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Homens eram muito engraçados. Era só você não cair de amores por
eles, quando lhe direcionavam um sorriso que já se achavam no direito de
lhe segurar o braço de forma possessiva.
Não que Mason tivesse me mostrado daquela forma que fosse um
escroto total, mas era assim que tudo começava e depois podia dar muito
errado…
Claro, que não podia negar que senti um choque passar pela minha
corrente sanguínea assim que sua pele tocou na minha, mas mesmo assim,
embora com aquela sensação que nunca havia sentido, não podia concordar
com sua atitude.
Aquele riquinho, metido e lindo, não tinha direito algum de me
abordar daquela forma. Ao menos o infeliz se mostrou arrependido de sua
atitude, diferente de muitos machos que se achavam com toda razão por
cometer certos tipos de atitude.
E eu ainda fiquei com pena, por ver sua expressão completamente
arrependida e foi exatamente aquele sentimento que fez com que eu lhe
dissesse meu nome.
Talvez o arrependimento tivesse me tomado após deixar escapulir o
“Ava” pela minha boca, porém já havia passado. Iria fazer exatamente o que
aquela palavra significava, deixar no passado. Estava morrendo de
curiosidade para conhecer o tão falado Mason Coleman, mas agora que já o
tinha visto aquela vontade maluca de vê-lo havia desaparecido e não queria
saber mais do riquinho, metido e lindo…
Deus, nós precisamos conversar. Por que fazer alguém tão lindo?
Sei que o Senhor tem seus preferidos, mas podia ao menos maneirar
na dose de beleza, porque se tornava muito difícil para uma mulher como
eu, carente e com vontade de pular em algum gatinho, se controlar.
Pelas fotos na rede social eu sabia que ele era muito bonito, mas eu
nunca cansaria de repetir — mentalmente e nunca para que ninguém
escutasse —, o quanto Mason era lindo pessoalmente. A boca estilo
coração, aquela barba que deveria fazer misérias com uma pele delicada
como a minha, os olhos que pareciam ser cheios de intensidade e fogo…
Balancei minha cabeça, tirando aqueles pensamentos depravados da
mente, percebendo que estava chegando perto do ponto que eu precisaria
descer.
Assim que saltei do ônibus, comecei a caminhar para casa. Morava
no subúrbio de Nova Iorque e mesmo que muitas pessoas virassem a cara
para aquele lugar, eu gostava dali.
Vivi minha vida inteira naquele bairro, bom, se considerasse vinte e
três anos, como uma vida toda.
Claro que existiam problemas, ainda mais que era um bairro
controlado por facção, mas dava para viver tranquilamente se você ficasse
no seu canto.
E só existia uma coisa ruim naquele lugar… o homem que caminhava
na minha direção. Daniel Rivera, foi meu namorado por dois anos, fazia
parte de uma das facções do lugar e com ele eu perdi tudo, até mesmo a
vontade de me relacionar novamente com alguém.
Era um homem tóxico que só percebi o quanto mexia comigo
psicologicamente, quando consegui sair do relacionamento horroroso que
tínhamos.
E por esse e mais motivos que não era bom nem mesmo ficar me
recordando, eu evitava andar até na mesma calçada que ele. Quando fiz
menção de atravessar para o outro lado da rua, o imbecil aumentou a
velocidade dos passos e logo parou à minha frente.
Daniel tinha os olhos pretos como a escuridão, um sorriso arrogante e
os cabelos cortados baixinhos, que quase dava para enxergar o seu couro
cabeludo. E eu tinha nojo de mim, por ter dado uma chance para aquele
homem.
— Você anda fugindo de mim como o diabo foge da cruz,
bonequinha.
Odiava quando ele me chamava daquela forma. Já que as lembranças
dos anos que passei ao seu lado, batiam pesadamente em minha mente e
faziam com que eu ficasse completamente triste por ter me deixado passar
por aquilo.
— Não tenho nada para falar com você, Daniel! — respondi, meio
ríspida.
Mason segurar meu braço de forma abrupta e talvez até mesmo sem
querer não se comparava em nada com o que aquele ser, que estava parado
diante de mim, havia feito comigo.
— Ah, tem sim! — Tentei desviar do seu corpo que parecia mais um
poste, estagnado na minha frente, mas ele me cercou e sorriu ainda mais
quando percebeu que eu não conseguiria escapar dele com o meu tamanho
em completa desvantagem. — Eu ainda não abri mão de você, Ava. Estou
deixando que respire, durante esses cinco meses que estamos afastados, mas
você ainda será minha novamente. Eu ainda vou te ter em meus braços de
novo e vou te fo…
— Cala a boca! — gritei, desejando interromper o que ele estava
prestes a dizer.
Algumas pessoas que passavam pela rua nos encararam, e por fim,
Daniel abriu espaço para que eu pudesse continuar meu trajeto para casa.
No entanto, mesmo estando já há alguns passos dele, sua ameaça percorreu
todo o meu corpo.
— Em breve teremos outra conversa, Ava!
Senti meus olhos marejarem, mas fiz o máximo para não
começar a chorar ali mesmo. Eu era uma pessoa que se entregava às
lágrimas facilmente, e quando relembrava tudo o que passei nas mãos
daquele desgraçado fazia com que um medo angustiante tomasse conta de
mim.
E quando eu estava com medo, nervosa, triste ou irada, sempre
chorava. Talvez eu pudesse, sim, ser considerada uma chorona de
carteirinha, mas mesmo assim, naquele momento não podia deixar que
aquelas lágrimas caíssem.
Mas era só ver Daniel que suas palavras maldosas voltavam a surgir
em meus pensamentos…
Meus olhos passaram pelo interior do carro, que era mais confortável
do que o sofá da minha casa. Aquele automóvel deveria ser realmente muito
caro.
Depois de um trânsito infernal, mas que mesmo assim havia sido
mais rápido do que se tivéssemos vindo de ônibus, Mason estacionou em
frente à casa de Maya, que colocou a cabeça entre os bancos, depositando
um beijo em minha bochecha.
— Até amanhã, amiga! — Encarei seu rosto, assentindo em resposta
à sua despedida. Maya sem perder tempo, arregalou os olhos rapidamente,
antes que Mason percebesse e acenou levemente na direção do homem.
Sem fazer som algum, moveu a boca, para que só eu percebesse o que
queria dizer: — Pega ele, não perca tempo.
Revirei os olhos e um sorriso gigante se abriu em sua boca.
— Obrigada, pela carona, Mason!
— Por nada, Maya!
Depois de um aceno, ela saiu do carro e por fim, estávamos a sós e eu
não sabia se aquilo era bom ou ruim.
— Bom, agora é a sua vez de me passar o seu endereço.
Tinha quase certeza de que me arrependeria de deixar aquele homem
lindo se aproximar de onde eu morava, por isso, disse:
— Eu posso ir caminhando, nem é tão longe.
Senti quando Mason me fuzilou. Voltei minha atenção para ele e
tentei sorrir.
— Claro que vou te deixar em sua casa. — Ele fez uma pausa e olhou
para o para-brisa do automóvel. — Viu até o tempo está de acordo com
meus planos.
Apontou com o queixo na direção da sua defesa e quando encarei o
lugar, foi possível ver as gotas de chuvas salpicarem o vidro e parecia
bastante provável que logo cairia uma tempestade.
Soltei um suspiro e assenti.
— Tudo bem! — informei o endereço a Mason que o digitou no GPS
todo sorridente.
— Agora sim, podemos conversar — o homem ao meu lado
sussurrou, enquanto começou a se dirigir na direção da minha casa.
Na tela do GPS indicava que ainda ficariam juntos por mais vinte
minutos dentro daquele lugar. Maya morava perto e ao mesmo tempo um
pouco distante de mim.
— O que quer conversar que não falou na frente da minha amiga? —
indaguei me fazendo de desentendida, porque imaginava muito bem do que
Mason queria falar.
— Quero te conhecer melhor, coisinha irritante.
Sorri com a forma que ele voltou a me chamar. Não tinha como
discordar dele, pois eu sabia muito bem ser um pé no saco quando queria.
Ele parou em um sinal, voltando sua atenção para mim, Mason sussurrou:
— Vai me deixar te conhecer?
Olhei para ele e depois de soltar o ar, que parecia ter saído de forma
esganiçada, murmurei:
— Você sabe que não podemos nos envolver.
Resolvi ser verdadeira, porque um dos meus medos em relação a
Mason era aquilo… aquele problema gigante. Um sorrisinho despontou na
boca bonita e bem desenhada. Mason voltou a dirigir assim que o sinal
abriu, mas não deixou de falar.
— Por que não podemos?
Soltei mais uma lufada de ar pela boca.
— Você é o filho dos patrões da minha mãe e sabendo muito bem
como eles são, fica claro que eu não deveria nem ter aceitado essa carona.
Não passou despercebido, quando Mason apertou o volante com mais
força ao mencionar seus pais.
— Você sabe que tenho trinta e três anos? Que eles não mandam mais
na minha vida e que estou pouco me fodendo para a opinião deles?
Eu podia não o conhecer nem mesmo há um dia direito, mas ali, com
a forma que o homem ao meu lado reagiu, eu podia jurar que tinha algum
problema entre ele e os pais que ninguém mais sabia.
— Eu sei que você pode tomar suas próprias decisões, mas a minha
mãe pode muito bem ficar no meio de um tiro cruzado, se eu ao menos
aceitar o que você tanto está querendo.
Mason soltou uma risada.
— Não estou pedindo mais que um beijo e os Coleman não precisam
saber desse detalhe.
Nunca vi um homem tão decidido a me deixar louca por ele. Eu
estava conseguindo ser forte, mas não podia negar o quanto queria fraquejar
ao menos aquela vez, eu queria ser fraca para algo.
Mesmo sabendo que ele estava sendo tão insistente daquela forma,
porque eu o havia desafiado com aquela aposta filha da mãe.
— Eu já disse que isso não vai acontecer, Mason. Pode insistir o
quanto quiser, mas não teremos nada e eu nem te conheço.
— E por isso estou aqui, querendo te conhecer melhor, querendo
saber seus gostos, o que você gosta de fazer, para que eu possa te
conquistar.
Deu-me uma piscadinha rápida, enquanto voltava sua atenção para a
rua e eu agradeci por estarmos chegando, pois percebi que ele não deixaria
de insistir naquilo.
— Pode me deixar aqui, não precisa entrar na minha rua — disse,
antes que ele sequer ligasse a seta que levaria em direção ao meu prédio.
— Nossa, que irritante, vou te levar até a sua porta. A chuva está
ficando mais grossa, sua teimosa.
Não podia negar que os pingos realmente pareceram pesar mais de
uma tonelada e não precisou de nem um minuto para que a tempestade que
estava ameaçando caísse por completo sobre o automóvel.
Ainda bem que estávamos perto do prédio, pois assim que Mason
parou o carro no canto da rua, já não dava para ver quase nada do lado de
fora, mesmo que os limpadores estivessem rápidos o suficiente para tentar
deixar que o motorista visse algo.
Um raio despontou ao longe, fazendo com que eu estremecesse no
banco.
— Tem medo de chuva? — Mason perguntou.
— Não, mas foi tão do nada que me deixou meio apreensiva. Ainda
mais pela forma que está trovejando e tudo o mais.
Olhei para o lado de fora por um momento e voltei minha atenção
para Mason, que havia recostado no banco e estava aguardando
provavelmente que a chuva diminuísse.
— Quer entrar? — perguntei.
Seus olhos se voltaram para os meus.
— Posso?
Dei de ombros.
— Parece que não tem como eu te despachar daqui e não iria querer
que você esperasse a chuva passar aqui dentro do carro. Meu bairro não é o
melhor de Nova Iorque.
Mason sorriu, mas confirmou.
— Tudo bem, então, vamos!
— Corre, riquinho, senão a sua roupa cara vai molhar.
Enquanto eu saía rápido do carro, ouvi a risada de Mason e só não
olhei para trás, porque me molharia muito mais. Abri a porta que dava
acesso para dentro do prédio e não demorou muito para que Mason surgisse
ao meu lado, com os cabelos pingando água. Mesmo que fosse uma corrida
de cinco passos, a chuva estava tão densa, que acabou encharcando o
riquinho.
Sorri para Mason e ele retribuiu o gesto. Aquele canalha era lindo
demais, puta que pariu, a boquinha era uma graça e os olhos pela pequena
travessura que havíamos feito estavam brilhantes.
— Vem, riquinho, precisamos secá-lo, antes que pegue um resfriado.
Mason revirou os olhos, mas me seguiu sem relutar pelos lances de
escadas. Assim que cheguei no corredor que levava até o meu apartamento
estaquei no mesmo momento, fazendo com que Mason até esbarrasse em
meu corpo.
O que aquele desgraçado estava fazendo ali?
Assim que Daniel percebeu que eu estava acompanhada ele fechou a
expressão. Engoli em seco e olhei por cima do ombro, Mason tinha
percebido que algo estava errado.
— O que foi? — sussurrou.
— Só fica quieto — avisei, quando comecei a caminhar na direção de
Daniel, ou melhor na direção do meu apartamento.
Senti a presença de Mason às minhas costas e mesmo não querendo
admitir, agradeci mentalmente por estar acompanhada naquele momento.
Talvez aquela chuva tenha vindo em um momento propício.
— Quem é esse? — Daniel quase rosnou ao fazer a pergunta, assim
que me aproximei o suficiente dele.
— Não te interessa. O que você quer? — Meu tom de voz não deu
abertura para que ele perguntasse mais nada.
— Precisamos conversar, ontem…
— Não tenho nada para conversar com você. Some daqui! —
Apontei na direção das escadas.
Daniel fechou ainda mais a expressão e eu senti minha pele se
arrepiar de medo.
— Quem sabe quando deve se afastar sou eu, Ava e você…
Ele deu um passo em minha direção, fechei meus olhos sabendo o
que poderia acontecer comigo, como muitas vezes aconteceu, mas assim
que percebi que Daniel havia parado de falar, abri meus olhos lentamente.
Mason havia se colocado na minha frente e eu temi muito pela vida
do homem diante de mim, que parecia estar pronto para defender a garota
que só soube ser idiota com ele. A garota que ele nem mesmo conhecia, só
sabia que ela era filha da empregada dos seus pais.
— Acho que você ouviu o que Ava disse. Então some daqui, ou eu te
mostrarei o caminho da saída.
Engoli em seco, sentindo meu corpo tremer. Meu Deus! Mason não
sabia o risco que ele estava correndo.
— Sabe com quem tá falando, playboy? — Daniel bradou.
— Com um babaca que acha que pode aumentar a voz para uma
mulher e pressioná-la a fazer o que ele quer. Não tenho medo de você se é
isso que está querendo insinuar com essa sua pose de machão de merda.
Quando Mason tentou avançar um passo a mais na direção de Daniel,
apoiei minha mão em sua cintura e acho que meu toque fez com que se
acalmasse, mas ainda não foi o suficiente para que ele desviasse a atenção
do homem à sua frente.
No entanto, aquele toque também não passou despercebido por
aquele monstro que encontrou meu olhar de nojo na sua direção.
— Ainda iremos conversar, Ava.
— Não tenho nada para falar com você — sussurrei, mas por sorte
não deixei minha voz transparecer o medo que estava sentindo.
Daniel por fim se afastou, indo na direção das escadas. Afastei a mão
da cintura de Mason, conforme ele se voltava na minha direção com uma
expressão preocupada.
Peguei a chave e destranquei a porta, logo entramos em silêncio
dentro do minúsculo apartamento que provavelmente deveria ser do
tamanho de um quarto da mansão onde o riquinho morava.
Depois de me certificar de que havia trancado a porta, joguei minha
mochila no chão, perto de um dos cantos da sala e encarei Mason que me
olhava em silêncio, enquanto a chuva ainda caía desesperada do lado de
fora.
— Vou querer saber quem é aquele idiota?
Neguei, mas consegui dizer, deixando que o medo ficasse evidente
em minha voz.
— Não chegue perto dele. Daniel é muito perigoso, você não devia…
Mason me cortou, antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa.
— Ava, uma coisa é eu ter cometido um erro ontem, quando segurei
seu braço daquela forma, e eu me arrependo de passar aquela imagem a
você. Outra diferente é se eu estiver perto e um homem como aquele quiser
dar um de valentão para cima de uma mulher... — Tentei falar algo, mas ele
não deixou. — Sei que vocês são fortes e sabem se defender, mas isso não
impede que eu me intrometa em algo que ache abusivo demais.
Mason deu de ombros e caminhou um passo na minha direção, depois
outro parando a poucos centímetros de mim.
— Se precisar de um defensor pode me chamar.
Sentindo um pouco do medo se dissipar do meu corpo, consegui abrir
um sorriso leve em minha boca.
— Obrigada! — agradeci, mesmo que eu soubesse que Mason tinha
entendido que eu estava agradecendo por sua atitude no corredor e não pela
sua oferta para ser meu defensor.
— Faço o que posso.
Mais um raio brilhou e logo o barulho do trovão vibrou até mesmo as
paredes do apartamento.
Como a chuva não parecia que passaria tão cedo, inquiri:
— Aceita ficar para o almoço?
— Se você não colocar veneno, aceito.
Soltei uma risada, como ele conseguia ser tão imbecil.
— Vou pensar no seu caso — brinquei.
Indiquei a cozinha, logo o riquinho estava me acompanhando para o
lugar e antes de começar a preparar a comida, eu o encarei de esguelha.
Talvez a imagem que tive em um primeiro momento de Mason
estivesse mudando… e novamente não sabia discernir se aquele fato era
bom ou ruim.
Mas no fundo eu torcia para ser bom…
CAPÍTULO 08
Por todo o caminho pensei em tudo o que Ava havia me dito. Tanto
sobre meus pais, quanto sobre as pessoas da alta sociedade que se achavam
melhores do que os outros.
E foi por isso, que não esperei que chegasse a semana seguinte,
naquele dia mesmo resolvi ir para a cobertura. Minha mãe ainda tentou
reverter aquela decisão, mas deixei claro que não queria ficar na mansão.
Por isso, naquele instante, olhando de uma das vidraças que iam do
teto ao chão, observava Nova Iorque. Um copo de uísque estava em minha
mão, balancei o objeto observando o líquido âmbar se mover lentamente
dentro do copo.
Sorri para aquele movimento, deixando que as recordações do beijo
tomassem minha mente, no entanto, no mesmo momento a reação estranha
de Ava tomou meus pensamentos e eu fechei a mão com mais força em
volta do copo.
Alguma coisa muito séria havia acontecido com aquela garota, o que
fazia ainda mais o meu instinto protetor aguçar. Quase a abracei naquela
hora e prometi que nada de ruim aconteceria a ela, mas não podia fazer
aquilo, ainda mais que não tínhamos nada e eu não pretendia ter.
Aquela garota, mesmo que estivesse me cativando de um jeito muito
insano, não faria com que eu quisesse um relacionamento. Havia objetivos
em minha vida que não incluiriam um romance e por isso, mesmo se ela
aceitasse continuar saindo comigo, deixaria claro que seríamos somente um
caso qualquer sem nenhuma amarra.
Tomei o uísque em um único gole e caminhei até a bancada do bar
depositando o copo da bebida ali.
Olhei ao redor observando a cobertura muito bem-organizada. Com
um espaço amplo, uma televisão maior do que o necessário, mas que ao
menos eu podia chamar aquele lugar de meu.
Desde quando fui embora de Nova Iorque, coloquei um objetivo em
minha vida de que não seria mais controlado pelos meus pais. E sabia que
havia feito a escolha certa, quando Ava me disse sobre a situação da sua
mãe.
Estava até mesmo pensando em contratar a mulher, para que ela não
precisasse passar pela humilhação de ter que trabalhar para aqueles dois.
Caminhei até o sofá, sentei-me sobre o móvel pegando meu celular,
abri o aplicativo e enviei uma mensagem para Ava. Ela havia me mandado
seu número mais cedo, mas não havia tido tempo para conversar com ela
depois que a deixei em seu apartamento.
Ela era tão novinha e mesmo assim havia despertado o meu desejo
incontrolável por ela. E tendo ciência daquele pensamento, não consegui
evitar minha pergunta ousada.
Decidi tomar a iniciativa para que ela entendesse que estava disposto
a curtir aquela loucura que estava tomando nós dois. Algo tão insano que
surgiu em questão de poucas horas. Aquilo nunca havia acontecido, mas
não era um idiota para negar o quanto queria estar com ela.
E quando o celular notificou a chegada da mensagem destravei a tela
e li suas palavras.
Sorri de lado, sabendo que ela estava certa, mas não admitiria aquilo.
Rendido!
Cachorrinho!
Idiota!
Não sabia como iria me chamar a partir daquele momento, porque ali
estava eu, me dirigindo para o apartamento de Ava, porque ela
simplesmente queria assistir um filme e claro que eu realizaria a sua
vontade igual a um animalzinho obediente.
Eu só queria transar com a garota, mas pelo jeito teria que escalar
diversos obstáculos para enfim conseguir o que tanto desejava.
Talvez estivesse parecendo um filho da puta por pensar daquela
forma, no entanto, não podia mentir. Queria levar Ava para a cama e se eu
precisasse assistir quinhentos filmes eu assistiria. No entanto, só faria
aquilo quando ela me permitisse, quando falasse que tudo bem, que
poderíamos avançar por aquele caminho que ela parecia meio relutante.
Estava acostumado a conhecer mulheres e na mesma noite levá-las
para a cama, mas com Ava já havia entendido que precisava de calma e
tinha certeza de que não me arrependeria de esperar pelo momento que ela
achasse ideal.
Parei o carro em frente ao prédio, peguei o celular e avisei a Ava que
estava lhe esperando. Ela disse que já estava descendo, então preferi sair do
carro para esperá-la.
Só que não demorou muito para três homens se aproximarem de onde
eu estava e não foi difícil reconhecer o cara que estava entre os dois
armários que se aproximavam.
O que aquele infeliz queria?
— Acho que você tá frequentando demais essa região, playboy.
O tal Daniel disse ao parar à minha frente.
— Tenho meus motivos para frequentá-la, afinal, tenho o direito de ir
e vir para onde quiser.
O homem de cabelos escuros cuspiu no chão, próximo ao meu sapato
caríssimo, mas tentei relevar, não queria esmurrá-lo ali, muito menos
sabendo que a qualquer momento Ava podia surgir pela porta de saída.
Sem contar que covardes como aquele Daniel, sempre adoravam
andar acompanhados quando saíam para fazer algum tipo de encrenca,
então eu não cairia na sua pilha.
— Vou te dar um aviso, playboy. — Elevei uma das sobrancelhas e
cruzei meus braços, com puro desdém em minha expressão. — Se afaste da
minha bonequinha, se não as coisas não ficarão boas para o seu lado.
Não gostei da forma que ele havia chamado Ava. Ela realmente era
uma fofa, podia muito bem ser chamada de bonequinha, mas por pessoas
que pareciam se importar com ela, não por aquele escroto que
provavelmente fazia aquilo para pressioná-la de alguma forma.
— Eu não sei do que você está falando — respondi, tomado pela
ironia.
A porta do prédio abriu e Ava saiu na hora em que Daniel quis
avançar na minha direção. Percebi quando o medo estampou seu rosto e ela
caminhou rapidamente para o meu lado.
— O que você tá fazendo, Daniel?
O perfume delicioso tomou meu olfato e xinguei aquele desgraçado
mentalmente por ter feito eu perder a visão daquela garota. De esguelha
percebi que usava uma calça colada, uma bota de cano curto, uma blusa
preta e uma jaqueta de couro também da mesma cor. Os cabelos ondulados
estavam soltos, mas não dava para ficar babando nela naquele momento, já
que aqueles imbecis ainda estavam ali.
— Estou dando um aviso para seu novo amigo, bonequinha. — O
apelido pareceu travar Ava, percebi que toda a sua petulância havia caído
por terra e naquele instante resolvi sair do meu estado passivo.
— Com quem ela sai ou deixa de sair não é da sua conta, Daniel —
rosnei. — E se você continuar a perseguindo como está fazendo, se prepare
para enfrentar as consequências dos seus atos.
O homem sorriu de forma ameaçadora, mas vi quando o ódio tomou
sua expressão, assim que segurei a mão de Ava na minha.
— Você não sabe com quem está mexendo, playboy.
Sorri de lado para ele, passando meus olhos de cima a baixo, depois
fazendo o mesmo com seus acompanhantes.
— Eu posso te fazer a mesma ameaça. Afinal, com o dinheiro que
tenho acabo com você ou com qualquer um que entrar no meu caminho.
Odiava agir como meus pais, colocando o dinheiro sempre acima de
tudo, mas aquele cara estava me tirando do sério.
— Veremos, playboy.
Puxei Ava para o outro lado do carro e abri a porta para ela. Logo que
fechei, voltei-me na direção do motorista e encarei os três homens que
ainda estavam parados na calçada muito próximo de mim.
— Não tenho medo de gangue alguma — avisei.
E por fim, entrei no meu BMW, dei partida saindo daquele bairro o
mais rápido que pude. Não sabia como Ava conseguia morar no subúrbio,
mas entendia que o dinheiro era escasso e que ela e dona Stella não tinham
muita opção de moradia.
Apertei o volante com força enquanto dirigia. O carro ficou em
silêncio por um bom tempo, mas depois quando estávamos afastados o
bastante daquele lugar disse:
— Não quis humilhar ninguém em relação a meu dinheiro, mas
aquele cara me irritou e foi a única forma que achei de calar a boca dele.
— Ele nunca me deixará em paz, nunca… eu o odeio tanto.
E só naquele momento percebi que Ava chorava. Sem me importar
com nada, liguei a seta e parei em um lugar permitido.
— Ei, não fica assim!
Sem que me desse permissão, soltei seu cinto e a puxei para o meu
colo. Ela não pareceu relutar, e aquilo me fez sentir ainda mais necessidade
de cuidar dela naquele momento. Ava apoiou sua cabeça em meu ombro e
chorou.
Esquecendo completamente os meus planos de não me tornar íntimo
o suficiente, abracei seu corpo com um dos braços, enquanto levava uma
das mãos aos seus cabelos e acariciava para ver se ela com aquele toque ela
se acalmava.
— É muito difícil, sabe?
Não, eu não tinha como saber, mas imaginava que algo muito ruim
havia acontecido para que ela estivesse agindo daquela forma.
— Eu imagino que seja, e eu estarei aqui para te dar o ombro amigo a
qualquer momento que precisar.
Ava se afastou do meu abraço e encarou meu rosto, com os olhos
marejados, as bochechas meio coradas pelo choro constante, ela parecia tão
triste, tão desolada, tão sozinha naquele mundo.
— Você nem me conhece, como pode estar pegando minhas dores
dessa forma?
Passei as mãos pelo seu rosto, secando suas lágrimas.
— Não é necessário ter alguém ao seu lado por longos anos para
saber o momento de querer apoiar aquela pessoa. Nosso destino meio que
nos conectou de alguma forma, talvez fosse para sermos amigos e um
ajudar o outro com as dificuldades da vida.
Ava me fitou profundamente e depois de um longo suspiro assentiu.
— Você só está sendo fofo para me levar para a cama, não é? — Com
os olhos ainda úmidos das lágrimas, ela jogou a verdade no ar e não quis
mentir.
— Eu realmente quero te levar para a cama, muito, estou indo no
cinema com segundas intenções, mas talvez eu esteja sentindo vontade de
ser seu amigo. E quem sabe não podíamos ter uma amizade colorida, o que
acha?
Ela piscou e mais lágrimas escorreram pelo seu rosto, mas a menção
de um sorriso brincou em sua boca.
— No momento não quero fazer sexo — sussurrou.
— Então, eu só fico beijando essa boca gostosa, não é uma boa
ideia?
Daquela vez o sorriso que se formou em sua boca foi maior e
novamente os olhos se voltaram para os meus.
— Você realmente não desiste.
— Não desisto, ainda mais que já ganhei a aposta, então… — Dei de
ombros.
Ava tomando a iniciativa que não pensei que ela faria tão cedo,
pousou uma de suas mãos em meu rosto e lentamente aproximou seu rosto
do meu.
Sua boca não demorou a encontrar a minha. A garota sugou meu
lábio inferior com os seus e rapidamente permiti que sua língua avançasse
para dentro da minha boca. Levei uma das mãos até sua nuca segurando sua
cabeça no lugar, enquanto aprofundava o beijo.
Seus lábios eram macios, o hálito mentolado era quase uma dádiva e
a boca na minha era algo que eu parecia realmente necessitar. Nunca fiquei
com tanta vontade de provar uma mulher quanto estava com desejo em
Ava.
Quando ela se afastou do meu beijo, a boca estava vermelha e seu
fôlego meio ofegante, mas ao menos as lágrimas haviam parado.
— Você é linda! — sussurrei, percebendo que eu também estava
arfante.
— Obrigada, você também é! — respondeu de forma doce.
Completamente diferente da mulher que conheci e que estava pronta
para me dar um soco. Talvez aquela Ava de alguns dias atrás fosse só uma
máscara que ela colocava sobre si antes de saber como a pessoa realmente
era e se deveria ser tratada de forma mais educada.
— Eu sei! — gabei-me.
Ela revirou os olhos.
— Modesto também!
Sorri para ela, observando quando saiu do meu colo. Acomodou-se
no banco, voltando a colocar o cinto, ela olhou na minha direção e
sussurrou:
— Vamos?
— Vamos, senhorita!
Mais um sorriso tomou a boca linda e eu me senti agradecido por ser
a pessoa que estava lhe trazendo aquele tipo de alegria.
Finalmente parti em direção ao cinema e não sabia explicar
corretamente o que se passava em minha mente, mas eu sabia que algo
diferente estava se apossando dos meus pensamentos…
E eu realmente tinha medo de saber o que era aquilo… talvez fosse
melhor deixar em um fundo escondido para não começar a pensar
besteiras.
E mal sabia o quanto estava enganado… malditamente enganado.
CAPÍTULO 12
E realmente acabou.
Parei de agir como eles achavam que eu deveria, parei de fazer a
vontade dos dois e voltei completamente mudado.
Naquele um mês depois da minha volta, consegui entender o
funcionamento da empresa e ali estava eu na mesa da presidência, porque
mesmo tendo me ameaçado diversas vezes que eu não tomaria a frente do
Conglomerado Coleman, meus pais sabiam que eu era o único apto o
suficiente para tomar o lugar de Noah Coleman.
Digitei a resposta de um e-mail importante para a secretária e assim
que enviei, peguei meu telefone e verifiquei para ver se havia recebido
alguma mensagem dela…
Ava e eu estávamos nos encontrando ocasionalmente. E não podia
negar que cada vez que a via algo diferente parecia me unir ainda mais a
ela.
Trocávamos beijos quentes, mas nada que avançasse demais pelo
caminho que ela não queria. Eu entendia que algo havia acontecido com
ela, quando namorou com aquele criminoso, mas Ava ainda não tinha
sentido que havíamos nos tornado confidentes reais para me dizer o que
era.
No entanto, viveríamos aquela coisa estranha que tínhamos no
momento, e só passaríamos para o próximo passo quando ela se sentisse
pronta.
Ela não tinha me enviado nenhuma mensagem, provavelmente
ocupada com a prova que teria na faculdade, mas como eu me sentia todo
viciado naquela menina lhe mandei um oi rápido e pedi para depois me
contar como havia sido a prova.
Afastei-me da mesa, levantei-me da cadeira e caminhei até a vidraça
do escritório. Encarei Manhattan e sorri, eu havia conseguido me tornar o
CEO daquela empresa, tinha tomado as rédeas da situação.
O meu pequeno objetivo de vida tinha enfim sido conquistado.
O telefone do escritório tocou, soltei um suspiro me afastando da
vidraça e caminhando até a mesa. Peguei o aparelho e logo murmurei:
— Sim!
— Senhor Coleman, seu pai está na linha.
A alegria em meu peito havia diminuído um pouco.
— Pode passar, Ester!
— Mason? — Ouvi a voz do meu pai do outro lado.
— Oi, pai!
— Como está indo?
Eles podiam ter me deixado em paz durante aquele mês, mas não
tinha sequer um dia que Noah Coleman não me ligava para saber como
estava a empresa.
— Bem, pai! Como ontem, ou antes disso, como todos os dias. Eu sei
cuidar da empresa, não levarei o império da família à ruína.
O homem ficou um momento em silêncio, mas por fim, disse:
— Hoje é o meu aniversário de casamento com sua mãe e faremos
um jantar para alguns amigos. Como você não a responde há dias, resolvi
lhe avisar por telefone que sua presença é de extrema importância.
Soltei um suspiro, mas sabia que não tinha como correr daquele
evento.
— Claro, pai! Estarei presente!
Depois de me informar a hora que era para eu chegar à mansão
encerrei a ligação e por sorte percebi que havia recebido uma resposta da
garota que ao menos fazia o sorriso surgir em minha boca naqueles
momentos que eu só queria ser filho de outras pessoas.
Gargalhei!
Ava: Pervertido!
Eu sabia que ela não estava errada, mas com ela… ah, com aquela
garota eu estava sendo quase um monge e não me arrependia em momento
algum de viver aquela amizade com ela.
Aquela amizade colorida e gostosa!
CAPÍTULO 14
“— Para, Daniel!
— Abre essas pernas, bonequinha!”
Sabia que não estava sendo capaz de esconder a raiva que passava
pelo meu corpo, mesmo que eu tentasse vigorosamente, não tinha como
ficar completamente passivo com aquela confissão.
— Eu não me lembro direito, mas ele me obrigou. Lembro que
arrancou minha roupa e se forçou para dentro de mim, com tanta força que
sinto a dor até hoje. Eu era virgem, Mason. Nos dois anos que ficamos
juntos, nunca tinha deixado que as coisas avançassem, sabe? — Ava
continuava, mesmo que sua voz estivesse cortada pela dor de relembrar o
que havia acontecido com ela.
Meus olhos começaram a arder, porque aquela confissão estava
acabando comigo. Não podia acreditar que aquela menina, tão maravilhosa,
tão minha tinha passado por aquilo.
— Eu implorava para ele parar, mas era a mesma coisa do que pedir
para continuar. — Ava encostou seu corpo no meu e eu senti seu corpo
tremer, quando continuou: — Então tudo acabou e tinha sangue, e eu sentia
tanta dor. A droga não conseguiu fazer com que eu ficasse anestesiada.
Completamente amedrontada me vesti e avisei a ele que era para nunca
mais chegar perto de mim, se não eu o denunciaria e pela primeira vez vi
que ele ficou com um pouco de medo. E por fim, consegui me afastar de
Daniel, mesmo que ele ainda me persiga e tente me colocar medo, mas não
estou mais com e mesmo assim não consigo esquecer, não consigo me
entregar, eu não sei nem mesmo se um dia gostarei de fazer sexo.
Ela girou seu corpo e encarou meu rosto, o seu estava banhado por
lágrimas e o meu não se encontrava diferente, porque aquela revelação
acabou comigo.
— Foi por isso que me antecipei demais, não sei se estou preparada.
Eu tenho medo, Mason. Medo de sentir dor, de ser machucada novamente,
eu tenho medo de tudo relacionado a um homem e mulher nus em um lugar
fechado.
Eu estava arrasado, completamente destruído com sua revelação.
Sentindo-me o pior ser humano que podia existir, por não ter percebido os
sinais antes.
O tanto que pressionei aquela garota. Estava fazendo mais mal do que
bem a ela.
Segurei seu rosto entre minhas mãos e beijei sua testa vagarosamente.
Depois depositei um beijo sobre seus lábios e com a minha boca ainda
encostada na sua, sussurrei:
— Desculpe, por ter sido tão insistente. Não queria te deixar com
mais medo. Eu estou com muito ódio desse desgraçado, mas prometi que
não farei nada, então continuarei com essa promessa, porém, deveríamos
denunciá-lo pelo que fez a você.
Ava balançou a cabeça negando imediatamente o que lhe disse. Ela se
afastou do meu toque, abraçou seu próprio corpo e murmurou:
— Não quero fazer isso. Sei que deveria, mas eu tenho medo do
Daniel. Se ele já é assim comigo sem denunciá-lo, não sei do que ele seria
capaz se descobrisse que o denunciei. Ele pode me destruir caso saiba que
eu fui até a polícia, sem contar que as mulheres sempre são subjugadas, é
sempre a nossa palavra contra a deles e em sua maioria a justiça sempre fica
do lado deles.
Respirei fundo, sabendo que ela estava certa em algumas partes,
mesmo que não concordasse e achasse que deveria, sim denunciá-lo.
— Se um dia você estiver preparada para fazer isso, saiba que estarei
ao seu lado segurando sua mão.
Mesmo sofrendo, Ava assentiu.
— Desculpe ter te passado a impressão errada. Não queria que você
tivesse esperança e logo eu te jogasse esse balde de água fria.
Neguei, voltando a me aproximar dela.
— Não se desculpe, eu nunca falaria nada pra você. Já disse que só
farei algo, caso queira e se não quiser eu entendo. — Tentei amenizar a
situação, para tirar aquela expressão triste do seu rosto. — Mas, claro que
se você quiser, estarei aqui prontinho para você.
Consegui o feito quando um sorriso escapou dos lábios de Ava. Senti-
me vitorioso por ver aquele sorriso direcionado para mim, mesmo depois de
tudo que ela havia passado.
— Obrigada, Mason!
Levei os nós dos meus dedos até sua bochecha e acariciei a pele
úmida pelas lágrimas.
— Eu que agradeço por você sentir tanta confiança comigo para
poder compartilhar a sua dor.
Ava soltou os braços que ainda estavam em volta do seu corpo e me
abraçou em seguida.
Contornei seu corpo com os meus e deixei que ficássemos daquela
forma por um tempo.
— Você pode me levar embora? — indagou baixinho.
Encarei seu rosto, os olhos estavam vermelhos, inchados pelo choro
constante, mas ao menos naquele instante as lágrimas haviam parado de
escorrer pelo seu rosto.
— Posso, sempre que quiser, mas também se for do seu desejo pode
ficar aqui.
Um sorriso ameno despontou em sua boca.
— Prefiro ir para casa, quem sabe mais para a frente eu não fique
aqui, mas no momento eu realmente quero ir embora.
Encostei meu nariz no seu e sussurrei:
— Claro, coisinha irritante! — O sorriso em sua boca aumentou. —
Mas antes vamos arrumar aquela quantidade exorbitante de comida que eu
comprei para você levar. Quase não fico aqui, então não podemos
desperdiçar.
— Tudo bem! — concordou.
Fizemos o que falei e quinze minutos depois estávamos dentro do
meu carro, indo em direção à casa de Ava. Fomos conversando amenidades,
enquanto isso e fiquei realmente satisfeito por ela estar bem mais calma
depois que se abriu comigo.
Quando chegamos à sua rua, estacionei em frente ao seu prédio, saí
do carro e o contornei abrindo a porta para Ava em seguida, que estava
carregando o saco das marmitas que havíamos arrumado.
Fechei a porta do carro e caminhamos até a calçada, parando perto da
entrada do seu prédio.
— Amanhã estarei de folga, porque o Tomorrow não vai abrir, se
quiser fazer algo — comentou.
Assenti, segurando seu rosto entre as minhas mãos e beijei sua boca
levemente.
— Posso pensar em algo para fazermos.
— Me avisa então, caso pense e se decida.
Ava estava muito mais tranquila do que mais cedo, parecia até
mesmo ter diminuído ainda mais suas barreiras depois de me contar o que
havia acontecido.
— Tá bom!
Beijei novamente sua boca, porém, algo me avisou que o ambiente
havia ficado mais tenso, muito mais do que era naquele bairro conturbado.
Afastei minha boca da de Ava e olhei por cima dela, já que era bem
mais alto a figura parada a certa distância de nós. A garota à minha frente
percebendo para onde minha visão estava voltada, girou o corpo e viu o
desgraçado que havia destruído seus desejos.
— Falei pra você ficar longe dela, playboy!
Encarei-o por mais um tempo, antes de avisá-lo, deixando claro o
tom ameaçador na minha voz.
— Acho melhor você seguir esse conselho e se manter bem longe
dela.
O homem sorriu em puro escárnio e eu fechei minhas mãos em punho
ao lado do corpo.
— Não tenho medo de você, playboy.
— Deveria ter!
— Ou vai fazer o quê? — Desafiou-me.
Assim que dei um passo na sua direção, Ava apoiou a mão em meu
peito.
— Por favor, Mason! Você prometeu!
E por ela, somente por ela eu assenti.
— Entra que vou embora — avisei.
Ela se virou e beijou minha boca rapidamente.
— Até amanhã! — murmurou, antes de entrar e ficar segura dentro
do seu prédio.
Esperei mais alguns segundos, enquanto tinha certeza de que Ava
havia subido as escadas.
— Se chegar perto dela, eu vou acabar com você — ameacei, sem
medo algum.
— A bonequinha deve ter falado alguma mentira sobre mim, para
você estar com tanta raiva direcionada na minha direção.
Meu sangue ferveu!
— Não a chame assim!
— Ou você vai fazer o quê, playboy? — tentou me irritar, mal
sabendo que eu já estava a ponto de quebrar a sua cara.
— Vou te mostrar!
E não esperei nem mesmo mais uma respiração sua, quando avancei
na sua direção e o soquei com tudo bem no meio do nariz. O homem pelo
visto não esperava a minha reação, já que nem conseguiu se defender,
quando o soquei e aproveitando a guarda baixa desferi mais golpes.
Todos no rosto, para que ele não conseguisse esconder a sua
humilhação. Quando tentou me acertar, consegui desviar e novamente
soquei seu nariz, que já estava escorrendo sangue. Senti o osso afundar e
sorri ao perceber que havia quebrado aquela parte sua.
Chutei seu estômago, fazendo o cara ir parar direto no chão. O rosto
estava uma mistura de cortes e sangue, o que me deixou ainda mais
contente ao encará-lo daquela forma.
— Você está avisado, Daniel! Se chegar perto de Ava novamente, eu
não vou parar nos socos. Se a ameaçar eu vou acabar com você, se tentar
abusar dela de novo, eu vou acabar com você, se respirar perto dela eu vou
acabar com você. Espero que estejamos entendidos.
Afastei-me indo em direção ao meu carro. Entrei no BMW e parti
para casa. Deixando o traste caído no chão, gemendo de dor, podia morrer,
mas meus golpes não o matariam… infelizmente não!
O senso de proteção havia me dominado e naquele instante percebi
que Ava se tornou muito mais especial do que eu imaginava.
Mais do que deveria!
CAPÍTULO 20
Eu tinha me decidido!
Queria Mason, ali no meio do rio Hudson, à medida que curtíamos
aquele domingo incrível.
Eu queria saber como era ter meu corpo realmente amado por quem
sabia valorizar. Necessitava tirar aquela imagem ruim de sexo da minha
mente, precisava saber como era ter a sensação de plenitude que as pessoas
sempre diziam ter. Ainda não sabia o que era aquilo e queria descobrir com
Mason, ali, naquele momento.
Mason me conduziu até o andar inferior, passamos pela cozinha que
havíamos almoçado e logo entramos em uma suíte, que possuía uma cama
enorme, as paredes eram brancas e não tinha nenhum enfeite, mostrando
que ali era um lugar impessoal, mas que seria o ideal para eu ter o que tanto
queria.
O homem que fez aquele desejo despertar dentro de mim, parou atrás
de mim, segurou as abas da minha jaqueta e a desceu pelos meus braços.
— Tem certeza? — indagou, todo preocupado.
Sorri e assenti.
— Tenho, Mason!
Ele jogou a jaqueta em um canto da suíte e levou uma das suas mãos
de novo para minha barriga, encostando meu corpo no seu. Sua boca parou
no lóbulo da minha orelha, enquanto ele raspava os dentes levemente pela
carne daquele lugar.
Soltei um gemido e senti meus dedos dentro da bota se revirarem
com a vontade que estava me tomando. A língua de Mason passou pelo
meu pescoço e eu quase implorei que ele arrancasse minha roupa logo.
— Já se masturbou, Ava? — questionou, fazendo minha calcinha
molhar só com a pergunta.
— Há muito tempo, bem antes daquilo acontecer.
Suas mãos subiram para os meus seios e ele os apertou com força.
Senti meus mamilos ficando cada vez mais entumescidos. E Mason fez
questão de virá-los sob o tecido do vestido.
Perdi o fôlego com aquele ato e encostei meu corpo mais no de
Mason, sentindo seu membro duro cutucar a minha bunda, enquanto fazia o
movimento com meu corpo.
— Eu vou tirar a sua roupa, vou te masturbar com meus dedos, e vou
querer sentir sua porra escorrer por eles, depois vou me ajoelhar no chão e
vou sugar sua boceta até que se perca em mais um orgasmo ao mesmo
tempo que eu a fodo com a minha língua e só depois disso é que vou
enterrar meu pau bem fundo dentro de você e te provar o quanto o sexo
pode ser gostoso, tá bom?
Talvez eu quase tenha gozado só de ouvir a voz rouca que Mason
havia usado para me falar tantas palavras pervertidas e não sabia explicar,
mas eu tinha gostado tanto de ouvi-las.
— Responde, Ava! — exigiu.
— Sim, fa… faça isso! — gaguejei.
Ele afastou as mãos dos meus seios, levou-as até o zíper das costas do
vestido e o desceu. Logo o tecido caiu aos meus pés, como estava sem sutiã,
meus seios ficaram totalmente expostos. Eu usava uma calcinha simples,
preta, nada sedutora e me arrependi um pouco por não ter vestido algo mais
bonitinho.
Mason contornou meu corpo e um sorriso feroz tomava sua boca
deliciosa.
— Sonhei com o dia que ia vê-los assim! — confessou.
Minhas bochechas coraram e Mason sorriu ainda mais.
— Fica tão linda toda vermelhinha assim, Ava.
Mason me ajudou a me afastar do vestido, se abaixou à minha frente
e tirou minhas botas, seus olhos encontraram os meus e um sorrisinho
sacana continuou brincando em sua boca.
— Estou aos seus pés, deusa!
Revirei os olhos, perguntando em seguida:
— Deixei de ser a rabugenta e cruel?
Com uma careta ele negou.
— Não, você ainda é as duas coisas, mas posso acrescentar mais uma
à lista de maravilhas que possui.
Mason beijou minha barriga, quando me livrou das botas e um
arrepio percorreu meu corpo. Suas mãos pararam no cós da minha calcinha,
uma de cada lado e com um puxão forte, fez o tecido estalar e o arrebentou.
Soltei um gritinho e quase fechei as pernas pelo formigamento entre
as minhas pernas que aumentou ainda mais.
— Mason! — esbravejei.
— É desnecessário esse paninho me atrapalhando a chegar aonde
quero.
Novamente o rubor tomou meu rosto, esquentando toda minha pele
com as suas palavras. Mason jogou o que sobrou da calcinha em um canto
da suíte e deixou seus olhos passarem por todas as minhas partes expostas.
— Caralho! Sou bem resistente, Ava. Mas te ver assim, quase faz
meu cacete jorrar rápido por você.
E ele mal sabia que falando aquelas palavras safadas eu quase me
derretia ali mesmo, na sua frente, como uma menina bobinha.
Mason subiu suas mãos por minhas pernas, acariciando a pele com os
dedos grossos, logo uma delas passou para a parte interna da minha coxa,
subindo até encontrar minha vagina.
Eu não sentia medo com Mason, não tinha nenhuma dúvida pairando
sobre meu corpo, eu o queria demais… muito. Seus dedos encontraram os
grandes lábios e logo brincaram para o lado de dentro, passando pela
umidade e arrancando um gemido gutural do fundo da minha garganta.
— Já está tão molhadinha assim?
Mordi o lábio inferior não dando conta de expressar nada, já que
estava completamente tomada pelo prazer. Aquilo era tão diferente de antes,
tão diferente do pesadelo que passei. Meu corpo tremia querendo mais dos
seus toques, ele não queria repelir Mason, queria que ele continuasse o que
estava fazendo.
Mason passou os dedos por toda a extensão da minha vagina, fazendo
mais gemidos escaparem da minha boca. Seus dedos brincaram com meu
clitóris e pressionaram com força aquele ponto durinho no centro da minha
vagina o que arrancou um grito gutural do fundo da minha garganta.
— Isso, Ava! Grita pra mim, grita enquanto meus dedos te comem.
Perdendo completamente o controle, meu quadril começou a se
movimentar, indo e vindo sobre a mão de Mason. Gritei mais uma vez,
quando senti aquele desespero gritante se avolumar em meu ventre,
querendo ser liberto de alguma forma.
Levei minhas mãos aos cabelos de Mason, que sorria parecendo
encantado com o meu desespero, quando deixei o orgasmo tomar conta dos
meus sentidos e liberei aquela sensação deleitosa em sua mão.
Mason ainda brincou com os dedos ali, fazendo meu corpo ficar
trêmulo, enquanto mais um sorriso vitorioso despontava em seus lábios.
Seu dedo do meio encontrou minha entrada e ele me penetrou
vagarosamente. Senti uma ardência me tomar e fiz uma careta.
— Muita dor?
Neguei, mordendo o lábio inferior, no momento em que ele fazia o
movimento de vai e vem, deixando eu me acostumar com aquela sensação.
— Juro que vou ser cuidadoso! — assenti.
— Confio em você! — sussurrei, por fim, completamente ofegante.
Mason tirou o dedo de dentro de mim e o levou à boca.
— Que bom, porque agora eu quero provar o seu sabor direto da
fonte.
E não demorou nada para que a boca de Mason avançasse sobre a
minha vagina e tomasse o que ele disse que faria. Sua língua passou por
toda a minha extensão, provando do meu orgasmo anterior e fazendo que
aquela sensação maravilhosa começasse a me tomar novamente.
Minhas mãos continuaram em seus cabelos, mas daquela vez eu os
puxava com força, tomada pelo desespero querendo que Mason me desse
aquela sensação de novo.
— Mason chupa com força — pedi, não, eu gritei.
E o filho da mãe gargalhou, afastando a boca da minha vagina. Eu o
fuzilei e talvez temendo pela própria vida, ele voltou sua boca para minha
boceta e chupou com mais força, sugou, mordiscou, penetrou a língua em
minha entrada e quando gozei minhas pernas até mesmo fraquejaram.
Esfreguei minha boceta na boca de Mason, em sua barba que fazia
cócegas gostosas em minha pele. Enquanto ele chupava com vontade minha
vagina, suas mãos apertaram minha bunda e por fim, quando eu implorei
para que ele se afastasse, Mason me pegou em seus braços e me deitou
sobre a cama.
— Vou te fazer minha, Ava!
Sem conseguir dizer mais nada em voz alta, porque estava
completamente ofegante, só assenti e desejei que ele realmente cumprisse
com aquilo.
Eu queria ser completamente de Mason.
CAPÍTULO 23
O seu sabor tomava minha boca, minha língua desejava provar mais
uma vez o seu orgasmo, estava completamente maluco naquela mulher.
Ver seu corpo sobre a cama de lençóis brancos, ofegante e com a pele
ruborizada fez meu pau ficar ainda mais duro dentro da cueca. Arranquei
minha camisa e a joguei em qualquer lugar, fazendo o mesmo com os
sapatos, a calça e por fim a boxer.
Meu pau ficou ainda mais ereto, quando vi a forma que os olhos de
Ava passavam pelo meu corpo. Eles deslizaram pelo meu tórax observando
os fios de pelos que passavam por ali, pela minha barriga até chegar em
meu pau.
Vi quando ela engoliu em seco e sorriu de lado encarando o meu
cacete que já babava por ela.
— Viu algo que gostou, Ava?
Ela passou sua língua pelos lábios secos e assentiu.
— Com certeza eu vi!
Mesmo que ela tivesse se entregado para mim há alguns minutos
ainda vi o medo pesar em seu olhar. Aquele desgraçado a tinha
amedrontado demais, eu teria que ser muito cuidadoso para não a deixar
completamente em pânico.
— Como está se sentindo? — questionei, deixando meus olhos
famintos passarem por seu corpo.
— Ansiosa? — respondeu, mas em tom de pergunta.
Elevei minha sobrancelha na sua direção.
— E com medo?
Ela fechou seus olhos e assentiu.
— Desculpe, Mason! Eu tô achando tudo tão incrível, mas é que
agora fiquei…
Aproximei-me da cama e depositei meu dedo que ainda tinha seu
cheiro e gosto sobre sua boca.
— Não precisa pedir desculpas. Vamos devagar, tá bom?
Ava se sentou sobre a cama e assentiu. Ajeitei-me perto dela, levando
uma das minhas mãos ao meu pau e começando a movê-lo para cima e para
baixo, enquanto encarava seu corpo.
— Eu posso só ficar aqui, assim te olhando e me masturbando. Só irei
tomar outro tipo de atitude quando você quiser, minha rabugentinha.
Continuei passando meus olhos por aquele corpo gostoso, apertando
com mais força o cacete duro. Minhas bolas estavam inchadas, loucas para
terem aquele tesão liberado.
Minha respiração aumentou e vi o momento que Ava avançou na
minha direção, tirando minha mão e fazendo a sua tomar o meu lugar.
— Me ensina a fazer do jeito que você gosta? — pediu.
Apertei minha mão por cima da dela e rosnei:
— Vai, com mais força e mais rápido.
Ela fez como eu pedi, fechei meus olhos sentindo a sensação daquela
mão macia tomar meu pau e grunhi, quando Ava aumentou ainda mais os
movimentos.
— Ah, caralho! — esbravejei.
No mesmo momento esporrei sentindo o líquido quente sair pelo
buraquinho da glande, voltei a abrir meus olhos, ao passo que Ava ainda me
masturbava, fazendo até a última gota da minha porra ser liberada.
Vi para o lugar que ela olhava e antes que eu pudesse falar qualquer
coisa, Ava se aproximou com a pontinha da língua e passou pelo gozo que
escorria para sua mão e em volta do meu pau.
Só de sentir a pontinha da língua em meu membro, fez com que eu
pulsasse em sua mão.
Ava me encarou de baixo para cima e seus olhos brilharam.
— Sei que você pode demorar a ficar duro de novo, mas posso te
chupar?
— Faça o seu melhor, coisinha cruel.
Ela sorriu e sem se importar que eu estava todo gozado, começou a
passar sua língua pela extensão do meu membro e pela glande melada,
enquanto a mão de Ava brincava com minhas bolas e não demorou muito
para que eu começasse a ficar duro novamente.
Quanto mais forte ela me chupava, mais ereto eu ficava. Chegou um
momento que não resisti, levando uma das mãos aos seus cabelos, afundei
mais a sua boca no meu pau, com força, sentindo o fundo da sua garganta
pressionar a cabeça do cacete.
— Ah, que boca desgraçada! — rosnei, como um animal saindo de
uma jaula e para o meu completo terror, antes que eu pudesse me derramar
no fundo da sua garganta, Ava se afastou.
Eu a olhei como se estivesse a ponto de explodir e o sorrisinho safado
que me direcionou quase fez que eu gozasse ali mesmo, sem que nada
pudesse me conter.
Ava se deitou sobre os lençóis e abriu as pernas na minha direção.
Tomada pelo desejo, que eu podia ver em seus olhos, ela levou um dedo
para o meio da boceta melada e se tocou deixando um gemido escapar da
sua garganta.
— Você me faz mudar de ideia muito rápido, Mason. — Fez
movimentos circulares em cima do clitóris e movimentou o quadril
delicioso. — Vem me foder?
— Tem certeza? — perguntei, engolindo em seco.
Ela assentiu e não precisou de mais nada para que eu caçasse minha
calça, achasse a carteira e tirasse lá de dentro um preservativo. Abri o
pacotinho rápido, o desenrolando em meu pau que babava por aquela
boceta e em questão de segundos meu corpo pairou por cima do de Ava.
Encarei seus olhos, conforme conduzia o cacete para sua entrada e
mal coloquei a cabeça, quando ela fechou os olhos com força e gemeu de
dor. Ela não era mais virgem, mas sabia que a boceta demorava a se
acostumar, sem contar que sua primeira vez havia sido terrível.
— Continua se masturbando, enquanto me enfio em você, pequena.
Ela fez o que pedi e eu voltei a penetrá-la, não impedindo que sua
expressão dolorosa passasse. Ava se contraiu e eu aproximei a boca do seu
ouvido para sussurrar:
— Relaxa, deixa eu entrar fácil na sua boceta molhada.
— Não tem como entrar fácil, quando você é enorme e grosso desse
jeito — reclamou, mas fez o que pedi.
Sorri e passei a língua por sua orelha.
— Sua boceta é apertada demais, caralho! Ela tá sufocando o meu
pau, tá estrangulando ele e sabe o que é pior? — perguntei, ao mesmo
tempo que me enterrava de vez, até o talo dentro da sua boceta.
— Não! — gemeu, tirando a mão do clitóris, à medida que levava as
unhas para minhas costas e me arranhava, para me marcar do jeito que eu
queria ser lembrado por estar ali com ela.
— Eu tô adorando o jeito que você tá me enlouquecendo.
Afastei meu tórax do seu, aproveitando para levar minha boca até um
dos seios fartos e sugar seu mamilo durinho e rosado, no instante em que
comecei a me movimentar lentamente para que ela se acostumasse comigo.
Suguei com força o peito gostoso, quando Ava começou a se entregar
ao nosso envolvimento, ao prazer daquele momento, ao sexo delicioso que
estávamos fazendo.
— Mason, mais forte… — pediu e eu atendi o seu desejo.
Colocando o braço na curva do seu joelho, puxei uma das pernas para
cima e aumentei o ritmo das estocadas. A cama rangia, Ava gritava e eu
rosnava como um animal ensandecido, perdendo completamente o controle
dos meus atos.
Soquei com força, rápido, desesperado… aquela boceta seria a minha
ruína.
— Mason, você tá… Ah! — Ava gritou…
— Eu tô o quê? — grunhi, enquanto continuava a penetrando.
— Tá me levando à loucura!
Vi o momento exato em que os olhos de Ava se reviraram e ela
apertou as paredes vaginais em volta do pau duro e gozou forte, fazendo o
cacete grosso deslizar mais fácil para dentro dela.
Aproveitando que ela estava entregue ao prazer, levantei sua outra
perna, deixando-as flexionadas ao lado do seu corpo, para que a boceta
ficasse toda aberta para mim e voltei a socar fundo dentro dela.
— Ah, que delícia! — gritei ao meter com vontade.
Levantei meu corpo sem tirar o pau de dentro de Ava e continuei
introduzindo o membro naquela entrada apertada que me levou
completamente à loucura e quando senti Ava me pressionar de novo e o
orgasmo jorrar da sua boceta, deixei que o meu próprio prazer escapasse e
conforme a porra fazia meu quadril se contrair, deixei meu corpo cair por
cima do de Ava e mordi seu ombro como forma de reivindicá-la só pra
mim.
Continuei pressionando os dentes naquela carne suada, cheirosa,
viciante até a última gota do orgasmo vazar pela glande e quando me afastei
o suficiente para encarar o rosto de Ava, um sorrisinho exausto e lindo
brincou na sua boca.
Suor escorria por sua testa, pescoço e ela estava ofegante, mas
aparentava estar muito bem comida.
— Agora sim eu sei o quanto é bom — sussurrou.
— Vou fazer com que prove muitas vezes para você entender que não
é bom, é perfeito, maravilhoso, a coisa mais radiante do mundo.
Ava gargalhou e me desferiu um tapa leve no braço.
— Você não vale nada, Mason!
— Eu sei e é por isso que você me adora! — afirmei.
Novamente aquela sombra estranha passou pelo rosto de Ava, mas
logo ela tentou disfarçar e assentiu.
— É por isso mesmo!
— Vamos nos banhar para vermos o pôr do sol.
Levei Ava em meus braços para a banheira da suíte e não quis pensar
novamente naquela palavra que pairava na minha mente… eu não podia
estar sofrendo daquilo…
Não podia e não queria!
CAPÍTULO 24
Ele havia confessado seu amor por mim. Mason me amava tanto
quanto eu o amava.
Eu jurei que nunca poderia revelar a ele sobre meus sentimentos, no
tempo em que ficássemos juntos, mas quando aquelas palavras saíram da
sua boca, me senti a mulher mais feliz de todo o mundo.
Ele me amava!
Eu queria gritar aos quatro cantos, aos ventos, para qualquer um que
passasse ao meu lado, mas resisti a ficar sorrindo como uma boba dentro do
carro, mesmo sentindo dor em meu joelho.
No caminho para a cobertura, Mason fez questão de comprar um
celular novo para mim, algo que implorei para que ele não o fizesse, mas
claro que aquele cabeça-dura não me deu ouvidos e comprou o último
lançamento da loja. O aparelho custava uma pequena fortuna, ao menos
para mim, que não tinha um salário fixo, mas não tive como lutar contra
quando ele ficou exigindo e exigindo que eu aceitasse o presente.
E por fim eu cedi… como sempre estava destruindo todas as barreiras
que ergui em relação a Mason Coleman.
Chegamos à cobertura na parte da tarde, mas como havíamos comido
no shopping, acabou que fizemos como Mason disse, sexo em todos os
lugares da cobertura, alguns sem ou com camisinha.
Meu namorado, porque eu podia chamá-lo assim agora, toda vez
gozava fora, mas confesso que certo medo estava se apossando do meu
corpo.
Naquele momento, deitada em sua cama, com a cabeça apoiada em
seu peito, enquanto Mason acariciava meus cabelos acabei dizendo:
— Não podemos continuar transando sem camisinha, mesmo que seja
delicioso.
Ele parou o que estava fazendo e eu senti quando seus olhos focaram
em mim. Levantei um pouco minha cabeça e o encarei.
— Eu não posso engravidar, Mason.
O homem carinhoso por quem me apaixonei beijou a minha testa e
sussurrou:
— Tá bom, desculpe! Nem perguntei antes de fazer sem camisinha.
Fui um completo idiota que não pensou nas consequências, minha vida não
seria prejudicada se você arrumasse um bebê, mas a sua sim. Então, por
favor, me perdoe. Vou me controlar de agora em diante, prometo! E também
vou marcar uma consulta para você, para verificarmos se nada de pior
aconteceu.
Sorri para ele e beijei a ponta do seu nariz.
— Eu não acho que um bebê possa ser considerado algo de pior, mas
eu não tenho condições de criar uma criança agora.
Ele segurou meu rosto entre suas mãos.
— Eu também não, quer dizer, condições eu tenho, mas não quero
filho tão cedo.
Revirei os olhos, porém, Mason e eu fomos pegos completamente de
surpresa, quando a campainha da cobertura tocou. Eu até mesmo me
sobressaltei com o toque alto e insistente, pois a pessoa parecia que não
queria tirar o dedo do botãozinho que acionava o som.
Encarei meu namorado e o vi com a testa franzida.
— Você estava esperando alguém? — inquiri.
— Não, e ninguém tem autorização para entrar aqui.
Engoli em seco e me afastei do seu corpo, quando ele fez menção de
se levantar.
— Fique aí, vou ver quem é!
Assenti, observando-o vestir uma calça de moletom que estava
jogada sobre uma poltrona no quarto e logo saindo, não antes de me
direcionar uma piscadela, sorri para aquilo e lhe joguei um beijinho no ar.
Abri um sorriso e me aconcheguei na cama enorme que Mason
possuía em seu quarto. Eu estava tão feliz, tão apaixonada, me sentindo tão
bem por ele me amar.
Mas quando escutei a voz que veio da sala de estar, aquela felicidade
começou a ruir e a realidade bateu à porta. Mason era um sonho, contudo
sua família era um pesadelo e a voz que ressoava do outro ambiente me fez
voltar à realidade.
— Que história é essa de você estar namorando a filha da
empregada?
Quando vi minha mãe pela câmera de acesso à porta, o
descontentamento me atingiu. Soltei uma lufada de ar pela boca e a abri, ela
estava com a pior expressão do mundo.
Entrou no apartamento sem que eu permitisse e parou no meio da sala
de estar, sem nem me cumprimentar, jogou a pergunta no ar:
— Que história é essa de você estar namorando a filha da
empregada?
Eu pedi muito a Deus para que Ava não tivesse escutado aquela
pergunta, mas eu sabia que seria impossível, já que dona Ella falou alto o
suficiente para que todos os cantos da cobertura ouvissem.
— Mãe, acho que isso não é da conta da senhora! — afirmei.
Ela soltou uma gargalhada.
— Eu deveria ter imaginado, quando você defendeu Stella naquele
dia em nossa casa, mas claro que nunca algo tão insano passaria pela minha
cabeça. O meu filho, que criei com todo amor, se envolvendo com uma
morta de fome.
Meu sangue começou a ferver.
— Não fale dela assim! — esbravejei. — Se a senhora veio aqui só
para isso, pode ir embora. — Apontei para a porta que ainda estava aberta.
Minha mãe me encarou com seus olhos injetados em veneno.
— Você teria coragem de expulsar a sua própria mãe, por eu estar
falando a verdade?
Como a minha mãe estava de costas para o corredor que levava aos
quartos, não viu quando Ava surgiu, usando nada mais nada menos do que a
minha camisa de mais cedo.
— A senhora não está falando a verdade — Ava, sussurrou, mas de
forma firme sem nem deixar a voz tremer.
Minha mãe arregalou os olhos e se voltou na direção da minha
mulher. Ela encarou Ava de cima a baixo, parecendo ficar ainda mais em
choque por vê-la daquela forma.
Ella soltou uma risada de pura ironia e indagou:
— Ah, resolveu colocar as asinhas para fora?
— Mãe, vai embora!
Ela quase rosnou, quando voltou a dizer:
— Você não percebe que ela está te usando, Mason. Aposto que quer
dar o golpe do baú em você, ainda mais agora que a mãe não tem como
sustentá-la.
— Mãe… — repreendi.
— A senhora não fala da minha mãe. Ela é uma mulher muito
honrada e me ensinou a ser uma boa pessoa. — Ava esbravejou.
— Ah, claro! Com aquela expressão de mulher sofrida ela engana
qualquer um e ainda ensinou a você ser uma aproveitadora.
Mal vi quando Ava avançou na direção da minha mãe e lhe desferiu
um tapa no rosto que estalou pelo ambiente. Tentei segurar a risada, porque
Ella merecia aquele tipo de reação.
Minha mãe direcionou um olhar fervilhante na direção de Ava e
quando tentou ir para cima da minha namorada, me coloquei entre elas e
disse:
— Eu estou com a Ava, queira a senhora ou não. Ela é minha
namorada, eu a amo e não há nada que possa fazer para me afastar dela.
Então, saia da minha casa, porque não pretendo estragar o meu dia com a
presença da senhora.
Ella passou a mão pela bochecha vermelha e me encarou com ódio.
Depois direcionou seu olhar uma única vez para Ava, porém, antes de sair
da cobertura, sussurrou:
— Você vai perceber o quanto essa gente pode ser aproveitadora,
Mason.
Ella nos deu as costas e saiu pisando duro. Quando ela sumiu porta
afora, caminhei até o lugar e bati com força a madeira.
Ava estava com a expressão fechada, pronta para estourar a qualquer
momento.
— Desculpe bater na sua mãe, mas ela…
Aproximei-me dela, coloquei meu indicador sobre seus lábios e
sussurrei:
— Você não me deve desculpas, quem tem que se desculpar sou eu.
Por ela, por tudo o que lhe fizeram hoje, eu sinto muito, amor.
Beijei seus lábios doces e pedi novamente:
— Me desculpe, por favor!
Ava respirou fundo.
— Você não fez nada! É o único da sua família que compensa
defender e amar. Por isso, me apaixonei por você.
Sorri mesmo que ainda estivesse chateado pelo aparecimento abrupto
da minha mãe. Ao menos Ava sabia que eu não era como aquele casal que
adorava humilhar as pessoas.
E mesmo que ela parecesse estar bem, podia ver a preocupação em
seus olhos.
— Fica tranquila, não vou deixar que façam nada com você.
Ava assentiu e me abraçou.
Respirei fundo e contornei meus braços em volta do seu corpo.
Aquela era a única verdade que pairava sobre mim, eu a protegeria e a
amaria com a mesma intensidade, não permitindo que nada acontecesse a
minha pequena rabugenta…
Que eu estava completamente rendido por ela!
CAPÍTULO 27
Desolado!
Era assim que me sentia durante aquele mês que passou, eu sabia que
estava agindo como um grande desgraçado, mas não conseguia sair daquela
bolha de destruição em que me enfiei.
Ainda me lembrava do sangue no piso, dos olhos sem vida do meu
pai encarando o teto e da culpa, aquela culpa me tomando por completo.
Sentia cada vez mais aquele sentimento se arraigar dentro de mim e
tomar todo o meu corpo. Fui eu quem levou a morte para meu pai. Minha
mãe jogou aquilo diversas vezes na minha cara, se não tivesse conhecido
Ava, se não tivesse me envolvido com a filha da empregada meu pai ainda
estaria vivo.
E era verdade!
Eu matei meu pai, mesmo que não tivesse puxado aquele gatilho, eu
simplesmente o matei por enfrentar Daniel todas as vezes que o vi, por
simplesmente ter me apaixonado por Ava.
O sorriso doce e ao mesmo tempo petulante daquela garota hora ou
outra surgia em minha mente, meus dedos até coçavam com vontade de
tocá-la, de sentir seu corpo pequeno grudado no meu.
No entanto, eu já havia matado o meu pai, se Daniel que continuava
foragido resolvesse se vingar dela também, eu não aguentaria. Não
aguentaria vê-la morta, por ele não a querer ao meu lado.
Quando a campainha tocou, agi simplesmente no automático, nem
olhei quem era, por isso, quando notei que era exatamente a mulher que
vivia surgindo em minha mente, mais uma onda de choque me tomou.
Ela havia emagrecido, as suas bochechas estavam menores e as
olheiras enormes embaixo dos olhos. Eu tinha certeza de que aquilo se
devia um pouco a mim, sempre o culpado de tudo de ruim que acontecia ao
redor, com as pessoas que se aproximavam de mim.
Depois de ela pedir para conversar comigo, me afastei da porta,
sabendo que devia aquilo a ela. Precisava deixar claro que não tinha
condição no momento de manter o nosso relacionamento. Não quando eu
estava morrendo de medo de algo pior acontecer com ela.
Mas nada… absolutamente nada me preparou para o que ela disse a
seguir:
— Estou grávida!
O choque foi tanto que me encostei na porta que havia acabado de
fechar. Senti meus olhos se arregalarem e encarei meio desacreditado na sua
direção.
Ava respirou fundo e me observou meio triste.
— Eu sei que você comprou a pílula do dia seguinte pra mim, mas
acho que não adiantou e as coisas aconteceram tão rápido que nem fui à
médica como estávamos combinando. — Ela fechou os olhos e passou as
mãos rapidamente pelo rosto. — Você sumiu, Mason. Não tive escolha a
não ser vir atrás de você, sei que precisou desse tempo para sofrer a sua
perda, mas agora eu preciso de você.
Sua voz estava embargada.
Não, aquilo não podia estar acontecendo.
Eu tinha destruído a vida daquela garota.
Inferno!
Ela só tinha vinte e três anos e eu fiz um filho nela… não tinha
condições nem de lidar com os meus sentimentos naquele momento, como
lidaria com um bebê?
Não!
— Ava… — Tentei dizer algo, mas ela me contou.
— Eu sei que você tá sofrendo, amor! — Deu alguns passos na minha
direção, porém, estendi a mão impedindo que ela se aproximasse. Ava
franziu o cenho para o meu gesto e disse: — Mason, você não pode me
evitar mais.
Ela não entendia que eu não podia me aproximar dela? Ainda mais
agora, carregando aquela vida dentro dela? Daniel poderia fazer o pior com
ela assim como fez com meu pai.
— Eu preciso de tempo, Ava! — sussurrei.
Não sabia o que dizer naquele momento, não sabia o que sentir. Ela
sabia que eu não queria ser pai, ainda mais agora depois de tudo o que
aconteceu. Eu era uma pessoa horrível.
Ela soltou uma risada, mas foi de puro sarcasmo.
— Não posso te dar esse tempo, Mason. Eu já te dei um mês e acabei
de descobrir que estou grávida, então, não. Eu não posso te dar mais tempo.
Preciso que o homem que disse me amar segure minha mão, porque eu tô
morrendo de medo.
As lágrimas escorreram pelo seu rosto.
— Você sabe que eu nunca quis um filho — soltei, sem pensar nas
consequências das minhas palavras.
Meus olhos se grudaram nos de Ava e a decepção brilhou neles
quando eu lhe disse aquilo.
— Eu também não e mesmo assim nós transamos sem camisinha.
Então, agora precisamos lidar com as consequências.
Afastei-me da porta, passando as mãos pelos cabelos que já estavam
grandes demais.
— Não! — rosnei. — Você não entende, Ava? O Daniel matou o meu
pai e eu não consigo me imaginar ficando tranquilamente com você,
sabendo que ele está solto por aí, e que ele pode fazer mal a você e agora a
esse bebê. Eu. Não. Quero. Isso! — Apontei para ela, falando
pausadamente.
Seus olhos além de decepcionados, agora demonstraram estar
confusos.
— Mason, eu sei o que o Daniel fez e eu sinto muito, de verdade
nunca pensei que ele chegaria a esse ponto. Já sabíamos que ele era um
criminoso, mas eu juro que eu…
— Eu não quero mais me aproximar de você, Ava.
Ela se calou, quando a cortei e me encarou com os olhos se enchendo
de água de novo.
— Você vai simplesmente deixar o que aconteceu nos afastar? Eu tô
grávida, como vou cuidar de um bebê sozinha? — berrou, perdendo
completamente o controle.
Tentei sorrir, mas falhei miseravelmente.
— Você tem noção que houve um assassinato?
— Eu sei! — gritou novamente. — O seu pai morreu, mas eu ainda tô
viva, o bebê que tô gerando ainda tá vivo e você vai nos jogar no lixo, por
simplesmente achar que ficando comigo, o Daniel vai surgir e me matar?
Caminhei até ela, mas não ousei segurar seu corpo entre minhas
mãos. Eu não podia mais sentir a sua pele quente, não podia desejá-la mais.
— Sei que ele fará isso se eu continuar com você. E eu não quero que
aconteça. Eu te amo muito, pra ver você morrendo, por minha causa.
Ela balançou a cabeça.
— O que aconteceu não tem nada a ver com você, Mason. O Daniel é
o único culpado nisso tudo.
Sabendo que ela não se afastaria se eu continuasse tentando explicar
sem ofendê-la, eu disse:
— Ou você!
A expressão de raiva tomou seu rosto.
— Eu não tenho culpa de nada — gritou novamente.
— Se eu não tivesse te conhecido, isso nunca teria acontecido. —
Apontei para ela, mesmo com o coração sangrando. — Eu não deveria ter
perdido a cabeça, porque assim você não estaria esperando esse bebê. Não
quero ser pai, deixei me levar pelo sexo e agora tô aqui apaixonado, tendo
uma vida que não queria e ainda de brinde carrego o assassinato do meu pai
nas minhas costas.
Minha voz ficou mais grave, porque estava tentando controlar as
lágrimas.
Ava tinha se calado e me encarava completamente em silêncio, só
deixando a mágoa tomar mais e mais sua expressão.
— Eu me apaixonei de verdade, Ava. Mas eu não quero que nada
mais de ruim aconteça. Eu não quero mais me relacionar com você, não
quero esse bebê, não quero mais te ver. — Respirei fundo. — Procure meus
advogados, para que eu possa pagar uma pensão, mas não chegue mais
perto de mim. Nunca mais!
Seus olhos se desviaram dos meus.
Ela não entendia que aquilo era o único jeito de salvá-la do que
poderia acontecer com ela e com a criança que eu ainda não havia ousado
pensar direito. Não queria pensar que estava abandonando um filho mesmo
antes de acontecer.
Ava em uma das nossas conversas falou que sua mãe foi abandonada
pelo seu pai e eu estava fazendo aquilo com ela, como se o passado se
tornasse o presente. Mas eu tinha um motivo válido, queria que ela vivesse,
que aquela criança também conhecesse o mundo.
Ava encarou suas mãos, enquanto disse tão baixo que quase não
escutei:
— Você está me mandando embora da sua vida, com um filho seu
dentro de mim?
Engoli em seco, sentindo cada palavra que disse perfurar meu peito.
— Sim! — admiti.
— Mason, se eu for embora eu não vou querer que você nunca mais
olhe na minha cara. Essa criança não terá pai, eu nunca falarei para ela
sobre você, nunca deixarei que a veja, nunca mais sonharei em chegar perto
de você e nunca permitirei que chegue perto de mim.
Respirei fundo.
— É exatamente isso que quero, que nos afastemos, para o Daniel
nunca lhe fazer mal.
Seus olhos se voltaram para os meus, completamente sem vida.
— Seus pais, mesmo que um tenha morrido, conseguiram mesmo te
afastar de mim.
— Não toque no nome deles, eles não têm nada a ver com isso. Eu
que não te quero mais, não quero carregar o fardo de outra morte nas
minhas costas. Não quero um filho! — gritei a última parte.
— Como queira, Mason Coleman. Você pode pegar todo o seu
dinheiro e enfiar no meio… — Suspirou. — Você sabe onde enfiá-lo. Não
quero nada de você e nunca mais chegue perto de mim.
Assenti, sentindo uma vontade insana de abraçá-la, mas não ousei
nem mesmo me aproximar dela.
Ava me deu as costas e foi embora da minha vida para sempre…
Quando a porta fechou, caí de joelhos no chão e chorei…
Chorei por ser um desgraçado, por fazê-la sofrer, por ser obrigado a
cometer a pior coisa da minha vida…
Abandonar a mulher que eu amava… grávida!
CAPÍTULO 31
2 anos depois
Olhei para a mensagem de Aiden Ward e quis morrer, sério? Ele iria
fazer com que eu fosse a um evento naquele dia infeliz para fechar a nossa
parceria?
O homem em questão era o CEO de uma empresa de tecnologia
conhecida pelo mundo e assim como eu, era o herdeiro do império de seus
pais.
Aiden estava exigindo que eu fosse no evento beneficente que sua
empresa estava promovendo, para falar de negócios no meio de todos.
Sério!
Logo naquela data infernal?
O dia que eu arruinei minha vida para sempre?
Eu só queria só ir para a cobertura, encher minha cara de uísque e
chorar até pedir a Deus para me levar embora daquele mundo, porque eu
não conseguia viver em um lugar onde Ava não estivesse ao meu lado, mas
claro que pelo quanto eu fui filho da puta com ela, eu demoraria muitos e
muitos anos para morrer.
Como não poderia curtir a minha tristeza naquele dia, saí mais cedo
da empresa e resolvi passar na casa da minha mãe para vê-la. Havia alguns
meses que não fazia aquilo, já que era sempre intragável aguentar aquela
mulher, no entanto, a empatia que ainda restava dentro de mim sentia pena
pelo sofrimento da mulher.
Entrei pelo portão principal da mansão, estacionei em uma vaga
qualquer espalhada pela frente da casa e logo estava entrando no lugar que
passei toda minha infância, juventude e alguns anos da vida adulta.
— Mãe? — chamei, depois de me despedir da governanta que havia
ido me recepcionar.
— Estou aqui! — Sua voz veio da sala de estar.
Assim que pisei dentro do cômodo, senti pena da mulher que um dia
foi tão bela e agora parecia cada vez mais acabada.
Ela ainda usava roupas pretas e as maquiagens que sempre pintavam
seu rosto, nunca mais foram usadas, muito menos as joias.
— Lembrou que eu existo, Mason? — inquiriu com a voz grossa de
sempre.
Fiz uma careta e me sentei em uma das poltronas do lugar, apoiando
minha panturrilha em cima do joelho.
— A senhora sabe que sou ocupado. Não tenho tempo para vir lhe
visitar sempre.
— Você ao menos deveria ter vindo quando completaram dois anos
da morte do seu pai, sabe o quanto sofro até hoje?
Jogou as palavras na minha direção e eu respirei fundo.
— Mãe, a morte do meu pai também é difícil para mim, mas eu
prefiro ficar sozinho a ter companhia.
Ela se levantou do sofá e caminhou para perto da janela da sala, que
tinha uma vista muito linda do jardim da residência e também para o portão
dos funcionários e o caminho de pedra que um dia vi a rabugentinha mais
linda do mundo…
Fechei meus olhos deixando algumas lembranças dos seus sorrisos
voltarem aos meus pensamentos, suas expressões quando eu lhe dava
prazer.
— Aposto que se fosse aquela filha da empregada você estaria se
arrastando atrás dela — esbravejou e eu abri meus olhos, perdendo toda a
vontade de ficar ali.
Levantei-me da poltrona e murmurei:
— Não vim aqui para a senhora ofender a Ava. Terminei com ela há
dois anos e mesmo assim ainda a amo perdidamente e se pudesse eu estaria
com ela, mas não posso, então a deixe de fora disso, mãe.
Dei as costas para ela, mas sua voz cheia de maldade me fez parar.
— Naquele dia quem deveria ter morrido era ela.
Meu sangue ferveu. Fechei minhas mãos em volta do meu corpo,
tentando me controlar para não socar a parede.
— Não, ninguém deveria ter morrido.
Voltei a andar, mas novamente fui obrigado a parar quando ela
murmurou:
— Chegou aos meus ouvidos que ela tem uma filha. — O som das
suas palavras escorriam com puro nojo. — Não me diga que aquela morta
de fome engravidou de você, Mason!
Respirei fundo.
— Já falei para parar de falar dela e a deixar em paz — gritei a última
parte. Voltei na sua direção e encarei a mulher que me olhava com raiva. —
Você queria que eu me afastasse dela, eu me afastei, o que mais quer?
Sorriu com maldade pura.
— Queria ela morta e meu Noah de volta.
— Para de desejar isso a ela. Ava não tem nada a ver com a morte do
meu pai. Então a senhora…
— Tem sim — gritou. — Era para ela morrer, ou ao menos tomar um
susto grande e te deixar, mas não, aquele desgraçado atirou no seu pai.
Aquilo não era o combinado, o combinado era assustá-la e fazer com que se
afastasse de você. — O choque me tomou por completo. — E agora eu
descobri, que a desgraçada tem uma filha sua. Uma maldita filha que
merece morrer com aquela víbora.
Saliva respingou da sua boca quando terminou de falar. E talvez só
naquele momento ela percebesse o que havia dito, porque os olhos de Ella
se arregalaram.
— Mãe, a senhora…
— Vá embora, Mason! Estou cansada, vou me retirar.
Ela tentou passar por mim, mas eu segurei seu braço com força e a
encarei.
— Mãe! — berrei. — A senhora combinou aquilo com Daniel?
— Não sei do que está falando. Solte meu braço! — pediu e a soltei,
pois sabia que ela não falaria mais nada.
No entanto, se aquilo fosse verdade…
Não, eu não podia acreditar que minha própria mãe e pai ousaram
fazer algo daquele tipo. Ela deveria ter falado da boca para fora.
Observei Ella subir a escadaria que a levaria para o quarto e eu decidi
ir embora. Não tinha ficado dez minutos naquela casa e pareciam mais
quinze anos.
Entrei em meu carro e parti para a cobertura. Era muito melhor ir me
preparar para o inferno daquele evento do que ficar ali, aguentando algo que
eu não suportava e só tentava fazer por causa do luto de Ella.
E se o que ela insinuou fosse verdade…
Não, balancei minha cabeça, aquilo não poderia ser verdade, porque
se fosse… eu faria de tudo para minha mãe ir parar atrás das grades, se ela
tivesse algo relacionado com a morte do meu pai.
E se ela tivesse tramado com Daniel e Noah naquela época… a
realidade me bateu. Se foi uma farsa que deu errado eu tinha terminado com
Ava por absolutamente nada.
Era só o que faltava, ter abandonado a mulher que eu amava, grávida
da minha filha por pura trama da minha mãe. Não, mesmo se minha mãe
tivesse combinado com Daniel sobre aquilo, eu terminei porque quis, por
medo de ele fazer algo com o amor da minha vida.
Foi por egoísmo meu que deixei Ava, mas também por amá-la
demais, preferi abandoná-la a ficar com ela…
Bufei, não tinha defesa… abandonei-a por ser um desgraçado.
Um desgraçado que não merecia aquela coisinha irritante e linda.
CAPÍTULO 35
Antes de minha mãe cair no sono, devido aos remédios e ainda pelo
efeito da anestesia, ela tinha me dito para que eu fizesse tudo o que meu
coração mandasse.
Porque mesmo se eu errasse na vida, ao menos não poderia me
arrepender depois e jogar um monte de “e se” para o universo, por isso,
quando vi Mason na recepção do hospital, querendo saber da minha mãe, eu
decidi deixar novamente meu coração bobo e molengo tomar conta dos
meus sentidos.
No entanto, pensei que ele só me daria a carona, não que sairia do
carro e faria toda aquela cena dentro do meu prédio. Porém, Mason sempre
foi muito transparente e quando suas palavras transbordaram em meio às
lágrimas eu soube que aquele homem estava destruído tanto quanto eu por
dentro.
E foi aquela percepção, que fez com que ele estivesse agora, sentado
no sofá da minha sala, com Sadie em seu colo brincando com um coelhinho
que ela amava.
— Brumm! — Mason fazia o som com a boca, enquanto fingia que o
coelho estava fazendo cócegas na barriguinha de Sadie e ela…
Bom, aquela menina risonha, que não estranhava ninguém gargalhava
de forma traidora. No fundo, eu queria muito que ela não gostasse dele, mas
pelo jeito as minhas vontades não tinham vez quando se tratava de Sadie
Martinez.
— Bom, vou arrumar algumas coisas para minha mãe! — avisei.
Mason tirou os olhos de Sadie rapidamente e sorrindo para mim ele
assentiu.
Fui até o quarto da minha mãe e ali eu permiti deixar que as lágrimas
novamente caíssem pelo meu rosto.
Inferno!
Eu estava emocionada por ele ter ido ali e aberto o coração daquela
maneira, mas não queria que ele percebesse aquilo, já bastava que ele havia
visto um pouco do meu desmoronamento nas escadas quando dizia aquelas
palavras bonitas.
Aquele imbecil…
Ele jurou mesmo que nos abandonando iria fazer com que Daniel se
afastasse?
Sentei-me na cama, pensando no dia que o vi na praça. Por que ele
tinha retornado agora? Logo agora, que Mason havia voltado? Será que ele
nunca havia desaparecido e só esperou que um dia eu me encontrasse com
Mason para aparecer novamente?
Aquilo estava muito mal contado. Não tinha lógica ele sumir por dois
anos e no maldito dia que encontrei com Mason ele retornasse. E ainda
tinha Mason, querendo que eu o perdoasse.
Como eu poderia perdoar o homem que me fez sofrer tanto?
Joguei-me para trás na cama e provavelmente a exaustão deve ter me
tomado. Porque só abri meus olhos novamente, quando aquele homem
lindo estava cutucando minha perna com o indicador.
Situei-me rapidamente e quando percebi que havia dormido, sentei-
me sobressaltada.
— Por quanto tempo apaguei? — perguntei, curiosa.
Um sorriso gentil brincou na boca tão bem desenhada, que eu sentia
tanta falta.
— Por uns quarenta minutos. Meio que me preocupei pelo seu
sumiço, então vim ver como você estava, até porque Sadie cansou de
brincar com o coelhinho e capotou no sofá.
Passei uma das mãos pela nuca e suspirando mais forte levantei-me
da cama, tentando me afastar do corpo de Mason que parecia tão próximo
ao meu, no quarto minúsculo da minha mãe.
— Onde a coloco para dormir? — Mason perguntou com sua voz
grossa.
— Ela dorme na minha cama, mas preciso levá-la para o hospital
hoje. Maya vai trabalhar, então, não tenho com quem deixá-la.
Prontamente Mason entrou na minha frente e disse:
— Se quiser posso ficar com ela, muito melhor do que levar uma
criança saudável como a nossa filha para um hospital e ocorrer de ela pegar
alguma infecção ou bactéria.
Cruzei os braços e indaguei:
— Você sabe ao menos trocar uma fralda cheia de cocô, Mason?
Ele franziu o cenho e pareceu aterrorizado com aquela ideia.
— Foi o que eu pensei! — sussurrei, mas novamente fui impedida de
sair do quarto, com Mason entrando na minha frente.
— Hoje existem todos os tipos de tutoriais na internet, então eu posso
muito bem aprender a trocar uma fralda com cocô.
Não sei se era por ele tentar parecer prestativo, mas não consegui
controlar a gargalhada que escapou da minha boca e daquela vez, foi uma
verdadeira, eu realmente achei graça da forma que ele falou.
— O quê? — perguntou, com um sorrisinho brincando em sua boca.
Controlei a risada, murmurando em seguida:
— Você continua idiota!
Ele fez uma careta bonitinha, se é que era possível existirem caretas
bonitas e sussurrou:
— Ao menos fiz com que sorrisse, já que senti tanta falta de vê-la
assim.
Meu coração disparou. Meu corpo esquentou e eu quis tanto que nada
do que nos separou tivesse acontecido.
— Você ainda me ama mesmo, Mason? — perguntei.
O sorrisinho lindo da sua boca sumiu e ele engoliu em seco, e
passando seus olhos vagarosamente pelo meu rosto, disse:
— Com todas as forças da minha existência. Agi errado, não deveria
ter te abandonado, não deveria tê-la deixado por medo. Naquele dia, eu
disse algumas coisas que não foram reais, como te culpar, eu só disse aquilo
para você se afastar. — Mason deixou seus ombros caírem, como se
estivesse derrotado. — Nunca estive com mais ninguém, Ava. Depois que te
conheci, só existiu você e ainda só existe você. E agora a Sadie!
Assenti e sussurrei:
— Eu também te amo! Por isso, vou confiar em você para cuidar da
Sadie hoje, enquanto fico com minha mãe no hospital. Você precisa levá-la
para a creche amanhã, consegue fazer isso?
— Consigo! Vou ser o melhor pai do mundo nesta noite e em todas as
outras que virão. Eu vou te mostrar que posso ser novamente o seu super-
herói e o herói dela.
Apontou na direção da sala. Não sabia se aquilo seria uma boa ideia,
mas algo dentro de mim, pedia para que ele cuidasse da nossa menina.
Nossa…
Eu estava aceitando aquele retorno de Mason muito fácil. Jamais
pensei que agiria daquela forma se um dia ele voltasse a aparecer na minha
vida.
Mas pelo jeito, nunca acontecia da forma que eu almejava e com
poucas palavras eu já estava acreditando naquele imbecil. Um imbecil que
eu ainda amava tanto.
Tentei sair novamente, mas Mason segurou meu braço.
— Me dá um beijo, Ava?
Não ousei nem olhar para seu rosto, quando disse:
— Te amar é fácil, Mason. Esquecer o que me disse não é, eu sonho
também com seus beijos, mas não darei nada a você. Já estou permitindo
sua aproximação com Sadie, fique contente com isso.
Tirei minha mão do seu braço e saí do quarto.
Os níveis de perdão vinham com calma e não sabia se um dia
perdoaria Mason o suficiente para voltar a ser como éramos…
Provavelmente nunca voltaríamos a ser daquela forma…
Pelo menos era o que eu pensava!
CAPÍTULO 42
Meu corpo estava meio trêmulo, conforme tentava abraçar Sadie que
mesmo tão pequenina entendia que algo muito ruim estava acontecendo.
Minha filhinha encostou a cabecinha em meu peito e chorou.
— Mamá! — chamou pela mãe, mas tudo o que ela dizia era bobó ou
mamá, então não dava para ter certeza o que era realmente ela queria.
— Ficará tudo bem, meu amor! — sussurrei e beijei o alto da sua
cabeça, enquanto Daniel nos encarava com um sorriso no rosto.
Ele estava sentado no tampo da mesa que eu imaginava ser da
professora da sala de Sadie e por sorte, não tinha feito mal a ninguém, a não
ser prender minha menina e a mim naquele lugar.
— Parece que estou vivendo a melhor fase da minha vida, playboy —
comentou, soltando uma gargalhada.
Eu me mantive em silêncio, porque não queria confrontá-lo estando
com Sadie em meus braços. Se ao menos estivesse sozinho não teria medo
de tentar quebrar aquele desgraçado ao meio.
O telefone que Daniel havia recebido a ligação do negociador da
polícia tocou e ele o atendeu, colocando-o no viva-voz.
— Daniel? — Era Ava.
Sadie desencostou a cabecinha do meu peito e olhou na direção do
aparelho.
— Mamá! — Apontou para o telefone com os dedinhos tão pequenos
e gorduchos.
— Sim, meu amor. Mas você não pode falar com ela agora!
— Ah, então você quis falar comigo, Ava? — Daniel, gargalhou.
Do outro lado, pude perceber que Ava suspirou profundamente.
— Daniel, não cometa nenhuma besteira, minha filha não tem culpa
de nada.
O homem grudou seus olhos em Sadie e eu o encarei de volta,
tentando ficar de olho para ver se ele não faria mal à minha menina.
Se a porta não estivesse trancada, já teria tentado fugir dali, nem que
minha vida fosse ceifada, mas tiraria Sadie daquele lugar, mas com a porta
fechada não tinha como agir.
— Ah, mas você sabe que tem culpa nisso tudo, Ava! Quando decidiu
me trocar por esse playboy há dois anos. — Ele soltou outra gargalhada,
demonstrando o quanto estava descontrolado. — Sabe o que é mais
engraçado? — Contudo não esperou que ela respondesse: — Foi que ele te
abandonou grávida e eu vi o seu sofrimento. E foi tão bom saber que eu
tinha um pouco de culpa no abandono dele, só porque o papai morreu.
Meu sangue ferveu, ele estava escondido de alguma forma, onde
meus seguranças não o viram.
— Daniel, o que você quer? Nós podemos te dar se nos contar o que
deseja. — Ava tentou ignorar as palavras que o homem falava.
— Fácil, desejo você, troco sua vida pela da neném. Não quero
machucar crianças, apesar de que a velha disse que se tirasse a vida dela
não teria problema, mas era para proteger o filhinho. Mal ela sabe que a
intenção é matar o desgraçado, ver os miolos dele no chão.
Engoli em seco com o que disse e Ava também havia percebido muito
bem o que escapou de sua boca.
— Velha? Que velha, Daniel? — quis saber.
Provavelmente o negociador deveria estar instruindo o que perguntar.
— A ricaça, mãe do playboy. Você acha mesmo que teria entrado
facilmente naquele evento há dois anos se ela e o defunto não tivessem me
ajudado? Lembro que queria muito me vingar de você por estar saindo com
ele, porém, ainda não havia achado uma brecha, mas por incrível que pareça
dois riquinhos chegaram em um dia no prédio da gangue e me contrataram
para passar um medo em você. Eles tinham fontes confiáveis que contaram
que eu tinha tido uma relação com você e segundo eles, o herdeiro que
zelaram tanto nunca poderia ficar com a filha da empregada. Eles me
pagaram muito bem para passar esse medo em você. No entanto, eu queria
tirar a vida do playboy e o papai dele percebeu que o plano de merda deles
tinha saído do controle e acabou entrando na frente da bala.
O homem fez uma pausa, coçando a têmpora com o cano da arma.
— Sabe, Ava? Eu pensei em te machucar naquele dia, ou em todos
os outros que via você com ele, até quando sua barriga crescia carregando
essa coisinha bonitinha aqui, mas naquele dia achei que o melhor
sofrimento para você seria vê-lo morrer. E falhei na missão de matá-lo.
Os olhos de Daniel estavam sobre mim.
— Por que voltou depois de dois anos, Daniel?
— Porque mesmo ameaçando Ella Coleman, ela decidiu parar de
pagar o que eu pedia por mês, já que viver foragido é algo muito
complicado. E a velha ainda disse que poderia matar você, a sua bastarda,
mas se machucasse o filho dela, ela me caçaria no inferno. Mas, vamos
concordar, se ela parou de me pagar, mesmo comigo ameaçando que a
entregaria à polícia, ela não tem direito algum de me pedir nada, não é
mesmo?
O choque passou pelo meu corpo…
Minha mãe e meu pai haviam contratado Daniel para amedrontar
Ava, só para que não ficássemos juntos. Ele decidiu me matar e meu pai
entrou na frente.
Nunca tive culpa no assassinato dele!
Abandonei Ava, por sentir a culpa me corroer e mesmo assim eu
nunca fui culpado!
Uma das pessoas culpadas se encontrava abaixo da terra, enquanto a
outra ainda curtindo o seu luto, vivendo cercada de regalias naquela mansão
enorme.
— Daniel, você está dizendo que Ella te contratou para…
— Não sei por que está chocada, Ava! Você sabia muito bem que os
papais desse playboy eram os demônios. — O homem respirou fundo. —
Chega de papo furado, te dou dez minutos para trocar de lugar com sua
filha, ou você terá que enterrar mais dois corpos.
Dizendo aquilo ele desligou o celular e sorriu de forma ameaçadora
na minha direção.
Apontou-me a arma e sem pensar muito levantei-me da cadeira
colocando Sadie atrás de mim.
— Se quer tanto me matar, vá em frente, mas deixe minha filha fora
disso.
— Quando Ava passar por aquela porta, pode ter certeza de que farei
isso, enquanto não chega esse momento senta essa bunda aí, antes que eu
comece a te torturar.
Aproveitando que Sadie estava atrás de mim, sorri de lado para
Daniel.
— Deve ser difícil saber que mesmo depois de dois anos sem me ver,
ela ainda me ama e se tiver que escolher entre mim e você, me escolherá.
Até porque ela nunca iria escolher o estuprador!
Os olhos do homem faiscaram.
— Tá querendo morrer antes da hora, playboy?
Usando todo o meu autocontrole, murmurei com a voz baixa:
— Por que não me enfrenta sem essa arma? Da última vez eu te dei
uma surra, tá com medo de apanhar de novo?
Ele fechou a expressão e bateu a arma na mesa, levantou-se
rapidamente, mas assim que fui me afastar de Sadie ela segurou minha
calça.
E mesmo sabendo que aquele era o meu pior erro, olhei para onde a
havia colocado na cadeira e seus olhinhos estavam marejados.
— Mamá! — disse, mas eu sabia muito bem que não era mamãe que
ela queria dizer naquele momento.
E quando senti o primeiro soco no estômago, resisti para não cair
para trás. Não queria machucar a minha filha. Sadie começou a chorar,
porém, a polícia provavelmente não quis mais negociar com Daniel, pois
quando escutei o estouro na porta a única reação que tive foi de pegar Sadie
e me abaixar.
Por sorte, antes que Daniel pudesse chegar novamente até a arma, um
dos policiais gritou:
— Parado!
Sadie entrou em desespero com o estrondo e os policiais entrando de
forma desesperada dentro da sala.
— Amor, está tudo bem! O papai tá aqui!
Ainda chorando completamente descontrolada, seus bracinhos
contornaram meu pescoço e eu senti meus próprios olhos marejarem por vê-
la daquela forma.
Estava disposto a entregar minha vida para salvá-la. Sabia que amava
Sadie, mesmo sem nunca a ter visto pessoalmente, mas depois de poucos
dias vivendo ao seu lado, e passando uma noite toda com ela, eu soube que
amor de pai e filha, quando verdadeiro não precisava de uma eternidade
para se tornar mais forte que qualquer pedra preciosa.
Levantei-me com Sadie em meus braços, no instante em que um
oficial me conduziu para fora da creche. O local já estava lotado de
jornalistas e não havia se passado nem uma hora direito, eram um bando de
abutres loucos por informações.
— Ah, meu Deus! — Ouvi a súplica e quando olhei para Ava ela veio
correndo em nossa direção, chorando tanto quanto Sadie.
A mulher se jogou sobre o meu corpo, abraçando a nossa filha e a
mim.
— Vocês estão bem, estão feridos? — perguntou.
Sadie me soltou e logo estava nos braços da mãe que olhava para
todo o corpo da garotinha verificando se não tinha nenhum machucado.
— Estamos bem! Nada de pior aconteceu — sussurrei.
Uma de suas mãos parou em meu rosto.
— Eu tive tanto medo, Mason! — A voz tomada pelo choro cortou
meu coração.
— Ei… — Puxei-a para os meus braços, beijei o alto da sua cabeça e
depois o de Sadie. — Estamos bem, vamos ficar bem.
Meus olhos encontraram os de Ava e não soube se foi pelo momento
insano que havíamos passado, mas senti que tinha autorização para lhe dar
um beijo, porém, assim que aproximei meu rosto do seu um burburinho
vindo de trás chamou nossa atenção.
Daniel havia conseguido escapar do policial e como suas mãos
estavam algemadas para a frente, ele puxou uma das armas do coldre deles
e destravou-a pronto para atirar na nossa direção.
O único movimento que tive chance de fazer foi parar diante de Ava e
Sadie, protegendo-as do pior.
Quando ouvi o estampido forte retumbar pelo lugar, fechei meus
olhos, escutando o espanto das pessoas ao redor. E quando percebi que não
estava sentindo nada, nenhum sinal de dor, voltei a abrir meus olhos e o
corpo de Daniel estava caído no chão.
Bill Elliot apontava a pistola na direção do homem caído no chão. Ele
me encarou de soslaio, dizendo:
— Desculpe ter chegado muito tarde, senhor!
Soltei a respiração que nem percebi que estava segurando.
— Ah, você chegou na hora certa!
Voltei-me na direção de Ava e mesmo depois de vermos um homem
ser baleado, e não queria verificar, mas tinha quase certeza de que sua vida
havia se esvaído do corpo, ela sorriu na minha direção.
— Vamos sair daqui? — indagou.
— Para onde você quiser ir, coisinha irritante.
O sorriso aumentou ao me estender a mão e eu aceitei, porque se
aquela era a bandeira branca que Ava estava levantando na minha direção
eu aceitaria de bom grado.
Aceitaria tudo o que ela quisesse me oferecer!
Eu amava aquela mulher e depois de perceber que fui enganado a
única coisa que podia fazer era tentar conseguir o seu perdão e tê-la de volta
na minha vida… junto com nossa filha!
CAPÍTULO 44
6 meses depois
Saímos do carro juntos, Mason estendeu sua mão para mim, onde a
aliança dourada brilhava. Tínhamos nos casado há três meses, em uma
cerimônia íntima onde contou somente com a presença de mamãe, Maya e
Sadie.
Não queríamos nada avantajado, já que sempre fui muito discreta e
mesmo que Mason esbanjasse dinheiro ele também não quis saber de nada
muito grande.
Foi uma cerimônia simples no cartório para somente firmarmos o
nosso compromisso. Mason comprou uma casa para nós, um pouco maior
que a sua cobertura, em um bairro seguro e tranquilo. Levando até mesmo
mamãe para morar com a gente.
E como meu marido era a pessoa mais incrível do mundo, ele
presenteou Maya, por ser a minha melhor amiga e ter me ajudado quando
precisei em relação aos anos que ele me abandonou, com a cobertura.
Em um primeiro momento, minha amiga tentou negar, pois não tinha
condições de manter um apartamento como aquele, com um simples
trabalho de bibliotecária e foi aí que Mason também lhe deu um emprego
no Conglomerado Coleman.
Mason optou por continuar mantendo a empresa, e seu argumento foi
o mais sensato de todos, mesmo que no momento a empresa estivesse caído
nos tabloides de fofoca, por tudo o que o pai e a mãe haviam feito, ainda era
a empresa que ele foi criado para administrar e ele não tinha outros sonhos
a não ser elevá-la a mais patamares do que ela já havia alcançado. E
também, por ter funcionários ali que precisavam do emprego, então ele não
iria abandoná-los naquele momento.
E cada vez que ele me dizia aquelas palavras, defendendo a empresa
que ele geria muito bem e os colaboradores, me peguei o amando mais e
mais.
Aquele homem era incrível!
Ele suspirou profundamente e encarou a entrada do local em que
estávamos.
— Se quiser podemos ir embora, amor! — avisei. — Você não é
obrigado a estar aqui.
Mason apertou um pouco mais a minha mão e assentiu.
— Eu sei que não, mas eu sinto que preciso falar algumas coisas para
ela, antes do julgamento na semana que vem. Porque depois que ela for
considerada culpada, o que sei que será, eu vou me esquecer que um dia fui
filho daquela mulher.
Estávamos em frente ao presídio temporário, onde a mãe de Mason se
encontrava presa até o julgamento e naquele dia ele havia amanhecido com
vontade de visitá-la, não para matar a saudade e sim para ver a ruína em que
a mulher se meteu.
Tirando a empresa, toda a fortuna dos Coleman, foram congeladas e
depois do julgamento se Ella Coleman fosse condenada, tudo passaria para
Mason e ele já havia dito que doaria toda a quantia para instituições de
caridade, pois não queria nada que viesse deles… somente a empresa, que
era algo que ele amava e prezava para continuar mantendo de pé.
Até porque, quando ele se tornou CEO da Conglomerado, a empresa
foi passada para seu nome, então não tinha mais ligações com Noah e Ella.
— Então, vamos lá. Só se lembre que estarei ao seu lado, tudo bem?
Ele sorriu na minha direção e me deu aquela piscadinha que deixava
minhas pernas bambas.
Por fim, entramos no presídio, paramos no local indicado, onde
possuía aquelas paredes de vidro e um telefone, que era pelo local que os
visitantes se comunicavam com os presidiários.
Fiquei atrás de Mason, enquanto ele se sentou na cadeira que tinha
ali. Não demorou muito para sua mãe aparecer. Ela nem parecia a mesma
pessoa, já que olheiras despontavam debaixo dos seus olhos, os cabelos
sempre bem arrumados estavam desgrenhados e a pele não tinha mais
nenhum resquício de maquiagem.
As algemas estavam presas em suas mãos e ao tirar o telefone do seu
lado do gancho, ainda me encarou com ódio, mas só lhe encarei de volta,
mostrando que não tinha medo de um ser desprezível como ela.
E até mesmo abri um sorriso ao vê-la ali daquela forma o que a
irritou ainda mais. Parei de implicar com ela, assim que Mason pegou o
telefone, dizendo:
— Oi, mãe!
Olhei para a boca de Ella, para fazer a linguagem labial e entender o
que ela falava do outro lado.
— Lembrou que eu existo!
Como sempre arrogante.
— Bom, eu lembro sempre que a senhora existe, já que mandou
matar minha filha, a mulher que eu amava e com isso o meu pai morreu. Eu
me culpei durante dois anos, abandonei a mulher que eu amava grávida, por
culpa e medo de algo ruim acontecer a ela e há alguns meses, por sorte, eu
descobri os verdadeiros culpados daquele fatídico dia.
— Me poupe, Mason! Fiz isso para te proteger, se você mesmo assim
preferiu essa mulher, já não posso fazer nada.
— A sua proteção sempre foi muito estranha, porém, eu não vim aqui
para remoer o passado, até porque consegui o perdão de Ava, ela me ama,
se tornou minha esposa e eu tenho uma filha linda.
Percebi o choque passar pelo rosto da mulher assim que ela ouviu que
eu havia me tornado esposa de seu filho, o garoto que ela quis tanto afastar
de mim.
— Não acredito que fez isso, Mason!
— Você não tem que acreditar, Ella! Porque eu vim aqui, só te dizer
que neste momento, estou esquecendo que você é minha mãe, não quero
mais saber da sua existência e torço muito para que pegue uma prisão
perpétua, para que apodreça na cadeia e pague pelos seus crimes. Até nunca
mais!
Mason bateu o telefone no gancho e se levantou da cadeira, sem nem
mesmo olhar na direção da mãe mais uma vez. Eu por outro lado ainda a
encarei por um momento, pude ver a raiva passar por seu rosto e com
aquela última visão, também desejei que ela pagasse por tudo o que fez e
por fim lhe dei as costas.
Quando saímos e caminhamos em direção ao carro, Mason
murmurou:
— Parece que tirei um peso de cima dos ombros.
— Então, vamos viver a nossa vida e nos esquecer de todo o
passado.
— Sim, meu amor!
Entramos no carro e partimos para casa, para a nossa casa, onde
nossa menininha nos esperava ansiosa para brincarmos e sermos a família
feliz que tínhamos nos tornado.
Não me arrependia em momento algum de ter perdoado Mason
rápido demais, porque sempre estive ciente de que ele era o amor da minha
vida.
E mesmo que ele tivesse cometido o erro de me abandonar, ele
realmente estava cumprindo com sua promessa de me provar todos os dias
que era o melhor homem do mundo.
E somente aquilo valia…
Somente aquilo importava para o nosso felizes para sempre.
EPÍLOGO
2 anos depois
Estava lendo o jornal, sentado na cadeira do jardim de casa, quando
senti as mãozinhas taparem meus olhos. Não precisava ser nenhum mágico
para descobrir quem era.
— Hum… — Soltei o jornal e segurei as mãos pequenas. — Deve ser
uma fadinha de jardim.
— Papai, eu não sou fadinha de jadim!
Soltei uma gargalhada e ajudei Sadie a contornar o banco, enquanto
se sentava em meu colo, fazendo um bico emburrado por eu tê-la chamado
de fada de jardim.
— Sério? Pensei que só as fadas tinham mãos tão pequenas. — Fiz
cócegas nas suas costelas e logo minha menina desfez o bico, começando a
gargalhar em meu colo.
— A sua mão que é gande demais!
— É mesmo! — Fiz que iria fazer cócegas nela, mas Sadie gritou.
— Pala, se não eu num vô contá o que vim falá.
Semicerrei os olhos e disse:
— Sabia que você tá parecendo a sua mãe?
Sadie sorriu, fazendo as covinhas aparecerem e disse:
— Então sô linda?
E convencida, quase disse, mas respondi.
— Maravilhosa!
A pestinha continuou sorrindo como se tivesse ganhado o dia e disse:
— A mamãe disse que é pá eu levá o sinhô lá na piscina.
Aquilo estava estranho. O que aquelas duas estavam aprontando?
— Então vamos!
Sadie pulou do meu colo, pegou minha mão e saiu me puxando em
direção à piscina.
Assim que chegamos ao lugar, vi que Ava me esperava perto da área
da churrasqueira. Ela segurava algo atrás das costas, mas eu não saberia
dizer o que era, já que seu corpo estava tapando minha visão.
Ela usava um vestido branco, tomara que caia e os cabelos estavam
soltos, o sorriso lindo brotava em sua boca gostosa e eu quase pedi para
Sadie sair dali, só para fazer maravilhas com aquela mulher sobre a bancada
da churrasqueira.
Sim, eu nunca deixaria de ser um pervertido.
Assim que paramos em frente a Ava, Sadie disse:
— Já posso falá?
Encarei-a fazendo uma careta e logo fiz o mesmo com Ava.
— O que estão escondendo de mim? — indaguei curioso.
Ava olhou para Sadie e disse:
— Pode falar!
Voltei a olhar a pequena de cabelos cacheados e ela disse:
— O sinhô vai cê papai de novo!
Senti minhas pernas fraquejarem e por muita força interna consegui
me manter de pé.
Encarei Ava e ela sorriu, tirando o teste de gravidez de trás das
costas, junto com um par de sapatinhos.
Senti as lágrimas chegarem sem que eu conseguisse contê-las.
— Ava… isso é sério?
Ela sorriu e também começou a chorar.
— Sim, eu sei o quanto você queria, então quis fazer uma surpresa.
Puxei-a para os meus braços e beijei sua boca rapidamente.
— Você me faz o homem mais feliz desse mundo.
— Agora você vai poder ver desde o início.
— Sim! — Segurei seu rosto entre minhas mãos, enquanto Sadie
abraçava nossas pernas. — Eu vou ser ainda mais babão.
— Que Deus me proteja! — Ava brincou e eu gargalhei.
Beijei sua boca mais uma vez e assim que me afastei, ajoelhei-me no
chão, beijei a testa da minha filha e em seguida a barriga de Ava. Encarei
seus olhos daquela posição e brinquei:
— Você adora me ver de joelhos!
— É a melhor posição! — Deu-me uma piscadinha que prometia
muita coisa e a maioria não era inocente.
— Vô tê um imãozinho ou uma imãzinha! — Sadie disse, desviando
minha atenção da sua mãe.
— Sim, meu amor!
— Tô feliz! — ela disse abrindo um sorriso tão grande quanto o da
sua mãe.
— E eu sou o homem mais sortudo do mundo por ter vocês na minha
vida.
Sadie me abraçou e eu voltei novamente meus olhos para Ava.
— Obrigada! — sussurrei.
Ela sorriu para mim e só disse:
— Eu te amo!
E sabia que não precisava responder àquela declaração, porque eu lhe
provava todos os dias o quanto ela era o amor da minha vida, e continuaria
provando até o resto da minha existência.
Porque uma vez errei ao abandoná-la, mas nunca mais cometeria
aquele erro novamente…
Já que Ava Martinez Coleman era a mulher da minha vida, a mulher
que me tirou da solidão, minha amiga, parceira e tudo o que eu podia pedir
para o destino como o meu final feliz.
E todos os dias, ela me provava que cada linha que traçávamos, era
mais uma para continuarmos desfrutando do nosso conto de fadas.
FIM
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