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Ficha técnica

Copyright © 2023 LUNA SANTS


Capa: Maya Silva
Beta reader e Leitura crítica: Patrícia Silva e Ariana Vieira
Revisão: Joelma Pauline
Diagramação: Luna Sants

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos são produtos
da imaginação da autora.
Quaisquer semelhanças com nomes, datas e acontecimentos reais são mera coincidência.
Esta obra segue as regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa.
Todos os direitos reservados.
É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte desta obra, através de
quaisquer meios tangíveis ou intangíveis, sem o consentimento escrito da autora.
Plágio é crime.
A violação autoral é crime, previsto na lei nº 9.610/98, com aplicação legal pelo artigo
184 do Código Penal.
Criado no Brasil.
Obra Registrada.
NOTA DA AUTORA
SINOPSE
PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
EPÍLOGO
OBRAS DA AUTORA
Querido leitor,
Esse livro é para todos que se aventuram na jornada do amor, com suas alegrias e
desafios. Que a história de Grace e Alexandre te inspirem a ter coragem para enfrentar as
tempestades e encontrar a beleza no crescer juntos.
A cada leitor que se encontrar nestas páginas, que encontrem também um reflexo de suas
próprias histórias e a esperança de que o amor, em todas as suas formas, é sempre uma viagem
que vale a pena.
Ao embarcarmos juntos nesta jornada, compartilhamos sonhos, emoções e aventuras
através das palavras. Escrever este livro foi uma viagem incrível e eu sou profundamente grata,
por cada um de vocês que escolheu acompanhar-me nela.
Sem mais delongas, vire a página e aprecie a leitura.
Se você ainda não me segue nas redes sociais, mas gostaria de acompanhar:
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Com carinho e gratidão,
Luna Sants.
"Ler, é sonhar com as mãos abertas".
(Virginia Woolf)

E, cada página virada, é uma janela para novos mundos, ideias e possibilidades
infinitas.
Será que o amor pode nascer de uma
farsa?
Grace encontra-se em um turbilhão de emoções quando seu chefe, o charmoso e astuto
Alexandre, a convida para um papel inusitado: fingir ser sua namorada durante as celebrações
de Natal com sua família em Aspen, Colorado. O plano? Convencer sua mãe de que ele superou
seu conturbado romance com Emma, a prima de criação e mulher de luxos extravagantes.

Em meio à neve cintilante e tradições familiares, o que começa como um simples ato de
encenação, logo se transforma em uma trama repleta de risadas, desejo e sentimentos genuínos.

Entretanto, a chegada de Emma, desencadeia ciúmes e inseguranças em Grace. As


dúvidas surgem: os sentimentos entre eles são genuínos ou apenas fruto da conveniência e da
magia do Natal?
O dia tinha sido ótimo e, ao me despedir do
meu local de trabalho, tive a sensação de dever
cumprido. Todos estávamos eufóricos com os
resultados obtidos durante o ano, e eu estava
ansiosa para passar mais tempo com meu
namorado. Enfim, as férias coletivas haviam
chegado, eu estava animada para a
confraternização da empresa naquela noite.
No fim da tarde, decidi fazer uma surpresa para o meu namorado. Tínhamos combinado
dele ir me buscar, mas ainda faltava uma hora para isso acontecer e eu já não aguentava de
saudades. Essa última semana, André tem trabalhado muito, então nos vimos pouco. Por isso,
decidi ir até sua casa; assim poderíamos aproveitar um tempo antes de irmos à confraternização.
Estava cheia de expectativas sobre meu final de ano. Fui até a casa dele com um sorriso,
ansiosa para compartilhar cada ideia. Mal podia esperar para surpreendê-lo, ou melhor, ser
surpreendida.
Literalmente, não era aquela recepção que eu esperava.
Quando a porta se abriu, a ansiedade que pulsava em mim foi substituída por um choque
avassalador. Meus olhos se arregalaram ao ver André, meu namorado, o homem que me
prometeu o mundo, no sofá, em um momento bem íntimo com outra mulher. Os gemidos deles
penetraram minha mente, não suportei observar aquela cena sem deixar uma lágrima teimosa
escorrer pelo meu rosto. Parecia que o tempo congelou naquele momento, como se eu estivesse
presa em um daqueles filmes de terror, em câmera lenta.
Entretanto, essa sensação durou pouco. Meus pensamentos foram invadidos por uma
enxurrada de emoções. Primeiro, veio a surpresa, a decepção, seguida por confusão e, então, a
raiva, muita raiva. Um turbilhão de sentimentos tomou conta de mim, transformando toda a
minha ansiedade em pura ira.
Eu não hesitei em demonstrar minha presença e meu descontentamento diante daquela
cena.
— O que está acontecendo? — Soltei, misturando espanto e indignação.
É claro que eu sabia bem o que estava acontecendo, mas essa foi a primeira pergunta
idiota que me veio à mente, quando consegui abrir a boca.
Por pouco, um vaso próximo não se tornou vítima da minha raiva, mas consegui conter-
me a tempo. Não gostaria de passar aquela noite detida em uma delegacia; já estava bastante
humilhada naquele momento. Então, engoli seco e o encarei com olhos faiscantes.
— Você só pode estar de sacanagem comigo! — Esbravejei.
— Espera, Grace, não é o que parece — gaguejou ele. Seu rosto exibia puro pânico,
tentando se afastar da outra mulher desajeitadamente, quase derrubando uma pilha de revistas em
cima do móvel ao lado do sofá, enquanto a garota, levantou repentinamente, procurando algo
para se vestir.
Eu não queria ouvi-lo. Meus olhos se moviam rapidamente entre ele e ela, enquanto
minha mente tentava processar a cena. Senti o calor subir pelo pescoço, contrastando com o ar
gélido ao redor.
— Você... você... não acredito — sussurrei, levando as mãos na cabeça, incapaz de
formar uma frase completa.
Desajeitada, dei um passo para trás, esbarrando no aparador da entrada. Por um triz, não
caí para trás. O impacto fez uma foto emoldurada tombar e quase cair sobre mim, mas consegui
me esquivar a tempo. Olhei para o chão e nosso retrato estava quebrado, assim como o meu
coração.
Aquela situação teria sido até cômica, se meu coração não estivesse despedaçado.
— Grace, me desculpe, por favor, ela se jogou para cima de mim, eu não tive culpa — ele
segurou meu braço, tentando explicar o inexplicável, eu puxei olhando para ele, furiosa.
— Tire suas mãos nojentas de mim — respirei fundo e, com um riso nervoso, tentei me
recompor.
— Bem, parabéns! Você está bem acompanhado, é melhor eu deixar o casal a sós, vocês
ainda têm muito a fazer — afirmei, tentando soar sarcástica, mas minha voz carregava uma
mistura de raiva e frustração.
André gesticulava freneticamente, me impedindo de ir embora, tentando se explicar,
enquanto a mulher continuava se vestindo, toda atrapalhada.
— Grace, por favor, você precisa entender, não… — começou ele, mas eu o interrompi.
— Entender? Não há mais nada para entender, André! Eu entendi tudo perfeitamente —
retruquei, minha voz ecoando pela sala e, provavelmente, para todo o bairro.
— Meu amor — mais uma vez ele tentou se aproximar. Eu peguei o vaso que estava
chamando por mim e ameacei acertá-lo.
— Não me chama de "meu amor", seu idiota — ele recuou, estendendo as mãos na minha
direção.
— Tudo bem! Eu errei, fui fraco, eu sei, mas eu te amo, não faz isso — sorri, negando
com um sinal claro de insatisfação.
— Vai para o inferno! — Arremessei o vaso no chão e o encarei. — Feliz natal para
vocês dois!
— Grace! — Tenta, mais uma vez, chamar minha atenção.
— Eu só... preciso ir.
Sem olhar para trás, virei-me e saí, na pressa de escapar daquele ambiente constrangedor.
Sentia uma mistura de humilhação e indignação fervendo dentro de mim enquanto fechava a
porta com força, desejando que aquela noite nunca tivesse acontecido.
Ao voltar para casa, minhas pernas pareciam
feitas de chumbo. O coração partido, os olhos
inchados de tanto chorar e a mente confusa,
incapaz de processar tudo o que tinha
acontecido. Entrei no apartamento com um
suspiro pesado, como se tivesse sido atropelada
por um trem.
Larguei minha bolsa no sofá e segui para o banheiro. As lágrimas pareciam presas,
necessitando urgentemente de um escape a todo momento. Abri o chuveiro e deixei a água
quente cair sobre mim, enquanto permitia que as lágrimas fluíssem livremente. O som da água
abafava meus soluços, mas não conseguia conter a dor que martelava dentro de mim.
Após um longo tempo no chuveiro, com os olhos vermelhos e o coração ainda pesado, saí
e fui direto para a cozinha. A visão da panela de brigadeiro na prateleira fez ressurgir lembranças
de tempos melhores, quando cozinhar essa guloseima era uma celebração de alegria, não uma
tentativa de afogar as mágoas. Não resisti e, ainda aos prantos, preparei um brigadeiro, mexendo
a panela com a colher como se estivesse agitando meus pensamentos.
Enquanto mexia, as lembranças da traição de André inundavam minha mente. Cada volta
da colher na panela parecia uma tentativa de dissipar a tristeza que consumia meu coração.
A campainha tocou, interrompendo meu momento de desespero. Com a colher de
brigadeiro na mão, limpei rapidamente o rosto, desliguei o fogão e fui atender à porta. Ao abri-la,
deparei-me com minha amiga Sarah, que me olhava com preocupação.
— Grace, o que está acontecendo? — Perguntou Sarah, franzindo a testa.
— Esqueceu suas chaves? — Desviei a conversa.
— Sim! Foi mal — ela entrou, fechando a porta atrás dela.
Sarah e eu dividíamos as despesas do apartamento, trabalhávamos juntas e nos
conhecíamos desde a infância. Ela é minha melhor amiga e a pessoa mais próxima que tenho de
família. Meu pai eu nunca conheci; eu era filha única e, há cinco anos, minha mãe morreu em um
acidente de carro. Hoje, somos apenas eu e ela.
— Por que você está chorando com essa panela de brigadeiro nas mãos? — Perguntou
Sarah, franzindo a testa.
Com um suspiro, convidei-a para sentar. Sarah pegou uma garrafa de vinho e nós
bebemos, enquanto eu explicava tudo o que havia acontecido na casa do André. Contei cada
detalhe, desde o momento em que cheguei até o flagrante e minha saída.
— Sério, Grace? Ele é um otário — ela afirmou contrariada.
Sarah ouviu atentamente, sua expressão oscilando entre choque e indignação, mas, ao
mesmo tempo, tentava manter o clima leve.
— Quer dizer que ele preferiu perder esse brigadeiro delicioso que só você sabe fazer? —
Ela questionou com um tom de brincadeira, pegou minha colher e também se deliciou com a
sobremesa. — Homens são tolos mesmo! — Comentou Sarah, tentando arrancar um sorriso dos
meus lábios.
Ainda com um semblante triste, soltei um leve riso, enquanto Sarah me abraçava e
oferecia um ombro amigo. Ela sempre foi ótima em levantar o astral das pessoas, mesmo nas
situações mais difíceis.
— Amiga, eu sei que isso é terrível, mas não vamos ficar aqui choramingando, enquanto
ele está lá, comendo outra — ela levou as mãos na boca, preocupada com o que acabou de dizer.
— Desculpa, não era isso que eu queria falar — sorri discretamente.
— Tudo bem, amiga, é a verdade — suspirei.
— Vamos, eu vou dar um jeito nesse rosto vermelho, uma maquiagem resolve tudo.
— Não, Sarah, eu não quero ir.
— Você precisa sair daqui, Grace. Não deixe que esse idiota estrague sua noite! Vamos!
Vou te ajudar a se arrumar e você vai à festa. Nós vamos nos divertir, mesmo que eu tenha que
dançar com você a noite toda! — Disse Sarah, determinada.
— Não quero estragar sua noite, amiga, vai você.
— Nada disso, eu não vou sem você, nem ferrando que irei te deixar aqui nessa crise —
ela se levantou e estendeu as mãos para mim. — Vamos, amiga, você sabe que eu fico bem
safada após beber vinho, preciso encontrar um gatinho — não consegui segurar o riso.
— Só você, Sarah — ela se abaixou na minha frente e repousou as mãos em meus
joelhos.
— Pense pelo lado positivo, amiga, aquele imbecil nunca te fez gozar, agora você pode
encontrar um homem de verdade, um bem gato, que seja capaz de fazer isso — gargalhei.
— Isso é verdade — ela levantou-se e estendeu-me as mãos.
— Então, vamos nos divertir e terminar a noite com um gatinho bem gostoso, que foda
bem — segurei suas mãos e me levantei. — Mas, é claro, você com um e eu com outro, ainda
não estou pronta para compartilhar meus gatinhos.
— Eu também não — sorrimos.
Acabei cedendo à insistência dela e, entre risos e alguns tropeços, devido ao vinho que
havíamos bebido, nos arrumamos para a festa de confraternização da empresa.
Acompanhada por Sarah, cheguei à festa de confraternização da empresa, tentando
manter um sorriso no rosto, mas a cada olhar ao redor, as lembranças dolorosas do que havia
acontecido ressurgiam; era difícil escapar da sombra da decepção, que ainda pairava sobre mim.
No início, me esforcei para me juntar aos colegas de trabalho, mas as risadas forçadas e as
conversas superficiais só serviram para aumentar minha sensação de estar deslocada.
Após algumas tentativas frustradas de interagir, me afastei para uma mesa isolada, onde
encontrei refúgio em um copo de bebida. Com o passar do tempo, a música alta, as luzes
coloridas e a dose extra de álcool me animaram um pouco. Comecei a balançar a cabeça ao ritmo
da música, cantando baixinho as letras das músicas que eu conhecia.
Em um momento de ousadia, provocada pela bebida, soltei alguns passos de dança meio
desajeitados, arrancando risadas de Sarah que, de longe, me incentivava a aproveitar a festa. Por
um instante, senti-me livre da opressão emocional e das lembranças do que havia ocorrido horas
antes.
No entanto, à medida que o tempo passava e a festa continuava, percebi-me novamente
sentada sozinha em minha mesa, olhando para a pista de dança animada à minha frente. Levantei
meu copo para um brinde silencioso à minha própria coragem de ter vindo, mas, ao mesmo
tempo, sentia uma pontada de melancolia.
Ao notar a garçonete se aproximando para um novo pedido, acenei para que ela trouxesse
mais uma bebida. Talvez não fosse a atitude mais sensata, mas naquele momento, era tudo o que
eu precisava para espantar a tristeza. Afinal, se tinha algo que eu ainda podia controlar, era a
quantidade de álcool no meu copo.
Enquanto estava imersa em meus pensamentos, senti uma presença se aproximando. Era
Alexandre Foster, meu chefe. Ele sentou-se ao meu lado, observando-me com preocupação
evidente estampada no rosto.
— Grace, você está bem? Não parece estar muito feliz aqui — perguntou ele, com um
tom amigável, porém preocupado.
Sorri ironicamente e ergui meu copo, antes de responder:
— Sabe, descobrir que seu namorado está te traindo não é exatamente a melhor forma de
começar uma noite de festa, especialmente quando você o pega no flagra com a amante.
Um silêncio constrangedor estabeleceu-se por um momento. Alexandre pareceu surpreso
com minha resposta direta, mas depois fez um esforço para encontrar as palavras certas.
— Sinto muito, Grace. Sei que não deve ser fácil lidar com algo assim. Mas, acredite, ele
claramente não sabe a garota incrível que está perdendo — disse ele, tentando me reconfortar.
Um misto de surpresa e admiração tomou conta de mim, ao ouvir essas palavras de apoio
vindo do meu chefe era estranho, mas de alguma forma reconfortante. Pela primeira vez, me
senti realmente aliviada naquela noite.
— Obrigada, Sr. Alexandre. Acho que estou apenas tentando seguir em frente da melhor
maneira possível... Mesmo que isso envolva um pouco mais de álcool do que o habitual —
respondi com um sorriso fraco.
Ele sorriu de volta, parecendo compreender minha tentativa de manter a leveza.
— Bem, se precisar de mais alguma bebida ou de alguém para dançar, estou por aqui.
Você sabe, eu sempre fui um excelente dançarino — brincou, tentando descontrair. — E, por
favor, nada de senhor, não estamos no escritório e eu não sou tão velho assim.
Dei uma risadinha diante de sua resposta e da oferta inusitada.
— Obrigada, quem sabe mais tarde eu aceite a sua oferta e possamos arrasar na pista de
dança. Acho que vou precisar de uma distração. Mas por enquanto, mais um drink, por favor —
respondi, levantando o copo e brindando com ele, antes de virar mais um gole da bebida.
Após um momento de descontração com
meu chefe, onde bebemos muito e dançamos,
ele decidiu compartilhar um pouco mais sobre
seus planos para o Natal. Sentados em uma área
mais tranquila da festa, Alexandre começou a
falar sobre seus preparativos para as
festividades.
— Sabe, Grace, o Natal está chegando e eu... eu... — ele hesitou um pouco antes de
continuar. — Vou para a casa dos meus pais.
Parecia que ele estava prestes a contar algo complicado, mas não vejo motivos para ele
ter hesitado em comentar algo tão simples.
— Ah, legal! Natal com a família reunida, é ótimo! — Respondi, animada.
— Bom, realmente deveria ser, mas tem um pequeno detalhe... — ele baixou o tom de
voz e bebeu mais drink antes de continuar. — A minha ex-namorada estará lá — fiquei surpresa,
já que ele mencionou a palavra ex.
— Ex-namorada? — Questionei, curiosa. — Porque sua ex estaria… — não completei a
frase, já que a resposta surgiu antes mesmo de eu completar a pergunta. Sorri, antes de comentar:
— Ah, claro, vocês estão reatando o namoro, mas por que você parece preocupado com isso?
— Na verdade, não é o que você está pensando! Não estamos voltando, tem um ano que
não a vejo — continuei surpresa.
— Desculpa minha intromissão, mas estou realmente confusa, se ela é sua ex e vocês não
estão voltando a namorar, o que ela vai fazer lá?
— Ela é minha prima de criação — arregalei os olhos e fiz careta, antes de beber mais um
pouco da minha cerveja.
— Isso é ruim — afirmei divertida, ele sorriu, assentindo e bebendo mais da sua bebida.
— É péssimo! Tem um ano que eu não a vejo, a última vez foi no Natal do ano passado, e
acabamos… — ele hesitou. — Você sabe.
— Ela ainda mexe com você! — Afirmei e ele assentiu. — Já que ainda se sente atraído,
por que não voltam?
— Não é simples, ela está noiva — ele respira fundo. — Mas também não me deixa em
paz, e o pior, é que eu ainda sinto muito tesão nela.
— Que merda! — Ele sorri da minha reação. — E ela te procura mesmo estando
comprometida?
— Sim! E esse é o problema, eu não queria ter que ir este ano, porque eu não queria me
encontrar com ela. No último Natal, acabamos transando e eu fiquei péssimo, já que o noivo, que
até então era namorado, estava no quarto do lado — abri a boca em surpresa, levei a mão nos
lábios e respirei fundo.
— Sério que fez isso? — Questionei, incrédula, ele assentiu. — Ela é uma piranha! —
Bebi mais cerveja, ele sorriu. — Desculpe, é sua prima, mas ela é muito safada, e você um
cretino — afirmei e ele continuou rindo.
— Eu sei! Acho que ainda sou apaixonado por ela, mas eu não quero mais me envolver
nesse tipo de situação, eu não sou assim, Grace, não me envolvo com mulheres comprometidas.
O que aconteceu entre nós, acabou, não deu certo. Mas, ao mesmo tempo, eu não consigo me
conter quando estou perto dela. Ela é uma mulher bonita, é bem gostosa — sorri contida.
— E você pensa com o seu pau quando está com ela ao invés de raciocinar com a cabeça,
não é? — Ele assentiu concordando.
— Infelizmente sim.
— Homem é tudo igual mesmo — reviro os olhos.
— Olha, eu gosto dela, mas eu não sei, quando a gente estava junto não deu certo, somos
muito diferentes, e eu prometi que não ficaria mais com ela, eu quero manter minha palavra —
ele respira fundo. — Mas o problema é que ela é bem insistente, continua me ligando, me manda
mensagens, fotos íntimas e eu tenho certeza que ela vai cair matando em cima de mim, quando
nos encontrarmos.
— Simples, você pode controlar o seu pau e resistir! Comece a agir com a cabeça,
Alexandre. E eu estou falando da cabeça de cima, é claro — ele achou graça.
— Estou trabalhando minha mente para isso, mas não é tão fácil, e esse não é o único
problema — eu sorri.
— Você está bem ferrado hein — sorrimos.
— Estou! A situação toda é complicada — ele suspirou. — Na última conversa que tive
com a minha mãe, ela estava realmente preocupada por eu não estar em um relacionamento sério
— soltei uma risadinha contida.
— Por que ela está tão preocupada com isso, você ainda é um homem bem jovem, tem o
quê? Uns vinte e sete anos?
— Trinta e um!
— Parabéns, chefe — bebi mais cerveja, olhando para ele. — Não te dava mais que vinte
e oito.
— E você?
— Eu o quê?
— Quantos anos você tem?
— Vinte e cinco — ele sorriu e bebeu o restante do drink que estava em sua taça.
— Pensei que tinha vinte.
— Não precisa exagerar — sorrimos. — Mas obrigada! — Nos olhamos por alguns
instantes, e eu tinha certeza que estava com um sorriso bobo no rosto.
Grace, toma jeito, ele é seu chefe.
— Mas voltando ao assunto: mãe preocupada. Por que ela quer tanto que você arrume
uma namorada?
— Digamos que ela não aprovava o meu relacionamento com a Emma.
— Sua prima de criação!
— Isso!
— Por quê? — Ele respira fundo e esfrega a cabeça. — Desculpe, eu não quero ser
invasiva.
— Não está sendo. Ela acredita que Emma se tornou uma mulher ambiciosa, que está
mais preocupada com a posição e os luxos, do que com os sentimentos. Ela tem medo que eu não
seja feliz, algo de mãe — sorri discretamente, ao me lembrar da minha mãe, ela tinha essa
mesma preocupação comigo. — Ela também flagrou Emma saindo do meu quarto no último
natal, me colocou contra a parede, eu acabei confessando que tínhamos ficado e isso a chateou
bastante. Ela não esperava essa atitude vinda de mim — ficamos alguns instantes em silêncio, até
que ele se acomodou melhor em seu assento e me olhou atentamente.
— Eu prometi a ela que isso não se repetiria e agora, quando nos falamos, ela estava tão
aflita em relação a isso, que eu acabei mentindo para ela.
— O que você fez? — Perguntei, curiosa.
— Disse que estava namorando — arregalei os olhos.
— Por que fez isso?
— Ela estava preocupada sobre o meu reencontro com Emma, então eu falei para ela
ficar tranquila. E, bem, a minha mãe ficou tão, mas tão, eufórica com a ideia de eu estar
namorando, que me fez prometer que eu levaria minha "namorada" para o Natal. Agora estou
numa enrascada.
Não pude evitar uma gargalhada diante da situação em que ele se encontrava.
— Bem, acho que você se meteu em uma grande confusão, chefe — comentei, ainda
rindo.
— Pois é, Grace, estou com a corda no pescoço! Preciso resolver essa situação ou minha
mãe vai arrancar todos os cabelos dela! — Ele disse, com um semblante de preocupação
misturado com um toque de humor.
— Não acredito que fez isso — comentei ainda rindo.
Aquela conversa revelava um lado divertido do meu chefe. Ele sempre foi muito
educado, mas não imaginei que ele fosse assim, tão simples, piorou que se metesse em situações
tão desastrosas. Era estranho, mas também engraçado vê-lo tão vulnerável em relação à pressão
materna, já que na empresa ele é tão imponente, decidido e seguro.
— Nem eu, Grace. A verdade é que no momento, eu não imaginei que ela poderia me
pedir isso, porque eu mencionei que era recente, que ainda estava conhecendo a garota.
— Uma garota imaginária — brinquei, ele sorriu.
— A situação é grave, Grace, pode não parecer, mas é — ele afirma sério, eu tento
controlar o riso.
— Bom, pelo menos agora você tem duas opções: ou arruma uma namorada de verdade,
ou arranja uma saída criativa para lidar com essa situação! — Sugeri, com um sorriso travesso.
— Saída criativa? — Ele questionou, curioso.
— Sim!
— Como faz isso? — Sorri e pedi mais uma cerveja. Alexandre fez o mesmo.
— Você pode convidar uma amiga para te acompanhar, pede ela para fingir ser sua
namorada na noite de Natal — ele gargalhou. — O que foi? — Questiono sorrindo e bebendo
minha cerveja. — Tem ideia melhor?
— Grace, não estamos em um filme, isso é vida real, e essas coisas não funcionam na
vida real.
— É uma noite, Alexandre, assim você não decepciona sua mãe.
— Tem um problema, não é apenas por uma noite — olhei para ele surpresa.
— Não? — Ele negou com um sutil aceno de cabeça.
— Estou indo logo pela manhã, essa é a única época do ano que eu posso passar alguns
dias a mais com meus pais, sem precisar me preocupar com a empresa.
— Nossa! E agora, o que você vai fazer? — Perguntei, e ele bebeu mais de sua cerveja.
— Você realmente não tem ficado com ninguém? Alguém legal que você queira levar?
— Não! — Afirmou sem hesitar, após pensou por alguns instantes. — A não ser — ele
me olhou de um jeito estranho. — Já tem planos para o Natal, Grace?
— Sim! Irei ficar em casa, assistindo a um filme e comendo brigadeiro — ele sorriu
tranquilamente.
— Não irá passar com a família? — Engoli seco ao desviar meus olhos dele, bebi um
gole da minha cerveja e voltei a encará-lo.
— A Sarah é minha única família — ele assentiu.
— Desculpa, não queria ser indelicado — ergui as mãos e neguei imediatamente.
— Não está sendo, é sério. Eu não conheci meu pai, não tenho irmãos e minha mãe
morreu em um acidente de carro.
— Eu sinto muito — sorri delicadamente.
— Está tudo bem. A Sarah todo ano vai para a casa dos pais e eu sempre vou com ela,
eles são uns amores, mas como eu estava “muito bem” com o meu namorado, eu disse a ela que
não iria, que ficaria e o voo dela é amanhã. Eu sei que ela vai me pedir para ir com ela, que vai
querer comprar uma passagem de última hora, mas eu realmente não pretendo ir. Esse ano quero
ficar na minha, curtindo minha falta de sorte no amor, com uma panela de brigadeiro de
companhia, enquanto me desmancho em lágrimas, assisto a um filme bem clichê — ele sorriu
discretamente.
— Isso não me parece uma boa ideia, ainda mais para quem acabou de sair de um
relacionamento da forma que você saiu.
— É verdade, mas eu prefiro assim — terminando minha frase, meu celular começa a
vibrar em cima da mesa, olho e respiro fundo.
— Ele já te ligou bastante — Alexandre comenta, já que desde que estamos conversando,
André, me ligou várias vezes.
— Ele é um babaca — ele sorri.
Alexandre me observa por algum tempo, e eu me sinto um pouco envergonhada por ele
estar me olhando tanto.
— O que foi? — Questionei sorrindo, ele se acomodou melhor em seu lugar e olhou para
os lados antes de responder.
— Por que você não vem comigo para a casa dos meus pais? — Aquela pergunta me
pegou desprevenida, e eu não consegui segurar o riso.
— Eu? — Questionei surpresa.
— Sim, você! — Ele afirmou convicto. — Pelo que entendi, você não tem nada melhor
para fazer aqui e, se você ficar, esse seu ex vai ficar te atormentando, vamos comigo. Finge ser
minha namorada essa semana e eu te ajudo a se livrar desse otário. É claro, isso se você não tiver
intenção de voltar a namorá-lo.
— Não, eu jamais voltaria a namorar esse cara depois do que vi.
— Então vamos comigo, Grace.
— Alexandre — sorri incrédula. — Olha, eu te dei a ideia de uma namorada de
mentirinha, mas eu não sei fazer isso, eu nem sei por onde começar.
— Você não tem com o que se preocupar, eu disse a minha mãe que meu compromisso
era recente. Não vamos mentir sobre tudo, você é minha assistente, com o tempo que passamos
juntos acabamos nos envolvendo, estamos apaixonados e queremos muito que esse
relacionamento dê certo. Você mora com a sua amiga, que também é sua colega de trabalho,
adora brigadeiro e assistir a filmes — achei graça.
— Como sabe que eu adoro brigadeiro e filme?
— Você disse que era o que faria, então presumi — sorri e bebi mais. — O que você me
diz? Vamos comigo?
— Seus pais não se importariam de você estar namorando sua assistente?
— Claro que não — ele afirmou e eu olhei novamente para o celular vibrando. — Você
vem comigo?
— Você disse que viaja amanhã cedo, eu não tenho nada pronto.
— Não se preocupe, você pega apenas o necessário, quando chegarmos lá, saímos para
comprar o que falta.
— Eu não quero que se preocupe ou gaste comigo.
— Grace, por favor, você vai estar salvando minha pele, livrando minha mãe de uma
decepção e me impedindo de transar com minha ex, isso é o mínimo que posso fazer.
— Não vou te impedir de fazer nada.
— Só de ter alguém do meu lado já é o bastante, acredite. Assim, não terei tempo de ficar
com ela a sós — respirei fundo, não acreditando que estava considerando aceitar essa proposta
maluca.
— Espero que não dê merda — bebo minha cerveja.
— Isso é um sim? — Ele questiona, ansioso, eu sorri assentindo. — Boa! Valeu, Grace,
será um bom Natal, eu te prometo.
— Será que lá eu consigo preparar brigadeiro?
— Você gosta mesmo de brigadeiro — sorrimos.
— Sou viciada! Mas gosto de preparar eu mesma meu brigadeiro.
— Pode ficar tranquila, lá você vai conseguir fazer seu brigadeiro, mas com uma
condição — olhei para ele, curiosa. — Eu também quero — gargalhamos e brindamos a nossa
pequena aventura que em poucas horas começaria.
Foi bom conversar com Grace, ela me deu
uma boa ideia. Eu não queria decepcionar minha
mãe e precisava de um motivo para não ficar a
sós com a Emma, uma namorada me
acompanhando era o ideal. Não quero mais
sentir culpa; não deu certo entre nós e, ficar com
minha ex, era algo que não poderia mais
acontecer.
Ter a companhia de Grace seria uma ótima saída, uma boa distração para fugir de Emma.
Quando ela aceitou minha proposta, foi como tirar um peso dos meus ombros.
— Bom dia! Desculpe a demora, foi um pouco complicado sair da cama hoje — Grace se
desculpa, assim que entra no carro. Estava distraído mexendo no celular e não percebi sua
aproximação. Assim que a vi, guardei o celular e me atentei a ela.
— Tranquilo, estamos no horário.
— Me lembre de nunca mais beber daquele jeito — sorrio, afirmando.
— Deixa comigo. Tudo pronto? — Ela sorriu afirmando.
— Grace! Grace… — olhamos para a portaria do prédio dela, e um homem correu em
nossa direção, gritando por ela.
— A não!
— Seu ex? — Questionei, ela afirmou.
— Grace, onde você está indo? O que está fazendo no carro do seu chefe? — Ele fala
encarando-a pela janela.
— Me deixe em paz, André! Volte para sua amante.
— Grace, pare com isso, saia desse carro, precisamos conversar — ela respirou fundo
com a cabeça baixa.
— Estamos atrasados, você pode se afastar do carro? — Ele me olhou, irritado.
— Não irei a lugar nenhum antes de falar com minha namorada — ele afirmou convicto.
— Ex-namorada! Grace, agora está comigo — afirmei, sério, ambos me olharam
surpresos.
— Está com você? Como assim, Grace? — Ela olhou para ele, mas antes que ela dissesse
algo, eu respondi.
— É o seguinte, eu não quero que você ligue mais para ela. Quero você longe da minha
namorada. Estamos entendidos?
— Cara, você só pode estar de palhaçada. Até ontem, Grace estava comprometida
comigo.
— Justamente! Ontem, passado — sorri e ela me olhou. — Eu sou o presente dela e
pretendo ser o futuro. Então a deixe em paz, porque ela está comigo. Se você a procurar
novamente, teremos um sério problema — dei partida no carro e acelerei, deixando o idiota com
cara de espanto para trás.

Alguns minutos se passaram, quando Grace decidiu quebrar o silêncio.


— Obrigada, Alexandre — agradeceu com um sorriso discreto.
— Pelo quê? — Questionei, olhando nos olhos dela, com um sorriso contido.
— Você sabe, pelo que disse para o meu ex.
— Não tem que agradecer, ele é um babaca. E foi bom ver a cara dele de perturbação.
Pode ter certeza que ele não irá mais te importunar — ela sorriu discretamente e, por alguns
instantes, nos olhamos de um jeito mais intenso.
— Mas voltando à nossa aventura inesperada — ela quebra o contato visual, eu volto
minha atenção para a estrada. — Eu aceitei sua proposta, mas até agora eu não sei para onde
estamos indo. Acredito que me empolguei — sorrimos. — Seus pais também moram aqui em
Nova Iorque? — Grace pareceu curiosa.
— Não, eles vivem em Aspen, no Colorado! — Respondi, vendo seu olhar surpreso.
— Aspen, no Colorado? — Ela me olhou atenta, eu afirmei com um sutil aceno de
cabeça.
— Vamos de carro para lá? — Questionou, preocupada. Eu sorri negando.
— Não, temos uma aeronave esperando por nós — novamente ela me olhou surpresa por
alguns instantes, mas ela não questionou, apenas assentiu concordando, com um sorriso contido
nos lábios.
Alguns minutos depois, Grace olhou para mim, com um brilho de empolgação nos olhos.
— Vamos em seu helicóptero? — Indagou, animada. Eu confirmei com um aceno. Grace
levou as mãos à boca, demonstrando euforia. — Não me diga que é você, o piloto.
— Sim, sou eu mesmo. Mas não se preocupe, sou um piloto bastante experiente e
confiável.
— Isso é sensacional! A Sarah vai surtar com isso — ela disse, divertida. — Algum
problema se eu contar para ela?
— Não, de forma alguma. Fique à vontade para contar — afirmei, vendo sua empolgação
crescer. Foi impossível não sorrir de seu entusiasmo.

A viagem transcorreu tranquilamente. O tempo que passamos juntos durante o voo,


pareceu bem menos do que realmente foi, e isso se deve a companhia de Grace, ela é
encantadora, uma pessoa muito fácil de lidar, divertida e espontânea. Observá-la tão animada, foi
bem agradável.
Conversamos bastante durante o trajeto. Ela me contou sobre sua mãe, sobre Sarah e
também compartilhou um pouco sobre seu antigo relacionamento. Grace era autêntica e, desde a
noite passada, me senti muito à vontade com ela. No trabalho, a correria é tanta, que raramente
temos esses momentos. Então, ter esse tempo para conversar com Grace, foi ótimo. Como
fingiremos estar em um relacionamento, conhecer um pouco mais a garota que passará a semana
toda comigo e com meus pais, não era uma má ideia. E o fato de me dar bem com ela, era ainda
melhor.
Não havia ninguém melhor que Grace para esse momento.
— Chegamos! — Anunciei quando saímos do helicóptero. Ela olhou ao redor.
— Já estamos na casa dos seus pais? — Perguntou, curiosa.
— Sim, e eles estão bem ali, nos observando — ela respirou fundo ao avistar meus pais e
minha irmã a poucos metros de nós. Segurei sua mão, encarando seus olhos atentamente.
— Você não precisa se preocupar — assegurei. Ela me olhou, preocupada.
— Não quero decepcioná-los. Mesmo sendo uma farsa, seria bom se eles gostassem de
mim.
— Acredite, eles vão te adorar! — Ela respirou fundo, e sua mão tremia. — Ei! — Sorri,
chamando sua atenção antes de nos aproximarmos mais. — Confie em mim, você não precisa se
preocupar, Grace. Não haveria ninguém melhor que você para estar aqui — ela suspirou e sorriu
lindamente.
— Eles vão gostar de mim, não é? — Sorri afirmativamente.
— Claro que sim — ela suspirou fundo, e então seguimos caminhando até minha família.
— Que linda! — Exclamou minha mãe,
assim que nos aproximamos. — Como ela é
linda, Alex! — Ela não se conteve e abraçou
Grace.
Eu olhei para Grace e vi que ela estava com as bochechas coradas, enquanto retribuía o
gesto de carinho. Me aproximei, para resgatá-la do abraço da mamãe urso.
— Mamãe, assim você vai assustá-la — comentei e ela se afastou, olhando-me aflita.
— Oh, meu Deus! — Minha mãe levou as mãos à boca. — Desculpe, minha querida, foi
a emoção. Me perdoe, eu não quero assustá-la — ela pediu receosa. Grace olhou para mim,
negando com a cabeça, e segurou as mãos da minha mãe, encarando-a.
— Não precisa se desculpar, está tudo bem, Sra. Abigail — minha mãe olhou para ela,
carinhosamente. — Eu gosto de abraços.
— Ela é muito linda, meu filho — mais uma vez, minha mãe a abraçou. — Apenas
Abigail, minha querida. Não me chame de senhora. Sou sua sogra, não precisa de formalidades
comigo — minha mãe convidou meu pai e minha irmã para se aproximarem, e eles se
cumprimentaram. Grace sorriu ao me olhar brevemente, antes de minha mãe pegá-la pelo braço e
conduzi-la em direção à casa.
Meu pai me cumprimentou e sorriu, como se estivesse aprovando, "minha namorada".
— Agora, sim, você acertou na escolha — minha irmã se aproximou e me abraçou. —
Ela é muito bonita. Gostei dela.
— Vocês nem conversaram — comentei e ela sorriu.
— Consigo ver na cara dela, é uma boa pessoa — sorri de volta, caminhando ao seu lado.
Minha mãe simplesmente sequestrou Grace e a levou para conhecer a casa. Enquanto
isso, fui para o quarto guardar nossas malas. Minutos depois, minha mãe apareceu, acompanhada
de Grace.
— Vim devolver sua namorada linda, meu filho — ela entrou toda animada, abrindo a
porta, enquanto Grace me lançava um olhar tranquilo. — Vocês devem estar com fome, irei
pedir que preparem algo para vocês.
— Eu não quero agora, mamãe. Prepare apenas para a Grace.
— Por enquanto não, muito obrigada — Grace recusou, educadamente.
— Vocês precisam comer, tem que se alimentar — minha mãe insistiu, se aproximando
para me abraçar.
— Iremos fazer isso, mamãe. Mas por enquanto, prefiro tomar banho e descansar um
pouco — expliquei. Ela começou a rir, colocando as mãos na boca.
— É claro! Me perdoem, vocês querem ficar um pouco a sós, que cabeça a minha — ela
falou animada. — Fiquem a vontade — se afastou e Grace a acompanhou com os olhos. — É
ótimo ser jovem, sempre queremos transar e transar, sem nos preocupar com o amanhã.
Aproveitem muito, meus queridos — Grace levou uma mão à boca e eu vi um riso se formando
em seu rosto, enquanto minha mãe se afastava e fechava a porta.
Assim que ficamos a sós, fui até a porta e tranquei. Grace gargalhou e sentou na cama.
— Essa é a minha mãe — comentei sorrindo, sentando ao seu lado.
— Ela é maravilhosa — Grace elogiou.
— Desculpe te deixar com ela — disse, sorrindo contido. — Quando percebi, ela já havia
te sequestrado — Grace sorriu de um jeito meigo, negando com a cabeça.
— Eu amei ela, de verdade. Sua mãe é incrível, engraçada e muito acolhedora.
— Acolhedora até demais, não é? Ela quase te mata sufocada, com aquele abraço de
mamãe ursa — rimos.
— Ela é muito perfeita — Grace afirmou, enquanto eu concordava.
— Realmente é! E ela te amou — as bochechas de Grace ruborizaram, após minha
afirmação.
Não resisti e toquei seu rosto, ela ficou muito linda envergonhada. Grace me olhou, seus
olhos brilhando.
— Está com vergonha? — Questionei, divertido, acariciando suas bochechas vermelhas.
Ela negou, rindo.
— Essa casa é linda — ela ergueu a cabeça, observando o ambiente, depois se levantou e
caminhou. — Esse quarto é quase do tamanho do meu apartamento — comentou. Sorrimos e eu
me encaminhei para o banheiro.
— Vou tomar banho, quer vir junto? — Brinquei, com um sorriso travesso.
— O quê? — Ela arregalou os olhos, e eu ri.
— É só banho, calma — respondi divertido. Ela sorriu, negando com a cabeça.
— Não seria uma boa ideia — garantiu.
— Está com medo de tomar banho comigo, namorada? — Questionei, brincalhão.
— Não tenho motivos para ter medo — ela sorriu, com os braços cruzados.
— Então, por que não quer vir? — Ela gargalhou.
— Está brincando, não é? — Questionou, confusa. Eu neguei com a cabeça.
— Você pode ir primeiro — sugeriu calma, e eu abri os braços.
— Tudo bem, caso mude de ideia, a porta vai estar aberta — falei, surpreendendo-a.
— Está falando sério, Alexandre? — Ela me olhou incrédula, com um sorriso contido nos
lábios. Gargalhei.
— Qual o problema? Aqui somos namorados. E me chame de Alex, acho que é mais
íntimo — ela sorriu tímida. Confesso que gosto de vê-la com o rosto vermelho, Grace, fica
incrivelmente sexy.
— Namorados de mentirinha — afirmou, rindo. — E você é meu chefe, com que cara irei
te olhar, se tomar banho com você?
— Tudo bem, não está mais aqui quem falou — ela continuou rindo, eu fechei a porta e
assim que retirei minha roupa, voltei abrir. Grace estava sentada na cama, pensativa.
— E só para constar — ela me olhou, um sorriso desenhando seus lábios. — Você fica
muito linda, quando está com vergonha — Grace engoliu seco, com suas bochechas coradas. —
Vou tomar banho, descansar um pouco e saímos para comprar o que está faltando para você,
tudo bem? — Perguntei e ela assentiu.
— Está ótimo para mim — afirmou, eu sorri.
— Beleza — fechei a porta e fui para meu banho.

Ao entrar no banheiro, liguei o chuveiro e relaxei debaixo da água quente. Após alguns
minutos, me enxuguei e vesti minhas roupas. Ao sair, observei Grace, mexendo na sua mala.
— Já que não quis minha companhia, o banheiro está liberado — brinquei. Ela sorriu,
pegou suas coisas e uma toalha, dirigindo-se para o banho.
Grace passou alguns minutos no chuveiro e, quando voltou, eu já estava deitado. Ela se
aproximou e eu olhei para ela.
— Acredito que deitar ao meu lado, não seja uma má ideia, o que acha? — Comentei.
— Não! Não é — respondeu contida. Eu bati com a mão ao meu lado na cama.
— Deita, Grace, fique à vontade — convidei, sorrindo. — Está cansada?
— Com sono — admitiu.
— Somos dois — concordei. Viramos de costas um para o outro e, depois de alguns
minutos, Grace quebrou o silêncio.
— Por que me convidou para tomar banho com você? — Questionou. Virei-me, ficando
de barriga para cima, enquanto ela permaneceu na mesma posição.
— Você ficou brava com o convite? — Perguntei, ela virou o corpo, ficando de lado,
olhando diretamente para mim.
— Não! — Grace achou graça. — Não é isso. Só não entendi o motivo.
— Iríamos conversar — expliquei.
— Durante o banho? — Ela perguntou confusa, um sorriso discreto desenhando seus
lábios. Eu sorri concordando.
— Sim! Qual o problema?
— Para mim, isso é muito íntimo. Para você, não? — Questionou.
— Não pensei nisso, eu só queria sua companhia — afirmei, divertido.
— Simples assim?
— Gosto das coisas simples, Grace — virei-me para ela. — Você é minha assistente,
deveria saber disso.
— Sei que gosta de tudo simples — ela sorriu meiga. — Mas um banho com alguém, não
é algo tão simples para mim.
— É, pode ser — concordei.
Rimos juntos, compartilhando um momento leve e descontraído. Enquanto a
conversa seguia, a exaustão acabou nos dominando. Aconchegamos um ao outro, nossos olhos se
fecharam e adormecemos, ainda trocando algumas risadas baixas no silêncio do quarto.
Após uma longa e divertida conversa, acabei
adormecendo ao lado de Alexandre. Quando
despertei, percebi estar deitada
confortavelmente em seu peito, com a mão em
uma posição um tanto quanto ousada. Ainda
sonolenta, senti algo crescer sob meu toque e,
sem resistir, comecei a apertar e acariciar mais
do que deveria.
— Desse jeito será impossível controlar, Grace — a voz rouca de Alexandre ecoou, mas
meus olhos ainda estavam pesados demais para abrir.
— H-hum — resmunguei, confusa.
Ele colocou sua mão sobre a minha, intensificando o toque.
— Se continuar acariciando meu pau assim, isso vai fugir do controle.
Num impulso, me levantei da cama, erguendo as mãos em sinal de rendição.
— Oh, meu Deus — exclamei, sentindo minhas bochechas corarem. Alexandre sorriu
com malícia.
— Desculpe, não foi minha intenção. Me desculpe mesmo, Alexandre. Merda! —
Gaguejei envergonhada.
Ele se levantou, revelando um volume indiscreto em sua bermuda.
— Está tudo bem, Grace — disse ele, rindo. Se aproximou, passando por trás de mim, e
sussurrou em meu ouvido: — Você tem uma mão bem gostosa.
Fiquei imóvel, paralisada pela surpresa e pelo comentário ousado. Ele, então, seguiu para
o banheiro.

Sentada na cama, suspirei, perdida em pensamentos. Um sorriso escapou dos meus


lábios, ao lembrar suas palavras. Descobri que Alexandre era mais atrevido do que eu imaginava.
Antes de adormecermos, ele havia compartilhado histórias de seus breves romances e aventuras
noturnas em boates, cercado de mulheres e bebidas. Já ouvi alguns comentários pelos corredores
sobre sua fama, mas não imaginei que ele fosse tão safado. Ele sempre foi bem direto no
trabalho, em relação ao que desejava, mas percebi que essa assertividade, também se estendia à
sua vida pessoal.
Quando ele me convidou para tomar banho, achei que era brincadeira, mas não era. E
agora, lá estava eu novamente, com as bochechas coradas. "Se ele não fosse meu chefe", pensei,
"teria mostrado que não sou só boa com as mãos..."
Grace, Grace, se controla... murmurei para mim mesma, tentando acalmar as emoções
turbulentas que Alexandre, sem esforço, despertava em mim. Era uma situação complicada, mas,
estranhamente, também era incrivelmente divertida.
Não posso negar que meu chefe é um homem incrivelmente atraente. Quando ele saiu do
banheiro, após me convidar para um banho, estava sem camisa, com uma toalha cobrindo apenas
o essencial. Era impossível não admirar a definição de seus músculos, tudo em seu devido lugar.
Eu realmente pensei que essa semana seria mais tranquila, mas me enganei, essa será uma prova
de resistência.
— Então, vamos às compras? — Sua voz me tirou dos meus pensamentos. Nem percebi
que ele já havia saído do banheiro.
— Só vou me trocar — respondi, ainda um pouco envergonhada.
— Tudo bem! Eu também vou me trocar — ele disse, se afastando para pegar uma roupa.
Aproveitei para respirar fundo e decidi pedir desculpas mais uma vez.
Me aproximei dele e, abrindo minha mala, peguei meu casaco de plumas preto, com
capuz, um suéter de lã com gola alta e calças térmicas. Virei-me para ele e disse:
— Desculpe mais uma vez, Alexandre.
Ele me olhou de forma parcial, com um semblante calmo.
— Você não tem motivos para se desculpar, Grace.
— É claro que tenho — respondi, revirando os olhos, enquanto ele esboçava um sorriso.
— Eu estava com a cabeça em seu peito e com a mão... você sabe onde. Preciso me desculpar.
— Relaxa, Grace, está tudo bem — ele disse, sorrindo.
— Sério? Não vai pensar que eu estava tentando me aproveitar de você?
Ele pausou, pensativo, e depois sorriu, travesso.
— Você estava?
— Claro que não! — Exclamei.
Ele riu, se vestindo com outra camisa e, em seguida, tirou a bermuda, revelando que
estava sem cueca. Fiquei chocada, sem conseguir desviar o olhar.
— Acho que estava querendo se aproveitar de mim — ele brincou, enquanto eu
continuava olhando para onde não devia. — Era só pedir, Grace — se aproximou muito, fazendo
minhas pernas bambear. — Jamais te impediria de me tocar — ele se divertiu, percebendo meu
olhar fixo.
— O que está fazendo? — Gaguejei.
Ele colocou a cueca, rindo. Provavelmente estava se divertindo com minha expressão de
espanto. Além de lindo, ele era... bem, impressionante.
— Gostou? — Perguntou, divertido.
— O quê? Claro que não! — Respondi rapidamente.
Ele passou por mim e sussurrou em meu ouvido:
— Podemos aproveitar muito esses dias, se você quiser.
Virei-me para ele, confusa.
— Sobre o que está falando?
Ele se aproximou novamente, olhando nos meus olhos.
— Você sabe sobre o que estou falando. Não seria um problema aproveitar esse namoro
de faz de conta. Ao contrário, seria bem vantajoso, não acha?
Segurando meu queixo, ele observou meu rosto atentamente, com sua boca
perigosamente perto da minha. Nossos olhos se encontraram e, por um momento, ficamos ali,
apenas nos olhando, explorando cada detalhe um do outro.
— Você é meu chefe — sussurrei, nossas bocas quase se tocando, sentindo meu coração
acelerar. Aquilo era complicado, o ambiente estava tenso, mas o desejo era inegavelmente
eletrizante.
Alexandre sorriu, com um ar de travessura, e delicadamente afastou algumas mechas de
cabelo, que repousavam sobre meu ombro. Ele então se aproximou, depositando um beijo suave
em meu pescoço, antes de sussurrar com uma voz sedutora.
— Isso não é um problema, Grace — ele repetiu o gesto, beijando meu pescoço outra
vez. — Basta você dizer que quer.
Uma de suas mãos encontrou o caminho até minha cintura, enquanto a outra segurava
minha nuca. Minha respiração tornou-se ofegante. Eu não sabia o que estava acontecendo com
Alexandre, mas, apesar de saber que era uma loucura, naquele momento, eu desejei meu chefe.
Foi necessário um esforço monumental para não ceder à tentação.
— Sabe que isso não pode acontecer — disse, tentando manter firmeza na voz. — É
melhor você se comportar, 'namorado' — acrescentei, com um tom brincalhão, mas sério.
Ele sorriu. Caminhei até o banheiro para me vestir e tentar controlar o alvoroço de
emoções que sentia. Assim que fechei a porta, encostei nela, permanecendo ali por alguns
instantes, respirando fundo e tentando acalmar meu coração acelerado.
Do outro lado, ouvi a voz de Alexandre, cheia de humor:
— Não demore, Grace! O mundo lá fora nos espera!
Eu não pude deixar de sorrir. Era impossível negar a química entre nós, mas também era
essencial manter um certo controle. Rapidamente me vesti com o vestido que havia escolhido,
um modelo simples, mas elegante. Olhei-me no espelho, arrumando o cabelo e garantindo que
tudo estivesse perfeito.
— Estou quase pronta! — Gritei em resposta, tentando disfarçar o tremor na minha voz.
Finalmente pronta, abri a porta do banheiro e encontrei Alexandre me esperando, vestido
de maneira casual, mas ainda assim, incrivelmente charmoso. Ele estendeu o braço, oferecendo-
se para me acompanhar.
— Pronta para nossa “aventura de compras”? — Perguntou ele, com um brilho divertido
nos olhos.
Assentindo, peguei seu braço e, juntos, saímos, entre risadas e olhares que diziam mais
do que palavras poderiam expressar. Era um jogo perigoso, mas muito emocionante.
Eu nunca pensei que me sentiria tão atraído
por alguém do trabalho. Minha única restrição
com mulheres eram as comprometidas e as da
empresa, sempre tive muito cuidado com esse
tipo de relação, misturar profissionalismo com
diversão nem sempre é uma boa ideia. Mas
Grace tem mexido comigo de um jeito, que me
deixa completamente desarmado.
Tesão, desejo, curiosidade… acredito que essas são as palavras certas para o que eu sinto
por ela. Quando senti seu toque, enquanto dormia, foi uma sensação deliciosa, uma atitude
inesperada, porém eletrizante. Senti um desejo avassalador por ela, algo que por nenhum instante
tentei conter, mesmo sabendo que era necessário.
Grace é linda, incrivelmente sexy e atraente. Sua inocência, misturada com uma audácia,
que às vezes aparece, é irresistível. Adoro a forma como ela cora quando a provoco. Cada sorriso
envergonhado dela, é como uma vitória para mim.
O passeio e as compras, foram momentos de descontração. Caminhar ao lado dela pelas
ruas de Aspen, vendo a neve cair suavemente, foi divertido. Ela estava toda envolvida,
escolhendo as roupas e os presentes que levaríamos.
Retornamos para a casa da minha mãe, e lá começamos a separar os enfeites para decorar
a árvore. Ajudamos minha mãe a escolher o cardápio para o jantar, a sobremesa e embalamos os
presentes. Grace estava animada, querendo participar de tudo, e eu não pude deixar de sorrir ao
vê-la tão empenhada.
No início da noite, resolvemos fazer uma brincadeira de família. Decidimos fazer um
concurso de decoração de biscoitos natalinos, algo tradicional por aqui. Grace, toda empolgada,
tentava decorar um biscoito, mas a cada tentativa, acabava criando um desastre culinário ainda
maior. Sua expressão de frustração, misturada com surpresa, era hilária. Em um momento, ela
conseguiu derrubar um pote inteiro de confeitos vermelhos e verdes, criando uma explosão de
cores na cozinha. Minha mãe, meu pai, minha irmã e eu, não conseguimos conter o riso. Grace
olhou para nós, os olhos arregalados, e então começou a rir também.
— Eu juro que na minha cozinha, eu sou bem mais habilidosa! — Ela disse, tentando se
justificar, ainda rindo. Por fim, todos se uniram para organizar a cozinha, que estava
completamente bagunçada.
Passar o Natal em Aspen, na companhia de Grace, estava se tornando uma das
experiências mais divertidas que já tive em anos. Eu sabia que, independente do que acontecesse,
aquela semana ficaria marcada.

Conforme a noite avançava, a atmosfera na casa da minha mãe se enchia de risadas e


histórias encantadoras. Grace, com seu jeito único e cativante, conquistava cada membro da
minha família. Ela ouvia atentamente as histórias de infância que meus pais contavam, soltando
gargalhadas com as piadas da minha irmã e até estava se aventurando na cozinha, ao lado de
minha mãe, apesar daquele pequeno incidente com os biscoitos, que foi bem divertido.
Observando Grace interagindo com todos, eu me pegava pensando como ela parecia
pertencer àquele cenário. Era como se ela sempre tivesse sido parte da família. Seu sorriso, sua
risada contagiante, a forma como seus olhos brilhavam sob a luz do ambiente, seus gestos... tudo
era fascinante.
Mais tarde, já beirando a meia-noite, decidimos sair para um passeio na neve. Aspen
estava espetacularmente iluminada, com suas luzes cintilantes refletindo na neve branca e pura,
criando uma paisagem fantástica. Caminhávamos lado a lado, nossas respirações formando
pequenas nuvens no ar gelado. Grace estava visivelmente encantada, parando a cada momento
para admirar as decorações natalinas e as árvores cobertas de neve.
— É tudo tão lindo aqui! — Exclamou ela, com os olhos reluzindo de admiração.
Foi então que alguns flocos de neve começaram a cair com mais intensidade. Grace
estendeu a mão, tentando pegá-los. Eu a observava, completamente encantado por sua
simplicidade e beleza. Ela virou-se para mim, com um sorriso radiante nos lábios.
— É mágico! — Disse ela, com uma voz cheia de entusiasmo.
— Não mais que você, Grace — respondi, quase sem pensar.
Ela parou, olhando-me profundamente e, por um instante, parecia que o mundo ao redor
havia congelado. Aproximei-me, e nossos olhos encontraram-se em uma conexão profunda, um
entendimento silencioso e intenso. Retirei algumas mechas de cabelo, que estavam em seu rosto,
após toquei suas bochechas vermelhas, mantendo o contato visual. Eu queria beijá-la, sentir o
sabor dos seus lábios, mas Grace recuou, virando o rosto delicadamente e elogiando a cidade.
Compreendi o sinal e afastei-me discretamente, esboçando um sorriso contido, enquanto
retomava meu caminho ao lado dela. Porém, o desejo de reivindicar seus lábios como meus,
ardia ainda mais intensamente em meu peito.
Voltamos para casa, compartilhando sorrisos, olhares cúmplices e uma conversa
animada. Mas, ao abrir a porta, meu sorriso se desfez ao ver Emma, cumprimentando minha
família com entusiasmo.
Ela se virou para mim, seu sorriso se alargou e, sem cerimônia, jogou-se em meus braços,
abraçando-me apertado e depositando vários beijos em meu rosto.
Seu noivo estava em uma conversa com meus pais, mas minha mãe e minha irmã tinham
seus olhos voltados para nós.
— Que saudades — disse ela, afastando-se brevemente para me examinar e abraçando-
me novamente. — Tenho uma surpresa para você. Vou te esperar na piscina, mais tarde —
sussurrou em meu ouvido, deixando-me desconfortável. Me afastei, segurei a cintura de Grace e
voltei encarar Emma.
— Emma, essa é Grace, minha namorada — falei, buscando firmeza em minha voz. Ela
me olhou surpresa, depois examinou Grace com um olhar incisivo.
— Namorada? — Questionou surpresa, fuzilando-me com os olhos.
— Sim! — Afirmei, segurando a cintura de Grace mais forte e puxando-a para perto de
mim. — Minha namorada.
Emma cruzou os braços, mantendo um olhar sério.
— Podemos conversar, Alex? — Pediu, olhando novamente para Grace. — A sós! —
Disse, brava.
— Vou te esperar no quarto — Grace disse, tentando afastar-se.
Segurei firme em sua cintura, deixando claro que não queria que ela se afastasse. —
Grace está cansada, Emma, o dia de hoje foi bem agitado.
— Ela pode ir se deitar, enquanto isso, conversamos — insistiu.
— Depois conversamos, Emma. Boa noite a todos — falei, decidido, segurando a mão de
Grace e a conduzindo suavemente para o quarto.
Fechei a porta atrás de nós, olhando para Grace com um misto de sentimentos, enquanto
ela retirava o seu casaco. Sabia bem o que Emma pretendia, mas uma coisa era certa: eu não
poderia me envolver com ela. Era por isso que Grace estava aqui, e eu faria de tudo para livrá-la
de qualquer situação desconfortável.
Chegar na casa dos pais de Alexandre e dar
de cara com a ex dele foi, no mínimo, um
choque. Eu sabia que esse encontro era
inevitável, mas não esperava que fosse tão
imediato. A ex de Alexandre, Emma, mal o viu
e já se atirou em seus braços, com uma
intimidade que me deixou desconfortável.
Observei a reação dele, percebendo o quanto ele
parecia abalado com a presença dela.
Era inegável que meu chefe ainda guardava sentimentos por Emma e, por algum motivo,
isso me incomodava profundamente. No entanto, eu não tinha nenhum envolvimento real com
Alexandre; nosso namoro era apenas uma encenação. Além disso, ele já havia confessado ter
uma paixão pela ex. Precisava me lembrar do meu papel nessa história e controlar esse coração
impulsivo, que insistia em se deixar levar por emoções impróprias.
— Está tudo bem? — Alexandre perguntou, com uma expressão de preocupação.
Respirei fundo, retirando minhas botas. Forcei um sorriso e assenti.
— Grace, eu não sabia que ela viria hoje. Fui pego de surpresa, assim como você — ele
tentou se justificar.
— Está tudo bem, Alex. Eu sabia que a encontraria aqui — falei, hesitante. — Afinal, eu
vim para te fazer companhia e, quem sabe, te distrair o suficiente para evitar que você corra até a
piscina e... transe com ela — afirmei, sentindo uma pontada em meu peito.
Alexandre abriu um sorriso sem graça e se aproximou.
— Grace, não é bem assim — ele tentou se explicar, mas eu já estava tomada por uma
mistura de ciúmes e frustração, o que era patético, já que nunca tivemos nada e estamos juntos há
poucas horas, ligados por conta desse maldito namoro de mentira.
— Relaxa, Alex. Sabemos que você só pensa com uma cabeça quando está perto dela —
sorri ao afirmar, tentando esconder o quanto aquilo me incomodava. Ele engoliu seco, sem saber
o que dizer.
— Vou tomar banho — declarei, caminhando em direção ao banheiro. Fechei a porta
com um pouco mais de força do que pretendia. Encostei-me nela, respirando fundo para acalmar
os pensamentos que turbilhonavam em minha mente.
“Que estupidez a minha", pensei, sentindo uma pontada de desapontamento. Eu
realmente acreditei que ele estava curtindo minha companhia. Mas, na verdade, ele está apenas
se entretendo comigo, exatamente como foi combinado.
"Grace, você é mesmo uma idiota", murmurei para mim mesma, tentando conter a
sensação de rejeição e o medo de estar desenvolvendo sentimentos reais em uma situação muito
complicada. Eu precisava manter a cabeça no lugar, mas a presença de Emma me abalou de um
jeito que não esperava, tornando tudo mais difícil.

Passei longos minutos no banheiro, meu refúgio temporário, deixando que a frieza dos
azulejos acalmasse a tempestade em meu coração. Ao sair, esperava encontrar Alexandre rendido
ao sono, mas as circunstâncias tinham outros planos. Ele, imerso no brilho do celular, mal
percebia o mundo ao seu redor.
Com um esforço quase palpável, forcei um sorriso ao encará-lo.
— Não seja tão indiscreto ao encontrar-se com ela — adverti, minha voz tingida com
uma seriedade, que mal disfarçava o turbilhão interior. — Lembre-se, aos olhos de todos, você é
um homem comprometido.
Seus olhos encontraram os meus, uma faísca de algo indefinido passando entre nós.
Alexandre largou o celular com um gesto lento e proposital, erguendo-se como quem dança ao
ritmo de uma melodia silenciosa, enquanto se aproximava.
— Está com ciúmes, Grace? — Ele perguntou em um sussurro, carregado de significados
ocultos.
O ar entre nós vibrava com uma tensão quase tocável.
— Claro que não! Ficou louco? — Retruquei, mas meu protesto soou fraco até aos meus
ouvidos. Ele sorriu, um sorriso que parecia conhecer todos os meus segredos, aproximou-se, seus
dedos deslizando suavemente pelo meu rosto. Senti o toque leve em meus lábios,
involuntariamente, fechei os olhos, me perdendo na sensação.
— Nesse momento, eu só queria descobrir o sabor desses lábios — ele murmurou, sua
voz era um sussurro que enviava ondas de calor através de meu corpo. Ao abrir os olhos, o
encontrei me observando intensamente, como se tentasse decifrar cada pensamento meu.
— Não irei transar com você para satisfazer o tesão que está sentindo por ela — afirmei,
tentando manter a voz firme. Ele sorriu, um sorriso que não era zombeteiro.
— O tesão que estou sentindo é por você, Grace.
— Está mentindo!
— Quero você e não ela. O desejo que estou sentindo por você é incontrolável, uma
necessidade que está me consumindo.
— Está falando isso porque a viu — acusei, mas uma parte de mim tremia com a verdade
nas suas palavras.
— Eu não estou nem aí para ela, Grace. Quem eu quero, está aqui, bem na minha frente.
— Não brinca comigo, Alexandre — implorei, minha voz quase um sussurro. — Sabe
que não podemos nos envolver assim.
— Não estou brincando — ele disse, segurando meu rosto entre suas mãos, forçando-me
a encarar a verdade em seus olhos. — Eu quero você, Grace. Você. Agora!
E então, suas palavras se perderam em um beijo que consumiu tudo ao nosso redor. Foi
intenso. Nossos lábios se movendo em um ritmo frenético, refletindo a urgência e a profundidade
do nosso desejo. Naquele momento, o resto do mundo desapareceu, e só existíamos nós dois,
perdidos em um mar de sentimentos confusos e avassaladores.
O beijo se intensificou e, cada toque, se tornou uma confissão silenciosa dos desejos que
tentávamos evitar. Alexandre puxou-me para mais perto, eliminando qualquer espaço entre nós.
Suas mãos deslizaram pelas minhas costas, provocando arrepios na minha pele.
— Eu estive lutando contra isso, Alex — murmurei entre os beijos, ele sorriu, nossos
sussurros enchendo o ar de tensão e desejo. — Mas estar perto de você... é impossível resistir.
— Eu sei — afirmou divertido.
— Alex, sabe que isso pode dar muito errado, o prudente seria... — comecei, mas minhas
palavras foram abafadas por outro beijo, mais profundo e urgente. Senti meu corpo responder ao
dele, uma chama acendendo dentro de mim. Era um turbilhão de emoções, uma mistura de
desejo, medo e algo mais, algo que eu ainda não conseguia nomear.
Minha respiração estava irregular, e eu lutava para processar o que estava acontecendo.
Por um lado, eu queria me entregar completamente àquele momento, aos desejos que cresciam
dentro de mim. Por outro, o medo de ser apenas uma distração, ainda me assombrava. Mesmo
tendo a consciência de que tudo isso é temporário, eu não quero ser alguém que ele transa,
porque está com tesão na ex e não pode tê-la.
— Alex, eu... — hesitei, procurando as palavras certas.
Ele colocou um dedo sobre meus lábios, silenciando-me.
— Não precisa dizer nada agora. Vamos apenas curtir o momento, sem cobranças ou
medo — disse ele, cada palavra impregnada de uma doçura que me desarmou completamente. O
timbre de sua voz era como um bálsamo, suavizando as arestas de minhas dúvidas e incertezas.
— Estou sendo sincero quando digo que te quero, Grace. E isso não é porque ela está
aqui. Desde ontem, meu único desejo é ter você — afirmou ele, com os olhos fixos nos meus.
Naquele momento, algo em mim se desfez, como se um nó apertado finalmente se
soltasse. Eu suspirei, um suspiro de rendição, um sinal de que as barreiras que construí ao meu
redor estavam começando a ceder. Um sorriso tímido, mas genuíno, brotou nos meus lábios, um
reconhecimento silencioso da verdade nas palavras dele.
Me entregando ao momento, minha boca buscou a dele com uma urgência, que refletia o
desejo que eu sentia. Nosso beijo, rapidamente, se transformou em algo mais: uma expressão
ardente do tesão que estávamos sentindo.
À medida que o beijo se aprofundava, o mundo ao nosso redor parecia desaparecer. Só
restava o calor de seus lábios contra os meus, a suavidade de suas mãos traçando caminhos pelas
minhas costas, o som de nossos corações batendo em um ritmo compassado e urgente.
Eu sentia cada batida do meu coração ecoar
em meu peito, uma melodia que se misturava
aos sussurros de Alexandre. A noite havia se
transformado em um cenário de desejo e
entrega, onde as linhas do nosso acordo, se
tornaram meras sombras diante da intensidade
do que vivíamos.
As palavras dele ainda repercutiam em meus ouvidos, promessas sussurradas de um
desejo que não era mais contido. Seus olhos, fixos nos meus, revelavam mais do que meros
impulsos; havia uma profundidade, que me fazia questionar sobre tudo que estava acontecendo
entre nós.
Senti meu corpo sendo gentilmente conduzido até um móvel no canto do quarto, onde ele
me sentou e se posicionou entre minhas pernas. As mãos dele deslizaram para as minhas coxas,
apertando e acariciando com uma firmeza que despertou uma onda de calor sob minha pele.
Cada toque dele era como uma faísca que alimentava uma chama crescente dentro de mim.
— Você me deseja, como eu te desejo, Grace? — Ele sussurrou, sua voz rouca vibrando
contra meus lábios.
Eu assenti, incapaz de formular palavras, minha respiração estava acelerada. Nossos
lábios uniram-se em um beijo ardente, transbordando com a intensidade do desejo que nos
consumia. Era um beijo que queimava com a força de um fogo incontrolável, refletindo o anseio
mútuo que nos envolvia.
Seu beijo era uma mistura perfeita de suavidade e urgência, explorando cada canto da
minha boca, com uma paixão que me deixava sem fôlego. Alexandre puxou-me para mais perto,
suas mãos explorando minhas costas, descendo até a minha cintura. Cada toque era um convite
silencioso para me perder completamente nele.
Meus dedos encontraram os botões de sua camisa, desfazendo-os um a um, revelando a
pele quente e os músculos bem definidos. O contraste do frio da noite de Aspen com o calor de
nossos corpos, criava uma atmosfera quase surreal. Eu o queria, mais do que jamais quisera
alguém e, naquele momento, nada mais importava.
Ele pegou-me em seus braços, guiando-me até a cama, nossos corpos entrelaçados em um
balé de desejo e entrega. Cada carícia era um novo capítulo, escrito na linguagem de suspiros e
gemidos. Nossos olhos se encontravam ocasionalmente, e eu podia ver as mesmas perguntas que
assolavam minha mente refletidas neles. O que estávamos fazendo? Era apenas um jogo, ou algo
mais estava nascendo entre nós?
Não sabia a resposta para aquelas perguntas, mas não tinha dúvidas de que o tesão entre
nós era intenso. Alexandre me deitou na cama com cuidado e se colocou por cima de mim.
Nossos beijos estavam mais ousados, a malícia era evidente. Terminei de retirar sua camisa,
jogando-a em um canto qualquer. Meus dedos tinham urgência em tocá-lo, e assim o fiz.
Deslizei minha mão pela parede de músculos que era seu corpo, sentindo cada contorno.
Meus dedos se embrenharam em seu peitoral esculpido, deslizaram pelo abdômen definido,
percorreram suas costas largas e ombros robustos. Cada centímetro explorado revelava mais de
sua beleza estonteante. A visão de seu corpo magnífico, somada ao volume que eu sentia,
deixava-me com água na boca. Essa combinação perfeita aguçava minha ansiedade,
intensificando a expectativa pelo que estava por vir.
Sua boca, antes colada à minha, agora trilhava um caminho de beijos pela minha pele. Ele
começou pelo meu queixo, desceu suavemente até o pescoço, enquanto sua mão firme apertava
minha cintura, intensificando a sensação do volume de seu corpo contra o meu. Ele deslizou
habilidosamente a blusa do meu pijama pelos meus ombros, revelando que eu não usava nada
por baixo, o seu sorriso ao perceber isso era de pura admiração. Seus olhos encontraram os meus,
cheios de desejo, enquanto eu sentia minha respiração se acelerar, especialmente ao sentir seus
dedos desenhando caminhos suaves sobre meus seios.
— Lindos, Grace — ele elogiou com uma voz rouca, antes de abocanhar cada um deles
alternadamente, provocando um prazer tão intenso, que me arrancou gemidos incontroláveis.
— Hum… — minhas mãos agarravam o lençol abaixo de mim, me perdendo nas
sensações deliciosas que sua boca causava. Ele alternava entre lamber um seio e acariciar o
outro, chupando e mordiscando meus mamilos de maneira que intensificava meus gemidos.
— Perfeitos — sussurrou ele, continuando a trilha de beijos, mordidas e chupões pelo
meu corpo. Cada toque de sua boca deixava marcas ardentes em minha pele, que certamente se
transformariam em manchas vermelhas. Enquanto ele beijava minha costela e barriga, eu o
observava. Seus olhos brilhavam de desejo e admiração.
Engoli em seco quando ele, com movimentos ágeis, retirou a calça do meu pijama,
jogando-a sobre a poltrona. Ele sorriu maliciosamente, ao deslizar minha calcinha pelas pernas e
beijá-las, subindo suavemente até a minha intimidade.
— Que perfeição, Grace — murmurou ele, antes de cobrir meu corpo com o seu,
beijando meus lábios com um desejo voraz.
Instantes depois, ele se dedicou novamente a explorar cada centímetro da minha pele com
sua boca, abrindo mais minhas pernas. Segurei o lençol com ainda mais força, e um gemido alto
escapou dos meus lábios, quando senti a intensidade de seu toque em minha carne úmida e
quente.
Alexandre prosseguiu com suas carícias, explorando cada parte de mim com uma mistura
de ternura e intensidade. Sua boca era uma fonte de prazer inesgotável, percorrendo cada canto
da minha pele, deixando-me arrepiada e totalmente entregue.
Ele voltou a me encarar, sorriu e beijou cada centímetro da minha barriga, descendo
lentamente mais uma vez, fazendo com que minha respiração se tornasse ainda mais irregular.
Ao retornar a minha intimidade, ele olhou para mim com uma expressão de adoração e
desejo. Sua língua começou a explorar delicadamente, provocando sensações que me fizeram
arquear o corpo em resposta. Seu toque era, ao mesmo tempo, suave e firme, levando-me a um
estado de êxtase que eu nunca havia experimentado antes.
— Alexandre... — mal consegui sussurrar seu nome, minha voz embargada pelo prazer.
Sua língua percorria minha pele com uma habilidade e delicadeza que me faziam perder a
noção do tempo e do espaço. Meus gemidos eram constantes, reflexo de um prazer que crescia
surpreendentemente, e eu me sentia mergulhando em um estado de loucura voluptuosa. Com
uma das mãos, agarrei seu cabelo, me deixando levar por aquela sensação avassaladora, emitindo
gemidos mais intensos do que jamais havia experimentado.
Quando ele focou sua atenção no meu clitóris, sugando-o com uma intensidade que
parecia tocar minha alma, fui arremessada para um nível de prazer quase transcendental. Era tão
poderoso, que senti como se estivesse perdendo o controle total do meu corpo.
— Gostosa demais, Grace — ele elogiou. — Goza na minha boca, quero sentir seu sabor
— sussurrou com uma voz rouca, inflamada de desejo. Minha resposta foi imediata e violenta.
Uma onda de calor avassalador percorreu meu corpo, desencadeando um tremor incontrolável.
Meu coração batia tão forte que parecia ecoar em minha garganta. Ao gritar o nome dele, minhas
pernas apertaram sua cabeça, num impulso espontâneo de êxtase.
O auge do meu prazer foi como uma explosão de sensações, um ápice de intensidade que
me fez sentir como se minha alma estivesse se desprendendo do corpo. Meu peito se movia
rapidamente, a respiração ofegante e descontrolada, enquanto sentia minhas bochechas ardendo
de calor. Nosso olhar se encontrou, um misto de ternura e intensidade refletido em seus olhos.
Ele continuou a me acariciar com sua boca, sugando cada gota do meu prazer, cada
momento intensificado pelo contato de sua língua, enquanto eu tentava fechar inutilmente as
pernas. Eu, ainda ofegante, tentava recuperar o fôlego, buscando reintegrar minha alma ao meu
corpo, que ainda tremia levemente com as ondas residuais do prazer que havia experimentado.
A sensação de conexão era profunda, não apenas física, mas também emocional. Nossos
olhares se mantinham fixos um no outro, uma comunicação silenciosa, mas intensamente
expressiva. Eu me sentia vulnerável, mas, ao mesmo tempo, segura em seus braços, sabendo que
aquele momento ficaria eternamente gravado em minha memória, como um dos mais intensos e
prazerosos da minha vida.

Novamente ele levantou o olhar para mim, seus olhos brilhando com um misto de
satisfação e desejo. Voltou a beijar-me com paixão, enquanto suas mãos percorriam meu corpo,
ampliando o campo de sensações que me envolvia. Eu me perdia cada vez mais naquele mar de
prazer, entregando-me novamente ao momento.
— Você é incrível, Grace — ele murmurou contra minha boca, enquanto suas mãos se
moviam com habilidade e carinho pelo meu corpo, até alcançar novamente minha intimidade.
Nos beijamos com desejo, enquanto eu sentia seus dedos habilidosos massageando meu
clitóris. Eu sentia cada toque, cada sussurro, cada respiração dele, como se fossem chamas que
queimavam dentro de mim, alimentando uma paixão que eu não sabia que poderia sentir. Cada
movimento seu era calculado, destinado a aumentar meu prazer, a levar-me a alturas de êxtase
que eu jamais poderia ter imaginado.
Enquanto ele continuava a explorar meu corpo, eu me entregava àquela dança de
sensações. O mundo lá fora não existia mais; só havia Alexandre, eu e a perfeita união de nossos
corpos e almas.
Com uma cumplicidade crescente, ajudei Alexandre a se livrar de sua calça. Ele me
envolveu com seu corpo e nossas bocas se encontraram, novamente, em um beijo profundo,
repleto de desejo. Seu beijo tinha um sabor viciante, despertando em mim a vontade de me
perder naqueles lábios, eternamente.
Enquanto nossos lábios se moviam em uma dança apaixonada, Alexandre começou a
roçar delicadamente sua glande robusta na minha entrada, provocando-me com movimentos
sutis. Ele brincava com meu clitóris, alternando entre carícias leves e toques mais intensos.
— Quero sentir sua pele na minha, sem proteção. Algum problema para você? —
Questionou rouco, evidenciando em sua voz o quanto de tesão sentia naquele momento. Neguei
com a cabeça; eu também queria senti-lo assim, sem nada entre nós. Ele sorriu entusiasmado e
continuou brincando com meu clitóris.
O contato de seus dentes, suavemente fechando em meus lábios, seguido de sugadas
deliciosas, aumentava ainda mais o calor do momento. Nossos sussurros se entrelaçavam,
criando uma melodia de desejo, enquanto nossas bocas se exploravam de maneira ousada.
A umidade do seu pré-gozo se misturava ao meu prazer, intensificando a conexão entre
nós. Ele encontrou meus olhos, com um olhar carregado de paixão. Sua boca então se afastou da
minha e, com um movimento suave, mas firme, ele introduziu sua glande em minha entrada. Um
gemido prolongado e profundo escapou dos meus lábios, ele sorriu, observando meu rosto com
atenção.
— Fica ainda mais linda com essas bochechas coradas — elogiou e mordiscou minha
boca. — É gostosa pra caralho, Grace — murmurou com um sorriso, empurrando-se mais
profundamente.
Nossos lábios entreabertos e os sorrisos que trocávamos, eram reflexos do prazer mútuo e
da conexão íntima que compartilhávamos. Seus movimentos, agora mais audaciosos, eram uma
mistura de força e delicadeza, entrando e saindo de mim com uma intensidade que me fazia
sentir ondas de prazer indescritíveis.
As mãos de Alexandre percorriam meu corpo, com uma mistura de posse e carinho,
apalpando, apertando e acariciando minha pele, mantendo um ritmo hipnotizante.
Momentos depois, ele ergueu seu corpo e, com um sorriso lascivo, começou a se
masturbar.
— Quero te foder de quatro — disse ele. Respondi com um sorriso e prontamente me
posicionei conforme seu desejo.
Sentindo a suavidade de sua boca em minhas costas, seguida por beijos e mordidas
carinhosas em minha bunda, a expectativa cresceu dentro de mim. E, então, ele me penetrou
novamente, de uma maneira que fez cada fibra do meu ser vibrar de prazer.
Naquela posição, a intensidade da nossa conexão se ampliava. Alexandre me penetrava
com uma paixão feroz, cada estocada profunda enviando ondas de prazer através de meu corpo.
Eu me apoiava nas mãos, sentindo cada movimento seu irradiar em mim. Seu ritmo era
implacável, uma mistura de força e precisão que me fazia perder o fôlego.
Ele segurava firmemente minha cintura, guiando nossos movimentos em uma dança
sensual e intensa. Sentia as palmas de suas mãos quentes contra minha pele, acertando minha
bunda, cada toque ampliando a eletricidade que percorria meu corpo. O som de nossos corpos se
encontrando ecoava pelo quarto, um testemunho audível do desejo que nos consumia.
De repente, Alexandre diminuiu a velocidade, suas estocadas se tornando mais profundas
e premeditadas. Cada penetração era acompanhada por um gemido seu, um som rouco que me
estimulava ainda mais. Ele inclinou-se sobre mim, sua respiração quente em meu ouvido,
sussurrando palavras de desejo que me faziam tremer.
— Você é uma delícia, Grace — ele murmurou, antes de morder suavemente o lóbulo da
minha orelha, enviando arrepios por toda a minha espinha. — É incrível — acrescentou.
Eu me virei levemente, o suficiente para que nossos olhares se encontrassem. Havia uma
fome insaciável em seus olhos, um reflexo do meu próprio desejo. Ele segurou meu rosto com
delicadeza, trazendo-me para um beijo ardente, nossas línguas se encontrando em um ritmo que
ecoava nossos movimentos.
O clímax se aproximava, inadiável e intenso. Sentia meu corpo respondendo a cada
toque, a cada palavra, a cada olhar dele. Estávamos entrelaçados não apenas fisicamente, mas em
uma comunhão de almas e desejos.
As horas passaram e nos perdemos um no outro, descobrindo os segredos e desejos que
ambos escondíamos.
Com um último movimento profundo, Alexandre e eu alcançamos o ápice juntos. Um
grito de prazer escapou de meus lábios, um reflexo puro da intensidade do momento. Ele se
aconchegou contra mim, nossos corpos ainda tremendo com o rescaldo da paixão que havíamos
compartilhado.
Depois, exaustos e satisfeitos, nos aconchegamos um no outro, o silêncio confortável nos
envolvendo como um manto. Eu me perguntava se o que vivemos naquela noite poderia ser
repetido.
Deitada em seu peito, ouvindo a respiração calma de Alexandre, eu sabia que,
independentemente do que acontecesse a seguir, aquela noite jamais seria esquecida. Uma noite
em que a linha entre a realidade e a encenação se tornou tão tênue que se desfez, deixando
apenas a verdade crua e bela do desejo que sentíamos.
A luz do amanhecer em Aspen, filtrava
suavemente pela janela, desenhando padrões
delicados no quarto. Acordar nos braços de
Alexandre, com a memória vívida da noite
anterior, era uma experiência surreal. O calor do
seu corpo e o toque de suas mãos, ainda me
excitavam de forma impressionante. Era difícil
acreditar que aquilo tinha sido real, e não apenas
um sonho fugaz.
Com relutância, desvencilhei-me de seu abraço, observando-o dormir pacificamente. Seu
rosto, normalmente cheio de confiança e determinação, agora exibia uma serenidade quase
infantil. Por um momento, permiti-me imaginar como seria acordar assim todos os dias, mas
rapidamente afastei esses pensamentos perigosos.
Me arrumei em silêncio, escolhendo um conjunto quente e elegante que havia comprado
no dia anterior. O reflexo no espelho mostrava alguém diferente, alguém que tinha cruzado um
limite e agora se preocupava com as consequências.
Não sabia como Alexandre iria reagir depois de tudo que aconteceu entre nós, mas foi
impossível não sorrir ao lembrar-me da noite passada, enquanto abraçava meu próprio corpo,
lembrando as marcas deixadas pela minha pele, devido à intensidade daquele momento.
Desci as escadas, empolgada, com um sorriso deslumbrante nos lábios. A cozinha estava
agitada, e lá estava Emma, a figura que tanto queria evitar. Seus cabelos loiros, perfeitamente
arranjados, caiam sobre os ombros, ela estava bem vestida, sorrindo para o noivo durante uma
conversa, mas seu sorriso desapareceu ao me ver, substituídos por um olhar calculista e cheio de
tensão.
— Bom dia, Grace, sente-se, irei servir seu café — cumprimentou-me a mãe de
Alexandre com um abraço caloroso. Após ela, fui cumprimentada pela irmã, pelo pai de
Alexandre e, por último, pelo noivo de Emma.
— Dormiu bem, priminha? — A voz de Emma era calma, mas carregada de deboche.
— Muito bem — respondi, tentando manter a voz firme.
Emma se aproximou, aproveitando a distração de todos, com um sorriso maldoso nos
lábios.
— Espero que não tenha se cansado demais na companhia do Alex. Ele tem um... apetite
voraz, não é? — Sussurrou para mim com ironia.
— É… ele tem! Mas não se preocupe, consigo satisfazê-lo muito bem — respondi, seu
sorriso se desfez.
— Não pense que ele será fiel a você. Provavelmente você não sabe, mas eu e o Alex
temos uma ligação única, algo que jamais será quebrado — ela continuou, seu olhar carregado de
ira.
— Você é passado na vida dele, Emma — afirmei, enfrentando seu olhar.
— Não se ache especial, Grace. Ele é assim, sempre consegue a mulher que deseja. Não
me importo dele estar em um relacionamento, assim como ele não se incomoda de eu estar
prestes a me casar — ela me encarou com raiva. — Sou a favorita dele, sempre fui e isso nunca
vai mudar. Se quiser ficar com Alex, é melhor se conformar que você nunca será a única na vida
dele.
Engoli em seco, sentindo o peso de suas palavras. Estava prestes a responder, quando
Alexandre entrou na cozinha. Seus olhos encontraram os meus, carregados de preocupação.
Ele se aproximou, segurou minha cintura e olhou para mim e Emma.
— Está tudo bem aqui? — Sua voz era calma, mas havia uma tensão escondida.
— Está tudo ótimo, não é, Grace? — Disse Emma, com uma voz melódica que disfarçava
o veneno de suas palavras.
Olhei para Alexandre e apenas assenti, respirando fundo.
Ele olhou para Emma franzindo a testa, depois aconchegou meu corpo, colocando um
braço ao redor dos meus ombros de forma protetora. Seu toque era reconfortante, e eu me permiti
relaxar um pouco.
— Precisamos conversar, Alex — Emma avisou.
— Agora não. Vamos dar uma volta, Grace — sugeriu ele, me conduzindo para fora da
cozinha.
Uma vez longe do olhar de serpente de Emma, ele me olhou com preocupação.
— O que ela disse para você? — Perguntou, seus olhos analisando cada expressão minha.
Eu hesitei por um momento antes de responder.
— Nada demais, apenas algumas indiretas. Eu estou bem, Alex. Não precisa se preocupar
— tentei tranquilizá-lo, embora o desconforto ainda pulsasse em meu peito.
Ele me observou por um momento mais, antes de parar diante de mim e acariciar
levemente meu rosto.
— Se Emma disser ou fizer algo para te incomodar, quero que me avise, ok? Eu estou
aqui para você, Grace.
Havia uma sinceridade em sua voz, que me fez olhar para ele de uma maneira diferente.
Não era apenas o meu chefe, ou meu namorado de faz de conta, nem somente o homem com
quem eu tinha compartilhado uma noite de sexo. Era alguém que parecia genuinamente se
preocupar comigo.
— Obrigada — eu disse, sentindo um calor confortável se espalhar pelo meu corpo. —
Eu acho que posso lidar com Emma.
— Eu não tenho dúvidas — ele sorriu, um sorriso que iluminou todo o seu rosto. — Você
é mais forte do que pensa, Grace. Mas quero que me conte se ela te incomodar, tudo bem? —
Assenti. Alexandre analisou calmamente cada detalhe do meu rosto, antes que seus lábios
devorassem os meus de um jeito calmo, porém ousado.
— É melhor retornarmos, antes que eu te foda aqui mesmo — sussurrou. Sorrimos e mais
uma vez nos beijamos.
Após o beijo, voltamos para a cozinha, de mãos dadas. Emma nos observava de longe,
seu olhar cheio de irritação. Mas, naquele momento, eu não me importava. Eu tinha Alexandre
ao meu lado, e isso era tudo o que eu precisava.
Cada passo que dávamos juntos, fortalecia a sensação de que, apesar das circunstâncias
incomuns, algo genuíno estava se formando entre nós. Não era apenas a atração física, nem tão
pouco apenas tesão, era algo mais profundo, uma conexão que ia além do que eu poderia ter
imaginado.
Observando Alexandre, tomei consciência do quanto ele havia se tornado importante para
mim em tão pouco tempo. A perspectiva de retornar à realidade, onde o nosso "namoro" não
passava de uma farsa, começava a se tornar algo quase insuportável. Eu compreendia a
necessidade de manter o foco e lembrar que tudo aquilo era temporário, contudo, uma parte de
mim já estava profundamente envolvida, completamente enredada na teia de sentimentos que
Alexandre havia sutilmente tecido ao meu redor. Naquele momento, um desejo secreto começou
a brotar em meu coração: a esperança de que Alexandre estivesse sentindo o mesmo por mim.
Naquela tarde, a família de Alexandre
organizou uma animada brincadeira na neve,
uma tradição familiar, em que cada dupla
construía um boneco de neve criativo. Eu, ainda
me adaptando ao frio e à alegria contagiante da
família, aceitei o desafio com entusiasmo.
Alexandre e eu formamos uma equipe e,
enquanto moldávamos a neve, trocávamos
olhares repletos de cumplicidade e desejo.
Havia uma tensão palpável entre nós, uma
mistura de paixão, desejo e diversão, que
tornava cada toque em nossas criações de neve
mais íntimo e significativo.
— O que acha de irmos para o quarto? — Alexandre questionou com um sorriso travesso.
— Precisamos terminar nosso boneco — alertei, mas ele se aproximou e mordiscou meu
lábio.
— Meu único desejo, neste momento, é estar com meu pau enterrado dentro de você,
Grace — confessou, minhas bochechas queimaram. Ele sorriu com ousadia. — Se continuar
corando desse jeito, vou te levar à força.
— Você é um safado — acusei, ainda surpresa com sua audácia.
— Isso é um sim? — Ele perguntou, divertido.
— Não! — Sorri, negando. Beijei seus lábios brevemente. — Primeiro, temos que
terminar o desafio. Depois, se você se comportar, vamos para o quarto e eu te deixo me foder
bem gostoso.
O sorriso que se formou em seus lábios era contagiante.
— Então vamos terminar logo isso — disse ele, ansioso. Beijou-me e voltou sua atenção
para o boneco de neve.
Enquanto trabalhávamos, percebi Emma nos observando à distância. Seus olhos
carregavam ciúme, e ela parecia conter suas palavras. A energia em torno dela era palpável,
mesmo à distância.
Após terminarmos nossa obra-prima de neve — um boneco estiloso, com cachecol e
chapéu — decidi ir à cozinha buscar chocolate quente para nós. Ao entrar, senti a presença de
Emma atrás de mim.
— Espero que esteja aproveitando seu breve momento — ela disse, a voz carregada de
veneno.
— Estou aproveitando muito bem, Emma, não se preocupe — respondi, mantendo a
calma.
— Não se iluda, querida. Alexandre se cansa fácil. E quando ele se cansar, sabe quem ele
vai procurar? — Ela riu, mas sem alegria.
— Emma, entenda de uma vez por todas — me virei para encará-la. — O que você e
Alexandre tinham, ficou no passado. É melhor você se acostumar com isso.
— O passado tem um jeito engraçado de voltar, Grace. E quando se trata de Alexandre,
eu nunca estou realmente fora do jogo — ela se aproximou, seu rosto a centímetros do meu.
— Alexandre fez a escolha dele. E ele me escolheu.
Emma deu um sorriso sarcástico e se afastou, mas antes sussurrou:
— Vamos ver quanto tempo isso dura, querida. Só não diga que eu não te avisei.
Apoiei as mãos na bancada, respirando fundo para controlar as lágrimas que ameaçavam
cair. Sabia, no fundo, que ela poderia estar certa, mas não estava disposta a desistir assim tão
fácil, do que eu e Alexandre estávamos vivenciando.

Voltei para fora com os chocolates quentes, tentando afastar o desconforto deixado pela
conversa com Emma. Alexandre me recebeu com um sorriso caloroso, diminuindo minha
preocupação.
Entreguei-lhe a bebida, e ele me puxou para perto, sussurrando:
— Está tudo bem, Grace? Você parece preocupada.
— Está tudo ótimo, só um pouco cansada — menti, forçando um sorriso.
Ele me olhou profundamente nos olhos, como se tentasse ler meus pensamentos, por fim,
apenas assentiu, apertando minha mão.
A tensão entre mim e Emma ainda pairava no ar, ameaçando a felicidade momentânea
que eu encontrava nos braços de Alexandre. Eu sabia que a noite de entrega que compartilhamos
havia mudado tudo, mas ainda não tinha ideia do quanto.
— Você está mesmo bem? — Alexandre perguntou novamente, sua preocupação
evidente. Forcei um sorriso e segurei seu rosto, beijando-o suavemente.
— Estou bem — garanti, me sentindo mais calma.
A tarde transformou-se em uma animada guerra de bolas de neve. Alexandre e eu, ainda
unidos como parceiros, mergulhamos na diversão, rindo e correndo pela neve. A cada olhar
trocado, eu sentia algo mais forte, algo que havia brotado desde o momento que entrei em seu
carro para nos aventurarmos nesta cidade e continuava a florescer a cada momento que
passávamos juntos.
Mas Emma estava determinada a não deixar nossa paz durar, parecia querer me lembrar a
todo momento que estava ali. Ela mirou uma bola de neve diretamente em mim, acertando meu
rosto com uma força que queimava. Alexandre veio ao meu lado imediatamente.
— Você está bem, Grace? — Sua voz denotava preocupação.
— Estou, foi só uma surpresa — respondi, limpando o rosto da neve.
Ele lançou um olhar severo para Emma, que fingiu inocência, mas seus olhos brilhavam
com satisfação maldosa.
Determinei-me a não deixar que as provocações de Emma me afetassem. Respondi
lançando uma bola de neve de volta nela, atingindo-a no ombro. Sua expressão de surpresa foi
satisfatória.
A tensão entre nós duas permanecia, uma rivalidade invisível, mas eu estava resoluta em
não permitir que ela arruinasse aquele momento, estava decidida a desfrutar cada segundo ao
lado de Alexandre.

Conforme o sol começava a se pôr, a brincadeira terminou e todos buscamos o calor da


lareira. Alexandre me envolveu em um abraço, sussurrando palavras provocativas em meu
ouvido, que me fizeram engolir em seco.
— Se me disser que está excitada, vamos agora para o quarto — sussurrou, e eu sorri.
— E se eu não estiver? — Sussurrei de volta, virando o rosto para encará-lo.
— Aposto que está escorrendo — ele respondeu com um sorriso e eu mordi meu lábio,
tentando esconder minha excitação.
— Por que não subimos para você descobrir? — Sugeri, e ele mordeu suavemente minha
boca.
— Mudei de ideia — ele se levantou, estendendo a mão para mim. — Vem!
Sorri e o acompanhei, ignorando o olhar de ódio de Emma.
Ele me conduziu até o jardim, perto da piscina, começando a tirar a roupa. Hesitante,
cruzei os braços, mas ele me assegurou:
— Relaxa, Grace. Só quero aproveitar a piscina com você.
— Sei o que você quer — respondi, enquanto ele me puxava para mais perto, o volume
de seu corpo pressionando contra o meu.
— Precisamos resolver isso, não acha? — Ele perguntou, malicioso.
Nossos lábios se encontraram em um beijo ardente, e ele me conduziu até um pilar, onde
nosso beijo se intensificou.
— Está me deixando maluco, Grace — ele sussurrou, beijando meu pescoço, roçando seu
corpo no meu.
— Você é tão previsível, Alex — ouvimos a voz de Emma. Nos afastamos e eu me
recompus, enquanto Alexandre pegava sua blusa de moletom.
— O que quer, Emma? — Ele perguntou, sério.
— Preciso falar com você — ela disse, autoritária.
— Estou ocupado — ele respondeu, ela sorriu ironicamente para mim.
— Estou vendo. É claro que está — disse Emma, passando por trás de mim e
provocando: — Alex sempre gostou de fazer sexo na piscina.
Respirei fundo, tentando conter minha irritação.
— O que você quer, Emma? — Alexandre perguntou, claramente irritado.
— Vou te esperar no quarto — declarei, mas Alexandre segurou meu braço.
— Espera, Grace.
— Deixe-a ir, precisamos conversar — insistiu Emma.
— Não temos nada para conversar, Emma — Alexandre respondeu firmemente.
Emma, com um sorriso triunfante, lançou uma provocação que me atingiu em cheio.
— Ele já te disse que te trouxe aqui porque este era o lugar onde mais transávamos? — A
surpresa e a dor em meu peito foram instantâneas, mas tentei não demonstrar.
— O que você está tentando fazer, Emma? — Alexandre a encarou com irritação.
— Provavelmente, ele só quer relembrar os bons tempos — ela disse com sarcasmo.
— Chega, Emma! — Alexandre exclamou, claramente incomodado com a situação.
— Ele adorava me comer nessa piscina, Grace — Emma continuou, ignorando o pedido
de Alexandre. — Em todos os cantos dela — ela sorriu. Senti as lágrimas se acumularem em
meus olhos, e a dor em meu peito aumentou.
— Cala a boca, Emma — Alexandre disse firmemente, segurando o braço dela.
— Acredite, Grace, até a noite de Natal, eu e Alex vamos relembrar os bons tempos nessa
piscina. E você será apenas mais uma na lista dele — as palavras de Emma foram como um
golpe, e não consegui mais segurar as lágrimas. Corri em direção à porta, deixando-os para trás.
Alexandre chamou meu nome, mas eu continuei correndo. Precisava de um momento
sozinha, para processar tudo que estava acontecendo. Ao chegar no quarto, tranquei a porta e me
permiti chorar, o peso das palavras de Emma ainda ecoando em minha mente.
A tensão entre mim e Emma se tornou
palpável assim que Grace deixou o jardim, suas
lágrimas cortaram-me como lâminas. Emma,
percebendo que estávamos sozinhos,
aproximou-se com uma expressão mista de
triunfo e raiva.
Encarei os olhos dela e afirmei sem hesitar, antes que ela falasse qualquer coisa.
— Acabou, Emma. Não temos mais nada, deixe Grace em paz e vá viver sua vida ao lado
do seu noivo — tentei me afastar, ela segurou meu braço.
— Isso não pode acabar assim — ela iniciou, a voz carregada de um apelo quase
desesperado.
Encarei-a, sabendo que a conversa seria difícil.
— Emma, já falamos sobre isso. O que tivemos, ficou no passado. Não dá mais, eu não
quero mais — afirmei convicto.
Ela avançou mais, seus olhos cintilando com uma mistura de desafio e sedução.
— Não podemos simplesmente ignorar tudo o que aconteceu entre nós. O que temos é
único, Alex — sussurrou com malícia, tocando meu rosto. Afastei sua mão suavemente, mas
com firmeza.
— O que tínhamos era especial, sim. Mas acabou, agora estou com Grace — ela riu, uma
risada carregada de ironia.
— Grace? Uma paixonite passageira. Alex, por favor, você não pode comparar o que tem
com ela ao que tivemos. Nossa conexão é profunda, sem igual.
— O que sinto por Grace é diferente de tudo que já vivi, Emma. Não é uma paixonite. É
real, profundo. Não vou jogar isso fora — eu disse, me afastando dela.
Ela tentou se aproximar novamente, tentando me tocar. Recuei, impedindo que ela me
tocasse.
— Alex, você não pode negar o que sente por mim. Eu sei que, no fundo, você ainda me
quer. Nós sempre tivemos essa chama… algo incontrolável.
— O que tenho com Grace é mais forte. Não vou trair isso — ela parou, olhando-me
profundamente.
— Acha que pode resistir a nós? — Questionou, divertida.
— Não insista, Emma. Com Grace, tudo mudou. Estou feliz de um jeito que nunca
imaginei ser possível — afirmei sem hesitar.
Emma balançou a cabeça, incrédula.
— Você acha mesmo que pode ser feliz sem mim? — Questionou, sua voz carregada de
desdém.
— Entenda de uma vez por todas, o que tivemos acabou. Estou com Grace agora e é com
ela que quero ficar — ela riu, um riso amargo e carregado de sarcasmo.
— Por favor, Alexandre. Nós sempre fomos um do outro, independente de quem
estivesse em nossas vidas. Você e eu... somos inevitáveis. Pare com essa palhaçada.
— Eu estou comprometido com ela, Emma.
— Qual o problema? Isso nunca foi impedimento para nós.
— Agora é — ela respirou fundo.
— Você acha que pode ignorar tudo que vivemos? Nossa conexão? — Emma avançou,
tentando seduzir com seu olhar e gestos.
Mantive minha postura firme.
— Não quero mais, Emma, acabou! O que tenho com Grace... é diferente. É um
sentimento que eu não conhecia… até ela — Emma gargalhou.
— Alexandre, você sempre volta para mim. É assim desde sempre — ela insistiu, sua voz
suave, tentando me atrair para a armadilha de suas palavras.
— Não desta vez. Com Grace, eu encontrei algo que nunca pensei ser possível —
respondi, surpreso com minha própria convicção.
— Você vai se arrepender, Alexandre. Você e eu pertencemos um ao outro. Você vai
perceber que está cometendo um erro — Emma disse, uma mistura de desespero e certeza em sua
voz.
— Eu já pertenci a você, Emma. Agora, pertenço a Grace — declarei, minha voz firme e
decidida.
Ela balançou a cabeça, negando persistentemente, com os olhos em chamas.
— Você vai ver. Vai se dar conta de que está errado, e vai voltar para mim — reafirmou.
— Não irei voltar atrás em minha decisão, Emma. É com Grace que quero estar. Por
favor, aceite isso e siga em frente — eu disse, sentindo que era hora de encerrar definitivamente
aquele capítulo da minha vida.
Emma se afastou, frustrada e irada, mas mantendo uma postura orgulhosa.
— Você não vai ser feliz sem mim, Alexandre. E eu não me importo de você estar com
ela, assim como sei que você não se importa de eu estar noiva. Nós sempre fomos assim, um do
outro, independente de tudo. Mas você vai perceber isso e, quando perceber, eu estarei esperando
— ela avisou antes de sair.
Fiquei ali, absorvendo o peso da conversa. Eu sabia que tinha feito a escolha certa. Grace
era quem eu queria ao meu lado, o que estava florescendo em mim não era uma farsa, era real, e
nenhum fantasma do passado iria me impedir de ficar com ela.
Minutos depois, ouvi batidas suaves na
porta.
— Grace, sou eu, Alexandre. Por favor, deixa eu entrar. Precisamos conversar — sua voz
soava preocupada, mas eu não tinha certeza se queria enfrentá-lo naquele momento.
— Vá embora, Alexandre. Eu preciso ficar sozinha, por favor — respondi, minha voz
trêmula.
— Grace, eu juro que não é o que você está pensando. Emma está querendo te colocar
contra mim, ela sabe que é diferente com você — ele insistiu.
Fiquei em silêncio, as lágrimas ainda escorrendo pelo meu rosto. Não sabia o que pensar.
A única certeza que tinha era a dor que sentia em meu coração. Sei que não deveria estar tão
ligada a ele, mas a verdade é que, apesar de tudo, eu já estava profundamente envolvida com
Alexandre, e a ideia de que tudo aquilo fosse apenas um jogo para ele, era insuportável.
— Grace, por favor, deixe-me entrar — Alexandre implorou do outro lado da porta.
Após alguns minutos de hesitação, decidi que precisava enfrentar a situação. Enxuguei
minhas lágrimas, respirei fundo e abri a porta. Alexandre estava lá, seus olhos refletindo uma
mistura de preocupação e confusão.
— Eu preciso saber a verdade, Alexandre. Tudo isso é apenas um jogo para você? —
Perguntei, tentando manter a voz firme. — Sei que combinamos tudo, mas nos envolvemos e
para mim foi real. E agora eu já não consigo mais identificar quando estamos fingindo.
— Não, Grace. Eu juro que não. O que aconteceu entre nós... é real, foi real para mim —
ele se aproximou, tentando me abraçar, mas eu recuei.
— Como posso acreditar em você depois de tudo que Emma disse?
— Eu não posso mudar o passado, Grace, mas eu posso te prometer que o que sinto por
você é verdadeiro. Eu não quero mais nada com Emma. Ela faz parte do meu passado e é lá que
ela vai ficar — Alexandre falou com convicção, seus olhos encontrando os meus.
— Eu quero acreditar em você, Alexandre, mas as palavras dela... Elas doem —
confessei, sentindo uma nova onda de tristeza me invadir.
— Eu sei que doem, e eu sinto muito por isso. Nunca foi minha intenção te machucar.
Grace, você significa muito para mim, mais do que eu imaginava que poderia significar em tão
pouco tempo — ele disse sinceramente.
Fiquei em silêncio, ponderando suas palavras. Havia algo em seu olhar que me fazia
querer acreditar nele, mas o medo de ser apenas mais uma, ainda me assombrava.
— Alexandre, eu... — comecei, hesitante. — Tudo está acontecendo tão rápido.
Começamos com um namoro de mentira e agora... — minha voz falhou, traída pelas emoções
que se agitavam dentro de mim. — Eu estou com medo, estou com medo do que estou sentindo
por você — revelei.
— Eu sei, Grace, eu sinto o mesmo. Essa situação é nova para mim também. Nunca
pensei que fingir um relacionamento me levaria a sentir algo tão forte e real por alguém — ele
confessou, aproximando-se mais de mim.
— Mas como podemos ter certeza de que isso não é apenas o calor do momento? Que
não estamos apenas confusos devido a toda essa situação? — Perguntei, minha voz carregada de
incerteza.
— Eu não tenho todas as respostas, Grace. Mas o que estou sentindo por você não pode
ser apenas pelo calor do momento, cada toque, cada olhar, tudo isso é muito real para mim —
disse Alexandre, segurando minhas mãos e me conduzindo a sentar. — Eu não quero perder o
que estamos construindo juntos.
Respirei fundo, sentindo o peso de suas palavras. A confusão e o medo ainda estavam lá,
mas havia algo mais, algo que eu não podia negar.
— Eu também sinto algo por você. Algo que nunca senti antes. Mas preciso de tempo
para entender isso. Precisamos ter certeza de que não é apenas a emoção do Natal ou a situação
em que nos encontramos.
— Eu entendo, Grace. E estou disposto a te dar o tempo que for necessário. O importante
é que saiba que meus sentimentos por você são verdadeiros — Alexandre falou, com uma
sinceridade que aqueceu meu coração.
— Vamos apenas viver um dia de cada vez, sem pressa. Quero explorar isso que estamos
sentindo, mas com cuidado, para que seja algo construído em bases sólidas e não apenas uma
aventura natalina — sugeri, ainda insegura, mas disposta a entender a profundidade dos meus
sentimentos.
— Concordo. Não vamos apressar as coisas. Vamos deixar tudo acontecer naturalmente.
E, independentemente do que acontecer, quero que saiba que o que estamos vivendo aqui, está
sendo especial para mim — ele disse, tocando suavemente meu rosto.
— Para mim também, Alexandre. Mas precisamos ser cautelosos. Não quero que nos
arrependamos de nada — eu disse, encontrando força em sua presença.
Ele assentiu, um sorriso tímido em seus lábios.
— Eu prometo que vamos fazer isso da maneira certa. Com você eu quero tudo, Grace.
Mas só se for o que você também deseja — ele falou, e eu pude ver o comprometimento em seus
olhos.
Ficamos ali, um ao lado do outro, envolvidos em uma conversa sincera e aberta sobre
nossos sentimentos. Era estranho pensar que tudo começou com um simples acordo. Agora,
havia algo profundo e verdadeiro crescendo entre nós, algo que merecia ser explorado com
cuidado e atenção.
— Obrigada por entender. E por ser tão honesto comigo. Isso significa muito — eu disse,
sentindo uma conexão genuína se formando entre nós.
— Obrigado por estar aqui, Grace — ele respondeu, me puxando para um abraço
apertado.
Naquele abraço, senti uma onda de tranquilidade me envolver. Estávamos juntos naquela
jornada, descobrindo o que o futuro nos reservava. Não sabíamos o que nos aguardava, mas,
naquele momento, senti que, independentemente do que acontecesse, seria algo que valeria a
pena.
Ele se deitou e eu me permiti relaxar em seus braços, sentindo uma segurança que eu não
queria deixar escapar.
Naquele instante, eu sabia que algo havia mudado em mim. A conexão que tínhamos era
inegável e, por mais que tentasse resistir, eu estava cada vez mais envolvida. Emma podia tentar
nos desafiar, mas a força do que estava se formando entre mim e Alexandre, era algo que nem
ela poderia quebrar.
A conversa com Grace na noite anterior foi
um divisor de águas. Nunca pensei que me
abriria tanto com alguém, como fiz com ela. Os
sentimentos que tenho por Grace são intensos e
reais, algo que nunca experimentei antes. Ela
me faz querer algo mais do que aventuras
passageiras, e eu estava disposto a dar uma
chance para o que estávamos vivenciando.
A manhã seguinte foi tranquila, decidi levar Grace para conhecer um pouco mais de
Aspen. Queria que ela visse a beleza da cidade, longe de toda a tensão que cercava a casa da
minha mãe. Caminhamos pelas ruas cobertas de neve, rindo e compartilhando histórias. As luzes
de Natal ainda cintilando nas primeiras horas da manhã, a arquitetura da cidade, era uma mistura
encantadora de modernidade e tradição, proporcionando um cenário perfeito para nossas
conversas descontraídas.
Era como se pudéssemos esquecer, mesmo que por algumas horas, todo o drama
envolvendo Emma.
— Este lugar é incrível, Alex — Grace disse, admirando as vitrines decoradas. — É
como estar em um cartão-postal.
— Sempre amei Aspen, especialmente nesta época do ano — respondi, mostrando a ela a
minha cafeteria favorita. — Vamos tomar um café aqui. Tenho certeza de que você vai adorar —
ela concordou animada, com um sorriso radiante, que iluminou ainda mais o dia.
Enquanto saboreávamos nossos cafés, a conversa fluiu naturalmente. Grace compartilhou
histórias da sua infância e eu falei sobre as minhas aventuras de esqui. Rimos juntos e, por um
momento, esquecemos do mundo.
Caminhamos e visitamos vários lugares durante toda a manhã, e ao retornarmos para casa
após o almoço, a atmosfera mudou. Fomos recebidos pela presença perturbadora de Emma. Ela
se aproximou de nós, com um sorriso que mal disfarçava suas verdadeiras intenções.
Emma fez questão de me cumprimentar de um jeito íntimo demais, mesmo eu estando ao
lado de Grace. Ela fez questão de mencionar algumas tradições de Natal que costumávamos ter
juntos, claramente tentando provocar Grace. Senti a tensão crescer, vendo a expressão de Grace
mudar sutilmente.
— Bem-vindos de volta — disse ela, lançando um olhar significativo para mim, enquanto
se aproximava um pouco mais do que o necessário. — Aproveitaram a manhã?
— Muito — respondi, mantendo meu braço ao redor da cintura de Grace, um sinal claro
de que estávamos unidos e bem, mesmo após sua tentativa de nos afastar na noite passada.
— Ah, Alexandre, lembra daquelas noites de Natal que passávamos juntos? Sempre tão
especiais... E a sua cafeteria preferida? — Respirei fundo, enquanto ela sorria. — Eu amo aquele
lugar até hoje, lembra-me nós… — Emma provocou, olhando diretamente para Grace.
— Sim, mas o passado é passado, Emma — disse firmemente, sentindo Grace inquieta ao
meu lado. — Agora estou focado no presente e no futuro. E eles incluem a Grace.
Emma riu levemente, um som que não chegava aos olhos.
— Veremos quanto tempo isso dura, Alex. Nós dois sabemos que ela não é mulher para
você — provocou encarando Grace, antes de se afastar, deixando suas palavras maldosas
pairando no ar.
— Não entra no jogo dela — pedi para Grace.
— Ela não vai parar, não é? — Perguntou, sua voz suave, mas firme.
— Não, mas não se preocupe com Emma. O que nós temos é muito mais forte do que
qualquer provocação infantil dela — assegurei.
Grace assentiu, um leve sorriso aparecendo em seus lábios.
Sem perder tempo, conduzi Grace para longe da cozinha, sentindo a necessidade de
protegê-la das manipulações de Emma.
Ao chegar ao quarto, fechei a porta atrás de nós, criando um refúgio longe de todo aquele
drama. Estávamos juntos nisso e nada, nem mesmo as manipulações de Emma, poderia mudar o
que estava crescendo entre nós. Eu estava determinado a proteger o que Grace e eu estávamos
construindo, custasse o que custasse.
— Por que ela não pode apenas seguir com a vida dela? Ela é noiva, deveria investir
verdadeiramente no relacionamento em que está — Grace afirmou, enquanto tiramos nossos
casacos.
— Ela está tentando nos atingir, mas não vamos deixar. O veneno dela não irá nos afetar,
Grace, eu não irei permitir isso — assegurei.
— Eu sei, só... é difícil não se afetar — ela admitiu, seu olhar encontrando com o meu em
busca de conforto, enquanto sentava na poltrona que havia no quarto.
Me ajoelhei diante dela e segurei suas mãos.
— Eu estou aqui, Grace. E nada do que a Emma disser vai mudar o que sinto por você.
Só preciso que você confie e acredite no que estamos construindo — falei com sinceridade, ela
respirou fundo e me abraçou. Naquele abraço, prometi a mim mesmo proteger o que estava
sentindo por ela.
A manhã seguinte amanheceu com uma agitação deliciosa na casa de minha mãe.
Tínhamos planejado um dia dedicado à decoração natalina e Grace estava animada para ajudar.
Apesar da tensão com Emma no dia anterior, Grace parecia determinada a aproveitar o momento,
e eu estava ao seu lado para garantir que assim fosse.
Grace, com seu entusiasmo contagiante, mergulhou de cabeça na decoração. Ela se
empenhava em pendurar as guirlandas, mas a cada tentativa, parecia encontrar uma nova maneira
de se atrapalhar. Primeiro, tropeçou no tapete, desequilibrando-se de forma cômica, antes de eu
conseguir segurá-la. Todos riram, e ela, com um sorriso envergonhado, brincou sobre sua falta de
jeito.
— Não se preocupe, Grace, a decoração natalina aqui sempre foi um esporte de contato
— brinquei e ela sorriu, entrando na brincadeira.
Enquanto tentava colocar uma estrela no topo da árvore, ela perdeu o equilíbrio
novamente e eu tive que correr, para evitar que ela caísse junto com a árvore.
— Talvez seja melhor você ficar no chão firme — sugeri, tentando conter o riso.
— É, talvez decoração não seja o meu forte — Grace admitiu, rindo de si mesma. O riso
era contagioso, e todos na sala entraram na diversão, exceto Emma, que observava a cena com
desdém.
Eu estava com os olhos em Grace, sorrindo e admirando cada atrapalhada dela, enquanto
se empenhava em ajudar. Foi quando Emma se aproximou, com um olhar venenoso.
— Não sei o que você vê nela, Alexandre. Ela é tão desajeitada. Como pode estar ao lado
de alguém assim? — Emma sussurrou para mim, aproveitando um momento em que estávamos
mais afastados.
— Grace tem um coração puro e uma alegria que ilumina qualquer lugar. Ela é real,
Emma, mas isso é algo que você nunca irá entender — respondi firmemente, deixando claro que
minha escolha estava feita.
— Você vai se cansar dela, Alexandre. Você sempre volta para mim — Emma insistiu,
mas eu já havia decidido.
— O que tivemos acabou, Emma. Quanto mais rápido você entender isso, melhor. Siga
sua vida e aproveite o homem bondoso que você tem ao seu lado — declarei, cortando qualquer
esperança que ela pudesse ter de reatar nosso relacionamento, que pra mim é passado.
Ela me lançou um olhar furioso e saiu, prometendo entre dentes que eu me arrependeria.
Voltei para o lado de Grace, que me olhava com uma mistura de diversão e apreensão.
— Está tudo bem, Grace — eu disse, segurando sua mão e beijando. — Vamos continuar
com nossa decoração. E depois, quem sabe, podemos criar algumas tradições nossas.
Grace sorriu, seu sorriso iluminou a sala. Juntos, continuamos a decorar e, a cada nova
atrapalhada dela, ríamos mais um pouco. Foi um dia cheio de alegria e amor, longe das sombras
do passado.
Na véspera de Natal, a casa da mãe de
Alexandre estava repleta de alegria e calor
humano, eu estava ajudando nos preparativos da
ceia ao lado da irmã e da mãe dele, sentia-me
acolhida, como se fosse parte da família. O
aroma das especiarias e dos pratos natalinos
enchia a cozinha, onde nós três trabalhávamos
juntas, imersas em um ambiente de
cumplicidade e risadas. Eu estava aprendendo
muito sobre os costumes da família e me
deliciando com cada nova experiência culinária.
Primeiro, estava o peru, peça central da ceia. Abigail o tinha temperado com ervas frescas
e manteiga, garantindo que ficasse suculento e saboroso. Ele assava lentamente no forno,
enchendo a cozinha com um aroma convidativo.
Enquanto isso, eu me encarreguei dos acompanhamentos. Havia uma grande travessa de
batatas assadas, que eu havia temperado com alecrim e alho, para dar um toque rústico e
saboroso. Ao lado, preparava um purê de maçãs, um contraste doce que complementava
perfeitamente o sabor do peru.
Megan, por sua vez, estava responsável pela salada verde, um mix de folhas frescas com
nozes caramelizadas e gomos de laranja, tudo regado com um molho vinagrete caseiro que ela
preparava com destreza.
A mãe de Alexandre, habilidosa e atenciosa, cuidava também da torta de maçã.
Além disso, havia uma variedade de pães caseiros, que perfumavam a cozinha com seu
cheiro delicioso. Abigail havia preparado uma massa de fermentação natural, que resultou em
pães fofos e crocantes por fora.
Por fim, não podia faltar o molho de cranberry[1], feito com frutas frescas e um toque de
laranja, equilibrando os sabores com sua acidez e doçura.
Cada um desses pratos tinha sua própria história, contada pelas mãos experientes de
Abigail e Megan, eu me sentia honrada em fazer parte desse momento, contribuindo com minha
própria paixão pela cozinha. Era uma verdadeira celebração de sabores, aromas e da união que se
formava ao nosso redor.
— Grace, você poderia pegar mais noz-moscada na despensa? — Pediu Abigail, a mãe de
Alexandre, com um sorriso gentil, enquanto mexia uma panela de molho. — É para a nossa torta
de maçã. Está quase pronta e esse toque final vai deixá-la perfeita.
— Claro, vou buscar agora mesmo — respondi, sorrindo, enquanto me dirigia à
despensa.
Caminhando pela cozinha, não pude deixar de pensar na sorte que eu tinha de estar ali,
compartilhando momentos tão especiais com pessoas que rapidamente se tornaram importantes
para mim. A sensação de pertencimento, era algo que eu não esperava sentir tão intensamente.
Megan, a irmã de Alexandre, riu enquanto eu me afastava.
— Cuidado, Grace, a despensa da mamãe é uma verdadeira caverna de tesouros. Você
pode se perder lá dentro!
— Vou tentar não me aventurar demais — brinquei, elas gargalharam.

Estava feliz e sentindo-me útil, por estar contribuindo com os preparativos da ceia. Na
sala, as risadas vindas da conversa animada entre Alexandre, seu pai e o noivo de Emma
ecoavam, mesclando-se ao ambiente festivo. A casa estava decorada com luzes cintilantes e
enfeites natalinos, cada canto irradiando calor e aconchego, criando um cenário encantador.
Já na despensa, comecei a procurar pela noz-moscada, cercada por prateleiras repletas de
ingredientes e conservas. Ao encontrar o frasco, sorri, lembrando-me das vezes que eu e Sarah
cozinhávamos juntas, criando pratos especiais que se transformavam em memórias afetivas.
Foi então que ouvi a porta se abrir e, sem me virar, soube quem era.
— Procurando algo, Grace? — Sua voz era carregada de sarcasmo. Me virei, encontrando
seu olhar desafiador.
— Apenas a noz-moscada para a torta de maçã — respondi, tentando manter a calma.
— Ah, a famosa torta de maçã. Alexandre adora — ela disse, aproximando-se e pegando
o pote das minhas mãos. — Eu sempre fiz essa torta para ele nas noites de Natal.
— Bom, este ano sou eu quem está ajudando. As coisas mudam, Emma — rebati,
pegando o frasco e segurando-o com firmeza.
— Mudam, mas não muito. Alexandre sempre volta para o que é familiar. E eu sou o
familiar para ele — Emma provocou, um brilho astuto em seus olhos.
— Alexandre está comigo agora. E eu não sou apenas uma passagem na vida dele —
respondi, sentindo uma ponta de irritação.
— Será? Vamos ver quanto tempo isso dura, Grace. As pessoas sempre retornam ao que
conhecem melhor. E Alexandre me conhece muito bem — ela sorriu, convencida.
— Alexandre e eu temos algo especial. E não é baseado em tradições passadas, mas no
que estamos construindo juntos — falei, decidida.
Emma riu, um riso sem alegria.
— É engraçado ver você aqui, tentando se encaixar em um mundo que claramente não é
o seu. Você realmente acha que pode ocupar o meu lugar? — Ela tenta me diminuir, mas eu sei
quem sou. Não estou aqui para ocupar o lugar de ninguém, piorou o dela.
— Não estou tentando ser você, Emma. Estou apenas sendo eu mesma, algo que você
deveria tentar de vez em quando.
— Alexandre sempre teve um gosto peculiar por... novidades passageiras. Mas no fim,
ele sempre volta para mim. Tudo que é novo passa, Grace, e assim será com você.
— Talvez ele só precisasse encontrar algo realmente novo e genuíno. Algo que não se
baseia apenas no passado — ela acha graça, negando com a cabeça.
— Você realmente acha que um homem como Alexandre pode ficar satisfeito com
alguém tão... simples como você? — Ela me olha com desprezo. — Ele precisa de mais, algo que
só eu posso dar.
— A simplicidade tem sua própria beleza, Emma. Algo que a complexidade do seu
mundo talvez nunca permita que você veja.
— Aproveite enquanto pode, porque todos nós sabemos que isso não vai durar.
— Somente você pensa assim. Agora, se me der licença, preciso levar a noz-moscada
para minha sogra — tento passar, mas ela me impede, entrando na minha frente.
— Aposto que Alexandre não te contou sobre todas as vezes que ele prometeu que eu era
e sempre seria a única. Homens como ele não mudam — respiro fundo e encaro os olhos dela
com determinação.
— As pessoas mudam, Emma. Talvez seja a hora de você aceitar isso e seguir em
frente.
— Continue se iludindo, Grace. Mas lembre-se, a realidade sempre volta para nos
assombrar.
— Não no nosso caso — assegurei, ela bufou antes de sair, batendo a porta.
Fiquei ali por um momento, respirando fundo. Não ia deixar Emma estragar esse
momento. Com o frasco de noz-moscada em mãos, saí da despensa, determinada a não deixar as
provocações dela me afetarem. Emma podia tentar, mas eu sabia que o que eu e Alexandre
tínhamos era real e forte.

Voltei à cozinha, ainda processando as palavras de Emma. A animação de Megan e


Abigail me recebia, trazendo-me de volta ao espírito natalino. Coloquei o pote na bancada e sorri
para elas.
— Aqui está a noz-moscada, Abigail. Tudo pronto para a torta de maçã? — Perguntei,
tentando soar o mais natural possível.
— Ótimo, Grace! Vai ficar deliciosa — respondeu Abigail, sorrindo. Ela pegou o frasco e
adicionou o tempero à torta.
Megan me lançou um olhar inquisitivo, como se percebesse algo em minha expressão.
— Está tudo bem, Grace? Você parece um pouco... distante — perguntou ela,
gentilmente.
— Está tudo ótimo, só pensando em como tudo está lindo aqui — respondi, forçando um
sorriso, ela sorriu de volta.
Nós três voltamos a nos concentrar na decoração e preparação dos pratos. A ceia estava
se formando maravilhosamente: um peru assado dourado, acompanhado de molho cranberry,
uma salada fresca e colorida, purê, batatas assadas ao ponto certo e, claro, a torta de maçã, que
estava quase pronta para ir ao forno.
— Grace, você tem um talento natural para isso — comentou Megan, enquanto me
ajudava a decorar a torta.
— Sou um pouco atrapalhada — confessei divertida, elas sorriram. — Mas adoro
cozinhar, principalmente em ocasiões especiais como esta — garanti, sentindo-me acolhida.
Abigail se aproximou de nós com um sorriso carinhoso.
— Estou tão feliz que Alexandre te trouxe, Grace. Você trouxe uma nova energia para
esta casa.
— Obrigada, Abigail. Estou me sentindo em casa aqui, com vocês — disse,
sinceramente.
— Que tal você colocar a torta no forno? — Sugeriu Abigail, entusiasmada.
— Claro, seria um prazer — disse, pegando a forma com cuidado.
Enquanto me dirigia ao forno, tropecei em um tapete solto, fazendo um movimento
desajeitado para evitar a queda. Por um triz, consegui manter a torta segura em minhas mãos,
causando uma explosão de risadas na cozinha.
— Grace, você tem um jeito único de fazer as coisas! — Exclamou Megan, entre risos.
— Acho que estou mais para ajudante atrapalhada do que chef — brinquei, colocando a
torta no forno com sucesso.
— Você está se saindo muito bem, querida. Estou feliz por Alexandre ter você na vida
dele — disse Abigail, dando-me um abraço reconfortante.
Após a torta estar segura no forno, respirei aliviada. Por mais que as palavras de Emma
ainda ressoassem em minha cabeça, eu estava determinada a não deixar que elas estragassem
meu espírito natalino. Eu estava ali para celebrar com pessoas que me acolheram com tanto
carinho e afeto, eu não tinha dúvidas que essa noite seria perfeita.
Com a cozinha emanando o aroma doce e acolhedor da torta de maçã, eu redirecionei
minha atenção para auxiliar nos outros preparativos. Estar cercada pela família de Alexandre,
fazia com que eu me sentisse em casa. Cada risada, cada gesto de carinho, fortalecia o vínculo
que se formava entre nós. As risadas e a música natalina enchiam o ar, criando memórias que eu
sabia que levaria comigo por muito tempo, eternizando-as em minha memória e em meu coração.
Eu estava na sala, imerso em uma atmosfera
acolhedora de Natal. As luzes suaves do pisca-
pisca refletiam nas decorações, espalhando um
brilho quente pelo cômodo. Meu pai, com seu
sorriso paternal, compartilhava piadas comigo e
o noivo de Emma, criando um clima de
cumplicidade e alegria. Nesse momento, Grace
se aproximou, exalando uma alegria contagiante
que parecia iluminar ainda mais a sala. Seus
olhos brilhavam, não só pelo reflexo das luzes
natalinas, mas também pela satisfação de ter
ajudado na cozinha, ao lado da minha mãe e
irmã.
— A ceia está quase pronta, não é incrível? — Ela disse, seu sorriso refletindo a
empolgação do momento.
— Incrível como você — respondi, deixando-me levar pela emoção do momento. Com
um gesto suave, peguei sua mão e, com um olhar cúmplice, sinalizei em direção ao quarto.
Queria um momento a sós com ela, um instante tranquilo antes da agitação da ceia em família
Ao entrar no quarto e fechar a porta, senti uma mudança na atmosfera. O som abafado
das risadas e conversas da sala, deu lugar a um silêncio íntimo e acolhedor. A excitação de Grace
pelo trabalho na cozinha, se transformou em uma expressão de carinho e intimidade,
exclusivamente nossa.
— Sua família é maravilhosa, Alex. Sua mãe e Megan foram tão acolhedoras... fizeram-
me sentir como se sempre tivesse feito parte da família — ela compartilhou, seus olhos brilhando
ainda mais ao encontrarem os meus.
— Eu não tinha dúvidas de que elas iriam te adorar. Você tem um jeito especial, Grace,
que cativa todos ao seu redor — eu disse, a voz carregada de admiração e afeto, enquanto a
puxava para um abraço reconfortante.
Nosso abraço evoluiu naturalmente para um beijo, lento e cheio de significado. Era uma
conexão que ia além das palavras, um elo que se fortalecia a cada toque. Enquanto nossos lábios
se moviam em perfeita sintonia, minhas mãos começaram a deslizar pelo corpo dela, sentindo a
suavidade de sua pele sob o tecido das roupas.
— Alexandre... — ela murmurou entre os beijos, uma mistura de surpresa e desejo em
sua voz.
— Eu quero você, Grace. Agora! — Disse, minha voz baixa, carregada de desejo.
Com habilidade e uma urgência crescente, comecei a desabotoar a roupa de Grace,
mantendo nossos lábios unidos em um beijo terno e apaixonado. Cada botão desfeito, parecia
intensificar a conexão entre nós, revelando não apenas a pele, mas também a cumplicidade e
desejo. O sorriso de Grace, entre os beijos, era uma mistura de alegria e provocação, um convite
silencioso para prosseguir.
Ela, seguindo meu exemplo, começou a desfazer os botões da minha camisa com
delicadeza. Cada peça de roupa que caía ao chão adicionava um novo nível de tensão e
antecipação ao nosso encontro. À medida que nossas vestimentas eram removidas, nossa
proximidade física se intensificava e o calor de nossos corpos se fundiam em um só.
Grace, respondendo ao meu toque suave e exploratório, iniciou sua própria jornada de
descoberta pelo meu corpo. Suas mãos, trêmulas de excitação, percorriam minhas costas,
desenhando caminhos que me traziam arrepios e me puxavam para mais perto dela. O contato de
sua pele na minha era como a eletricidade, enviando ondas de calor e prazer por todo o meu ser.
— Eu também quero você — ela sussurrou, a voz rouca de desejo, que transbordava de
seus olhos. — Agora! — Afirmou, com um sorriso malicioso e um brilho provocador em seus
olhos.
Neste momento, a paixão entre nós transbordava, e cada gesto era uma expressão do
nosso desejo mútuo e profundo. Estávamos imersos em um mundo só nosso, onde o tempo e o
espaço pareciam desvanecer, dando lugar apenas à intensidade do que compartilhávamos.
A urgência entre nós era palpável, uma necessidade ardente que não podíamos mais
conter. Com um movimento rápido, ergui Grace, sentando-a delicadamente sobre o móvel.
Minha boca percorria sua pele, desenhando um caminho ardente de beijos e mordidas desde seu
queixo até o pescoço, descendo para o seio, despertando nela uma onda de sensações.
Grace se entregava aos meus toques, gemendo suavemente, enquanto minha boca
explorava cada contorno de sua pele. Cada beijo, cada mordida, era uma afirmação do desejo que
nos consumia. Chupava e sugava seu mamilo, ao mesmo tempo que pincelava meu pau contra
sua entrada. Sentia o calor e a umidade dela, um convite mudo para um prazer ainda maior.
Segurando seu rosto entre minhas mãos, encontrei seus olhos, transbordando de prazer.
Empurrei meu corpo contra o dela e gemi com a sensação do meu pau sendo acolhido por sua
boceta quente e molhada. Sorri com a expressão dela, um misto de prazer e êxtase, que me
instigava ainda mais.
— Você é tão gostosa, Grace. Tão gostosa — murmurei, minha voz rouca pelo desejo.
Ela retribuiu com um sorriso travesso, mordendo meu lábio de um jeito ousado e
instigante, que apenas atiçava ainda mais o fogo entre nós.
— É você que tem um pau delicioso — ela sussurrou, provocante.
Nossas bocas se encontraram novamente em um beijo fervoroso, uma mistura de paixão e
desejo, enquanto nossos corpos se moviam em um ritmo intenso e apaixonado. Ali, era apenas eu
e Grace, descobrindo a profundidade do que sentíamos um pelo outro.
Nossos movimentos se tornaram mais frenéticos, eu segurava Grace firme, sentindo cada
contorno do seu corpo sob minhas mãos. O calor entre nós crescia, alimentado por cada gemido e
toque.
— Alex, vou gozar — Grace sussurrou, seu rosto corado de prazer. — Continua, está
incrível — pediu gemendo.
Eu a beijei de novo, dessa vez com mais urgência, desesperado para sentir cada pedaço
dela. Nossos lábios se separaram apenas pelo tempo necessário para respirar, antes de se
encontrarem novamente em uma dança febril.
Grace passou suas pernas ao redor da minha cintura, puxando-me para mais perto. Eu
podia sentir seu coração batendo contra o meu, nossos ritmos se sincronizando em perfeita
harmonia.
— Você me faz sentir coisas que eu nunca senti antes, Grace — confessei, minhas
palavras misturadas aos gemidos que escapavam dos lábios dela.
Ela sorriu, sua mão deslizou pelo meu cabelo, puxando-me para mais um beijo, este ainda
mais profundo e malicioso.
Enquanto continuávamos, o tempo e o espaço pareciam desaparecer, restando apenas nós
dois, perdidos em nosso próprio universo de desejo.
— Eu te quero tanto — Grace sussurrou, suas palavras alimentando ainda mais o meu
tesão.
— Eu também, Grace, eu te quero muito — soprei contra seus lábios, sentindo meu corpo
estremecer.
Senti cada músculo do meu corpo tensionar em uma onda de prazer avassaladora.
Olhando nos olhos de Grace, enquanto nos movíamos juntos, eu podia ver o reflexo do mesmo
êxtase que eu sentia.
— Grace, eu preciso de você... — sussurrei, quase sem fôlego, quando senti o clímax se
aproximando. Ela me respondeu com um gemido, seus olhos se fecharam brevemente, um sinal
de que ela também estava perto do seu ápice.
A sensação de prazer intensificou-se, tornando-se quase insuportável em sua doçura.
Quando finalmente alcançamos o clímax, juntos, foi como se uma onda de energia nos
envolvesse, conectando-nos de uma maneira que palavras não poderiam descrever.
Grace arqueou as costas, suas paredes esmagando meu pau, um sinal claro de seu próprio
ápice. Ver sua entrega, sentir seu corpo tremendo contra o meu, intensificou ainda mais o meu
prazer. Era uma sensação de completude, uma certeza de que o que tínhamos era profundo e
verdadeiro.
Enquanto nossos movimentos desaceleravam, permanecemos abraçados, acalmando
nossas respirações aceleradas.
Ao nos separarmos, trocamos um olhar cúmplice, um reconhecimento silencioso do que
acabara de acontecer entre nós. Não eram apenas corpos que haviam se unido, era algo mais
profundo, uma conexão que transcendia o físico.

Após nosso momento de intimidade, percebemos que o tempo havia passado mais rápido
do que imaginávamos. A ceia estava prestes a começar e precisávamos nos arrumar.
Com um sorriso compartilhado e olhares carregados de significados não ditos, tomamos
banho e começamos a nos arrumar para a ceia, sabendo que, o que acontecera naquele quarto, era
apenas o início da nossa noite.
— Acho que nos empolgamos um pouco — disse Grace, com um sorriso tímido,
enquanto se vestia.
— Com você, é impossível não me empolgar — respondi, ajudando-a a ajustar o vestido.
Havia algo incrivelmente gratificante em cuidar dela, mesmo em pequenos gestos.
Grace se aproximou e me deu um beijo rápido, mas cheio de significado.
— Vamos lá, eles devem estar esperando por nós — falo quando terminamos de nos
arrumar.
— Vamos! — Disse, segurando em sua mão.
Ao abrir a porta do quarto, a realidade da véspera de Natal nos saudou, mas com ela veio
a promessa de mais momentos como aquele, momentos de entrega e paixão.
Descemos as escadas juntos, sentindo uma conexão ainda mais forte entre nós. A família
já estava reunida na sala, e ao entrar, sentimos o entusiasmo no ambiente.
— Lá estão eles! — Exclamou minha irmã, sorrindo para nós. — Estávamos começando
a pensar que vocês tinham fugido.
— Só estávamos… — sorri, dando uma breve pausa, olhando as bochechas de Grace
ruborizar. — Nos preparando para a ceia — finalizei, trocando um olhar divertido com ela.
— Vamos, pombinhos, estou faminta — Megan brincou, abracei Grace dando um beijo
em seu ombro. Emma passou por nós e encarou ela, com os olhos faiscando de raiva.

Enquanto a noite caía, a casa se enchia de música e conversas alegres. A ceia foi colocada
na grande mesa de jantar, decorada com velas e arranjos de pinhas. Todos se reuniram, e eu não
pude deixar de sentir um calor reconfortante no peito, ao ver como todos interagiam com carinho
e afeto.
Sentado ao lado de Grace, cada troca de olhares e sorrisos discretos entre nós, era como
uma conversa secreta, uma comunicação silenciosa que só nós compreendíamos. Sua presença,
ao meu lado, tornava tudo mais especial, ela enchia o ambiente com uma energia única.
Cada risada que ecoava pela sala de refeição, adicionava uma camada de felicidade ao
ambiente já festivo, criando um mosaico de memórias afetivas, que eu sabia que guardaria para
sempre. O aroma dos pratos natalinos, a mesa elegantemente decorada e a luz suave das velas,
complementavam o cenário, fazendo dessa ceia algo digno de um cartão-postal.
Olhando para Grace, eu sabia que estava me apaixonando por ela. Sua risada fácil e seu
sorriso luminoso, contagiavam a todos ao redor, principalmente a mim. Havia uma simplicidade
e uma autenticidade nela que me encantava, e eu me sentia incrivelmente grato por tê-la ao meu
lado.
Enquanto a noite avançava, eu me permitia relaxar e desfrutar plenamente da companhia
de Grace, saboreando a felicidade genuína que emanava dela. Era um Natal de novos começos,
de promessas silenciosas e de esperanças renovadas, eu estava ansioso para viver e descobrir
cada novo momento ao lado dela.
Acordar ao lado de Alexandre na manhã de
Natal, trouxe um sentimento de felicidade e
satisfação que eu nunca havia experimentado
antes. A sensação de estar entrelaçada em seus
braços, com o calor do seu corpo me
envolvendo, era algo mágico e profundamente
reconfortante. Abri meus olhos lentamente,
encontrando o olhar dele, que já estava
acordado, me observando com um sorriso suave.
— Bom dia, Grace. Feliz Natal — ele sussurrou, e seu beijo matinal foi a melhor forma
de começar o dia.
— Feliz Natal, Alex — desejei, sentindo uma alegria genuína preencher meu coração.
A ceia da noite passada tinha sido incrível. A casa estava repleta de risadas, histórias e
uma atmosfera calorosa de união familiar. Estar ao lado de sua família, sendo acolhida e tratada
como uma deles, foi uma experiência emocionante. Eu me sentia parte de algo especial, algo que
sempre desejei.
Após nos vestirmos e descermos para tomar café da manhã, lembrei-me da ligação que
fiz para minha amiga Sarah, na véspera de Natal. Sarah estava eufórica e um tanto bêbada, ela
declarou todo seu afeto por mim, sua energia era contagiante, mesmo através do telefone, e isso
fez com que meu natal fosse simplesmente perfeito, pois mesmo estando longe de Sarah naquele
momento, a sensação calorosa de sua amizade e da conexão que tínhamos, era muito presente.
Sentada à mesa de café da manhã, compartilhei com Alexandre um pouco mais sobre
Sarah e nossas aventuras. Ele sorria, claramente encantado com as histórias.
— Vocês parecem ser muito ligadas, bem amigas mesmo — ele disse, pegando minha
mão por cima da mesa.
— Ela é minha melhor amiga — assegurei, sentindo uma onda de gratidão por ter pessoas
tão maravilhosas na minha vida.
A manhã de Natal prometia ser tranquila e relaxante, um momento para aproveitar a
companhia um do outro e da família de Alexandre, e eu não poderia estar mais feliz.

Depois do café da manhã, enquanto Alexandre e eu seguimos para o jardim, percebi


Megan, distante do restante da família, sentada sozinha em um canto próximo à piscina aquecida.
Ela parecia absorta em seus pensamentos, e algo em sua expressão me chamou a atenção. Eu
sentia que ela precisava de companhia, ou talvez apenas alguém para ouvir o que ela tinha a
dizer.
— Alex, vou falar um pouco com a Megan, tudo bem? — Eu disse, tocando seu braço
levemente.
— Claro, vou me juntar ao resto da família — afirmou, olhando para os demais que
estavam bem animados, do outro lado do jardim. — Parece que estão se preparando para algum
jogo — ele respondeu com um sorriso compreensivo.
Alexandre beijou meus lábios brevemente e se afastou, caminhando em direção onde o
restante da família estava reunida. Ao olhar para lá, vi seu pai e o noivo de Emma organizando
uma espécie de jogo de arremesso de argolas, enquanto Abigail e Emma aguardavam para
iniciarem a brincadeira.
Segui até onde Megan estava. Caminhei pelo jardim, sentindo a brisa suave da manhã em
meu rosto. Ao me aproximar, observei Megan mais de perto. Ela olhava para o nada, claramente
perdida em pensamentos.
— Megan? — Eu disse suavemente, não querendo assustá-la. — Posso me sentar aqui
com você?
Ela virou-se e encarou-me, com um sorriso acolhedor.
— Claro, Grace, sente-se.
— Por que está aqui sozinha? — Questionei, me acomodando ao seu lado
— Eu estava apenas... pensando um pouco — ela respondeu, com um sorriso fraco.
Sentada ao lado dela, eu podia sentir uma certa melancolia em sua voz, algo que me fez
querer entender o que estava passando pela cabeça dela. Eu queria entender o motivo de sua
reclusão, queria ajudá-la de alguma forma.
— Megan, você parece um pouco distante hoje. Está tudo bem mesmo? — Perguntei,
buscando estabelecer uma conexão com ela.
Ela me olhou, forçando um sorriso que não chegava aos olhos.
— Está tudo bem, Grace. Apenas aproveitando um pouco de tranquilidade — ela
respondeu, mas algo em sua voz me dizia que havia mais do que isso.
Resolvi não pressioná-la, mas deixei claro que ela poderia contar comigo.
— Se precisar de alguém para conversar, estou aqui — eu disse, tocando seu braço
levemente.
Megan suspirou e, por um breve momento, seus olhos encontraram os de Andrew, o
noivo de Emma. Ele também a olhou, e havia algo naquele olhar trocado que me fez questionar o
que estava acontecendo.
Eu estava prestes a me levantar para dar-lhe um pouco de privacidade, quando Megan me
chamou.
— Grace, espere — ela disse, com uma voz mais firme. — Eu preciso te contar algo.
Me sentei novamente, surpresa com sua mudança de tom.
— Estou apaixonada pelo Andrew — Megan confessou, com seus olhos enchendo de
lágrimas.
Fiquei em choque com a revelação. Entendi imediatamente a complexidade da situação e
o peso que ela estava carregando.
— Megan, isso é... complicado — eu disse, sentindo uma mistura de compaixão e
preocupação.
Ela assentiu, parecendo aliviada por finalmente compartilhar seu segredo.
— Eu sei, e é por isso que estou me mantendo afastada. Não quero causar problemas,
especialmente agora, durante as festas — disse ela, olhando para baixo.
— Ele sabe sobre seus sentimentos? — Perguntei, preocupada, enquanto Megan
suspirava fundo, confirmando com um aceno de cabeça.
— Temos conversado muito nos últimos meses. Ele esteve ao meu lado quando terminei
meu último namoro, sempre preocupado, enviando mensagens, ligando... — ela fez uma pausa,
olhando para longe. — Foi assim que nossa amizade se fortaleceu.
Ela voltou-se para mim, segurando minhas mãos com força.
— Grace, eu nunca quis que as coisas chegassem a esse ponto. Por favor, não pense mal
de mim. Nunca passamos dos limites, eu respeito o relacionamento deles, e Andrew... ele é um
homem de verdade. Mesmo suspeitando da infidelidade de Emma, ele nunca retribuiu na mesma
moeda.
— Megan, eu nunca julgaria você — respondi, apertando suas mãos. — Seus sentimentos
são válidos e eu estou aqui para te apoiar.
Ela me abraçou, um gesto de alívio e agradecimento.
— Estava quase explodindo com tudo isso guardado — confessou, ainda abraçada a mim.
— Você acha que ele sente o mesmo por você? — Perguntei, enquanto ela se afastava.
Observei Andrew de longe. — Ele te olha de um jeito diferente, sabe? Seus olhos brilham
quando estão em você.
Megan suspirou, e as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.
— É complicado. Ele é noivo da Emma, e eu não posso fazer nada — disse, tentando
enxugar as lágrimas.
— Mas ele sente o mesmo por você?
— Andrew, se declarou para mim ontem durante a ceia — Megan começou, sua voz
tremia um pouco, revelando a intensidade das emoções que ela sentia. — Ficamos sozinhos por
alguns instantes e ele... ele falou que tem sentimentos por mim.
Ela fez uma pausa, olhando para o vazio, como se revivesse aquele momento.
— Ele disse que o que sente por mim é intenso, que não consegue ignorar — continuou
Megan, as palavras saindo com dificuldade. — Mas ele também falou sobre os obstáculos...
sobre a Emma, sobre o noivado. Sabemos que não é simples.
— Isso deve ter sido difícil para vocês dois — disse, tentando oferecer algum conforto.
Megan assentiu, enxugando as lágrimas que insistiam em descer.
— Foi um misto de felicidade e dor. Saber que ele sente o mesmo é reconfortante, mas ao
mesmo tempo, é um lembrete de que não podemos estar juntos. Pelo menos não agora, não
nessas circunstâncias — explicou, a voz embargada pela emoção.
— E o que você vai fazer agora? — perguntei, sinceramente preocupada com o que ela
poderia decidir.
— Eu não sei, Grace. Estou tentando não criar expectativas, tentando não me iludir. Mas
é difícil... muito difícil — ela suspirou profundamente. — Eu só queria que as coisas fossem
diferentes.
— Megan, eu sinto muito que você esteja passando por isso — disse, apertando suas
mãos. Megan me olhou com gratidão nos olhos, um leve sorriso triste se formando em seus
lábios.
Eu sentia o peso do coração partido de Megan e, embora eu não pudesse consertar a
situação, eu poderia pelo menos oferecer minha amizade e apoio.
— Sabe, Grace, eu queria que as coisas fossem diferentes. Eu queria que a Emma
realmente amasse o Andrew. Eu ficaria feliz se ele tivesse alguém que o valorizasse, que o
amasse verdadeiramente, como eu amo — Megan disse, a voz carregada de emoção. — É
doloroso ver a pessoa que você ama com alguém que não o merece.
— É uma situação complicada — concordei, sentindo a tristeza na voz dela. — E já
pensou em contar para ele sobre as traições da Emma? Talvez ele mereça saber a verdade.
Megan balançou a cabeça, um suspiro pesado escapando de seus lábios.
— Eu penso nisso todos os dias, mas não tenho coragem. Andrew é um homem incrível,
e a ideia de ser a pessoa a trazer essa dor para ele... — ela negou com a cabeça, os olhos cheios
de lágrimas. — Eu simplesmente não consigo. Ele merece a felicidade, e a verdade sobre a
Emma pode destruí-lo — ela disse, claramente angustiada com a ideia.
— É uma decisão difícil, Megan. Mas, às vezes, a verdade, por mais dolorosa que seja,
pode ser o caminho para uma vida melhor. Andrew merece alguém que o ame de verdade, que
esteja ao lado dele por quem ele é, e não apenas pela aparência de um relacionamento perfeito —
disse, tentando oferecer uma perspectiva diferente.
Megan assentiu lentamente, contemplando minhas palavras.
— Eu sei que você está certa, Grace. Mas ainda assim, é uma decisão que pesa no meu
coração. Talvez um dia eu encontre a coragem necessária para falar com ele — ela suspirou,
olhando para o céu em busca de alguma resposta que parecia distante.
— Seja o que decidir fazer, estou aqui para te apoiar — assegurei, apertando suas mãos
em um gesto de solidariedade e compreensão. Megan sorriu para mim, um sorriso que trazia um
misto de agradecimento e apreensão pelo futuro incerto.
Megan me envolveu em outro abraço apertado, suas lágrimas fluindo livremente,
enquanto ela se permitia ser vulnerável. Fiquei ao lado dela, oferecendo meu ombro e consolo,
entendendo a complexidade e a dor da situação em que ela se encontrava. Era evidente que o
coração de Megan estava partido, e eu sentia empatia por ela.
— É tão injusto, Grace — ela sussurrou entre soluços. — Andrew merece alguém que o
ame de verdade, não uma farsa.
— Eu sei, Megan — disse, passando a mão pelos seus cabelos.
Ela se afastou um pouco, enxugando as lágrimas, mas a tristeza em seus olhos era
palpável.
— Emma não vê o quão especial ele é — falou, a voz ainda trêmula.
— Às vezes, a vida nos coloca em situações difíceis, mas você não está sozinha, Megan
— eu disse, querendo que ela sentisse meu apoio.
Megan assentiu, tentando recompor-se.
Ficamos ali por mais alguns instantes, compartilhando um silêncio que falava mais do
que palavras. A realidade de que Andrew estava prestes a se casar com a pessoa errada pesava no
ar. Emma não o amava como ele merecia ser amado. E ali, ao meu lado, estava a mulher que
realmente se importava com ele, sofrendo em silêncio, presa em uma teia de emoções e
incertezas.
Após a conversa com Megan, eu me sentia
emocionalmente tocada por sua situação. Ela
havia revelado algo tão íntimo e doloroso, e isso
ficou ecoando em minha mente, enquanto eu me
aproximava de Alexandre. A vulnerabilidade de
Megan e a complexidade dos sentimentos que
ela nutria por Andrew, me fizeram refletir sobre
a fragilidade dos relacionamentos e as escolhas
difíceis que às vezes somos forçados a fazer.
Alexandre, percebendo minha chegada, veio ao meu encontro, com um sorriso, mas logo
notou minha expressão pensativa.
— Está tudo bem, Grace? Você parece um pouco preocupada — ele perguntou, curioso.
— Sim, está tudo bem. Apenas pensando em algumas coisas — respondi, forçando um
sorriso. Não poderia comentar o que Megan havia compartilhado comigo, ela confiou em mim e
eu não iria quebrar essa confiança.
Passamos o resto da manhã juntos, absorvendo a companhia um do outro e a serenidade
do dia de Natal. O almoço transformou-se em uma reunião familiar calorosa e agradável, onde o
som das risadas e o compartilhar de histórias, criavam uma atmosfera de aconchego e união. No
entanto, após a revelação de Megan, meu olhar se tornou mais atento e sensível aos detalhes ao
meu redor, especialmente em relação a ela e Andrew. Agora, eu percebia claramente os sinais
sutis entre eles: a forma como seus olhares se encontravam, os sorrisos discretos que trocavam e
a maneira como Andrew observava Megan, com uma admiração profunda, sempre que ela
falava. Era fascinante e ao mesmo tempo comovente, ver o sentimento intenso que eles
compartilhavam, um sentimento que, até então, eu não havia percebido plenamente. Mas agora
era inegável aos meus olhos.
À medida que a tarde avançava, resolvi organizar minhas coisas. Alexandre e eu
havíamos decidido prolongar nossa estadia em Aspen até o Ano Novo, o que me deu mais tempo
para aproveitar esses momentos especiais. Alexandre havia comprado tantas roupas para mim
desde a nossa chegada, que ainda não tinha conseguido acomodá-las todas na mala, decidi então
tirar esse tempo para isso.
Enquanto dobrava cada peça de roupa, minhas lembranças vagueavam pelos momentos
incríveis que vivenciei aqui.
Foi então que a porta do quarto se abriu abruptamente, revelando Emma com seu sorriso
cínico.
— Arrumando as malas já, Grace? — Provocou ela. — Aproveitou seu tempo aqui?
— Estou apenas organizando minhas roupas, Emma — respondi, mantendo a calma.
Levantei e a encarei. — Ainda não estou indo embora.
— Não se apegue demais a minha família, querida — ela retrucou, aproximando-se com
um olhar astuto. — Essas viagens de fim de ano são sempre temporárias, assim como certos...
relacionamentos — disse, claramente tentando me atingir.
— Alexandre e eu estamos bem. E, honestamente, não é da sua conta se isso será ou não
temporário — retruquei, tentando não me deixar levar por suas provocações, mas estava sendo
difícil.
Emma riu friamente.
— Ah, Grace. Você realmente acha que tem um futuro com ele? Você é apenas uma
novidade passageira — disse ela, destilando veneno em cada palavra.
— Talvez você devesse focar na sua vida e deixar a minha e a de Alexandre em paz —
respondi, mantendo a calma diante da irritação evidente de Emma.
— Você não sabe nada sobre mim e Alexandre — ela retrucou com desprezo. — Nossa
conexão é forte, e não é uma vadia como você, que vai mudar isso.
— Cuidado com suas palavras, Emma — adverti, tentando manter a compostura.
— O que vai fazer, sua vadia? — Desafiou, encarando-me com hostilidade.
— Você está mesmo me chamando de vadia? — Perguntei, irônica.
— Exatamente — afirmou, com um olhar desafiador.
— A verdadeira vadia aqui é você, noiva e dando em cima de um homem comprometido.
Tenha um pouco de dignidade, Emma. Alexandre já fez sua escolha, e não é você — falei
firmemente, encarando-a de volta.
— Sabe o que vai acontecer, Grace? Alexandre vai se cansar de comer você e vai voltar
para mim. Ele é louco por mim, sempre foi. Ele sempre retorna, independentemente de tudo. Não
me importo com quem ele se relaciona, assim como ele não se importa com quem eu estou.
Podemos estar comprometidos com outras pessoas, isso nunca nos impediu de continuarmos
transando — disse Emma, com uma confiança arrogante.
Foi quando ouvimos a voz firme de Abigail interrompendo a discussão.
— Chega, Emma — disse Abigail, aparecendo atrás dela. Emma se virou surpresa.
— Tia — Emma falou, tentando disfarçar seu choque.
Abigail, com uma expressão severa, se aproximou de nós, encarando Emma com uma
mistura de decepção e irritação.
— Estou cansada de ver você agindo dessa maneira. Sua obsessão por Alexandre é
doentia e desrespeitosa, especialmente considerando seu noivado com Andrew — ela
repreendeu, com uma voz firme.
Emma, mesmo surpresa com a intervenção, tentou se defender.
— Tia, você não entende, eu e Alexandre...
— Eu entendo perfeitamente, Emma. Você está comprometida com um homem incrível
como Andrew e, mesmo assim, insiste em perseguir Alexandre, que claramente escolheu estar
com a Grace. Você precisa parar com isso — a voz de Abigail era carregada de autoridade.
— Mas tia, Andrew e eu...
— Andrew é um homem bom e merece muito mais do que isso. É uma pena que ele
queira se casar com alguém que não consegue ver o valor dele — Abigail continuou,
desapontada.
Emma engoliu em seco, sem saber o que responder. A tensão entre nós aumentava a cada
palavra trocada.
— Tia, eu amo o Andrew, mas eu também...
— Amor, Emma? Isso não é amor. Isso é egoísmo e falta de respeito. Você está
brincando com os sentimentos de duas pessoas decentes, e isso precisa acabar agora — Abigail
afirmou, com uma convicção inabalável.
Foi então que Andrew apareceu na porta, seu rosto refletia surpresa e confusão. Ele havia
ouvido tudo.
— Andrew... — Emma começou, mas as palavras pareciam ter falhado.
Andrew olhou para ela, uma expressão de dor e decepção estampada em seu rosto. Ele
não disse nada, apenas observava a cena diante de si, absorvendo a verdade de suas palavras.
Emma tentou se aproximar dele, mas ele deu um passo para trás, claramente abalado com
o que acabara de ouvir.
— Andrew, por favor, me deixe explicar — Emma implorou, sua voz tremendo.
Mas Andrew permaneceu em silêncio, seu olhar alternando entre Emma e nós, como se
tentasse entender a extensão do que acabara de descobrir.
Eu me mantive ao lado, observando a cena se desenrolar, sabendo que aquele momento
poderia mudar tudo para todos nós.
— Acabou, Emma! — Andrew assegurou, convicto.
Estava na sala conversando
descontraidamente com meu pai, quando os
sons abafados de uma discussão vinda do andar
superior capturaram minha atenção. Lancei um
olhar preocupado para meu pai e me dirigi
rapidamente para o corredor dos quartos, com
um pressentimento de que Emma poderia estar
causando problemas para Grace.
Ao chegar ao quarto, a cena que se desenrolava diante de meus olhos, confirmava minhas
suspeitas. Andrew, com uma firmeza inesperada, encarava Emma, declarando o fim do noivado.
— Acabou, Emma! — Sua voz, carregada de frustração e decisão, ecoou pelo quarto.
Emma, incapaz de aceitar a realidade, tentava desesperadamente se justificar.
— Você precisa entender, Andrew. Não podemos desfazer nosso casamento. As
aparências... — ela insistia, tentando manter uma fachada de normalidade.
— As aparências não significam nada quando não há verdade nelas — cortou Andrew,
sua voz revelando uma mistura de dor e alívio por finalmente se libertar. — Não posso me casar
com você. Não depois de tudo o que ouvi.
Emma riu, um som desprovido de humor. Sua expressão era uma combinação de
incredulidade e desespero.
— Você está brincando, Andrew? Vai me deixar devido a um mal-entendido? — Ela
tentou se aproximar dele, mas Andrew recuou, sua postura inabalável.
— Não é um mal-entendido, Emma. Eu ouvi tudo o que você disse. Não posso ignorar
isso — afirmou ele, com uma clareza que não deixava espaço para argumentos.
Emma, agora percebendo a seriedade da situação, tentou uma abordagem diferente.
— Andrew, por favor, não faça isso. Podemos conversar sobre isso em particular —
implorou, sua voz trêmula.
— Não há mais o que conversar, Emma. Eu tomei minha decisão — Andrew respondeu,
com um olhar de determinação em seus olhos.
Emma, indignada, enfrentou Andrew, recusando-se a aceitar a realidade do fim do
noivado.
— Andrew, você não pode fazer isso comigo. Nós estamos noivos, as pessoas estão
esperando nosso casamento! — Ela exclamou, sua voz aumentando em intensidade.
— Emma, não posso me casar com alguém que não respeita nosso relacionamento. Que
não me ama verdadeiramente — Andrew respondeu, mantendo uma calma firme, frente à
tempestade emocional de Emma.
— Amor? Você acha que é só isso que importa? Temos uma vida juntos, Andrew, uma
imagem a manter — Emma argumentou, tentando apelar para a lógica prática.
— Uma vida baseada em quê, Emma? Em mentiras? Em traições? — Andrew
questionou, a frustração evidente em sua voz. — Eu preciso de mais do que isso. Preciso de uma
mulher que me ame de verdade, que queira compartilhar uma vida real comigo, não uma farsa.
— Você está sendo ridículo! — Emma retrucou, a raiva se misturando com o medo de
perder o controle da situação. — Você vai jogar fora tudo o que construímos por causa de um
deslize?
— Não é apenas um deslize, Emma. É uma questão de confiança, de respeito. E você
quebrou ambos, eu sei que não é de hoje que você está me traindo, porém até então, eu não tinha
provas, mas agora acabou — Andrew respondeu, sua voz cheia de convicção.
— Então é isso? Você vai me deixar assim, sem mais nem menos? — Emma perguntou,
suas palavras tingidas de incredulidade.
— Não é sem mais nem menos, Emma. Eu ouvi o suficiente para saber que não podemos
continuar juntos. Dói, mas é a verdade — disse Andrew, mantendo-se firme em sua decisão.
Emma balançou a cabeça, incapaz de acreditar no que estava acontecendo.
— Você vai se arrepender disso, Andrew. Vai ver que está cometendo um grande erro —
ela ameaçou, mas sua voz já não carregava a mesma confiança de antes.
Andrew suspirou, a dor e a decepção claras em seu olhar.
— Talvez eu me arrependa, Emma. Mas prefiro viver com esse arrependimento, do que
continuar em um relacionamento que não é verdadeiro. Preciso de algo real e, infelizmente, isso
não é algo que você pode me oferecer — concluiu Andrew, fechando um capítulo doloroso de
sua vida.
Megan, até então silenciosa, observava a cena com um misto de alívio e preocupação.
Minha mãe, com sua sabedoria e serenidade, permanecia ao fundo, pronta para oferecer apoio.
— Então é isso? Todos vocês estão contra mim? — Emma levantou a voz, claramente
frustrada e sentindo-se acuada.
— Não é uma questão de estar contra você, Emma. É sobre fazer o que é correto e justo
— minha mãe disse, tentando trazer alguma calma à situação tensa.
Emma, visivelmente derrotada e sem mais argumentos, percebeu que seu jogo havia
chegado ao fim. Com um olhar de desespero e desilusão lançado a Andrew, ela deixou o quarto,
criando um silêncio denso e carregado de emoções.
Virei-me para a minha mãe, que me ofereceu um olhar compreensivo, acenando de leve,
numa promessa silenciosa de que cuidaria de Emma. Andrew, com um sorriso agradecido,
aceitou o abraço reconfortante dela.
— Você sempre será bem-vindo aqui, Andrew. Para mim, você já é parte da nossa
família, espero que você fique conosco para celebrar o Ano Novo — minha mãe disse, com uma
voz calorosa e acolhedora.
Andrew assentiu, parecendo aliviado e grato pelo apoio e aceitação.
Minha mãe, então, se voltou para todos nós, seu olhar carregado de carinho e
determinação.
— Vou cuidar da Emma. Ela é da família, e nós não abandonamos a família. Mas
também não podemos ser coniventes com comportamentos errados — afirmou ela, firme em suas
palavras.
Eu me senti inundado de orgulho e admiração por aquela mulher incrível que era minha
mãe, a dona Abigail. Sua força e sabedoria eram um farol para todos nós.
— Agora, vamos continuar com nossa celebração de Natal — disse ela, com um toque de
animação em sua voz. — Já tivemos drama suficiente por hoje.
Com essa declaração, ela saiu do quarto, nos deixando com um sentimento de alívio e
uma nova perspectiva para o que viria a seguir.
Eu me aproximei de Andrew, colocando uma mão em seu ombro em um gesto de apoio e
solidariedade. Ele me encarou com olhos agradecidos, reconhecendo a empatia silenciosa.
— Andrew, você fez o que era necessário. Às vezes, as decisões mais difíceis são as mais
corretas — eu disse, tentando oferecer alguma consolação em meio ao turbilhão emocional. —
Desculpe por tudo, sei que errei muito com você e me envergonho disso.
— Obrigado, Alex. Eu... eu só não esperava que as coisas chegassem a esse ponto —
Andrew respondeu, sua voz carregada de um misto de alívio e pesar.
— Lamento que tenha passado por isso. Nunca foi minha intenção magoar alguém, ainda
mais uma pessoa tão boa como você. Se há algo que eu possa fazer... — eu comecei, mas ele me
interrompeu com um gesto de mão.
— Está tudo bem. Agora é hora de seguir em frente — disse ele, com uma determinação
recém-descoberta.
Foi então que Megan se aproximou, hesitante, mas com um olhar que transmitia
compaixão. Ela manteve uma distância respeitosa, mas seus olhos não escondiam a preocupação.
Andrew e Megan trocaram um olhar significativo, um silencioso diálogo de entendimento
e afeto. Megan deu um passo à frente e, com uma delicadeza terna, eles se abraçaram. Andrew
beijou suavemente o ombro dela, um gesto de carinho e gratidão.
Enquanto observava Andrew e Megan abraçados, uma percepção clara começou a se
formar em minha mente. Havia algo mais ali, além da amizade. A maneira como eles se
olhavam, o cuidado e o carinho em seus gestos, falavam de um sentimento mais profundo. Era
como se, naquele abraço, eles encontrassem um refúgio seguro, um lugar onde podiam ser
verdadeiros um com o outro.
Eu não pude deixar de pensar sobre como o amor, às vezes, surge nos lugares mais
inesperados e nas situações mais complicadas. Olhando para eles, fiquei pensando sobre as
voltas que a vida dá e como, de repente, tudo pode mudar. Em um dia, você acredita que conhece
a trajetória da sua vida e, no outro, descobre novos caminhos e possibilidades.
Aquele era um momento de revelações e mudanças, não apenas para Emma e Andrew,
mas também para Megan, e até para mim. Grace se aproximou, acolhi ela em um abraço
reconfortante. Inclinei-me para beijar seus lábios com ternura, um beijo breve, mas repleto de
significado. Com um sorriso cúmplice, voltamos nosso olhar para Andrew e Megan. A conexão
entre eles era palpável, um vínculo que, embora tivesse surgido em circunstâncias complicadas,
irradiava uma genuína afetividade.
Observando-os, um sentimento de paz preencheu meu coração. Era uma sensação
reconfortante, um lembrete silencioso de que, independentemente das adversidades e
complexidades da vida, o amor verdadeiro sempre encontra seu caminho.
Durante a semana que precedeu o Ano
Novo, o drama em torno de Emma encontrou
seu caminho para a resolução. Minha mãe, com
a sabedoria e a compreensão que sempre a
caracterizaram, assumiu o papel de guia e
conselheira para Emma. Foram momentos de
intensos diálogos, onde minha mãe
compartilhou suas perspectivas com Emma,
enfatizando a importância da honestidade e do
respeito nos relacionamentos.
Essas conversas se mostraram um ponto de virada para Emma. Ela ouviu atentamente as
palavras de minha mãe, absorvendo cada lição e conselho. Minha mãe enfatizou que, apesar dos
erros cometidos, Emma sempre seria parte da nossa família, mas também foi clara ao expressar
que atitudes desonestas e desrespeitosas não seriam aceitas. Foi um diálogo de amor, mas
também de firmeza.
Após longas conversas, Emma tomou a decisão de se afastar por um tempo. Ela escolheu
passar o Réveillon longe de Aspen, em busca de um ambiente onde pudesse refletir e reavaliar
suas escolhas de vida. Foi uma escolha de crescimento pessoal, um passo necessário em sua
jornada de autoconhecimento e amadurecimento. A partida de Emma antes da celebração de Ano
Novo, foi um momento simbólico, marcando o início de uma nova fase em sua vida, um
caminho em busca de redenção e mudanças positivas.
A noite de Réveillon foi, sem dúvida, um evento inesquecível. A casa estava repleta de
familiares e amigos próximos, cada rosto iluminado pela expectativa e felicidade. Grace e eu,
juntamente com todos os presentes, nos aconchegamos ao redor da lareira. Ali, em meio ao calor
das chamas dançantes, compartilhamos histórias que arrancavam risadas e nos faziam relembrar
lembranças queridas. Era um ambiente repleto de calor humano e afeto genuíno.
Conforme a meia-noite se aproximava, o clima de expectativa crescia. Os olhos fixos no
relógio, aguardando o momento de dar as boas-vindas ao novo ano. E então, finalmente, o
relógio bateu meia-noite. A contagem regressiva ecoou pela sala e, quando chegamos ao ansiado
“Feliz Ano Novo”, o ar se encheu de alegria e celebração. Abraços foram trocados, desejos de
felicidades e um ano próspero foram compartilhados com cada pessoa presente. Nesse instante,
senti uma conexão profunda com todos ao meu redor, uma união que simbolizava novos
começos e infinitas possibilidades.
Com Grace ao meu lado, segurando minha mão firmemente, eu sentia uma onda de
otimismo e esperança. Juntos, saudamos o ano novo, prometendo um ao outro fazer de cada
momento algo valioso e memorável. Foi um momento mágico, uma celebração de vida, amor e
novas promessas.
Durante os últimos dias na casa dos meus pais, foi impossível não perceber a evolução da
relação entre Megan e Andrew. Após a tumultuada revelação de seus sentimentos e o fim do
noivado de Andrew com Emma, ambos se encontraram em um novo território emocional.
Contemplando-os, eu podia ver claramente o amor e a afeição que brotavam entre eles.
Estavam sempre próximos, compartilhando momentos, risos e olhares, que falavam mais do que
palavras. Era evidente que havia um forte laço se formando, uma conexão que transcendeu a
amizade, prometendo algo mais profundo e duradouro.
No entanto, ambos estavam conscientes da delicadeza da situação. Respeitando o recente
término do noivado de Andrew, eles decidiram caminhar com calma. Era uma escolha de
respeito mútuo e consideração pelas circunstâncias que os cercavam. Não queriam apressar nada,
permitindo que o relacionamento entre eles se desenvolvesse naturalmente e sem pressões.
Mas, apesar dessa decisão de cautela, era impossível negar a química e a conexão entre
eles. Sempre juntos, era claro que estavam aproveitando cada oportunidade para conhecer um ao
outro melhor, fortalecendo os laços que haviam formado. Trocavam carinhos discretos, sorrisos
cúmplices e conversas sussurradas, sinais inegáveis de um romance nascente.
Observando-os, eu me sentia otimista pelo futuro de ambos. Eles estavam trilhando um
caminho de entendimento e paciência, uma base sólida para um relacionamento que, apesar de
suas origens complicadas, tinha todo o potencial para florescer em algo verdadeiramente
especial.
Enquanto Grace e eu nos preparávamos para deixar a cidade e retornar à agitação de
Nova Iorque, não podíamos deixar de refletir sobre os dias intensos e reveladores que passamos
juntos. Cada momento, desde os desafios enfrentados até as descobertas emocionais, serviu para
fortalecer nossa conexão e compreensão mútua.
O tempo que passamos em Aspen foi mais do que uma simples pausa da realidade; foi
uma jornada de autodescoberta e crescimento para ambos. Aprendemos a lidar com situações
inesperadas, a superar obstáculos e, acima de tudo, a entender a profundidade do que estávamos
começando a sentir um pelo outro. Esse período foi uma revelação de que nosso relacionamento
não era mais apenas um faz de conta; estávamos genuinamente envolvidos e comprometidos em
explorar o que tínhamos.
Com a bagagem pronta e a mente cheia de lembranças, estávamos ansiosos para retomar
nossas rotinas, mas com uma nova perspectiva sobre o que queríamos para o futuro. A
experiência do natal nos fez enxergar que o que havíamos iniciado ali, não era apenas um
capítulo isolado, mas talvez o início de uma vida inteira juntos.
Havia uma sensação de expectativa no ar, um misto de empolgação e um pouco de
nervosismo pelo que viria a seguir. Estávamos prontos para enfrentar os desafios do dia a dia,
mas desta vez, como um casal, apoiando um ao outro e fortalecendo nosso relacionamento a cada
passo. As lições, as risadas, os momentos compartilhados em Aspen, tudo isso viria conosco,
tecendo a base para o que esperávamos ser uma longa e feliz jornada juntos.

O retorno a Nova Iorque marcava não apenas o fim de um retiro de Natal, mas o início de
um novo capítulo em nossas vidas, um capítulo repleto de promessas e possibilidades. Ao
embarcarmos no helicóptero de volta, olhei para Grace ao meu lado, percebendo o quanto ela
havia se tornado essencial para mim. Nosso relacionamento, que começou sob circunstâncias
inusitadas, agora se desdobrava em algo mais profundo e significativo.
A viagem de volta foi tranquila, um momento para refletir sobre os passos que daríamos a
seguir. Conversamos sobre nossas expectativas, nossos sonhos e como equilibrar nosso
relacionamento com as exigências do trabalho. Grace, com sua inteligência e sensibilidade,
expressou suas ideias e visões para o futuro, reforçando que, juntos, poderíamos enfrentar
qualquer desafio que surgisse.
Ao chegar a Nova Iorque, a realidade do nosso dia a dia nos esperava. Retornar ao
trabalho, agora não apenas como chefe e assistente, mas como um casal, apresentava um novo
conjunto de dinâmicas a serem navegadas. Estávamos determinados a manter nossa relação
profissional respeitosa e eficaz, ao mesmo tempo em que explorávamos a profundidade do nosso
relacionamento pessoal.
Nos primeiros dias de volta ao escritório, senti uma mudança sutil, mas significativa, em
nossa interação. Havia um novo nível de entendimento e cumplicidade entre nós. Os colegas
notaram nossa proximidade crescente, mas mantivemos um equilíbrio, garantindo que nosso
relacionamento não afetasse nosso desempenho profissional.
Cada dia que passava, eu me encontrava mais encantado por Grace. Sua inteligência, seu
senso de humor e sua compaixão me impressionavam, continuamente. Estávamos indo devagar,
conscientes de que um relacionamento sólido é construído com paciência e cuidado. A cada
conversa, a cada risada compartilhada, sentíamos o nosso vínculo se fortalecer.
Nossa jornada estava apenas começando, mas eu sabia que, com Grace ao meu lado, cada
novo dia seria uma aventura a ser valorizada. Estávamos criando uma história juntos, uma
história de amor, crescimento e descoberta mútua. E eu estava ansioso para ver onde essa história
nos levaria.

Durante o horário de almoço, Grace foi a um restaurante próximo à empresa para nos
garantir uma mesa. Eu fiquei para trás, preso em uma reunião que se estendeu mais do que o
esperado. Quando finalmente consegui sair, apressei-me em direção ao restaurante, ansioso para
encontrá-la.
Ao chegar, antes de entrar, avistei Grace pela janela. Ela estava sentada, conversando
animadamente com alguém. Aproximando-me um pouco mais, percebi que ela estava com seu
ex-namorado. O choque daquela cena me fez parar. Meu coração disparou e um ciúme que eu
nem sabia que poderia sentir, começou a tomar conta de mim.
De fora, continuei observando-os. Eles pareciam estar se divertindo, rindo juntos, e
aquilo me incomodava profundamente. A cada gesto e sorriso compartilhado entre eles, um
turbilhão de dúvidas e inseguranças começava a se formar em minha mente.
"Será que tudo que vivemos foi uma ilusão?", eu me perguntava. "Será que só eu senti
algo verdadeiro?"
Fiquei ali, perdido em meus pensamentos, lutando contra a vontade de entrar e confrontá-
los. Queria ir até lá, queria saber o que estava acontecendo, mas ao mesmo tempo, algo me
impedia. Eu estava confuso, tentando entender minhas próprias emoções.
Foi quando vi Grace se levantar e abraçar seu ex-namorado. Aquele gesto, aparentemente
inocente, atingiu-me como um soco no estômago. Senti uma mistura de raiva e tristeza,
questionando se Grace realmente compartilhava os mesmos sentimentos que eu.
Nesse momento, meu ciúme estava no auge. Sentia uma dor profunda, nascida da
incerteza e da insegurança. Eu estava ali, parado, observando a mulher por quem eu estava
apaixonado nos braços de outro homem.
"Será que ela ainda tem sentimentos por ele?", essas perguntas ecoavam em minha
cabeça, cada vez mais alto. Eu estava perdido em um mar de dúvidas, incapaz de decidir o que
fazer a seguir.
Ao ver o ex-namorado de Grace segurar sua
mão e sussurrar algo, notei um brilho nos olhos
dele que me fez sentir um ciúme ainda mais
intenso. Sem conseguir me conter, entrei no
restaurante, determinado a confrontar a situação.
Grace me viu e imediatamente se iluminou, com um sorriso radiante. Ela me abraçou
calorosamente e me deu um selinho carinhoso. Eu queria retribuir o gesto, mas estava consumido
pelo ciúme e não consegui esconder minha frustração.
— Estávamos conversando para resolver o passado — explicou Grace, ainda sorrindo,
sem perceber a tempestade se formando dentro de mim.
— Percebi o quanto estavam “envolvidos” em resolver o passado — respondi, a voz
tingida de sarcasmo e irritação.
O ex-namorado de Grace percebeu a tensão e decidiu se afastar. Ele se despediu dela com
um caloroso aperto de mão, um aceno de cabeça para mim e uma última frase:
— Foi bom esclarecer as coisas, Grace. Te desejo tudo de bom na sua vida.
Grace observou ele sair e, então, nossos olhares se cruzaram. Havia uma mistura de
surpresa e confusão em seus olhos.
— Alex, o que está acontecendo? — Perguntou ela, claramente desconcertada com minha
atitude.
Minha respiração estava acelerada, e eu podia sentir o coração batendo forte no peito.
Tudo o que eu havia testemunhado naqueles breves minutos havia desencadeado uma corrente de
emoções dentro de mim. O ciúme, o medo de perder Grace, a insegurança sobre o que realmente
ela sentia por mim, tudo me enlouquecia.
Grace, ainda confusa, aguardava uma resposta. Eu sabia que precisava explicar, mas as
palavras pareciam se perder em meio ao turbilhão de sentimentos.
— Eu... eu vi vocês dois — comecei, a voz trêmula, buscando as palavras certas. — E
algo dentro de mim... eu simplesmente não consegui controlar. Você ainda sente algo por ele?
Grace me olhou com uma mistura de surpresa e preocupação.
— Alex, ele é parte do meu passado. Não há absolutamente nada entre nós agora — ela
respondeu, sua voz firme, mas carregada de suavidade, buscando me tranquilizar.
— Mas eu vi como você sorria para ele, como vocês se olhavam... — insisti, incapaz de
esconder o ciúme que fervia em mim.
— Ele me traiu, você sabe disso. Eu estava apenas sendo educada, resolvendo o que ficou
pendente — explicou ela, claramente chateada com minha insinuação.
— Eu sei, eu sei disso tudo, mas... ver você sorrindo para ele assim... me deixou em
dúvidas — confessei, sentindo um nó na garganta.
Ela suspirou profundamente, sua expressão se tornando mais séria.
— Pensei que confiasse em mim, Alexandre. Pensei que soubesse que o que sinto por
você é real — ela disse, encarando-me diretamente nos olhos, uma sinceridade inquestionável
em seu olhar.
Eu queria acreditar nela, mas a imagem deles juntos não saía da minha cabeça. "Será que
eu estou exagerando? Será que estou deixando o ciúme tomar conta de mim?" Eu me
questionava, enquanto lutava para manter a racionalidade.
Preso em minhas próprias emoções, eu olhei para Grace, tentando decifrar o emaranhado
de sentimentos que me consumia. Ela segurou as minhas mãos, buscando uma conexão, uma
forma de me trazer de volta à realidade.
— Alex, eu entendo que você possa estar chateado, mas preciso que você confie em mim
— ela falou, os olhos dela buscando os meus, procurando por uma resposta. — O que eu sinto
por você é real e forte. Não deixe que uma conversa com o meu passado abale o que estamos
construindo juntos.
Eu sabia que ela estava certa, mas algo dentro de mim ainda lutava para aceitar. A
imagem deles abraçados, mesmo que fosse uma despedida, me atormentava. Era como se todas
as minhas inseguranças tivessem sido expostas ali, naquele restaurante.
— Eu sei que deveria confiar em você, Grace, e eu confio, mas... ver você com ele... —
minhas palavras foram interrompidas pela emoção. — Me fez perceber o quanto eu realmente me
importo com você, o quanto eu tenho medo de te perder.
Ela sorriu, um sorriso que trazia alívio e compreensão.
— Você não vai me perder, Alex. Eu estou aqui, com você. E é aqui que eu quero estar
— ela disse, apertando minhas mãos com firmeza.
Havia um silêncio entre nós, um momento de reflexão onde eu pude sentir o peso das
minhas palavras e ações. Grace estava certa, e eu sabia disso. Meu ciúme e insegurança haviam
me cegado momentaneamente, mas agora eu via claramente o quanto ela significava para mim e
o quanto eu precisava confiar nela.
— Grace, eu confio em você. Sinto muito por ter duvidado, mesmo que por um
momento. Você é a pessoa mais importante na minha vida — eu disse, segurando suas mãos e
olhando nos olhos dela, tentando transmitir todo o amor e arrependimento que sentia. —
Perdão… eu só tive medo.
Ela assentiu, um leve sorriso aparecendo em seus lábios.
— Está tudo bem, Alex. Só precisamos confiar um no outro. Isso é o que nos torna fortes
— ela respondeu, apertando minhas mãos em retorno.
Nesse instante, eu soube que precisava superar meus próprios medos e inseguranças.
Grace estava ali, ao meu lado, escolhendo ficar comigo. Eu precisava acreditar no que tínhamos,
na força do que estávamos construindo.
Respirei fundo, tentando deixar para trás a sombra do ciúme, e me concentrei na mulher
incrível que estava à minha frente. Grace era o meu presente e o meu futuro, e eu estava
determinado a não deixar que minhas inseguranças arruinassem o que tínhamos.
— Eu te amo, Grace — eu disse, finalmente permitindo que essas palavras escapassem.
Ela se inclinou para frente, beijando-me com uma paixão que refletia tudo o que
sentíamos um pelo outro. Naquele beijo, havia uma promessa de dias melhores, de compreensão
e de um amor que continuaria a crescer, independentemente dos obstáculos que pudéssemos
enfrentar.
Aquele almoço, que começou com uma confusão de emoções, terminou com uma
renovação do nosso compromisso um com o outro, fortalecendo nosso vínculo de uma maneira
que eu nunca imaginei ser possível.
Quando deixamos o restaurante, Grace se aproximou de mim com uma delicadeza que
irradiava em seu olhar. Abri meus braços para recebê-la, envolvendo-a em um abraço que era
mais do que um simples gesto, era um refúgio de conforto e calor. Com carinho, segurei seu
rosto entre minhas mãos, mergulhando nos seus olhos, que brilhavam com uma mistura de amor
e sinceridade.
— Eu te amo, Alexandre — ela confessou suavemente, e essas palavras tocaram
profundamente meu coração, fazendo-me suspirar com uma mistura de alívio e alegria.
— Eu também te amo, Grace. Você é a melhor parte de mim — confessei, vendo seu
sorriso se iluminar ainda mais.
Inclinei-me para frente, aproximando nossos rostos, e com um gesto terno e cheio de
significado, nossos lábios se encontraram em um beijo apaixonado. Era um beijo que expressava
mais do que palavras poderiam dizer, carregado de sentimentos e desejos que vínhamos
cultivando. Senti a resposta imediata de Grace, seus lábios se movendo em sincronia com os
meus, enquanto suas mãos deslizavam até minha nuca, intensificando nossa conexão.
Era um momento de pura sintonia, uma celebração silenciosa e profunda do amor que
estávamos construindo. Um amor que, a cada toque e a cada olhar, se mostrava mais intenso e
verdadeiro. Naquele instante, tudo ao nosso redor desapareceu, e só existíamos nós dois, unidos
em um elo que se fortalecia a cada dia.
Cheguei ao restaurante, um lugar
aconchegante que Alexandre e eu
frequentávamos. Escolhi uma mesa, imersa em
pensamentos sobre os momentos especiais que
estávamos compartilhando nos últimos dias.
Cada instante ao lado de Alexandre era
precioso, enchendo-me de felicidade. Enquanto
o aguardava, percebi meu ex-namorado
adentrando o local. Ele me avistou e se
aproximou, com um semblante amigável.
— Grace, que surpresa te ver aqui — disse ele, esboçando um sorriso.
— Oi — respondi, um pouco surpresa. — Estou esperando o Alexandre.
— Então é verdade que vocês estão juntos — ele constatou. Assenti, confirmando.
— Sim, estamos.
Ele hesitou por um momento, antes de prosseguir.
— Grace, eu preciso te dizer algo — iniciou, claramente nervoso. — É sobre o que
aconteceu entre nós...
— Não é necessário — interrompi, tentando evitar o assunto, mas ele insistiu.
— Por favor, deixe-me falar — ele pediu. Respirei fundo e acenei em concordância.
— Tudo bem — concordei, preparando-me para ouvir.
Ele suspirou profundamente antes de falar.
— Me arrependo muito do que fiz. Trair você foi um erro terrível e eu sinto muito,
realmente — sua voz carregava uma sinceridade palpável.
— Agradeço por dizer isso. É importante para mim saber que se arrependeu de suas ações
— respondi, sentindo como se um peso fosse retirado dos meus ombros.
Ele me olhou com um semblante de alívio e gratidão.
— Fico feliz por você encontrar alguém bacana como ele, Grace. Você merece toda a
felicidade do mundo.
— Obrigada — agradeci, levantando-me para abraçá-lo. — Desejo-lhe tudo de bom
também. Espero que você encontre a felicidade que merece.
Após o abraço, ele segurou minha mão gentilmente e me olhou nos olhos com uma
expressão profunda.
— Você sempre terá um lugar especial em meu coração, Grace. Sou grato por tudo que
vivemos juntos.

Após conversas necessárias e um dia maravilhoso ao lado de Alexandre, ele me deixou


em casa. Entrei e encontrei Sarah na sala, completamente absorta em um de seus livros
prediletos. Ela levantou os olhos e me encarou com curiosidade e um leve sorriso.
— E então, como foi o almoço com o Alexandre? — Indagou, marcando a página e
fechando o livro com delicadeza.
— Foi bem... inusitado — respondi, me acomodando ao lado dela no sofá, sentindo uma
mistura de emoções. — Encontrei o André por lá, foi uma coincidência.
Sarah ergueu as sobrancelhas, claramente surpresa com a notícia.
— Sério? E como foi esse encontro?
— Ele veio até mim e pediu desculpas por tudo que aconteceu entre nós. Disse que estava
contente por eu ter encontrado alguém como o Alexandre e me desejou felicidades — expliquei,
relembrando cada palavra trocada.
Sarah inclinou-se para frente, demonstrando interesse.
— Isso foi muito maduro da parte dele. E como o Alexandre reagiu ao ver vocês dois
juntos?
— Ele... ficou com ciúmes — confessei, um pouco constrangida. — Viu a gente
conversando e acabou interpretando de forma errada.
Sarah assentiu compreensivamente, cruzando os braços.
— E como você lidou com isso? — Perguntou, com um tom de voz suave.
— Confesso que fiquei frustrada no começo, mas depois compreendi que era apenas uma
reação ao medo de me perder — admiti, um leve sorriso surgindo em meus lábios.
— Isso mostra o quanto ele se importa com você, Grace — comentou Sarah, com um
brilho de aprovação nos olhos.
— É, eu também acho — concordei, pensativa. — Conversamos e resolvemos tudo.
Agora está tudo bem entre a gente.
Sarah sorriu e me deu um abraço apertado.
— Isso é ótimo. A comunicação é a chave para um relacionamento saudável. E como
você está se sentindo em relação a ele? Estão passando muito tempo juntos ultimamente, no
escritório não se fala em outro assunto a não ser no quanto nosso chefe está apaixonado — sorri
empolgada.
— Eu... eu o amo, Sarah — disse, sentindo uma emoção genuína preencher meu coração.
Ela se animou com a minha confissão e me abraçou ainda mais forte.
— Vocês formam um casal incrível, Grace. Fico tão feliz por vocês! Eu te amo muito,
amiga — falou sincera, eu sorri amável.
— Obrigada. Eu também te amo demais — agradeci, retribuindo o abraço caloroso.
— Sempre estarei aqui por você, Grace. Você sabe disso, né? — Disse Sarah, com um
sorriso carinhoso, eu assenti.
— E eu por você — afirmei.
Permanecemos ali, no sofá, conversando sobre tudo e mais um pouco. A amizade e o
apoio incondicional de Sarah eram preciosos para mim. Desde sempre, fomos inseparáveis e,
com o passar do tempo, nossa relação só se fortalecia. Era um conforto saber que eu tinha
alguém como ela ao meu lado.
Um ano depois
Desde aquele Natal em Aspen, muita coisa mudou em minha vida e, posso dizer com
convicção, foi um dos melhores anos que já vivi. Alexandre e eu fortalecemos nosso
relacionamento, de uma forma que eu nunca imaginei ser possível. Trabalhar ao lado dele, agora
não só como sua assistente, mas também como sua companheira, trouxe novos desafios e
alegrias. Conseguimos manter uma dinâmica profissional respeitosa, ao mesmo tempo que
explorávamos a profundidade do nosso relacionamento pessoal. Cada dia no escritório era uma
oportunidade de aprender mais sobre ele, sobre nós.
Minha amizade com Sarah continuou firme e forte. Ela sempre foi meu porto seguro e,
mesmo com as mudanças na minha vida amorosa, nossa amizade se manteve inabalável.
Continuamos dividindo o apartamento, nossas noites de filmes e conversas intermináveis se
tornaram ainda mais especiais. Sarah, sempre entusiasta e apoiadora do meu relacionamento com
Alexandre, se tornou uma presença constante e acolhedora em nossa jornada.
Profissionalmente, o último ano foi de crescimento e realização. Senti-me mais confiante
nas minhas habilidades e contribuições para a empresa. Alexandre sempre incentivou meu
desenvolvimento profissional, oferecendo oportunidades para eu assumir mais responsabilidades
e me desafiar. Foi um período de aprendizado intenso, onde pude combinar minha paixão pelo
trabalho, com o prazer de estar ao lado de alguém que respeito e admiro profundamente.
Ao refletir sobre o último ano, sinto uma enorme gratidão por tudo o que vivenciamos e
construímos juntos. Cada desafio enfrentado e cada sucesso compartilhado nos aproximou ainda
mais, solidificando a base de nosso relacionamento. Estou ansiosa para ver o que o futuro nos
reserva, mas uma coisa eu sei, com certeza, com Alexandre ao meu lado, estou pronta para
qualquer aventura que venha pela frente.

O retorno a Aspen neste Natal, um ano após nosso primeiro Natal juntos, teve um sabor
especial. A viagem foi carregada de lembranças. Ao chegarmos, a sensação de familiaridade e
calor, nos envolveu imediatamente.
A companhia de Alexandre durante a viagem e agora, no aconchego daquela casa,
reforçava o quanto nossa relação havia se aprofundado. Compartilhamos sorrisos e olhares
cúmplices, relembrando os momentos que vivemos aqui, no ano anterior, e como esses dias
foram fundamentais para o relacionamento que temos hoje.
A atmosfera em Aspen estava mágica, com a neve cobrindo as paisagens, criando um
cenário de cartão-postal. As ruas iluminadas e decoradas para o Natal, enchiam o ar com um
espírito festivo que contagiava a todos.
Neste ano, assim como no ano passado, tivemos a oportunidade de participar ativamente
nos preparativos natalinos. Ajudamos a decorar a árvore de Natal, a casa, escolhemos enfeites,
fizemos brincadeiras e, novamente, nos aventuramos na cozinha, preparando pratos para a ceia.
Foi divertido e gratificante, senti-me ainda mais integrada aquela família que me acolheu tão
bem.
A presença de Megan e Andrew era sempre uma alegria extra. Observá-los juntos, agora
oficialmente como um casal, era como assistir a um conto de fadas se tornando realidade. Eles
estavam claramente apaixonados e felizes, aproveitando cada momento juntos. Era evidente que
o amor entre eles havia crescido e se fortalecido ao longo do ano.
Abigail e Willian, como sempre, foram anfitriões perfeitos. Abigail, com sua capacidade
de reunir a família e criar um ambiente de união e alegria era admirável. Durante nossa estadia,
ela compartilhou notícias sobre Emma. Ficamos felizes em saber que ela estava bem, envolvida
em um novo relacionamento e havia escolhido passar o Natal com a família de seu novo
namorado. Era um alívio saber que ela havia encontrado um caminho para a felicidade e estava
seguindo em frente com sua vida.
O Natal em Aspen foi uma celebração de amor, família e agradecimentos. Estar ali, com
Alexandre, vivenciando tudo isso, reafirmava a minha certeza de que os momentos mais simples,
ao lado das pessoas que amamos, são os mais preciosos. O amor que começamos a construir no
Natal passado havia se tornado a base de tudo o que éramos agora. E, à medida que olhávamos
para o futuro, sabíamos que, juntos, poderíamos enfrentar qualquer desafio e aproveitar cada
alegria que a vida nos trouxesse.
Neste ano que se passou, aprendi muito sobre mim mesma, sobre o que significa amar e
ser amada verdadeiramente. Alexandre tem sido um parceiro incrível, juntos, aprendemos a
superar dificuldades, celebramos conquistas e, acima de tudo, construímos uma base sólida para
o nosso futuro.
Este Natal em Aspen é uma lembrança vívida de como tudo começou. Aqui, onde nosso
amor floresceu, estamos celebrando não apenas as festas, mas também o amor, o crescimento e
as promessas que fizemos um ao outro. Este lugar sempre terá um significado especial para nós,
um lembrete dos primeiros passos que demos juntos em nossa jornada.
À medida que o ano novo se aproxima, sinto-me grata por tudo que vivemos e animada
pelo que ainda está por vir. Juntos, estamos prontos para abrir as páginas do próximo capítulo de
nossa história, uma história que, tenho certeza, será repleta de amor, aventuras e incontáveis
momentos felizes.
Caminhando de mãos dadas com Alexandre pelas ruas mágicas de Aspen, na noite de
natal, o mundo ao nosso redor parecia um quadro vivo de sonhos e promessas. Flocos de neve
dançavam suavemente ao nosso redor, cintilando sob as luzes festivas, cada um contando uma
história de amor e esperança. As decorações natalinas brilhavam, refletindo a luz de um amor
que crescia e se fortalecia a cada passo que dávamos.
Ao pararmos sob uma árvore iluminada, Alexandre me olhou nos olhos, o brilho das
luzes refletindo em seu olhar apaixonado.
— Grace — ele começou, sua voz carregada de emoção, — Cada momento ao seu lado é
um presente que a vida me deu. Neste natal, eu prometo te amar, te respeitar e te fazer feliz todos
os dias. Eu te amo, Grace, te amo muito — ele sorriu.
Eu senti meu coração bater mais forte, inundada por uma onda de amor e gratidão.
Respondi, segurando suas mãos com carinho.
— Você me trouxe alegria e cor para minha vida. Prometo ser sua parceira, sua amiga e
sua confidente. Juntos, enfrentaremos o que vier, com amor e cumplicidade — ele segurou
minhas mãos, olhando profundamente em meus olhos.
— Desde que você entrou na minha vida, tudo ganhou um novo significado. Hoje sinto
uma alegria que eu nunca imaginei que pudesse sentir.
Sua mão alcançou o bolso, tirando uma pequena caixa. Meu coração parecia estar
batendo na garganta e meus olhos se arregalaram quando ele se ajoelhou em minha frente,
segurando minha mão.
— Grace, eu quero passar o resto da minha vida com você. Sei que estamos juntos há
pouco tempo, mas você me faz o homem mais feliz do mundo. Você aceita se casar comigo?
Aceitaria morar comigo, começar nossa vida juntos, agora? — Lágrimas de felicidade brotaram
em meus olhos, e um sorriso se espalhou pelo meu rosto. — Eu quero fazer tudo direito com
você. Quero te ver ainda mais linda vestida de noiva, mas eu não quero mais esperar para dormir
e acordar ao seu lado todos os dias da minha vida. Eu te amo, Grace Taylor, e quero dividir
minha vida com você, quero fazer tudo com você — as lágrimas escorreram sem controle,
enquanto eu assentia fervorosamente.
— Sim, Alexandre, eu aceito me casar com você! — Falei aos prantos — E, sim, eu
adoraria ir morar agora com você. Não há lugar no mundo onde eu preferiria estar, do que ao seu
lado — o sorriso dele iluminou, ainda mais, aquela noite.
Ele deslizou o anel em meu dedo, um símbolo perfeito do nosso amor. Se levantou e nos
abraçamos, um abraço que selava nosso futuro juntos. Alexandre ergueu meu corpo e me girou,
antes de beijar meus lábios com paixão. Nosso beijo sob a árvore iluminada selou nossa
promessa, uma promessa de amor eterno, compartilhada sob um céu estrelado que testemunhava
nosso compromisso.
Naquela noite mágica, prometemos amar e cuidar um do outro, começando uma nova
etapa de nossa vida, juntos. Naquele momento, entendemos que, independentemente do que o
futuro nos reservasse, nosso amor seria a bússola que nos guiaria, um farol de luz e esperança em
nosso caminho.
OBRAS DA AUTORA
A Perdição do Chefe

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SINOPSE:
Tomás Albuquerque, renomado advogado, conquistou prestígio entre os grandes, ainda jovem.
Sua vida parecia completa ao lado da charmosa advogada Victoria Galli, com quem está comprometido há dois anos.
Porém, há um ponto fraco em sua armadura: sua secretária, Samantha.
Samantha Martini, uma mulher cativante, que não tem receio de demonstrar seus sentimentos. Secretária dedicada e um
tanto desastrada, sua vida agitada nos fins de semana a coloca no centro da diversão com amigos, desafiando qualquer limite
imposto.
Entre relações, aparentemente, bem resolvidas e compromissos frios, surge uma conexão intensa. Tomás se vê admirado
pela doçura e beleza de Samantha, encontrando nela o afeto que lhe falta em seu relacionamento, desprovido de paixão.
Enquanto a linha entre o profissional e o pessoal se desfaz, segredos, emoções e atração proibida culminam em uma
história de amor ardente e irresistível.
A Diaba irá envolver seu Chefe para a Perdição?
Predestinada ao Don

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SINOPSE:
Ele é autoritário
Ela, atrevida
Ele a escolhe para ser sua esposa
Ela não deseja se casar
Isabella, uma jovem que cresceu ansiando por uma vida distante do obscuro mundo da máfia, sonhava com um amor
verdadeiro e a liberdade de escolher seu próprio marido. Contudo, sua vida tomou um rumo inesperado, ao ser escolhida para
esposa do homem mais temido da máfia.
Enrico, o poderoso Don da máfia italiana, carregava sobre seus ombros o peso de comandar o império de sua família e
liderar a perigosa organização. Em meio a essa responsabilidade esmagadora, viu-se obrigado a escolher sua futura esposa.
Surpreendentemente, optou pela mulher menos submissa e mais desafiadora de todas.
À medida que seus mundos colidem, o destino sussurra promessas e desafios. O que o futuro reserva para esse casal
improvável, onde a paixão e o perigo entrelaçam-se em uma dança inesperada?
A Secretária Grávida do CEO Arrogante – A Espera de Benjamin

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SINOPSE:
Ela é uma jovem virgem.
Ele é um CEO arrogante.

Alícia estava decidida a perder a virgindade com o namorado, mas seus planos são frustrados, ao flagrar a traição do
rapaz com a prima.
Após a decepção amorosa, ela decide deixar o Brasil e mudar para Nova Iorque, onde irá dividir o apartamento com a
irmã e a amiga.
Uma nova vida se inicia, novos projetos e um novo emprego, como secretária do CEO de uma multinacional.
James Stevens é conhecido por seu temperamento difícil.
É um homem que não se esforça para ser gentil, ao contrário, é arrogante e pouco sociável.
Mas a atração entre eles é fatal, o envolvimento inevitável e as consequências nada menos, que UM BEBÊ!
Como o CEO arrogante irá lidar com essa surpresa?
Um Novo Recomeço para Emily - De repente Grávida

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SINOPSE:
Uma noite de prazer intenso mudará a vida de Emily de forma definitiva. Recomeços, esperança e novidades são tudo o
que ela espera do ano novo. No entanto, as mudanças chegam mais cedo do que ela imagina. Durante a confraternização da
empresa, Emily se envolve com Cadu e eles têm uma noite quente juntos. O que ela não esperava era engravidar como resultado
desse encontro.
No entanto, Cadu desaparece sem deixar rastros, e os dois nunca mais se veem. Um mês depois, Emily está grávida e em
um relacionamento com outro homem, Bernardo. Apesar de sentir que deveria terminar o relacionamento, ela é convencida por
Bernardo de que eles podem fazer dar certo. Assim, ela decide não procurar o pai de sua filha.
No entanto, essa decisão se mostra desastrosa, pois Emily se vê presa em um relacionamento abusivo, aprisionada em um
labirinto de manipulação e opressão. Mesmo desejando escapar desse inferno, o medo de que seu namorado possa fazer algo
contra sua filha a paralisa.
Porém, uma luz surge no fim do túnel quando Cadu retorna, e eles percebem que a paixão entre eles continua ardente
como um fogo. Ao lado do pai de sua filha, Emily vislumbra a possibilidade de um futuro radiante, onde o amor genuíno e
respeitoso possa preencher sua vida.
Ela enfrentará desafios e tomará decisões difíceis em sua jornada para se libertar e buscar a felicidade que tanto merece.

[1]
O molho de cranberry é um acompanhamento tradicional em ceias, especialmente em celebrações como o Natal e o Dia de
Ação de Graças. Este molho tem várias funções e características.

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