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PROTEGIDA PELO CEO GREGO ©Copyright 2023 — JÉSSICA

DRIELY

Todos os direitos reservados.

Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida

sob quaisquer meios existentes sem autorizações por escrito da autora.

Está é uma obra de ficção qualquer semelhança, com nome,

pessoas, locais ou fatos será mera coincidência.


PLÁGIO É CRIME!

Revisão: SONIA CARVALHO

Capa: L.A. Designer Editorial

Diagramação: Jéssica Driely

Imagens: Depositphotos e Canva


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NOTA DA AUTORA

PRÓLOGO

CAPÍTULO 01

CAPÍTULO 02

CAPÍTULO 03

CAPÍTULO 04

CAPÍTULO 05

CAPÍTULO 06

CAPÍTULO 07

CAPÍTULO 08

CAPÍTULO 09

CAPÍTULO 10

CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12

CAPÍTULO 13

CAPÍTULO 14

CAPÍTULO 15

CAPÍTULO 16

CAPÍTULO 17

CAPÍTULO 18

CAPÍTULO 19

CAPÍTULO 20

CAPÍTULO 21

CAPÍTULO 22

CAPÍTULO 23

CAPÍTULO 24

CAPÍTULO 25

CAPÍTULO 26

CAPÍTULO 27

CAPÍTULO 28

CAPÍTULO 29

CAPÍTULO 30

CAPÍTULO 31

EPÍLOGO

Conheça também
Age Gap + Fast Burn
CEO + Secretária

Ele se apaixona primeiro

Um CEO Grego Protetor, uma secretária que precisava de proteção, uma


bebê encantadora.

Sofia Frost sempre foi uma mulher sonhadora, até pensar que havia
conhecido o homem que sempre idealizou. Pena que alguns meses depois
de iniciar seu relacionamento, descobriu que ele era um abusador. E tudo
que sonhava caiu por terra.
Desesperada para se livrar do homem que jurava matá-la, ela se vê
esperando um filho seu e não tem outra escolha a não ser fugir para um
país onde ele nunca conseguirá encontrá-la, ao menos era o que pensava.
Apolo Galanis é um CEO grego renomado, mas que evitava a
popularidade, já que preferia se manter recluso em seu mundo dos negócios.
Quando se vê obrigado a contratar uma nova secretária, seu mundo começa
a mudar.

Já que uma norte-americana, completamente diferente de todas as mulheres


que passaram diante dos seus olhos, lhe chamou atenção.

Talvez ele não a tenha contratado por ter experiência, mas sim, por ter
sentido um desejo inesperado pela doce Sofia Frost.

O problema é que o passado da sua secretária volta para assombrá-la e


Apolo não vê outra escolha a não ser proteger a mulher que ele deseja e
a pequena Arianna, uma garotinha doce que ele passa a amar como sua
própria filha.

* Pode conter gatilhos, violência doméstica e abuso psicológico.

* +18
https://open.spotify.com/playlist/1qFiEezSueYPfh3bpkTT2C?
si=468ced628b6f4dc9
Para Carla e Liv, as duas leitoras que estão sempre me apoiando.
Dedicado a mulheres que em algum momento sofreu algum tipo de abuso
e não souberam como continuar em frente depois de tudo.

Você é forte e consegue ser feliz novamente.


Oi, amores!

Como todos os meus livros, esse é recheado com aquela pitada de clichê
maravilhosa, que nos faz derreter de amor. No entanto, teremos algumas
cenas (que eu não compactuo de modo algum, mas que fazem parte da
história), onde ocorrerá violência doméstica e psicológica.

Espero que gostem da história de Sofia e Apolo, esses dois são fogo e fofos
ao mesmo tempo.

Ah! E a Arianna é tudo de bom na vida. (Sou a louca dos bebês, me


suportem).

Desde já agradeço a leitura e se puder no final dar aquela avaliada na


Amazon, seria lindo.

Beijos da Jess.
PRÓLOGO

Dois anos antes

É engraçado como nos enganamos com as pessoas. O que um sorriso


pode fazer com sua mente, um carinho no momento certo te engana tanto.
Todos os sinais de uma pessoa boa podem ser passados para você, quando
se é uma mulher sonhadora, que pensa que sempre existem príncipes em
cavalos brancos e tudo mais.

O problema do meu príncipe era que ele surgiu com a aura de um


mocinho de livros, mas por dentro era somente um monstro destruidor de
tudo que eu almejava.
Rick foi meio jogado de paraquedas na minha vida, um cara legal,
que falava as palavras certas, nos momentos exatos. Os momentos que você
precisava ouvir aquilo.

E aí estava meu erro. Eu acreditei em tudo e depois de dois meses


saindo com um cara incrivelmente maravilhoso, resolvi me tornar sua
namorada.

O primeiro tapa veio em um dia normal, só por eu ter comentado que


o personagem de uma série era bonito. Ele me pediu desculpas, me
implorou por perdão, e eu por ser uma garota órfã, cuidada por uma tia que
era fria o bastante para não se importar comigo, o perdoei.

Perdoei, porque me sentia conectada emocionalmente com o meu


príncipe… o príncipe do inferno.

Depois desse primeiro tapa, eu jurei que nunca mais o perdoaria se


fizesse aquilo novamente. E até tentei sair da sua vida, mas Rick sabia
muito bem como acabar com toda expectativa de um futuro livre dele.

Encarei o espelho, e senti meus olhos lacrimejarem, tinha um roxo


meio avermelhado, no canto do meu olho esquerdo, o canto direito da
minha boca estava cortado pelo soco que levei e minhas costas doíam, por
ter sido jogada em cima da mesa de madeira, que ficava no centro da sala
de estar do apartamento de Rick.

Naquele dia, seis meses depois de começar o relacionamento com ele


e não dar mais conta de me afastar, eu saí do seu apartamento escondida,
para ir a um laboratório.

O problema foi que Rick chegou antes da hora, percebeu que eu não
estava em casa e como ele tinha muitos contatos em Los Angeles, logo
descobriu meu paradeiro em uma cafeteria e como o bom moço, não fez
escândalo.

Só com seu olhar, eu me levantei da cadeira em que estava e o segui


para o carro e quando chegamos ao apartamento, recebi o que já previa.
Tentei proteger minha barriga mais do que tudo, porque naquele mesmo dia,
que eu pensei que se não voltasse mais ele me esqueceria, descobri que
estava esperando um bebê.

Um bebê que não merecia ter o pai que tinha e que eu nunca deixaria
que ele descobrisse sobre ele.

Agora, olhando o espelho, encarando a imagem de uma mulher que


sonhou um dia em ser feliz, percebi que se nunca fizesse algo contra aquele
imbecil, não teria paz.

E não foi por falta de ir à polícia… O problema, já que não eram


poucos, Rick era filho de um empresário muito conhecido, que molhava a
mão da justiça sempre que podia para tirar o filho das encrencas, que
grande merda…

Ele dormia, bêbado, depois de me espancar e foi naquele momento


que eu resolvi tomar coragem…

Foi naquele momento que sumi da vida de Rick Howey e esperava


nunca mais encontrá-lo.
CAPÍTULO 01

Dois anos depois

Abri os olhos e encarei o teto do meu quarto.


Mais um dia tinha amanhecido e eu agradecia por aquilo. Sentei-me
lentamente na cama e encarei o vazio do quarto. Lembrei que naquela
segunda-feira, teria entrevistas com algumas mulheres selecionadas para
ocupar a vaga da minha antiga secretária.

Já que Aretha pediu demissão, pois iria mudar de país e um homem,


com tantos compromissos como eu, não conseguia ficar sem ninguém para
me auxiliar.
Possuía a Alpha Tour, uma empresa de turismo, com sua sede na Ilha
de Santorini, mas com várias filiais por toda a Grécia, que sempre foi um
país muito procurado para viagens românticas e afins.

E por isso, quando encarei o relógio na mesa de cabeceira, percebi


que precisava sair da cama, se não chegaria atrasado para a entrevista.

Assim que fiquei de pé, parti para o banheiro, adorava dormir


completamente nu, então não tive muita dificuldade para me enfiar debaixo
do chuveiro e tomar um banho rápido para me despertar do sono que sentia.

Havia ido dormir muito tarde, repassando alguns contratos para


fornecedores e investidores, o que acabou me dando somente três horas de
sono na madrugada.

Isso era mais um problema por estar sem secretária, eu acabava me


atrasando com os contratos.

Sai do banheiro, coloquei um terno e assim que estava pronto, deixei


minha casa, que se encontrava em uma das partes mais renomadas de
Santorini, com vista para o mar Egeu, uma mansão grande demais para
mim, mas que ao menos me deixava recluso de comentários pela mídia, que
era o que mais me deixava irritado.

Odiava ter holofotes em cima de mim, já que sempre gostei de ficar


no anonimato, não que as pessoas não soubessem quem eu era, mas eu
preferia não cometer nenhum ato que levaria meu nome à ruína. Aquilo
seria péssimo para minha imagem, e para minha família, já que os Galanis,
não gostavam de fofocas.

Cheguei à empresa, no horário da primeira entrevista, fui informado


que haviam doze moças me aguardando e eu preferi entrevistá-las na minha
sala mesmo, ao invés da sala de reuniões.
E como seria minha secretária, não deixei que Dafne — a
responsável pelo Recursos Humanos — as entrevistasse.

Liguei o laptop e chamei a primeira mulher e minha manhã passou


atendendo mulheres competentes e outras incompetentes que nem mesmo
haviam levado uma cópia do seu curriculum, ou não sabiam falar inglês,
que era uma das exigências da vaga.

Quando a última mulher entrou, logo percebi que ela não era da
Grécia, os traços gritavam aquilo e talvez exatamente por não ser dali,
chamou minha atenção.

O corpo curvilíneo, cabelos castanhos compridos, os olhos de um


castanho-amendoado e uma boca que parecia mais um coração de tão bem
desenhada que era.

Droga!

O que estava acontecendo?

— Bom dia, senhor! — Ela pronunciou as palavras em Grego e eu


gostei do que ouvi.

— Bom dia, senhorita… — Olhei o curriculum que estava comigo.


— Frost.
Comecei a entrevista e não conseguia parar de passar meus olhos
pela mulher. Que porcaria, como poderia ficar daquela maneira? Estava
sendo invasivo e desrespeitoso com a moça, que possuía somente vinte e
cinco anos.

— Você fala inglês, fluente? — indaguei, ainda em grego.

— Sim, melhor que grego — comentou e deu um sorriso leve, o que


me fez engolir em seco.
Acho que eu estava precisando sair com algumas mulheres, porque
não tinha lógica ficar daquela maneira, só por ver uma mulher muito linda,
que fazia quase meus olhos ficarem vidrados nela.

— E o que veio fazer na Grécia? — questionei, em inglês.

— Tentar alcançar um futuro melhor. — Ela parecia esconder algo,


ou talvez eu que desconfiasse demais das pessoas. — Já estou aqui há dois
anos e agora resolvi procurar empregos na minha área, já que eu trabalhava
como vendedora de uma loja. Quando vi a vaga, me interessei.

Voz doce, expressão sexy e ao mesmo tempo angelical… Credo!


Estava parecendo um tarado.

— Está contratada! — Foi aquilo que saiu da minha boca, mas a


minha mente gritava e me xingava dos piores palavrões que já existiram.

A garota não tinha nenhuma experiência e estava ali, agora


contratada para ser minha secretária. No entanto, á medida que me
arrependia, vi a expressão dela ficar totalmente brilhante.
Seus olhos se encheram de lágrimas.

— Sério? — perguntou, com um fio de voz.

— Sim! — Não tinha nem como voltar atrás na minha resposta,


depois de ver sua reação.

— Obrigada, senhor! Eu posso começar hoje mesmo, não sei como


funciona, mas estou à disposição.
— Então, pode começar, que tenho muito trabalho para você.

Ela sorriu ainda mais e eu fiquei pensando que merda tinha feito…
Mas agora ao menos tinha uma secretária, que eu esperava ser um
pouco competente.

E para me provar aquilo, Sofia Frost, fez em um mês o que minha


antiga secretária não conseguiu, me deixar ainda mais organizado.

Tinha sido uma contratação equivocada, mas foi o maior acerto que
eu já tinha feito no meu mundo dos negócios.
CAPÍTULO 02

Calcei meus scarpins pretos, em frente à empresa, aproveitando para


guardar minhas sapatilhas dentro da bolsa que trazia comigo. Odiava andar
de salto, mas como secretária de um CEO tão bem renomado, eu devia
passar uma boa impressão.
Naquele dia, tinha vindo com um vestido preto, tubinho, que
ressaltava ainda mais a minha cintura fina e minha bunda grande demais.
No entanto, se Deus me criou daquele jeito, o que eu poderia fazer?

Cumprimentei as recepcionistas da empresa e elas sorriam para mim,


há dois meses que eu havia entrado para a equipe de colaboradores da
Alpha Tour e não podia negar que estava radiante.

O salário era maravilhoso, e eu ainda tinha mais tempo para ficar


com Ari. Minha pequena menina de um ano e dois meses. Quando me
mudei para Grécia, foi uma atitude completamente impensada, porque eu
tinha várias hipóteses, mas também em todas elas correria o risco de Rick
me encontrar.

Ele tinha contatos pelo Canadá, Portugal, Inglaterra, Brasil e muitos


outros países, mas eu nunca o vi, falando com ninguém da Grécia e por
isso, com a cara e a coragem, eu vim parar em um país que eu não sabia
falar “olá”.
Com um mês no lugar, eu já sabia conversar em grego, porque
morava em uma vila simples, de Santorini, e os vizinhos estavam dispostos
a me ajudar no que precisasse. Ainda mais dona Dorotéia, minha vizinha de
sessenta anos que amava Arianna.

Ela me ajudou no parto da bebê e eu aproveitei para pedir que


cuidasse de Ari, logo depois do meu puerpério para poder voltar a trabalhar.
Claro que pagava um salário a ela, mas não era muito, já que o que recebia
como vendedora não sobrava o suficiente para outros tipos de despesa.
Agora que havia mudado de emprego, tinha aumentado o valor que passava
para Dorotéia e nunca vi uma mulher tão feliz.

Ao menos, depois de passar pelos piores momentos da vida, eu havia


encontrado um anjo que me ajudava em tudo que precisava.

Cheguei à minha mesa, guardei minha bolsa e em seguida dei duas


batidas na porta do senhor Galanis. Como ele não respondeu, cheguei à
conclusão de que ainda não havia chegado, o que era estranho, pois o
homem sempre chegava antes de mim.

Peguei a bandeja com a garrafa de café e quando fui sair da sua sala,
ele abriu a porta trombando comigo de supetão, o que fez com que as
xícaras em cima da bandeja se tornassem pequenos pedaços de porcelana no
chão.

— Senhor, desculpe! — pedi, completamente aturdida, por ter feito


tamanha burrice.
— Tudo bem, Sofia! — respondeu com sua voz grossa e eu levei
meus olhos aos dele.

Não podia negar que pensamentos pecaminosos passavam por minha


mente, já que todos que diziam “deus grego” estavam certos. Aquele
homem, com a boca carnuda, olhos azuis, queixo quadrado, cabelos jogados
para trás da cor mel, me deixava completamente desestabilizada, mas eu
fazia de tudo para me controlar, já que não seria enganada novamente por
um rosto bonito.

— Devo tê-lo sujado, como sou incompetente.

— Não é incompetente, já que quem abriu a porta sem se anunciar,


fui eu. — Ele passou seus olhos claros, pelo meu corpo e indagou: — Você
está bem?
Ah, quando ele me olhava daquela maneira!

— Sim, senhor! — Passei minha língua pelo meu lábio inferior e


respirei fundo. — Vou pegar seu café e tirar esses cacos daqui.
Ele assentiu e abriu passagem para que eu passasse.

Fiz o que disse a ele, fui até a copa e pedi para uma das meninas
levar para ele o seu café, enquanto eu recolhia a minha pequena bagunça.

Quando estava recolhendo, senti certa queimação em minha pele e


tentando disfarçar, olhei na direção do senhor Galanis e o encontrei
novamente me encarando.
Ele sempre fazia aquilo, me olhava como se quisesse arrancar minha
roupa, o que me deixava um pouco sem graça. No entanto, ele nunca tinha
tentado, ao menos naqueles dois meses, me obrigar a nada. Só me olhava e
olhar não arrancava pedaço. Porque eu também o comia com os olhos,
quando ele não estava olhando.

— Logo trarei a agenda de hoje — murmurei.


— Fico no aguardo, Sofia.

Por qual motivo o meu nome na sua voz, parecia ser muito mais
bonito do que era?
Quando retornei com a agenda, Apolo estava no telefone e eu o
aguardei em silêncio, enquanto terminava a ligação.

— Íris, eu já disse que não quero festa alguma. Você sabe que eu
odeio aparições em público. Sou um homem reservado, garota.
Fiz menção de sair do escritório, já que quando Apolo brigava com
sua irmã, que possuía a minha idade, ele ficava um pouco nervoso e eu
tinha medo da sua expressão de bravo, porque ele ficava ainda mais
gostoso.

Desgraça de vida!

Eu desejava a porra do meu chefe.

E sabia o quão errado era aquilo, mas mesmo assim desejava, no


entanto como eu bem sabia, não me deixaria enganar por um rostinho
bonito. Abusadores, sempre pairavam na maioria.
Tudo bem! Eu estava julgando sem conhecê-lo, mas como poderia
confiar nas pessoas ao meu redor? Ainda mais depois de passar os piores
meses da minha vida ao lado de Rick.
Quando eu consegui chegar até a porta, Apolo murmurou:

— Espere, Sofia!

Estaquei no lugar e me voltei para ele. O telefone continuava em sua


orelha e eu fiquei sem graça.

— Não quero festa, não me importo com aniversários… e daí, que


ninguém faz trinta e cinco anos duas vezes? Eu espero fazer muitos anos
ainda, mas não quero festa de aniversário e se continuar reclamando, vou
tirar sua mesada.
Fui obrigada a sorrir, pela forma com que Apolo ameaçou a irmã. O
que não passou despercebido para meu chefe que me fuzilou com os olhos.
Engoli em seco e fiquei quieta.

Quando a ligação foi encerrada, ele continuou me encarando,


enquanto perguntava:
— Eu sou uma piada?

Fechei meus olhos e tomei coragem para abri-los, sentindo um pouco


de raiva por ter demonstrado tamanha falta de educação com o deus grego,
quer dizer, com o senhor Apolo.

— Desculpe, senhor! É que a ameaça foi engraçada.

Ele sorriu de lado… porra, Deus! Ajude-me, não deixe que esse
homem nunca mais sorria para mim, senão eu vou atacá-lo. E não será de
um jeito bom, ou melhor, sentar-me no chefe até cansar seria bom, mas no
meu caso seria ruim, já que tenho uma filha para sustentar e perder o
emprego não era uma opção.
— Íris me faz perder a paciência algumas vezes.
— Dizem que irmãos e irmãs são para isso.

Apolo assentiu e indagou:

— Você disse que era filha única, certo?

— Sim, senhor!
— Não passou pelas provações que eu passei com essa garota.

Se ele soubesse que minha vida não havia sido tão floreada daquela
maneira, talvez me abraçasse e chorasse comigo.

— Ainda queria ter irmãos.

Talvez se tivesse algum familiar que se importasse comigo, nada do


que sofri teria acontecido.
— Vou te dar a minha de presente. — Sorri e Apolo perguntou: —
Como está sua filha?

— Está bem, cada dia mais alegre e fazendo um monte de arte.

— Crianças são uma bênção.

Assenti e tentei evitar tocar no assunto família novamente, para poder


lhe passar toda sua agenda do dia. Depois de terminar o que estava fazendo,
voltei para minha mesa e fui colocar alguns e-mails em dia.

Quando chegou a hora do almoço, fui até o restaurante da esquina e


almocei tranquilamente, logo depois preparei uma quentinha para Apolo,
porque se eu não levasse sua comida, ele sempre se esqueceria de sair para
almoçar.

No momento em que pisei para fora do restaurante, pingos grossos


começaram a cair do céu e eu fui obrigada a dar uma pequena corridinha até
chegar à empresa. Por sorte, quando atravessei o saguão da Alfa Tour, o
mundo desabou em um temporal tenebroso.

Preferi até mesmo subir pelas escadas, pois caso o elevador parasse
por alguma queda de energia, eu tinha certeza de que daria um pequeno
ataque, pois sempre tive medo daquilo.
Assim que subi todos os andares, e consegui chegar ao andar da
presidência, estava bufando, mas ao menos estava inteira. Caminhei até a
sala do meu chefe e a porta estava aberta.

De onde eu ainda estava, podia vê-lo, com seus cabelos jogados para
trás, aquela boca carnuda que me fazia ter vontade de mordê-la.

Ah! Que homem delicioso!

A barba que às vezes ele deixava estava maior do que nos dias
anteriores e talvez eu quisesse muito saber como seria se ele a roçasse por
minha pele.

Fechei os olhos e tentei parar de pensar naquela merda.

Continuei caminhando e entrei na sala de Apolo.


— Senhor, trouxe seu almoço.

Apolo tirou os olhos do que estava fazendo e sorriu agradecido.

— Como sempre me lembrando de que devo almoçar.

— Um dos meus deveres é lembrá-lo disso.

Deixei a quentinha ao lado de um prato e dos talheres que ficavam


em um canto adjacente, em uma copa privativa que havia no escritório de
Apolo.
— O mundo parece estar caindo aos pedaços — comentou, enquanto
um trovão reverberava pelo lugar.

— Sim, senhor! O que é um problema para os nossos turistas.

— Nem diga, estava pensando na mesma coisa.

Apolo se levantou e caminhou até o local onde havia deixado sua


refeição.
— Caso a chuva não pare até a hora de sairmos, eu te levo em casa,
pode ser?

Meu chefe sempre quis ser gentil comigo, mas eu sempre recusava
suas gentilezas, pois não queria que a minha mente infantil confundisse as
coisas.

— Não precisa, senhor!

— Sempre recusando minhas caronas, mesmo que eu passe perto da


sua casa todos os dias para vir à empresa.

— Não quero me aproveitar dessa situação — respondi, querendo me


afastar do seu perfume amadeirado.

— Seria aproveitamento se eu não estivesse oferecendo.

Sorri para Apolo e voltei a dizer:

— Vamos ver o que o destino reserva, senhor.

Ele sorriu de volta, fazendo minhas pernas bambearem e eu saí do


seu escritório.

Eu não podia ficar em um cubículo fechado com aquele homem.


Seria muita maldade… para minha querida, que se encontrava cheia de teias
no meio das minhas pernas.
Balancei a cabeça e esperei a hora do almoço terminar para voltar a
trabalhar.

Aquilo era o melhor que eu fazia.

E era nisso que iria focar.


CAPÍTULO 03

Olhei pela janela do meu escritório e a chuva só apertava mais,


soltando trovoadas que poderiam ser assustadoras caso alguém tivesse
medo de chuva.

Encarei as horas e faltavam quinze minutos para o expediente de


Sofia acabar. Sabia que ela não gostava de atrapalhar e que não aceitaria
minha carona de forma alguma.

Desliguei o laptop e levantei-me da cadeira, fechando o casaco do


terno ano mesmo tempo que caminhava em direção à porta do escritório.
Assim que surgi em frente à mesa de Sofia, ela levantou os olhos do
que estava lendo na tela do computador da sua mesa.

— Algum problema, senhor?


— Sim.

Vi o momento em que ela arregalou seus olhos e tentou me


questionar o que havia acontecido, no entanto, continuei a dizer antes que
ela pensasse que havia feito algo errado.

— Você ainda não aceitou minha carona e a chuva não está com cara
de que vai cessar tão cedo.

Vi suas bochechas corarem e a achei ainda mais adorável por causa


daquela reação.

— Senhor…

— Sofia, eu só estou te oferecendo uma carona, juro que é só isso.

Talvez tivesse uma pitada de mentira naquela frase, mas eu não


precisava revelar aquele pequeno detalhe à minha secretária.

Sofia apertou seus lábios um no outro, o que me fez quase salivar,


porque eu queria tanto provar aquela boca na minha, porém, aquele desejo
estava fora de cogitação.

— Bom… — Ela olhou pela janela que estava atrás de mim e meio
derrotada, murmurou: — Tudo bem! Eu vou aceitar dessa vez, porque estou
louca para ver Arianna e não posso negar que estou um pouco preocupada,
já que essa chuva torrencial não está parando.

Sorri para ela, assentindo levemente minha cabeça. Voltei para o


escritório, peguei minha maleta e voltei para perto da mesa de Sofia.

— Então vamos.

— Ainda faltam cinco minutos para o meu expediente acabar, senhor.

Sorri para ela, pois aquela mulher era muito certinha.


— Digamos que o seu chefe está te liberando.

Sofia mordeu o lábio inferior e assentiu. Desligou o computador e


logo pegou sua bolsa em um dos armários que ficavam atrás de sua mesa.

Ela se levantou e não fui capaz de resistir à vontade de olhá-la de


cima a baixo. O vestido preto que usava, era colado nos locais exatos que
eu tinha mais necessidade de tocar.

A bunda redonda e avantajada era uma bela visão, a cintura fina era
uma perdição e os seios não muito grandes faziam com que eu quase me
ajoelhasse e implorasse para tocá-los.

Estava parecendo um tarado, mas aquela mulher era linda demais e


não conseguia tirar aquela vontade absurda de tocá-la. Já que desde que a vi
pela primeira vez à minha frente, eu fiquei maluco por ela.

Caminhamos até o elevador e por um momento eu agradeci que


nenhum funcionário havia nos visto pegar o elevador juntos. Descemos para
o estacionamento e quando as portas de metais se abriram, caminhamos na
direção do meu Volvo e fiz questão de abrir a porta para minha secretária.
Sofia sorriu agradecida na minha direção e entrou no conforto do
carro. Contornei o automóvel e logo me sentei sobre o banco do motorista,
aproveitando para jogar a maleta no banco de trás.

Depois de colocarmos o nosso cinto, dei partida no carro e saí da


empresa, encontrando a potência da chuva de imediato, assim que pegamos
o movimento do final do expediente das pessoas.

— Pelo jeito o trânsito deu uma congestionada devido ao temporal —


comentei.
— Sim, com chuva as pessoas tendem a andar mais devagar, o que é
certo.

— Me passa seu endereço certinho, para eu te deixar segura na sua


casa.

Sofia girou a cabeça na minha direção e me encarou.

— Não precisa adentrar a vila, senhor. Eu posso caminhar da rua


principal até em casa.
Revirei meus olhos.

— Se minha mãe sonhasse que eu cogitei deixar uma mulher no meio


de uma rua, com essa tempestade, com toda certeza ela me esfolaria.

Sorri para Sofia.

Suas bochechas novamente coraram e eu estava adorando ver aquilo.


Tinha algumas vezes que falava coisas para ela, para ver aquela reação, mas
naquele dia em específico ela estava corando com mais facilidade.
— Não conheço dona Laís, mas não imaginava que ela seria tão
maldosa com o senhor.

— Ah, mas eu conheço! Ela me ensinou a ser um cavalheiro.


— Só não quero atrapalhar.

Apertei um pouco minhas mãos no volante, porque estava com


vontade de pedir-lhe para não me chamar de senhor, mas sabia que era
errado.

Passamos um tempo em silêncio, enquanto o trânsito começava a


fluir. Assim que fui avançando pela estrada, olhei rapidamente de soslaio
para ver como Sofia estava e ela continuava encarando a janela.
— Você pode me dizer o motivo de ser mãe solteira?

Senti seus olhos me fuzilarem e ela continuou em silêncio.

— Desculpe, acho que me precipitei.

— Só não gosto de falar do passado.


Foram as únicas palavras que ouvi de sua boca depois de um longo
tempo.

Quando entrei pela estradinha que levava à vila simples que Sofia
morava, percebi que soltou um suspiro, como se estivesse satisfeita que
tivéssemos chegado.

Assim que parei no local que o GPS indicava, ela soltou o cinto e
murmurou:

— Obrigada, senhor!
— Por nada, Sofia! Tenha uma boa noite!

Ela me deu um sorriso sem graça e saiu do carro, correndo para se


esconder da chuva que ainda caía de forma torrencial.
Esperei que entrasse em sua casa, mas me surpreendendo bateu na
porta ao lado do local que indicava sua casa. Quando uma senhora surgiu,
lhe entregou um guarda-chuva e logo uma garotinha muito linda, foi
entregue a Sofia.

Era sua filha.

Parecia muito com ela, tanto pelos cabelos, quanto pela pele clarinha.

Minha secretária não voltou a olhar na direção do meu carro, logo


caminhou para a porta da sua casa e sumiu para dentro do lugar com a
menininha.
Eu estava me intrometendo demais na vida daquela mulher, precisava
me tornar mais profissional. Ela nunca me tratou com desrespeito, e a cada
dia mostrava ser uma funcionária competente. Eu precisava parar com o
pequeno assédio que estava fazendo.

Dei partida no carro, decidido que pararia com aquilo. Não voltaria a
parecer muito interessado, era errado e eu precisava me portar como um
homem de verdade devia agir.
A partir do dia seguinte, mudaria o meu jeito com Sofia Frost!

E tiraria a funcionária da minha mente…


CAPÍTULO 04

Já era madrugada, a chuva ainda caía pelo lado de fora, mas estava
bem mais amena do que mais cedo. Eu não consegui pregar meus olhos, já
que fiquei perturbada com a pergunta de Apolo.

Não tocava no assunto do meu passado com ninguém, então por qual
motivo, meu chefe pensou que podia passar dos limites e perguntar sobre
ele?

Era por aquilo, que não gostava de parecer inocente demais, para que
as pessoas não pensassem que poderiam mandar em mim.
Apolo imaginou que por me dar uma carona, saberia tudo sobre
minha vida?

Ridículo, isso sim!


Eu estava irada, mas tive que controlar meu descontrole assim que
Arianna chorou em seu berço. Levantei-me da cama rapidamente e minha
menina fazia um biquinho e deixava as lágrimas escorrerem por seu rosto.

Peguei-a em meus braços, para tentar acalmá-la.

— Tá tudo bem, meu amor! A mamãe está aqui, se acalma!

Ela ainda chorava e achei por bem trocar sua fralda, caso fosse aquilo
que a estivesse incomodando. Assim que o fiz, ela continuou chorando.
Coloquei meu seio para fora, pois eu ainda tinha algum leite, mesmo que na
maioria das vezes desse mamadeira para ela.
Assim que Arianna sentiu meu mamilo encostando em sua boquinha
ela sugou com força, como se não mamasse há anos.

— Gulosa! — brinquei, me sentando na cama e deixando que


mamasse.

Fiquei observando minha menininha, que havia fechado os olhos, não


tinha mais lágrimas e somente tranquilidade. Ao menos ela não estava
sentindo nenhuma dorzinha, pois Arianna tinha muitas cólicas, o que já me
fez passar várias madrugadas acordada.

Passei minha mão por sua bochecha rosada e fiquei acariciando sua
pele, enquanto ela mamava, não demorou muito para que voltasse a dormir
e soltasse meu seio.
Voltei o pijama para o lugar, me tapando e a coloquei em seu berço.
Depois daquilo voltei para a cama, mas continuei sem conseguir pregar os
olhos.

Entrei no meu instagram, algo que eu quase nunca fazia e procurei


pelo nome dele… do homem que havia acabado com a minha vida.
A última foto de Rick, foi há quatro dias. Ele estava em um evento
com uma mulher linda ao seu lado. Eu pedia a Deus, todos os dias, que ele
continuasse postando fotos com mulheres, pois aquilo me dava certa
esperança de que ele pudesse ter me esquecido.

Já haviam passado dois anos e por sorte ele nunca havia me achado o
que eu agradecia. Saí do seu instagram e bloqueei o meu. A minha rede
social, parou de ser atualizada uma semana antes de eu sumir dos Estados
Unidos, eu tinha desativado todas as formas de perceber que eu ficava
online e sempre apagava a minha localização, pois caso Rick roubasse
minha conta, ele não conseguiria descobrir de onde foi meu último login.

Deixei o celular de lado e tentei pegar no sono. Depois de muito


custo, consegui dormir, mas logo fui despertada pelo toque do meu celular,
que anunciava mais um dia de trabalho.

Seria muito difícil me concentrar naquele dia, já que eu sabia que


estaria morrendo de sono.

Arrastei-me pela casa, obrigando-me a ficar apresentável, para ir para


o trabalho. Vesti um macacão preto, sem mangas, com um decote discreto,
sua barra era pantalona e ainda possuía um cinto na cintura, bordado com
algumas pedras elegantes.

Calcei uma sandália de salto alto e passei uma leve maquiagem, só


para esconder as olheiras.

Joguei o cabelo para o lado e fiz uma trança frouxa. Estava pronta,
como o tempo parecia que iria se manter fechado, acabei pegando um
casaco e o coloquei, para só depois pegar Arianna em seu berço, cobri-la
com uma manta e levá-la para a casa ao lado.
Dorotéia atendeu depois da minha primeira batida e assim que me
viu, murmurou:

— Nossa, você está parecendo muito cansada.


— E estou, Dorotéia. Não consegui dormir nada.

— Ah, meu amorzinho! Se precisar de alguma coisa me fala.


— Pode deixar. — Sorri para a mulher e depois de dar um beijinho
na cabeça de Arianna, que ainda dormia, me afastei.

Ajeitei a bolsa sobre o ombro e segui em direção ao ponto onde


pegaria o transporte público que me levaria para o trabalho. Esperava que
Apolo não quisesse tocar no assunto da minha vida novamente, senão seria
obrigada a tratá-lo com ainda mais raiva.
Algo que poderia acarretar em minha demissão. Respirei fundo e
tentei não pensar naquilo, pois não podia perder meu emprego.

Quando cheguei à empresa, fiz todo o processo que sempre fazia


antes de Apolo chegar. Assim que ouvi seus passos se aproximarem, me
levantei da minha cadeira e lhe direcionei um leve sorriso.

— Bom dia, senhor!

— Bom dia! — respondeu, sem nem mesmo me olhar.


Apolo caminhou para dentro do escritório e eu franzi o cenho. Será
que havia acontecido alguma coisa?

Cocei minha nuca, meio encucada com aquilo, no entanto era melhor
daquela forma, do que ele me perguntar sobre minha vida.

Depois de alguns minutos, que dei ao meu chefe para ele se


acomodar em seu escritório, caminhei até sua sala e dei duas batidas na
porta que ele havia fechado.

Quando autorizou minha entrada, eu a abri e andei para perto de sua


mesa.

— Vim passar sua agenda, senhor.

Apolo continuou encarando a tela do computador, mas respondeu:


— Vou mudar algumas coisas, senhorita Frost. A partir de hoje, você
me encaminha por e-mail minha agenda.

Os olhos claros de Apolo nem mesmo se voltaram na minha direção.


Engoli em seco, com aquele novo Apolo e assenti, mesmo que ele não
tivesse nem percebido.
Caminhei para a saída, no entanto, antes mesmo de pisar fora do seu
escritório, me voltei em sua direção.

— Está tudo bem, senhor?


— Nada com que se preocupar — respondeu novamente, daquela
forma seca e sem humor. Só que assim que me deu um vislumbre de olhar,
percebi que os olhos tão quentes de Apolo, naquele momento, estavam
frios. — Não precisa se incomodar em trazer meu almoço. A partir de hoje,
só quero que cuide da sua função na empresa.

Senti como se tivesse sido acertada por um golpe forte, como um


soco na boca do estômago. Aquela reação, com toda certeza, era devido ao
assunto de ontem, que eu não quis me aprofundar.
Porém, se Apolo queria agir daquela forma, não relutaria, já que
estava ali somente para ser sua secretária e mais nada.
Novamente assenti, sem responder e saí do seu escritório.
Aproveitando para fechar a porta e deixá-lo enfurnado dentro daquele lugar.

Eu não queria ser demitida, no entanto, não sabia se conseguiria lidar


com o humor azedo daquele grego delícia.
Revirei os olhos para meu pensamento e voltei para meu computador.
Focaria em meu trabalho que ganharia muito mais com aquilo.
CAPÍTULO 05

Talvez eu tenha sido um escroto com Sofia, porém, foi a forma que
achei para tentar evitar aquela mulher que sempre que eu colocava os olhos
mexia comigo.

Não me sentia confiável, para tentar manter uma vida profissional,


com a sua presença a todo o momento em meu escritório, por isso, depois
de decidir na noite passada como a trataria a partir de hoje, foi que acabei
tomando a brilhante decisão de não tratá-la como vinha fazendo desde o
início da sua vida profissional em minha empresa.

Só que ter feito aquele esforço tremendo para resistir à vontade de


trocar algumas palavras com ela, tinha me deixado para baixo e a falta de
almoço acarretou em uma dor de cabeça infernal.
Quem sempre trazia meu almoço era Sofia, já que eu nunca tinha
tempo para sair e na maioria das vezes deixava diversas refeições como
aquela passarem despercebidas. Naquele dia, não tinha sido diferente, e
como havia ordenado a minha secretária que não me fizesse aquele favor,
estava com um pouco de fome, mas a dor de cabeça se sobressaía.

Tive que me levantar da cadeira, para tentar relaxar e ver se a cabeça


dava uma melhorada e no momento que me deitei sobre o sofá do
escritório, uma batida soou a porta.

Respirei profundamente, pois eu sabia muito bem quem era. No


entanto, mesmo tentando evitar minha secretária maravilhosamente linda,
eu não poderia expulsá-la dali, até porque eu nunca conseguiria viver com a
culpa de demitir uma mãe solteira.

— Pode entrar — resmunguei.


Não consegui me levantar do sofá, minha cabeça estava explodindo.

— Senhor… — Sofia entrou no escritório, mas assim que me viu


deitado ali, fez uma expressão tensa.

Levantei meu braço, que havia apoiado sobre os olhos e fiquei


encarando-a, enquanto ela ainda me olhava daquela mesma forma.

— Desculpe, mas o senhor está bem?

Respirei profundamente e não resisti mais, acenei levemente uma


negação e Sofia se aproximou.

— Então acho melhor o senhor se esconder, porque a senhorita


Galanis está aqui.

Sentei-me rapidamente.
— A Íris?

Sofia concordou rapidamente, ela caminhou até a minha poltrona,


pegou o casaco do meu terno e meu celular. Entregou-me os objetos,
enquanto me empurrava na direção do banheiro do meu escritório.
— Vou inventar alguma coisa, se esconda, senão imagino que o
senhor colocará fogo na sua irmã.

Antes que Sofia pudesse fechar a porta, ela me direcionou um sorriso


cúmplice, que não consegui resistir e retribuí o movimento de lábios. Ali,
caiu por terra, toda a minha força de vontade de me manter afastado dela.

No entanto, minha secretária me conhecia tão bem, em tão pouco


tempo, que eu considerei aumentar seu salário. Já que ela sabia que quando
minha irmã se fazia presente, é porque ou ela havia aprontado algo, ou
estava querendo algo.

E eu já imaginava muito bem o que ela queria.

Torrar a porra da minha paciência em relação à festa de aniversário


que estava louca para fazer para mim.

Sofia fechou a porta do banheiro e eu passei a chave. Ouvi-a dando


uma leve corridinha para fora do escritório e fechando a outra porta.
Não demorou muito para que eu ouvisse algumas vozes.

— Eu sei que ele está aqui — Íris esbravejou, abrindo a porta do


escritório.
— Senhorita Galanis! O senhor Galanis teve uma reunião de última
hora e não está presente.

Eu podia muito bem, imaginar a expressão chocada da minha irmã.


— Eu vi o carro dele no estacionamento, Sofia. Não me faça pensar
que está contra mim.

Pensei que naquele momento a mentira estava arruinada, mas minha


secretária foi muito mais perspicaz.

— Sim, está, porque o senhor Galanis foi de táxi, pois estava se


sentindo um pouco mal.

— Ah, meu Deus! — Íris soltou um gritinho. — Ele está bem? O que
eu posso fazer, alguma coisa aconteceu, o que ele estava sentindo, devo
chamar um médico?
— Pelo amor de Deus, acalme-se. Se não eu que terei que chamar um
médico, senhorita — Sofia disse completamente preocupada.

— Mas o que meu irmão tinha? E por qual porcaria de razão ele
achou que seria uma boa ideia ir a uma reunião passando mal?
Quase soltei uma gargalhada.

— Senhorita…

— Sofia, pelo amor de Deus! Eu só tenho vinte e um anos, me chame


de Íris, se não vou ter um ataque aqui, com esse tanto de senhoritas… Você
tem quase a minha idade, garota.

— Tudo bem, Íris! Mas ele só estava com um pouco de dor de


cabeça, então, não se preocupe. No entanto, eu que sugeri o táxi, para que
ele não precisasse focar tanto no trânsito.
Ouvi alguns passos sobre o piso do escritório e minha irmã
respondeu:
— Você é realmente eficiente, Sofia. Meu irmão deveria se ajoelhar
todos os dias aos seus pés e te venerar, como os nossos antepassados faziam
aos deuses.

Apoiei minha testa na parede do banheiro e não acreditei que Íris


havia dito aquilo. No entanto, ouvir a gargalhada de Sofia, fez com que eu
abrisse um sorriso.
— Íris, você é hilária. Só faço o meu trabalho.

— Eu sei, por isso mesmo…


— Eu posso deixar algum recado para o senhor Galanis?

Minha irmã fez um estalo com a língua, mas acabou dizendo.


— Não vai adiantar. Eu já tentei falar com ele mil vezes pelo celular,
mas o infeliz está me evitando. — Ela soltou um suspiro. — Sabe, eu amo
meu irmão. Ele sempre foi meu protetor e eu queria verdadeiramente lhe
fazer uma festa de aniversário ao menos uma vez. Ainda mais que estou
pensando em me mudar da Grécia, algumas portas se abriram para mim nos
Estados Unidos. Ser influencer tem esse poder. Então, talvez pudesse ser
uma despedida… Enfim, se ele aceitar ter a festa no sábado, você poderia
vir, o Apolo gosta de você. Nunca vi falar tão bem de uma funcionária,
então deve ser uma das prediletas dele.

Íris sempre me fodia com aquela língua que parecia mais um chicote.
Eu não gostava de Sofia… Mentir era mais fácil, por isso, era bom negar e
me lembrar de parar de falar da minha secretária na frente da minha irmã.
No entanto, minha irmã estava certa sobre ir embora, ela havia
recebido algumas propostas de grandes empresas de cosméticos em Nova
Iorque, mas precisava morar lá, o que talvez a levasse para longe de mim.
— O senhor Galanis é só gentil demais.

— Mas se tiver a festa você vai?

Não podia ver a expressão de Sofia, mas sabia que devia ser alguma
que mostrava o quanto ficava sem graça com aquele convite.

— Você sabe que tenho uma filha e que é complicado deixá-la


sozinha.
— Ah, Sofia! Deixa de ser boba, leva a bebê também. Não será uma
festa com música eletrônica nem nada. Só um jantar, com alguma bebida e
na casa da minha mãe tem tantas funcionárias, que elas poderiam dar uma
olhadinha em Arianna enquanto você se diverte um pouquinho.

— Vou pensar!
Ouvi minha irmã fazendo o barulho de um beijo e logo murmurou:

— Vou embora, mas se você convencer aquele chato a aceitar a festa,


fala para ele me ligar.

— Tudo bem!

— Tchau!
— Até mais, Íris.

Passaram-se alguns minutos, até que ouvi a porta do escritório ser


aberta e os saltos baterem sobre o piso da sala. Logo uma batidinha ecoou
pela porta e eu a destranquei.

— Eu fiquei com pena dela, senhor Galanis!

Sofia estava com uma expressão culpada. Minha cabeça latejou e eu


fiz uma careta.
— Íris é complicada.

— O senhor não está nada bem. Está realmente com dor de cabeça?

Assenti, me arrependendo do gesto no mesmo momento. Já que


pareceu que minha cabeça iria explodir.

— Depois conversaremos sobre a festa de aniversário, mas no


momento irei pegar um remédio. — Sofia me deu as costas, porém, no meio
do caminho parou e indagou: — O senhor almoçou?

— Não — sussurrei.

Ela se voltou para mim, com aqueles olhos exóticos e disse:

— Então, pode me demitir se quiser, mas a partir de amanhã eu


voltarei a trazer seu almoço. Deve ser por isso que não está nada bem.

Suspirei e voltei a dizer:


— Por que se importaria? Eu não quero confundir as coisas, Sofia.
Não quero nem mesmo pensar que somos amigos, para não entrar em
assuntos complicados e você me dar um gelo daquela forma.

E sem mais nem menos eu deixei que as palavras escapulissem da


minha boca.

— Podemos ser amigos, senhor. Mas amigos também têm segredos.

Ela me deu um sorriso doce e se afastou, provavelmente para pegar o


remédio.

E com aquilo… bom, eu decidi que era melhor lidar com aquilo, do
que com qualquer coisa que não fosse ter minha secretária sorridente ao
meu lado.

No resto…
Eu pensaria no resto depois.

Principalmente na vontade quase incontrolável de levá-la para a


cama.
CAPÍTULO 06

O final de semana havia chegado com um estalar de dedos. Sabia que


naquele sábado, era a festa que Íris havia convencido Apolo a fazer, não
sabia como ela havia conseguido o número do meu celular.

Mas eu já havia recebido cinco mensagens para confirmar minha


presença.

Revirei meus olhos, quando a irmã do meu chefe parou de tentar me


enviar os malditos textos e começou a me ligar.

O que ela estava querendo tanto?

Ou melhor, para quê, queria tanto que eu fosse naquela festa?

Eu era somente a secretária de Apolo, aquela festa era para parentes e


pessoas próximas. Apolo e eu nos conhecíamos somente há alguns meses.
E a nossa aproximação não tinha nada a ver com o nosso dia a dia.

— Olá! — Atendi, já que eu sabia como era a irmã do meu chefe, ela
não desistia, enquanto não conseguia falar com a pessoa.
— Oi, Sofia! Pensei que não iria conseguir falar com você. — Íris,
estava completamente alegre do outro lado da linha.

— Pois é, Íris! Mas aqui estou eu, falando com você.

A garota soltou uma risada do outro lado da linha.

— Você é muito engraçada, Sofia.


Não entendia como eu podia ser engraçada, sendo que nem tinha
contado uma piada.

— Bom, Sofia. Você virá na festa, certo?

Fechei meus olhos e soltei um suspiro.

— Não, Íris!
A ligação ficou muda e eu precisei afastar o aparelho do meu ouvido
para ver o motivo, afinal, por um momento pensei que ela poderia ter
desligado.

E quando percebi que a ligação ainda estava funcionando, indaguei:


— Íris, está aí?

— Estou, mas sem entender o motivo de estar sendo rejeitada por


você.

Naquele momento arregalei meus olhos, enquanto sentia Arianna


bater em minhas pernas com suas mãos sujas de tinta, já que minha menina
estava brincando com as tintas infantis, próprias para o desenvolvimento
dos bebês.

Sorri para ela, que me abriu um sorriso fofinho, mostrando as


covinhas em suas bochechas.
— Íris, por favor, eu não estou te rejeitando, só não me sinto à
vontade para ir a uma festa onde não terão pessoas da minha mesma classe
social. Sem contar que eu sou somente a secretária de Apolo.

Ouvi a irmã do meu chefe bufar do outro lado da linha.

— Sofia, pelo amor dos deuses! Desde quando minha família te


tratou mal?

Pensei nas vezes que ela e sua mãe haviam ido à empresa, ou até
mesmo em Apolo que nunca me tratava de uma forma diferente, mesmo eu
sendo sua funcionária. Na verdade, todos os colaboradores da empresa eram
bem tratados pelo meu chefe.

— Em nenhum momento, é só que…

— Então, por qual motivo está recusando o convite? Eu estou te


esperando, já pedi a duas das moças que trabalham aqui em casa para
ficarem de olho na sua bebê, para você curtir os comes e bebes. E vou pagar
um extra para elas por isso, antes que você ache que está abusando delas.
Fechei meus olhos mais uma vez, mas voltei a abri-los para encarar
Arianna que havia voltado para a tinta e a passava pelos papéis que estavam
jogados no chão..

— Íris, não quero ir à festa.

— Ah, que saco! — esbravejou. — Você é tão cabeça-dura, igual


àquele besta do Apolo. Deve ser por isso que ele a escolheu para ser sua
secretária. Combinam demais, como almas gêmeas.

De onde ela havia tirado aquilo?

— Não tenho nada de alma gêmea com seu irmão.

Íris deu um gritinho do outro lado da linha e murmurou:


— O Apolo chegou aqui, espera só um momento, Sofia. — Percebi
que ela havia afastado o telefone do rosto, mas deu para escutar muito bem
o que ela falava para o irmão: — Sua secretária é uma chata, igual a você.
Pede para ela vir à festa, porque eu sei que você gosta dela…

Arregalei meus olhos com aquela confissão. Ela já havia falado


aquilo, no dia que visitou a empresa, mas tentei não dar atenção, porém,
novamente estava afirmando aquele sentimento.
Eu sabia que Apolo me considerava como uma amiga, talvez fosse o
que Íris queria dizer, que meu chefe gostava de mim, como uma amiga.

— Oi, Sofia! — Ainda estava em choque por ter ouvido Íris falar
aquilo novamente, quando a voz de Apolo tomou o celular.

— Meu Deus! Senhor Galanis! — Coloquei a mão sobre o peito com


o tamanho susto que tomei ao ouvir sua voz.

— Eu sei, a Íris é insuportável.


— Ela me chamou de insuportável? — A garota indagou ao lado do
telefone.

— Não, eu te chamei.

Imaginei que Íris poderia muito bem ter revirado os olhos para o
irmão.

— Senhor, eu não irei.


— Então, Sofia! Lembra que você me convenceu a deixar Íris me dar
essa festa?

Engoli em seco, quando ele me lembrou daquilo, porque eu


realmente o tinha convencido, depois que sua irmã apareceu na empresa
naquela semana que havia passado.
— Eu sei, senhor… Mas…

— Nada disso, você me fez aceitar, então, por favor, venha sentir na
pele o que eu sentirei essa noite.
Não consegui resistir e soltei uma risada.

— Isso pareceu uma ameaça, senhor.


— Olha, digamos que seja. Porque só Deus para me ajudar a passar
por esse martírio.

— Não seja exagerado, senhor — murmurei.


— Por favor, Sofia! Eu odeio toda atenção voltada para mim, então,
traga a sua beleza para essa festa, pelo menos assim as atenções estarão em
você.

Senti minhas bochechas corarem com aquele elogio abrupto e pude


ouvir Íris falando baixinho.
— Ah, que fofo! Apolo Galanis de quatro pela secretária.

Fiquei sem reação e acho que ao perceber o que havia falado, meu
chefe, também ficou.

— É… — Apolo tentou dizer algo.

— Tudo bem, senhor! Eu vou! — aceitei para tentar desligar aquela


ligação o mais rápido que podia.
— Ah, que bom! Irei pedir para um motorista te pegar às oito. — Foi
o que Apolo respondeu.

— Ok!

— Até mais tarde!

— Até… — Minha voz quase sumiu, enquanto terminava de me


despedir.
Eu nem tinha roupa para ir a uma festa na casa dos Galanis. Só me
metia em enrascada quando me sentia pressionada daquela forma.

Olhei para Arianna que ainda brincava com a tinta e decidi que se eu
fosse, não iria levá-la, pois não conseguiria me concentrar em nada que não
fosse minha menina.
Sem contar que eu não queria expô-la a um monte de gente
desconhecida.

Cocei minha cabeça e me aproximei dela.

— Vamos ali na casa da tia Dorotéia?

Arianna balançou a cabeça negando, ela queria continuar pintando os


papéis.
— Mas nós vamos mesmo assim, minha menina.

Ela fez um biquinho e murmurou suas palavras erradas.

— Hum-hum. A neném té pintá.

— Eu sei, mas agorinha você pode voltar a pintar, ok?


Ela fez um biquinho lindo, mas assentiu.
Peguei Arianna, enganchando seu corpinho em minha cintura e saí da
minha casa, caminhando poucos passos até a casa de Dorotéia, meu anjo da
guarda.

Dei duas batidinhas em sua porta e não demorou muito para a


senhora com os cabelos grisalhos surgir à minha frente.
— Se não são as duas mulheres mais lindas dessa vila.

— A senhora está mentindo — brinquei.

A mulher se aproximou de mim e beijou minha bochecha. Depois


estendeu os braços para Arianna, que estava toda suja de tinta, e a garotinha
se jogou nos braços da vizinha.

— Isso é porque ela não queria deixar as tintas para vir aqui.

Arianna me encarou e deu uma risadinha direcionada a Dorotéia.

— Essa menina é uma coisinha linda.

— Ninda… — Ari gritou, batendo palmas.

— Dorotéia, você vai estar muito ocupada hoje? — indaguei, quando


a senhora me chamou para dentro de sua casa.

— Querida, eu nunca estou ocupada, você sabe.

Ela sorriu e sentou-se no sofá da sala, sempre foi muito acolhedora.

— Quer um chá, Sofia?

Neguei, direcionando-lhe um sorriso. Observei a sala, com alguns


quadros de flores coloridas, algumas miniestátuas gregas, uma TV antiga e
até mesmo um rádio.
— Na verdade, queria saber se a senhora pode ficar com Arianna
hoje à noite?

Dorotéia abriu um sorriso.

— Claro que posso! Não acredito que você vai sair.

Ela parecia bastante contente com aquela ideia.

— É que fui convidada para o aniversário do meu chefe. Não queria


ir, mas insistiram tanto que me vi coagida a aceitar.

Estava completamente sem graça de pedir aquilo para minha vizinha.

— Menina, eu já tinha te avisado que poderia deixar Arianna comigo


quando quisesse. Eu fico sozinha, seria muito bom ter companhia em uma
noite, não se preocupe, você é tão nova, precisa viver.

Sorri novamente para a mulher que aparentava sempre ter uma vida
tão difícil. Fiquei conversando mais um pouco com ela até que levei
Arianna para casa, que ficou contente por ter voltado para sua tinta.

Deixei que brincasse mais um pouco, enquanto me dirigia ao meu


armário, atrás de uma roupa para ir à festa.

Esperava que tudo desse certo, pois não estava preparada para mais
problemas em minha vida.

E esperava que aquela festa não fosse ruim, senão seria ainda pior.
CAPÍTULO 07

Não queria parecer muito formal, por isso, optei pela calça jeans
escura e uma camisa branca dobrada até meus cotovelos. Passei uma das
mãos pelos cabelos e os joguei para trás.

Sofia tinha me convencido a aceitar aquela festa que Íris havia


inventado, então, nada mais justo do que ela estar presente. No entanto,
quando minha irmã, boca grande, disse perto do telefone que eu gostava
dela, quase tive um infarto.

E para piorar, Íris, abriu um sorriso sacana, que confessava que tinha
feito de propósito.

Uma filha da mãe, era isso que minha irmã era.

Ouvi uma batida na porta e sabia muito bem quem poderia ser.
— Pode entrar! — Autorizei e logo minha mãe surgiu pela porta
aberta.

— Fico feliz que tenha escolhido se arrumar aqui para a festa.


Ela se aproximou de mim, com um pacote nas mãos e me abraçou.

— Mamãe, eu só fiz isso para não me convencer a ficar em casa.


Mônica sorriu ainda mais e murmurou:

— Era capaz de Íris te buscar a pontapés.

Daquela vez, fui obrigado a gargalhar, porque realmente era uma


verdade nua e crua. Minha irmã me puxaria pelos cabelos e me arrastaria
até a festa.

Mamãe me estendeu uma caixa e eu peguei meio sem graça.

— Sabe que a senhora não precisa se preocupar, certo?

— Eu sei, mas você também sabe que adoro presentear quem eu


amo.
Beijei a testa da minha mãe e abri o pacote. Quando revelei o que
estava dentro da caixa, fiquei um pouco emocionado, eram abotoaduras
com o brasão da nossa família e eu sabia muito bem de quem elas eram.

— Seu pai adoraria vê-lo com algo tão significante para ele.

Engoli em seco para descer o bolo que estava preso em minha


garganta.

— Obrigado, mãe! De verdade, a senhora sabe o quanto é importante


para mim.
Meu pai havia falecido há cinco anos e aquela foi uma grande perda,
sabia que ele merecia um descanso, já que havia tido um AVC e não era
mais o mesmo homem de sempre. No entanto, quem fica, sofre… já que a
saudade era grande demais.

— Eu sei, meu menino.

Ela apoiou a mão em minha bochecha e sorriu para mim, retribuí o


gesto e depois de conversarmos mais um pouco, minha mãe me deixou
sozinho para que eu terminasse de me arrumar.

Depois de passar um pouco de perfume, saí do meu antigo quarto e


caminhei para o jardim, onde os convidados começaram a chegar. Alguns
tios meus, que não via há alguns anos, estavam presentes e mesmo não
querendo holofotes sobre mim, fiquei feliz por poder revê-los.

Não sabia como Íris tinha conseguido convidar até mesmo alguns
investidores para a festa, já que havia aceitado aquela maluquice de última
hora.

— Está gostando, maninho? — Perguntou minha irmã que estava


linda, usando um vestido vinho, com os cabelos soltos, com pequenos
cachos nas pontas e uma maquiagem impecável.

— Bom, eu preferia estar na minha casa, mas tudo bem, não está
muito ruim.

Íris revirou os olhos e eu sorri com sua reação, no entanto, toda


minha atenção foi desviada para a mulher que surgiu na entrada do jardim.

Engoli em seco quando vi Sofia entrar no lugar, com um vestido


preto, que colava em todo o seu corpo e batia um pouco acima do joelho.
Ele tinha um decote modesto, mas era perceptível que as costas estavam
completamente expostas.
Seus cabelos que sempre estavam lisos, naquele momento, caíam em
ondas pelo seu corpo e para piorar, Sofia usava um salto tão alto que eu tive
pensamentos completamente desrespeitosos com ela e aquela sandália.

Como se ela pudesse estar sem todo aquele tecido que a tapava e
deixasse somente aquele salto, enquanto eu a fodia contra a vidraça da
minha casa.
Puta que pariu!

Onde meus pensamentos tinham ido parar?


Engoli em seco novamente e Íris, que sabia muito como me irritar,
murmurou:

— Cuidado, maninho. Ela pode perceber que você tá todo bobinho


por ela.
Não desviei a atenção para minha irmã, porque ela estava certa. Eu
estava todo bobinho por minha secretária e não conseguia tirar os olhos
dela.

Afastei-me de Íris, sem nem me preocupar e fui de encontro a Sofia,


que olhava para os lados, provavelmente procurando a minha irmã ou a
mim.

Quando seus olhos maravilhosos, com aquela cor intensa me


encontraram, um sorriso gentil se abriu em seus lábios.

Parei a poucos passos dela e a cumprimentei:


— Oi, Sofia!

— Senhor Galanis, feliz aniversário!


Revirei meus olhos quando ela me estendeu um pequeno pacote, mas
aceitei o presente.

— Primeiramente, não precisava de presente e segundo, estamos em


uma festa, esqueça esse senhor.

O sorriso de Sofia aumentou um pouco e puta merda, aquela boca,


com aquele batom vermelho… Ah, que vontade de provar aqueles lábios.

— Posso aceitar te chamar de Apolo, só hoje.


Assenti, ainda apreciando meu nome no timbre da sua voz e ela
acenou na direção da caixa, tirando um pouco dos meus devaneios sobre
aquele corpo e boca. Abri o pacote e lá estava uma gravata, azul-marinho,
que provavelmente eu usaria por um mês seguido, só por saber que havia
sido minha secretária quem havia me dado.

— Que bom! — sussurrei, ainda encarando os olhos de Sofia.


— Fico tão feliz por você ter vindo, Sofia. — Íris surgiu ao meu lado
e logo abraçou minha secretária.

Minha irmã olhou para os lados e franziu o cenho, provavelmente


pensando o mesmo que eu: onde estava Arianna?

— Eu preferi deixá-la com a senhora que a olha durante a semana.


Ari, não está acostumada com muita gente, pensei que ela poderia se irritar,
ou algo do tipo.

Sofia acabou nos respondendo, mesmo que não tivéssemos proferido


a pergunta em voz alta.
— Ah, que pena! Queria muito apertar a bochecha daquela coisinha
linda. — Íris sorriu e puxou minha secretária pela mão. — Vem, minha mãe
quer te ver.
E eu fiquei para trás, só para constatar que realmente as costas de
Sofia estavam completamente expostas. A pele clara, com algumas pintas,
parecia implorar que eu passasse meus dedos por ela. No entanto, tentei
tirar aquilo da minha mente.

Se continuasse a desejar minha secretária daquela forma, a noite não


acabaria nada bem, porque eu estava com medo de não medir esforços para
tentar conquistá-la e ao menos roubar-lhe um beijo naquela noite.
CAPÍTULO 08

Ainda bem que Íris e Mônica eram muito queridas e não deixaram
que eu me sentisse estranha, por estar naquela festa com pessoas que me
olhavam de forma curiosa.

Percebi em alguns momentos, enquanto a mãe de Apolo me


convidava para sentar à mesa com ela, que vários rostos me encararam e eu
fui obrigada a engolir em seco com aquela atitude inusitada. Já que odiava
ficar no centro das atenções, principalmente quando queria passar
despercebida perto de estranhos.

Apolo que estava sentado ao meu lado, não parecia muito diferente, a
partir do momento que eu sabia muito bem que ele estava ali, meio que
obrigado e talvez eu tenha um pouco de culpa, já que insisti para ele deixar
que a irmã fizesse aquela comemoração.
Pela quarta vez, o vi coçando sua nuca, enquanto tinha que
cumprimentar mais algum convidado que chegava.

Não podia negar o quanto estava lindo, claro que ele ficava
maravilhoso de qualquer forma, mas usando jeans e uma camisa dobrada
até o cotovelo, lhe dava um ar despojado e aquilo, fazia até minhas pernas
bambearem.

Quase que literalmente um deus grego…

Delicioso…

E que fazia minha boca salivar.

— Sofia, e você já se adaptou com a Grécia? — Mônica perguntou.

— Sim, senhora! Aqui é lindo, sempre que posso passeio com


Arianna por algum lugar que nunca imaginei que conheceria.

— Fico muito feliz em saber disso.

Sorri para ela e novamente o desconforto de Apolo chamou minha


atenção. Ele odiava aquilo tudo e tentava só manter as aparências, já que
tinha sido obrigado a estar ali.

— Vou ao toalete — murmurou, dando um aceno para nós, enquanto


se afastava.

No mesmo momento que saiu, Epefte Vathia Siopi, começou a tocar.


Era uma das únicas músicas gregas que eu gostava e gostei de ouvi-la, já
que tinha muito tempo que não a escutava.

Olhei por cima do meu ombro, para onde Apolo havia caminhado e
Íris segurou minha mão, chamando minha atenção. Percebi que sua mãe
conversava com um convidado que havia se aproximado de nossa mesa e a
irmã do meu chefe chegou sua cadeira para mais perto da minha.

— Sabe que pode ir atrás dele, certo?

Engoli em seco com aquela indireta.

— Não sei do que está falando, Íris.

— Ele não tira o olho de você, e eu não sou boba, acho que você
também não tira o olho dele, então, que tal juntar o útil ao agradável?

Coloquei uma das minhas mãos sobre a boca, para abafar minha
risada e depois murmurei baixinho, para que ninguém ouvisse aquela
idiotice.

— De onde tirou isso? Seu irmão é meu chefe, só me preocupo, pois


sei que ele está desconfortável.

Íris revirou os olhos, mas voltou a falar asneira.

— Tudo bem! Vou fingir que acredito, mas sinceramente se fosse eu,
iria atrás dele, já que ele parece ficar confortável somente ao seu lado.

Respirei fundo e tentei evitar pensar no que ela tinha dito. Quando
ela afastou sua cadeira da minha e voltou a dar atenção para o homem que
conversava com sua mãe, não sei por qual motivo deixei que suas palavras
entrassem na minha mente.

Se Apolo estivesse irritado, ao menos podia conversar com ele e


tentar acalmá-lo. Já que percebi o quanto estava inquieto à mesa.

Levantei-me, sorrateiramente, sem chamar atenção das duas e do


homem que conversava com elas e caminhei na direção em que Apolo
havia ido. Acabei entrando na cozinha da mansão de sua mãe e encontrei
alguns funcionários, que estavam trabalhando loucamente, para levarem as
refeições até as mesas dos convidados.

— Com licença, você viu o senhor Galanis? — perguntei, para uma


moça que estava organizando alguns pratos.

— Sim, ele foi naquela direção! — Ela apontou para uma saída da
cozinha e eu assenti indo atrás do meu chefe.

Percebi que dava em um corredor, segui por ele e quando passei por
uma porta de vidro, percebi que meu chefe não havia ido ao toalete, estava
era se escondendo dos convidados da festa.
Sorri de lado e caminhei para o lugar onde ele estava. Havia um
jardim mais discreto do que aquele em que estava acontecendo a
comemoração e ali, perto de uma fonte, ele se encontrava. Encarando o céu
estrelado, que estava sem nuvens naquele dia.

— Você está sendo um péssimo aniversariante — comentei, enquanto


me aproximava dele.
Apolo me olhou por cima do ombro e abriu um sorriso, daqueles que
faziam nossa calcinha ir para o espaço, só pela forma que me encarou e
sorriu.

— Eu não gosto dessas coisas.

Parei ao seu lado e percebi que havia uma taça de champanhe em sua
mão, enquanto a outra estava enfiada no bolso da calça.

— Algum motivo para não gostar de festas?


Apolo fez uma careta que me fez abrir um sorriso.
— Odeio essa exposição e essa obrigação de ter que ficar
cumprimentando pessoas que nem lembram que você existe, só estão ali
para tentar lhe roubar um pedaço da sua herança.

Assenti e respondi:

— Deve ser difícil ser você.

— Na maioria dos dias é fácil, só quando Íris inventa essas


baboseiras é que as coisas se complicam mais, principalmente quando a
minha secretária apoia a maluquice da minha irmã.
Não resisti e soltei uma gargalhada.

O que fez Apolo virar na minha direção e eu abri um sorriso ainda


maior.
— Tadinho do meu chefe — brinquei, enquanto mais uma música
começava a tocar pelo som da festa, no entanto, aquela era em inglês e eu a
conhecia muito bem.

Never Have I Ever, embalou nós dois e eu percebi o momento que


Apolo apoiou sua taça de champanhe na fonte que estava ao seu lado e me
estendeu sua mão.

— Aceita dançar comigo?

A forma como ele me encarava, parecia que queria arrancar minha


roupa e eu sabia que devia negar aquela dança, mas me vi colocando a mão
sobre a sua e respondendo:
— Por que não?!

Apolo se aproximou do meu corpo e colocou uma de suas mãos em


minhas costas nuas. Quando seus dedos tocaram minha pele, senti todo o
meu corpo se arrepiar. Era como se ele tivesse algum tipo de feitiço sobre
mim, pois me esqueci completamente de onde estava, ou até mesmo meu
nome. Apolo me fez esquecer de tudo.

Começamos a nos mover lentamente e Apolo não afastou seus olhos


dos meus, no entanto, os meus… Foram diretamente para sua boca, quando
ele passou a ponta da língua pelos lábios. Engoli em seco com aquilo, mas
tentei desviar minha atenção.
— Não disse antes, mas está sendo impossível segurar as palavras. —
Apolo fez uma pausa e meus olhos voltaram para os seus, aguardando que
dissesse. — Você está linda, Sofia!

Sem conseguir resistir, acabei sorrindo de lado e murmurei:

— Você também está.

A mão de Apolo que estava sobre minhas costas, me puxou para mais
perto do seu corpo, fazendo nós nos chocarmos e até mesmo uma lufada de
ar escapuliu da minha boca.
— Não consigo mais me controlar, Sofia — sussurrou.

— Como assim? — perguntei, sem entender.

— Eu estou louco para beijar a sua boca, desde o dia que você surgiu
no meu escritório para aquela entrevista. Se você disser sim, eu vou te dar o
melhor beijo que você já recebeu na sua vida.

Engoli em seco com aquela confissão.


— E se eu disser não? — indaguei, meio atônita.

— Vou fingir que nunca falei nada para você. — Apolo estava sendo
direto demais.
E talvez, devido a estar inebriada com sua colônia amadeirada, ou
com o feitiço que jogou sobre mim, eu me vi assentindo e sussurrando:

— Talvez eu queira saber como é ter o melhor beijo da minha vida.


E não precisou de mais nada para ele me agarrar.
CAPÍTULO 09

Assim que senti sua boca grudada na minha, percebi o que havia
feito, mas naquele momento não dava mais para voltar atrás. Já que sentir
seus lábios sobre os meus, era como se eu tivesse conseguido alcançar o
pote de ouro no final do arco-íris.

Depois pensaria nas consequências dos meus atos, naquele momento


eu só queria Sofia daquela forma: grudada a mim, deixando que eu
reivindicasse sua boca com a minha.

Um arrepio tomou conta do meu corpo e minhas mãos de maneira


desesperada agarraram a cintura de Sofia com mais força e colocou seu
corpo ainda mais no meu, mesmo que parecesse ser impossível, já que
estávamos tão juntos, quase nos tornando um só.
A língua da minha secretária encostou na minha e eu me perdi por
completo naquele momento. Avancei com mais desespero sobre a sua boca,
chupando sua língua, passando meus dentes por ela, mordiscando
levemente seu lábio inferior, e voltei rapidamente a devorar sua boca.

Não queria que aquele momento acabasse.

Os dedos de Sofia se entremearam aos fios do meu cabelo e ela se


entregou por completo ao beijo. Um leve gemido escapou dos seus lábios,
quando uma de minhas mãos desceu por sua pele exposta nas costas.

Sem conseguir evitar, senti meu pau endurecer e pressionei meu


quadril de encontro a barriga de Sofia, para ela perceber o que estava
fazendo comigo.

E mesmo que eu tivesse pensado que aquilo podia ser um erro, ela se
grudou ainda mais em meu corpo, como se realmente fosse possível e senti
que seus mamilos estavam entumescidos.

Caralho!
Era só um beijo, mas nós estávamos em outro patamar, parecendo
que havíamos esperado demais por aquilo.

No entanto, o barulho de uma taça se quebrando ao longe, foi o


suficiente para fazer Sofia se afastar do beijo, com os lábios abertos e um
pouco ofegante.
Seus olhos se grudaram nos meus e percebi que suas bochechas
coraram um pouco.

— Sofia… — Tentei falar algo que pudesse deixar aquele momento


menos vergonhoso.
Mas a garota colocou o indicador sobre minha boca e me deu um
sorriso leve.

— Acho melhor eu ir embora.

Tentei novamente falar algo, mas ela me calou com um selinho e


assim que se afastou, voltou a falar:

— Eu realmente posso considerar esse beijo como o melhor da minha


vida, só que antes que eu cometa alguma besteira maior do que a de beijar
meu chefe, é melhor eu ir embora.

Neguei, porém, sabia que não adiantaria impedi-la.

— Feliz aniversário, Apolo!

Sofia se afastou dos meus braços e me dando um sorriso


envergonhado me deu as costas e foi embora. Só naquele momento,
afastado dela, que percebi o quanto meu coração estava disparado.

Puta que pariu!

Eu beijei a mulher que eu não conseguia esquecer.

Engoli em seco e me lembrei da taça de champanhe. Peguei-a e virei


o resto da bebida de uma vez só, para tentar voltar ao menos raciocinar
direito.

Voltei para dentro da casa de minha mãe, mas só para deixar a taça na
cozinha. Aproveitei para pegar meu celular e enviar uma mensagem para
Íris:

Apolo: Vou embora! Não me obrigue a ficar.

Íris: Tudo bem! Eu te amo!


Sorri e saí pela porta dos fundos, caminhando até onde havia deixado
meu carro. Quando me retirei da propriedade não vi Sofia em lugar algum,
mas talvez fosse melhor daquele jeito.

Senão eu seria capaz de me ajoelhar no chão e pedir que ela viesse


para minha casa comigo.

Imagina o tamanho da humilhação…

Um homem de 1.92, que havia acabado de completar trinta e cinco


anos, implorando para transar com uma mulher.
Ridículo!

No entanto, talvez fosse aceitável, já que eu não conseguia parar de


pensar em Sofia, desde o dia em que ela surgiu em meu escritório com
aquela sua expressão angelical e seus olhos de um castanho-amendoado,
aquela boca deliciosa…
Inferno!

Estava duro novamente, só de pensar na sua boca grudada na minha.

Demorou mais ou menos quarenta minutos para chegar à minha casa


e assim que pisei dentro da sala, caminhei até o lado de fora onde ficava a
piscina e me sentei em uma das espreguiçadeiras do lugar.

Fiquei observando o céu estrelado e um sorriso idiota brincou em


meus lábios. Eu tinha beijado Sofia e não sabia como seria dali para a
frente, mas estava mais do que disposto a continuar beijando-a, se ela me
permitisse.
Depois de provar sua boca, só conseguia pensar em como queria
beijá-la novamente, agarrá-la, ter seu corpo grudado no meu e se os deuses
ajudassem, talvez até tê-la nua sobre mim, enquanto cavalgava gostoso em
meu pau.

Aquele final de semana seria complicado, porque eu tinha a completa


certeza de que não conseguiria esquecer o beijo e se já pensava em Sofia
diariamente, tinha absoluta certeza que ficaria ainda mais obcecado por ela.
Eu não sabia onde estava me metendo, mas já estava completamente
disposto a entrar de cabeça naquela maluquice e me entregar de vez ao que
sentia por Sofia Frost, a mulher que não precisou mais do que alguns
sorrisos para me deixar completamente de quatro por ela.

Sorri e tentei relaxar sobre a espreguiçadeira.

Só podia fazer aquilo naquele momento… relaxar e pensar na mulher


infernalmente maravilhosa que era a minha secretária.
CAPÍTULO 10

Estava observando Arianna, enquanto ela mamava em meu seio e


seus olhinhos ficavam pesados à medida que o sono estava chegando.
Passei a noite passada acordada, sem conseguir me esquecer do beijo de
Apolo.

Não sabia onde estava com a cabeça, quando aceitei tranquilamente


que ele me desse um beijo. E aquele nem era o maior dos problemas, já que
foi quando eu senti sua boca na minha que tudo deu ruim.

Eu não consegui desvencilhar-me de Apolo e para piorar retribuí o


beijo de forma desesperada e se aquela taça não tivesse quebrado em algum
lugar da casa de Mônica, eu provavelmente teria deixado que meu chefe
arrancasse minha roupa ali no jardim e me fodesse ali mesmo.

Fechei meus olhos por um momento, tentando voltar a raciocinar.


Mas puta que pariu! Como eu poderia voltar ao meu estado normal,
quando senti até mesmo seu membro encostando em minha barriga.

Percebi que não era somente eu quem havia ficado afetada com
aquele beijo. Apolo parecia estar louco para continuar da mesma forma que
eu pensava, principalmente quando senti sua mão grossa descer por minhas
costas.

Inferno!

Tinha ficado molhada só de pensar no beijo da noite passada. O quão


pervertida eu era?
Eu estava amamentando minha filha e por isso, não devia pensar no
meu chefe naquele momento.

Revirei meus olhos e agradeci por Arianna ter caído no sono e soltar
meu seio. Levei minha pequena para seu berço e voltei para a cama, era
melhor tentar dormir do que ficar excitada com pensamentos safados.

Deitei-me na cama e fiquei me revirando, até a madrugada, mas ao


menos o sono em algum momento chegou. Porém, eu sabia que não tinha
sido o suficiente, já que quando fui despertada pelo meu celular eu quis
jogá-lo na parede.

Desliguei o aparelho e fui me arrumar para mais um dia de trabalho.


Quando estava pronta, com um terninho bem discreto, peguei minha
menina que ainda dormia, e a empacotei para deixá-la na casa de Dorotéia.

Depois de fazer o processo de entrega de Arianna, despedi-me da


minha vizinha e parti para a empresa. Não tinha ideia de como encararia
Apolo naquele dia e me peguei até mesmo pensando que ele podia
amanhecer doente.
Faltar ao trabalho seria uma boa, até eu descobrir como tentar deixar
nossa convivência tranquila, depois do beijo inesperado, mas tão delicioso
que nós demos.

Apolo havia falado que seria o melhor da minha vida e eu já havia


beijado algumas bocas, mas nunca senti minha calcinha molhar apenas com
a boca grudada na de outro homem.

Realmente… aquele tinha sido o meu melhor beijo até hoje, no


entanto, não poderia ter esperanças, até porque não seria nada aceitável
ficar desejando meu chefe.

Não que eu já não o achasse um gostoso, mas achar e agora ter a


certeza eram duas coisas completamente diferentes.

Levei meus dedos até meus lábios e soltei um suspiro quase sofrível.
Desde que deixei Rick para trás, nunca mais havia beijado ninguém e muito
menos transado com alguém, então ter sentido tesão, enquanto devorava a
boca do meu chefe, quase me levou à combustão espontânea.

Assim que cheguei à empresa, passei pela recepção e cumprimentei


as meninas do local. Logo estava no elevador, subindo até o último para
chegar até minha mesa.

No entanto, assim que comecei a caminhar na direção do lugar,


estaquei, pois a porta da sala de Apolo estava aberta. Bom, ele não tinha
passado mal nem nada do tipo e já havia chegado bem antes de mim.

Deus, eu precisaria de ajuda naquele dia e nos próximos até que


aquele pequeno fato que aconteceu no sábado fosse esquecido. Respirei
fundo e voltei a caminhar, deixei minha bolsa no mesmo lugar e fui fazer o
de sempre, ligar o computador e ir pegar o café de Apolo.
Tomando toda a coragem possível, fui até sua sala e antes de entrar,
dei duas batidinhas na madeira do lugar. Meu chefe, encarava alguns
papéis, mas assim que ouviu as batidas levantou seus olhos e me encarou.

— Bom dia, senhor! — Consegui dizer, mesmo que meu coração


estivesse mais do que disparado, ele estava cavalgando em meu peito,
prontinho para fugir de dentro de mim.
— Bom dia, Sofia! — A voz grossa de Apolo, tomou meus ouvidos e
minha pele se arrepiou.

Eu estava completamente fodida!


— Vou trazer o café do senhor e logo envio a agenda de hoje —
murmurei entrando no escritório, sentindo os olhos de Apolo percorrerem
meu corpo.

— Não precisa, já peguei o café.


Estaquei pela segunda vez em menos de dez minutos.

— Por que o senhor fez isso? — perguntei, meio chocada.

— Cheguei mais cedo, não vi problema em adiantar essa parte para


você.

Deixei que meus olhos se voltassem para Apolo e sussurrei:


— Senhor, eu…

— Sofia, eu sei o que você vai dizer. Para que eu não a trate diferente
por causa do que aconteceu. Não estou tratando, só cheguei mais cedo e
peguei meu próprio café. Meus dedos não irão cair por eu ter feito isso.

Apolo me deu um sorriso de lado e eu quase implorei para que ele


parasse de fazer aquilo.
— Tudo bem, senhor! Posso lhe ajudar em mais alguma coisa, antes
de voltar para minha mesa?

— Não, está tudo bem, Sofia!

Assenti e lhe dei as costas, mas antes de sair, Apolo sussurrou:

— Não consegui dormir mais de duas horas nesse final de semana.


Olhei por cima do meu ombro e indaguei:

— Por que, senhor?

— Porque eu só conseguia me lembrar de você e da sua boca.

Engoli em seco com aquela confissão e sem saber como reagir àquela
confissão, eu simplesmente saí da sala de Apolo e voltei para minha mesa.
Eu realmente estava muito fodida… muito…

Antes que pudesse me sentar na minha mesa, voltei até a sala do meu
chefe de forma completamente abrupta e quando Apolo me encarou, eu
disse:

— Vamos esquecer aquele incidente, senhor.

Ele teve a pachorra de sorrir, com aquela boca carnuda que eu queria
tanto poder passar minha língua por ela.
— Desculpe, Sofia! Não vou esquecer e pretendo fazer aquele
incidente acontecer mais vezes.

O choque passou pelo meu corpo e até dei um passo para trás com o
que ele disse.
— Senhor, não sei se isso é certo — murmurei.
— Não me importo, amo fazer coisas erradas, mesmo que eu não
ache que seja um erro.

— Apolo… — Não consegui pensar no que dizer para que ele


parasse de falar daquela maneira.
— Não fique tão assustada, Sofia. Não farei nada que não me permita
e para provar isso, é que estou sentado nesta cadeira, me segurando para
não ir aí e reivindicar sua boca para mim mais uma vez.

Engoli em seco, sentindo minha garganta quase seca por ter ouvido
aquela declaração.

Sem saber o que dizer, dei as costas para Apolo e voltei para minha
mesa.

Puta que pariu!


Minhas pernas haviam bambeado e meu corpo estava todo arrepiado.
Se ele falasse mais alguma coisa relacionada ao nosso beijo, eu não
conseguiria resistir…

Não conseguiria mesmo…


CAPÍTULO 11

Já tinha seis dias que havíamos nos beijado e de toda forma que Sofia
pudesse me evitar ela fazia. Continuou sendo uma ótima secretária, mas o
que eu mais queria, que era conversar com ela como sempre fazíamos, não
estava conseguindo.

Naquela sexta-feira, quase dando o horário de acabar o expediente,


Sofia entrou na minha sala, para me informar que naquele final de semana
uma grande quantidade de reservas com a empresa haviam sido fechadas e
que seria o recorde em um único final de semana, termos mais de três mil
hóspedes por toda a Grécia.

— Fico muito feliz pelo senhor — comentou, me dirigindo um


sorriso sincero.
O que não consegui retribuir, porque não estava gostando da forma
como ela havia me tratado naqueles dias.

— Obrigado, Sofia! — respondi de forma rabugenta.


O sorriso dela morreu aos poucos.

— Aconteceu alguma coisa, senhor?


— Sim!

Ela se aproximou da minha mesa.

— Posso ajudar em algo? — indagou preocupada.

— Parando de me evitar? — retruquei, ainda emburrado.

Minha secretária passou uma das mãos pela testa, mas não conseguiu
impediu que um sorriso surgisse em sua boca maravilhosa.

— Não estou evitando o senhor — respondeu.


— Está sim! Nem conversa comigo mais, eu te beijei e quero beijar
de novo, mas também não quero perder a amizade que construímos nesses
meses.

Sofia ficou sem graça.

— Me desculpe, não sabia que havia chateado o senhor.

— Me chateou e agora eu fico parecendo uma criança emburrada.

Ela sorriu e eu não consegui evitar a retribuir o seu sorriso.

— Eu só não sei como agir, senhor.

— Só aja como você é. Eu não vou parar de te querer, mesmo que


você me trate como um idiota.
Sofia me encarou como se eu tivesse falado a maior asneira do
mundo e depois de respirar fundo, disse:

— Eu não trato o senhor como idiota.

— Mas eu acho que devo ser um, por estar te pressionando tanto.

Ela balançou a cabeça, como se para desvencilhar algum pensamento


e sorriu para mim.
— Eu acho melhor ir embora. Bom final de semana, senhor.

Sem conseguir me controlar, levantei-me da cadeira e caminhei até


minha secretária, segurando seu braço para impedi-la de sair da sala.
No entanto, deixei meu toque leve, para não machucar a pele
delicada de Sofia.

Ela me encarou em choque e percebi que soltou o ar quase sôfrego


pela boca.

— Não consigo parar de pensar na sua boca, Sofia. No gosto do seu


beijo, da sua língua na minha.

Vi o lábio inferior de Sofia tremer levemente.

— Me dá mais um beijo? — pedi.

— Apolo, estamos confundindo as coisas.

— No meu entendimento não tem nada confundido. Eu te quero, só


isso, e se você permitir, eu posso te mostrar diversas possibilidades que
poderão ser prazerosas.

Ela fechou os olhos e respirou fundo.


— Você é meu chefe. Não pode querer certos tipos de coisas
comigo.

Sorri de lado, mas ela continuava com os olhos fechados.


— Não tenho pensamento arcaico. Não ligo para regras de
relacionamento na empresa — sussurrei.

Mas quando Sofia abriu os olhos, eu vi que eles haviam mudado de


tonalidade. Mostravam de uma forma quase irresistível, um fogo passar por
eles.
Sofia levantou sua mão e espalmou na madeira da porta, fazendo com
que se fechasse e nos escondesse de qualquer olhar bisbilhoteiro.

— Posso me arrepender disso depois, então me beije logo, Apolo.


E não precisou de mais nada, para puxar seu corpo para o meu e
grudar minha boca na sua.

Sua língua logo estava sobre a minha e com o desejo me deixando


completamente descontrolado, desci as mãos pelas costas de Sofia e mesmo
sem permissão passei por sua bunda, fazendo com que um gemido
escapasse dos seus lábios.

Com um impulso, subi seu corpo, fazendo minha secretária entrelaçar


suas pernas em minha cintura e eu a segurei contra mim, logo batendo seu
corpo na porta diante de nós e continuei devorando sua boca.

Sofia se esfregou em meu corpo e passou as mãos pelos meus


cabelos. Eu adorava sentir seus toques e mal havia provado e já estava
viciado naquela mulher.
Afastei minha boca da sua, mas não para longe, e sim para depositar
beijos no seu queixo, aproveitando para descer pela sua garganta e logo ir
parar na curva do seu pescoço.

A respiração de Sofia estava mais forte e quando mordi levemente o


seu pescoço, ela deixou um gemido baixinho escapar. Não consegui resistir
e levei uma das minhas mãos para o seu seio e o apertei com força.

Sofia, soluçou de prazer, ao sentir meu toque.

Voltei a beijar sua boca, sugar sua língua com a minha e ela começou
a rebolar em meu corpo. Afastei com meus dedos, o decote da blusa de
Sofia e logo a renda do sutiã apareceu, fui obrigado a afastar minha boca da
sua e observar a sua pele ali.

Não o afastei do lugar, pois não sabia até que ponto poderia avançar
com ela e vendo minha hesitação, Sofia, afastou a renda do sutiã, deixando
o mamilo durinho à mostra.

— Ai, caralho! — rosnei.


E minha secretária sorriu.

Levei meus olhos para os seus e gemi.

— Eu vou saborear você.

Ela assentiu, mas quando fui levar minha boca ao seu mamilo, vi um
líquido branquinho escorrendo por lá.
Voltei meus olhos para ela e levantei minha sobrancelha para que ela
confirmasse o que eu achava que era. Suas bochechas estavam coradas e eu
percebi que ela ficou sem graça.

— Ainda amamento a Arianna.

Sorri de lado, sem me importar com aquilo e também para mostrar a


ela que não tinha problema. Levei a ponta da minha língua, lambendo o
líquido no seu seio. O gosto adocicado tomou minha boca e sem me
importar, suguei seu mamilo com força.

E quando senti mais um pouco do líquido escorrer pela minha boca,


fiquei meio desnorteado. Talvez aquele fosse um fetiche, afinal, eu estava
literalmente mamando Sofia.
Puta que pariu!

Meu pau ficou mais duro que nunca e se não tomasse cuidado iria
acabar gozando na cueca.

No entanto, fui interrompido, porque o meu celular tocou.

Mesmo sem querer, afastei minha boca do seu seio e encarei Sofia
com pesar.
— Fica aqui, para continuarmos isso — pedi.

Ela sorriu e murmurou:

— Preciso ir curtir minha filha um pouco.

— Eu te levo para casa, só me espera, pode ser?


Sofia mordeu o lábio inferior, mas assentiu e eu afastei meu corpo do
seu. Deixando que o celular tocasse um pouco mais, para beijar novamente
a boca da minha secretária que estava tão entregue a mim.

Segurei seu seio e apertei o mamilo mais uma vez e por fim me
afastei, para atender o maldito celular.

Enquanto falava com um dos gerentes de uma das filiais, fiquei


encarando Sofia ajeitando sua roupa.

Eu estava louquinho naquela garota…


Como um adolescente apaixonado…

Por um momento, o tempo parou, quando pensei naquela palavra.

Eu estava apaixonado, não tinha como negar.

Nunca pensei que ficaria maluco por uma mulher daquela forma e
também não imaginei que fosse me apaixonar de forma tão inesperada.
Jurei que aquilo de se apaixonar rápido, só acontecia em ficção, mas
ali estava eu… todo ferrado pela minha secretária.

E não podia negar que estava gostando daquilo…

Gostando demais.
CAPÍTULO 12

Talvez ainda sentisse minhas bochechas corarem, pela forma como as


coisas haviam acontecido na sala de Apolo, mas… como eu poderia evitar
deixar que aquele pequeno incidente acontecesse novamente?

Apolo parecia me ter em sua mão, à medida que ele me encarava, ou


me beijava, eu sentia mais necessidade de cometer ainda mais loucuras com
ele.
Quando ele desligou o telefone me encarou com aquele olhar que
tinha quase o poder de arrancar minha roupa e sorriu para mim.

— Vamos?

Assenti, sentindo minhas bochechas corarem mais um pouco.


Ele se levantou de sua cadeira e antes que eu pudesse sair de sua sala,
Apolo segurou minha cintura e beijou meu pescoço.

— Não precisa ficar envergonhada — sussurrou, depois mordeu o


lóbulo da minha orelha.

Minha pele se arrepiou, mas consegui voltar meus olhos para o de


Apolo.

— Você é meu chefe…

Ele colocou seu indicador sobre minha boca e sorriu de lado.

— Sou seu chefe, mas também sou um homem louco por você, então
a parte de chefe fica em segundo plano, ou até mesmo em terceiro.

Mordi meu lábio inferior e Apolo levou seus dedos ao meu queixo,
puxando-o para baixo, para que eu parasse de morder o meu lábio.

— Não morde assim, se não eu me esqueço de tudo e vou querer só


te beijar.

Não consegui segurar e acabei abrindo um sorriso.

— Você sabe ser bem galanteador, Apolo!

— Quando quero alguém, tento ser o homem ideal e Sofia, eu te


quero pra um caralho!

Soltei uma lufada de ar mais forte pela boca, já que senti minha
calcinha se encharcar com aquelas suas palavras.

— Acho melhor irmos, antes que eu possa cometer mais loucuras do


que o esperado.

— Quais seriam essas loucuras? — Apolo indagou, prendendo meu


corpo à porta do escritório.
— Vamos? — Tentei me desvencilhar do seu toque e como ele não
era um idiota, ele assentiu e se afastou.

Saí da sala, pegando minha bolsa. Logo meu chefe saiu do seu
escritório e nós caminhamos juntos para o elevador. Devido ao nosso
pequeno ato safado em sua sala, a maioria dos funcionários já haviam ido
embora e eu agradeci mentalmente por aquilo, já que não queria que
ninguém nos visse juntos, para não espacar nenhum comentário sobre nosso
envolvimento que eu nem sabia se poderia nomeá-lo daquela forma.

Entrei no carro, após Apolo abrir a porta para mim e coloquei o cinto
em seguida. Apolo se sentou atrás do volante e começou a ganhar as ruas de
Santorini. O dia estava começando a cair no crepúsculo e eu não podia
negar o quanto o céu daquela cidade era maravilhoso.

Nunca, enquanto morava nos Estados Unidos, vi um céu tão limpo e


com um final de tarde tão bonito. A Grécia havia me proporcionado
diversos bens e um deles era a visão maravilhosa das coisas incríveis que
aquele país possuía.

— Sofia, eu não quero parecer um abusador, assediador, ou algo do


tipo, mas se você me permitir, eu vou investir em te conquistar.

Aquela informação me pegou tão de surpresa, que tirei os olhos do


céu e voltei-me para Apolo.

Observei seu rosto de perfil, a barba leve que tomava seu rosto dava
um charme a mais para ele, a boca carnuda era quase uma perdição e o
pomo-de-Adão sobressaltado em seu pescoço, era quase um tesão.

Não entendia os meus fetiches pelos homens, mas achava lindo,


quando aquela pequena parte do corpo era sobressaltada daquela forma, me
fazia sentir um desejo que eu não sabia explicar.
— Apolo, não te acho um abusador. Eu já conheci abusadores e você
não é nada disso. Só não sei se é certo nos envolvermos da forma que você
quer.

Eu não sabia o que as pessoas poderiam falar ao saber que eu havia


beijado o meu chefe, imagina se soubessem que mais cedo ele foi muito
mais além.
Enquanto sugava o leite em meu seio… puta que pariu! Aquilo
parecia tão errado e ao mesmo tempo tão certo, fiquei com tanto tesão que
quase gozei sem nem mesmo ser estimulada em minha vagina.

— Por que não seria certo? — Ele indagou, no momento que parou
em um sinal.

Seus olhos claros se voltaram para os meus e um sorriso tomou sua


boca.

— Por você ser meu chefe?


Elevei uma sobrancelha ao perguntar.

— Sofia e por qual motivo isso importa?

— Você não se sentiria mal, se as pessoas começassem a falar de


nós? — questionei.

— Não! Até porque as únicas pessoas que devem se importar


conosco, somos nós mesmos. Estou pouco me fodendo para o que vão dizer.
Não tenho pensamentos arcaicos e muito menos preconceituosos, onde o
chefe não pode se envolver com uma funcionária. Claro que se eu tivesse
falando de assédio, estaria contra, mas se você me corresponder, eu juro que
posso ser o melhor homem que irá te conquistar.
Meu coração disparou com o que ele havia me dito. Como Apolo
podia ser tão maravilhoso daquela forma?

Nunca imaginei que conheceria um homem tão verdadeiro e mesmo


que eu não quisesse me sentir enganada, eu sabia que aquele homem, não
estava falando aquelas palavras da boca para fora.
Ele não era como Rick, aquele imbecil que se achava o melhor
homem do mundo e que adorava agredir uma mulher, só para mostrar que
podia fazer aquele tipo de coisa.

— Acho melhor mudarmos de assunto — murmurei, pois mesmo que


estivesse me sentindo completamente rendida pelas palavras de Apolo, não
queria ter esperança com algo que eu sabia que poderia dar muito errado.

— Como você preferir.

Ele respondeu, mas percebi que ficou meio triste ao falar as palavras.
Quando chegamos em minha casa, pensei em só me despedir e desejar um
bom final de semana para Apolo, no entanto ao encará-lo, seus olhos
pareceram tão esperançosos, que fui obrigada a perguntar:
— Quer entrar?

Ele pareceu surpreso, seus olhos até mesmo brilharam com a minha
pergunta.

— Posso?

Sorri para ele, que pareceu empolgado demais, só por eu tê-lo


convidado a entrar na minha casa.
— Pode!
Ele saiu do carro, parecia tão feliz, contornou o automóvel e abriu a
porta para mim. Estendeu sua mão que aceitei de bom grado e depois
também saí do carro.

— Vou pegar Arianna na casa da minha vizinha.


— Claro!

Apolo travou o carro e ficou parado em frente à entrada da minha


casa, enquanto eu caminhei até a casa de Dorotéia e dei batidinhas na porta
que logo foi aberta pela minha vizinha.

— Oi, querida! Chegou mais cedo!

— Recebi uma carona. — Senti minhas bochechas corarem.


E como minha vizinha era uma senhora muito curiosa, ela colocou o
rosto levemente para fora da casa e viu meu chefe me esperando.

Ela arregalou os olhos e escancarou a boca, mas soltou um sorrisinho


zombeteiro.

— Entendi! — murmurou e foi pegar Arianna.

— Não é nada disso que está pensando — sussurrei, assim que ela
entregou Ari para mim.
— Eu nem disse nada.

Por sua expressão cheia de segundas intenções, fui obrigada a revirar


os olhos, o que arrancou uma gargalhada da senhorinha.

— Obrigada, Dorotéia.

— Por nada, meu amor! Tenha um ótimo final de semana!


Deu-me uma piscadela o que me pprovocou uma careta. Afastei-me
da entrada da sua casa e caminhei até onde o meu chefe estava.

Arianna, completamente curiosa, encarou-o com seus olhinhos cheios


de expectativa.
— Oi, Arianna! — Apolo a cumprimentou com um sorriso lindo nos
lábios e minha menina sorriu para ele.

— Oi! — Ari respondeu ao cumprimento, sorrindo em


correspondência ao meu chefe.

Abri a porta e coloquei minha pequena no chão, para que pudesse


começar a fazer suas peraltices. Olhei por cima do meu ombro e murmurei:

— A casa é simples, mas sinta-se à vontade.

Apolo entrou, mas percebi que ele olhava para Arianna como se
estivesse bastante apaixonado pela minha menina. Seus olhos brilhavam de
forma alegre e um sorriso estampava seus lábios.

— Ela já te conquistou, só com um oi? — indaguei, pois sabia que


aquela menina tinha o poder de ganhar corações.
— Sempre quis ser pai, então… Adoro crianças.

Depositei minha bolsa em cima da mesa, que era a única divisão


entre a sala e a cozinha e voltei minha atenção para o meu chefe. Cruzei
meus braços enquanto o encarava.

— Não sei se essa foi uma indireta para mim — murmurei e fiz os
olhos de Apolo se voltarem na minha direção.

— Já deixei o que quero com você bem evidente, e claro que se


aceitar o que pretendo fazer, também me tornarei o pai dela.
Meu Deus!

Eu conhecia meu chefe há uns quatro meses, ou menos, e ele estava


falando que queria ser o pai da minha filha?

É óbvio, que coração de mãe era bobo e ali estava eu, toda besta pela
forma que Apolo falou, sem julgamentos por eu ser uma mãe solteira.

— Você joga pesado com todas as suas cartas, Apolo — murmurei.


Ele sorriu de lado, me deu uma piscadela e sussurrou:

— Se me faltar cartas, eu faço de tudo para conseguir mais, até


roubá-las de qualquer adversário, só para poder obter o que desejo. —
Apolo se aproximou de mim, não tanto, já que Arianna estava na sala e
poderia ver qualquer coisa que ele tentasse fazer. — E por você, eu faria
muito mais, Sofia. Porque eu te quero e só vou desistir de você se me
mandar parar, já que se aceitar o que quero te dar, movo o mundo para te
provar como pode ser a mulher mais feliz e realizada ao meu lado.

Tudo bem!

Ele estava jogando pesado, e eu… bom, eu estava acreditando em


tudo que Apolo me dizia e já estava toda derretida pelo homem que me
prometia muito mais do que eu desejava.

Pensei que estaria imune a qualquer conquista, mas meu chefe


parecia diferente e talvez eu estivesse começando a querer descobrir se ele
realmente era tudo o que me prometia.
CAPÍTULO 13

Talvez eu devesse ter vergonha do tanto que virava um cachorrinho,


quando tentava ser romântico com Sofia. No entanto, eu não podia dizer
que não gostava de lhe falar frases como a que disse mais cedo, sobre jogar
as cartas que fossem necessárias.

Até porque, Sofia, era simplesmente perfeita e precisava entender o


quanto eu estava maluco por ela, o quanto não conseguia para de pensar
nela, desde que entrou em meu escritório há alguns meses.

Caralho! Eu sonhava com aquela mulher e quando a beijei pela


primeira vez, pensei que tinha encontrado o meu porto seguro e puta que
pariu! A partir do momento que a beijei novamente, tive total certeza de
que estava certo. Eu queria Sofia e não mediria meus esforços para
conquistá-la.
Naquele momento, depois que ela me deixou na sala, para tomar um
banho rápido e voltou usando um vestido de tecido fino, com uma alça
ombro a ombro, que possuía pequenas flores amarelas, eu soube que ela
teria que ser minha de verdade.

Caso contrário eu não conseguiria viver em um mundo que ela não


me desse uma chance.

Seu cabelo estava preso em um coque, com alguns fios bagunçados,


até mesmo pelo banho. Ela tinha deixado Arianna comigo, depois de dar
banho nela e a garotinha, estava sentada ao meu lado, brincando com uma
boneca. Sem contar que ela havia me entregado outra, provavelmente para
brincar com ela e aquilo fez com que Sofia chegasse à sala e visse que sua
filha e eu estávamos em um entrosamento engraçado.

— Então, você está brincando de boneca, senhor? — Deu ênfase na


última palavra, porque provavelmente queria deixar claro que eu era um
CEO e que estava ali, rendido por uma garotinha de dois anos.
— Fui conquistado por essa brincadeira.

Sofia, parecia à vontade com minha presença em sua casa. Ela sorriu
e murmurou:

— Filhinha, vamos dormir?

Arianna olhou para a mãe e só naquele momento, percebi que seus


olhinhos estavam mais pesados.

— Acho que não sou muito bom para cuidar de crianças — comentei,
quando Sofia pegou a bebê em seus braços.

— Só não está acostumado, mas logo se torna algo normal.


A garotinha deitou no ombro de Sofia e não precisou muito para que
fechasse seus olhos e deixasse o sono vencer.

— Quer dizer que irá pensar na proposta de eu ser o pai dela? —


Joguei as palavras, tentando não parecer tão ansioso.
Sofia abriu outro dos seus sorrisos tímidos.

— Quem sabe o que o futuro nos reserva, não é mesmo?


Aquilo não era um não, então, talvez fosse melhor do que uma recusa
direta.

— Posso aceitar isso.


— Vou colocá-la na cama, logo volto e preparo algo para jantarmos.

— Não se preocupe comigo, posso até mesmo pedir algo para


comermos. — Ao falar aquilo pensei em Arianna. — Ela dormiu sem
comer nada?

Sofia me direcionou um sorriso gentil.

— Ela janta na casa de Dorotéia. Porque sempre dorme muito antes


de eu ter tempo de preparar algo.

— Entendi.

Sofia me encarou por um momento, mas logo murmurou:

— Daqui a pouco volto.

Assenti e ela foi para o quarto. Enquanto Sofia colocava Arianna para
dormir, reparei ao redor. Sua casa era simples, com algumas fotografias da
criança e outras dela.
Não tinha nenhuma com o pai de Arianna, o que achei bom, já que
não sabia muito sobre a vida de Sofia, e nem como ela poderia ter
terminado como mãe solteira.

Peguei um porta-retratos em minha mão e sorri para a imagem que


encarei. Era Sofia com Arianna, as duas sorriam e estavam na Praia
Vermelha, uma das praias mais visitadas pelos turistas e eu talvez tivesse
considerado aquela foto a mais linda de todas as outras que estavam
dispostas por ali.
— Eu também amo essa foto — Sofia, murmurou, quando se
aproximou de onde eu estava.

Olhei para ela e falei:

— Talvez tenha se tornado a minha preferida.

Depositei o porta-retratos no lugar e encarei Sofia.


— O que quer comer? — perguntei.

— Não sei! Eu costumo fazer algo rápido e leve para a janta, não
gosto de comer nada muito pesado à noite.

— Posso pedir uma salada, você sabe que a nossa salada é amada no
mundo todo?

— Sei! — Sofia respondeu.


— Ou uma Gemista. Não é uma comida muito forte e tem proteína, o
que é bom para você.

Sofia sorriu e indagou:

— Por que seria bom para mim?


Um pensamento pervertido passou pela minha mente, mas tive que
compartilhar com Sofia, pois queria ver a sua reação.

— Você está muito magrinha, talvez precise de mais proteína para me


aguentar.

Percebi no mesmo momento as bochechas dela corarem.

— Hoje você está bem direto, Apolo!


— Acho que isso é verdade, mas só estou assim, porque é com você
que estou falando e sinto que tenho liberdade para confessar o que sinto,
quando estou perto de você.

Sofia abaixou seus olhos, provavelmente não querendo me encarar e


murmurou:
— Pode ser a salada.

— Ótimo!
Depois de fazer o pedido, lembrando-me de pedirem para tirar a
cebola, o que achei uma ofensa, pois era o diferencial na salada, mas Sofia
disse que não gostava, eu travei a tela do celular e encarei minha secretária.

— E agora, o que faremos até o jantar chegar? — perguntei,


querendo saber até onde eu poderia avançar com Sofia naquele dia.
Ela se aproximou de mim e murmurou:

— Indo contra tudo o que acho certo… — Ela fez uma pausa. —
Acho que você devia me beijar, só para eu lembrar o motivo de ainda não
ter mandado você embora da minha casa.

Sorri para ela e a puxei pela cintura.


Se ela queria ser beijada, eu faria como preferisse e só depois
pensaria em como seguiríamos com aquilo que estávamos começando a ter.
CAPÍTULO 14

3 meses depois

Estava nervosa, porque Apolo realmente estava se empenhando em


me conquistar. Eu ainda não o amava, nem sentia alguma paixonite, mas me
sentia encantada e até mesmo enfeitiçada.

Acho que havia sofrido tanto com Rick, que chegou a ponto de eu
demorar a ser conquistada por alguém. O que era tão errado, pois Rick me
conquistou tão rápido e depois me mostrou o quanto podia ser um escroto.

Já Apolo, a cada dia que passava, ele só me mostrava mais e mais, o


quanto podia ser maravilhoso, carinhoso e romântico. Romântico em um
nível tão insano que às vezes eu chegava a cair na gargalhada por achar que
ele estava um pouco brega, mas era um brega tão lindo que eu não
conseguia ficar ansiosa para receber o próximo passo que ele impunha para
me conquistar.

Naquela noite em especial, ele tinha me convidado para jantar fora,


para comemorar um novo investidor que havia fechado uma parceria com a
empresa.

No entanto, era exatamente aquele jantar que estava me deixando


nervosa. Eu e Apolo estávamos trocando alguns beijos e até mesmo
algumas carícias durante aqueles meses, mas nunca tínhamos ido para a
cama, não que ele não quisesse, porém, eu não sabia se estava pronta.

A única vez que Apolo chegou a encostar sua boca em meu seio, foi
no seu escritório, o que já parecia uma eternidade.

E novamente aquilo me lembrava o porquê de estar nervosa, já que


estava indo a um jantar com ele e não sabia o que poderia acontecer naquela
noite.

Dorotéia tinha se prontificado a ficar com Arianna e eu lhe agradeci,


pois se não fosse por ela, eu nunca sairia naquela noite.

Respirei fundo e caminhei para a frente do espelho de corpo inteiro


que tinha em meu quarto, me olhando mais uma vez no reflexo para ver se
eu realmente estava apresentável.

Claro que eu era linda, eu nunca neguei aquele fato, mas estava me
sentindo insegura de sair com Apolo. Eu não sabia onde ele podia me levar
e minhas roupas não eram de grife, se alguém tentasse me humilhar por
aquilo, me sentiria arrasada e provavelmente nunca mais conseguiria dar
algum passo com Apolo.

Eu havia passado babyliss nos cabelos e eles estavam com ondas, o


vestido que eu usava era vinho e possuía mangas borboletas, um decote em
formato de “u”, era colado à minha cintura e com a saia um pouco rodada
que pegava um pouco acima dos meus joelhos.

Eu estava usando um salto fino e uma bolsa pequena, para levar


somente o documento e o celular. A maquiagem não era muito forte, só algo
para realçar os olhos e um batom cor da boca, para deixá-los hidratados.

Ainda estava reparando na minha imagem, quando duas batidas na


porta chamaram minha atenção.

Ele tinha chegado!

Caminhei até a entrada e assim que abri a porta, fiquei um pouco sem
ar. Apolo estava tão despojado, que eu meio que senti minhas pernas
bambearem. Ele tinha tirado a barba e estava com o rosto limpo, usava um
suéter creme e uma calça jeans escura. Seus cabelos estavam jogados para
trás, como ele sempre gostava de fazer e o sorriso que aparecia em seus
lábios, quase molhou minha calcinha.

— Pelos deuses, Sofia! Eu devo ter morrido e ido direto para o céu.

Soltei uma gargalhada com o que disse.

— Então eu deveria dizer o mesmo, porque você de barba é um


pecado, mas sem ela e todo despojado desse jeito, sem o seu terno de
sempre, meio que me deixou…
Não consegui terminar de dizer o que queria, pois percebi que estava
divagando demais. Principalmente quando observei o sorriso de Apolo
aumentar ainda mais.

— Vamos?

Assenti e aceitei a mão que havia me estendido. Tranquei a porta de


casa e caminhei até o carro de Apolo.
Depois de estarmos acomodados, ele deu partida e seguiu pelas ruas
da cidade. Quando chegamos em um dos restaurantes mais conceituados de
Santorini, senti meu coração disparar.

Meu Deus!

Aquilo ali deveria ser extremamente caro.

Engoli em seco, assim que Apolo abriu a porta e me estendeu a mão.


Aceitei, meio envergonhada e ele pareceu perceber que algo estava errado.
— O que foi? — perguntou, meio preocupado.

— Estou com medo de te envergonhar — confessei.

Apolo cerrou o cenho e perguntou, sem entender nada.

— Envergonhar por quê, minha linda?


A pequena palavra de carinho me emocionou e fez até minha
garganta travar.

— Você sabe que sou uma mulher simples, não tenho uma classe
social elevada para estar em lugares como esse.

Apontei para o restaurante que tinha uma vista incrível para um dos
maiores pontos turísticos de Santorini: A Caldera[1].

— Sofia, pelos deuses, você acha que me importo com isso?


Apolo falava como se eu estivesse sendo somente uma boba, com
preocupações supérfluas, mas não era, eu realmente estava me sentindo
mal.

Dei de ombros e ele se aproximou de mim. Segurou minha cintura,


mas não quis encarar seu rosto, estava com medo do que poderia encontrar
em seu olhar, no entanto, Apolo segurou meu queixo com uma de suas
mãos e fez com que meu olhar se voltasse para ele.

— Primeiramente, você poderia estar usando somente trapos, que


ainda seria a mulher que eu pararia para olhar, para admirar, para morrer de
desejo. Segundo, eu já lhe disse que não me preocupo com o que falam, eu
estou pouco me fodendo para a opinião alheia. Sou um homem recluso, que
não gosta muito de contato com outras pessoas, mas é só porque eu acho os
seres humanos complicados. No entanto, nunca deixei que a opinião deles
mudasse o que eu quero e eu só quero você nesse momento e tenho absoluta
certeza de que continuarei querendo daqui a um dia, mês, ano,
provavelmente por toda a minha vida.
Engoli em seco com suas palavras e Apolo continuou:

— Eu quero que você entenda, Sofia. Estou completamente


apaixonado por você e eu acabaria com o mundo, se fosse somente para que
você continuasse sorrindo. Para de se importar com os outros e se importe
com o que eu tenho para te oferecer. Eu quero te conquistar, então, lide
somente com isso. E se for para te deixar feliz, eu fechei essa noite somente
para nós. O restaurante só terá, você, eu e alguns funcionários.
Meu coração disparou com a sua declaração… Apolo disse que
estava apaixonado, disse que só se importa comigo, fechou o restaurante
todo para nós.

Puta que pariu!

Aquele homem iria me matar… me matar de tanto amor que estava


me oferecendo.

— Está pronta para curtir a sua noite comigo? — indagou, com sua
voz grossa, mas tão doce que quase me fez desfalecer em seus braços.
— Estou! — Quase gaguejei, mas consegui responder.

Apolo sorriu, tirou a mão do meu queixo e depois de segurar a minha


mão, caminhou em direção à entrada do restaurante.

Seria muito fácil acreditar nas palavras de Apolo e eu… talvez eu


tenha julgado meus sentimentos por ele de forma errada, porque naquele
momento, eu tinha quase certeza de que meu chefe despertou algo há muito
tempo adormecido dentro de mim.

Ele parecia ter pegado aqueles pequenos cacos que ainda estavam
destroçados em meu coração e os colou de uma forma que seria muito
difícil de fazer se quebrar novamente.

— Obrigada, Apolo! — sussurrei e pensei que seria quase impossível


ele me ouvir, já que falei muito baixo.

— Não me agradeça, eu não fiz nada demais.


Se ele soubesse que estava fazendo mais do que eu pensei que
merecia.

Já que era para tentar algo, então eu tentaria de verdade. Esqueceria-


me do meu passado e começaria a viver aquele presente que estava se
mostrando completamente maravilhoso.

Maravilhoso, como Apolo Galanis, o grego que estava mudando toda


a minha vida.
CAPÍTULO 15

O jantar havia sido fantástico, com o passar dos minutos, Sofia,


começou a se abrir mais, aquela expressão meio receosa sumiu de seu rosto
e ela se entregou à nossa noite.

Tinha chamado o garçom, para fechar nossa conta, já que passava das
dez da noite e aproveitei, enquanto ele não voltava, para ficar reparando na
mulher à minha frente.
— Não sei se já deixei claro, mas você está incrível, Sofia.

Seus olhos castanhos amendoados, se voltaram para os meus e um


sorriso modesto surgiu em seus lábios.

— Você como sempre sendo o homem que faz meu ego aumentar.
Segurei a mão de Sofia por cima da mesa e acariciei sua pele com
meus dedos.

— Eu sou sincero. Já deixei isso claro para você, Sofia.


— Eu sei, mas não acredito que sou essa perfeição toda que você
prega.

— Mas é! Para mim, você é a mais perfeita, mais linda, maravilhosa,


dedicada… a mulher que eu quero.

Não era conhecido por elogiar alguém, então quando fazia aquilo era
por ser verdadeiro. E Sofia, mesmo que eu estivesse completamente na sua,
eu não dizia aquilo da boca para fora, pois eu sabia reconhecer uma
perfeição quando via uma.

— Apolo, assim fica difícil me manter imune a você.


— Você quer se manter imune a mim? — indaguei, mas fomos
impedidos, já que o garçom trouxe a conta e depois de pagar, voltei meus
olhos para Sofia e levantei uma das minhas sobrancelhas já que ela não
havia me respondido.

— Eu não sei o que quero. Tenho medo de fazer tudo o que tenho em
mente e acabar com meu coração partido.

Sabia muito bem que aquela mulher tinha passado por algo muito
ruim, para ter deixado sua cidade natal para trás e vir para um país
completamente estranho começar uma nova vida, ainda tendo que cuidar de
uma criança sozinha.

Por isso, entendia o seu receio.

— Quer descobrir junto comigo o que quer?


Minha pergunta não pareceu surpreender Sofia, já que ela sabia que
eu estava disposto a tudo para conquistá-la.

— Apolo, eu ainda não sinto o que você sente por mim. Tenho medo
de te machucar por não corresponder ao seu amor.
Claro que sabia que ela não sentia o mesmo por mim, até porque eu
estava avançando bem mais rápido do que imaginei com meus sentimentos
por ela.

Mas talvez, fosse porque eu sentia que Sofia era a mulher da minha
vida, por isso, estava pronto para ser dela, mesmo que ela ainda não sentisse
nada do que eu sentia por ela.

— Eu não estou te exigindo nada, Sofia. Só estou pedindo que deixe


o caminho livre para te conquistar e sei que em algum momento o seu
coração será meu, assim como sinto que o meu é seu.

— Então, você não vai me exigir nada? — questionou.

— Não, só quero que você continue, deixando que eu te conquiste.


Em algum momento você perceberá que você e eu, podemos ser perfeitos
juntos.

Ela assentiu e se levantou da mesa.


— Acho que podemos ir embora — murmurou.

— Claro!

Levantei-me da cadeira e olhei para a mulher deslumbrante à minha


frente. Ela engoliu em seco e se aproximou de mim até apoiar uma de suas
mãos em meu peito e sussurrar:

— Dorotéia, disse que pode ficar a noite toda com Arianna.


Franzi o cenho sem entender o que ela estava tentando me dizer.

— Você quer ir para outro lugar?

Sofia sorriu e se aproximou ainda mais de mim, para poder dizer as


palavras próximas ao meu ouvido.

— Eu quero ser conquistada por você, Apolo! Chega de pensar que


você é meu chefe e que isso pode dar errado, quero tentar voltar a confiar
em um homem, mas também não sou cega e muito menos estou morta, e
sim louca para sentir suas mãos sobre mim, enquanto você me fode.
Senti meu pau no mesmo momento ficar rígido e eu queria mostrar
para Sofia o que ela poderia encontrar quando me deixava daquela forma.

— Tá falando sério? — perguntei, um pouco sem ar.


— Tô!

— Vamos para minha casa, então?


Ela se afastou e mordendo o lábio inferior assentiu.

Peguei sua mão e saímos do restaurante. Eu só desejei que minha


casa fosse um pouco mais perto, pois tinha certeza que a meia hora que
demorava para chegar lá, seria uma eternidade mais do que normal.
Entramos no carro e eu dei partida indo na direção da minha casa. O
que aconteceria naquela noite, provavelmente seria o ápice da minha
felicidade, desde muito tempo.

Passei meus olhos por Sofia e ela retribuiu meu olhar. Ainda era
possível ver um pouco de ansiedade na sua expressão, mas nada assustador
como mais cedo.
Coloquei minha mão sobre sua coxa e fiquei afagando sua pele,
agradecendo por ter um carro automático e não precisar me afastar dela
para trocar de marcha.

Assim que chegamos em minha casa, estacionei o carro e só naquele


momento afastei minha mão de Sofia. Saí do carro e como o bom
cavalheiro que eu era, contornei o automóvel e abri sua porta, estendendo a
mão para ela.
Ela aceitou o gesto e assim que saiu, reparou ao redor.

— Bom, é uma bela casa, pelo que se pode ver.

— A melhor vista é do lado de dentro, que você pode ver o mar, sem
contar que pode estar dentro da piscina e admirar tudo.

— Convencido!
Sofia sorriu e eu a puxei para perto de mim.

Ainda não a havia beijado naquela noite da forma que eu queria, por
isso, segurando seu queixo, levei minha boca para a sua e encostei meus
lábios nos seus.

Pretendia lhe dar um beijo calmo, mas assim que senti sua boca se
abrindo para dar passagem para minha língua, não resisti e comecei a
devorá-la.

Com vontade e desespero, ouvi o primeiro gemido escapar de Sofia,


assim que colei seu corpo no meu e avancei com minha língua para dentro
da sua boca, encontrando a sua e começando uma dança erótica entre elas.
Desci minhas mãos por suas costas, chegando até a sua bunda e
apertando-a naquele lugar delicioso, redondo, macio e ao mesmo tempo
durinho.
A bunda de Sofia, era uma bela visão, e eu nem a havia visto sem
roupa, mas já a achava perfeita.

Seus dedos se entrelaçaram em meus cabelos e eu a peguei em meu


colo.
— Acho que depois eu te apresento a casa — rosnei, enquanto me
afastava do seu beijo para olhar para o caminho.

Entramos e eu chutei a porta com o pé.


— Acenda as luzes! — ordenei para a assistente virtual, que ligou
todas imediatamente.

Sofia sorriu de lado e voltou a beijar minha boca. Senti que deixou a
bolsa cair atrás de mim e eu não me importei com aquilo. Levei-a para o
sofá da minha sala, sentei-me com ela em meu colo e continuei devorando
sua boca.
Sofia tirou suas mãos dos meus cabelos, para levá-la à barra do meu
suéter, e logo começou a subir seus dedos pela minha barriga. Seus dedos
estavam gelados o que fez eu soltar um rosnado em sua boca.

— Malvada! — gemi.

— Você tá tão quentinho. — Ela sorriu de forma safada para mim e


passou a ponta da língua pela minha boca.

Sofia aproveitou para levantar meu suéter e o tirou com minha ajuda
o jogando para qualquer lugar e eu nem me importei.
— Você é uma delícia! — comentou, enquanto passava seus olhos
pelo meu corpo. — E eu vou te provar todinho.
Eu pensei que seria impossível sentir meu pau mais duro do que
estava, mas ali eu me encontrei à beira da ruína só de ouvir as palavras
daquela mulher.

— Estou esperando ansioso por isso — respondi.


Sofia passou as unhas pelo meu peito e mordeu o lábio inferior. Se eu
não soubesse que estava completamente apaixonado por ela, eu podia jurar
que fiquei mais encantado naquele momento.

Aquela mulher tão entregue a mim, mesmo sem nem ter tirado uma
peça de roupa.
Ah, ela me deixaria louco!

E seria a loucura mais gostosa da minha vida.


CAPÍTULO 16

Havia tomado a decisão de deixar o julgamento das pessoas para


escanteio. Não me importava mais, ao menos naquele momento, com o que
pudessem falar caso descobrissem que Apolo e eu estávamos nos
envolvendo.

O homem estava me tratando como se fosse o bem mais precioso que


ele possuía. E isso só porque trocávamos alguns beijos às vezes, então,
resolvi dar uma chance para o destino que me jogou no caminho de Apolo.

Passei meus dedos pelos poucos pelos que ele possuía em seu peito e
desci pelo tanquinho firme de sua barriga, chegando ao botão da sua calça.

Mas ele segurou minha mão e se afastou do meu beijo.


— Ainda tem muita coisa que quero fazer com você, antes de você
me tocar. Porque eu sei, que estou tão louco por você que não irei durar
nada.

Senti minha calcinha ficar encharcada com aquele comentário. As


mãos de Apolo soltaram as minhas e foram para o zíper do vestido, que
ficava em minhas costas. Ele desceu o pequeno fecho lentamente e assim
que abaixou as alças, senti o vento leve que entrava pela porta que levava
até a piscina bater direto em meus mamilos que ficaram expostos.

Apolo encarou meus seios e levou sua boca para um dos mamilos
rijos, enquanto o outro recebeu atenção dos seus dedos. Ele girou o pequeno
botão entre os dedos e eu soltei um gemido alto, agradecendo por Apolo
não ter vizinhos tão próximos à sua casa.

Rebolei no seu colo, sentindo seu membro ficar ainda mais duro sob
a calça. Tinha tanto tempo que não gozava, que estava me sentindo muito
molhada em questão de segundos, minha calcinha já estava toda melada.
Apolo soltou meus mamilos, me girou no sofá e fez que eu me
sentasse sobre o móvel. Ele se ajoelhou, puxou meu vestido pelas pernas e
depois de se livrar da peça, fez o mesmo com a calcinha, deixando-me
completamente nua sobre o sofá.

Abriu minhas pernas, para que pudesse ter uma visão melhor da
minha vagina e sorriu quando encarou minha fenda. Fechei os olhos, assim
que o senti passando dois dedos por toda minha vulva e deixando-os
molhados conforme minha lubrificação se libertava mais um pouco.

— Tão molhada, Sofia. Isso tudo é por saber que meu pau vai se
enterrar bem fundo na sua bocetinha?
Soltei um gemido mais alto, mas não respondi, percebendo no
mesmo momento que ele queria que eu dissesse algo. Já que penetrou dois
dedos dentro de mim, com força, exigindo minha atenção.

Gritei ao sentir seus dedos me abrindo e arregalei os olhos, que nem


percebi que havia fechado. Apolo começou a estocar seus dedos dentro de
mim e senti minha entrada se contrair com o movimento.

— Responde o que te perguntei — ordenou e eu podia xingá-lo por


aquilo, mas estava me sentindo com tanto tesão que me vi gemendo a
resposta:

— Si… sim. — gaguejei.

— Tão apertada, eu vou foder tanto essa bocetinha, Sofia. Vou te


marcar para que não se esqueça de mim, tá me ouvindo?

Assenti, ficando mais molhada, enquanto Apolo me masturbava com


seus dedos grossos e grandes.

Ele tirou seus dedos, só para começar a subir beijos pelas minhas
coxas e logo sua língua está sugando tudo o que podia da minha vagina.

— Ah! Apolo! — Gritei, estava descontrolada. — Me chupa com


força.
Ele afastou sua boca e disse de forma maldosa.

— Você tá muito apressadinha, minha linda. Eu vou foder você com


minha boca, mas só vou te deixar gozar quando achar que está na hora.
Mordi meu lábio inferior com raiva, mas o filho da puta voltou a
língua para minha vagina, fazendo a ponta penetrar em minha entrada, mas
não demorou muito ali, me matando aos poucos, quando começou a sugar
com força meu clitóris.
E novamente dois de seus dedos se voltaram para dentro de mim, me
estocando com força. Apolo era violento na hora do sexo e eu não podia
negar o quanto estava gostando daquilo.

Quando percebeu que eu estava perto de gozar, ele parou de estocar


os dedos dentro de mim e afastou sua boca da minha boceta.

— Apolo — implorei, sentindo algumas gotas de suor escorrerem por


minha testa.

— Eu disse que não vou deixar você gozar agora.


Choraminguei e o desgraçado sorriu, puxando minhas pernas de
forma brusca e meu corpo que já estava parecendo uma geleia, mesmo que
eu não tivesse gozado, acabou fazendo o que ele queria.

Apolo me colocou de joelhos sobre o assento do sofá e minhas mãos


ficaram apoiadas no encosto. Minha bunda ficou empinada e ele sussurrou
no meu ouvido.
— Tem noção do quanto sonhei em ver essa bunda assim. Toda
empinada para mim?

Fechei meus olhos, quando senti Apolo passando uma de suas mãos
pela minha pele, mas ele acabou espalmando com força, e era para ser
prazeroso, mas…, eu gritei e não foi nada de prazer que escapou pela minha
boca. O gatilho foi acionado naquele momento e meu corpo retesou,
tomado pelo medo.
— Sofia, tudo bem? — Apolo deve ter percebido que não me senti
bem com sua atitude inesperada.

Saí da posição em que estava e me sentei no sofá, completamente


envergonhada e ao mesmo tempo tensa.
Encarei o homem à minha frente que parecia arrependido de algo que
ele nem tinha culpa.

— Fala comigo, por favor, o que eu fiz? Me perdoa mesmo assim.

Apolo ficou de joelhos à minha frente e segurou minhas mãos.

— Por favor, Sofia! Fala comigo, meu amor. O que eu fiz de errado?
A palavra amor quebrou um pouco do choque que eu estava
sentindo. Aquele era Apolo e ele não sabia nada do meu passado, não sabia
que certos tipos de fetiche poderiam me deixar com medo.

Levei minhas mãos ao seu rosto e o segurei.

— Eu quero muito continuar transando com você, mas… — Fiz uma


pausa, porque sabia que quando revelasse aquilo, ele saberia o motivo de eu
ter fugido de Nova Iorque.

— Me fala, Sofia…
— Eu não suporto levar tapas, por favor, eu gosto do sexo forte, só
que tapas, mesmo que pareçam ser deliciosos, me dão medo.

Senti minha voz embargar e Apolo encarou meu rosto como se ele
tivesse notado somente naquele momento a merda que tinha feito.
— Pelos deuses!

Ele se levantou, sentou-se ao meu lado e me puxou para o seu colo.

— Me perdoa, por favor! Eu não tinha ideia… Jurei que poderia ser
legal, pois eu sei que… — Apolo parou de falar e começou a acariciar meu
corpo. — Nunca mais tocarei em você dessa forma, tá bom? Eu vou ser um
homem melhor e nunca mais deixarei que alguém possa fazer isso com
você. Me desculpe.
Apolo me abraçou com força e eu desabei em seus braços, deixando
lágrimas que há muito tempo estavam adormecidas caírem pelo meu rosto.

Acho que o sexo estava acabado naquela noite. Não aguentaria mais
nada naquele momento.
— Não tenho que te perdoar. Você não fez nada de errado, a errada
sou eu…

Apolo levantou meu rosto, que estava banhado em lágrimas e as


enxugou enquanto falava com a voz grossa, parecendo com raiva de algo.
Provavelmente de mim, já que eu sabia que diversos homens quando não
eram atendidos, ficavam com ódio das mulheres e cometiam abusos que
não podiam ser revertidos.

Naquele momento, meu coração disparou, porque eu já imaginava o


que ele faria comigo. Apolo iria fazer tudo o que Rick fez, eu sabia que era
só abrir uma brecha que aquilo aconteceria.

Como eu era burra!


Mais lágrimas caíram do meu rosto e eu tentei me desvencilhar dos
seus braços, mas ele me segurou e disse:

— Você não tem nada de errado, Sofia. De onde tirou isso? Eu que
não deveria ter feito algo do tipo, mesmo não sabendo o que aconteceu com
você, mas nunca mais diga que está errada, quando é nítido que algo te
incomoda e que isso não é sua culpa.
Meu coração saltou mais uma batida, mas naquele momento, não foi
de medo, foi por estar surpresa pelas suas palavras.

Apolo não me bateria?


— Mas porque parece que você está com raiva de mim? — Minha
pergunta foi tão baixa que eu nem sabia se ele havia escutado.

— Não estou com raiva, amor! Estou com raiva de quem fez isso
com você, para chegar a ponto de um tapa prazeroso te despertar algum
trauma.
Deixei mais lágrimas caírem pelo meu rosto. Apolo não era o Rick,
ele não me bateria, ele não faria mal a mim.

— Apolo! — gemi, me desesperando e o abracei.

Nunca havia aberto meu coração para ninguém e mesmo que não
tivesse revelado quase nada do meu passado, eu me senti acolhida por
aquele homem.

— Eu tô aqui! E vou estar sempre que precisar!

Ele me abraçou com mais força e eu deixei que mais lágrimas


escorressem pelo meu rosto. Senti-me tão acolhida em seus braços
protetores, que acabei pegando no sono da forma que estava, sem me
preocupar mais.

Apolo havia me provado que não era como aquele monstro do meu
passado. Eu poderia confiar nele, poderia me sentir protegida com ele.
Daquela forma seria tão fácil amá-lo.

E aquele foi o último pensamento, antes da minha mente cair de vez


na sonolência.
CAPÍTULO 17
Estava sentado em uma das espreguiçadeiras de perto da piscina e
uma taça de vinho repousava na mesa ao meu lado. Já passava da uma da
manhã, mas eu ainda não tinha conseguido me recuperar do choque que
levei ao perceber que Sofia tinha sido abusada.

A mulher por quem eu estava apaixonado e que gostava a cada


segundo mais, tinha sido violentada, e eu só fui descobrir da pior forma.
Sofia devia achar que eu era um monstro por ter lhe agredido daquela
forma. Mesmo que nunca tivesse sido minha intenção, eu havia ferido
minha linda e ficava com raiva só de pensar naquilo.

Respirei mais fundo e tomei um gole do vinho. Ouvindo as ondas do


mar, que ficavam muito próximas à minha casa, baterem nas pedras e
fazerem aquele som aconchegante.

Eu havia colocado Sofia na minha cama e também tinha vestido uma


das minhas camisas nela. Não era nada confortável, mas era melhor do que
seu vestido colado e também, eu não sabia como ela se sentiria se acordasse
e ainda estivesse com o corpo nu.

Estava sentindo uma necessidade de acabar com a pessoa que havia


maltratado Sofia. Queria amarrar o responsável que a agredido em uma
cadeira, e fazer uma tortura com requintes de crueldade.

Nunca fui uma pessoa vingativa, mas ali estava eu, pensando em
como matar uma pessoa lentamente, só por um dia essa mesma pessoa ter
sonhado em encostar na minha Sofia.

Tão doce, carinhosa, amorosa.

Fechei minhas mãos com mais força, com vontade de socar algo.

Fui tirado dos meus devaneios, assim que ouvi passos se


aproximando de onde eu estava. Olhei para trás e lá estava a mulher que
não saía dos meus pensamentos.

Ela vestia minha camisa branca, que agora estava com as mangas
dobradas até o cotovelo. As pernas estavam quase todas descobertas e os
cabelos, que estavam mais cedo ondulados, agora se encontravam um
pouco bagunçados. Ela parecia mais corada do que na hora que aconteceu o
fato catastrófico.
— Oi, meu amor!

Levantei-me da espreguiçadeira e me aproximei lentamente dela.


Não sabia quão reação podia despertar nela. Seus olhos ainda estavam
inchados e um pouco vermelhos, mas parecia bem mais calma.

Ela me encarou em silêncio e mordeu o lábio inferior.

— Você deve estar chateado — murmurou, ainda se preocupando


comigo.
— Não estou chateado — menti, porque eu estava puto, mas não com
ela, e sim com o desgraçado que ousou encostar nela.

— Você tá com aquela expressão de que quer matar alguém— disse,


apontando na minha direção.
— Eu quero matar alguém, mas não quero ficar pensando nisso,
senão vou ter que descobrir quem fez isso com você e me tornar um
criminoso.

Sofia fez uma expressão triste, mas se aproximou de mim me


estendendo sua mão. Aceitei rapidamente e ela murmurou:

— Vamos esquecer isso, passar uma borracha e continuarmos de


onde paramos?

Não entendi o que ela queria dizer, com o continuar de onde


paramos.
— Sofia, você…

— Apolo, eu entrei em pânico, mas eu te quero muito. Estou


morrendo de vergonha, pela minha cena, e ao mesmo tempo, queria tanto
sentir você me fazer sua. Estava tão bom, até eu confundir tudo e…
— Ei… — Aproximei-me dela e depositei meu indicador em seu
lábio. — Não comece a querer te culpar por algo que você não tem culpa.

Ela colocou a mão no cós da calça de moletom que eu usava, mas eu


a afastei.

— Apolo…

— Vamos conversar primeiro, pode ser?


Mesmo com a expressão fechada, Sofia concordou. Peguei sua mão e
seguimos para dentro da minha casa. Só que assim que passamos para
dentro, Sofia se encostou em uma das paredes e sorriu para mim.

— Que tal transarmos e depois conversarmos? — perguntou.


E eu estava com muito medo de ela estar falando aquilo só por estar
achando que eu ficaria chateado por não termos chegado até o fim naquela
noite.

Aproximei-me dela e segurei seu queixo com delicadeza. Ela


depositou uma de suas mãos em meu quadril e passou suas unhas pela
minha pele exposta, já que eu estava sem camisa.

— Sofia, quero que entenda uma coisa. Eu te quero tanto, que meu
pau está a ponto de explodir aqui. Mas não posso fazer isso, quando parece
que você só quer transar, para tentar me agradar. Não quero que você pense
que sou esse tipo de homem que exige sexo da mulher, com ela estando se
sentindo bem, ou não.

Não soltei seu queixo, enquanto ela me olhava. No entanto, um


brilho no seu olhar me mostrou que ela não estava fazendo aquilo para me
agradar.
— Você não percebe que estou louca para que você me coma, Apolo?
Eu estava com tanta vontade naquela hora, mas o medo me deixou exausta
e acabei pegando no sono. Acordei em uma cama grande demais, sem o seu
corpo ao meu lado. Eu queria que você estivesse naquela cama, para eu
poder sentar no seu pau e cavalgar o quanto desejo. Não estou fazendo isso,
para tentar recompensar algo, estou te pedindo para me foder, porque eu tô
molhada só de pensar no seu pau entrando em mim. Só de pensar o quanto
você é um homem maravilhoso, um homem que não usou da sua força para
conseguir algo comigo. Eu te quero, meu deus grego.

Sofia sorriu para mim de forma sacana e eu me esqueci de tudo


naquele momento. Se ela queria e parecia tão bem, eu daria tudo o que ela
quisesse.
— Vem cá, minha garota!

Peguei Sofia em meus braços e a levei em direção ao meu quarto. Eu


a amaria na minha cama, para provar a ela que eu nunca seria como
qualquer outro. Que ela seria meu doce favorito, minha rainha, meu
mundo…
Eu veneraria o seu corpo.

E a amaria da forma como ela merecia.

Sofia seria minha… para sempre.


CAPÍTULO 18

Apolo me deitou na mesma cama que acordei há alguns minutos. O


quarto tinha uma decoração simples, mas o melhor era a vista. As cortinas
estavam abertas e uma porta de vidro de correr, dava diretamente para a
piscina que ocupava uma boa parte da área externa e a vista para o mar era
espetacular, principalmente naquele momento em que as estrelas refletiam
seu brilho sobre a água.

Aquela mansão era simplesmente incrível, mas o dono dela era ainda
mais. Apolo tinha me mostrado em tão poucas horas, como poderia ser um
homem maravilhoso.

Eu estava encantada pela forma que ele me tratou, pela forma que me
acalmou, mesmo depois de eu ter deixado o desespero me tomar.
Meu chefe ficou sobre mim, com um joelho de cada lado do meu
corpo e começou a desabotoar botão por botão da camisa que eu usava.

Assim que ele chegou ao último, tirou-a do meu corpo me deixando


completamente nua à sua frente.

Apolo abaixou seu corpo, para ficar mais próximo do meu e eu fiquei
cheia de expectativa. Ele começou a depositar beijos desde o colo do meu
peito até a minha barriga. Em algumas partes ele passou sua língua e eu fui
obrigada a fechar os olhos, quando senti aquele contato molhado.

Meu deus grego, chegou até minha vagina e depositou beijos lentos
nela, ele parecia estar beijando minha boca, mas quando sua língua
começou a passar por toda minha fenda eu sabia que aquilo seria minha
ruína.

Segurei os cabelos de Apolo enquanto ele continuou chupando minha


boceta, que a cada minuto ficava cada vez mais molhada. Meu chefe sugou
meu clitóris e eu revirei os olhos, pois não estava dando conta de tanto tesão
que me tomava.

Sua língua me penetrou diversas vezes e quando ele voltou a chupar


meu ponto de prazer, não aguentei e gozei na sua boca.

— A… po… Apolo! — gemi. Enquanto gozava na sua boca.

O malvado não parou de me chupar, até que gozei novamente, com


um grito repleto de desespero prazeroso.

Apolo levantou seu rosto da minha boceta e um sorriso estava


naquela boca gostosa.

— Gostei da forma que você gemeu meu nome, quase não dando
conta de pronunciar.
Implicou comigo com mais um sorrisinho safado.

— Você não vale nada, não é mesmo, chefe?

— Ah, mas eu valho!

Apolo se levantou e eu fiquei observando enquanto tirava a calça


preta de moletom que usava. Sua boxer não conseguia esconder o pau
enorme que estava despontando pelo tecido, completamente duro.
Minha boca estava cheia de vontade de chupá-lo, mas quando Apolo
me encarou, sussurrou:

— Depois você brinca com ele, nesse momento o único lugar que
quero estar é dentro da sua boceta, enquanto você cavalga em cima de
mim.

Quase gozei novamente com suas palavras.

Apolo foi até uma gaveta da cômoda que estava ali perto e pegou um
preservativo, e quando tirou a boxer, eu quase desmaiei de prazer ali
mesmo. Seu pau era grande, com veias quase saltando e a glande estava
molhada com o líquido pré-ejaculatório. Depois de se proteger, deitou-se na
cama e eu me sentei em cima do seu corpo.

— Quero que você vá por cima, para ir no seu tempo e eu não te


machucar.

Sorri para ele e assenti. Peguei seu membro e coloquei-o sobre minha
entrada. Comecei a descer lentamente pelo seu cumprimento., que foi me
alargando lentamente, demorou um pouco para eu me acostumar.

Já tinha tanto tempo que não transava que havia esquecido aquela
sensação de plenitude, quando se estava com um pau enterrado dentro de
você.
Fiz uma careta, assim que senti a glande bater dentro de mim e me
provar o quanto ele era grande. Estava todo dentro de mim, me rasgando e
eu fiquei parada por um momento, senão iria me machucar.

Mas o homem que me comia com os olhos, levou uma de suas mãos
ao meu clitóris e começou a movimentá-lo. A outra começou a girar um dos
meus mamilos e não demorou nada para eu começar a cavalgar no seu pau e
a gritar de prazer.
Aquela sensação… eu queria ter aquela sensação toda hora com
Apolo.

Era única, eu pensei que transar era bom, mas naquele momento o
grego mais lindo que conheci, estava me provando que eu nunca tinha
experimentado um sexo de verdade.

Apolo afastou a mão do meu clitóris e segurou meus quadris com


força.

— Posso meter com força? — perguntou, rosnando, enquanto


esperava minha resposta.
— Pode — consenti.

E foi aí que Apolo deu tudo de si. Ele me subia e descia sobre o seu
pau, no mesmo momento que estocava com toda a velocidade que possuía.
Eu fiquei ofegante e ele gemia e rosnava enquanto me fazia dele por
completo.
— Caralho, Sofia! — Gritou e eu não resisti, acabei gozando como
uma maluca. — Isso, minha princesa, goza, goza no meu pau.

Contraí ainda mais minha vagina, sentindo Apolo por todas as


minhas partes.
Ele acabou se retirando de dentro de mim rapidamente, me girou na
cama, deixando-me de quatro. Abaixou a parte da frente do meu corpo,
aproveitando para colocar um travesseiro de apoio para mim. Fez-me
arrebitar a bunda um pouco mais e não cometeu o mesmo erro de mais
cedo. Ele segurou meus quadris e se enterrou dentro de mim, deixando seu
corpo sobre o meu e voltando a estocar com força, comigo naquela
posição.

— Eu quero provar seu corpo de diversas posições, mas neste


momento, preciso gozar vendo essa bunda maravilhosa.
Apolo depositou beijos sobre meu pescoço suado, mas logo senti-o
me deixando um chupão, que provavelmente ficaria visível por muitos dias
e quando gozei de novo, com seu entra e sai delicioso, meu chefe liberou
seu prazer, soltando um rugido que se fosse mais alto talvez quebraria a
porta de vidro.

Ainda estocando levemente dentro de mim, Apolo beijou meu ombro


e murmurou:
— Você é tudo o que eu sempre quis.

Encarei-o por cima do ombro e sorri.


— Talvez você se torne o mesmo para mim — confessei.

Depois de se retirar de dentro de mim e jogar a camisinha fora, Apolo


se deitou ao meu lado e me puxou para cima do seu corpo. Acabei
dormindo, sem nem mesmo tomar banho para me limpar. Naquele momento
só importava ficar da forma que eu estava.
Protegida e com um deus grego.
CAPÍTULO 19

Estava passando pelos canais da TV, enquanto esperava a comida que


eu havia pedido chegar. Naquele dia estressante, o que eu menos queria era
ter que cozinhar algo.

Foi um dia regado com reuniões e como Arianna ficou com febre,
Sofia teve que ir embora mais cedo. Nem pude levá-la para casa, já que tive
que cumprir minha agenda abarrotada.
A única coisa que me acalmava era saber que a pequena Ari, já havia
melhorado e que Sofia apareceria amanhã para trabalhar.

Eu poderia fodê-la na minha mesa, ou no banheiro do meu escritório,


enquanto ela pedia para não fazermos aquilo na empresa.
Só de pensar naquela safadeza, senti meu pau ficar felizinho. Ainda
bem, que minha irmã escolhia os melhores momentos para me tirar de
momentos constrangedores.

— Oi, minha chatinha! — Atendi a ligação de videochamada.

— É assim que você atende sua irmã maravilhosa, que está há três
meses sem te ver?

Íris havia se mudado para Nova Iorque e não podia negar que ela
havia deixado um buraco aberto em meu peito, já que eu sentia uma
saudade filha da puta daquela menina.
— Você sabe que eu te amo — respondi, lhe direcionando uma
piscadela.

Ela estava de pijama, deitada sobre a cama do quarto da cobertura


que havia comprado com um mês de trabalho nos Estados Unidos.

Franzi meu cenho antes de ela falar qualquer coisa, mas acabou
respondendo:

— Nossa, você está falando que me ama. Acho que seu envolvimento
com Sofia deve ter ficado mais sério, já que você nunca diz essa palavra.

Íris abriu um sorriso. Ela era a única a quem eu havia contado o que
havia acontecido comigo e minha secretária, já que eu ainda nem sabia o
que tínhamos e minha irmã possuía a mente muito mais aberta do que
minha mãe.

— Sabia que tinha me ligado só para encher meu saco — murmurei.


— Porque você está deitada? Aí são umas duas horas da tarde.

Íris soltou uma gargalhada e negou.


— Credo, maninho! Não foi para isso, só fico feliz em saber que
você está mais sorridente, desde que se envolveu com Sofia. Você sabe que
sempre torci para isso. — Ela fez uma pausa e respondeu à minha
indagação: — Fui a um evento ontem e cheguei hoje de manhã, então dormi
até agora.

Revirei os olhos.

— Você sabe que não pode deixar de dormir, Íris.

— Ah, não! Não venha me dar sermão, só fiquei no evento, porque


era um cliente que me pagou para estar presente na festa. Eu odiei, mas tive
que fingir que amei.

Revirei os olhos de novo e fechei ainda mais a expressão.

— Não sei por qual motivo você gosta desse seu trabalho. Na maioria
das vezes tem que mentir sobre as suas preferências, só para agradar o
cliente.

Íris soltou uma lufada de ar e respondeu:

— Eu amo fazer isso, às vezes é só cansativo, mas não trocaria para


estar atrás de uma mesa de escritório, igual a você.

Soltei uma gargalhada e tentei mudar de assunto:

— Eu sei, o que você quer, maninha?

— Só conversar com alguém. Estou me sentindo meio solitária e só


posso visitá-los daqui três meses.

— Quer que eu vá para Nova Iorque te visitar?

Os olhos de Íris brilharam.


— Você faria isso? — Sentou-se rapidamente na cama, deixando que
eu visse sua verdadeira face, fora das redes sociais, quando estava
completamente maquiada e com os cabelos sedosos.

Não que minha irmã fosse feia ou algo do tipo, com a boca bem
desenhada e carnuda, igual a minha, os olhos claros e os cabelos loiros eram
sua marca registrada, o nariz arrebitado lhe dava uma aura de deusa grega.
Mas eu sabia como a mídia podia ser um saco, se a vissem toda bagunçada
daquele jeito, com toda certeza achariam um defeito para colocar na
perfeição que era Íris Galanis.
— Claro que faria, você é minha irmã e ainda é minha caçulinha. Vou
arrumar uma vaga na minha agenda e visitá-la.

Íris sorriu e deu um gritinho.

— Pode trazer a Sofia e a Arianna. Imagina eu mordendo as


bochechas daquela bebê. — Começou com seus devaneios.

— Não vá machucar a criança.


— Chato! — Íris gritou. — Traz a mamãe também, ela deve estar se
sentindo sozinha. Você deveria visitá-la com mais frequência, agora que não
estou aí. Ou fazer com que ela arrume um namorado e vá transar para ficar
menos triste.

Fechei meus olhos e fiz uma careta. Íris era maluca, louca, pirada, e
mesmo assim eu ainda a amava.
— Cala a boca, garota! Não quero visualizar minha mãe transando
com ninguém.

— Até parece que você não transa. Eu sempre tô com um gato


diferente.
— Íris — esbravejei.

Minha irmã caiu na gargalhada.

— Tudo bem! Eu paro de encher seu saco, mas vou te esperar aqui, tá
bom?

Acabou que o interfone tocou e eu imaginei que seria minha comida.


— A comida que pedi chegou. E pode me esperar que eu vou. Deixa
eu só ver como estão as coisas que apareço aí.

— Obrigada, maninho!

Ela me jogou um beijo e me deu um aceno, antes de finalizar a


ligação. Deixei o celular no sofá e fui até o interfone.

— Oi?
— Apolo… — Aquela voz chorosa, não era de um entregador, era
de Sofia.

Destravei o portão sem nem me importar com nada e saí correndo de


dentro da casa. Corri por todo caminho até o portão de entrada e quando vi
a mulher que havia conquistado meu coração tão rápido, carregando sua
bebê que chorava de forma desesperada, eu jurei que meu mundo iria
acabar ali mesmo.
Assim que me aproximei da minha mulher e vi a quantidade de
ferimentos que estavam em seu rosto, eu congelei no lugar e jurei que iria
até o inferno para acabar com quem tinha feito aquilo com ela.

Eu acabaria com o mundo se fosse preciso.

— Me ajuda? — E foi aquele pedido que me fez sair do meu transe e


pegar Arianna que ainda chorava desesperadamente.
Amparei Sofia, para que fôssemos para dentro da minha casa. A
partir daquele dia, aquelas mulheres não sairiam de perto de mim.

Eu as protegeria com a minha própria vida.


CAPÍTULO 20

AVISO - NESTE CAPÍTULO TEREMOS GATILHO DE


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.

Algumas horas antes

Dorotéia havia ligado na empresa, avisando que Arianna estava com


febre, me desesperei no mesmo momento, ainda mais que eu sabia que o dia
estava cheio de reuniões e que Apolo precisava da minha ajuda.

No entanto, ele como o homem maravilhoso que era, me liberou e


falou para que eu não me preocupasse.

— Meu amor, vai lá cuidar da nossa menina!


As palavras que havia dito não saíam da minha cabeça e a piscadinha
que me direcionou também não.

Aquele homem estava me conquistando tão rápido que não demoraria


muito para eu dizer as palavras que ele tanto queria ouvir. Assim que o táxi
estacionou em frente à minha casa, fui até Dorotéia e peguei Arianna.

Eu já tinha ideia do motivo da sua febre, já que estava visível que sua
garganta estava inflamada. Sem perder tempo e aproveitando que o táxi
ainda estava estacionado, levei minha menina ao hospital e o pediatra que
estava de plantão, confirmou minhas suspeitas.

Depois de passar alguns medicamentos para a garganta voltamos para


casa, quase no final da tarde. Já que ir a hospitais era sempre uma grande
bosta.

Como Apolo, ainda estava em reunião, eu só lhe mandei uma


mensagem para informar o que havia acontecido e fiquei cuidando da
minha menina.

— A neném tá totói? — Arianna perguntou, enquanto me via


preparar um antiinflamatório.
— Sim, meu amor! Você tá sentindo uma dorzinha na garganta, não
é?

Arianna balançou a cabeça, concordando que ela realmente estava


sentindo dor.

— Por isso, precisa tomar seu remédio.

Entreguei o copinho para ela, porque Arianna, mesmo que tomasse


remédio ruim, não recusava quando eu falava para ela que estava dodói.
Ela virou o copinho de remédio e fez uma careta que acabei sorrindo,
mas beijei sua testa e a parabenizei.

— Você é a criança mais linda do mundo. Parabéns, por tomar


remédio, igual a uma adulta.
— Alianna é linda, lá lá lá. — Minha menina fez uma dancinha e eu
sorri para ela.

Depois de alguns longos minutos sua febre havia passado e aapós dar
banho nela, estava preparando seu jantar, quando ouvi batidas na porta.

Até sorri, porque sabia muito bem quem estava ali. Era Apolo, com
toda certeza, ele não iria resistir mesmo muito cansado a não passar aqui.

Caminhei até a porta e antes de abrir, olhei uma última vez na direção
do chiqueirinho da minha menina. Eu a tinha colocado lá dentro, para que
não fizesse nenhuma peraltice, enquanto eu preparava seu jantar.

Meu leite estava começando a secar e ele não alimentava mais o


suficiente minha filha.

Abri um sorriso para receber Apolo e assim que abri a porta, toda a
minha alegria morreu.

— Oi, vagabunda!

Rick estava parado em frente à porta da minha casa, com um sorriso


repulsivo direcionado a mim e eu senti que meu coração talvez não
estivesse batendo normalmente mais.
Com toda certeza ele não estava, havia parado e talvez eu morresse
ali mesmo e deixasse minha pequena bebê desprotegida para aquele
monstro fazer as piores atrocidades com ela.
Foi só aquele pensamento que me fez pisar firme no chão e impedir
qualquer coisa que aquele imbecil tentasse fazer.

— Sai daqui!
Empurrei Rick para fora, impedindo que ele visse minha filha.

— Está com medo de que eu veja que você fugiu com uma filha
minha?
Droga! Ele já sabia!

Inferno!

— Não fugi, eu só cansei de ser saco de pancada. Saia daqui, antes


que eu chame a polícia.

Ele sorriu com puro desdém e me deu um empurrão que me fez cair,
batendo as costas na porta e indo parar dentro da minha casa.
— Eu não tenho medo da polícia, sabe por quê? Eu posso fazer o que
eu quiser e nunca vou ser preso, vagabunda.

Olhei na direção de Arianna que tinha parado de brincar com seus


brinquedos no chiqueirinho e estava nos encarando.
— Mamã? — Virou a cabecinha, de forma inocente ao me ver no
chão.

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto.


— Como você me achou? — indaguei, porque eu precisava saber em
que havia errado.

— Eu sempre soube, sua idiota! Só estava comendo outras bocetas,


mas quando percebi que você estava saindo com um riquinho metido,
resolvi vir te mostrar quem é seu dono.
Levantei-me do chão, no mesmo momento que Rick começou a ir em
direção de Arianna.

Corri e parei na sua frente, para impedir que se aproximasse da


minha filha. Ele voltou a me direcionar um sorriso cheio de desdém, mas o
seu olhar estava furioso.
— Primeiramente, você não é meu dono e segundo, não vai chegar
perto da minha filha. Sai daqui, ou eu vou gritar, até que todos os meus
vizinhos estejam aqui dentro.

Rick pareceu pensar no que eu havia dito e por um momento eu jurei


que tinha vencido. Que ele me deixaria em paz e depois eu daria um jeito de
sumir novamente, ou de ao menos tentar falar com Apolo para ver se ele me
arrumava algum segurança e depois ele poderia ir descontando do meu
salário.

— Ah, então você acha que esse bando de velho que mora ao lado da
sua casa, pode te ajudar?

Não deixei que meu medo transparecesse, mas eu sabia que meus
vizinhos não conseguiam fazer nada. No entanto, eu tentaria se fosse para
proteger minha filha.
— Rick, não me teste. — Tentei avisá-lo.

No entanto, aquilo pareceu deixá-lo com mais vontade de acabar


comigo e foi só quando o soco que me deu no rosto me atingiu, que percebi
que eu não sobreviveria a mais uma surra daquele monstro.
Caí no chão, sentindo o gosto do sangue tomar minha boca.

— Você acha que dá conta de alguma coisa, vagabunda? Você não


serve para nada, nem para abortar essa criança você prestou. Agora terei
que dar um jeito nela, para que não ouse ficar com a herança que aquele
desgraçado do meu pai vai me deixar quando morrer.

Meu corpo se arrepiou completamente pelo medo do que havia


escutado. Ele queria… queria matar minha menina?
Rick deu um passo na direção de Arianna que havia começado a
chorar, provavelmente por me ver caída no chão. Segurei as pernas de Rick,
tentando impedi-lo de se aproximar dela e aquele foi meu erro. Rick me
puxou pelos cabelos e eu soltei um grito de dor.

Arianna gritou e chorou mais ainda e as minhas lágrimas


acompanharam as suas. Porque a minha menina não precisava ver aquilo,
não precisava presenciar aquela cena horrorosa que se passava à sua frente.

Rick aproveitou que estava segurando meus cabelos e começou a


socar meu rosto, em algum momento eu perdi os sentidos, mas não me
deixei apagar. Eu não podia permitir que minha filha se machucasse, eu
tinha que protegê-la.

O príncipe do inferno, conseguiu soltar suas pernas e me chutou para


longe e quando ele tentou chegar perto da minha filha, vi uma sombra
passar pela porta, quando levei meus olhos até ela, vi que Dorotéia estava
segurando um pedaço de madeira e sem titubear ela bateu na nuca de Rick.

O que por Deus, foi um milagre, já que o homem caiu desmaiado.

— Minha filha! Quando eu percebi o que estava acontecendo eu vim


correndo.
Dorotéia me ajudou a levantar e depois pegou Arianna. Minha
menina me estendeu os braços, assim que chegou perto de mim e mesmo
que eu estivesse morrendo de dor, não podia negar pegá-la.
Arianna se deitou no meu ombro e chorou.

Dorotéia olhou para o corpo de Rick e murmurou:

— Infelizmente ele não morreu, menina. Mas sai daqui, porque eu já


chamei a polícia. E vou esperar com o pedaço de madeira aqui, para que
esse monstro não fuja.

— Dorotéia… — Chorei.
— Minha filha, sai daqui, porque esses vizinhos bundões que temos
não irão te ajudar, vai atrás do seu patrão, ele sim é um homem digno.
Principalmente nesse país, onde a violência contra mulher nem parece
crime. É capaz da polícia ainda te culpar.

Concordando com ela, peguei a bolsa de Arianna, que estava em


cima do sofá desde que havíamos chegado do médico e a minha, saí em
direção à rua e cheguei no ponto de táxi mais perto que tinha e como
Dorotéia havia sugerido, pedi que o motorista me levasse até Apolo.

E quando o homem que me tratava tão bem, viu o meu estado, eu


soube que se ele pudesse mataria a pessoa que tinha feito aquilo comigo.

Não queria envolver Apolo, mas eu não tinha ninguém naquele país.
Eu não tinha ninguém em lugar algum e ele parecia ser a única pessoa que
poderia me ajudar.

A pessoa que realmente parecia me amar.


CAPÍTULO 21

Por fim eu tinha conseguido fazer com que Arianna tomasse uma
mamadeira de leite e dormisse. Naquele momento ela estava deitada no
meio da minha cama, soluçando de tanto que havia chorado, mas ao menos
tinha pegado no sono.

Voltei minha atenção para Sofia, que ainda estava com a roupa suja
de sangue, os machucados roxos e alguns cortes com sangue seco.
Peguei a xícara de chá, que havia preparado para ela, mesmo que não
fosse um hábito meu, dá sua mão e a levantei da poltrona. Sofia estava em
choque, ela só olhava para a filha, como se para garantir que estava tudo
bem.

Tirei sua roupa ali mesmo, pois ela precisava de um banho e não
pareceu se importar com o que eu fazia. Acabei tirando minha camisa e
ficando somente com a calça. Levei-a para o banheiro, amparando seu
corpo para evitar que ela caísse.

Pensei em encher a banheira, mas demoraria muito. Por isso, optei


pelo chuveiro mesmo. Abri o box e liguei na água quente, para que
relaxasse o corpo da minha mulher.

Algumas partes das suas costelas estavam roxas e aquilo quase me


fez pestanejar, no entanto, estava me controlando para não perder a calma.
Não queria assustar Sofia mais do que ela já estava.

Ela soltou um gemido de dor, quando a água tocou seus ferimentos.


— Precisamos lavar para não inflamar. Depois passarei um remédio
neles. Tudo bem?

Ela assentiu e deixou que eu lhe desse banho. Passei o sabonete por
todo o seu corpo, aproveitei para lavar seus cabelos, com o xampu e o
condicionador que descobri que ela usava e dei-lhe um banho relaxante.

Peguei uma toalha felpuda e a enrolei nela. Depois enxuguei seus


cabelos com outra e a coloquei sentada na bancada do banheiro para poder
pentear seus cabelos.

Sofia não demonstrava nenhuma reação e algumas lágrimas


escorriam pelo seu rosto de forma silenciosa.

Deixei que chorasse para tentar limpar sua alma e depois de


desembaraçar todos os seus fios de cabelo, depositei a escova na bancada e
percebi que ela ainda chorava.

Aproximei minha boca da bochecha de Sofia e beijei as lágrimas,


secando-as com meus lábios. Minha reação pareceu tirar Sofia um pouco do
transe, pois seu olhar parou de estar vago e ficou mais vivo.
Afastei-me dela, depois de ver aquela reação e peguei o kit de
primeiros socorros que ficava na última gaveta da bancada do banheiro.
Depois de molhar um algodão com um pouco de iodo, passei pelos seus
ferimentos no rosto onde havia cortes, coloquei um curativo, para não pegar
nenhuma bactéria.

Depois tirei Sofia da bancada e caminhamos para o quarto. Peguei


uma camiseta minha para ela e uma boxer, que ficou muito larga, mas
serviria para ela passar a noite.

Depois de se vestir, me pegando completamente desprevenido, Sofia


me abraçou.

— Obrigada, Apolo! — sussurrou.

— Não precisa agradecer. Eu só vou querer saber em algum


momento o que aconteceu, para poder te proteger melhor e nunca mais
permitir que isso torne a acontecer novamente.

Sofia se afastou dos meus braços, olhou para Arianna. Foi até a cama
e a circundou com alguns dos travesseiros que estavam ali, para evitar que a
garotinha caísse.

Depois se voltou para mim, segurou minha mão e me puxou na


direção da porta de vidro que dava na piscina. Assim que estávamos
afastados do quarto, mas perto o suficiente para podermos ver a bebê
dormindo, Sofia disse:

— Há pouco mais de três anos, eu fugi do homem que me encontrou


hoje. — Engoli em seco com o que ouvi, mas não ousei atrapalhá-la. — Eu
namorei com Rick Howey por poucos meses, mas foi o suficiente para eu
saber que alguns homens, só tem a cara bonitinha, porque podem ser muito
abomináveis quando querem.
Aquilo parecia ser tão difícil para ela, seus olhos voltaram a marejar
e os lábios a tremer. Aproximei-me dela e segurei seu rosto.

— Não precisa me contar, isso parece ser muito difícil para você.
Sofia segurou minha mão e a afastou do seu rosto.

— Eu confio em você e preciso que entenda o que aconteceu.


Senti um peso invisível sair dos meus ombros e concordei, deixando
que ela desabafasse.

— Eu morava com uma tia que não se importava comigo, meus pais
morreram e me deixaram órfã. E quando você não tem muito, qualquer
migalha que apareça, você acha que é demais. E foi isso que pensei que
Rick fosse, o meu grande amor. Até que eu percebi o quanto ele era
possessivo, abusivo e maluco. Depois do primeiro tapa, vieram tantos
outros e de todas as formas que eu tentava me afastar não conseguia. Ele me
perseguia, me obrigava a voltar para a sua casa e me espancava dia e noite,
sem motivo algum. Se ele amanhecesse com dor de cabeça, jogava a culpa
em mim e por isso eu apanhava, se lhe desse uma dor de barriga a culpa era
minha e mais socos vinham parar no meu corpo. — Sofia enxugou as
lágrimas em seu rosto e continuou com a voz firme. — Eu fugi, assim que
descobri que estava grávida de Arianna, e jurei que ele nunca imaginaria
onde eu estava, mas hoje ele surgiu na porta da minha casa, deixando claro
que sempre soube que eu estava aqui e que só tinha resolvido aparecer,
porque ficou sabendo do meu envolvimento com você.

Quando ouvi o nome do homem que havia feito aquilo com a minha
Sofia, eu soube que tinha completa ideia de quem era.

— Rick Howey, filho de Carter Howey? — perguntei.


Sofia engoliu em seco e assentiu. Franzindo o cenho, provavelmente
curiosa por eu saber de quem se tratava.

— Acho que ele não sabia que você estava aqui, só estava jogando
uma mentira para você.

— Como assim?

— Um dos clientes que exigiu que Íris morasse em Nova Iorque, foi
Carter Howey, pois ela é a garota propaganda dos cosméticos Howey.
Sofia levou a mão à boca, ficando chocada com a pequena revelação
que eu tinha lhe contado. Se Íris não tivesse ficado tão interessada naquela
campanha para os cosméticos Howey, eu nem saberia da existência daquele
desgraçado, mas agora eu tinha uma ligeira ideia de como ele achou minha
mulher.

— Minha irmã deve ter comentado algo e esse filho da puta ouviu.
— Segurei o rosto de Sofia com cuidado e lhe prometi: — Eu nunca mais
vou deixar que ele chegue perto de você, ou da nossa menina, porque
Arianna é minha e eu farei de tudo para protegê-las. Contratarei seguranças
e você vai morar comigo a partir de hoje. Enquanto isso, irei resolver esse
pequeno empecilho, antes que eu acabe matando esse desgraçado.
— Apolo, eu não posso…

Coloquei meu indicador sobre sua boca e sussurrei:


— Eu te amo! E não estou pedindo nada em troca, só estou
implorando para que deixe que eu cuide de você, para que eu nunca mais
precise te ver dessa maneira. — Apontei para o seu rosto. — Parte meu
coração, saber que minha mulher, sofreu uma agressão como essa e eu não
pude fazer nada para lhe proteger.
Sofia chorou e me abraçou.

— A palavra “minha” na boca do desgraçado do Rick, fica tão


odiosa, porque na sua fica tão perfeita? — indagou chorando.

— Porque você é minha. E não porque eu sou um possessivo maluco,


eu sou louco sim, mas para te dar amor, carinho, companheirismo. Por isso,
você é minha, porque para você eu compraria um planeta, só para ver seu
sorriso. Eu te amo, e por isso, você é minha, meu mundo, meu tudo.

Sofia se afastou e beijou os meus lábios delicadamente, devido aos


seus estarem com alguns cortes.

— Ouvindo isso, eu só posso aceitar ser sua, Apolo!

Sorri para ela e tentei brincar:


— Já estava na hora, porque sou loucamente apaixonado por você.

— Obrigada por me transformar em uma mulher sonhadora


novamente.

Aos poucos o brilho foi voltando aos olhos de Sofia e naquele


momento só aquilo que importava.

A sua felicidade e a forma como eu lidaria com Rick Howey … o


homem que poderia voltar para o útero da mãe, que eu o arrancaria de lá e o
mataria lentamente.
CAPÍTULO 22

Apolo tinha dormido ao meu lado, me abraçando, enquanto eu


abraçava Arianna. Nunca pensei que precisaria ser cuidada por ele para
perceber o quanto aquele homem tinha se tornado importante para minha
existência.

Quando acordei no dia seguinte, estava sozinha na cama e por um


instante o medo me atingiu, pois não vi Arianna ao meu lado. No entanto,
assim que ouvi a voz de Apolo vindo do lado de fora e o risinho da minha
filha se sobressaindo, me acalmei e resolvi me levantar.

Estava sentindo dores por todo o meu corpo, mas ao menos naquele
momento eu estava segura e só aquilo importava. Passei no banheiro e fiz
minha higiene matinal, aproveitando para usar a escova que Apolo tinha
deixado para mim.
Assim que saí do quarto e caminhei para a área externa, tive que ficar
parada por um momento, observando a visão à minha frente. Apolo estava
sentado em uma das cadeiras, que ficava embaixo de um guarda-sol e a
mesa à sua frente estava recheada com um café da manhã farto.

Arianna estava em seu colo, enquanto comia uma fatia de melão.

— E depois eu vou te encher de cócegas e morder essas bochechas.


— Ele falou para minha menina, que caiu na gargalhada de novo e aquilo
encheu meu coração de paz.

Dei um passo na direção deles e Apolo me encarou, abrindo um


sorriso o que me fez retribuir, mas não tão grande quanto o seu.

— Olha quem acordou, Ari!

Minha menina me viu e ela parecia bem, depois da tragédia do dia


anterior.

— Mamã! — Gritou e me estendeu seus bracinhos gordinhos.

Aproximei-me de Apolo e peguei minha menina que depositou um


beijo todo melecado de melão na minha bochecha.

— Oi, minha pequena! — cumprimentei e beijei sua testa. — Como


está se sentindo?

— Bem, a Alianna tá tumeno. — Mostrou-me o pedaço de melão em


sua mão e eu assenti.

— Fico feliz, minha linda. Por saber que o tio Apolo tá cuidando bem
de você.

Senti que o homem em questão não tirava os olhos de mim e por isso
resolvi lhe direcionar mais um sorriso, para perceber que eu estava muito
melhor do que na noite passada.

— Obrigada! — sussurrei para ele, que não disse nada, mas me deu
uma leve piscadinha.

Ele apontou para a cadeira à sua frente e murmurou:

— Toma seu café. Você precisa comer algo.

Assenti e me sentei com Arianna em meu colo, no entanto Apolo se


levantou de onde estava e estendeu os braços para minha filha.

— Vem sentar com o tio, para sua mamãe poder comer.


Arianna estendeu os braços para ele e eu não relutei em deixá-la ir,
pois, realmente estava com fome e tudo ali parecia bem apetitoso. Sem
contar que estava agradecendo aos céus, por estar com vontade de comer
depois do que tinha acontecido comigo.

Tomei o café da manhã, com direito a croissant e um suco refrescante


de morango. Além das outras diversas frutas espalhadas pela mesa.
Enquanto eu devorava minha comida, observava Apolo cuidar de Arianna.

Por qual motivo eu não o encontrei antes de conhecer Rick?

Teria sido tão mais fácil me relacionar com um homem gentil, invés
de um psicopata.

No entanto, às vezes a vida nos fazia passar por várias provações só


para depois conseguirmos nos reerguer com quem importava. Assim que
terminei de comer, o interfone da casa de Apolo tocou e ele se levantou da
mesa.

— Me espere aqui, pois pedi algumas coisas para vocês. E daqui a


pouco uma equipe de segurança que contratei chegará também.
Ele me entregou Arianna e eu fiquei encarando-o sem entender nada.
Ele realmente tinha contratado seguranças e que coisas eram aquelas que
ele pediu?

Apolo acariciou meu rosto antes de se afastar e logo sumiu das


minhas vistas para pegar o que quer que ele havia pedido.

No entanto, nada me preparou para perceber que algumas pessoas


entravam na sala da mansão de Apolo e deixavam diversas sacolas de lojas
e até mesmo, uma de móveis infantis.

Não me aproximei da sala, pois estava vestindo somente a regata e a


boxer de Apolo, não seria de bom tom, aparecer na frente de outras pessoas
daquela maneira.

Depois de uns vinte minutos de vai e vem e muitas coisas deixadas


na sala, Apolo surgiu na porta que dava para a varanda e me chamou:

— Vem ver o que comprei.


Levantei-me da cadeira, meio atônita e fui até onde ele havia me
chamado. Caminhando um pouco mais para dentro, Apolo parou ao lado
das sacolas de papel e me explicou, ao ver minha expressão meio
atordoada.

— Bom, comprei roupas para você e Arianna. Porque por mais que
eu a ache linda usando minhas roupas, não seria legal deixar que os
seguranças te vissem assim. — Depois de me dirigir um sorriso zombeteiro,
continuou: — Só eu posso.
— Apolo, não precisava se preocupar com isso, eu voltaria para
minha casa, para pegar minhas roupas.
Ele se aproximou de mim, bagunçou os cabelos de Arianna, que
estava puxando um dos meus fios de cabelo e murmurou:

— Não quero parecer controlador, mas eu não vou deixar você


chegar perto daquele lugar. Para onde for agora, irá com um segurança, até
eu saber o que fazer com esse des… — O homem à minha frente, parou no
meio do xingamento, ao perceber que tinha uma criança entre nós. — Eu só
quero te proteger, me perdoe, por estar tão desesperado.
Eu não tinha porque perdoá-lo, havia pedido sua ajuda. E sabia muito
bem o quão Apolo podia ser protetor, então, nada mais justo deixar que ele
cuidasse de mim da forma que achasse certo.

— Não queria parecer uma pessoa indefesa, que não sabe cuidar dos
próprios problemas, Apolo. Mas obrigada, por tudo isso.

Apontei na direção das coisas espalhadas pela sua sala.

Os nós dos seus dedos acariciaram minha bochecha e ele sorriu de


lado.
— Não tem problema não ser forte o tempo todo. Eu estou aqui e
serei forte por você, quando precisar, é só me chamar.

Meu coração se derreteu um pouco mais por aquele grego. Eu estava


me apaixonando, tinha absoluta certeza daquilo e depois da noite passada,
estava desconfiada de que não conseguiria viver sem Apolo. Não mais,
quando ele parecia ter se tornado uma peça tão fundamental em minha
vida.
A peça que me levaria de volta à felicidade.
CAPÍTULO 23

Soltei uma lufada de ar, assim que me levantei do chão. Tinha


acabado de montar o berço que havia comprado para Arianna, no quarto ao
lado do meu.

Os seguranças já haviam chegado e estavam pela propriedade. Não


deixaria que mais nada machucasse a mulher por quem eu estava
apaixonado.
E foi pensando nela, que Sofia surgiu na entrada do quarto, com
Arianna em seu encalço. Eu havia comprado alguns brinquedos para a
pequena e naquele momento ela estava com uma girafa nas mãos e mordia a
cabeça do bichinho.

— Nunca pensei que seria tão sexy ver meu chefe montando o berço
da minha filha.
Olhei para Sofia por cima do ombro e lhe dei uma piscadela. Ela
parecia estar bem melhor do que a noite passada e sinceramente, aquilo me
fazia feliz, no entanto, a vontade de cometer um assassinato ainda não havia
passado.

— Texy! — Arianna, gritou a palavra, completamente errada, que


havia ouvido a mãe dizer.

Sofia a encarou com os olhos arregalados e eu fui obrigado a soltar


uma gargalhada com a sua reação. Claro que a garotinha repetiria uma
palavra nova, ainda mais quando aquela palavra podia foder com todos.

— Meu amor! Não pode falar isso, tá bom? — Arianna olhou para a
mãe e assentiu.

Depois fomos almoçar, pois a comida que eu havia pedido para nós
tinha chegado. Foi um almoço tranquilo e assim que comeu, passaram-se
alguns minutos e Arianna acabou caindo no sono o que achei necessário
para conversar com Sofia a respeito de como ficaríamos a partir daquele
dia.

Sentei-me no sofá da sala, que tinha uma vista maravilhosa para o


mar e disse:

— Podemos conversar? — Sofia estava sentada ao meu lado e sua


cabeça repousava sobre meu ombro.

— Claro!

Ela ajeitou o seu corpo, para me encarar e eu voltei a dizer:

— Eu quero que você more comigo a partir de hoje.

Sofia não disse nada por um bom tempo, mas acabou assentindo.
— Apolo, só não sei como recompensar tudo o que está fazendo por
mim. Não quero ser um peso para você e…

Coloquei meu indicador sobre sua boca e murmurei:

— Eu nunca pediria que você fizesse algo para mim. Estou fazendo
isso, por te amar, Sofia. Só me permita demonstrar meu amor e amar aquela
garotinha que está dormindo.

Sofia se aproximou de mim e depositou um beijo leve em meus


lábios. Eu ainda me sentia com medo de tocar sua pele, que estava roxa em
diversos lugares, mas retribuí o beijo da melhor forma.

— Eu permito que você me ame, Apolo. E eu vou te amar também


— confessou.

Afastei-me somente para encarar seus olhos e indaguei:

— Você está dizendo que vai tentar?

Ela negou e sussurrou:

— Estou dizendo que não posso negar o que você faz com o meu
coração. Estou dizendo que a cada momento que passa eu me sinto mais
ligada a você, estou dizendo que, em tão pouco tempo me fez perceber que
estou apaixonada por você e não é qualquer amor. É um amor que eu acho
que se perder, nunca mais poderei me reerguer. Você, meu deus grego,
curou meu coração, pegou todos os cacos e os colou e agora eu quero te
retribuir da melhor forma que posso imaginar. Que é sendo sua, por quanto
tempo você quiser, só peço que não me machuque como fui machucada no
passado.

Aproximei-me lentamente de Sofia e segurando seu rosto com


delicadeza, beijei seus machucados, com carinho e todo o cuidado para não
machucá-la mais.

— Eu estou aqui para te fazer a mulher mais feliz desse mundo e


nunca te machucaria, de nenhuma forma, seja mentalmente ou fisicamente.
Serei o homem que vai te fazer sorrir nos momentos mais malucos, ou nos
inconvenientes, mas nunca farei que derrame uma lágrima. Eu te amo,
Sofia!
Seus olhos brilhantes se voltaram para os meus de forma intensa.

— Se eu não estivesse sentindo dor, juro que iria sentar no seu colo,
só para você me fazer sua e provar esse amor. Mas quando eu estiver
recuperada, você não me escapa.

Beijei sua boca de novo.

— Agora, quero falar sobre como vai ser nossa vida. — Novamente
ela ficou tensa. — Irei contratar uma babá para Arianna para que ela tenha
companhia e cuidado, enquanto você trabalha. Só que se você não quiser ir
trabalhar, eu posso arrumar outra secretária e você fica aqui.
Sofia negou.

— De jeito nenhum, Apolo! Eu quero continuar trabalhando.

Eu sabia que ela não concordaria com a ideia de ficar em casa, por
isso, nem havia cogitado.

— Eu imaginei que diria isso, e exatamente por esse fato que vamos
contratar uma babá, para a Ari.
Sofia coçou a cabeça e bufou.

— Estou te dando muito trabalho.

— Você não me dá trabalho, para de falar isso.


Naquele momento o toque do meu celular nos tirou dos meus
devaneios e quando vi o nome na tela, sabia muito bem que estava pronto
para ser atingido por uma enxurrada de xingamentos.

Havia deixado uma mensagem para Íris falando sobre o ocorrido e


provavelmente naquele momento ela tinha lido o recado.
— Está preparada para o furacão Íris?

Sofia fez uma expressão pensativa e brincou:


— Eu ainda não sei o que somos, mas se tivermos um
relacionamento, tenho que aguentá-la, certo?

— Tem mesmo. — Antes de atender, eu declarei: — Seria muito bom


se você aceitasse ser minha namorada.
Antes que a minha mulher pudesse responder algo, atendi a ligação de
vídeo e minha irmã estava com uma expressão assustada.

— Como assim, Sofia foi agredida? E como o filho da puta do Howey


está envolvido? Eu já pedi a rescisão de contrato com aquela empresa, estou
fervilhando de ódio. Nossa, se eu pudesse eu explodiria aquele desgraçado.
— E Íris continuou falando como se não precisasse nem mesmo de ar para
respirar. — E cadê a Sofia, eu quero saber como ela está, preciso dar todo o
meu apoio a ela. Eu estou explodindo de raiva, Apolo. Como você deixou
esse cretino chegar perto dela?
Sofia pegou o celular da minha mão e quando minha irmã a viu,
soltou um grito.

— Pelos deuses! Eu tô com mais raiva ainda. Olha o que fizeram com
o seu rosto maravilhoso. Sofia, eu vou matá-lo, com as minhas próprias
mãos. Eu fiquei sabendo que ele tinha sido preso aí na Grécia ontem, está
em todos os tabloides aqui dos Estados Unidos, mas falaram que havia sido
uma tentativa de invasão. Claro, que o papai filho da puta, o tirou da cadeia
horas depois e colocou o jatinho para buscá-lo. Se eu vê-lo, vou cravar uma
faca no coração dele.

Sofia parecia chocada com Íris e eu sabia que ela não faria aquilo,
mas era melhor deixar que ela soltasse todas as suas palavras ofensivas,
antes que saísse gritando como uma louca pelas ruas de Nova Iorque. Um
detalhe que era bom acrescentar, ela já tinha feito isso uma vez por
Santorini, só por ter perdido uma promoção de sapatos.
— Íris, não faça nada, ele pode te agredir também.

— Sabe, às vezes eu amo ter saído da Grécia. Não somos tratadas


como deveríamos ser aí, o governo tapa os olhos para esse tipo de agressão
e sinceramente um país tão lindo, não deveria ser tão machista. Cunhada,
olha, eu quero que você se sinta segura e vou te proteger. — Íris fez uma
pausa. — Posso te chamar de cunhada, né?
Sofia, mesmo que estivesse em choque, sorriu para ela.

— Acabei de chamá-la para ser minha namorada, mas ainda não


respondeu.

Apareci na metade da tela do celular, ficando com a cabeça encostada


na de Sofia.

— O que está esperando para aceitar, Sofia? — Íris, perguntou,


esquecendo-se completamente do desespero anterior.
A mulher ao meu lado me olhou e sorriu.

— Bom, acho que já deixei claro meu ponto de vista para seu irmão.
Então, sim… — Ela mordeu levemente o lábio inferior. — Aceito ser sua
namorada.

E naquele momento, mesmo depois de toda a merda que havia


acontecido, me senti o homem mais sortudo do mundo.
— Ah, ganhei uma cunhada e uma sobrinha. Que tudo!

Íris continuou gritando, mas agora era de empolgação. E depois de


conversarmos mais um pouco e de eu alertá-la para não fazer nada com
Rick Howey, caso o visse, desligamos e por fim o silêncio recaiu sobre o
ambiente.

— A sua irmã é uma figura.

Sofia se aconchegou no sofá e se encostou em meu corpo.

— Ela é! — Acabei contando sobre a minha ideia do dia anterior. —


Eu havia falado para ela que iríamos visitá-la, mas agora sabendo que o seu
agressor é de Nova Iorque, vamos ficar por aqui mesmo, até eu ter certeza
de que você está segura.

A mulher que eu amava assentiu e mais uma vez sorriu para mim.

— Apolo, eu realmente quero ser sua namorada.

— Eu sei que quer. E por isso, eu te amo ainda mais.

Beijei a boca de Sofia e esqueci-me dos problemas que nos cercavam


por enquanto, afinal, naquele momento eu só queria ela comigo da forma
que estava.

O resto eu me preocuparia depois.


CAPÍTULO 24

Estava digitando um e-mail para um dos investidores do Alpha Tour,


quando Apolo saiu de sua sala e abriu um daqueles sorrisos matadores de
mocinhas indefesas.

Para minha sorte, eu sabia que aquele sorriso era direcionado


somente para mim. Tinha se passado um mês desde a visita aterrorizadora
de Rick à minha antiga casa e, para minha sorte, ele nunca mais tinha dado
as caras por ali.

Claro, que Apolo tinha garantido que aquilo acontecesse, colocando


os seguranças na minha cola e me fazendo morar com ele. Não posso negar,
que nos primeiros dias, estava receosa por estar morando com meu chefe de
forma tão abrupta. No entanto, aquele mês tinha se tornado o melhor de
toda a minha vida.
— Você já foi a Paris? — O sorriso dele aumentou, enquanto
esperava minha resposta.

— Não! — respondi, meio incerta com aquele sorriso que estava


sendo direcionado a mim.

— Sabia que Íris tem um contrato, para fazer uma participação em


um evento, que acontecerá lá, no próximo final de semana?

Sorri para Apolo já imaginando aonde ele queria chegar.

— Não sabia, mas se você quiser ir, acho que ela ficará muito feliz.

Apolo contornou minha mesa, pegou minhas mãos nas suas e


ajoelhou-se à minha frente. Olhei para os lados, com medo de algum
funcionário nos ver daquela forma, mas também não me importava, eu não
desistiria do homem que me provava todos os dias o quanto eu era especial,
por causa de pessoas que poderiam nos julgar, sem saber a realidade dos
fatos.

— Acho que você não entendeu, meu amor.

Toda vez que ele me chamava daquela forma, eu sentia uma emoção
tão forte me tomando que eu quase começava a chorar, só por perceber o
quanto ele me tratava bem.

Sabia que aquilo deveria ser o mínimo para um homem que dizia me
amar daquela maneira, porém, depois de sofrer tanto, qualquer diferença de
tratamento que eu recebia era uma alegria a comemorar.

— O que não entendi? — indaguei.


— Quero que você e Arianna venham comigo, para visitar minha
irmã e também para aproveitarmos Paris, a cidade mais romântica do
mundo.
Apolo tinha contratado uma babá para minha menina e a tratava
realmente como se fosse sua filha. Dorotéia já tinha ido me visitar algumas
vezes naquele mês e havia ficado com ciúmes da nova babá, mas ela
entendia que era necessário.

Sem contar que Apolo, mesmo contra a minha vontade e a de


Dorotéia, havia lhe dado uma quantia em forma de agradecimento, pelos
anos que cuidou de Arianna e por ter me ajudado a fugir de Rick.

Dorotéia recusou veemente, mas Apolo insistiu tanto que a mulher


não viu outra escolha a não ser aceitar.

E naquele momento, eu já o considerava quase um pai para minha


filha, principalmente por sempre querer incluí-la em tudo que queria fazer
comigo.

— Meu deus grego… — Segurei seu rosto entre minhas mãos. —


Você não acha que está querendo me mimar demais?

Apolo revirou os olhos e me deu um selinho rápido, para que


ninguém nos visse naquele momento íntimo.
— Eu terei que repetir o quanto te amo e o quanto estou disposto a te
fazer a mulher mais feliz de todo o universo?

Aquele homem sabia quebrar qualquer barreira que eu quisesse


levantar contra ele.

— Não precisa repetir, mas você sabe que não quero parecer uma
interesseira e…

— Por favor, não termine de falar essa asneira. Vamos comigo? Estou
morrendo de saudades da minha irmã e como é mais fácil visitá-la em
região europeia, eu pensei que podíamos ir e curtir até mesmo umas
pequenas férias românticas.

Aquele homem não podia ser real.


— Estou recebendo vantagens por ser a namorada do chefe —
comentei.

Apolo deu de ombros.


— Eu não ligo, porque se eu puder te dar todas as vantagens eu darei.
Nunca proibi nenhum dos meus colaboradores de terem um relacionamento
aqui dentro. Então, se eles não acharam a pessoa que os faz sorrir ao
acordar e se apaixonar ainda mais ao fechar os olhos para dormir, eu
realmente não tenho culpa. Mas eu quero curtir Paris com você e não me
importo com o que vão dizer, vem comigo, por favor?

Mordi meu lábio inferior e acariciei sua bochecha com meus dedos.
Sua barba estava um pouco maior do que de costume e eu não sabia se
amava Apolo com ela ou sem ela, porque o homem sabia ser lindo de
qualquer jeito.
— Apolo, você é o homem mais incrível que conheci.

— Não sou tudo isso, eu só tento ser especial para você.

Como ele podia se achar menos do que perfeito? Aquele homem não
tinha jeito, era maravilhoso demais.

— Você é sim. O melhor para mim, para minha filha… — Soltei um


suspiro e disse: — Eu só não pularia dentro de um buraco se você pedisse,
mas ir para Paris será incrível, ainda mais que eu sempre tive vontade de
conhecer lá.
Apolo se levantou rapidamente e me puxou para sua sala.
— Vamos comprar as passagens.

Ele se sentou na sua poltrona e me puxou para seu colo. Enquanto ele
começava a abrir os sites das passagens, aproveitei para ligar para Mônica e
perguntar se ela queria ir conosco. Claro que ela aceitou, pois estava
morrendo de saudades da filha.
Seria uma viagem em família, porque sim, eu já me considerava da
família. Afinal, aquelas pessoas me tratavam tão bem que não teria como
me considerar de outra forma.

Depois de finalizarmos a compra, levantei-me do colo de Apolo, só


para me sentar de frente, com as pernas uma de cada lado do seu corpo.

— Vamos para Paris juntos.

Beijei sua boca levemente e ele sorriu.


— Sim! — Ele semicerrou os olhos e sorriu de forma sacana na
minha direção. — Pretendo alugar uma cobertura com vista para a Torre
Eiffel, para eu poder te foder, enquanto você olha a torre.

Quando ele disse aquelas palavras, senti meu corpo esquentar.

— Não se deve falar isso, se não pretende me foder agora —


sussurrei.

— Você quer que eu te coma aqui, no meu escritório?


Claro que Apolo e eu já tínhamos transado ali, mas toda vez que
aquilo acontecia, parecia ficar ainda mais gostoso, tudo por causa da forma
que parecia errado e ao mesmo tempo certo.

— Você faria isso? — indaguei de forma inocente e mordi meu lábio


inferior.
— Te comeria em qualquer lugar que você quisesse, minha princesa.

Passei minhas mãos pelo seu tórax

— Me fode aqui, em cima da sua mesa, Apolo.

— Como quiser, meu amor.


Apolo afastou sua poltrona da mesa, me levantou e me deixou em pé.
Ele caminhou até a porta do escritório e a trancou, quando voltou, sentou-se
no mesmo lugar e aproveitou para descer o zíper da minha calça e tirá-la,
fez o mesmo com minha camisa.

Quando eu estava apenas de lingerie, ele me sentou em cima da sua


mesa. Aproximou sua poltrona de onde eu estava, pegou minhas pernas e
apoiou no descanso de braços da cadeira.
— Vou devorar sua boceta com minha boca, meus dedos e depois
com meu pau.

Senti minha calcinha ficar encharcada somente com suas palavras. E


eu sabia que Apolo cumpriria com aquela promessa deliciosa.
CAPÍTULO 25

Os cabelos de Sofia estavam soltos e de onde eu estava sentado, era


possível vê-los recaindo sobre alguns documentos em cima da mesa.

A lingerie que ela usava era branca e fazia com que ficasse parecendo
um anjo, com expressão delicada e ao mesmo tempo sexy, com aquela boca
que me fazia perder o ar e os olhos daquele castanho-amendoado que me
deixavam louco.
A barriga lisinha estava contraída, provavelmente por estar
completamente cheia de expectativa pelo que faríamos ali na minha sala.

Coloquei minhas mãos sobre a sua coxa e fui subindo lentamente por
sua pele, sentindo a maciez que Sofia possuía. Percebi que seus pelos se
eriçaram e eu soltei um rosnado como forma de aprovação.
Olhei para sua boceta, que estava à minha frente, tapada somente
com a calcinha de renda e quase me esqueci de tudo para me enfiar dentro
dela. Sua calcinha estava molhada e eu sabia que ela só estava assim,
porque eu a deixei daquela forma.

— Parece que você já está me querendo dentro de você —


murmurei.

— Você não sabe o quanto, Apolo.

A voz de Sofia estava rouca, tomada pelo tesão, e meu pau ficou duro
como pedra. Eu queria tanto me enfiar dentro dela, mas antes eu a comeria
com a minha boca, com meus dedos e só depois daria uma alegria para meu
amigo.

Comecei a depositar beijos em sua coxa e fui descendo minha boca,


até chegar à renda da calcinha. Abocanhei sua boceta, mesmo que a
calcinha estivesse por cima e suguei o seu sabor através do tecido.

— Apo… — Sofia não conseguiu complementar meu nome, pois


soltou um gemido.

Subi meus olhos para o seu rosto, que estava corado, tomado pela
expectativa e não resisti ao ver seus olhos cheios de desejo na minha
direção.

Levei as duas mãos ao tecido da calcinha e o arrebentei.


— Como vou ficar sem… — E novamente minha namorada não
conseguiu terminar de falar, pois enterrei dois dedos dentro dela e para
conter um grito ela levou uma de suas mãos à boca para tapar o som.

— Vou adorar saber que você está sem calcinha. Na verdade, acho
que você pode começar a vir sem.
Comecei a estocar meus dedos dentro dela e Sofia estava melada,
mesmo sem eu ter feito nada com ela. Minha secretária começou a mover
seu quadril, enquanto eu via a sua entrada engolir meus dedos e cada vez
que eles voltavam à minha visão, eles estavam mais molhados.

Sofia levou um susto quando o telefone da minha mesa tocou e para


lhe deixar ainda mais maluca, ordenei:

— Atende!

Ela arregalou os olhos e eu continuei penetrando meus dedos dentro


dela.

Aumentando um pouco mais a velocidade, deixando minha menina


ofegante.

— Não tem como eu… atender… — gemeu.

Soltei uma gargalhada.

— Anda, meu amor. Atende o telefone, isso é uma ordem do seu


chefe.

Engrossei a voz e senti Sofia encharcar ainda mais os meus dedos.


Aproveitei para colocar mais um dedo dentro dela. Sofia estava tão
molhada que não teve dificuldade nenhuma em aguentar meus três dedos.

Ela pegou o aparelho do gancho e controlando sua respiração falou:

— Alpha Tour, sala da presidência, bom… — Estoquei com força e


Sofia tapou a boca para não gritar no telefone. Diminuí as estocadas
sorrindo para ela, percebendo quando revirou os olhos. — Bom dia!

Ela ouviu a pessoa do outro lado falando, mas provavelmente nem


estava prestando atenção, porque sua expressão estava tomada pelo tesão.
— O senhor Galanis… Ele não está, quer deixar… — Naquele
momento aproximei minha boca da sua boceta e suguei seu clitóris. — Ah,
Deus! — Gemeu, com o aparelho na orelha e sem conseguir resistir, Sofia
bateu o telefone no gancho. — Apolo, seu maldito — gritou.

Levando as mãos aos meus cabelos e pressionando minha boca


contra o seu ponto de prazer, suguei com mais força, soltando uma risada na
sua boceta, porque ela tinha ficado descontrolada.
Sua boceta começou a se contrair e Sofia ronronar, como uma
gatinha manhosa, mas em seguida soltando um palavrão, virando uma gata
perversa…

— Merda! Eu vou gozar…

E daquela forma senti seu orgasmo chegando e molhando meus


dedos, enquanto Sofia se deitou sobre o tampo de madeira e derrubou até
mesmo o meu porta-canetas.

Espalhando as coitadas por toda a minha sala. Assim que Sofia se


acalmou tirei meus dedos molhados de dentro dela e os levei à boca,
sugando um a um, sentindo o sabor da minha mulher.
— Estou viciado em você, Sofia! — murmurei.

Ela se apoiou em seus cotovelos e me encarou, eu podia ver seu peito


subir e descer por estar ofegante.

— E eu estou viciada na forma como você me faz sua.

Sorri, segurei seu rosto entre minhas mãos e beijei sua boca,
deixando nossas línguas se encontrarem descontroladas, porque era daquela
forma que eu me sentia perto de Sofia, completamente desnorteado e
descontrolado.
Aquela mulher me levaria à ruína.

Suguei sua boca, como tinha sugado seu ponto de prazer há alguns
minutos e Sofia levou a mão ao cinto da minha calça, logo o desafivelando
e abrindo o botão da calça, abaixou o tecido, junto com a boxer e meu pau
saltou para fora.
Sofia levou sua mão até meu pau e ele se contraiu de prazer. Soltei
um rosnado na sua boca, enquanto ela começou a me masturbar, sem deixar
de passar o indicador pela glande que já tinha um pouco de líquido.

Sofia se aproximou da barra da quina da mesa e começou a esfregar


minha cabeça na sua boceta molhada. Afastei minha boca da sua e encarei
seus olhos.

— Sem camisinha? — perguntei.

— Te quero sem nada, Apolo. Me fodendo da melhor forma, até ter


todo o seu orgasmo dentro de mim, me enchendo de você.
Caralho! Se ela continuasse falando daquela forma, eu poderia gozar
ali mesmo.

— Tô tomando remédio, quando arrumei a Arianna não estava,


então…

Tirei sua mão do meu pau e o segurei colocando somente a glande na


sua entrada. Fechei meus olhos com força ao sentir sua pele quente e
melada.

Fiquei brincando ali, levando minha cabeça para sua entrada, saindo
e passando pelo seu clitóris.
— Assim que você me quer dentro de você? — perguntei, colocando
um pouco mais do meu pau dentro dela.
— Te quero com força, me preenchendo toda, Apolo.

— Assim? — Mal terminei a pergunta e me enterrei dentro de Sofia,


que soltou um grito cheio de prazer.

Provavelmente alguém que passasse perto da minha sala, poderia ter


ouvido o seu grito, mas eu não me importava, estava fodendo a mulher que
eu amava e nada melhor do que aquilo.

Deitei o corpo de Sofia sobre a mesa e comecei a estocar com


vontade dentro dela. Sua boceta estava completamente molhada, toda
receptiva para mim.

— Tem noção do quanto eu te amo? Puta que pariu! — Rosnei. —


Eu não vou durar nada, com você tão apertada, tão desesperada pelo meu
pau, meu amor.

Sofia soltou uma gargalhada e entrelaçou suas pernas na minha


cintura. Ela levou seus dedos para o seu clitóris e começou a se masturbar,
enquanto eu a fodia.
— Então goza comigo, Apolo. Porque eu já vou… — Ela mal
terminou de falar e gozou no meu pau e como a sensação de transar sem
camisinha era única, acabei jorrando dentro de Sofia.

Deitei meu corpo por cima do seu enquanto estocava um pouco mais,
liberando o resto do meu orgasmo.
Minha camisa estava pregada de suor e Sofia estava ofegante, quando
levantei meu rosto e encarei o seu.

— Acho que preciso recompensar essa gozada tão rápida —


brinquei.
— Depois podemos fazer de novo, mas eu nem julgo, estava tão
delicioso te sentir sem nada.

Assenti e beijei sua boca, reivindicando sua língua com a minha.


Beijei Sofia, como se eu pudesse tomar todo o seu ar e devolver com aquele
beijo.
Caralho!

Como eu amava aquela menina.

Assim que me afastei, ela sussurrou:

— Acho que precisamos tomar um banho.

— Com certeza.

Ela sorriu e me beijou novamente, mas daquela vez foi mais rápido.
Porém, antes de eu me retirar de dentro dela, Sofia encarou meus olhos e
declarou:

— Sei que já falei uma vez, mas preciso dizer de novo, me apaixonei
por você, Apolo! Eu te amo e não quero jamais me afastar de você.

Meu coração disparou mais um pouco e eu sussurrei:

— Ainda bem, porque não pretendo te largar nunca mais.

Sofia era minha…

Minha para sempre.


CAPÍTULO 26

Paris era simplesmente incrível. Não tinha outra palavra para


expressar o quão apaixonada eu estava por aquele lugar.

Nunca havia visitado Paris e ali, naquele instante observando o


quarto que ficaríamos eu tive absoluta certeza de que nunca me esqueceria
daquela elegância e beleza.
Apolo tinha reservado dois quartos, um para nós e outro para sua
mãe. Íris também estava no mesmo hotel, mas cada um de nós tínhamos
separados, para termos a nossa privacidade.

Arianna dormiria com a gente, no entanto, assim que pisei dentro do


nosso quarto e olhei ele, que possuía uma sala de estar, sacada e em si o
aposento com cama e tudo o que precisávamos para descansar, eu me
lembrei do que Apolo tinha me prometido.
“Pretendo alugar uma cobertura com vista para a Torre Eiffel, para
eu poder te foder, enquanto você olha para ela.”

A suíte era decorada com a alta costura parisiense, do século XVIII,


com texturas e tecidos ricos, para criar uma experiência luxuosa.
Provavelmente naquele momento eu estava me sentindo a rainha.

— Gostou? — Apolo perguntou, assim que fechou a porta da suíte e


eu coloquei Arianna no chão, para que ela explorasse o lugar.

— Se eu gostei?

Girei, acenando para tudo que estava vendo e voltei a dizer:

— Acho que não preciso nem falar o quanto isso aqui é incrível.
Você levou a sério, o fato de ser uma viagem romântica.
Ele se aproximou, abraçou minha cintura e ficou me encarando como
se eu fosse alguma joia rara.

— O que foi? — perguntei.

— Acho que você não faz ideia do quanto me faz feliz — respondeu
e eu engoli em seco, afinal, todas as vezes que Apolo pegava para falar
palavras bonitas, eu me sentia flutuar e uma emoção sem tamanho me
tomava.

Passei os nós dos meus dedos sobre sua bochecha e murmurei:

— Provavelmente deve ser da mesma forma que você me faz feliz.

Apolo ia me dizer mais alguma coisa, no entanto, uma batida na porta


tirou nossa atenção e ele me soltou para ver quem era. Claro que não
demorou muito para o furacão Íris entrar no quarto com Mônica logo atrás.
Arianna que já havia se acostumado com a mãe de Apolo correu para
a senhora e abraçou suas pernas.

— Bobó! — Assim que minha menina disse a palavra simples,


Mônica ficou toda emocionada.
— Ah, pelos deuses! Vocês viram do que ela me chamou?

Sorri para minha “sogra” e ela pegou minha filha nos braços.
— Sim, eu sou sua vovó.

— E eu sua titia. — Íris parou ao lado da mãe e estendeu os braços


para a menina.
Arianna adorava fazer novas amizades e como Íris era toda cheia de
alegria, as duas se deram muito bem.

— Titia e bobó. — Arianna apontou para as duas mulheres e depois


voltou seu dedinho na minha direção. — Mamá e papá.

No momento que ela falou a palavra pai, Apolo soltou um longo


suspiro. Ele me encarou e foi perceptível que seus olhos estavam
marejados.

Eu não sabia explicar, mas uma emoção muito grande havia me


tomado. Afinal, uma coisa era Apolo se considerar o pai de Arianna, outra,
era ela ter aceitado aquele fato tão bem.

Ele se voltou para minha menina, que adorava aquele grego e


estendeu os braços para ela.

— Ah, que chato! Acabei de pegar minha sobrinha. — Mesmo Íris


reclamando, deixou que ele pegasse Arianna, assim que ela estendeu os
bracinhos para ele.
Ela sabia que aquele momento era importante para Apolo. Vi Mônica
e Íris sorrindo para a interação dos dois. Meu coração parecia que iria
explodir de felicidade.

Eu ainda não acreditava que havia encontrado um homem que estava


disposto a viver ao meu lado, mesmo com toda a carga que eu carregava e
ainda tinha minha menina, que ele realmente parecia amar como se fosse a
sua própria filha.
Deixei que as lágrimas que estava tentando segurar, escorressem pela
minha bochecha.

Apolo me deu uma piscadinha e Mônica se aproximou de mim. Ela


segurou meus ombros e depois de observar meu rosto, abriu um sorriso e
me abraçou.

Eu retribuí aquele abraço, me sentindo tão amada por aquela família.


Depois que meus pais haviam falecido, eu nunca mais tive o carinho de
ninguém.

E a família Galanis tinha me aceitado tão bem, que eu nem sabia


como retribuir todo aquele amor.
— Obrigada por ter entrado na nossa vida — Mônica disse e olhou
para o filho. — Eu nunca tinha visto Apolo sorrir tanto em tão poucos
segundos, você faz o meu filho feliz, Sofia. E caso ele não tenha dito, eu
sempre estarei aqui para te apoiar e farei o possível e o impossível, para que
você nunca mais sofra nas mãos de ninguém.

Naquele momento, não dei conta de segurar mais uma enxurrada de


lágrimas e deixei que elas caíssem. Voltei a abraçar Mônica e Íris se
aproximou sorrindo para mim e enxugando-as, enquanto meu rosto estava
apoiado no ombro de sua mãe.
— Nós te amamos, cunhada!

Afastei-me de Mônica e abracei Íris. Ela era maluca, mas eu amava


seu jeito insano de viver.

— E eu amo vocês. Obrigada, por me aceitarem tão bem.

Apolo se aproximou de mim, me estendeu sua mão e Arianna estava


sorrindo com sua expressão angelical, para todos nós.
— Eu me apaixonei por você assim que pisou no meu escritório.

Senti meu coração disparar mais um pouco. Aquele homem era


maravilhoso demais.

— Pelos deuses! Que coisa brega, se um dia eu ficar assim, mamãe,


me interne, com certeza é alguma doença.

Acabou que todos caíram na gargalhada com o que Íris disse. Ela não
sabia o momento de ficar quieta, mas era uma pessoa querida demais.
E naquele instante, eu percebi que fazia parte daquela família.

— Quando o bichinho chamado amor te morder, maninha, quero


estar assistindo de camarote.
Íris revirou os olhos e voltou a pegar Arianna.

— Vamos dar uma volta por Paris, porque você já está alucinando,
maninho.

Novamente sorrimos e aceitamos o passeio por Paris, mesmo que


estivéssemos cansados, era melhor curtir a cidade romântica, enquanto
podíamos, já que ficaríamos somente três dias no lugar.

Eu tinha certeza de que aquela viagem seria inesquecível.


E eu aproveitaria cada surpresa que ela me revelasse.
CAPÍTULO 27

Passamos pela Torre Eiffel e tiramos diversas fotos. Eu estava me


sentindo feliz, realizado e cheio de expectativa. Íris era a mais besta de
todas, em qualquer momento fofo meu e de Sofia, ela fazia uma piadinha.

Sem contar que, quando algum seguidor a encontrava, ela tinha que
parar para tirar foto com a pessoa. Em algumas até tirou segurando Arianna
e fez questão de dizer que era sua sobrinha.
— Tenho medo da exposição que ela está fazendo com minha filha
— Sofia comentou.

Olhei-a de esguelha.

— Ela não faz por mal.

Minha mulher mordeu o lábio inferior e continuou:


— Eu sei que não, mas você sabe que tenho medo de que Rick possa
nos perseguir e…

— Amor, temos seguranças, nada acontecerá com a gente.


Sofia soltou uma lufada de ar e assentiu.

Eu não havia contado a ela, mas estava resolvendo o problema


chamado Rick Howey. No entanto, não lhe falaria nada, porque não queria
deixá-la preocupada.

— Minha filha, fique tranquila, tudo vai ficar bem. — Minha mãe
depositou uma de suas mãos sobre o ombro de Sofia e minha secretária
concordou.

— Eu sei, tenho fé que tudo vai se ajeitar e que nunca mais serei
perturbada por aquele… — Sofia não deu conta de falar o que queria.
Apertei sua mão, para mostrar que eu estava ali para lhe dar apoio.
Sofia respirou fundo, mais uma vez, e depois de parecer mais calma, abriu
um sorriso.

— Vamos curtir nossa viagem — murmurou e foi o que fizemos.

Quando voltamos para o hotel, Arianna estava dormindo em meus


braços e minha mãe e Íris pediram para ficar com ela na própria suíte, para
que nós aproveitássemos um momento sozinhos.

— Pode ser, meu amor? — perguntei e as bochechas de Sofia


coraram.

— Claro! — sussurrou.

Passei Arianna para minha mãe.


Na verdade, o que minha mulher não percebia era que ali existia um
plano meu e da minha família. Elas sabiam muito bem o que aconteceria
dentro da minha suíte.

Depois de nos despedirmos e de Sofia pedir umas mil vezes, para


chamarem caso Arianna acordasse, partimos para nossa suíte.

O lugar tinha sido escolhido a dedo por mim. Eu havia prometido a


Sofia que queria um lugar que ela pudesse ver a Torre, enquanto eu a fodia,
mas também não era só aquilo. Era uma das suítes mais românticas que
tinha no hotel e eu queria fazer algo naquela viagem, que podia parecer
abrupto, mas desde que conheci minha secretária, ela realmente fez com
que tudo acontecesse rapidamente em minha vida.

Por isso, não estava me importando com a velocidade que as coisas


aconteciam, porque eu realmente estava feliz e se pudesse gritar para o
universo o quão realizado estava me sentindo, eu gritaria.
Abri a porta da suíte para Sofia e no mesmo momento ela percebeu
que algo estava diferente.

Afinal, diversas pétalas de rosas vermelhas estavam espalhadas pela


sala da suíte e eu sabia que levavam até o quarto, para a cama, onde algo a
aguardava.

Sofia levou as mãos à boca, para tentar esconder um pouco do


choque e voltou seus olhos castanhos-amendoados na minha direção.

— O que é isso? — sussurrou.

— Uma surpresa, para a mulher que amo.

Seus olhos lacrimejaram e eu a puxei para dentro do quarto. Tranquei


a porta e fui guiando-a, pelo caminho de pétalas que estavam por todos os
lugares.

Pela suíte Rewrite The Stars, tocava e eu fui puxando Sofia por todo
o caminho, enquanto ela deixava que as lágrimas caíssem pelo seu rosto.
Chegamos ao quarto e lá estava uma garrafa de champanhe, duas taças,
mais pétalas formando um coração sobre a cama e ao menos dez papéis
dobrados um de cada lado.
Cada um marcava um número para que ela lesse.

— Apolo, o que é isso? — indagou, soltando um soluço, pelo choro.


— Uma forma de tentar demonstrar meu amor por você.

Paramos ao lado da cama, a janela aberta mostrava o final da tarde e


de fundo a Torre Eiffel começou a se iluminar.
Sofia pegou o primeiro papelzinho dobrado, o desdobrou e começou
a ler:

— Eu amava minha solidão, até que você apareceu, garota


americana.

E continuou lendo o próximo, até o último:

Quando você surgiu na minha frente, eu pensei que realmente a


pessoa mais linda do mundo existia.
Seu olhar foi o primeiro a me conquistar, sua boca a segunda, sua
expressão angelical e sexy a terceira.

Mas o que tomou meu coração, foi o seu jeito doce e cativante, eu me
vi preso a você, Sofia, sem nem mesmo perceber.

Você foi como um anjo, que surgiu na minha vida e me mostrou que
eu podia realmente ser feliz com alguém.
Foi inesperado e abrupto, mas eu me apaixonei, muito antes de te
revelar alguma coisa, muito antes daquele primeiro beijo.

E eu queria uma chance, uma chance para te provar que eu podia


ser um homem digno a te ter ao meu lado e ser o pai da sua filha.

Sabia que eu sempre quis filhos, mas nunca cheguei de fato a


acreditar que os teria? E mesmo assim, me considero um sortudo por ter
conhecido você e Arianna.

Permita-me ser o homem que realizará os seus sonhos, me permita


ser o pai de sua filha, me permita ser o homem que você amará para
sempre…

Sofia, me permita ser o homem da sua vida?

Sofia leu o último bilhete e me encarou, com as lágrimas ainda


caindo do seu rosto. Seu lábio inferior tremia, por tentar controlá-las.
Eu ajoelhei à sua frente e Sofia voltou a levar as mãos à boca, para
tapar o arquejo que soltou ao me ver daquela maneira.

— Sofia, sei que é inesperado… — Tirei a caixinha aveludada do


meu bolso e abri-a para ela, mostrando o pequeno anel, com um diamante
discreto, já que Sofia não gostava de holofotes, assim como eu. — Sei que é
rápido, porque casais normais demoram anos para casar, mas eu sei que
você é a pessoa certa para mim. Sei que você é tudo o que eu procurava, sei
que você me ama e eu te amo, não vejo motivo para esperar anos, para te
tornar meu mundo, sendo que já sabemos que nossa vida juntos é melhor do
que afastados. Eu não preciso de anos para saber o que quero, não preciso
de diversos anos para saber que você é a mulher que tem que estar ao meu
lado. Sofia Frost, você aceita ser a minha mulher, aceita que eu seja o pai da
sua filha, aceita dividir sua vida, seus medos, alegrias e tudo o que vier em
nosso futuro, comigo?

Sofia se abaixou, para ficar da minha altura, afastou as mãos dos


lábios e murmurou:
— Quando eu disse que te amava, eu realmente disse a verdade, mas
nesse momento, eu sinto que meu coração é todo seu. É como se eu o
tivesse tirado do meu peito e te entregado. Você em pouco tempo, me deu
mais do que qualquer pessoa que ficou anos ao meu lado. Você me mostrou
que o mundo pode ser bom, Apolo. — Ela enxugou as lágrimas que
começaram a escorrer pelo meu rosto. — Eu aceito ser sua mulher, aceito
que você seja o pai da minha filha. Eu aceito o mundo que você quer me
dar, Apolo. E eu vou fazer do seu mundo o mais perfeito, pois é assim que
você faz com que eu me sinta. Eu te amo, senhor Galanis.

Sofia se jogou em meus braços e acabou que eu me desequilibrei e


caí para trás. Gargalhamos daquela pequena confusão, mas não demorou
muito para que Sofia grudasse sua boca na minha e começasse a devorar
meus lábios da melhor forma que ela conhecia.
Da forma que me fazia perder a cabeça muito rápido.

Ela se afastou rapidamente da minha boca, respirando um pouco


ofegante e gemeu:

— Acho que você pode começar a cumprir aquela promessa de me


foder, enquanto encaro a Torre.

— Vou cumprir, com todo prazer.


Coloquei o anel em seu dedo e parti para cumprir a promessa safada
que eu havia feito.
CAPÍTULO 28

Apolo me levantou do seu colo e tirou meu casaco, já que em Paris


estava mais frio do que na Grécia, fui obrigada a me cobrir com algumas
camadas de tecido. Depois foi a vez de tirar minha blusa de manga longa,
pensei que me deixaria com o sutiã, mas ele também o arrancou e deixou
meus seios expostos, com os mamilos duros, pela expectativa e também
pelo tempo mais frio.

Apolo se ajoelhou no chão, para ajudar a tirar minhas botas e quando


estava livre delas, ele desabotoou minha calça e também me deixou sem
elas.

— Você é uma visão incrível, Sofia! — comentou, me dando uma


leve piscadinha.

— E te ver assim, é uma bela visão também — brinquei.


— Gosta de me ver rendido por você?

— Claro! Com isso eu realmente tenho certeza de que você está


disposto a tudo por mim.
— Sempre estarei, minha delícia.

Apolo se levantou e pegou a garrafa de champanhe, enquanto me


deixava na expectativa, o aguardando vestida somente com uma calcinha de
renda vermelha, e a abriu. O estampido fez meu corpo se arrepiar. Ele
encheu as duas taças e me estendeu uma delas, tomei um gole, aproveitando
que Arianna havia parado de amamentar.
E senti as bolhas doces do champanhe importado tomarem minha
boca.

— Paris, você e champanhe. Não consigo pensar em nada mais lindo


e maravilhoso do que isso. — Apolo tomou um gole da bebida e me
encarou com aquele olhar que fazia minha pele pegar fogo.

Seus olhos azuis pareciam refletir na penumbra que tomava o quarto,


já que começava a escurecer do lado de fora.

Ele tirou sua jaqueta bomber, ficando somente com a camisa preta de
mangas longas. Tomei mais um gole do meu champanhe, enquanto
encarava Apolo. Tudo o que ele fazia me deixava na expectativa e com
aquilo minha pele já estava começando a se arrepiar.
Só pela forma que ele me olhava e apreciava a bebida, senti minha
calcinha molhar.

Apolo terminou a bebida e depositou a taça de champanhe em cima


de uma mesinha ao lado da cama. Passou ao meu lado, fazendo seu perfume
amadeirado tomar meu olfato.
Ele esperou, com toda a paciência do mundo que eu tomasse minha
bebida e quando finalizei, ele fez o mesmo com a minha taça e logo parou
ao meu lado, sussurrando com aquela voz grossa, que tinha uma intensidade
tão prazerosa que fazia com que minhas pernas ficassem bambas.

— Eu vou te deitar na cama e vou te fazer uma massagem, Sofia. E


depois eu vou fazer amor com você, do jeito que eu amo, carinhoso e feroz,
tudo no mesmo nível de intensidade, porque você é minha mulher e eu amo
foder a sua boceta.

Engoli em seco com suas palavras, enquanto ele me encarava com


um sorrisinho de lado, que fez uma vontade absurda me tomar. Aproximei-
me de Apolo e tentei beijar sua boca, mas ele se afastou.

— Nesse momento meu amor, você só vai me beijar quando eu


permitir, vou te massagear.

Ele segurou minha mão e só com aquilo senti novamente meu líquido
pré-ejaculatório molhar minha calcinha. Apolo me deitou na cama, sendo
que ele disse que naquele momento era melhor eu ficar debruçada, por isso,
meus seios estavam encostando-se na seda macia que tapava a cama,
enquanto meus olhos estavam virados para a janela, onde eu podia ver a
Torre Eiffel.

Apolo foi até sua mala, que ainda nem havia sido desfeita, abriu um
dos compartimentos e tirou de lá um frasquinho. Não consegui ver do que
se tratava, mas quando ele despejou um pouco do líquido, em minha pele
das costas, senti o cheiro de morango tomar o lugar, eu soube que era um
gel massageador, provavelmente comestível.
Apolo passou suas mãos pelas minhas costas, enquanto se ajoelhava
ao meu lado na cama. Ele foi massageando-as e foi impossível não gemer
com aquele toque.

Apertou meus ombros, passou as mãos pelo meio das minhas costas e
ficou nesse processo por uns dez minutos, até que desceu mais as mãos
chegando no cós da minha calcinha.

— Eu amo essa sua bunda. — Sorri com as palavras que ele disse,
depois de minutos calado.

O homem que estava me dando prazer somente com as mãos, desceu


minha calcinha e logo me vi livre do tecido. Um pouco mais de gel caiu em
meu corpo, daquela vez em minha bunda e Apolo a massageou, me
deixando um pouco sem fôlego, quando foi mais para trás do meu corpo e
eu o senti abrindo minhas nádegas.

Não demorou muito para eu sentisse sua boca começar a beijar meu
ânus. Sua língua começou a passar por ali e por um momento senti
vergonha, porque nunca tinha experimentado aquilo.

Enquanto ele brincava com sua língua naquela parte sensível, suas
mãos apertavam minhas nádegas com força e minha boceta… coitada ela
estava completamente molhada.
Apolo se afastou da minha bunda e sussurrou em meio à escuridão
que tomava o quarto, iluminado somente com as luzes que entravam pela
janela e também as luzes da Torre.

— Um beijo grego, do seu deus grego.


Sorri com seu comentário e o olhei por cima do ombro.

— Eu nunca tinha provado isso — confessei.


— Comigo, você vai provar tudo o que for prazeroso, meu amor.
Engoli em seco, cheia de expectativa e assenti. Apolo sorriu e voltou
a me massagear, seus dedos agora, passavam pela abertura da minha bunda
e um até brincou na entrada do meu ânus.

— Apolo… — gemi.

E um pouco mais de gel foi jogado em minha pele e percebi que nas
mãos de Apolo também, pois com facilidade, ele conseguiu introduzir seu
dedo ali naquele ponto que nunca pensei que pudesse sentir tanto prazer.

— Quando eu te acostumar melhor, meu amor, vou comer sua bunda


com o meu pau.

Mais líquido molhou minha boceta.

— Agora? — perguntei, já querendo ele dentro de mim, colocando


seu pau dentro da minha bunda e me fodendo ali.
— Não, hoje só estamos brincando um pouco.

Apolo estocou seu dedo ali e eu soltei um grito, não de dor, de prazer.
Eu estava tomada pelo tesão que aquela sensação estava fazendo comigo.

Meu deus grego continuou movimentando seu dedo ali por mais um
tempo, até o retirar e me virar abruptamente na cama, deixando-me de
frente, com os seios empinados e a boceta molhada.

Passei uma perna na outra, pois queria tanto gozar, mas ao perceber o
que eu estava fazendo, Apolo afastou minhas pernas e rosnou:
— Ainda não, minha gostosa.

Ele jogou mais gel sobre meu corpo, daquela vez na parte da frente e
começou a massagear minha barriga, subindo as mãos lambuzadas para os
meus seios e os apertando com vontade.
— Você tem noção do quanto é gostosa? — perguntou, com os dentes
cerrados.

— E você tem noção do quanto me deixa maluca?

— Posso imaginar. — Sorriu para mim e girou meus mamilos em


seus dedos.

— Ah, porra! — gritei.


E Apolo gargalhou.

— Adoro quando perde o controle, minha delícia.

Ele massageou um pouco mais dos meus seios e voltou a descer suas
mãos pela minha barriga, até chegar à minha pélvis. Apolo pegou um pouco
mais do gel e jogou naquela região, passando suas mãos pelo meio das
minhas pernas e logo dois dos seus dedos começaram a brincar com o meu
clitóris, aquele ponto delicioso que precisava de tanta atenção.

— Ah! — gemi.

— Isso, geme pra mim — pediu.

Ele aumentou o ritmo do movimento dos seus dedos e eu comecei a


rebolar na sua mão.
— Apo… Apolo! Deus! Eu quero gozar! — gritei.

Ele sorriu e aumentou o movimento dos seus dedos em meu clitóris,


no mesmo momento que sua outra mão penetrou dois dedos dentro de
mim.

— Puta que pariu, amor! — Ele rosnou. — Você tem noção do


quanto está molhada? Porra, meu pau vai entrar tão rápido dentro de você.
Ele começou a estocar seus dedos dentro de mim, cada vez mais
rápido, enquanto massageava meu clitóris e eu acabei não resistindo.

— Eu vou…
Não consegui terminar de falar, enquanto gozava nos seus dedos e
balançava o meu quadril para receber mais daquele toque delicioso.

— Isso, cavalga nos meus dedos, meu amor. Goza para o seu
homem.

Meus olhos não desviaram dos de Apolo, enquanto ele me


masturbava com vontade, fazendo um orgasmo seguir o outro e eu acabei
perdendo todas as minhas forças e ficando toda aberta sobre a cama.

— Ainda não acabamos! — Apolo avisou, quando tirou seus dedos e


começou a sugá-los.

Eu estava em êxtase e mesmo assim senti ainda mais tesão ao ver


aquela cena.

Apolo desceu da cama, tirou a camisa, os sapatos, a calça e a boxer


foi junto. Seu pau pulou para fora do tecido, com a glande molhada pelo seu
prazer querendo ser liberado, as veias quase saltavam de tanto que eu sabia
que ele precisava de atenção.
Tirando forças de dentro de mim, me levantei da cama e Apolo me
encarou sem entender.

— Ainda não terminamos, amor! — Voltou a avisar.


— Eu sei, por isso, eu preciso fazer algo.

Segurei sua mão e o coloquei sentado na beirada da cama, me


ajoelhei à sua frente e sorri para ele, assim que ele entendeu o que eu faria.
— É a minha vez — revelei.

Peguei o gel que estava jogado atrás dele, coloquei um pouco sobre a
mão e logo comecei a massagear seu pau.

— Caralho, Sofia!

— Quero essa boquinha, xingando muito, enquanto eu fodo o seu


pau.
Peguei meus seios e os levei até seu membro, enquanto fazia uma
espanhola nele e aproveitava para levar a cabeça do seu membro à boca.

— Desgraça de boca gostosa!

Com aquilo continuei o masturbando e o chupando. Deixei meus


seios de lado e levei minhas mãos, para acariciar suas bolas e subir o
membro para cima e para baixo, enquanto revezava com a minha boca.

Apolo não resistiu e segurou meus cabelos, perdendo o controle e se


enterrando com mais força dentro da minha boca, estocando do jeito que ele
achou necessário para deixar seu prazer vir à tona.
— Se não quiser que eu goze na sua boca, você precisa se afastar
agora — avisou e eu aumentei minha chupada e não demorou para que
Apolo jorrasse dentro dela.

Engoli tudo de uma vez e ele rosnou até libertar a última gota de
orgasmo.
— Agora estamos quites — murmurei.

— E eu vou te foder muito.


Apolo me puxou para cima da cama e quando me colocou de quatro
sobre o colchão, comigo encarando a Torre Eiffel, ele se enterrou em mim,
duro como pedra, mesmo que tivesse acabado de gozar.

Aquele homem era insaciável e eu o amava daquela forma, pois


assim eu podia me tornar insaciável com ele.

Naquela noite, ele cumpriu algumas de suas promessas comigo.


Fodeu-me, enquanto eu via o ponto mais importante de Paris, me amou e
me tornou a mulher mais feliz do mundo.

Eu era de Apolo, ele era meu e só aquilo que importava…


Eu iria me casar com meu chefe, o homem que me mostrou que o
mundo podia realmente ser um lugar incrível.

Que a vida… a vida era uma maravilha.


CAPÍTULO 29

Acordei, com o sons dos pássaros entrando pela janela que por sorte
havíamos nos lembrado de fechar o blackout. Se não, o sol estaria
irradiando para dentro do quarto.

A mão de Sofia estava depositada sobre o meu peito e o anel de


noivado refletia em sua pele. Sorri ao lembrar-me da noite passada, quando
ela aceitou ser minha esposa e também da noite insana que tivemos.
Regada a sexo e muito prazer.

Engoli em seco com o pensamento, pois queria mais daquilo, mas


não podia me entregar ao prazer no momento. Pois tinha coisas para fazer.

Por isso, lentamente me desvenciliei das mãos e das pernas de Sofia.


E aproveitei para cobrir seu corpo com o edredom, até porque iria pedir
para minha mãe lhe fazer companhia na suíte, enquanto eu precisava
resolver os problemas com o desgraçado que um dia achou que tinha direito
de encostar na minha mulher.

E também, porque Arianna estava com minha mãe e eu sabia que


minha filha não dava trabalho algum, no entanto, Sofia não conseguia ficar
muito tempo afastada da nossa pequena.

Fui até o banheiro do quarto e tomei uma chuveirada rápida, porque


não queria me demorar demais para sair da suíte. Não queria nem mesmo
acordar Sofia, no entanto assim que saí do banheiro com os cabelos
molhados, pingando algumas gotas sobre meu tórax e uma toalha enrolada
em minha cintura, encontrei minha mulher sentada sobre a cama.

Os cabelos estavam completamente desgrenhados e Sofia tapava sua


nudez com o edredom. Linda, ela nunca conseguia ficar menos do que
linda.

— Bom dia, meu amor! — Cumprimentei-a.

Ela se espreguiçou e abriu um sorriso.

— Bom dia, assim que senti sua falta na cama acordei.

Aproximei-me de onde ela estava e beijei sua boca vagarosamente.


Era tão bom provar qualquer parte daquela mulher, que eu ficava meio em
transe por saber que sempre a teria comigo.
— Sinto muito por tê-la acordado — falei, mas infelizmente me
afastei, mesmo que quisesse ficar mais tempo com ela, para poder acordá-la
verdadeiramente da forma que eu adorava.

— Tudo bem! Eu realmente precisava acordar, Arianna passou a


noite toda com sua mãe e Íris.
— Ela está bem. Antes de pegar no sono, conversei com minha irmã.
Ela me mandou uma foto da nossa menina dormindo como um anjinho.

Sofia deixou o edredom cair e os seios ficaram expostos, prontos


para minha boca chupá-los, no entanto, eu tinha que manter o foco.
— Eu preciso sair, mas pode ficar tranquila, pois quando voltar eu
vou mamar muito nesses peitos.

Ela sorriu, mas a dúvida passou pela sua expressão.

— Aonde você vai?

Respirei fundo, porque não queria falar nada para ela antes que tudo
ficasse bem.

— Resolver um problema.

Pela minha visão periférica, percebi que Sofia cruzou os braços e


cerrou o cenho.

— Posso ir com você?

Engoli em seco com o seu pedido.

Coloquei minha boxer e me aproximei da cama, sentando ao lado de


Sofia.

— Meu amor, você confia em mim?

Ela assentiu e me mostrou o anel de noivado.

— Se não confiasse, não estaria usando isso aqui.

Sorri para ela e acariciei sua bochecha, depois depositei um beijo em


sua testa e sussurrei:
— Então, espere eu voltar para te contar o que estou indo fazer, mas
não quero que fique remoendo nada. Está tudo bem, então fique tranquila,
ok?

Sofia assentiu e disse:

— Então, vou sair com Arianna, para comer algo francês.

Sorri e beijei.
— Leve minha mãe, caso ela queira te acompanhar. Depois que Íris
se mudou ela ficou muito sozinha.

Sofia assentiu.

— É claro que levarei minha sogra.

Meu peito chegava a doer de tanta emoção ao saber que realmente


tudo o que eu queria com Sofia tinha acontecido. Ela iria mesmo virar
minha mulher e olha que pensei que nunca sairíamos do patamar de chefe e
secretária.
— Eu te amo! — Anunciei.

— Eu também te amo, meu deus grego!


Beijei mais uma vez a mulher que tinha se tornado o meu mundo e
terminei de me arrumar para sair. Quando estava pronto, sem demorar
muito me despedi de Sofia e saí da suíte, encontrando logo um dos
seguranças que me aguardava perto do elevador do local.

Seguimos para a saída do prédio, entrei no carro e deixei que eles me


guiassem para o local, que encontraram para que eu pudesse ensinar a Rick
Howey o quão bom era mexer com uma mulher indefesa.
O lugar ficava afastado da região populosa de Paris, era em uma
cidade vizinha, meio que interior e a pequena cabana, que pertencia à
empresa de segurança, ficava bem escondida no meio de algumas árvores,
bem afastadas da estrada.

Quando chegamos, um dos homens me cumprimentou e me explicou


que havia encontrado o desgraçado no prédio vizinho no dia anterior,
quando estávamos passeando por Paris.
Ele estava seguindo minha irmã. Pelo que os seguranças haviam
investigado, Rick estava querendo usar Íris contra Sofia e eu, para que
pudéssemos fazer qualquer merda que tivesse na mente do imbecil.

Ainda mais, porque minha irmã o ofendeu, quando descobriu que ele
era um agressor de mulher.

Quando descobri que meus seguranças haviam pegado o filho da


puta, eu queria no mesmo momento acabar com ele. No entanto, no dia
anterior, eu já tinha planos de pedir minha mulher em casamento, então as
coisas ficaram meio fora do planejado, mas hoje nada passaria batido.

Não comigo, que estava fervilhando de ódio por aquele enviado do


capeta.
Caminhei ao lado de alguns seguranças e entrei na cabana. Rick
estava amarrado em uma cadeira e eu gostei de ver a expressão de revolta
que estava estampada em seu rosto.

Sorri para ele e comentei:


— Não sabe o quão bom é te ver dessa maneira.

Os olhos dele chamuscaram de ódio e eu sorri mais.


— Por que não me desamarra seu desgraçado, que aí esse seu
sorrisinho vai sumir logo.

Abri um sorriso ainda maior com seu comentário.

Parei a poucos passos dele e me abaixei para ficar à sua altura.

— Que graça teria se eu te desamarrasse?


Rick tentou cuspir na minha direção, mas eu me afastei, fazendo o
cuspe cair perto do meu pé.

— Está com medo, seu merda? — Rick, indagou e peguei as luvas


que um dos seguranças me estendeu.
— Medo? — Soltei um riso de puro desdém. — Eu não tenho medo
de covardes, no entanto, você está amarrado para perceber o quão bom é
apanhar, quando se está indefeso. Afinal, quando se bate em mulher é isso
que acontece, elas são frágeis comparadas à força masculina e mesmo
assim, existem desgraçados como você, que usam dessa mesma força para
espancá-las.

Soltei uma respiração mais alta.

— Olha, senhor Howey, eu nunca levantei minha mão para mulher


alguma. E mesmo tendo nascido em um país machista, minha mãe me
educou bem, para que eu nunca fizesse esse tipo de coisa, que somente
covardes fazem. Então, eu te ensinarei hoje, como é bom bater em uma
mulher indefesa, que não tem como lutar contra uma força muito maior do
que a dela. E eu não estou chamando as mulheres de fracas, só estou
falando, que desgraçados nunca deveriam levantar uma unha sequer na
direção delas.
Rick me encarava furioso e assim que acabei de colocar as luvas em
minhas mãos, desferi um soco na direção do seu nariz que o fez gemer de
dor.

— Vocês estão ouvindo, rapazes? — Os seguranças sorriram e


assentiram no mesmo momento que Rick gemia de dor. — É bom ouvir um
abusador sentir dor.
— Sim, senhor! — Alguns responderam.

— Se acha tão justo, mas me amarrou. — Voltou a tocar no assunto


de estar amarrado.
— Vagabundo, era assim que você costumava chamar a minha
mulher, não é? — Parei um pouco mais à sua frente. — Quando você vai
entender que abusador não tem direito a opinar o com o que acontece com
ele?

Desferi mais um soco que pegou na direção do seu supercílio e o


sangue escorreu.

— Eu não sou uma pessoa vingativa, senhor Howey. No entanto,


você mexeu com a mulher que eu amo e agora eu provarei a você o quão
ruim eu posso ser, quando um demônio passa pelo meu caminho.

E depois disso eu não falei por muitos minutos, pois comecei a


espancar o desgraçado que um dia ousou levantar a mão para Sofia e tentou
fazer mal a Arianna.

Dei diversos socos em sua cara, chutei suas costelas e pernas. Só


parei porque um dos seguranças me impediu depois de Rick ter desmaiado,
por não ter aguentado a surra que lhe dei.

Tirei as luvas sujas de sangue das mãos e murmurei:


— Acordem esse desgraçado.

Olavo, um dos homens que trabalhava na segurança, pegou um balde


de água fria e jogou sobre Rick, o que fez o homem acordar no mesmo
momento.

Ele parecia meio zonzo, mas eu tinha certeza de que estava me


ouvindo.

— Você quer morrer, ou prefere viver? — indaguei.

Sangue e água escorriam do seu rosto e aquilo me deu uma satisfação


enorme.

— Viver… — mal conseguiu dizer.

— Então, eu vou te avisar, somente dessa vez. Se você ousar, olhar


na direção da Sofia ou de Arianna, ou da minha irmã, da minha mãe, ou
para mim, eu juro, que da próxima vez, antes de te matar com as minhas
próprias mãos, porque o dinheiro do seu papai não vai me impedir de te
matar, se você cometer a burrice de ameaçar alguém que amo novamente,
eu vou arrancar o seu pau com uma faca de manteiga e depois te matarei
lentamente. — Fiz uma pausa e o homem, que se achava tão valentão,
estava começando a tremer de medo. — Eu também sou rico, muito rico, e
consigo limpar meu nome de forma excelente depois de matar um
desgraçado que não faz nenhum bem à sociedade. Se chegar perto de uma
mulher para machucá-la, lembre-se que meus homens estarão na sua cola e
nesse caso, quem matará você, serão eles. Então, Rick Howey, pense bem
antes de fazer qualquer coisa agressiva com uma mulher novamente.
Estamos entendidos?

O homem, para sorte dele, assentiu e não disse nada.


— Agora, eu tenho um acordo, registrado aqui. — Peguei a pasta
com o documento e ordenei aos seguranças. — Alguém desamarra ele, para
assinar o que preciso.

Um dos homens o desamarrou e ele permaneceu sentado. Estendi o


documento na sua direção, que começou a ler.

— Isso… — murmurou.

— Exatamente! É uma forma de me resguardar, caso você cometa a


ousadia de se aproximar das minhas mulheres novamente. Você passará
toda a sua herança para Arianna, instantaneamente, então, assine. Porque eu
sei bem que o dinheiro sempre foi mais importante para você.

Estendi a caneta para o homem que a pegou, sem relutar, parecia até
mesmo um cachorrinho obediente. Depois assinou o documento e me
estendeu.

— Claro que não será necessário avisar a você, que caso o que
aconteceu hoje, vaze, eu vou acabar com a sua raça, certo?

Rick cuspiu no chão, um punhado de sangue eu sorri com aquela


visão.

— Eu já entendi. — resmungou.

— Que bom! Espero não vê-lo nunca mais.

Dei as costas para o homem, que por burrice dele, tentou me acertar
pelas costas. Um dos seguranças chutou seu joelho e eu ouvi o barulho do
osso se quebrando.

Rick gritou de dor, caindo no chão imediatamente. Olhei para ele por
cima do ombro.
— Você já descumpriu o nosso combinado?

Enquanto gritava, vi o medo passar pelos seus olhos. Eu nunca ficaria


me sentindo culpado se um homem daquele morresse.

— Como percebemos que ele não é um homem de palavra, pessoal,


não trouxe nenhuma faca de manteiga, não terei como matá-lo lentamente.
No entanto, ele ao menos não tentou mais nada com as minhas mulheres.
Podem forjar aquele acidente que havíamos combinado.

— Sim, senhor! — Alguns responderam.


— Não! — Rick, implorou, mas eu já não me importava mais com
ele.

Dei as costas, sabendo que nas próximas horas, algum noticiário


anunciaria a morte de um playboy vagabundo, que nem merecia tanto
holofote como iria receber. No entanto, embustes, como Rick Howey, que
se sentiam no direito de bater em uma mulher, mereciam somente um fim…

A morte!
CAPÍTULO 30

Apolo tinha acabado de entrar na suíte, quando percebi que algo


estava errado. Mônica havia ido para o seu quarto, pois havia se cansado do
nosso passeio, Arianna estava tirando sua soneca da tarde e eu, bom, já
tinha até mesmo roído minhas unhas, pois estava preocupada com Apolo,
mesmo que ele tivesse pedido para que eu não ficasse daquela maneira.

— O que aconteceu? — indaguei, caminhando até onde Apolo


estava.

Ele me encarou de forma séria e cerrou o cenho.

— Eu te amo, Sofia! — Ele falou com tanto pesar que não consegui
controlar o medo que percorreu o meu corpo.

— Ah, meu Deus! Você vai terminar comigo? — perguntei.


Apolo fechou os olhos com força, mas os abriu novamente.

— De onde você tirou isso, meu amor?

Engoli em seco, antes de responder.

— É que… Você falou de um jeito, que eu fiquei com medo de que


fosse terminar comigo.
Ele se aproximou de mim e foi colocar as mãos em meu rosto, mas
pareceu se lembrar de algo e as afastou.

— Não é nada disso. Eu tenho medo de você querer terminar comigo,


se descobrir o que fiz.

Meu coração começou a disparar. O que Apolo tinha feito que o


havia deixado daquele jeito?

— O que foi, Apolo? Me conta!

Ele encarou seus sapatos e assim que meus olhos foram parar neles,
vi algumas gotas de sangue no material.

— Ele estava perseguindo a Íris, para tentar chegar até você e


Arianna. — Sua voz não passava de um sussurro.

E meu noivo não precisava dizer muito mais para eu saber de quem
ele estava falando.

— E você… — Fiquei com medo da conclusão que eu podia chegar.

— Os seguranças o prenderam. Meu objetivo era só assustá-lo, Sofia.


Mas ele tentou me agredir, quando o libertei, então ordenei que eles dessem
um fim nele.

Levei minhas mãos à boca e senti lágrimas escorrendo pelo meu


rosto.
— Eu sei que se você não me perdoar, será aceitável, mas ao menos
agora eu sei que ele nunca mais vai te perturbar.

Apolo não entendia. Eu não estava preocupada com Rick e sim com
ele. A polícia iria prendê-lo.
— Apolo, eu não quero te perder. Se a polícia…

Ele se aproximou de mim, mas não me tocou. Provavelmente por


estar se sentindo imundo, pelo que tinha acontecido há algumas horas.

— Eles não vão saber. Eu só estou preocupado que você não me


queira mais, Sofia. Não queira ser minha mulher, não permita que eu seja o
pai de Arianna.

Enxuguei minhas lágrimas e questionei:

— Você fez isso, por qual motivo?

Queria saber, porque dependendo da resposta, eu só podia dizer a ele,


que aquilo foi uma forma de me salvar daquele monstro.

— Porque eu sabia que ele nunca te deixaria em paz, porque ele


podia colocar a vida das mulheres que amo em risco. Porque Arianna não
tem nem idade suficiente para saber quem é um monstro e se ele fizesse
algo com a minha filha, eu nunca iria me perdoar. Eu fiz isso, porque eu te
amo tanto, que eu mataria por você, eu acabaria com qualquer risco que
pudessem te oferecer. — Apolo chorou no mesmo momento que me disse:
— Me perdoa, eu sei que você nunca mais vai me ver como um ser humano
normal, eu vou ser um assassin…

Levei minha mão à sua boca, parando a palavra no meio do caminho.


Deixando que minhas lágrimas caíssem junto com as suas. Mas
aproveitando minha mão sobre sua pele, para poder secar suas lágrimas.
— Nunca repita essa palavra, Apolo. — Respirei fundo e disse: —
Eu não tenho que te perdoar, você fez o que qualquer pai faria, você fez o
que eu faria para te proteger. Só posso te agradecer e esquecer esse pequeno
fato.

Abracei-o sem me importar, com o que estivesse sobre o seu corpo.

— Se perdoa também, por favor — sussurrei.

Apolo se afastou do meu abraço e indagou:


— Você continuará me amando?

Abri um sorriso para ele, esquecendo o que ele tinha me falado.

— Como posso deixar de amar o homem que fez o impossível para


me proteger? Eu nunca vou deixar de te amar, Apolo. Você é quem eu
sempre procurei. — Fiz uma pausa, para novamente secar as lágrimas em
seu rosto. — Você é o príncipe que eu sonhava em conhecer. Você é o
homem da minha vida e nada que você faça para me proteger, e para
proteger nossa filha, poderá nos separar.

Ele sorriu, aquele sorriso lindo, que só meu deus grego tinha.

— Promete? — perguntou.

— Prometo! — sussurrei e beijei sua boca.


Para selar aquela promessa que tínhamos feito naquele momento,
beijei Apolo de forma afoita para provar a ele, que eu não o deixaria por
nada que tinha acontecido.

Deixei que sua língua tomasse a minha e agradeci por ele ter se
entregado ao beijo.
Ainda sentiria medo de ele ser acusado de algo, ou se sentir culpado
em um futuro, mas eu estaria ao seu lado para fazer com que ele seguisse
em frente.

Eu seria o apoio que ele precisava e Apolo seria o meu…

Afastei-me do seu beijo e sorrindo para ele, murmurei:

— Vem, vou te dar um banho.


Estendi minha mão para ele e assim que a aceitou, eu nos guiei para o
banheiro da suíte.

À medida que dava banho em Apolo, e a água caía pelo seu corpo,
fui dizendo:
— Cada gota de água que cai é passado ficando para trás. Amanhã é
um novo dia e não vamos nos preocupar mais com quem poderia estragar o
nosso futuro. Eu te amo e não vou deixar de te amar.

Apolo assentiu e me pegou em seus braços, fazendo com que me eu


esquecesse do banho e só me entregasse a ele debaixo daquele chuveiro.

E daquela forma seguiríamos em frente, sem deixar de nos amar.

Só vivendo a nossa vida…


CAPÍTULO 31

Cinco meses depois

Eu me sentia um sortudo filho da puta…


A minha mulher estava linda, com um vestido branco, no jardim da
casa da minha mãe, onde aconteceu a cerimônia do nosso casamento, que
teve pouquíssimos convidados, para a infelicidade de Íris.

Já que minha irmã sempre queria chamar a Grécia inteira e talvez


mais alguns outros países que ela achasse necessário. No entanto, depois de
perceber que Sofia não queria um casamento grandioso, só algo mais
discreto, somente um juiz de paz, minha irmã parou de perturbar a nossa
paz.
Sofia conversava com Dorotéia, a senhora que por muito tempo
ajudou minha mulher a cuidar de Arianna, enquanto ela trabalhava
insandecidamente e até mesmo tirou uma foto com ela. Eu a observei de
longe, tomando meu champanhe, enquanto admirava sua beleza.

Seus cabelos estavam caindo em ondas pelas costas, presos em um


dos lados, com prendedores de brilhantes.

O vestido era colado ao seu corpo, branco, liso, bem simples, do jeito
que Sofia gostava, mas tinha uma cauda longa, e eu só pensava na hora em
que poderia tirá-lo.

— Papai… — Arianna, veio correndo em minha direção. — Olha o


tê pedei, é docim do basil a moça disse.

Peguei minha menina em meus braços e encarei suas mãozinhas com


dois brigadeiros, um doce típico do Brasil.

— Sim, meu amor. Chama brigadeiro.

— Bigadeilo. — Ela mordeu o doce e arregalou os olhos. — É


denicioso, papai.

— Sua mãe que escolheu.

— A mamãe é maisi ninda.

Sorri para minha pequena e assenti.

— Sim, ela é a mais linda.

Depois que Sofia se afastou de Dorotéia, nos procurou pelo jardim e


assim que nos encontrou, segurou a cauda do vestido e veio em nossa
direção.

— O que os amores da minha vida, estão fazendo aqui?


— Tomeno bigadeilo.

Arianna estendeu para a mãe que deu uma mordidinha.

— A mamãe ama esse doce.

— A Alianna tamém.

— Como você ama o doce, se acabou de conhecer o sabor? —


perguntei em tom de brincadeira.

— Ah, papai! Mas eu amo! — Arianna colocou todo o doce que


havia sobrado dentro da boca, ficando com as bochechas estufadas.
— Não enche a boca assim, Ari.

Nossa menina arregalou os olhos, com medo de ser repreendida e


Sofia beijou a bochecha da nossa filha, que estava vestida quase igual à
minha mulher. Com um vestido branco, mas sem cauda e os cabelos presos
de lado.

— Oi, esposa! — murmurei.

— Oi, marido! — Sofia abriu um sorriso.

— Sabia que vocês duas são as mulheres mais lindas desse


casamento?

No entanto, antes que elas pudessem responder, Íris parou ao nosso


lado. Minha irmã usava um vestido vermelho, com um decote generoso e os
cabelos estavam presos em um coque chique, com alguns fios soltos.

— Pelo amor dos deuses, para de ser brega, Apolo.

Revirei meus olhos e Sofia gargalhou. Era tão bom ouvir sua risada,
mostrava que ela realmente estava feliz ao meu lado.
Depois do que havia acontecido há alguns meses, pensei que Sofia
não me perdoaria, mas ela como sempre me surpreendendo, acabou
aceitando o fim daquele desgraçado muito bem.

Que morreu em um acidente de carro, que caiu de uma ribanceira.


Que pena! E continha muita ironia naquele pensamento meu. Como pensei,
quando decidi que deveria tirar a vida de Rick Howey, eu não me senti
culpado, e sim senti aliviado por poder proteger Sofia e Arianna.
Então, nada mais me importava do que a segurança delas.

— Íris, entenda uma coisa. Eu amo essas mulheres, e lamberia o chão


que elas pisassem.

— Credo! Acho que preciso de mais álcool, o Apolo me dá ânsia.

— Para de ser malvada, cunhada! Seu irmão é o meu grande amor, é


compreensível que seja um fofo comigo.
Íris revirou os olhos.

— Eu diria que teria inveja, mas não tenho.

— Cuidado, o carma é complicado.

Íris me fuzilou.
— Vou sair daqui antes que eu comece a te esfolar vivo, Apolo.

Sorri e minha irmã se afastou.


— Quando ela se apaixonar, será daquele jeito — Sofia comentou.

— Tenho até medo de quando isso acontecer.


Arianna desceu do meu colo e foi brincar com algumas crianças que
estavam na festa. Eu abracei a cintura de Sofia e sussurrei em seu ouvido:
— Acho que está na hora de irmos para nossa lua de mel.

Ela sorriu e assentiu.

— Você não tem ideia do tamanho da calcinha que estou usando,


para que você possa tirar.

Só de ouvir sua voz, senti meu pau dando sinal de vida. Pressionei
em sua bunda e Sofia sorriu.
— Você é uma coisinha malvada, Sofia.

— A malvada que você ama — murmurou, sorrindo.

— Amo demais.

Ela se virou em meus braços e disse:


— Obrigada, por ser o homem da minha vida. Por ter me mostrado o
quanto o mundo podia ser melhor, quando se tem alguém que se ama ao
lado.

Beijei seus lábios levemente e sussurrei:

— Obrigado por ter aceitado meu amor, minha Afrodite. [2]

— O que eu poderia fazer? Você é um deus grego, tem esse poder


sobre mim.
Quando contratei Sofia, pensei que ela tinha sido um acerto no
mundo dos negócios, mas na verdade, ela tinha sido um acerto na minha
vida.

Ela surgiu no meu caminho, para ser o amor que mudaria o meu
futuro. O amor que me tornaria alguém muito melhor.
Ela surgiu em minha vida, para que eu a protegesse, a amasse e
formasse uma família.

Às vezes eu duvidava do destino, mas ali, com a mulher que eu


amava nos braços, eu só tinha a prova de que realmente existia.
E eu só podia agradecer a tudo que levou Sofia até mim. Algumas
coisas foram sofridas, mas desde que ficamos juntos, eu a tornei feliz e
continuaria tornando, por toda a nossa vida.
EPÍLOGO

Três anos depois

Abri o livro para o momento de leitura dos meus dois pequenos.


Arianna estava com seis anos e Atlas com dois. O meu pequeno menino,
nasceu em uma noite de Natal e não podia ser mais especial. Já que parecia
tanto com o seu pai, que realmente parecia um presente de Jesus, no dia do
seu nascimento, para mim.
Os dois estavam sentados esperando que eu começasse a leitura da
nova história que estava iniciando. No entanto, assim que fui dizer a
primeira palavra, a porta da casa abriu e eu sabia que o momento de leitura
havia acabado.
Apolo surgiu com dois ursos um de cada lado do corpo e eu sabia que
ele deveria ter atendido algum pedido secreto daqueles dois pestinhas que
eu amava.

— Papai!

— Papá!

Os dois gritaram e se jogaram em cima do pai, que teve que deixar os


ursos de lado para abraçar as crianças. Depois da pequena euforia da sua
chegada, ele deu um urso para cada um, que se esqueceram da leitura, mas
naquele dia eu iria perdoá-los.
Levantei-me da poltrona em que estava e caminhei até meu marido
que havia acabado de chegar da empresa. Apolo havia tirado a barba antes
de sair para o trabalho, no entanto, ela já apontava seus pequenos fios.

Passei minhas mãos pelas suas bochechas e senti o raspar dos pelos
por elas.

— Como foi o seu dia? — indaguei.

— Ótimo, mas eu gosto mais quando você vai para a empresa


comigo, porque assim eu posso aliviar o meu estresse.

Apolo abraçou minha cintura e sorriu. Eu nunca deixei de ser sua


secretária, mesmo que ele quisesse que eu me tornasse sócia da Alpha Tour,
mas aquilo não era para mim. Eu amava meu trabalho, por isso, preferi
continuar como sua secretária.

Fiz um biquinho emburrado e reclamei:


— Só sirvo para você me foder na sua mesa?

Ele arregalou os olhos, assustado com o que eu disse.


— Claro que não! Mas a sua companhia é muito melhor, Sofia.

— Amanhã eu irei, a babá faltou hoje, então não tinha como deixar
as crianças.

Apolo beijou minha boca e apertou minha bunda, aproveitando que


as crianças tinham ido para o quarto de brinquedos.

— Mas você pode me desestressar quando quiser — sussurrou, ao se


afastar de mim.

— Que tal subirmos para o nosso quarto?

— E as crianças? — perguntou, olhando na direção do quarto de


brinquedos.

— Uma rapidinha silenciosa — gemi no seu ouvido.

— Vamos logo, então.

Apolo me puxou e fomos rapidamente para o quarto, nos fechando


dentro do cômodo.

Com as crianças em casa, era mais difícil fazer safadezas, mas


sempre dávamos um jeito.

— Eu te amo! — Apolo, gemeu, ao abaixar minha bermuda, passar a


mão por minha boceta e a encontrar molhada.

— Eu te amo demais, Apolo. Entra em mim, agora!

E foi isso que ele fez, fazendo com que eu mordesse seu ombro para
evitar gritar e revelar aos nossos filhos que estavam a dois cômodos dali o
que estávamos fazendo.

Nós nunca perdemos o desejo um pelo o outro, sempre parecia que


nosso amor aumentava cada dia mais e eu era a mulher mais feliz do
mundo.

Eu pensei que nunca encontraria meu príncipe encantado, mas acabei


encontrando-o em formato de deus grego e só tinha a agradecer por aquilo.
Quando gozamos juntos, Apolo gemeu no meu ouvido.

— Sofia Frost Galanis, você é a mulher mais perfeita dessa vida.


E eu sabia que era mesmo, afinal, ele também era a minha perfeição.

O meu grande amor…

Meu chefe…

Meu marido…
Pai dos meus filhos…

Meu mundo!

Com Apolo, eu aprendi a amar de verdade e aprendi que ele era o


homem que me deu o melhor beijo da minha vida, o melhor sexo, a melhor
existência.

Apolo, era meu deus grego que eu sempre amaria.

Fim
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[1]
A caldera de Santorini é uma espécie de micro ilha coberta pelo mar, formada há cerca de 3600
anos, após uma explosão vulcânica. Passados tantos anos, a cratera do vulcão foi coberta pela água
do mar, mas o local continua sendo centro de atividade vulcânica.
[2]
Afrodite foi uma das principais deusas da religiosidade dos gregos antigos e representava o amor,
a beleza, a fertilidade, o desejo

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