o meu quarto.
Leon me joga na cama e arranca de uma vez a minha calcinha. O
indecente esfrega a palma da mão quente por toda a minha extensão, me
deixando louca de tesão. Acaricio com as minhas mãos o seu peitoral largo
e forte, sentindo seus músculos firmes e torneados. Movimento meu quadril
contra os seus dedos grandes estimulando o meu núcleo já dilatado. É
insanamente gostoso sentir a pele dele contra a minha.
CAPÍTULO 46
A pequena está louca de desejo e o seu corpo e a sua mente estão
entregues a mim. Arreganho as suas pernas admirando sua boceta pequena
e molhada. Deslizo os meus dedos no seu clitóris, sentindo a região macia e
irresistível, enquanto ela geme gostoso.
— Leon, isso, eu sou toda sua, me possua mais forte. — grita com
sensualidade.
Durante esse tempo que estou entre idas e vindas com a Cassandra
aprendi muitas coisas diferentes. Sempre fui um homem ligado aos bens
materiais, esquecendo até mesmo do bem-estar físico. Passei muitas noites
trabalhando exaustivamente sem qualquer tipo de relação com a Ava, seja
de conversar, de sair para um evento ou passeio. Simplesmente existia e
apenas mantinha o meu controle social nos negócios.
— Sim, não pode ficar sem se alimentar, está com uma nova vida
dentro de você, nosso bebê precisa se desenvolver adequadamente. Você
não ficará nenhum dia sem enviar nutrientes para a nossa sementinha,
entendeu? — declaro, depositando um beijo carinhoso em seus lábios.
— Leon, queria pedir que dormisse aqui esta noite, não quero mais
ficar longe de você. Viveremos o nosso amor, e quando tudo estiver
resolvido oficializamos o nosso relacionamento. — justifica, parando de
falar apenas para comer afobadamente.
— Leon, não quero mais ficar longe do seu corpo, nosso pequeno
bebezinho está crescendo cada dia mais e não podemos perder nenhum
momento estando separados. — Sua voz é suave e acaricio sua barriga
amorosamente.
— Não tem problema, Jonas, imaginei mesmo que ela fosse querer
questionar e atrapalhar, principalmente porque ela sabe que você trabalha
em período integral para mim. Em breve precisarei retirar os meus
documentos do cofre, com certeza ela fez isso para conseguir um momento
a sós para me perturbar! — Leon tranquiliza o homem que relaxa os ombros
mais tranquilo.
Entro no carro ansiosa para estar em alto mar, longe da loucura que
tem sido Nova York. Ele sorri ao ver a minha empolgação e com carinho
roça os lábios nas minhas bochechas.
— Você deveria sentir vergonha, Leon, sabia que vocês podem ser
filmados juntos? — indaga perversamente a mulher.
Leon solta uma respiração pesada tentando manter a calma,
entretanto, consigo perceber a fúria e a consternação através do seu olhar.
Não sei como Ava ficou sabendo do passeio, porém, teremos que lidar com
ela agora. A mulher foi calculista ao esperar entrarmos no oceano para
então dar o ar da graça. A minha vontade é de voar sobre ela, agarrar os
seus cabelos loiros e jogá-la no mar.
— Não provoque Ava, estou tentando lidar com você sem grandes
consequências, mas as suas atitudes estão me deixando revoltado.
— Você achou mesmo Leon, que iria passear de iate com a sua
amante e eu não ficaria sabendo?
— Está tudo bem, não perca a sanidade, é o que ela mais deseja que
aconteça. — Ele bufa frustrado e balança a cabeça em concordância.
— O que você disse Leon Stanley? — Ela leva a mão aos lábios
surpresa.
Leon avisa a Ava que se ela não nos deixar em paz ele irá à polícia e
conseguirá na justiça a guarda do filho que ela espera.
— Isso mesmo que você ouviu. O que você fez a um mês atrás sem
o meu consentimento é crime, você pode ser presa e responder por falsidade
ideológica, afinal, mesmo que sejamos casados, você precisava da minha
autorização para usar o meu sêmen. — finaliza Leon empurrando-a para
fora do iate
— Faço qualquer coisa para ver um sorriso no seu rosto. Era para ter
sido entregue hoje no apartamento, mas o Jonas pegou antes e deixou no
frigobar. — Leon puxa a cadeira e senta-se ao meu lado.
— O que pensa que está fazendo? O que você quer aqui? — indago
surpresa.
— Preciso falar com você, é urgente. — afirma, com um semblante
sombrio.
CAPÍTULO 50
Leon me ameaçou e teve a ousadia de passar o final de semana todo
com a sua amante. Esparramo o meu corpo sobre a cama macia e gargalho
sozinha de felicidade. A golpista perderá o bebê. A minha invasão ao iate
não foi apenas para dar um show, tinha objetivos claros. Avisei que não
estou nessa para perder. Mesmo que o Leon já tenha colocado aquela pobre
fingida no testamento, desenvolvi um ódio inexplicável por ela.
Hoje sinto ódio por ele amar outra mulher e pensar que pode usá-la
para me substituir como esposa. Sempre tive o que quis na vida, não serei
rejeitada e nem perderei a minha fonte de ouro. Mamãe sempre me disse
que sou uma rainha e que jamais deveria perder a coroa. Eles me garantiram
uma vida de luxo ao propor ao Sergey o casamento e não deixarei que o
esforço deles se perca. Uma forte cólica cessa meus pensamentos e levanto
bruscamente da cama.
“Leon não saberá que não estou grávida, nem que eu precise
falsificar os exames. Não vou perdê-lo”.
Levanto minha mão pronta para acertá-lo caso tente qualquer coisa.
Ao notar minha reação, ele levanta os dois braços em rendição.
— Não entendo Rick, por que não falou com Leon sobre isso? Por
que esperou que ele saísse do carro para dar essa informação a mim? Há
algo acontecendo?
— Cassandra, conheço Leon há uns bons anos, sei muito bem que
por mais que ele desejasse conseguir qualquer informação, não acredito que
vá me colocar nos negócios de novo. Não sou idiota. — Rick esfrega as
mãos uma na outra completamente nervoso. — Precisarei sumir por uns
dias já que dentre essas informações algumas têm relação comigo.
— Não é justo que o Leon perca metade de suas empresas para essa
mulher. — reclamo, revoltada.
— Acorda Cassandra, já viu algo ser justo na vida? Foi justo para
você perder os seus pais? — Questiona, e afasto-me rapidamente
encostando na porta.
— Tenho certeza que o Leon saberá o que fazer. — Afirmo, mas não
posso fingir que não estou preocupada com isso.
— Preciso ir, avise ao Leon que estarei nos próximos dias fora do
país, não quero estar aqui quando esta bomba de traições cair na mídia. —
O britânico rapidamente se levanta abrindo a porta para sair do carro.
Impedir ele de sair fez com que o homem deixasse a raiva falar mais
alto. Rick vem para cima de mim com tapas mais fortes e prensa o meu
pescoço contra o banco de couro.
Esse momento registrado foi antes que ela nos surpreendesse com a
sua presença. Estávamos na proa nos admirando, a imagem é nítida e pelos
comentários as pessoas estão indignadas. “Um dos maiores e mais
poderosos homem da tecnologia trai sua esposa grávida, após 10 anos de
casamento”, realmente essa notícia é perturbadora.
“Isso é um desastre! Leon deve estar furioso! Ava não percebe que
está tornando a vida de todos um verdadeiro martírio?”.
CAPÍTULO 51
As pessoas me xingam sem saber a história verdadeira por trás do
nosso romance. Nos comentários desejam coisas ruins e que ele perca a sua
fortuna pela traição, e o mais chocante é que as pessoas deixam mensagens
de apoio para a esposa.
— Está tudo bem, foram tapas, a ardência, passou. O que ele fez foi
um ato covarde. Apenas não esperava essa confusão. Rick foi preso em
definitivo?
— Sim, nunca mais fará mal a você! Garanti que ele perca tudo,
agora aprenderá com o sofrimento.
Fico aliviada ao saber que nunca mais precisarei ter medo daquele
mostro. Permanecemos em silêncio, não ouso abrir minha boca e dizer nada
ao Leon durante todo o trajeto. Ele está pensativo e provavelmente busca
uma solução para o grande problema que se formou agora. Pego o meu
celular e envio uma mensagem para a Genevieve.
— Rick falou que você precisa soltar uma notícia na mídia para
então afetá-la.
— Está tudo bem meu amor, isso acontece porque eles não
conhecem o nosso sentimento e como foi a construção da nossa relação.
Para eles sou a mulher que destruiu um casamento, porém não sabem que
nunca existiu uma relação amorosa de verdade. As pessoas falam demais,
são tendenciosas e ninguém sabe de fato o que acontece na nossa vida. Está
tudo bem! — amenizo enquanto acaricio os cabelos castanhos dele.
— Vê-los te ofendendo só me deixa com raiva e mais determinado a
derrubar a Ava.
“Como sairei nas ruas? Como olharei para as pessoas sabendo que
ninguém gosta de mim, e nem ao menos me conhecem de verdade! O que
mais teremos que suportar até que a Ava perceba que nos amamos de
verdade?”.
CAPÍTULO 52
Retorno para a empresa frustrado. Durante o trajeto enviei a cópia
do contrato e o vídeo da Ava para ser divulgado. Odeio ser um crápula, mas
estou cansado das suas loucuras. O jornalista me prometeu sigilo total.
Passo pelo hall principal sob o olhar julgador dos meus próprios
funcionários. As vozes sussurrando e os risos abafados me acompanham até
chegar ao elevador administrativo. As notícias foram atualizadas e todos
sabem que Cassandra era minha funcionária e “amante”. As fotos da nossa
dança na House Green vieram à tona sob uma nova ótica.
— Bom dia, Leon, estou aqui porque preciso falar com você. —
fecho a porta e seguimos até a minha mesa. — Observei as notícias sobre a
traição na internet e não demorou muito para o novo advogado da Ava
entrar em contato. Ela entrará com o pedido para se apropriar de metade das
empresas. — Expilo o ar dos meus pulmões irritados enquanto me sento na
cadeira de couro.
— Sim. Faço qualquer coisa pela Cassandra. Ava fez isso porque
desejava que o rosto dela fosse conhecido para gerar transtorno, mas
principalmente revolta nas pessoas. Ela é uma socialite conhecida, desde o
nosso casamento se empenhou muito em permanecer na alta sociedade e
com isso ganhou o respeito dos poderosos. Mesmo eu sendo o cara mais
poderoso da tecnologia e extremamente profissional, a minha vida pessoal
acaba sendo um atrativo a mais. — Faço aspas no ar evidenciando o
“mais”. — Minha esposa é vista como uma pessoa sociável, doce e
maleável, o que obviamente comove as pessoas.
— Ava sabe que você deixou grande parte da sua fortuna para a
Cassandra, acredito que ela fará de tudo para fazê-la perder o direito de
receber esse dinheiro. Inclusive, fique em alerta, a sua esposa não está no
juízo normal, provavelmente está com algum distúrbio psicológico e possa
ser capaz de tentar algo mais grave. Mantenha a Cassandra o mais longe
possível das pessoas e das ruas.
Erick sai da sala enquanto fico pensativo. Pego o meu celular e ligo
para a Cassandra. Não queria ser o portador de uma notícia como essa.
Acabamos de deixar o medo de lado para ficarmos juntos. É um mal
necessário que machuca e fere profundamente a alma. Após alguns toques
ela atende.
— Como precaução, você não poderá sair muito nos próximos dias.
Preocupo-me e sei que tem vivido emoções fortes, não quero vê-la triste.
Toda vez que lembro da agressão da Ava fico furioso, se ela não fosse uma
mulher teria provavelmente perdido o controle. O que quero te dizer é que
precisaremos nos afastar, mas será por poucos dias, eu prometo. Conheço
um lugar bom afastado de Nova York, é extremamente tranquilo. Nunca me
perdoaria se algo acontecesse com você e com o nosso bebê!
— Minha pequenina manhosa, não chore! Não está sendo fácil, mas
estou apavorado. Ficar longe será o meu pior castigo, prometo fazer os seus
dias lá serem especiais e revigorantes. — Ela começa a soluçar e tenta falar,
mas a voz falha. — Eu amo você, hoje e para sempre! — reafirmo tentando
acalmá-la.
— Tudo bem, eu confio em você, meu amor. Eu estou bem, não vou
mentir e dizer que toda essa exposição não me afetou. Ficar uns dias longe
será bom para amenizar essa vontade que as pessoas estão de saberem mais
de mim e da minha vida. — concorda, deixando meu peito menos sufocado
por tamanha tristeza. — Preciso, sim, de um tempo longe das loucuras
daquela mulher, mas meu coração sangra em imaginar a saudade que
sentirei.
— Prometo que tudo ficará bem! Pegue apenas o básico, será por
poucos dias.
— Fiquei chocada com a notícia. Com certeza foi através dele que
tiveram acesso a esse vídeo, porém, está em todas as páginas de fofocas
juntamente com algo ainda pior. — Meu coração acelera e fico nervosa de
estar perdendo o controle da situação.
— Amiga sentirei sua falta, mas o Leon está fazendo esse sacrífico
porque você é tudo que importa para ele. Ava é maldosa e pode tentar atacar
você. — concordo presa em seu abraço carinhoso. — Como está o pequeno
bebê? — Declara aos prantos me prendendo mais forte em seus braços.
— Não doutora, jamais faria isso. A gravidez não foi planejada, mas
amo o meu bebê incondicionalmente, mesmo sendo tão pequeno. Fiz o
acompanhamento médico e estava tudo bem, não entendo o que possa estar
acontecendo! — balbuciou confusa.
A médica pensa por alguns minutos e volta a me questionar em
busca de respostas.
— Leon, não fiz isso para afetar a empresa, apenas queria que as
pessoas vissem o seu lado sombrio, esse lado safado que não liga para a
família e que trai a esposa. Queria principalmente abrir os seus olhos,
afinal, você está alimentando uma golpista. — Com raiva e tentando evitar
o estresse, desvio do corpo dela e continuo caminhando pelos corredores da
mansão em direção à saída.
— Ava nunca deixarei um filho meu sem um pai, mesmo que você
tenha feito isso sem o menor intuito ou desejo de ser mãe. Você foi maldosa
e apenas queria me prender. Jamais deixaria de ter contato com a criança ou
me afastaria pelas nossas desavenças. No entanto, só a deixarei com você se
me entregar o divórcio. — Ava paralisa e o choro cessa fazendo-a se
levantar e com força aceitar um soco em meu peito.
“Minha pequenina passou por tanta coisa que não posso me dar ao
luxo de deixá-la perceber que estou abalado”.
— Não é culpa sua, nunca mais diga isso. Estar com você é o que
me deixa feliz. — A pequenina desliza a mão pelo meu peitoral e manhosa
se aconchega ao meu corpo.
— Bom dia, pequenina. Como se sente? Ainda está com dor? — Ele
carinhosamente afaga os meus cabelos enquanto abro os meus olhos com
calma.
— Oi meu bebê! Papai queria dizer que você foi muito forte ontem e
venceu sua primeira batalha, estamos orgulhosos e amamos muito você. —
Admiro seu momento de ternura e pulo em seus braços para abraçá-lo.
— Bom dia, Arnold, espero que o nosso tempo, juntos, seja curto e
tudo se resolva brevemente. — Declaro, e imediatamente o homem
concorda, assentindo com a cabeça e alisando o terno impecável.
Entendo o Leon não querer que eu seja exposta, afinal, não consigo
precisar exatamente as consequências que isso traria para a minha vida,
entretanto, passei por tantas coisas que realmente não preciso desse
problema agora. Quero concentrar todas as minhas energias em ficar ao
lado do bebê e ver a minha barriga crescer gradativamente. Passo o garfo no
prato vazio me sentindo frustrada e a Sandra se aproxima de mim.
— Sim, ele sempre demonstra que realmente me ama. Sei que ele já
teve outros casos e que é um homem poderosos, muitas vezes arrogante,
mas ele tem me mostrado que realmente faria de tudo para me proteger e
para formar uma família.
— O brilho que vi nos olhos dele é amor. Não duvide disso, ele
jamais nem ao menos se despedia da Ava ao sair. Com você é carinhoso e
está realmente apaixonado.
— Meu amor, está com dor? Estou louco de tesão, mas não quero te
machucar. — Ignorando a minha incerteza ela tira a roupa ficando apenas
de lingerie.
Sua pele possui uma textura aveludada e sempre que a toco perco
completamente o controle. Não consigo resistir, e aproximo o meu rosto do
dela roçando nossas bocas. Com afeto mordisco a pele fina do seu lábio
inferior fazendo-a gemer docemente. Minha mão direita sobe pelas suas
coxas e explora lentamente a borda da sua calcinha fio dental. Com
afobação ela retira a peça de renda e abre as pernas para me instigar. Passo
os meus dedos em sua virilha direcionando até a sua boceta que está
quentinha e úmida. Meus dedos rastejam lentamente para dentro da sua
abertura apertada enquanto ela murmura excitada. Com euforia, abro suas
pernas para chupá-la. Sua boceta rosada está deliciosa e com safadeza
deslizo minha língua penetrando suavemente.
— Sonharei todas as noites com seu beijo doce, com seu jeito
provocante, e principalmente serei um cara carente e triste sem você, mas
meu amor, eu juro, você é minha vida e quando voltar teremos uma vida só
nossa, sem medos ou dúvidas! — Beijo com carinho sua pele macia,
sentindo a curvatura ainda pouco perceptível de sua barriga linda.
— Esses lábios são meus, o seu sorriso, o seu corpo, o seu coração,
pequenina, sinto ciúmes até do vento que toca o seu rosto. Somos um do
outro e nem mesmo a distância mudará isso! Amo vocês! — ela sorri com
as bochechas ruborizadas e o corpo divino preso ao meu.
Assim que passo pela Genevieve na recepção, ela faz um sinal com
o dedo me avisando mimicamente que a Ava me espera na minha sala. Solto
uma respiração forte, ruidosa, que evidencia o meu desgosto em vê-la.
Quando entro ela está sentada na poltrona com uma fisionomia mal-
humorada. Ela usa um vestido social preto combinando com um lenço no
pescoço e se levanta gesticulando com as mãos no ar. A mulher começa a
gritar descontroladamente cessando a minha paz logo cedo.
— Está vendo o que essa garota fez com você. Uma verdadeira
lavagem cerebral. Quero ver se continuará colocando-a em um pedestal
quando perder aquele bastardo nojento. — No mesmo instante ela tampa a
boca pela declaração raivosa.
— Deveria ter imaginado Ava que você estava por trás do quase
aborto da Cassandra. — Levanto, e ela dá um passo para trás.
— Aqui é Leon Stanley, tenho uma notícia para você divulgar ainda
hoje! — Ava se aproxima e de uma vez desliga a ligação indignada.
— Vocês têm 15 dias! Estou farto dessa mulher. Não quero que ela
seja colocada em uma clínica psiquiátrica. Quero a prisão comum. Ava
precisa aprender a ser uma pessoa melhor. Vive pelo dinheiro e como ela
mesmo disse está disposta a tudo por ele. Meu advogado entrará hoje com
um pedido de anulação de casamento. Hoje consegui a prova que faltava
para mostrar que ela é uma golpista.
Penso por alguns minutos, mas não posso recuar, sei que deve ser
difícil para ele, mas o que mais essa mulher fará por dinheiro? E se tentar
algo contra a Cassandra? Não posso permitir!
— Meu pai sempre o elogiou por ser justo! Espero que entenda que
sua filha precisa pagar pelos erros!
— O que aconteceu?
— Quero que todos vejam ela sendo arrastada para a prisão. Que
descubram o verdadeiro monstro que aquela mulher é. Estarei atento!
Agradeço por avisar. Com a anulação recupero a metade das minhas
empresas automaticamente?
Analiso seu rosto e pela feição que estampa está preocupada com
algo. Lentamente ela se aproxima da mesa e coloca os papéis em minha
frente. Ava usa um terno acinturado social preto, os cabelos loiros estão
soltos e o rosto maquiado.
— É um acordo!
— Engula, não é isso que sempre quis? Dinheiro? Não foi isso que
fez com a Cassandra? — Ava tenta cuspir, mas a impeço. — Espero que
sofra muito e se algum dia se aproximar de mim, do meu filho ou da minha
mulher eu mesmo mato você! — Solto de uma vez sua mandíbula e ela
balança a cabeça em negação cuspindo a nota no banco do carro.
— Leon, me tira daqui, por favor… não, não, não! — Fecho a porta
com força e apressadamente os policiais a levam para o presídio sob os
flashs do público.
“Não posso acreditar que essa nojenta me fez engolir urina, como
sobreviverei ao lado dessas assassinas? Quero minha vida de volta, minhas
roupas de marca, minha cama de luxo e meus pais”.
Uma semana se passa e hoje faz exatamente quinze dias que estou
distante do Leon. Ouvir sua voz ao telefone ameniza o sofrimento, porém
conto as horas para que essa lacuna de solidão se desfaça. Analiso os
perfumes que tenho produzido nesses últimos dias e não posso negar que
foram a minha distração nesses dias sombrios de saudades. Os pequenos
frascos de vidro, as pétalas de rosas espalhadas ao lado do meu caderno de
anotações de fragrâncias foram minha companhia diária.
Sandra tem me ajudado em tudo para que não me esforce, mas agora
com cinco meses de gestação estou mais confiante e recuperada do trauma
que sofri por imaginar que perderia o meu filho. Recebi a revelação do
Leon de que a Ava colocou um abortivo nos sucos. O que aquela mulher fez
demonstrou o quanto é maldosa e capaz de matar uma vida inocente por
dinheiro.
Passando pela porta, encontro sobre a cama uma caixa rosa com um
lindo laço dourado.
— Boa tarde, senhorita Werner, sou o Davis. Hoje está um lindo dia
para um voo por Nova York. — Ilustro um sorriso feliz.
Estudo o seu rosto com carinho e seus olhos estão cheios d’água.
Com os dedos rígidos ele abre o porta-joias revelando um anel magnífico de
diamante que brilha demasiadamente com os raios fracos do sol. Leon nem
abriu a boca, mas a felicidade de imaginar o que acontecerá nos próximos
segundos me emociona. Vê-lo de joelhos, segurando um buquê de rosas e o
anel acaba de se tornar a minha imagem favorita.
— Cassandra Werner, sou um homem livre para te amar hoje e todos
os dias de nossas vidas. Estava ansioso e imaginei que te diria tantas coisas
quando esse momento chegasse, no entanto, só admirar você, sentir seu
perfume, a textura dos seus lábios e ver o seu sorriso já me deixa
anestesiado. Gostaria de se casar comigo e me fazer o idiota mais feliz
desse mundo? Quer ser para sempre minha? — As bochechas dele queimam
em timidez e respondo eufórica.
— Sim, Leon Stanley, eu aceito ser sua esposa, única amante e para
sempre sua.
— Ava está presa há uma semana e pobre, perdeu todo luxo que
tinha e vivera seu pior pesadelo por muitos dias. Acredito que isso a fará
repensar suas atitudes ao longo da vida.
Não posso negar que tenho apenas 18 anos e estou no auge dos
meus desejos que pulsam aflorados e Leon é um homem indecente que
adora momentos picantes. Ele retira a roupa desesperado e puxa-me em um
jogo corpo a corpo.
Com malícia Leon desliza a mão pela minha pele sentindo cada
parte do meu corpo. Seus dedos grandes circulam minhas aréolas rosadas e
os meus mamilos que ficam arrepiados. Leon captura minha cintura me
lançando por cima de seu ombro.
— Ele está acompanhado do Dr. Adrian, acho que ouvi eles falarem
o nome da Ava. — Meu coração acelera e talvez o médico tenha
confirmado a gravidez dela.
A mulher causou tanto mal a ele que a cada dia que descobre algo
novo fica mais satisfeito por vê-la presa.
Além de ter tentado matá-lo fez isso tudo com o dinheiro do próprio
Leon. Ava não tem coração e desconfio que nunca terá uma redenção. É
errado desejar que ela morra? Respiro fundo e tento evitar os pensamentos
de raiva.
— Meu amor, comeu algo? Não fique sem tomar o café da manhã,
por favor! — Concordo depositando um selinho em seus lábios.
— Eu que agradeço por você não ter tornado público toda a minha
incompetência. O que a Ava fez foi doentio, mas meu dever era ter seguido
o protocolo e não ter me deixado levar pelas chantagens dela. Boa tarde,
nos vemos em breve, na consulta, realmente não querem saber o sexo do
bebê até o nascimento?
— Eu amo esse cheiro único que você possui. Estou ansioso para
sentir o cheiro do nosso bebê. — confessa acariciando minha barriga. —
Sabe o que eu imagino?
Coloco minhas mãos por cima das dele, para acariciar nosso bebê.
E mais uma vez, acontece um novo chute que nos deixa extasiados.
A sensação é que alguém levou minha alma e a trouxe de volta muito
rápido. Nosso bebê lutador chutou para nos lembrar o quanto esse amor faz
tudo ao nosso redor desaparecer restando apenas a felicidade que sentimos
ao estarmos juntos. Leon chora emocionado enquanto deposita infinitos
beijos em minha barriga. Ele me pega no colo e nos deitamos na cama para
aproveitar esse momento único.
Sigo até o outro lado e abro a porta para a pequenina descer. Ela está
deslumbrante no vestido rosa longo e parece uma princesa saída dos filmes.
Algumas notícias novas são sobre a nossa idade, e se eu não fosse um
homem que aparenta ser bem mais novo estaria sofrendo com as fofocas
por ser 21 anos mais velho que ela.
— Bom dia, senhora! Estamos muito felizes por fazer parte da sua
empresa! — Completa Vera.
Chegou o grande dia do meu casamento com o Leon. Não sei o que
esperar desse momento, mas o conhecendo tão bem sei que prepara algo
surpreendente. Desde o dia que comprou a lanchonete ele passou a ser
capaz de fazer qualquer coisa. O indecente se tornou um romântico e tudo
que ele faz é para me ver sorrir. Adoro quando seu olhar está preso a mim
apenas admirando o meu jeito de agir e de falar.
Mesmo que não seja uma festa para inúmeros convidados, Leon fez
questão que tudo fosse perfeito. Com a marcha nupcial como trilha sonora
caminho a passos lentos admirando cada rosto. Nossos convidados são a
Genevieve, que sorri radiante, a Cornélia que me acompanhou o trajeto
todo, o Adrian, a Sandra, o Jonas, o Arnold, também vejo o Erick e as
minhas funcionárias Luana e Vera. Chego no altar e seguro a mão estendida
do Leon. O sentimento desse dia é de cumplicidade, amor e um misto de
indecência. Nos olhamos com admiração, com o mesmo fogo que sentimos
desde o primeiro momento que estivemos juntos.
— Leon, você não imagina como fez eu me sentir hoje! Tudo está
perfeito! — Com carinho ele se ajoelha e beija minha barriga.
― Você merece ser feliz, merece essa família linda que está
construindo após uma perda tão dolorosa. Lembre-se que te amo, sempre
estarei com você. Estou aqui como seus pais sempre desejaram, cuidando
de você, até o fim das nossas vidas. ― Beijo o rosto da Genevieve
emocionada.
― Leon, meu indecente, eu aceito ter até trinta, mas nesse momento
quero você, quero sentir o seu corpo no meu a noite toda.
Leon sorri com minha declaração e sinto quando seus dedos grandes
penetram dentro de mim. Abro minhas pernas e sinto sua ereção cutucar as
minhas costas acima do meu quadril. Com afobação ele gruda o meu corpo
ao seu corpo enquanto com a mão esquerda apalpa o meu seio. Seus dedos
movimentam continuamente causando um frenesi em meu corpo. Meu
coração acelera e entreabro os meus lábios soltando gemidos baixos.
― Isso, minha safada, adoro ouvir você gemer enquanto goza nos
meus dedos. ― Gozo aflita enquanto ele esfrega o meu clitóris sensível e
dilatado.
Não ligo de ter realmente dez filhos com a pequenina, com ela sinto
que quero tudo da vida. Após gozar agarro seu corpo e a beijo com carinho.
Sua língua gostosa saboreia a minha e seu corpo pequeno fica grudadinho
ao meu. Ficamos em frente ao fogo entre carícias e declarações de amor.
Nossa lua de mel será intensa e inesquecível!
Uma criatura pequena, que é minha vida, e saber que faria de tudo
por ela não tem explicação, provavelmente se me pedisse para pular de
paraquedas eu também pularia, mesmo tendo pavor de pensar sobre isso.
Com satisfação assisto seu desespero. Cassandra pega na mala uma roupa
colorida e cheia de brilho. O vestido é multicolor, possui laços nos ombros
e ficará justo em seu corpo. Após tomar um banho ela retorna com um
frasco de creme nas mãos e passa suavemente pelo corpo.
― Meu amor por você só aumenta, não sei como vivi tantos anos
sem você. ― confesso tocando meus lábios em sua pele aveludada.
Sandra segura o meu braço e Arnold nos leva ao hospital. Ela avisa
o Leon que imediatamente sai do escritório e corre para nos encontrar.
Passo a recepção e em poucos minutos já estou no consultório médico.
Adrian foi notificado e não demora para chegar.
— Ela está bem sim, nosso bebê é uma menina, linda, parece um
pequeno anjo, como a Cassandra. — Ele sorri e estica a mão para me
parabenizar.
— Parabéns senhor.
— Sim, quase matei aquele verme de tanto socar a cara dele, mas os
policiais me impediram, na hora estava cego de ódio, mas não sei o que
teria feito se tivesse ficado longe da Cassandra. — confesso angustiado.
― Sim, meu protetor, tomei um chá antes de dar o leite para ela, o
que acha de fazermos um lanche? ― A pego no colo e sigo pelos
corredores enquanto o som da sua risada percorre todo caminho.
― Alô! Isso, é o celular dele mesmo. ― Ela faz uma longa pausa e
olho intrigado por ser quase dez horas da noite. ― Isso, eu sou a Cassandra,
ele está sim, só um minuto. ― A pequenina estica o braço me entregando o
aparelho. ― É um homem, diz que se chama Blake! Pode atendê-lo, eu
pego algo. ― Levo o aparelho ao ouvido e sigo até o meu escritório.
― Foram sete dias sem nos tocarmos. Nunca vou me cansar de ter o
seu corpo, seu toque é único, sua boceta é meu vício e estar dentro de você
me faz o homem mais poderoso desse mundo. ― Com doçura Cassandra
beija infinitamente o meu rosto até chegar nos meus lábios.
O seu abraço é o meu porto seguro e o amor que nos une é a razão
do meu viver.
CAPÍTULO 67
Faz meses que estou presa nesse lugar horrível. Quando fui
transferida para a penitenciária minha vida mudou drasticamente. No
presídio estava vivendo um inferno apanhando das presas, mas ao chegar
em um lugar totalmente novo repleto de mulheres que vivem todos os dias
travando uma luta entre si é assustador. Quando entrei na minha cela nova
me deparei com várias presidiárias e naquele momento não queria
demonstrar fraqueza, se tem algo que nunca fui na minha vida é medrosa e
por mais que eu tenha ficado receosa decidi me manter firme.
Enchi o meu peito e em minha mente era melhor apanhar do que ter
que colocar a boca nas partes baixas daquela nojenta.
Estar é aqui é culpa do Leon. Desde o dia que aceitou contratar a tal
amiga da Genevieve minha vida foi destruída. Nunca esquecerei o que ele
fez comigo, toda a humilhação e cada dia amargo que passo nesse lugar fico
mais determinada e matar aquela vagabunda e a botar fogo naquele
bebezinho bastardo que provavelmente já pariu.
“Não ficarei a vida toda presa nesse lugar e fingirei ser uma ótima
pessoa até estar livre para acabar com a vida feliz do Leon. Porém da
próxima vez, fugirei e mudarei de país. Ele ficará sozinho, sofrendo, sem a
putinha e o projeto de filhote”.
Passo a tarde nos meus afazeres, tenho ajudado na parte da escola,
uma boa parte das condenadas são analfabetas, não me surpreende estarem
nesse lugar. Um bando de moscas-mortas delinquentes e reviro os meus
olhos toda vez que tenho que repetir a mesma explicação até que
entendam. Quando o final do dia chega arrumo os livros nas prateleiras e
me assusto ao ver a tal Cupido sentada em uma das carteiras.
― Leon pediu para ficar com esse dinheiro, para descobrir por si
mesma se precisará dele no inferno e se ele pode te salvar da morte! ― A
mulher se afasta e o sangue escorre pelas minhas pernas que fraquejam e
sou levada ao chão.
Sigo até a sala de bebidas e pego em meu bar uma caixa. Adquiri
um Whisky Dalmore 50 anos[42] e permanece lacrado. Com toda certeza
essa bebida rara que só existe mais 59 novos exemplares é o pagamento
perfeito, afinal, o homem salvou minha família e me garantiu uma vida
segura sem que eu precisasse sujar minhas mãos no futuro. Meu coração
sempre soube que não haveria descanso se não fosse assim. Seguro a caixa
de madeira e sigo até a porta.
Por mais que pareça seco e sério o homem possui palavra. Segundo
a minha breve pesquisa descobri que serviu muitos anos como militar,
porém revolucionou tudo ao se tornar o maior negociante de armas e ser
denominado “O Intocado”. Segundo o que Arnold também me informou,
nunca foi traído por estar sempre a frente de seus inimigos, mas que por
uma mulher se tornou vulnerável e queimou pessoas. Com toda certeza
entendo o amor que ele sente, é o mesmo que domina a minha mente e me
escraviza. Cassandra Werner é a única mulher que fez o meu coração bater
mais forte e que me roubou completamente para ela desde o primeiro olhar.
4 MESES DEPOIS
Após aquela fatídica noite em que a pequenina deu uma sentada
deliciosa durante o período de jejum, descobrimos que está grávida de
novo. A alegria foi grande e ver minha família crescendo novamente me
enche de orgulho. Porém, optamos por saber o sexo do bebê antes do
nascimento. Cassandra quis fazer uma revelação diferente, algo particular e
romântico. O nascimento da Arya mudou totalmente a nossa vida.
― Você está cada dia mais linda! Estou ficando preocupado mesmo,
não quero nenhum homem admirando você. ― confessa com ciúmes.
Uma risada escapa de mim, adoro quando ele sente ciúmes e quando
demonstra que tem medo de me perder, entretanto, é um medo bobo.
― Apresento a você o seu cheiro, aquele que esteve por dias comigo
enquanto estive distante. Toda às vezes que fecho os meus olhos relembro
de quando desci do helicóptero e você estava lá, me esperando com um
buquê de rosas. Quando se ajoelhou diante de mim e pediu docemente para
ser sua para sempre. Leon, te abraçar, sentir o seu cheiro e beijar os seus
lábios é sempre um lembrete de que o amor é incontrolável e pode
acontecer quando menos imaginamos, não importa idade, circunstâncias e
nem os medos. O desejo que nos devorou naquela época e nunca parou de
correr em nossas veias é um desejo obsessivo indecente. Como esse
perfume que carrega com ele, as suas notas olfativas, as batidas do seu
coração e a sensação do nosso amor.
FIM
AGRADECIMENTOS
Não tenho palavras que consigam definir o que senti ao terminar
esse livro. Iniciei a escrita dele o ano passado e ter a chance de deixá-lo
como sempre planejei, me encheu de orgulho e realização pessoal. Por
muitas vezes queremos desistir e duvidamos de nossos sonhos, mas todos
os dias olhar a evolução dos personagens e o quando consegui transmitir
meus sentimentos em cada página, me fez acreditar que jamais devemos
desistir de algo que tanto amamos. Quero deixar um agradecimento especial
para as minhas leitoras, muitas me seguem de outras plataformas e
permaneceram ao meu lado agora na Amazon. Sem vocês nada disso faria
sentido, sigo enaltecendo fielmente o quanto vocês são importantes. Para a
minha amiga maravilhosa Pamela Furjala queria deixar uma frase que
muito representa a força que essa mulher tem em se transformar em um
grande anjo: “Ser luz na vida de alguém, não é sobre brilhar, mas sim sobre
deixar uma parte de si em outro coração e iluminar caminhos”, obrigada por
me presentear com os seus conselhos e principalmente com a sua confiança.
Queria também agradecer a minha amiga Elisa Bianchi por todo apoio e
força durante essa mudança de trajetória e por sempre me ajudar com tanto
carinho. Um agradecimento especial a minha família, e a todos os
profissionais que participaram da construção desse livro, desde capa,
revisão, ilustração, betagem e divulgação, sem vocês não seria possível esse
lançamento. Para quem deseja me seguir nas redes sociais é só clicar aqui!
Este livro está disponível completo somente na Amazon. Proibida
a copia total! Cópia parcial somente para resenhas. Todos os direitos
reservados.
Com amor, Diana Novak.
[1]
Brandy é uma bebida destilada elaborada, principalmente, de uvas. Para ser considerado Cognac
as uvas são cultivadas, fermentadas e destiladas na França, na região de Charente, ao norte de
Bordeaux.
[2]
Hotel de alto padrão de luxo em Nova York, instalado no Crown Building, na esquina da Quinta
Avenida com a 57th Street.
[3]
O Texas é um dos 50 estados dos Estados Unidos e fica localizado ao sul do país. Possui
aproximadamente 29 milhões de habitantes. O clima é propício para à agricultura, em algumas
regiões o clima é árido e desértico.
[4]
Marfa é uma pequena cidade localizada no estado norte-americano do Texas, no Condado de
Presídio.
[5]
Nova York é a cidade mais populosa dos Estados Unidos. É composta por 5 distritos: Bronx,
Brooklyn, Manhattan, Queens e State Island.
[6]
El Paso é uma cidade localizada no estado norte-americano do Texas, no condado de El Paso, do
qual é sede.
[7]
O Aeroporto Nacional Bill e Hillary Clinton, inaugurado em junho de 1931, é o mais importante
do estado de Arkansas e opera principalmente voos domésticos.
Maybach Exelero é um coupé superluxuoso da Maybach, atualmente está
[8]