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Olhe-me no espelho mais uma vez para checar como eu estava. Tinha
que admitir que Rafael acertou em cheio.
Eu gostava muito do vestido que havia pegado com a minha mãe,
mas não tinha dúvidas de que o presente de Rafael parecia ter sido feito sob
medida para mim.
O modelo era ombro a ombro, marcando os seios, adequando-se
perfeitamente ao meu corpo. Era um preto cintilante com uma abertura
lateral sexy demais.
Eu estava linda.
Para completar o visual, fiz um coque com mechas soltas e uma
maquiagem leve. Assim, combinava com perfeição com o par de brincos e
colar de brilhantes que também acompanhavam o vestido.
O som da campainha chamou a minha atenção. Peguei o meu celular
constatando que eram 19h.
— Ele é mesmo pontual — falei para mim mesma e peguei a bolsa.
Guardei o celular e caminhei em direção à porta.
Tinha que admitir que a cada passo, o coração quase saía pela boca.
Abri a porta e tive uma das visões mais avassaladoras que já presenciei.
Rafael estava ainda mais bonito.
Os cabelos perfeitamente alinhados, a barba aparada e um smoking
elegante.
— Boa noite, Bianca — ele disse fazendo com que os meus olhos
fossem ao encontro dos dele.
Senti o olhar dele queimar sobre mim com uma intensidade tão
grande que tive que me esforçar para disfarçar o quanto estava afetada com
sua presença.
Deus! Não fazia ideia de que isso era possível.
— Eu não disse que aceitaria o seu convite.
— Mas você está aqui — disse com os olhos fixos em mim e
estendeu a mão em minha direção.
Minha boca se curvou em um sorriso, sabendo que não tinha para
onde correr.
— Sim, eu estou — falei e entreguei a minha mão para ele.
— Você está deslumbrante.
Rafael segurou a minha mão, inclinou-se e deixou um beijo suave no
canto da minha boca, fazendo o meu coração entrar em descompasso com
aquele simples gesto.
Era assustador a forma com que ele mexia comigo. Sentia que toda
aquela intensidade iria me consumir, mas não havia nada que eu pudesse
fazer a respeito.
Afinal, no fundo, eu estava ansiando por isso.
— Obrigada — respondi com a voz contida.
Rafael deslizou a mão para as minhas costas e me guiou para o
elevador. E pensar em estar sozinha com Rafael em um lugar tão pequeno
nunca foi tão assustador quanto nesse instante.
Agradeci aos céus quando a porta se abriu, revelando um casal de
senhores que também estava descendo para o estacionamento. Temia que se
estivéssemos sozinhos, não conseguiria controlar a vontade que estava de
beijá-lo naquele momento.
Fomos em silêncio até o carro.
Assim como no outro dia, ele estava no Lykan preto. Rafael abriu a
porta e os olhos permaneceram fixos em mim, enquanto eu me acomodava.
Logo, ele deu a volta e assumiu a direção.
— Como você está? — ele perguntou, quebrando o silêncio que se
instaurou.
— Hm... um pouco nervosa. Não estou acostumada a lidar com a
mídia e... — Minha boca se curvou em um sorriso e minha atenção foi para
ele. — Não sei o que esperar do dia de hoje. Parece que isso vai decidir se as
ações continuarão caindo ou se estabilizarão.
— Eu estarei lá com você — ele falou e desviou o olhar para mim
por um breve momento. — Vai dar tudo certo, você precisa apenas continuar
sendo a mulher incrível e decidida que é.
Franzi minhas sobrancelhas ao ouvi-lo. Não me lembrava de Rafael
ter presenciado qualquer momento em que eu tenha sido da forma que ele
falou.
— Do que você está falando?
— Do dia em que te conheci. — Ele certamente percebeu a minha
confusão, pois voltou a falar ao mesmo tempo em que checava o retrovisor e
estacionava o carro. — Há aproximadamente seis anos, você estava naquela
boate. Pegou o babaca com quem estava com uma mulher e terminou com
ele sem pensar duas vezes, não se permitiu enganar e foi firme até o final. —
Os olhos dele foram ao encontro dos meus. — Aquilo foi admirável.
Meu coração estava a mil, à medida que assimilava aquelas palavras.
Eu tentei me recordar de qualquer lembrança envolvendo Rafael até que
aconteceu.
Arqueei as sobrancelhas enquanto a imagem de um homem
autoritário parou Marco quando ele tentou me agredir. Não tinha visto o
rosto dele, mas me lembrando, não tinha dúvidas de que aquela silhueta era
de Rafael.
— Era você? O cara que não deixou que ele viesse atrás de mim?
— Sim — respondeu, seu semblante denotava seriedade. Eu balancei
a cabeça positivamente enquanto a cabeça girava.
Ele voltou a olhar para frente e começou a acertar o carro.
— Há algumas semanas... quando você foi até mim no bar, sabia que
eu era essa mulher?
Rafael tirou as chaves da ignição e os olhos dele voltaram mais uma
vez para mim. Um sorriso de lado se formou em seus lábios denunciando o
quanto ele gostava da confusão que estava causando em meu coração.
— Bem... o que você acha?
CAPÍTULO 13
Rafael não esperou uma resposta. Ele saiu do carro e, em poucos
instantes, abriu a porta para mim.
Aceitei a ajuda dele para sair, em seguida senti a mão dele deslizar
pelas minhas costas, causando um arrepio por todo o meu corpo. Dei um
suspiro e meus olhos foram ao encontro dos dele.
— Apenas seja você mesma — ele falou e eu balancei a cabeça em
positivo.
Com uma pressão gostosa, Rafael começou a me guiar em direção à
entrada. O manobrista esperava pouco à frente. Rafael entregou as chaves do
carro para ele e o cumprimentou brevemente antes de irmos para o tapete
vermelho.
Havia repórteres na entrada, que não perderam tempo para tirar fotos
conforme nos aproximamos. Tentei me afastar, mas Rafael me puxou ainda
mais para ele.
Meus olhos encontraram os dele, e ele apenas piscou para mim.
Céus! Ele definitivamente queria me matar.
Alguns instantes se passaram, antes de continuarmos indo para a
entrada. Rafael apenas disse os nossos nomes para o segurança, que
prontamente nos deixou passar.
Eu imaginava que seria um evento luxuoso, mas, ainda assim, fiquei
surpresa quando entramos naquele salão.
Tudo estava muito elegante. Havia um lustre enorme no centro e
mesas espalhadas por todo o lugar.
Também não pude deixar de notar os olhares que estavam sobre mim
e Rafael.
— Está tudo bem? — Rafael, perguntou chamando a minha atenção.
— Sim... Hm... — Eu o medi com o olhar. — As pessoas não param
de olhar e tenho certeza de que não é por minha causa, afinal, ninguém sabe
quem eu sou ainda.
Um sorriso de lado se formou nos lábios dele e ele se inclinou em
minha direção.
— Você está errada — ele sussurrou próximo ao lóbulo da minha
orelha, fazendo-me soltar um suspiro involuntário. — As pessoas estão
olhando para você, afinal, eu não apareço a qualquer evento acompanhado
há no mínimo sete anos.
Afastei-me um pouco para olhá-lo nos olhos.
— Por que não? — perguntei, sentindo a sua mão enrijecer nas
minhas costas.
— É uma longa história — falou, vagamente, e desviou o olhar.
— Vocês vieram juntos? — A voz de Marcelo pairou sobre o
ambiente. Demorou alguns instantes para que eu pudesse olhar em direção a
ele. — Não sabia que se conheciam.
— Pensei que seria melhor que víssemos juntos — Rafael respondeu,
sucinto.
— Você fez bem, eu deveria ter pensado nisso — Marcelo falou e o
mediu com o olhar antes de olhar para mim. — Como está, Bianca?
— Tudo bem, e você?
— Bem. Sua irmã chegou há poucos minutos. Gostaria de conhecê-la
antes de avisar a equipe que está tudo certo para apresentá-las a todos?
— Claro, isso seria bom.
— Vamos lá então. — Ele sorriu e se virou, caminhando pelo salão
lentamente.
Meus olhos foram ao encontro de Rafael.
— Hm... te vejo em breve — falei e me virei para acompanhar o pai
dele.
Em um instante, senti aquelas mãos em minha cintura. Ele me puxou
para ele, nos deixando muito perto.
— Rafael... — sussurrei, sem força de vontade para pedi-lo que
parasse.
Os olhos intensos permaneceram sobre mim.
Senti os olhos dele descerem lentamente para a minha boca, antes de
voltar a olhar em meus olhos.
— Esperarei por você.
Balancei a cabeça positivamente. Ele se afastou no instante seguinte,
então apenas me virei e apertei o passo para acompanhar Marcelo pelo salão.
Nós subimos alguns degraus e fomos para o palco. Em seguida,
entramos por uma porta revelando ali uma sala privada.
— Melanie, sua irmã chegou — Marcelo falou, atraindo o olhar da
loira em nossa direção.
— Olá, Melanie, é um prazer te conhecer — falei e caminhei em
direção a ela.
Melanie se levantou e me estudou com o olhar.
— Não deveria ser — ela falou, claramente desconfortável com a
minha presença. Aquilo foi de fato constrangedor, para alguém que não me
conhecia.
— Por que não?
— Não sabe quem é a minha mãe? — Ela arqueou uma sobrancelha.
— Pelo visto não, eu... preciso ir ao banheiro e volto para que Marcelo nos
apresente a todos.
Ao dizer aquelas palavras, Melanie passou por mim e por Marcelo.
Eu olhei em direção a ele sem entender nada.
— Quem é a mãe dela? — perguntei a Marcelo.
— A mãe dela se chama Suellen, mas não faço ideia do motivo que a
levou a agir dessa forma — Marcelo explicou, parecendo tão confuso quanto
eu.
— Certo... isso foi estranho. Ela é mesmo a minha irmã?
— Sim, o exame de DNA é válido e pude confirmar através de fotos
que a mãe dela realmente era próxima do seu pai, então... — ele deixou
aquelas palavras no ar.
— Tudo bem! O que falta para começarmos? É nítido que ela me
odeia, sendo assim não vejo motivos para tentar ser amiga dela — falei,
firmemente.
— Faz sentido, me desculpe por isso.
— Não tinha como você adivinhar.
— Sim... vou dizer à equipe de relações públicas que vocês já estão
prontas.
— Ótimo, obrigada — falei, enquanto Marcelo saía daquela sala, eu
fui em direção a uma das cadeiras para me sentar.
Foram longos dez minutos até tudo estar pronto. Diana, a mulher
responsável pela publicidade, veio até nós e nos explicou como seria e subiu
ao palco para começar o baile.
Eu não me dei ao trabalho de tentar falar com Melanie. Levantei-me
e fui para a porta para ter uma visão melhor do palco.
— Boa noite a todos, sei que muitos estão aqui para entender melhor
as especulações dos últimos dias e que estão preocupados com o destino que
terá a CWR Arquitetura depois do falecimento de Carlos. Afinal, as ações
têm caído após ser revelado a existência de duas herdeiras que, aos olhos
daqueles que gostam de inventar fofoca, não seriam capazes de gerir a
empresa. — Ela fez uma pausa, enquanto flashes caíam sobre ela. — Bem...
quero dizer a vocês de forma clara que essas pessoas estão equivocadas, na
empresa existem arquitetos conhecidos e experientes que estarão sempre ali
para ajudar no que for preciso. Um exemplo disso é Luiz Mancini, que se
comprometeu a continuar como o responsável por cada projeto. Não só isso,
vocês não sabem, mas uma das filhas de Carlos, é formada pela universidade
de Harvard em arquitetura. E será ela a curadora de Carlos até que tudo se
resolva.
Murmúrios se fizeram presentes em todo o ambiente, enquanto eu
assimilava aquela informação. Não fazia ideia de que usariam o meu
diploma para tentar amenizar as coisas, não só isso... nesse momento, eu
podia entender a cara fechada de Melanie para mim. Seria isso?
— Então, gostaríamos que parassem com as fofocas infundadas e
deixassem tudo em nossas mãos, tudo se encaixará mesmo que,
infelizmente, Carlos não esteja mais entre nós. — O tom dela estava
visivelmente triste. Então depois de um pequeno suspiro continuou. — Sem
mais delongas, eu chamarei as duas herdeiras para que possam falar
brevemente com vocês — Diana falou e olhou em nossa direção.
Senti Melanie passando por mim como se eu não estivesse ali.
Suspirei e a segui em direção ao palco.
Como esperado, Melanie pegou o microfone primeiro.
— Olá, me chamo Melanie Backer. Filha e herdeira de Carlos
Mancini, farei o meu melhor para não os decepcionar. Faremos de tudo para
manter a empresa sempre faturando bem, então não há o que temer — ela
falou e aplausos se fizeram presentes.
Então, ela entregou o microfone para mim.
— É um prazer imenso conhecer todos vocês — comecei, a voz
suave e calma. — Me chamo Bianca Martins e preciso dizer que eu queria
ter tido o prazer de conhecer Carlos Mancini, mas infelizmente não tive essa
sorte. Porém, sei do grande homem que ele foi, pois o admirava muito antes
de saber que era a sua filha. E, acreditem se quiserem, sempre foi o meu
sonho trabalhar com ele. Infelizmente, não foi possível, mas eu prometo dar
o meu melhor e usar todo o meu conhecimento para que o nome dele seja
sempre lembrado como o arquiteto incrível que ele foi.
Além de aplausos, pude ouvir alguns assobios vindo daqueles que
nos ouviam. Flashes se faziam presentes a todo momento enquanto
falávamos.
Sem querer acrescentar nada mais, entreguei o microfone a Diana e
meus olhos foram para as pessoas, encontrando os olhos de Rafael sobre
mim.
Ele batia palma junto às outras pessoas, e seu semblante era como se
ele estivesse orgulhoso do que ouvira. Aquilo estranhamente causou uma
sensação boa em mim.
Diana fez algumas pontuações antes de agradecer a presença de todos
ali e nos liberar para aproveitar aquele baile.
— Bianca — Melanie me chamou, enquanto eu descia as escadas.
Olhei em direção a ela e apenas esperei que ela falasse. — Não pense que
terá vantagem por ter estudado na mesma área que Carlos, isso não fará com
que tenha mais direitos sobre nada.
Por um momento, não acreditei que ela estava falando algo assim. Na
verdade, não conseguia entender o problema dessa menina.
— Não é uma competição — falei, seriamente. — Caso se sinta
desconfortável, ainda há tempo para estudar na área de arquitetura, você é
jovem... consegue fazer isso também.
Ao dizer aquelas palavras, segui o meu caminho sem esperar uma
resposta, só podia ser brincadeira tal situação.
Apesar de ela ser visivelmente um pouco mais nova do que eu, não
era motivo para uma birra tão grande. Não era uma guerra para saber quem
mandava mais, tão pouco estava disposta a entrar em uma briga como essa.
— Olha só para você. — Uma voz muito familiar pairou pelo
ambiente chamando a minha atenção. — Não acredito que te encontrei aqui,
seria o destino?
Virei-me ainda sem acreditar que era realmente quem eu imaginava.
— Ai, Alexandre! — Dei uma risada suave. — Ainda não parou com
essas cantadas baratas?
Ele se aproximou e levou a mão em minha cintura, ao mesmo tempo
em que deixava um beijo em minha bochecha.
Então se afastou para me olhar.
— Não soava assim quando nos encontrávamos em algum pub — ele
falou com o mesmo sorriso cretino de sempre. Senti seus olhos descerem
descaradamente pelo meu corpo, antes dos olhos dele encontrarem os meus
mais uma vez. — Você está linda.
— Corta essa, vai! — Dei um tapinha no ombro dele, ele continuou
com o sorriso sacana enquanto os olhos estavam fixos em mim.
Alexandre era um cafajeste dos piores. Sempre que nos
encontrávamos, ele não perdia a oportunidade de flertar. Mas apesar disso,
eu gostava dele.
— Então, você é filha de Carlos.
— O conhecia? — perguntei, curiosa.
— Minha empresa é quem lida com a parte de relações públicas,
marketing e publicidade da CWR.
— Uau... O mundo é realmente pequeno — falei, surpresa com
aquela informação.
Meu coração quase saiu pela boca ao sentir mãos fortes contornarem
a minha cintura e suavemente me afastar de Alexandre. Meu corpo encostou-
se de maneira muito fácil em um peitoral firme e extremamente gostoso.
— Eu que o diga... o mundo é de fato muito pequeno. — A voz séria
de Rafael pairou no ambiente, fazendo-me estremecer.
— Rafael — Alexandre respondeu no mesmo tom e o mediu com o
olhar. — Quanto tempo.
CAPÍTULO 14
— É, um longo tempo — Rafael concordou.
Intercalei o meu olhar entre eles, percebendo uma tensão palpável no
ar.
— Vocês estão juntos? — Alexandre dirigiu àquela pergunta para
mim.
— Sim, nós estamos — Rafael respondeu antes que eu tivesse tempo
para pensar em como responder. — Se nos der licença, a levarei.
Alexandre apenas trocou um olhar com Rafael antes de dirigir a sua
atenção totalmente para mim.
— Bianca, foi bom falar com você. Acredito que nos encontraremos
mais vezes, pois cuidarei pessoalmente da CWR a partir de agora.
— Bom te ver, Alexandre, nos vemos por aí — respondi e dei a ele
um sorriso simpático.
Rafael me guiou pelo salão com as mãos firmes em minhas costas.
Sem dizer uma palavra, ele apenas me guiou para a pista de dança.
Havia algumas pessoas que começaram a dançar, em meio a uma
música que se iniciava naquele instante.
Quando Rafael me puxou para ele, passei as mãos em volta de seu
pescoço e o medi com o olhar, esperando que ele dissesse algo sobre o que
acabara de acontecer, mas ele não o fez.
— O que aconteceu ali? — perguntei em um fio de voz, atraindo os
olhos sérios dele para mim.
Com os olhos fixos aos meus, ele começou a me conduzir em uma
dança lenta, no ritmo da música que tocava.
— De onde conhece o Alexandre? — perguntou, ignorando
totalmente a minha pergunta.
— Hm... Nova Iorque — fui sincera. — Nos encontramos algumas
vezes em pubs, pois tínhamos alguns amigos em comum.
Rafael assentiu e continuou me conduzindo naquela dança. Por um
momento, comecei a me questionar qual era o problema entre aqueles dois,
afinal, certamente havia um.
— Você... já ficou com ele? — perguntou de repente.
— Não, nunca tivemos nada — respondi e o estudei com o olhar. —
E você... O conhece bem?
Rafael se afastou e em um movimento suave me girou, quando meu
corpo foi contra o dele, ele me envolveu totalmente em seus braços e se
inclinou, levando-me com ele. Meu coração entrou em descompasso, ao
senti-lo tão perto.
— Mais do que gostaria — ele sussurrou. — Mas não vamos mais
falar sobre ele, há coisas mais interessantes para se falar, como... o quanto
você é uma mulher linda. — Ele me mediu com o olhar. — E extremamente
sexy.
Rafael me puxou no instante seguinte, ajeitando os nossos corpos.
Nós estávamos tão perto, que descer o olhar para os lábios carnudos foi
inevitável.
— Oh... — disse com a voz entrecortada.
— Não faça isso, Bianca — ele disse em tom autoritário, fazendo
meu corpo inteiro reagir a ele.
— Não fazer o quê? — perguntei no automático, levando o olhar de
volta para os olhos dele.
— Não sabe? — Ele apertou a minha cintura. — Realmente não
sabe?
Mordi o lábio inferior e dei a ele um sorriso. Não era uma mulher
ingênua, sabia exatamente o que não deveria fazer.
Sem dizer uma palavra, eu me afastei, antes que pudesse levá-lo a ter
uma atitude que não deveria, enquanto estávamos em um salão cheio de
pessoas.
— Então, agora temos duas integrantes na família! — Uma voz
masculina fez com que saíssemos de imediato daquele transe. Meus olhos
foram para o lado, notando um senhor grisalho com um sorriso simpático
para mim. — É um prazer conhecê-la. Sou Luiz Mancini, creio que de agora
em diante trabalharemos muito juntos.
— Olá... Espero que possamos ser bons amigos — falei com um
sorriso no rosto e o cumprimentei com um aperto de mão.
— Claro, afinal, somos família — ele falou e o sorriso se alargou. —
Em outro momento, vou apresentá-la à minha filha Patrícia. Será bom ter
alguém quase da sua idade para sair e conhecer um pouco mais da cidade.
— Oh, será um prazer — falei e sorri. Luiz desviou a atenção dele de
mim para Rafael.
— Elas terão muito tempo para se conhecer — Rafael falou e Luiz
apenas balançou a cabeça positivamente.
— Grande Rafael — ele o cumprimentou em um aperto firme. —
Aproveitem o baile, está tudo muito bom.
— Obrigada — agradeci e segui Luiz com o olhar, enquanto ele
caminhava pelo salão.
Naquele momento, eu percebi o olhar de Melanie sobre mim.
— Ela é tão estranha...
— Quem? — Rafael perguntou, fazendo-me perceber que havia
pensado alto demais. Desviei a minha atenção para ele.
— Melanie, minha irmã.
— Ela quer atenção, percebi isso desde o primeiro momento, quando
chegou ao enterro gritando desesperada.
Balancei a cabeça positivamente ao me lembrar da cena. Melanie
realmente estava querendo chamar a atenção naquele dia.
— Bem... não vamos perder o nosso tempo falando sobre ela
também. Ela me odeia e tudo bem — falei, dando uma risada.
— Se você está dizendo — disse e o olhar dele foi para um ponto à
frente, eu o segui, constatando que Marcelo vinha em nossa direção. —
Queria a sua atenção para mim, mas certamente você precisará conhecer
algumas pessoas na próxima hora.
— Com certeza — respondi e segui observando até Marcelo parar à
nossa frente.
— Bianca, gostaria de apresentá-la a algumas pessoas — Marcelo
falou e eu apenas olhei brevemente para Rafael, antes de assentir a Marcelo
com um sorriso no rosto.
E assim como Rafael falou, aconteceu.
Marcelo me apresentou a algumas pessoas que julgou importantes e
aquilo foi interessante. Conheci alguns parceiros da empresa, assim como
alguns parentes que estavam curiosos para saber mais sobre mim.
Segui o conselho de Rafael e apenas fui eu mesma. Tinha que
admitir, gostei do resultado que consegui em cada momento. Foi uma
experiência única, mas apesar disso, um pouco cansativa.
Por isso, agradeci mentalmente quando Rafael aproveitou uma
brecha para me levar em uma área um pouco mais reservada próximo à
saída.
— O que acha de encerrarmos a noite por aqui? — Rafael perguntou
e minha boca se curvou em um sorriso.
Certamente, aquela não era a ideia de encontro que Rafael tinha em
mente. Afinal, foram poucos os momentos em que estivemos sozinhos.
Sempre havia alguém querendo a nossa atenção.
— Acho que seria ótimo — respondi e no instante seguinte, senti as
mãos dele sobre mim.
Rafael me levou para a saída sem se importar em nos despedirmos de
qualquer pessoa. Quando o manobrista nos avistou, trouxe o carro de Rafael
sem demora.
Sendo um cavalheiro dos melhores, Rafael abriu a porta para mim e
esperou que eu me acomodasse antes de dar a volta e assumir a direção.
O caminho para a cobertura foi silencioso. Eu estava ansiosa sem
saber ao certo como terminaria aquela noite.
Sabia que não deveria estar pensando em qualquer outra opção a não
ser a que eu terminava em minha cama, sozinha. Porém, era inevitável.
Quando chegamos à porta da cobertura eu levei a minha mão na
maçaneta para destravar a porta, mas fui impedida no minuto seguinte.
A mão de Rafael pairou sobre a minha, em seguida ele deu um passo
em minha direção, sua atitude fez meu coração palpitar. As mãos grandes
contornaram a minha cintura e ele me puxou para ele sem qualquer pudor.
— Você está fodidamente incrível hoje. — Sua voz saiu rouca e
ainda mais sexy que o normal. — Tive que lutar muito para manter o
controle.
— Rafael... — sussurrei, perdida em seu olhar.
— Eu preciso sentir o seu sabor, e não vou pedir permissão para
fazer isso — sussurrou antes de eliminar totalmente a distância que havia
entre nós, eu não o impedi.
Então, os lábios dele estavam nos meus, reivindicando-me de forma
tão intensa, como se eu pertencesse a ele. Uma das minhas mãos foi para o
pescoço dele ao mesmo tempo em que a outra foi para seu peitoral, tocando
seus músculos firmes.
Eu me vi cedendo a cada investida daquele homem, deixando-o me
explorar por completo. As mãos dele deslizaram para a minha bunda, uma
onda de excitação pairou por todo o meu corpo quando pude sentir o quanto
ele estava duro.
Era assustador a forma que o meu corpo estava reagindo a cada
toque, a cada investida.
Rafael encerrou aquele beijo, dando uma mordida gostosa em meu
lábio inferior, então, os olhos dele foram em direção aos meus.
— Vai me convidar para entrar? — perguntou com a voz cheia de
desejo.
— Mas... você mora aqui. — disse com a voz entrecortada.
— Se eu entrar vou levá-la diretamente para o meu quarto. Então,
preciso que me diga, vai me convidar para entrar?
Meu coração entrou em descompasso diante de uma pergunta tão
direta. Permaneci com os olhos fixos a ele por um momento, apenas com
uma certeza.
Eu queria aquele homem, aqui e agora.
— Sim... — sussurrei, sem desviar os olhos dele. — Eu quero que
você fique.
CAPÍTULO 15
Eu precisava loucamente sentir aquela mulher.
E foi por isso que fui sincero ao dizer o que aconteceria caso eu
ficasse na cobertura esta noite. Tinha a plena certeza de que seria incapaz de
me controlar.
Quando Bianca disse que queria que eu ficasse, não perdi tempo.
Levei a minha mão na fechadura e coloquei a minha digital, puxando-a para
dentro em seguida.
Assim que a porta se fechou atrás de nós, meu corpo estava contra o
dela.
Envolvi-a completamente em meus braços e a beijei com necessidade
e fervor. As mãos dela foram para o meu pescoço, senti sua língua gostosa
passear pela minha boca, denunciando que ela estava tão desesperada,
quanto eu, por aquilo.
Minhas mãos deslizaram por seu corpo, em seguida as guiei por
debaixo da abertura do vestido, ansiando por tocar sua pele.
Com as mãos em seu quadril, eu a levantei, tirei-a do chão. Sem
encerrar aquele beijo, caminhei com ela no colo em direção ao meu quarto.
Quando chegamos, a coloquei no chão e encerrei o beijo. Sem dizer
uma palavra sequer, virei-a de costas para mim e levei as mãos no zíper do
vestido.
Lentamente, eu o abri, revelando ali sua pele nua. Quando terminei,
dei um beijo suave na curva de seu pescoço e a virei de frente para mim.
Ela estava corada e, incrivelmente, sexy.
Tirei o seu vestido e, em seguida, ajoelhei-me para tirar a sua
calcinha. Meus lábios foram ao encontro da pele macia e eu comecei a tirar
aquela peça sem pressa, deixando uma trilha de beijos por todo o seu corpo.
Levantei-me e dei alguns passos para trás, ansiando por admirar
aquela mulher por completo.
— Céus! Você é gostosa pra caralho. — Dei um pequeno rosnado,
deixando-a ainda mais corada.
Caminhei em direção a ela e levei as mãos em seu rosto, mantendo o
seu olhar fixo ao meu. Deslizei a minha mão para a sua nuca e a beijei ao
mesmo tempo em que meu corpo ia contra o dela, fazendo-a dar alguns
passos para trás até chegar à borda da cama.
Eu deixei os lábios dela e a incentivei a se sentar. Então, levei a mão
nos peitos gostosos e a guiei para que se deitasse na cama, e assim ela o fez.
Era visível que Bianca gostava de ser dominada, e eu não poderia
estar mais feliz com isso. Pois era exatamente desta forma que eu gostaria de
fodê-la.
Ajoelhei-me e levei as mãos em seus tornozelos, em seguida apoiei
os seus pés sobre a cama, deixando-a completamente aberta para mim.
E porra! Aquela visão era extremamente sexy e exótica.
Meus olhos foram para ela no momento em que meu polegar foi para
a boceta dela. Meu pau pulsou ao perceber o quanto ela estava molhada para
mim.
— Veja só como você está molhada para mim — falei, autoritário,
fazendo com que ela de imediato desviasse os olhos para os meus dedos.
Então, o deslizei pela sua boceta, fazendo movimentos circulares em seu
clitóris.
— Ah... isso... — ela soltou um gemido contido.
Sentindo a necessidade de tê-la se desmanchando por completo em
meus braços, substituí o meu dedo pela minha boca.
Passei a minha língua por toda a sua boceta, ela gemeu de forma
manhosa, fazendo meu pau saltar. Aquilo apenas me deu um incentivo para
continuar. Comecei a saboreá-la com movimentos constantes, chupando-a, e
suguei com intensidade, avaliando com atenção cada reação que ela
esboçava em cada investida.
Senti o seu corpo enrijecer, Bianca levou a mão até os meus cabelos
e os puxou, enquanto liberava-se em um grito extremamente sexy, enviando
uma eletricidade gostosa direto para o meu pau.
— Quero vê-la gozando mais uma vez — sussurrei, alucinado,
atraindo os olhos dela para mim.
— Meu Deus! — ela resfolegou quando minha língua foi ao encontro
da boceta dela mais uma vez.
Comecei com movimentos suaves e, alguns instantes depois,
introduzi um dedo dentro dela.
Bianca jogou o corpo todo para trás quando eu a penetrei com mais
um dedo.
À medida que sua sensibilidade diminuiu, voltei a chupá-la com
constância, enquanto a fodia com meus dedos. A surpresa me atingiu quando
em apenas algumas investidas, ela se contorceu em minha boca em meio a
um grito, denunciando que estava tendo um segundo orgasmo.
Afastei-me e apenas segui com os olhos fixos a ela, admirando
aquela cena.
— Tão sensível... — sussurrei, totalmente eufórico e surpreso.
Sem aguentar esperar um minuto sequer para estar dentro dela, eu me
levantei e comecei a tirar a minha roupa. Em cada peça tirada, os meus olhos
estavam sobre ela, assistindo-a completamente fora de si.
Era delicioso sentir o seu corpo reagindo a mim a cada toque.
Caminhei em direção ao móvel ao lado da cama e peguei um
preservativo. Ela ainda estava tremendo, quando fui com o meu corpo para
cima dela.
Passei as mãos embaixo de suas costas e a trouxe um pouco mais
para cima da cama. Pressionei o meu pau contra a sua abertura e, em
seguida, comecei a espalhar sua lubrificação.
As pernas dela contornaram a minha cintura, as mãos foram para as
minhas costas.
Bianca passou as unhas em minha pele, enviando faíscas de
eletricidade por todo o meu corpo.
Deus! Como eu queria estar dentro dela agora.
Empurrei o meu pau para dentro dela, mas não fui capaz de ir tão
profundo.
Céus, ela era apertada para caralho.
Puxei para fora devagar e, mais uma vez, deslizei para dentro dela,
fazendo-a emitir sons extremamente sexys.
Eu estava ficando louco a cada gemido gostoso. Teria que me
controlar para não gozar antes da hora, pois ela era incrível demais.
A cada deslize, eu ia mais profundo apenas desejando que ela se
ajustasse a mim. E quando aconteceu, comecei a me enterrar nela com
constância, da forma que sabia que ela precisava.
Não apenas ela, eu precisava fodê-la com força. Sentir a sua boceta
apertada contra o meu pau, levando-nos exatamente onde queríamos estar.
Meus lábios foram ao encontro dos dela, e eu a beijei com fervor
enquanto seguia com movimentos profundos e intensos a cada investida.
— Eu... vou gozar — disse em meio a um gemido.
— Isso, princesa. Goza para mim.
O orgasmo de Bianca a atingiu em cheio, em um grito sensual. Eu
me juntei a ela no momento seguinte, gritando o seu nome em um êxtase
intenso, perguntando-me se Bianca estava sentindo o mesmo que eu.
Para mim, o momento fora o mais intenso que já tive com qualquer
mulher.
Eu sabia que seria incrível, mas isso era como se nossos corpos
pertencessem um ao outro.
Era isso, a sensação que me invadiu foi exatamente essa. Como se ela
pertencesse por completo a mim.
— Meu Deus, isso foi... — ela resfolegou alguns instantes depois.
— Incrível... — completei a frase com os olhos fixos a ela. — E o
melhor de tudo, é que estamos apenas começando a noite.
CAPÍTULO 16
Remexi-me na cama, sentindo o calor de Rafael próximo a mim. Eu
me virei devagar, encontrei-o dormindo tranquilamente ao meu lado. Depois
de me consumir com toda a sua intensidade ele me envolveu em seus braços
e eu me sentia tão exausta, que logo adormeci.
Tudo tinha sido incrível.
O coração faltou saltar para fora, enquanto os flashes de cada
momento começaram a pairar sobre a minha mente. Eu estava
deliciosamente dolorida e desejando mais de tudo aquilo que
experimentamos.
Um sorriso se formou em meus lábios ao me lembrar de uma de suas
confissões. Ele realmente tinha se aproximado de mim na boate, por se
lembrar de mim?
Quando me dei conta do sentimento que prevaleceu com aquele
pensamento, dei um pulo da cama querendo apenas uma coisa. Pegar as
minhas coisas e sair de imediato deste quarto.
Rafael era muito intenso e estava bagunçando a minha cabeça. Não
deveria ansiar por mais, não deveria deixar o meu coração balançar tanto
quando os meus olhos iam ao encontro dele.
Inclinei-me para pegar a minha calcinha sobre a poltrona e a vesti,
em seguida caminhei para o móvel onde estava o meu vestido.
Quase dei um pulo ao sentir mãos fortes envolverem a minha cintura.
Em um piscar de olhos eu estava contra o peitoral de Rafael.
— Aonde pensa que vai? — perguntou com a voz sonolenta, e os
olhos fixos em mim.
— Hm... tenho algumas coisas para fazer hoje.
— Em pleno domingo? — Ele arqueou as sobrancelhas.
— Sim, preciso ver a minha mãe.
Rafael me mediu com o olhar, em seguida suas mãos foram para o
meu rosto e ele se inclinou, a fim depositar um beijo em minha testa, ele
seguiu deixando um beijo na ponta do meu nariz e, por último, beijou os
meus lábios.
— O que está fazendo? — sussurrei, atraindo um olhar confuso para
mim. Não sabia de fato o que aquele gesto significava, mas era íntimo a
ponto de me deixar totalmente desconcertada.
Ele tirou as mãos do meu rosto, mas o olhar continuou sobre mim, de
forma que não consegui decifrar o que aqueles olhos queriam dizer.
— Nada... não estou fazendo nada — ele respondeu por fim, e o
sentimento que tive era que ele estava reafirmando aquilo para ele mesmo.
— Vá se arrumar, vou preparar o café da manhã para nós.
Não disse nada, apenas balancei a cabeça em concordância e me virei
para pegar o meu vestido. Em seguida, fui em direção ao meu quarto.
Coloquei o vestido sobre a cama e fui direto para o banheiro. O
banho foi longo.
Sempre fui uma mulher decidida e que sabia o que queria, mas nesse
momento eu não fazia ideia. Talvez pelo fato de que Rafael era diferente dos
caras com quem fiquei depois de Marco, o que era assustador.
A fim de não me torturar mais, desliguei o chuveiro e saí do banho.
Depois de me secar pendurei a toalha e fui para o quarto. Vesti um conjunto
composto por um short de alfaiataria preto e um cropped branco. Optei por
uma sandália baixa para acompanhar e arrumei os meus cabelos.
Quando saí do quarto, pude sentir o cheiro de café no ar. Fui em
direção à cozinha e encontrei Rafael colocando um prato sobre a bancada.
Encostei-me no batente da porta e apenas segui o admirando. Ele
estava vestindo apenas uma calça de moletom preta, deixando os músculos
de seu peitoral à mostra.
Ele era gostoso, Deus! Ele era extremamente gostoso.
— Espero que goste de waffle — ele falou ao perceber a minha
presença. Disfarcei o fato que eu estava o devorando com o olhar e me
endireitei.
— Eu amo — respondi, fazendo com que um sorriso se formasse nos
lábios dele.
— Então sente-se.
Aquiesci e caminhei em direção à bancada, sentei-me em uma das
banquetas enquanto ele servia uma xícara de café.
— Você tem planos para voltar ainda hoje? — ele perguntou,
colocando aquela xícara à minha frente.
— Não tenho certeza — respondi, vagamente. — Pretendo ir à
empresa amanhã, então...
Rafael apenas assentiu. Dei a ele um sorriso fraco e tomei um gole do
café antes de pegar um prato para me servir com o waffle.
Coloquei um pouco de mel e alguns morangos picados em cima,
antes de levar uma colher generosa à boca.
E tinha que admitir, aquilo estava divino.
— Passou todos esses anos em Nova Iorque? — Rafael perguntou,
chamando a minha atenção para ele.
Precisei de alguns instantes para terminar de comer para respondê-lo.
— Praticamente sim, vim algumas vezes para o Brasil, mas não
ficava por muito tempo por causa da faculdade.
— Por isso não fui capaz de te ver de novo.
— E você queria? — perguntei, curiosa.
— Por que não? — ele me mediu com o olhar. — Precisava saber
que realmente não voltou com aquele babaca.
— Ah, não! — respondi, pegando mais uma colher de waffle. —
Marco tentou falar comigo algumas vezes, mas fui embora naquela semana.
Não tinha mais motivos para adiar a bolsa de estudos que eu havia ganhado.
— Isso é ótimo — ele falou com os olhos fixos aos meus.
— Você deveria comer alguma coisa também.
Rafael assentiu e, em seguida, começou a servir para ele uma xícara
de café.
Aproveitei a deixa para desviar o olhar e continuar comendo. E por
mais que eu não estivesse olhando em sua direção, senti o olhar dele me
estudando a cada momento.
Só quando estava satisfeita que voltei a olhá-lo.
— Obrigada, estava realmente delicioso — falei e me levantei.
Rafael apenas seguiu me medindo com o olhar.
Sem saber ao certo como agir, saí da cozinha e fui em direção ao meu
quarto. Fui para o banheiro escovar os dentes, pedi um motorista de
aplicativo para Búzios e peguei a minha bolsa, pronta para sair.
Quando cheguei à sala, percebi que Rafael estava sentado no sofá
levemente inclinado com os cotovelos apoiados no joelho.
— Bem... eu estou indo — falei, chamando a atenção dele para mim.
— Quer que eu te leve? — ele perguntou e se levantou, caminhando
em minha direção.
— Ah, não precisa... eu já pedi um motorista no aplicativo.
Quando Rafael parou à minha frente eu estava hesitante, afinal, não
fazia ideia de como agir depois da noite intensa que tivemos ontem.
Mas Rafael parecia saber exatamente como agir, pois no minuto
seguinte as mãos dele estavam em meu rosto, prendendo o meu olhar no
dele.
— Princesa, não estava brincando quando disse que a partir do
momento que fosse minha, eu não a deixaria ir... — sussurrou, fazendo meu
coração entrar em descompasso.
— Oh... — Suspirei profundamente.
No instante seguinte, os lábios dele estavam contra os meus. E, porra,
corresponder foi inevitável. Senti meu corpo inteiro reagir, à medida que ele
tomava a minha boca completamente para ele.
Suas mãos deslizaram para a minha cintura, ele me envolveu em seus
braços. Em um movimento involuntário a minha mão estava contra o peito
dele, completamente receptiva a ele.
Quando ele encerrou o beijo, eu estava sem ar. Os olhos dele foram
ao encontro dos meus e a boca gostosa se curvou em um sorriso.
Oh, Céus! Ele sabia perfeitamente o que estava fazendo comigo.
— Vá, e leve o seu tempo, mas saiba que eu estarei aqui esperando
você voltar.
CAPÍTULO 17
— Gata, devido ao seu tom mais cedo receio que algo muito bom
aconteceu — Vivian falou de forma travessa e me mediu com o olhar.
Suspirei profundamente e o sorriso dela se alargou ao mesmo tempo
em que me dava espaço para entrar. Sem dizer uma palavra sequer, eu passei
por ela.
Minha intenção era ir direto para a casa da minha mãe, mas precisava
falar com alguém sobre Rafael ou iria enlouquecer. Então, aqui estava eu.
Sentei-me no sofá e apenas esperei que ela se sentasse ao meu lado.
Seu olhar sério foi para mim.
— Aconteceu alguma coisa no baile ontem? O que está te
incomodando?
— Eu não te contei, mas... — fiz uma pequena careta. — Depois da
boate, Rafael me beijou de novo e eu disse que não era mulher para ele. Fui
tão sincera sobre eu ser apegada e romântica que pensei que logo ele
desistiria.
— Mas?
— Ele disse que adoraria que eu me apegasse a ele e que me daria o
pacote completo.
— Jesus! — Ela arregalou os olhos e começou a se abanar com a
mão. — E aí?
Dei uma risada, enquanto a cretina parecia amar tudo aquilo.
— Ontem as coisas fluíram tão bem entre a gente, o flerte estava tão
gostoso que eu decidi seguir o seu conselho e, bem, nós passamos a noite
inteira juntos.
— Ai, que máximo, Bianca. — Ela sorriu. — Não me diz que está
grilada com isso?
— Ele é intenso demais... isso me assusta. Tanto que estou aqui, sem
saber o que fazer quando ele disse que era para eu levar o meu tempo, mas
que estaria esperando por mim.
Vivian me mediu com o olhar, então, sua mão estava sobre a minha.
— Amiga, quer saber o que eu penso sinceramente?
— Claro, é por isso que estou aqui.
— Acho que você não deve se preocupar tanto, ou ter medo de se
apaixonar. Sabe, eu sei que Marco usou o seu amor por ele para sacanear
com você, mas não significa que todo homem o fará. Já se passaram seis
anos, então, você precisa superar esse medo de se entregar. — Ela acariciou
a minha mão e eu dei a ela um sorriso, enquanto assimilava as suas palavras.
— Se permita, não por Rafael, mas por você.
— Ah, meu Deus... olha só como você amadureceu — falei, tentando
segurar a lágrima que insistia em cair naquele momento.
Vivian me puxou para um abraço.
— Eu te amo, amiga, obrigada.
No mesmo instante, a louca se afastou e os olhos foram afoitos para
mim.
— Obrigada nada, eu quero os detalhes dessa noite na minha mesa
agora.
CAPÍTULO 22
— Oh, céus! — Dei um grito ao sentir as mãos de Rafael em mim,
enquanto eu saía do banheiro. A boca dele se curvou em um sorriso ao
mesmo tempo em que ele me virava em direção a ele.
No instante seguinte, ele estava pressionando o meu corpo contra a
parede.
— Está tudo bem? — ele perguntou e me mediu com o olhar.
— Tirando o fato de que você quase me matou de susto, sim.
— Não foi a minha intenção — ele falou e eu arqueei as
sobrancelhas, fazendo o sorriso dele se alargar.
— Jura?
A mão de Rafael foi para o meu cabelo e ele levou uma mecha para
trás da minha orelha. Em seguida, começou a acariciar o meu rosto com o
polegar.
— O que foi? — perguntei, sentindo suas feições se tornando sérias.
— Você está claramente me evitando depois que fizemos amor —
comentou, fazendo meu coração palpitar. — Ficou calada durante todo o
café e depois veio para o quarto, como se quisesse me evitar.
— Tenho que ir para empresa, vim me arrumar — menti.
Obviamente Rafael era mais esperto do que isso, afinal, seu olhar
denunciava perfeitamente que ele não estava convencido.
— Tudo foi intenso demais... tem sido, na verdade.
— Isso te assusta? — perguntou com os olhos fixos aos meus.
Dei um suspiro profundo enquanto pensava em uma resposta.
A verdade era que eu estava com medo, sabia que toda aquela
intensidade estava consumindo-me aos poucos. O sentimento era diferente
de tudo o que já tinha experimentado e, no momento, isso me assustava, e
muito.
— Você... sabe que daqui a menos de dois meses eu precisarei voltar
para Nova Iorque, certo?
— Pensei que já tinha se formado. Por que precisa voltar?
— Sim, eu já me formei, mas comecei a pós e preciso terminá-la,
então só voltarei ao Brasil após um ano.
— Definitivo?
— Sim, definitivo.
— Então, não vamos pensar demais... tudo bem? — ele perguntou e
eu fui incapaz de responder.
Como não pensar demais? Era a única coisa que eu conseguia pensar
depois de me sentir tão conectada a ele. Afinal, não conseguia acreditar que
relacionamentos à distância dessem certo.
— Princesa? — ele chamou quando eu não o respondi.
— Sim? — me forcei a perguntar.
— Apenas... deixe as coisas acontecerem, nós veremos a melhor
solução quando você tiver que ir.
— Hm... tudo bem.
Rafael se inclinou, deixou um beijo rápido em meus lábios antes de
se afastar para voltar a me olhar.
— Eu preciso ir... — sussurrei.
— Vou esperá-la na sala, te deixo na empresa — ele falou, firme.
— Não precisa, posso ir sozinha — respondi rápido.
— Não vai fugir de novo, não é?
Minha boca se curvou em um sorriso. Eu diria a ele que não estava
fugindo, mas claramente foi o que eu fiz no domingo.
— Por que eu fugiria do meu... namorado? — perguntei, a voz saiu
entrecortada, sentindo aquele olhar intenso sobre mim.
Rafael me deu um sorriso em seguida, denunciando o quanto ele
havia ficado satisfeito ao ouvir aquilo.
— Jantar à noite?
— Eu adoraria.
Estava ansiosa.
Durante a noite, minha cabeça estava em meio a um turbilhão de
emoções, ainda não conseguia acreditar que meu pai realmente estava vivo.
Minha ficha cairia apenas quando eu o visse.
Eu tinha tantas perguntas e queria apenas entender de fato o que
aconteceu, por isso desde às 12h30 eu estava pronta apenas esperando. A
reunião havia sido marcada para as 14h e eu mal consegui comer.
Faltando trinta minutos, eu e Rafael fomos em direção à empresa.
Chegando lá, nós cumprimentamos Marcelo, e entramos.
— Olá, Bianca, tenho que dizer que estou curioso para saber o que
estão aprontando — Luiz falou com um sorriso simpático. Então, meus
olhos foram para Ricardo, que assim como da outra vez que nos vimos,
olhava-me com desdém.
Voltei o olhar para Luiz e apenas forcei um sorriso para ele, antes de
seguir com Rafael e me sentar. Naquele momento, eu não confiava em
ninguém.
Rafael havia sido claro quando disse que o acidente do meu pai havia
sido criminoso, e eu acreditava que a pessoa responsável certamente estava
nessa sala.
Então, assim como Rafael disse naquela noite, não me deixei confiar
em ninguém.
Passei os olhos pela sala, observando as cadeiras quase todas
ocupadas. Havia alguns parentes que eu não cheguei a conhecer, acionistas e
pessoas influentes na empresa.
Alguns minutos depois, passou pela porta Patrícia e Melanie. As duas
caminharam juntas e se sentaram nas cadeiras vazias.
Elas pareciam mais unidas do que nunca.
Era engraçado, talvez devesse ser nós duas juntas naquele momento
para vibrar pela vida do nosso pai. Mas acreditava que isso nunca
aconteceria.
Nosso relacionamento certamente seria restrito, mesmo que Carlos
estivesse de volta.
— Olá, boa tarde a todos — Marcelo falou atraindo a atenção dos
que se encontravam ali. — Como todos estão presentes, podemos começar a
reunião.
— Marcelo, do que exatamente se trata isso? — Ricardo perguntou e
um suspiro escapou dos meus lábios. — Você sabe que tempo é dinheiro,
espero que não seja alguma bobagem.
— Apenas espere, Ricardo, logo você saberá.
— O suspense é grande — Patrícia falou, seus olhos foram para mim
e Rafael.
Tentei não focar nisso.
Rafael entrelaçou as nossas mãos por baixo da mesa e eu o olhei,
antes de voltar a atenção para Marcelo. Os olhos dele passaram por todos na
sala, então ele caminhou em direção à porta e a trancou.
— Tudo pronto, pode entrar — Marcelo falou em alto e bom som.
Algumas pessoas ficaram confusas, mas no instante seguinte a porta
de acesso do lado oposto se abriu.
Meu coração entrou em descompasso, enquanto o homem que eu vira
em fotos, em jornais e revistas entrava por aquela sala, de forma audaciosa e
triunfal.
Murmúrios se fizeram presentes, enquanto eu apenas seguia
admirando-o sem acreditar.
Tinha que admitir, ele estava exatamente igual as fotos. Talvez um
pouco mais magro, mas aparentava ter seus quarenta e cinco anos, sem
contar que chamava a atenção sem fazer esforço em um terno de alta costura
e óculos escuros.
— Ai, meu Deus! — Patrícia foi a primeira a se pronunciar. —
Como... como isso é possível?
— Boa tarde a todos — ele falou, tirou os óculos e os colocou na
blusa.
Em seguida, os olhos foram para todos na sala. Demorando um
tempo maior com os olhos em mim.
Meus olhos se encheram de lágrimas e eu estava a ponto de desabar.
Apesar de não dizer uma palavra sequer, senti naquele momento que tudo o
que estava naquele diário era real, o seu amor por mim.
Carlos desviou o olhar e continuou a sua ronda por todos na sala.
— Sei que muitos estão se perguntando como isso é possível e eu irei
contar, porém, preciso que façam silêncio — ele pediu, seriamente. Logo,
aqueles murmúrios questionadores e incrédulos foram cessando. — Estava
voltando de Nova Iorque quando o acidente aconteceu, mas tudo foi de
forma estranha. Para o azar da pessoa que queria que eu tivesse morrido
nesse acidente, eu estava acompanhado de César Augusto, um amigo e o
melhor detetive particular que conheço. Então, ao perceber que aquilo que
passamos não era uma falha mecânica qualquer, conseguiu me tirar de lá
antes que o helicóptero explodisse. Ele pensou rápido, não sei se eu teria
agido assim, me levou para uma casa no meio da floresta que caímos e
conseguiu ajuda sem levantar suspeitas. Ali, enquanto eu estava
desacordado, ele cuidou de mim. — Carlos começou a andar pela sala,
enquanto todos permaneciam apenas o escutando. — Eu fiquei duas semanas
em coma, um médico de confiança de César cuidou de mim, até que eu
acordei. Foi quando tomei ciência de como as coisas estavam. Notícias que
eu desconhecia, uma mulher que eu não conhecia alegando ser minha filha.
— Seu olhar foi duramente para Melanie, naquele instante meu coração
vacilou. — Melanie, eu não sei os seus motivos, mas acredito que pela
ganância, seja por dinheiro ou poder. Mas posso lhe afirmar que pagará por
tudo, por falsidade ideológica e por tentativa de assassinato.
— Do... do que está falando? — Melanie perguntou, a voz
entrecortada. — Você conhecia a minha mãe.
— Eu nunca estive com ela, nunca — ele frisou.
— Meu Deus! — sussurrei, sentindo o aperto de Rafael em minhas
mãos ainda mais fortes.
— Achou que eu não descobriria que esteve em contato com o rapaz
da equipe que vistoriou meu helicóptero? Achou que eu não acharia as
transferências em dinheiro ou que eu não conseguiria uma confissão? Não
faça a boa moça, Melanie, seu destino já está traçado.
Meus olhos foram para Melanie, enquanto as pessoas na sala
começaram mais uma vez os murmúrios. Ela se levantou, parecendo fora de
si.
Não consegui conter as lágrimas, ao descobrir que a culpada por
tudo, era a mulher que chegou gritando no velório, sobre como era injusto
Carlos morrer daquela forma.
No instante seguinte, Carlos abriu a porta por onde ele entrou e dois
policiais passaram por ela.
— Não... não vai me prender — ela gritou e deu alguns passos para
trás. Mas foi em vão, os policiais foram até ela e, sem demora, a algemaram.
— Você... — ela voltou a gritar quando passou por Carlos. — Você é um
verme. Um verme que não se importa com os sentimentos das pessoas, foi
por isso que eu fiz o que fiz.
— Do que está falando, garota? — ele perguntou, sem paciência.
— Não faz ideia, não é? Você é o culpado da morte da minha mãe.
— Oh... eu não tenho nada a ver com isso, eu soube do acidente e
sinto muito, mas isso não a livrará de...
— Ela se suicidou. Depois de tentar falar com você, ela... — Melanie
começou a chorar, e eu fiquei simplesmente sem palavras com tal revelação.
— Mas você não se importa, não é? Sua única preocupação é a sua querida
filha com aquela mulher que nunca deu valor a você.
— Por favor, apenas levem-na daqui — Carlos pediu, visivelmente
abalado com aquela declaração. Então os olhos dele foram para todos. — Sei
que muitos esperam conversar comigo, mas encerrarei essa reunião por aqui,
e conforme eu me ajustar, falo com cada um de vocês.
Ao dizer aquelas palavras, Carlos olhou para Marcelo, que abriu a
porta de saída. As pessoas que ali estavam, começaram a sair atordoadas,
seguindo o que Carlos falou, sem tentar uma conversa com ele.
Ele se encostou na parede, observando as pessoas passarem, e eu
tomei coragem para me levantar com a ajuda de Rafael.
Aquilo havia sido intenso demais.
Estava indo em direção à porta quando os olhos dele encontraram os
meus. Parei no meio do caminho e pude ver os olhos dele cheios de
lágrimas. Mordi o lábio inferior, tentando conter as lágrimas, quando ele
veio em minha direção.
Rafael se afastou e, no momento seguinte, eu senti as mãos de Carlos
me abraçarem fortemente.
— Minha menina — ele falou com a voz embargada. — Minha
querida menina, me perdoe por fazê-la passar por isso.
— Pai... — chamei entre as lágrimas. — Eu estou feliz... feliz em
finalmente conhecer você.
— Não sabe a paz que me dá saber disso — ele sussurrou.
— Senhor Mancini. — Uma voz masculina pairou pelo ambiente
chamando a nossa atenção. Eu me afastei e juntos olhamos em direção à
porta.
Havia um dos policiais ali, olhando em nossa direção.
— Sim? — Carlos respondeu.
— Me desculpe por interromper, mas precisamos seguir... — o
homem falou e Carlos apenas assentiu, então os olhos dele vieram para mim.
— Eu preciso cuidar da situação com Melanie — ele falou e eu
balancei a cabeça positivamente, ainda me recompondo. — Vou até vocês
assim que resolver com os policiais.
— Tudo bem. — Dei a ele um pequeno sorriso.
Carlos se inclinou e deixou um beijo no topo da minha cabeça, em
seguida se afastou. Depois de me olhar uma última vez, ele foi em direção ao
Rafael, o abraçou e sussurrou algo para ele antes de ir em direção ao policial.
Eu permaneci no mesmo lugar, apenas o acompanhando com o olhar.
A ficha parecia ainda não ter caído, era insano, mas real.
Meu pai estava vivo.
CAPÍTULO 33
— Estão falando alguma coisa sobre o ocorrido? — Rafael perguntou
no momento que fechou a porta entre nós.
— Você não faz ideia — falei e me virei na direção dele, então,
estendi meu celular para que ele visse.
A notícia sobre “A volta de Carlos Mancini” já estava em toda a
mídia.
Estava perplexa ao ver como a notícia se espalhou rápido. Mas claro,
o homem que todos pensaram estar morto, estava de volta. Havia várias
especulações e informações de fontes confiáveis sobre o que ele tinha dito
naquela sala.
— Eles não perdem tempo — Rafael comentou e eu balancei a
cabeça positivamente, ao mesmo tempo em que trazia o celular de volta para
mim.
— Eu vou... ligar para a minha mãe e tomar um banho.
— Faça isso — Rafael falou e deu mais alguns passos em minha
direção. Minha boca se curvou em um sorriso quando ele se inclinou e
beijou a minha testa. Em seguida, ele deixou um beijo em meus lábios.
Eu não deveria gostar tanto disso, mas era inevitável.
Fui em direção ao quarto com um sorriso bobo, apenas sendo grata
por ter Rafael nesse momento.
Depois de fechar a porta, eu me sentei na cama e peguei o celular.
Permaneci alguns instantes olhando para o contato da minha mãe. Estava me
preparando para ligar quando o meu telefone começou a tocar, arqueei as
sobrancelhas ao constatar que não era ninguém mais, ninguém menos que a
própria dona Lilian.
— Mãe... — falei ao atender.
— Oh, querida... como você está? — Pude sentir a preocupação em
sua voz.
— Ficou sabendo, não foi?
— Estava no salão quando começaram a falar sobre o assunto... isso
é tão louco.
— Louco, mas bom — falei, dando um pequeno sorriso.
— Estou feliz por você, querida, me desculpe por tê-la privado disso
antes, agora pelo menos você conseguirá passar um tempo com ele e... o
conhecer melhor.
— Obrigada, mãe — falei enquanto balançava a cabeça em negativa,
era visível que ela simplesmente não sabia ao certo o que falar.
— Você já o viu?
— Sim... mais tarde, teremos a oportunidade de conversar melhor,
mas eu estava na reunião onde tudo aconteceu.
— Certo, só queria dizer que estou aqui, então qualquer coisa me
ligue.
— Tudo bem — falei e depois do silêncio que se formou, encerrei a
ligação.
Joguei o corpo para trás, deitei-me no colchão macio e comecei a
pensar em tudo o que havia acontecido.
Não dava para acreditar que Melanie estava por trás de tudo, muito
menos que ela culpava Carlos por sua mãe decidir se suicidar. Minha mãe
estava certa quando disse que tudo era louco demais.
Com a cabeça a mil, eu me levantei e decidi ir para o banheiro tomar
um banho. Não fazia ideia de quanto tempo fiquei ali, apenas pensando em
tudo que aconteceu de ontem para hoje. Apenas fui tirada daqueles
pensamentos no momento em que o barulho da campainha se fez presente.
Desliguei o chuveiro e me sequei, depois de ir para o quarto e me
vestir, fui em direção à sala. Quando cheguei, encontrei Carlos sentado no
sofá, conversando com Rafael.
Os olhos dos dois foram para mim, e eles se levantaram ao mesmo
tempo.
— Carlos, imagino que teremos muito tempo para conversar. Vou
deixá-los a sós e aproveitar para fazer algumas ligações. — Rafael deu
alguns passos em direção a meu pai e deu alguns tapinhas no ombro dele. —
Se precisarem de mim, estarei no meu quarto.
Então, Rafael veio até mim e deixou um beijo em minha testa.
— Obrigada — sussurrei para que apenas ele pudesse ouvir, ele
sorriu e foi em direção ao quarto dele.
Então, meus olhos foram para meu pai.
— Sei que não deveria ser a primeira coisa a falar, mas estou
realmente feliz em ver que ele não foi em direção ao quarto em que você
saiu — Carlos falou e eu dei uma risada contida.
— Não se anime tanto, afinal, nós estamos morando juntos — falei e
ele fez uma careta.
Eu caminhei em direção a ele e, mais uma vez, o abracei fortemente.
Ainda era difícil acreditar que ele estava aqui. E apesar de não ter tido
convivência com ele, através daquele diário eu senti uma conexão tão
grande, como se o conhecesse a vida toda, era essa a sensação.
Nós nos afastamos e mais uma vez eu pude sentir o seu amor por
mim, apenas em um olhar. Sorri em total desconcerto e o acompanhei
quando ele se sentou no sofá.
— Eu li o seu diário — falei com a voz contida, lutando para que as
lágrimas não viessem cedo demais. — Cada linha... eu senti que apesar de
tudo, você estava lá, sempre lá.
— Me perdoe por deixá-la pensar que não estava — ele falou
seriamente. — Eu quis tanto... tanto me aproximar.
— Eu conversei com a minha mãe... sei que foi algo complicado
entre vocês dois e apesar de não concordar com a decisão que tomaram,
tenho tentado entender desde que descobri.
— Eu era jovem e imaturo. — Balancei a cabeça positivamente. — O
mínimo que eu poderia fazer era respeitar a decisão de Lilian.
— O que vai acontecer com Melanie? — perguntei, lembrando-me
perfeitamente que tudo começou com a mãe dela.
— Ela vai pagar pelos crimes que cometeu... me culpar pela mãe dela
decidir tirar a vida, não é motivo para fazer o que ela fez — ele falou e, por
um momento, pareceu distante. — Não pode me culpar por querer distância
de uma mulher que apenas destruiu a minha vida.
— O passado realmente foi complicado — falei, atraindo o olhar dele
para mim. — Que tal apenas o deixarmos lá?
— Você está certa. — Ele deu um sorriso fraco. — E imagino que
tenha muito o que quer saber, assim como tem muito que quero lhe contar,
então apenas vamos deixar o passado onde ele deve estar.
— No passado.
— Não quero atrasar você — Bianca falou quando saí do carro para
acompanhá-la.
— Tudo bem, princesa, eu apenas cumprimentarei brevemente Carlos
antes de ir — falei e levei a mão na cintura dela.
Bianca assentiu e juntos fomos em direção à entrada da empresa.
— Bom dia — a recepcionista nos cumprimentou com um sorriso
simpático. Então os olhos foram para Bianca. — Oh... você está de volta.
— Bom dia, sim. — Ela retribuiu o sorriso. — Meu pai está?
— Sim, fique à vontade, Bianca. — Bianca assentiu e juntos fomos em
direção à escada.
Estávamos indo rumo à sala de Carlos quando a minha mão
involuntariamente enrijeceu ao redor da cintura de Bianca. A visão à minha
frente não me agradava nada.
Carlos estava em uma conversa amigável com Alexandre na porta, o que
já me fez arrepender de vir até aqui.
— Olha só para vocês. — Carlos nos recebeu com um sorriso quando os
olhos dele vieram ao nosso encontro.
— O casal do momento — Alexandre falou e Bianca sorriu. — Noivos,
hum?
Alexandre me olhou brevemente, permaneci com o semblante impassível
e desviei a atenção para Bianca.
— Como vocês estão? — ela perguntou e parou em frente a eles.
— Acredite se quiser, estávamos falando de você há pouco.
— Posso saber sobre o quê? — Bianca arqueou as sobrancelhas, ela
parecia tão confortável que foi inevitável o incômodo que me atingiu.
— Sobre o marketing que usaremos com a sua entrada na empresa —
Alexandre respondeu e eu tive que me esforçar muito para me manter calmo.
— Já pensamos em tantas coisas, aposto que ficará empolgada com tudo o
que estamos preparando.
— Não me deixem ansiosa — ela falou e Carlos deu um sorriso.
— Alexandre vai cuidar pessoalmente de tudo, depois ele se sentará com
você e explicará cada detalhe.
— Acha mesmo que isso é uma boa ideia? — ela perguntou ao pai um
pouco insegura.
— Você pode achar que não, filha, mas há pessoas esperando a sua
entrada na empresa, pessoas que viram o projeto naquela cobertura e
simplesmente amaram — Carlos falou, visivelmente orgulhoso.
— Eu imagino que sim — falei, atraindo a atenção de todos para mim.
— Bom, eu passei apenas para te ver Carlos, tenho uma reunião em alguns
minutos.
Carlos estendeu a mão para mim e deu um sorriso.
— Bom te ver, meu amigo. — Minha boca se curvou em um sorriso e eu
o cumprimentei com um aperto firme.
— Bom te ver — repeti aquelas palavras e desviei a atenção para Bianca.
Puxei-a para mim e deixei um beijo em sua testa, antes de olhar
brevemente para Alexandre e me virar para ir em direção à saída.
Eu não queria ser o cara filho da puta ciumento, mas temia que se ficasse
ali, era exatamente o que eu me tornaria.
Então, eu precisava apenas seguir a minha rotina e, então, foi o que fiz.
CAPÍTULO 42
— Qual é, Rafael. — A voz de Caio ressoou pelo ambiente. — Me conta
logo, o que está acontecendo?
Dei um suspiro e olhei, na última hora estava tentando ao máximo me
concentrar no trabalho, mas a única coisa que eu conseguia pensar, era em
Bianca e Alexandre trabalhando juntos.
— Nada, por que estaria? — perguntei ao mesmo tempo em que fechei a
tampa do meu notebook e voltei a atenção totalmente para ele.
— Tem algo te incomodando, isso é visível. — Ele apontou o dedo para
mim. — Está tentando se concentrar, mas desde que chegou aqui, sua cara
fechada e os suspiros te denunciam.
Passei as mãos no cabelo e fiz uma careta.
— É a Bianca — confessei.
— Sabia, tinha que ser ela. — Ele me mediu com o olhar. — O que está
pegando?
— Não quero bancar o ciumento, mas adivinha quem é o cara ideal para
ajudá-la com as questões de marketing na empresa do Carlos?
— Você só pode estar brincando — ele falou, incrédulo.
— Não, é ele mesmo — respondi a contragosto, sabendo que Caio já
havia pensado no único que me incomodaria a esse ponto.
— O mundo é pequeno, eu sinceramente não sei se eu não bancaria o
ciumento — ele falou. — Ela sabe da história entre vocês?
— Não, não sabe.
— Deveria contar a ela, e dizer o quanto isso te deixa desconfortável.
Balancei a cabeça e, por um momento, não disse nada. Peguei uma das
pilhas de papéis que havíamos analisado na última hora, mas a mente vagava
para as falas de Caio.
— Vou pensar sobre isso — falei e desviei o olhar para ele. — Vamos...
terminar isso logo.
— Claro — Caio respondeu.
Forcei um sorriso para ele e voltei a atenção para onde deveria estar, no
trabalho.
Passamos as próximas horas estruturando como seguiríamos desde a
minha volta, os planos eram que abríssemos uma filial em Nova Iorque e
enviássemos um dos nossos funcionários de confiança para gerenciar de lá a
nossa cartela de clientes.
Eram quase 18h quando Bianca me mandou uma mensagem dizendo que
seu pai havia a levado em uma concessionária para a presentear pela
formatura, e que certamente de lá ela iria para casa.
Fiquei feliz por ele finalmente poder mimá-la como sempre quis.
Resolvi ir para casa e encerrar o trabalho por ali, precisava relaxar um
pouco.
Quando cheguei, tirei o blazer e a gravata e os coloquei sobre a cadeira,
em seguida afrouxei a blusa social. Fui até a cristaleira de bebidas na sala e
peguei uma garrafa de uísque, em seguida fui para a varanda.
Eu me sentei em uma das poltronas e comecei a apreciar aquela bebida
lentamente enquanto admirava a vista. O sorriso foi inevitável ao me lembrar
de uma das últimas vezes que fiz isso naquele lugar. Bianca havia chegado, e
eu não resisti a dar um belo amasso naquela morena gostosa.
Quem diria, que aquela mulher entraria tanto em meu coração?
— Ah... você está aí. — A voz de Bianca ressoou pelo ambiente, então
ela acendeu a luz e veio em minha direção. — Está tudo bem?
— Sim — respondi e coloquei o copo sobre a mesinha.
Estendi a mão para Bianca, ela a pegou sem hesitar. Então, a puxei para
que viesse em minha direção. Ela se acomodou em meu colo, passando as
duas pernas em volta da minha cintura.
— Como foi com o seu pai? — perguntei e ela abriu um sorriso de canto
a canto.
— Agora eu tenho um carro incrível — ela falou, animada. — Um
Maserati preto.
— Isso é demais — falei, tentando acompanhar sua empolgação.
Bianca franziu as sobrancelhas, e as duas mãos foram para o meu rosto.
— Por que você diz que está tudo bem, mas eu sinto que não está? — ela
perguntou, mantendo os olhos fixos aos meus.
— Vai mesmo trabalhar com aquele cara? — perguntei, sem conseguir
segurar mais o sentimento que me afligia.
— Então, é sobre isso afinal.
— Não gosto de pensar em você trabalhando com ele, na verdade, eu não
gosto de pensar em você perto dele de forma alguma.
— O que aconteceu entre vocês? — ela perguntou e naquele instante eu
quis desviar o olhar.
Mas não o fiz.
Como eu poderia mais uma vez tentar esconder o meu passado de
Bianca?
— Alexandre era como um irmão para mim, há sete anos — comecei,
enquanto as lembranças daquela época pairaram sobre a minha mente. —
Fomos muito amigos, até eu pegá-lo fodendo a minha noiva.
— Oh... meu Deus — Bianca disse, visivelmente em choque. — Noiva?
Ele e sua... noiva?
— Sim.
— Você tem certeza disso? Digo...
— Absoluta — interrompi-a. — Eu os peguei literalmente no ato... então
me diga, como eu posso suportar a ideia dele ao seu lado?
— Há uma coisa muito importante diante disso tudo — ela falou, séria.
— Eu não sou ela, jamais faria algo assim para te magoar, Rafael. Eu te amo,
estamos começando uma vida juntos, então você tem que confiar em mim.
— Bianca...
— Não tem noção do quanto eu te amo? — ela perguntou e eu apenas
balancei a cabeça positivamente.
Eu a conhecia, mas como poderia conviver com essa situação?
— Olha... — ela voltou a falar. — Eu entendo o seu lado, foi algo
realmente sacana da parte dele, mas depois que ele soube que estávamos
juntos, nunca mais flertou comigo, isso tem que significar alguma coisa, não
é?
Suspirei profundamente e me mexi, fazendo com que ela saísse do meu
colo. Então eu me levantei.
— Rafael... — ela me chamou, quase foi impossível ouvir sua voz,
quando eu me virei para sair da sacada.
Meus olhos se voltaram para ela.
— Você está ouvindo o que está dizendo? — Ri de nervoso. — Acabou
de confirmar para mim que vocês flertavam e, agora, quer que eu me sinta
calmo em relação a isso?
— Nunca passou disso, e o mais importante... não mais.
Naquele momento, meu autocontrole teve que ser muito grande, queria
perguntá-la se ela já havia desejado dormir com ele, mas a verdade era que
essa resposta me atormentaria, era melhor não saber.
— Ele é o cara que faz toda a parte de marketing da empresa, meu pai
confia nele... como eu posso simplesmente chegar e dizer a ele que não
posso trabalhar com Alexandre?
— Faça como quiser, Bianca, eu só quero que saiba... que eu sou
totalmente contra — falei e me virei, indo em direção à sala.
Não queria deixá-la ali, mas temia que a conversa tomasse outro rumo
caso continuássemos naquele impasse.
Fui em direção ao banheiro e tirei as minhas roupas. Em seguida, entrei
no boxe e liguei o chuveiro. Enquanto a água caía sobre mim fechei os olhos
e apenas tentei controlar a respiração.
Foi quando o barulho de água chamou a minha atenção. Abri os olhos e
me deparei com Bianca enchendo a banheira, apenas a olhei por alguns
segundos antes de pegar um pouco de sabonete líquido e começar a me
ensaboar.
Ela começou a tirar a roupa lentamente, com os olhos fixos a mim. As
curvas gostosas, os peitos redondinhos e, incrivelmente, durinhos, aquela
visão me agradava muito.
E por mais que eu estivesse com raiva, meu corpo reagiu de imediato a
ela.
Observei-a entrar na banheira, mas desviei o olhar no minuto seguinte,
concentrando-me em terminar aquele banho. E quando terminei, desliguei o
chuveiro e levei a mão na toalha, porém, senti as mãos macias de Bianca em
meus braços.
Olhei em direção a ela, percebendo que ela havia se levantado para me
alcançar.
— O que está fazendo, Bianca?
Ela me puxou em direção a ela e deslizou as unhas por meus braços,
enviando uma onda de eletricidade por todo o meu corpo.
— Eu preciso de você — ela sussurrou. — Preciso que saiba de algo.
Ao dizer aquelas palavras, ela me incentivou a entrar na banheira, e por
mais que estivesse relutante, eu o fiz. Acomodei-me e, em seguida, a senti
vir com o corpo para cima do meu e se ajeitar em meu colo.
Minhas mãos foram automaticamente para a cintura dela e a apertei com
uma pressão gostosa.
— Bianca... — disse com a voz rouca quando ela começou a rebolar
suavemente em meu colo.
— Me toca... — ela pediu, manhosa, fazendo o meu pau saltar.
Deslizei a minha mão pela cintura dela, guiando até seus seios e os
contornei com a mão, como se fossem feitos para mim, era o encaixe
perfeito.
Sem conseguir me segurar, eu me inclinei e levei a boca até eles.
— Isso... — Bianca gemeu quando eu comecei a sugar os seios gostosos,
intercalando entre chupar, sugar e acariciar os dois.
E depois de dar atenção suficiente aos dois, desci uma das minhas mãos
em direção à boceta dela. Um rosnado pequeno escapou dos meus lábios
quando a toquei.
— Você está tão molhada. — Arfei com os olhos fixos a ela ao mesmo
tempo em que comecei a movimentar meus dedos em seu clitóris.
— Só você me deixa molhada, amor — ela gemeu de forma tão sexy que
atingiu diretamente o meu pau. — Só você me deixa louca a cada vez que
toca o meu corpo, só você me leva à beira do precipício.
— Porra, Bianca — rosnei, aumentando os movimentos em seu clitóris,
totalmente alucinado com aquela mulher.
Eu sentia como o corpo dela sempre reagia a mim, mas estava ficando
louco com cada palavra que saía de sua boca.
Senti a mão dela ir em direção ao meu pau e ela o posicionou em sua
entrada, fazendo com que eu parasse aquele estímulo com os dedos e levasse
as mãos em sua cintura.
Então, os olhos dela se voltaram para mim e ela deslizou o meu pau para
dentro dela, fazendo-me dar um rosnado e apertá-la ainda mais. Ela ajeitou
as pernas e repetiu aquele movimento, mostrando-me mais uma vez, como o
nosso encaixe era perfeito, como a nossa sincronia era incrível.
Bianca levou as mãos em volta do meu pescoço, e se inclinou, roçando
os nossos lábios. Passei as mãos pelas costas dela, prendendo-a em mim e
tomei seus lábios de forma avassaladora, explorando-a por completo.
Em meio a gemidos extremamente sexys Bianca começou a cavalgar em
mim, enlouquecendo-me a cada sentada.
Encerramos o beijo ofegantes e meu olhar foi ao encontro dela. Enquanto
ela seguia socando a boceta no meu pau, eu levei a mão no pescoço dela,
prendendo o seu olhar completamente a mim, e naquele instante o meu olhar
continha de tudo um pouco.
Um olhar cheio de amor, desejo, luxúria, por mais que eu não quisesse
admitir, também havia o sentimento de posse. Na verdade, naquele momento
o sentimento que predominava era exatamente esse.
— Você é minha... — rosnei entre arfares, fazendo-a estremecer.
— Sim, Rafael... Eu ... — ela gemeu e fechou os olhos, senti seu corpo
enrijecer e assumi os movimentos. Então, ela abriu os olhos mais uma vez.
— Eu pertenço a você... Somente a você.
Meus olhos estavam vidrados nela, enquanto ela se entregava a um
orgasmo intenso e forte. Seu gemido gostoso e mais algumas estocadas
dentro dela me fizeram facilmente me juntar a ela, urrando seu nome com
descontrole.
Levei as minhas mãos para as costas dela, e a puxei para colar o corpo no
meu. Bianca veio mole para mim e com a respiração irregular.
Naquele momento, eu a abracei forte, sentindo que precisava confiar
nela, pois querendo ou não ela estava certa, ela não era a Raquel, e por mais
que eu não concordasse com aquele cara em nossas vidas, desde que nos
mantivéssemos desta forma, nós poderíamos fazer dar certo.
Então, eu apenas precisava lidar com os sentimentos que me
atormentavam.
CAPÍTULO 43
Acordei com a claridade que começava a entrar pelo quarto, ainda
relutante em abrir os olhos, eu me virei e estendi os braços para abraçar
Rafael, foi quando percebi o vazio na cama.
Lentamente, abri os olhos e constatei que ele realmente não estava ali.
Franzi as sobrancelhas e me sentei na cama, meus olhos foram para todo o
quarto constatando que ele realmente não estava no quarto.
Levantei-me e fui em direção ao banheiro.
— Rafael? — chamei, ao mesmo tempo em que checava que também
estava vazio.
Aproveitei para usar o banheiro e escovar os dentes antes de sair pela
cobertura procurando-o.
E estava tudo completamente vazio.
Aquilo era no mínimo estranho, afinal, Rafael nunca saía sem me
acordar.
Peguei o telefone e tentei ligar para ele, porém, não obtive um retorno.
Então, apenas deixei uma mensagem.
Eu: Amor, você foi para empresa?
Depois de enviá-la, meu celular começou a tocar. Meu coração saltou
com a possibilidade de ser ele, mas logo, identifiquei que não, era a minha
mãe.
— Oi, mãe. — disse ao atender.
— Querida, você vem mesmo hoje?
— Oh... sim — respondi, lembrando-me de que eu havia prometido
passar alguns dias com ela antes de começar a minha rotina.
— Posso esperá-la para o almoço?
— Sim, eu estarei aí... nos vemos em algumas horas, mãe.
— Ok, querida — ela respondeu e eu apenas encerrei a ligação.
Meus olhos foram para a mensagem que havia acabado de enviar para
Rafael, constatando que ele ainda não havia visualizado.
Então, decidi tomar café e tomar um banho para seguir o que tinha
planejado para hoje.
Quando terminei de me arrumar, ajeitei uma mala pequena e a levei para
o meu carro novo. Estava feliz com o presente, por mais que eu dissesse ao
meu pai que não precisava, eu estava realmente grata.
Resolvi fazer uma parada antes de pegar estrada para Búzios, joguei o
endereço da empresa de Rafael no Google, e logo eu estava estacionando em
frente a ela.
Fui em direção à recepção e me informei sobre onde era a sala dele e
segui em direção ao andar.
— Bom dia, tudo bem? — a secretária me cumprimentou com um
sorriso simpático.
— Oi... Hm...O Rafael está? — fui direta. Em seguida dei a ela um
sorriso, não queria parecer grossa.
— Tem horário marcado?
— Não, mas...
— Como conseguiu subir? — Ela arqueou as sobrancelhas.
Não poderia negar que fiquei feliz com aquela abordagem, significava
que certamente, havia um controle para que pessoas, como Patrícia, não
conseguissem vê-lo tão fácil.
— A recepcionista liberou a minha entrada. — Fiz uma pequena careta.
— Eu sou noiva dele.
— Preciso confirmar essa informação — ela falou, sucinta, e pegou o
telefone, mas no instante seguinte um homem levou a mão sobre a dela,
impedindo que ela continuasse.
Meus olhos foram para ele, identificando um moreno um tanto exótico
com os olhos sobre a secretária.
— Ela é realmente noiva do Rafael — o homem falou e olhou
brevemente para mim. — Me acompanhe, eu te levarei até ele.
Assenti e apenas o segui, quando ele caminhou em direção à porta que
havia um pouco a frente.
— Me chamo Caio, é um prazer finalmente conhecê-la. — Ele estendeu
a mão para mim. Eu o cumprimentei com um aperto firme, tendo ciência de
que ele era sócio de Rafael.
— Igualmente — respondi com um sorriso.
Ele deu duas batidas à porta, em seguida a abriu.
— Vá lá, esse homem precisa de você — ele falou e eu apenas o medi
com o olhar antes de entrar, encontrando Rafael sentado em sua cadeira e
sua atenção no notebook.
A porta se fechou atrás de nós, foi quando ele olhou em minha direção.
— O que está fazendo aqui? — ele perguntou, visivelmente surpreso, e
se levantou para vir em minha direção.
— Não atendeu a minha ligação, não respondeu a minha mensagem e
não me acordou pela manhã, como sempre faz — falei, séria.
Rafael se levantou e caminhou lentamente em minha direção.
— Estava concentrado revisando um contrato importante — tentou
justificar.
Eu balancei a cabeça em negativa.
— Você nunca agiu assim, Rafael, e não quero que comece agora.
Rafael deu um suspiro profundo e os olhos finalmente encontraram os
meus.
— Na verdade, estou fazendo o que posso para respeitar a sua decisão,
princesa, mas estou muito chateado... — ele fez uma pausa e parou à minha
frente. — Chateado não, isso me deixa com raiva, me deixa louco saber que
você pretende deixá-lo entre nós, mesmo sabendo o que aconteceu no
passado.
— Ele não está entre nós — frisei. — Alexandre e você tem um passado,
mas ele não fez nada diretamente a mim, não posso ignorá-lo e espero que
entenda isso, Rafael. — Olhei-o. — Não pode simplesmente seguir me
evitando.
Rafael levou a mão em meu rosto e prendeu o meu olhar no dele.
— Sabe o que eu quero fazer agora? — perguntou em um rosnado
contido. — Exigir que você o mantenha longe, eu quero ser o filho da puta
que vai dizer que você não tem outra escolha a não ser afastá-lo
completamente da sua vida e, então, é por isso que eu estou te evitando, para
colocar a cabeça no lugar.
— Você não vai fazer isso — respondi, a voz quase não saiu.
Suspirei pesadamente, e em um movimento involuntário mordi o lábio
inferior. Não sabia ao certo qual era o meu problema, mas aquilo havia sido
extremamente sexy.
Sentir o seu olhar possessivo sobre mim, um lado que Rafael tendia a
esconder bem, até esse momento.
— Não vou — ele falou ao mesmo tempo em que acariciou o meu rosto,
então, as mãos dele foram para as minhas mãos. — Vou deixar que faça
como achar melhor.
— E eu te amo por isso — falei, carinhosa, e levei as mãos no peito dele.
Fiquei nas pontas dos pés para beijar seus lábios macios.
Eu conseguia compreendê-lo, mas ele precisava entender que não havia
nada de mais rolando entre mim e Alexandre, e por mais que ficássemos
alguns momentos juntos, seria algo profissional.
Rafael passou a mão em volta da minha cintura e me puxou para ele, em
um beijo lento e gostoso.
Permanecemos alguns minutos naquela troca de beijos, até que eu me
afastei para olhá-lo.
— Eu estou indo para Búzios passar uns dias com a minha mãe —
sussurrei, ele balançou a cabeça positivamente. — Não poderia ir sem te ver.
— Amanhã eu estarei lá para encontrá-la.
— Tudo bem, nos falamos mais tarde então? — perguntei e o medi com
o olhar, pronta para deixá-lo ali e seguir meu planejamento.
— Sim, princesa, nos falamos.
Passei as horas seguintes sendo muito mimada pela minha mãe, ela
preparou uma sopa para mim e me fez companhia por um longo tempo. Meu
pai mandou uma mensagem, dizendo para que eu ficasse tranquila, pois ele
estava com Rafael e mais tarde ele viria ao meu encontro.
Eu e minha mãe acabamos assistindo alguns filmes para o tempo passar.
Era pouco mais de 19h quando a porta se abriu, fazendo o meu coração
saltar.
Olhei na direção dela, encontrando ali os olhos de Rafael sobre mim.
Alívio, foi o que eu senti.
Dado aos últimos acontecimentos, eu estava com uma necessidade além
do normal de sentir seu toque, seu cheiro. Então, foi por isso que sem me
importar com minha mãe, ou a presença do meu pai, logo atrás dele, me
levantei e fui em direção aos braços de Rafael.
Eu fui com tudo, como se precisasse daquele contato para respirar.
Meus braços contornaram o pescoço dele e, no mesmo instante, senti as
mãos fortes contornarem a minha cintura.
Senti-o afundar a cabeça no meu pescoço, enquanto ele sentia o meu
cheiro.
— Princesa— ele sussurrou.
Não sei por quanto tempo permanecemos naquela posição, mas Rafael se
afastou e acariciou o meu rosto.
— Está tudo bem? O que aconteceu? — perguntei e passei o olhar entre
ele e meu pai, afinal, pela demora sabia que algo havia acontecido.
— Bom, Rafael vai te contar tudo — meu pai falou e olhou para minha
mãe. — Vai ficar aqui essa noite?
— Ah... não, imagino que eles precisem de um tempo. Eu irei para a casa
do César — ela falou e meu pai assentiu.
— Posso deixá-la lá, precisarei trocar algumas palavras com ele.
— Agradeço, mas estou de carro — ela respondeu, então se voltou para
mim. — Querida...
Eu saí dos braços de Rafael e a abracei forte.
— Obrigada, mãe, por tudo — falei e, depois, me afastei. — Pode ficar
aqui se quiser, tem quartos o suficiente para isso.
— Eu sei, meu amor, mas prefiro ir até o César. — Ela acariciou meu
rosto. — Me conta tudo depois?
— Claro, eu conto — falei e a abracei mais uma vez.
Quando me afastei, olhei para o meu pai e o abracei.
— Obrigada por hoje, pai — agradeci e o senti dar um beijo no topo da
minha cabeça.
— Sempre estarei aqui para você — ele respondeu e eu balancei a
cabeça positivamente.
Então, nos afastamos.
— Rafael, nos vemos depois — meu pai falou e se despediu com um
abraço.
— Sim, vamos nos falando — Rafael o respondeu, em seguida
cumprimentou a minha mãe com um aperto de mão. — Obrigado por estar
aqui, Lilian.
— Eu sempre estarei — ela falou e o puxou para um abraço.
Dei uma risada contida com a cena e a observei olhar para mim mais
uma vez, e ir com o meu pai em direção à saída.
Quando a porta se fechou, a insegurança tomou conta, apesar do
momento que tive com Rafael mais cedo, a verdade era que eu não fazia
ideia do que se passava na cabeça dele.
— Precisamos conversar — ele falou, calmo.
— Sim...
Rafael se aproximou e me deu um beijo na testa, em seguida os olhos se
fixaram nos meus. Ele eliminou a distância que havia entre nós e deu um
beijo em minha testa, em seguida ele entrelaçou as nossas mãos e me levou
em direção ao banheiro.
Quando entramos ele não disse nada, apenas começou a me despir, no
minuto seguinte ele se despiu e me levou para dentro do boxe.
Assisti enquanto ele ajustava a temperatura do chuveiro, e depois me
puxou para ele.
Rafael tomou banho comigo sem quaisquer segundas intenções, ele
cuidou de mim, da mesma forma de mais cedo.
Quando terminamos, ele desligou o chuveiro e me secou, em seguida fez
o mesmo com ele e seguimos em direção ao quarto.
Assisti-o ir em direção ao closet. Ele voltou de lá vestindo uma calça de
moletom e uma camisola em suas mãos. Ele me vestiu em silêncio e me
levou para cama.
Ele se deitou e me levou junto com ele, colocando-me de frente para ele
e me envolvendo em seus braços.
— Eu consegui as filmagens da boate — ele falou alguns instantes
depois. — Não precisa me contar nada, eu me precipitei quando disse que
aconteceu por você não me ouvir.
— Se eu tivesse esperado você... — sussurrei.
— Você pertence a mim, Bianca — ele disse naquele mesmo tom
autoritário, fazendo o meu coração saltar. — Isso significa que eu não quero
vê-la em um ambiente como uma boate, sozinha, mas não irei impor isso a
você.
Ele levou a mão em meu rosto e o acariciou.
— O que aconteceu hoje com a Patrícia?
— Ela dopou você com a ajuda do seu ex...
— O quê? — interrompi-o, incrédula.
— Seu ex-namorado e a Patrícia estavam juntos. Ele levou você para a
cobertura de Alexandre, Patrícia o dopou e, então, tudo aconteceu.
— Oh... meu Deus.
— Eles irão pagar por isso, quando eu fui a cobertura de Patrícia,
Alexandre apareceu e Marco também, ele estava armado e... teve um
embate. Alexandre levou um tiro na perna, mas está tudo bem.
— Céus! — falei ao mesmo tempo em que dei um pulo da cama, levei a
mão no acendedor para visualizar melhor o rosto de Rafael. — Você
realmente está bem?
— Sim, princesa, não se preocupe. — Rafael levou a mão em direção a
mim e me puxou mais uma vez para ele. Em seguida, voltou a apagar a luz.
— Eu passei a tarde na delegacia, prestei depoimento e deixei com eles uma
gravação que fiz, onde tem material o suficiente para prender aqueles dois.
Então agora acabou.
Meus olhos se encheram de lágrimas naquele momento, não sabia ao
certo explicar a sensação que me invadiu, mas o peso que estava em meu
coração, começou a se dissipar.
Estava com medo e pavor, tudo era tão incerto que eu estava a ponto de
enlouquecer.
Rafael eliminou o restante da distância que havia entre nós e, em
seguida, começou a acariciar os meus cabelos enquanto estava encostada em
seu peito, deixando o alívio tomar conta.
— Isso, princesa, deixe sair — ele sussurrou enquanto seguia me
acariciando.
— Eu tive tanto medo — disse entre um soluço, sentindo-o me apertar
ainda mais.
Então, senti seu hálito quente próximo ao meu ouvido.
— Eu te amo tanto, princesa — ele fez uma pausa, então, senti ele
sussurrar novamente ao pé do meu ouvido: — Eu estarei sempre aqui para
você, lembre-se disso.
CAPÍTULO 49
Em algum momento, eu adormeci.
A última coisa que eu me lembrava, era de sentir o calor do corpo de
Rafael contra o meu e suas mãos me acalentando lentamente, enquanto ele
sussurrava para mim o quanto ele me amava.
Aquilo me tranquilizou muito, eu me senti feliz em como a nossa noite
acabou.
Quando acordei, encontrei Rafael deitado ao meu lado, dormindo
comigo envolvida em seus braços, da mesma forma que estávamos ontem.
Em um movimento suave, levei a mão no rosto dele e o acariciei.
Tudo ainda estava muito vívido em minha mente.
— Você acordou — ele sussurrou, sonolento, em seguida abriu
lentamente os olhos. — Como você está?
— Eu não sei... Hm... — respondi, sentindo o coração a ponto de
explodir. Puxei a minha mão de volta para mim, sentindo-a suar mais do que
deveria.
Ele levou a mão ao encontro do meu rosto, fazendo com que meus olhos
permanecessem fixos aos dele.
— O que foi, Bianca?
Naquele momento, o silêncio se formou entre nós. Ele continuou me
olhando, aguardando uma resposta.
— Você... está aqui — disse, a voz entrecortada. — Nós estamos
realmente bem?
— Princesa, eu já te disse antes, sou incapaz de deixá-la ir. — Ele
começou a acariciar o meu rosto. — Me desculpe se, por algum momento, te
fiz pensar o contrário.
Aquelas palavras tiveram um impacto grande em mim. Naquele
momento, eu sentia que meu coração iria sair pela boca.
— Rafael... — chamei, à medida que lágrimas se formavam em meus
olhos. Mas, dessa vez, não era tristeza que queria me invadir, eu estava feliz,
feliz por ouvir aquelas palavras.
— Você é tudo para mim, ouviu? — sussurrou, intensamente, e a
ansiedade que me tomava a cada palavra, só fazia aumentar. — Tudo. — Ele
desceu as mãos para minha cintura e me puxou, virando-se de costas para o
colchão e me levando para ficar sobre ele.
— O que... está fazendo?
— Eu vou mostrar de forma que não tenha dúvidas — disse com a voz
rouca, fazendo-me arrepiar. — Você quer?
— Sim, eu... preciso — respondi com a respiração irregular.
Rafael deu um sorriso que me mostrava perfeitamente como ele estava
satisfeito com a minha reação.
Desci minha mão em direção ao peito dele ao mesmo tempo em que
acabava com a distância de nossos lábios. O beijo começou lento e cheio de
paixão.
Um arrepio percorreu todo o meu corpo no momento em que senti a mão
dele deslizar de forma suave pelas minhas costas.
Passei a mão pelo seu peito firme, logo em seguida comecei a acariciar
seu abdômen, sentindo-o deliciosamente entre os meus dedos. E eu não parei
por aí, comecei a descer minha mão cada vez mais de forma sensual.
Senti-o arfar entre meus lábios quando o toquei através do tecido de sua
calça de moletom, constatando o quão duro ele estava. Deslizei minha mão
para dentro de sua cueca e tirei o seu pau para fora.
Encerrei o beijo e joguei meu corpo para trás, ajeitando-me sobre o colo
dele. Então, o peguei pela base e, em seguida, comecei a acariciá-lo em
movimentos de vai e vem com os olhos totalmente fixos aos de Rafael.
Um gemido gostoso escapou dos lábios dele. Dei uma leve mordidinha
em meu lábio inferior, ele sorriu para mim.
Rafael levou a mão dele sobre a minha e parou aquela carícia, em um
movimento rápido ele me tirou de cima dele e me deitou de costas para o
colchão.
— Você tem que assumir o controle sempre? — sussurrei com um
sorriso, enquanto passava minhas pernas em volta da cintura dele.
Um sorriso cheio de malícia se formou nos lábios de Rafael e ele me
mediu com o olhar, então se inclinou, até que eu sentisse sua respiração
quente próximo ao lóbulo da minha orelha.
— Sim, princesa, eu tenho — murmurou e começou a mordiscar o meu
pescoço.
Fechei meus olhos para aproveitar melhor cada sensação.
Senti sua barba roçar em minha pele de forma gostosa ao mesmo tempo
em que ele deixava uma trilha de beijos em direção aos meus seios, fazendo
com que uma onda de excitação acompanhasse a cada toque.
As mãos de Rafael trabalhavam ao mesmo tempo em que os lábios.
Enquanto ele dava uma atenção especial aos meus seios, lentamente tirou a
minha camisola.
Seus lábios acompanharam fielmente cada movimento. Em seguida, ele
tirou a minha calcinha. Deixando-me completamente nua.
Senti-o sair de cima de mim e se levantar. Naquele momento, abri os
meus olhos e assisti enquanto ele tirava sua calça de moletom e sua cueca
boxer com os olhos fixos nos meus. E a visão de seu pau pulsando, enquanto
ele me admirava me fez salivar.
Como se soubesse dos pensamentos indecentes que me rondavam ao ver
aquela cena, ele me deu aquele sorriso delicioso e caminhou em minha
direção ao mesmo tempo em que as mãos dele brincavam com o seu pau em
um movimento gostoso, fazendo um show particular para mim.
Dei espaço para que ele se deitasse ao meu lado, em seguida ele me
puxou em sua direção e levou a mão em minha nuca, fazendo-me olhar para
ele. Então, ele encostou a testa na minha e manteve seus olhos fixos aos
meus, ao mesmo tempo em que sentia a sua mão livre deslizar pelo meu
corpo.
— Você gosta de me ter com o controle, não gosta? — ele perguntou em
um sussurro totalmente sexy, enquanto um gemido escapava de meus lábios
em resposta. — Eu quero ouvir você falar — ele continuou a me provocar,
levando os dedos em direção à minha boceta.
— Sim, Rafael, eu gosto mu... — minha voz falhou naquele instante.
Fechei os meus olhos e um gemido profundo se fez presente no momento em
que seus dedos tocaram o meu clitóris. E para acabar de vez com minha
sanidade, ele começou a trabalhar os dedos com a pressão certa em minha
boceta.
— Eu amo a forma que você se entrega totalmente a mim — ele rosnou
ao mesmo tempo em que os movimentos se tornavam ainda mais precisos
em meu clitóris. Abri os meus olhos, encontrando aquele olhar profundo
sobre mim.
Aquilo tornou tudo muito mais intenso.
Levei minha mão em seu pau e comecei a acariciá-lo ao mesmo tempo
em que seus dedos me levavam perto do limite. A boca dele encontrou a
minha naquele instante, eu o beijei com uma vontade avassaladora, a língua
dele me invadia de forma tão intensa, enquanto eu sentia o clímax me tomar
completamente.
Desesperada por senti-lo, eu me ajeitei sobre o corpo dele e abri minha
perna, apoiando o meu pé no colchão e levei seu pau em direção à minha
boceta. Ele subiu a mão, apertando-a em minha cintura, o que me manteve
fixa sobre ele, enquanto me invadia lentamente.
— Isso, eu preciso de mais — gemi, desesperada, com os olhos fixos nos
dele.
Comecei a controlar o movimento, mas não por muito tempo. A mão de
Rafael deixou minha cintura, então entrelaçou nossas mãos e as levou
próximo aos meus seios, mantendo-nos firme ali, enquanto aumentava seus
movimentos dentro de mim de forma profunda e forte, atingindo aquele
ponto que me deixava à sua mercê.
Eu amava aquela conexão, aquela intensidade e entrega. Ele era capaz de
me fazer desabar tão deliciosamente, como ninguém nunca fez.
Não fazia ideia de quanto tempo aquele momento durou, mas após me
levar ao limite mais uma vez, ele me trocou de posição, vindo com o corpo
sobre o meu. Deixando minhas pernas apoiadas em seu ombro, invadindo-
me de forma intensa.
Permanecemos naquela entrega entre gemidos e rosnados a cada deslize
profundo sem deixar os olhos um do outro.
E mais uma vez, eu senti minhas pernas tremerem, e o meu sexo se
apertar em volta dele.
Ao perceber que eu estava prestes a chegar a outro orgasmo, Rafael se
inclinou um pouco mais, encostando a testa dele na minha sem deixar meus
olhos. Então ele me penetrou com golpes rápidos fazendo com que o
orgasmo chegasse para nós dois. Senti-o derramar seu prazer dentro de mim
ao mesmo tempo em que compartilhávamos um gemido intenso e cheio de
entrega.
— Deus! Como. Eu. Amo. Você — ele rosnou, pausadamente, com a
respiração irregular.
Aquele momento havia sido tão forte, tão intenso que cheguei a pensar
que adormeceria ali mesmo. Ele deu espaço para que descesse minhas pernas
e a colocasse apoiadas em volta da cintura dele, enquanto se ele inclinava
para me dar um selinho. Então afastou-se para me olhar.
Aquela entrega, o olhar e o momento me trouxeram um alívio
inexplicável. Eu soube naquele instante que sim, nós iríamos ficar bem
independentemente de qualquer coisa. Nunca me vi querendo tentar tanto, e
eu sabia que ele se sentia da mesma forma.
Todos esses fatores, eram capazes de me dar uma tranquilidade ainda
maior, pois o mais importante nós tínhamos. A vontade de querer fazer dar
certo.
CAPÍTULO 50
— Princesa. — Ouvi vagamente aquela voz gostosa me chamar, então,
senti a mão de Rafael me balançar suavemente, tentando me acordar. Eu abri
os olhos devagar, mas a luz solar invadindo o quarto me fez fechar os olhos
de novo.
— Princesa, está tudo bem? — A voz de Rafael me fez abrir os olhos
mais uma vez.
Levei as mãos no rosto e o esfreguei antes de me sentar na cama,
sentindo Rafael tirar as mãos de mim e apenas me analisar.
Desviei o meu olhar para o móvel ao lado da cama, constatando no
relógio que eram quase 13h
— O que você está fazendo aqui a essa hora? — perguntei em meio a um
bocejo. — A degustação será às 18h.
— Eu estou preocupado com você. Não foi trabalhar ontem porque
estava cansada, dormiu cedo e está dormindo até agora. Está tudo bem? —
ele perguntou e se aproximou um pouco mais, levando a mão em meu rosto
para me analisar de perto.
Sua atitude fez com que um sorriso escapasse de meus lábios. Rafael era
um homem e tanto, eu tinha que admitir. Ele cuidava de mim de forma que
nunca pensei ser capaz, sua preocupação constante durante todo o tempo me
deixava totalmente boba.
Assim era desde que começamos a namorar, mas nos últimos três meses
depois que todo aquele alvoroço aconteceu, seu cuidado pareceu ainda
maior.
Mesmo sabendo que Patrícia e Marco haviam sido presos, e não sairiam
de lá tão cedo, ele começou a prezar ainda mais pela minha segurança.
Então, sempre que eu precisava sair para algum lugar, sentia um de seus
seguranças me acompanhando, e não adiantava debater, afinal, aquilo não
era negociável.
Mas não me incomodava, apenas mostrava o seu cuidado por mim.
E eu achei que seria moleza, mas conciliar a organização do casamento e
os planejamentos para anunciar que eu e meu pai estaríamos trabalhando
juntos na empresa. Mas definitivamente não foi.
Depois de tudo o que aconteceu eu estava decidida a falar com meu pai
sobre mudar a empresa que faria o marketing de tudo, mas Rafael
prontamente negou, disse que não tinha mais necessidade disso.
E, inicialmente, eu não entendi. Até que ele me contou sobre a conversa
que teve com Alexandre, e eu não poderia estar mais feliz, pois sentia que
aqueles dois tinham uma ligação fora do comum.
Percebi isso a cada vez em que eu tentei uni-los. Fosse marcando as
reuniões para discutir sobre os passos aqui em casa, ou levando Rafael para a
empresa. Apesar de no início eles ficarem desconcertados, o tempo estava
fazendo o seu papel e curando as desavenças deles.
Foi algo bom que aconteceu nesses três meses, onde a campanha de
marketing foi um sucesso e já tinha uma cartela de clientes solicitando os
meus projetos.
Aquilo era emocionante, mas decidi que começaria apenas depois do
casamento, afinal, com tão pouco tempo precisava me concentrar no
casamento.
A organização de cada detalhe, como a casa onde iríamos morar e toda a
decoração que precisava ser impecável. E tinha que dizer, me sentia muito
grata por ter Vivian e minha mãe para me ajudar, pois sem elas eu tinha
certeza de que estaria perdida.
— Você tem que me dizer se está sendo demais para você. — A voz dele
me trouxe de volta à realidade. Voltei a sorrir ao encontrar aqueles olhos
cheios de preocupação, apenas esperando que eu o respondesse.
Levei minha mão sobre a dele em meu rosto e o acariciei por um
momento.
— Eu estou bem, meu amor — respondi, dando a ele um pouco de
tranquilidade. — Acho que só estou ansiosa pelo casamento, ansiosa para
ver tudo em seu devido lugar.
— Você almoçou? — ele perguntou e eu apenas balancei a cabeça em
negativa. — Vá tomar um banho então, eu vou fazer algo para você —
Rafael falou de forma autoritária.
Olhei-o por um momento, sabendo que seria perda de tempo discutir
com ele.
— Tudo bem, mas faça algo leve, caso contrário não vou conseguir
participar da degustação. — Dei um pequeno sorriso e me levantei.
— Acho melhor remarcarmos — Rafael falou e se levantou logo atrás de
mim, em seguida parou a minha frente.
— De jeito nenhum, nós já remarcamos semana passada. Então, chega de
remarcar, eu estou bem.
— Tudo bem, princesa. — Ele se aproximou e se inclinou para deixar
um beijo em meus lábios. — Vá para o chuveiro, e eu te esperarei na
cozinha. E sim, eu farei algo leve.