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Agradeço:
Primeiramente a Deus, que é tudo em nossas vidas;
À minha querida amiga e parceira Maria Amanda
Dantas, que me chamou para essa parceria literária;
Aos leitores do Wattpad e aos novos leitores da
Amazon que esse livro alcançar;
Às minhas amigas do grupo do WhatsApp, que
sempre me dão muito apoio: Vanderlucia, Nay, Valentina e
Fran. Vocês moram no meu coração, meninas, e eu só
tenho a agradecer por tudo;
E a você, leitor, que está adquirindo essa obra.
Espero que aprecie e se apaixone pela Anna e pelo Andrei,
assim como eu me apaixonei. Beijos!
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FLASHBACK
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A noite foi longa. Quase não dormi pensando em tudo que havia
acontecido.
É domingo e saí para almoçar com Thiago. Estamos em um shopping
perto da nossa casa. Estou pensativa, quando noto que Bryan passeia ao lado
de uma bela mulher de curvas atraentes.
Ele mantém a mão sobre a cintura dela. O acompanho com o olhar, ir até a
saída.
— O que tanto olha? — Thiago pergunta.
Ele olha para trás, mas não vê nada, pois eles já tinham sumido de
vista.
— Nada não. — Bebo meu suco de laranja.
— Sua mãe continua sem falar com você?
— Eu não falo com ela também.
— Anna, é sua mãe. Deveria tentar ficar de boa com ela.
— Casa comigo?
Ele sorri mostrando os dentes. Seu sorriso é lindo.
— É o que mais quero, minha vida. Mas não posso te dar a vida de luxo
com a qual está acostumada. Meus irmãos me deserdaram.
— Não me importo com isso. Podemos trabalhar.
— Anna, as coisas não se resolvem assim. Casamento é um passo
muito importante no nosso mundo.
— Você não tem certeza do que sente por mim? Porque eu te amo
muito. — digo irritada. — Pensei que esse era o nosso maior sonho: um dia
podermos ficar juntos e esquecer de vez todos aqueles que não apoiam nosso
casamento.
— Calma, irritadinha! Claro que esse é o meu maior sonho também.
Mas eu quero poder te dar a vida de princesa que você tanto merece. Em
breve serei promovido a gerente de ações da empresa e irei ganhar mais,
então poderemos falar de casamento e uma vida juntos para sempre.
Isso me deixou levemente desapontada. Eu seria capaz de deixar tudo
para trás, apenas para me tornar a sua esposa e poder um dia esquecer que
sou uma Grego. Não odeio a minha família, mas sim a máfia, da qual para
eles tudo tem alguma relação. Meus irmãos são cegos e meus sobrinhos irão
pelo mesmo caminho. E eu? Não sou nada.
Se não fosse por Enrico, nem dinheiro para abastecer, eu teria. Meu
irmão me deu um cartão com um certo limite, o que foi uma boa para mim,
que estou sem economias alguma, já que minha mãe controla toda a minha
herança. Apenas quando eu casar, terei direito a ela, mas meu namorado é
orgulhoso e não vai aceitar isso muito bem.
Controlo a decepção em meu olhar. Confesso que esperava ouvir um
“sim”. Ele está estranho, como se estivesse preocupado. E não é só ele que
anda assim nos últimos dias, pois toda a minha família tem agido dessa
forma, como se estivessem temendo algo. Sempre pensei que apenas meus
irmãos escondessem coisas de mim, mas agora percebo que meu namorado
também. Não adiantaria em nada confrontá-lo. Ele jamais iria me contar o
que está o deixando preocupado.
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Procuro Thiago por todos os locais que ele poderia estar, mas não o
encontro em lugar algum. Por fim decido vir me encontrar com o meu
cunhado, irmão mais velho do meu noivo. Ele pode ter alguma informação
dele. Aceitei o seu convite para um almoço. Quando recebi sua ligação,
confesso que fiquei surpresa com o que ele poderia querer comigo. Pediu
para que eu não falasse nada para ninguém. Tive esperança de que o
desaparecimento de Thiago estivesse algum envolvimento dos seus irmãos.
Essa é a primeira vez que alguém da família dele entra em contato
comigo depois de quase cinco anos. Todos viraram as costas para o nosso
relacionamento, e agora com a ligação e o convite para almoçar, do meu
cunhado, posso ter enfim esperança de que eles possam querer retomar o
vínculo com o irmão. Thiago nunca me disse nada, mas eu sei que ele sofre
com o desprezo da família. Seus irmãos são tudo o que ele tem nessa vida.
Thales é o filho do meio. Cabelos tão pretos quanto os de Thiago, com
os olhos mais claros e a pele também. É casado e com dois filhos homens. —
Havia cumprido seu propósito de ser pai de meninos.
Sinceramente eu queria que a partir de hoje nascessem apenas homens.
Os idiotas seriam todos instintos. E só assim dariam conta de que para nascer
um homem, ele tem que vir de uma mulher. Um bando de idiotas!
Um garçom me guia até a mesa onde está o homem de aparentemente
vinte e oito anos.
— Fico feliz que tenha vindo, Anastácia. Sente-se, por favor! — diz em
pé, me olhando de maneira educada.
Me sento e coloco minha bolsa sobre a mesa, juntamente com meu
celular. Estou nervosa e preocupada com Thiago. À noite quase não consegui
dormir, pensando nele.
— Não imagina o quanto estou curiosa para saber o que tem para me
dizer. Espero que possa me dar notícias do meu namorado.
— Ele está bem.
— Já podia imaginar que se tratava dele. Só não consigo imaginar qual
o motivo de vocês o terem pego.
— Aceita tomar alguma coisa?
Ele é muito cínico! Estou preocupada com Thiago e me oferece bebida.
— Uma água.
Ele pede para o garçom, que não demora muito para servir. Estou muito
ansiosa com o que ele pode querer me falar e ao mesmo tempo nervosa com
tudo que vai acontecer.
— Anastácia, confesso que não sabia se deveria te procurar. Enfim...
Você merece saber de tudo o que está a acontecer. Meu irmão nunca mais vai
te ver. Ele está seguro e protegido. Thiago sempre foi um bobo
inconsequente, capaz de arriscar a própria vida pra ficar com você.
Felizmente, nós da família, garantimos sua proteção.
Não posso acreditar que ele foi aprisionado pela própria família. Posso
entender a preocupação deles com Thiago, mas ainda assim não têm o direito
de se intrometer nas escolhas dele.
— A decisão é dele, não sua.
— Meu irmão não está em condições de decidir nada por si. — Levanta
da cadeira, me olhando com bastante raiva. — É melhor que aceite o seu
destino.
Sem dizer mais nenhuma palavra, me dá as costas e sai caminhando
tranquilamente. O que ele quis dizer com “aceite o seu destino”?
Tento ir atrás dele, mas já desapareceu. Fico tão desesperada que não
consigo pensar em nada com clareza. Eles devem estar usando da força para
prender meu namorado. Eu não posso fazer nada. Tenho certeza que meus
irmãos não se meteriam em questões familiares, principalmente se tratando
da família do Thiago. Estou perdida, cansada, preocupada...
No final do dia volto para casa e me jogo em meu quarto. Tudo o que
eu mais preciso é tomar banho e resolver algumas questões de cálculos da
matéria do Sr. Wilson.
Ouço gritos de crianças correndo pelo corredor. As pestes dos meus
sobrinhos estão na área. Resolvo trancar a porta do quarto. Tomo um banho
relaxado, visto meu pijama amarelo com bolinhas e como uma barra de
chocolate. Então meu celular começa a tocar estranhamente. É m toque
assustador e sombrio, que não é o dele. Alguém havia mudado. Mas quem? O
número é desconhecido. Reluto contra mim mesma e penso em não atender.
Tarde demais! O meu dedo já havia feito o trabalho.
— Alô.
— Privet, printsessa (Olá princesa).
Fico tão tensa que derrubo meu celular no chão. Aquela voz. O idioma
é russo. Meu único instinto é correr.
Sou um homem extremamente rigoroso e obcecado. Minha maior
obsessão nesse momento se chama Anastácia Grego: a minha querida
noivinha revoltada com a vida.
Não recebi bem a notícia de que ela não queria se casar comigo. Como
pode uma menina ser insolente a esse ponto? Não que eu fosse apaixonado ou
algo tipo, pois para mim, ela não passa de uma criança mimada que eu terei o
prazer de tirar toda a birra.
A família Grego perdeu o juízo por completo ao romper um acordo que
foi feito com meu pai, o falecido senhor Barkov, o próximo de sua sucessão,
com o então pai da minha noiva, também falecido. Enrico Grego não faz
ideia da loucura que cometeu com tudo isso. Ouvi dizer que ele havia
enlouquecido e que seu casamento não estava indo nada bem. Não que eu
desse importância para fofocas e boatos, mas assuntos como esse, não
passavam despercebidos pelo Clero.
Soube há alguns meses que Enzo Grego tinha assumido o posto do
irmão. Não poderia ter acontecido coisa melhor do que essa. Com Enrico fora
do meu caminho, posso ter mais liberdade para negociar com os demais
mafiosos.
Foram dois anos me dedicando à aérea da Psicologia para poder
conseguir entender a mente humana, e tudo isso com o único propósito de
destruir Anastácia em todos os sentidos.
A dor física magoa e deixa cicatrizes que se fecham em algum
momento, mas as feridas da alma são as que mais machucam, sendo capazes
de derrubar uma pessoa da maneira mais cruel que existe.
Hoje, quase cinco anos depois do fim do meu noivado com aquela
menina rebelde, eu tenho tudo planejado para destruir ela e toda sua família.
No auge dos meus trinta e cinco anos, eu preciso me casar e ter herdeiros.
Pelo menos para alguma coisa essa garota irá servir. Mas antes precisava me
certificar de que ela ainda era virgem, já que teve a ousadia de me trocar por
um moleque que nem havia deixado de usar fraudas.
Tive uma aliada bastante forte, infiltrada na família Grego. Digamos
que meu cunhado Enzo não casou com uma mulher bonita. A francesa era
horrível fisicamente. Já Helena é uma mulher atraente e sedutora, perfeita
para arrancar todas as confidências do Enzo.
Foi fácil saber como era feita a segurança dos Grego e em quais pontos
haviam mais seguranças, e quem eram eles. O dinheiro sempre moveu o
mundo. Alguns trocados e os idiotas passaram para o meu lado.
Muita ousadia dela abandonar Andrei Barkov para ficar com um
moleque desprovido de poder. Isso me faz vitorioso e com muitos pontos de
vantagens a frente dele nessa situação. Eu sou poderoso, e ele não.
Fiz com que seus irmãos o deixasse sem nada, e assim eles não teriam
condições financeiras para fugir e muitos menos se casarem.
Antes de tudo precisava confirmar se minha querida Anastácia ainda
era pura. Fiz isso no dia que aquela imbecil decidiu dormir ao lado daquele
moleque na casa dele. Poderia ter matado ambos ali enquanto dormiam. Os
dois não passam de dois jovens idiotas. Nem notaram minha presença no
apartamento e sequer perceberam quando coloquei sonífero no pedaço de
pizza que o tal Thiago comia. Só de pensar que ele a viu usando aquele
vestido provocante de dormir, senti vontade de matá-lo. Mas tudo no seu
devido tempo. Paciência é meu nome do meio quando se trata de Anastácia
Grego. Essa pequena loirinha terá o que merece.
Inicialmente meu plano era seduzi-la, conseguir sua confiança. E isso
eu já tinha. Mas agora que a tenho tão próxima de mim, minha única vontade
é de possui-la. Garota mimada e malcriada!
Essa é mais uma de nossas consultas aqui na sala do diretor. Minha
noiva é esperta para algumas coisas, mas para outras, é muito burra. Conversa
com um estranho sem nem checar suas identidades no Google.
A garota é mais bonita do que eu imaginava. Como eu queria fodê-la
aqui mesmo nessa sala! Ela está preocupada com o namorado, que não
responde suas mensagens. Eu deveria matar aquele moleque por ter ousado
olhar para a minha mulher.
Está decidido! O pior castigo que eu posso dar a Anastácia é me casar
com ela. Como seu marido, serei seu único dono e poderei colocar minha
vingança em prática. A loirinha vai pagar por toda humilhação que me fez
passar, por todos os beijos que deveria ter me dado e não deu.
Toda família Grego me pagará por essa afronta, a começar pela minha
querida noiva, que nesse momento está sentada na poltrona, concentrada no
celular. Me aproximo dela, que olha para mim, preocupada.
— Continua sem notícias do seu namorado?
O seu olhar preocupado me irrita. Se ela soubesse que nunca mais irá
vê-lo novamente...
— Não sei o que houve para ele desaparecer assim, sem me dar
notícias. Acabei de receber um convite do meu cunhado, o irmão mais velho
dele. Acho que eles o prenderam.
— Tenho certeza de que ele está bem. — Sorrio de lado.
Tenho que esconder toda minha satisfação por saber que ela está
sofrendo com o desaparecimento do moleque.
— Tenho certeza que não. É muito estranho o irmão dele me mandar
mensagem. Thiago e eu estamos juntos há um bom tempo e essa é a primeira
vez que um deles me procura.
— Pode ser pra dizer que apoia o namoro de vocês.
Ela faz uma careta nada legal. Adoro seu jeito de se expressar, tão
natural.
— É mais fácil ele querer me matar. Se eu não voltar, já sabe. É melhor
eu não comer nada nesse restaurante.
— Deseja iniciar nossa sessão?
— Desculpa, Bryan, eu não posso ficar. — responde pegando sua
bolsa. — Não podemos fazer isso outro dia?
— Na faculdade não. A não ser que aceite vir até meu consultório.
— Okay. Boa semana para você.
Ela sai sem dizer mais nenhuma palavra. Pobrezinha! Não sabe toda
vida de sofrimento que a espera.
Organizo meus papéis em minha maleta, saio do escritório e dou de
cara com uma menina que estuda na faculdade. Ela me cerca já há alguns
dias. Corpinho gostoso! Eu comeria. Mas no momento meu foco está na
minha ex e futura noiva.
— Sr. Smith, podemos começar nossa sessão?
— Desculpe! Tínhamos algo marcado para hoje?
— Sim.
— Me desculpe! Não poderei atender mais hoje. Aconteceu uns
imprevistos. A gente se ver por aí.
Ela está louca para me dar. Eu aceitaria comê-la, mas não posso me
envolver com uma aluna oferecida como essa, que certamente acabaria
contando tudo para as amigas fofoqueiras.
Em meu apartamento poderei finalmente tomar um banho e acender um
charuto.
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2 DIAS DEPOIS
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FLASHBACK
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Desperto com um leve toque no meu rosto. Quando olho, vejo Andrei
me analisando de forma carinhosa. Me afasto bruscamente do seu toque
repulsivo. Rapidamente me levanto da cama e ergo a minha mão de encontro
ao seu rosto. Ele me olha com ódio.
— Ficou louca, Anastácia?! — Segura meu pulso de forma dolorosa.
Sua voz saiu raivosa e bastante furiosa ao ponto de me assustar.
Não deixo meu medo transparecer, apenas minha dor e minha raiva.
— Me solta, seu... Seu cretino! — Tento me soltar. — Eu tenho ódio de
você, Andrei! — Ele me olha como se não estivesse entendendo nada. —
Você se divertiu muito às minhas custas, me fazendo de boba? Você já sabia
que eu estava grávida.
— Ah! Então você já percebeu que está carregando o tão esperado
herdeiro da máfia russa. — Estampa um sorriso no rosto. — Não vai mais
poder sair do meu lado nunca mais, meu anjo.
— Mas eu não quero esse filho, seu desgraçado! Eu te odeio, seu idiota
presunçoso! Esse filho deveria ser meu e do homem que eu amo, não de um
monstro como você que me violou e tirou tudo de mim!
Ele avança sobre mim, me pegando pelos ombros e me sacudindo.
Como queria que nessa hora a droga do enjoo viesse para que eu pudesse
estrear os seus belos sapatos.
— Mas esse filho é meu, princesa, filho do homem que você tanto diz
odiar. — Me olha com dureza. — E esse bastardo do seu ex-namoradinho
nunca mais vai chegar perto de você. Ele só vai sair daquele galpão em um
caixão. — afirma duramente. — É isso que você quer, meu amor?
— Não...
— No que depender de mim, não irá sobrar pedaço algum daquele
verme, e a culpa será sua, esposa.
Aproveito a sua proximidade e uso toda a força que possuo lhe
acertando uma joelhada entre as suas pernas. Ele me solta instantaneamente,
se curvando e levando as mãos para as partes baixas. Pode ser que dessa
forma não possa mais ter filhos.
— Porra! Isso é golpe baixo, princesa. — Grunhe de dor.
Um sorriso satisfeito agora se encontra em meu rosto.
— Você não pode fazer isso com o Thiago. — falo incisiva. — Eu
estou cumprindo o acordo, suportando os seus toques asquerosos sobre o meu
corpo. Você não tinha o direito de decidir me engravidar.
Com isso começo a chorar. Agora eu sei porque estou sentindo essa
montanha russa de emoções dentro de mim. Logo percebo seus braços me
enlaçando. Tento fugir do seu domínio, mas se torna impossível.
— Calma, meu anjo! A doutora me explicou que essas mudanças de
humor é normal. É culpa dos hormônios. — Beija meus cabelos. — Eu não te
falei nada porque eu pensei que você já sabia e não tinha me contado, então
eu esperei que me falasse.
— Me solta, Andrei! O único culpado disso tudo é você.
— Essa culpa eu carrego com orgulho. — Sorri com confiança. Posso
ver o quanto essa notícia o alegrou.
É tudo o que ele mais queria: poder anunciar que engravidou a mulher
que o desprezou no passado. Eu só quero descontar toda a minha fúria nele,
mas não consigo. Ele é mais forte do que meus punhos pequenos e fracos.
Não pode ser mesmo verdade. Não posso está grávida desse monstro.
— Eu quero que você saia daqui.
— Essa não é uma opção, muito menos depois dessa sua reação.
— Saia daqui antes que eu resolva dessa vez quebrar aquele vaso ali na
sua cabeça! — Aponto para o objeto que está em uma mesa no outro lado do
quarto.
— Por essa eu não esperava. Não imaginava que a gravidez fosse
deixar a minha mulher tão brava e louca. Que deixou fogosa, eu já sabia.
Apesar de negar, você sempre está louca para me dar essa bocetinha gostosa.
— Você é um verme que só pensa com o pau! Nem cérebro tem. Eu te
odeio, Andrei! Odeio você é esse filho que estou esperando.
Caio de joelhos no chão, chorando rios de lágrimas. Estou vivendo o
meu pior pesadelo. Como irei fugir se estou esperando um filho dele? Agora
a segurança sobre mim será redobrada. Espero não apenas um bebê comum,
mas sim o possível herdeiro de uma máfia poderosíssima. Isso significa muita
coisa. Já ouvi histórias da minha mãe falando o quanto meu pai dobrou sua
segurança durante a gravidez de Enrico e de Enzo. Ela nunca falou nada
sobre o período que estava grávida de mim.
A angústia em meu peito é tanta! Andrei me permite chorar até não
haver mais lágrimas para serem derramadas. Posso notar toda sua surpresa ao
me ver nesse estado. Ele está se sentido um pouco culpado? Ou esse olhar é
de prepotência? Tento não ligar para isso. O meu único foco nesse momento
é em como minhas oportunidades de fuga se reduziram para zero em uma
fração de segundos.
Eu sei que o bebê não tem culpa de absolutamente nada, pois é um ser
inocente que não merece a minha raiva. Caio na real, despertando para esse
lado. Meu filho não é culpado de nada. O único que merece meu ódio é o pai
dele, e ninguém mais além de Andrei Barkov.
Fui ao banheiro para tomar um banho, e quando retorno à suíte em um
roupão, já posso ver que na mesinha se encontra uma farta refeição. Mas
primeiro me dirijo até o closet, ficando completamente nua em frente ao
grande espelho que há na parede do ambiente. Levo minha mão à barriga, já
admirando a pequena protuberância quase imperceptível que se forma no
local, que só agora eu descubro não ser devido aos deliciosos alenkas.
Imagino que seja só um pequeno embriãozinho ainda, que já está deixando a
mamãe louca. Sorrio com esse raciocínio. Ele ou ela não tem culpa de nada.
Não me imaginava ser mãe tão nova, mas tenho que me adequar a essa nova
realidade. É um pequeno ser que precisa mais que tudo de mim.
— Não se preocupe, meu amorzinho! Os titios já estão vindo nos
resgatar.
Se Andrei pensa que com esse filho vai me prender a essa farsa de
casamento, está muito enganado. Esse grãozinho dentro de mim vai ser ainda
mais uma motivação para eu alcançar os meus objetivos. Mais animada com
esse pensamento, visto uma calcinha confortável, uma camisola e retorno ao
quarto. Vou até a mesinha e pego o chá que Kátia providenciou para mim,
que já está frio. Não consigo ingerir aquela bebida, pois não gosto de
alimentos gelados, muito menos de bebidas que devem ser quentes.
Não comi quase nada na hora do almoço e praticamente coloquei tudo
para fora logo após. Ainda bem que agora não sinto nenhum enjoo. Faço
minha refeição calmamente, apreciando o sabor de cada alimento. Agora
tenho que ficar mais atenta, visto que outro ser depende de mim.
Quando penso que terei um minuto de paz, ouço a porta se abrir e
Andrei adentra o quarto trazendo consigo algumas das minhas vitaminas. Ele
as deposita sobre o criado-mudo e me faz companhia durante meu lanche.
Não toca em nenhum alimento e apenas me fita com seus lindos olhos de
águia.
Ele tem um olhar sereno sobre mim. Nunca o vi me olhar assim antes.
Parece ternura ou eu estou ficando louca pela sensação de descobrir estar
grávida?
Eu sou apenas uma garota que não pediu para nascer na máfia. Não
pedi para casar com um bruto que roubou tudo de mim, a minha pureza e
inocência, um homem que se julga maior que tudo e todos, e que não é digno
do meu amor.
— Se sente melhor?
— Sim.
— Não gosto de ver você alterada, princesa. A minha garotinha não
precisa perder o controle da situação. Não fará bem para sua saúde.
— Até parece que você se importa comigo, com o que está me fazendo
bem ou não. Para você, eu não passo de um pedaço de carne que você
saboreia todos os dias. Se realmente tivesse consideração por mim, não teria
me sequestrado, nem roubado minha inocência daquela maneira, e muito
menos precisaria me obrigar a casar e engravidar-me para me prender a você.
— Respiro tentando buscar tranquilidade. — Isso é uma obsessão que sente
por mim, Andrei. Não é amor e nunca será. E mesmo que seja, não preciso do
seu amor.
Ele nada responde. Balbucia algo de seus lábios em russo e eu não fiz a
menor questão de tentar entender. Apenas permaneço em silêncio. Fecho
meus olhos por alguns minutos e peço mentalmente para que ele não esteja
mais aqui quando eu abri-los novamente. Respiro profundamente e
calmamente. As aulas de ioga que fiz com Luana, me ajudaram a manter a
calma. Preciso assimilar tudo que está acontecendo em minha vida.
O choque de saber que estou grávida de um homem que desprezo e o
repúdio de todas as formas, me fez ficar totalmente abalada. Preciso de um
tempo a sós para tentar compreender tudo que estava ocorrendo. Ultimamente
meus dias se resumiam em sexo e mais sexo. Meu marido só pensa em me
possuir e me marcar com sua loucura. Sua posse não faz sentido algum. Por
que ele nutre sentimentos pecaminosos por mim? De onde vem toda essa
obsessão?
Por um momento sinto que estou mais calma. Não posso permitir que
minhas emoções me derrubem, nem devo demonstrar fraqueza ou revolta
contra Andrei, mas às vezes fica difícil me controlar. Esse homem me vê
apenas como um objeto sexual, uma escrava que ele usa para o seu belo
prazer, um copo descartável. É assim que me sinto quando estou ao seu lado.
Quando ameaço me levantar, sinto sua presença próxima de mim e suas
mãos me envolvem em seus braços musculosos e quentes. Ele me carrega até
a nossa cama e me deixa sentada sobre a maciez do colchão. O olho e vejo
suas órbitas marrons me olharem com bastante intensidade. Não é aquele
olhar de tesão e luxúria que estou acostumada, e sim um pacífico, calmo e
neutro.
— Você quer me enlouquecer, Andrei! — minha voz saiu por um fio.
— Eu não aguento mais viver assim. Não sou sua escrava sexual. Não sou
um objeto descartável. O modo como você me trata, faz eu me sentir a pior
das pessoas. Eu não aguento mais sua maldita vingança. Se queria me ver
assim, fraca e demente, conseguiu. Você venceu. Eu posso falar isso para
qualquer um. Posso gritar que você venceu.
— Não precisa fazer isso, benzinho. Eu não quero destruí-la, princesa.
Ele se senta ao meu lado, segurando minhas mãos firmemente.
— Você me dá muito prazer anjo, em todos os sentidos, me fascina e
me deixa louco de desejo.
— Você só me vê como um objeto sexual.
— As coisas têm que ser assim, anjo. Eu não sou nenhum romântico e
nunca poderei lhe oferecer outra coisa que não seja meus desejos obscenos
por você.
— Você é louco! Essa sua obsessão...
— Sou um insano, um devasso, e não nego que me sinto completo e
feliz por roubar todos os seus suspiros e orgasmos somente para mim. Eu
nunca irei te deixar em paz. Você é somente minha e ninguém jamais irá
mudar isso. Se eu viver, você vive, e se eu morrer, você também morre.
Agora deite aqui comigo e adormeça, minha garotinha insolente! Não quero
ter que castigá-la estando grávida.
Sem forças para um novo confronto com Andrei, decido fazer sua
vontade. Agora tenho que pensar no meu filho também. Deito sobre a maciez
do colchão, permitindo relaxar todos os meus músculos tensos. Em questões
de poucos minutos e devido à forte exaustão emocional, adormeço.
ANDREI BARKOV
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FLASHBACK
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E assim se foi mais uma noite que meu marido me ignorou. Essa
semana está ficando longa de mais. Se Andrei pensa que irei tolerar ser
desprezada como um ser sem importância alguma, se engana. Ele não tem o
direito de me excluir assim. Então depois que conseguiu o seu grande
objetivo, simplesmente me ignora? Meu esposo não me toca mais e nem me
chama de princesa. Agora que já estou presa ao seu lado, exijo que pelo
menos ele aja como o marido de antes.
Se Andrei pensa que essa situação vai continuar assim, está muito
enganado. Aposto que tem outra mulher na jogada. Se ele estiver se
encontrando com alguma amante, eu juro que irei matá-lo ou matar os dois,
ou não me chamo Anastácia Grego. Não vou ser feita de chifruda como
quando éramos noivos. Toda a sociedade sabia dos seus casos amorosos, e
enquanto isso, eu deveria ser sempre a noiva exemplar e se manter longe de
escândalos. Agora que ele me tornou sua esposa de verdade e todo mundo
sabe que sou sua mulher e carrego o seu herdeiro, não vou ser feita de corna e
nem serei humilhada dessa maneira.
Ele está estranho desde àquela noite que me deixou no quarto. Fiquei
sem entender nada. Em um minuto estávamos nos beijando como um casal
apaixonado, já no próximo parecia que meu toque o queimava e ele precisava
se manter longe. Depois disso, ele não dormiu em casa, e essa dúvida está me
corroendo. Será que foi se encontrar com alguma biscate? Quem foi a
beldade da vez? Será que estava se encontrando com aquela tal de Nádia? Eu
vou arrancar os fios tingidos dessa mulher. Ninguém vai me fazer de idiota.
Preparo minha melhor maquiagem, visto minha melhor roupa e calço o
meu melhor sapato de marca para ir tirar satisfação com ele. Estou farta de
ser ignorada. Antes de ir à consulta decido que irei passar no seu escritório.
Hoje Kátia não poderá ir comigo.
Quando desço já encontro Humberto, o motorista designado por
Andrei, me aguardando no carro. Lhe informo o nosso primeiro destino. Ele
tenta argumentar algo, mas sou incisiva na minha decisão. À muito
contragosto, ele repassa minhas instruções aos seguranças que fazem a nossa
escolta e seguimos ao local onde se encontra o grande prédio comercial da
empresa do meu marido. São mais de 20 andares.
Ao me verem adentrar no grande recinto do prédio, várias pessoas que
trabalham por ali param para me observar caminhar tranquilamente. Nem
imaginam que por dentro estou louca para esganar meu marido. Sigo
diretamente para o elevador que dá acesso exatamente ao seu escritório.
Quando chego lá, já posso avistar duas secretárias conversando
animadamente sobre algum assunto. Assim me veem, param a conversa e me
atendem prontamente. Posso ver a surpresa em seus semblantes.
Logo a que imagino ser a secretária da presidência, se recupera da
surpresa inicial e pronúncia
— Senhora Barkov, irei anunciá-la ao seu marido.
— Eu sou Anastácia Grego, minha querida, e não preciso ser
anunciada. — falo firme.
O bom de ser considerada uma patricinha da alta sociedade, é toda a
confiança que a mídia passa sobre nós. Por mais que eu seja quase sempre
firme em minhas decisões, às vezes me sinto insegura, como agora.
A mulher me dá passagem e eu marcho para a sala de Andrei. Abro a
porta como se estivesse arrombando-a, sem me importar com o barulho da
mesma se fechando logo atrás de mim. Meu esposo, que estava analisando
algo na tela do computador, imediatamente olha na direção do barulho,
finalmente me notando. Esse homem está lento nós últimos dias. Ele levanta
da sua cadeira, me olhando como um bobo. Pelo menos o olhar parece o
mesmo de antes. Quase sorrio por dentro com sua atitude. Está lindo vestido
em um terno preto que realça os seus olhos de cores âmbares. Nunca tinha
parado para pensar em como eles são lindos.
Meu marido caminhava na minha direção em passos largos e firmes.
Continuo no mesmo lugar com minha postura ereta, firme e cheia de
autoconfiança. Adoro agir como uma patricinha, pois foi assim que sempre
ganhei as coisas ao longo de minha vida. Ainda bem que meu cabelo está em
um daqueles dias maravilhosos, caindo sobre meus ombros em fios
levemente ondulados e sedosos.
— Está tudo bem? Aconteceu algo com o bebê?
Ouço preocupação na sua voz?
Ah! Então agora ele quer bancar o marido preocupado.
— O bebê está bem. — respondo duramente.
— Qual o motivo da visita da minha bela esposa em meu escritório?
— Agora eu voltei a ser sua bela esposa? — Que canalha! Tenho
vontade de estapeá-lo, mas vou logo direto ao ponto. — Escuta bem, Andrei!
Quem você pensa que é? — o ataco com toda altivez que minha voz é capaz
de pronunciar.
Ele me observava atentamente com seu olhar pervertido. Como esse
homem consegue ser tão insensível à minha dor? Não percebe o quanto me
deixou sozinha essa semana? Como uma epidemia, minha raiva se espalhava
pelo corpo, entrando em contato com minha corrente sanguínea e me fazendo
experimentar um misto de sensações. As transbordo para fora imediatamente
e vou em sua direção, lhe deferindo uma série de socos e palavras de ofensas.
— Você não vale nada, Andrei Barkov! Eu te odeio! Você não tem o
direito de fingir que eu não existo, de não me dar atenção quando chega em
casa! Não pode ficar assim, agindo como se eu não existisse, como se a
minha presença não fosse nada! Não pode ficar me ignorando, indo dormir
sem me tocar, sem me beijar! Você não tem o direito! — cuspo contra ele
toda minha indignação e revolta.
Andrei me segura para que eu não o atinja. Ao final de minhas
palavras, meu marido abre um sorriso largo, diferente de tudo que já vi antes.
Tento acertar sua face por tamanho afrontamento. Ele não tinha direito de
agir assim, zombar de mim. Só aumenta ainda mais a minha raiva.
— Acalme-se, esposa! Isso não vai fazer bem ao bebê. — Me abraça.
— Deixa eu ver se entendi bem. Minha mulher está assim porque sente
saudade do seu marido?
— Claro que não! De onde você tirou isso? — Tento sair do seu
domínio.
— Alguém aqui está revoltada por não ter sentido meu toque essa
semana.
— Eu não estou revoltada, e sim irritada. Se você pensa que vai ficar se
encontrando com outras mulheres enquanto eu fico engordando, grávida, e
trancada naquela mansão, está muito enganado!
— Do que você está falando, princesa?
— Você não me toca há uma semana, Andrei. Me fala se isso tem a ver
com a Nádia! Você está se encontrando com aquela mulher? Confessa que
você está me traindo! Eu sei que aquela mulher já foi sua amante e teve a
ousadia de comparecer na minha festa de apresentação como sua esposa. —
continuo enfurecida com a sua atitude comigo.
— Me fala, Andrei! Foi com ela que você se encontrou naquele dia que
me deixou sozinha no nosso quarto como se eu não fosse nada?
— Anastácia, venha aqui! — Me leva em direção a um sofá. — Você
precisa se sentar e ficar calma.
— Eu vou ficar calma sim, Andrei, quando eu meter a mão na cara
daquela mulher, quando conseguir matar vocês dois por serem tão sórdidos
comigo.
Suas órbitas de cores âmbares me encaram tranquilamente. Ele sempre
foi bom em conseguir esconder suas emoções, então nunca dá para saber o
que se passa na sua sombria. Mas se ele pensa que vai continuar tocando em
outra mulher e ficar vivo para contar a estória, está muito enganado.
— Não adianta negar. Eu sei sobre o seu envolvimento com a tal de
Nádia.
— Não nego que Nádia e eu fomos amantes.
— Seu idiota! E ainda tem a coragem de me confessar tudo.
Tento me levantar e lhe desferir um soco, mas sou contida por ele.
Queria lhe acertar um murro para quebrar seu nariz, e assim nunca mais
sentiria o perfume daquela loira falsa.
— Calma, princesa! Calma! Deixa eu continuar! — diz isso segurando
minhas mãos.
— Eu quero saber de tudo: onde se encontram, se fazem isso aqui nesse
escritório...
— Já fizemos. — confessa divertido.
— Saiba que quando você estiver dormindo hoje à noite, eu vou te
matar asfixiado, seu maldito!
Andrei gargalha alto, fazendo eu sentir ainda mais raiva. Andrei está
ajoelhado ao meu lado, segurando minhas mãos para que eu não o atinja.
— Posso continuar?
— A verdade, Andrei! Eu vou saber se estiver mentido.
— Como eu disse, não nego que Nádia foi minha amante por muitos
anos, afinal de contas, você era uma criança quando foi prometida a mim
desde seu nascimento. Não poderia ficar esperando por você toda a minha
vida. Eu sou um homem, Anastácia, e tenho minhas necessidades, e a saciava
me divertindo com outras mulheres. Nádia foi minha amante sim, por muito
tempo, mas não é mais. Não depois que nos casamos.
— Onde você estava naquela noite que me deixou sozinha no quarto?
— Eu precisava de um tempo, esposa. Não estava a traindo como você
imagina. Na verdade estava chateado e fui extravasar a minha raiva. — Para e
me observa minuciosamente. — Naquela noite fui ao centro de treinamento
da máfia e quase perdi dois dos meus homens. Eu estava com tanta raiva que
os deixei praticamente inconscientes com a minha fúria.
— Eu não acredito. E por que estava com raiva se conseguiu seu
grande objetivo? — Meus olhos o fulmina com ódio.
— Sim, esposa, estava feliz pela chegada do meu futuro herdeiro, mas
eram outras lembranças antigas que me atormentavam.
— Quais lembranças são essas?
— Minha doce, Anna! Como sempre muito curiosa. — Suspira. — Não
quero falar sobre isso, esposa. Essa lembrança pertence ao passado. —
Suspira novamente retornando ao assunto de antes. — O que a faz pensar que
eu a trocaria por qualquer outra mulher?
— Seu caráter não vale nada, seu pervertido! Eu vi as suas
libertinagens nas manchetes dos jornais.
— São tabloides sensacionalistas sem confiança nenhuma.
— Eu não irei continuar sendo enganada.
— Você é como um feitiço, princesa, e me deixou hipnotizado. Não
estou lhe enganando. Sempre deixei bem claro o quanto você me satisfaz.
— E por que não me procurou essa semana?
— Problemas pessoais que não envolvem você. Eu estava apenas
tentando resolvê-los.
— Por acaso é algo com os meus irmãos? Andrei, não vá fazer nada
contra eles! Por favor! — peço suavemente. É um assunto delicado.
— Não deveria lhe dizer, mas sua família não irá conseguir tirar você
de mim.
— Eles estão tentando me resgatar? — pergunto sem saber como
reagir.
— Não iremos nos aprofundar nesse assunto.
— Eu já lhe disse, Andrei, que se me deixar falar com eles, eu posso
dizer que quero ficar com você, para não se preocuparem comigo. Não me
importo de ficar com você. Eu só peço para não machuca-los como já tentou
fazer naquela noite que enviou uma de suas amantes para dar fim em todos
nós.
— Do que você está falando?
— Da noite em que Helena e Felipe nos atacaram. Sua amante
confessou que você foi o mandante e que queria nos destruir, matar todos
nós.
— Eu não ordenei que matassem você.
— Se você matar alguém da minha família, vai ser a mesma coisa que
cravar uma faca em meu peito. Eu amo eles, Andrei! Estou com saudade. —
Suspiro quase choramingando.
— A única pessoa que você deve amar sou eu, e ninguém vai ficar no
nosso caminho. Fico feliz que minha esposa sinta ciúme do seu marido. Esse
é o primeiro sinal de muitos que indicam que você ficará tão apaixonada
quanto eu.
— Se toca, Andrei! Eu nunca irei amá-lo como você me a... — Tento
assimilar sua afirmação. Eu posso não ter ouvido muito bem. Andrei
confessou que me ama? — O que disse?
— Não irei repeti nunca mais, printsessa. — Sorri malicioso. — Se eu
não a procurei essa semana, não foi por falta de interesse, pois você me
fascina, meu anjo. — fala muito próximo aos meus lábios. Sinto o aroma de
uísque no seu hálito suave. — Cada dia que passa, mais apetitosa você fica.
Estou louco pra devorar você, morder esses lábios rosados. — Mordo os
lábios, o provocando. — Não faz isso, garota rebelde, senão serei obrigado a
tomá-la aqui mesmo, em cima da mesa do meu escritório.
— Adoro ser uma garota rebelde.
— Você me enlouquece, Anastácia.
Pulo em seu braços, me deixando ser envolvida pelo seu abraço forte e
apertado. Colo meus lábios nos seus, que me recebem calorosamente.
— Por que você precisa agir assim comigo? — pergunto entre o beijo.
— Eu sou assim, Anastácia, obcecado por você, e não sei agir de outra
forma. Preciso ter sempre tudo de si, até mesmo controlar seus sentimentos.
Eu sabia que você ia reagir. Sempre te dou muita atenção e você nunca
percebe o quanto é importante para mim. Resolvi usar meus problemas para
agir daquela maneira. Gostaria de ter certeza do seu amor por mim. Não
negue mais, princesa! Eu sinto que você me ama quando me beija, quando se
desmancha de prazer em meus braços. Você é completamente minha, sempre
foi, e sabe disso!
— Você não passa de um louco obcecado! — Bato levemente em seu
peito. — Você sempre está me enganando, seu russo de merda!
— E você sempre me ofende.
— Você não passa de um idiota!
— Se não me engano, minha garota disse agora a pouco que gosta de
ser rebelde. Creio que ela merece um castigo por ter me chamado de russo de
merda.
Rio do seu comentário e sou surpreendida por um beijo cheio de
paixão. Andrei faz eu sentir coisas que jamais havia sentido antes. Quando
ele me toma para si, meu corpo clama por ele e minha alma se sentia
preenchida com todas suas carícias. Ele tem razão. Odeio admitir, mas não
tenho mais controle sobre os meus pensamentos. Mando eles irem à merda.
Agora precisava sentir toda a paixão desse momento.
Andrei me deita sobre o sofá, mas antes disso livra-se de nossas roupas
em um piscar de olhos. Suas mãos apalpam meu bumbum, me fazendo ficar
cada vez mais próxima. Ele tem todo o cuidado para não me machucar.
Me penetrou sem muitas preliminares, mas eu já estava preparada para
a sua posse. Apenas um único olhar seu me faz molhar a calcinha. O beijo
ardente a seguir e toda a pressão do seu membro viril dentro de mim, me faz
arfar de desejo. Ele intensifica as estocadas conforme grita de prazer.
Ninguém irá nós ouvir e nem será louco de entrar nessa sala. Se algo assim
acontecesse, eu mesma atiraria contra a pessoa.
Nunca me senti tão dele como agora. Esse momento será um marco em
nossas vidas.
Eu não deveria estar aqui, não deveria estar sentido isso. De algo
sempre tive certeza nessa vida: ninguém nunca irá conseguir mandar no
coração, traçar seu futuro de maneira apropriada. Não mandamos em nossos
destinos e nem temos o poder de mudá-lo. As sensações e emoções que estão
acontecendo entre o Andrei e eu são muito intensas. Eu o quero a todo
instante ao meu lado, me proporcionando prazer e carinhos. Já estou na reta
final da gestação, me encontrando na vigésima sétima semana de gravidez.
Desde aquele dia que o confrontei no escritório, Andrei vem tentando
ser um bom marido. Estamos aprendendo muitas coisas juntos. Não
retornamos mais ao apartamento em São Petersburgo, mas às vezes ele tinha
que ir lá ocasionalmente para resolver algum dos seus negócios. Confesso
que prefiro ficar em Moscou com Kátia e Beca.
Nesses dias um dos seus caminhões que transportam "mercadorias", foi
saqueado. Assim que ele atendeu o telefonema de Max lhe comunicando do
incidente, saiu transtornado, só pegando algo no cofre do escritório, que pude
perceber que era uma pistola glock 20 e muita munição. Andrei retornou
apenas muito tempo depois, mas me lembro bem o estado que ele se
encontrava quando chegou, com suas roupas sujas de sangue e um pequeno
corte no supercílio. Tentei argumenta sobre o acontecido, mas ele nada me
disse, somente que tinha eliminado alguns ratos e que eu não deveria me
preocupar com isso. Foi em direção ao banheiro, tomou um banho, trocou de
roupa e foi dormir como se nada tivesse acontecido.
Vivemos no mundo da máfia e já vi muito casos parecidos com os
inimigos dos meus irmãos, porém, o que não aceito é que Andrei me exclua
desses assuntos, afinal, tenho que ficar ciente dos seus rivais para poder me
defender também.
Sei que no mundo sombrio em que estamos, existem muitas coisas
sórdidas, contudo, devo reconhecer o esforço que meu esposo está fazendo
pelo nosso casamento. Sorrio ao me lembrar que nesses dias em um
piquenique, eu o ensinei a agir de maneira carinhosa. Foi engraçado. Ele não
levava o menor jeito. O deixei pensar que estava indo bem, apenas para não
desmotivá-lo. Esse homem é uma bomba relógio e não posso deixá-lo
explodir nunca. Há tantos enigmas entre nós dois, e disso tenho certeza
absoluta. Tem sempre algo oculto que ele não me diz. Eu o conheço. Sinto
que ele fica mais tenso sempre que estamos na presença de sua tia e irmã. É
como se não quisesse que eu soubesse de algo.
Kátia está tão alegre que não se contém de felicidade. Ela é a nossa
maior apoiadora em meio a toda essa nossa jornada conturbada. Apesar do
progresso do nosso relacionamento, ainda precisamos aprender muito um
sobre o outro. Será uma longa caminhada. Mas pelo menos o tenho mais
atencioso comigo e com os bebês. Sim! Estou esperando gêmeos. Eu quase
tive um treco quando soube que não estava esperando um filho, mais sim
dois. Andrei quase não soube esconder sua surpresa ao ouvir da própria
médica a notícia. Segundo a ultrassom gestacional estou esperando um
menino e uma menina. Foi tão emocionante quando a doutora me mostrou no
monitor os corações dos meus anjinhos batendo e o formato deles perfeito
exibido na tela do computador. Eu só conseguia chorar de emoção naquele
dia. Meu marido permaneceu comigo o tempo todo segurando minha mão e
limpando minhas lágrimas de alegria.
Já tínhamos escolhido os nomes. Entramos em um consenso: ele
escolheria o nome do nosso filho e eu o da nossa filha. Nosso menino se
chamará Nicolai, um nome cujo significa "vitorioso". Confesso que adorei
essa escolha. Já a minha pequena menina se chamará Aurora, assim como
cada belo amanhecer.
Minha barriga havia crescido nesses últimos meses de gravidez o que
não cresceu no início da gestação. Sabe quando você está segurando uma
bexiga nas mãos e começa a encher? Foi essa a sensação, como se alguém
tivesse me colocado muito ar. Me sinto gorda e pesada, com dificuldades
para ficar em pé por muito tempo, e também sufocada. Durante as noites
tenho sempre minha bombinha com o remédio na mão. É regra sempre
carregar nos bolsos dos casacos que uso.
Agora mesmo no quarto com a Beca, que sempre me faz companhia,
me olho no espelho, tentando enxergar meus pés. Constato que ambos estão
muito inchados e gordos.
— Não acredito que meus sapatos ficaram apertados para mim! —
exclamo desanimada.
— Sem exageros, Anna! Você sabe que é normal passar por isso.
Assim que ganhar os bebês, eles voltarão ao normal. Falando nisso, quando
irei poder segurar meus sobrinhos lindos em meus braços? — Rebeca está
muito animada e ansiosa.
— Em breve, Beca. Creio eu que nos próximos dias irei saber com mais
precisão a data de nascimento dos meus bebês.
— Você e meu irmão estão tão felizes que não conseguem disfarçar
essa alegria. Me conta, cunhada! Você finalmente assumiu que o ama? Ele te
beijou e vocês fizeram esses bebês?
— Rebeca! — falo rindo e fingindo constrangimento. — Você é muito
novinha para saber dessas coisas.
— Tenho quase dezoito, e eu estudo, Anna. Sei de muita coisa. —
Revira os olhos.
— É impressão minha ou você mudou de professor? Jurei ter visto um
belo rapaz mais jovem ontem. Nem acreditaria que ele é um professor se eu
não tivesse o ouvido dizer que é o substituto do senhor Nikolai.
— É um sobrinho dele, o senhor Zimmerman.
— De senhor não tem nada.
— Eu o respeito. — Fica ruborizada. — Amanhã completa um mês que
ele está vindo me dar aulas. É bastante gentil e atencioso.
Eu conheço esse olhar. Será que Beca está apaixonada? Preciso
investigar mais sobre isso. Sorrio animadamente por ela e só desejo sua
felicidade. Eu conheço essa carinha de menina sapeca.
— Oh, meu Deus! Você está gostando dele?
— Fala baixo! Se Andrei ouvir, vai me matar.
Estamos tão eufóricas que não notamos a presença do meu marido no
quarto até ele se pronunciar.
— Por que irei matar você, Rebeca? O que aprontou dessa vez?
A garota parece que acabou de ver um fantasma. Pobrezinha! Preciso
intervir por ela, já que não sai uma palavra sequer da sua boca. Ela é muito
inexperiente nesse ramo da mentira.
— Ora! Mas Andrei, não foi nada demais. Deixe a garota em paz!
— Anastácia, não a defenda! Quero saber tudo o que se passa por aqui.
— Já lhe disse que não foi nada. Quer saber mesmo? Estávamos
caminhando e sem perceber Rebeca se desequilibrou e íamos caindo, mas
estamos bem.
— Foi só isso mesmo?
— Sim, meu irmão. — ela concorda.
— Precisa prestar mais atenção, Rebeca. A Anna está grávida e todo
cuidado é pouco.
— Já pedi perdão à Anna. Não foi minha intenção.
— Já passou, minha querida. — Sorrio para ela, a encorajando.
— Mais tarde venho ver você. — Rebeca sai do quarto nos deixando a
sós.
Andrei não parece ter acreditado em nossa pequena mentira, mas
mesmo assim rapidamente mudo de assunto. Comentei com ele que tenho
algo para resolver hoje com Kátia no Shopping, na parte da tarde.
— Eu não te quero por aí. Está cansada, meu amor. É só pedir para que
alguém venha aqui e traga algo para você olhar.
— Eu estou grávida, Andrei, não aleijada. Posso muito bem caminhar.
Irei exclusivamente para uma loja. Ela estará fechada, como você sempre faz
questão de deixar quando vou ao Shopping.
— Faço isso pela sua segurança e porque não suporto nenhum filho da
puta de olho no que é meu. Só eu posso olhar e admirar toda essa formosura.
Reviro os olhos enquanto ele diz isso.
— Estou gorda, Andrei. Não há nada de atraente em mim.
— Pode apostar que há. — diz isso me lançando um olhar de pura
luxúria.
Apesar da minha gravidez estar saudável e tudo, já estamos há uma
semana sem fazer sexo. Eu bem que quero, mas Andrei tem me evitado como
se eu tivesse com uma doença contagiosa. Tudo porque em uma de nossas
relações senti cólicas horríveis que iam e viam. Mesmo no outro dia não
sentindo mais nada, meu marido ficou em pânico e agora vive fugindo de
mim, mesmo com a médica dizendo que essas cólicas são normais desde que
não apresentem outras complicações, como sangramento, e eu esteja
confortável para a prática sexual.
— Por favor, Andrei! — aproveito o seu olhar de luxúria sobre mim
para pedir com jeitinho.
— Tudo bem. Você pode ir. Mas já conhece o procedimento. — diz por
fim.
— Obrigada, Andrei! — Me aproximei dele e lhe dou um breve selinho
nos lábios.
Depois disso ele se retira para resolver seus assuntos.
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FLASHBACK
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FLASHBACK
(...)
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— Mãe, me perdoa por eu ter sido uma garota rebelde! Não entendia
que a senhora só queria o meu bem.
Pedir desculpas não é algo fácil para mim. O orgulho dos Grego não
permite nos expressarmos facilmente. Minha sorte é que mamãe mesmo
sendo uma Grego, não é como nós. Ela é forte e destemida, mas não tem
orgulho.
Ela está encantada com meus filhos. Segura Aurora nos braços
enquanto eu dou papinha para o Nikolai.
— Meu amor, não precisa pedir perdão. Eu nunca facilitei nada para
você, mas quando soube que aquele maldito tentou lhe fazer mal, percebi que
tudo aquilo era meu cuidado de mãe.
Minha mãe foi a única que enxergou a maldade do Thiago. Ele foi uma
grande frustração para mim em todos os sentidos e aproveitou-se da minha
fragilidade. Seu plano sórdido de me usar para atingir o Andrei só me fez
sentir ainda mais ódio dele. Quantas vezes quis assumir um compromisso
mais sério e ele sempre recusando? Hoje sei que ele nunca valeu a pena. Já
Andrei sempre lutou por mim. Por mais que tenhamos começado da maneira
errada, meu marido sempre soube o que quis e enfrentou tudo para me ter ao
seu lado.
— Você é muito forte, Anastácia. Sinto muito orgulho! Seus irmãos
jamais conseguiram ser tão fortes quanto você é.
— É tão bom ouvir isso da senhora, mãe.
*****
Com o passar dos dias percebi que não existe mágoas entre minha mãe
Sandra e minha mãe Kátia. Elas agiam como amigas de verdade, sem
falsidade. A paz voltou a reinar na minha vida, exceto por Rebeca, que está
abatida por ter perdido o professor gato. Parece que o homem viajou para a
América, pois recebeu uma proposta para lecionar em Harvard. Não gosto de
ver minha cunhada assim, tão triste, mas eu mais do que ninguém sei que isso
um dia passará.
Após o inverno, vem o outono, e com ele uma nova esperança de seguir
em frente. Todos esses dias sem Andrei serviram para fortalecer ainda mais o
amor que sinto por ele, que realmente tem razão: eu sou viciada naquela
russo safado e deliciosamente meu. As noites se tornam longas sem seu
contato, sem seus beijos.
Apesar de tudo, me divirto vendo ele visitar nossos filhos. Sempre fico
da janela do quarto o observando brincar com os nossos pequenos no jardim
quando está um clima agradável. Ele realmente se mostra um pai amoroso
com eles. Sempre que me vê, tenta puxar algum assunto, mas nunca trocamos
mais de duas palavras. Toda vez que posso, lhe respondo com ignorância, e
isso o deixa muito triste. Consigo notar no seu semblante. Só assim ele
entende de uma vez por todas que eu não sou apenas uma diversão, e sim o
único amor da sua vida.
Minha mãe Sandra precisou voltar para a Itália após dois meses que
passou aqui, longe de casa. Nesse tempo, meus irmãos e suas esposas
praticamente destruíram todo o lar. Mamãe como matriarca de todos, sempre
coloca ordem na bagunça. A família está crescendo. Soube esses dias que
Luana está grávida. Está difícil acompanhar tudo isso. Lu e Enzo finalmente
terão o terceiro filho deles. Tomara que seja mais uma menina para colocar
juízo naquela cabeça oca do meu irmão.
Segundo minha mãe Sandra, Enrico e Giovana não haviam fechado a
fábrica. E Jesus que me defenda! Eu não quero nem pensar na possibilidade
de Andrei querer ter mais filhos. Do jeito que ele é, não duvido nada da
minha próxima gravidez ser de trigêmeos.
Falando nele, decido ir procurar o meu marido. Quero muito ir na
empresa e transar com ele naquela mesa de escritório. É uma pena eu ter
levado esses meses para perdoá-lo, mas eu precisava desse tempo. Todos os
dias eu recebia um lindo buquê de flores das mais variadas espécies. Para
onde eu olhar nessa mansão, tem o toque daquele russo. E também não quero
privar nossos filhos da companhia constante do pai. Por isso estou decidida a
procurar e perdoar meu esposo. Mas que essa seja a última vez que ele me
esconde algo!
Escolho a minha melhor roupa. Coloco um vestidinho preto, que
delineia todas as curvas do meu corpo e uma meia cinta liga da mesma
tonalidade. Complemento o traje com o meu melhor scarpin e sigo em
direção ao carro que já me aguarda. Foi com muita força de vontade e
disciplina que consegui retorna à minha antiga forma depois do nascimento
dos bebês.
Hoje o meu pequeno príncipe Nick e a minha princesinha Aurora estão
completando 10 meses. Quase 5 meses longe do meu marido não estava
sendo fácil, mas eu realmente precisava desse tempo para mim.
Quando chego na empresa, vou direto ao elevador que me leva ao andar
da presidência. As secretárias sabem o lugar delas e não ousaram me deter.
Quando as cumprimentei brevemente e segui para a sala onde fica o escritório
do meu marido, já sabiam que eu não preciso ser anunciada, e nunca precisei.
Quando abro a porta da sua sala, noto que ele está com a cabeça baixa,
analisando alguns documentos. Sua gravata se encontra um pouco frouxa,
como se tivesse o sufocando. Esses papéis devem ser importantes, já que ele
sequer deu o trabalho de olhar para saber quem entrou.
— Eu falei que não quero ser incomodado por ninguém. — diz ríspido
sem ainda me ver.
Confesso que senti saudade até do homem das cavernas que ele era.
— Se quiser, posso voltar mais tarde. — digo manhosa.
Suas órbitas de cores âmbares focam em mim de forma ardente ao
escutar a minha voz. Ele parece surpreso com a minha visita inesperada.
Minha confiança está inabalável e nem mesmo seu olhar de predador me
intimidaria. Andrei levanta da sua cadeira como se temesse que eu
desaparecesse.
— Algum problema com Nikolai e Aurora? — Os seus olhos castanhos
me fitam calorosamente.
— Com eles não. — digo e ele parece menos preocupado agora. — O
problema é comigo mesmo.
Ele ergue uma das sobrancelhas.
— Está doente?
— Sim. — confirmo fitando a bela aliança que ele havia colocado no
meu dedo. Antes eu a achava horrível e já quis me desfazer dela inúmeras
vezes, sempre a associando à chave da minha prisão. Mas hoje adoro ter ela
em meu dedo. Posso me livrar dela apenas não ter que sair dessa “prisão”
nunca mais. — Não me sinto bem.
Ele está muito próximo de mim. Toda sua masculinidade latente me
deixa em chamas. Meu marido exala soberania. Mesmo depois de todos esses
dias sem me possuir, me sinto tão sua.
— Talvez eu possa levá-la ao médico.
Sorrio de lado, com meus olhos fixos nos seus. Ele usa um belo terno
preto. Adoro quando ele usa tons escuros, pois o deixa ainda mais delicioso.
Meus pensamentos estão fodidamente querendo tê-lo dentro de mim.
— Eu não preciso de médico. — afirmo desfazendo o nó da sua gravata
e passando-a por trás do seu pescoço.
Meu scarpin me deixa alguns centímetros mais alta do que costumo
ser. Mas ainda assim me casei com um “jogador de basquete” de um metro e
noventa e dois. O puxo para mais perto de mim através da gravata. Suas mãos
já estão apoiadas na minha cintura. Mordo meus lábios para provocá-lo. Ele
revirou os olhos e ri da minha atitude. Minhas mãos tocam em seu peito
através do tecido.
— O que você quer, Anastácia? — pergunta.
— Eu quero que seja meu médico. — respondo distribuindo beijos pelo
seu pescoço e desço minhas mãos até o seu pênis, que já está duro como uma
pedra. Tão rápido!
— Estou duro por, você princesa, desde o momento que senti seu
perfume suave ao abrir a porta. Só queria ter certeza que tinha vindo me ver.
Mordo seu lábios carnudos para provocá-lo. Andrei se afasta de mim e
eu o olho sem entender. Ele não me quer mais? Perdeu o interesse em mim?
Ele caminha até porta e a tranca.
— Não quero correr o risco de que alguém a veja, ou serei obrigado a
fazer uma matança geral na minha empresa. — fala isso vindo em minha
direção.
— Que marido ciumento esse que eu tenho!
— Nem imagina, printsessa. Isso que dizer que me perdoou?
Fito seus olhos castanhos que me olham com paixão.
— Sim, Andrei. Minha mãe Kátia tem razão: os únicos culpados por
isso já estão mortos e o tempo perdido não pode ser recuperado.
Ele vem até mim e me beija deliciosamente, me girando pela sala.
— Obrigado, printsessa! — agradece e logo se afasta de mim,
procurando algo na gaveta da mesa do escritório. Percebo que é uma caixinha
vermelha. — Anna, quer se casar comigo novamente? Mas dessa vez sem
nenhuma chantagem. — diz isso abrindo a caixinha que contém um lindo
anel de noivado com um lindo e solitário diamante rosa.
— Uhhh! Deixe-me pensar... — falo isso para provocá-lo e levo minha
mão ao queixo, como se estivesse ponderando sua proposta.
— Anna, amor, não faz isso! — Vejo sua expressão de apreensivo.
— Claro que eu aceito, meu russo gostoso! — Estendo minha mão para
ele, que logo me coloca o anel.
— Agora sou seu russo gostoso, é? — Me pega no colo e me leva em
direção a mesa, jogando vários papéis no chão no processo. — Quero te foder
gostoso na mesa do escritório! — parece ter lido os meus pensamentos. —
Estou faminto do seu corpo, minha garotinha rebelde! Você me privou dele
por muito tempo.
Me beija e logo desce seus lábios, mordendo o meu pescoço em
seguida. Posso sentir sua mão levantar o meu vestido e se infiltrar no meu
centro de prazer. Já estou molhada ansiando pelo seu toque.
— Gostosa do caralho! — sussurra no meu ouvido.
— Pare com isso, Andrei! — O afasto. — Sabe que só podemos fazer
isso depois do casamento. — provoco.
— Nem fodendo, esposa! Nem ouse me impedir a tomar o que é meu.
— sussurra e desprendia a liga, deslizando a calcinha pelas minhas pernas.
Em seguida leva a mesma ao nariz, inalando minha essência. — Uhhh!
Deliciosa! Bem molhadinha! Minha garotinha está merecendo uma bela surra
de pau por ser tão indisciplinada.
Ele se livrava do restante das nossas roupas, me deixando só com a
cinta e as meias. Me coloca de bruços sobre a mesa, me deixando com a
bunda empinada na sua direção. Logo sinto um forte tapa no bumbum.
— Ai! — murmuro dengosa.
Então ele desfere um tapa do outro lado. Em seguida sinto seu membro
potente dentro de mim e gememos ao mesmo tempo. Por fim chego à
conclusão que minha vida seria muito sem graça sem esse russo gostoso e os
meus pequenos.
4 MESES DEPOIS
*****
*****
FIM!
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