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NOTA DA AUTORA
AVISO
SINOPSE
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
EPÍLOGO
AGRADECIMENTO
NOTA DA AUTORA
Connecticut, EUA
Palácio de Saha
Um ano antes
Vinte segundos.
Para algumas pessoas esse tempo seria tão
insignificante quanto um piscar de olhos. Para mim, mudou a
minha vida inteira.
Por causa deles, o meu irmão gêmeo Hamad havia
nascido na frente e se tornado o filho mais velho e futuro emir
[1]de Sahra. Nosso pequeno, próspero e lidíssimo país, no
deserto de Amal.
Nunca houve qualquer tipo de competitividade entre
nós. Até ele ficar comprometido e se casar com a mulher que
eu amava.
Apesar de ser o mais velho, Hamed é mais
descontraído, festivo e aventureiro do que eu. Ele estudou na
Europa, conheceu muitas mulheres em suas viagens pelo
mundo. Porque o meu irmão exigiu isso, antes de ser obrigado
a assumir como o futuro rei. Poder viver em liberdade.
Enquanto, eu, fiquei aqui, ajudando nosso pai a cuidar de
Sahra, fazendo o nosso país prosperar e crescer cada vez
mais.
Foi fácil para Hamed retornar anos depois e conquistar
a jovem Layla Zahir. Em poucas semanas de corte, ele já tinha
o coração da bela dama em suas mãos.
A nossa tradição exige que o futuro emir tome uma
esposa quando atingisse a idade máxima de quarenta anos,
para que ainda tivesse vigor para produzir herdeiros. Como
segundo na linhagem, eu não era obrigado a isso, a não ser
que Hamed fosse impotente ou morresse.
Agora eu só poderia assistir de longe a família de
Hamad e Layla se formar e crescer dando frutos. Congelar o
meu coração e esconder todos os dias a mágoa em saber que
Layla jamais poderia ser minha.
Ela havia traído nossas juras de amor, em nossas
caminhadas nos jardins, para se tornar a esposa do príncipe
herdeiro e futuro sheik.
Agora devo esquecê-la.
— Salam [2]— digo a Jalal que está me esperando no
pátio, no lado fora do grande salão palácio.
Ele é o meu braço direito e amigo de longa data.
— Salam. Os cavalos estão prontos, Vossa
Excelência. Podemos partir quando quiser.
Eu já havia tolerado os três dias de festa de
casamento. Todos os rituais para os noivos já haviam sido
cumpridos e minha presença no palácio não seria mais exigida.
— Para onde vamos? — Questiona Jalal,
— Passar algumas noites no hotel do meu primo,
Omar, na capital e de lá vamos para o Sul do deserto de Amal.
Pretendo me isolar na minha tenda no deserto o
máximo de tempo que eu puder. Hamed estava de volta e agora
é dever dele cuidar de todas as obrigações reais junto com o
nosso país. É hora dele aprender mais sobre Sahra. E em como
as coisas haviam mudado desde que ele partiu para estudar e
se divertir pelo mundo. Como relembrar algumas das nossas
importantes tradições.
Sigo para o meu garanhão negro, um Aswad[3], uma
raça premiada, criada em nosso país, que vale milhões em todo
mundo, devido sua resistência a longa viagens no deserto e
velocidade impressionante.
— Rashid?
Fico tenso ao reconhecer a voz e feminina me
chamando.
— Iria embora sem se despedir de mim?
— Vossa Alteza — faço uma reverência a Layla e não
ergo o meu olhar para ela — Apesar de nos tornarmos parentes
agora. De você se tornar minha irmã. Não é certo que fale
comigo sem o seu marido presente.
— Rashid — ela encurta a distância entre nós —
Nunca ligamos para essas tradições tão antigas. E nem creio
que Hamed iria ligar. Você ainda é o meu melhor amigo.
Não, eu não era. Como seria possível ser amigo de
quem temos um amor não correspondido?
Quando olhá-la com outro, sendo o meu próprio irmão,
idêntico a mim, mas tão diferente na personalidade, machuca.
— As coisas mudaram, Layla — dessa vez me atrevo
a olhar rancoroso para ela — Você fez a sua escolha.
— Eu tive que cumprir o pedido do meu pai!
— Você mesmo disse que não éramos tão ligados a
antigas tradições — relembro-a com sarcasmo — O que mudou
com meu irmão?
Apesar de Layla ser a escolhida de Hamed e o pai
dela ter ficado feliz com isso, ela poderia ter recusado a corte
dele e seu pedido de casamento. Sim, causaria um desconforto
diplomático por algum tempo, que seria superado quando nós
dois nos casássemos. Mas Layla queria mais. Ela desejava o
trono.
Como pude ser tão cego para não ter visto isso?
— Eu me apaixonei por ele. Aconteceu, Rashid.
— Nós conversamos por meses, Layla. Estava certo
apenas esperarmos Hamed voltar e assumir o seu cargo para
eu pedir sua mão. Idealizamos ficar juntos tantas vezes. Não.
Eu idealize. Agora quer me dizer que em três semanas de
cortejo, você se apaixonou pelo meu irmão?
Não vou confiar em seu olhar triste. Eu precisava
acreditar que Layla era apenas uma garota ambiciosa. Só
assim eu conseguiria lidar com o meu ego e coração ferido.
— Adeus, Layla — falo, secamente, dando às costas a
ela.
Não apenas a partiu o meu coração. Mas me enterrou
para o amor. Eu nunca mais entregaria essa parte tão frágil de
mim a ninguém.
CAPÍTULO 3
Connecticut, EUA
No aeroporto
Quando eu digo que odeio surpresas, tenho
propriedade para falar isso.
— Como assim você não vem, Lucy?
Fecho os meus olhos com fora e tento controlar a fúria
com minha amiga. Eu deveria ter imaginado quando ela disse
para nos encontrarmos no aeroporto, que alguma coisa estava
errada.
— Abiga — sua voz fanhosa que a faz falar errado,
poderia soar engraçada, se a situação não estivesse me
deixando completamente em pânico — Eu guro que queria ir.
Mas nem consigo lebantar da cama.
Com o que ela diz e um ruidoso espirro que dá, me faz
afastar o telefone do ouvido.
Lucy está mesmo mal, o que nem me permite ficar
brava com ela.
— Mas, Lucy, essa viagem foi ideia sua. Então se não
vai...
— Dada disso, abiga! É seu presente de anibersário.
Bocê tem que entrar naquele abião e se dibertir em Sarha por
nós duas. Promete isso, Suz!
Eu nuca quis fazer essa viagem, muito menos sem a
Lucy.
— Gastei uma fortuna. Bocê bai! — O grito a faz entrar
em uma crise de tosse seca — Já está aí. Então só aprobeita.
Seria um grande desperdício jogar as duas passagens
no lixo. Além disso, com Lucy doente, não haveria nada que eu
pudesse fazer. Com toda certeza a sua Diana, mulher que a
criou desde bebê, estaria enfurnada na casa dela, tratando-a
como o seu cristal.
— Certo. Eu vou. Mas saiba que vai ficar me devendo
essa.
— Te pago aquele japonês que bocê ama quando
boltar.
É claro que eu nunca iria exigir isso dela. A viagem
com ou sem Lucy, já tinha sido um presente de aniversário para
mim.
— Eu mando fotos. Aliás... — aviso, mostrando a
minha passagem a funcionária, para passar no embarque —
Vou encher você com fotos de praias, sol, comidas
maravilhosas, bebidas exóticas e homens bonitos.
— Cruel. É assim que me agradece bor ser uma amiga
incrível?
— Você é mesmo incrível — aviso, com amor — Eu te
amo, Lucy.
— Também te amo, Suzana. Banda notícias assim que
chegar lá, ok?
Quando chego ao portão de embarque, o meu voo
está sendo anunciado pela última vez.
— Suzana Weston? — Indaga a comissária no balcão.
— Eu mesma.
— Só faltava você e a Srta... — ela olha o computador,
checando sua lista de passageiros — Golding.
— É minha amiga, Lucy. Está doente e não irá.
— Então entre senhorita — ela sorri, amigavelmente
— Vamos partir imediatamente.
Serão muitas horas de viagem até Sahra, contando
com duas escalas de espera de três horas. Eu desejo que todo
esse empenho para chegar ao país, realmente valha a pena.
Fils, Sahra
Sei transitar muito bem entre o mundo moderno e das
nossas tradições milenares. Fico confortável em me sentar em
uma mesa com dezenas de chefes de estados, tratando de
assuntos importantes e de interesse entre nossas nações,
como posso passar dias, semanas e até mesmo meses, em
meu acampamento no deserto de Amal, em frente a um
magnífico oásis Raar-al-Mir, completamente privativo, que
pertence a minha família há mais de trezentos anos.
Tenho fascinação na junção entre as areias que
enformam linhas horizontais em constantes oscilações. A
contraposição das cores tépidas das dunas com o azul vivo dó
céu, refletindo nas águas serenas do lago.
É um alimento para a minha alma, sentir o frescor da
vegetação, que apesar da agitação da areia, se mantém
inabalável.
Aqui é onde eu tenho fugido do mundo nos últimos
meses, desde o casamento do meu irmão, na verdade. Jalal
costumar zombar, dizendo que tenho me escondido, e, ele não
está totalmente errado.
Esse tempo aqui, avaliando a minha vida, serviu como
uma espécie de purificação. A ferida em meu peito está
fechada. Nesses meses revivendo a nossa história, percebi que
estive apenas encantado com a ideia de me apaixonar pela
primeira vez, por uma jovem linda, atraente e ingênua.
A verdade é que foi mais o meu ego e orgulho sendo
feridos, do que realmente o meu coração.
Eu nunca desejei ser o sheik emir, esse destino já
estava traçado para Hamed, e eu aceitava o que tivesse sido
escrito a mim. Por amá-lo e saber das grandes
responsabilidades que ele teria no futuro, aceitei de bom grado
me tornar o braço direito do nosso pai, enquanto ele vivia suas
aventuras.
Então foi desapontador, mesmo que ele não tivesse
feito de forma cruel, vê-lo apenas tomar algo que queria e que
achei que fosse meu. Que Layla tão rapidamente tivesse caído
encantado por Hamed, esquecendo as promessas que fizemos
ao outro.
Mas isso teve seu lado positivo. Me fez ver o amor
como realmente é, frágil e não confiável. Eu não cairia nessa
armadilha novamente.
Agora era minha vez de aproveitar a vida, as festas e
as mulheres. Como segundo na linha de sucessão, pelo menos
até Hamed ter seus herdeiros, filas de belas garotas seriam
feitas a mim, tanto em Sahra como em todo o resto do mundo.
É minha vez de bancar o playboy da realeza.
Era o que estava em minha mente até Jalal trazer
informações importantes de Fils.
Agora já coroado, Hamed tem carta branca tratar de
assuntos de governo. Só que meu irmão não tem experiência
alguma para lidar com algumas questões que precisam de
medidas mais diplomáticas, do que operacionais.
Há um acordo que que dura mais de cinquenta anos,
garantindo que Alnaas al'ahrar, uma das tribos mais antigas no
norte de Amal, continue a ser independente de Sahra.
Apesar da área ser rica em petróleo e poder gerar
muitos benefícios a eles, a grande parte deseja continuar
vivendo da forma antiga, em suas tendas no deserto, comendo
e vestindo do que eles mesmo produzem.
Normalmente, eles são um povo pacífico, mas a
insistência de Hamed em tomar o lugar novamente para Sahra,
tem agitado os defensores rebeldes, deixando-os furiosos.
— Qual a última notícia que teve em Fils? — Indago a
Jalal quando ocupamos os nossos cavalos.
A pedido de meu pai, em uma missiva enviada a mim
há três dias, preciso ir à cidade capital para acalmar os ânimos
de algumas pessoas, depois que o restaurante onde Hamed e
Layla estavam sofreu um ataque como resposta às suas
promessas de tomar Alnaas al'ahrar.
— O povo ainda anda inquieto e com medo de uma
guerra.
Acho que foi um erro ter deixado Hamed lidar com
assuntos tão importantes como esse cedo demais. Mas ele
havia jurado ser capaz de começar a administrar suas funções
e tomar decisões necessárias.
Sahra não era como uma das fraternidades que ele
decidia coisas estúpidas. A vida do nosso povo, o presente e o
futuro de toda uma geração, dependia de nós.
— Acha que vai precisar ficar quanto tempo na
capital? — Estudo os olhos escuros de Jalal, que o turbante
preto faz ficar ainda mais sombrios ao analisar a sua pergunta.
Ele não era apenas o homem responsável pela minha
segurança. Mas um dos soldados mais bem treinados e
implacáveis do país. Eu nunca temia a minha vida ao lado dele.
— O mínimo necessário.
— E pretende ir ao palácio falar com Hamed?
Pelos relatórios que venho recebendo, o meu irmão
não anda muito amigável. Isso porque a essa altura seu
primeiro herdeiro já deveria estar a caminho, mas o ventre de
Laila continua vazio.
Somado a isso, ter tomado algumas estratégias
erradas, tanto políticas quanto econômicas, que cobram suas
consequências, faz Hamed ficar impaciente.
— Ele não quer a minha ajuda, Jalal — aviso, seco.
— Mas vai ajudá-lo mesmo assim.
De um jeito que Hamed não precise saber ou que só
descubra tarde demais. Sermos gêmeos idênticos, algumas
vezes tem suas vantagens.
CAPÍTULO 5
Seis dias.
Em apenas seis dias a minha linda fantasia ardente no
deserto iria acabar. Tudo o que eu teria de Rashid seria
lembranças doces e incríveis ao lado dele. Ainda assim eu
estava muito feliz.
Lucy estava certa quando disse que essa viagem mudaria
a minha vida. E mesmo que eu não saísse desse paraíso,
levando o bebê de Rashid em meu ventre, não desistiria da
ideia de ser mãe.
Voltando para casa, a primeira coisa que eu faria seria
procurar uma clínica de fertilização, para que eu pudesse
realizar de forma legal e moralmente, esse desejo.
— Está pronta, habibti?
— Você ainda não me disse o que vamos fazer?
Ele só havia me entregado uma linda vestimenta chamada
goa gaun e dito que faríamos um passeio pelo deserto.
— Os olhos falam melhor do que a boca.
— É um ensinamento árabe?
Rashid apenas me dá um dos seus sorrisos de tirar o
fôlego e me leva para fora da tenda. Quando chegamos em
frente a ela, solto um enorme grito de surpresa.
— Camelos?
Não sei se olho para os lindos animais brancos ou para
ele.
— Nós vamos de camelo?
— Pensei que ficaria com medo.
— Eles são mansos?
Rashid me envolve em seus braços e eu já fico toda
derretida por ele. Como só há Jalal verificando os animais por
perto. Não se pode dizer que estamos em uma exibição pública
de afeto.
— Eu nunca a colocaria em perigo.
— Nesse caso, estou ansiosa por mais essa aventura com
você.
Tudo que exploramos até agora foi o oásis, não que eu
esteja reclamando. Amei cada cantinho dele que Rashid me
tornou sua.
Tanto ele quanto Jalal, me ajudaram a subir no camelo e
mostram como devo fazer para colocá-lo em movimento. Nos
primeiros passos fiquei insegura, mas assim que aprendi a me
posicionar no animal o passeio se tornou mais divertidos.
Nós passamos por lagos menores e chegamos a um ponto
que podíamos ver as montanhas de longe. Dessa vez Rashid
ficou atento aos momentos que acreditava que deveria parar,
dando-me água, algumas frutas e um tempo para esticar as
pernas.
E ele sempre aproveitava isso para também me
presentear com seus beijos e carinhos.
Voltamos a tenda antes do pôr do sol e enquanto ele e
Jalal tinham seu momento religioso no lago, eu aproveitava
para fazer rascunhos de algumas pinturas que quero iniciar.
Estou preguiçosamente relaxada na banheira de madeira
quando Rashid surge. A roupa que ele usa essa noite é
diferente. Tem mais bordados e tecidos mais finos, como se ele
estivesse se vestido para uma ocasião especial.
Noto também que ele traz um embrulho em suas mãos.
— Para você. Um presente de aniversário atrasado.
A curiosidade me faz esquecer que estou completamente
nua na banheira e eu me levanto, animada.
Rashid em encara com o seu olhar faminto. Em vez de me
envergonhar como no início, isso me faz sentir poderosa. Saio
da banheira e nem faço questão do roupão em uma cadeira.
Descalça, com o meu corpo e cabelos molhados, caindo
em minhas costas, vou até ele.
Os olhos de Rashid estão brilhando de desejo, como se
suas pupilas fossem de fogo.
Não retiro o pacote das mãos dele, mas começo a
desfazer os laços.
— Rashid — balbucio sem ar.
Encontro várias peças que formam o mesmo figurino que
as dançarinas usaram no meu aniversário. Só que o meu top,
saia e lenços são em vários tons de vermelho e tem bordados
dourados, além de pequeninas pedras transparentes que
brilham tanto, que me faz pensar se as joias são reais.
— Eu não posso aceitar.
— Recusar um presente aqui é considerado uma ofensa
grave, habibti — ele envolve as peças com o papel de embrulho
e as coloca em minhas mãos — Além disso, tenho minhas
próprias intenções através dela.
— Intenções?
— Dance para mim.
Agora assim eu fico vermelha.
— Mas eu não sei dançar. Não como elas.
Ele passa a mão pela curva do meu pescoço, pelos meus
ombros e fecha seus dedos em volta do meu seio. Com a sua
carícia os meus mamilos ficam duros e outras partes em meu
corpo despertam de desejo por ele.
— Apenas dance. Como quiser.
Eu me vejo desejando isso desesperadamente.
— Está bem, habibi.
É primeira vez que o chamo assim e isso o leva a soltar
um grunhido atormentado e me puxar para os seus braços.
É como se eu estivesse sendo punida com o beijo mais
sensual e desnorteante do mundo. Só que para o meu lamento,
apesar de desejar aplacar nosso desejo tanto quanto eu,
Rashid se afasta para que eu termine de me arrumar.
Descubro no quarto que na cama tem joias, um
deslumbrante conjunto contendo colar, brincos e muitas
pulseiras de pedras vermelhas, também tem um kit novo de
maquiagem. Decido ousar fazendo algo bem marcante,
principalmente nos olhos e na boca vermelha.
Quando decido que estou pronta, em vez de Rashid,
encontro Jalal no lado de fora da tenda.
— Vou levá-la — ele se coloca ao meu lado em uma
distância respeitosa. — Rashid à espera.
Eu já não sinto tanto medo dele. E vejo que esse porte
carrancudo, faz parte da sua postura profissional. Até um dia o
vi rindo de algo atrapalhado que fiz, mesmo que tivesse durado
pouco tempo.
Sigo Jalal sentindo-me ansiosa e quanto chegamos perto
de uma luz de fogueira, ele me diz para continuar sozinha.
A música lindamente romântica e típica desse país e as
chamas da fogueira me guiam até Rashid. Ele se ergue do
tapete quando me nota aproximar e estende a mão para mim.
— Está linda, habibti.
— Você também está lindo. Deveria ter dito isso antes.
Ele passa seu polegar em minhas bochechas e esse
carinho me faz entender o significado de sentir borboletas no
estômago.
Depois Rashid me guia até os tapetes, almofadas e
mantas. Nos acomodamos e ele vai explicando cada tipo de
comida para o nosso jantar.
— Como conseguiu trazer isso tudo?
— Um homem não pode revelar todos os seus segredos.
É isso que o torna ainda mais especial. Rashid me faz
pensar que ele é capaz de realizar o impossível.
Comemos, alimentamos um ao outro, na realidade. Ele me
conta histórias antigas que me deixam cada vez mais fascinado
por sua cultura. É incrível como me vejo facilmente morando
aqui. Em qualquer lugar do mundo que ele estivesse.
Esse pensamento me pega como uma marretada na
cabeça. Sem que eu percebesse, estava cada dia mais me
apaixonando por ele.
Como seria voltar aos meus dias solitários, sabendo agora
que, a verdadeira felicidade existe.
— Habibti? — Ele toca o meu rosto preocupado.
Não quero que esses pensamentos tristes estraguem a
nossa noite perfeita.
— Acho que chegou a hora da dança — aviso, ficando de
pé — O que você acha?
— Estive o tempo todo fantasiando com isso — ele passa
suavemente os dedos por um dos véus em minha saia — No
momento que a vi olhando com tanta admiração para as roupas
delas, idealizei isso.
— Então, meu habibi — ergo o meu pé e coloco contra o
peito dele, empurrando-o para trás — Talvez não seja a melhor
dança que você viu na vida, mas será a melhor que eu já fiz.
O fogo que vejo arder em seus olhos não vem do reflexo
da fogueira, mas sim de dentro de Rashid e ele está queimando
por mim.
CAPÍTULO 21
Eu estava sonhando?
Não. As mãos e lábios tocando minha pele, fazendo-a
incendiar eram reais demais para que eu estivesse em um
sonho erótico com Rashid.
— Habibi? — Abro os olhos languidamente e encontro
o tom azulado dos de Rashid, mais escuros devido a penumbra
— Você já voltou.
— Foram os minutos, horas e dia longe, mais
angustiantes da minha vida, habibti.
Não tomo como exagero nenhuma as suas palavras
porque me senti exatamente igual na sua ausência, miserável.
Rashid me beija. Um beijo lento, sensual, mas com
muita fome e desejo.
Ansiosos um pelo outro, tiramos as nossas roupas.
Quando a pele nua dele toca a minha, a febre se espalha pelo
meu corpo.
Ele inicia beijos que começam do meu pescoço e
correm pelos meus ombros. A sua boca envolve o meu seio e o
beliscão que Rashid dá no mamilo enquanto torce o outro com
o polegar e indicador, levam um formigamento entre as minhas
pernas.
Continua mamando meus seios e gemidos irrefreáveis
escapam dos meus lábios entreabertos. Então ele desce mais a
sua boca. Abre as minhas pernas e devora a minha boceta com
sua boca talentosa.
— Rashid! — Torço o lençol entre os meus dedos,
segurando-o firme.
Suas lambidas, três dos seus dedos entrando em mim,
a forma que ele massageia o meu clítoris ficando duro e
sensível, a combinação de tudo isso, faz o prazer explodir
dentro da minha mente e meu corpo sacudir.
Ainda estou trêmula quando ele termina de se proteger
e coloca-se entre as minhas pernas.
Então ele me invade em uma estocada só.
— Ah! — Grito tanto de prazer como por sentir seu pau
imenso e grosso me preencher inteira.
Rashid me fode com fúria. Como um animal que não
pode ser domado. Todas as vezes que fizemos amor, foi intenso
e especial, mas havia algo diferente em Rashid. Como se ele
estivesse me marcando como dele, para que eu nunca mais me
esquecesse disso.
Gozo de novo, mas ele ainda não está satisfeito. Vira-
me de costas colocando-me de quatro na cama e volta a socar
o seu pau em minha boceta em chamas.
O seu quadril bate duro contra a minha bunda,
fazendo-me ir para frente e para trás.
Ele é impiedoso comigo.
Cada estocada sua, dura, firme e profundo, sinto um
prazer ainda maior que os anteriores começar a crescer.
— Ai, habibi! — Agarro os lençóis com mais forca
quando ele começa a esfregar o meu clitóris com as pontas dos
dedos — Eu não aguento.
Parece que prazer está desintegrando o meu corpo.
Mas ele não tem piedade. O que digo o faz ficar ainda
mais determinado em me foder e tornar essa noite impossível
de esquecer.
Ele continua a me foder forte e implacável. O meu
orgasmo vem como uma avalanche impossível de conter. O
meu corpo sacode, tento me afastar de Rashid, mas ele me
mantém presa a ele enquanto também goza, grunhindo feito
uma fera selvagem.
Eu não tenho forças para me mover, então como
sempre, alguns segundos após recuperar um pouco suas
energias, ele me leva para o seu peito.
Não posso mais negar ou fugir disso. Eu estava
perdidamente, completamente apaixonada por ele.
Jamais haveria outro além de Rashid.
Nunca.
— Como foi na capital? — Indago antes que a
sonolência causada pelos carinhos dele em meus cabelos, me
fizessem dormir.
— Nada bem. Precisamos voltar a Fils pela manhã.
Pode ficar no palácio comigo.
Eu ainda não consegui assimilar que Rashid é príncipe
de Sahra.
— Ainda tenho reserva no hotel. Prefiro ficar lá.
Mal sabia como me comportar aqui com os
empregados me tratando como se a princesa fosse eu. Num
palácio, então. Além disso, provavelmente Rashid ficaria muito
tempo ocupado. E eu não queria a tensão de me preocupar o
tempo todo com o que dizer ou fazer.
E entrar no palácio com a posição de amante dele, não
me agrada.
O que o irmão dele faria sobre isso?
Rashid não me fala muito dele.
— Talvez você esteja certa. O hotel pode ser mais
seguro nesse momento.
— Atacaram o palácio outra vez? — Ergo a minha
cabeça para ele com olhar preocupado.
— Ainda, não. Mas as pessoas na capital andam
tensas. Conversei com o meu irmão e não foi muito favorável —
ele alisa minhas costas nuas com seus dedos — Mas não
ocupe sua cabeça com essas coisas.
— Acha que não sou inteligente o suficiente para
entender?
— Não é isso, Suzana. No momento nem eu sei qual é
o rumo melhor a tomar.
Eu noto que ele está mesmo preocupado e que encher
a cabeça dele com minhas neuroses não ajudará em nada.
— Eu sei que vai encontrar uma solução — deslizo
pelo seu peito e busco os seus lábios — Tenho fé em você,
Rashid.
Sobre o futuro de Sahra e o nosso.
Palácio de Fils
No dia anterior
Connecticut, EUA
Um mês depois
Connecticut, EUA
Quatro meses depois
O dia da exposição
Fils, Sahra
Cinco meses antes
Fils, Sahra.
Duas semanas antes da exposição
Connecticut, EUA.
Uma hora após a exposição
Eu tinha um plano.
Conseguir encontrar Lucy e fugirmos de Sahra, assim
que possível. Mas Rashid tinha jogado sujo outra vez ao me
trazer para o deserto, onde lembranças maravilhosas nos
cercavam.
Provavelmente foi aqui, no dia que dancei para ele em
frente a fogueira e que nos amamos na areia, que nosso filho
havia sido concebido. Voltar ao oásis mexe comigo de tal
maneira que gasto muita energia tentando ignorar Rashid.
Eu o odeio. Mas não posso negar que ainda me sinto
atraída por ele.
Desejo sexual. É o que venho convencendo a mim
mesma. Não pode ser nada além disso. E meus hormônios da
gravidez também são culpados.
Porque toda vez que vejo-a entrar na tenda, como
agora, e, tirar o keffiyeh e a gahfiya, revelando seus cabelos
escuros, arrancar a túnica, mantendo apenas o cirwal, cobrindo
seu corpo musculoso, o meu sangue começa a correr mais
rápido em minhas veias.
As memórias de nós dois aqui, nos amando
intensamente, pioram as reações do meu corpo e isso é um
ponto para Rashid nessa guerra entre nós.
— Gosta do que vê, habibti?
Já desisti de pedir para ele parar de me chamar assim.
Me lembrava o Rashid que eu me apaixonei, quando preciso
me concentrar naquele que com olhos frios, me expulsou do
palácio ao saber sobre o nosso bebê.
— Sabe que pode tocar quando quiser — ele passa a
mão no peito suado e vem até mim, como uma pantera
analisando a sua presa.
Ridículo. Esse joguinho bobo de sedução não daria
certo.
— Eu sou todo seu, Suzana. Sempre serei.
As suas mãos pegam as minhas que estão trêmulas e
as levam para o seu peito.
— É só pedir.
Engulo em seco.
Nunca!
Jamais vou tocá-lo e permitir que me toque de novo.
Os meus dedos estão no peito de Rashid e eu consigo
sentir seu coração batendo forte. Ele também está envolvido e
isso não é algo que se finge.
— Rashid... — o seu nome escapa por entre os meus
lábios um segundo antes dele segurar possessivamente o meu
rosto e tomar minha boca.
O nosso primeiro beijo depois de meses dolorosos de
separação. E eu sinto um mundo de sentimentos explodir
dentro de mim.
É como se eu voltasse a respirar com esse beijo. Que
voltasse a viver. Porque sem Rashid eu apenas sobrevivi, me
arrastando pela vida.
Eu nunca deixei de amá-lo, apenas tentei manter
adormecido esse sentimento. E com esse beijo tudo fica claro
para mim.
A gente não escolhe quem vai amar e quão grande
será esse sentimento.
— Suzana — ele interrompe o beijo para que eu possa
respirar, mas sua boca continua pelo meu rosto, pescoço.
Ele começa a retirar a minha roupa e quando me vê
apenas de calcinha, exibindo a minha barriga imensa, a
intensidade que sempre vi em seu olhar, multiplica.
— Você está linda, Suzana.
Ele toca o meu ventre com carinho e isso me
desmonta.
Eu não fui o tipo de gestante que se preocupava com
as mudanças do corpo, porque o único homem que já pensei
agradar era Rashid, então ele me dizer isso nesse momento,
me faz sentir plena com as mudanças que a gravidez faz em
mim.
Depois de me olhar com devoção, Rashid volta a me
puxar para os seus braços e me beija. Ele me faz esquecer dos
motivos que preciso ficar longe dele.
Como também preciso tocá-lo, passo timidamente a
minha mão por seu peito largo, escorrego-o pelo seu abdômen
e enfio os meus dedos dentro do cirwal, encontrando seu pau
inchado.
— Oh, Suzana! — Ele sussurra esse gemido em meus
lábios e estremece com meu toque.
Eu podia ser completamente vulnerável a atracão por
Rashid, mas com ele não é diferente. Ele está em angústia
tanto quanto estou.
Envolvo o seu pau com meus dedos e vou movendo-
os lentamente, sinto-o engrossar ainda mais em minha mão e
os estremecimentos de Rashid.
Eu o torturo assim como ele está fazendo comigo, até
ele tomar o controle de volta e me pegar no colo para me deitar
na cama.
Ele começa a deslizar a calcinha pelas minhas pernas
de uma maneira muito sensual e que me impede de desgrudar
o olhar de seu rosto lindo e tensionado pelo desejo.
Rashid tem a ousadia de levar a lingerie ao nariz e
inalar o meu cheiro como se fosse seu perfume preferido.
O gesto me faz estremecer.
Depois fica de joelhos em frente a cama e agarra os
meus tornozelos, separando as minhas pernas. Primeiro ele
passa suave e sensualmente as mãos por minhas coxas. Seus
lábios e nariz percorrem em minha pele o mesmo caminho que
elas fizeram.
Nesse ponto já estou completamente envolvida e
absorvida por ele.
Então sua boca cobre a minha boceta e as suas
lambidas e chupadas me fazem gemer alto. Busco o lençol para
ter algo em que meus dedos pudessem agarrar.
— Rashid — pranteio seu nome, em desespero
enquanto ele continua a me torturar de prazer — Ah...
Ele me faz ferver. Sentir a febre queimando minha
pele. Convulsionar e explodir em um orgasmo em sua boca.
Seu corpo cobre o meu. Ele me beija de um jeito feroz
e eu retribuo como se a minha existência dependesse disso.
Como a minha barriga enorme de gestante não dá
muitas posições que me ajude, ele se senta na cama e me traz
para o seu colo. Seguro em seus ombros e Rashid em minha
cintura, ajudando-me a descer em seu pau. Ter Rashid me
preenchendo de novo, após tanto tempo me faz inclinar a
cabeça para trás, soltando um gemido alto.
Sinto-o ficar tenso e quando olho em seu rosto, vejo
receio e aflição.
— O que foi?
— Se eu machucar vocês dois?
A sua pergunta deveria me fazer rir, mas o seu rosto
verdadeiramente atormentado, provando que Rashid está
mesmo preocupado em não machucar a mim e ao bebê, me
desmonta.
Você não vai Rashid. Eu só fiquei bastante tempo
sem...
Tenho vergonha em continuar e assumir que nunca
teve outro além dele.
— Ninguém?
— Só você.
O que eu digo sacode a fera dentro dele e ele me puxa
completando a penetração. Eu estremeço em seus braços e
conforme o prazer de ser possuída por Rashid intensifica, volto
a me mover em cima dele, dessa vez com sua ajuda.
— Ah... Isso!
Os meus gemidos ficam cada vez mais constantes e
espero que nenhum dos seguranças próximo a tenda e outros
funcionários trazidos para nos atender, pudessem me ouvir.
Mas é impossível não reagir a todo prazer que Rashid está me
dando.
Estou cada vez mais perto do precipício quando sinto
seus dedos massagearem meu clítoris e o meu gozo vem como
um trovão em meio a tempestade.
— Rashid! — Ele me silencia com um beijo urgente e
também se entrega ao prazer.
Sem forças, desabamos na cama sem nos desgrudar.
Eu tinha sentido muito falta disso, apenas estar em
seus braços protetores depois de nos amarmos.
Eu quase poderia dormir com suas carícias em meus
cabelos.
— Eu sabia que tudo iria acabar bem, habibti.
O que ele me diz me acerta como se fosse uma
martelada na cabeça.
Me seduzir era tudo parte do plano dele?
— Foi só sexo, Rashid — levanto-me e busco as
minhas roupas pelo chão — Isso não muda nada. Ainda não
vou me casar com você.
Quando o encaro, em vez de raiva, vejo seu sorriso
convencido e isso me irritar ainda mais.
— Continue dizendo isso. Se enganando — ele se
estica mais na cama e leva um dos braços para atrás da
cabeça — Mas eu posso esperar a vida toda, Suzana.
Quando olho para o seu corpo nu, tão perfeito, que me
faz desejar ter uma tela nova e tintas para pintá-lo de novo,
sinto tesão, que me leva a raiva.
Ah! Eu o odeio!
Saio da tenda precisando de ar puro. Diferente da
última vez que estivemos aqui, agora há muitos guardas ao
redor. Isso minava qualquer tentativa minha em escapar. Eu
precisava ir para um território melhor.
Sigo para o lago. O sol como sempre está de nos fazer
derreter.
Mais lembranças me invade quando mergulho os pés
na areia e caminho pelo longo da margem.
Está muito quente e eu decido me sentar embaixo de
algumas palmeiras. Passo os minutos seguintes pensando na
loucura da minha vida desde que conheci Rashid. Eu descobri a
paixão, o verdadeiro prazer no sexo e agora tenho um filho
dele, enquanto me recuso a casar pelas razões erradas.
Mas Rashid não é um homem que desiste fácil. E ele
não irá recuar até conseguir o quer.
É irônico que nas poucas vezes que me permitir
pensar em Rashid, sobre o nosso filho, fantasie que ele nunca
tivesse nos rejeitado e feito de nós dois a sua família.
Agora Rashid está de volta e o meu medo de outra vez
entregar meu coração a ele e o ver destruído, me paralisa e me
faz fugir desse compromisso que nos unirá para sempre.
O nosso filho também tem esse poder. Mas o
casamento? Não, isso é entre mim e Rashid. É algo sobre nós.
— Suzana?
Abro os olhos e vejo as linhas do rosto dele, os raios
de sol não me permitem observar mais do que isso.
— É melhor voltar para a tenda.
Eu nem percebi que havia pegado no sono. Há quanto
tempo estive aqui?
Aceito a sua mão e ajuda para me levantar, mas assim
que tento, uma forte vertigem me faz perder as forças.
— Não consigo — murmuro fraca.
Rashid resmunga alguma coisa em sua língua e me
pega no colo.
— Estou pesada, Rashid.
— Não para mim.
Não insisto. Sinto-me tão fraca que sei que não
conseguiria caminhar.
— Eu acho que é o calor — aviso, sentindo a minha
garganta seca.
— Não deveria tê-la trazido — sua voz denuncia a
culpa que ele sente — Não, nesse estado. Assim que se sentir
um pouco melhor vamos partir.
— Iremos a Fils? No palácio.
Mesmo com muitos guardas, ele é grande o suficiente
para que eu pensar em algum plano de fuga.
— Vamos ao palácio para o nosso casamento — ele
avisa, fazendo a minha empolgação esmorecer — Vamos para
a casa perto daqui.
Aposto que lá terá o dobro dos guardas que nos
protegem na tenda. Fugir de lá seria quase impossível.
CAPÍTULO 35
Palácio de Fils
Algumas semanas depois
Palácio de Fils
Alguns anos depois