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NO SILÊNCIO DO CEO
1ª Edição
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte dessa obra poderá ser reproduzida ou
transmitida por qualquer forma, meios eletrônicos ou mecânico sem consentimento e
Capa: @designerttenorio
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são
código penal.
Agradecimentos
Dedicatória
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Epílogo
Sobre o autor
Redes socias
Outras obras
No Silêncio do CEO foi um lindo trabalho que teve a
contribuição de uma galera maravilhosa que me auxiliou bastante,
qualquer coisa”
novo pai e sendo recebidos por nossa nova mãe e irmãos. Alguns
Olho para ela com curiosidade, ela já sabe o que quero. — Fiz as
tarefas. Agora posso brincar? — Fala com a doce voz ainda meio
cabelos castanhos, acho que tem quase trinta anos, ela é bonitinha.
casa que mais parece um palácio. Uso traje social em tons escuros,
há um luxuoso relógio da nossa marca em meu pulso esquerdo.
mais velho, apenas dois anos nos difere. Ele é tão alto quanto eu,
cabelo de um louro acastanhado, barba cerrada no mesmo tom e
— Oh, Deus, mais uma vítima. — Luna faz piada, todos riem,
menos eu.
que pedir a um amigo para dar aula em meu lugar — conta Mateo,
ele é professor do ensino superior.
filhos para gerir a empresa em meu lugar. Pois bem, este dia é
hoje”. — declara.
percebendo que todos agora olham para mim, o que faz meu velho
e conhecido nervosismo começar a aflorar.
loucura!
isso...
botar para fora a minha opinião, negar, dizer que é impossível, mas
as palavras não saem como sempre.
como há muito tempo não acontecia. — Você sabe muito bem que
ele não é isso que falou e não repita essa palavra!!
Alejandro?
— Desde que chegou aqui sempre quis tudo o que era meu!
encontro impotente!
você pode ser o CEO da Javier, vai! Fala alguma coisa ao menos
uma vez na vida, mudinho! — Me pressiona, malvado, furioso. E
PORRA!
total.
fim.
Suspiro, tentando acreditar que agora está tudo bem, mas logo
descubro que estou enganado, quando tenho que frear
por alguns segundos, que parecem ser eternos, sob a chuva. Ela
toca-me no queixo, encantada e algo nela me chama a atenção, me
traz uma leve sensação de paz. É como se o mundo tivesse parado.
Contudo, o terror brilha em seus globos e levanta tão rápida
quanto caiu.
— Está tudo bem, não foi nada! Tenho que ir! — fala
desenfreadamente e corre antes que eu possa tomar qualquer
ao médico.
Eu não falo.
A partir de agora, tudo o que você irá ler são obras dos meus
pensamentos, da voz que grita dentro de mim gravemente, mas que
não é capaz de ser emitida. Não lembro totalmente dos motivos que
até mesmo aquela voz... aquela maldita voz, que soa em meus
posto de CEO da Montres Javier S.A., que ao longo dos anos, sob a
contra tudo que lhe é oposto, ou quase tudo. Meu inimigo principal é
o som, não todos, somente aqueles que me causam histeria.
inesperada não estava neles. Assim que deu à luz, não aguentou
mais que um ano, foi embora, nos abandonando, deixou a família
sexo, nunca mais me apaixonei. Mais uma vez algo dentro de mim
mudou, talvez a falta de crença no verdadeiro amor de uma mulher.
acontecer.
Também não sei se realmente quero que aconteça, os meus
pais me cobram uma esposa, mas por enquanto, a única mulher que
manda na minha vida é a Alisa. Só ela consegue me fazer sorrir de
convivendo comigo.
ou escrevo onde der, não importa. Além disso, tenho Joaquin, meu
intérprete e assistente fiel que sempre me acompanha quando
necessário, traduzindo o que explico em gestos para aqueles que
algo sem o meu consentimento, mas que não pude impedir nem
evitar.
mim mesmo que sou capaz de tudo, apesar do meu problema, uma
falar.
uma só palavra?
mais um como tantos outros nos quais já fui lançado, onde somente
a minha manifestação poderá salvar o negócio.
a minha vez.
muito para situações como esta e não é a primeira vez que passo
por isso. Assim, começo a falar através de sinais e Joaquin traduz
Alejandro, jamais visto por mim outro igual. Da mesma forma que
ponto de não fecharmos este negócio, pode ter certeza que eu não
caminhos do Bolt.
Todos sorriem, eu apenas tento, mas acho que mesmo assim
sobre os meus ombros cede de uma vez por todas, a ansiedade vai
embora pouco a pouco. Venci outra vez.
ele prepara uns drinks sobre o balcão negro que contorna a parede.
— Mas é claro que sim, eu não teria falado tão bem; quer o
satisfação no meu assistente que, assim como eu, sabe muito bem
apreciar um bom blend.
Joaquin Hayser, é um amigo de longa data. Estudamos juntos
durante o ensino superior, e nos formamos na faculdade de
ser tóxica.
um estranho por não falar, que me fez até trocar palavras com ele
fosse dito por você mesmo? Através da sua voz? Por que não volta
à terapia?
Fecho o semblante, lá vem ele tocar neste assunto de novo.
Isso me incomoda. O respondo em gestos que a terapia não dá
resultado.
Faço sinal de pare, não quero lembrar disso, mas Joaquin não
me escuta.
— Fiquei tão feliz, que falei para toda sua família enquanto
estávamos comemorando o ano novo, então eles,
inconscientemente te pressionaram, esperando por mais. Senti que
isso te travou e te fez voltar à estaca zero. Desde então, você nunca
mais participou de eventos familiares, a Luna me contou.
Senhor Silêncio.
compreendendo.
Lembro que ainda tenho uma hora antes de ter que ir buscar a
Alisa no balé, prometi a ela que faria isso hoje e não posso faltar
outra vez.
Esses olhos... este rosto que mais parece uma obra de arte. Quem
é ela? De onde vem tanta intensidade e entrega?
Sinto que a conheço, mas não sei de onde. Ela foca em meu
oferece a mão que aperto com certo carinho e ela percebe, pois
engole em seco se tornando tímida, uma graça.
estar sendo a primeira vez que o vejo por aqui — ela parece se
arrepender novamente do que comenta. Está nervosa —, ma...mas
isso não quer dizer que o senhor não tenha vindo antes, não é?
Desculpe é que... falo sem pensar.
Cines e ler para mim todas as noites? — pede, em sua mais doce
inocência, com os seus olhos azuis pidões me fitando.
feminino.
Eu falo demais.
depenada.
fino e pontudo.
demais!
farei por onde, para que mais ninguém aceite os seus serviços!
Insisto, preocupada.
Depois que perdeu tudo se tornou ainda mais desprezível, por isso
que dizem que a pobreza pega! Cuidado, porque se não se
consertar vai acabar como seu pai, um viciado, ou sua mãe, uma
alcoólatra.
engana? Acha que nunca notei o seu prazer em me ver por todo
este tempo limpando a sua casa? Logo a garota filha dos seus
vizinhos que eram muito mais ricos que você? Invejosa! — disparo
enraivecida.
mas escute bem, pode falar de mim o que quiser, mas da minha
família, não! — afirmo, o sangue quente correndo por todo o meu
corpo.
— Para onde vai? Quero que saia pela porta de serviço, a dos
empregados, que é o seu lugar! — grita, me humilhando.
— Estou indo pegar as minhas coisas, sua imbecil! — xingo
— Por que está gritando, minha linda? — lança sua voz suave,
direção
naquela sala, real, vivo. Ele é de verdade, não foi apenas uma
cara para ser feliz, mas... a minha vida é tão difícil, que às vezes
imaginar um príncipe encantado faz bem.
consegui captar.
abdômen.
mas não posso fazer isso. Tenho que ser forte por ela, por nós duas.
Preciso continuar tentando lhe mostrar que a superação é o
— Sim, vamos, por favor — minha voz sai quebrada, mas logo
a recupero.
— Vamos, mas não quero tomar banho — concorda, enquanto
— Não...
Tiro sua roupa toda, depois sigo com ela para o banheiro,
ouvindo-a resmungar de olhos fechados. Quando a ponho embaixo
perceber que ainda estou em traje de dormir, bem curto por sinal.
Pego uma almofada do sofá, segurando à frente do corpo tentando
me cobrir.
— Filha? Volte para o quarto, sua mãe resolve isso — diz para
mim de uma forma que nem ela mesma acredita no que está
fica se pagar! Sua mãe anda me enrolando faz tempo, não vou mais
forçado.
para outra?
mais voltar.
— Aham — confirma.
promissora e foi com base nisso que consegui este bico aqui para
você. A diretora anda notando os seus atrasos e já me chamou a
atenção. Sei que precisa do dinheiro, então... por favor, cuidado —
— Tudo bem, agora tenho que ir. Você não vem? — acaricia
meu rosto e se afasta.
— Não, você não lembra? Hoje ela não tem balé — informa,
mirando-me contrariada.
tanto parece traduzir o caos que venho vivendo desde que meu pai
faleceu em um acidente de carro há dois anos, exatamente no dia
em que quase fui atropelada por Alejandro, ao avançar na avenida
pobre engano. Papai que até então dizia ter deixado os jogos de
azar, um vício antigo, continuava secretamente apostando em
cassinos clandestinos. Depois que ele se foi, descobrimos que
De garota mimada, que sempre teve tudo aos seus pés, tive
que me tornar mais adulta do que a minha idade exigia e cuidar da
viril. Além de tudo, é alto, uns trinta centímetros a mais que eu.
Suspiro encantada, vendo nele um sinal de perigo e magnetismo
intenso. Espero-o dizer algo, mas não acontece.
sem se expressar.
minha mente.
Eu quero você
ALEJANDRO JAVIER
consumi todos.
Merda!
debaixo do chuveiro.
jamais fui para a cama com uma que aparentasse ter tão pouca
exceto com aquelas que têm idade para ser minhas filhas.
a visto apenas ontem após dois anos, ela está de maneira incógnita,
mexendo com a minha libido. A prova disso está aqui longa, grossa
e potentemente endurecida bem no meio das minhas pernas.
Isso não pode continuar, deve ser apenas tesão reprimido,
realmente já faz alguns dias que não busco por sexo, algo que
também alivia a dor que os pesadelos me causam.
devagar, ela está dormindo feito um anjo. Assim, sabendo que ela
está bem, sinto-me mais confiante para sair, ciente de que se por
neutra.
da cabeça.
desenfreado.
Dois dias se passam, e por mais que encha minha cabeça com
pediu isso outra vez, mas a fim de evitar ver Mina, espero por minha
filha no carro, porém é inútil, pois avisto-a se despedindo da jovem
que não passa de uma súbita atração, algo forte e que precisa ser
dos meus pais após o colégio, pois ela visita os avós uma ou duas
vezes por semana. Assim, sigo para o trabalho planejando o que irei
fazer no fim do expediente, decidindo pelo caminho mais rápido e
fácil em relação à bailarina, algo que costumo fazer quando sinto
Será fácil, ela não me parece do tipo difícil, nem que tente,
conseguirá disfarçar que também está atraída, que também notou
essa energia que corre entre a gente. Estou disposto a ver onde
— Eu... não sei o que dizer; nossa, você é direto, né! — sorri
sem graça, procurando as palavras, um pouco agoniada enquanto a
conclusão óbvia.
— Tudo bem... então você não fala, mas não é mudo, porém
não quer conversar sobre isso agora — repete todo o meu texto.
Assinto —, isso é... muito novo para mim e confesso que agora
estou muuuito curiosa para saber por que não fala. Mas tudo bem,
seco.
seguinte mensagem:
mais.
Vejo os seus olhos esbugalharem novamente ao ler cada
palavra. Ela me dá as costas, caminhando lentamente, tentando
entender ou talvez pensando no que dizer em seguida. Contudo,
aproveito sua distração para sair tão silencioso quanto entrei, sem
ser notado, não lhe dando oportunidade para estendermos este
dando um charme a mais agora que o céu já está escuro. Assim que
desço do carro, miro outro automóvel mais à frente que é
desconhecido. Deve ser de algum amigo de papai, penso.
Luna foi a primeira a ser aceita por eles, talvez por ser a única
Nunca pensei que reagiria assim. Esta é uma ferida que jamais
terá cura. Foi por isso que decidi mudar de residência, eu e a Alisa
eles, mas ela, mesmo que tente negar, ainda está estagnada no
tempo. Nunca se formou ou conseguiu um emprego, nem mesmo
quis tentar uma carreira na Javier.
conversei várias vezes com ela, apenas com ela nesta casa, quando
estávamos a sós, pois me sentia confortável.
semblante ao me ver.
vim buscar minha filha — A Alisa? Mas eu disse a você que não
precisava, que iria levá-la para casa.
até porque tenho que conversar com nosso pai. Pergunto por ela.
forasteiros.
ALEJANDRO JAVIER
ver a neta — Ela faz uma longa pausa, sabe que não me convenceu
—, eles têm direito.
— Vem com a tia, meu amor — Luna segura a mão livre dela,
— Mas é claro que você pode vir comigo, meu amor. Não é,
somem de vista.
culpados pelo que a nossa filha fez — fala dona Rúbia —, nós
amamos a Alisa.
— Ele disse que criou a Alisa sozinho, que ela lhe pertence e
enquanto me interpreta.
Ele pensa que me convence com este teatro — Você, nos afastou o
máximo possível da Alisa depois que Maite foi embora, nos culpou
com ódio —, temos que resolver isso agora, filho... pelo amor de
Deus — implora.
não posso mais me calar. Por anos ficamos ausentes, porque não
queríamos conflitos, esperamos a poeira baixar, achávamos que
da casa.
instabilidade na família que optei por um novo lar. Eles não deviam
fazer isso sem o meu consentimento! Como sempre tentam me
poupar, resolver as coisas por mim. Por mais que eu tenha provado
inúmeras vezes que a ausência da minha maldita voz não me
impediu de conquistar as coisas, ainda estão acostumados a falar
para falar. Além disso, agora estou bem mais calmo, porém ainda
colo —, papai, o senhor não quer mais que eu fale com o vovô
história.
com uma mensagem de Mina. Mas já? Sabia que seria fácil, mas
replico:
MINA PACHECO
— Sim, acabei.
— E o que achou?
— O que eu achei?
— Sim!
— Mas é claro!
nada te propõe uma noite com ele em troca de uma grana alta?
achando que o homem era um príncipe enquanto ele acha que sou
uma espécie de prostituta! — jogo-me sobre o travesseiro, ainda em
que nunca.
não só com essa dívida, mas com todas as outras. Só que eu não
desculpa, eu não tinha nada que saber disso mesmo, e obrigada por
tento segurar as lágrimas que vêm com força. Estou tão carente.
meninas que fizeram esse tipo de coisa e... ocorreu tudo bem. Mas
você não é obrigada a fazer nada, seu corpo é seu, se esse cara
está pensando que é alguma puta, está muito enganado!
— Dez mil Euros por uma noite. Nossa, esse homem deve ser
muito rico — ela pensa alto.
agrada, então não faça, porque se fizer sem vontade será muito
pior. É o seu corpo — ela pausa por um instante —, vamos tentar
juntar este dinheiro até domingo, eu vou te ajudar.
caminho
desesperador.
risco!
desesperando.
— É mentira.
tendo uma crise com o acontecido. Seu corpo treme inteiro, sua
cabeça dói de preocupação e a culpa a domina totalmente.
indaga preocupada.
— De nós duas, basta eu com tantos problemas. Sua mãe iria
pirar se você mexesse nesse dinheiro. Eu jamais jogaria com o seu
futuro por conta do que estou vivendo. Vai dar tudo certo, não se
preocupe.
preocupação comigo.
jeito! Ele disse que eu só tinha até hoje para dar uma resposta e o
relógio já marca vinte horas. Pode até já ser tarde demais, o pai da
pequena Alisa não parece fazer o tipo paciente, assim como não
sexuais com mulheres que tenho certeza que não passarão de uma
noite, deixando desde o início bem claro quais são as minhas
com Maite não foi nada agradável, por isso prefiro não repetir, não
passar novamente pela sensação de estar entregue a alguém que
paz.
O.K.
emitir a própria voz com todos e fazer cair por terra de uma só vez
os pequenos impasses do dia a dia, mas então desisto e volto a agir
sobre o Bolt quando Joaquin entra sem bater, com uma pasta nas
mãos.
— Ah, por favor, prometa-me que vai dar uma olhada, sim?
papéis.
mulher se vai.
vezes, certo?
tudo isso me afetou de tal forma que não participo mais de reuniões
familiares, a última foi de surpresa e também deu merda, dessa vez
com Esteban.
depois da Maite, você virou gay ou... que ainda a ama e por isso
não se envolveu com mais ninguém
possível.
Ele acha que Maite não presta, mas não concorda comigo que
comigo.
Contudo, isso mudou de uns tempos para cá. Ele não me diz
alguns momentos.
elevador até uma das suítes nos últimos andares, entro no quarto
subindo.
bem simples com tênis, calça jeans e uma blusa branca de manga
longa, além da bolsinha de lado. O cabelo cacheado está solto
que passam, porém, Mina não parece estar incluída neste grupo.
Ela engole em seco, olhando-me com receio, medrosa. Está
três vezes, olha uma última vez para fora e fecha a porta
lentamente, cruzando os braços em volta do corpo, se protegendo.
e entende.
pele delicadamente.
senhor acha que sou. Desculpe-me por tê-lo feito perder o seu
tempo.
de um mês, mas falta o resto. Juro que não tive outra saída, por isso
vim até aqui, mas... não posso.
que não apaga, nem mesmo agora que está entristecida. Há algo
nela que me fascina.
transar e receber seu pagamento, mas sim para tentar salvar o seu
lar. A sua história tocou meu coração, de alguma forma estou
afetado, mesmo não demonstrando, pois não costumo transparecer
sentimentos.
Se tudo o que me disse for mentira irei saber, apesar de ter quase
certeza que está falando a verdade —, não... não posso aceitar —
nega, ficando de pé, oferecendo-me o pacote de volta.
irritada.
por isso serei eternamente grata! Juro que não vou decepcioná-lo e
prometo que pagarei tudo certinho, de alguma maneira irei devolver!
— fala enquanto caminha até a porta — Tchau!
procura.
Alguns dias depois enquanto estou trabalhando, Joaquin entra
em minha sala com uma pasta nas mãos que põe sobre a minha
mesa.
Eu sabia!
— a professora me segue.
— Papai! — Alisa corre e me abraça, está chorando como
mim, e... é que não consigo dormir pensando no quanto foi bondoso
comigo e que não posso ficar sem retribuir de alguma forma. Bem,
você disse que me deixaria pagar e acho que agora tenho uma
minha frente.
os dias, ainda sobrou um bom valor para procurar uma clínica onde
minha mãe possa começar um processo de recuperação para se
indo direto para o abate, fosse me transformar numa ave que voou
livre da gaiola rumo à esperança. Alejandro presenteou-me com
Agora estou disposta a fazer tudo por ele, a pagar a dívida que
para mim contou muito, e preciso pagá-lo. Além disso, quero ajudar.
gostoso no ar.
ao mesmo tempo contente por tê-lo visto. É sempre bom ver este
Alisa, mesmo sem saber o quanto isso influenciará no meu dia a dia
caso Alejandro aceite. Ouço batidas na porta, em seguida a voz de
olhos.
choraminga.
acalmá-la.
— Então como...
gigante, mãe.
que lhe agrade. Assim, não ficará tão sozinha quando eu sair para
trabalhar e me sentirei bem melhor ao saber que está sendo bem
cuidada.
— Sim, mamãe.
— Não, mãe. Quero que faça isso por você. Só depois pense
em mim.
partimos com sua mala pronta para caso queira ficar, a clínica está
para começarmos uma caminhada que pode não ser fácil, mas com
certeza valerá a pena. Já lhe mostramos toda a nossa infraestrutura,
fácil.
Por fim, crio forças e vou embora, seguindo para o balé arrasada. É
estranho, por mais que seja algo bom, a sensação é que estamos
fazendo algo ruim.
às 9h no endereço a seguir...
pelos dois.
estável.
Não penso mais tão grande como antes, não após todas as
dança, o balé. Estar perto daquelas meninas todos os dias foi o que
me deu forças para seguir em frente, o que não me deixou cair junto
zona rica onde um dia morei. Não posso negar que ainda sinto falta
de muita coisa, é difícil nascer em berço de ouro e depois ter que se
uma mulher alta que aparenta estar na casa dos seus cinquenta
apertamos as mãos.
quanto!
ainda estou muito triste por ela ter ido embora, mas... quando papai
falou sobre você, também fiquei contente, mesmo ainda estando
triste — conta, parecendo dividida.
que não, estou muito curiosa para descobrir, porém não sou
juro — digo.
comida do mundo!
onde ela me entrega uma agenda —, hoje ela não foi à escola,
insistiu que queria esperar você chegar, então terão que fazer as
tarefas assim que a professora enviar no celular dela.
— Vamos senhoritas?
— Mas ele foi lhe buscar naquele dia, eu achei isso bem legal
— Não fique assim, meu anjo. Quem sabe ele não muda,
hein?
— E amanhã?
convencida.
— Sei.
cabeça.
— É que só falo dela com o meu pai, porém também não tenho
— Ah...
conhecê-la, talvez um dia ela queira me ver. Você acha que ela vai
querer me conhecer?
— Ah... Claro que sim Alisa, você é maravilhosa! Claro que ela
parar?
— É segredo, mas você não pode contar para o meu pai, ele
noites deitado ao seu lado, com sua cabecinha sobre meu peito.
— Eu não quero outra babá, pai — revela, demonstrando que
— explico.
— Ela me abandonou!
quer ficar comigo? — Ela move o rosto carente até encontrar o meu,
a sua mãe só não estava preparada ainda para ser a sua mamãe, já
te disse isso muitas vezes, mas seu pai está aqui, serei tudo o que
você precisar.
Ela soluça, voltando ao pranto, eu a abraço sentindo uma dor
imensa, notando que minha pequena princesa, assim como eu,
encontrar.
para ela e fácil para Maite, que simplesmente deu as costas a tudo.
onde após uma boa ducha, deito-me e sou invadido por lembranças
vida.
por algum motivo, cada qual com os seus afazeres, Luna ajudou-me
quero que saiba que estou... muito feliz pela linda filha que me deu
e... que estou... estou... estou disposto — as palavras saíram com
dificuldade, era como se eu tirasse uma pedra da garganta a cada
porém quero que saiba que estou muito feliz pela linda filha que me
deu e que... estou disposto a fazer tudo por vocês. Eu te amo —
cama que ela inutilmente tentou esconder. Foi neste instante que a
minha voz fugiu outra vez, sumiu com força. Mirei as roupas tiradas
Devia ter me deixando abortar quando quis! Teria sido melhor para
nós dois.
não estou preparada para ser mãe agora e talvez nunca. Sei que
não vai me perdoar, mas não posso deixar de te pedir perdão —
inteiro com a Alisa, que gosta muito da tia. Ela precisa de alguém
que a ame por perto, e não quero que seja os meus pais, pois ainda
estou chateado com eles.
casa para tentar fingir que é uma pessoa normal diante da família.
Faço sinal com a face para que Isabel saia e nos deixe a sós,
de errado?
— Por que não fala comigo com a língua? Já falou antes, não
Claro que está tudo bem. Por que não estaria? E a minha sobrinha,
agora? Essa fase já passou, querido maninho. Não sou mais uma
ainda está com raiva dos nossos pais. Sei que sou a última opção,
mas quando você voltar, a Alisa estará sã e salva como a deixou.
foi mudando para pior ao longo dos anos, sei que em parte tem a
ver com o seu psicológico fodido feito o meu, mas por outro lado,
não consigo não sentir raiva de algumas de suas atitudes que vi e
caos.
afirma que Luna está conseguindo distrair a Alisa muito bem. Ela
não quis ir para a escola, estão o dia inteiro em casa se divertindo.
Prefiro assim, não me agrada a ideia da Alisa ficar na rua com a tia.
envelope.
assistente:
— Certo.
presa para descarregar toda essa carga emocional ruim que está
sob os meus ombros.
empinadinha.
a desejo e tê-la sob o mesmo teto não é nem de longe uma boa
ideia.
realmente merece. Por isso, sou frio e objetivo, não deixando que
haja sentimentos, assim consequentemente não haverá problemas.
Agora me dá licença!
estou triste, achei que ela poderia ser a minha nova babá. Gosto da
tia Luna tanto quanto gosto da Rayka.
— A tia Luna não pode ser sua nova babá, ela tem as suas
cuidar de você.
com a tia por ser alguém próximo, fica óbvio que alguém conhecido
é mais fácil para ela aceitar e menos tempo perdido procurando
outra pessoa.
Diogo sobre a novidade. Percebo que ele fica surpreso ao saber que
a mulher, a qual dias atrás convidei para levar à cama, agora será a
aparentar que está tudo bem, mas sei que não, nestes dois anos
que trabalhamos juntos já a conheço bem. Miro-a desconfiado.
parece estar mais doida que ela, diria até... possuída, jogando o
cabelo de um lado a outro, divertindo-se como se fosse criança
também. O barulho está terrível, a bagunça pior ainda, penas de
e a Alisa estávamos...
— Fui eu quem fiz tudo isso, papai! Não briga com ela, por
favor! — Alisa a defende, mas isso só aumenta o meu
— Explique-se — exijo.
percebendo que Luna tem culpa pela Alisa gostar de ouvir essas
músicas perturbadoras. Não entendo como ela pode me dizer que
gosta disso.
Abro a boca querendo chamar por Mina, porém a voz não sai,
ela ainda é uma estranha. Nunca me dei bem com estranhos, com
eles a voz trava, já notei que preciso confiar bastante para me sentir
confortável e falar.
não fala, mas bem que poderia ter batido! Ou será que bateu e não
ouvi por estar tomando banho?
primeiro dia de trabalho. Merda! Foi tudo tão rápido, a Alisa estava
se divertindo e contagiou-me com a sua diversão, não quis parar,
logo eu, que nunca ouvi músicas daquele tipo, porém deixei me
Não quero que ele me veja como uma garota fácil, ou da qual
que estou optando por usar roupas que me cobrem, já que também
tipo abusador, se bem que este tipo não vem com aviso na testa,
coisa que me faz recordar de Santiago, filho da dona Lorena a
instante em que Isabel está saindo com uma bandeja vazia, meu
olhar recai sobre o seu, de quem diz que me avisou, mas não dei
Javier.
deveria ter feito isso, a Isabel avisou que o senhor não suportava
baderna, mas é que a Alisa me chamou para escutar aquela música.
— Sim, senhor.
quando me disse que não era mudo, porém não falava. O que será
que ele tem?
— Certo... eu aprenderei.
e mais severo como às vezes aparenta ser, apesar de ter agido com
um coração imenso comigo naquela noite no hotel. Estou me
escreve:
Mutismo seletivo
Mercedes.
— Boa noite senhorita Pacheco, eu estava a esperando, irei
levá-la para casa.
curioso.
— Por quê?
pouco melhor?
— A senhorita Alisa uma vez me disse que ele fala com ela,
— Deve existir, mas de fato não sei lhe informar. Para lhe falar
motorista.
— Isso vai facilitar muito as coisas, você vai ver. Com o tempo
também fica mais fácil de entender todas as caras e bocas dele, os
A gente se acostuma.
alcoolismo.
didáticos mostrando como a pessoa que tem isso se sente, que ela
entender como um homem tão rico, ainda sofre deste problema. Ele
pode ter acesso aos melhores profissionais especializados na área
do mundo.
mudança, menos dos remédios que tem que ingerir. Conto-lhe sobre
o meu novo trabalho, sobre a Alisa e o quanto estou gostando.
— Bom dia, Isabel! Tudo bem com você? Hoje eu não cheguei
sorrir de volta.
o meu pé.
povo chato! Os únicos mais legais até agora são a Alisa, o Diogo e a
Luna, que ainda não conheço, mas já tenho uma simpatia por fazer
a sobrinha feliz.
objetivo aqui é ser babá da sua filha, apenas isso e nada mais.
— Ah, não quero mais aprender francês! Não sei por que devo
saber outras línguas já que sou da Espanha! — cruza os braços e
faz bico.
— Desculpem-me — pede.
de gelo para deixar sobre sua testa. Acordará muito melhor, pode
apostar.
suspirar aliviada.
profundo.
— Ainda descansando.
Mas olha!
— Minha culpa?!
fácil.
pai. Alisa acha tudo incrível, para ela cozinhar a primeira vez é como
um mundo encantado repleto de descobertas, coisa que me deixa
bastante feliz.
— Oui m'dame!
grande bobagem.
— Não sei, isso teremos que descobrir juntas. Mas o que ele
não vai gostar é de chegar e encontrá-la assim. Vá correndo tomar
um banho, mocinha!
Ela sai em disparada, louca para estar pronta quando seu pai
chegar. Começo a segui-la quando ouço meu nome.
— Senhorita Mina! — estanco com a voz de Isabel, olho para
ela pronta para levar um sermão — Muito obrigada por hoje, serei
eternamente grata — a mulher sorri como nunca sorriu antes.
respondo.
o com a Alisa no colo sentado no sofá, que parece ter lhe posto a
par de tudo o que aconteceu hoje.
boa noite.
agora trabalha comigo apenas para quitar sua dívida, uma mulher
que, exatamente por isso, pelo convívio que terá com a minha filha
de agora em diante, pela hierarquia trabalhista existente entre nós,
pelo respeito que tenho aos meus princípios e tudo mais, não posso
mais desejar.
Antes eu a via como mais uma a quem levaria para a cama,
ato, por algum motivo... me excita, além de, é claro, tê-la quase nua
na minha frente, com apenas uma mera toalha entre meu olhar e
virilha, ajeitando o volume para que não fique tão marcado como
quer ficar. Decido que aqui não é o melhor local para conversarmos,
ainda mais depois do que houve. Envio uma mensagem para ela,
pedindo desculpas pelo acontecido e afirmando que a espero no
escritório.
dose de scotch. Mina surge quando a mulher está indo embora com
a bandeja vazia nas mãos, fechando a porta assim que sai, nos
deixando a vontade.
pergunto o que vi nela para obter essa atração tão forte. É então
que noto outra vez seu rosto perfeito, o cabelo cacheado volumoso
e sedoso o emoldurando.
que me controlar para não demonstrar que gosto quando fica assim,
comendo as palavras por cima de palavras. É engraçado, mas o que
você.
— Certo... eu aprenderei.
Mutismo seletivo
do que eu, coisa que nunca ocorreu antes. Sempre me atraí por
aquelas mais maduras, com pouca diferença de idade em relação a
mim, já peguei até mais velhas, porém nunca tão novas.
havia outra opção mais favorável a não ser contratar uma babá
desconhecida com quem Alisa levaria mais tempo para se adaptar e
aceitar. Pergunto-me agora, no mais profundo íntimo do meu ser se
o meu desejo por essa garota — mesmo que de maneira
saudável com ela para que tenha uma relação saudável com a
minha filha.
precisa.
É por isso que ter uma babá é essencial, visto que, de certa
forma é meu braço direito para fazer com que minha filha tenha uma
vida enquanto trabalho para proporcionar essa vida a ela.
algo que a Rayka não tinha, ela era mais formal e tradicional como
eu.
batendo palmas.
me em uma puta saia justa. Não há o que fazer, penso que não será
Digo através de gestos que ela sabe que não me importo com
isso.
precisar.
hoje.
— Desde ontem estou gripada, hoje fiquei com febre, cansada.
tudo bem, mas que não quero mais saber da minha filha na cozinha,
primeiro dia de trabalho dela. Gosto de saber que está tudo indo
possíveis, não tirei os olhos dela e ocorreu tudo bem. Além disso, a
Alisa adorou mesmo cozinhar, foi uma atividade bem divertida e
que devo ter esquecido de uma coisinha ou outra aqui e ali. Mas
uma coisa é certa, nada melhor que ir ao país da língua que você
está aprendendo para pronunciá-la ainda melhor.
boca, na curva delicada entre seu ombro e pescoço para não pensar
besteiras, para tentar manter o controle, mas é muito difícil. Quando
vai além da minha vontade e a fito, encontro os seus olhos em mim,
MINA PACHECO
— É claro que não! Por que está falando isso? Por conta do
que aconteceu? Foi só um acidente! — sorrio de orelha a orelha,
tentando reanimá-la, a coitadinha esperou tanto por este momento.
sua comida, já que foi a primeira vez que cozinhou? O que acontece
com este homem? A cada dia que passo com a pequena, percebo o
quanto a ausência dele lhe machuca. Eu já notava isso quando era
à suas costas.
— Uma barraca!
— Barraca?
se encantar.
— Sim, muito!!
— Queria que o papai estivesse aqui com gente — pensa nele.
— Quem sabe um dia ele não deixa de ser uma fera e vira um
príncipe, hein?
bocejando.
onde a Alisa tem mais uma aula entediante de piano com Lorenzo
— já que ela parece cada vez menos animada para tocar
instrumentos clássicos —, vejo Isabel saindo às pressas da cozinha,
elevador que abre as portas, dando entrada para uma mulher toda
de preto, em um look despojado, meio gótico ou rock’n’roll, não sei.
—, valeu!
rasgada e justa.
visitar já que seu pai não te leva mais lá em casa — Luna a enche
de beijos e carícias.
— Vamos abrir!
Algo me diz que Alejandro Javier não vai gostar nada disso.
MINA PACHECO
cabo que liga à guitarra para começar a tocar. Estou parada ao lado
de Lorenzo, ambos observamos com certa preocupação as duas
empolgadas com o novo instrumento musical.
aulas de música? Bem, ele sabe que não sei tocar guitarra —
Lorenzo ainda está tentando entender o que se passa, as suas
causar confusão, peço para que não diga nada disso a ele — fito-o,
ele percebe que estou meio que sem saber o que fazer.
— Pois é, só que...
fora dos padrões de uma lady, não é isso? — Ela pronuncia “lady”
com deboche.
qualquer outra coisa que vier à sua mente que seja formal! Quem
com a cabeça.
— Não — responde.
rock!
de nos matar.
fazendo bico.
esperta!
estilo dela...
— Mas por quê? — indago, começando a preparar o lanche —
Por que ele parece se opor tanto à personalidade da irmã?
pena, ela se cansa tanto e... não vive como uma criança comum.
filme...
— Não sei.
centro enquanto Luna decide com a Alisa qual filme irão assistir.
implora.
arrogante, vai caindo por terra e dando lugar a uma pessoa meiga e
divertida. Não que a primeira imagem se dissipe por completo, mas
parece duvidar.
confiável está com a minha sobrinha. Alisa é tudo o que não pude
ser na sua idade, um sonho de garota, a minha válvula de escape.
Sorrimos em conjunto.
isso?
guitarra aqui!
escrivaninha.
seu desânimo.
— Não, ainda não, meu amor — digo sem jeito, vendo seu
área externa.
passar o tempo.
ergue.
— E ele concordou?
— Ele ainda não viu as mensagens, mas não se preocupe, nós
vamos para um local seguro.
— Mina...
— Vamos! Que tal ali?! — Ela aponta para uma área plana,
sob as belíssimas árvores.
que talvez o seu pai jamais aceitaria que fizesse isso, tendo em
vista o quanto formal ele é, coisa que chamo de chatice mesmo!
Mas decido não tocar no nome dele agora, não quero estragar o
— Professora Mina...
— Oi.
meu pai se foi e minha mãe se perdeu no vício do álcool, sei o que é
ter uma família desestruturada e por isso tento fazer o melhor por
ela.
— Prometo.
bem.
esperta!
— Não! Óbvio que não! Ele... ele... está pedindo uma foto! — É
a primeira coisa que me vem à cabeça, mas logo me arrependo.
— Ah! Sim, sim, sim!! Vamos enviar uma foto a ele sim!
Vamos, professora! Vamos! Uma foto bem bonita, você e eu! — fica
empolgada.
— Não, só você — corrijo-a.
— Não, quero tirar a foto ao seu lado, por favor! Por favor!
— Alisa...
Alejandro diz em gestos que vai me pegar, que não posso ficar
perto dos cacos de vidro.
Seu toque... seu odor... sua fortaleza corporal, tudo isso me tira
é... inexplicável.
— Sim — respondo.
“Muito? ”
vez. Deixo o ar sair dos pulmões com toda força possível, como se
durante todo este tempo tivesse passado sem respirar, paralisada
respondendo em sinais:
Meu chefe percebe isso, parece saber que mexe com o meu
mais perigoso, fazendo com que a sua palma apalpe a minha coxa,
apertando a carne morena entre os seus dedos brancos, e em
seguida penetre por baixo da barra da camisola, descendo...
longe, misturar pele com pele, beirando a virilha quando algo grita
dentro da minha consciência e seguro-o a tempo, o impedindo de
continuar.
que faço é importante para assegurar seu futuro, que cada dia de
luta minha, será um dia de glória dela lá na frente. É por ela que
faço isso, para jamais correr o perigo de passar por tudo que passei
na sua idade, ou pelo menos pelo que me lembro, que já é ruim o
suficiente.
que a guarda no carro. Antes de sair, digo a ela para avisar a Mina
que ficarei fora por uma semana, e a chame para dormir aqui para
para ler.
até diretamente.
aqueles relatórios.
metrópoles para onde vamos, sempre foco no que tenho que fazer e
retorno para a Espanha. De vez em quando até procuro um
irei demiti-lo.
uma verdade atual — A não ser que procure por aquele psicólogo
cujas informações deixei na sua mesa há séculos.
tempos, amigão!
Esqueçam-me.
me culpado por mais essa ferida na família, coisa que nos torna tão
instáveis, tão distantes... quebrados. Acho que o único sem
que minha filha vá a lugares que não frequento. Como ela está?
bem.
acordar, mas não, ela faz pior, as suas coxas nuas surgem diante
dos meus olhos, revelando que usa uma camisola curta, em forma
de camiseta.
quente e perigoso.
bailarina quase nua na minha frente, sentindo meu pau pulsar entre
as pernas querendo tomar forma, crescer e engrossar, o que me faz
tenta suavizar o problema, mas sei que nosso impacto foi forte, sou
grande e ela pequena, quase a esmaguei.
Aviso em gestos que irei pegá-la, que não pode ficar perto dos
— Sim — responde.
apenas para sexo, para brincar, ela me provou isso, e agora está
intimamente ligada à minha filha que por acaso dorme bem perto de
nós. Puxo o braço lentamente, olhando em seus olhos assustados e
ao mesmo tempo tomados pela lascívia. Sei que ela me quer, que
me deseja, mas também sabe que não é tão simples assim.
grosso, masturbando-me.
Pareço um tarado, um maníaco sexual, mas não consigo mais
controlar, tenho que botar para fora toda essa tensão sexual, preciso
É o fim.
mais que não queira bater de frente com Mina novamente e causar
constrangimentos, penso no certo a se fazer, que é conversar com
ela sobre o acontecido nesta madrugada.
hoje vou esperar por minha filha. Meu plano antes de tudo era
realmente este, tomar café com a Alisa após uma semana longe
dela.
rei.
à essa hora.
quem fez algo errado e agora tem que conviver com isso. É
exatamente essa a questão que quero descobrir, se teremos que
continuar convivendo ou não, porque além daquela loucura da
“Não gostou? ”
semana inteira dela, além disso é a mãe, então está tudo bem.
Mas... merda! Não quero esperar tanto com aquela sua cena
Isso não vai dar certo, o que eu mais temia aconteceu, fizemos
merda, ela não conseguirá lidar bem com isso daqui para frente, é
jovem, inexperiente e imatura, vai se apaixonar. Será um problema.
mais está aqui, quando saio na manhã seguinte, ela ainda não tem
chegado.
Resolvo me afundar no estudo de um arquivo que a secretária
Não, não há. É melhor cortar este mal pela raiz antes que as
andar superior temendo encontrar meu chefe pela frente outra vez.
Não é exatamente medo, é vergonha, receio, nervosismo,
tenho estruturas para isso. Sigo para o meu quarto, onde tomo um
cabeça.
visível o seu desejo também, coisa que agora me deixou claro, que
com medo de, por algum acaso ver Alejandro, mas pelo silêncio e
ambiente de todas as manhãs na casa, relaxo, tomando a
comportará daqui para frente. Não sei se quero que finja que nada
ocorreu ou se... Ah!!
— Sim, está.
minha mente.
clínica.
Isso não é verdade, mas agora terá que ser, porque tudo que
quero agora é o colo e os conselhos da minha mãe.
pois não pode ficar à minha espera, precisa estar disponível e perto
caso surja um chamado do patrão.
— Grupo? — indago.
alcoolismo — explica.
percebendo.
incrível!
e sorrir lindamente.
está?
flores?
coragem e pergunto:
terrível após partir... antes disso... a senhora era apaixonada por ele,
não era?
disso conseguiu destruir por completo o meu amor por ele — ela dá
paixão, mas...
A mulher aperta as minhas mãos, como se pedisse calma,
ela, levá-la para casa e conhecê-la melhor, querer ficar mais perto,
descobrir os seus detalhes, pensar nela todas as horas do dia.
você saber do que está atrás e do que ele pode lhe proporcionar. Se
quero ser mais uma que passou por aquele hotel. Mereço um
noite, fico arquitetando tudo o que irei falar para o senhor Alejandro
no dia seguinte.
Quando chego no apartamento, ele não está como de
costume. Após deixar a Alisa na escola, Diogo me leva para a sede
não a deixaria, sei que pode parecer besteira, mas... para uma
criança é muito importante. Sei também que não deveria ter
prometido isso, mas é que na hora que ela perguntou... — engulo
não a afete, afinal, ela já foi deixada pela mãe, pela babá anterior e
se eu...
— O que houve?
— Que dia vai pedir ao papai para me levar para ver o vovô e
percebe —, não se preocupe, que a sua tia vai resolver isso logo,
logo, mais rápido do que imagina!
informo.
lembrando de algo — Sabe, Mina... você está certa, mais vale evitar
um relacionamento do que se iludir ou... iludir outra pessoa. O amor
é... uma droga da qual não consigo me viciar, só que não sei se isso
— Ele é fodido como eu, mas não sei te dizer quem é mais. A
questão é que este último cara, tinha paixão, tinha... tesão, mas
mesmo assim parecia que faltava algo, sabe? Sempre parece faltar
do mundo?
— Nunca se apaixonou?
— Me apaixonar sim, mas amar, acho que não, porém não fui
correspondida.
— Não.
— Dezenove.
— Sei que não pareço mesmo! Mas é verdade! Oh, vida cruel!
Ele para com o carro na famosa Gran Vía, uma das principais
e mais luxuosas avenidas de Madri.
puxa assunto.
— Sim, maravilhoso.
rua.
um senhor que conversa com outro que parece ter a sua mesma
idade.
Fico sem reação!! Algo me diz que isso não vai prestar.
Recebo uma mensagem de Diogo perguntando onde estamos, lhe
passo a localização, ele responde que está vindo. Espero Eduardo
achei que falaria. Ela está mesmo concordando que aquele nosso
momento fogoso realmente não devia ter acontecido? Está de fato
afirmando que tudo foi um erro? Um erro? Desde quando sou um
a este ponto.
mesmo tempo, fingir para mim mesmo que não estou incomodado, o
que é a mais célebre das mentiras.
notando que pela milésima vez disse o que não devia. Então ela
nível de intimidade com a minha filha? Como não percebi isso? Não
que seja errado, mas... remexo-me na cadeira, um pouco
incomodado.
que sente pela Alisa. Mina ama a minha filha, não pode ser mentira,
princesa. Entende que ser babá é quase como uma mãe, e agora
revelando seu lado maduro que tanto vai contra a pouca idade de
vida.
Quem é ela? Por que, sem perceber, está se aprofundando
tanto em minha vida? Pela primeira vez em muitos anos, Mina está
me fazendo me sentir o polo vulnerável dessa “relação”, mas não
com tudo o que aconteceu aqui, diante de mim e dos meus olhos.
Não sei mais o que pensar, não sei o que fazer, fico assim o resto
do dia, tonto, bobo e incompreensível.
— Não é isso, é que não lembro de você falar sobre Maite com
a Rayka.
— Diferente como?
muitas coisas legais, nós somos amigas de coração. Queria que ela
morasse conosco — me fita, sugestiva. O quê?
— Desculpe, papai.
estou irritado, vendo seu sorriso nascer outra vez, o que me derrete
por dentro —, é verdade que disse a Mina que a amava? — estou
curioso.
— Só se você quisesse.
atenção da juventude que passa ao nosso redor, deve ser pelo fato
de estarmos de terno.
nos leva até a sala dele, no último andar de um dos edifícios que
afasta, nos deixando a sós. Faço um sinal para que meu motorista
mãos, assinto com a cabeça, notando que a mulher espera por uma
resposta que não vem —, ah..., vou deixá-los à vontade, depois
apenas com uma mão, dando visão para o colete da mesma cor, a
gravata por dentro e a camisa branca de algodão egípcio ao fundo.
Impecável.
Afirmo que está tudo bem, mas que não vim falar sobre isso.
“Esteban”.
gravata de seda.
tipo.
— Mas não deve, sabe que não tem culpa de nada. Com o
o papai. Ele sim, tem culpa do nosso irmão ser desse jeito, de ter
mais correto.
Franzo o cenho.
depois, sou levado até o refeitório da instituição, que por sinal está
lotado de alunos e docentes. É um espaço bonito, climatizado e
respondendo:
pedidos.
nossos pais?
teimoso e tolo.
cabeça, sério.
aos nossos pés. As duas jovens que falaram com Mateo segundos
antes, estão paradas mais atrás, sorrindo com deboche da coitada
no chão. Que ridículo.
querer.
de pé.
senta.
respirar.
Está quase insuportável ter que fingir que não tenho uma
ser tocado no ombro por Joaquin, que está sentado ao meu lado.
um milagre.
— Patrão?
estar com elas, peço para que Diogo me leve para um encontro,
farei uma surpresa. Envio uma mensagem a Joaquin apenas
quando já estou dentro do carro em movimento, inventando uma
cara, enraivecida. Mas quem ela pensa que é?! — Estou aqui há
mais de dois meses e pode apostar que já conheço a sua filha muito
melhor que você, que não tira tempo algum para ela, só vive
trabalhando, trabalhando e trabalhando! Isso é importante? É! Mas
não mais que a Alisa, que é sangue do seu sangue, uma garota
meiga, doce e gentil que só quer ser amada e compreendida!
tratou a mim e a Alisa daquele jeito? Será que não vê que ela é só
uma criança e que eu não tive culpa de nada?! Como podia
por mais ínfima que fosse, não daria certo. Quis apenas ajudar,
pode ser, mas como pai e patrão ainda tem muito a aprender.
Penso que a Alisa não pode me ver, isso seria terrível, eu não
pensando no que fazer. Não posso olhar para trás agora, não dá. O
que fiz? Teria que ser sincera, e isso iria lhe destruir.
é tarde demais.
aconteceu.
contendo um soluço.
trabalharia de babá para ele como uma forma de pagar a grana alta
que ele te emprestou, que não vi isso com bons olhos, tive a
sensação que não ia dar certo e achei até que durou mais do que eu
esperava.
nunca ninguém fez o que ele fez por mim, e ainda sem me
conhecer. Quis recompensá-lo, queria pagá-lo, pois o combinado foi
que não me daria o dinheiro de graça, porém... também tive medo
quando entrei naquela casa, quando me tornei a babá da menina.
Mas com o tempo ele se mostrou respeitoso, provou que sabia
— Vai dar tudo certo, minha amiga você vai ver. Deus não vai
Ele jamais vai encontrar um ser tão iluminado como você. E agora
— comento.
para prosseguir. Por mais que esteja em cacos por dentro, preciso
reunir energias para pôr a minha cabeça no lugar, em ordem, voltar
força, preocupadas.
pé.
o fisioterapeuta.
— Você se lembra?
— Sim.
— É levantar — completo.
desanimada.
Horas mais tarde, já de noite, após sair do banho, surpreendo-
mas não posso. Pelo menos não agora. Preciso esquecê-los o mais
ouvir dona Isabel neste momento tão recente, saber que a Alisa está
qualquer, não dá para esquecer. Por mais que a minha vontade seja
continuar com a menina, não vejo mais como fazer isso com essa
tensão terrível entre eu e o pai dela, e com tudo que cuspi em cima
dele.
sono.
testa quando ouço alguém bater na porta. Quem será? Olho a hora
Toc, toc!
sozinha, sem defesa alguma a não ser esta lâmina em minha mão.
Quem são estes sujeitos e o que querem? Ao insistirem batendo
outra vez, decido perguntar:
Fico em choque.
amedrontada.
problema.
— Que... problema?
— Por favor, abra a porta para conversarmos — sua voz é
mansa, educada, porém o espanhol é estranho, tem um sotaque
diferente, como se eu já tivesse ouvido antes, parece turco.
um jeito... ou de outro.
Antes que ele termine, acerto uma joelhada bem no meio das
Não sei o que está acontecendo, não entendo por que ele está
agindo assim, nem mesmo este abraço, só sei que parece ser o que
mais preciso agora. Meu peito até volta ao ritmo normal, relaxo com
seu perfume, com seu colo. Por que ele mexe tanto assim comigo?
“É a Alisa”
presença.
remédios que não fizeram efeito. O dia foi passando e resolvi por
bem avisar o doutor Alejandro, pois o quadro da pequena piorou, ela
delirava e chamava por você. Novamente o médico veio e nada,
disse que não era caso de internação, que poderia ser febre
emocional — conta a mulher.
falar disso.
olhar aflito —, se não melhorar até amanhã então teremos que levá-
la ao hospital, mas como chamava por você, o doutor Alejandro não
quis esperar.
“Chame por ela, tente fazer com que ela saiba que está aqui.
Por favor. ”
acariciando sua palma. Estou aqui, Alisa, estou aqui com você, meu
amor. Não precisa mais sofrer, estou contigo.
coração.
— Eu voltei, estou aqui. Vai dar tudo certo, você ficará boa
logo, logo — beijo, lhe faço carinho, tento não demonstrar o quanto
— Já fiz isso.
com cuidado, ela está mole —, vamos tomar um banho, meu amor?
Vamos?
na verdade é o contrário.
ocorreu hoje, parece ter sido coisa demais para um dia só. Quando
por fim retorno para o quarto, visto a menina com um novo pijama,
dispensando Isabel:
embora.
Estou com medo de voltar para casa, mas aqui também não é o
meu lar. Não sei o que fazer, não tenho para onde ir e nem quem
me proteja. Depois que papai se foi, sempre tive que me proteger
sozinha.
As horas passam, pego o termômetro e meço a temperatura
será quando a Alisa acordar, não conversei nada com o pai dela e
realmente não acho que estender a minha presença aqui seja a
melhor opção.
prolongá-la. É muito difícil, mas além de tudo isso tem eu, tem toda
essa responsabilidade sobre as minhas costas e a personalidade
forte de seu pai. Como poderemos conviver depois de tudo o que
antes havia falado tanto quanto agora, nada do que me disse algum
dia se compara ao que disse segundos atrás. Foi tão forte, que nem
mesmo consigo raciocinar direito, estou demorando a processar as
informações.
com ela, rebater todas as porcarias que me disse, mostrar a ela com
quem está lidando, provar que não sou qualquer um! Jamais lhe dei
saiu assim?! — Isabel está atônita, com certeza deve ter escutado a
discussão.
gritando, implorando para que ela fique, para que não a deixe, então
espremendo o meu cérebro com força total. Que tipo de pai eu sou?
Que tipo de homem sou? Minha filha não pode deixar de me amar,
não pode!
minha vida. Meu corpo está todo molhado sob o terno, de uma
forma que chega a incomodar. Levo longos minutos até conseguir
me sentir forte novamente para me erguer.
Caminho devagar, passo a passo até o andar superior,
segurando no corrimão da escada temendo cair, mas consigo
chegar no corredor encontrando Isabel que sai do quarto da minha
de nada agora.
coisas que ela disse foram da boca pra fora. Ficarei de olho nela até
Ergo a mão para ele, pedindo que pare e para que saia.
quero conversar...
Bato na mesa, impaciente, mirando-o com ódio.
Agora.
perturbá-lo. O médico veio aqui, disse que não era nada demais e
senhorita Pacheco.
Isabel, aflita. Troco olhares com ela —, será que não é melhor
repentina não tiver abaixado até lá, então é caso de internação. Não
outra vez.
— Professora Mina...
psicológica? ”
saída.
— Posso ligar para Mina? — pergunta, miro-a e nego com a
com a Alisa.
“Ela virá? ”
que eles tentam arrombar, que querem invadir. Eles notam a minha
presença e um deles vem para cima de mim, agredindo-me.
Iniciamos uma briga trocando socos.
quero que a toquem, que a façam mal. Ela é apenas uma pobre
garota indefesa e precisa de proteção. Fito seu lindo rosto, tão
delicado, os olhos brilhando das lágrimas, a pureza, a inocência e o
perturbavam, mas ela é grossa, deixando claro que não tenho nada
a ver com isso. Seu comportamento petulante e sua resposta
corrosiva me desagradam, quero apenas ajudá-la, porém decido
compreensão e a razão.
orelha, um choque. Não posso mais perdê-la, sinto que ainda está
machucada e não posso permitir que se vá. Quero mudar pela a
Alisa, mas preciso de ajuda.
Além disso, não posso permitir que Mina retorne para aquela
casa frágil e sem proteção, que fique à mercê de bandidos ou seja
lá o que aqueles homens sejam. Ela não tem ninguém, está
sozinha, eu não suportaria saber que algo lhe aconteceu por falta de
atitude minha. Só que essa espanholinha é teimosa, sei que não
devo insistir para ela ficar por esta via, pois não vai dar certo.
colocando para fora toda essa dor que causei, estes sentimentos!
— Aham.
mais dor.
— Bom dia, professora Mina! Que bom que voltou! Que bom
que está aqui! Senti tanto a sua falta!! — fala como se tivesse ficado
um mês sem ver a babá.
melhor? Vejo que não há mais febre! — Mina sorri, trocando olhares
comigo, tentando arrumar o cabelo, tímida por eu estar olhando-a
em um momento tão íntimo. Só que estou adorando tudo isso.
ninguém, entendeu?
escola. Chega de ficar enfurnada neste quarto, você tem que voltar
à rotina.
— Ah não, não quero tomar banho! Quero ficar aqui com vocês
para sempre!
Fito Mina, que sorri esperta, não me dando outra opção. Então
lembro que pedi a ela para me ensinar a ser um pai melhor, e pelo
visto quer começar desde agora! Assinto, fazendo a minha pequena
feliz, em poucos minutos estamos os três no banheiro.
Aos poucos, a babá vai me ensinando como fazer, não sei até
magia dela.
— Pois é! Ele até me deu banho hoje! Acredita?!
— Meu Deus, o que será que aconteceu com o seu pai, Alisa?
— Não sei. Só sei que estou gostando muito deste meu novo
paizão!
Consigo sentir isso com tanta força agora, muito mais do que
antes. É diferente, tem algo a mais, algo especial que ainda não sei
intitular.
a sua professora.
— Nossa, ela nunca foi para a aula tão feliz assim. O senhor
não imagina o bem que está fazendo a sua filha — confessa Mina,
sorrindo para mim.
morena com os olhos. Ela tenta disfarçar, tenta olhar pela janela,
mas também é derrotada pelo desejo, fitando-me como se eu fosse
o fruto mais saboroso do mundo.
nossos lábios se unem. Fecho os olhos, sua carne é tão macia, tão
singela, tão gostosa. O toque começa lento... intenso... profundo!
Gradativamente vai se aperfeiçoando, se tornando algo maior, se
gemidinho que faz o meu membro pulsar, com a outra aperta sua
coxa sobre a calça jeans, maldito jeans!
pondo a massa grossa e parruda para o lado, para que fique mais
disfarçado. A bailarina fica ainda mais vermelha, chega a fechar os
olhos, demonstrando sua pureza que me encanta demais.
Por fim, acaricio o seu rosto com a outra mão, e saio do carro,
impressionado por ela dessa vez não ter se posto a tagarelar sem
freios. Se bem que, quando brincamos no sofá, também não
dissemos nada um ao outro na hora, só depois. Pelo visto não
queremos palavras nestes momentos quentes, apenas o silêncio e
os seus gemidos. Que gemidos!
quero saber onde vai dar, não quero pensar no futuro, só o presente
é suficiente no momento.
Não sei mais quem sou, não sei que caminho foi esse que
de normalidade.
claro que sim. Sim — estou nervosa. Ele me fita confuso, erguendo
— Ah, Mina, estou tão feliz que depois de toda essa confusão
sua voz há uma leve, mas bem leve ironia, como se desconfiasse de
algo.
— Deve ser por causa da Alisa, ela curou afinal — tento mudar
o foco dessa conversa.
ficaria se não fosse a nossa conversa. Enfim... acho que está tudo
bem agora.
— E espero que fique assim. A sua chegada nesta casa está
— E saiba que tem meu total apoio. O bem sempre deve ser
um banho.
Estou com medo de voltar lá, pelo menos sozinha. Mas não
Pela primeira vez ele quebrou a sua barreira fria, forte e gélida
que o separava das outras pessoas, se tornando vulnerável diante
de mim, se abrindo, pondo pra fora um pouco de si, um pouco do
goste.
ideia, apesar de ser muito... muito encantador!! Não quero que ele
celular.
Gostou do presente?
Já sabe a resposta.
não quero que saia hoje, a não ser com Diogo para buscar a
resolver.
pai se envolvia com gente pesada, não sei quem possa ser, mas sei
que é o certo a se fazer. Respiro fundo e digito:
— Turco — completo.
a muita gente.
tê-la levado. Ela pede para tomarmos sorvete, mas não permito,
seguimos direto para casa como o chefe pediu, não quero contrariá-
lo agora e ele tem razão, posso estar em perigo.
A cada hora do dia que passa, fico mais ansiosa por sua
neste apartamento.
como se uma força nos puxasse para mais perto um do outro. Foi
assim que aconteceu dentro do carro. Estou pensando no que dizer,
no que falar, mas nada vem à mente. Fico o dia inteiro com tudo
isso na cabeça, com o sabor do beijo de Alejandro na boca. Foi um
sonho, foi intenso e matador.
Tudo bem.
meu corpo, que cola ao seu que é quente, ardente. Tenho que me
erguer um pouco na ponta dos pés para poder ficar proporcional ao
fogoso, libidinoso.
me deixará para trás, mas não, ele pega novamente seu copo e
captura minha mão, guiando-me até o sofá mais próximo, onde
sentamos lado a lado. Ele bebe o que sobrou do single malt, pega o
celular sob a mesinha de centro onde há uma espécie de lanterna
de luz amarela, um abajur lindo, iluminando o ambiente que, por
você”
paro outra vez, vendo-o jogar a cabeça para trás e fechar os olhos,
como quem acertou o gol na trave, sem poder prosseguir.
colo, voltando a ficar do seu lado. Ele pega o celular e envia uma
mensagem:
Eu notei que você era pura, mas não imaginei que fosse
tanto.
aqui?
“Eu lembro”
não foi nada fácil no começo. Tudo ficou ainda pior porque a partida
do meu pai arrasou com o psicológico da minha mãe, fazendo-a
encontrar saída no álcool.
Não consigo mais aguentar, o pranto vem silencioso, doloroso
e pesado. A mente recordando tantos momentos difíceis. Suspiro e
continuo
— Tive que aprender a ser a mãe da minha mãe, tive que abrir
mão dos meus sonhos, aprender a trabalhar duro como diarista,
como assistente da minha antiga professora de balé... mas
consegui tocar, a minha mão ainda anseia por mais disso, estar
Com ela é diferente. Preciso ter calma, não posso agir como
um garoto ansioso e faminto, por mais que essa seja a minha
ego, sim, isso é inevitável, pois está claro que fui escolhido por ela,
Preciso saber equilibrar e dividir o meu tempo para poder ter mais
Bolt que será neste final de semana. O relógio está pronto para ser
mostrado ao mundo, a equipe de marketing já vem agitando a
dele.
baile anual da empresa? Será aquela por quem ele diz estar
atraído? Ou será que vai sozinho como faz há seis anos?
mensagem:
Só ela?
Eu também.
novidade.
Pergunto em sinais.
estão dizendo que o senhor não vai, porque nunca o viram por lá
nas reuniões de pais e mestres! Mas eu disse a elas que o senhor
foi me levar ontem a escola, só que não acreditaram!
ansioso.
intervém.
— Tudo bem — ela não fica muito satisfeita, mas não posso
assim??
quê?
puxa assunto:
morena sempre tem uma carta na manga para lidar com minha filha
atenção.
a presença da mulher.
tem que sobreviver, garota. Viver na sarjeta não deve ser fácil.
eu gosto.
cuidado. Essa fedelha não vale nada! Nem ela e nem a mãe!
Quem não vale nada é... — Ela mira a Alisa e a mim, se calando —,
não vou falar o que você merece ouvir em respeito ao meu chefe e à
murmura:
para resolver, mas ainda ficam coisas para encerrar depois. Encho a
longo banho. Durante o jantar, noto que Mina ainda está afetada
com o que aconteceu mais cedo, ela já não irradia tanto quanto
costuma irradiar, está mais contida.
repousando sobre meu ombro, coisa que até me faz pensar por um
mãe, da minha família. Mas isso tudo acabou quando não suportei
mais e falei o que não devia, nós brigamos, ela não só me demitiu,
Ela tem razão, sei muito bem o que é estar sob a maldade de
outras pessoas. Beijo sua cabeça, acariciando seu rosto
simultaneamente. Mina ergue a face rumo à minha e começa a me
acompanhar, ou...
frente:
curiosa.
mirando o nada. Ela nem nota que ora se refere a mim como você e
outrora como senhor —, acho que há certos limites que não
devemos ultrapassar.
Pode ser?
— Hmmm, mas vai dar na mesma, o senhor estará gastando
de toda forma.
rumo à casa dos meus pais, decido correr perigo e visitar o quarto
da babá. Ela mal abre a porta e eu entro como um trovão,
pungente contra a sua bocetinha. Ela está outra vez de vestido, que
se ergue com a posição em que está desnudando as suas coxas
Olho-a nos olhos, sabendo que está certa, desço ela, pondo-a
de volta no chão, louco para fodê-la fortemente! Não sei mais por
vontade.
Ponho o mastro para fora e levo a sua mão para ele outra vez,
contornando-a em volta do corpo que pega fogo, a ponta babada do
pré-gozo. Miro Mina nos olhos, ela está bastante excitada, mas
instante, fazendo-a escorregar por meu pau com mais atitude, com
ainda mais força.
péssima atriz.
lá embaixo e...
partindo.
rindo... — diz como se não pudesse acreditar. Volto a ficar sério, seu
comentário me deixa tímido —, o senhor pode sorrir... o seu sorriso
é lindo — levanta e se aproxima, impressionada como se houvesse
acontecido um milagre.
noite, na festa.
para isso.
achou graciosa.
novo texto:
flashes que faltam me cegar. Odeio isso, mas não estou imune.
Caminho pelo tapete vermelho, ultrapassando a euforia dos
repórteres da imprensa. Identifico-me aos seguranças e entro no
longo corredor desenhado pelo tapete vermelho.
— Não pode ser... Um homem como você não iria passar esta
da Javier, no sábado.
Tento negar, tento evitar que Alejandro faça mais gastos
primeira vez. Mal consigo falar quando sou jogada contra a parede e
as suas mãos me pegam com força. Nossos lábios se misturam com
mordido.
está cada dia mais difícil de resistir. Sou posta no chão, contudo, os
mais atitude, fazendo-o vibrar, arfar, chego a pensar que vai emitir
algum som, quando ouvimos a dona Isabel bater na porta, fico
Mas por fim, ela vai embora e, para a minha mais sublime
surpresa, consigo arrancar um largo e belo sorriso do CEO. Fico
noite, na festa.
— Alejandro, espere... — tento me desculpar ou entender o
que fiz para que fuja assim, mas não dá tempo, ele some de vista
em milésimos de segundos.
enquanto descemos.
amigos. Sei que é uma boa menina, jamais irei te julgar — fala,
compassivo e cuidadoso, me deixando imensamente aliviada.
Suspiro, sorrindo:
prosseguimos viagem.
por fim sigo para o salão de beleza, onde faço depilação corporal,
volumosos que eu já vi! Mas que tal darmos uma mudada para
hoje? Acho que se alisarmos, a senhorita ficará com uma cara nova
— Ah, não sei... gosto tanto dos meus cachos como são — fico
em dúvida.
que você molhar, volta tudo ao normal, mas se não quiser, tudo
bem.
pessoa.
— Muito obrigada!
— comenta.
— Oh, com certeza sim, ainda mais que a mim, pode acreditar.
pela imprensa.
alto.
para mim.
ALEJANDRO JAVIER
— Ele, como o senhor sabe, não está bem de saúde, por isso
interesse por mim. Coitada... por dois motivos, não estar valorizando
o grande homem que a acompanha, e porque não estou nem aí
para ela.
ajuda, sabemos que não é bom dizer que é a babá da Alisa. Tomo a
frente da situação e digo em símbolos que ela é bailarina, o que não
é uma mentira.
esperar e se adianta:
— Prazer senhorita, me chamo Joaquin, sou o intérprete deste
— Prazer.
também.
— Eu não bebo.
escutá-la.
— Que legal.
receptiva.
educadamente.
enraivecido.
decepcionado.
Não sei o que fazer, agora percebo que posso estar levando-a
rumo a um poço profundo, sujo e cheio de trevas. Nego outra vez,
tentando lhe dar as cosas, mas Mina segura meu braço, me
puxando.
leve receio.
para mim.
ainda estou com receio de na hora agá ela desistir, mas a fome e a
sede que sinto me impulsionam a seguir em frente, sem
desejos.
habita dentro de mim e ter paciência para não a assustar, para fazer
beldade, uma deusa que desceu do céu e veio para mim, só para
delirando, os dois tomados por este poder sexual que é maior que
tudo.
curiosidade.
um olhar matador que vou levá-la ao extremo, mas sinto que serei
levado ao extremo também. Fico de joelhos, deixando-a
enfeitiça.
aroma doce e mil vezes mais forte do que aquele que ficou em
minha mão quando a toquei pela primeira vez.
Afasto o rosto por um momento e aspiro todo este odor, me
me e satisfazendo-a.
limite.
Saio do seu corpo e uso a mão direita para instigar seu clitóris
umbigo.
usando seu gozo para lubrificar meu pau. Repito o ato após estar
protegido, sei que precisarei estar o mais liso possível para
deixando louco!!
Empurro mais, penetrando-lhe com muita dificuldade, as suas
quente chegar, presumo que seja sangue. Está tudo muito especial
da insanidade!
Quero fazer mais, ir além. Desgrudo os nossos corpos, ficando
de joelhos, passando os antebraços abaixo das coxas dela,
espalmando as suas nádegas e golpeando-a com mais liberdade e
ainda resvalo por sua pele até sua gruta outra vez, imparável,
mamando do seu último gozo enquanto me masturbo, percebendo
que posso explodir novamente.
durante o sexo.
— Adoraria ouvir sua voz. Sei que pode falar, estudei sobre o
seu problema — chamo sua atenção, parece surpreso, sério,
aqui! — digo, morrendo de medo, mas tento controlar para poder lhe
passar segurança. O homem leva longos segundos para voltar a si,
muito forte quando a ponta da sua língua toca o meu orifício anal,
me arrepiando inteira.
acontecido.
ela, percebendo que não está mais aqui. Para onde foi? Sento-me,
procurando-a ao redor, tentando ouvi-la em algum canto do quarto,
mas nada.
meio confuso até cair em mim e lembrar que Mina nunca faz as
coisas como a maioria das outras. Nunca dormi com ninguém aqui,
mas ainda teimo em pensar pela teoria do senso comum. Fora ela, a
única que já acordou comigo foi Maite, mas não foi neste quarto. O
engraçado é que, o fato dela não fazer exatamente o esperado é o
coisa, apenas pelo corpo dela, por nossa conjunção carnal que
durou horas.
ela me fez gemer. Creio que como estou há muito tempo no silêncio,
até gemer na cama para mim era algo raro, sempre fiz a minha
do espaço e lembro de nós dois ali, tomando banho ontem após nos
sujarmos com o sexo primoroso que tivemos. Sua revelação de que
sente vontade de ouvir a minha voz e de que já estudou sobre o
antes dela vir parar aqui, ela também pesquisou sobre mim, sabe
coisas e preciso descobrir o quanto. A internet é para sempre, e
tenhamos lutado para ocultar, pode ter ficado por lá. Talvez, algum
cai bem, mas que já era esperado, uma foto de revista de fofoca
certeza de que estou certo. Não que isso seja algo condenável, só
que, por consideração a mim que sou seu amigo e irmão de Luna,
deveria ter me contado.
Mina antes de descer, querendo descobrir onde está, mas não sou
respondido. Também não forço, não tento entrar. Tudo é silêncio,
algo incomum por aqui, talvez pela ausência da minha filha. Desço
as escadas, sentindo falta da governanta também. Ouço sons da
sala de refeições, seguindo para lá e encontrando a morena,
— Bom dia!
que leio. Então quer dizer que estamos sozinhos? Isso é bom, evita
um dia inteiro com restrições por ter outras pessoas conosco.
sabia se gostava, fiz café com leite também, e torradas, caso... para
que tivesse mais opções.
— Ah, que bom então. Vamos começar? Não sei você, mas
estou morrendo de fome — ela senta e passa a se servir. Sei porque
ambos estamos tão famintos, foi devido à noite longa e com grande
gasto de energia que tivemos, mas prefiro não informar isso a ela.
deixando contente.
— Ah, que bom que gostou. Minha mãe sempre disse que isso
é uma bomba calórica, mas fazer o quê se somos espanhóis? Adoro
mesmo!
minha vida. Admito que não foi nada fácil, pois eu era acostumada a
ser servida como você é, sabe? Mas com a ajuda de muitos vídeos
na internet, não passei fome — gargalha, encarando tudo pelo lado
positivo.
jamais acreditaria.
Espero ela perguntar mais, mas não o faz. Aproveito para tocar
em outro assunto:
“Ontem você disse que estudou sobre o meu problema. Por
quê? ”
É um transtorno, não é?
Assinto, sério.
falar com as demais pessoas, não pode? Sei que... não é simples
assim, que é como se a sua voz bloqueasse contra a sua vontade,
cansei”
não ser ouvido? Não usar uma voz que está aí dentro de você? Não
chega a ser sufocante todo este silêncio? — dispara, são várias
interrogações que me levam ao desconforto. Toda vez que tocam
fitando e diz:
o que passei e ninguém pode me julgar. Mina não fez isso, mas já
deixou claro o que pensa.
sempre, me conquistando.
Não vejo mal nisso, então abro os lábios, permitindo que ela
— Ah, ela sempre falou muito deles desde que cheguei aqui.
Foi por isso que acabei confundindo naquele dia e... — sua voz
falha, lembrando do episódio do Eduardo —, enfim, você sabe —
gente. Fico ainda levado pelo senso comum, esperando que Mina
“Eu te ajudo”
— Oh, não precisa, posso cuidar disso sozinha — me
pratos.
— Já que está aqui e com tão boa vontade, não vou mais
ouvindo-a cantarolar lindamente, até isso ela faz bem. Meu Deus. E
não sente a menor vergonha por estar na minha frente, sorri a todo
faminto dos pés à cabeça, vendo a curva dos seus quadris, da sua
bunda, dos seios, tudo bem contornado na roupa. Após todo este
mãos.
assim que ela se expressa acerca de sexo, tudo bem. Acho uma
graça, notando que apesar da mulher forte que é, ainda há a menina
ainda está com aquela ideia de ser um pai melhor para a Alisa?
cinema. Ela está com bastante vontade de assistir um filme que está
estreando, e como o senhor estragou o encontro com o Lorenzo...
por favor, vai ser legal — insiste, então assinto outra vez, Mina me
também!
— Ah, que loucura, não podíamos ter ficado aqui, vai que dona
Isabel surge e nos pega no flagra — diz, levantando. Tento puxá-la
ou outra dou alguma opinião, até porque se ela for esperar a minha
manifestação sobre cada coisa que diz, não evoluiremos nunca.
pela boceta dela parece não ter limites, e transamos até meu pau
doer e não ter mais sêmen para derramar.
com ela, mas hoje tomei mais cuidado, temendo machucá-la, porém
não aconteceu. Cada vez que experimento do seu corpo, tenho
vontade de comê-la muito mais. Além disso, gosto de vê-la reagindo
— É claro que pode, e mesmo que não seja nada sério, não
faz mal conhecê-la. Juro que será sem compromisso algum, não
“Vou pensar”
Aproveito para enviar uma mensagem à minha irmã, já que ela está
com o celular na mão:
casa.
recebe amorosamente.
— exclama vibrante.
— É mesmo?! Então vamos levar as suas coisas para o
quarto, pois quero saber de tudo! Tudo!
leve.
Decido não dormir junto com elas, para não criar expectativas
em Alisa, porque por mais que ela seja inteligente e já tenha sacado
não é?
— Sei que está me odiando por não ter contado nada, mas ela
implorou para não falar. Eu também fiquei com medo de você... por
algum motivo, se afastar de mim.
tivemos e... ela tentou voltar depois que me abri para você, disse
que estava arrependida, sempre diz a mesma coisa, só que dessa
vez, neguei. Não quero mais aquilo para mim, a sensação de estar
vendo uma pessoa que gosta de se auto boicotar e não poder fazer
nada.
muito bem. Após jantar com elas, vou para o quarto e me isolo,
tomando remédio para a dor de cabeça que se abate sobre mim.
Durmo cedo e acordo mais cedo ainda. Vou para a Javier sem vê-
Tem certeza?
Mas é claro!
coração de gelo aqui? Mina pode ser inocente, mas não tem nada
de boba. Isso me instiga, faz dela um desafio, e adoro ser
desafiado. Estou cansado para discutir, então prefiro ir pelo caminho
Javier. A cada vez que ele me possuía, descobria algo novo, uma
forma de prazer específica, pontos sensíveis do meu corpo. Pela
primeira vez na vida, sinto que estou realmente me conhecendo de
sim, por favor! Vi a foto dos dois no baile e não adianta negar! — O
— brinco.
pudesse nos escutar agora. —, mas desde que você veio para cá
— Não é graças a mim, meu amor. É por você, ele quer ser um
acompanhei no evento.
— Ah, que droga! — reclama bastante irritada, mudando da
— Olha a língua...
algum, estamos apenas fazendo amor. Espero saber lidar com isso,
sou bastante paranoica e qualquer coisa pode me fazer entrar no
modo defensivo.
Como se estivesse prevendo o futuro, no dia seguinte, como
decido também não enviar, apesar de ter muita vontade e mirar seu
contato no celular de vez em quando.
iludi.
Nós não temos nada, foi só sexo, apenas. É muito difícil para
uma pessoa tão sentimental como eu lidar com isso, mas fiz
sabendo que poderia acontecer, já que Alejandro não é o jardineiro.
Ele não vai cuidar de mim como uma flor que sou, não vai me amar,
ela criou do meu pai, e que foi destruída com a sua morte e as
descobertas que vieram desde então. Seu erro foi, se apegar a um
Amo o meu pai, como pai ele era excelente, mas como marido
que minha mãe não veja por este lado. Ela esqueceu o que ele fez
de ruim e só lembrou do amor, mas não consigo ser assim.
quiser, por isso não devo me iludir, por isso tenho que me
resguardar dos sentimentos, os quais já sei que sinto em seu favor.
Depois que a menina cai em sono profundo, sigo para seu cômodo
Já faz um tempo que não vou, que não assisto um filme, não tenho
este tipo de lazer e estou feliz com a ideia. Recebo uma mensagem
de Alejandro afirmando para irmos na frente com Diogo, pois ele nos
acho estranho.
o telefone na orelha.
— Oi, Mina. Obrigado pelo convite, encontro vocês lá. Até mais
presença dele.
— Sim — respondo.
— Mas de que isso importa? Não foi você que deu a ideia? Por
isso ela o chamou e estamos todos felizes que está aqui — miro
Alejandro, que pode estar tudo, menos feliz. Será que está com
ciúmes? Não pode ser, só posso estar ficando louca, mas esta ideia
me dá vontade de rir, porém, me seguro. Ficamos todos calados,
separando.
Linda, é?
Não consigo segurar, e rio assim que leio.
Alejandro lê e responde:
OH NÃO!
fingindo descaradamente.
A ideia parece dar certo, pois Lorenzo não faz mais menção de
com o texto:
de Lorenzo, que vai embora triste, como quem não cumpriu com a
missão da noite. Ao chegarmos em casa, a Alisa está saltitando de
alegria e afirma:
descanso.
atrás deles, penso em ir para o meu quarto, mas tenho uma ideia
melhor e subo para o terraço, onde encontro a piscina de luzes
acesas e aquecida, o vapor subindo, deixando-a linda sob o céu
escuro. Fico passeando ao redor dela, sorrindo, sentando na beira e
Respondo:
No terraço, o esperando.
com vergonha de não sei quem, talvez pelo fato de estar ao ar livre.
convencendo-o.
bunda, roçando.
mordem meu lábio inferior, a barba esfrega contra meu pescoço. Ele
me tira a sanidade, gradativamente vai me deixando louca. Um
punhado do meu cabelo é puxado para trás, fazendo minha cabeça
fechando em rapidez.
coisa.
Não é ciúmes, claro que não. A questão é que era para ser ela,
a Alisa e eu, um programa entre nós três, este tolo não tinha que
aparecer. A audácia dele me surpreendeu, nem a minha presença o
encheu de orgulho.
Mas tudo isso, de certa forma, abriu os meus olhos. Mina é
que ela será abordada sempre que eu não estive por perto, pois é
muito atraente, tanto física quanto psiquicamente, e fiquei longe por
alguns dias, foram poucos, mas o suficiente para dar espaço para
aquele abutre.
piscina.
Mas que danadinha... quem diria.... Sou convidado a entrar na
água e, tomado pelo desejo, vou ao seu encontro. Não demora para
que está totalmente sem forças, decido lhe dar esse descanso e
apenas descanso junto, pois também estou exausto, preciso desse
conforto.
franzo as sobrancelhas.
— Papai! Papai?!
levanta, surpresa com o fato, mas não diz nada, apenas corre,
sumindo de vista.
Destranco a porta, encontrando minha pequena.
enquanto Mina foge de volta para o seu cômodo. Troco olhares com
Só nós dois?
Só nós dois.
— Sim, amanhã.
Nego com a cabeça. Não vai não, isso não tem cabimento,
será um jantar sem pressão ou que irá nos encarar apenas como
— Vai sim, não me faça essa desfeita outra vez ou irei jantar lá
Respondo:
Está demitido.
celular após isso. Espero alguns minutos, vejo a morena saindo pela
melhor.
ficaremos a sós e com total liberdade, sem medo de alguém nos ver.
Além disso, também estou livre apenas final de semana”
“Tem certeza? “
corporal, está dividida. Quer estar comigo, mas também com a mãe.
— Mas, e a Alisa?
mais requinte, como, na minha visão, merece estar. Só que ela não
precisa saber disso, senão vai bater de frente. Já conheço a
personalidade dessa garota tinhosa, ela tem tanto medo que eu
pense que é uma aproveitadora, que acaba por não se permitir
viver.
Zara à Chanel.
fez e insiste em uma segunda chance, que não pode perder este
emprego, que depende dele e tudo mais, mas não lhe dou atenção.
outra rua, descemos e a guio de mãos dadas até uma discreta, mas
refinada loja de sex shop, coisa que Mina só percebe quando
entramos.
— Isso é... o que estou pensando? — pergunta boquiaberta,
observando assustada os objetos eróticos por toda parte como se
eles fossem extraterrestres. Assinto com a cabeça, saliente,
aluna da sacanagem.
vista que já estou doido para comer o seu cuzinho. Mina finalmente
se sente mais confortável quando chega na sessão de lingeries, e
se afasta com a vendedora para experimentar alguns no provador.
por satisfeito.
Mina, você nem imagina o quanto ainda tenho para lhe oferecer.
gostoso.
estão sobre a poltrona. Ela suspira, e vira-se para mim outra vez —
É perfeito! Quando me disse que queria me levar a um lugar
especial, nem de longe imaginei isso aqui! — gargalha abraçando-
me. Aproveito para pressioná-la contra meu corpo e lhe dar um beijo
longo, sôfrego, com uma vontade enorme de possuí-la aqui.
Os seus lábios se desgrudam dos meus quando perdem o ar.
que foi adquirida pelo bondoso doutor Alejandro. Quando ele veio
aqui a primeira vez, lhe contamos a nossa história e o quanto esta
propriedade tinha um grande valor sentimental para nós, pois é
passaram, pois vivi algo muito parecido. Não querem se juntar a nós
para comer? — Ela me fita neste momento, avaliando se não
proibirei seu pedido, mas não reajo, apenas continuo almoçando —
fazem de muito bom gosto, tendo em vista que é uma surpresa para
a minha acompanhante, da qual já gostam bastante.
sonolenta.
beijando rapidamente.
— Ficarei louca com todo esse mistério — sorri, lindamente —,
indicador, os surpreendendo.
um chalé aqui perto, que mandei construir para eles para quando eu
viesse.
vai dar tudo isso, e nem quero saber. Apenas prefiro viver e
aproveitar.
Desde que a levei para a cama, sou movido por uma vontade
maior, algo inexplicável. A cada dia que passa, fica mais evidente
que não era algo de momento, não era simplesmente uma sede que
enlouquecer.
É claro que tenho medo, fui sincero quando disse que temia
não conseguir mais ficar sem ela, e isso é verdade, tendo em vista
que ando me comportando muito diferente. Mina é a primeira mulher
Busco todo o meu autocontrole para não partir para cima dela
ela.
garota é ousada.
correto e diz:
mensagem:
achei que ela não iria lembrar mais disso. Merda — Conseguiu se
escutar naquela hora? Até a Alisa escutou! Foi lindo, o som rouco...
Digo em símbolos:
“Mas dói”
impotência ou com o fato dela ter comentado sobre isso. Não era
adorar. A propósito, adorei saber o que fez por ela e pelo marido.
Você tem um coração gigante Alejandro, te admiro muito por isso.
Fico contente com as suas palavras. Não faço essas coisas de
não vivo algo tão... sublime assim, e... — sua voz falha, os olhos
bebida, é claro que não vou lhe dar uísque, é muito forte, então que
seja o vinho. Ela suspira, me excitando, com a boca molhada,
cintilando.
satisfeito por lhe proporcionar este prazer —, por que não bebe
também? Você não larga o uísque.
agora, ainda que levemente. As suas unhas roçam por minha nuca
devorar a sua boca, mordendo seu lábio com força suficiente para
dedos, feroz.
sempre.
costas, querendo tudo. Não consigo tocar nela sem antes chupá-la,
Ela salta dos meus braços como uma leoa, voltando ao chão,
apenas de saltos, gostosa! Empurro-a com tudo na cama, fazendo-a
seus pulsos com força e enlaçando na cinta que amarro sobre sua
cabeça, à cabeceira da cama. Pareço um touro sobre uma
formiguinha.
mais, incitando sua carne que arde, ferve, mexendo com os seus
pontos erógenos, relaxando-a enquanto estou montado nela.
observado. Pego a sacola das compras que fiz no sex shop sobre
uma das poltronas e puxo a caixa com o vibrador remoto ponto gê
beijing dibe. Retiro-o da embalagem, levo-o até o banheiro, lavo-o
na pia e retorno para a cama.
faço à distância.
que ela recebe uma rajada de prazer, escorrego a mão por minha
longa e parruda extensão, adorando assisti-la, ser a única
testemunha de toda sua luxúria fora do comum.
Ativo outra modalidade do brinquedo, esquentando a
louco, sôfrego!
Caminho quase sem forças até a cama onde me jogo com ela,
ainda sobre seu corpo, tentando respirar, os corações retumbando
um contra o outro, eu ainda preenchendo as suas carnes íntimas,
peito, pondo uma das coxas sobre a minha, enquanto pouso a mão
sobre sua bunda, possessivo. É minha, toda minha. Só minha.
Inteiramente minha.
Cuido dela, lhe dou carinho, afago, até cairmos em sono
profundo.
— Não, por favor, não. Sorri para mim — pede, mas não me
incomum, que com certeza veio dele e transferiu a mim cada vez
que dormimos juntos. Deixei o desejo e a luxúria me tomarem em
mim.
necessidade, uma espécie de vício fatal. Toda vez que ele me toca,
já penso em imoralidades, das nossas carnes em contato extremo.
Com certeza a noite passada foi o sexo mais feroz que tivemos,
me possuiu.
quando por dois anos o tive na mente, achei que nutrisse por
para ele, imaginei que estava apaixonada, mas agora... é bem mais
Fica mais difícil raciocinar agora, estou com muito medo por
devora com disposição, como sempre, mas dessa vez com carinho
e cuidado, como um belo presente de bom dia. Toda vez que me
toca, descubro e aprendo algo novo sobre a minha própria
que posso estar errada também, que tudo pode ser colorido, que no
mar profundo dele pode haver flores, mas a minha intuição sempre
minha história, as minhas dores, mas ele não. O que sei sobre sua
família não veio de sua boca, seu passado é uma incógnita, agora
sei que seu problema lhe causa dor, mas não foi me informado o
motivo.
demonstra, mesmo sem falar, que não precisa ou não quer ser
ajudado, que está bem como está. Demonstra força, imparcialidade
e até severidade quando o assunto é ele. E o fato de não saber com
Como ele não se mostra preocupado, creio que deve ter algo
em mente, talvez compre algum contraceptivo mais tarde. Como
não fala, há certas coisas que só me resta deduzir. Por um
animal para cá. Acho que é o único por perto, é uma honra cuidar
demais, sabia?
consiga dizer mais alguma coisa, ele atiça as rédeas, o animal corre
mesmo tempo.
estamos fazendo.
A floresta é linda, densa, às vezes parecendo ter saltado de
algum conto, daqueles que leio para a Alisa. Nós corremos mais
algumas árvores.
nossa frente.
nisso — estico um sorriso, lutando para que saia natural e não emita
a tristeza a qual quer se abater sobre o meu peito. Penso em algo e
mais dele, tudo o que quero saber — Você... anda se deitando com
outras mulheres além de mim? Não que isso seja da minha conta,
e...
eu? — Outro não, ou talvez um não sei. Esse vazio, essa forma rasa
como este, já era para estar acostumada — Você sabe o que o fez
ficar assim... sem falar?
nos olhos agora, confirma que sim. Puxo seu rosto para mim com
delicadeza.
“Por quê? ”
também... quero voltar a ter o meu canto, sabe? Não que eu esteja
incomodada em ficar na cobertura, não é isso, é só que... estou
quantia”
como se não estivessem. Quero que ele entenda que apenas estou
tentando ser realista, tentando me proteger, que realmente preciso
do meu espaço, de algo que sinta ser meu, da minha própria casa,
mas prefiro não comentar mais nada para não brigarmos ou
tornamos o clima ainda mais instável do que já está.
acontecido.
não quiser falar nada, não fale. Nunca gostei de saber nada da vida
alheia, mesmo daqueles que gosto. Mas se precisar de conselho,
estou aqui — pousa a palma sobre a minha.
— Entendo, e concordo.
nada, refletindo.
isso: se um dia ele falar contigo como acho que vai, contenha-se e
não aja como se fosse um milagre, porque pelo tempo que estou
— Por que acha que ele um dia falará comigo? — ergo uma
curar o patrão.
por anos com o meu pai, por isso preciso me resguardar para não
cometer o mesmo erro. Está tudo lindo agora, mas e depois? No
fim, dona Isabel, ele é o meu chefe e eu, apenas mais uma de suas
empregadas, um passatempo.
para as atividades do dia. Fico mais tranquila por saber que ela terá
alguém com ela e vou visitar a minha mãe. Antes de vê-la, converso
viva. Quem sabe abrir uma estufa ou uma floricultura seja uma boa
ideia, hã?
mais seguro.
— Aham.
vendo que a grana é alta, mais do que uma babá poderia receber.
Suspiro, balançando a cabeça negativamente, notando que ele não
muda mesmo, mas no fundo sorrio, ainda mais apaixonada por sua
Fico gelada. O que foi que fiz? Será que ele entendeu tudo
Tudo bem.
— Vou pedir para ele não deixar! Quero que more com a
gente! — cruza os braços, fazendo bico.
Respondo imediatamente:
Está bem, dormindo agora no meu colo. E o senhor, como
está?
Bem, e você?
Tudo bem.
Ela informa que fica ao lado, sigo para lá, vendo pela vidraça o
lindo CEO em uma mesa, mas meu mundo desaba quando noto as
suas acompanhantes, são duas mulheres muito semelhantes
onde quer chegar, então ouço que está sendo apenas realista. A
bailarina tenta mudar de assunto, faz mais perguntas e, ao
mas não tenho certeza, não gosto de lembrar, não quero, e odeio
falar sobre isso. E é claro que não posso contar a ela, não há razões
para isso!
Não que ela não me passe confiança, muito pelo contrário,
mas é algo que não precisa ser dialogado, comentado ou posto à
tona. Vou me ferir, vai doer e esmagar a minha alma como sempre
me queimará!
Além disso, tudo são flashes, não sei muito sobre o meu
toda a minha vida, dos meus traumas. Tentei relevar, fui educado,
precisa de uma casa para receber sua mãe quando a mesma sair
Até que não a julgo por isso, é bem inteligível, também crio as
quer sair da cobertura por causa disso, e ainda por cima, sem deixar
ajudá-la com dinheiro, com a escolha da casa, com absolutamente
nada!
passar por esta situação outra vez. Não preciso disso, dessa
sensação de estar sendo descartado, posto de lado, empurrado
com a babá. Agora dou conta disso, realmente foi e está sendo um
erro. Deixei-me levar pela forte atração, o tesão, a insanidade
luxuriosa.
deixarei que assim faça, pois, a partir de agora farei o mesmo, como
nunca deveria ter deixado de fazer.
Porém, não estou com humor para lidar com isso agora, não devo
nenhuma satisfação a ela ou a qualquer outra pessoa, então
continuo andando e me tranco no quarto.
Nós estávamos num clima tão agradável, legal, Mina não precisava
ter estragado isso indagando sobre o meu passado. Repito: entendo
o lado dela, acho interessante sim que tenha o seu espaço e tudo
mais, o problema foi ter percebido que ela quer manter distância e
ainda definir como isso deve acontecer, enquanto a mim restou
apenas, aceitar.
faça com ele o que bem entender. Tenho que compreender que é
uma garota independente e que, igualmente a mim, só quer se
envolver até certo ponto. Mal sabe ela que não precisará se
réplica:
Tudo bem.
pego de surpresa.
pensamentos.
como nos velhos tempos. Assim ele faz, nos encaminhamos para
uma casa noturna com o carro que alugamos, onde há várias
mim.
Afasto o rosto, olho-a nos olhos e insisto com uma nova investida,
dessa vez Mina não invade os meus pensamentos, é simplesmente
decepcionado.
para ir. Ele não contesta, já nota por meu semblante que aconteceu
acontecido com Luna e todo o resto, esqueci e até resolvi não lhe
de me dizer e pelo pouco que conheci dela, parece ser uma jovem
empolgante, uma graça. Você está chateado porque ela não é como
bom para você, já que disse que também não pretende ter nada
sério. Continuem transando simplesmente, pronto, mas não seja um
cortar logo o mal pela raiz. Mas torço muito para que isso não
— Mas é isso que não entendo, Alejandro, foi por isso que não
deu mais certo entre Luna e eu. Não há nada de mal em se mostrar,
pouco a guarda. Mas só você sabe dos seus demônios, sabe pelo
Ela é fria, mais do que pensei, tanto quanto eu, e agora estou
com sérias dúvidas se realmente nutria ou nutre algo por mim. Não
que isso seja relevante.
está?
Bem, e você?
Mina replica:
Tudo bem.
coisas com você sem que ninguém visse — sobe a mão por minha
coxa, por baixo da mesa, quase chegando ao meu centro quando a
seguro pelo pulso e nego seriamente.
com quem já me envolvi e que verão meu lado familiar que não
quero que vejam.
Não que isso seja um crime, mas sou metódico, odeio misturar
não vejo.
ela não está. Penso que pode estar me esperando no terraço como
outras vezes, porém prefiro perguntar a Alisa que, enquanto
jantamos, responde:
— Ela foi dormir na casa nova dela papai, disse que segunda
estará aqui, porque agora as coisas serão como quando não
morava conosco — revela, me deixando muito surpreso. Por que
não fui avisado? Viro o rosto para Isabel, que nota o meu incômodo
na hora!
“Onde é o endereço? ”
Pergunto em sinais.
Tenho que fingir pelo resto do jantar que está tudo bem para
não estragar o momento com a minha filha. A levo para o quarto,
deitamos em sua cama, fazendo-lhe carícias para dormir.
— Filha, a Mina não lhe contou que pedi a ela para que vocês
duas me esperassem para jantar? — indago, após ver que a
bailarina novamente visualizou e não respondeu a outra mensagem
restaurante, e...
que não teria mais almoço. Fiquei muito triste, porque queria comer
com o senhor — conta, toda inocente.
gêmeas. Para ter certeza, após a Alisa dormir, sigo para o meu
quarto e lhe envio uma nova mensagem:
Ela está online, visualiza tudo, mas não responde. Nossa, isso
está me matando! Quem ela pensa que é?!
eu a demito!
Respiro fundo, querendo xingar os quatro cantos do mundo por
ainda estar sendo ignorado descaradamente. Então penso um
pouco, decido mudar de tática e provocá-la:
Muito legal da sua parte não estar aqui para jantar comigo.
Fiquei a semana inteira com saudade de você e agora me
ignora. Está de parabéns.
Ela retruca:
não.
até lá. Pulo o muro com facilidade e bato na porta, bato outra vez,
então vejo pelo reflexo das janelas as luzes se apagarem. Ela vai
pensar que são os bandidos, na certa!
Retiro o celular do bolso, vendo que ela está online e acabou
As luzes se ascendem outra vez. Penso que ela vai abrir, mas
só que não:
finalmente abre, com uma frigideira enorme na mão que miro com
desdém. Iria se proteger com isso? Sério? Meu Deus. Mina
semicerra os olhos para cima de mim com um ódio parecido com
Fica nítido que não sou bem-vindo, mas adentro em sua casa
sem me importar com isso, ora! Não estou nem aí! Quero ver quem
vai me impedir!
branca e saliente.
“Precisamos conversar”
braços para trás. Não leva mais que dois segundos, sinto a pancada
bem no topo do crânio, o som agudo zumbindo em meus ouvidos.
Saio cambaleando para trás feito um bêbado, caindo sentado sobre
Desculpa! Para que foi abaixar a cabeça, seu imbecil?! Ai, Cristo...
não sei se te bato mais ou cuido de vocêêê!! — rosna enlouquecida,
não sabendo o que fazer.
Por que não foi na casa das suas colegas! Queria o quê?! Que a
Alisa e eu almoçássemos com elas?! Você não nos respeita,
Alejandro! Não sou seu brinquedo! Não sou otária...
dentro de mim!
Então acabo cedendo, expurgando a raiva, afastando a razão,
dele!
por inteira.
inigualável!
batendo forte, acelerado. Ele vem por cima, beijando meu ombro,
um leão valente!
— OOOH! — grito alucinada, sentindo-o me bagunçando,
em mim.
Alejandro entra tão forte que, a cada investida, meu corpo vai
para a frente juntamente com os seios que vão e vêm e balançam
Gemo cada vez mais alto sem controle algum, sem equilíbrio,
ligeiramente, fatal!
tamanha queimação.
— Ai... ai... oooh — mio, ao mesmo tempo que ele soca, indo e
vindo, devagar, resvalando libidinosamente. As minhas coxas
Alejandrooo...
que, pelo seu jeito, já deve estar assim há um tempo. Respiro fundo,
Afirma, em sinais.
envolvida!
sofrer. Decido não focar nisso agora e apenas não resisto ao seu
quisesse comprovar que sou mesmo real, então me puxa para si,
fazendo-me montar em seu quadril onde já me espera duro e
fervoroso.
entregando à paixão.
alarme, mas evito uma discussão quando ele impõe que vai cuidar
disso.
acho que estou ficando obcecada por este homem, e isso não é
nada bom.
que eu realmente não queria mais nada com ele. Digo-lhe que o
avisei que quando chegasse, conversaríamos pessoalmente, que
desentendimento.
lo, gostaria de poder te entender ou... ajudá-lo, mas não por achar
que falta algo, pois não falta nada. Você é perfeito em suas
imperfeições, e para mim o fato de não falar, não é uma fraqueza,
Obrigado.
pouco mais juntos, para lhe fazer se aproximar ainda mais da Alisa,
fico empolgada quando ele aceita ver a menina tocando guitarra. Ela
é a mais feliz com isso, que se arma com o instrumento dado pela
Alisa faz o seu show para nós dois e também para dona Isabel,
assim e até mais íntimo, coisa que faz o elo entre eles se tornar
mais forte. Consequentemente, me sinto ainda mais atraída e
apaixonada por Alejandro, porque percebo que realmente quer
lado a lado com ela na cama do jeito que adora, tendo em vista que
não fazíamos isso há um bom tempo. Acabo adormecendo, mas
— Continue — peço.
Procuro por algo que não sei o que é, até que ele aponta a notícia
em meio às outras, onde há o título: “FAMÍLIA MORRE EM
INCÊNDIO. CASAL DE IRMÃOS SOBREVIVE”.
inverso. Ele não chora, mas consigo sentir o quanto está abalado,
as suas mãos até tremem.
“Não sei”
ALEJANDRO JAVIER
repete sucessivas vezes que está aqui... comigo... que não vai me
deixar sozinho. Isso é muito importante e faz meu coração se
acalmar.
frase em algo valioso, provando que por mais que eu seja fodido,
palavras que façam constatar que está rolando algo além de sexo
com ela, mas a cada dia fica mais impossível. Principalmente depois
de tudo o que vivemos após o conflito, as várias semanas juntos...
conseguimos ter uma química fortíssima com Mina, e nós três nos
pai, mãe e filha quando sorrimos e nos divertimos. Até ver minha
filha tocando guitarra sem reclamar Mina conseguiu com que eu
mim.
Esse tempo doce e feliz fez-me sentir finalmente seguro o
tragédia com a minha família, mas que não tenho certeza do quê.
Mina não consegue esconder a sua preocupação, enquanto eu já
estou acostumado com essa aflição e prefiro não descobrir, pois
Mina, faz muitos anos que não levo uma garota para a
minha família conhecer. Quero fazer isso contigo.
Sou sincero.
problema?
Fico sério, fitando-a sem graça. Nego duramente, ela sabe que
— Tudo bem... teimoso. Não está mais aqui quem falou. E sim,
aceito conhecer a sua família.
estar estre a gente, e eu vou junto, pois não quero me indispor com
ela, odeio quando brigamos e tenho medo de apanhar.
Que tal tentarmos fazer sexo anal hoje? Estou louco para
paciência, porque dói muito. Aliás, terá que conquistar este prêmio,
se é o que quer! — afirma, se achando uma rainha. Mas ela é
enrolo uma mexa na outra, bem devagar para não errar, até o fim,
onde prendo o conjunto com uma presilha de borboleta. Dou um
Mina, mas a fito curioso, pois sinto uma ironia quase imperceptível
em suas palavras. Essa baixinha...
ficar, já que vai passar o final de semana inteiro com os avós, como
e comenta feliz sobre como acha que será o jantar, como Mina se
dará bem com dona Alba. Chegamos no hall onde dona Isabel nos
encontra, com as mãos cruzadas à frente do corpo, sempre em sua
MINA PACHECO
que é muito bela por sinal, mas não lembra Alejandro, momento em
que recordo que é a tia, não a mãe biológica.
— Olá, meu amor. Tudo bem? Preparada para passar mais um
domingo conosco?
não gostam de algo que faça lembrar que... ah, esqueça, eu falo
demais quando estou nervosa! O Alejandro sabe... — fico toda
desconcertada.
deslumbrante.
— Obrigada.
encontro, serve a nós duas, Alejandro recusa. Ele ainda não retirou
a mão da minha lombar, sempre com o toque sutil — Hmm está
delicioso, mas gosto com um pouquinho mais de sal — afirmo
educada, pondo para fora a intrometida que há em mim.
recepcionada.
belo par — nos elogia —, bem, estou só de passagem, vim dar uma
olhada nestes meus velhinhos amados, mas agora tenho que me
retirar outra vez.
nos velhos tempos. Mateo já perdeu outra vez, agora está na hora
de humilhar você, Senhor Silêncio — afirma o anfitrião.
estava de você!
filhos casados e com netos! Ela não se conforma apenas com essa
coisinha fofa do titio! — faz mais cócegas na garota, que se
contorce feliz nos braços musculosos dele.
isso, que nem me sinto constrangida — Porque ele está por você.
— Mas?
mesmo olhar que você tem quando o fita, os seus olhos brilham.
você fosse alguém de má índole, pode ter certeza que já não estaria
mais perto dele — diz com convicção, mostrando que conhece o
filho profundamente bem —, então, o que aconteceu é que a
disse à filha que se ela não largasse Pablo, iria deserdá-la, e assim
acabou fazendo quando Carmen fugiu com Pablo para outra cidade.
“Desde então ela se afundou no poço ao lado daquele homem
cada vez mais. Nos primeiros anos depois do nascimento de Juan, o
primeiro filho do casal, ela ainda matinha contato com Miguel que
lhe enviava dinheiro e a ajudava às escondidas do pai. Anos mais
— comento abalada.
filho seja forte por fora, seu psicológico é muito frágil, então é
preciso ter cuidado.
— Dona Alba, sinto muito por tudo, agora sei e entendo o seu
sofrimento e o de sua família, mas... não posso me comprometer
assim...
querer!
corta o ar. Ela também está maravilhosa, com um vestido fino assim
como no dia do baile, que foi a primeira vez em que a vi sem as
suas costumeiras roupas pretas e rasgadas. Agora lembra uma
convencida.
— Pois é, nesses jantares tenho que fingir que sou fina — ela
faz um movimento de deboche com a mão.
— Ah mamãe, me poupe.
Nós sorrimos.
estar servido.
deixando a sós.
Arquejo, incrédula.
— Nossa... pelo visto quem mudou de imagem aqui foi você. A
Luna que eu conheci não era tão venenosa e destrutiva. Não vou
me abalar com o que está insinuando, se estou com o seu irmão é
por que gosto dele... de verdade, e não preciso provar isso para
ninguém — falo educadamente, vendo seu semblante e sua postura
— Sei disso...
— Aham.
responder.
Rolo os olhos, sabendo que meu pai está se achando por ter
quem diz: “não sabia que gostava de xadrez”. É um jogo que meu
pai me ensinou a apreciar e é muito valorizado em nosso meio
tirar o fôlego.
Papai ainda resmunga por não poder ter jogado mais uma
audácia.
iminente:
Apesar de nunca termos nos dado bem, sinto a sua falta. Não
ficar felizes ao me veem com uma garota após tanto tempo, mas
não tanto.
nomes que sempre lhe inspiraram, desde ídolos antigos, como Anna
Pavlova, até as mais atuais como Misty Copeland e outros.
Quando por fim concluímos a sobremesa, papai não perde a
para ver papai perder. Foi ótimo, Mina! Obrigada por isso! — Ela faz
um high-five com a amiga.
boa ideia.
imediatamente —, ah, filho! Por favor, faça este agrado para a sua
mãe, faz tanto tempo que não o vejo tocar.
afastando.
— Ah, papai, por favor, por favor — Alisa insiste, curiosa pela
música predileta.
representa.
coisa!
toquei antes, forte, inspirador, querendo dar asas para fazê-la voar,
ser novamente o anjo que tanto ilumina os meus dias. Ela é perfeita,
esplêndida, é puro amor e emoção, o ritmo de tudo que há de bom
nada.
Nossa conexão chega ao fim, paro de tocar e a bailarina de
sua imagem.
perna.
tensa.
dessa vez não sinto sarcasmo nem nada de ruim, é estranho não o
Assinto outra vez, era para termos ido hoje ao pôr do sol, mas
— Ai, vai ser tão legal! Já falei de você para ela, só o básico,
disse que estamos nos conhecendo, mas não disse que você é o
meu chefe — ela põe a mão na boca, como se fosse algo terrível e
gargalha —, enfim, tudo ao seu tempo. Em algum momento terei
coragem de contar toda a verdade!
de longe, saber até que limite posso chegar para não ser atacado
outra vez. Acho até bom que vou para Cercedilla com Mina, assim
mudamos de ambiente e arejamos os pensamentos.
algo no ar.
gramado fora da casa, onde Pancho surge com uma belíssima égua
puro-sangue, de cor amarela e crista branca — Oh meu Deus! É
para mim? — indaga chocada, maravilhada. Assinto, deixando-a
comenta, rindo.
enquanto Pancho mostra algumas contas que tenho que pagar. Lhe
dou o dinheiro e ele sai em sua caminhonete rumo à cidade.
Procuro por minha morena, então Antonita me informa que ela subiu
sua aura pura de lado e dando lugar para uma deusa da luxúria e
tentação que existe dentro do seu ser. Meu coração bate forte, já
estou completamente excitado!
homem “sujo” e voraz. Sim! Estou faminto por sua imagem, por todo
esse tesão que exala do seu corpo.
incitando-a ainda mais! Deixo-a dominar, quero ver até onde pode
chegar.
Depois, puxo suas coxas para trás, pela parte interna, abrindo-
a ao meio. Flexiono as pernas e apoio-me nos calcanhares para ter
impulso suficiente para fodê-la. Dessa vez, pego um pouco mais
fundo e se declara:
— Eu te amo.
algum motivo, tenho uma intuição muito ruim e saber disso não me
agrada nem um pouco. Ele não devia ter permitido, Mina não sabe
cavalgar direito, ainda está aprendendo!
O miro destrutivamente e tomo o cavalo de suas mãos,
montando-o com rapidez.
abrir, tenho vontade de chamar por ela, mas a voz não sai.
posso levar Mina aos galopes, não sei se quebrou alguma coisa.
Ponho as mãos na cabeça, desalentado, abrindo os lábios,
la, não quero deixá-la aqui sozinha para voltar e pedir socorro.
frágil... sem esperanças... clamando por uma ajuda que não vem!
mesmo tempo!
DOR.
DESESPERO.
AFLIÇÃO.
assustado.
matando!
Pancho explica que ela caiu do cavalo, enquanto eu fico sem saber
o que fazer, atormentado por não poder acompanhar a cacheada
para a sala que a levam. O doutor informa que irão fazer a triagem
inicial, estabilizá-la, realizar exames e então voltará para falar
conosco.
estou sendo tratado como qualquer outra pessoa, não que eu ache
que deva ter atendimento diferenciado, mas é muito ruim passar por
ela várias vezes para ir buscar informação, mas sempre volta com
nada, não dizem nada, só o básico.
Pancho, ela vai para casa e ele fica comigo, como se estivessem
revezando para cuidar de mim.
tipo de trauma.
— Doutor... é grave?
todo tempo, aflito por vê-la ainda desacordada. Dessa vez eles me
deixam ficar perto, seguro sua mão durante todo o voo até Madri,
desabar outra vez, para não pirar, pois preciso ser o suporte dela.
fique bem.
se... acalme-se.
aconteceu esse acidente com a filha. Não será nada fácil, mas
para Isabel e contei o que aconteceu, disse para ela comunicar sua
profundo...
pouco para acordar, pela atividade cerebral dela creio que será
preocupado.
Tudo vai depender da sua condição, mas lhe garanto que iremos
realizar o melhor tratamento possível para que a moça acorde
segurando sua palma com carinho, arrasado por tê-la neste estado.
minha face.
sofrendo por dentro e por fora. Escorrego por seus cachos negros
como a noite sem luar, tão linda..., mas agora tão frágil e sem luz.
para ficar o máximo de tempo possível com Mina, não quero deixá-
la por nada, e começo a exigir que a secretária cancele todas as
reuniões da semana, delego diversas funções para alguns diretores
‘tá bom? Vai ficar tudo bem... você vai sair dessa e vai me dar um
abraço... — sua voz falha, mais lágrimas descem, queimando,
torturando. É terrível.
— A Inês me disse que quer ficar com a filha, ela não vai
desgrudar da menina e está certa. Deixe-a ficar no quarto, fique em
contato com ela, venha visitar, mas não pode impedi-la de ficar. É a
qualquer coisa eles vão lhe ligar, mas é preciso que esteja
mentalmente bem para poder lhe dar assistência. Aqui você não
come nem bebe direito, em casa pelo menos tem Isabel para
auxiliá-lo...
Ando para um lado e outro até que ouço a voz da minha irmã
chamar por mim. Luna corre e me abraça forte.
Minha irmã vai ver Mina, conversa um pouco com dona Inês,
tenta tranquilizá-la, lhe dá algumas informações sobre como foi o
acidente, como Mina estava aqui fora enquanto ela estava na
clínica. Enfim, faz a mulher ficar mais calma, uma conversa entre
mulheres.
da Mina para a dona Inês como você pediu, e ela ficará em contato,
não é, dona Inês? — Luna tenta me convencer.
longe da minha filha e estou há muito mais tempo sem cumprir com
o meu papel de mãe. Preciso fazer isso por ela, retribuir, mesmo
que um pouquinho, tudo o que fez por mim.
acamada.
para ir à escola.
vê-la, papai! Vovó me contou que ela caiu do cavalo e agora está
dormindo. Quando ela vai acordar? Ela vai acordar algum dia?
chorar.
— Não chore, meu amor. Irei levá-la assim que der. Quero que
fique alguns dias aqui, com a tia Luna, com o vovô e a vovó, e se
comporte, tá bom?
— Tudo bem, mas não demore para vir me buscar para ver a
professora Mina, papai. Por favor, não demore!
— Tchau — se despede.
vazão aos meus sentimentos, até que ouço batidas no chão, alguém
se aproximando.
mais uma de suas piadas, que vai rir de mim, debochar, provocar.
Mas o homem, vagarosamente no seu ritmo, para ao meu lado,
olhando para a frente além da janela, sem dizer uma palavra.
sólida como jamais esteve. Neste simples ato, ele me diz muita
coisa, mesmo sem falar. Diz que somos irmãos, e que agora ele
está do meu lado. Que me perdoa por qualquer mal que eu tenha
nunca sinto que algo grave deve ter acontecido entre ele e o nosso
pai, talvez antes da minha chegada nesta casa, que tenha sido a
causa da nossa inimizade e da frieza com a qual sempre foi tratado
amiga do antigo bairro onde ela morava, e até papai, todos trazem
algum presente. Pancho e Antonita sempre enviam mensagens para
saberem como Mina está, preocupados, o homem por vezes se
assim.
sequela.
Um mês inteiro se passa, já estamos no outono, e a minha
esperança vai diminuindo... diminuindo. Faço Mina ouvir as suas
músicas prediletas, continuo lhe trazendo lindos ramalhetes de
Tento limpar a minha mente, viajar para um ponto seguro, até que
sou invadido por nossos momentos felizes, de quando fizemos amor
à primeira vez, de quando ela disse que me amava, de quando
tomamos sorvete, assistimos filme, de quando dançou para mim,
sorriu, vibrou.
É emocionante.
imediatamente.
atualizada sobre a sua situação. Quando ela fica mais calma ainda e
começa a entender as coisas, o médico é chamado. Ele também
conversa com sua paciente de modo leve, cauteloso, contando a ela
como ela veio parar aqui, sorrindo para mim e dona Inês, nos
por enquanto parece que não. O doutor explica tudo o que vai fazer,
pede a enfermeira para retirar a sonda — o que é um processo
arrastado por mais ou menos duas horas. O médico espera ela ter
mais força, lhe dá um pouco mais de água e, aos poucos vai a
importantes. Ele faz mais exames, até que finalmente indaga o que
quero saber:
agora é alívio.
vimos.
em casa.
Trocamos olhares nervosos, não sei como ela vai receber essa
informação.
positivo. Certo?
MINA PACHECO
veio aqui, e ele veio todos os dias durante o mês inteiro. Ele trocava
— Percebi que tudo o que eu dizia que você gostava, ele logo
tratava de trazer ou fazer para tentar te acordar. Chegou a pôr
música clássica para você ouvir algumas vezes, mas acho que o
que te fez mesmo despertar foi ele ter falado contigo pela primeira
vez — revela, me deixando perplexa.
— Falar comigo? — pergunto.
largamente, orgulhosa.
— Não, mas deduzi que tenha o feito, pergunte a ele. Nós dois
A cada dia que passávamos sem que os seus olhos abrissem, era
dele por você que me fez não ter nenhum tipo de resistência, logo
pessoa, estou muito feliz que vocês têm se dado bem, não
suportaria acordar e notar algum tipo de conflito. Também a amo
encontrei nele. Certo, até que o excesso de proteção que ele tem
em relação a você às vezes é demais, porém é para o bem, já notei.
— Que bom que acha isso, mamãe. Fico tão feliz. Fico feliz
ela insiste.
“Não posso e nem quero mais ser um estorvo na sua vida. Sou
sua mãe e devo agir como tal. Estou aqui para o que der e vier e
agora você tem uma parceira, uma amiga, um apoio, como nunca
entrar.
falar, mas é a flor mais linda que já vi em Madri. Não há outra igual.
seus dedos coçam minha lombar, nervosos. Seu corpo enrijece, sua
expressão fica séria, os seus lábios entreabrem, a língua querendo
sua respiração cada vez mais forte. Escorrego a palma para seu
peito esquerdo, seu coração retumbando a todo vapor. As suas
pálpebras se fecham, seu semblante exprime um pouco de dor, algo
que acabei de escutar. Foi ele mesmo quem disse isso? Desgrudo
os nossos corpos, incrédula, segurando seu rosto entre as mãos
com delicadeza.
Dias depois, após estar mais forte e passar por mais alguns
exames, o médico finalmente me dá alta, para a minha felicidade.
implora Pancho.
— Não foi culpa sua, Pancho. Está tudo bem. Não se culpe, as
escola oramos todos os dias por você, minha querida. Não imagina
o quanto estamos felizes!
uma vida estável, vivi momento tão sublime e especial como este.
é marcante.
— Você é o...
— Joaquin.
mã...
conhecer todos.
— Venham pessoal! Venham! — chamo, e a grande e imensa
família se une a nós, para tirar mais e mais fotos. Depois Luna troca
— Você ainda não sabe o que é isso, mas irá saber algum dia.
toda a família já notou o bem enorme que está fazendo a ele. Nem
quero pensar em como Alejandro ficaria caso... — sua voz falha —
— Não... vá sozinha, já falei tudo que tinha para falar com ele.
— Certo, entendo.
que te falei no dia do jantar. É que meu irmão sofreu muito na mão
da vaca da ex dele, e... o medo, a insegurança se confundiram na
minha mente, o sangue falou mais alto, pensei que você pudesse
ser como a Maite, apenas queria proteger o meu irmão, mas não
Alejandro e...
Após isso, volto para a festa que, aos poucos vai acabando.
— Aham.
perplexa.
É claro que lhe ocultei a parte que Alejandro queria me ter por
uma noite através de contrato, isso ela não precisava saber, de jeito
nenhum. Falei apenas o essencial.
— Gostou?
— Sim, amei. Está se sentindo bem falando comigo? — fico
curiosa.
orelha —, não se preocupe mais com isso, já decidi que irei procurar
ajuda.
acontecer de novo?
— Você guardou?
— Alejandro...
para ser. Deus preparou algo melhor para mim, fez esperar pelo
estômago preso.
Sim, Mina deu liberdade total para falar com ela, me trouxe
segurança, confiança, quebrou as barreiras dos meus traumas,
trás, momento em que para de rir e faz uma careta — Ai... — geme
de dor.
sentindo, Alejandro.
ao mesmo tempo.
lenta — Amo... amo... amo... amo... amo demais. Posso falar a noite
toda se quiser.
— Então eu quero! — sorri, abraçando-me.
— Tudo bem.
sorriem. Até respiro aliviado ao notar que com a volta de Mina, veio
também a sensação de harmonia entre estas paredes.
não está conosco, foi para a casa que a filha alugou, ver as suas
coisas e fazer alguns serviços por lá. Tento disfarçar para a minha
recuperada.
sozinho.
— Vai dar tudo certo. Não tenha medo — ela diz, incentivando-
me.
Por mais que eu não queria que ela saia do AP por medo de
preciso.
Paramos em um prédio chique no centro da cidade, seguimos
no império chinês.
prossegue:
agora uma analogia, a primeira coisa que quero deixar bem claro é,
que assim como o significado dessa arte milenar, saiba que aqui
senhor Javier, você será respeitado e que a minha meta, será a sua
prosperidade.
Troco olhares com minha noiva outra vez, tanto ela como eu já
agora há muito mais coisas junto. O senhor traz tudo isso e mais
alguns livros grossos, jogando por sobre a mesinha de centro que
minha atenção.
frutos!
respira fundo, lembrando até Mina por falar tanto, contudo, tudo o
ou não.
imediatamente.
— Você...
erguendo a cabeça.
— Alejandro...
lubricidade!
uma, sua pele fica vermelha, uma delícia. Retiro o vibrador do seu
cu, lentamente, o esfíncter pisca, abrindo e fechando, me
chamando. Pego o frasquinho e despejo óleo sobre meu mastro,
lubrificando-o, ardente.
Ponho um travesseiro abaixo dos quadris dela, sua bunda se
ergue, ficando empinada da maneira como quero. Direciono-me até
o seu buraquinho apertado e o penetro pouco a pouco, devagar,
— Tem certeza?
montado nela. Estou tão excitado com esta ideia que começo já
gemendo, penetrando seu cu, saindo e afundando em sua boceta,
saindo e socando em cima, repetindo em baixo, um após o outro,
com agilidade, até o fim, abrasador!
Inicialmente, fazemos como ele pede, pois não quer mais que
aplicadas exigiam.
Foi explicado que Alejandro não escolheu não falar, mas sim
que tenta falar, porém não obtém sucesso, pois a sua garganta
gradualmente à nós.
com o Dr. Ramon, o qual seria chamado de “facilitador” por ser com
forte.
que aquela tragédia contribuiu para fazer com que o nosso cérebro
— Vou pensar.
alguma forma.
intruso?
— Ele foi preterido por papai, assim como Mateo, mas Mateo
não se importava, soube lidar muito bem com isso, mas Esteban
não. Entretanto... sinto que tem mais coisa, algo que não foi
revelado. Esteban não é tão infantil, há uma ferida séria ali que deve
irmão como este cara que descreveu, você ainda vai conseguir falar
com ele.
comentários de mamãe, que por sinal, está muito feliz com isso.
polícia não deu mais notícias sobre aqueles homens que tentaram
arrombar a minha casa?
respeito disso, mas ela sabe tanto quanto eu. Papai era um poço de
segredos, escondia a sete chaves a sua vida dupla de nós. Por isso
— Ela sabe?
— Mas ela precisa saber, sei que a sua intenção foi boa, mas
— Alejandro...
amo.
Alejandro.
— Nunca — responde.
medo.
melhor.
importante. ”
Assim, após alguns minutos em que Ramon prepara o
ambiente para iniciarmos a sessão, Alejandro é instruído por ele a
tirar os sapatos, o blazer, afrouxar a gravata e deitar-se sobre o divã
cruzadas, séria.
Contarei até dez, bem devagar, os seus olhos irão pesar até se
fecharem... então você retornará às suas lembranças. Dez... nove...
que ele se refere à sua infância quando ainda não morava com os
tios.
— Sim...
— Está feliz?
nossa mãe.
— Gosta do Juan?
— Sim... eu o amo.
rapidamente.
agora?
— Certo... continue.
— Fique calmo, nós estamos aqui, está tudo bem... tudo bem!
Leva um bom tempo até que ele se reestruture, para que fique
agradeço-o.
amigos.
— Meu Deus... até eu que nunca quis casar estou com uma
inveja... boa. Mina você está maravilhosa!
corpo.
parecem me reconhecer.
de esperança.
com uma sorte tão grande assim. Não sabe com quem está
lidando...
preocupada.
firme, impressionando-me.
— Você é louca!
eles.
— Não está nada, agora estou lhe devendo esse dinheiro e...
— Ele citou sobre destino e... sorte. Talvez por eu ter saído da
meu passado libertino simplesmente ficou para trás sem fazer falta
alguma.
A cada dia que passa, percebo que a amo mais, sinto-me mais
seguro para falar tudo a meu respeito, sem vontade alguma de
certa, e por não precisar de mais tempo ou mais espera, decidi junto
Deus.
pouco baixa.
as palavras. Ele não costuma ser assim, sinto que tem alguma coisa
errada.
— Em definitivo?
— Não... quer dizer, ainda não sei — nem ele mesmo parece
estar gostando da ideia.
minha presença.
ascendentes.
sua frente.
— A sua voz já voltou, meu amigo. Aliás, ela sempre esteve aí.
É questão de tempo até conseguir falar com todos desta empresa e
com o mundo à sua volta. Tenho certeza que a cada dia ficará ainda
melhor até vencer completamente seu mutismo seletivo — afirma,
com a mão sobre o meu ombro.
vazio. Nossa! Joaquin foi a minha voz durante muitos anos e agora,
simplesmente se foi. Dou um passo, pisando em algo diferente, olho
com um lencinho.
aproximando rapidamente.
contrariado.
muita saudade.
afastando-se.
— Alejandro?
momentos de tensão.
— Por favor, não fique nervoso — sua voz é mansa, mas isso
mal contra você ou... contra a nossa filha — ergo a mão com ódio
de suas últimas palavras, a minha voz não sai —, tudo bem... a sua
filha. Foi você quem a criou mesmo, não é? — sorri sem humor.
Quero perguntar o motivo dela estar aqui e não conseguir isso, após
tempo. Não vim atrás de dinheiro como os meus pais fizeram, sem a
minha aprovação por sinal. Estou muito bem financeiramente, só
para que fique sabendo, mas... a situação é bem mais grave. Não
eu vim aqui porque... sabendo que não viverei por muito tempo, de
de conhecer a Alisa.
Realmente escolhi não ser mãe, escolhi não querer a vida que... o
não deveria te pedir perdão, porque sei que nunca vai me perdoar
exalando ciúmes.
discretamente.
— Desculpe por...
pariu!
— É bom que não seja mesmo, porque já aviso logo que não
tenho psicológico para isso! Se ponha no meu lugar que vai
perceber que não é nada legal sair da loja onde estava testando seu
vestido de noiva e chegar na sala do seu namorado, encontrando a
ex dele agarrada em seu pescoço! — aumenta voz já ficando louca.
lugar também...
com certeza não esperava encontrar uma leoa como essa que tenho
aqui.
emputecida.
Fico chocado por ela ter me batido. Quem pensa que é?? Fico
agora isso?!
— Acha que foi fácil para mim também?! Será que dá para
pensar um pouco, sua louca?! — aumento o tom gradativamente,
— Foi só uma tontura... estou bem — diz com a voz mole, pelo
— Não está nada bem! Está cansada de saber que não pode
se estressar! — fico louco — Vamos ao médico agora!! — pego ela
— Deite-se...
entende de vez.
ouvir.
mas... nossa, você vai me dar um filho, meu amor — puxo-a pelo
rosto, ela levanta e nos beijamos docemente, calmamente.
sentindo o seu cheiro, seu perfume. Percebo que ela está sem
palavras, então lembro de conversas que tivemos e meu coração
fica gelado. Seguro sua face entre as mãos e digo:
— Sei que não queríamos isso agora, sei que você tinha
planos para o balé, mas aconteceu. Por favor... vamos aceitar, por
favor não recuse essa bênção — tenho medo dela agir como Maite,
realmente tenho.
Sorrio emocionado.
temos uma prioridade. Tenho a consciência tranquila que não foi por
mal...
curiosa.
— Ah, não sei. Uma vez assisti uma série em que o casal fez
isso e achei muito legal.
Tudo. E fico feliz por ver a mim e a essa criança como bênçãos —
acaricia meu rosto, beijando-me. Então fica séria. —, e a Maite?
declaro.
ela...
— Que legal! Que legal! Vou contar histórias para ela! Pentear
o cabelo dela! Isso! Isso! — saltita, animada demais.
minha mãe e dona Inês corram contra o tempo, mas nem tanto,
tendo em vista que o meu pedido de discrição foi muito bem
convidados.
coração bater mais forte. Elas vêm, um passo de cada vez, a minha
sogra tão emocionada quanto elas.
felicidade que Minha Pacheco trouxe para mim sem pedir nada em
troca.
A beijo outra vez, então ela segue para onde a avó está,
ficando ao seu lado. Dona Alba chora, Luna, Pepita, Antonita, Dona
Isabel, praticamente todas as mulheres se derramam em lágrimas.
Os homens me fitam com orgulho, principalmente meu pai, Mateo e
— Não preciso dizer mais nada, sei que cuidará muito bem
dela — afirma, enxugando as lágrimas com um lenço, afastando-se.
me incentivam.
ALEJANDRO JAVIER
Mina.
vidas. A beijo na boca por uma última vez, seguro a sua mão e
cochicho em seu ouvido:
frente ao rio Sena, voltado para a Torre Eiffel. A nossa suíte tem
cidade.
esperando.
gostou.
uma beldade.
meu pescoço.
— Sabe quando passei a te amar? — Sua pergunta me
surpreende.
Franzo a testa.
saliente.
boceta é só sua...
força.
dentro. Mina me agarra forte, afogando meu rosto contra seu busto,
caralho para fora de sua boceta, minha boca ofega contra a sua, os
MINA PACHECO
negou no início, é claro, mas agora o vejo tocar com a Alisa ao seu
lado, ambos sorrindo e se divertindo.
isso.
— Por favor, não é isso. É a Maite, a minha filha, ela teve uma
Alejandro e...
— Para onde foi, meu amor? — indaga, sua voz sai em tom
normal, mesmo em um ambiente novo e entre pessoas novas. Está
cada vez mais falante, a ansiedade já não é mais uma inimiga tão
surpresos positivamente.
gargalhamos.
sabemos muito bem que ela não apenas tem o direito, como a
vontade de conhecer a mãe.
Ele vira o rosto, sabe que está errado, mas é teimoso. Beijo
seu ombro, o acariciando.
— Dei tudo a ela, não tem por que ficar com raiva de mim por
isso — rebate.
ressequidos.
sobre você.
flores sobre o túmulo da mãe com a qual quase não teve contato,
mas a ajudamos a superar este momento tão doloroso.
máscara.
— Estou aqui, meu amor! Cheguei! — afirma, segurando a
minha mão com força, me dando segurança.
— Está tudo bem, a mãe já está pronta para dar à luz, vamos
Obrigada Deus.
ALISA JAVIER
na cama com uma lata de doce nas mãos. — Onde encontrou isso?!
seguida.
começa a tocar, Romeo está com a boca toda melada, Juan grita do
ela ligando, nem vou atender. Temos que nos apressar! Onde eu
estava com a cabeça quando dispensei a babá hoje?
de longe.
— Juan?
— Aqui!
— Romeo?
desconfiada.
— Está tudo bem, mãe. Até que dessa vez papai não pirou —
sou sincera. Eles fizeram um acordo para dividir os filhos,
— Eca... — afirmo.
despedindo.
para nós.
minha idade, mas não diz nada, apenas deixa bem claro com as
suas expressões que não quer assunto — Por que está aqui
sozinho?
Silêncio.
vem?
Silêncio.
— Pelo menos diz que sim ou que não.
sua história.
“Não gosto daqui. Os meus pais dizem que aqui perderei meu
tem o mesmo problema, caso este seja o seu, e ele venceu vários
desconfiança.
deles.
vai começar.
“Tiago”
amor e à felicidade.
faço aulas de canto e toco guitarra muito bem, não curto mais balé,
que bom que papai finalmente entendeu isso e agora me deixa ser
diz:
marido, Alejandro Javier, que acreditou neste meu sonho e foi o meu
suporte para que tudo acontecesse devidamente como imaginei, o
homem com quem construí uma família linda... — sua voz falha, as
Juan e Romeo. Amo todos vocês, muito, muito! Amo essas minhas
alunas lindas! Muito obrigadaaaa”.
Mais aplausos acontecem, ela merece! Minha mãe merece
cada palma que está recebendo, é o meu exemplo, o anjo que veio
— Oi, Tiago, tudo bem? Você é novo aqui, não é? — Ela sorri,
já transpassando sua energia positiva.
agitado, com papai trocando beijos com ela — tudo bem, nem toda
vez parece nojento, também é uma demonstração de carinho.
música que foi batizada como a canção da família. Até tento não
participar, mas mamãe me obriga, e acabo me divertindo com todos,
gargalhando com os meus irmãos e sendo feliz, tendo ainda mais
Começou a escrever aos quinze anos e agora não quer mais parar.
“No Silêncio do CEO” é o seu sexto e-book publicado, e já possui
mais romances à vista.
@autormariolucas
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G W A
G F
P F
TEST DRIVE: SEU AMOR EM 30
DIAS
“Test Drive”, onde deverão passar trinta dias morando juntos para
dois.
Ele é do campo, um fazendeiro de mãos calejadas, em certos
redor. Mas o que poucos sabem, é que por trás de todo o sucesso
irresistível.
Será que trinta dias serão suficientes para conhecer a sua alma
seguidas.
baixo.
OBS: Esta história não se trata sobre lobos, não é uma fantasia!
“Lobo” é visto aqui no sentido figurado.
APOLO: SÉRIE ALCATEIA - LIVRO
2
de 18 anos.
para sentir o maravilhoso sabor de ter uma mulher sob seu corpo,
provando que não é de falar, mas sim de fazer, mas talvez o preço a
ser pago seja alto demais.
paterno com Apolo, e quem sabe o destino lhe traga uma nova
paixão.
OBS2: Esta história não se trata sobre lobos, não é uma fantasia!
de 18 anos.
mulher.
Mas tudo muda quando Kelly, uma jovem astuciosa e linda, surge
em sua vida com más intenções, ela é uma aspirante a ladra, mas
agora terá que ajudar Erick contra um inimigo que ameaça tomar o