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Capa: LS Banners
Revisão: Mariana Rocha
Diagramação: Imaginare Editorial – April Kroes
autoradanitess91@gmail.com
Sumário
Playlist
Epigrafe
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Epílogo
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Biografia
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O amor é um grande mestre.
Ele nos ensina a ser o que nunca fomos.
Molière
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“Estou com saudades. Não vejo a hora de te encontrar
amanhã, amor da minha vida”.
Eu sorrio, olhando para a tela do celular. As palavras de Luna
me preenchem de amor e fazem com que sinta algo ainda mais forte
por ela. É surpreendente, até mesmo para mim, o quanto estou
apaixonado e o quanto sinto a falta dela. Quero responder
imediatamente que também estou com saudades, mas bloqueio a
tela rapidamente e guardo o celular no bolso porque o jatinho acaba
de aterrissar no Brasil.
De fato, deveria encontrá-la somente amanhã, dia da
cerimônia do nosso casamento, mas consegui solucionar as
demandas que requeriam a atenção direta do CEO da Salomon &
Salomon fora do território nacional. Motivação maior não poderia
existir do que voltar logo para estar com ela. Luna se tornou, em tão
pouco tempo, parte tão essencial da minha vida. Nem consigo
pensar em um tempo em que fui mais feliz do que sou agora com
ela. Ela me faz pensar em como eu sempre acreditei ter tudo que eu
queria: sucesso nos negócios, realização pessoal, mas eu nunca me
senti entregue a uma mulher e nunca entendi o que é amar alguém
de forma tão profunda.
Eu já havia me apaixonado antes, mas o que tenho com Luna
transcende nosso relacionamento e rótulos. Namorada, noiva, futura
esposa… Ela é muito mais. Ela é meu tudo. Minha amiga, minha
confidente, meu coração…
E como eu poderia viver sem meu coração?
Luna é a mulher mais desafiadora e teimosa que eu já
conheci. Mas, com diplomacia, peita quem quer que seja para
apresentar seu ponto de vista. O que não a torna intransigente,
porque já vi Luna recuar dois passos ao admitir que estava
enganada a respeito de algo. O que demonstra ainda mais sua
firmeza de caráter. Ela considera e respeita as opiniões alheias, não
colocando a sua como mais importante. Isso é notável. Mas, se tem
certeza de que está certa, ela nunca desiste do que acredita. E é o
tipo de pessoa que quer ver os outros bem, que torce pelo sucesso
dos colegas na Salomon & Salomon porque, assim, a companhia
avança e todos ganham.
E, com a família, não é diferente. Ela defende e apoia quem
ama. Sua relação com meu tio Arturo ficou anônima por muito
tempo, mas eu vejo em seus olhos que, mesmo tendo enfrentado
tanta dor e abandono dos pais biológicos, ela encontrou nele um
protetor, uma figura paterna, e foi meu tio que a trouxe para o
mundo dos Salomon, e por isso serei eternamente grato a ele.
E como é vibrante essa mulher. Sua energia nunca se esgota.
Parece que nasceu ligada em 220 volts e eu, ao mesmo tempo, fico
louco e adoro essa empolgação que ela tem. Luna tem defeitos.
Como todos os outros 6 bilhões de pessoas que vivem nesse
planeta também têm, mas eu não busco perfeição. Nunca foi um
parâmetro para ter alguém ao meu lado, além de que seria um porre
ter alguém que nunca comete erros e que está sempre com a razão
o tempo todo. Qual a graça da vida ser assim?
Erros e acertos constroem nossa identidade, mas são os
erros, principalmente, com os quais aprendemos a nos tornar
pessoas melhores, que nos motivam a crescer e nos impulsionam a
nos desafiar. Logo que assumimos publicamente nosso
relacionamento, pouco depois do casamento de Gustavo e Liliana,
eu endossei a decisão de expansão no mercado europeu dos
Vinhos Salomon, que custou meio milhão de dólares aos cofres da
nossa vinícola, da qual meu primo Fabrício é o gestor principal.
Atrasamos em uma semana a entrega da safra. Aquilo foi um
duro golpe no meu ego de CEO Executivo da Salomon & Salomon.
Meus irmãos e meus primos não criticaram meu deslize. Nunca
fariam isso. Eles me veem como um líder e apoiam minhas
escolhas, mas eu me senti péssimo. Desperdiçar dinheiro, uma
perda de recursos que poderiam capitalizar nossos negócios ou
serem investidos nas fundações que mantemos é algo inconcebível
para mim.
Eu errei. Errei feio mesmo. Lógico que sei que nossa fortuna
gira em torno de trezentos bilhões de dólares e esse montante não é
significativo se considerado o nosso patrimônio. Mas aprendi com
Roger e Homero Salomon, meu pai e meu avô que já nos deixaram,
que dinheiro nunca é um fim. É um meio pelo qual tornamos a vida
da nossa família, de nossos acionistas e, principalmente, das
milhares de famílias das pessoas que trabalham para nós mais
segura, mais plena. Esta é a minha responsabilidade. Foi por isso
que o comando da empresa veio para minhas mãos, e não para o
filho mais velho. O próprio Gustavo sempre achou esta a decisão
mais acertada. Nosso pai e avô enxergaram além. Eles identificaram
a área que cada herdeiro Salomon prosperaria mais e, a mim, coube
a palavra final em qualquer acordo, nova sociedade ou impasse,
dentre todos os ramos de negócios que leva o nosso sobrenome,
seja dentro, seja fora da Torre Salomon, em nosso país ou pelos
outros vinte e seis países pelo mundo.
E foi a minha Luna que me fez enxergar que fracassar em
algo não é difícil, mas, necessariamente, não é algo, de todo, ruim.
Ela me disse:
— Você acabou apenas aprendendo uma forma de não fazer
aquilo e agora está mais perto de fazer certo da próxima vez. Você
vai analisar as opções que tem agora, encontrar um novo jeito e vai
se surpreender ao perceber que esse novo jeito pode ser ainda
melhor que o anterior. Fabrício está te esperando hoje à noite para
falar sobre a solução.
— Luna, está sugerindo que eu vá para Itália hoje? Tenho
outras demandas para atender na torre.
— Não. Eu mandei mensagem ontem que estava enviando o
seu jatinho, e ele chega em algumas horas. Vai ficar hospedado na
sua casa.
Ela... sorrio sozinho, pensando nessa conversa. Ela é assim.
Sempre dois passos à frente de todos. Eu sempre a admirei como
assistente-executiva do meu irmão Gustavo. Sempre a admirei
como profissional. Como ela conseguia dobrar o meu irmão mais
velho usando apenas seus argumentos lógicos e sua inteligência.
Mas conhecê-la melhor me fez ver que o relacionamento que eu
tinha antes não me fazia feliz. Eu nunca usaria Luna como uma
régua para medir e comparar as mulheres que já passaram pela
minha vida. Tive bons momentos ao lado de todas e espero ter
proporcionado o mesmo a elas.
Para mim, isso era suficiente, estar com uma mulher divertida,
com quem pudesse estabelecer uma conversa estimulante e, entre
quatro paredes, sexo ardente. E eu admito que, vez ou outra,
apenas o sexo ardente já é suficiente par mim. Isso me bastou em
minha vida adulta até pouco tempo atrás.
Mas feliz, feliz de verdade, a ponto de não imaginar minha
vida sem uma mulher, feliz na proporção de querer viver para fazer
essa mulher sorrir pra mim, só assim eu sou feliz desse jeito.
Eu não apenas quis fazer dela minha mulher, minha esposa,
eu precisava tê-la ao meu lado. Essa é a verdade. E, como sou
afortunado por ter uma mulher tão formidável, com a mente tão
brilhante, gentil, doce, linda e…
Puta que pariu! Gostosa pra caralho... Meu pau acorda
imediatamente só de lembrar nós dois juntos na pequena banheira
do apartamento de Luna alguns dias atrás, antes dessa viagem. O
sexo nunca foi tão bom.
E ela aceitou ser a minha companheira para o resto da vida.
Eu aprendo com ela todos os dias.
Me apaixono por ela um pouco mais todos os dias. Eu me
sinto como um adolescente, às vezes pensando nela e fazendo
planos do que quero conquistar ainda na minha vida e com ela ao
meu lado.
É assim que vislumbro o meu futuro, com a mulher que eu
amo mais do que tudo ao meu lado. Minha parceira em tudo que eu
decidir fazer. E quero ser o mesmo para ela.
Quando temos para quem voltar, a volta para casa se
transforma em volta ao lar, ao lugar onde pertencemos de verdade.
Assim, que homem no meu lugar, tendo essa mulher incrível à
sua espera, não iria se desdobrar em dois para agilizar as reuniões
com os fornecedores italianos e ter a chance de antecipar o retorno
em um dia?
Quero fazer uma surpresa para minha noiva, por isso me
seguro para não a avisar que, em menos de uma hora, estarei em
casa, envolvendo-a em meus braços e sentindo o cheiro delicioso
de seus cabelos encaracolados.
— Podemos desembarcar, senhor Guilhermo — diz Rupert,
meu piloto particular. Eu agradeço o aviso e pego minha maleta, a
única bagagem de mão que carrego. Vejo que dois homens já estão
colocando as minhas malas no carro que vou usar para chegar em
casa. Dou um bocejo sonolento e confiro as horas em meu relógio
de pulso. Ainda não é nem 1h, mas a verdade é que estou
esgotado. O voo, que geralmente leva cerca de 9h, levou quase 15h
por conta de uma tempestade que pegamos na Cidade do México
pouco depois de embarcarmos. Fizemos um pouso emergencial em
um aeroporto vizinho e tive que ficar por 3 horas no avião até
recebermos autorização para nova decolagem.
Afasto todas essas preocupações passadas de minha cabeça.
O importante é que cheguei. Respiro profundamente e sinto o ar
seco do Brasil. Poderia me causar incômodo, mas anseio tanto
chegar em casa que só consigo sentir alegria.
Não vejo a hora de encontrar Luna.
— Para onde vamos, senhor? — O chofer me aguarda para
entrar no carro.
— Ah, Luís, eu agradeço, mas vou dirigindo dessa vez.
Ele me olha com desconfiança. Sempre que chego de viagem,
Luís é quem conduz o carro até a residência. Porém, quero passar
em uma padaria excelente que conheço e levar uma torta de frutas
vermelhas que Luna adora. É claro que o meu motorista particular
não faria nenhuma objeção quanto a essa parada, mas é algo tão
particular que quero fazer sozinho. Quero fazer o trajeto sozinho,
ouvir as músicas que eu e Luna amamos — mais ela do que eu, eu
confesso — e encontrá-la com a torta em mãos sem que o motorista
nos presencie.
— O senhor tem certeza? — pergunta Luís, um homem de
descendência oriental que tem braços largos e um sorriso muito
gentil.
— Sim, Luís. Tire a noite de folga. Não precisarei de ajuda
hoje.
Ele acena com a cabeça e me entrega as chaves de minha
Land Rover. Eu entro no carro e ligo o som para ver o que estava
tocando. Beyoncé começa a cantarolar com animação e sorrio por
pensar que Luna usou o meu carro — e foi ela quem deixou a
playlist pop engatilhada. Também sinto o perfume doce que ela usa
tomando conta do meu carro. Tudo ao meu redor me lembra ela e
não poderia ser diferente.
Dou partida no carro e me surpreendo por saber cantarolar o
refrão de Halo. Eu vou assoviando enquanto Beyoncé, ou
simplesmente “B.K.”, como Luna diz, continua a dizer suas frases
com dicção perfeita. Rio novamente quando me lembro da
intimidade com que ela trata todas as divas pop. Às vezes, quando a
escuto falar sobre o novo projeto de Mariah Carey ou sobre os
problemas pessoais de Adele, parece que estou escutando sobre
suas melhores amigas da faculdade. Luna tem um jeito incrível de
tornar tudo real, palpável. Nem mesmo as divindades da música
estão distantes quando ela fala. Ela torna tudo... possível. Eu
suspiro de paixão. De amor.
O suspiro é seguido por um novo bocejo. Meus olhos estão
ardendo de sono, mas a viagem até minha casa é curta,
especialmente em um domingo à noite, quando não há quase
movimento algum na estrada. Então, simplesmente sigo em frente
ansioso para encontrar a mulher que amo e tomá-la em meus
beijos, matando a saudade que está me consumindo.
Eu devo ter rodado pelo menos uns 24 km, mas percebo que
perdi parte desse trajeto. Devo ter cochilado sem perceber. Encaro
meus olhos no retrovisor para ver como estou e me deparo com as
olheiras imensas que se formam abaixo da minha pálpebra inferior.
Aumento o som enquanto Katy Perry canta sobre meninas
californianas com a intenção de que o volume me ajude a ficar
acordado, mas isso não é o suficiente.
Consigo imaginá-la nitidamente diante de mim. Luna me
estende a mão e sorri enquanto me puxa para perto de si, com
sempre faz. Ela está usando um vestidinho curto de verão de fundo
azul e pequenas margaridas repetidas em todo o tecido. Ela não fala
comigo, mas abre a boca em uma gargalhada silenciosa. Eu sinto
seu toque suave em minha pele e beijo sua mão de leve, depois a
puxo para perto e tento beijar o seu pescoço, mas ela se esquiva de
leve e solta mais uma gargalhada. Estamos na sala de meu
apartamento, mas a decoração é completamente outra. Pela janela,
posso ver o sol brilhando e ele invade meus olhos, me cegando
temporariamente. Não consigo mais ver o rosto de Luna, mas agora
consigo ouvir sua voz.
— Meu amor. Acorde! Agora! — Sua voz vai de um tom doce
e delicado para uma urgência assustadora.
Abro meus olhos e avisto um carro surgir de repente em alta
velocidade vindo em minha direção na contramão, como se o
motorista estivesse com dificuldades de controlar o veículo. O
motorista tenta desviar, e é como se o tempo desacelerasse e tudo
se passasse diante de mim em câmera lenta. A estrada é cercada
por muralhas de terra, algumas árvores de um lado e um precipício
do outro. Eu estou no sentido certo, o outro motorista que está
errado, vindo em minha direção.
Não consigo agir rapidamente, minhas mãos não funcionam
com a agilidade que eu gostaria. Não com a agilidade que eu
preciso. Viro o volante para evitar o choque de frontal, mas a colisão
do outro veículo batendo na lateral do meu violentamente me tirando
da estrada e me arremessando contra a árvore é inevitável. Sei
disso naquela fração de segundos e freio bruscamente antes do
impacto e o mundo gira ao meu redor. Ouço o sinal do alerta de meu
carro disparar automaticamente após o choque. Meu corpo voa ao
ser projetado para fora do carro e sinto os estilhaços de vidro
criarem pequenas bolhas de sangue em meu rosto. Protejo
instintivamente meu rosto cobrindo como dá com minhas mãos e
braços antes de meu corpo cair pesadamente no asfalto e de
apagar completamente.
“Cinema amanhã?”
A mensagem surge na tela do meu celular quando estamos
jantando. Evangeline e Túlio estão conosco em nossa casa, e ela
preparou um peixe branco ao molho de manjericão que está
absolutamente divino.
“Vou ver se Guilhermo topa”.
Respondo à mensagem de Carlos e abaixo o celular com a
tela para baixo. Não sei se esse gesto em especial causou algum
impacto, mas Guilhermo solta o garfo ao mesmo tempo em que
suspira profundamente.
— Acho que fiquei sem apetite — ele diz. — Vou tomar um ar
e já volto.
Evangeline me observa com bastante atenção e posso ver a
tensão em seus olhos. Túlio continua entretido com o peixe e não
parece notar nada de mais acontecendo.
— Isso é muito bom, por que é que você nunca fez isso para
eu comer antes? — ele pergunta enquanto se serve de mais um filé.
— Você é um talento.
Evangeline continua séria, apesar do elogio. Eu movimento os
lábios sem voz.
— Vou lá fora, falar com ele.
Ela franze a testa sem entender, mas eu faço sinal de que
estou saindo e deixo meus convidados na mesa. A noite está quente
e clara por conta da lua imensa que está brilhando lá no céu.
— Achei que você amava peixe com manjericão — digo, me
aproximando pelas costas de Guilhermo. Ele não se move. Toco seu
ombro e a mão dele envolve a minha. — O que houve, meu amor?
Guilhermo respira profundamente.
— Ele está dando em cima de você.
— Quem?
Ele solta o ar pelo nariz como se indicasse que é óbvio de
quem estamos falando.
— Ele apenas é gentil comigo, meu amor, com a gente.
— Você acha mesmo que não reconheço quando um
garanhão está cantando minha noiva? — Ele suspira pesadamente.
— Quero nossa vida de volta.
— Nossa vida não foi tomada de nós.
— Parte dela, sim..., pelo menos a parte... a parte que nós...,
você sabe.
Puxo uma cadeira na varanda e me sento ao lado dele.
— Por que está falando disso agora? O que lhe deu esse
gatilho?
— Porque você precisa! Você precisa de sexo, precisa de
mim, e não consigo lhe dar isso.
— Guilhermo, eu não...
— Antes, eu achava que o problema era a cadeira, mas olha
para aquele Carlos... olha como ele é galanteador, bonitão e,
aparentemente, sexualmente ativo e...
Solto uma gargalhada, mas sem qualquer ar de deboche. Me
controlo em seguida, adquirindo novamente um ar sério. Guilhermo
me encara incrédulo com a risada que dei.
— Você conseguiu perceber tudo isso sobre a vida sexual dele
apenas em um encontro rápido que tivemos em um estacionamento
na clínica?
Ele bufa, mas não responde nada.
— Guilhermo, eu sei que tudo isso está lhe causando muita
ansiedade e sou incapaz de sequer dizer que entendo o que você
sente..., mas eu quero que você confie em mim e que acredite no
que eu estou falando. Eu amo estar com você, amo ter nossa
intimidade..., mas eu amo, acima de tudo, quando você está bem. —
Toco seu braço de forma delicada. — Eu quero transar com você,
mas também não preciso disso urgentemente. Eu posso esperar,
podemos redescobrir isso juntos, com calma.
Ele me observa, e vejo o reflexo das estrelas perpassar seus
olhos castanhos. Ele está lindo banhado por essa luz e meu coração
está inflando de tanto amor.
— Mas aquele Carlos está dando em cima de você.
Rio de novo. Ele fala como um menino mimado, mas já
adquirindo um humor mais centrado, como se reconhecesse o
absurdo disso tudo.
— Ele nos chamou para um cinema.
— ARRÁ! Eu sabia.
— Epa, epa...eu disse que ele nos chamou, não a mim
apenas.
Guilhermo se cala.
— Amanhã. Vamos?
Ele pensa um pouco a respeito e sei que está tendendo a
dizer não.
— Pode ser divertido estar com pessoas novas. — Encorajo.
— Está bem. Vamos.
Fabrício
A ideia de contar a Guilhermo sobre a identidade de quem
causou o acidente é algo que vem tirando o meu sono nos dois
últimos dias. Desde que começamos essa pesquisa, essa busca, eu
me pergunto sobre como isso vai impactá-lo, sua vida e bem-estar.
Será que ele se sentirá bem sabendo quem foi o responsável, ou
dar um rosto pode tornar o infrator mais “humano” e,
consequentemente, tornar o processo de superação mais difícil para
meu primo?
A verdade é que não há uma resposta para essa questão. A
única forma de sabermos como isso vai bater nele é justamente
contando. E é por isso que estou encarando Túlio com seriedade
enquanto ele começa a dar a notícia para Guilhermo. O garçom
serve uma dose de café fumegante e o cheiro invade minhas
narinas, trazendo um pouco de aconchego, mas confesso que uma
dose de uísque cairia melhor com a ocasião.
— Finalmente conseguimos avançar nas pesquisas — Túlio
começa.
— E? Em que pé estamos? Próximos de descobrir quem foi
que causou isso?
Nós dois nos entreolhamos.
— Na verdade, já sabemos e temos o contato dele — digo. As
palavras saem truncadas e atropeladas, mais rápidas do que eu
conseguiria raciocinar para dizer.
Os olhos de Guilhermo se arregalam um pouco. Há um misto
de satisfação e excitação em seus olhos, mas há algo mais:
Pavor.
É claro que ele está apavorado com a ideia de encarar a
pessoa que lhe colocou nessa situação, que lhe causou essa
condição. Eu seguro uma de suas mãos, que está apoiada sobre a
mesa, e aperto, demonstrando todo o meu apoio. Guilhermo
continua em silêncio por alguns segundos que parecem horas, dias.
Então, ele decide o que fazer.
— Quero encontrá-lo.
Guilhermo
A casa tem um cercado branco agradável. Há uma bela Land
Rover estacionada na garagem aberta, mas não reconheço o carro.
Não foi esse o que me atingiu. Me pergunto se o carro não teve
recuperação, ou se passaram para frente por conta do remorso. Rio
ironicamente. Eu duvido que essas pessoas tenham qualquer
remorso com relação ao que aconteceu.
— Quer desistir? — Túlio me pergunta. — Se você
simplesmente quiser ir embora e desistir disso, podemos fazer sem
pestanejar.
— Não! Eu quero falar com ele. Quero olhar nos olhos dele.
Nossa visita não é surpresa. Gustavo, Túlio e Fabrício
conseguiram o telefone da residência e ligaram antecipadamente.
Eu achei que fossem nos receber com hostilidade e que não haveria
qualquer interesse em conversar, mas não foi bem assim.
Demoro um pouco para tomar coragem, mas decido seguir em
frente.
— Vou entrar. Vocês podem me esperar aqui.
Desço do carro sozinho, está cada dia mais fácil fazer essas
transferências. Gustavo apenas me ajuda com a abertura da
cadeira. Vou até a porta e toco a campainha. Não demora muito
para que um homem de olhar cansado e barba por fazer apareça.
Ele não é simpático, tampouco mal-humorado. Parece que
simplesmente está existindo, sem se preocupar muito com as
coisas.
— Guilhermo Salomon — me apresento sem oferecer a mão
para um aperto. Não tenho certeza se o homem escutou o meu
nome porque ele permanece imóvel, sem demonstrar qualquer
emoção. Em seguida, ele indica com a mão para que eu entre.
Passo por ele e quase posso sentir um arrepio, como se ele fosse
uma assombração, ou algo sobrenatural, tamanha sua apatia.
Na sala, uma mulher muito magra e muito loira está sentada
no sofá. Ela tem o mesmo semblante abatido e sequer parece notar
minha entrada.
— Ele chegou — o homem diz. A mulher está costurando
alguma coisa no crochê e não para. Um menino franzino aparece na
porta que dá acesso a um imenso corredor. Ele me observa da
entrada e demora para entrar na sala.
— Oi.
Eu o observo. Esse é ele. Luan Collari. O garoto que bateu em
meu carro. O responsável por tudo o que estou vivendo nos últimos
meses. Meus olhos se enchem de lágrimas imediatamente. Travo a
garganta num ato desesperado para não cair em prantos.
— Oi — respondo.
O menino parece deslocado, como se aquela não fosse sua
casa. Como se aqueles não fossem seus pais.
— Guilhermo Salomon. — Ele sabe quem eu sou, mas não sei
o que dizer além do meu próprio nome,
— É... Luan... — se apresenta. — Você..., eu... sinto muito.
Ele começa a chorar.
— Você sente muito? — respondo num misto de ódio e
indignação. — Imagina o quanto eu sinto, então. Olha só o que você
me fez.
A mulher começa a soluçar, ainda sentada no sofá ao lado. O
pai permanece imutável, impávido e quase em inércia. O menino
seca os olhos com as costas das mãos.
— Eu soube que você sequer tem habilitação.
— Me perdoe...
— Onde estavam os seus pais quando você fez isso? Como
pode um adolescente sair assim com o carro e...
— Vai! Conte para ele — o pai grita em pé sobre a soleira da
porta. — Conte toda a verdade. — O menino está soluçando cada
vez mais profundamente. Sinto minhas mãos tremerem de nervoso.
— Conte que você fez isso escondido.
Eu olho para o menino, indignado.
— Você pegou o carro de seu pai escondido?
— Ele pegou! Ele fez isso porque não tem consideração
nenhuma por nós, nem pela mãe dele, nem por mim, nem por...
— Não fale o nome dela! — Quem se manifesta agora é a
mãe, que, em seguida, se debulha em lágrimas também. — Por
favor, deixe minha menina fora disso. Deixe Claire fora disso...
Ela se levanta de prontidão e sai apressada pela porta, indo
para fora da casa. Eu continuo imóvel entre o menino choroso e o
pai raivoso. Meu coração está acelerado e sinto uma gota de suor
escorrer pelas minhas costas.
— Você podia ter me matado.
— Eu sei. Eu sinto muito. Por favor, me perdoe.
— Eu não sei se posso. Não sei se quero. Eu só não consigo
entender por quê...
— Porque ela morreu. — A voz sai embargada. — E eu queria
ter morrido no lugar dela.
— Quem morreu? — Meu olhar agora é atento, como antenas
ligadas. Do que será que ele está falando? Pelo que essa família
passou?
— Claire..., minha irmãzinha de 9 anos.
Sinto o chão desabar embaixo de mim. Sou engolido por uma
cratera profunda, escura e absorvido pelo absoluto nada. Esse
menino... essa família... eles estão destruídos.
— Ela... ela teve um câncer severo. Foi tudo muito rápido,
sabe? Em um dia, ela estava aqui, brincando e, no outro, entrou na
fila de transplante de fígado como prioridade, mas já era tarde.
Bastaram 20 dias, e ela estava definhando, pele e osso, sem
cabelo, sem cor... ela... ela estava definhando, sabe?
As lágrimas rolam como gotas de chuva no vidro da janela.
Elas escorrem por ele, molham a gola de sua blusa e deixam
marcas na sua camiseta do The Strokes. Eu me lembro de quando
eu mesmo tinha essa idade... a união com meus irmãos, a parceria,
o medo de perder Homero, o caçula...
— Eu sinto muito.
— Isso não justifica nada. Não justifica o que eu fiz. Eu não
deveria ter saído daquele jeito com o carro.
— Se ao menos tivesse me pedido, você saberia do defeito no
freio — o pai diz. Agora entendo seu ar exausto. Ele não conseguiu
superar o luto. Nem sei se conseguirá em algum momento. O
homem se levanta e vai até a cozinha. Ele pega uma bebida e bebe
no gargalo. O cheiro de álcool é muito, muito forte.
— Pai...
Ele não liga para o menino e sai pela porta carregando a
garrafa. Ficamos só nós dois. Ninguém nessa família está bem,
ninguém aqui consegue lidar com a ausência da menina morta.
Essa solidão e esse desespero vão tomando conta de mim e, aos
poucos, me sinto angustiado como eles. Quero ir embora daqui.
— Eu devia ter me entregado para a polícia. Eu não pretendia
fugir — o menino fala olhando para o nada, para o horizonte. — Mas
eu fiquei com medo de que ele se matasse... porque agora ele só
bebe e fala que quer morrer.
Ele funga. Eu tenho vontade de me levantar e lhe confortar.
Não consigo imaginar o que essa família está passando e como
uma dor tão grande possa ser superada. Eles estão destruídos e
consumidos pelo desgosto.
— Mas eu vou... vou me entregar. — O menino me encara. —
Vou resolver isso. Eu prometo.
— Você não precisa — digo. Nem eu acredito no que estou
falando. Durante meses, eu almejei encontrá-lo, desejei descontar
todo o meu ódio. E agora estou aqui, amolecido.
— Mas eu quero. Eu não posso mais viver com isso... eu não
consigo viver com essa culpa.
— Você não precisa viver com a culpa.
— Como é?
— Eu te perdoo.
Onze meses...
Quando paro para pensar nesse tempo, não consigo enxergar
a história por completo. Existem flashes, momentos em que eu
simplesmente vivi, sem realmente tomar as rédeas da situação. No
entanto, cá estou: quase um ano após e cada vez me sentindo mais
dono de toda essa narrativa sobre minha vida.
Durante esse quase um ano, os trabalhos foram intensos.
Terapia, fisioterapia, visitas constantes aos médicos e a descoberta
de novas tecnologias que me auxiliam no dia a dia. Aos poucos,
também minha família começou a entender que a única forma de
me deixar viver é... me deixar viver. Apesar de todo o cuidado e
receio, eles passaram a me permitir ter mais autonomia e isso me
fez muito bem.
— O cheiro está bom! — Luna grita da sala. Nesse momento,
estou preparando o nosso almoço e pedi que ela ficasse longe para
a surpresa. A gastronomia se tornou um hobby importante, algo em
que eu descobri a possibilidade de me concentrar e refletir ao
mesmo tempo em que consigo expressar meu amor através dos
sabores.
O prato de hoje não é nada muito elaborado. Luna gosta de
comida simples, comida com “gosto de casa”, como ela costuma
chamar. Então preparei um macarrão à carbonara com tiras de
frango. Mas, para acompanhar, eu faço questão de um vinho de
altíssimo padrão.
— Está na mesa — falo com um tom mais alto para que Luna
me escute. Ela vem para a cozinha imediatamente e é quando me
dou conta de que já passa das 13h, bem além de nosso horário
normal de almoço.
Hoje, como todos os outros sábados, nós nos permitimos
acordar mais tarde. Ficar até tarde na cama abraçados, apenas
acariciando o corpo um do outro, sentindo a textura e o cheiro,
também se tornou parte do nosso roteiro. Uma das partes que eu
mais gosto, aliás.
Hoje não foi diferente. Por isso, saímos da cama tarde,
tomamos café tarde e agora estamos prestes a almoçar... tarde.
— Meu estômago está roncando — Luna diz quando se senta
à mesa. — Sei que essa não é a frase mais elegante do mundo para
se dizer para um chef de cozinha... — brinca. De fato, estou tendo
aulas de gastronomia à distância. Comprei um curso de um chef
renomado, a ideia é apenas pegar algumas dicas e conhecer novas
possibilidades.
— Quando o chef é seu noivo e quase seu marido..., está
liberada para falar o que quiser. — Eu provo o macarrão e Luna faz
o mesmo. Ela fecha os olhos em aprovação, exatamente a reação
que eu esperava para esse momento.
— Isso está magnífico — diz após o primeiro contato com o
meu prato principal. — Meu quase marido..., ainda nem acredito que
isso está acontecendo.
O seu ar é sonhador. Luna, assim como eu, é o tipo de pessoa
que se enfia de cabeça em tudo o que lhe propõem. Portanto, sei
que, para ela, o casamento é mais do que um projeto de vida. Ela
espera que possamos fazer isso dar certo juntos, enfrentando as
dificuldades e os problemas com parceria e sabedoria.
Esse quase um ano de reabilitação foi um test drive
importante para nós dois. Eu entendi que a tenho ao meu lado a
qualquer custo e senti, mais do que nunca, que a quero comigo em
todas as circunstâncias, estando disposto a me dedicar totalmente a
ela. Também aprendi a ser cuidado.
A vida toda, eu assumi o papel de cuidar dos outros, de tomar
as rédeas da situação. Mas, no último ano, eu vi todo o controle
fugir das minhas mãos, tive que delegar funções, entregar minhas
tarefas para outras pessoas e aceitar que todos, até mesmo eu, às
vezes precisam de ajuda. Não foi fácil aceitar essa nova realidade,
mas, sem dúvidas, é tranquilizador estar hoje na posição que estou:
eu evoluo a cada dia, estou me tornando mais independente, mas
ainda aceito ajuda de meus irmãos, primos, cunhadas e amigos
quando necessário.
— Eu vou encontrar Evangeline daqui a pouco. Ai, meu Deus,
estou tão cansada...Você bem que poderia me deixar ficar em casa
e...
—Não! Não, não. Nós já conversamos sobre isso, Luna. — Eu
retiro os pratos da mesa. Aos finais de semana, decidimos não ter
funcionários trabalhando na casa para desfrutarmos de momentos
só nossos. — Túlio e Edgard pediram uma “reunião de homens” e a
minha missão é manter a senhorita fora por algumas horas.
Ela faz um biquinho como uma criança malcriada.
— Você promete que vai me contar do que se trata essa
reunião? — Luna diz em seguida, enquanto eu levo as louças recém
utilizadas para a pia da cozinha. — Você sabe que eu morro de
curiosidade!
Eu rio com a observação. Se tem uma coisa que Luna é, é
curiosa. Se eu tivesse que descrevê-la para alguém que nunca a viu
antes, eu talvez usasse Miss Marple como principal referência,
fazendo observações de que se trata de uma versão bem mais
jovem e bem mais moderna da famosa personagem detetive de
Agatha Christie, é claro.
— Vou pensar no seu caso — a provoco.
— Ah, não, Guilhermo. Se você não me prometer agora que
vai me contar, ao menos, o contexto geral da reunião, eu vou... ter
que grampear essa casa!
Nós dois rimos. Estar com Luna é uma das coisas que mais
amo. Em momentos assim, em que a gente apenas joga conversa
fora, eu sinto que temos uma conexão ainda maior, somos
realmente parte um da vida do outro. Ela foi e continua sendo parte
essencial da minha recuperação e de todos os progressos que
estou fazendo. E, quando penso nisso, sinto um afeto ainda maior
por essa mulher.
Eu a beijo com força enquanto Luna se senta no meu colo.
Esse é um gesto que aprendemos a aceitar com o tempo. Certo dia
Luna me confessou que gostaria de se sentar no meu colo na
cadeira, mas que tinha receio de que eu sentisse alguma coisa, ao
mesmo tempo em que ansiava para que eu sentisse alguma coisa.
Então, fizemos o teste. Na primeira vez, ela não depositou o
peso todo com medo de que eu não aguentasse. Hoje em dia, ela
se senta no meu colo com facilidade e segurança, e isso se tornou
mais um gesto de carinho que gostamos de trocar no dia a dia.
Também é uma forma de aumentar minha confiança, já que sei que
posso dar a ela o acalento que precisa e merece em diversas
situações da vida, enfim, este se tornou nosso gesto de carinho
mais importante. Então, quando ela se senta em meu colo na
cadeira de rodas e beija meu nariz e depois minha boca, eu me
sinto completamente amado e capaz de devolver esse amor na
mesma intensidade.
— Vocês não vão falar de trabalho, né? Por favor, hein..., é
sábado!
— Eu realmente não sei qual é a pauta da reunião, senhora
curiosa, mas eu prometo trazer atualizações assim que tiver alguma
novidade.
Ela suspira, se dando por vencida, e vai se arrumar para
encontrar Evangeline.
MESES DEPOIS
GRUPO DE LEITORAS
A GAROTA QUE DISSE NÃO AO CEO
:: Casamento arranjado com o noivo da meia-irmã :: Uma noiva
fugitiva :: Um bilionário rejeitado :: Enemies to lovers ::
Convivência forçada :: Só tem uma cama::
KALEA LATOYA MAHOE nunca precisou da aprovação de
ninguém para fazer o que queria. A jovem engenheira de petróleo
de vinte e dois anos sempre foi ofuscada pelo brilhantismo de sua
meia-irmã Malia, jovem advogada prodígio prestes a ingressar na
promotoria, e por sua outra meia-irmã Kiana, a mais jovem cirurgiã
cardiovascular do estado havaiano. Muitas vezes, era como se
todos se esquecessem que o Leão do Petróleo tinha uma terceira
filha, fruto de seu terceiro casamento. E Kalea carregava a fama, ou
melhor, a péssima reputação de não fazer o que todos esperavam
dela, mas isso não a impedia de ser um alvo desejado para chegar
à fortuna bilionária de seu pai, o homem mais rico e poderoso do
Havaí. Mas tudo que ela menos deseja para o seu futuro é um
marido que controlaria sua vida e escolhas.
E quando GRAHAM FORBES, o controlador e
indiscutivelmente lindo bilionário australiano apareceu em sua vida,
ela já sabia que ele era o homem escolhido para se casar com uma
de suas obedientes irmãs, mas Kalea nunca esperou que, para
puni-la, ou melhor, para domá-la, seu pai mudasse de ideia e a
obrigasse a ser a futura esposa de Graham Forbes. O fato de ele
ser dez anos mais velho e ter conversado com ela menos que meia
dúzia de vezes é o combustível que faltava para Kalea mostrar que
somente ela tinha o direito de escolher o homem com quem irá
dividir a mesma cama pelo resto da vida. Então, ela abandona o
quase noivo, deixando apenas um bilhete de despedida,
sugerindo que ele escolhesse uma de suas irmãs para a aliança
de negócios com seu pai.
GRAHAM FORBES, o CEO e herdeiro da maior fortuna em
petróleo refinado e derivados da Austrália, é publicamente
humilhado por uma garota que nem de longe era seu ideal de
esposa.
Mas o bilionário rejeitado vai atrás de sua noiva fugitiva e
propõe uma aposta: Graham garante que, se dividirem a mesma
cama toda noite e tiverem um encontro por semana, Kalea vai
se apaixonar por ele.
ATENÇÃO: Este livro contém cenas de sexo explícito e
linguajar inapropriado para menores de 18 anos. Contém palavras
de baixo calão e conduta inadequada de personagens.
Livro Único.
BILIONÁRIO E PAI INESPERADAMENTE:
CEO RABUGENTO E AGORA PAI!
Tudo que Milena Medeiros sabia foi que dormiu com vinte e
quatro anos e acordou três anos depois, casada e grávida do
homem mais rico da Hungria. Nada veio fácil na vida de Milena. No
entanto, a estudante de Desenho Industrial, finalmente, teve a
chance de viver longe da indiferença do pai quando ganhou uma
bolsa integral para concluir seu curso em Budapeste. Na capital da
Hungria, ela conheceu o homem que mudaria seu destino para
sempre. Milena saiu do dormitório da universidade disposta a
encarar a primeira noite de bebedeira com suas novas amigas do
intercâmbio. Uma noite e três doses de uma bebida que ela nem
lembrava o nome. Foi só o que precisou para Milena acordar na
cama de Andras Quotar.
O que ela não conseguia entender era como não se
lembrava de nada depois daquela noite.
Ao acordar em um hospital, ela se viu grávida e com uma
aliança de casamento no dedo. Além disso, todos que Milena
conhecia afirmavam categoricamente que aquele homem lindo, rico
e que parecia completamente apaixonado por ela era seu marido há
três anos. Falaram que ela sofreu um acidente, ou algo assim, e que
teve um forte trauma na cabeça.
O que aconteceu com os três últimos anos da sua vida? Ela
simplesmente não lembrava.
Mas a principal pergunta que Milena se fazia agora era: e
se ela nunca se lembrar do homem apaixonado que diz ser seu
marido?
ATENÇÃO: Este livro contém cenas de sexo explícito e
linguajar inapropriado para menores de 18 anos. Contém gatilhos,
palavras de baixo calão e conduta inadequada de personagens.
AVISO: Os outros dois livros da Série Família Quotar
contarão as histórias dos irmãos Adam e Jordi. Poderão ser lidos
separadamente, pois se trata de histórias independentes.
CEO SEM CORAÇÃO: FAMÍLIA SALOMON – LIVRO 1