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Olá! Bem-vindas (os) ao meu livro.

Esta é uma obra de ficção e foi meu primero livo. É uma obra
ambientada na Máfia italiana e de minha total autoria. Não tem relação com
a realidade e tudo é puramente minha criação.
Samira, uma menina nascida e criada dentro de uma das maiores
máfia da Itália, se apaixonou por quem não deveria e teve seu coração
partido por isso.
Vicenzo, Don da máfia Grimaldi, é um dos homens mais temido e
sempre viu Samira com olhos fraternais. Ele não acreditava que amaria uma
mulher, algum dia e se contentou com isso.
Mas o amor estava ao seu lado e ele só precisava olhar com outros
olhos para a menina que viu crescer para que esse belo sentimento fosse
pregado em seu coração.
Dedico este livro a todas as pessoas que, assim como eu, são apaixonadas
por romance de máfia e sofrem junto com os personagens a cada
acontecimento na história.

Boa leitura.
Copyright © 2022 THAMY OLIVER

Todos os direitos reservados.

Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida, compartilhada, distribuída ou transmitida por
qualquer forma ou meio, incluindo fotocópias, gravação, ou outro método eletrônico sem a prévia
autorização da autora.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, lugares ou qualquer evento descrito nela é produto da imaginação
da autora. Qualquer semelhança com pessoas, lugares e eventos reais é mera coincidência.

Titulo original: Um amor para o Mafioso


Primeira edição: 2022
Autora: Thamy Oliver
Revisão: Yonara Santana
Capa: Thamy Oliver

A violação dos direitos autorais é crime previsto na lei nº 9.610/98 e punida pelo artigo 184 do
código Penal.
“I can’t see ( Não consigo enxergar) one thing wrong ( uma coisa errada) between the
both of us ( entre nós dois) be mine ( seja minha/meu)”.
Fallin’ All in You – Shawn Mendes
Contents
Copyright
Dedication
Capitulo 1
Capítulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 29
Capitulo 30
Capitulo 31
Capitulo 32
Capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capitulo 36
Capitulo 37
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capitulo 43
Epílogo
Books By This Author
Quem nasce na máfia já tem seu destino traçado, certo?

Bem, era isso que Vicenzo, o Don da máfia Grimaldi, uma das
maiores máfia da Itália, achava. Vicenzo tinha a vida perfeita, o cargo que
tanto almejava, e um casamento arranjado, que apesar de não amar sua
esposa se conformou com isso, pois julgara que o amor não era um
sentimento para ele.

Ser poderoso e temido era o que lhe bastava. Mal sabia Vicenzo que
o amor que ele tanto achou não ser capaz de viver estava tão próximo e a
espera de que ele o enxergasse.

Samira, uma princesa da máfia criada para ser esposa de um dos


capos assim que completasse 21 anos, viu seu amor se casar com outra e
decidiu partir para esquecê-lo. Samira havia se apaixonado por quem não
deveria e a dor de não poder ter quem ama a fez partir em busca de um
destino longe de tudo e, principalmente, de seu grande amor.

Contudo, quando se está predestinado a alguém o destino sempre


arranja uma forma de uni-los, mesmo que isso seja através de uma quase
tragédia.
Obs: livro de conteúdo adulto: contém cenas descritas de sexo,
palavras de baixo calão, tentativa de estupro e violência.
Samira
Itália

A vida tem uma maneira muito peculiar de mostrar quem nasceu


para ser feliz e eu, com certeza, não estou entre essas pessoas.

Quem me ouve falando assim acha que sofro, que não tenho amor.
Pelo contrário, eu sou muito amada. Meus pais fazem de tudo por mim e
meu irmão não fica atrás com relação a isso.

Mas eu não tenho o amor que eu quero, não tenho a pessoa que eu
amo me amando de volta. Para ele eu sou só a irmã de seu melhor amigo,
quase sua prima.

E no lugar em que eu me encontro agora e olhando a cena que se


desenrola a minha frente e transforma meu coração em pedaços, me
pergunto se eu nasci para ser feliz...
Vocês não devem estar entendendo nada, pois bem vou explicar,
pois a história da minha família é um pouco complicada e requer atenção
para entender tudo desde o inicio.

Nasci na máfia e sempre vivi rodeada de soldados, mortes e


violência, meu pai é um dos Capos e melhor amigo de Eduardo Grimaldi, o
atual Don da máfia Grimaldi, uma das maiores máfia da Itália.

Na época em que meu pai ainda era apenas mais um soldado, entre
os tantos que nossa máfia possui, se apaixonou por minha mãe, Giulia
Ferrari.

Ela era filha do Capo de Napoli e pela lei da nossa máfia não
poderia se casar com um soldado, pois deveria manter a linhagem de classe
alta e seleta da famiglia, casando-se assim um Capo ou filho de um Capo.
Porém não foi isso o que aconteceu e ela acabou se apaixonando e se
casando com um soldado, no caso meu pai.

Meu avô paterno era um dos soldados de Don Enrico, pai de


Eduardo. Francisco e Eduardo cresceram juntos e acabaram se tornando
grandes amigos, mesmo um sendo soldado e o outro o futuro Don.

Pelo que mamãe costumava me contar, quando eu era um pouco


mais nova do que sou hoje, sua prima e filha do capo de Torino, Emma
Rizzo tinha sua mão prometida a Eduardo Grimaldi, mas ele não era
apaixonado por ela e vivia uma vida promiscua regada a amantes e idas aos
clubes da famiglia.

Ele não queria se casar a principio, mas foi forçado por seu pai, pois
precisava se tornar Don e ter herdeiros para levar o legado de seus
antepassados a diante.

Papai e mamãe passaram dois anos namorando as escondidas, e por


ela ser muito apaixonado por ele se entregou antes do casamento e acabou
engravidando de meu irmão, Giuseppe.

Mas como tudo que está ruim pode piorar. Sua mão estava
prometida ao filho do capo de Palermo, pois na nossa máfia quem é da
realeza da máfia só pode se casar com quem também faz parte dela. E em
meio ao desespero temendo ser descoberta por sua falha ao se apaixonar por
um soldado, engravidado dele e com isso ser obrigada a abortar o bebê para
se casar com quem não amava, quis fugir para viver esse amor longe e
impedir que o homem que amava fosse morto.

Eduardo Grimaldi, que na época já havia se casado com Emma,


prima de minha mãe (que inclusive também estava grávida só que quase no
final da gravidez) e se tornando Don, buscava incansavelmente um jeito de
fazer com que seu amigo se tornasse alguém do alto escalão da nossa máfia,
para assim poder casar-se com a mulher que amava e não precisar fugir, ser
perseguido a vida toda e quando encontrado morto por traição.

Foi nessa busca por algo que ajudasse o amigo que a oportunidade
de tornar meu pai um dos chefes da famiglia e um membro efetivo da máfia
surgiu. Meu pai descobriu que um dos aliados de Eduardo estava tramando
sua morte e o entregou ao conselho ganhado assim o direito de subir de
cargo na famíglia e ser alguém importante dentro dela.

Don Eduardo viu ali a oportunidade de torná-lo um de seus capos e


assim o fez, Francisco, meu pai, se casou com minha mãe, tornou-se chefe
da famiglia em Veneza, pois era onde eles moravam, e seis meses depois
nasceu meu irmão. Eles me tiveram 12 anos depois e assim se deu o inicio
de uma nova linhagem na máfia.

Quando se nasce na máfia não se tem muitas escolhas. Mas já


aceitei meu destino (ou achava que o tinha aceitado). Meu pai nunca me
obrigou a nada, ele sempre deixou claro que eu poderia ter escolhas, desde
que, não fugisse das regras imposta pela famíglia. Uma delas seria me casar,
porém eu poderei escolher meu noivo.

Meu irmão é soldado, Giuseppe ama o que faz, às vezes não consigo
entender como se ama viver em meio à violência e mortes, por mais que eu
saiba que as pessoas que ele mata são inimigos, não gosto de saber que ele
precisa cometer tal ato para provar sua lealdade a nossa máfia, contudo
nunca fui de encontro a seu papel dentro da famiglia e nossa família vive
em harmonia e rodeada de muito amor.
Em breve Giuseppe deixará de ser soldado e se tornará consigliere
quando Vicenzo, seu amigo e futuro Don da nossa máfia assumir o cargo.
Esse cargo antes era ocupado pelo marido da tia paterna de Vicenzo, o
senhor Giancarlo Ricci.

O pai de Vicenzo não tinha irmãos homens vivo para assumir esse
cargo quando ele se tornou Don, o passando assim para seu cunhado,
marido de sua irmã Sienna.

Mas tudo isso ficou no passado e hoje estamos selando uma nova
fase na nossa máfia. A máfia Grimaldi vai ter um novo Don. E isso se dará
com o casamento de Vicenzo, filho único de Eduardo e Emma Grimaldi,
que é onde eu estou agora.

Vicenzo... O responsável por eu achar minha vida uma droga, sou


apaixonada por ele desde os meus 14 anos, sim eu sei, com essa idade não
se sabe ainda o que é amar, mas eu sei e o amo com todas as forças que há
em mim.

Fomos criados juntos. Por nossos pais serem amigos e nossas mães
primas, ele esteve presente em minha vida desde o meu nascimento.
Vicenzo tem a idade do meu irmão Giuseppe, com diferença de alguns
meses, o que significa 12 anos, mais velho do que eu, e sempre me viu
como uma adolescente boba, uma pirralha como ele adora me chamar.

Ele me vê como uma irmã mais nova (já que ele não possui
nenhuma, pois é filho único) fazendo meu idiota coração sofrer por ele. E é
por isso que hoje aqui nesta igreja aos quase 18 anos e morrendo por dentro
ao vê-lo se casar com outra, que eu afirmo: Não nasci para ser feliz.
Capitulo 1
Um mês antes

A minha vida não tinha como ser melhor (bom era o que eu achava)
em breve me tornarei o Don da máfia Grimaldi, cargo esse que sempre
almejei, embora para tal coisa acontecer eu tenha que me casaram aos 29
anos, pois tenho que passar um ano em iniciação para me tornar Don e
assumir o cargo aos 30.

Eu já sou iniciado na máfia desde os meus 15 anos, mas para se


tornar o chefe dos chefes da famiglia a qual eu faço parte, tenho que ter
outra iniciação.

Esse cargo vem passando de geração em geração na minha família:


meu avô foi Don aos 20 anos, tomando assim o lugar de seu pai após ele ter
morrido em um atentado, seu casamento foi arranjado também, ele se casou
aos 19 e logo teve meu pai, Eduardo seu primeiro filho, em seguida minha
tia Sienna e por último meu tio Ângelo.
Contudo, meu tio Ângelo foi assassinado por inimigos nossos em
uma emboscada quando tinha 21 anos.

Meu pai se tornou Don aos 25 anos, seu casamento foi arranjado
com minha mãe Emma Rizzo a filha do Capo de Torino; e eu serei aos 30.
Muitos julgam que demorei para assumir o cargo, contudo eu esperei estar
totalmente pronto para tal responsabilidade.

Estar a frente de uma organização como a minha é uma


responsabilidade enorme e eu não a quero conduzir de qualquer jeito, e sem
falar que eu também quis aproveitar minha solteirice ao máximo antes de
me casar.

Não me importo com o fato de ser um casamento arranjado, esse é


nosso destino, buscamos sempre o melhor para a nossa máfia e eu não ligo
para o amor. Minha noiva é linda, é a mulher que qualquer homem gostaria
de ter ao seu lado e isso é o que importa. Porém, há algo nela que me
incomoda, é submissa demais, meiga demais, sem muita ação, mas deve ter
sido sua criação.

Na máfia as mulheres são criadas para serem assim e com ela não
seria diferente. Afinal será a esposa do futuro Don.

É pensar nisso que logo Samira me vem à mente, ô menininha brava


viu, mas eu amo aquela pirralha mais que tudo. Ela sempre foi dona de uma
vontade impar e não atura nenhuma coisa imposta a ela, aos 17, quase 18
anos, já me mandou ir à merda mais vezes do que posso contar.

O sentimento que tenho por ela é fraternal. Eu faço de tudo para


protegê-la, eu e Giuseppe, seu irmão, cuidamos e cuidaremos sempre dela.

— Vicenzo? — ouço meu nome e sei que é Giuseppe.

— Sim. — respondo logo, porque se não ele não me deixará em paz.

— Seu pai está te chamando, sua noiva e a família dela acabam de


chegar. — ele se aproxima — Não querendo ser intrometido, mas já sendo,
muito gata, ela hein, tirou a sorte grande, amigo — fala dando tapinhas em
minhas costas.

Reviro os olhos.

— Espero um dia ter uma esposa igual à sua, um dia eu quero dizer
daqui a uns 30 anos, tenho muito para aproveitar ainda e casar não está nos
meus planos — ele fala rindo da minha cara por saber que não poderei mais
estar rodeado de bocetas como ele.

— Você sabe que não quero me casar, eu preciso me casar ou não


quer seu cargo de consigliere?

— Calma, amigo! Case-se e seja muito feliz que eu também serei ao


me tornar consigliere e viver rodeado de mulheres lindas. — ele pisca e sai
andando.

O que fiz para merecer um amigo como ele? Essa é a pergunta me


faço diariamente.

— Seus pais também virão para o jantar? — pergunto já ao lado


dele no corredor.

— Sim, já devem estar chegando, mamãe me ligou e disse que


Samira não queria vir, mas a obrigou, você sabe como aquela pirralha pode
ser chata quando quer. — fala rindo, mas o amor brilha em seus olhos ao
falar de sua irmã mais nova.

— Sim, sei bem. — falo rindo também.

Chego à sala e encontro todos a minha espera, minha noiva está


linda como sempre, assim como minha sogra que apesar de ter a idade que
tem, ainda é muito bonita, isso me mostra como será minha esposa no
futuro, o que me deixa muito feliz.

Ao entramos na sala, Giuseppe se dirige para fora indo ao encontro


de sua família que está para chegar.

— Boa noite! — comprimento a todos.


Dirijo-me para o lado de minha noiva e só então noto que parece
tensa, aflita diria até, mas claro hoje é nosso jantar de noivado, deve estar
muito nervosa já que será a mulher do futuro Don.

— Você está linda — elogio ao chegar perto dela que me retribui


com um lindo sorriso.

Fico olhando-a por um tempo admirando sua beleza até ouvir uma
voz familiar.

— Mas eu não queria vir mamãe, a senhora que me obrigou, não


suporto essas baboseiras de jantares — paro de olha para minha noiva
quando ouço as reclamações de Samira.

— Que bom que se sente tão bem em minha casa, Samira, fico
imensamente feliz em saber que não queria comparecer ao meu jantar de
noivado. — falo sendo irônico e rindo da sua cara emburrada.

Ela é linda, e será uma mulher esplêndida quando crescer, ainda


mais com suas curvas. Samira apenas me olha e posso ver que minha ironia
a deixou um pouco mais maleável.

— Samira! Eu já lhe falei que deve se comportar nesses jantares, e


que esse em especial é muito importante para todos da Famiglia — sua mãe
a repreende.

Sei que garotas de sua idade, acham esses tipos de jantares chatos e
entediante, mas sua família é muito importante para a minha e não poderia
ficar de fora.

— Relaxa pirralha, você vai poder comer sua sobremesa favorita no


final do jantar — Giuseppe fala beijando sua cabeça.

— Eu não sou pirralha Giuseppe já tenho quase 18 anos — Samira


retruca ainda mais emburrada.
— Isso mesmo, quase, ainda não tem 18 — Giuseppe implica e ela
lhe dá língua.

Rio da implicância deles.

— Francisco, meu amigo, que bom que já chegou, vamos ao


escritório tratar de um assunto importante antes de o jantar ser servido —
meu pai fala chamando o pai de Giuseppe.

— Samira, minha linda, não se preocupe que o jantar, não será


demorado e logo você estará em casa — meu pai dá um sorriso para ela.

Como não tenho irmã nem irmãos, meu pai a vê como uma filha,
visto que é filha de seu melhor amigo.

— Tudo bem, tio Eduardo, vou andar um pouco no jardim até a hora
do jantar. — Samira fala ao meu pai

— Vá, mas tome cuidado Samira, vou chamar Enzo para lhe
acompanhar — digo olhando para ela.

— Não precisa Vicenzo, Luca veio fazendo nossa segurança, ele me


acompanhará — fala já se retirando da sala.

Despeço-me de minha noiva deixando-a com minha mãe e as outras


mulheres.

Sigo com meu pai, meu avô, Enrico Grimaldi (que faz parte do
conselho e o está representando), Giuseppe e seu pai Francisco Morino, e
Mattias DeLuca, pai de minha noiva, para o escritório.
Capítulo 2

Aqui no jardim da casa de Vicenzo olhando o lago, eu reflito sobre


que caminho devo seguir. Vê-lo ao lado da noiva me parte o coração.

Como posso amá-lo dessa maneira? Ele nunca me iludiu e sempre


me tratou apenas como uma prima, uma irmã mais nova até. Seu amor por
mim, é fraternal, então em que momento eu passei a vê-lo com outros
olhos? Em que momento eu passei a desejá-lo?

Essa confusão em minha mente me angustia.

Eu não deveria amá-lo.

É errado!

Ele está noivo, é bem mais velho do que eu, sem falar que é
praticamente um primo meu, e o pior melhor amigo do meu irmão. Como
Giuseppe reagiria se soubesse que amo Vicenzo como homem e não de
maneira fraternal como deveria ser?
O mataria com certeza. Suporia que Vicenzo iludiu sua irmãzinha e
a desgraça cairia sobre todos nós. Deixaríamos de ser a família unida e
feliz que somos e passaríamos a nos odiar e tudo seria culpa minha.

Tenho que esquecê-lo e é por isso que vou embora. Isso, ir para
longe me ajudará a esquecer e apagar esse amor. Pelo menos é com isso que
tento convencer meu tolo coração.

— O que tanto pensa? — ouço a voz de Luca.

Eu gosto dele, é um Soldado leal a meu pai e meu segurança


particular.

— Na vida ou no que farei com ela. — respondo me virando para


olhá-lo.

— Refletir é bom, mas algo me diz que Vicenzo tem a ver com esses
pensamentos — ele fala me olhando nos olhos, parece saber tudo.

Sempre foi assim, Luca sabe ler as pessoas, não é a toa que
consegue saber quem é inimigo só em olhar como a pessoa se porta em sua
presença.

— Julgo que está enganado Luca, Vicenzo não tem nada a ver com
meus pensamentos ou decisões — desvio meu olhar do seu ao falar isso,
pois sei que não posso enganá-lo.

— Tudo bem, menina, se você diz eu acredito — fala olhando para


o lago.

Eu permaneço em silêncio e ele volta a falar.

— Amar quem não deve é a coisa mais dolorosa nessa vida, Samira.
Saber que não deveria amar quem ama, machuca — sinto a dor em suas
palavras.

Não sei quem ele ama ou amou dessa forma, mas sinto que foi
alguém que o machucou muito. Luca é um cara muito reservado. Sua vida
fora da máfia é uma incógnita para mim.
— Você ainda é muito nova, Samira, irá encontrar alguém que te
ame como merece, e Vicenzo se arrependerá de não ser o homem a estar ao
seu lado — Deixo de olhar o lago e o encaro.

Como ele pode saber uma coisa dessas? Estou abismada.

— Acho que o jantar já deve está sendo servido, é melhor eu entrar,


não quero mamãe brava comigo — desconverso e me encaminho para a
mansão. Mas ainda o ouço falar.

— Eu sempre estarei aqui para ouvi-la Samira, sabe disso, não se


pode esconder o que sente para quem já sentiu o mesmo — fala e some por
dentre o jardim.

E eu sigo meu caminho para a grande tortura que será esse jantar.

Que Deus me ajude!


Capitulo 3
Saio do escritório com minha cabeça doendo, saber que estão
tramando contra minha máfia e não sei quem está por trás disso me deixa
furioso.

Meu pai falou que Lorenzo o reportou de um ataque mal sucedido


em uma das nossas boates, azar do infeliz pego tramando contra nós e sorte
minha que já estava louco por uma brincadeira repleta de gritos e sangue.

Nada me dá mais paz do que estraçalhar meus inimigos, seus gritos


são como musicas aos meus ouvidos, muitos me chamam de demônio pela
forma como mato quem se mete em meu caminho, mas não ligo, pelo
contrário, amo ser temido e é bom que saibam que não podem se meter
comigo.

Ao chegar ao corredor me deparo com meus primos e soldados,


Lorenzo e Giuliano, conversando, eles são filhos de meu tio Gildo irmão de
minha mãe.

Aproximo-me deles.
— Onde colocaram o filho da puta? — pergunto.

— No galpão. Estávamos só esperando suas ordens.

— Depois do jantar teremos uma festinha com ele — falo rindo já


vendo como o destroçarei e o farei implorar pela vida, que obviamente não
terá mais a partir de hoje.

— Vicenzo, sua mãe me pediu para te avisar que o jantar já está


sendo servido — Giuseppe falar atrás de mim.

— Já irei — respondo me virando para ir à sala de jantar.

Chego à sala e vejo todos a minha espera, dirijo-me até minha


noiva e vamos todos para a sala de jantar.

Ao longe vejo Samira observando Maria e ao notar que a peguei


olhando dá de ombros como se não fosse nada de mais, essa menina.

Sentamos a mesa e a conversa se vai para o lado dos preparativos do


casamento, coisa que não me interessa em nada, o que eu quero mesmo é só
ver Maria nua em minha cama e transar com ela a noite toda.

É um saco ter que esperar até casar para ter relações sexuais. Uma
regra da máfia que acho totalmente desnecessária e ultrapassada.

O jantar é servido e observo que Samira mal tocou na comida.

— Samira, o jantar não está do seu agrado? Posso mandar que


preparem algo que queira comer. — falo recebendo a atenção de todos.

— Obrigada! Vicenzo, mas estou sem fome mesmo — fala e noto


certa tristeza em seu olhar.

— Maninha está acontecendo algo? Você não é de ficar sem comer,


ainda mais sendo sua comida preferida — Giuseppe pergunta com carinho
na voz.
— Não, estou bem! Só sem fome mesmo — responde, mas sem o
olhar.

Voltamos a comer.

— Vicenzo, sua noiva, disse que ainda não conheceu o jardim.


Porque agora que já terminamos de jantar,vocês não dão um passeio? —
minha mãe fala tempo depois, roubando minha atenção. Sei que ela está
querendo que eu me aproxime da minha noiva.

— Tudo bem mãe — falo me levantando — Vamos? — estico o


braço para que Maria o pegue — Você vai amar o jardim. — digo querendo
ser um pouco mais simpático.

Coisa que é bem difícil para mim.

Ela segura meu braço e se levanta de sua cadeira. Arruma o vestido


e passa a mão pelos cabelos loiros para arrumar o que já está impecável.

— Com licença — peço me retirando.

Seguimos o caminho até o jardim em silêncio.

— Você é muito calada, Maria. Quero saber um pouco sobre você.


— comento ao chegar próximo ao lago que tem no jardim.

— Vicenzo, eu não tenho muito sobre o que falar de mim. — me diz


dando um sorriso suave — Fui criada na máfia para ser uma esposa e não
tive muitas escolhas.

— Você não quer se casar comigo, é isso? Sou tão feio assim? —
pergunto em tom brincalhão e ela cora.

Ela é realmente muito bonita, não tanto quanto Samira, mas bem
bonita sim.

— Não! Você é lindo e essas suas tatuagens são incríveis — ela fala
tocando o pedaço da tatuagem no meu braço que escapa pelo tecido na
camisa. — Só que fui criada praticamente para ser uma esposa e só — ela
me dá um sorriso fraco.

— Sei bem como é. Não sou a favor dessas regas machistas e


retrógadas que não deixam a mulher ter escolhas com relação sua vida e
carreira, mas isso é algo que não está ao meu alcance para mudar. Elas
foram impostas há anos e nem eu como futuro Don posso mudá-las. — ela
me olha com seu rosto demonstrando surpresa ao ouvir minhas palavras,
talvez julgando que eu apoiaria essas regras arcaicas.

— Fico feliz que pense assim. Me mostra como criará nossos filhos
— ela disse e a olho assustado.

Ter filhos não, é algo que me agrade muito, quero ser pai um dia
claro, mas não agora e não com uma guerra a vista. As coisas em nossa
máfia não estão boas para trazer mais uma criança ao mundo em meio a
esse caos no qual estamos.

Ela toma meu silêncio como o fato de eu não querer ter filhos e
trada de concertar o que disse.

— Não, eu... Não precisamos ter filhos agora, é que achei que queria
casar-se somente para ter herdeiros, já que na máfia a única função das
mulheres é essa. — me diz sem graça.

— Bom... Eu quero! Não me entenda mal, só não agora. — falo e no


mesmo instante em que ela me olha sinto vontade de beijá-la. Ela parece
frágil, delicada e é tão meiga. Seus lábios carnudos pedem por um beijo
meu.

— Quero beijá-la — digo não conseguindo reprimir meu desejo e


ela me olha.

Encurto nossa distância e a beijo. O beijo é calmo sem muitas


expectativas. Acreditei que seria mais explosivo e intenso, afinal iremos nos
casar em breve, mas nada, não sinto nada. É apenas mais um beijo entre os
tantos que eu já dei.
Afasto-me e observo seu olhar em meus lábios. Ela me olha e sorri
tímida, sem muita ação o que me deixa chateado. Como viverei com
alguém sem ação e sem graça desse jeito? Falta a paixão, o fogo e o desejo
latente que eu deveria sentir por ela ser a mulher linda que é.
Ficamos apenas nos olhando por um tempo até um limpar de
garganta chamar nossa atenção. Giuseppe fala atrás de mim me tirando de
minhas indagações.
— Desculpe interromper senhor, mas já estamos indo — viro-me
para olhá-lo e vejo Samira ao seu lado.
Ela parece querer chorar e isso traz uma sensação ruim em meu
peito. Nunca a vi chorando, a não ser as vezes que caiu por ser tão moleca.
Sua vida é feita de sorrisos e não de lágrimas.
— Ah, tudo bem, Giuseppe até amanhã. — falo tentando focar nele
e me despedir.
— Não vai me dar tchau Samira? — pergunto-lhe sorrindo.
Ela me olha triste.
— Tchau! — limpa a garganta e quase sussurra se despedindo sem
me olhar nos olhos.
Sinto-me mal em vê-la assim, me dói na alma, não sei explicar.
Vejo-os ir embora e volto minha atenção a minha noiva. Pego a mão
de Maria e voltamos para dentro da mansão. Despeço-me de Francisco e
Giulia, pais de Samira e Giuseppe, e dos pais de minha noiva, assim como
dela.
Daqui a um mês nos veremos no altar.
Agora é hora da diversão, tenho uns ratos para estraçalhar...
◆◆◆

Samira

Ele a beijou. Eu sabia que isso iria acontecer quando ele saiu com
ela para o jardim, mas não estava preparada para ver essa cena.

Ao vê-lo beijando-a meus olhos encheram-se de lágrimas que


mesmo eu não querendo insistiram em cair, Giuseppe me perguntou o
porquê do choro, mas menti dizendo que minha cabeça estava doendo por
estar menstruada, ele sabe que sempre fico sensível nesses dias e não me
perguntou mais nada.

Luca a me ver chegar ao carro com os olhos úmidos percebeu do


que se tratava, pois logo tratou de me direcionar um olhar de apoio, como
se isso já tivesse acontecido com ele.

Assim que cheguei a minha casa corri para meu quarto, me joguei
na cama e chorei até dormir. Ele realmente vai se casar, não o terei mais em
minha vida.

Eu terei que ir realmente embora.

Meu coração não aguentará vê-lo com outra, ele nunca será meu.

Nunca!
Capitulo 4
Itália: um mês depois

É hoje!

Hoje é o dia em que verei meu amor casando com outra, beijando-a
e sendo feliz com ela. Como queria não ter que ir a esse maldito casamento,
queria sumir, ir embora de uma vez e nunca mais voltar.

Conversei com Luca sobre o que sentia a respeito de Vicenzo, não


podia mais mentir para ele, e sem falar que precisava do apoio de alguém
para enfrentar isso e Luca é essa pessoa.

Ele me apoiou e irá me levar para o Brasil, o país que escolhi para
dar outro sentindo a minha vida e onde pretendo esquecer Vicenzo. Foi uma
luta para fazer meus pais aceitarem minha decisão, Giuseppe foi o pior, ele
disse que até me bateria para me fazer mudar de ideia, coisa que ele jamais
faria, foi só uma forma de me persuadir a ficar.
Papai não queria me deixar ir, mas lembrei-lo de que ele mesmo
dissera que eu poderia escolher meu destino e diante disso não pode negar
meu pedido. Porém, terei que mudar meu nome e sempre terei Luca e
Mateo como meus seguranças lá.

Agora estou aqui em frente ao espelho lutando contra a vontade de


chorar por estar me arrumando para o casamento dele, do meu grande amor.
Sei que comparada a noiva não sou tão bonita assim, curvas demais para a
minha idade.

Não sou gorda, mas também não sou magra como a maioria das
mulheres que conheço. Mamãe sempre me disse que minhas curvas são
meu diferencial e que meus olhos verdes na pele branca faz com que eu me
pareça uma boneca, mas não acho isso. Vicenzo não me vê como as outras
mulheres.

— Samira está pronta? — minha mãe pergunta entrando em meu


quarto

— Sim, mamãe, podemos ir. Papai e Giuseppe já foram? —


pergunto olhando uma última vez no espelho.

— Sim, já foram, nós iremos com Mateo e Luca. O Don Eduardo


queria uma reunião com todos os capos antes do casamento — ela comenta
e eu pego minha bolsa para sairmos.

— Vamos, quero voltar logo, meu voo está marcado para o início da
noite e não quero me atrasar.

— Filha tem certeza que é isso mesmo que quer? — ela pergunta
pela milésima vez.

— É isso que eu quero mãe e nós já conversamos, não fique triste eu


vou voltar um dia.

— Está bem filha. Eu só quero que seja feliz, é difícil para mim te
ter tão longe. Nunca nos afastamos ou passamos tanto tempo longe uma da
outra e agora você está indo para outro país — ela me dá um sorriso fraco,
me aproximo e a abraço apertado.

— Eu vou ficar bem, mãe. Eu preciso ir embora — olhei em seus


olhos e ela entendeu ser necessário a minha partida.

Minha mãe podia não desconfiar dos meus sentimentos por Vicenzo,
mas ela sabia que eu estava fugindo de algo e sou grata por ela não me
pressionar para relevar o verdadeiro motivo da minha partida.

— Tudo bem. Vamos.

Saímos do quarto para o meu martírio... Ops... Casamento do


Vicenzo.

Chegamos à igreja e papai estava nos esperando na porta e com ele


ao nosso lado nos encaminhamos para nossos lugares. Giuseppe está no
altar, ele é um dos padrinhos de Vicenzo. Ele está tão lindo no terno de três
peças na cor azul-escuro que está vestindo. Meu irmão é um homem
incrível: lindo, leal e protetor. A mulher que ganhar seu coração será muito
feliz e realizada.

Mudo meu olhar, pois não quero sofrer mais e Vicenzo está tão lindo
que minha vontade é correr e me jogar em seus braços e gritar para ele e
todos aqui presente o quando eu o amo.

Coração idiota!

Ouço a marcha nupcial e vejo a noiva entrar linda. Ela bem que
poderia ser feia e assim ele não se casaria com ela.

O pai dela a entrega a Vicenzo e começa a minha tortura...

Que seja feliz Vicenzo, por mais que você não me ame da forma que
eu te amo e está se casando com outra, eu desejo que seja muito feliz. —
desejei mentalmente.
Capitulo 5
Horas antes

— Como assim ela vai para o Brasil e ainda por cima sozinha,
Giuseppe? Como permitiu uma coisa dessa? — pergunto olhando para ele,
tenho vontade de matá-lo por permitir que Samira faça tal coisa.

— E o que queria que eu fizesse, Vicenzo? Eu sou só o irmão e não


o pai dela. Também não queria que ela fosse, é minha irmã, porra, minha
princesinha e meu coração dói só de imaginá-la longe — ele me fala e a dor
que vejo em seus olhos ao ter sua irmã longe me mostra o quanto ele está
sendo sincero.

— Não sei, realmente não sei, vou falar com ela depois do
casamento talvez a convença a ficar — digo aflito com a possibilidade de
não poder proteger Samira.

Ela é minha pirralha, minha menina, tão linda e com sua beleza os
homens podem a machucar. E eu matarei quem tentar!
— Vamos ou quem vai se atrasar para o casamento é o noivo — diz
rindo, mas sei que sua mente está em sua irmã. Essa é sua forma de lidar
com os sentimentos, ele brinca e teta mudar o foco para não ter que lidar
com o que sente.

— Sim, vamos, tenho que me casar, nosso futuro depende disso —


falo já indo em direção ao carro.

Minutos depois já estou no altar da igreja católica onde será


realizada a cerimônia do meu casamento.

A igreja está lotada, Maria quis um casamento luxuoso. Muitos


capos e aliados nosso se fazem presentes, mas só uma pessoa me interessa
aqui, Samira.

Preciso falar com ela, ela não pode ir embora assim do nada. Será
que ela encontrou algum namorado pela internet e por isso quer ir embora?
Não, não pode ser isso ela é praticamente uma criança ainda.

Ok. ela não é mais uma criança está quase uma mulher e uma
mulher muito linda por sinal, mas ainda é muito jovem para sofrer uma
decepção amorosa a ponto de fugir ou se arriscar em um país que não
conhece para viver um amor que a machucará, se esse for o caso.

Busco-a entre os convidados e a encontro. Ela está mais linda que


nunca em um vestido que abraça suas curvas que já começam a aparecer de
forma bem explicita, porém seu semblante é triste e ver isso agita meu peito
e me angustia.

O que está acontecendo com minha menina? Pergunto-me


interiormente, mas paro de pensar quando ouço a marcha nupcial. Maria
entra linda em seu vestido luxuoso de noiva e de braços dado com seu pai.
Por mais que não a ame estou ansioso pelo casamento, a responsabilidade
que virá com ele é grande, porém estou mais do que pronto para assumi-la.

— Entrego-te minha filha para que a ame e a cuide — seu pai diz ao
chegar até mim no altar e me entrega-la.
— Farei isso — pego à mão de minha noiva e nos viramos ficando
de frente para o altar e o padre.

— Estamos aqui para celebrar esse matrimônio... — o padre começa


a falar, mas não me importo com o que tem para dizer, estou ansioso e com
a cabeça cheia de preocupação. A notícia sobre Samira me tirou do eixo e
deixou minha mente apenas focada nela.

— É de livre e espontânea vontade que aceita Maria DeLuca como


sua esposa, para amá-la e respeitá-la até que a morte os separe? — volto dos
meus pensamentos com a pergunta do padre direcionada a mim.

— Sim — respondo sem titubear.

— Maria DeLuca é por livre e espontânea vontade que aceita


Vicenzo Grimaldi como seu esposo para ama-lo e respeitá-lo até que a
morte os separe? — pergunta para Maria que me olha emocionada e diz
sim.

Coloco a aliança em seu dedo e ela faz o mesmo comigo.

— Com a graça dada por Deus a mim eu vos declaro marido e


mulher, pode beijar a noiva — E com a bênção dada pelo padre me
aproximo de Maria e a beijo, é um beijo casto, pois estamos na igreja, e
mesmo assim não me desperta o desejo de beijá-la de forma mais intensa.

A igreja aplaude e saímos para receber os comprimentos de todos os


convidados e familiares para enfim seguirmos até a festa.

Vasculho a igreja em busca de Samira, mas não a encontro


provavelmente já foi com sua família para a festa e lá eu poderei falar com
ela. Despeço-me de todos e puxo Maria para o carro onde meu primo, e
chefe de segurança, Lorenzo nos espera.

Estávamos à caminho da festa quando ouvimos sons de carros


derrapando, olho para Lorenzo só para ter certeza de que estamos sendo
atacados. Alguém teve a idiota ideia de me atacar no dia do meu casamento
achando que sairia vivo para contar história depois.
Ligo para meu futuro consigliere.

— Giuseppe já está na festa? — pergunto alto, pois Maria não para


de gritar e seus gritos estão me dando nos nervos.

— Sim senhor, aconteceu algo? Estou ouvindo sons de tiros —


pergunta e posso sentir a aflição em sua voz.

— Estamos sendo atacados! Enzo junto com os outros soldados está


tentando acertar os pneus dos carros que nos persegue. — grito por cima
dos sons dos tiros e dos gritos e minha esposa.

— Porra, Maria será que dá para parar que gritar? — grito com ela
para que se cale.

— Que inverno, eu matarei todos que se levantarem contra mim. Os


destroçarei — falo com meu peito sufocando de raiva por quem está
fazendo isso justo hoje.

Porra!

— Estou indo com reforços. Fque vivo Vicenzo ou eu vou até o


inferno e o mato — falando isso ele desliga, mas antes o escuto dar ordens
aos meus soldados.

Giuseppe sempre esteve ao meu lado desde que nasci e nossa


ligação é de irmão e ouvir suas palavras pedindo para que eu fique vivo só
me dá ainda mais determinação para que eu acabe com esses desgraçados e
saia daqui vivo.

— Lorenzo, conseguimos despista-los? — pergunto, pois os tiros


cessaram. Mas antes que ele fale é atingido com um tiro no pescoço e
morre.

— Mas que porra, essa merda de carro não é blindados? — pergunto


para o nada.

— Maria fique abaixada — falo já pulando para o banco da frente


para controlar o carro antes que morramos em um acidente.
— Vicenzo eu estou com medo não quero morrer — ela fala
histérica e não suporto suas palavras, pois também não quero morrer. Ela
deveria saber que ser a mulher do futuro Don a coloca como alvo para meus
inimigos. Ela deveria está treinada para algo assim.

— Ninguém vai morrer aqui, porra. Eu darei um jeito só fique


abaixada — mal termino de falar e mais tiros são ouvidos. Olho pelo
retrovisor e vejo que Giuseppe chegou com reforços.

— Maria você sabe atirar? — pergunto, mas já sei a resposta.

— Claro que não Vicenzo, eu fui criada para ser esposa não
assassina — fala como se o que perguntei fosse algo inconcebível.

— Certo. Apenas continue abaixada e se proteja como puder. — falo


guiando o carro pela avenida movimentada.

Olho pelo retrovisor e consigo ver o carro em que meu consigliere


está.

— Giuseppe, eu já estou vendo seu carro, são dois carros nos


seguindo — falo ao colocar o celular no viva voz conectado ao painel do
carro.

— Estou vendo Vicenzo, vou tentar tirá-los da pista — escuto mais


tiros e um dos carros que estava me seguindo capota e explode.

— Um já foi, vou tentar matar o motorista do outro carro siga para a


festa seu pai está lhe esperando — Giuseppe me fala pelo celular e o vejo
com parte do corpo para fora do carro com uma Ak 47 nas mãos.

— Maria, vamos seguir para a festa tudo já foi resolvido — digo e


vejo-a chateada por estar toda desarrumada.

— Olha meu vestido Vicenzo, minha maquiagem está borrada pelo


meu choro. Era para ser o dia mais maravilhoso da minha vida não meu
quase assassinato. — ela grita e tenho vontade de jogá-la para fora desse
carro e fazê-la calar a boca a para sempre.
— Mas que inferno! — praguejo socando forte o volante na
tentativa de extravasar minha raiva e frustração.

É isso ou esganar minha esposa no dia do nosso casamento.

Caralho!

Sigo pela avenida rumo a minha mansão onde acontecerá a festa de


casamento, agora mais devagar devido à perseguição já ter terminado.
Capitulo 6

Mal paro o carro na frente da mansão de meus pais e já vejo meu pai
e alguns dos meus soldados virem ao meu encontro. Maria desce e nem me
olha, está preocupada demais com sua aparência para se importar comigo
ou com o fato de que quase morremos. Como não pude ver que era tão
fútil?

— Vicenzo, está ferido meu filho? — minha mãe pergunta aflita e


só ai lembro-me que estou sujo de sangue.

— Esse sangue não é meu, mãe, Lorenzo foi assassinado — digo


com pesar e vejo seus olhos marejarem. Ele além de meu soldado e chefe de
segurança é seu sobrinho e ela o amava.

Viro-me para falar com meu pai

— Pai quem era o responsável pela minha segurança? — pergunto e


o semblante dele muda drasticamente. Ele sabe o que quero dizer com essa
pergunta.
— Guilhermo, ele ficou de separar os carros para o casamento e
Lorenzo separou os soldados para a segurança — ele diz já mandando
chamar Guilhermo.

— Pois a droga do carro não era blindado e poderíamos ter morrido


se eu não tivesse sido rápido ao tomar o controle do carro quando Lorenzo
foi assassinado. Quero Guilhermo na minha frente agora — falo com toda a
raiva acumulada em mim desde o atentado.

— Filho melhor tomar banho os convidados estão esperando os


noivos, deixe que eu cuido disso — meu pai fala, mas não lhe dou ouvidos.

Quero o sangue dos traidores, não vou sossegar enquanto não matar
a todos. Esses filhos da puta mexeram com a pessoa errada e se
arrependerão por isso.

— Não pai, eu resolvo, não estou a fim de fazer sala para esses
imbecis que só querem puxar meu saco. Vá com tio Gildo preparar tudo
para o velório de Lorenzo.

Viro-me para minha mãe.

— Fique com sua cunhada ela sofrerá quando souber — enxugo


suas lágrimas e beijo sua cabeça.

— Sua noiva ficará chateada por mudar seus planos com relação a
festa de casamento — comenta minha mãe.

— Pouco me importo e é bom que ela já vá se acostumando que os


assuntos da máfia virão em primeiro lugar na minha vida. Foda-se o que ela
quer. Foda-se o que ela pensa — falo e lhe dou as costas indo atrás dos
traidores, depois de hoje não me importo mais com Maria.

Ela que se acostume com sua nova vida ao meu lado e se não se
acostumar que foda-se ela.
◆◆◆
— Luigi você ficará no lugar do Lorenzo e não preciso te avisar que
não aceito falhas — falo saindo do galpão depois de ter matado aquele rato
do Guillermo.

— Enzo onde está Giuseppe? — pergunto ao notar sua ausência.

— Ele foi ao aeroporto se despedir da senhorita Samira — fala


entrando no galpão para colocar o corpo do maldito rato no saco.

— Mas que inferno, me esqueci de Samira — falo praticamente


correndo para meu o carro. Entro nele batendo a porta com mais força que o
necessário e sigo para o aeroporto. Espero chegar a tempo de pelo menos
me despedir dela, já que não a convencerei de partir.

Em menos de 30 minutos chego ao aeroporto e avisto toda sua


família no hall de entrada. Corro até eles sem me importar se estou
chamando atenção ou não, só quero ver Samira.

— Onde está Samira? — pergunto assim que me aproximo deles e


não a vejo.

— Ela já embarcou Vicenzo — Giulia fala abraçada a Francisco

— Por que não me falou que estava vindo para cá? — pergunto
diretamente a Giuseppe com raiva emanando por meus poros.

— Você precisava matar aquele rato e mostrar sua força Vicenzo —


fala no mesmo tom que eu.

— Por favor, não briguem, ela escolheu assim — posso ver a


tristeza nos olhos de Francisco por sua filha ter encolhido ir para longe de
sua proteção.

— Vamos. Não temos mais nada a fazer aqui — Francisco fala


batendo em meu ombro

Não tendo alternativa eu saio do aeroporto direto para a mansão de


meus pais, passarei a noite aqui e amanhã iremos para minha mansão em
Roma irei morar lá após me tornar Don.
Paro o carro na garagem da mansão e o desligo. Saio dele e caminho
para dentro da casa Encontro minha mãe na sala lendo um livro e pergunto
por minha esposa, ela me diz que Maria já se recolheu então eu sigo direto
para mue antigo quarto.

Chego em meu quarto animado e louco por finalmente ter um pouco


de prazer depois de todo o estresse desse dia caótico e tirar toda a tensão
que irradia por meu corpo em uma transa alucinante (OK. não vai ser
alucinante porque ela é virgem e não pretendo machucá-la, mas ainda sim
seria sexo, coisa que estou precisando nesse momento). Mas ao abrir a porta
e entrar no quarto olho para a cama a encontro dormindo.

Mas que inferno de vida, nem uma transa na minha noite de núpcias
eu terei. Bufo frustrado passando a mão pelo rosto e sigo direto para
banheiro para tomar um banho demorado no intuito de relaxar, minutos
depois saio do banheiro nu e com uma toalha nas mãos enxugando o cabelo.

Caminho até meu closet, pego uma cueca boxer preta a visto e me
deito na cama ao lado de Maria que dorme como uma pedra. Fico olhando
para o teto e pensando em Samira.

De agora em diante minha vida será diferente e nem terei mais


minha pequena para alegrar meus dias com seus desaforos.

Inferno de vida!

Fico assim até o sono chegar e eu finalmente ceder ao cansaço tendo


meu merecido descanso.
Capitulo 7
Horas antes

Ele casou!

É oficial e não vou mais chorar por ele, está feito e agora é seguir
em frente.

— Mãe, eu não vou à festa, irei com Luca e Mateo para casa, tenho
que terminar de arrumar minha mala — falo, após a cerimônia acabar, já
indo em direção ao carro onde Luca me espera.

— Certo, filha, eu não irei demorar na festa, logo estarei em casa


para me despedir de você. — sua fala sai chorosa e parte meu coração vê-la
sofrer assim por minha partida. Contudo isso é necessário, não suporto ver
Vicenzo casado e fazendo sua vida com outra.

— Tchau, diga ao papai e ao Giuseppe que estarei esperando por


eles para me despedir antes de pegar meu voo — beijo seu rosto e sigo em
direção ao carro.
Entro no carro e Luca me olha. Sei que ele sabe que essa viagem é
para que eu possa esquecer Vicenzo.

— Não fica assim menina, as dores vêm, mas com ela o


aprendizado. Não se esqueça de que sempre após a tempestade vem a
bonança — ele fala me olhando pelo retrovisor.

Mateo senta ao seu lado no banco do carona e seguimos para casa.

Já em casa subo para terminar minhas malas. Olho para meu quarto
e um sentimento de saudades me invade. Quase 18 anos vivendo aqui com
meus pais e irmão, me lembro das brigas e implicâncias infantis com
Giuseppe, de como ele cuidava de mim e me protegia de tudo. Eu vou sentir
muita falta deles.

Termino de arrumar a mala e deito na cama olhando para o teto,


chegou à hora e uma vida nova me espera no Brasil. Acabo cochilando e
acordo com um falatório vindo da parte de baixo da casa. Levanto-me
apresada para saber o que aconteceu.

— Mãe — a chamo quando chego à sala —, aconteceu algo? Que


horas são? A senhora está bem? Papai e Giuseppe estão bem? — faço várias
perguntas sentindo meu peito se agitar com a possibilidade de que algo
tenha acontecido com eles.

— Houve um atentado na saída da igreja, filha. — ela fala e sinto


meu coração parar.

— O quê? — praticamente gritei — Alguém se feriu? Onde está


Giuseppe e papai?

— Eles estão bem, Samira — me garantiu fazendo meu coração


acalmar. — Só Lorenzo que morreu. — ela fala com pesar, nossa família é
muito amiga da família de Vicenzo e nos damos bem com todos eles.

— Todos foram dispensados do casamento, pois os capos se


reuniram com o Don Eduardo e Vicenzo para saber quem são traidores
entre nós — meu coração sentiu um alívio absurdo em saber que todos
estão bem. Por mais que eu sinta pela morte de Lorenzo, eu morreria se
algo de ruim acontecesse a quem eu amo.

— Fico aliviada por saber que não aconteceu nada com nenhum da
nossa família mamãe.

Ela concorda com a cabeça e muda de assunto.

— Filha já está na hora de seu voo. Eu já ia subir para saber se está


pronta, falei com seu pai ele irá com Giuseppe direto para o aeroporto. —
olha para o relógio tentando disfarçar, mas sua voz está embargada.

Assinto com a cabeça e subo para meu quarto junto com Luca e
Mateo. Eles pegam minhas malas e descem as escadas levando-as para o
carro. Entramos todos no carro, com outro logo atrás do nosso escoltando-
nos e fazendo a nossasegurança, e saímos para o aeroporto.

Já no aeroporto vejo meu pai chegar com Giuseppe e pela cara deles
as noticias não são boas, entretanto não procuro saber o que aconteceu,
quero minha mente sem preocupações e tranquila para pousar no Brasil com
o coração tranquilo e leve. Sei que quem eu amo está bem e é isso o que
importa.

— Faça uma boa viagem, cuide-se bem bambina e lembre-se de que


te amo e sempre estarei de braços aberto esperando sua volta — meu pai
fala ao me abraçar e beijar minha cabeça.

— Também te amo papai. Não se preocupe que eu estarei bem. Luca


e Mateo cuidarão de mim — falo com a voz embargada pela despedida.

Ele se afasta e meu irmão toma seu lugar.

— Cuide-se pirralha, qualquer coisa é só me ligar que vou correndo


te buscar — Giuseppe me da um abraço de urso e também beija o topo da
minha cabeça. — Te amo.

— Vem, filha — minha mãe me chama para mais um abraço — Me


ligue assim que chegar e cuide-se minha menina. Eu te amo — me abraça
forte e beija meu rosto me dando sua bênção.

— Amo vocês.

Despeço-me de todos e parto com Luca e Mateo para minha nova


vida no Brasil. Uma vida onde eu espero ser feliz sem ter a sombra do
Vicenzo em minha vida. Sem o amor que eu sinto por ele me fazendo sofrer
ao vê-lo com outra e cada dia mais distante de mim.
◆◆◆

O voo foi bem tranquilo, cheguei ao Brasil e fui direto para a casa
que meu pai comprou para mim, é bem aconchegante e tem tudo o que
preciso.

Fica em um condomínio muito conceituado do Rio de Janeiro.

Em três meses completarei 18 anos e poderei ir para a faculdade.


Por ser da máfia e meu pai um capo, aprendi vários idiomas e o português
foi um deles. Sempre quis conhecer o país então me esforcei para aprender
o idioma corretamente.

O curso que farei aqui é RP, resolvi cursa Relações Publicas, pois
me identifico muito com essa área, meu pai já deixou tudo acertado com o
reitor da faculdade particular, me chamarei Samira Amorim, não posso sair
por ai dizendo que sou da máfia e meu sobrenome é bastante conhecido em
alguns lugares.

— Luca, eu darei um passeio pela a orla tudo bem? — pergunto


depois de tomarmos nosso café da manhã no outro dia após nossa chegada.

— OK, pode ir tranquila, está tudo seguro, Mateo a acompanhará,


pois eu terei que cuidar de sua segurança na faculdade e comprar um carro
para que nós possamos nos locomover aqui — diz com um sorriso.

Sei que ele quer que eu me sinta bem e não fique triste por ter que
ficar longe da minha família.
— Certo, então até mais tarde, vamos Mateo — o chamo e saio.

Por ser um condomínio próximo da praia vou andando até a orla


com meus pensamentos conflitantes e tentando conter as lágrimas.

Ando pela orla me afastando das pessoas em busca de um lugar


tranquilo, não quero que ninguém me veja chorando.

Como será que Vicenzo está? — pergunto-me como a boba que sou.

Provavelmente bem e desfrutando de sua esposa. Como ainda pode


pensar nele Samira? — me repreendo por ter meus pensamentos nele.

Olho o mar a minha frente e sem que eu dê permissão minha mente


se volta para ele. Nossas risadas, nossas implicâncias, seu cuidado e carinho
comigo.

Será que sente minha falta? Será que pensa em mim? Coração tolo
esse meu. — pergunto para o nada e sorrio sozinha da minha ingenuidade.

É obvio que ele não esta pensando em mim, ele esta em lua de mel,
esta beijando e amando sua esposa como eu queria que fizesse comigo.

Como eu queria poder sentir seus lábios nos meus, tocar aquele
corpo lindo e másculo, apertar seus músculos e senti-los ao redor de meu
corpo, traçar cada tatuagem e beijá-las como se não houvesse amanhã —
uma lágrima escapa sem que eu possa impedi-la.

Essas serão minhas últimas lágrimas por você Vicenzo de hoje em


diante não estará mais em meu coração! — falo para mim mesma.

Como queria que essa realmente fosse a minha realidade.


Capitulo 8
5 anos depois: No Brasil.

— Luca, por favor. Você me disse que eu poderia dar essa festa, são
poucas pessoas que virão eu juro. É só os meus colegas da faculdade e você
conhece todos — suplico para que ele me deixe fazer minha festa — Não é
todo dia que se faz 23 anos — faço minha melhor cara de inocente e o olho.

— Porra, Samira, você quando quer uma coisa tira qualquer um do


sério enquanto não a consegue. — ele explode e o olho, espantada.

— Desculpa, eu não queria falar assim com você, mas as coisas na


Itália não estão nada bem, estamos lidando com um inimigo querendo tirar
Don Vicenzo do poder e todo cuidado é pouco. — ele comenta, mas não
ligo, deixei de me importar com tudo o que envolvia Vicenzo anos atrás.

— Eu já falei que não me interessa o que acontece lá na Itália.


Desde que minha família esteja bem nada mais me importa. — respondo
com raiva por ele me fazer lembrar-se de Vicenzo justo hoje.

Cinco anos longe e eu ainda não consegui esquecê-lo.


— Está certo Samira, pode fazer sua festa. Falarei com Mateo para
verificar se as câmeras de segurança estão funcionando perfeitamente — ele
fala e deixa a caneca de café na pia para ir falar com Mateo.

— Certo, obrigada, Luca você é meu melhor segurança — falo rindo


e ele faz uma cara de tédio.

— Não faz essa cara que eu sei que você me ama também — mando
um beijo para ele e subo as escadas correndo para me arrumar.

— Você fala isso porque sou o único que faz suas vontades — o
ouço gritar, mas sei que está sorrindo.

Nossa amizade se fortaleceu ainda mais nesses 5 anos que vivemos


aqui.

Ligo para Ana assim que chego ao quarto e confirmo a festa. Ana é
minha melhor amiga e muito louquinha, a conheci na lanchonete da
faculdade na qual eu estudo. Nos esbarramos e ela derramou café em mim,
sorte minha que estava frio ou eu teria me queimado pra valer.

Ela ficou super chateada com o acontecido se xingando por ser tão
desastrada enquanto eu só sabia rir de sua loucura e leveza, resultado:
acabamos virando melhores amigas. Ela cursa letras e sonha em ser
escritora.

Ela tem um irmão mais velho seu nome é Nicolas e é detetive da


policia federal aqui no Brasil. Ele deu em cima de mim varias vezes, mas
desistiu quando viu que não queria nada com ele. Nós nos tornamos amigos
também.

Esses 5 anos longe da Itália foram bastante agitados, namorei e


beijei muito, porém continuo virgem. Não foi por falta de insistência e
muito menos vontade,mas eu quis continuar assim, pois não quis me
entregar a qualquer um só para suprir um desejo e me arrepender depois e
com meu namorado não tinha tanto tesão para transar.
O que por um lado é bom visto que as leis da máfia são muito
rigorosas com relação a virgindade e "honra" das mulheres nascidas nela.
Por mais que eu fuja terei que voltar para me casar um dia.

Meu pai já me avisou que agora aos 23 anos terei que buscar um
noivo ou ele mesmo o fará, pois eu já deveria está comprometida e até
casada desde os meus 21 anos.

Mas não pensem que por eu ser virgem sou boba, nada disso, já fiz
algumas brincadeiras mais quentes com meu ex-namorado Fernando
Machado, ele é piloto de carro de corrida, e conheço meu corpo muito bem
e me dou prazer quando não consigo evitar o desejo.

Com relação ao Vicenzo, ele ainda está presente em meus


pensamentos. Passou a ser o responsável pelos meus sonhos mais quentes e
já perdi a conta de quantas vezes me toquei e gozei ansiando ser ele a me
tocar com suas mãos grandes e me dar os orgasmos que me dou sozinha.

Sentir seus lábios carnudos passeando por minha pele devorando-


me, seu corpo másculo com o abdômen bem malhado sobre o meu, sua voz
rouca em meu ouvido dizendo que me ama e sente minha falta, senti-lo
fazer-me dele e só dele.

É triste eu sei, mas não consigo evitar, após gozar a culpa me abate,
pois como vou esquecê-lo se me toco querendo que fosse ele? Não era para
ser assim, só queria que meu coração aceitasse meu desejo.

Termino de me arruma e me olho no espelho, estou muito gata e


gostosa. Ana me ajudou a melhorar minha autoestima e hoje aceito minhas
curvas, sem falar que elas fazem o maior sucesso. Pena que não consigo
me entregar a alguém que não seja por amor.

Optei por uma calça de coro preta agarrada a minhas coxas grossas e
um cropped rendado da mesma cor. Nos últimos anos meus seios
aumentaram bastante e os acho perfeitos agora. Uma ultima olhada e
pronto, desço para receber os convidados.
— Samiraaa — escuto o grito da Ana quando chego ao corredor.
Essa louca já está gritando.

Sorrio vendo-a no início da escada.

— Porque você não para com essa mania de gritar? — a repreendo,


mas a safada só ri com sua cara lavada.

— Tenho que mostrar ao mundo o quanto minha voz é linda — ela


fala fazendo charme — Você está linda amiga e muito gostosa, se eu
gostasse da fruta te pegava — fala com uma cara bem maliciosa e sorrio.

— Vem sua louca. Todos já chegaram? — pergunto agarrando seu


braço e a puxando para a área da piscina onde a festa vai acontecer.

Desço e vou conversar com os colegas que já chegaram e eles me


dão os parabéns por meu aniversario. Já lá pelo final da festa resolvo sair
com meus colegas para uma boate na Barra da tijuca que ia ser inaugurada
hoje. Luca não queria deixar-me ir, mas como sempre consegui convencê-
lo.

Nós fomos no carro com Luca e Mateo, nossos amigos foram nos
carros deles, nos encontraríamos na boate. Em uma hora já estávamos lá.

— Samira, essa boate está muito boa, olha o tanto de caras lindos
que tem aqui — Ana comenta empolgada e já a vejo de olho em um grupo
de garotos que estão próximo a nossa mesa.

— Ana vai com calma você disse que não queria saber de homem
no seu pé depois do seu ultimo namorado — falo olhando em volta a
procura do bar.

— Vem, Vamos beber e dançar — a puxo comigo para mudar de


assunto, ela não gosta de fale muito de seu namorado idiota. Ele era bem
escroto e sempre a deixava mal.

— O que as gatinhas vão querer? — o barman nos pergunta


sorrindo.
Enquanto peço nossa bebida vejo Ana se sentar em uma das
banquetas do balcão e olhar para a pista de dança.

— Oi gatas, sozinhas? — um cara lindo chega sorrindo e nos


cumprimenta. Noto que é um dois caras que Ana viu logo que chegamos na
boate.

— Sim, mas se nos quiser fazer companhia pode sentar, viemos com
nossos amigos, mas eles estão curtindo por ai — Ana fala sorrindo para ele.

— Eu Também estou com amigos. — aponta a mesa em que estão


— Não querem sentar com a gente?

Na hora que vou responder Luca chega ao meu lado com cara de
poucos amigos. Não vejo Mateo provavelmente está fazendo a varredura
pela boate.

— Samira, eu não acho uma boa ideia, você não os conhece —


alerta em meu ouvido só para eu escutar.

Revirou os olhos para sua atitude protetora. Confesso que estou


cansada de não ter liberdade para fazer o que quero.

— Ah! Claro, vamos sim — digo para Ana e o gatinho ao seu lado.

Olho para Luca.

— Não me enche Luca, me deixa curtir pelo menos hoje — digo e


vou me sentar com os garotos.

— Não sei como você aguenta andar com segurança 24 horas por
dia amiga, esse Luca até é gato, mas não nos deixa fazer nada — Ana fala
chateada com os cuidados de Luca.

Eu ainda não disse a ela que faço parte de uma família de mafiosos
lá na Itália.

— Esquece ele e vamos curtir amiga. — nos sentamos com os


meninos e conversamos um pouco, até que eles são bem legais.
Ficamos um pouco na mesa e depois fomos dançar. Estava curtindo
a música quando um dos garotos nos chama para ir dar um passeio pela orla
para vermos o por do sol.

— Vamos Samira vai ser legal — Ana insiste.

— Não sei Ana — falo em duvida.

— 23 anos Samira o que você fez de tão radical até agora? — me


pergunta e decido que só se vivi uma vez, sou nova e preciso aproveitar a
vida.

— Está bem Ana, vamos, mas temos que despistar Luca e Mateo,
pois eles não me deixarão ir — falo e vejo Luca com Mateo me olhando.

— Ok, vamos fingir que iremos ao banheiro e saímos pela porta dos
fundos — ela fala e eu concordo.

— Luca, eu vou ao banheiro para irmos para casa tudo bem? —


pergunto e ele concorda.

— Mateo busque o carro e nos espere em frente à boate, vou


acompanhar Samira até o banheiro — ordena e Mateo sai para pegar o
carro.

Sigo para o banheiro e tento ver uma forma de tira-lo da minha cola.
Vejo um garçom se aproximando e bato "sem querer nele" que acaba
derrubando a bebida dos copos que estavam em sua bandeja encima do
Luca.

— Mas que porra. — Luca pragueja e tenho vontade de rir da cara


dele.

— Vá se limpar Luca ficaremos no banheiro esperando você nos


dizer que já podemos ir. — falo com a maior cara de inocente.

— Certo, mas espere mesmo Samira, não confio em ninguém daqui


— fala e eu confirmo com um balançar de cabeça. Ele se dirige ao
banheiro.
— Vamos Ana, temos que fugir antes que ele volte, os meninos
estão nos esperando lá no estacionamento. — a puxo e saímos pela porta
dos fundos da boate que dá acesso ao estacionamento.

Ao chegar ao estacionamento busco algum dos meninos, mas não


encontro ninguém.

Ouço uma freada e me assusto soltando um grito. Procuro o que está


acontecendo e vejo dois homens armados vindo em nossa direção. Olho
para Ana ao meu lado e vejo que está paralisada de medo. A sacudo para
que ela saia do transe e consigamos fugir.

— Corre, Ana — grito e corro, mas paro assustada ao ver que o


carro nos cercou.

Estou aflita, com medo, Ana chora desesperada. Não sei o que fazer.

— Mais um passo e as duas morrem — o bandido mais alto e forte


grita e sua voz me faz tremer.

— Isso, linda, quieta e nada de mal acontecerá com nenhuma de


vocês. — fala e agarra meu braço com força me prendendo a ele.

Vejo o outro prendendo Ana e sei que se não fizer nada morreremos.
Dou um chute em uma das pernas do que me segura no intuito louco de me
soltar, porém falho e ele me puxa pelo cabelo.

— Eu falei quieta, porra — grita e um tapa bem forte é desferido em


meu rosto.

Choro porque não tem mais como fugir. Eles nos arrastam pelo
estacionamento, vejo a hora em que o outro bandido amordaça Ana e ela
me olha com suplica.

— Você é bem rebelde, hein. — fala rindo e cheira meu pescoço,


tenho nojo dele, quero matá-lo — Eu gosto das bravas, sabia? — me debato
ao sentir suas mãos em mim.

— Vou te mostrar como eu amanso uma gata brava.


Ele me joga no chão e me da um chute quando tento fugir, a dor é
tão grande que me falta o ar por alguns segundos. Ele sobe em cima de mim
e lambe meu rosto me fazendo nausear.

Debato-me para me livrar dele, contudo não consigo. Ele é forte e


bem grande comparado a mim. Choro de raiva, nojo e por ter sido idiota e
fugido de Luca, eu ouço as lamúrias de Ana ao longe provavelmente dentro
da Ivan que nos cercou.

Sinto a mão do bandido filho da puta que me mantém presa passear


por meu corpo e imploro para não me machucar.

— Não... Por favor... Não... — choro, angustiada pelo que está


preste a acontecer. Ele ri e sinto-o ficar cada vez mais excitado ao ver meu
medo e angustia.

— Vou te mostrar como é ter um homem de verdade dentro de você


— ele tenta me beijar.

Mordo seus lábios e recebo outro tapa ainda mais forte que o
primeiro. Meu rosto arde, sinto gosto de sangue na boca e torno a chorar.

Quero meu pai para me abraçar e dizer que tudo ficará bem.
Giuseppe, como queria que você estivesse aqui para me proteger. Choro
mais ao vê-lo puxar meu cropped e apalpar meus seios.

— Linda, eu adoro uma gata brava e ainda por cima assim gostosa.
Depois que eu arrebentar essa bocetinha não irá querer outro homem — ele
tenta me beija e viro o rosto querendo matá-lo com minhas próprias mãos.

— Cara, vamos embora, coloca logo essa cadela na van que o chefe
está nos esperando — ouço o outro bandido falar e aproveito a distração do
que me prende para mais uma vez tentar me soltar e correr.

— Não, vou mostrar a essa vadia como deve se comportar. — ele


fala me prendendo no chão novamente.

Luto, bato e arranho seu rosto na tentativa de me livrar dele.


— Sua puta — grita e me bate, o tapa me faz virar o rosto tamanha a
força que põe em sua mão — Você vai se arrepender de me bater sua cadela
desgraçada — outro tapa, ele puxa meu cabelo e bate minha cabeça no
chão.

Fico imóvel devido à dor pelo impacto. Ele prende minhas mãos em
cima da minha cabeça e tira uma faca do bolso para corta minha blusa e
acaba cortando minha barriga no processo de me despir, desce a faca até
chegar a calça e cortar o zíper, enfia a mão entre minhas pernas. Grito e
choro, todavia não adianta mais lutar é perdido.

Ele tenta tirar minha calça e quando está prestes a tirar o pau pra
fora para me violentar é puxado para longe de mim, respiro aliviada mesmo
não tendo forças para me mexer.

Ouço socos e gritos, pneus cantam ao longe, choro mais ao tentar


me mexer e fugir, porém sem sucesso. Meu corpo dói e minha cabeça está
pesada. Eu só quero sumir, esquecer que isso aconteceu. Quero minha
família e o abraço e proteção do meu pai.

— Samira onde está a Ana? — alguém me pergunta, mas não


consigo responder.

— Quem a levou? O que aconteceu, porra? — sei quem está


fazendo as perguntas é Nicolas irmão de Ana.

— Não... Não... Sei — tento falar, mas é em vão, minha garganta


dói e estou desnorteada, não consigo pensar. Meus lábios sangram e minha
boca está inundada por meu sangue.

— Samira, minha menina o que fizeram com você? Perdoa-me —


Luca alisa meus cabelos. Vejo a dor em seus olhos. Escuto mais socos e
chutes, deve ser Nicolas batendo no bandido para saber onde Ana está.

— Luca a ambulância já está a caminho — Mateo fala se


aproximando de nós.
— Certo, vá para casa e avise o que aconteceu aos pais dela irei com
ela ao hospital. — ouço suas ordens a Mateo.

— Claro, me mantenha informado. Vai ficar tudo bem menina — ele


fala tocando meu rosto e faço uma careta de dor — Desculpe. — fala e se
vai.

— Samira o que aconteceu? — Nicolas me pergunta novamente ao


ver Luca se afastar em busca da ambulância.

— Nicolas eu sei que está aflito pela sua irmã, mas Samira não está
bem, deixe os paramédicos socorrê-la. — Luca fala tocando seu ombro e
ele se afasta.

Sou colocada na ambulância e permito que a escuridão tome conta


de mim.
Capitulo 9
Tento abrir os olhos, mas estão pesados, ouço um apito e tento me
lembrar do que aconteceu. Minha cabeça e tudo em mim dói, minha
garganta está ardendo assim como meus labios ao ser tocados por minha
língua.

Ainda de olhos fechados forço minha mente a lembrar-se do que se


deu, de onde estou e lembranças do que me aconteceu na boate me
invadem fazendo-me chorar. Ana onde será que está minha amiga?

E se já estiver morta? Não posso pensar nisso, a culpa foi minha, eu


deveria ter dito que sou da máfia, que é perigoso sair sem segurança. Como
fui burra! Por causa da minha teimosia quase fui estuprada e minha amiga
sequestrada.

Paro de pensar e tento abrir os olhos novamente, dessa vez consigo e


vejo que estou em um quarto de hospital, minha cabeça lateja como se
estivessem batendo nela.

— Acordou, menina — busco a direção de onde vem a voz e vejo


Luca ao meu lado. Tento falar, contudo minha garganta está seca e arde
muito.

— Quero... Quero água — Peço forçando a voz para que ele possa
entender o que preciso.

Desvio meu olhar do seu com vergonha do que eu fiz. A culpa de


tudo isso foi minha.

— Vou chamar a enfermeira — acho que ele vai sair e me deixar


sozinha para le dar com a vergonha sem ter de olhá-lo, mas ele apenas
aperta um botão ao lado da cama em que me encontro.

— Não precisa ficar com vergonha de mim, Samira — fala ao ver


que não olho em seus olhos — Você errou em fugir de mim e de Mateo,
sim, mas não pediu para isso acontecer.

Não falo nada e apenas tento controlar as lagrimas que querem rolar
por meu rosto.

Luca caminha até parar na minha frente e torna a falar.

— Fiquei tão aflito ao te ver daquela forma — vejo a dor de novo


em seus olhos.

— O que aconteceu? Ele... Consegui... — as palavras morrem em


sua boca. Mas entendo o que quer saber.

— Não, ele não conseguiu concluir o estupro, pois Nicolas chegou e


o impediu, mas ainda sinto o peso das mãos daquele mostro em minha pele
— olho para ele — E se pudesse o mataria com minhas próprias mãos —
ódio é o que sinto por tudo o aquele filho da puta me fez.

— Ele foi preso. Nicolas o levou para interrogar e saber para onde
levaram sua irmã. — ele se aproxima e afaga meu cabelo.

Depois se afasta e olha para a janela que tem no quarto, me estico


um pouco e vejo que ela dá acesso a uma vista linda.
— Fiquei com medo de perdê-la — ele volta a falar depois de um
tempo em silêncio, contudo não me olhar.

— Eu gosto muito de você Samira, sou soldado de seu pai desde que
nasceu e ele me designou exclusivamente para sua proteção e eu falhei —
sua voz embarga de repente. Fico em silencio, pois foi minha estupidez que
me colocou nessa situação.

— Eu tive uma irmã sabia? Violetta era seu nome. — me olha e dá


um sorriso triste — Se ela estivesse viva teria 28 anos hoje. — volta a olhar
a janela. — Nos sequestraram quando meu pai ainda era vivo para obter
informações sobre a máfia, estupraram-na e a mataram na minha frente.
Não pude fazer nada.

— Luca eu... — não consigo falar, ele reviveu a dor da perda de sua
irmã por minha causa e saber disso faz meus olhos derramarem as lágrimas
que a todo custo eu estava tentando segurar.

— Já disse que você não tem culpa. — se afasta da janela se


próxima e pega minha mão olhando em meus olhos — Você só queria um
pouco de liberdade não há mal nisso, Samira.

— Mas mesmo sabendo disso me sinto mal por Ana. E se a mataram


Luca? Se a violentaram como iam fazer comigo? Nunca vou me perdoar. —
o peso no meu peito me sufocava.

— Sei exatamente como se sente, me culpo até hoje pela morte da


minha irmã. Matei a todos que participaram da maldade que fizeram com
ela e do pior dia da minha vida, contudo ainda assim não mudou o que
sinto. A culpa ainda se faz presente em meu peito. A dor ainda se faz
presente aqui. — fala apontando para seu coração. Ele endireita a postura e
voltar para a janela — Seus pais estão vindo para cá, mandei Mateo avisa-
los do ocorrido e embarcaram em um jatinho particular. Já aviso que seu pai
está furioso e a quer na Itália o mais breve possível.

— Com licença. — antes que eu falasse algo uma enfermeira bate


na porta e entra — Vim ver como está, fico feliz por já ter acordado. — fala
dando um sorriso acalentador.
— Está sentindo algo? — ela pergunta.

— Só minha cabeça que dói um pouco e meu corpo quando me


mexo.

— Isso é normal devido a pancada que recebeu na cabeça e os


chutes que quase a fizeram fraturar algumas costelas.

Suspiro diante de suas palavras.

— Posso lhe examinar? — confirmo com um aceno leve de cabeça.

— O medico logo chegará para lhe ver. — ela se aproxima e levanta


a bata do hospital para me examinar. Olho para meu corpo e vejo as marcar
que foram deixadas por aqule monstro: cortes e hematomas bem feios.

— Seu corpo está se recuperando bem dos machucados. O mais


complicado foi a pancada em sua cabeça causando uma concussão que a
deixou apagada por horas, contudo nada tão grave.

— Agora vou deixá-la descansar e volto mais tarde na hora do seu


remédio — Ela sai e no mesmo instante um Giuseppe furioso entra partindo
para cima de Luca.

Grito com o susto e minha mãe corre para me abraçar.

— Eu vou te matar Luca! Como pode permitir que isso acontecesse


com Samira? Você só tinha que cuidar da segurança dela, porra. Era só para
cuidar dela. — Giuseppe diz enquanto o soca. Meu pai corre com Mateo
para tirá-lo de cima de Luca, mas Giuseppe está com muita raiva e temo
que o mate.

— Paraaaa... — grito, aflita, pois a culpa foi minha.

— Chega Giuseppe, você vai matá-lo — Mateo consegue tira-lo de


cima de Luca e meu pai o leva para o outro lado do quarto.

Ele bufa como um touro raivoso e temo que volte a bater em Luca.
— Eu que fugi deles, eu que enganei Luca e Mateo — choro e ele
me encara, pude ver a decepção em seu olhar, eu prometi obedecer e não
sair sozinha, sabia dos riscos e mesmo assim fui impulsiva e me fodi.

— Filha, você não teve culpa, olha para mim — minha mãe pega
meu rosto e me faz encara-la. — Iremos para a Itália e tudo ficará bem.
Cuidaremos de você. — fala e beija minha testa.

Olho para meu pai que não disse nada a respeito do que me
aconteceu até agora. Ele me odeia eu sei, quis ser normal e quase morri.

— Desculpa pai — peço e ele não responde. Eu falhei com ele,


quebrei sua confiança.

— Voltaremos amanhã para a Itália — é tudo o que ele fala — Luca


vá com Mateo e organize nossa estadia na casa de Samira — fala para Luca
que tenta estancar o sangue que corre de seu nariz.

Ele sai com Mateo e quando vou falar com Giuseppe alguém bate na
porta.

— Pode entrar — digo a quem bate.

— Samira eu... — Nicolas se cala ao ver minha família o olhando.

— Nicolas esse são meus pais e meu irmão Giuseppe, família esse é
Nicolas irmão da minha amiga Ana, que foi sequestrada ontem. — os
apresento.

— Oi! Prazer, eu sou detetive da policia federal. — ele aperta a mão


de meu pai e Giuseppe — Gostaria de falar com a Samira a sós, tem como?
— Nicolas pergunta ao meu pai.

— Ela está muito abalada, porque não deixa para amanhã? — minha
mãe tenta intervir.

— Não se preocupe mãe eu mais que ninguém quero que minha


amiga volte e os bandidos que a levaram sejam mortos — falo com a raiva
presente em minha voz.
— Então vamos sair e deixá-los conversar, vem mãe — Giuseppe a
chama e deixam o quarto.

— Nicolas, antes de eu responder as suas perguntas quero te faalr


algo — falo olhando em seus olhos.

Eu preciso confesar quem eu sou mesmo que isso deixe minha


família ainda mais triste e magoada comigo.

Ele fica em silêncio esperando que eu fale.

— Eu sou da máfia e Ana pode ter sido sequestrada por minha


causa. — falo de uma vez e espero sua reação.

— Como? Você... Não pode ser verdade! Você faz parte de uma
máfia? Minha irmã estava em perigo esse tempo todo por andar com você?
— ele faz várias perguntas andando de um lado para o outro me deixando
tonta.

— Nicolas calma eu não sou perigosa — afirmo e me explico


quando ele para e me encara.

— Nasci na máfia? Sim. Minha família é mafiosa? Sim, porém não


matamos inocentes, não sequestramos crianças e muito menos estupramos
mulheres. — digo olhando em seus olhos.

— Isso é demais para mim Samira, preciso pensar! Sou detetive e


não posso me envolver com a máfia. Porra! Máfia? — ele pergunta
incrédulo.

Fico calada só o observando.

— Eu... Eu deveria prender Vocês — aperta a têmpora com dois


dedos como forma de massagem, provavelmente sentindo sua cabeça doer.
— Tenho que pensar. já vou indo, eu mando notícia assim que as tiver. — e
assim ele sai do quarto desorientado.

Que ele aceite a minha ajuda, mas com ou sem ele encontrarei Ana.
Minha família volta para o quarto e eu conto a eles o que disse ao
Nicolas. No início eles reclamaram e me acusaram de nos calocar em perigo
ao revelar isso a um detetive da polícia, mas no fim entenderam que eu não
poderia mais esconder essa informação. Não quando a vida da minha
melhor amiga está em risco por minha causa.
Capitulo 10
Horas antes: Na Itália

— Luigi, eu espero que você tenha uma explicação sobre os


atentados que sofremos nos últimos dias. — o questiono ao entrar em meu
escritório e se sentar na cadeira a minha frente.

— Estou cansado de ficar no escuro! Preciso saber quem é que está


por trás desses atentados. — estou furioso por não saber quem é meu
inimigo. Por não saber quem quer foder conosco.

— Vicenzo, estamos investigando. Eu e Enzo conseguimos algumas


pistas com os caras responsáveis pelos atentados, tudo indica ser alguma
máfia rival querendo tomar o poder e assumir o controle da nossa
organização — diz aquilo que já supunha.

— Não quero suposições, Luigi, quero respostas, quero sangue,


quero a cabeça de quem está por trás desses atentados na minha mesa e para
ontem — ele concorda com um maneio de cabeça, mas não fala nada.
— Não admitirei falhas no meu governo. Estou há quase 5 anos
como Don e as dificuldades só aumentaram — massageei a têmpora tentado
fazer minha dor de cabeça passar.

— Mas você tem sido um bom Don até agora Vicenzo.

— Tem alguém tentando nos destruir e eu não faço ideia de quem é


Luigi, como posso estar sendo bom? — vou até o armário e me sirvo de
uma dose dupla de uísque.

— Eu compreendo sua frustração Vicenzo, mas sem saber o que


querem ou porque estão nos atacando, fica difícil fazer algo. — maneio a
cabeça concordando com meu primo e chefe de segurança.

— O ataque a boate não foi concluído, pois conseguimos capturar


um dos invasores. — comenta. Eu continuo em silêncio absorvendo as
informações.

— Escutei boatos de que meninas estão sendo raptadas para


prostituição — ele fala e percebo que a situação é pior do que eu imaginava.

— Mas que porra! — praguejo — Prostituição? Não mexemos com


isso! As meninas que trabalham para nós em nossos clubes não são
obrigadas a se prostituir, estão lá por que querem, porque gostam da vida
que levam e tem toda uma rede de segurança para trabalharem tranquilas
servindo nossos clientes. — volto a me sentar em minha cadeira.

— Estamos investigando para saber se esses boatos são verdadeiros,


falei para Giovanni ir até a casa das meninas que supostamente foram
sequestradas e investigar essa história direito. Assim que tiver mais
informações repassarei a você.

— Aguardarei suas informações, Luigi, pode se retirar. — digo seco


e cheio de raiva por tudo o que está acontecendo.

Luigi se retira e eu volto a analisar os contratos das boates, preciso


fazer umas vistorias nelas, algo está errado, os números não batem o que
me diz que eu tenho que falar com Alia, ela é responsável por cuidar das
meninas das boates junto com meu primo Giovanni.

Eu estou analisando os papéis quando alguém bate na porta, falo pra


que entre e vejo Maria colocar a cabeça para dentro do meu escritório.

— O que você quer Maria? Estou cheio de coisas para fazer e sem a
mínima paciência para suas reclamações, se quiser um vestido novo ou
arrumar o cabelo peça a Marcos que ele a levará ao shopping. — digo
voltando minha atenção aos papéis que tenho sobre minha mesa.

Ela entra e se senta na cadeira em frente a minha mesa que antes


estava ocupada por Luigi.

— Por que você me trata assim Vicenzo? Só queria conversar ficar


por dentro do que está acontecendo. — ergo minha cabeça e a olho, levanto
uma sobrancelha em questionamento — Fiquei sabendo que está com
problemas. — ela me olha na esperança de que eu lhe conte algo sobre os
negócios.

— São problemas que não lhe dizem respeito Maria, estamos


casados a 5 anos e você nunca me deu um conselho bom. — reclamo já
cheio de suas perguntas idiotas.

— Eu sei que eu não entendo de muita coisa, todavia você poderia


pelo menos me explicar como tudo funciona, sou sua esposa e por mais que
você só me queira e me veja como um enfeite eu preciso estar por dentro
dos assuntos da nossa máfia Vicenzo. — se exaspera.

— Então vamos lá. — me recosto na cadeira e cruzo os braços para


olhar vem em sua cara. Ela me observa.

— Sim, estamos com problema. Estão acontecendo atentados nas


nossas boates e sequestros de garotas em nossa área para prostituição.
Alguém quer me tirar do poder! O que você faria? O que me recomenda?
Querida — falo a última palavra com ironia, pois ela sabe que não a amo.
Nosso casamento é só fachada para a famíglia.
— Eu não sei! — há jura? — Talvez você possa pedir ajuda a
alguma outra máfia? — ela sugere e quero esganá-la.

— Demonstrar fraqueza perante os outros? É isso? Essa é a sua


sugestão, querida esposa? Mostrar-me fraco perante nossos inimigos? —
me levanto e caminho até ela. Vejo-a engolir em seco quando me inclino
sobre ela.

— Mostrar que em quase 5 anos como Don eu não fui capaz de


resolver os problemas que surgiram? Você só pode estar de brincadeira com
minha cara. — rio sem humor e arrumo minha postura.

— Maria é melhor você se retirar, vá ao shopping — sugiro irônico


— Chame alguns dos soldados para lhe acompanhar e, por favor, não se
intrometa mais em meus negócios. Como bem disse, para mim você é só
uma esposa troféu, uma boneca para eu mostrar nos jantares e festas da
famíglia, nada mais.

Ela se levanta furiosa e enxuga uma lágrima que desce por sua
bochecha. eu poderia me sentir mal em tratá-la assim, porém nesses 5 anos
que estou casado com ela minha vida tem sido um verdadeiro inferno.

Sua postura mudou muito após o casamento, de boba e inocente,


passou a hostil, fútil, preconceituosa e fria, que trata mal os empregados e
se acha melhor do que qualquer outra pessoa por ser a primeira dama da
máfia. Não a suporto e cada dia isso fica mais claro para mim.

Após a pequena discussão com minha querida esposa, revolvo ter


um descanso e saio do escritório para tomar um banho e ir me encontrar
com Giuseppe e os outros Capos, preciso descobrir quem está por trás dos
sequestros dessas garotas e dos atentados. Preciso dá um fim em quer me
destruir e destruí-lo primeiro.

Ninguém irá acabar a minha máfia e quem se meter em meu


caminho se arrependerá amargamente disso. Se muitos já me acham um
demônio mostrarei que posso ser o próprio diabo com quem se meter em
meu caminho.
Tomo um banho e resolvo me deitar um pouco, tenho dormido mal
por causa dos últimos acontecimentos. Acabo cochilando e acordo duas
horas depois.

Levanto-me e me arrumo para sair, tenho uma reunião marcada na


minha empresa de tecnologia. Ao chegar à sala, procuro por Giuseppe,
achei que ele já teria chagado e estaria me esperando, contudo não o
encontro a minha espera.

— Enzo... — chamo por meu primo e chefe de armas — onde está


Giuseppe? Já era para ele ter chegado para a reunião. Aconteceu algo? Ele
não costuma se atrasar e muito menos faltar.

— Senhor — formal como sempre. Reviro os olhos — eu não sei ao


certo, mas parece que ele e toda sua família foram para o Brasil — diz e eu
sinto meu peito apertar. Samira.

— Tudo bem, irei ligar para ele, peça que preparem o carro sairemos
em 10 minutos — ordeno e saio para ligar para Giuseppe.

— Por que não me surpreendo em receber uma ligação sua Vicenzo


— ele me tende rindo, mas sua voz demonstra que algo aconteceu e sua
risada não é genuína.

— É claro que eu ia ligar, você e seus pais foram para o Brasil às


pressas e não me falaram nada.

Ele fica em silêncio por alguns minutos e estranho sua reação.


— Aconteceu alguma coisa com Samira? Eu sei que só algo com ela
os fariam sair assim e sem avisar — pergunto realmente preocupado de algo
ter acontecido com ela.
— Estávamos com saudade dela e resolvemos visitá-la. — não
sinto muita firmeza em sua voz. Mas prefiro não insistir.
— Estamos tentando fazer com que volte conosco para a Itália, pois
com todos esses acontecimentos não é bom ela estar sozinha e longe de nós.

— Ok, mas algo me diz que não é só isso. Você não seria capaz de
me esconder nada a respeito de Samira não é? — o questiono — Você sabe
que eu gosto muito dela e me preocupo, se algo aconteceu eu mereço saber
Giuseppe. — meu tom de voz não sai de forma dura sem que eu possa
evitar.

— Ela está bem — afirma, mas sem muita convicção — Vou


precisar desligar agora Vicenzo, depois que resolver todos os meus assuntos
aqui no Brasil eu aviso o dia que voltaremos para a Itália, fique bem e
descubra quem quer nos prejudicar. — fala e desliga.

Fico um tempo parado analisando a ligação e tenho certeza de que


está me escondendo alguma coisa. Caminho para fora da mansão em
direção ao carro para ir à reunião, entretanto minha mente está em Samira.
Meu peito está apertado, algo aconteceu com ela eu sei.

Eu sinto.
Capitulo 11
Parado em frente à mansão que deveria ser minha vejo Maria sair
com sua pose de primeira Dama. Há anos venho me esforçando para
cumprir a vingança que fiz no túmulo do homem que eu tinha como pai até
meus 2 anos de idade, ele foi morto por tramar contra a vida de Eduardo
meu verdadeiro pai: se é que posso chama-lo assim.

Quando entendi o porquê de não tê-lo mais em minha vida, fui até
seu túmulo e jurei me vingar por ele, por mim e minha mãe.

— Por que você não acaba logo com o Vincenzo, Pietro? — Maria
me pergunta assim que se aproxima de mim e entramos no meu carro.

— Já faz mais de 5 anos que nos conhecemos e sua vingança nunca


tem fim. — a olho.
— Você sabe que para o que tenho em mente tenho que fazer as
coisas com calma. Esperei anos para acabar com ele não posso dar passos
em falso e ser pego como meu pai. — raiva trasbordando em meu ser.
Queria poder matar com minhas próprias mãos todos os
responsáveis por minha vida ter sido uma merda.
Coloco o carro em movimento, entramos em via pública. A levarei
para minha casa.
— Estou provocando alguns atentados para deixá-lo ocupado, gastei
uma fortuna para pagar pessoas para alterar os contratos das boates, sei que
ele está tentando manter uma boa parte de seus negócios na legalidade, mas
já dei meu jeito de mudar isso. E quando estiver com as provas de seus
podres o denunciarei a polícia.
— É que não o suporto, queria poder ficar só com você. — ela fala
alisando meu pau por cima da calça.
— Eu sei gata, mas espera só um pouco mais, logo estaremos juntos.
— sorrio para ela, ela é tola, acredita que depois que me torna Don me
casarei com ela, mas preciso dela para concluir parte do meu plano e terei
de suportá-la até lá.
— Senti saudades sabia? — Pergunta e continua me alisando, já
posso sentir meu pau inchar e apertar minha cueca boxe.
— Sentiu? Então traz essa boquinha e me chupa. — ela me olha
receosa.
— Mas estamos em via pública, alguém pode nos ver.
— Relaxa, aqui não tem praticamente carro nenhum. — a puxo para
mais perto e a beijo, ela solta seu cinto de segurança e se inclina em minha
direção, desabotoa minha calça e posso sentir o alívio em meu pau por estar
livre.
Na primeira lambida em meu membro eu solto um gemido, preciso
disso para tirar a tensão. Paro a carro no acostamento no intuito de
aproveitar melhor o boquete, não demoro a gozar em sua boca e ela engole
tudo. Endireita-se no banco, coloca o cinto e partimos para minha casa.
Chego à minha casa e digito o código de segurança para entrarmos.
Ao entrar a prenso contra a parede e a beijo com força. Puxo seu cabelo
louco para me enterrar nela. Pego-a no colo para levá-la para o quarto, a
jogo na cama e começo a tirar minhas roupas enquanto ela faz o mesmo.
— Isso fica nua para mim, me mostra essa boceta lisa que vou
comê-la tanto que me sentirá dentro de você por dias — falo puxando seu
cabelo para que ela me olhe.
— É o que mais quero — fala manhosa como uma gata no cio.
Beijo sua boca, aperto e lambo seus seios, desço por sua barriga até
chegar a sua boceta e a devoro até ela se desmanchar em minha boca. Pego
a embalagem do preservativo no criado mudo a coloco em meu pau, abro
mais suas pernas e a penetro com força.
— Vou arregaçar essa boceta, te deixarei sem andar — mordo seus
lábios. Ela reclama, mas não ligo. Só a suporto porque preciso dela.
Arremeto mais algumas vezes e gozo. Saio de dentro dela e sigo
para o banheiro, descarto o preservativo, e tomo banho, lembro-me de tudo
o que passei até aqui e minha fúria contra Eduardo e Vicenzo cresce ainda
mais.
Era para eu ser o Don e não ele...
Vocês devem estar se perguntando o porquê que eu deveria ser o
Don no lugar de Vicenzo, pois bem, vou explicar: sou o filho mais velho de
Eduardo Grimaldi, sim, filho, porém, bastardo, ele teve um caso com minha
mãe antes de se casar com Emma Rizzo, filha do capo de Torino.
Na época minha mãe era sua prostituta particular, meu avô (aquele
infeliz bastardo do Enrico Grimaldi) descobriu sua gravidez e quis matá-la,
pois nunca aceitaria um neto bastardo, ainda mais de uma prostituta. Isso
seria uma mancha na família perfeita que governava uma das maiores máfia
da Itália. Minha mãe ao saber que seria morta, não viu alternativa que não
fugir grávida de mim para longe deles e nos salvar.
Ela foi à cidade de Torino onde tinha uma prima por parte de mãe
morando lá, refez sua vida com a ajuda dessa prima e começou a trabalhar
em um Hotel onde conheceu Antônio Mancini; o homem que se
transformou em meu pai e cuidou de mim até meus 2 anos. Ele era Capo de
Veneza e graças a ele, eu vivi meus primeiros anos muito bem.
Antônio amava minha mãe e a mim, após meses anos juntos eles se
casaram e nos mudamos para Veneza, contudo Antônio não aceitava
Eduardo como Don e tramou contra ele sendo descoberto e morto.
Francisco Morino, o pai de Samira, o ouviu falando com outros
Capos em busca de alianças para matar seu Don e o entregou ao conselho.
Meu pai foi morto e o cargo de Capo de Veneza passou a ser de Francisco,
nos fazendo fugir mais uma vez para não sermos mortos e voltarmos a viver
escondidos em Torino novamente.
Eu vivi lá até completar 18 anos, depois vim para Roma, entrei para
a faculdade de administração e com o fundo que herdei de meu padrasto fiz
um investimento ganhando um bom dinheiro e quase triplicando o que
recebera dele. Com esse dinheiro comprei uma casa para minha mãe
próxima à casa de sua prima e uma casa para mim aqui em Roma. Queria
estar perto dos meus inimigos para realizar minha vingança.
Termino meu banho e volto para o quarto visto uma cueca limpa e
uma calça e vou para a cozinha fazer um lanche, Maria me olha, contudo,
não fala nada, ainda está nua na cama se recuperando da nossa foda, ela
sabe que não gosto de carinho, comigo, é só sexo e pronto.
Já na cozinha pego os ingredientes da geladeira para fazer uns
sanduíches quando ela entra no cômodo, já vestida.
— Eu ouvi boatos que estão sequestrando jovens para prostituição
— fala, ganhado minha total atenção.
— Você tem algo a ver com isso? — Pergunta me olhando.
— Sim. — respondo simplesmente — Me aliei a Bratva para acabar
com Vicenzo.
— O que você dará a eles em troca dessa aliança?
— Eu os ajudo nos sequestro e depois que assumir o poder os
ajudarei com drogas e armas.
— Mas isso os dará ainda mais poder. Não nos prejudicará no
futuro? — pergunta se sentando na banqueta que tem em volta da ilha da
cozinha.

— Não se eu estiver à frente dela. A Bratva me ajuda a derrubar


Vicenzo, ajudo-a com os sequestros, drogas e armas, depois que eu tiver no
poder da máfia Grimaldi acabo com eles e me torno o único no poder das
duas máfias.

— Grandes planos. Isso quer dizer que eu serei a primeira dama das
duas máfias! — ela afirma me abraçando convicta de que isso acontecerá.

— Claro que sim. Você será a grande dama — minto, pois ainda
preciso dela, depois a mato também.

— Vou me trocar para levá-la a mansão — me afasto e vou para o


quarto terminar de me trocar.
◆◆◆
Depois de deixar Maria na mansão dei uma desculpa qualquer a
Luigi, pois marquei de me encontrar com minha mãe no restaurante
próximo ao hotel em que está hospedada. Ela chegou ontem a Roma, veio
me visitar.
Ao chegar ao restaurante ela já me espera, o metre me leva até a
mesa que ela se encontra.
— Filho, que saudade — ela me cumprimenta com um abraço
apertado ao chegar perto dela.
— Sem exageros dona Helena — a cumprimento com um beijo na
testa e nos sentamos para almoçar.
— Pietro, você está mais magro meu filho não está se alimentando
bem? — pergunta me analisando e reviro os olhos.
— Mãe, eu estou ótimo. Agora me conte como a senhora está — o
garçom nos entrega o cardápio e escolhemos nossos pratos.
— Estou bem filho! E você alguma novidade?
— A senhora sabe que não podemos falar esse assunto aqui — a
repreendo — mas está tudo indo conforme o planejando.
— Espero que nada de ruim lhe aconteça Pietro, não suportaria te
perder.
— Nada de mal vai me acontecer dona Elena pode ficar tranquila —
beijo sua mão. Nosso almoço chega e comemos em silêncio.
Tudo ia perfeitamente bem até alguém que eu não queria ver tão
cedo se aproxima de nós.
— Elena é você? — pergunta um dos responsáveis por desgraçar
minha vida.
— Eduardo — minha mãe o olha como choque e medo. Aperto a
mesa do restaurante no intuito de controlar minha raiva.
— Há quanto tempo. Porque fugiu? — a pergunta de Eduardo faz
minha mãe olhar por cima do ombro dele com medo de algo e isso desperta
minha curiosidade, olho na mesma direção e vejo que Enrico Grimaldi se
encontra atrás de Eduardo e a desafia com o olhar.
— Não é lugar para essa conversa e já se passaram 37 anos —
minha mãe tenta fugir do interrogatório.
— Não fugirá mais dessa conversa Elena. — ele estava determinado
a conversar com minha mãe — Podemos ir a outro lugar se quiser, mas
você vai me explicar por que fugiu e se escondeu por todo esse tempo.
— Eduardo Temos uma reunião marcada para menos de 10 minutos
— Enrico o lembra.
Com certeza na tentativa de impedir a conversa dele com minha mãe
e evitar assim que ela fale algo que prejudique sua imagem de homem
integro perante o filho.
— Desculpe pai, mas isso é mais importante.
— Eu não quero conversar com você Eduardo — fala minha mãe.
— Mas eu quero conversar e você vai me ouvir — ele fala
autoritário
— Minha mãe já disse que não quer conversar — levanto da cadeira
alterado por tamanha soberba da parte dele.
— Pietro, calma, ele tem razão nós precisamos dessa conversa —
minha mãe fala e eu a olho questionando-a se é isso que quer e ela apenas
acena com a cabeça em confirmação.

— Tudo bem, esperarei pela senhora lá fora — dou um olhar


raivoso a Eduardo e os deixo a sós.

Estava perdido em pensamentos de como deve está se dando a


conversa dos dois quando alguém que quero ver estrebuchando em minha
frente fala atrás de mim.

— De todas as pessoas que esperava encontrar hoje você e sua mãe


definitivamente não era uma delas.

— Senhor Enrico Grimaldi prazer em vê-lo — tento esconder


minhas emoções e soar o mais simpático possível.

— Não pense que me engana com essa cara de bom moço, rapaz —
ele se aproxima com sua arrogância habitual querendo-me por medo. —
Não se meta com minha família, pois as consequências disso não serão nada
boas para vocês — aperto meus punhos controlando minha raiva, mas a
vontade que tenho é de puxar a arma que possuo em minha cintura e matá-
lo aqui mesmo.

— Acho que o senhor está me confundindo, eu não tenho motivos


para fazer algo contra sua família ou tenho? — nos encaramos por alguns
segundos até a voz de minha mãe soar quebrando nosso confronto.
— Vamos filho.

— É um prazer conhecê-lo Pietro — Eduardo Grimaldi estende a


mão para me cumprimentar e a pego para não dar bandeira que o odeio.

— Mas seu não é Marcos? Quer dizer foi assim que ouvi Vicenzo
lhe chamar. Você é soldado dele, certo — Enrico questiona querendo me
colocar em uma saia justa.

— Sim, Marcos Pietro, minha mãe queria Pietro e meu pai Marcos
então ficou os dois. — tento ser o mais convincente possível.

— E eu sou soldados de Vicenzo sim, cuido da segurança da Dona


Maria DeLuca. Só não sabia que os senhores conhecia minha mãe.

— Sim, nos conhecemos há muito tempo. Bom, vamos embora, até


outro dia — Eduardo e Enrico despendem-se de nós me deixando sozinho
com minha mãe.

— O que falou a ele mãe?

— Que eu fugi porque tinha engravidado de um soldado e não


queria que ele me matasse ao saber.

— Tudo bem mãe vou lhe deixar no hotel e depois seguir para a
mansão eu preciso ficar por dentro de tudo o que está acontecendo por lá.
— ela assente e partirmos para o hotel em que está hospedada.
Capitulo 12
Passei dois dias no hospital e já não suportava mais ficar lá.
Conversei com meu pai e pedi para que ele falasse com o médico para me
dar alta com a promessa de que eu me cuidaria em casa, e assim ele fez,
conversou com o médico e recebi alta.

Minha relação com ele ainda não está das melhores, por ele já
teríamos voltado para nossa casa na Itália no outro dia a sua chegada ao
Brasil, contudo o médico descartou essa possibilidade, por eu ainda estar
muito debilitada, mesmo frustrado e sem ter opção, meu pai esperou minha
recuperação para podermos voltar a Itália.

Eu entendo sua frustração e a vontade de me querer por perto a todo


custo, já que quebrei sua confiança e posso imaginar o medo que ele sentiu
ao saber o que me aconteceu e que nada poderia fazer para me proteger por
estar tão longe de mim. Embora me magoe muito ser ignorada por ele eu o
entendo.

— Mãe! Já falei que estou bem — reclamo cansada de ficar deitada.


— Mas só se passou 5 dias desde que tudo aquilo aconteceu e você
já quer sair. — ela fala chateada.

— Só vou a faculdade encerrar meu curso, eu já conclui todas as


matérias só faltam os trâmites para o diploma, mãe, e Luca irá comigo,
ficarei bem eu prometo — me aproximo e beijo seu rosto.

— Tudo bem filha, não irei prendê-la aqui, sei que tem suas coisas
para resolver. Só toma cuidado, sim? Tenho medo que algo volte a lhe
acontecer. — fala retribuindo o beijo.

— Obrigada mãe. Não se preocupe eu vou ficar bem. — dou mais


um beijo em sua bochecha e subo para meu quarto para tomar banho e me
arrumar.

No banheiro tiro minhas roupas e olho no espelho. Meu reflexo não


está nada bonito de se ver, meu rosto até desinchou um pouco por conta dos
remédios que estou tomando e do tempo que já passou, mas os hematomas
ainda estão bem feios.

O corte na minha barriga está bem cicatrizado e sou grata por ele ter
sido superficial. Meu braço também tem hematomas devido à queda ao ter
meu corpo jogado ao chão de forma tão brusca. Eles, os hematomas, não
me deixam esquecer tudo que passei.

Ligo o chuveiro e entro debaixo dele deixando que a água morna


tire esse peso de meus ombros.

Nicolas não me procurou mais e estou sem saber se tem pistas de


onde Ana está. Ele é um cabeça dura, pois poderíamos nos ajudar e assim
ser mais fácil de encontra-la.

Assim que saí do hospital pedi a Luca que me ensinasse a lutar e


atirar. Eu preciso saber me defender e ele me garantiu que assim que
chegarmos a Itália me dará aulas de defesa pessoal e tiro.

Com relação as aulas de tiro ele teve que pedir autorização ao meu
pai e o mesmo deixou, na verdade por ele eu já teria tido essas aulas bem
antes, desde os meus 15 anos para ser verdade, contudo eu nunca curtir
violência e ele não me obrigou a fazê-las. Esse é um dos meus maiores
arrependimentos.

Termino de me arrumar e ao chegar à sala encontro Luca


conversando com Giuseppe. Esse é outro que ainda não está totalmente
feliz comigo.

— Luca acabou de me informar que vai sair — me olha e posso ver


que isso não o agrada.

— Vou a faculdade resolver todas as pendências do curso. Como


estou no final do último semestre e já paguei todas as minhas matérias não
terei problemas. Eles podem me enviar o diploma por e-mail. — falo
passando por ele indo em direção à porta.

— É bom mesmo, amanhã voltaremos para a Itália, já tenho tudo


pronto para nossa volta — paro ao ouvi-lo e sinto um solavanco em meu
peito.

Voltarei a ver Vicenzo.

Eu sabia que isso aconteceria cedo ou tarde, mas ainda não estou
preparada para esse encontro.

Despeço-me dele e saio em direção ao carro. Mateo já nos esperava,


entramos e minutos depois eu já estava na faculdade.

Chego à faculdade e os olhares me deixam desconfortável, sei que


minha cara não está das melhores. Por mais que tenha passado bastante
maquiagem e use óculos escuros, quem me olha de perto consegue ver
alguns hematomas por estarem arroxeados.

Acerto tudo com a reitoria e volto para casa o mais rápido possível.
No caminho tento mais uma vez falar com Nicolas, mas aquele cabeça dura
ignora todas as minhas ligações, poderíamos já ter começado as buscas por
Ana se ele não fosse tão teimoso, quanto mais demorar pior a situação dela
fica.
— Ele virá atrás de você Samira. — Luca chama minha atenção e o
olho — Sabemos que tem o dedo da Bratva nesses sequestros. Outras
garotas também foram sequestradas só que em países diferentes.

— Eles estão diversificando as prostitutas. — falo o óbvio —


Querem que os homens nojentos e repugnantes que eles chamam de clientes
desfrutem de meninas diferentes. — a bile me vem à boca só de falar isso.
Queria poder matar todos os homens que participam dessa covardia contra
as mulheres.

— Giuseppe me disse que Vicenzo está muito empenhado em


acabar com eles — viro meu rosto para a janela e observo a passagem
através dela. Ouvir esse nome me angústia e isso se torna ainda pior com a
certeza de que logo o verei.

— Sei que é difícil Samira, todavia você precisa está preparada para
vê-lo — sei que Luca está me olhando, consigo sentir o peso de seu olhar
sobre mim, mas eu continuo olhando pela janela.

Lembranças de antes da minha viagem me vem à mente, ainda


posso vê-lo beijar a esposa ao fechar os olhos.

— Não me importo com ele. — minto, pois ainda o amo. — Voltarei


porque meu lugar é lá, meu pai já começou as negociações para me arrumar
um marido.

— Sei que não gosta dessa ideia — ele me olha pelo retrovisor —,
converse com seu pai e peça mais um tempo, só até estar por dentro do que
está acontecendo na nossa máfia.

— Não sei se ele aceitará isso, eu o magoei — abaixo minha cabeça


e lágrimas teimosas me escapam.

— Ele te ama Samira, a raiva logo passará, converse com ele — ele
volta a ficar em silêncio enquanto Mateo no leva de volta para casa.

Medito em suas palavras, não custa nada tentar.


Chego em casa e busco por meu pai preciso falar com ele logo, vou
pedir mais tempo para arrumar um noivo. Guardo minha bolsa no aparador
da sala e sigo para área externa da casa, provavelmente estará lá.
— Pai! — o chamo ao avista-lo próximo a piscina — Eu gostaria de
falar com o senhor — me aproximo dele.
— Pode falar — não me olha.
— Quero mais tempo para poder escolher meu noivo, não estou com
cabeça para isso agora, preciso primeiro encontrar Ana — ele me olha por
um momento, mas desvia o olhar.
— Se é isso que quer — dá de ombros e sua indiferença me mata.
— Pai eu te amo, não me trata assim. — sinto meus olhos arderem
— Eu errei, sei disso e admito minha culpa, mas, por favor, não me ignora
mais, me dói ver que o magoei e por isso me odeia — já não consigo mais
segurar o choro e minhas lágrimas carrem livres por meu rosto.
— Você sabe o que senti quando Mateo me ligou contando o que
aconteceu? — pergunta me olhando — A raiva, e o medo que senti por não
te proteger? — sua voz embarga — Você poderia ter morrido ou ter sido
sequestrada também Samira — vejo em seus olhos a dor que lhe causei por
ser impulsiva e não pensar nas consequências de minhas ações.
Não consigo falar eu falhei com ele.
— Tudo o que eu mais admirei em mim mesmo foi sempre poder
proteger quem eu amo, minha família. — ele desvia o olhar novamente —
Fui ensinado desde cedo a nunca falhar, a proteger a todos. Antes de ser
Capo era soldado você sabe disso, mas não estava aqui quando mais
precisou de mim, minha força e anos de treinamento não serviram para te
ajudar. Me sinto inútil.

— O senhor não tem culpa pai! — o abraço porque preciso do seu


carrinho — Sei que se estivesse aqui teria impedido o que me aconteceu —
choro mais por vê-lo chorar também.

— Te amo tanto minha princesinha. — ele me abraça forte e beija


minha cabeça — Tive tanto medo de perder.

— Eu estou aqui pai, eu estou aqui — nos abraçamos bem apertado


— Te amo. Te amo e quero sempre ser sua princesa, não fica mais com
raiva de mim. Não me odeie ou me abandone! — peço e ele ergue meu
queixo para que eu o olhe nos olhos.

— Nunca vou te abandonar minha menina linda. Não há espaço


para o ódio em meu coração. — ela me dá um lindo sorriso que aquece
meu coração — Não tenho raiva de você, só tive medo e me senti um inútil
por não te proteger. A raiva era de mim por falhar com minha família. Eu te
amo mais que tudo e nunca se esqueça disso, OK? — concordo com um
balançar de cabeça e ele me dá um beijo na testa, passamos mais alguns
minutos abraçados até entrarmos para o jantar.

— Giuseppe tudo certo para nossa volta a Itália amanhã? — meu pai
pergunta já sentado a mesa.

— Sim pai, o jatinho está pronto é só o senhor dizer à hora que


iremos voltar. — fala e volta a comer.

— Depois do almoço. O que você acha Giulia? — pergunta a minha


mãe.

— Perfeito, após o jantar terminaremos de arrumar as coisas, Samira


— ela me olha.

— Sim, mãe — respondo simplesmente.

Após o jantar subimos para nossos quartos arrumei todas as coisas


com a minha mãe.

Mal consegui dormir à noite, pois estava muito ansiosa com nossa
volta à Itália.

Após o almoço no outro dia seguimos para o heliponto de uma das


empresas de Vicenzo aqui no Brasil onde o jatinho se encontrava. O piloto
já estava com tudo pronto e a nossa espera.

Mateo e Luca me ajudaram com as malas e após algumas horas de


voo eu estava de volta à Itália.
Capitulo 13
Estou no jardim de frente para o lago pensando nos últimos
acontecimentos na minha vida, há 3 dias não tenho noticias de Giuseppe,
ele me falou que está resolvendo umas coisas e que quando retornar me
explicará tudo.

Os dias aqui na mansão estão cada vez piores. Minhas brigas com
Maria aumentaram consideravelmente, ela não entende que preciso estar à
frente de tudo, ela vive reclamando que não lhe dou a devida atenção, que
está cansada de ficar em casa, que não me esforço para fazer nosso
casamento dar certo e sinceramente não sei se conseguirei manter por muito
tempo esse maldito casamento.

— Vicenzo? — Luigi me chama.

— Sim! — me viro para olhá-lo.

— Giuseppe mandou avisar que já se encontra na Itália, porém só


virá mais tarde, pois está ajudando Samira com a mudança — faço uma
careta.
— E por que ele não me ligou para me falar diretamente? —
pergunto, pois geralmente Giuseppe não manda recados ele mesmo me liga
para me avisar de algo.

— Ele ligou, mas você não atendeu — passo a mão pelo bolso da
calça social e percebo que deixei meu celular no quarto.

— Esqueci o celular no quarto. Obrigado Luigi, pode se retirar.

Samira está de volta preciso vê-la. Saio do jardim e vou em direção


a mansão preciso de um banho e me arrumar para ir à casa dos pais de
Giuseppe, na entrada da mansão vejo Enzo e peço que avise ao nosso piloto
que prepare o jatinho para irmos a Veneza.

Já pronto saio do quarto e encontro Maria na sala lendo uma revista


de moda. Fútil pensei.

— Estou de saída, não me espere para o jantar — falo sem olhá-la


indo em direção à porta.

— Para onde vai posso saber ? — paro com a mão na porta e a olho.

— Se fosse para você saber teria lhe dito — abro a porta e saio.

Encontro Enzo me esperando ao lado do carro, ele abre a porta e


entro, nos encaminhamos para pista de pouso que possuo próximo a minha
mansão encontrando o piloto a nossa espera e um pouco mais de uma hora
estou na casa dos pais de Giuseppe.

Os guardas de Francisco Morino me cumprimentam e permitem


minha entrada, já na porta vejo Giulia a minha espera.

— Don Vicenzo, a que devo a honra de sua visita? — cumprimenta-


me com um sorriso.

— Só Vicenzo, Giulia. — falo rindo — Vim falar com... — paro de


falar ao ouvir a voz de Samira.

— Mãe, a senhora viu.... — ela para de falar ao me ver.


— Samira...

— Vicenzo... — falamos juntos.

Fico olhando-a por um tempo observando o quanto mudou, tornou-


se uma mulher ainda mais linda

— Pode entrar e ficar a vontade ,Vicenzo, Samira lhe fará


companhia até Giuseppe chegar — Giulia diz, mas meu olhar é só em
Samira.

— Há quanto tempo pirralha. — falo já na sala só para provocar —


Cresceu e está linda. — elogio e ela cora ficando ainda mais linda.

— Pois é, a viagem me fez bem, você também não está nada mal,
nem parece já ter mais de 30 anos. — retruca com a sua língua afiada de
sempre, nisso ela não mudou. Continua petulante.

— Como você está? Provavelmente bem não é? — ela ri sem humor


— Já deve ter até filhos. Sua esposa não veio com você?

— Eu vim sozinho! Soube que Giuseppe já tinha chegado e


precisava falar com ele. Ainda não tenho filhos — aproximo-me mais para
poder abraçá-la e percebo que seu rosto tem alguns hematomas. Por mais
que ela esteja maquiada, da para perceber por ter a pele bem clara.

— O que houve? Por que esses hematomas? Sofreu algum acidente


e não me contaram? — faço varias perguntas, ao mesmo tempo preocupado
com o que pode ter acontecido com ela.

— Não foi bem um acidente... — ela desvia o olhar.

— O que houve Samira? Foi algum namorado lá no Brasil? Se foi


isso eu irei matá-lo. Sabia que não deveria ter te deixado ir, tentei impedir,
mas não consegui. Aconteceram tantas coisas no dia do meu casamento que
me impediram de falar com você. — me altero por não ter podido protegê-
la do quer que tenha acontecido.
Saber que foi machucada trás a tona o pior de mim. Quero matar
quem fez isso com ela, quero vê-lo sofrer, ver a vida deixando seus olhos
para o demônio dentro de mim se acalmar.

— Você me procurou? — ela me olha e vejo algo diferente em seu


olhar. Há esperança. — Eu pensei que você não queria falar comigo. Era
seu casamento, não queria atrapalhá-lo com uma besteira dessa. — Ela
desvia o olhar, mas posso ver a tristeza presente neles.

— Eu já tinha falado com Giuseppe e meus pais. Estava tudo


acertado para minha viagem nem mesmo você conseguiria me impedir,
Vicenzo. — raiva domina sua voz.

— Diga-me o que aconteceu? Eu mereço saber, Samira. Sabia que


algo de grave tinha acontecido para seus pais e Giuseppe terem ido às
pressas ao Brasil. — sou consumido pela magoa de terem escondido coisas
de mim.

— Vocês são minha família, eu tenho que saber o que se passa


mesmo que estejam em outro país.

Quando quis saber o que lhe aconteceu não estava realmente


preparado para o que ouvi.

Ela narrou tudo o que lhe aconteceu naquela maldita boate e sinto a
fúria se apossar de todo meu corpo. Tenho que quebrar algo e ando de um
lado para outro puxando meus cabelos. Ela quase foi estuprada, porra e
poderia ter morrido ou sido sequestrada também.

Aperto meus punhos. Eu vou matar todos, os farei sofrer como


nunca sofreram antes, serei implacável, e eles se arrependerão de ter
entrado em meu caminho.

— Foi o pior dia da minha vida, ainda pesadelos com o toque


asqueroso daquele desgraçado e eu...

Samira para de falar ao me ver quebrar um vaso que estava em cima


da mesa na sala. No mesmo instante, Giuseppe e seus pais aparecem.
— O que está acontecendo aqui? — o olho louco para quebrar a sua
cara, ele permitiu que ela fosse embora.

— Por que não me ligou e contou o que aconteceu no Brasil? —


minha voz sai dura como aço.

— Eu achei melhor lhe poupar de mais problemas, você precisa se


concentrar nos ataques e... — ele se cala ao notar que estou prestes a matá-
lo.

Avanço para cima dele, contudo seu pai entra na frente e me impede
de lhe socar.

— Eu sou a porra do Don de uma das máfias mais poderosas de toda


a Itália e não sirvo para proteger minha família? — rio sem o humor —
Como puderam esconder tal coisa de mim? — olho em seus olhos deixando
a magoa transparecer através dos meus.

— Eu quero matá-lo Giuseppe, saiba disso. — ele assentiu — Como


puderam não me contar algo de tamanha magnitude? Acham-me incapaz de
resolver os problemas da máfia e ainda ajudar minha família? — chego
mais perto dele louco para deixar minha fúria sair e quebrar sua cara.

Ele não fala nada, mas seus olhos estão cravados no meu e não
demonstra medo.

— Não gostei de perceber que meu conselheiro, amigo e homem de


confiança, mente e esconde coisas de mim.

— Desculpe Vicenzo isso não vai mais se repetir. — ficamos nos


encarando por um tempo até Samira chamar minha atenção.

— A culpa foi minha Vicenzo. — a voz alterada de Samira me faz


desviar os olhos de Giuseppe e pousa-los nela — Eu pedi para que não lhe
avisasse o que tinha acontecido — abaixa a cabeça envergonhada.

— Eu decidi fugir de Luca e de Mateo me colocando em risco —


sua voz saiu como um sussurro e lágrimas escaparam de seus belos olhos
verdes. — A culpa pelo que aconteceu é toda minha — a dor e a vergonha
presente em sua voz me quebram, minha menina está tão machucada.

Ando até ela querendo coloca-la no colo e protegê-la, a puxo para


perto de mim e a braço acalentando-a. Aliso seu cabelo e beijo sua testa.

— Você não tem culpa de nada pequena. — falo com carinho —


Nós que deveríamos ter te protegido melhor — me aproximo dela e a
abraço. — Nunca se culpe por algo que você não tinha como impedir. —
enxugo suas lágrimas e beijo o topo de sua cabeça.

— Obrigada — ela me dá um sorriso triste. Sua luz se apagou e isso


faz meu coração sangrar.

— Não tem o que agradecer, eu te amo e sempre será minha


pequena.

Ela suspira me abraçando forte e sinto meu peito se aquecer de


novo. É como se com ela em meus braços tudo se tornasse simples, certo e
normal de novo.

— Bom, vamos tentar esquecer as dores. Não é momento para


tristeza, pois você voltou para nós. — sorrio para ela — Amanhã darei um
jantar em comemoração a sua volta — surpresa toma conta de seu rosto.

— Vicenzo eu...

— E não aceito recusa — a corto antes que arrume alguma desculpa.

— Eu preciso vê-la sorrindo, preciso ver que tudo está bem, pensar
que poderiam ter... — as palavras morrem na minha boca.

— Quero o seu bem, pequena. Eu te amo pirralha — não consigo


conter o riso ao notar sua cara quando a chamo assim.

— Não sou uma pirralha. — fala brava — Eu já tenho 23 anos


e namorei muito lá no Brasil fique sabendo, fazia muito sucesso por lá — a
raiva volta a me consumir ao ouvir essa palavra "namoro".
Sabia que isso aconteceria cedo ou tarde, até porque ela está mais
linda que nunca, seus cabelos estão um pouco mais curtos, mas não menos
bonito, seus seios fartos, bunda grande e coxas grossas deixam qualquer
homem louco para prová-la, eu ficaria feliz em prová-la.

Droga, por que estou pensando nisso? Ela é irmã do meu melhor
amigo, a vi crescer e sem contar que sou bem mais velho que ela e casado,
não posso pensar nela desse jeito, mas me sinto estranho em saber que um
homem a tocou mesmo com sua permissão.

— Não quero saber de sua vida amorosa, maninha. — Giuseppe a


impede de continuar falando e sou grato por isso — Você sempre será
minha princesinha e não quero ter a imagem de você com um homem na
minha mente.

Ela lhe dá língua e eles começam sua implicância de irmãos até seu
pai interferir e nos chamar para ir ao escritório.

— Vamos ao escritório, Giulia disse que você queria falar conosco.


— ele beija a cabeça de Samira e seguimos para o escritório.

— Vicenzo, eu quero realmente pedir desculpa por não ter contado o


que aconteceu com Samira e a amiga dela lá no Brasil. — Giuseppe fala
assim que entramos no escritório.

— Aceito suas desculpas desde que me prometa que não me


esconderá mais nada.

— Não esconderei. — afirma com veemência.

— Mudemos de assunto. O que queria falar comigo que não podia


esperar eu ir até à mansão? — ele senta na cadeira do escritório, eu e seu
pai nos sentamos no sofá.

— Saber se tem informações sobre quem está por trás dos ataques.
— vou direto ao ponto — Já estou saturado de ficar no escuro.
— Tudo que descobri até agora é que a Bratva está por trás das
meninas sequestradas, eles querem diversificar suas prostitutas para ganhar
mais clientes e aliados. — levanto sem conseguir me conter e ando de um
lado para o outro.

— Sempre a Bratva no meu caminho, deveria ter acabado com eles


anos atrás, porém meu pai não queria guerra e agora eles têm a audácia de
entrar em meu território e roubar garotas.

— Temos que reunir os outros Capos e armar um plano de ataque.


— Francisco diz.

— Tenho uma reunião marcada com alguns para saber dos


carregamentos de armas e drogas que estão para chegar. Convocarei o
restante e quem não puder comparecer presencialmente, farei uma chamada
de vídeo.

Estava preste a falar mais sobre os ataques quando alguém bateu na


porta.

— Entre. — Giuseppe pediu a quem batia.

— Queria falar com vocês. — Samira fala ao entrar — Quero a


ajuda de vocês para encontrar minha amiga, Ana.

— Você não vai se meter nisso, Samira, eu conversei com o irmão


de sua amiga e ele já tem policiais envolvidos na busca dela. — seu pai fala
e nota-se seu desagrado com relação a esse assunto.

Eu o entendo, ela já sofreu muito e se envolver ainda mais será


perigoso, ainda mais se quem estiver por trás desses sequestros for
realmente a Bratva. Eles são inescrupulosos e se meter com eles sozinha
não é a melhor das ideias.

— Não ficarei de braços cruzados seguindo minha vida como se


nada tivesse acontecido, enquanto minha amiga está, sabe-se lá onde e
passando por não sei o quê. — a raiva era notória em sua voz.
— Eu a proíbo de fazer qualquer coisa a respeito desse sequestro —
Francisco diz firme e Samira o olha chocada.

Há dor em seus olhos.

— Pai... Ela é minha melhor amiga, não posso simplesmente


abandoná-la.

— Você não vai e pronto, eu posso designar alguns soldados para


ajudar o irmão dela nas buscas, mas você não vai se envolver nisso.

— Desculpe, papai, mas não vou poder lhe obedecer dessa vez. —
Samira fala e sai correndo do escritório.

— Samiraaa. — seu pai a chama, contudo, sem sucesso. — Essa


menina ainda vai me fazer enfartar — diz passando mão na testa,
provavelmente sentindo sua cabeça doer.

— Vou falar com ela, pai, não se preocupe — Giuseppe tenta


amenizar a situação.

Acertamos os detalhes da reunião com os capos, passamos mais um


tempo conversando e Giulia insistiu para eu me juntasse a eles no jantar,
aceitei o convite, o clima não estava dos melhores, mas ainda assim amei
passar esse tempinho com eles.

Despeço-me deles e vou embora, meu piloto já estava pronto e me


esperando para voltarmos para minha mansão em Roma.

Cheguei a minha casa por volta das 23h horas e me dirigi direto para
o quarto de hóspede, não queria estragar o restante da noite em uma briga
com Maria.

Tomei banho e dormir pensado no quanto estarei tranquilo agora que


Samira voltou.
Capitulo 14
Ao chegar à mansão eu encontro Luigi a minha espera.
— Vicenzo, já está tudo certo para a inauguração da nova boate esta
noite, a segurança já foi reforçada e as câmaras estão em perfeita ordem —
Luigi fala ao aproximar.
— Perfeito, deixe tudo certo para irmos à inauguração — ordeno e
entro na mansão.
Já na mansão, eu vou direto para meu quarto, não durmo com minha
esposa, sempre prezei pela minha privacidade e não mudei isso após o
casamento.
Estava tirando minha roupa quando Maria entrou no quarto, odiava
essa mania dela de entrar sem ser convidada.
— Não sabe bater na porta? Você sabe muito bem que eu não gosto
que invadam minha privacidade. — não a olho e continuo a tirar minhas
roupas.
— Precisava falar com você. — ignora minha repreensão e se senta
na beirada da minha cama.

— Podia ter esperado eu tomar banho e ir até a sala.


— Era importante. Quero ir à boate que será inaugurada hoje — a
olho incrédulo com seu pedido, ela não é mulher de baladas.

— Por que isso agora? — pergunto estranhando seu comportamento.

— Estou cansada de ficar aqui, você mal para na mansão — a uma


censura em sua fala.

— Tudo bem, se quer ir não vou impedir, mas não demore, pois não
vou ficar lhe esperando — digo e entro no banheiro.

Só um banho quente para me livrar de toda essa tensão. Estou há


tanto tempo sem sexo que me sinto frustrado e extremamente irritado.
Minha vida de casado não é nada do que eu esperava.

Meus pais vivem me cobrando um herdeiro. Mas como terei um sem


ter relações com minha esposa? Ela sempre tinha uma desculpa para não
termos relações, foram tantas recusas que eu acabei me cansando. Estou
vivendo a base de punheta, uma coisa totalmente ridícula para um homem
na minha idade e casado com uma mulher linda como a Maria.

Começo a me tocar na intenção de relaxar e me livrar da tensão que


tem tomado conta de meu corpo ultimamente e imagens de Samira me vem
à mente. Suas curvas, aquela boca atrevida que adoraria beijar, de vê-la ao
redor do meu pau, as coxas grossas ao redor da minha cintura enquanto a
fodo com força, acelero os movimentos da minha mão entorno do meu pau
e em poucos minutos gozo.

— Droga, como pude gozar pensando nela? — murmuro baixinho


brigando comigo mesmo, a culpa me domina — A vi nascer não posso ter
esse tipo de pensamentos por ela. Não posso e não devo desejá-la.

Termino o banho, visto meu terno preto e saio do quarto. Já na sala


vejo Maria pronta me esperando para irmos à boate.

— Vamos — chamo-a.
Caminhamos em direção ao carro estacionado na porta da mansão
com Enzo nos esperando, ele abri a porta do carro e entramos, ele dá sinal
para o carro que fará nossa segurança até a boate e se acomoda no banco
do motorista.

— Amanhã darei um jantar em comemoração à volta de Samira —


aviso quebrando o silencio.

— O que ela tem de especial para fazer um jantar em sua


homenagem? — não respondo a sua pergunta idiota.

Maria sabe que Samira e sua família são importantes para mim e
minha família.

— Apenas prepare tudo. — digo sem deixar brechas para


questionamentos.

O caminho até a boate é tranquilo em 40 minutos já estamos em


frente a ela. Saio do carro observando o movimento ao redor, cumprimento
os seguranças e entro com Maria na minha cola.

— Vamos para a minha sala — aviso seguindo em direção à sala.


Ela me segue.

— Tudo bem por aqui? — Pergunto a Giovanni, meu primo e


responsável pela administração e segurança das minhas boates.

— Tudo na mais perfeita ordem, temos muitos clientes importantes


hoje.

— Qualquer problema me avise, pode se retirar — ordeno e ele sai


fechando a porta.

— A boate ficou muito bonita — Maria fala pela primeira vez desde
que chegamos.

— Investi muito dinheiro aqui não poderia ficar diferente. —


comento com indiferença. — Tem bebida e comida ali — aponto para o
minibar — pode ficar a vontade.
— Estou bem assim — fala e vai apara a parede de vidro olha a
pista de dança.

Vou até o minibar que tem na sala vip e me sirvo de uma dose de
uísque. Quando estou para me sentar no sofá batem na porta.

— Entre. — ordeno.

— Giovanni me falou que já estava aqui, desculpe o atraso estava


esperando Samira. — Giuseppe entra falando sem parar, contudo só presto
atenção no nome que ele mencionou. Samira está aqui.

— Não pensei que Samira curtia boates — não gosto de imaginá-la


em boates rodeada de homens a cobiçando.

— Pois é, nem eu. — fala servindo-se de um copo de uísque — Mas


tenho que aceitar que minha irmãzinha cresceu.

— Olá — Maria o cumprimenta e só então ele percebe sua


presença na sala.

— Ah... Oi Maria, como está? — pergunta sínico e tenho vontade de


rir — Não tinha te visto aí, desculpa — pede desculpa, mas sei que não liga
para o que ela pensa, ela não é muito amada por minha família.

— Estou bem, quis visitar a boate. Estava cansada de ficar só na


mansão — fala caminhando até o minibar, ela se serve de um drink e se
senta no sofá.

— Se quiser descer para dançar pode ir. Tenho guardas lá em baixo


e eles ficarão de olho em você.

— Você não vai me acompanhar? — pergunta manhosa e me dá nos


nervos.

— Tenho assuntos para tratar com Giuseppe, pode ir.

Ela se levanta e sai para a pista de dança, dou ordem para que Enzo
faça sua segurança.
— Não sei como você a aguenta, ela é muito chata e metida — o
comentário do meu consigliere me faz rir.

— Nem eu sei meu amigo, nem eu sei — vou até o bar e me sirvo
de mais uísque. A noite vai ser longa.
Capitulo 15
Ainda não estava preparada para esse encontro. Quando o vi meu
coração quase parou, a ansiedade me atingiu e fiquei sem reação. Ele estava
para na porta da casa de meus pais mais lindo que nunca em seu terno preto
bem alinhado, cabelo um pouco desgrenhado o deixa-lo despojada e sexy,
pude notar que está mais forte deve malhar pesado para manter o corpo
assim.

— Samira...

— Vicenzo... — falamos juntos e ficamos nos olhando por um


tempo, analisando um ao outro e o que mudamos com o tempo.

— Pode entrar e ficar a vontade, Samira lhe fará companhia até


Giuseppe chegar, vou chamá-lo — desperto de meus devaneios com a voz
de minha mãe e pouso o olha sobre ela.

Ela se despediu e saiu em busca de meu irmão. Vicenzo entra, seu


olhar sobre mim me deixa desnorteada, me queima, eu o desejo tanto.
— Há quanto tempo pirralha — me provoca — cresceu em, está
linda. — me elogia e sinto minhas bochechas queimarem.

— Pois é, a viagem me fez bem. Você também não está nada mal
também e nem parece já ter passado dos 30 anos. — retruco para que não
perceba o quanto me afeta.

— Como você está? Provavelmente bem né — seu olhar ainda está


em mim — já deve ter filhos suponho, sua esposa não veio com você? —
pergunto, pois não a vi.

— Eu vim sozinho soube que Giuseppe já tinha chegado e precisava


falar com ele — se aproxima para me abraçar e tenho certeza pela cara que
fez que percebeu meus hematomas. Por mais que eu esteja maquiada, minha
pele bem clara denuncia o que escondo por baixo dela.

— O que houve? Por que esses hematomas? Sofreu algum acidente


e não me contaram? — faz varias perguntas ao mesmo tempo me deixando
tonta.

— Não foi bem um acidente... — desvio o olhar

— O que ouve Samira? Foi algum namorado lá no Brasil? Sabia que


não deveria ter te deixado ir, tentei impedir, mas não consegui.
Aconteceram tantas coisas no dia do meu casamento que me impediram de
falar com você — fala alterado e andando de um lado para o outro, vejo
raiva brilhar em seus olhos.

— Você me procurou? — é tudo que eu consigo perguntar —


Pensei que não queria falar comigo, era seu casamento não queria
atrapalhar e eu já tinha falado com Giuseppe e meus pais, estava tudo
acertado para minha viagem nem mesmo você conseguiria me impedir
Vicenzo. — aumentei o tom de voz deixando a raiva falar, ele se achava
muito importante em minha vida. Ele é, mas não precisa saber disso.

— Me diga o que aconteceu, eu mereço saber. — afirma olha do em


meus olhos — Eu sabia que algo tinha acontecido para seus pais e Giuseppe
terem ido às pressas ao Brasil, vocês são minha família eu tenho que saber o
que se passa mesmo que estejam em outro país.

Como não tenho escapatória narro tudo o que me aconteceu aquele


dia na boate, o pior dia da minha vida. Vicenzo anda de um lado para o
outro puxando seu próprio cabelo, a raiva é palpável, ele sempre me
protegeu me vê como uma irmã mais nova. Deve está sentindo que falhou
com a minha proteção.

Paro de falar ao me vê-lo quebrar o vaso que estava em cima da


mesinha da sala. No mesmo instante Giuseppe e meus pais aparecem.

— O que está acontecendo aqui? — o olhar que Vicenzo dá a meu


irmão quando ele se faz presente na sala através da pergunta faria qualquer
um fugir, mas ele nem se abala, deve está acostumado com os ataques de
fúria dele.

— Por que não me ligou e contou o que aconteceu no Brasil? —


sua voz é como aço.

— Eu achei melhor lhe poupar de mais problemas você precisa se


concentrar nos ataques e... — se cala ao receber mais um olhar mortal de
Vicenzo.

— Eu quero te matar, saiba disso — ele assente — como puderam


não me contar algo assim? Acham-me incapaz de resolver os problemas e
ajudar minha família? — incredulidade se fazia presente na pergunta.

— Eu sou a porra do Don e não sirvo para proteger minha família


— riu, mas sem o humor.

— A culpa foi minha Vicenzo — sussurro com vergonha das


minhas atitudes — e eu pedi para que não lhe avisasse o que tinha
acontecido — pouso meus olhos no dele — me desculpa.

— Você não tem culpa de nada pequena — fala com carinho —


deveríamos ter te protegido melhor — se aproxima e me abraça forte.
Retribuo seu abraço.
— Não é momento para tristeza — ele olha para meus pais —
Amanhã darei um jantar em comemoração a sua volta — ele fala me
pegando surpresa — e não aceito recusa — decreta.

— Quero o seu bem, pequena. — me abraça e beija minha testa,


senti-lo tão perto de mim, faz meu corpo tremer, sentir seus lábios em
minha pele me deixa quente e ansiando por tê-los em outros lugares do meu
corpo — Eu te amo pirralha.

Ouvir isso faz meu coração pulsar mais rápido, mas do jeito bom.
Porém, para não transparecer o que sinto ao ouvir suas palavras,
desconverso

— Não sou pirralha — falo brava tentando mesclar meus


sentimentos por ele — Eu já tenho 23 anos e namorei muito lá no Brasil
fique sabendo, fazia sucesso lá — provoco-o.

— Não quero saber de sua vida amorosa maninha — Giuseppe me


impede de continuar e o olho fazendo uma careta — você sempre será
minha princesinha e não quero ter a imagem de você com um homem na
minha mente — me abraça de lado e beija o topo da minha cabeça, rio de
seu jeito.

— Vamos ao escritório, minha mãe disse que queria falar comigo —


ele chama Vicenzo e se vai para o escritório junto com meu pai.

Esperei um tempo até ir ao escritório falar com eles para me


ajudarem nas buscas por Ana. Mas a conversa com meu pai não foi das
melhores, estou frustrada por não poder fazer nada.

— Filha, hoje eu irei jantar fora com seu pai quer vir com a gente?
— minha mãe me pergunta ao me ver na sala novamente.

— Desculpa mãe, ficará para uma próxima vez, Luca me disse que
uma boate será inaugurada hoje e estou louca para sair e ver gente jovem
— dou uma piscada para ela.
— Filha, essa boate não é em Roma? Seu irmão me comentou algo
sobre isso.

— Sim. Vamos no helicóptero do papai, em uma hora estaremos lá.


Giuseppe me disse que Vicenzo já preparou tudo.

— Então ta certo filha. Boa festa — ela beija minha bochecha e


subo para meu quarto

Ao chegar ao quarto me jogo na cama e pego meu celular que esta


na mesinha ao lado dela, tento ligar para Nicolas e mais uma vez sou
ignorada, queria bater na cara dele para parar de ser tão cabeça dura.

— Aaaa — grito frustrada, queria poder fazer mais, porém sem a


ajuda do meu pai e Giuseppe fica difícil saber o que fazer.

Levanto da cama e caminho até meu closet, tenho que escolher a


roupa que irei usar hoje a noite, pois quero arrasar, sei que a boate é de
Vicenzo o que indica que provavelmente estará lá, vou mostrar para ele o
quanto cresci e não sou mais aquela menina boba de 5 anos trás.

Escolho minha roupa e vou tomar banho para me arruma, decido


lavar e hidratar meu cabelo, o seco após o banho e saio do banheiro.

Pego a roupa que escolhi: um vestido preto colado ao corpo


valorizando minhas curvas, ele fica no meio das coxas, possui uma renda na
frente valorizando meus seios e nos braços, o visto e calço uma bota cano
longo também na cor preta que vai até o joelho. Passo a maquiagem para
cobrir os poucos hematomas que ainda insistem em aparecer e estou pronta.

Pego minha bolsa coloco celular e maquiagem para fazer um


retoque e não deixar meus hematomas aparente

Pego minha bolsa coloco celular e maquiagem para fazer um


retoque e não deixar meus hematomas aparente. Saio do quarto e encontro
Giuseppe no corredor.
— Até que fim, estava pensando em deixá-la — reviro os olhos
para seu drama — Que roupa mais indecente é essa Samira? Pode trocar.
Dá para ver seus peitos — dá-me paciência.

— Não vou trocar nada! Se conforme, pois se eu resolver trocar de


roupa colocaria um vestido ainda mais curto, você que decide — ele bufou
e revirou os olhos — Vamos logo porque eu estou louca para me divertir e
dançar a noite toda.

Saímos de casa e fomos em direção ao carro que já estava na porta,


ele iria dirigindo, Luca estava no banco do carona, pois iria fazer nossa
segurança. Nosso helicóptero estava no heliporto da empresa. Que ficava a
uns 30 minutos da nossa casa.

Uma hora e 20 minutos depois estamos na boate, Giuseppe pega


minha mão, cumprimenta os seguranças que estão na porta e entramos.

— Você prefere ficar aqui em baixo ou subir para a sala Vip? — ele
me pergunta já do lado de dentro da boate

— Eu ficarei aqui mesmo vou ao bar pedir um drink e depois para a


pista de dança, pretendo dançar muito e me divertir esta noite. Tchauzinho
irmão, nos vemos na hora de voltar para casa.

— Cuidado Samira. Eu irei à sala Vip falar com Vicenzo, mas


estarei de olho em você e Luca está ali para fazer a sua segurança.
Qualquer problema o chame. — disse e saiu deixando-me no bar.

— Tudo bem. Entendido chefe. — brinco e ele revira os olhos.

— Se divirta pirralha. — ele me dá um beijo no topo da cabeça e se


vai.

Fui para o bar da boate pedi um Sex on the Beach ao barman e


fiquei olhando as pessoas na pista de dança, segui para lá no intuito de me
divertir dançando e esquecer os problemas que povoavam minha mente.
Já na pista me deixei envolver com a música que tocava, alguns
caras chegaram em mim no intuito de dançar comigo, mas os dispensei, não
queria flertar com ninguém, eu queria apenas dançar e me sentir viva depois
de tudo o que me aconteceu.

Estava tão envolvida com a música que me assustei ao ouvir gritos


na boate, olhei em volta para saber o que acontecia e me deparei com um
cara agarrando uma garota em um canto mais afastado.

Ao ver a cena imagens do que me aconteceu semana passada me


vieram a mente como um tsunami, o pavor me abateu e meus olhos
encheram de lágrimas, corri a procura de uma saída que me desse a chance
de respirar, sentia-me sufocada, suja, com medo passei por algumas pessoas
esbarrando nelas no processo de fuga.

Consegui achar a saída dos fundos da boate que dava ao


estacionamento e ao avistar uma lixeira corri até ela me inclinando e
vomitando tudo o que havia em meu estômago. Não contive as lágrimas,
meus soluços provavelmente poderiam ser ouvidos de longe, caí no chão
com a mão na cabeça querendo que as imagens daquele dia sumissem da
minha mente. Eu tinha que ser forte, mas naquele momento não consegui
desligar minha mente do fatídico dia do meu quase estupro.

Chorei ainda mais por me lembrar de Ana. Não saber o que estava
acontecendo com ela me matava aos poucos.

Não sei por quanto tempo fiquei assim: abraçada as minhas pernas
com a cabeça enterrada entre elas, até que senti uma mão em meu ombro e
surtei e gritei entrando em pânico.

— Samira — ao ouvir a voz de Vicenzo meu coração se agitou, ele


estava ali por mim — Sou eu, pequena, eu estou aqui. Shiuuu. Eu estou
aqui — repetiu me abraçando forte — Ninguém lhe machucará de novo
— sua promessa aqueceu meu coração, eu sabia que podia confiar nele.

— Vem, vamos sair daqui — ele me pegou no colo. Me agarrei a


seu pescoço querendo sentir seu cheiro e envolvi minhas pernas em torno
de sua cintura querendo nunca me desgrudar dele.
— Princesa — ouvi a voz de Giuseppe próxima a mim, havia dor
nela. Ele alisou meus cabelos e beijou minha cabeça.

— A levarei para minha sala, te espero lá em cima — Vicenzo


avisou, contudo não levantei minha cabeça para ver a reação do meu irmão.
Eu queria aproveitar ao máximo o contato com Vicenzo, pois não sabia
quando o teria assim de novo.

Ele me levou até sua sala e se sentou no sofá comigo em seu colo.
Giuseppe entrou logo em seguida e me deu um copo de água, fiquei por um
momento ainda agarrada a Vicenzo que acariciava minhas costa fazendo
movimentos circulares nela para que eu me aclamasse. Seu toque era tão
bom, me trazia paz e queimava ao mesmo tempo que fechei os olhos e pedi
que isso nunca acabasse.

Após me acalmar levantei meu olhar e encontrei seus lindos olhos


azuis me analisando.

— O que aconteceu Samira? Por que saiu correndo daquele jeito?


— desviei o olhar e fitei o nada.

— Eu estava dançando e me divertindo na pista de dança, quando de


repente ouvi gritos vindo do lado oposto ao meu e busquei ver o que estava
acontecendo. Foi quando vi um cara agarrando uma garota em um canto
escuro da boate e simplesmente surtei. Me lembrei do que me aconteceu e
só quis fugir e sair dali o mais rápido possível. — uma lagrima teimosa
desceu por minha bochecha e ele a enxugou pude ver a raiva tomando conta
de seus lindos olhos.

— Eu queria matar quem a machucou com minhas próprias mãos.


— soou letal — Como eu gostaria de poder te livrar desse tormento,
minha pequena. — havia tanto carinho em sua voz que meu peito se
aqueceu por alguns instantes.

Nos olhamos de forma intensa por alguns segundos e quando eu ia


falar que só seu apoio já me ajudava e que eu só precisava dele para me
sentir melhor, Giuseppe me chamou.
— Samira, Luca está esperando para levá-la para casa. — dei-me
conta de que ainda estava no colo de Vicenzo e me afastei saindo de cima
dele e me sentando ao seu lado no sofá.

— Você não vem comigo para casa? — perguntei olhando-o.

— Ainda tenho assuntos para tratar com Vicenzo. — beijou minha


testa — Ficarei aqui essa semana. Cuida-se, pirralha. — me fingi de
zangada e ele riu.

Bateram na porta e Vicenzo pediu que entrasse. Luca abriu a porta,


mas não entrou, seus olhos pousaram em mim e perguntou se eu estava
pronta para ir.

Assinto em confirmação.

Despedi-me de Giuseppe e Vicenzo, precisava realmente ir para


casa deitar em minha cama e colocar minha cabeça em ordem.

Amanhã daria um jeito começar as investigações para encontrar Ana


e descobrir quem está por trás desses sequestros.
Capitulo 16
Giuseppe tinha acabado de chegar e me dito que Samira tinha vindo
com ele. Essa noticia mexeu comigo, ela tinha mudado seu jeito de menina
e agora era uma mulher, muito linda por sinal, estávamos conversando
sobre quais medidas tomaremos com os traidores que descobrimos estarem
envolvidos nos ataques as minhas boates e nas cargas roubadas quando a
porta se abriu e Maria entrou por ela.

— Estou cansada de ficar sozinha nessa boate, Vicenzo. Se eu


soubesse que não me daria atenção não teria vindo. — revirei os olhos para
suas reclamações não tinha a mínima paciência para elas.

— Não a convidei, pode ir embora se quiser — me olhou chocada.

— Farei isso mesmo. Não mereço ser tratada assim. — pegou a


bolsa e saiu furiosa.

Olhei para Giuseppe que tentava não rir de seu drama.

— Que casamento incrível o de vocês. — zombou ele — Nota-se a


léguas como se amam — o infeliz teve coragem de rir da minha desgraça,
belo amigo esse meu, revirei os olhos.

— Que bom que já sabe como funciona um casamento. — levantei-


me e me servi de mais um copo de uísque.

Fui até a parede de vidro e avaliei o movimento da boate.

— Se arrependimento matasse eu já estaria morto pode ter certeza.


— olhei para ele e vi que também se servia da bebida.

— Olhe pelo lado bom, tem uma boceta ao seu dispor todo dia sem
precisar procurar — falou rindo, pois há uns dias eu tinha lhe dito que não
transava há um bom tempo com minha querida e chata esposa.

— Às vezes tenho vontade de partir sua cara. — ele continuou rindo


ignorando minhas palavras.

Voltei a olhar para a parte de baixo da boate e foquei na pista de


dança vendo alguém que eu conhecia muito bem, ali diante de meus olhos
dançando envolvida com a música.

Samira estava linda e sexy no vestido que usava. Ele é curto e


colado a suas curvas destacando-as com perfeição e fazendo quem a olha
salivar de desejo. Eu a observei atentamente e vi que o vestido tinha uma
renda transparente na parte do decote deixando a mostra uma boa parte de
seus belos seios fartos.

Seios esses que eu adoraria chupar. Suas coxas estavam expostas e


daria tudo para tocá-las, sentir a maciez de sua pele e de tê-las ao redor de
minha cintura enquanto eu a fodia com força ouvindo seus gemidos e
delirio de prazer.

Continuei admirando sua roupa e meus olhos pousaram em seus pés,


neles tinha uma bota que ia até a altura do joelho e adoraria fodê-la só com
elas.

Droga! — amaldiçoo-me mentalmente por desejá-la dessa forma.


Eu não posso cobiçá-la, não deveria pensar nela dessa forma. Mas
confesso que a quero!

Me perdi olhando-a dançar até que uma movimentação chamou


minha atenção. Vi Samira sair correndo da pista de dança em direção à
saída dos fundos da boate que dava para o estacionamento.

Angustia me dominou e corri para saber o que tinha acontecido com


ela. Ouvi Giuseppe me chamar e perguntar o que tinha acontecido,
entretanto não parei para respondê-lo. Samira precisava de mim.

Passei por dentre as pessoas que se aglomeravam na pista de dança


empurrando quem aparecia em minha frente. Podia ouvir o alvoroço dos
meus soldados pensando ser provavelmente um novo ataque, mas não dei
importância para o que pensassem que fosse.

Eu apenas queria Samira em meus braços para ter a certeza de que


ela estava bem. De que eu poderia protegê-la de tudo e todos.

Ao chegar ao estacionamento à cena que presenciei me abalou de tal


forma que queria matar da forma mais cruel possível todos que a
machucaram. Samira estava no chão chorando copiosamente, seus soluços
podiam ser ouvidos ao longe, ela tremia e vê-la assim me quebrou.

Me aproximei e toquei em seu ombro que com o susto por não me


ver chegar surtou e começou a gritar e se debater. Angustia me tomou e a
abracei tentando fazê-la se acalmar.

— Samira... — chamei-a com voz calma — Sou eu, Vicenzo — ela


chorou mais alto — Estou aqui. Eu estou aqui pequena.... Ninguém nunca
mais machucará você — prometi com a voz rouca, um nó se apossou de
minha garganta impedindo minha voz de sair normal.

— Vem, vamos sair daqui — a peguei no colo, ela envolveu os


braços em meu pescoço e as pernas em minha cintura, senti-la assim tão
perto fez meu coração acelerar, o sangue correu mais rápido em minhas
veias.
Eu a desejava! E sentir seu cheiro e sua boceta coberta apenas pela
pequena calcinha roçando em meu pau por conta de seu vestido curto que
tinha subido, estava acabando com minha sanidade. Eu precisava me
controlar. Não era momento para isso.

— Princesa — Giuseppe se aproximou alisando seus cabelos havia


dor em seus olhos.

— A levarei para minha sala, te espero lá em cima. — avisei a ele e


segui para dentro da boate, encontrei com Giovanni na porta dos fundo, ele
estava segurando a porta para que eu entrasse. Sabia que chamava a atenção
de muita gente por estar com uma mulher agarrada a mim, mas não liguei.
Samira era minha prioridade naquele momento.

Ao chegar a minha sala me sentei no sofá com Samira no colo,


Giuseppe entrou logo em seguida, foi até o minibar e pegou uma garrafinha
de água a serviu em um copo e a entregou.

Ficamos abraçados por um bom tempo enquanto ela chorava


baixinho e eu acariciava suas costa para que ela se acalmasse, já mais calma
levantou o rosto e me olhou com seus lindos olhos verdes, analisei sua
expressão para ver se detectava o que se passava em sua mente.

— O que aconteceu Samira? Por que saiu correndo daquele jeito? —


perguntei fitando-a.

— Eu estava dançando me divertindo, mas de repente ouvi gritos,


busquei o que acontecia e vi um cara agarrando uma garota no canto escuro
da boate e surtei. — ela abaixa a cabeça envergonhada — Imagens do dia
que fui atacada me vieram a mente e fugi. — sussurra em meios a lágrimas
teimosa que descem por sua bochecha. As enxuguei.

Raiva me dominou novamente, e o desejo pelo sangue daqueles


filhos da puta fodido se fez presente em meu ser.

— Queria matar quem a machucou com minhas próprias mãos.


Como gostaria de poder te livrar desse tormento, minha menina. — seus
olhos pousaram nos meus com uma intensidade fora do normal presente
neles que meu peito deu um solavanco. Desviei o olhar do seu quando
Giuseppe a chamou.

— Samira, Luca está esperando para levá-la para casa. — não queria
que fosse embora a queria por mais tempo em meus braços. Ela percebeu
que ainda estava em meu colo e tratou de sair rapidamente.

— Você não vem comigo para casa? — ela pousou os olhos nele.

— Ainda tenho assuntos para tratar com Vicenzo, ficarei aqui essa
semana. Se cuida pirralha — beijou sua testa — ri de sua cara zangada, ela
odiava ser chamada assim e era justamente por isso que a chamávamos.

Bateram na porta.

— Entre — pedi.

Luca abriu a porta, porém não entrou.

Seus olhos pousaram em Samira.

— Está pronta para irmos? — ela assentiu e se despediu de


Giuseppe e de mim.

Vê-la ir embora trouxe um aperto ao meu coração, não entendia o


porquê de estar me sentindo diferente em relação a ela.
Capitulo 17
Hoje é o dia do jantar que Vicenzo disse que daria em minha
homenagem e confesso que estou bem nervosa com isso. Ontem após
chegar da boate dele me tranquei no meu quarto e não saí mais de lá, minha
mãe até veio saber o que houve, pois eu não quis falar com ninguém, mas
eu precisava colocar minha mente em ordem e necessitava de um tempo
sozinha com meus pensamentos.

Os últimos acontecimentos na minha vida mexeram muito comigo,


talvez eu até busque ajuda de um profissional para lidar melhor com meu
trauma, pois não quero ficar a mercê de pesadelos ou do medo que tudo
aquilo me acusou.

Me revirei na cama praticamente a noite toda sem conseguir dormir,


ainda podia sentir o cheiro de Vicenzo em mim, suas mãos passeando por
minhas costas, seus lábios tocando minha cabeça. Como queria poder beijá-
lo e ter suas mãos me tocando por baixo daquela roupa e me fazendo dele.

Não faço ideia de que horas consegui adormecer, só sei que


adormeci com ele em meus pensamentos como todas as noites.
Acordei-me hoje pela manhã com meu pai batendo em minha porta,
ele estava preocupado comigo e queria saber se eu estava bem antes de ir
resolver os problemas que estão surgindo em nossa cidade.

O tranquilizei e me despedi dele com um abraço e um beijo no


rosto, eu amo minha família mais que tudo e sempre que ele e meu irmão
saem para resolver os assuntos da nossa máfia aqui em Veneza, meu
coração fica pequenininho de preocupação.

Hoje ele passará o dia fora e eu só o verei a noite no jantar na casa


de Vicenzo. Ele teria o dia cheio de reuniões com soldados e aliados e iria
direto para lá depois que resolvesse tudo.

Já desperta, tomei um banho e me arrumei para sair, pois precisava


comprar um vestido para esta noite. E por isso vim com minha mãe em uma
loja de luxo aqui em Veneza atrás do vestido perfeito para esse jantar, ainda
iremos ao salão para fazer unha e cabelo. Quero arrasar hoje a noite,
mostrar a Vicenzo que cresci e já sou uma mulher. Uma bem gostosa por
sinal.

— O que acha desse vestido filha? — minha mãe pergunta me


trazendo a realidade.

— Ele é lindo mãe, mas quero algo mais..... Provocativo. — ela me


lança um olhar de reprovação — Não me olhe assim, mamãe, já estou bem
grandinha para arcar com minhas escolhas — reviro os olhos e volto a me
concentrar na arara de vestidos a minha frente.

— Eu só quero seu bem, minha filha, e você sabe como as pessoas


da máfia são conservadoras em relação as mulheres.

— Sei muito bem disso, mãe, mas parei de me importar com a


opinião delas. Eu faço o que quero e elas que morram de raiva com seus
pensamentos machistas e ultrapassados.

Minha mãe suspirou cansada, desistindo de me fazer mudar de ideia


e voltou a olhar os vestidos. Ela sabia que não conseguiria me fazer mudar
de ideia e que eu realmente não me importo com as opiniões dos outros.
Uma vendedora chega para nos auxiliar na escolha e descrevo como
quero o vestido, minutos depois ela volta com um dos vestidos mais lindo
que já vi.

— É esse. — digo empolgada — Vou provar! — pego o vestido,


entro em um dos provadores e tiro o vestido tubinho florido que estou
usando.

Analiso-o e o visto, seu caimento é perfeito: ele é preto colado ao


corpo moldando minhas curvas, possui um decote nas costa que vai até a
altura da minha bunda. A parte da frente é coberta mais ainda assim
valoriza meus seios fartos, ele é mais curto na frente, vai até um metade das
coxas deixando-as a mostra, atrás ele é longo e tem uma pequena calda.

Sinto-me linda e muito gostosa nele.

Saio do provador e minha mãe me olha admirada, sorrio e olho para


a vendedora.

— Vou levá-lo, gostaria de ver sandálias também. — ela se retira


para buscar as sandálias e minha mãe se aproxima.

— Está linda filha — beija minha testa — Seu pai vai enfartar. —
rimos juntas.

A vendedora chega e escolho uma sandália preta com tiras delicadas


que combinaram muito com o vestido. Pagamos as compras e fomos ao
salão arrumar cabelo e unha.

Essa noite será inesquecível!


E nunca estive tão certa disso...
Capitulo 18
Estou ansioso para hoje à noite, será a oportunidade perfeita para
colocar uma parte de meu plano em prática. E é justamente para isso que
me encontro em frente ao escritório do meu aliado Ivan Petrov, ele é
Pakhan (chefe dos chefes) da Bratva a máfia russa. E a comanda ao lado de
seu conselheiro e irmão Vladimir Petrov.

— Pietro Mancini, a que devo a honra de sua visita? — Ivan me


cumprimenta ao entrar em seu escritório — Espero que tenha boas notícias
— comentou me pedindo para se sentar com um gesto de mão.

— Samira está de volta a Itália — vou direto ao assunto —, e hoje


Vicenzo dará um jantar em sua homenagem. Seria uma ótima oportunidade
para sequestrá-la já que na primeira vez não deu certo.

— Invadir a casa do Don não será tão fácil, — ele olha para
Vladimir — mas não impossível. Facilite nossa entrada que eu prepararei
tudo para a invasão.

— Conversarei com alguns soldados que estão ao meu lado nessa


vingança e deixarei um deles no portão para que entrem sem problemas.
Fcaria muito feliz se o pai dela morresse durante o ataque. — rio ao
imaginar Eduardo sofrendo pela morte do melhor amigo e sequestro de sua
afilhada.

— Eu gostaria de saber por que tanta raiva dele? — Vladimir


pergunta ganhado minha atenção — Não que isso me importe, longe de
mim querer que Vicenzo continue vivo e atrapalhando nossa vida. — ele se
aproxima e fica ao lado de Ivan — Facilita muito nossos planos sua ajuda,
mas sempre tive essa curiosidade.

— Francisco Morino foi o responsável pela morte do meu pai. — há


raiva em minha voz — Ele o entregou ao conselho e tomou seu cargo de
Capo de Veneza, quero vingança.

— Entendo. Também me vinguei de todos que estavam envolvidos


na morte de meus pais — seu tom era de pura fúria.

— Quero ver todos mortos e assumir o meu lugar de direito. Eu sou


o filho mais velho de Eduardo e o cargo de Don pertence a mim.

Os olhos de Ivan cravam em mim.

— Vamos te ajudar nessa vingança, porém, se fizer algo que nos


prejudique ou não cumpra sua parte na nossa aliança ao tomar o lugar de
Vicenzo, eu mesmo acabarei com você. Eu o farei sofrer como nunca se
quer imaginou Pietro. — a promessa em suas palavras vez meu corpo gelar,
não posso falhar com ele ou morrerei.

— Não quebrarei nossa aliança, eu sou o mais interessado nela. —


falei com firmeza — Vou resolver tudo na mansão e assim que estiver com
tudo pronto eu aviso a vocês — me despeço deles e saio de sua casa.

Eles têm uma casa em uma área escondida aqui na Itália e sempre
que tem assuntos a resolver por aqui eles ficam nela. Seu país de origem é a
Rússia, mas estão tentando se infiltrar na máfia italiana e acabar com ela
para ganhar mais território e assim expandir seus negocios ilicitos e eu os
ajudarei nisso.
Saio da casa de Ivan Vladimir e vou para o meu apartamento.

Ao chegar, Ligo para Matias ele é um dos meus informantes na


mansão, por mais que eu me passe por soldado fiel de Vicenzo, preciso de
aliados que fiquem de olho no que se passa nas horas em que fico longe da
mansão. E Matias ele é um deles.

Peço para que ele fique de olho em tudo o que está acontecendo por
lá e me avise caso algo mude, finalizo a ligação pego meu notebook, mando
um e-mail passando as coordenadas para Andreas ele é um hacker amigo
de Ivan, e será o responsável por desativar os alarmes e alterar as câmaras
de segurança da mansão de Vicenzo.

Termino tudo o que tenho para fazer com relação a mais um ataque
e vou tomar banho, me arrumo e saio para o local onde estão às meninas
sequestradas. Preciso finalizar os locais para onde as mandarei. Ivan me deu
essa tarefa e não posso falhar com ele, necessito de sua ajuda para derrubar
Vicenzo.

Chego ao local ele é um galpão bem afastado da cidade aqui tenho


preso 10 meninas na faixa dos 14 a 26 anos. Elas são de lugares diferentes,
tem do Brasil, México, Espanha, Itália dentre outros lugares.

Estranho só haver um guarda na porta fazendo a segurança. O


cumprimento e entro no galpão vou direto ao encontro dos soldados de Ivan
Petrov que fazem a segurança. São três guardas ao todo um fica dentro do
galpão de olho nas meninas e os outros dois ao redor fazendo a segurança
do local.

— Tudo certo por aqui? — pergunto ao que fica de olho nas


meninas. Ele é alto e bem forte, parece um armário, é careca e tem o corpo
repleto de tatuagens. O outro que está ao seu lado é mais baixo, mais magro
e possui uma cicatriz em seu rosto.

— Agora sim, porém mais cedo uma das garotas quis fugir e para
impedi-la tive que lhe dar uma lição.
— Espero que não tenha a machucado muito, não quero que a
mercadoria fique danificada, o cliente pode reclamar — afasto-me
checando se realmente está tudo em ordem.

— Ela só levou alguns tapas nada grave — dá de ombros — assim


aprenderá a obedecer — ele vai até a cela onde as garotas estão e o sigo.

— Vejo que teve um pouco de diversão por aqui. — falo rindo ao


ver a menina a qual ele bateu — Quis fazer graça princesa? Espero que
tenha aprendido a lição e que tenha servido de exemplo para as outras.

— Abra a cela quero falar com ela mais de perto — ordeno e o


guarda abre a cela, entro e me abaixo para ficar à altura dos olhos da garota,
pois a mesma está sentada no chão.

— É uma pena ver esse lindo rostinho assim marcado. — seguro


seu queijo para que me olhe — Qual seu nome?

Ela fica em silêncio e ignora minha pergunta.

— É melhor responder ou será pior. Eu não serei tão bom quanto o


guarda que te bateu. — ela arregala os olhos e treme se encolhendo. Solto
seu rosto.

— An... — ela gagueja um pouco — Ana, meu nome é Ana. —


fala me olhando, posso ver o medo em seus olhos e isso me alegra.

— Lindo nome! — comento — De onde você é?

— Brasil — abraça as pernas e desvia o olhar. Então essa deve ser a


amiga de Samira, interessante.

Eu sei tudo o que Samira fazia no Brasil, pois a estava monitorando


desde o dia em que foi para lá. Porém esperei o melhor momento para agir,
pena que não deu certo meu plano.

— Lindo país — falo andando pela cela e olhando as outras


garotas, todas estão encolhidas com medo.
Sinto-me bem ao ver isso.
O medo me dá prazer.

— Espero que tenha aprendido e não se rebele novamente, pois da


próxima vez será muito pior — dou uma última na cela e saio.

Ligo para Ivan informando o ocorrido com a garota e acertamos os


detalhes da entrega.

Vladimir será o responsável por levá-las aos compradores daqui a


uma semana. Essa parte estando resolvido parto rumo à mansão de Vicenzo
essa noite será de grandes emoções.
Capitulo 19
— Luigi, eu quero que a segurança seja reforçada esta noite, darei
um jantar especial pela volta de Samira e convidei alguns amigos e Capos
importantes. Não quero surpresas — ordeno ao Luigi após convocá-lo para
uma reunião logo cedo.
— Certo, chefe, eu providenciarei tudo conforme suas ordens.
— Assim espero, pode sair — dispenso-o e os demais soldados e
volto a me concentrar nos documentos que se encontram em minha mesa.
Os problemas só aumentam.
Estou diante de alguns contratos que foram cancelados. Esses
contratos são fundamentais para que eu possa ter uma fachada legal perante
as autoridades. Estou tão absorto nos documentos procurando algo que
mostre o que está acontecendo que não vejo Giuseppe entrar.
— Espero que essa cara não seja por algo mais grave do que já
estamos enfrentando — ele fala ao se jogar a minha frente.
— Não sabe bater na porta? — o recrimino.
— Bati, mas você não ouviu — fala arrumando o terno e se
sentando direito na cadeira.
— As coisas não estão nada bem consigliere, temos que marcar uma
reunião com meu pai e todos os Capos, precisamos de um relatório com
todos os dados de nossas operações de nossas armas e drogas.
— Podemos fazer essa reunião esta noite durante o jantar —
sugeriu.
— Pode ser, contudo, o que realmente me preocupa são os contratos
cancelados, tem alguém por trás disso! Como que de uma hora para outra,
as coisas desandaram tanto? E por que nossos aliados não nos avisaram
sobre as cargas roubadas? — bato na mesa tomado pela fúria.
— Que droga, Giuseppe, me sinto inútil com tantos problemas e
sem saber quem está por trás deles. — me jogo na cadeira e suspiro
frustrado passando as mãos no rosto.
— Vamos descobrir, Vicenzo, já sabemos que a Bratva está por trás
dos sequestros e só precisamos descobrir quem está por trás dos atentados e
cancelamentos dos contratos. — tenta me acalmar.
— Meu pai já teria descoberto tudo. Sinto-me falho com relação a
isso. — o olho envergando por ter que admitir isso, mas antes de ser meu
conselheiro, Giuseppe é meu amigo.

— Não tem como lutar com alguém que ainda não deu as caras para
lhe enfrentar Don.

— Mesmo assim, isso não me faz sentir melhor, eu vou matar com
minhas próprias mãos quando tiver com ele sob meu poder. — minha voz é
firme.

Batem na porta e peço para entrar.

— Com licença chefe. — Marcos pede ao entrar na sala, ele é um


dos soldados novos, começou a trabalhar para mim quando me tornei Don
— Vim avisá-lo que está tudo pronto com relação à segurança.

— Certo, pode sair — o dispenso.

— Não vou muito com a cara desse soldado, algo nele não me cai
bem — meu consigliere comenta.

— Eu o investiguei antes de contratá-lo e ele fez o pacto de


fidelidade a mim. — levanto-me e vou até meu armário de bebidas, servo
uísque para mim e Giuseppe — Ele está limpo, seus pais morreram quando
era apenas um menino de 6 anos e foi criado pela avó. — o entrego o copo
com uísque e me sento no sofá do meu escritório.

— Não sei o que é, mas não ele me passa confiança — apenas


assinto.

Passamos mais alguns minutos conversando e vendo formas para


acabar com nossos inimigos nos despedimos e cada um seguiu seu rumo na
intenção de se arrumar para o jantar dessa noite.

A hora do jantar chegou e com ele meu nervosismo, não sabia o


porquê de estar assim já que era apenas um jantar, mas meu coração insistia
em bater mais rápido ansiando ver Samira. Na hora do banho mais uma vez
me masturbei pensando nela, isso está ficando cada vez pior.

— Está tudo pronto Vicenzo — Maria me avisa ao encontrá-la na


sala. Mas não lhe dirijo uma palavra.

— Seus pais já estão chegando. Sua mãe me enviou uma mensagem


avisando que já está a caminho.

Continuo em silêncio.

— Não vai me dirigir a palavra? — pergunta ao me ver ignorando-a.

— Ouviu o que disse ? — volta a me questionar e eu a olho.

— Não tenho que falar com você, esse casamento é apenas de


aparência e você sabe disso. — digo ríspido.

— Mas poderíamos pelo menos tentar ter uma relação mais


amigável. — ela se aproxima — Você nem me procura mais. Como teremos
um herdeiro? — tenta me beijar, porém me afasto.

— Cansei de suas recusas, agora sou eu que não a quero mais — a


olho com desprezo. Ele me olha com raiva.

— E com relação a herdeiros, mudei de ideia. As coisas não estão


boas para colocar uma criança nesse mundo. — me afasto dela e vou para
meu escritório.

30 minutos depois a porta do escritório é aperta e meu pai entra.

— Sabia que o encontraria aqui. — se senta na cadeira a minha


frente — Brigou com sua esposa de novo? — ele sabe que não a suporto faz
tempo — Só estão a 5 anos juntos e você já não a quer por perto.

— O senhor sabe que só me casei para me tornar Don. — me


levanto e vou em direção do armário de bebidas me servir uma dose de
uísque.

Estou já me tornando um alcoólatra de tanto beber.

— Quer? — pergunto mostrando a garrafa e ele nega. Encho o copo


e volto ao meu lugar.

— Eu queria descansar, as coisas foram bem intensas no meu


governo e você já estava mais do que pronto para assumir meu lugar.

— Eu sei pai, só que as vezes é difícil comandar uma organização


tão grande quanto a nossa sem ter uma esposa que me ajude — pouso meus
olhos no copo — Maria só reclama e isso me absorve de uma maneira que
me deixa esgotado e frustrado — suspiro.

— Casamento não é fácil meu filho! Tente se dar bem com sua
esposa, eu quero um neto e assim do jeito que estão vocês nunca me darão
um. — não respondo apenas absorvo suas palavras.

— Vamos para sala sua mãe quer sua companhia antes dos demais
chegarem. — nos levantamos — Estou louco para ver Samira, ela mudou
muito? — pergunta batendo em meu ombro e tenho vontade de disser que
está mais linda e gostosa do que nunca, mas me contenho.

— Sim, mudou um pouco, o senhor vai ver. — digo e saímos do


escritório. Chego à sala na mesma hora em que Samira chega com sua
família e porra essa menina ainda será minha morte!
Capitulo 20
— Samira, minha menina há quanto tempo — meu pai a puxa para
um abraço.

— Tio Eduardo... — retribui o abraço e o beija — Estava com


saudades.

O diálogo entre eles se processa e eu simplesmente não me movo do


lugar em que estou, parece que meus pés estão pregado ao chão.

Samira está incrivelmente perfeita: seu vestido é preto colado ao seu


corpo destacando todas as suas curvas, suas coxas expostas através do
vestido, coxas essas que eu adoraria passar a mão e sentir a maciez de sua
pele.

Ela se vira para cumprimentar minha mãe e os demais convidados


fazendo com que o ar se vá de meus pulmões. Porra, o vestido é totalmente
descoberto nas costas, ele possui a porra de um decote que para na altura da
bunda marcando a mesma com perfeição.
Perfeição essa, em forma de bunda, que adoraria marcar com tapas
ao fodê-la por trás.

Balanço a cabeça para afugentar esses pensamentos e caminho até


ela para lhe abraçar.

— Seja bem-vinda a minha casa, pirralha. — provoco-a — Está


linda — elogio depositando um beijo em sua bochecha, mas na verdade
queria era beijar essa sua boca linda onde se encontra um batom vermelho
sangue que ficaria incrível ao redor do meu pau.

— Obrigada Vicenzo, você também não está nada mal nessa roupa,
nem parece ter a idade que tem. — retruca com um sorrisinho dançando em
sua boca. Adoraria tirá-lo com minha língua.

— Prazer revê-la Samira. — Maria fala ao se aproximar e colocar as


mãos ao redor de minha cintura. — Espero que goste do jantar que
preparamos para você, não é amor? — ela sorrir para mim, entretanto não
retribuo seu sorriso e me afasto dela.

— Melhor irmos para a sala de jantar. — chamo todos e me


direciono até lá.

Noto a cara de raiva de minha querida esposa, mas quero que ele se
dane, não pretendo me estressar com ela esta noite. Nos acomodamos a
mesa e o jantar é servido.

Está presente essa noite: meus pais, Samira e sua família, Nicolo
Esposito o Capo de Milão e sua família, Francesco e Amália DeLuca pais
de minha esposa e Capo de Turim, Maurizio Costa o Capo da Sicília com
sua esposa Bianca e seu filho Gonzalo.

Domenico Ferrari o Capo de Napoli e tio materno de Samira (ele é


viúvo) veio acompanhado de seus filhos Chiara e Giacomo. Minha tia Siena
com seu esposo Giancarlo Ricci o capo de Florença e seus três filhos, Luigi,
Enzo e Beatrice, que veio com seu marido. Os convidei por serem os Capos
das maiores cidades da Itália e com as quais eu preciso reafirmar minha
aliança.
Após me tornar Don achei melhor me mudar para Roma ficando
mais perto dos negócios e empresas legais que temos para lavar nosso
dinheiro, meus pais preferiram continuar morando em Veneza próxima aos
pais de Samira.

Giuseppe por ser meu consigliere se mudou para Roma para estar
mais perto dos nossos negócios também, ele possui um apartamento aqui
próximo a minha mansão.

— Buon appetito. — desejei a todos e comemos em meios a


conversas paralelas.

Não pude deixar de observar que Gonzalo e Giacomo não tiravam


os olhos de Samira e minha vontade era furar os olhos dos dois com o garfo
que tinha em minha mão. Não suporto os olhares de cobiça que ela recebe
dos outros homens, tenho vontade de matar todos os que já a tocaram e os
que a olham com desejo.

Giacomo é primo de Samira. Quando o avô materno de Samira


morreu o irmão mais velho de sua mãe deveria assumir o cargo de capo de
Napoli, mas ele o rejeitou, pois tinha se apaixonado por uma mulher que
não pertencia à máfia, sendo assim não podendo se casar com ela pelas
nossas leis.

Ele renunciou sua posição na família e fugiu para casar com a


mulher que amava, deixando o cargo para seu irmão 10 anos mais novo já
que a mãe de Samira era a filha do meio e não podia exercer tal cargo, uma
coisa machista eu sei, também não aprovo isso, mas as leis na máfia são
bem rígidas com relação à posição das mulheres nela.

Domenico Ferrari assumiu o poder e casou-se com a filha do antigo


capo de Verona, porém ela morreu de câncer quando sua filha mais nova
tinha 7 anos. Depois da morte da esposa Domenico não quis se casar de
novo ele amava muito sua falecida mulher e decidiu criar seus filhos
sozinhos apenas com a ajuda de sua mãe.

Sei que Giacomo tem interesse em Samira, ele não se importa por
ser seu primo (algo que eu acho muito feio e sem noção de sua parte) e já
ouvi Giuseppe comentando que ele queria se casar com ela e isso me tira do
sério.

Ela é minha.

Como ela é sua se você é casado? Ca-sa-do — me bato mentalmente


por pensar assim.

Terminamos o jantar.

Eu junto com os homens fomos ao escritório resolver algumas


pendências e as mulheres se reuniram na sala para fofocar, ou seja lá o que
fazem quando estão sozinhas.

A reunião com os principais Capos foi muito proveitosa, debatemos


algumas estratégias com relação aos carregamentos de armas e drogas que
estavam para serem entregues e solicitei um relatório de nossas
movimentações financeiras a eles.

Voltamos à sala.

— Que tal irmos ao salão dançarmos um pouco e tomarmos um


vinho. — minha mãe ofereceu ao chegarmos a sala e aceitamos.

Foi servido vinho a todos e as mulheres puxaram seus maridos para


dançar.

— Não vai tirar sua esposa para dançar? — Giuseppe perguntou ao


se aproximar de mim.

— Não estou afim. — dei de ombros, meus olhos e desejos eram


somente em sua irmã.

— Pois se não se importa de ficar sozinho... — deixou sua taça de


vinho sobre uma das mesas que estávamos próximas — Vou tirar aquela
gostosa da filha do Capo de Milão para dançar. — deu um sorriso cafajeste
e saiu em direção à moça.
Nicolo Esposito tinha duas filha onde a mais velha já estava na
idade de se casar, suas filhas tinham diferença de idade de 10 anos e a mais
velha era uma jovem muito bonita e será uma boa pretendente para
Giuseppe se ele assim quiser. Ele já tem 34 anos e precisa se casar, pois em
breve tomará o lugar de seu pai e será Capo de Veneza.

Observei os casais dançando e uma movimentação do lado esquerdo


do salão chamou minha atenção, aquele figlio di puttana do Giacomo estava
com uma das mãos nas costas de Samira e falava ao seu ouvido enquanto
ela sorria para ele, uma fúria sem tamanha me domina e quero arrancar suas
mãos por estar tocando-a, sem que eu perceba minhas pernas me levam até
o local em que se encontravam.

— Se me permite gostaria de dançar com essa linda moça. — lhe


dei um olhar que não deixava margem para recusa. Ele já tinha tirado a mão
das costas de Samira então depositei a minha ali a sentindo ficar rígida e
estremecer com meu toque. Ele me deu um sorriso sem graça e saiu nos
deixando a sós.

— Dança comigo? — pedi estendo a mão e olhando em seus olhos.

— Sua esposa pode não gostar. — procurou Maria com os olhos,


entretanto a mesma não estava ali.

— Não me importo com a opinião dela. — fui sincero — E só será


uma dança, Samira. — continuei com a mão estendida aguardando que ela a
pegasse. Assim que o fez uma corrente elétrica passou por meu corpo.

— Espero que não pise no meu pé. — brinquei lhe tirando um belo
sorriso.

— O mesmo vale para você Don Vicenzo. — o tom com o qual


disse as últimas palavras, com meu nome deslizando por seus lábios,
refletiu diretamente no meu pau que pulsou na calça.

A conduzi até o meio da pista de dança, a qual os outros casais já


estavam dançando, e agarrei sua cintura deixando-a bem próxima a mim.
Ela envolveu meu pescoço com seus braços e nesse momento anseie poder
beijá-la.

Me aproximei de seu pescoço e pude sentir seu perfume doce e


marcante, ela se arrepiou e soltou um gemido baixo que refletiu direto no
meu pau o fazendo pulsar novamente e inchar na minha cueca boxer. Merda
estava cada vez mais impossível me controlar, eu estava na frente dos meus
convidados em um jantar intimo com amigos e família com uma ereção
monstruosa no meio das pernas por causa de uma menina que eu não
deveria desejar, mas que eu desejava mais que tudo.

— Você está acabando com minha sanidade pirralha. — soprei em


seu pescoço e fazendo-a se arrepiar ainda mais — Esse vestido está pedindo
para ser rasgado por minha boca — afastei meu rosto de seu pescoço e olhei
em seu rosto vendo-a engoliu em seco — Quando foi que cresceu e se
transformou nesse pecado ambulante? — perguntei descendo minha mão
por sua coluna em um deslizar de dedos bem suave.

Ela soltaoutro gemido baixo.

— Acho que não deveria me dizer essas coisas, Vicenzo. — ela


buscou alguém com os olhos pelo salão — Se bem me lembro, você é
casado e sua mulher está neste exato momento nos olhando como se fosse
me matar.

— Ela não ousaria fazer qualquer tipo de escândalo aqui, afinal


estamos apenas dançando, nada de mais. — apertei mais sua cintura
deixando seus seios fartos prensados ao meu peito e a fazendo sentir minha
ereção.

— Não acho que ela ficaria feliz em saber que o marido dela fica
excitado com apenas uma dança. — levou seu quadril de encontro ao meu
pau deixando bem claro que sabia do meu desejo por ela.

— Não brinca com fogo pirralha. — falei ao seu ouvido — Você


pode não gostar das consequências de me provocar desse jeito. — roçou
mais uma vez em meu pau.
Foi minha vez de gemer.

— Quem disse que eu não gostaria das consequências? — se esticou


um pouco e encostou os lábios em meu ouvido me fazendo arrepiar — Há
tempos eu quero saber do que é capaz Don Vicenzo — sua voz saiu rouca e
sexy.

Porra! Estou quase gozando nas calças só com esse joguinho


sensual.

— Eu gostaria de dançar com meu marido um pouco, Samira, se não


se importar é claro. — Maria falou próxima a nós nos tirando da nuvem de
luxuria que nos envolvia. Quis esganá-la por me fazer se afastar de Samira.

— Claro que não, ele é todo seu. — Samira se soltou de mim e saiu
em direção ao andar de cima da mansão.

— Giuseppe não gostará de saber que quer comer a irmã dele. —


Maria disse ao me envolver com seus braços para dançarmos, coloquei
minha mão em sua cintura mesmo a contra gosto, não podia rejeitá-la na
frente de todos. Querendo ou não ela ainda é minha esposa.

— O que faço da minha vida não é da conta de ninguém. Sou eu


quem manda em tudo aqui não se esqueça disso. — a repreendi — Se me
der licença, tenho coisa s mais importantes para fazer — afasto-me dela. —
Chame seu pai para dançar. — saí do salão deixando uma Maria perplexa
com meu comportamento.

Ela achou que eu não teria coragem de rejeitá-la na frente de todos.

Pois que se foda.

É Samira quem eu quero, e com esse pensamento fui a sua procura.

Por mais que fosse errado eu a teria em meus braços.


Capitulo 21
Ao deixar Vicenzo com sua esposa fui direto para o banheiro no
andar de cima da mansão, pois eu estava precisando de ar e de ficar o mais
longe possível dele, de me afastar para acalmar meu corpo que clamava por
seu toque e seus beijos.

O olhar de Vicenzo estava me queimando, aquelas palavras


sussurradas ao meu ouvido estavam fazendo meu centro pulsar de desejo e
minha calcinha molhar. Seu corpo grudado ao meu durante nossa dança me
deixou acesa, necessitada de mais, necessitada dele.

Eu o queria tanto.

Queria que ele me fizesse sua, que me fodesse da forma que seus
olhos me mostravam que ele quer fazer.

Olhei-me no espelho, estava vermelha e ofegante só de imaginar


suas mãos em mim, seus beijos por meu corpo e seu pau me preenchendo
como desejo há anos. Passei água no rosto para me acalmar, estava de olhos
fechados tentando me livra dos pensamentos nada fraternais com relação a
ele, quando aporta do banheiro bateu.
Abri meus olhos e o vi ali parado me olhando.

— Você não deveria estar aqui, sua esposa está lá fora... — prendo a
respiração quando ele chega mais perto invadindo meu espaço pessoal.

— Gosta de me provocar não é, pequena? — pergunta com seu rosto


bem próximo do meu, tão próximo que podia sentir sua respiração quente
banhando-o.

— Eu... Eu... — a voz não sai, a intensidade de seu olhar sobre mim
faz meu coração errar o compasso.

Há fogo em seus olhos e eu quero me consumir nele.

— Provoca e depois foge. — suas mãos vão para minha cintura e


me puxa para mais perto de si, posso sentir sua ereção em minha barriga.

— Quem brinca com fogo pode se queimar! Seus pais não lhe
disseram isso, pequena? — ele cheira meu pescoço, como fez lá em baixo
na hora que estávamos dançando, e um arrepio passa por minha coluna me
fazendo engolir em seco.

— E quem disse que não quero me queimar? — respondo com o


pingo de coragem que ainda me resta.

Seus olhos ficam ainda mais escuros e intensos.

Ele tira a mão da minha cintura e passeia entre minhas coxas


desnudas no vestido. Prendo a respiração novamente ao sentir sua mão tão
perto do meu ponto necessitado. Meu clitóris pulsa e tento fechar as pernas
no intuito de amenizar o incômodo que sua mão ali provoca entre minhas
pernas.

Contudo, sua mão me impede, estou molhada e necessitada de seu


toque. Desejo que me toque e me faça gozar.

— Você quer se queimar, pequena? — pergunta sussurrando em


meu ouvido. Não repondo e ele morde o lóbulo da minha orelha causando
mais arrepios por todo meu corpo.
— Tão gostosa. — um gemido me escapa ao sentir seu dedo
resvalar por cima da minha calcinha de renda preta me deixando ainda mais
molhada.

A luxúria do momento me deixa entorpecida.

— Qual será o seu gosto? — ele introduz dois dedos dentro da


minha calcinha e fogo perpassa por todo meu corpo.

Mais gemidos me escapam.

— Quero provar você e saber se o sabor de sua boceta é tão bom


quanto seu cheiro.

Seu modo intenso e suas palavras sujas me faz ficar ainda mais
excitada e desejar que ele faça tudo o que está falando.

— Quer sentir minha língua aqui? — pergunta pressionando meu


clitóris.

— Sim... Sim... — minha voz não passa de um sussurro. Preciso me


controlar para não gritar de prazer e mostrar a todos na festa o que estamos
fazendo.

Ele se abaixa com seus olhos cravados nos meus a todo o momento,
levanta uma de minhas pernas colocando-a por sobre seu ombro e me
seguro na bancada da pia para não cair, pois minhas pernas não passam de
gelatinas em suas mãos.

Ele coloca minha calcinha para o lado e no primeiro toque de sua


língua quente em meu clitóris grito devido ao prazer.

— Se gritar eu paro. — ele me olha — Quer que eu pare? —


balanço a cabeça negando, pois nem voz para falar eu tenho mais.

Então ele volta a me devorar com sua língua, mordo minha mão
para impedir que meus gemidos saiam altos, ninguém pode saber o que se
passava ali naquele momento, Vicenzo é um homem casado e toda minha
família está presente na mansão.
As lambidas se intensificam e ele introduz dois dedos em meu canal
me fazendo se contorcer e esfregar minha boceta em seu rosto. Agarro seus
cabelos no intuito de ter um pouco de controle sobre o que ele faz comigo,
ele me chupa forte enquanto me fode com seus dedos em movimentos duros
e certeiros.

Não aguento os estímulos em meu sexo e me desmancho em sua


boca gozando como nunca antes. Ele se levanta ficando a altura de meus
olhos.

— Agora prove seu próprio gosto. — diz antes de devorar minha


boca.

Ele me consome, suas mãos passeiam por todo meu corpo, sua
ereção pressiona meu centro que pulsa ainda mais pelo contato. Agarro seu
terno não querendo perder o contato de seu corpo ao meu.
Passamos alguns minutos nos devorando até que ele se afasta com
beijos leves em meus lábios já inchados pelos seus.
Ele se recompõe, ajeita meu vestido e me dá um último beijo antes
de sair do banheiro me deixando completamente desnorteada com tudo o
que acabou de acontecer entre nós.

Eu estava fodida e nunca desejei tanto isso.


Capitulo 22
Após um tempo no banheiro me recompondo, daquela loucura que
foi ter a boca do Vicenzo em mim, resolvi sair e voltar para a festa. Eu não
podia dar mais bandeira de que algo estava errado ou pior que algo
acontecia entre nós dois.

Ao chegar ao corredor vi minha mãe subindo as escadas.


Provavelmente ela estava a minha procura e por pouco não me pegou
ganhando uma boa chupada do Vicenzo. Que vergonha meu Deus.

— Filha já estava preocupada com sua demora aconteceu algo? —


perguntou ao me ver.

— Não mãe eu... só minha cabeça que começou a doer e eu quis


passar um minuto sozinha — não era exatamente uma mentira já que
realmente queria ficar só.

— E a dor melhorou? Quer ir para casa? — ela realmente estava


preocupada comigo, o que me deixou mal por mentir para ela.

— Melhorou sim, mas eu queria ir para casa se não se importa.


— Vamos falar com seu pai para irmos — pegou minha mão para
irmos até onde meu pai estava.

Ao chegar ao andar de baixo me deparei com uma cena que me


partiu o coração fazendo meus olhos arderem e a vontade de chorar vir a
tona.

Vicenzo estava beijando a esposa, não deveria me sentir assim afinal


ele era casado, todavia meu tolo coração não conseguia entender que ele era
impossível para mim. Que ele era dela e não meu.

O que aconteceu conosco no banheiro me deu esperança, mas para


ele era só uma coisa de momento, era o desejo por alguém que ainda não
tinha sido dele, era o proibido que despertava sua curiosidade, ele nunca
deixaria sua esposa para ficar comigo e no máximo eu se tornaria sua
amante. Quis morrer ao ter a realidade bem clara em minha mente.

Eu era apenas uma garota ingênua de 23 anos que passou 5 anos


fora por não suportar vê-lo com outra enquanto ele era o Don de uma das
máfias mais poderosas do mundo.

Como eu poderia exigir algo dele? Como poderia confessar que


sempre o amei? Eu era realmente muito boba por querer isso. E não tenho
opção que não esquecê-lo.

— Mãe, eu vou andar um pouco pelo jardim enquanto papai termina


de conversar para irmos embora, tudo bem? — ela concordou coma cabeça
e eu beijei sua bochecha.

Saí em direção ao jardim, precisava me recompor, pois ninguém


poderia me ver assim ou eu teria que dá explicações coisa que eu não estava
a fim de fazer. Estava tão envolvida com minha dor que não percebi alguém
se aproximar, assustei-me ao notar Luca próximo a mim, ele estava fazendo
nossa segurança essa noite.

— Isso já está se tornando comum — falei observando o lago —


Por que nosso coração insiste em ser tão tolo? Por que ele tem que se
apaixonar por quem não deve? — uma lágrima escorreu por meu rosto.
— Queria ter essas respostas, menina. — o olhei — A vida seria
mais fácil se pudéssemos escolher quem amar — a dor em sua voz tocava
meu coração.

— Quem o machucou tanto, Luca?

— Não é um assunto no qual eu goste de tocar, eu... — suas


palavras morreram ao ouvirmos tiros sendo disparados em nossa direção.

— Se abaixa, Samira — Luca gritou pegando sua arma e atirando


de volta.

— Porra. — praguejou ao ver que eram muitos.

Os tiros se intensificaram e tentei correr em direção à mansão, mas


uma mão agarrou meu braço me impedindo, gritei por medo de que algo me
acontecesse ao mesmo tempo em que ouvi o som de um disparo e vi o
homem que me segurava cair morto com um tiro certeiro na testa, procurei
de onde saiu o tiro e vi Giuseppe com uma arma apontada na nossa direção.

— Corra para dentro da mansão e fique no quarto no andar de cima.


as outras mulheres estão lá com Enzo fazendo a segurança delas — ordena
ao chegar próximo a mim.

Corri para dentro dá mansão tentado desviar das balas que


ricocheteavam ao bater nas paredes e pilastras da mansão, olhei em volta e
vi os soldados de Vicenzo assim como ele, Giuseppe e os outros Capos
tentando abater os invasores, meu coração disparou ao pensar em algum
deles feridos.

Eu não podia simplesmente me esconder enquanto pessoas que amo


corriam perigo e poderiam morrer durante essa invasão.

Eu sabia que não era certo desobedecer a ordem do meu irmão e que
o que eu estava fazendo poderia me colocar ainda mais em perigo, mas eu
precisava tentar algo, eu precisava ajudar de alguma forma. Fui em direção
à cozinha buscando algo que pudesse ferir quem se aproximasse de mim e
peguei uma faca caminhando com ela em punho até a sala.
Vi quando um dos invasores tentava pegar uma das filhas do Capo
de Palermo, não pensei duas vezes e parti para cima dele cravando a faca
em suas costas fazendo-o cair morto, abaixei para ficar a altura da menina
que chorava descontroladamente ela não devia ter mais que 8 anos.

— Já passou, princesa — a puxei para meus braços — Vamos atrás


da mamãe? — perguntei e ela apenas balançou a cabeça agarrando-se ao
meu pescoço e tremendo de medo.

Me levantei com ela no colo e fui em direção ao andar de cima da


mansão, as mulheres estavam em um dos quartos nesse andar foi isso que
dissera meu irmão. Raiva me consumiu por saber que deixaram a menina
para trás enquanto se escondiam e salvavam as próprias vidas. Bando de
egoístas.

Ao chegar ao andar de cima pude ver outro invasor tentado abrir a


porta do quarto em que elas estavam, no chão em frente a porta estava Enzo
morto com um tiro na testa, tapei a boca da menina para que não fizesse
barulho e chamasse a atenção do invasor para nós.

Abri a porta do banheiro, que ficava no início do corredor, e com


cuidado entrei com ela que soluçava de tanto chorar. A coloquei no chão e
olhei em seus olhos.
— Você vai ter que ficar aqui por um momento, está bem? — ela
balançou a cabeça em afirmação — Boa menina, eu vou trazer sua mamãe,
mas tem que me prometer que não sairá daqui, promete?
— Prometo — confirmou com sua vozinha assustada. Beijei sua
cabeça e saí rezando para que ninguém a fizesse mal até o ataque acabar.

Teria que dar um jeito de matar o invasor que estava no corredor


para poder chegar ao quarto ao qual estavam as outras mulheres, procurei
algo que poderia machuca-lo ou até matá-lo e encontrei uma escultura de
ferro em cima de uma mesinha próxima ao banheiro.

A peguei e parti para cima dele que caiu ao levar a pancada em suas
costas derrubando a arma que estava em sua mão. Tentei correr para ver se
estava tudo bem com minha mãe e as outras mulheres, mas senti meu pé ser
puxado fazendo-me cair no chão, gemi de dor causada pelo impacto da
queda.

O homem que pensei ter matado se levantou e voou para cima de


mim me dando um tapa no rosto, me debati debaixo dele e consegui lhe
acertar um chute no meio das pernas fazendo-o cair ajoelhado devido a dor,
isso acabou me dando tempo de pegar sua arma atirar nele.

Mirei em sua cabeça e atirei, fechei os olhos e meu corpo foi para
trás com o impacto do tiro, não parei para analisar o que tinha acabado de
fazer e corri para o quarto batendo freneticamente na porta.

— Mãe! — chamei — Sou eu Samira, abre a porta, por favor. — a


porta foi aberta minha mãe estava com o rosto banhado de lágrimas a
abracei forte e me permiti chorar pelo que tinha acabado de acontecer.

— Você viu minha filha? — perguntou Sarah a esposa do Capo de


Palermo — ela correu ao ouvir os tiros — ela chorava compulsivamente
— Eu queria ir atrás dela, mas Giulia não me deixou sair, pois eu poderia
ser morta também. — se justifica.

— A encontrei quando uma dos invasores tentava machucá-la.

— Ai meu Deus! — exclamou com a mão na boca fechando os


olhos angustiada.

— Ei — a chamei — Ela está bem! Eu a tranquei no banheiro aqui


do corredor. — ela me deu um olhar agradecido — Vem vamos pegá-la. —
peguei em sua mão e a conduzi até o banheiro onde se encontrava sua filha.

— Ela está aqui. — abri o banheiro e entrei.

— Princesinha? — chamei-a — Pode sair sua mamãe está aqui. —


ela saiu de dentro da banheira a qual estava escondida e correu para os
braços de sua mãe a apertando bem forte. As duas choravam muito.

— Obrigada, muito obrigada. — pegou minha mão e apertou em


forma de agradecimento — Vamos ver o papai filha. — vi as duas sair do
banheiro e me sentei na tampa do vaso sanitário com as mãos na cabeça.

Eu matei não só um, mas dois homens hoje e sujei minhas mãos de
sangue me tornando aquilo que tanto julgava e temia: uma assassina.

Todavia não me arrependo do que fiz e faria novamente se fosse


preciso. Eu mataria de novo se fosse para salvar um inocente, isso era fazer
parte da máfia. Matar ou morrer, não havia outra opção.
Capitulo 23
Saí do banheiro desnorteado depois de ter feito algo que eu jamais
poderia ter feito.

Eu sou casado e na máfia não se aceita traição. Não deveria ter


cedido ao meu desejo por Samira, é errado, mas como resistir quando ela
me provoca, seu corpo é um convite para o pecado, pecado esse que quero
muito cometer. Seus lábios e olhos são pura luxuria e eu quero muito me
perder neles.

Ainda posso sentir seu cheiro, seu gosto, e que gosto parecia que
estava tocando o céu ao desfrutá-la daquela maneira, ao ter sua boceta
gozando em minha boca. Meu pau está mais duro que pedra e louco para
me enterrar naquela bocetinha linda e gostosa que ela tem.
— Porra! — suspiro frustrado com meus pensamentos em
desordem.

Respiro fundo tentando me acalmar e fazer com que meu pau abaixe
para poder voltar ao salão, mas nada acontece ele teima em continuar duro e
mesmo não querendo terei que bater uma para me aliviar.
Com isso em mente me encaminho até meu quarto, entro no meu
banheiro, abro o zíper da minha calça, livro meu pau de sua prisão dentro
da cueca e começo a me masturbar com imagens da boceta da Samira em
minha mente, não demora muito e gozo chamando seu nome.

Me limpo e volto para o salão, busco Samira, mas não encontro-na e


quando vou perguntar dela para seu pai, Maria me intercepta e se agarra a
mim.

— Você demorou, meu amor, espero que não tenha ido fazer nada
errado com a irmã de seu consigliere. — seu tom é de ameaça.

Olho-a incrédulo por tamanha audácia de sua parte.

— O que estava fazendo e com quem não lhe diz respeito, e não use
esse tom de voz de novo, comigo você não gostará das consequências que
receberá ao usá-lo. — digo frio, meu tom de voz é ameaçador o que faria
qualquer um fugir para o mais longe possível.

Ela engole em seco.

— Filho, está tudo bem por aqui? — meu pai pergunta ao se


aproxima de nós.

— Claro, sogro, está tudo maravilhosamente bem — Maria diz


dando-lhe um de seus sorrisos falsos — Não é meu amor? — se inclina e
me beija, eu agarro sua cintura e retribuo o beijo para ninguém desconfiar
de nosso embate de segundos atrás.

— Fico feliz em ver que vocês estão melhorando a relação. — meu


pai comenta sorrindo para nós, mas minha vontade é de dizer que quero me
livrar de Maria o quanto antes.

Não a suporto.

— Vamos conversar com os outros Capos — me afasto da minha


esposa e sigo com meu pai para onde os outros se encontram.
Estávamos discutindo algumas ações contra nossos inimigos quando
tiros foram ouvidos do lado de fora da mansão.

— Mas que porra está acontecendo? — praguejo Já correndo em


direção ao armário de armas que fica no meu escritório. Os outros homens
me acompanham.

— Giuseppe, ordene a Enzo que leve as mulheres para um dos


quartos no andar de cima e fique de vigia que logo enviarei mais homens
para lá.

— Pai, o senhor com os outros Capos peguem armas e fiquem a


postos para o caso de invadirem a mansão.

— Chefe, nossos soldados foram abatidos e a mansão invadida —


Luigi entra no escritório armado trazendo notícias do que está acontecendo.

— Merda! — me viro para os Capos presentes — Vou precisar de


vocês para matar os invasores. Sei que trouxeram poucos soldados, mas os
que estão aqui nos ajudarão.

Eles concordam com um menear de cabeça.

— Peguem as armas que quiserem e vamos lá fora acabar com esses


filhos da puta. Mostrarei o porquê me chamam de demônio — Saio do
escritório pronto para matar qualquer um que atravesse meu caminho.

Dou ordens para os soldados que ainda estão vivos para atirarem
primeiro e perguntar depois e saio da mansão junto a Giuseppe, há muitos
invasores e já posso ver o estrago que me causaram, tive muitos soldados
abatidos por esses filhos da puta que nos pegaram desprevenidos.

Alguém facilitou a entrada deles e os avisaram que teria outros


capos presente em minha mansão hoje e eu vou descobrir e acabar com
quem fez isso.

Ao longe vejo Samira correr para dentro da mansão. Porra, o que ela
estava aqui fazendo aqui fora?
— Giuseppe — grito e ele olha na direção que aponto —, a Samira.

— Merda. — pragueja correndo a seu encontro, vejo um dos


invasores segurar seu braço, mas Giuseppe o mata antes que possa fazer
algum mal a ela.

Ele volta a ficar do meu lado, mas acho melhor nos separarmos,
atiro em um dos invasores que estava pronto para matar Giuseppe e ele me
dá um olhar agradecido. Mais tiros são disparados na nossa direção e me
escondo dentre os arbustos do jardim.

Vejo o Capo de Palermo e Francisco matarem mais dois. Atiro em


mais alguns tentado não matar todos, pois preciso de respostas e nada
melhor do que tortura para obtê-las. Após ter neutralizado o ataque entro na
mansão para contabilizar os prejuízos.

Muitos soldados foram mortos incluindo Enzo que estava fazendo a


segurança das mulheres. Fiquei abismado ao saber que Samira matou dois
dos invasores, ela realmente mudou e não é mais aquela garotinha boba que
não gostava de violência, o que aconteceu com ela no Brasil a modificou
muito.

Tivemos que chamar nosso medico para cuidar do Capo de Palermo


que levou um tiro na perna, Luca o segurança de Samira também foi ferido,
porém à bala o acertou de raspão.

Agora estou aqui no meu escritório rodeado dos funcionários que


sobreviveram e tentando entender como porra isso pôde acontecer sendo
que pedi para reforçar a segurança e conferir as câmeras para que nada
saísse do nosso controle esta noite. E que foi justamente o que aconteceu.

— Como diabos nós tivemos uma invasão dessa magnitude? —


pergunto a Luigi.

— O alarme foi alterado, chefe, e as câmeras de segurança também,


provavelmente algum hacker invadiu nosso sistema. — ele falou de forma
profissional, mas sei que está sofrendo pela morte do irmão.
— Essa merda só piora — Giuseppe que está ao meu lado suspira
frustrado com tamanha ousadia dos nossos inimigos.

— Eu gasto rios de dinheiro com uma droga de sistema ante invasão


de alta qualidade e essa merda não funciona quando deve? — eu quero
matar o responsável por isso.

— Senhor me desculpe. A culpa foi minha, pois não consegui


impedir que um hacker invadisse nosso sistema e prejudicasse nosso
programa. O programa que ele usou é novo e não consegui bloquear. Sinto
muito. — um jovem com cara de nerd se põe a frente e me explica o que
aconteceu.

— Se me der a oportunidade de me redimir por tal falha, eu posso


pedir ajuda para uma amiga que também é hacker. Ela tem um programa
que consegue rastrear quem invadiu nosso sistema sem ser detectada, ela é
ótima com invasão de sistemas.

— Ela é da máfia? — pergunto porque não vou confiar em qualquer


um. O que aconteceu hoje é a prova de que eu devo ser ainda mais
cauteloso.

— Sim, ela é filha de um soldado e nós fazemos faculdade de TI,


juntos, mas ela desenvolveu esse programa fora da faculdade e pode nos
ajudar a descobrir quem está por trás dos ataques ao nosso sistema
operacional.

— Tudo bem, a chame para nos ajudar e se ela for tão boa quanto
você diz, talvez eu a contrate. E se ela não conseguir descobrir nada, eu
matarei os dois. — ele engole em seco — Pode ir — ele sai praticamente
correndo.

— Marcos, — chamo o soldado responsável pela segurança de


Maria, mas que hoje ficou responsável pela segurança da mansão. — Eu o
deixei responsável por reforçar a segurança, já que Luigi e Giuseppe iriam
buscar os Capos no aeroporto, então o que aconteceu?
— Tínhamos inimigos infiltrados no meio dos soldados que designei
para a segurança dessa noite chefe, eles mataram os guardas do portão e
facilitaram a entrada inimiga.

— Uma dúvida. Você não investigou a porra da lealdade deles? —


grito consumido pela fúria. — Como não desconfiou que fossem inimigos
infiltrados? — eu queria descontar minha fúria nele por sua incompetência.

— Eu investiguei a todos, chefe, contudo as informações eram


falsas, provavelmente feitas pelo mesmo hacker que invadiu o sistema —
ele não desviou nem por um minuto seu olhar do meu me demostrando não
me temer e isso me chamou a atenção.

— Algum dos invasores ficou vivo? — viro-me e pergunto a Matt,


um de meus soldados.

— Sim chefe, dois sobreviveram e estão presos no galpão no fundo


da mansão.

— Vá para lá e prepare tudo que em 10 minutos estarei lá com


Giuseppe para uma "conversa" com eles. — Podem sair e arrumem toda a
bagunça causada pelo ataque — ordeno aos funcionários presentes nessa
pequena reunião.

— Luigi, contrate mais soldados. Tivemos uma baixa considerável e


precisamos de reforços, pode solicitar a outros Capos se necessário. — ele
se vira para sair, mas o chamo.

— Outra coisa, providencie mais armas e munições também. — ele


assentiu e se retirou do escritório ficando só meu pai, Francisco, Giuseppe e
os Capos.

— Temos que nos reunir com nossos aliados, Vicenzo. — meu pai
fala pela primeira vez desde que entramos aqui.

— Farei isso amanhã mesmo. — olho para os Capos — Podem se


recolher, suas esposas e filhos estão os aguardando, amanhã estará tudo
pronto para que possam voltar as suas respectivas cidades em segurança. —
eles se despendem e saem.

— Essa porra é fodida. — exclama Giuseppe.

— As coisas ficarão difíceis de agora em diante. Precisamos saber


quem está por trás dos ataques o mais rápido possível. A Bratva não está
sozinha nisso e temos infiltrados em nosso meio. Temos que descobrir
quem é e qual seu plano para conosco. — o pai de Giuseppe fala se
sentando no sofá ao lado de meu pai.

— Sei disso, Francisco. — falo e vou ao armário de bebidas só uma


dose de uísque para limpar minha mente — Servidos? — ofereço
mostrando a garrafa e somente Giuseppe aceita.

— Eu preciso ver como Samira está, o que ela teve de fazer mexerá
com sua mente — Francisco comenta com a cabeça baixa quase entre as
pernas.

— Ainda me custa acreditar no que ela fez. — disse suspirando e se


jogando no sofá com os olhos fechados.

— Nossa menina cresceu, Francisco — meu pai fala batendo em seu


ombro, ele a tem quase como uma filha.

O que me torna ainda mais um fodido por desejá-la como mulher.

— Sim, e eu estou muito orgulhoso dela — um sorriso surgiu em


seus lábios.

— Luca irá ensiná-la a lutar e atirar. — o comentário de Giuseppe


me faz trincar os dentes e ferver de raiva, não gosto de saber que terá outro
homem tocando na minha garota, mesmo que seja só para ensiná-la a lutar.

Minha garota — rio internamente por pensar assim.

— Vou ver minhas meninas — Francisco fala se levantando.


— Também preciso ver sua mãe, filho, amanhã nos falamos. — eles
se despedem e saem do escritório.

— Vamos ter uma conversinha com os filhos da puta que


sobreviveram. — bato nas costas do meu amigo e consigliere — Tenho
muita raiva para descarregar e eles serão meu saco de pancada hoje. —
sorrio como o maníaco por sangue que sou.

— Também estou louco por uma brincadeira... Digamos... Mais


pesada. — fala admirando uma de suas facas, ele é pior que eu no quesito
tortura.
Capitulo 24
Saí da mansão do Vicenzo puto da vida, estava tudo indo
perfeitamente, Andreas tinha conseguido invadir o sistema e desativar o
alarme e as câmeras de segurança.

Matt, meu infiltrado, tinha apagado o guarda do portão e permitido a


entrada dos homens do Ivan Petrov, mas não contava que os Capos iriam
revidar o ataque com Vicenzo.

Apesar de ter dado uma boa baixa nos homens dele, Vicenzo
consegui reverter o ataque e saiu ileso, assim como os outros, nem Samira
consegui sequestrar. Além de tudo ter dado errado, levei uma chamada na
frente dos outros funcionários.

Saí puto da mansão e fui direto me encontrar com Ivan e Vladimir


eles não querem mais me ajudar devido os soldados que perderam e a
guerra que arrumaram com a Máfia Grimaldi, pois com certeza os homens
dele que foram pegos abrirão o bico e os entregarão.

— Porra! — suspiro frustrado.


Estou no meu apartamento já quebrei um boa parte do meu
escritório para descontar a raiva que estou sentindo.
Tenho que pensar em algo.

Saio do escritório, vou até a cozinha e ordeno que minha faxineira


arrume a bagunça que fiz.

Já no quarto envio uma mensagem para Maria querendo saber como


está as coisas na mansão.

Pietro: Como estão as coisas por ai?

Maria: Não tão bem como eu gostaria. Samira se tornou uma


heroína ao matar dois dos homens do Ivan .

Pietro: Porra! Como ela fez isso? Nem imaginava que sabia atirar.

Maria: Pelo que eu entendi, saber ela não sabe, mas ou atirava ou
morria, optou pela primeira opção e teve sorte de principiante.

Pietro: As coisas saíram um pouco do controle. Ivan quer cair fora.

Maria: Que droga, Pietro. Terei que aguentar essas pessoas por
quanto tempo ainda?

Pietro: Também queria já ter me livrando deles, porra, mas não é


tão simples assim. Você não ajuda muito com suas cobranças. Vou dormir
tchau!

Não esperei sua resposta e desliguei o telefone. Minha paciência


estava por um fio e suportar as reclamações dela não ajudava em nada.

Fui ao banheiro e tomei um banho, pois precisava relaxar. Após o


banho, vesti uma cueca e me joguei na cama, peguei o celular novamente e
dessa vez liguei para minha mãe.

Elena: Lembrou-se que tem mãe — revirei os olhos para seu drama.
Pietro: Eu ando muito ocupado, mãe, só queria saber como a
senhora está.

Elena: Ainda com essa história de vingança, filho? Esquece isso e


tente ser feliz.

Pietro: Não posso, mãe, e a senhora sabe disso. Eles acabaram com
nossa vida e precisam pagar por isso.

Elena: Isso pode acabar te matando, Pietro, eu já perdi coisas


demais na minha vida e não quero te perder também.

Pietro: Nada acontecerá comigo, mãe, não se preocupe.

Elena: Te amo filho. Cuide-se e volte para mim.

Pietro: Também te amo mãe.

E isso era verdade. Ela era a única pessoa que eu amava e eu me


vingaria por tentarem matá-la comigo ainda em seu ventre.

Desligo e fico deitado na cama olhando para o teto. Sinto falta da


minha mãe, ela ficou morando em Torino com a prima e desde que eu vim
para Roma, colocar em prática minha vingança, só nos vimos duas vezes e
só nos falamos pelo celular. Ainda passei algumas horas embolando na
cama e pensando em outra forma de acabar com Vicenzo antes de
finalmente pegar no sono.

Cinco dias após o ataque a mansão de Vicenzo. Ivan Petrov me


ligou dizendo que duas de suas boates tinham sido invadidas e as meninas
que sequestramos haviam sido resgatadas, dentre elas a amiga de Samira.

Ivan estava furioso e me ameaçou por não o avisar do ataque. Tive


que viajar para Torino e ver minha mãe que estava doente e eles armaram o
plano de resgate nos dias que fiquei fora. Mas uma vez meu meio-irmão
fodeu comigo e eu precisava agir rápido antes de ele descobrir que sou eu a
pessoa por trás dos ataques e quem está tentando matá-lo.
A puta sonsa da Maria nem para me falar o que estava acontecendo,
aquela idiota não conseguia enganar o marido para tirar informações. Burra!

Preciso dar um tempo nos ataques para poder criar um novo plano.
Vou deixar Vicenzo pensar que está tudo tranquilo e aí eu darei a cartada
final acabando com ele de uma vez por todas.
Capitulo 25
Há momentos em nossa vida que é importante uma reflexão. E é o
que estou fazendo nesse momento deitada em minha cama olhando para o
teto e relembrando tudo o que me aconteceu nos últimos 5 anos.

Confesso que teve dias nos quais desejei não ter nascido na máfia e
pôde ter sido uma garota normal que sai com amigas para a balada. Sem
precisar estar rodeadas de seguranças, uma garota que pode ir a onde quer e
com quem quiser sem ter que ficar com medo de ser sequestrada ou de um
ataque que a mate em segundos.

Uma que fica fofocando sobre roupas e garotos com as amigas sem
elas te temerem por você fazer parte de uma organização criminosa.

Eu queria não ter que enfrentar homens armados para sobreviver,


mas o que eu realmente queria era não amar um homem casado.

Anteontem foi um desses dias, após todo o desenrolar do ataque que


resultou em várias mortes, duas delas causadas por mim, um capo e alguns
soldados feridos, eu vim para casa com meus pais.
A conversa com meu pai não foi das melhores, pois ele não me
queria com as mãos sujas de sangue, contudo entendeu que fui forçada a
isso e estava orgulhoso de mim.

O capo de Palermo ficou muito agradecido por eu salvar sua filha,


ele foi um dos que se feriram no ataque. Giacomo, meu primo, teceu
elogios sobre mim após todos saberem o que eu tinha feito e confesso que
sua insistência em ser gentil só para me agradar e me fazer vê-lo como um
bom pretendente me incomodou.

Não gosto de ser o centro das atenções e muito menos de um que


quer me ter como sua mulher. Ao chegar a casa esse incomodo tornou-se
frustração, papai me contou que ele quer pedir minha mão em casamento,
mas deixou claro que a escolha era minha e Giacomo teria de falar comigo
sobre suas intenções e que se eu não o quisesse como meu pretendente que
ele não insistisse, pois meu pai nunca me obrigaria a se casar.

Saber que meu pai deixou isso claro para meu primo foi um alívio
para mim, pois eu nunca me casaria com Giacomo, e não é pelo fato dele
ser meu primo, coisa que eu acho estranho, mas sim porque meu coração já
pertence a outro.

Eu deveria aceitar seu galanteio ou de outro jovem solteiro que faz


parte de nossa máfia, seria até uma forma de esquecer Vicenzo, Giacomo é
um homem bonito e jovem tem apenas 28 anos, mas não me sinto atraída
por ele, ou por qualquer outro dos meus possíveis pretendentes e depois do
que aconteceu entre mim e Vicenzo no banheiro de sua mansão será inda
mais difícil me atrair por outro homem.

As sensações que ele me fez sentir só com sua boca foram únicas e
só de lembrar de como ele tomou meu centro em sua língue, meu corpo fica
quente e meu centro pulsa de desejo de o ter nele de novo.

Reviro na cama e suspiro frustrada passando a mão pelo meu rosto,


isso errado.

Resolvo dar um basta em meus pensamentos com relação ao


Vicenzo e sair para tomar café da manhã na cafeteria próxima a minha casa,
luca queria começar hoje minha aula de defesa pessoal e tiro, porém como
ele foi ferido ontem tentando me proteger resolvi deixá-lo melhorar para
podermos começar as aulas, o tiro que levou foi de raspão, todavia quero
que esteja 100% curado antes de se esforçar para me dar as aulas.

Antes de tomar banho para ir à cafeteria, ligo para Andreia, minha


amiga e filha de um dos soldados de meu pai, e pergunto se ela quer ir
comigo. Não quero ir sozinha e sem falar que preciso ficar por dentro de
tudo o que aconteceu na máfia nesses 5 anos que estive fora, tenho que
reunir informações para pedir ajuda a Luca e encontrar Ana, e nada melhor
do que pegar essas informações com ela.

Andreia é uma garota que adora está rodeada de gente e bem


informada, ela é linda, alta e magra e sempre chamou a atenção dos
homens, usando isso a seu favor para pegar informações dos soldados que
lhe contam tudo o que se passa na máfia em troca de alguns beijos.

Inclusive, ela já ficou com meu irmão Giuseppe, mas ela é livre e
não se a pega a ninguém.

Respiro fundo e tento não deixar a tristeza me dominar. Pensar em


Ana me deixa mal.

Como será que ela está? — pergunto-me enquanto procuro uma


roupa para vestir e ir tomar café com Andreia.

Que saudades de você Ana, do seu jeito extrovertido e carinhoso, de


nossas risadas e até das brigas por besteira — enxugo uma lágrima que
me escapa e vou ao banheiro tomar banho e em arrumar para sair. eu
preciso dar um jeito de trazê-la de volta.

Tomo meu banho e me troco vestindo uma calça jeans azul e uma
blusa de mangas na cor branca. Coloco uma jaqueta também jeans na cor da
calça e pego minha bolsa saindo do quarto.

Ao chegar do lado de fora da casa vejo Mateo e Luca conversando.


Aproximo-me deles.
— Bom dia, meninos. — cumprimento-os e eles fazem uma careta
por chama-los assim.

— Samira, não tem nada de menino aqui. — Mateo fala com seu
sorrisinho cafajeste de sempre.

Reviro meus olhos.

— Queria avisar que irei com Andreia tomar café na cafeteria aqui
perto. — no momento em que falo seu nome, a mesma aparece no portão
junto com seu pai.

— Samiraaa — ela vem quase correndo me abraçar. — Que


saudades — ela me abraça bem forte. passei 5 anos longe e entendo sua
reação ao me ver. — Está mais linda que nunca.

— Você também esta linda, Andreia, amei o cabelo — elogio, pois


ela está com o cabelo na altura dos ombros agora. Antes ele era longo e
chegava quase na altura de sua bunda.

— Bom dia, Senhorita Samira — o pai de Andreia me cumprimenta


e aceno para ele sorrindo.

— Bom dia! Vamos? — saímos de mãos dadas acompanhadas de


Luca e Mateo. Fomos a pé mesmo porque a cafeteria é bem próxima a
minha casa.

Em 15 minutos estamos na cafeteria fazendo nossos pedidos. Eu


pedi croissant recheado com chocolate e um cappuccino e Andreia pediu
uma fatia de Palha italiana e suco de laranja. Enquanto nosso pedido
chegava ela me falou sobre alguns ataques as boates de Vicenzo e que seu
relacionamento com a esposa não anda dos melhores.

Que muitos dizem que o casamento deles é uma fachada e por um


momento eu quis acreditar nisso com todas as minhas forças.

Nosso pedido chegou e passamos a nos deliciar com os doces.


Enquanto comemos eu contei a ela tudo o que me aconteceu no Brasil e vi
uma expressão de choque e tristeza se apossar de seu belo rosto, choramos
juntas pelo que poderia ter me acontecido se Nicolas, irmão de Ana, não
tivesse aparecido e me salvado. Choramos também pelo sequestro de minha
amiga e o que deve está acotecendo com ela.

O conforto que recebi de sua parte aqueceu meu coração.

Conversamos mais um pouco antes de eu pagar a conta e sairmos da


cafeteria. Quando já estávamos do lado de fora do lugar nos despedindo
ouvi meu nome ser chamado. Meu corpo se ficou um pouco rígido ao
reconhecer a voz da pessoa que me chamava e Andreia segurou minha mão.

— Samira. — a pessoa tornou a me chamar e me virei e dando de


cara com ninguém menos que Nicolas, irmão de Ana.

— Preciso de sua ajuda para resgatar Ana. Ela foi sequestrada pela
máfia russa e não tenho mais ninguém a quem recorrer — sua expressão era
de desespero.

— Nicolas... — estava um pouco chocada por vê-lo ali.

Eu passei dias tentando entrar em contato com ele e ele sempre me


ignorava. E agora estava na minha frente pedindo por algo que lhe ofereci
assim que ele foi me ver no hospital depois de sua irmã ser sequestrada.

— Por favor, me perdoa pela forma como eu saí do hospital no dia


seguinte ao sequestro dela, mas saber que você era da máfia e que minha
irmã estava em perigo por estar com você me desnorteou.

Ele suspirou e passou as mãos pelo cabelo.

Eu sabia estar sendo difícil para ele esse pedido, afinal ele era um
policial e eu uma mafiosa, além de que sua irmã foi sequestrada por minha
culpa e eu tinha quase certeza disso.

— Eu compreendo, Nicolas, e também quero achar Ana, podemos


nos ajudar a encontrá-la.
Luca e Mateo que até então estavam fazendo nossa segurança de
longe se aproximaram de nós e cumprimentaram Nicolas, eles já o
conheciam e tinham uma certa afinidade pelos 5 anos que passamos lá no
Brasil com Nicolas sempre próximo à (nós) por ser irmão de Ana.

Notei que Andreia olhava para ele encantada, não era para menos,
Nicolas deixava qualquer mulher babando por sua beleza, ele era moreno,
com costas largas e braços fortes sem falar em sua altura um metro e
noventa de pura beleza e gostosura.

Os apresentei.

— Andreia, esse é Nicolas irmão de Ana. — Nicolas, essa é


Andreia, minha amiga aqui na Itália.

— Ah! Quer dizer que é, você, o salvador da Samira? — fala


sorrindo para ele e estende a mão.

— Prazer e muito obrigada por salvá-la. — ela me olha com


carinho.

— Prazer só na cama. — Nicolas diz pegando a mão dela e beijando


o dorso. Andreia cora.

Pela primeira vez presencio Andreia corar com a cantada de um


homem.

Sorrio.

— E não tem nada que me agradecer. Samira é amiga da minha


irmã e posso considerá-la minha também. — Ele me olha sorrindo e depois
pisca para ela e beija seu rosto deixando uma Andreia encantada com ele.

— Vamos até minha casa. Lá poderemos conversar melhor — falo a


ele — Você vem conosco Andreia?

— Até gostaria, mas tenho aula na faculdade hoje.


— Tudo bem então, depois conversamos — beijo seu rosto e me
despeço dela.

— Tchau linda foi um prazer te conhecer — Nicolas se inclina dá


um beijo demorado em sua bochecha e dá uma piscadela ao se afastar.

— Para de flertar com minha amiga, Nicolas — o repreendo e o


puxo pelo braço para irmos a minha casa.

Temos que ver um plano para resgatar Ana.

Ele apenas sorri e acena com a cabeça vendo minha amiga se afastar
de nós.

— Ela é gostosa fazer o quê. — ele dá de ombros e eu e os meninos


sorrimos de sua cara de pau.

Chego em casa acompanhada de Nicolas e me encaminho direto


para o escritório do meu pai. Bato na porta e entro encontrando ele e meu
irmão conversando tranquilamente enquanto tomam uísque.

— Pai — o chamo — Eu preciso falar com o senhor — ele e meu


irmão ficam olhando de mim para Nicolas.

— O que ele está fazendo aqui? — meu irmão pergunta.

— Preciso da ajuda de vocês para resgatar minha irmã, nas minhas


investigações lá no Brasil, descobri que ela foi sequestrada pela Bratva e
que provavelmente está em uma das casas de prostituição de Ivan Petrov. —
ele aperta os punhos e sua raiva pode ser sentida a quilômetros.

— E o que você quer que façamos? — meu pai pergunta. — Não


podemos criar uma guerra com eles.

— Sei que ir de encontro à outra máfia é declarar guerra, porém


também sei que a máfia de vocês não aceitam prostituição de menores ou
mulheres que não querem estar nesse mundo de sexo por dinheiro. Mas eu
não tenho a quem mais recorrer para conseguir tirar minha irmã das mãos
daqueles monstros e trazê-la de volta para mim. — fala sem desviar o
olhar de meu pai e meu irmão.

— Pai, o senhor pediu para eu não me envolver, mas é minha amiga.


Ela não escolheu essa vida foi jogada nela e sem falar que poderia ser eu a
estar no lugar dela se não fosse Nicolas a me salvar aquele dia — eu já
estou chorando aflita para que eles me ajudem — Por favor, por mim. Eu
sei que vocês moveriam céu e terra para me achar se fosse eu no lugar dela
então façam isso por mim. Ajudem-nos a encontrar minha amiga, pai, eu
suplico.

— Serei sempre grato pelo que fez pela minha filha rapaz — meu
pai diz com o olhar cheio de gratidão. — Se não fosse por você talvez eu
não a tivesse comigo hoje. — O semblante do meu pai se tornou triste.

— Se está tão agradecido me ajude a achar minha irmã. — pediu


Nicolas.

Meu irmão nos olha e diz a palavra que tanto quero ouvir.

— Ajudaremos! — Giuseppe fala e corro para abraçá-lo. Ele me


abraça de volta e beija meu cabelo. — Falarei com Vicenzo, já estamos
investigando os sequestros, pois jovens daqui da Itália teve o mesmo
destino de sua irmã e foram levadas sem a permissão delas para se tornarem
prostitutas nas boates clandestinas de Ivan Petrov. — posso sentir a fúria do
meu irmão ao dizer isso.

— Obrigada. — digo sentindo a esperança encher meu peito.

— Não tem porque me agradecer, princesa. — ele beija minha testa.


— Serei sempre grato a Nicolas por lhe salvar e eu não poderia deixar de
ajudá-lo.

— Obrigado — Nicolas fala ao ter os olhos de Giuseppe em sua


direção.

— Nos conte tudo que já descobri — meu pai o chama para que
passe todas as informações apurada com relação aos sequestros.
Ele se senta no sofá do escritório do meu pai e ficamos um bom
tempo discutindo e comparando as informações que já temos e buscando a
melhor forma de invadir o território da Bratva e resgatar Ana.

Ela voltará para nós eu sei que sim.


Capitulo 26
Uma semana se passou desde que descobrimos que as meninas
sequestradas são mandadas para boates diferentes e que a Bratva está
diversificando suas prostitutas. Descobrimos que além dos sequestros
também estão por trás dos ataques nas boates e do roubo de alguns
carregamentos de drogas de Vicenzo.

Ao todo foram 10 meninas sequestradas de países diferentes e que


ficam em um galpão até serem selecionadas e enviadas para as boates nas
quais são obrigadas a fazerem os programas.

No outro dia após nossa conversa com Nicolas. Giuseppe viajou até
Roma para conversar com Vicenzo e repassar todas as informações, ele me
falou que Vicenzo designou Amélia, uma hacker fenomenal quando o
assunto era entrar nos mais altos sistemas de seguranças e que agora fazia
parte dos funcionários de Vicenzo. Ela trabalhava diretamente para ele e
tinha conseguido informações valiosas para ele.

Ela desenvolveu um programa capaz de detectar vírus invasores,


saber quem os criou e de qual computador eles vieram, também
desenvolveu um programa que pode invadir qualquer sistema sem ser
detectada por outros hackers.

Foi através desse programa que descobrimos que foi Andréa, o


hacker da Bratva, quem hackeou nosso sistema e conseguiu infiltrar os
soldados de Ivan Petrov para nos atacar no dia do jantar que Vicenzo deu
pela minha volta.

Há pedido de Giuseppe, Vicenzo enviou um jatinho para levar


Nicolas e Luca a Roma para ajudar com informações e descobrir a
localização do tal galpão.

Luca se infiltrou em uma das boates da Bratva, conseguiu pegar um


de seus soldados e o torturou até sabermos onde o galpão se localizava,
porém ao chegarem ao galpão ele já estava vazio. Amélia, por sua vez,
hackeou o sistema da Bratva e descobriu para quais boates as meninas
foram levadas.

Agora estou aqui na sala da minha casa andando de um lado para o


outro e roendo minhas unhas na tentativa de conter a ansiedade. Hoje é o
dia que eles vão invadir a boate que Ana está e resgatá-la e a angustia por
não saber como está se desenrolando esse resgate e se ela está bem me
consome de tal forma que não consigo ficar quieta.

— Filha, calma deve está dando tudo certo, pois se algo de mal
tivesse acontecido eles teriam nos avisado. — minha mãe tenta me acalmar.
— Eu sei mãe, porém a angustia de não saber o que está
acontecendo lá não me deixa ficar tranquila. — sento no sofá ao lado dela.
— Eles foram treinados para tal coisa filha, também estou aflita,
mas tenhamos fé de que tudo ocorrerá bem — ela aperta minha mão como
forma de apoio.
Passamos mais um tempo no sofá esperando até que a porta de casa
se abriu e uma Ana chorosa e com o rosto machucado apareceu por trás de
Luca. Não pensei duas vezes e, antes que ela entrasse em minha casa, corri
até ela a abraçando forte, querendo sentir seu corpo em meus braços e ter a
certeza de que ela está aqui comigo de novo. Que ela está bem e salva.
— Me perdoa amiga, me perdoa — pedi com voz presa na garganta
em meio ao choro.
— Você não teve culpa amiga — seu choro tornou-se mais forte.
— Tive sim, eu deveria ter lhe contado quem eu era e a qual família
pertencia.
— Já passou, tudo bem. Eu estou aqui agora.
— Sofri tanto imaginando o que poderia está acontecendo com você
— ela abaixou a cabeça e soluçou partindo meu coração.
— Vem. Vamos entrar. — peguei sua mão e a coloquei para dentro
de casa.
— Bem vinda Ana — minha mãe a abraça — Sinto muito pelo que
você passou, mas saiba que agora é parte da nossa família e pode sempre
contar conosco — ela aperta a mão de Ana em forma de apoio.
Ana dá um sorriso fraco assentindo.
— Obrigada — falo aos responsáveis por trazê-la de volta para
mim: Luca, Giuseppe e meu pai.
— Cadê Nicolas? — pergunto ao notar sua falta.
— Ele teve que voltar ao Brasil e dar baixa em seu cargo de detetive
— Luca é quem explica — Ele voltará assim que der.
— Vamos ao seu quarto você precisa de um banho e descansar —
falo a Ana.
— Meu quarto? — pergunta confusa.
— Sim seu quarto! Não a deixarei longe de mim nunca mais — falo
abraçando-a de lado.

Subimos para o andar dos quartos, mostrei o quarto que tinha


preparado para ela que chorou ao ver que todas as suas roupas e objetos
pessoais estavam aqui e outras coisas que eu tinha comprado para ela.
— Obrigada. — ela me abraça e chora novamente.
— Sonhei tanto com esse momento. — pousa os olhos em mim —
A esperança de rever você e Nicolas foi meu combustível para suportar
tudo o que passei naquele inferno. — enxugo suas lágrimas
— Eu nunca a deixaria, por onde quer que esteja você sempre será
minha melhor amiga. Eu te amo — beijei sua testa — Me perdoe por eu
não contar quem eu realmente era — Pedi chorando.
Eu não podia mais esconder a verdade dela só nos colocou em
perigo.
— Tudo isso só aconteceu com você porque eu não fui leal e omiti
minha verdadeira identidade. Por favor, me perdoe.
— Tudo bem Samira eu entendo e compreendo que não era fácil
para você ter que me esconder isso e que só o fez porque era necessário e
sua família lhe pediu para fazê-lo.
— Não, não era e eu te peço perdão por esconder tal informação.
Mas agora tome um banho e descanse que eu trarei um lanche para você.
Você deve está cansada e com fome.
— Sim estou. — dei um beijo em sua bochecha e saí de seu quarto
para que tomasse um banho.

Assim que fechei a porta atrás de mim respirei fundo tentando não
desmoronar agora. Ela precisa do meu apoio e cuidado, não deve ter sido
fácil tudo o que passou nessas três semanas de sequestro.

Volto para sala e encontro meus pais abraçados, Giuseppe e Luca


tomando uísque, cada um em seu mundo e provavelmente pensando em
tudo o que aconteceu.
— Como ela está? — quem pergunta é Luca ao notar minha
presença na sala.
— Abalada, a deixei tomando banho e vou preparar um lanche para
ela.
— Cuide bem dela, Samira. — Luca pede — Não foi nada fácil o
que ela passou lá — havia algo mais que raiva em seus olhos. Tristeza
talvez.
— Cuidarei — e essa seria uma promessa inquebrável.

Fui à cozinha e pedi a cozinheira preparasse lanche bem reforçado,


30 minutos já estava de volta ao quarto de Ana com uma bandeja cheia de
coisas para ela se alimentar bem: tinha frutas, suco, bolo, café e sanduíches.
Bati na porta e ela abriu enrolada em um roupão provavelmente tinha
acabado de sair do banho.

Entrei em seu quarto.


— Espero que esteja com fome — comentei com um sorriso fraco
colocando a bandeja nos pés da cama.
— Para ser sincera estou sim — ela sorriu.
— Vou trocar de roupa para comermos, já que, com toda essa
comida você irá me acompanhar no lanche — rimos.
Ela foi para o closet vestir a roupa e eu me sentei na cama para
espera-la.
— Quer me contar o que aconteceu? — pergunto quando ela se
senta na cama com as pernas cruzada já trocada e começa a comer.
— Ainda não estou pronta para relembrar tudo o que passei nessas
três semanas, Samira. — fala e assinto concordado — Quero saber o que
te aconteceu nessas semanas que estive fora. — ela sorri fraco.
Eu sabia que ela queria mudar de assunto, pois o que passou a
marcou profundamente e ela sofreria ao recordar.

Conto tudo o que me aconteceu nesse tempo que ficamos separadas,


surtamos juntas no momento que narrei o que fiz com Vicenzo, deveria está
com o rosto parecendo um tomate maduro nessa parte. Após nosso pequeno
momento de fofoca me despedi dela e a deixei descansar.

Fui para meu quarto tomar um banho para dormir e lá no banheiro


sozinha me deixei desabar em um choro descontrolado por tudo o que
aconteceu com minha amiga. Por mais que ela quisesse aparentar estar bem
eu consegui ver em seus olhos verdes o quanto sofreu, sua aparência não
condizia mais com a menina doidinha e alegre que conheci e com quem
convivi por 5 anos e ter a percepção disso me quebrou ainda mais.

Os próximos dias correram tranquilos, Ana preferiu ficar reclusa em


seu quarto por todos esses dias o que me deixou preocupada de início.
Contudo Luca está me ajudando a fazê-la se sentir em casa. Os dois criaram
uma conexão forte após o resgate, estamos até tendo aulas de luta e tiro
juntas, ele é nosso professor.

Nicolas ainda não voltou do Brasil, porém liga todas as noites para
falar com Ana. Andrea também está bem presente em minha casa o que fez
Ana se distrair com as historias envolvendo seus casos amorosos. O
engraçado é a forma como Andrea se porta ao ter o nome de Nicolas
mencionado em nossas conversas, ela cora e nem parece à garota pra frente
que é, desconfio que ela goste dele. Descobri que os dois saíram algumas
vezes enquanto ele esteve aqui.

Essa semana Giuseppe ligou avisando que na próxima semana terá a


festa de aniversário da esposa de Vicenzo e que nossa presença era
indispensável, sorte a minha que dessa vez terei Ana para me ajudar a
passar por essa festa sem surtar. Ela não queria ir à festa, mas a convenci
suplicando que não me deixassem sozinha no mesmo ambiente que
Vicenzo.

Na manhã seguinte ao saber da festa fui com Ana comprar vestidos


para a ocasião: eu comprei um vestido longo na cor preta com um decote
em V na frente, e uma fenda na lateral, ele é colado ao corpo valorizando
minhas curvas.

Já Ana optou por um vestido longo, com decote em V ombro a


ombro na cor vermelha e com uma fenda lateral que vai até o meio da coxa.
O vestido ficou lindo nela posso imaginar a reação que Luca terá ao vê-la.
Eu torço para que eles fiquem juntos, pois formam um lindo casal e sei que
Luca se sente atraído por ela e é o homem perfeito para ajudá-la a se curar
de tudo o que aconteceu a ela.

Paguei os vestidos sobre protestos de Ana que queria pagar o dela,


mas disse que era presente e não aceitaria recusa, sem ter como rebater
acabou aceitando. Fomos comer em um restaurante após as compras e
passeamos para que ela conhecesse um pouco a cidade.

Foi um dia bem proveitoso. Voltamos para casa e continuamos nossa


rotina de aulas com Luca todos os dias, as noites nós íamos às baladas para
distrair até que o dia da bendita festa chegou e eu não estava preparada para
os acontecimentos que ocorreu nela.
Capitulo 27
Dias antes

Está à frente de uma organização tão grande quanto a minha não é


fácil e eu sabia disso quando segui o legado do meu pai e me tornei Don,
mas que seria tão difícil também não era algo que passava por minha
cabeça. O ataque que aconteceu na minha mansão ante ontem está me
dando a maior dor de cabeça: estão questionando minha liderança por ter
ratos infiltrados na organização e pedindo que meu pai volte ao seu cargo.

A pressão para saber quem está passando informações da nossa


organização e ajudando nossos inimigos aumentaram, as torturas que fiz
nos homens que foram pegos na invasão não deu muito resultado, só
tivemos a certeza que Ivan Petrov o Pakhan da máfia russa foi o
responsável pela invasão e os sequestros das garotas, contudo quem o está
ajudando e passando informações nossas para ele ainda não sabemos e isso
está pondo em risco meu governo.
Ontem Giuseppe me ligou avisando que viria para Roma, pois tinha
novas informações sobre os sequestros e achamos melhor ele não me passá-
las por telefone, pois não sabemos se o hacker de Ivan conseguiu nos
grampear novamente e todo cuidado era pouco agora. Amélia a garota que
agora é meu hacker e me foi apresentada ontem por Mário o garoto nerd
que antes ocupava esse posto, descobriu quem invadiu nosso sistema de
segurança e está fazendo alterações para melhorá-lo.
Amélia é uma garota muito bonita, baixa, branca e de cabelos
encaracolados na altura da bunda, e o mais importante é inteligente. Uma
aquisição que não irei me arrepender de ter feito.
Saio dos meus devaneios com uma batida na porta do meu escritório
me encontro em uma das minhas empresas de automobilismo no centro de
Roma.
— Entre — peço e vejo Giuseppe entrar pela porta.
— Espero que as informações que tem sejam realmente boas, pois
estou farto de problemas. — falo ríspido assim que ele se joga na cadeira a
minha frente.
— Bom te ver também, Vicenzo. Estava com saudades. — diz
debochado e eu reviro meus olhos.
— Direto ao ponto conselheiro.
— Descobri que as meninas sequestradas foram trazidas para cá e
estão em um galpão esperando serem levadas para as boates da Bratva,
porém não sei a localização desse galpão e a amiga da Samira está entre
elas.
— Como soube disso?
— O irmão da Ana, a amiga de Samira, que foi sequestrada no dia
que quase abusaram dela... — a raiva se faz presente em sua voz ao
pronunciar essas palavras. Aperto meus punhos para conter minha fúria —,
veio para a Itália pedir nossa ajuda, foi ele quem me passou as informações.
Ele é detetive da policia federal no Brasil.
— Vamos entrar em contado com Amélia, ela nos ajudará a
descobrir a localização — falo pegando meu celular para lhe mandar uma
mensagem ordenando que venha minha empresa.
— Quem é Amélia? — pergunta e posso ver sua confusão.
— A nova hacker ela que descobriu que foi Andreas quem invadiu
nosso sistema de segurança e facilitou o ataque a mansão aquele dia.
— Então ela é realmente boa — conclui e eu apenas assinto.
— Eu gostaria de pedir que enviasse seu jatinho para trazer Luca e
Nicolas para cá — o olho querendo saber o que quer com isso.
— Eles podem ajudar nas buscas pela amiga de Samira e com mais
informações podem ajudar Amélia na localização dela.
— Tudo bem, os avise que o jatinho os buscará e que ficarão em um
hotel aqui no centro.
Ficamos por mais um tempo conversando sobre os últimos
acontecimentos até que Amélia chega, Giuseppe se encanta logo por ela,
mas ela não da bola para suas cantadas, o que me faz rir internamente, pois
ele está acostumado a ter as mulheres se jogando a seus pés e ser ignorado
por ela mexeu com seu ego.
Amélia invadiu o sistema da Bratva e consegui descobrir para quais
boates as meninas sequestradas serão levadas e que outras serão vendidas
através de um leilão por serem virgens, contudo a localização do galpão não
foi possível obter, já que o hacker de Ivan conseguiu barrá-la antes de ela
conseguir essa informação.

Após horas de buscas resolvi os dispensar e ir para casa descansar.


No outro dia me reuni com Luca, Giuseppe, Luigi e Nicolas e bolamos um
plano para um deles se infiltrar em uma das boates da Bratva e colher
informações.

Luca foi quem se ofereceu para fazer isso e conseguiu capturar um


dos homens de Ivan, o torturou e conseguiu a localização do galpão, mas ao
chegarmos lá as meninas já tinha sido retiradas, provavelmente Ivan Petrov
fez isso ao saber que seu sistema havia sido hackeado.

Já de volta a mansão Amélia invadiu novamente o sistema e dessa


vez não foi impedida de obter todas as informações que precisávamos. Ela
descobriu as boates e casas de leilões para quais as meninas foram levadas,
quem faria parte do esquema e quantos soldados fariam a segurança do
local. Armamos o plano e no outro dia invadiríamos tudo e resgataríamos as
meninas.

Tudo saiu como o planejado. Amélia conseguiu falsificar meu


convite para fazer parte do leilão e eu fui junto com Luigi para resgatar as
meninas de lá, ele e mais alguns homens meu ficaram a postos e ao meu
sinal invadiram a casa de leilão de Ivan retirando as meninas de lá e
matando quem estava fazendo parte daquela coisa fodida. Não foi bonito de
se ver, quer dizer para mim foi lindo, pois o sangue de homens imundos
como esse tipo alegra minha alma e faz meu pior lado se acalmar, foi uma
verdadeira chacinas e eu amei cada tiro e corte que dei e fiz nesses fodidos
de merda.

Já Giuseppe, Luca e Nicolas foram a boate ao qual se encontrava


Ana e o restante das meninas raptadas, eles também mataram todos lá e
libertaram as garotas.

Após o resgate Giuseppe foi com Luca e Nicolas levar Ana para
Samira, eu queria muito vê-la, mas não podia deixar Roma com tantos
problemas em meu encalço. Mandei as meninas resgatadas para suas
respectivas famílias e me despedi de todos indo para mim mansão.
◆◆◆

No dia seguinte Maria veio me pedir para deixá-la fazer uma festa e
comemorar seu aniversário
— Amor... — ela me chama a me ver passar para a cozinha e ir
tomar meu café da manhã — eu quero fazer minha festa de aniversário.
— Não estamos em clima para festa Maria — paro para lhe
responder
— Mas todos esses anos que estamos casados nós comemoramos o
meu aniversário. — fala manhosa me irritando.
— Tudo bem se quer fazer faça — me viro e entro na cozinha tomo
meu café e saio para a empresa, não suporto ficar muito tempo perto dela.

Já na empresa fico lembrando o momento quente que protagonizei


com Samira no dia do jantar que dei por sua volta e acabo tendo uma puta
ereção, vou ao banheiro e me masturbo ao lembrar-me de seu cheiro, da sua
boca e o gosto da sua boceta em minha língua, acelero os movimentos da
minha mão no meu pau e gozo chamando o nome dela.

— Não dá mais para viver assim estou parecendo um adolescente


cheio de hormônio que não consegue se controlar — digo a mim mesmo
enquanto me limpo.

— Vou aproveitar essa festa da Maria para conversar com Samira.


Tenho que dar um jeito nesse meu casamento fracassado e ir à busca do que
realmente me faz feliz. Samira.
Com essa decisão tomada saio do banheiro já composto e mando
uma mensagem para Giuseppe o convidado juntamente com sua família
para a festa.

Esse dia será decisivo em minha vida e eu nunca estive tão certo
quanto a isso...
Capitulo 28
E o dia da tão falada festa chegou. Vicenzo enviou seu jatinho para
nos levar e queria que ficássemos em sua mansão, contudo isso seria de
mais para mim e consegui convencer meus pais a ficarmos em um dos
hotéis pertencentes a ele.

Ana queria desistir de ir na última hora, mas a convenci chamando


Nicolas, que já voltou do Brasil, para nos fazer companhia, deixando-a
assim mais confiante por ter alguém de sua família como apoio.

Como a festa permitia levar mais de um convidado estendi o convite


a ele que aceitou após muita insistência. Ele seria mais uma pessoa onde eu
poderia me esconder e ficar longe de Vicenzo.

Se falar que estou animada para esta festa eu estaria mentindo,


porém não tive escolha e aqui estou eu, em frente a mansão com as mãos
soando e o coração disparado por ter que ver Vicenzo novamente.

— Que bom que já chegaram — Giuseppe vem nos receber


sorrindo.
— Nicolas, Ana. Que bom revê-los — os cumprimenta beijando a
cabeça da minha mãe — Saudades mamãe.

— Só de sua mãe que sentiu saudades? — papai pergunta se fazendo


de bravo.

— Claro, ela é a mais linda da família — implica e meu pai dá um


tapa em sua cabeça nos fazendo rir.

— Vamos entrar, Vicenzo está nos esperando.

Entramos na mansão, a festa está linda e bem cheia, Maria sempre


gostou de chamar atenção e se gabar por ser a primeira dama da máfia. Ela
sempre foi fútil e pelo que vejo só piorou com o tempo.

— Francisco, que bom te ver — Eduardo, o pai de Vicenzo, vem


sorrindo nos cumprimentar — Giulia está linda como sempre —
cumprimenta minha mãe com um beijo e ela agradece.

— Minha menina, que saudade. — ele me abraça bem apertado.

— Também estava com saudades tio, mas não sou mais uma criança
para me chamar assim. — reclamo e beijo seu rosto, ele apenas ri beijando
minha testa.

— Sempre será minha menina. — ele aperta meu nariz e se afasta.

Tio Eduardo sempre me tratou como se eu fosse sua filha e sempre


fez de tudo para me proteger e me ver feliz.

— O senhor está lindo, hein. Tia Emma tem que ficar de olho bem
aberto com as biscates que vierem aqui hoje. — o provoco e todos nós
rimos.

— E eu não sei disso — diz minha tia Emma chegando e abraçando


tio Eduardo.

Ele apesar de ter mais de 55 anos é um coroa muito bonito e com o


corpo bem conservado, o que me mostra como Vicenzo vai estar quando
chegar à idade dele.

— Fico muito feliz em vê-los. — nos cumprimentamos com beijos


no rosto — Já estava com saudades.

— Gostaria de apresentar meus convidados: Ana minha amiga do


Brasil, mas que agora mora comigo aqui na Itália e Nicolas seu irmão.

— Prazer em conhecê-los. Sejam bem vindos — tio Eduardo e tia


Emma os cumprimentam e seguimos para cumprimentar os outros
convidados.

A festa se seguiu normal. Após cumprimentar os outros convidados


e a dona da festa, eu fui me diverti com Nicolas na pista de dança, Ana
preferiu ficar na mesa com meus pais. Até esse momento não tinha visto
Vicenzo o que me deixou triste, eu queria muito vê-lo.

Depois de dançar duas músicas com Nicolas eu senti uma mão em


minha cintura de forma possessiva e o perfume inconfundível que tira meu
sono há anos, não precisei me virar para saber que era Vicenzo atrás de mim
e com as mãos na minha cintura.

— Será que me permite dançar com essa linda moça? — perguntou


a Nicolas, mas seu tom de voz não deixava margem para recusa.

— Claro, vou ficar com Ana — falou para mim se despediu


deixando-me com Vicenzo, minha vontade era gritar para que ele não fosse
embora, porém meu corpo traidor só de ter a mão de Vicenzo em minhas
costas queimava de desejo impossibilitando-me de ter qualquer reação
contraria a sua presença próxima a mim.

— Espero não ter atrapalhado o momento de vocês — fala ao se


posicionar a minha frente e segurar minha cintura com um pouco mais de
força e nos movimentando no ritmo da musica.

— Para ser sincera atrapalhou sim — não pude deixar de provocá-


lo.
— Não me desafia, Samira, já sabe qual será a consequência disso
— a chama que ardia em seus olhos ao pronunciar essas palavras fez meu
centro se contrai em expectativa ao me lembrar de sua boca e do orgasmo
maravilhoso que ela me deu. Eu a queria nele e me levando ao céu
novamente.

— E se eu disser que estou louca para mais consequências — falo


ao seu ouvido com uma voz rouca e sexy e o ouço gemer, ele aperta ainda
mais minha cintura.

— Garota provocadora do caralho, eu só não mostro agora o que eu


faria com essa sua boca esperta porque estamos no meio da pista de dança
com centenas de pessoas nos olhando — seu comentário me faz se afastar
dele e voltar à realidade.

— Obrigada por essa dança Don, com licença — me afasto dele e


saio praticamente correndo dali. Meu corpo queima de desejo por ele, mas
minha consciência me acusa por desejar um homem casado.

Preciso respirar.

No meio do caminho encontro Ana que vinha da cozinha.

— Ana — chamei-a.

— Samira o que houve? — perguntou ao se dar conta da minha cara


de espanto.

— Só uma dorzinha de cabeça chata nada de mais. — minto, pois


não quero tocar nesse assunto com ela. — Onde estava?

— Fui à área da piscina, não estava me sentindo bem no meio de


tanta gente desconhecida — sua voz é quase um sussurro. Ela não é mais
aquela menina festeira e alegre de antes.

— Vem! — estendo minha mão em sua direção — Vamos ao jardim,


lá tem um lago e poderemos respirar melhor.
Ela pega minha mão e caminhamos para o jardim, passamos um
tempo em silêncio só admirando a beleza e a calmaria do lago, calmaria
essa que se contrapõe ao turbilhão de emoções que se encontra em nossa
alma.

Estava pronta para chama-la para voltarmos à festa quando uma


movimentação por trás de um dos arbustos do jardim seguido por vozes
sussurradas chamou nossa atenção. Olhamos na direção de onde vinham as
vozes e vimos quando Maria apareceu beijando um dos guardas de Vicenzo.

Peguei na mão de Ana para nos afastarmos de forma sorrateira para


não sermos notadas e puxei-a para detrás de uma parede de flores que tinha
no jardim. Ao olhar para minha amiga notei que sua respiração estava
ofegante e ela estava tremendo.

— Ana o que houve? Você está tremendo, está passando mal? —


perguntei aflita segurando suas mãos.

— É... É ele... — ela gagueja e treme ainda mais.

— Ele quem Ana? — perguntei aflita com seu estado.

— O homem responsável pelo meu sequestro é o mesmo que está


beijando a esposa do Vicenzo — revela com os olhos inundados por
lágrima e minha raiva torna proporções gigantescas.

— Tem certeza? — ela assente em confirmação.

— Que puta! Mas isso não vai ficar assim.

— O que vai fazer Samira? Ele é perigoso e está infiltrado aqui.

— Não vou enfrentá-lo quem acertará as contas com ele é Vicenzo,


mas ela não me escapa.

Saio de detrás da parede seguida por Ana e vejo que o soldado de


Vicenzo já foi deixando Maria sozinha e tornando o momento perfeito para
eu revelar que já sei de sua traição.
— Quer dizer que a tão honrada primeira dama da máfia traí o
marido com um soldado — falo alto e ela se vira assustada — que feio. —
digo fazendo um som de estalo com a língua e balançando a cabeça em
negação.

— O que?... Como?... — sua voz sai falhada ao se dar conta que foi
pega no flagra.

— Seu amante comeu sua língua e por isso não consegui falar
Maria? — pergunto rindo da sua cara de pateta.

Ela continua muda nos olhando com os olhos arregalados.

— O que todos vão falar ao saber que a grande dama da nossa máfia
não passa de uma puta?

— Como ousa me chamar assim sua cobra, eu sei que você é louca
por Vicenzo, mas é comigo que ele está casado. Co-mi-go. — ela grita
histérica me fazendo rir.

— Não a partir de hoje. Na máfia não se aceita traição, querida. —


ela fica branca ao me ouvir falar.

— Só queria saber uma coisa, como pode trair um homem como seu
marido com um soldado? Porque você o traiu e não adianta negar.

— Sim, eu o traí e muitas vezes se quer realmente saber. Marcos é


muito mais homem que Vicenzo, ele me faz sentir mulher de verdade. —
rio de sua tentativa estupida de sair por cima.

Ela acabou de cavar a própria cova ao admitir a traição tão


abertamente para mim e Ana.

— E não pense que irão acreditar em vocês. — ela rio enchendo o


peito se achando muita coisa. — Eu sou a primeira dama da máfia e tenho
todos aos meus pés. Sem falar que Vicenzo me ama.

— Tem certeza disso? Amor — a voz grave de Vicenzo nos faz


pular de susto.
Ele tinha ouvido nossa conversa e eu sabia que Maria não sairia dali
com vida.
Capitulo 29
Escutar da boca de minha esposa que não sou homem suficiente
para ela e nem para governar minha máfia deveria me deixar triste,
magoado, com raiva? Até poderia se ligasse para a opinião dela, contudo se
já não ligava antes agora sabendo que me traiu da maneira mais baixa e
com um soldado só reforça o quanto demorei a tira-la da minha vida.

Eu poderia até ter alguma consideração por ela ao pedir nosso


divorcio, coisa que eu iria fazer esta noite, pois fomos casados por 5 anos,
porém depois de tudo o que eu ouvi de sua boca tudo o que sinto no
momento é raiva por ter sido enganado todo esse tempo, alivio por
finalmente me livrar dela e por ultimo pena, pois ela acabou de assinar sua
sentença de morte.

A matarei sem pensar duas vezes!

Mas voltemos ao inicio de tudo isso... Eu estava à espera de Samira


para ver a melhor forma de conversamos sobre nossos sentimentos, não
posso mais negar o que sinto por ela. Eu a quero para mim! Só teria que
arrumar um jeito de me livra da minha digníssima esposa. No inicio relutei
em acabar com um casamento arranjado há anos com acordos e alianças
formadas, pensei em como isso afetaria minha vida e meu governo na
máfia.

Mas ao colocar os olhos em Samira assim que ela adentrou o salão


onde ocorria a festa de minha esposa e ver o quão linda estava me fez babar
e meu pau endurecer na calça. O meu desejo por ela era absurdo e nada
mais me impediria de tê-la para mim.

O vestido preto colado ao corpo marcando todas as curvas que eu


adoraria tocar, curto mostrando suas coxas grossas ais quais amaria beijar e
ter em volta da minha cintura com meu pau enterrado no meio delas, os
seios fartos marcados no imenso decote faz minha boca salivar para tê-los
nela. A forma como meu corpo reage só em vê-la é a prova que tenho que
fazê-la minha.

E eu já tinha tomado essa decisão. Contudo ao notar que outro a


tocava fez com que a fúria se acendesse em mim, eu só pensava em matar o
filho da puta que veio acompanhando-a na festa desta noite.

Toda vez que Nicolas a tocava o anseio de cortar sua mão crescia
em mim e ao perceber que esse sentimento por ela estava cada dia mais
forte e feroz não pude ignora-lo e tomei a decisão de me separar de Maria,
mesmo que com essa decisão eu tivesse que enfrentar uma guerra com
meus pais e o conselho da máfia.

Eu fiquei admirando-a de longe nos primeiros minutos da festa, pois


eu sabia que se chegasse próximo dela não conseguiria me controlar, mas ao
vê-la nos braços de outro não me contive e caminhei rumo até onde ela se
encontrava dançando com Nicolas e a tomei para mim com a desculpa da
dança, mas na verdade queria sentir seu corpo colado ao meu.

Trocamos algumas provocações quentes que me deixaram ainda


mais louco para fode-la de todas as formas possíveis, todavia Samira fugiu
de mim ao perceber que as coisas estavam ganhando proporções que
poderiam nos trazer problemas.

Após um tempo me recompondo e fazendo com que minha ereção


baixasse fui a sua procura, porém qual foi minha surpresa ao presenciar
Maria e Samira em uma discussão acalorada no jardim da minha casa.

Discussão essa na qual Samira insistia para Maria confessar sua


traição a mim, me dando a chance que tanto esperava para acabar com esse
casamento fracassando e a tirar de uma vez por toda da minha vida.

— Tem certeza disso? Amor? — digo saindo das sombras que os


arbustos do jardim faziam e me fazendo ser notados por elas.

— Quer dizer que meu soldado é mais homem que eu Maria? —


pergunto ao me aproximar com minha voz tomada pela fúria e elas se
assustam.

— Vicenzo, não é nada disso que você está pensando — Maria


exclama com o medo estampado em seu rosto.

— Que frase mais clichê — rio sem humor — Quer dizer que o que
acabei de ouvir foi... Deixe ver... Um delírio meu? — pergunto com um
sorriso debochado em meus lábios.

— Samira nos dê licença eu tenho contas a acertar com minha


querida esposa — ela assentiu, pegou na mão da amiga e se foi.

— O que você vai fazer comigo Vicenzo? — Maria chora

— O que eu vou fazer? Você ainda tem a coragem de me perguntar


isso Maria? — a puxo pelo braço — Você me traiu, porra. — aperto seu
pescoço — O que você estava pensando quando você resolveu cometer tal
ato contra mim? — aperto ainda mais seu pescoço a vendo ficar vermelha
pela falta de ar. — Me trair com meu soldado na minha própria casa. —
grito e a jogo no chão. Ela chora ainda mais.
— Eu fui enganada Vicenzo, ele me iludiu, contou mentiras — seu
choro descontrolado e sua súplica só fazem aumentar minha fúria.

A levanto do chão pelos cabelos e a arrasto para o galpão que fica


nos fundo da mansão e próximo ao jardim. Os soldados se atiçam pela
movimentação do lado de fora da propriedade, mas ao ver que sou eu
voltam as suas posições. Vejo Luigi e faço sinal para que me acompanhe.
Maria se debate e tenta se livrar do meu aperto suplicando para que
não a mate, porém não a solto, chegando ao galpão mando Luigi ficar a
postos do lado de fora e entro lançando Maria ao chão.

— Por favor, não me mata.

— Já parou de suplicar? Você sabe muito bem que eu não vou lhe
poupar. O preço por traição é a morte — ao notar que não tem saída e irá
morre sua postura muda.

— Eu te traí está satisfeito? Fodi muito com Marcos. — ela sorrir


em meio as lágrimas — Ele é muito mais homem que você, me comeu
muito melhor, me fez sentir mulher coisa que você nunca fez — grita e se
encolhe quando parto para cima dela batendo em seu rosto.

— Não sabia que poderia ser tão baixa, tão vulgar, tão burra — digo
e volto a minha postura ereta.

— Eu sou burra? — ela me olha e começa a rir, rir não, gargalhar.

Olho incrédulo por seu surto.

— O seu inimigo, a pessoa responsável pelos ataques, por dar


informações a Bratva, quem o tão poderoso Don da Máfia Grimald busca
esteve ao seu lado esse tempo todo sem que você percebesse e eu que sou a
burra? — choque se faz presente em meu rosto.

— O que está dizendo? Não vai adiantar criar um historia no intuito


de se livra da morte Maria. Seu destino foi traçado no dia que aceitou me
trair.

— Não estou criando, inventando ou mentindo sobre nada Vicenzo.


O homem que tanto procura é o Marcos — um sorriso de escárnio surge em
seu belo rosto. O que tem de bonita tem de podre. — Marcos não, seu
nome verdadeiro é Pietro e ele é seu meio-irmão.

— Como? — grito e agarro seu pescoço — Se você estiver


mentindo Maria sofrerá tanto antes de morrer.
— Eu sei que vou morrer não tenho porque mentir Vicenzo, Marcos,
ou melhor, Pietro, é seu meio-irmão! Filho de seu pai com uma prostituta
que ele tinha antes de se casar com sua mãe, seu avô descobriu tudo e quis
matá-la, então ela fugiu grávida. O primeiro filho e herdeiro do Don
Eduardo. — ri sem humor.

— Ele que era para ser o dono de tudo, ele é quem amo e quem vai
matar você e todos da sua família — expressa com raiva e eu apenas a olho
tentando digerir tudo o que ela acabou de me revelar.

— Agora me mata de uma vez, porque eu não suporto mais olhar


para sua cara, esses 5 anos que passamos casados foram os piores anos da
minha vida, eu odeio você, Vicenzo. Eu quero que Pietro o mate da pior
forma possível e que tome seu poder, quero que ele o faça sofrer, que mate
sua amada Samira... — ela para de falar porque eu dou um tapa em seu
rosto fazendo-a cair no chão.

Puxo seu cabelo a levantando e a sentando na cadeira de tortura que


tenho no galpão. Pego minha arma e aponto para ela.

Eu poderia fazê-la sofrer e torturá-la por horas por sua traição a


mim, mas tenho outros assuntos para tratar então sua morte será rápida.

— Te vejo no inferno querida esposa — atiro em sua cabeça e fico


lá vendo o sangue jorrar do buraco em sua testa e a vida se esvair de seus
olhos.

— Luigi, limpe essa bagunça e envie o corpo da minha esposa para


o seu pai, quero que todos saibam que eu não admito nenhum tipo de
traição, quem me atrair morrerá, não poupo ninguém quando o assunto é
traição — ordeno ao sair do galpão.

Agora eu vou atrás de Pietro e por mais que ele seja meu irmão vai
se arrepender de ter entrado em meu caminho.
Capitulo 30
Depois de ter dado as ordens ao Luigi saio do galpão, volto para
dentro da mansão e encontro todos a minha espera.

Peço que todos se retirem, pois a festa acabou, ouço alguns


sussurros e burburinhos, mas não me dou ao trabalho de explicar minha
atitude. Depois de todos os convidados terem ido embora incluindo os pais
de minha digníssima esposa e ficando somente minha família e a de Samira
os chamo para uma pequena reunião no meu escritório.

— O que fez com sua esposa Vicenzo? — minha mãe pergunta a me


ver entrar sem Maria.

— A metei — falo bebendo o corpo de uísque que tenho na mão

— Mas como?... — Ela não continua falando, pois perco minha


paciência e grito com ela.

— O que a senhora queria que eu fizesse, ela me traiu mãe, me traiu


— ela me olha espantadas com minha explosão.
— Não levante a voz para sua mãe, Vicenzo, a respeite ou eu parto
sua cara sem me importar se é a porra do Don — meu pai exclama mortas
apertando o punho para não me bater.

Ele é capaz de tudo para defender minha mãe e a mim e eu o amo


por isso.

— Como assim traiu? — minha mãe pergunta confusa — Você tem


certeza disso meu filho?

— Sim, mãe. — confirmo mais calmo — Ela me traiu com Marcos


o soldado responsável pela segurança dela, ou melhor dizendo, Pietro, meu
meio-irmão. — olho para meu pai que arregala os olhos

— Como? — um coro de exclamações chocadas ecoa pelo


escritório.

— É melhor a Senhora se sentar porque a história é longa, mas eu


acho melhor meu pai contar essa história já que tem mais a ver com ele do
que comigo não é pai? — minha mãe o olha e ele engole seco ao perceber
que já sei de tudo e que chegou a hora dele esclarecer toda a verdade.

— Meu amor — ele senta próximo a minha mãe — O soldado com


o qual Maria traiu Vicenzo, o Pietro, é meu filho.

— O quê? — minha mãe praticamente grita e põe a mão na boca


chocada.

— Você sabia que antes de nos casarmos eu tinha amantes. —


Minha mãe baixa a cabeça desolada com as palavras proferidas por ele —
Naquela época não te amava como amo hoje... — ele segura seu queixo e a
faz olhar para ele — e por um bom tempo antes de nos casarmos mantive
uma prostituta particular em umas das boates de meu pai, Elena era seu
nome.

— Você engravidou essa mulher e não me disse? — havia magoa


nas palavras de minha mãe.
— Eu não sabia que Elena tinha engravidado. Ela foi embora da
boate e eu me casei com você — ele passa a mão no cabelo frustrado com
toda essa situação.

— Você a amava? — ver a dor nos olhos de minha mãe parte meu
coração

— Não era amor, paixão, talvez. — meu pai fala pensativo — Ela
tinha se apaixonado por mim e como minha vida tinha virado de cabeça
para baixo da noite para o dia e ela me ajudou a enfrentar toda a barra, eu
acabei me apegando a ela.

Meu pai se levanta e caminha até a janela do escritório que tem vista
para o jardim.

— Eu era novo e estava confuso. Meu pai vivia me pressionando


para casar logo, pois seu pai estava doente e não queria lhe deixar
desamparada. — ele olha para minha mãe.

— Meu irmão tinha morrido em um ataque causado por inimigos


nosso, na época que meu pai era Don. Minha mãe não superou sua morte e
acabou se suicidando meses depois — seus olhos pousam em meu avô, mas
ele desvia o olhar — Eu estava aflito e me sentindo culpado por não ter
conseguido impedir as mortes das pessoas mais importantes da minha vida
e encontrei apoio em Elena.

— Você casou comigo por pena e pressionado pelo seu pai? Se não
queria se casar porque não cancelou o casamento? — Minha mãe estava
chocada, lágrimas escorrem por suas bochechas.

— O qu? — exclama meu pai — Claro que não! Eu me encantei por


você assim que a vi vindo em minha direção com o sorriso mais lindo que
já tinha visto. — meu pai diz saudoso — Me apaixonei no momento em que
me deu seu apoio e me fez ver o quanto eu poderia ajudar nosso povo
estando à frente da nossa máfia. — ele se aproxima e enxuga suas lágrimas
— E descobri que te amava no dia em que colocou nosso filho em meus
braços — ele lhe dá um beijo casto — Eu te amo Emma e sempre vou amar.
— Também te amo — minha mãe dá um de seus sorrisos que é
capaz de iluminar o mundo.

— Mas, o que aconteceu para esse tal de Pietro que se diz seu filho
vir nos fazer mal? — ela pergunta.

— Quando Elena descobriu que estava grávida contou para uma de


suas amigas na boate, Lídia^, que era a responsável pelas prostitutas na
época, ouviu tudo e contou ao meu pai.

Ele olha para meu avô.

— E o senhor nunca aceitaria um neto bastardo não era pai? — meu


pai pergunta ao meu avô que, até então, escutava tudo calado.

— Não poderia aceitar essa mancha em sua vida Eduardo — meu


avô diz frio.

Ele sempre foi um homem temido e conduzia nossa máfia com mãos
de ferro, com medo e pavor até para com os nossos, fazendo-nos assim ter
inimigos dentro da nossa organização.

— Mancha? — meu pai rir sem humor — Ele era seu primeiro neto,
por mais que eu não amasse a mãe dele, eu cuidaria do meu filho.

— Ela era uma prostituta, pelo amor de Deus, Eduardo. — meu avô
exclama aumentando o tom de voz — Você estava para se tornar o novo
Don.

— Um cargo que eu não queria. — os ânimos dos dois estão bem


exaltados — O seu afinco por governar nossa máfia com mãos de ferro
levou meu irmão para a morte e minha mãe ao suicídio.

— E você acha que não me culpo pela morte deles? — meu avô
grita e passa a mão pelo cabelo — Eu os amava! — sua voz sai como um
sussurro nas ultimas palavras.
— O senhor não ama ninguém! — meu pai grita — Só pensa em
poder, e por isso quis matar Elena com meu filho ainda em seu ventre,
levando-o a agora a querer nos matar.

— Sim, eu o fiz e não me arrependo — exclama meu avô, meu pai o


olha chocado apertando os punhos na tentativa de controlar a raiva.

— Por favor, acalmem-se. — Francisco pede tentando impedir que


eles acabem se machucando nessa discussão acalorada entre os dois.

— E como Helena fugiu? — minha mãe pergunta chamado à


atenção dos dois e tentando acalmar os ânimos.

Mais ninguém falava nada, aquela discussão não dizia respeito a


outras pessoas que não eles. Pelo menos por enquanto.

— Ela convenceu o soldado que iria matá-la a deixá-la ir embora.


Como ele era um dos homens com quem ela já tinha dormido a ajudou a
fugir, meu pai o matou quando soube — dá de ombros como se não fosse
nada e olha para meu avô.

— Elena tinha uma prima em Torino e foi para lá. — volta a contar
a história — Depois de ter Pietro ela começou a trabalhar em um hotel no
qual conheceu seu marido e antigo capo de Veneza — suspiros chocados
escoam pelo escritório.

— O capo que queria lhe matar. — Francisco disse, chocado.

— Isso meu amigo, ele se apaixonou por ela e quando ela lhe contou
sua história ele viu uma oportunidade grande. Casando com a mãe de meu
primeiro filho ele me mataria e assumiria o poder até Pietro ter idade de se
tornar o novo Don.

— E eu ainda sou o vilão — meu avô comenta rindo sem humor —


Se ela te amava como dizia, por que não impediu que Antônio Mancini
tentasse te matar? Aah, porque ela era uma prostituta querendo lhe dar um
golpe — meu avô cospe as palavras. Meu pai não retruca.

— Como soube de tudo isso? — Francisco pergunta.


— Na verdade eu achei estranho o sumiço de Elena na época, mas
com tanta coisa em mente deixei passar. Há alguns meses a vi em um
restaurante com Pietro, que até então não sabia que era um soldado de
Vicenzo, ele se escondia de mim todas as que eu vinha para cá.

Ele suspirou.

— Eu tinha sido convidado para um almoço com meu pai. Fiquei


em choque ao vê-la depois de tanto tempo que me aproximei deles sem nem
perceber. Elena assustou-se a me ver e quis fugir, estranhei a sua reação e a
raiva estampada no rosto do rapaz que a acompanhava ao ver que meu pai
estava atrás de mim. Conversei com ela, a contra gosto do meu pai, e
perguntei por que tinha fugido. Ela me disse que tinha engravidado de um
soldado e que teve medo de eu querer matá-la: Pietro era essa criança.

— Mas você não acreditou — foi minha vez de falar.

— Todos os soldados sabiam que ela era minha prostituta particular,


eles não ousariam tocá-la.

— Então ele só poderia ser seu filho — supus.

— Sim, por isso comecei a investigar e descobri que ela tinha fugido
grávida sob as ameaças de meu pai. Localizei sua prima e lhe dei um bom
dinheiro para me dizer toda a verdade.

— Eu iria contar tudo o que descobri, contudo, aconteceram tantas


coisas que não me permitiram falar. — meu pai fala olhando para minha
mãe.

— Ele quer vingança e não vai sossegar enquanto não a tiver. —


exclamei — Mas por mais que seja meu meio-irmão eu o matarei, pai. —
afirmei frio.

— Vicenzo... — meu pai tenta falar, mas eu o corto.

— Ele escolheu isso, pai, e só darei o que ele tanto procura. Ele quer
morte e isso terá, só que não será a minha — decreto e saio do escritório.
Preciso colocar minha mente em ordem e digerir os últimos
acontecimentos.
Capitulo 31
Ainda estou um pouco desnorteada com os acontecimentos de
ontem à noite. No momento em que vi Maria beijando o soldado do
Vicenzo e a enfrentei não imaginava à proporção que isso ganharia e as
revelações que aconteceram.

O medo que vi nos olhos de Ana quando reconheceu homem que


estava beijando a esposa de Vicenzo como o responsável pelo seu sequestro
fez a fúria se apossar de mim e não pensei duas vezes antes de confrontar
Maria assim que se despediu de seu amante. Descobrir que ela sabia dos
sequestros e, o pior, que estava com toda a certeza compactuando com ele
me fez querer matá-la com minhas próprias mãos.

Contudo, saber que o tal soldado se chamava Pietro, era filho


bastardo de Eduardo Grimald, e que ele estava em buscava vingança me
tirou o chão. Tomar consciência que eu e minha família estávamos entre os
que ele queria matar me sufocou.

Meu pai entregou seu padrasto e o impediu de matar o pai de


Vicenzo, essa era a verdade, e se ele queria vingança meu quase sequestro e
estupro era parte dele. O que me confirma que Ana foi realmente
sequestrada por minha causa. Meu peito dói ao constatar isso.

Quando me dei conta que Vicenzo tinha ouvido parte da nossa


conversa tive a plena certeza que Maria não sairia viva da mansão naquela
noite, o preço por traição é a morte e todos sabem disso. Inclusive esse
medo se fazia presente em mim por ter tido momentos íntimos com
Vicenzo, ainda ele sendo casado.

O que não aconteceria comigo se tivesse sido descoberta? Seria


morta com certeza e a decepção estaria estampada nos olhos de toda minha
família.
Sacudo minha cabeça para espantar tais pensamentos e volto a me
concentrar na conversa com Ana.

— Não é Samira? — a olho sem saber o que responder já que não


estava prestando atenção.

— Oi? Desculpe, eu não entendi a pergunta.

— Perguntei se você não percebeu algo diferente na Andreia.

— Aah, sim, ela está mais radiante que nunca — comento sorrindo
para Andreia que cora. — Aposto que tem haver com o seu irmão — nós
sorrimos quando ela arregala os olhos.

— Não tenho nada com o Nicolas — ela afirma, mas sem muita
convicção. — Eu e ele não temos nada.

— Eu não acho isso. Vocês só faltam pular no pescoço um do outro


e se devorarem quando estão por perto. — Ana fala rindo e se desvia de um
tapa que Andreia dá nela.

Rimos.

— Eu não tenho nada com ele. — Andreia reafirma suas palavras


anteriores.

— Se você diz... — sorrio e me levanto da espreguiçadeira.


Estamos aproveitando o dia de sol a beira da piscina da minha casa.
Sigo até a mesa próxima a nós e me sirvo de suco de laranja e uma fatia de
bolo de chocolate.

— Que tal irmos dá uma volta e almoçarmos tendo o Canałasso


(Grande Canal) como vista? — Andreia pergunta e eu adoro a ideia.

— Podemos ir ao mercado que fica ao lado dela e experimentar


alguns produtos regionais — Ana pede e a olho — Luca comentou uma vez
desse mercado e fiquei curiosa em ir lá.

— Você anda conversando muito com Luca não é? — sorrio com


malícia para ela que fica vermelha de vergonha.

Eu gostaria de ver os dois juntos eles formam um lindo casal.

— Não começa Samira somos só amigos — apenas assinto não


quero invadir sua privacidade.

— Claro, vamos nos trocar — digo animada.

Termino meu lanche e fomos tomar banho. Mas antes de ir me


arrumar e fui até Luca que fazia nossa segurança e conversava com Mateo
próximo de onde estávamos e o pedi que nos acompanhassem.
Subi para meu quarto com Andreia e Ana para o dela. Nós nos
arrumamos e encontramos com eles que já nos esperava no carro. Minutos
depois já estávamos almoçando no restaurante e aproveitando o restante do
dia.
Capitulo 32
Uma semana se passou desde que minha vida deu uma volta de 360
graus. Saber que tenho um irmão mais velho, o qual minha esposa me traía
com ele e que quer me matar, fez da minha realidade sufocante.

Nessa semana que passou as coisas deram uma acalmada, meus


sogros surtaram ao receber o corpo de Maria, queriam retaliação, contudo
ao saber o motivo pelo qual a matei ficaram quietos para não morrerem
também.

Com o conselho a coisa foi mais tranquila, eles não aceitam traição
e me apoiaram na decisão de mata-la. Por outro lado ao saberem que tudo
que aconteceu foi culpa de um filho bastardo do meu pai os fez diminuir a
pressão que tinha sobre mim e meu jeito de governar a organização
deixando a situação menos sufocante para meu lado.

Meu pai depois de todo aquele drama que foi a descoberta de toda a
verdade cortou relações com meu avô e resolveu tirar uns dias de férias com
minha mãe no intuito de melhorar a relação dos dois.
Meu avô por sua vez foi até o conselho e pediu que não fizessem
nenhum tipo de retaliação a meu pai pelos atos de Pietro em consideração
aos 30 anos que ele esteve à frente da nossa organização e de seu governo
impecável durante todos os anos que fora Don da nossa máfia. Eles
respeitaram seu pedido e não fizeram nenhum mal ao meu pai.

Eu queria contar o que meu avô fez, contudo ele me proibiu não
querendo que seu filho visse esse agir dele como uma compra de seu
perdão. Ainda posso ver em seus olhos a dor das palavras ditas pelo meu
pai.

O grande Enrico Grimaldi sempre foi fechado e um homem


implacável, chamado de senhor gelo por não demonstrar carinho e
compaixão por ninguém, mas ele sempre amou muito minha avó e meu tio
Ângelo e sofre até hoje a perda dos dois de forma tão repentina.

Volto à realidade com a voz de Giuseppe reclamado de algo que não


prestei atenção por estar com o pensamento longe.

— A odeio — resmunga chateado.

— Quem você odeia criatura? — pergunto confuso.

— Amélia, acredita que ela teve a audácia de me dispensar? — ele


fala incrédulo e eu sorrio.

— É sinal que ela é inteligente.

— Teu rabo — sua raiva só me faz rir ainda mais.

— Deixa a menina em paz, Giuseppe, tem muitas outras mulheres


por aí dando sopa, não a perturbe.

— Vou fazer isso mesmo ela nem é tão bonita assim — arqueio
minha sobrancelha em sua direção em forma de questionamento.

— Tá! Ela é linda e muito gostosa, queria tê-la na minha cama, tá


bom. — confessa frustrado.
— Procure outra e a deixe em paz — ordeno e ele dá de ombros, sei
que não fará isso.

— Vamos para a empresa de automobilismo, tem um novo piloto


que quero contratar. — digo me levantando da minha cadeira e fechando
meu terno rumando para fora da minha sala. Ele me segue.

— Fiquei sabendo da nova aquisição.

— Quase aquisição — corrijo-o, e ele revira os olhos.

Estamos na minha empresa no centro de Roma.

— Eu quero muito Fernando Machado em nossa equipe de corrida,


ele está em alta lá no Brasil.

Entramos no elevador e descemos direto no hall de entrada da


empresa e seguimos para fora entrando no carro que já estava a nossa
espera.

Luigi será o motorista da vez e 4 seguranças estão em outro carro


fazendo nossa escolta.

— Soube algo de Pietro? — Giuseppe pergunta quebrando o


silêncio no carro.

— Ainda não, Ivan e Vladimir Petrov também estão quietos.

— Eles sabem que não podem levar adiante uma guerra com você.
— quem fala é Luigi me olhando pelo retrovisor.

— Pode ter razão, embora ainda não esteja certo disso — ele assente
e volta seu olhar para a estrada.

— Como está Samira? — pergunto a Giuseppe.

— Bem, papai quer que ela escolha um noivo. O conselho o está


pressionando por ela já ter 23 anos e estar na idade de se casar.
— Ela já tem alguém em vista? — tento mostrar desinteresse e
esconder minhas emoções.

Saber que Samira pode ser de outro faz meu peito doer.

— Não que eu saiba — seu comentário me trás alivio — ela tinha


um namorado no Brasil, mas não deu muito certo e eles terminaram —
apenas meneio a cabeça. Ela será minha ele só não sabe disso.

Voltamos a ficar em silencio e seguimos assim até a empresa.


Chegamos lá e vamos direto para a sala de reuniões onde o piloto nos
espera para fecharmos o contrato, tudo ocorre bem na reunião e o
garantimos em nossa equipe de corrida.

Volto para minha sala com Giuseppe me acompanhando, mas sou


parado pela minha secretaria antes de entrar na sala.

— Senhor Vicenzo.

— Sim, — paro com a mão na maçaneta.

— O conselho gostaria de confirmar sua presença na festa que


teremos em comemoração a aquisição do novo piloto.

— Porra! — praguejo — Tinha me esquecido dessa Benedita festa.


Pode confirmar minha presença Cassandra e obrigado por me avisa — ela
assente e volta a sentar em sua mesa.

— Quem Você pretende levar nesse evento? — Giuseppe pergunta


já dentro da sala e se jogando no sofá.

— Que merda, mais uma preocupação — passo os pela têmpora em


forma de massagem já sentindo a dor de cabeça se formar.

— Ainda não sei — sigo para o armário de bebidas e me sirvo de


um copo de uísque.

— Ei, eu também queria — exclama ele ao me ver se sentar em


minha cadeira.
— Levante e sirva-se não sou seu empregado — ele revira os olhos
e se levanta para se servir.

— Você pode contratar alguma acompanhante de luxo — sugere.

— Não sei se é uma boa ideia, não estou muito a fim de aturar uma
garota fútil e com pose de primeira dama ao meu lado a noite toda.

— O bom mesmo seria uma jovem que fizesse parte da nossa máfia,
que fosse inteligente, bonita e não fosse fútil e com mania de grandeza —
fala tomando seu uísque e me dando a oportunidade que tanta queria.

— Você acabou de descrever a Samira. Será que ela aceitaria passar


uns dias aqui e me acompanhar nos eventos? — pergunto me fazendo de
inocente para ele não perceber minhas reais intenções.

— Não vejo problemas, desde que ela aceite claro.

— Ligue para ela e faça o convite — peço.

— Vou colocar no viva voz — ele fala já pegando seu celular para
ligar para Samira.

Ela atende no terceiro toque.

— Espero que seja importante irmão, você acabou de me atrapalhar


— fala ao atender e noto que está ofegante.

Me sinto incomodado e me remexo na cadeira.

— O que estava fazendo para estar com a respiração tão ofegante


Samira? — seu irmão pergunta e o agradeço mentalmente pois também
quero saber.

— Transando — fala e quase morro engasgando com o gole que


tinha acabado de dar no meu uísque.

— Samiraaa — Giuseppe grita e ela gargalha do outro lado da linda


— Porra, pirralha assim você me mata — ele passa a mão no peito como se
estivesse realmente sentindo dor. Eu teria rido se não estivesse na mesma
situação.

— Estou brincando, Giuseppe. — ela continua rindo — Estava em


mais uma aula de luta com Luca e Ana. O que você quer?

— Queria lhe fazer um convite, no caso o Vicenzo. Ele queria saber


se você gostaria de vir passar uns dias aqui e o acompanhar nas festa da
organização? — ela fica em silêncio após ele terminar de falar e meu
coração retumba no peito em expectativa e ansiedade.

— Samira... — ele a chama.

— Posso pensar? Não gostaria de deixar Ana sozinha agora que ela
já está se entrosando de novo.

— Claro, princesa, assim que decidir me avise que prepararei tudo.

— Certo, irmão um beijo, te amo.

— Também te amo, pequena — eles se despedem.

— Porra, cara, essa menina ainda vai me matar. — suspirava


passando a mão no rosto — Transando vê se pode. — não consigo reponde
porque imaginar ela transando com outro homem desperta a besta que há
em mim e quero matar qualquer filho da puta que a toque, então apenas
assinto em concordâncias.

— Como você mesmo ouviu ela vai pensar, mas não se preocupe ela
aceitará.

— Assim espero. Bom, vamos embora que já deu de trabalho por


hoje.

— Vamos sim, mas enquanto você vai para a solidão de sua mansão
eu vou me fartar em bocetas novas.

Faço uma careta para sua fala .


— Não sei porque sou amigo de um puto como você.

— Porque é igual a mim — fala e sai rindo da minha sala.

Reviro os olhos e saio também.

Chego à mansão já a noite depois de um dia cansativo, mas bem


proveitoso com relação aos negócios. E feliz porque finalmente terei Samira
em minha cama, se ela aceitar o convite é claro.
Capitulo 33
Hoje é um dia que tenho uma decisão para tomar que talvez mude
minha vida. Uma semana se passou desde os últimos acontecimentos e meu
anseio por estar com Vicenzo só aumentou. Meu tolo coração acha que
agora ele estando livre por ter se tornado viúvo terá alguma chance de
conquista-lo.

Ele pode até estar certo já que Vicenzo me convidou para passar uns
dias em sua mansão em Roma e ser sua acompanhante nas festas da
organização.

Mas porque tanta duvida em minha mente? Por que simplesmente


não aceitar e ver o que acontece? Ele se sente atraído por mim eu sei disso,
pois se não fosse assim não teríamos protagonizados momentos tão quentes
nessa mesma mansão.

Eu deveria aceitar, não? É a única chance de ficar perto dele e quem


saber termos algo. O que me impede? Porque esse receio? Olho para o rio
que corta Veneza tentando obter alguma resposta para os meus
questionamentos.
— Um sorvete pelos seus pensamentos — a voz de Luca me faz
voltar a realidade.

Olho para ele que está sorrindo para mim com dois sorvetes na mão.

— Acho que mereço mais do que apenas um sorvete pelos meus


pensamentos, não? — sorrio para ele e agradeço ao pegar o sorvete.

— O que tanto te aflige? — pergunta se encostando na ponte e


olhando o rio a nossa frente.

— Vicenzo me convidou para passar uns dias em sua mansão em


Roma — ele me olha —, mas não sei devo.

— Por que a duvida? Sei que o ama.

— Não sei ao certo — baixo a cabeça — talvez medo do que possa


vir a acontecer comigo estando lá — torno a olha-lo.

— Entendo que tenha medo, Samira, mas essa pode ser a chance de
vocês descobrirem que nasceram para ficarem juntos.

Ele endireita a postura e fixa os olhos nos meus.

— Não a deixe passar. Eu perdi a chance de ser feliz uma vez e não
sei se a terei de novo — a dor em sua voz toca meu coração.

— Gostaria de saber sua história, Luca.

— Um dia quem sabe eu lhe conte, menina. — ele me oferece o


braço e o pego — Vem, vamos ver o que a doi-dinha de sua amiga está
fazendo.

— Doidinha, mas que mexe com você e não adianta negar — ele
não responde apenas dá um sorriso de lado.

Saímos da ponte e fomos para o mercado ao lado do rio. Ana se


encantou pelo mercado daqui e sempre vem ver as novidades e desfrutar
das delícias da nossa culinária.
Ela fazia a mesma coisa quando moravámos no Brasil e sempre
vivia no mercado comprando diferentes tipos de frutas, verduras e
desfrutando das delicias culinarias artesanais que tinham por lá.

Ficamos mais algumas horas passeando e depois voltamos para


casa, era hora de tomar a decisão que mudaria minha vida.

Após conversar com meus pais decidi aceitar o convite de Vicenzo,


eles não viram problema de eu passar alguns dias na mansão dele já que
somos praticamente primos e ele acabou de ficar viúvo e sozinho. Para
meus pais minha intenção é só fazer companhia a Vicenzo nas festas da
nossa organização e não que o quero como homem e na minha cama.

Entrei em contato com Giuseppe e confirmei minha ida. A parte


ruim é ter que deixar Ana aqui sozinha, eu até insisti para que fosse comigo
mas ela não fi-caria muito a vontade lá.

Porém eu fico tranquila sabendo que Luca estará cuidando dela.

No outro dia, depois de minhas malas prontas, me despedi de todos


e parti decidida a mostrar que eu não era mais uma menina boba.

Vicenzo seria meu de uma vez por todas!


Capitulo 34
Ansiedade descreve perfeitamente o que estou sentindo nesse
momento, estou aparecendo um adolescente que vai se encontrar com a
namoradinha pela primeira vez, pois até minhas mãos estão soando.

Dentro de alguns minutos Samira estará aqui na mansão para passar


uns dias e me acompanhar nos eventos de nossa organização, e confesso
que nunca estive tão nervoso para saber o que acontecerá ao tê-la sob o
mesmo teto que eu por tantos dias depois que descobri esse desejo
descontrolado que passei a ter por ela.

Quase não acreditei quando Giuseppe me confirmou sua vinda,


parecia ser um sonho, por mais que estivesse esperando que aceitasse o
convite saber que ela aceitou fez meu peito acelerar, por alguns minutos
pensei estar tendo um infarto de tão feliz que fiquei ao receber a notícia de
que Samira seria minha de uma vez por todas.

Sim, foi isso que minha mente processou ao ter Giuseppe me


dizendo que ela ficaria comigo por uma semana inteira, meu pau pulsou na
expectativa de tê-la em meus braços novamente.
Agora estou aqui na minha sala de estar com um copo de uísque na
mão esperando-a chegar.

— Vicenzo sua encomenda chegou — ouço a voz brincalhona de


Giuseppe.

— Encomenda são seus ovos, idiota — Samira retruca me fazendo


sorrir, amo essa implicância deles.

— Princesa, não fale assim de seu irmão preferido e deixe meus


ovos fora de qualquer conversa.

— Quem disse que é o preferido? Você é apenas o único por isso


tenho que te suportar — fala rindo e seu sorriso faz meu peito errar a
batida.

— Acreditemos nisso — Giuseppe lhe dá um tapinha na cabeça e


ela lhe dá língua.

— A demonstração de amor de vocês me comove — falo rindo e


eles dão de ombro juntos.

São tão iguais nas atitudes.

— Seja bem-vinda, pirralha — provoco e ela me lança um olhar


mortal.

— Pirralha é sua vó, eu já sou uma mulher se não percebeu. — ela


passa a mão pelo corpo dando ênfase em suas palavras e não perco a
oportunidade de passear meus olhos por todo seu corpo.

Ela está usando uma calça jeans na cor azul justa marcando suas
coxas grossa e a bunda empinada que sou louco para marcar com meus
tapas e um blusa rendada de alça fina na cor branca valorizando seus belos
seios.

— Pode ter crescido mas sempre será nossa princesinha não é,


Vicenzo? — a pergunta de Giuseppe me faz desviar o olhar da fonte de
meus sonhos mais pervertidos.
— Claro. — concordo. Há se ele soubesse minhas verdadeiras
intenções para com sua irmã.

— Pode escolher um dos quartos de hospedes do andar de cima, vou


pedir a Luigi que leve suas malas. —ela concorda e sobe as escadas. Faço
sinal para Luigi que estava na porta e ele a acompanha carregando as duas
malas que ela trouxe.

Vou para o escritório com meu conselheiro, coloco alguns assuntos


que estavam pendentes em ordem e depois de um tempo Giuseppe sobe ao
quarto que Samira está se despede dela e vai embora.

Fico por mais ou menos duas horas enrolando no escritório


buscando coragem para falar com ela, mas quando Carmem minha
cozinheira avisa que o jantar está pronto não tenho escolha e vou chamá-la
para jantarmos.

Bato em sua porta e alguns minutos depois a ouço perguntando


quem é.

— Sou eu, Samira, Vicenzo — aviso e ela abre a porta quase me


causando um infarto, pois está apenas enrolada em uma toalha e a água do
seu recente banho escorre do seu pescoço em direção ao seus seios e tudo o
que passa por minha cabeça é enxugar aquela gota com minha língua e
seguir o restante do caminho com ela até ter seus belos seios fartos em
minha boca chupando-os com a vontade que me consome de fazer isso a
dias.

— Desculpa a demora, estava no banho — apenas balanço a cabeça


já que minha voz não sai, pois a única coisa que minha língua quer fazer é
lamber as gotas de água que escorrem por dentre seus seios.

— Vicenzo meus olhos são aqui em cima. — sua fala travessa me


tira do transe e me faz olhar em seus olhos.

— Aah... Eu... Vim avisar que o jantar será servido — coço a nuca
sem graça por ter sido pego a devorando com os olhos. Eu relamente pareço
um adolescente.
— Tudo bem — fala sorrindo. — Eu vou me trocar e já desço.

— Também vou tomar um banho nos encontramos lá em baixo —


ela concorda com um menear de cabeça e fecha a porta. E só então solto a
respiração que nem sabia que estava segurando.

Caramba, Vicenzo, você parece um idiota, você tem 35 anos, porra,


e não 15 — me repreendo mentalmente por agir assim.

Já no meu quarto vou direto para o banheiro, tiro minha roupa, ligo
o chuveiro no modo frio para abaixar a ereção que tive ao vê-la só de
toalha, contudo meu pênis não baixa.

Fecho os olhos e começo a me tocar pensando em seu corpo em


baixo do meu enquanto arremeto com força em sua boceta gostosa, aperto
meu pau e acelero os movimentos gozando segundos depois com seu nome
escapando de meus lábios.

Terminei meu banho e saí do banheiro, no closet pego uma cueca


boxer preta e uma calça de moletom cinza, opto por não usar camisa quero
ver a reação de Samira, quero saber se a afeto tanto quanto ela me afeta.

Me visto e saio rumo a cozinha onde pedi que fosse servisdo nosso
jantar.
Capitulo 35
horas antes.

3630 segundos, uma hora e meia, esse foi o tempo exato que levei
da minha casa em Veneza até o aeroporto de Roma, sim eu contei cada
segundo, a ansiedade não me deixou aproveitar a viagem estava aflita e
inquieta com a possibilidade de me entregar a Vicenzo.

Pensar que finalmente serei dele faz meu coração dar cambalhotas
em meu peito e as borboletas dançarem tango na minha barriga.

Quando cheguei na área externa do aeroporto meu irmão já estava a


minha espera ao lado do carro nos cumprimentámos com um abraço, eu me
acomodei no banco do passageiro e ele colocou minhas malas no porta mala
de sua USV preta.

— Nervosa? — perguntou ao se sentar no banco do motorista.

— Um pouco... — olhei para ele — sabe que não curto muito esses
eventos, só aceitei por ser o Vicenzo.
— Eu sei princesa, mas todo esse problema com a sua falecida
esposa e seu meio-irmão o deixou mal visto pelo conselho.

Ele coloca o carro em movimento e ficamos em silêncio por um


momento.

— Alguma novidade com relação ao Pietro? — pergunto quebrando


o silêncio.

— Ainda não — fala sem desviar o olhar da estrada — por enquanto


está tudo calmo, sinal que devemos ficar atentos ao que acontece ao nosso
redor — concordo com um menear de cabeça e volto meus olhos a janela
do carro contemplando a vista da cidade.

30 minutos depois estamos na mansão, assim que meus olhos


pousam em um Vicenzo parado na sala de estar vestido com um terno preto
sob medida marcando seu corpo musculoso, imagens de sua boca em mim
vem a minha mente e sinto meu centro pulsar em expectativa. Ele é tão
lindo e gostoso.

Vicenzo sua encomenda chegou — meu irmão fala brincalhão só


para implicar comigo.

— Encomenda são seus ovos, idiota.

— Princesa não fale assim de seu irmão preferido e deixe meus ovos
fora de qualquer conversa, ok?

— Quem disse que é o preferido? Você é apenas o único por isso


tenho que te suportar — sorrio da careta que ele faz.

— Acreditemos nisso — Giuseppe fala lhe dou língua após ele bater
na minha cabeça de leve. Costume que sempre teve desde que sou criança e
pelo visto não pretende deixar tão cedo.

— A demonstração de amor de vocês me comove — a voz rouca de


Vicenzo me faz arrepiar.

— Seja bem vinda pirralha.


— Pirralha é sua vó, eu já sou uma mulher se não percebeu —
rebato e passo a mão pelo meu corpo para dar ênfase nas minhas palavras e
o vejo passear seus olhos de lobo faminto sobre mim. Meu corpo queima
sob sua analise.

— Pode ter crescido, contudo sempre será nossa princesinha né


Vicenzo? — meu irmão pergunta o fazendo desviar o olhar.

— Claro — ele concorda, mas a forma como me devorou com os


olhos segundo atrás diz outra coisa.

Há maninho se você soubesse nossos pensamentos não diria isso.


Falo mentalmente e me controlo para não rir e entregar meus pensamentos
pervertidos com nosso amigo.

— Pode escolher um dos quartos de hospedes do andar de cima, vou


pedir a Luigi que leve suas malas. — concordo e subo as escadas. Escolho o
terceiro quarto que fica próximo ao de Vicenzo, Luigi coloca minhas malas
no chão do quarto, o agradeço e ele sai.

Pego meu celular na minha bolsa deito na cama e ligo para Ana
conto que já cheguei e pergunto como ela está, ficamos um tempo
conversando ela me conta que pegou Andreia beijando Nicolas na área da
piscina, mas falaram que não estão namorando só se curtindo. Rimos da
cara de pau dos dois, me despeço dela e finalizo a ligação.

Ouço Giuseppe bater na porta do quarto e abro. Ele se despede e


avisa que terá de fazer uma viagem e volta em 3 dias. Ele me dá um beijo
no rosto e vai embora.

Resolvo arrumar minhas coisas no quarto e depois de tudo já


devidamente arrumado pego uma toalha e vou tomar banho. Quando estou
saindo do banheiro escuto alguém bater a porta.

— Quem é? — pergunto só por precaução, mas tenho certeza de que


é Vicenzo.
— Sou eu Samira — Vicenzo fala do outro lado da porta e abro sem
me preocupar com o que estou vestindo: que no caso é nada além de uma
toalha pequena que mal cobre meu corpo, já que não sou uma mulher que se
pode considerar "magra". Tenho curvas e aprendi a gostar delas.

— Desculpa a demora estava no banho.


Ele vasculha todo meu corpo com o olhar e sinto-o esquentar com
seus olhos passeando por todo meu corpo com desejo. A tensão sexual entre
nós é palpável.

— Vicenzo meus olhos são aqui em cima — o repreendo com


divertimento em minha voz.

— Ah... — ele limpa a garganta. — Eu... Vim avisar que o jantar


será servido — ele coça a nuca sem graça e olha em meus olhos. Seu olhar
é intenso e me promete coisas que me faz ansiar em fazê-las.

— Tudo bem eu vou me trocar e já desço.

— Também vou tomar um banho nos encontramos lá em baixo —


meneio a cabeça concordo. Fecho a porta e respiro fundo encostada-se a ela
tentando acalmar minhas emoções.

Vou até o closet e escolho um conjunto de algodão que se baseia em


um short curto e um cropped de manga longa na cor cinza, solto meu
cabelo, passo perfume e calço uma rasteirinha. Sento na cama e fico um
tempo olhando para o nada buscando coragem para descer e encontrar
Vicenzo.

— Vamos lá Samira, Você consegue. Não é mais aquela garota tola


de 17 anos, você já tem 23 e sabe o que fazer — falo para o meu reflexo no
espelho, dou uma última olhada em minha roupa e saio do quarto.

Encontro uma das funcionarias do Vicenzo e ela me diz que ele me


espera na cozinha onde nosso jantar foi servido. Me encaminho para lá.

Ao chegar à cozinha o vejo parado em frente a geladeira buscando


algo, e imagem de sua costas nuas com as tatuagens a mostra faz minha
boca salivar de vontade de traça-las com meus lábios. A vontade de beijar
todo seu corpo másculo e esculpido em músculos bem definidos vem forte e
tenho que fazer um esforço sobre-humano para não gemer com as imagens
que minha mente projeta dele embaixo de mim comigo cavalgando em seu
pau e o beijando inteiro..

— Pedi para servir nosso jantar aqui espero que não se incomode —
ele fala ao se virar e me fazendo engolir em seco ao ver seu peito nu.

— Para mim está ótimo — dou um sorriso e me aproximo da mesa


da cozinha analisando o que foi feito para nosso jantar.

— Lasanha a bolonhesa — o olho sorrindo — meu prato preferido.

— Sim, pedi para fazer especialmente para você — ele se aproxima


com uma garrafa de vinho nas mãos — separei esse vinho pra nós também,
espero que goste — ele coloca o vinho na mesa e puxa a cadeira para que
me sente.

— Obrigada — digo ao me sentar, ele se inclina e cheira meu


pescoço me causando arrepios.

— Amo seu cheiro só não é melhor que seu gosto — sussurra em


meu ouvido e se afasta sentando na cadeira a minha frente.

— Bom apetite.

Servimos-nos do vinho e da lasanha e começamos a comer, na


primeira garfada eu solto um gemido de apreciação. Eu amo lasanha e essa
está divina.

— Assim fica difícil me controlar Samira. — Vi-cenzo comenta


fazendo cara de sofrimento.

Sorrio.

— Não posso fazer nada se a lasanha está divina.


— Você é uma menina muito má e provocadora isso sim, deve está
louca para levar umas tapas nessa bunda gostosa para aprender que não
deve provocar um homem que está se controlando para não ataca-la na
primeira oportunidade.

Não sei o que responder, pois meu centro pulsa e sinto minha
calcinha molhar só em pensar nas suas mãos passeando pelo meu corpo
enquanto me fode com força. Aperto as coxas em busca de um atrito que
alivie a pulsação e engulo em seco.

Ele dá um sorrisinho de lado e volta a comer como se não tivesse


dito nada de mais. Sirvo-me de mais vinho e tomo em um gole só na
tentativa de aplacar o fogo que me consome. Terminamos de comer,
levamos os pratos a pia e quando vou lavá-los ele me puxa e me beija.

Beija não me devora passo meus braços por seu pescoço


aprofundando o beijo. Vicenzo saboreia minha boca com o se tivesse fome
dela, morde o meu lábio inferior, nossas línguas duelam por espaço, suas
mãos agarram minha cintura com força me colocando em cima da bancada
da cozinha e se colocando entre minhas pernas, sinto seu membro duro
roçar na minha intimidade e gemo em sua boca.

Nós nos afastamos por falta de ar.

— Queria te beijar assim desde a hora que entrou pela aquela porta
hoje a tarde — encostamos nossas testas respirando com dificuldade.

— O que você fez comigo menina? — seu olhar me queima. — Te


desejo tanto — ele passa o dedo pelo meus lábios inchados do nosso beijo.

— Também te desejo — o puxo para mais um beijo agora mais


calmo e lento. Desgrudo nossos lábios e beijo seu queixo e pescoço, ele
geme e me alegro por ser a causadora de seu prazer.

— Me faça sua, Vicenzo — peço olhando em seus olhos.

Ele não pensa duas vezes e me pega no colo, circulo minhas pernas
na sua cintura para não cair e encosto minha cabeça em seu pescoço
sentindo seu cheiro enquanto ele sobe as escadas. Chegamos em seu quarto
e ele me joga na cama.

— Você não imagina o quanto sonhei em te ter assim: na minha


cama e entregue a mim — ele se deita sobre mim e acaricia meu rosto.

— Eu também sempre quis está em seus braços — o beijo com


sofreguidão dando tudo de mim nesse beijo para que ele perceba o quanto o
quero.

Ele para de me beijar e se afasta para tirar minha blusa seu olhar de
desejo e admiração ao vê meus seios sem o sutiã faz minha calcinha molhar
ainda mais.

— Linda — fala e põe um dos meus seios na boca o chupando com


vontade, arqueio as costas desfrutando do prazer que só Vicenzo me dá, ele
troca chupando o outro seio e depois os dois ao mesmo tempo e o prazer é
tanto que acabo gozando.

— Agora vou provar essa bocetinha, pois estou com saudades dela
— ele beija minha barriga e vai em direção a minha intimidade.

Beija por cima do short e depois o tira junto com a calcinha, seus
dedos traçam um caminho por dentre minhas dobras enquanto ele sopra
meu centro, gemo deliciada com a sensação que percorre todo meu corpo e
abro mais as pernas me oferecendo sem pudor para que ele faça o que
quiser comigo. Para que me queime e me consuma com sua boca, dedos e
pau.

— Vou comer essa boceta até ficar saciado dela, mas sinto informá-
la que essa saciedade não se dará hoje — fala e passa a língua de cima a
baixo chupando meu clitóris com força, me contorço e agarro o lençol.

Sim, eu quero que ele me coma e me chupe muitas vazes ainda. E se


isso acontecer para sempre será melhor ainda.

— Porra!
Gemo alto quando ele me penetra com dois e saboreia meu nervo
inchado. Ele devora meu centro como se fosse sua sobremesa favorita não
demoro muito e gozo gritando seu nome. Ele sorve todo meu prazer e sobe
distribuindo beijos pela minha barriga e seios.

— Sinta seu gosto, o meu sabor preferido no mundo — me beija


com paixão, puxo seu cabelo e enrosco minhas pernas na sua cintura, sinto
seu pênis roçar em minhas boceta por baixo da calça de moletom e percebo
que esta sem cueca.

Ele se levanta e sinto falta do calor do seu corpo sobre o meu. Já de


pé Vicenzo retira a calça e engulo em seco ao ver sua imagem nua a minha
frente, seu pau recebe toda a minha atenção: ele é grande e robusto com
veias por toda seu cumprimento e minha boca saliva querendo prova-lo.

Vicenzo começa a se masturbar me olhando arreganhada sobre sua


cama, meu centro pulsa ansiando para senti-lo dentro de mim e me toco sob
seu olhar. Ele dá um sorriso malicioso anda até a mesinha próxima a cama e
pega um preservativo, rasga a embalagem, coloca-o em seu membro e se
coloca entre minhas pernas novamente.

— Tem certeza disso?

— Sim, o desejo há muito tempo Vicenzo, mas antes tenho que


avisar que sou virgem.

— Samira — ele tenta se afastar, mas o seguro entre minhas pernas


e o prendo sobre mim

— Eu quero ser sua, me guardei para você — falo olhando dentro de


suas íris azuis que tanto me encantam.

Vicenzo me beijar com ternura, sinto seu membro em minha entrada


e ele o pincela por minha boceta o lambuzando com meu gozo antes de
empurrá-lo lentamente para dentro de mim.

— Aaaa — solto um gemido que é uma mistura de prazer e dor ao


me sentir preenchida por seu membro.
— Está doendo? — ele pergunta preocupado. Me delicio com seu
lado protetor.

— Não, só uma leve um incômodo por nunca ter tido um pênis


dentro de mim. — comentei rindo e o fazendo rir também.

— Saber disso me deixa feliz. Sabia eu sou possessivo quando se


tratar de você, menina? — fala terminando de se colocar dentro de mim.

— Amo como se chama assim. — digo e o beijo.

Ele fica alguns segundos parado até que eu me acostume com todo o
seu tamanho, me mexo embaixo dele o incentivando a continuar e ele
começa com movimentos de vai e vem lento. Sinto minhas paredes se
adaptar ao seu membro e gemo apertando seus braços e o marcando com
minhas unhas.

— Essa boceta quente e apertada está me levando a loucura — fala e


seus movimentos que antes eram lentos agora se intensificam e o prazer me
inunda novamente. Enrosco minhas pernas em sua cintura sentindo-o ir
mais fundo, gemo descontrolada ao sentir a mão Vicenzo no meu clitóris
fazendo movimentos circulares e aumentando ainda mais meu prazer.

— Tão gostosa essa bocetinha, ela é agora meu lugar favorito no


mundo. Vou fodê-la tanto — suas palavras sujas aumentam ainda mais
minha excitação, ele chupa meus seios e vou ao céu para logo em seguida
cair em um precipício tamanha a miríade de sensações que perpassa meu
corpo.

— Vicenzo... Eu... Eu vou gozar — tento avisar em meio ao prazer


que sinto ao tê-lo me fodendo assim.

— Goza pra mim Samira, quero ver meu pau melado do seu gozo.
Quero sua boceta me apertando e o sugando, o reivindicando como dela. —
e como se meu corpo estivesse esperando seu comando gozo gritando seu
nome.
— Você fica ainda mais linda gozando — ele volta a me beijar e
com mais algumas estocadas goza enchendo a camisinha com seu sémen.

Vicenzo cai ao meu lado na cama e me puxa para seus braços.

Ainda conectados nos abraçamos tentando acalmar nossa respiração


e encosto minha cabeça em seu peito ouvindo seu coração bater forte em
meus ouvidos. Já mais calmos ele se retira de dentro de mim e estremeço
com o movimento.

— Está muito dolorida? Não quis ser tão bruto.

— Foi perfeito não se preocupe — dou um selinho em seus lábios e


ele vai ao banheiro descartar o preserva-tivo.

— Vou preparar a banheira para tomarmos banho .— avisa da porta


do banheiro e apenas meneio a cabeça em afirmação com um sorriso bobo
dançando em meus lábios.

Eu o amo tanto e espero que um dia ele possa retribuir esse amor.
Espero um dia forma uma família ao seu lado.
Capitulo 36
Já tive muitos momentos felizes nesses meus 35 anos de vida, mas
nada se comparou a felicidade que senti ao ter Samira em meus braços. A
forma como ela me beijou e falou que esperou todo esse tempo para se
entregar a mim despertou sentimentos que nunca achei ser capaz de sentir.

A desejei desde o momento que a vi parada na cozinha me


devorando com os olhos, foi difícil me controlar e não tocá-la ao vê a roupa
que vestia, a todo momento só pensava em tomá-la ali mesmo e fodê-la de
todas as formas possíveis.

Porém, saber que era virgem e tinha me escolhido para ser seu
primeiro despertou a possessividade que habita em mim. Ela é minha e se
antes já a queria agora a quero mais que nunca. Só tenho que fazer
Giuseppe e seus pais aceitarem sem estremecer nossa amizade.

— Vou preparar a banheira para tomarmos banho — aviso da porta


do banheiro a vendo linda e nua na minha cama. Ela me da um sorriso
encantador e posso ver em seus olhos todo o sentimento que tem por mim.
Ela me ama e isso está claro para mim.
Volto a entrar no banheiro e preparo a banheira com água morna e
sais de banho, separo dois roupões para vestimos após o banho e saio do
banheiro para pega-la.

— Ei — fala rindo ao ser pega no colo — eu sei andar sabia.

— Sei que sabe, mas quero cuidar de você — ela passa o braço por
meu pescoço e nos beijamos.

A levo para o banheiro a depósito na banheira entrado logo em


seguida e me sentando atrás dela.

— Não sabia que era tão cavalheiro.

— Só com você — começo lavar seus seios ouvidos seus gemidos


baixos.

Desço minhas mãos por sua barriga e acaricio seu clitóris ela abre
mais as pernas me dando mais acesso.

— Quero te foder de novo, mas sei que está dolorida então só vou
fazê-la gozar em meus dedos — ela suspira e inclina a cabeça para trás
desfrutando das minhas carícias em seu ponto de prazer.

Acelero meus movimento e introduzo dois dedos em seu canal e a


fodo com eles, sinto sua vagina apertar meus dedos e sei que está próxima
de gozar.

— Aperte seus seios, gostosa, imagine ser minhas mãos neles. —


mando e ela faz da forma que pedi delirando de prazer. Meu pau dói e pulsa
ereto, cutucando suas costas querendo participar da brincadeira. Mas dessa
vez é só para ela.

Belisco de leve seu clitóris e acelero as estocadas de meus dedos em


sua boceta gulosa que os sugam com afinco, ela goza lindamente gemendo
alto e a beijo tomando para mim todos os seus gemidos. Meu nome sendo
gemido em seus lábios são tudo para mim.

— Obrigada — ela diz sonolenta.


— Por que? — seguro seu queixo para que olhe para mim.

— Por tornar esse momento tão especial — um sorriso lindo se faz


presente em seu belo rosto.

— Sempre será especial para você pequena — a beijo calmo —


agora vamos termina o banho para dormirmos.

— E você?

— O que tem eu?

— Está excitado eu posso lhe ajudar a ter prazer — diz travessa e


passa a mão por meu membro.

— Meu prazer é te ver satisfeita o ignore que ele baixa — rimos e


nos beijamos.

Terminamos de tomar banho e saímos do banheiro. Ela se enrola no


roupão e vai em direção a porta.

— A onde vai Samira?

— Não tenho roupas aqui vou ao meu quarto.

— Pode vestir uma cueca minha, tenho cuecas novas aqui — falo já
pegando uma no closet junto com uma camisa minha.

— Veste — a entrego e fico olhando ela tirar o roupão e vestir a


cueca e a camisa.

— Mandão.

Sorrio e estendo minha mão para ela.

— Vamos dormir, quero passar a noite toda agarrado a você.

Beijo seu pescoço e nos deitamos abraçados.


— Boa noite, pequena — suspiro sentindo seu cheiro e seu corpo
colado ao meu. Fecho os olhos e sinto o sono querer me dominar. Uma
sensação de paz me preenche meu peito, mas antes que eu seja realmente
dominado pelo sono a ouço dizer que me ama.

Amanheço sentindo uma mão quente passeando por meu corpo e


continuo de olhos fechado para ver o que Samira pretende fazer comigo.
Ela leva a mão em direção ao meu membro que já está ereto pela ereção
matinal e o alisa, gemo sem me controlar com suas caricias de tortura em
meu pau.

— Não faz assim, minha linda — abro os olhos e a olho com um


sorriso travesso dançando em seus lábios — Isso é tortura — arfo quando
ela passa a língua por todo meu comprimento.

— Quis fazer isso desde que o vi nu pela primeira vez. — fala e


volta a passar a língua, mas dessa vez, ela o coloca todo dentro da boca e
arqueio as costas do colchão tamanho é o prazer que me atinge com o
contado de sua boca quente no meu pau.

Ela me chupa como se fosse um pirulito e estivesse com muita


vontade de comê-lo. Eu gemo e agarro seu cabelo sem colocar força só para
ditar o ritmo das chupadas, ela brinca com minhas bolas me levando ao
delírio quando estou prestes a gozar ela toca em minha mão para que a
libere e solta meu membro, gemo frustrado pela falta do contato de sua
boca em mim, mas logo em seguida gemo ao tê-la sentada em mim e me
cavalgando como uma verdadeira amazona.

— Isso gostosa, quica no meu pau.

Inclino-me em sua direção e abocanho seus seios, chupo um e


depois o outro a vendo gemer enlouquecida de prazer. Puxo-a pela nuca e a
beijo com desespero já prestes a gozar, ela cansa e agarro sua cintura
ditando o ritmo das sentadas, não demora muito e gozamos juntos
chamando o nome um do outro.

Caímos exaustos na cama, suados e cansados depois da transa


intensa e ficamos abraçados buscando recuperar o fôlego e sentindo o
coração um do outro bater forte.

— Bom dia — dizemos juntos e rimos como dois bobos.

— Vamos tomar banho — ela diz se levantando e nos


desconectando.

Seguimos de mãos dadas para o banheiro e tomamos banho em meio


a caricias e beijos. Terminamos o banho e ela vai ao seu quarto trocar de
roupa enquanto me encaminho ao closet para colocar meu terno e ir
trabalhar.

— O que vai fazer hoje? — a pergunto já na cozinha ao nos


sentarmos para tomar café.

— Ainda não sei — fala servindo seu café com leite.

— Aqui — lhe entrego um croissant, pois sei que ela adora e me


sirvo de uma fatia de torta italiana e café preto.

— Obrigada. O que você vai fazer?

— Tenho uma reunião com os acionistas da PilotsMobili temos um


novo piloto contratado e suas corridas pela nossa empresa começa na
próxima semana.

— Ah que legal. Eu sempre gostei de corrida e adrenalina — um


sorriso se menina travessa brota em seu belo rosto.

— Sei bem disso — sorrimos ao lembrarmos suas peripécias


infantis — você pode ir comigo para a empresa e depois da reunião
almoçamos em um restaurante e vamos comprar seu vestido para a festa
desta noite.

— Não irei incomodar.

— Você nunca me incomoda, Samira. — me levanto e me aproximo


dela puxando seu cabelo que está solto para o lado, deixando sua nuca livre
e a beijando ali.
— Vou amar te foder na mesa do meu escritório — sussurro em seu
ouvido e a vejo se arrepiar com meu contato e apertar as coxas com minhas
palavras.

Afasto-na da mesa e me abaixo um pouco para colocar minha mão


entre suas pernas, ela está de vestido, o que só facilita o que pretendo fazer.

— Minha safada está excitada? Posso resolver isso.

Puxo sua calcinha para o lado e começo a masturbá-la, ela se


contorce e agarra minha mão, provavelmente com medo de alguém nos ver.

— Me deixa te fazer gozar, pequena — sussurro.

Ela arfa e afasta as pernas me dando mais acesso a sua intimidade,


acelero os movimentos em seu clitóris a fazendo morder os lábios para não
gemer alto e chamar atenção dos funcionários da mansão.

Sinto seu corpo tremer e sei que seu orgasmo está perto a beijo e
coloco dois dedos em seu canal a fodendo firme com eles, belisco seu
clitóris e tomo seus gemidos em minha boca ao gozar em meus dedos.

Afasto-me retirando meus dedos de seu interior, quando ela se


acalma e os chupo sob seu olhar.

— Saboroso — sorrio malicioso.

— Você é louco — ela se recompõe e volta a tomar seu café.

Pisco e mando um beijo no ar para ela que balança a cabeça


sorrindo.

Terminamos nosso café e subimos para nossos quartos para escovar


os dentes e terminamos de nos arrumar para ir à empresa.
◆◆◆
— Seu escritório é lindo. — Samira comenta ao entramos nele já na
empresa.

— Sim — concordo indo até minha mesa e pegando a pasta que


minha secretária deixou. — venho muito aqui, então o quis deixar bem
confortável para mim.

Volto a ficar frente a ela.

— Vou para a reunião — a beijo — se precisar de algo é só pedir a


minha secretária.

— Posso mexer em seu computador enquanto volta? Preciso checar


meus e-mails e ver se tenho alguma proposta de emprego.

— Não sabia que você estava querendo trabalhar.

— Eu já concluí a faculdade e enviei alguns currículos lá no Brasil,


mas com tudo o que aconteceu deixei para outro momento e ao voltar para a
Itália enviei para as empresas daqui. — assenti sentindo a raiva me do-
minar ao lembrar-se do que sofreu no Brasil.

— Você pode trabalhar comigo — ofereci e ela me olhou surpresa.


Me aproximei e peguei suas mãos.

— A quero comigo Samira. E sem falar que estou mesmo


precisando de uma relação publicas.

— Posso pensar?

— Claro, minha linda, — lhe dou um beijo casto — nos vemos mais
tarde — saio do escritório ruma a sala de reuniões onde os outros acionistas
me esperavam.

◆◆◆
Samira

Eu sempre fui uma pessoa que sabia o que queria, e por isso
descobri que amava Vicenzo aos 14 anos e quis continuar o amando desde
então. soube que não supor-taria vê-lo com outra e quis ir embora fazer
minha vida longe.

Porém como nada em minha vida é fácil precisei voltar a Itália e não
me arrependo disso, pois hoje realizei meu sonho de ser dele.

Ser de Vicenzo.

Contudo existem decisões que podem afetar a vida de muitos se


tomadas de maneira impensada. É o que pode vir a acontecer comigo, a
possibilidade de trabalhar com Vicenzo fez as borboletas em meu estômago
dar cambalhotas. À ansiedade de saber que ele pode vir a me amar e por
isso me quer ao seu lado me deixa eufórica.

Por outro lado pensar qual vai ser a reação de minha família ao
saber de nosso relacionamento me deixa aflita: se eles não permitirem que
fiquemos juntos seria eu capaz de abandoná-los e viver esse amor? E se o
que Vicenzo sente por mim for só desejo ou carência por estar viúvo? E se
ele só quiser sexo comigo? Ele enfrentaria minha família para ficarmos
juntos?

São tantos questionamentos que minha cabeça chega a doer. Eu


sempre o amei, porém ele só passou a me enxergar como mulher a um mês
atrás. A forma que ele me fez sua foi mais do que imaginei, as sensações
despertadas em meu corpo me fizeram o desejar ainda mais.

Todavia, e se isso não passar de uma sonho adolescente? E se


amanhã ele acordar e querer uma mulher experiente igual a ele?

Deus, eu vou surtar com tudo isso em mente. Tenho que conversar
com ele a respeito disso e tenho que saber se ele me quer em sua vida para
sempre.
— Um beijo por seus pensamentos.

— Aaaa. Droga! — assusto-me e acabo derrubando suco em meu


vestido por está envolvida em pensamentos e não vê-lo entrar no escritório.

— Desculpe-me não queria assustá-la. — pede se sentindo culpado


por meu desastre.

— Não, tudo bem, eu que estava distraída. — sorrio e o beijo


quando ele chega até mim. — Senti saudades.

— A reunião demorou mais que o esperado. Quer trocar de roupa


antes de irmos almoçar? — Vicenzo pergunta ao me ver tentando limpar o
vestido, porém sem sucesso.

— Ficará tarde e já estou com fome. A mancha é pequena.

— Vamos até o banheiro e você se limpa lá — seu sorriso sacana me


mostra que não é bem isso que ele quer fazer.

Entramos no banheiro e pego uma toalha de rosto, molho a ponta e


passo em cima da mancha no meu decote. Vicenzo se aproxima como um
lobo pronto a dar o bote, me vira e retira a toalha da minha mão a colocando
na pia, com uma mão aperta minha cintura e a outra puxa minha nuca para
um beijo quente e cheio de saudade.

— Estava louco para te beijar assim — diz ao nos afastarmos por


falta de ar.

— Vira — manda — Quero te foder olhando nosso reflexo no


espelho.

Faço o que ele manda e sinto meu sexo contrair em expectativa. Ele
levanta meu vestido o embolando na cintura e rasga minha calcinha. Arfo
com sua forma bruta.

— Vou mostrar o quanto estava com saudades — ele passa o dedo


pelas minhas dobras e geme ao ver o quanto já estou molhada. Inclina meu
corpo mais para frente e toca meu clitóris me fazendo gemer mais alto.
— Silêncio. Não quer que saibam o que estamos fazendo aqui não
é? — pergunta, mas só consigo mexer a cabeça em concordância inebriada
com suas carícias em clitóris.

Ouço-o abrir o zíper da calça e sinto seu pau pincelar minha entrada,
empino a bunda em sua direção querendo-o logo dentro de mim logo.

— Bem apressadinha não é minha gostosa safada? — continua me


torturando — Não se preocupe que eu vou lhe dar o que tanto quer — ele
mal acaba de falar e entra de uma vez em mim retirando todo o ar de meu
pulmão.

Gememos juntos com o contato pele com pele de nosso sexos.

Vicenzo mete sem pena me levando a loucura. Abaixa a alça do meu


vestido e deixando meus seios livres e a mercê de suas mãos grandes para
que possa apertá-los sem nada o atrapalhando.

Nós nos olhamos pelo reflexo do espelho e o desejo que vejo nos
seus olhos e a expressão de prazer em seu rosto nos deixa ainda mais
excitados. Seu membro pulsa dentro de mim e minha vagina se contrai em
resposta o sugando e querendo mantê-lo dentro dela para sempre.

Ele se retira de mim mudando de posição e me deixando de frente


para ele. Coloca uma perna minha em sua cintura e volta a me penetrar forte
e rápido, o beijo para evitar que meus gemidos saiam altos.

Ele volta a masturbar meu clitóris enquanto arremete sem pena em


minha biceta que pulsa a cada investida sua. Não aguento os estímulos e
gozo agarrada a ele que me acompanha gozando também. Nos beijamos
com fome acariciando um ao outro com nossos corpos suados e a respiração
falha até nos acalmarmos do sexo intenso que acabamos de fazer.

Ele se afasta e pega a toalha nos limpando. Olho nosso reflexo no


espelho: suados, vermelhos e com as roupas ameaçadas. Sorrio para ele
enquanto ajeito o vestido para que ninguém desconfie do que acabamos de
fazer.
— Vou ter que ficar sem calcinha — falo olhando o que um dia foi
uma jogada no conto do banheiro.

— Não tem problema se só eu souber dessa informação — ele sorri


sacana e beija o canto da minha boca.

Já devidamente compostos saímos para o almoço. Resolvemos ir


direto pra o shopping e comermos em um restaurante lá.

— O que vai querer Samira? — perguntou ao sentarmos a mesa do


restaurante no shopping. — Deixe-me adivinhar — rio — lasanha.

— Por mais que ame lasanha, já comi ontem e não posso comer
massas todos os dias.

— Por que não?

— Se você não reparou, não sou tão magra como as outras mulheres
e toda as calorias que consumo se depositam em minha bunda e coxas. —
falo chateada por não poder comer sempre o que quero.

— Pois eu adoro sua bunda e quanto mais grande mais carne eu terei
para apertar enquanto te fodo por trás.

— Vicenzo — praticamente grito chocada e morta de vergonha com


suas palavras ditas justo na hora em que o garçom veio buscar nossos
pedidos.

— Não falei nenhuma mentira — um sorriso cafajeste brota em seus


lábios, mas logo some quando vê o garçom olhando para o meu decote.

— Acho bom você parar de olhar minha mulher se quiser continuar


com seus olhos — rosnou para o jovem garçom o fazendo quase mijar nas
calças.

— Desculpe senhor não queria ser invasivo. O que vão querer?

— De você nada, agora chame outro garçom para nos atender.


— Claro, desculpe-me. Com licença — ele se retirou em busca de
outro garçom para nos atender.

— Não precisava ter feito isso.

— Ele que se contente em não estar morto, você é minha e ninguém


cobiça o que é meu — seu tom possessivo fez meu coração saltar no peito.

— Precisamos conversar sobre essa nossa relação Vicenzo. Tenho


medo do que nossos pais vão achar.

— Eu sei, mas vamos deixar para pensar nisso uma outra hora,
quero aproveitar o máximo que puder com você — pegou minha mão e
depositou um beijo no dorso. Retribui com um sorriso bobo.

Outro garçom chegou e fizemos nossos pedidos. No final acabei


optando por uma massa com camarão e vinho para acompanhar e foda-se
os quilos a mais que ganharia depois da refeição.

Após o almoço fomos comprar meu vestido faço um pequeno


desfile para ele que tenta a todo momento me agarrar, mas consigo o conter.
Escolho o último dos vestido que provo e para desespero de Vicenzo não o
deixei ver qaul foi o escolhido. Eu queria fazer-lhe uma surpresa.
Capitulo 37
Fomos para a mansão dele já quase na hora de nos arrumarmos para
a festa.

— Porra! — exclama ao me ver pronta e vestida no vestido que


escolhi.

— Vou matar alguém hoje. — ele se aproxima, coloca meu cabelo


para o lado deixando meu pescoço a mostra e o beija.

— Também terei de me controlar para não bater nas mulheres que se


jogarem em você. Está lindo e eu louca para aproveitar desse seu corpo
musculoso a noite toda. — sorrio travessa e deslizo minha mão por seu
peito até tocar seu pau por cima da calça e o apertar.

— Não faz isso sua provocadora. — geme — Me deixou com as


bolas doendo só de imaginar te fodendo a noite toda .— sorrio de lado para
ele e lhe dou um beijo no canto da boca.

— Serei toda sua para usar e abusar quando chegarmos — ele agarra
minha cintura e cheira meu pescoço.
— Queria não ter que ir a essa festa — levanta a cabeça e me olha
— Como irei me concentrar em algo se você está tão gostosa nesse
vestido?

Ele me analisa mordendo o lábio e sinto meu centro contrair. Meu


vestido é preto de alças finas que se cruzam nas contas e na frente tem um
decote em V profundo que chega quase ao umbigo. A saia do vestido é
coberta por um, poa transparente com uma fenda na la-teral da coxa
esquerda.

Deixei meu cabelo solto em ondas e passei uma maquiagem simples


caprichando no batom vermelho.

— Vamos antes que eu desista — pega minha mão e me leva para o


carro que nos espera na porta da mansão. Nós nos acomodamos na SUV
preta e partimos rumo ao hotel de luxo do Vicenzo onde acontecerá a festa.

Em 30 minutos o carro estaciona em frente ao hotel e somos


recebidos com fleches de vários fotógrafos. Vicenzo coloca a mão em
minhas costas me guiando para dentro do hotel e apenas acena com a
cabeça em forma de cumprimento aos fotógrafos.

— Não sei como aguenta todo esse alvoroço — comento já no hotel.

— Ossos do ofício — ele sorri.

Apesar de ele ser mafioso, Vicenzo tem muitas em-presas


legalizadas e uma delas é de automobilismo que é bem conhecida e
renomada em toda a Itália e até fora do país.

— Você terá que se acostumar, já que será minha futura esposa.

— O... O quê? — gaguejo diante de suas palavras.

— Não quer ser minhas esposa?

— Quero, é só que... Meus pais — abaixo a cabeça, pois não sei se


eles irão aceitar isso.
— Ei — ele segura meu queijo e ergue minha cabeça para olhá-lo.
— Não se preocupe com isso agora. Aproveitemos a festa, sim? —
concordo com um sorriso fraco.

— Vicenzo, que bom que chegou — um homem mais velho e bem


apessoado vem nos cumprimentar.

Andrés de Paolo me olha.

— Samira Morino — ele beija minha mão — linda como sempre.

— Obrigada. Sua esposa não veio?

— Não, minha filha está para ter meu primeiro neto e Michele ficou
cuidando dela.

— Entendo.

— Seu pai me falou que está em busca de um noivo. Alessandro


está na festa — fala de seu filho como se eu fosse me atirar nos braços dele.

Andrés de Paolo é capo de Génova e seu filho assumirá o cargo em


breve.

— Ela está como minha acompanhante esta noite — Vicenzo rosna


e o capo enrijece a postura — E ela não precisava de outra companhia.

— Claro, desculpe Don. — sua voz soa baixo. — Nos vemos por aí.
Com licença — ele se afasta sobre o olhar fulminante de Vicenzo.

— Não achei graça — repreende ao me ver rindo da situação.

— Eu não quero me casar com outro que não seja você, mas o
conselho está pressionando meu pai a me fazer se casar, pois já tenho 23
anos e na máfia as mulheres geralmente se casam com 21. Quer dizer, essa
pressão não está apenas sobre mim, Giuseppe também, precisamos de
herdeiros. E ele principalmente, visto que será o próximo capo de Veneza.
— Conversarei com seu pai e resolverei tudo, não se preocupe —
apenas assenti.

— Vamos cumprimentar os demais convidados. — ele circula um


braço em minha cintura e me leva até as pessoas importantes que se fazem
presentes nessa festa hoje.

— Samira? — ouço uma voz familiar me chamar e me afasto de


Vicenzo para ver se não estou sonhando.

— Fernando?

— Nossa, você está linda — ele vem me abraçar, mas Vicenzo é


mais rápido e me puxa para si.

— Estão juntos? — Fernando pergunta. — Não sabia que o


conhecia — fala se referindo a Vicenzo.

— Nossas famílias são amigas. Agora estou bem surpresa de o ver


aqui.

— Ele é o novo piloto que contratei — Vicenzo responde com cara


de poucos amigos.

— Não sabia que se conheciam. — ele me questiona, contudo, antes


que eu possa explicar de forma mais amena, Fernando se adianta.

— Fomos namorados — fala com um sorriso maliciosos e dançando


os olhos por meu corpo.

Sinto a postura de Vicenzo endurecer ainda mais e temo que ele faça
algo com seu novo piloto.

— Passamos 1 ano juntos, mas não deu certo e terminei o namoro,


tínhamos prioridades diferentes.

— Isso. Mas...
— Fernando — alguém o chama o interrompendo de falar alguma
besteira e agradeço aos céus por enviar essa pessoa, pois Vicenzo já estava
a ponto de esganá-lo aqui mesmo na frente de todos.

— Não sabia que tinha namorado esse bostinha, a quero longe dele.
— disse autoritário se sentindo meu dono. — Você é minha Samira! —
rosna raivoso apertando minha cintura a ponto de quase doer.

O olho com raiva e o empurro para que me solte.

— Eu não sabia que ele era seu piloto e se não percebeu, eu tinha
uma vida antes de termos algo — falo e saio, indo em direção ao banheiro e
o deixando sozinho no meio do salão.

Não gostei da forma como me tratou e não admito que questionem


minhas palavras.

Fico um tempo no banheiro me recompondo e agradeço que


Vicenzo não tenha vindo atrás de mim. Aproveito que estou no banheiro e
faço xixi, lavo as mãos e saio encontrando Fernando no corredor.

— Não sabia que você curtia mafiosos, Samira? — pergunta


sacastico.

— E eu não sabia você que trabalhava para um. — respondo no


mesmo tom.

— Não ligo. — dá de ombros. — Desde que não me envolvam em


seus negócios ilegais e pague em dia o que meu é por direito não vejo
problema em trabalhar para ele.

Ele para diante de mim e me olha nos olhos.

— Era ele o cara que te impedia de se entregar para a mim, não era?
— questiona invadindo meu espaço pessoal

— Eu não me entreguei a você, Fernando, porque não me


despertava tesão a ponto de ir para cama e transar com você.
Ele ri e se afasta um pouco.

— Não era o que parecia enquanto dávamos os amassos no tempo


de namoro.

— Se quer acreditar nisso — dei de ombro e tentei passar, mas ele


agarrou meu braço.

— Ele só quer curtir com você, Samira, não sonhe com o impossível
— encarei sua mão em meu braço e ele a retirou.

— Ele pode até só se divertir comigo, mas é o único para quem eu


abri minhas pernas e você nunca saberá o que é me ter em seus braços
enquanto me fode. — vi a raiva transbordar em seus olhos, mas não me
importei, eu só queria sair dali e ficar sozinha.

A noite na qual achei que seria inesquecível foi um fiasco e as


palavras de Fernando me afetaram mais do que pensei.
Saí do corredor do banheiro e já estava voltando ao salão para pedir
a Vicenzo que fossemos embora, quando parei próximo a uma pilastra e
respirei fundo tentando me acalmar para quando o encontrasse.

— Relembrando o passado? — me assustei ao ouvir sua voz de


grave e raivosa atrás de mim.

— E se estiver? — o desafiei cansada de sua desconfiança — Não


temos uma relação oficial, Vicenzo. — cuspi as palavras, já estava farta
disso. — Quero ir embora, vai me levar ou terei de ir sozinha?

— Não me desafie, Samira, você sabe que não gosto disso. — fala
próximo ao meu rosto e vejo raiva nublando em seus lindos olhos azuis.

— Vamos! — ele tenta pegar meu braço, mas o puxo impedindo-o


que me toque.

Saimos do hotel e entramos no carro cada um envolvido em seus


próprios pensamentos, não trocamos mais nenhuma palavra até a mansão.
Estava com raiva e frustrada da noite ter acabado dessa forma.
Assim que o carro estacionou saí sem olhar para trás entrei na
mansão e subi as escadas praticamente correndo para meu quarto só
parando com as mãos de Vi-cenzo me agarram e me prensam na porta do
quarto.

— Você é minha — rosnou rasgando meu vestido —, nenhum filho


da pura colocará as mãos em você, Samira — chupou meus seios com força
e minha calcinha molhou na mesma hora com sua pegada. — Nenhum!

Gemo em sua boca. Estou queimando de desejo por seu toque.

— Não imagina a raiva que senti quando confirmou que estava com
ele, mesmo eu sabendo que você estava dizendo aquilo só para me desfiar
— se abaixou e abriu minhas pernas.

— Sem calcinha. Porra! — exclamou com o rosto em minha


boceta.

— Ela marcava no vestido — consegui dizer em meio a névoa de


luxúria que nos envolvia.

— Pois eu vou te mostrar o que faço com uma ga-rota atrevida


como você.

Ele não me deu tempo de protestar, simplesmente levantou uma


perna minha a colocando em seu ombro e me devorou.

— Aaaa — gemi agarrando seu cabelo na tentativa de me equilibrar.

Fechei os olhos e desfrutei da sensação de ter sua boca em mim.

Ele sugou meu clitóris e depois soprou me fazendo estremecer,


colocou dois dedos em meu canal e me fodeu sem pena os curvando e
tocando o ponto de maior prazer dentro de mim.

— Vicenzo e vou go...

Não terminei de falar, já que ele se levantou e me penetrou em uma


estocada só, certeira e firme, me fazendo revirar os olhos. Nem vi o
momento em que ele libertou seu membro da calça só o senti dentro de mim
me preenchendo com sua grossura.

Agarrei seus braços sentindo-o me invadir com fome e raiva. Nós


nos beijamos com loucura devorando a boca um do outro.

Cravei minhas unhas em suas costas quando o orgasmo me tomou


fazendo Vicenzo me acompanhar.

Ele me pegou no colo, pois não tinha forças para ficar em pé, e me
levou ao banheiro. Tirou sua roupa e ligou o chuveiro para nos lavar.
Começou a alisar meu corpo nos excitando novamente, me tirou do
banheiro secando de forma rápida e me jogou na cama.

— De quatro. — ordenou, pegou sua gravata e amarrou minhas


mãos nas costas, fiquei com a bunda para cima, as mãos presas as costas e o
rosto no travesseiro.

— Garota atrevida! — alisou minha bunda e depois desceu um tapa


ardido nela — Vou te mostrar que sou seu homem. — outro tapa, mas dessa
vez beijou o lugar que bateu. — Que só eu posso de foder. — outro tapa.

— Vicenzo. — gritei desesperada para que ele me fodesse logo.

Eu o queria dentro de mim mais uma vez.

— Calada. — outro tapa dessa vez ainda mais forte. — Só fale


quando eu mandar. — Gemi e rebolei minha bunda em sua direção.

Ele cessou os tapas, me lambeu e estocou um dedo em mim


novamente. Gemidos de prazer me escaparam e a necessidade por ele só
cresceu. Senti seu membro pincelar minha entrada e me inclinei para que
me penetrasse de uma vez.

Arremeteu forte e bruto fazendo ecoar pelo quarto o som dos nossos
corpos se chocando, agarrou meu cabelo me levantando para que o beijasse.
Ficamos de joelhos na cama nos beijando e Vicenzo estocando sem pena
seu pau duro e pulsante em minha boceta que contraia a cada estocada sua.
Ele saiu de mim e resmunguei frustrada e louca para gozar
novamente. Vicenzo deu um sorriso sacana e me virou deixando-me de
frente para ele.

Tornamos a nos beijar e ele voltou me penetrar dessa vez de forma


lenta, com carinho me olhando nos olhos e deixando-me ver que seus
sentimentos por mim eram reais, beijei-o com a alma e todo o amor que
tinha em mim.

Gozamos juntos novamente e ficamos abraçados desfrutando do


calor do corpo um do outro, ambos em silêncio, não era necessário palavras
nesse momento o amor se fazia presente entre nós e sabíamos disso.
◆◆◆

Vicenzo

— Desculpe pela forma como te trarei na festa ontem. — peço


depois de um tempo em silêncio. — Isso que estou sentindo por você é
novo para mim, Samira — ela me encara, mas continua em silêncio.

— Eu fico puto e não consigo controlar a raiva que surge ao pensar


em outro homem te tocando.

— Mas eu tive uma vida lá no Brasil durante esses 5 anos Vicenzo.

— Eu sei, mas não é fácil para mim, Samira — levanto meu tronco
e me sento na cama.

— Até ontem te via como uma criança e agora te desejo mais que
tudo.

— Eu sei que não é fácil, mas eu não tenho olhos para outro homem
além de você. Eu sempre te amei e isso não vai mudar. — Ela me abraça
forte. — Por favor, não me faça se arrepender de ter sido sua. — pede com
a voz baixa.

— Prometo ser menos possessivo e controlar meu ciúme. — A beijo


e nos deitamos. — Agora vamos dormir — beijo sua cabeça e nos
abraçamos.

Dormimos assim, sentindo o calor do corpo um do outro.

Acordei no outro dia sentindo falta do corpo de Samira colocado ao


meu. Passei a mão na cama achando que ela tinha se afastado para dormir
de bruços, mas seu lugar estava vazio.

Forcei meus olhos a abrirem e vi que o sol já estava alto, pois


entrava pela janela já que as cortinas tinham sido afastadas. Olhei no
relógio, que se encontrava na mesinha próxima a cama, e vi que já eram
10h da manhã.

— Droga, dormi demais — resmunguei passando a mão pelo rosto,


me levantei e fui para o banheiro fazer minha higiene matinal.

Já de banho tomando e devidamente vestido, me dirijo a cozinha e


encontro a mesa posta e Samira tomando seu café da manhã.

— Bom dia! — a cumprimento com um selinho — Dormi demais.

— Desculpa não te esperar para tomarmos café juntos, mas eu


estava com fome e você estava dormindo tão lindamente que não quis
acordá-lo.

— Tudo bem, sei como fica seu humor quando está com fome. —
gargalhei quando ela me atirou um guardanapo.

— Fica linda bravinha. — a puxei e lhe dei o beijo que tanto queria
desde a hora que acordei.

— Vai para a empresa hoje? — ela pergunta já se sentando na


cadeira para terminar seu café.
— Não, vou trabalhar do escritório daqui, tenho uns relatórios para
analisar — falo me sentando a mesa e servindo meu café — Tenho quase
certeza que estão nos roubando.

— O quê? Quem seria o idiota a fazer isso?

— Também gostaria de saber. Giuseppe foi com Luigi averiguar as


minhas suspeitas.

— Ele me disse que ficaria 3 dias fora.

— Sim, eu queria ir pessoalmente confrontar quem ousa me roubar,


contudo com os últimos acontecimentos preferi ficar e saber se Pietro
armaria algo.

Ela se levanta da cadeira e senta no meu colo.

— Perdoe-me fui insensível e nem procurei saber como se sentiu ao


descobrir que tinha um meio-irmão.

— Não tem do que se desculpar — cheirei seu pescoço. Eu amava


seu perfume. — Para ser sincero não me afetou muito. Passei 35 anos da
minha vida sem saber que tinha um irmão, então não fez diferença.

— Ainda assim, julgo que é uma descoberta e tanto. — confirmei


com a cabeça.

— Só o que me afetou foi saber o quanto meu avô foi inescrupuloso


e insensível com meu pai. Ele acabou gerando uma guerra familiar.

— Entendo, também me surpreendi com a atitude do senhor Enrico,


sempre ouvi que ele era um homem frio e implacável, que comandava a
máfia com mãos de ferro, entretanto não pensei que seria capaz de tal coisa.

— Agora terei de lidar com as consequências das ações dele.

— Estarei ao seu lado — nos beijamos com paixão.


— É melhor pararmos. — disse ofegante — Se continuar te
beijando assim acabaremos no quarto e não sairemos tão cedo de lá.

Ela deu um sorriso travesso e se afastou.

— Tem razão, vá cuidar de seus assuntos eu irei ligar para minha


casa e saber como está tudo por lá — deu um selinho e saiu rebolando
aquela bunda gostosa.

Terminei meu café e fui para o escritório resolver as pendências e


descobrir qual dos meus capos está me traindo, tem ratos na minha
organização e vou estraçalhar todos eles.

Estava envolvido com os problemas que surgem a cada dia que não
percebi quando Samira bateu na porta.

— Não queria te atrapalhar — falou já dentro do escritório. — Eu


bati, mas você estava concentrado e não ouviu. — se aproximou e se sentou
na minha mesa.

— Você nunca incomoda pirralha — provoquei ficando entre suas e


vi sua feição mudar.

— Não era pirralha enquanto me fodia ontem — ela se encurvou e


colou a boca no meu ouvido sussurrando — Sou muito mulher e tenho
certeza que Fernando adoraria comer essa pirralha aqui — retrucou fazendo
meu sangue ferver.

Ela amava me provocar!

Levantei em um rompante e segurei seu cabelo pela nuca a fazendo


olhar em meus olhos.

— Você gosta me provocar não é? — mordo de leve seu pescoço e


ela geme já entregue a mim.

— Você me provocou primeiro eu só retruquei.

Petulante!
— Sempre foi atrevida e esse seu jeito sempre me encantou. —
voltei a me sentar e abri suas pernas querendo tirar sua calcinha para
saborear seu sabor que tanto me enlouquece. — Sem calcinha, já veio louca
para me dar não foi?

Não esperei sua resposta, levantei seu vestido e coloquei minha


cabeça entre suas pernas abocanhando seu sexo, chupei, lambi e só parei
quando se desmanchou em minha boca.

Fiquei de pé, abri meu zíper libertando meu pau e a penetrei em uma
estocada bruta nos fazendo gemer com o contato de nossos sexos, puxei seu
vestido libertando seus seios e os coloquei em minha boca. Os chupei
alternando entre um e outro, lambi ao redor do bico duro e depois belisquei
com os dentes a fazendo gritar de prazer.

— Gostosa! Amo a forma como se entrega para mim.

Ela agarrou meu cabelo capturando minha boca e me beijando com


fome, enrolou as pernas na minha cintura me permitindo ir mais fundo e
passando a dar pequenas reboladas ao seguir meus mevimentos.

— Vou gozar Vicenzo. — avisou entre gemidos altos.

— Espera mais um pouco. Também estou próximo de gozar e vamos


gozarmos juntos.

Coloquei a cabeça entre o vão de seu pescoço e acelerei os


movimentos, ela se agarrou aos meus braços cravando as unhas neles e
contraiu os músculos da vagina me sugando. Não aguentei os estímulos e
me libertei dentro dela com ela tremendo em meus braços ao gozar também.

— Uau! — sorrimos — Estava precisando disso.


— Eu também — me retirei dela vendo meu esperma escorrer por
suas pernas.

— Não usamos camisinha — comentei lembrando desse detalhe.


— Eu tomo remédio não se preocupe — me deu um selinho e
desceu da mesa indo ao banheiro que tenho no escritório.

— Como estão as coisas na sua casa? — perguntei ao entra no


banheiro atrás dela.

— Tudo bem por lá, meu pai está fazendo negociações para meu
casamento.

Na mesma hora trinquei o maxilar.

— Você não vai se casar com outro homem além de mim. — ditei
com voz dura.

Ela terminou de se limpar e saiu do banheiro comigo em seu


encalço.

— E nem quero. Mas o concelho o está pressionando. Giuseppe


também terá de escolher uma noiva.

— Falarei com seu pai e pedirei sua mão, só preciso de um pouco


mais de tempo para resolver tudo.

— Eu posso esperar — sorrio e me beijou.

— Seus dias aqui estão acabando. — coloquei uma mecha de seu


cabelo atrás de sua orelha e inspirei seu cheiro. — Sentirei sua falta.

— Queria ficar aqui com você — falou triste —, mas não é bem
visto uma jovem solteira e “virgem”... — rimos com a aspas que fez com os
dedos ao dizer a palavra — ficar sozinha com um homem viúvo em sua
casa.

— Essas leis antiquadas sempre atrapalham nossas vidas. — Bufei.

— Mesmo depois de você pedir minha mão não poderemos ter


relações sexuais antes de estarmos devidamente casados.
— Não sei como conseguirei ficar sem tê-la em meus braços. Agora
que sei com é te ter não a quero longe — sentei no sofá e a puxei para meu
colo.

— Pois aproveitemos esses dois dias que faltam para eu ir embora


— deu um sorriso travesso e me tocou por cima da calça.

— Só teremos que tomar cuidado, pois Giuseppe retorna hoje —


comentei apertando seu seio por cima do vestido.

— Então volte ao trabalho que vou ver o que Carem está preparando
para o almoço.

Me deu um último beijo e se colocou de pé, dei um tapa em sua


bunda gostosa, ela saiu do escritório rindo e me deixando com um sorriso
bobo nos lábios.

Eu a amava e não tinha mais duvidas disso.


Capitulo 38
Os últimos dois dias que passei na mansão do Vicenzo foram
incríveis. Nós nos amamos a todo momento e desfrutamos da companhia
um do outro.

Como não podíamos fazer passeios por conta de um possível ataque


de Pietro ou de algum outro traidor, nossos momentos de diversão se
resumiram a jantares em restaurantes próximos da mansão e dias de sol na
piscina.

Em um desses momentos Giuseppe chegou e se juntou a nós como


fazíamos na adolescência, confesso que estava com saudades desses
momentos de travessuras nossos, sem falar que com os últimos
acontecimentos e o clima tenso que pairava no ar, estávamos precisando
disso.

No meu último dia na mansão acompanhei Vicenzo a um jantar na


casa do capo de Milão, eles tinham que fortalecer alianças e esses jantares
servem para isso. O jantar estava bem agradável até o capo comentar que
Giuseppe já deveria buscar noivas e pensar em casamento.
Senti que ele falou isso, pois sua filha Donatella estava em idade de
se casar e casá-la com o consigliere seria mais que perfeito para sua família
adquirir uma posição ainda maior na máfia.

Meu irmão não gostou muito das indiretas e tratou logo que dizer
que ele saberia quando seria o momento de pensar em casamento.

Confesso que fiquei aliviada de saber que Giuseppe não se encantou


por Donatella, pois ela parecia uma boneca de tão engessada e sem ação.
Muito submissa e prestativa para meu gosto, sem falar que me tratou como
se eu fosse tola e fútil igual a ela, sua cara de sonsa não me enganou sabia
que só estava puxando meu saco para que eu fizesse meu irmão mudar de
ideia e ele aceitasse fazê-la sua esposa.

Já a na mansão, tive mais uma rodada de sexo selvagem com


Vicenzo que resultou em algumas marcas em minha pele. Ele queria me
marcar como dele e desfrutei de cada momento de prazer que me
proporcionou até cairmos exauridos e com o dia quase amanhecendo. Não
queríamos largar o corpo um do outro. A saudade já se fazia presentes em
nós antes mesmo da minha partida.

Acordamos tarde no outro dia devido nossa noite regadas a bastante


sexo, sorte nossa que meu irmão só apareceu na hora do almoço para me
levar embora.

A noite Giuseppe me levou para a casa dos nossos pais no jatinho de


Vicenzo, pois meu namorado secreto queria outra rodada de sexo antes de
eu ir embora, contudo a presença de Giuseppe e seus primos não nos
permitiu mais algumas horas de prezer e orgasmos antes de eu voltar para
casa.

— Filha — minha mãe exclamou assim que me viu passar pela


porta. — Estava com saudades — me abraçou e beijou.

— Minha Princesa. — meu pai veio me abraçar.

— Papai, estava com saudades de vocês — falei abraçada a ele e de


mãos dada com minha mãe.
— E eu não recebo abraços? — Giuseppe comentou atrás de nós
fazendo seu drama.

— Oh, meu Deus que filho mais carente esse meu — mamãe foi em
sua direção o abraçou e apertou suas bochechas.

— Mãe, isso dói — resmungou nos fazendo rir.

— Onde está Ana? — perguntei sentindo sua falta.

— Ela foi dar um passeio com Andreia e Nicolas. — explicou meu


pai.

— Vem. — mamãe me chamou — Vamos arrumar suas malas e


fofocar sobre esses seus dias na mansão do Don.

Rimos e peguei sua mão subindo as escadas para meu quarto.

Enquanto arrumava minhas coisas contei a minha mãe sobre os dias


que passeai na casa de Vicenzo, claro ocultando a parte do sexo quente que
tive com ele nesses dias. Quando estava contando que Fernando agora
trabalhava para Vicenzo, Ana entrou correndo no quarto e se jogou em cima
de mim. Caímos na cama, já que estava sentada nela.

— Que saudade amiga — exclamou me abraçando. — Me conta


tudo o que aconteceu lá.

— Também estava com saudades. E você também vai contar as


novidades daqui.

— Vou deixar vocês conversarem. — minha mãe falou indo em


direção a porta — Prepararei sua comida preferida para o jantar.

— Obrigada! Mãe. — mandei um beijo no ar para ela e que saiu


nos deixando a sós.

Ana me olhou e se sentou na cama.

— Conta tudo .
— Eu... Me entreguei ao Vicenzo.

— O QUÊ? — gritou — Como assim? Vocês fir-maram


compromisso? Ele pediu sua mão ao seu pai?

— Calma Ana, uma pergunta por vez.

Rimos.

— Eu estava decidida a mostrar a ele que tinha crescido. — ela


assentiu porque eu havia contado meus planos a ela — Só que ele já havia
percebido isso e também me desejava.

Ela abriu a boca surpresa e comecei a contar tudo.

— No início fiquei receosa, confesso, mas ele foi tão carinhoso e


cuidadoso que não tive medo. Me entreguei a ele sem reservas e não me
arrependo, foi os melhores dias da minhas vida.

Sorri feito boba e me joguei na cama. Ana se deitou ao meu lado.

— Fico tão feliz por você amiga — nos abraçamos mesmo deitadas.

— Com relação ao compromisso, — tornei a falr. —ele ainda não


falou com meu pai e irmão, pois tem que falar com a família dele e o
concelho primeiro. Ele acabou de ficar viúvo ainda está colocando tudo em
ordem.

— Não entendo o porquê disso.

— Os boatos que Eduardo teve um filho com uma prostituta e o


mesmo é o responsável pelos ataques a nossa máfia já se espalhou e fez
com que o conselho ficasse em cima de Vicenzo e toda sua família.

— Mas ele não pode firmar um compromisso com você? Ele é


viúvo e nada o impede de se casar novamente.

— Um compromisso comigo agora poderia levantar suspeitas,


muitos disseram que ele matou Maria para viver com amantes, pois o
casamento deles era de fachada e nem herdeiros tiveram.

— Entendi.

— Mas ele não vai demorar a pedir minha mão só está esperando as
coisas melhorarem um pouco. Meu pai está fazendo negociações do meu
casamento e de Giuseppe, então Vicenzo não pode deixar que as
negociações avancem muito. Isso prejudicaria meu pai.

— Essa coisa de máfia é bem complicada. — falou fazendo uma


careta e acabamos rindo.

— Mas vamos mudar de assunto. Quais as novidades por aqui? Já se


declarou para o Luca?

— Ele é apenas meu amigo, Samira, ainda não estou preparada para
me envolver com alguém.

— Seus pesadelos cessaram?

— Não — seu olhar é triste — Mas diminuíram a frequência com


que me assombram.

— Ainda está indo as sessões com a psicóloga?

— Sim, Luca me acompanhou enquanto você esteve fora.

— E seu irmão como está?

— Nicolas está querendo entrar para a máfia. — a olho surpresa —


Ele se desentendeu com seu superior na polícia lá no Brasil e entregou o
cargo.

— Nossa! — exclamei surpresa.

Nicolas amava ser detetive. Seu sonho desde muito novo foi seguir
os passos de seu pai que também era policial.
— Ele me confessou que seu superior não queria ajudá-lo no meu
resgate — sua voz saiu embargada, com certeza se lembrando de tudo o que
sofreu.

— Eu posso falar com meu pai e o transformar em soldado. É só ele


fazer a iniciação e o juramento.

— Ele ficará feliz em saber disso — ela me deu um sorriso, mas


que não alcançou os olhos.

Ana tinha mudado. Seu brilho e sua alegria já não existiam mais.

Ficamos mais um tempo papeando, ela me revelou que Andréia dará


uma chance a Nicolas e quem sabe no futuro eles possam vir a se casar e
formar uma família.

Quando Ana foi para seu quarto tomei um banho e depois de pronta
passei uma hora falando com Vicenzo e só encerramos a ligação porque
minha mãe veio me chamar para jantarmos.

Eu não podia estar mais feliz.


Capitulo 39
Os dias se seguiram tranquilos. Já faz um pouco mais de dois meses
que voltei para casa e até agora Vicenzo não resolveu nosso compromisso
com meus pais. Eu até discuti com ele por isso e já estamos a quase 3 dias
sem nos falarmos.

Ele sempre diz que está arrumando tudo para pedir minha mão, mas
tenho saudades dele, de estar em seus braços e dele me amando. Estou cada
dia mais irritada e sem paciência. Até minha mãe notou minha mudança de
humor nos últimos dias. Nem minha comida preferida meu estômago aceita,
ele vivi embrulhado devido ao meu nervosismo e a briga que tive com
Vicenzo.

— Samira — Ana bate e entra no meu quarto.

— Oi, Ana

— Queria saber se você tem absorventes para me emprestar, o meu


acabou e meu ciclo acaba de chegar.
— Claro que sim, devo ter até muitos, pois o meu já era para ter
descido semana passada e até agora não desceu.

— Uma semana atrasada Samira — ela me olha espantada — Está


tomando o anticoncepcional, certo?

— Claro que... — não termino de falar porque junto do absorvente


está minha cartela anticoncepcional e ela tem mais comprimidos do que
deveria ter.

— O que houve Samira?

— Não pode ser, Droga, como pude me esquecer de algo tão sério
como isso. — resmungo e Ana se aproxima de mim.

— Samira... — mostro a cartela a ela que arregala os olhos e me


abraça.

— Não posso estar grávida, Ana. Meu pai vai me matar a honra da
mulher é a coisa mais importante na máfia, ainda mais eu sendo filha de um
capo.

— Não vamos sofrer por antecipação, vamos sair e comprar um


teste para ter certeza.

Ela vai até o quarto dela se trocar e eu faço o mesmo. Já prontas


descemos as escadas para o andar de baixo e encontro minha mãe ainda da
cozinha.

— Onde vão com tanta pressa?

— Vamos nos encontrar com Andreia — minto — ela pediu nossa


ajuda com a roupa de seu jantar com Nicolas.

— Ah. Certo, espero que casem logo, eles formam um casal tão
lindo.

— Formam sim. Temos que ir, mãe, nos vemos no almoço


Saio praticamente correndo puxando Ana querendo ir logo a
farmácia comprar o teste e me livrar dessa angústia.

— Ei, ei, calma. Para que tanta pressa? Não podem sair sem
segurança — Luca nos para quando estamos quase entrando no meu carro.

— Luca, por favor, nos deixe sair, iremos só até a farmácia.

— Alguém está doente? Ana está tudo bem? — sua preocupação


com ela é lindo, porém não tenho tempo pra isso.

— Estamos bem é coisa de mulher.

— Você sabe que só pode sair com segurança, passem para o banco
de trás que eu dirijo.

Bufo irritada mas aceito. Em 10 minutos estamos na farmácia, peço


a Luca que nos espere do lado de fora e ele atende mesmo a contra gosto.

Compro o teste (no caso 5) e me encaminho ao banheiro com Ana


na minha cola. Faço os testes e espero 5 minutos como pede na embalagem.

— Positivos — viro para Ana com o rosto banhado em lágrimas.

— Samira.

— O que vou fazer? Vicenzo ainda não pediu minha mão e meu pai
quer me casa com o filho do capo de Milão. O que farei agora Ana? —
pergunto quase entrando em desespero.

— Você tem que falar com Vicenzo ele vai dar um jeito.

— Farei isso! Não posso esconder um filho dele e ele precisa


resolver essa nossa situação. — falo passando a mão na barriga ainda
plana.

— Grávida — rio — Eu vou ter um bebê. — meus olhos


lagrimejam. Terei um filho de Vicenzo, do homem que eu sempre amei.
— Sim e eu vou mimá-lo muito — ela enxuga minhas lágrimas.

— Vamos para casa — pego todos os testes e jogo na lixeira.

— Amanhã marcarei uma consulta com minha ginecologista para


saber de quanto tempo estou e você vai comigo — decreto e ela ri.

Voltamos para casa, todavia minha mente estava o tempo todo aérea,
tenho que pensar em uma forma de contar ao pai dessa criança em meu
ventre que teremos um filho ou filha.

Mãe... Nunca me imaginei sendo uma, mas ter um filho do homem


que sempre amei faz meu coração se encher de alegria.

Assim que chego em casa subo para meu quarto e ligo para minha
ginecologista pedindo que marque uma consulta para as primeiras horas do
outro dia, contudo de forma sigilosa para que meus pais não desconfie de
nada. Durmo ansiosa para o outro dia.
◆◆◆

Assim que acordei tratei logo de tomar um banho, me arrumar e


descer prar tomar café e ir na consulta com a doutora Antonella.

— Bom dia! — cumprimento meus pais ao entrar na cozinha.

— Bom dia, meu amor. Pedi para preparar seus croissant, estão
quentinhos — só de ver a comida sinto meu estômago reclamar.

— Não estou com fome, mãe. Vou dar um passeio no shopping com
a Ana se me der fome eu como em algum restaurante por lá mesmo.

— Ah. Tudo bem, os guardarei para quando voltarem, mas me


prometa que não comerão besteiras

— Prometo mãe — caminho até ela e beijo sua cabeça.


— Vou esperar Ana lá fora — beijo a bochecha do meu pai e saio
da cozinha.

Ana chega minutos depois e saímos com Luca e Mateo fazendo


nossa segurança. Não consegui despistá-los.

— Tenho que pedir algo aos dois e isso não pode sair daqui —
começo a falar quando Luca põe o carro em movimento. Ele está dirigindo
meu carro e Mateo está no banco do carona.

— Nós iremos para o consultório da doutora Antonella Greco, mas


ninguém pode saber que estive lá.

— Claro, senhorita, pode ficar tranquila ninguém saberá disso —


Luca fala e Mateo concorda.

Ana aperta minha mão me dando apoio e vejo Luca nos olhando
pelo retrovisor. 40 minutos depois ele estaciona o carro em frente a clínica e
desce conosco passando a chave para que Mateo possa estacionar o carro.

— Bem-vindas! — a secretaria da doutora Antonella nos


cumprimenta — A doutora a espera na sala dela. Me acompanhem.

— Luca eu vou entrar com a Ana, nos espere aqui fora, tudo bem?
— ele assentiu e eu entro de mãos dada com Ana na tentativa de me
acalmar.

— Samira, Fiquei surpresa com sua ligação está tudo bem?

— Na verdade espero que você me diga, Antonella. — me sento na


cadeira que ela me mostra para sentar — Eu estou grávida e quero saber se
está tudo bem com o meu bebê.

— Não sabia que já tinha se casado — ela comenta feliz, mas sua
feição muda ao ver a minha aflita.

— Você não casou.


— Não, Antonella e preciso saber de quanto tempo estou, tenho uma
suspeita, entretanto quero ter certeza.

— Claro, vamos fazer uma ultrassom para saber como está sua
gestação.

— Eu ficarei aqui — Ana fala pela primeira vez desde que


chegamos.

— Entra comigo, preciso de apoio. — peço aflita e com medo do


que irei confirmar com essa consulta.

A doutora nos encaminha ate a sala de ultrassonografia e pede para


que me deite na maca, ela levanta minha blusa e despeja um pouco de um
gel gelado. Coloca o aparelho no local que colocou o gel e começa a
desliza-lo umas imagens que não entendo nada surgem na tela do aparelho.

— Bom Samira você está realmente grávida. Está com quase 11


semanas de gestação, entrando para o terceiro mês.

— Meu Deus. — uma lágrima me escapa e Ana a enxuga.

— Você vai ser mamãe.

— É, eu vou! — sorrimos uma para outra.

— Vamos escutar o coraçãozinho dele?

— Já da para ouvir?

— Sim. Mudarei de equipamento com o sonar Doppler e poderemos


ouvir os batimentos tranquilamente.

Ela troca de aparelho e em segundos um som forte preenche toda a


sala.

— O coração é bem forte e seu bebê é saudável. Está tudo dentro do


esperado para seu tempo de gestação. — sorrio em meio as lágrimas que
descem sem controle pelo meu rosto.
Eu serei mãe. Mãe de um filho de Vicenzo, do homem que eu
sempre amei.

— Passarei as vitaminas e os exames que terá de fazer nos próximos


dias, depois que eles estiveram prontos você me avisa que eu marco nossa
próxima consulta. Tudo bem?

— Sim. — respondi sorrindo.

Eu não parava de sorrir.

Terminamos a consulta e saímos de seu consultório.

Luca saiu na frente para ver se estava tudo bem para irmos até o
carro. Após ele conferir tudo ao nosso redor, fez sinal para que o
seguíssemos e quando estávamos próximas ao carro freadas foram ouvidas
e tiros disparados em nossa direção.

Gritei assustada e logo vi que dois carros estavam nos cercando.


Agarrei-me a Ana no intuito de fugir e nos salvar, contudo os tiros ficaram
mais intensos e nos jogamos no chão para nos proteger deles.

Vi quando Mateo levou um tiro na perna e caiu matando quem


atirou nele. Luca conseguiu matar alguns dos homens que atiravam em nós,
mas suas balas acabaram, ele correu para ajudar Mateo a entrar no carro e
fugirmos.

Me arrastei com Ana para atrás do nosso carro e quando consegui


abrir a porta do mesmo uma mão agarrou meu cabelo me puxando com
força para trás e me fazendo gemer de dor.

— Não vai conseguir fugir dessa vez, Samira — a voz de Pietro


soou em meus ouvidos, todo o meu corpo tremer de medo.

Ana avançou nele no intuito de me salvar, mas levou um soco do


capanga que estava ao lado dele e caiu desacordada. Luca largou Mateo
dentro do carro e veio nos socorrer.
— Eu vou te matar, porra — rugiu furiosos se abaixando para
conferir se Ana estava viva.

— Acho que você está em desvantagem — Pietro atirou no ombro


dele que gemeu com a dor.

— Te deixarei vivo para avisar à aquele frouxo que vocês chamam


de Don que seus dias estão contados.

Ele lambeu meu rosto e fiz o maior esforço para não vomitar nele.

— Enquanto isso me divertirei com a amante dele — sua risada me


gelou por dentro.

Pensei no bebê em meu ventre e fiz uma prece silenciosa para que
ele ficasse bem. Eu mal havia descoberto sua existencia e o podia perder se
Pietro me fizesse algum mal. O que era provável que faria, pois sua raiva
por mim e Vicenzo era maior que tudo.

Pietro fez sinal para que seus capangas o acompanhasse e me


arrastou pelos cabelos até o carro dele. Eu só pensava em Vicenzo e no que
esse louco faria com ele quando ele aparecesse para me resgatar.

Não posso perdê-lo!

— Não vejo a hora de me fartar na boceta que deixou meu querido


irmão apaixonado — falou já dentro do carro e passando as mãos pelo meu
corpo.

Me encolhi temendo o pior.

Ele colocou um pano molhado, com algo que possuia um cheiro


muito forte, em meu nariz e me debati para impedi-lo de me colocar para
dormir me deixando a sua mercê. Entretanto ele era mais forte.

Senti minhas forças se esvaírem e meu corpo tombar em seus


braços, minha cabeça pesou e eu apaguei com a mão em minha barriga
temendo por meu filho.
Capitulo 40
A cada dia que eu passo longe de Samira me sinto sufocando. Já
fazem 3 dias que ela não me atende, sei que nossa situação é difícil mas as
coisas estão bem complicadas apara o meu lado.
Os conselheiros da máfia estão no meu pé querendo a cabeça do
desgraçado que se diz meu irmão e eu não sei onde porra ele se meteu. Há
rumores que ele se aliou a Bratva e Ivan Petrov o está ajudando. Outros
dizem que o mesmo Ivan Petrov o matou por ter sido descoberto e eu não
sei qual versão é a certa.
O conselho me vigia 24 horas por dia, colocaram meu governo em
dúvida, alguns capos se rebelaram contra mim e tive que os matar para
mostrar que ainda sou o homem implacável que não admite traição. Eu
matei dois de meus capos como exemplo para os outros e coloquei meus
primos Luigi e Giovanni em seus lugares.
Meu pai não fala com meu avô desde que todo o segredo foi
revelado, ele mal o suportava depois da perda de meu tio Ângelo e minha
avó Belle. E os últimos acontecimentos foram a gota de água que faltava
para o copo do desprezo transbordar.

Como não suportava mais ficar longe de Samira chamei Giuseppe


para irmos a casa dos pais deles com a desculpa de me distrair dos
problema e aqui estamos.

— Vicenzo. Filho que surpresa vê-los por aqui. — Francisco pai de


Samira e Giuseppe nos cumprimenta.

— Francisco como vai? Estava a fim de me distrair e nada melhor


do que visitar os amigos.

— Entendo, as coisas não estão das melhores.

— Onde estão os outros? — olho ao redor louco para ver Samira.

— Minha filha saiu com a amiga e minha esposa não estava se


sentindo bem.

— Mamãe está doente? Por que não me avisou pa?

— Ela está bem, só um pouco indisposta. Sua mãe não é mais tão
jovem meu filho. — ele bate no ombro de Giuseppe que balança a cabeça
concordando.

— Senhor Francisco — um de seus soldados entrou correndo na


sala.

— Isso são modos? — ralha com o soldado que se encolhe diante da


repreenção.

— Desculpe, senhor, mas o assunto é grave... — ele não terminou de


falar, pois Luca entrou apoiado em Ana.

— O que houve? Onde está Samira? — Francisco pergunta aflito ao


ver o estado de Luca.

— A levaram senhor. Não pude protegê-la. — Luca falou com


pesar.

— Como assim a levaram? Quem a levou — parti para cima de


Luca, mas a amiga de Samira entrou na frente e me impediu de descontar
minha raiva nele.
— Houve um ataque na clínica que estávamos, fomos cercados,
Mateo e eu revidamos, mas eram muitos e fomos baleados — Luca fala.

— E o que foram fazer nessa clínica e onde está Mateo? — quem


perguntou foi Giuseppe.

— Não posso falar senhor. A senhorita Samira me pediu sigilo e


Mateo foi encaminhado ao nosso hospital. Seu ferimento foi um pouco mais
grave que o meu e ele perdeu muito sangue.

— O que foram fazer nessa clínica e quem levou minha filha? —


Francisco berrou e Giulia desceu correndo as escadas, provavelmente por
causa do gritos.

— O que está acontecendo e onde Samira está? — Giulia pergunta


ao ver Luca ferido e apoiado em Ana, que estava com o rosto machucado.

— Pietro a levou e me mandou dizer que seus dias estão contados


Don — Luca diz.

— Mas que merda. Vou matá-lo com minhas próprias mãos. — rugi
tomado pela fúria.

— Ana não é hora para esconder as coisas. O que foram fazer nessa
clínica e porque mentiram para nós ao dizer para onde vocês iam? —
Francisco pergunta respi-rando fundo para controlar a raiva.

Ela nos olha com o rosto banhado de lágrimas e Luca aperta sua
mão lhe incentivando a falar.

— Fomos a uma consulta que Samira marcou ontem com a doutora


Antonella. Mas Samira não queria que soubessem.

— A ginecologista da família — Giulia explica — Mas por que


não podíamos saber dessa consulta?

— É que... Samira está grávida. — ela fala olhando para mim.


Sinto o ar fugir de meus pulmões. Samira está esperando um filho
meu e na mão daquele maluco vinga-tivo.

— Grávida? De quem? Nem sabia que ela estava com alguém —


sua mãe questionou incrédula.

O choque se fazia presente em todos na sala.

— Como assim ela está grávida? Samira não tem namorado. Ela não
pode está grávida, ela não é casada. — Francisco sussurrou e eu sei o
porquê dele não querer que isso seja verdade.

— Com quem ela se envolveu e quando foi isso? — Giuseppe


questionou a Ana, fechando os punhos.

Ana se encolheu e não respondeu sua pergunta.

— O filho é meu — disse cansado de esconder o que sinto.

— O quê? Você seduziu minha irmã seu desgraçado — Giuseppe


veio para cima de mim como um touro raivoso me acertando um soco.

Cambaleei dando um passo para trás por ter sido pego de surpresa.

— Porra, eu não a seduzi, eu a amo e só estava espe-rando o melhor


momento para pedir a mão dela. — digo massageando meu maxilar que dói
pelo soco.

— Como assim a ama? Você nunca me falou que a via com outros
olhos. — gritou em minha cara — Agora vem com esse papo de amor
depois de a ter engravidado?Depois que a transformou em sua amante e
tirou sua honra!

— Eu só percebi que sentia algo por Samira, além de amor fraternal,


depois que ela voltou do Brasil. Ela era uma criança antes como poderia vê-
la com outros olhos?

— Mas quando minha filha voltou você estava casado Vicenzo.


Esteve com ela mesmo com sua esposa ainda viva?
— Claro que não Giulia, só nos relacionamos depois de eu ter ficado
viúvo — não era uma completa verdade, mas eles não precisavam saber de
todos os detalhes do meu envolvimento com Samira.

— Os dias que ela ficou em sua casa... — deduziu e assenti em


confirmação com um menear de cabeça.

— Eu deveria quebrar sua cara — gritou Giuseppe vindo para cima


de mim novamente e me preparei para revidar os socos, mas o pai dele se
colocou entre nós.

— Parem com isso os dois. Enquanto estão discutindo algo que não
tem mais jeito minha filha está nas mãos daquele louco.

Assim que Francisco terminou de falar o telefone de sua casa tocou


e Giulia correu para atendê-lo.

— Alô... Sim... — ela apertou um botão do telefone e tornou a falar.

— Já está no viva voz — avisou para quem estava do outro lado da


linha.

— Boa a tarde a todos — a voz de Pietro ecoou pelo telefone.

— O que você fez com a Samira seu desgraçado?

— Irmãozinho, sabia que estaria aí. — havia divertimento em sua


voz o que me deixou ainda mais furioso. — Sua preciosa Samira está bem.
Tenho muitos planos para ela. — a malicia presente em sua voz me fez
urrar de ódio.

— Não ouse tocá-la. Eu mesmo irei me certificar de te mandar para


o inferno.

— Eu entendo você sabe, Vicenzo. Samira é uma mulher muito


bonita e gostosa pra caramba, tem uma bunda que faz qualquer homem ficar
louco. Vou adorar me fartar nela.
— Não toca em mim seu infeliz. — a voz de Samira se fez presente
do outro lado da linha — Se colocar esse pau nojento em mim eu mesmo o
corto e o faço engolir. — bradou furiosa.

— Linda e brava, realmente apaixonante. — garga-lhou ainda mais


alto — Nós nos falamos depois, maninho, tenho uma gata brava para
amansar.

— Seu desgraçado — ele gargalhou e desligou.

— Minha filha — o choro de Giulia ecoou pela sala. Ela estava


abraçada ao marido enquanto Giuseppe socava o sofá querendo descontar a
raiva em algo.

— Temos que achá-lo, Vicenzo, não podemos deixar que abuse da


minha filha ainda mais com meu neto dentro dela. — suplicou Giulia.

— Chamarei reforços e meu pai. Não se preocupem acharemos eles


e Pietro pagará por todo o mal que está fazendo.

Disse e saí da casa dos pais de Samira. Ficar lá estava me


sufocando, tudo o que está acontecendo com ela é minha culpa. Eu deveria
ter cuidado melhor dela, ter reforçado sua segurança, pois eu sabia que o
Pietro estava armando algo só não imaginei que ele teria a audácia de
sequestrá-la.

Samira... Eu falhei com quem mais amo e sua vida agora corre
perigo por culpa minha. Ela e meu filho estão nas mãos de um louco que eu
já deveria ter matado há tempos.

◆◆◆

— Pai — o chamo assim que chego ao hotel e o vejo a minha


espera.

— Vicenzo, me diga que o que Francisco me falou é mentira.


— Infelizmente não pai. Pietro levou Samira e ela está esperando
um filho meu.

— Se estava com ela por que não pediu a mão dela para Francisco?
Por que não aumentou a sua segurança? Por que a desonrou sem está em
um compromisso com ela, Vicenzo? — ele faz muitas perguntas enquanto
estamos no elevador para ir a cobertura e na última acaba elevando a voz.

— Eu estava esperando o melhor momento — o olho com fúria —


não queria que ela se tornasse alvo dos nossos inimigos.

— Não adiantou muito não é? — fala com desdém.

— Não pai, realmente não adiantou já que um meio-irmão louco e


que eu nem sabia ter está querendo me destruir — grito e as portas do
elevador se abrem e saio sem olhar para trás.

— Eu sei que a culpa é minha não precisava jogar na minha cara —


grita atrás de mim já dentro da cobertura.

— Eu não o culpo, pai — tento manter a calma — , mas essas


cobranças estão me enlouquecendo.

Me viro para ele é não consigo conter as lágrimas, não sou de


chorar, mas toda essa situação está me levando ao limite.

Ele me abraça me permitindo chorar como há tempos eu não fazia.

— Eu a amo pai. Ela está com um filho meu no ventre e aquele filho
da puta me disse que vai abusar dela.

— Sinto muito filho. — ele me olha nos olhos — Vamos encontrá-


la.

— Eu vou matá-lo pai, não importa se também é seu filho.

— Não me importo! Ele procurou por isso. Você é meu filho, a


criança que encheu de luz meu coração no momento que o tive em meus
braços.
Ele me dá mais um abraço e se afasta indo ligar para minha mãe e
lhe dá noticias.

Me recomponho e vou até minha suíte tomar um banho e colocar a


cabeça no lugar. Depois de um tempo em baixo do chuveiro chorando por
tudo o que minha Samira pode estar passando, respiro fundo e termino meu
banho, não posso me abalar agora ela precisa de mim.

— Vou ligar para Amélia e pedir que venha para cá em um dos


nossos jatinhos — aviso meu pai ao chegar a sala da minha cobertura já
devidamente vestido após meu banho.

— Giuseppe já a chamou, ele acabou de me avisar. Já deu a ordem


ao nosso piloto para trazê-la. — ele diz e eu suspiro aliviado, uma
preocupação a menos.

— Sua mãe ficou com Giulia na mansão de Francisco.

— Vou me reunir com os soldados de Francisco e Giuseppe. Temos


que planejar bem o resgate para que nada de mal aconteça a Samira e meu
filho.

Passei praticamente o resto da noite fazendo ligações.

Amélia chegou, porém foi para casa dos pais de Giuseppe, então me
encaminhei para lá com meu pai assim que soube de sua chegada.
Capitulo 41
Acordei com minha cabeça latejando e meu estômago roncando, já
estava a horas sem me alimentar. Tento me mexer, mas vejo que minhas
mãos estão presas.

— A princesa acordou — a voz asquerosa de Pietro soou pelo


quarto que ele havia me colocado.

— Estou com fome.

— Mal acordou e já está fazendo exigências — ele se aproximou da


cama que eu estava e alisou meu corpo. Me encolhi com medo e nojo.

— Você é bem gostosa sabia — seu sorriso me seu asco — entendo


Vicenzo ter se apaixonado por você.

— Não me toque — gritei e cuspi em sua cara recebendo um tapa


logo em seguida.

— Sua puta. Vou acabar com você e todos que vierem ao seu
socorro — gritou histérico e tentou rasgar minha blusa, mas um de seus
capangas bateu na porta e ele recuou.
— Com licença senhor. Consegui o número da casa dela a chamada
já está em andamento.

— Tudo bem, saia — rosnou e o soldado entregou o celular e saiu.

— Alô — a voz da minha mãe soou do outro lado da linha e meu


coração acelerou.

— Giulia Morino. Coloque no viva voz quero falar com todos de


uma só vez.

— já está no viva voz — avisou e pude ouvir seu choro.

— Boa a tarde a todos.

— O que fez com Samira seu desgraçado? — a voz de Vicenzo


surgiu raivosa do outro lado da linha e o meu desejo era que tudo isso
acabasse e eu pudesse estar logo em seus braços.

— Irmãozinho, eu sabia que você estaria ai — falou rindo — sua


preciosa Samira está bem. Tenho muitos planos para ela — a forma como
olhou meu corpo faz arrepiar e estremecer e não de um jeito bom.

— Não ouse tocar nela. Eu mesmo me certificarei de te mandar


para o inferno.

— Eu entendo você sabe Vicenzo. Samira é uma mulher muito


bonita e gostosa pra caramba, tem uma bunda que faz qualquer homem ficar
louco. Vou adorar me fartar nela.

— Não toca em mim seu infeliz — grito e tento o chutar, mas ele se
afasta a tempo — se colocar esse pau em mim eu mesmo o corto — o
ameaço e ele ri da minha cara.

— Linda e brava realmente apaixonante — ri ainda mais alto —


Nós nos falamos depois, maninho, tenho uma gata brava para comer.

— Seu desgraçado — Vicenzo grita, entretanto, Pietro gargalha e


desliga.
Ele se encaminha para cima de mim e tenta tirar minha roupa, me
debato, mas ele agarra minhas pernas e como estou com as mãos presas fico
imóvel.

— Vou te mostrar o que é um homem de verdade.

— Eu estou grávida e o filho é de Vicenzo — falo de supetão


tentando ganhar tempo.

— Quer dizer que a tão honrada filha do capo de Veneza se tornou


amante do Don? — ele ri — interessante.

— Sei que você quer poder. Vicenzo me ama e fará tudo por mim e
nosso filho, você pode nos trocar pelo poder que tanto quer.

— Ou eu posso te comer e matar vocês dois depois — fala


passando a mão na minha barriga.

Me encolhi com medo.

— Mas se me matar não terá o poder de bandeja, sem falar que os


capos se voltarão contra você.

— Eu mato a todos — ele se levanta e caminha pelo quarto.

— Vai ser um massacre e não será bem visto pelos membros da


máfia. Vicenzo lhe passando o cargo ficará mais fácil para você assumir o
poder de tudo — preciso que ele aceite minha proposta até eu ser resgatada.

— Até que você tem razão — ele caminha e se senta na beira da


cama — linda, gostosa e inteligente. Se não fosse esse bastardo em seu
ventre eu poderia lhe fazer minha.

Ele se levanta e vai em direção a porta.

— Pensarei em sua proposta. Por hoje se livrou de ser minha.


Mandarei trazer seu jantar. — ele fala e sai me deixando respirar aliviada
por ter ganhado um pouco de tempo.
Ao me ver sozinha no quarto deixei as emoções que estava
segurando virem a tona. Chorei como uma criança que precisa do colo da
mãe. Chorei por mim, por meu filho, por Vicenzo. O medo do que estava
por vir fez minha mente voltar ao dia do meu quase estupro só que agora a
violência poderia tirar algo de mim que até ontem nem sabia da existência.

Estava presa em meus pensamentos que me assustei quando a porta


foi aberta bruscamente.

— Seu jantar — um dos soldados de Pietro entrou pela porta com


uma bandeja de comida e colocou sobre a cama, no mesmo instante meu
estômago roncou.

Ele se aproximou e me soltou, mas apontou uma arma para que eu


não tentasse fugir. Comi tudo e após me alimentar ele me prendeu de novo e
saiu me deixando sozinha.
◆◆◆

Não sei quanto tempo se passou comigo presa nesse quarto, meus
dias se resumia em comer e dormir, só era solta quando queria ir ao
banheiro ou tomar banho. Eu passava os dias com um ou dois dos seus
soldados me vigiando.

Pietro veio me ver apenas uma vez depois da minha proposta e disse
que estava negociando com Vicenzo meu resgate. Ele me comprou roupas e
meu banho era sob as vistas de um de seus soldados. Constrangedor eu sei.

Hoje, porém acordei aflita e com meu estômago revirado não


consegui comer nada. Uma sensação ruim em meu peito se fazia presente
me angustiando. Era como se algo fosse acontecer e meus instintos
tentassem me avisar disso.

A porta do quarto foi escancarada e um Pietro possesso entrou por


ela vindo direto para cima de mim.

— Vem — me desamarrou e puxou pelo braço.


— Para onde? O que... — nem terminei de falar e tiros foram
ouvidos próximos a casa.

— Seu amado Vicenzo veio te resgatar, princesa, mas nenhum dos


dois sairá daqui vivo.

Ele me arrasta para fora do quarto com uma arma em minhas costa.
Os tiros ficavam cada vez mais forte e a raiva que emanava dele podia ser
sentida de longe. Ele rosnava ordem para seus soldados que tentam se
proteger e protegê-lo.

Em um momento de distração tento fugir, contudo ele consegue me


alcançar e me derruba no chão. Gemo com o impacto do meu corpo no chão
duro.

— Sua puta — me dá um tapa na cara e um chute nas costas. Ele


me garra pelos cabelos e me levanta. Coloco a mão na barriga e choro.

— Solta ela, Pietro — Vicenzo entra na casa que eu estava sendo


mantida presa seguido por meu pai e meu irmão.

— Frente a frente, finalmente. Esperei tanto por esse momento,


maninho. — Pietro aperta ainda mais meu cabelo e me faz olhá-lo.

— Quer essa vadia e esse bastardo que está na barriga dela? — ele
prensa a arma em minha barriga e sinto uma fisgada.

Me encolho de dor.

— Por favor, meu bebê não — choro.

— Não ouse machucá-la. Você está cercado, Pietro, não tem como
escapar.

— O amor nos faz fraco Vicenzo. Não sei como ainda não percebeu
isso — fala e se afasta me levando com ele com a arma ainda
pressionando minha barriga.
Preciso pensar em algo, ele sabe que está sem saída e pode me
matar. Me viro para ficar de frente para ele e seguro seu rosto para que me
olhe. Ele se surpreende com minha atitude, mas não faz nada para se livrar
do meu toque.

— Pietro, se entrega eu... Eu posso fazer com que Vicenzo te


perdoe. Você mesmo disse que o amor nos torna fraco e ele me ama.

— Não quero o perdão dele — grita e me aperta. Um gemido de


dor me escapa.

— Eu sei que você não é um cara mal afinal não me tocou ou


permitiu que seus homens o fizesse. Mesmo com raiva cuidou de mim. —
minto tentando persuadi-lo.

— Eu só queria fazer você de moeda de troca.

— Não era só isso. — insisto na tentativa de distrai-lo para que


Vicenzo o mate. — Você poderia ter me matado que eles não iam saber se
eu estava viva ou não, mas ao invés disso cuidou de mim.

— Samira — Vicenzo me chama, mas preciso continuar meu papel.

— Cala a boca. Você poderia ter evitado isso se es-tivesse aceitado o


acordo.

— Ele não a ama Samira. — Pietro fala e o sinto afrouxar o aperto


em minha cintura — Ele a fez sua amante ao invés de esposa.

— Agora eu vejo isso — concordo com ele.

Eu daria uma otima atriz.

— Se entrega e eu o convenço a não te matar — falo em seu ouvido


e vejo Luca bem trás dele com a arma em punho escondido por trás da porta
da cozinha — vocês são irmãos podem se dar bem.

— Você ficaria comigo? — sua pergunta me pega de surpresa, mas


me mostra que eu estou no caminho certo.
Aproximo-me mais dele e beijo seu pescoço. Preciso controlar a
vontade de vomitar por ter que fazer tal coisa.

— Eu o faço te perdoar depois o matamos e você assume o poder


— sussurro em seu ouvido. Ele me abraça e é a oportunidade perfeita para
Luca atirar nele.

Faço um sinal com a cabeça que Luca entende perfeitamente e atira.


Um tiro certeiro na cabeça de Pietro ceifando sua vida e sujando meu rosto
e pescoço com seu sangue.

Caio no chão com seu peso morto em cima de mim e gemo com a
queda.

— Samira — todos correm para tirá-lo de cima de mim.

Ao ter o peso de Pietro retirado de cima de mim tento me levantar,


mas uma pontada forte atinge o pé da minha barriga e vejo sangue em
minha calça ao olhar para ela depois de sentir algo molha-la.

— Nosso bebê, Vicenzo. Pietro me chutou nas costas e teve a queda.


Eu não quero perder nosso filho.

— Vai ficar tudo bem meu amor — ele pega um lenço e limpa meu
rosto que estava todo sujo do sangue do Pietro.

— Filha, eu tive tanto medo de te perder minha princesa. — meu pai


se abaixa e pega a minha mão.

— Pai — toco seu rosto feliz por vê-lo, mas logo em seguida gemo
quando uma cólica forte que me abate.

— Temos que levá-la ao hospital — Vicenzo grita desesperado e me


pega no colo.

— Vai ficar tudo bem, vocês vão ficar bem, vamos nos casar e ser
feliz — ele fala para me acalmar enquanto corre comigo para fora da casa.
Já do lado de fora vejo Giuseppe com a porta do carro aberta e ao
seu lado Nicolas. Vicenzo entra comigo no carro e manda Mateo, que está
no banco do motorista, dirigir até o hospital.

— Seguiremos vocês em outro carro — ouço meu pai dizer.

Giuseppe bate a porta do carro e Mateo sai em disparada.

Não consigo segurar as lágrimas e choro encolhida no colo de


Vicenzo. Passo a mão em minha barriga orando a Deus para que meu filho
fique bem em meu ventre, sinto a sua mão sobre a minha e seu beijo em
minha testa.

— Ele ficará bem, meu amor. — afirma me beijando — Mais


rápido Mateo — ordena aflito e eu aperto sua mão quando a dor aumenta.

A escuridão me toma e eu apago.


Capitulo 42
Medo. Foi isso que se apoderou de mim quando Samira desmaiou
em meu colo no carro, sua calça suja de sangue as dores que estava sentindo
só mostrava que meu filho estava indo embora, eu mal sabia que o teria e já
o estava perdendo.

— Não me deixa meu amor — sussurrei alisando seu rosto inchado


pelos tapas que aquele louco deu nela.

Eu queria poder passar horas o torturando para só assim matá-lo da


forma mais dolorosa possível. Mas entendi que a segurança de Samira
vinha em primeiro lugar, ele poderia ter atirado nela se fizéssemos qualquer
coisa que o tirasse do sério.

Os dias que passei sem ter certeza se ela estava bem quase me
enlouqueceram. Foram quase 3 dias com ela sob o poder de Pietro, até
Amélia conseguir nos dar a localização exata de seu cativeiro.

Meu pai precisou ir até Torino conversar com He-lena, mãe de


Pietro, para que ela nos desse uma pista de onde ele teria escondido Samira.
Seu finado marido tinha casas em lugares afastado aqui de Veneza
da época que era capo e tramava contra meu pai, Pietro sábia da existência
delas e foi para onde trouxe Samira.

Em qual dessas casa exatamente ele a escondia Helena não sabia,


mas Amélia conseguiu interceptar o sinal do celular que Pietro usava para
negociar comigo a entrega do poder da máfia em troca de devolver Samira
sã e salva.

Confesso que fiquei tentado a ceder, pois Samira e meu filho


vinham em primeiro lugar, contudo eu sabia que Pietro nos mataria na
primeira oportunidade.

Fizemos uma varredura pela redondeza em que a casa se localizava


e com a ajuda de um drone pilotado por minha hacker tivemos uma base de
quantos capangas, 10 ao todo e todos fortemente armados, ele tinha e
arquitetamos o ataque.

Decidimos que seria melhor atacar a noite. Luca, Nicolas e alguns


soldados de Francisco foram pela parte de trás da casa, enquanto eu,
Francisco e Giuseppe e meus soldados fomos pela frente. Mateo e outros
soldados ficaram nos carros para matar quem tentasse fugir.

Matamos todos os soldados de Pietro, e Luca o matou com um tiro


certeiro na cabeça, ele terá para sempre minha gratidão.

— Chagamos — Mateo avisa parado a frente do hospital da


famíglia.

Ele abre a porta ao sair do carro e me ajuda a retirar Samira que


ainda está desmaiada, a doutora Antonella já nos esperava na recepção do
hospital.

— coloquem-na aqui — mostrou a maca próxima a ela. — A


levarei para a sala de cirurgia para conter a hemorragia.

— Salve-os — pedi olhando em seus olhos.


— Farei o possível, Don — me assegurou e levou o amor da minha
vida para a sala de cirurgia.

Fico parado olhando para a porta que ela entrou, lágrimas escorrem
por minha bochecha e não tenho vergonha de chorar. Sinto braços ao meu
redor e vejo que meu pai me abraça. Ele deve ter saído logo após deixarmos
o cativeiro.

— Não posso perdê-los pai.

— Não vai filho. Samira é forte, ela lutará — o abraço e choro em


seu ombro sem se importar com quem está nos olhando.

Não sei quanto tempo se passou com Samira na sala de cirurgia,


todos estavam aflitos a espera de notícias, estavam presentes no hospital:
meu pai, minha mãe, os pais de Samira e Giuseppe.

Eu já estava prestes a invadir a sala de cirurgia em busca de


informações quando Antonella saiu com a cara exausta.

Corri até ela.

— Como estão? — perguntei aflito e ansioso por boas notícias.

— Estão bem, consegui parar o sangramento e seu bebe está salvo,


Don.

Não me contive e a abracei tamanha era minha felicidade.

— Obrigado.

— É o meu trabalho — disse tímida — Está tudo bem por


enquanto, mas ela terá que ficar de repouso por pelo menos mais uns três
meses até o risco de aborto ser totalmente descartado.

— Cuidarei pra que fiquem bem. Posso vê-la?

— Sim, mas ela está sedada e provavelmente só acordará amanhã.


Já a encaminhei para o quarto pode ficar somente um acompanhante com
ela — doutora Antonella fala e se retira.

— Eu ficarei com ela — a voz de Giulia, mãe de Samira, se faz


presente e só ai me dou conta que todos estão atrás de mim ouvindo as
palavras de Antonella.

Me viro para ela.

— Eu ficarei com ela. Podem ir descansar, a segu-rança foi


reforçada e qualquer novidade eu os informo.

— Tudo bem. Cuide da minha menina.

— Eu cuidarei — o selo da promessa estava em minhas palavras.

Eu daria minha vida por ela e meu filho se fosse preciso.

Todos vão embora e eu fico com alguns dos meus soldados fazendo
nossa segurança. Entro no quarto em que ela está e aproximo a cadeira da
cama e me sento para velar seu sono. O alívio toma conta de cada parte do
meu corpo ao ver que ela e meu filho estão bem.

— Darei minha vida por vocês se for preciso! — beijo a mão que
está com o acesso do soro — Não deixarei que nada de mal volte a
acontecer com nenhum de vocês. Eu prometo!

Pouso meus olhos em sua barriga ainda plana. Minha mão vai até
ela e a aliso.

— Eu te amo filho! Vamos cuidar muito bem da mamãe, você tem


que ficar aí e crescer bem forte. Será o futuro da nossa máfia e a comandará
melhor do que eu.

Sorrio e encosto minha cabeça em sua barriga. Acabo dormindo sem


nem perceber.
Capitulo 43
Forço os meus olhos a abrirem e sinto uma mão sobre a minha
fazendo meu sangue gelar, tudo o quê me aconteceu, vem a tona em minha
mente e me desespero tornando a fechar meus olhos com força querendo
que tudo não passe de um pesadelo.

Meu bebê, toco minha barriga e choro baixinho.

— Ei, está tudo bem, meu amor — abro os olhos e levanto a


cabeça me deparando com os lindos olhos azuis que sempre me tiram o ar
quando me olham.

— Nosso filho, Vicenzo.

— Ele está bem. Firme e forte dentro de você e vai continuar assim
até que seja seu tempo de vir ao mundo.— ele coloca a mão sobre a minha
e me dá um beijo na testa.

Alívio me invade me permitindo respirar.

— Tive tanto medo de não encontrá-la viva. — me abraça — Eu te


amo tanto Samira. Eu morreria se algo acontecesse com você, com vocês.
— ele toca minha barriga e a beija.

Aliso seu belo rosto e ele beija minha mão.

— Também te amo Vicenzo. Nós te amamos e seremos felizes


agora.

— Sim, seremos! Futura senhora Grimaldi.

— Gosto disso! Mas acho que tem de pedir minha mão primeiro,
não? — sorrio para ele.

— Estava com tanta saudade desse sorriso. — sorri e volta a me


beijar.

— Desculpe atrapalhar os pombinhos — Antonella entra no quarto


e sorrimos —, vim lhe examinar.

ela passa os próximos minutos me examinado e perguntando como


estou. A porta do quarto se abre e minha família entra.

— Que bom poder te ver bem, filha — minha mãe me abraça assim
que a doutora se afasta.

— Nos deu um baita susto, princesa — meu pai beija a minha testa.

Giuseppe apenas me olha de longe e sei que está magoado pelo meu
envolvimento com Vicenzo e por isso não faço muito esforço para
conversar com ele. Ele precisa de tempo para digerir tudo.

— Está tudo bem com eles. Ela só precisará de repouso nos


próximos meses até o feto ficar mais forte e depois vida normal. —
Antonella se despede e nos deixa.

— Vou preparar o quarto no andar de baixo da nossa casa, assim


você não fará esforço para descer e subir as escadas.

— Obrigada, mãe, não vejo a hora de ir para casa.


— Antonella a quer mais alguns dias aqui para observação —
Vicenzo a comunica.

— Temos que voltar a Roma, Don — Giuseppe fala primeira vez,


contudo não olha para o Vicenzo.

— Só irei quando tiver a certeza que Samira estará bem.

— Faça como quiser.

— Giuseppe. — o chamo.

— Tenho que ir. — ele sai sem me olhar.

— Ele me odeia. — choro com as mãos no rosto.

— Ele só está magoado por terem escondido a relação de vocês


dele, de nós. — meu pai fala pegando minhas mãos e as tirando do meu
rosto.

Ele limpa minhas lágrimas.

— Eu o quero comigo, papai, além de meu irmão ele é meu melhor


amigo, sempre esteve ao meu lado e eu o amo mais que tudo, não vou
suportar se ele não me perdoar e se afastar de mim.

— Dê tempo a ele, filha, e verá que logo ele estará implicando com
você como sempre fez. Ele te ama! Você é a princesinha dele. Apenas
tenha paciência e logo tudo voltará ao normal. — concordo com a cabeça e
me encolho em seus braços, o carinho de Vicenzo e da minha família é tudo
o que eu preciso agora.
◆◆◆

Passei três dias no hospital e só fui liberada depois de brigar com


Antonella.
Ela me obrigou a fazer uma nova bateria de exames para ter certeza
que estava tudo bem comigo e com o bebê para enfim me deixar ir para
minha casa.

Quando cheguei na minha casa ela estava toda decorada e nossos


amigos e parentes todos presentes, eles haviam feito uma festa para
comemorar a minha volta.

Estavam presentes todos que eu amo e que fazem parte da minha


vida: os pais de Vicenzo, Ana, Luca, Mateo e sua noiva Bianca, Nicolas e
Andreia, meus pais e Giuseppe, e a tia de Vicenzo com seu esposo e filhos;
Luigi, Enzo e Beatrice com seu esposo e filhos.

O avô de Vicenzo, Enrico Grimaldi, não quis vir. Ele tem se


mantido recluso em sua mansão em Roma depois de tudo o que aconteceu,
o desprezo que seu filho E-duardo está lhe dando o afetou demais, tenho
medo do que ele pode fazer estando sozinho.

— Feliz? — Ana me pergunta.

— Sim, mas minha felicidade estará completa quando ele me


perdoar — digo olhando para onde meu irmão se encontra.

— Quero pedir a atenção de todos — Vicenzo diz e o olho.

Ele caminha até mim e se ajoelha.

— Sei que não começamos do jeito certo, mas quando nos


apaixonamos muitas vezes deixamos a razão de lado.

Ele pega uma caixinha vermelha de veludo do bolso do paletó e


prendo a respiração.

— Samira Morino, me daria a honra de ser minha esposa e futura


dama da máfia Grimaldi?

— Sim, sim, mil vezes sim.


Ele se levanta e nos beijamos selando o momento que eu tanto
esperei na minha vida. Desde que tinha 14 anos eu sonho com o dia em que
Vicenzo faria exatamente isso: me pediria em casamento. Foram tantos de-
sencontros e desafios para torná-lo realidade que parece um sonho.

— Viva os noivos — Luigi, primo de Vicenzo, puxou o brinde


levando todos a levantarem suas taças e brindar essa nova fase de nossas
vidas.

Olhei na direção em que Giuseppe estava e o vi sair de fininho, me


separei de Vicenzo e corri até ele.

— Giuseppe. — chamei fazendo-o parar, mas não se virou para me


olhar.

— Não posso estar feliz sem você ao meu lado. Me perdoa, irmão.
— não consigo conter as lágrimas. Ele permanece em silêncio.

— Eu te amo, não me odeie, por favor — o abraço por trás.

— Samira... — ele se vira — como posso te odiar se você é a pessoa


que mais amo na vida, princesa?

— Então por que estava me ignorando e não falou comigo no


hospital?

— Porque eu sou um idiota — ele sorri e enxuga minhas lágrimas.

— Eu fiquei magoado por ter me escondido que era apaixonada pelo


(mala) do Vicenzo — é minha vez de sorrir.

— Você me perdoa?

— Porque não me falou que o amava?

— Tive medo do que pensaria de mim — abaixo minha cabeça. —


Eu era só uma adolescente boba e apaixonada pelo melhor amigo do meu
irmão.
— Eu nunca te julgaria, pequena, te amo demais para isso. Agora
pare de chorar vai fazer mal ao meu sobrinho.

— Pode ser uma menina — sorri para ele.

— Então terei que melhorar minha pontaria — pisca para mim e dou
um tapa em seu braço, o fazendo rir mais.

— E respondendo sua pergunta, não tenho do que te perdoar


pirralha.

Dou outro tapa em seu braço por continuar me chamando assim e


ele me agarra girando no ar.

Rimos como não fazíamos a um bom tempo.

— Te amo, irmão. — disse ao ser colocada no chão e o abraçar


apertado.

— Também te amo minha princesinha. — ele rodeou meu corpo


com seus braços fortes e beijou o topo da minha cabeça.

Enfim a minha vida está voltando ao normal e com a felicidade


batendo na minha porta.

As batalhas foram árduas, mas o amor prevaleceu.


Epílogo
13 anos depois...

Olhando a cena minha frente percebo que estive errada quando falei
que não nasci para ser feliz. Nasci sim, a vida só estava me mostrando que
precisa amadurecer antes, que tudo acontece no tempo certo e hoje entendo
isso.
Me casei com Vicenzo três meses após o pedido de casamento, foi
uma celebração simples, mas linda e da forma que sempre sonhei, só com
amigos e familiares. Nunca fui dada a festas luxuosas e meu casamento não
seria diferente.
Vicenzo deixou Giuseppe a frente dos negócios e passamos um mês
em lua de mel, viajando para vários lugares do mundo, incluindo o Brasil,
apesar do que quase me aconteceu, eu passei momentos maravilhosos
morando lá e aprendi a amar o país e suas belezas naturais.

Os muitos confrontos e ataques dos últimos meses nos esgotaram e


precisávamos de um momento de paz para curtirmos um ao outror antes da
chegada do nosso filho Ângelo, sim era um menino e revelei o sexo a
Vicenzo no dia nosso casamento.
Na nossa noite de núpcias na mansão, que agora era minha, fiz uma
surpresa ao meu marido, revelando o sexo do nosso bebê através da cor da
minha lingerie.

Esse momento tinha que ser algo diferente e só nosso,


comemoramos da melhor forma possível que só de me lembrar meu corpo
queima de desejo.

— Não via a hora de ter minha esposa em meus braços — Vicenzo


falou em meu ouvido, ao entrarmos no quarto, me fazendo arrepiar.

— Estava com tanta saudade de te ter assim totalmente entregue a


meu bel prazer — colocou a mão por dentro da fenda do meu vestido de
noiva e tocou meu sexo por cima da calcinha.

— Vou te foder tanto que amanhã não vai conseguir andar. Quase 5
meses sem sexo me deixou louco — falou ao se afastar e começar a retirar
seu terno.

— Vicenzo — minha voz saiu falhada devido ao desejo que me


consumia.

— Não prestei atenção em nada da cerimônia só me imaginando


dentro de você — me virou e tomou minha boca, faminto, cheio luxúria e
desejo.

Agarrei sua camisa puxando-a de seu tronco e o ajudando a se


livrar da roupa sem desgrudar nossas bocas. Nós nos afastamos por falta
de ar e ele me virou novamente para retirar meu vestido.

Foi me dando beijos por todo meu corpo a medida que meu vestido
ia caindo até meus pés. Ficou na minha frente e retirou o sapato, meia e
calça.

— Assim você me mata — sussurrou no meu ouvido ao ver minha


calcinha de renda azul.
— Minha cor preferida. — falou se abaixando e inspirando meu
cheiro — Deliciosa.

— Tem outra razão por eu estar usando a cor azul hoje — puxei
seu cabelo o fazendo me olhar.

Me inclinei e meus seios, que estavam livres sem o sutiã, ficaram na


altura de seus rosto, ele pôs um na boca me fazendo ofegar.

— Você queria tanto saber o sexo de nosso bebê — levantei uma


sobrancelha e sorri maliciosa.

Deslizei as mãos pela minha calcinha dando ênfase no que falava.

— Um menino?

— Sim, nosso Ângelo Grimaldi.

Ele sorrio, beijou minha barriga e se levantou me pegando no colo,


circulei as pernas ao redor de sua cintura para não cair.

Vicenzo nos colocou na cama pairando sobre mim e beijando minha


boca com paixão.

Arranhei suas costas arrancando gemidos dele.

Ele soltou minha boca dando mordidas de leve em meus lábios,


desceu beijos por todo meu colo chegando em meus seios, que agora já
estavam maiores, chupou um e depois o outro me levando a loucura.

— Vicenzo — o chamei esfregando nossos sexos necessitada de o


ter dentro de mim.

— Minha esposa está ansiosa é? Me quer aqui? — levou os dedos


para dentro da minha calcinha e os resvalou de leve em minha fenda já
molhada.

Arfei e gemi em resposta.


— Sim... O quero me fodendo forte. Me foda logo.

— Adoro sua boca suja — mordeu o bico do meu seio e enfiou o


dedo em minha boceta me fazendo gritar de prazer.

Foi beijando todo o caminho até chegar a ela, me abri permitindo


que a tomasse em sua boca. E foi exatamente o que ele fez, me devorou e
desfrutou de cada pedaço do meu sexo, me fodeu com sua língua e dedos
me dando um dos orgasmo mais maravilhoso que já tive.

— Agora vou te comer como a meses venho desejando.

Me colocou de quatro dando tapas em minha bunda, chupou meu


sexo mais uma vez e entrou em mim sem aviso em uma estocada firme e
dura nos arrancando gemidos.

— Gostosa. Minha, só minha — decretou puxando meus cabelo me


fazendo arquear o tronco, seus movimentos aceleraram, mas sem perder a
firmeza.

Levou a mão ao meu clitóris já sensível e beliscou de leve, foi tudo o


que eu precisava para gozar. Me desmanchei perdendo as forças na pernas
e Vicenzo me segurou para manter a posição, ele estocou mais algumas
vezes e gozou chamando meu nome. Caiu de lado na cama e me puxou para
ficarmos abraçados.

Naquela noite ele realmente cumpriu a promessa que me fez. Me


tomou de todas as formas possíveis, passamos a noite toda nos amando e
matando a saudade do corpo um do outro.

Volto ao presente ao ouvir risadas.

Muitas coisas aconteceram nesses 15 anos que estou casada com


Vicenzo, boas e ruins, sorrisos e choros, perdas dolorosas, mas acima de
tudo aprendizado e união.

Uma delas foi Luca ser promovido a nosso consigliere. Meu irmão,
Giuseppe, assumiu o lugar de meu pai e se tornou o novo capo de Veneza,
sabíamos que isso aconteceria cedo ou tarde, tendo em vista que ele era o
primogênito e único filho homem de meus pais.

Giovanni, primo materno de Vicenzo, tomou o lugar de Luigi, que


assim como Giuseppe, teve que assumir seu lugar como primogênito de seu
pai se tornando o novo Capo de Florença.

Nicolas se mostrou fiel a nossa máfia. Percebeu que não éramos


iguais as outras e aceitou a iniciação para se tornar um membro. Assumiu o
cargo de chefe de segurança quando meu irmão de tornou Capo. Ele se
casou com Andreia um ano após meu casamento e têm uma família linda
com seus dois filhos: Felipo e Vito.

Como nada em minha vida foi ou é de forma fácil, tivemos muitos


percalços para chegarmos onde estamos hoje: uma família grande composta
por familiares e amigos.

Ainda não é fim, pois temos nossos filhos para colocá-los em bom
caminho e fazê-los honrados para continuar nosso legado.

Ângelo, meu primogênito, em breve começará sua iniciação como


futuro Don, ele passará a acompanhar seu pai nos negócios com mais
frequência e está super ansioso para isso.

— No que tanto pensa meu amor? — Vicenzo se aproxima e estica


o braço para pegar Valentina, nossa filha caçula.

Estou sentada em um dos bancos do nosso jardim.

— Em tudo o que vivemos até aqui e no que ainda está por vir.

— Em 5 anos Ângelo será Don — fala olhando nosso filho que está
conversando com seu avô.

Vicenzo continua o mesmo homem lindo e de presença imponente


que eu conheci. As vezes me pergunto se é possível amá-lo como amo e ele
vai e me mostra que sim, é capaz.

— Sim, e confesso que estou nervosa com a sua iniciação.


— Ficará tudo bem meu amor. Esse é nosso destino — dá um beijo
em Valentina que brinca com sua gravata.

— Te amo mais a cada dia, sabia? — disse e ele me fita com os


olhos azuis que tanto amo.

Ele se inclina e me dá um beijo casto nos lábio.

Sempre tentamos controlar nosso desejo sexual quando estamos


perto de nossa família, filhos e amigos. O que é um tormento dado ao fato
que nossa atração e química só melhorou com o passar do tempo e basta um
olhar mais intenso dele e eu quero me atirar em seus braços e suplicar para
que me foda com força.

— Mãeee. — o grito de um dos gêmeos nos faz rir.

Essa é a prova de que não conseguimos ficar longe um do outro:


quatro filhos.

Olhamos na direção do grito e Giovanni vem correndo em nossa


direção com Giovana em seu encalço.

— O que falei sobre correr Giovanni? — meu marido o repreende.

Me levanto e fico de pé ao seu lado.

— Não pode, pois já quebrei um braço fazendo isso. — responde


contrariado.

— O que houve, filho? — perguntei a ele e percebi Giovana ficar


inquieta no mesmo instante.

Eles estavam fazendo 12 anos hoje.

— Giovana estava de conversinha com Felipo.

— Giovana? — Vicenzo a questionou.


— Ele é só meu amigo, pai. Estávamos marcando de ir ao shopping
ver a coleção de quadrinhos novos.

Felipo é filho de Nicolas e Andreia ele tem 14 anos e é apaixonado


por quadrinhos assim como minha filha. Eles são amigos inseparáveis.

Com o passar dos anos voltamos a morar na nossa mansão em


Veneza para ficar mais próximos de nossos pais e amigos.

— Filho, sua irmã precisa ter amigos você tem que cuidar dela, mas
deixando ela viver, entende? — explico com calma.

— Eu só não quero que os meninos a machuquem, mamãe.

— Eu sei meu amor — falo com carinho e lhe dou um beijo na


testa — Você a protege, mas Felipo é família e com ele ela pode brincar
tudo bem?

— Tudo, mas eu vou ficar de olho nele — avisou para irmã a


fazendo revirar os olhos.

Giovana era bem difícil de lidar e tinha um gênio forte. Vicenzo


vive dizendo que ela é uma copia fiel minha e temos o mesmo
temperamento. Bom, o fato que minha filha sabe se impor e não abaixa a
cabeça para qualquer um.

— Tá bem chato, vem, vamos brincar.

E assim saíram correndo nos deixando rindo do jeito único que eles
possuem de cuidar um do outro.
Abraço Vicenzo e dou um beijo na testa da minha filha.

— Nunca fui tão feliz! — confesso sorrindo, ele retribui meu


sorriso com mais um beijo rápido, pega a minha mão e vamos em direção
aonde toda nossa família está reunida.

Eu estava errada quando disse que não nasci para ser feliz.
Pois nasci e minha felicidade estava ao lado do homem que sempre
amei.

Ao lado do meu amor mafioso.

FIM
Uma assassina para o Mafioso.

Livro da Ana e do Luca

Sinopse
“Eu passei pelo inferno e precisei me quebrar para me tornar forte”
Fui condicionada a um sofrimento impensado e isso me marcou, me
transformou. Mudou-me profunda e completamente.
Hoje não confio em mais ninguém e luto diariamente contra os
demônios que me assombram dia e noite em forma de pesadelo. A dor me
fez assim e só a morte de quem me quebrou será capaz de me curar."
Ana sofreu sendo violentada e obrigada a se prostituir após ser
sequestrada em uma balada por homens que queriam sua amiga. Após
semanas sendo mantida presa em uma casa de prostituição ela foi resgatada,
mas não sem antes ter sido quebrada e machucada de todas as formas.
Agora ela vai se vingar de cada um que a machucou. Ana jurou
vingança e iria cumpri-la nem que para isso o que restou de sua humanidade
fosse levado no caminho.
◆◆◆

Prólogo
As coisas que acontecem em nossas vidas são para nos tornarem
fortes, bem é isso que eu penso.

As dores que sofremos são para nos modificar e mostrarmos que se


não estivermos preparados para enfrentá-las nós padeceremos. Eu vivi o
inferno em vida e isso me marcou. Passei três semanas sequestrada, nas
quais duas, eu fora violentada e obrigada a me prostituir.

Apanhei muito por não aceitar a vida que me fora imposta e me


rebelar no início do meu inferno, mas depois de tanto apanhar e ter meu
corpo violado de todas as formas eu aceitei, ou melhor, fingi aceitar, pois na
verdade eu estava buscando uma forma de me vingar de todos os que me
feriram, uma forma de matá-los com minhas próprias mãos.

Eu não sou assassina, longe disso, sou amante da paz, da empatia e


do amor ao próximo, contudo isso me deixou fraca, me fez ver o mundo
como algo belo, porém ele me mostrou seu pior lado, o lado do mal, da
violência, da morte, da dor.

Eu passei pelo inferno e precisei me quebrar para ser forte. Fui


condicionada a um sofrimento impensado e isso me marcou, me
transformou, me destruiu. Mudou-me profunda e completamente.

Mas eu sobrevivi, renasci e hoje quero vingança.

Não confio em mais ninguém e luto diariamente contra os demônios


que me assombram dia e noite em forma de pesadelo. A dor me fez assim e
só a morte de quem me quebrou será capaz de me curar.

As lágrimas que antes derramei agora será o sangue dos meus


algozes. Será sangue por lágrima e morte por dor.
◆◆◆

Cinco anos antes no Brasil


— Nicolas — chamo meu irmão, pois preciso que me leve na
faculdade.

Tenho 25 anos e hoje é meu primeiro dia no curso de letras. Amo ler
e sempre quis ser escritora.

— Já vou. Que chata tu, em menina — ele aparece na sala já vestido


para o trabalho.

— Vamos nos atrasar para meu primeiro dia de aula.

— Que besteira — fala como se fosse nada de mais — quem chega


cedo a aula da faculdade. Você é muito certinha irmã.

— Não sou certinha só gosto de não atrasar para meus


compromissos — retruco o vendo pegar a chave do carro.

— Vamos, chata — chama abrindo a porta de casa revirou os olhos


e entro no carro.

No caminho para a faculdade paramos em uma lanchonete. Nicolas


queria tomar café antes de ir para a delegacia. Eu estava sem fome então
preferi deixar para comer na lanchonete da faculdade.

— Tchau! E boa aula chatinha — ele me abraçou e apertou meu


nariz.

— Bom trabalho mano. Nós nos vemos a noite — dei um beijo em


seu rosto e desci do carro.

A manhã seguiu tranquila. Encontrei meu bloco de estudos e fiz


vários colegas. Sempre fui uma pessoa bastante sociável e alegre, sempre
gostei de namorar; meu atual namorado é o Bruno Gomes, filho de um dos
amigos do meu pai. Ele é um cara legal, faz engenharia mecânica aqui na
faculdade, mas a noite.

Após minha primeira aula resolvo ir a lanchonete da faculdade estou


com fome. Compro um sanduíche e um suco de laranja meu preferido.
Estava tudo bem até bater em alguém e derrubar todo meu suco na pessoa.
— Mas que merda. Como sou desastrada, deveria ter uma placa na
minha testa com o seguinte: cuidado desastre em forma de gente. — eu
desando a falar enquanto a pessoa a minha frente só faz rir da minha falta
de cuidado.

— Calma — ela respira fundo na tentativa de parar de rir — É só


uma blusa.

— Me desculpe. Ana. — me apresento — Eu posso pagar outra


blusa se a mancha não sair.

— Não se preocupe Ana. Prazer Samira — ela estende a mão para


me cumprimentar, isso é tão antigo que é minha vez de rir.

Ela me olha sem entender.

— Desculpa-me não estou rindo de você e sim do ato de estender a


mão, não fazemos muito isso por aqui.

— Ah. É que não sou daqui. Sou italiana e cheguei ao Brasil há três
meses. Curso relações públicas e você?

— Percebi que não era daqui pelo sotaque. Mas sua fluência em
falar o português é incrível. E eu curso letras é meu primeiro dia.

— O meu também — falou empolgada — eu aprendi vários idiomas


desde pequena, me adapto em vários países.

— Que legal. Queria saber vários idiomas. Mas só sei o português e


o espanhol.

— E vai aprender o italiano se for minha amiga. Topa? Não conheço


ninguém por aqui.

— Claro, podemos sim ser amiga, gostei de você, Samira, parece ser
nem legal.

— Também gostei de você Ana — ela sorri para mim e me abraça.


A partir desse dia nossa amizade só cresceu, vivemos uma para a
outra, nos ajudando em tudo.

Nesse dia ganhei uma amiga, mas também foi a porta para o
acontecimento que mudou minha vida.

E eu não estava preparada para isso.

Em breve...
Agradeço a todas as minhas leitoras que me seguem, lêm meus livros e me
acompanham desde o Wattpad.

Agradeço a minhas amigas que sempre me apoiam e embarcaram comigo


em todas as minhas loucuras, inclusive no meu sonho de ser escritora.

Sonho este que demorei a realizar por medo de não ser boa o suficiente, de
não conseguir escrever algo que seja aceito pelos leitores. Medo de errar,
mas seu apoio me deu força e coragem para seguir e colocar em prática
todas as histórias que eu criava.

Amo vocês!

Também sou grata a todos os que baixaram e tiraram um tempinho para ler
meu romance. Obrigada de coração e espero que tenham gostado do meu
livro.
Thamy Oliver

Alagoana, com 28 anos e formada em Pedagogia, sempre amei ler. Sou


fascinada por qualquer tipo de escrita e apaixonada por livros de romance.
Desde pequena criava histórias em minha mente, mas nunca tive coragem
para escrevê-las.

Até que um dia em uma conversa com minha amiga eu criei uma história
com nomes de personagens que ela tinha trocado de outra história que
estávamos comentando. Ela gostou do enredo ao qual eu criei e me
incentivou a escrevê-la. Meses depois eu já estava com a história pronta e
coloquei-a no Wattpad.

Minha primeira história foi o livro " Um amor para o Mafioso". E depois eu
o transformei em uma série.

Após perder o medo eu comecei a escrever outras histórias e já tenho 6


livros concluídos e 3 em andamento escritos e postados no Wattpad.
Books By This Author
Um amor de presente para o CEO

O amor pode chegar quando menos se espera?


Duas pessoas de mundos diferentes podem se apaixonar e viver uma linda
história de amor?

Foi isso que Amely, uma mulher bem resolvida consigo mesma e que se
ama acima de tudo, descobriu. Ela acreditava que não nascera para amar,
porém, o amor chegou-lhe através de Marcos, um homem lindo, arrogante e
prepotente. Amely se viu atraída por ele na mesma proporção que o odiou a
primeira vista.

Marcos não acreditava mais no amor, ele sofrera uma decepção amorosa
com sua ex-esposa e se fechou para esse sentimento buscando, agora,
apenas o prazer carnal, mas ao esbarrar em uma mulher linda, desaforada e
fora do padrão de mulher que sempre costumava a pegar, em uma balada o
fez perceber que seu coração não estava tão fechado assim para esse
sentimento como julgara.
Um CEO ferido.
Uma mulher que não queria amar.
Duas pessoas avessas ao mesmo sentimento e curtindo o melhor da vida
sem se apegar a ninguém.
Uma criança que possui o amor de ambos e torce por vê-los juntos.
E um destino que vai mostrar que eles nasceram um para o outro.

Essa é uma linda de historia do nascimento de um amor verdadeiro no


coração de um casal explosivo, quente e apaixonante que passam por
muitas coisas até terem o seu tão sonhado feliz para sempre.

Obs: livro de conteúdo adulto: contém cenas descritas de sexo, palavras de


baixo calão e violência.

Um família para o Cafajeste


Uma mulher gorda pode conquistar o coração de um cafajeste que só pega
loira padrão?
Um cafajeste que não quer se amarrar a ninguém pode se render e cair de
amores justamente pela mulher que foge do padrão dele?
Um amor verdadeiro pode surgir de pessoas de mundos tão diferentes?

Sara nunca teve uma vida fácil, filha de pais conservadores e a mais nova
de 3 irmãos sempre foi privada de muitas coisas. Sem amigos, querendo
mudar de vida e prestes a concluir o curso de administração ela se candidata
a vaga de secretária do CFO das Ferreirastecnology e acaba trabalhando
para o maior cafajeste que já conheceu.

Henrique teve tudo o que sempre quis. Rico, lindo e amante de belas
mulheres ele tem todas elas jogada aos seus pés a hora que quer, porém
nunca se apaixonou ou se comprometeu com nenhuma delas.
Até que Sara uma mulher linda e fora de seus padrões passa a trabalhar para
ele como sua secretária despertando assim algo que ele não sabia explicar.

Ela parece um anjo, tímida e, ao mesmo tempo ‘sexy’ que o faz ter todos os
tipos de pensamentos pervertidos.
Ele é um cafajeste que apenas fode e não se apega a ninguém, mas que
desperta desejos nela que, até então, não havia sentido por homem nenhum.
Será que o Cafajeste vai se render ao amor? Será a mulher fora do padrão
que a sociedade dita como "certo" vai conseguir mudá-lo?

Obs: História de conteúdo adulto: contém cenas descrita de sexo e palavras


de baixo calão.

Ao Teu Lado

Dylan é um homem frio que nasceu em uma família abastarda. Dono de


uma das maiores empresas de moda e eventos vive para o trabalho. Não se
apega as mulheres com quem dorme, pois, não quer perder sua liberdade.
Porém, tudo muda quando uma linda jovem aparece em seu caminho
colocando-o em um grande dilema e seu extinto protetor falará mais alto.
Cristine é uma jovem humilde e que batalhou sempre para conquistar o
pouco que tem. Filha de mãe solteira e que nunca conheceu seu pai, vê seu
mundo desmoronar ao perder sua mãe. Sozinha, cheia de dívidas e sem
muita expectativa para sua vida ela busca apoio em seu ex-namorado,
contudo o preço que ele cobra por essa ajuda é a gota de água que faltava
para sua vida transbordar.
Cristine não vê outra saída para acabar com seu sofrimento que não, a
morte.
Dylan não consegue ver ninguém sofrendo sem que seu instinto protetor
aflore e vai se deparar com uma situação bem difícil.
Dois mundos completamente diferentes.
Morte e vida no mesmo caminho.
Um homem protetor e uma menina que precisa ser salva.

Obs: livro de conteúdo adulto: contém cenas descritas de sexo, palavras de


baixo calão, estupro, violência e tortura.

Cedendo ao prazer - Duologia Prazeres ( livro 1 )

"Quando seu destino está ligado ao de alguém que foi separado para lhe
amar nem as dificuldades que surgem em seu caminho é capaz de fazê-lo
ficar longe dele."

Âmbar sempre sofreu por estar acima do peso. Era humilhada


constantemente por sua mãe e irmã, esquecida por seu pai e ignorada por
seus irmãos. Sua vida foi regada a tristezas e choros, mas o amor chegou-
lhe na forma mais perfeita dos homens e ela se permitiu ser feliz. Porém,
como tudo em sua vida não era fácil, uma mentira a fez partir deixando para
trás a única pessoa que a amou de verdade.

Christopher tinha um legado a seguir, seu pai queria que ele seguisse seus
passos e se tornasse o mais novo CEO de uma das maiores indústrias de
petróleo dos EUA. Todavia não era isso que ele queria, e depois de mais
uma briga com seus pais, Christopher pegou seu carro e foi para a casa de
seu tio na tentativa de relaxar e se libertar de toda opressão que vivia em
sua casa. Nessa viagem ele conheceu a mulher que mais amou e também a
que mais o fez sofrer.
Ela partiu deixando quem a amava para trás.
Ele prometeu odiá-la.
10 Anos depois e suas vidas estavam mudadas.
Ele um CEO implacável. Ela dona de um clube de sexo, mas o amor ainda
estava vivo no coração de ambos.
E eles não puderam fugir disso.

Obs: livro erótico e para maiores de 18 anos.


Contém cenas descritas de sexo, violência física e verbal, bulimia e
tentativa de assassinato.

Uma assassina para o Mafioso

“Eu passei pelo inferno e precisei me quebrar para me tornar forte” Fui
condicionada a um sofrimento impensado e isso me marcou, me
transformou. Mudou-me profunda e completamente. Hoje não confio em
mais ninguém e luto diariamente contra os demônios que me assombram
dia e noite em forma de pesadelo. A dor me fez assim e só a morte de quem
me quebrou será capaz de me curar."

Ana sofreu sendo violentada e obrigada a se prostituir após ser sequestrada


em uma balada por homens que queriam sua amiga. Após semanas sendo
mantida presa em uma casa de prostituição ela foi resgatada, mas não sem
antes ter sido quebrada e machucada de todas as formas. Agora ela vai se
vingar de cada um que a machucou.

Ana jurou vingança e iria cumpri-la nem que para isso o que restou de sua
humanidade fosse levado no caminho.

Obs: livro de conteúdo adulto: contém cenas descritas de sexo, palavras de


baixo calão, tentativa de estupro e violência.
Um amor para o Mafioso

Quem nasce na máfia já tem seu destino traçado certo?


Bem era isso que Vicenzo, o Don da máfia Grimaldi uma das maiores máfia
da Itália, achava. Vicenzo tinha a vida perfeita, o cargo que tanto almejava,
e um casamento arranjado, que apesar de não amar sua esposa se
conformou com isso, pois achara que o amor não era um sentimento para
ele.

Ser poderoso e temido era o que lhe bastava. Mal sabia Vicenzo que o amor
que ele tanto achou não ser capaz de viver estava tão próximo e a espera de
que ele enxergasse isso.

Samira, uma princesa da máfia criada para ser esposa de um dos capos
assim que completasse 21 anos, viu seu amor se casar com outra e decidiu
partir para esquecê-lo. Samira havia se apaixonado por quem não deveria e
a dor de não poder ter quem ama a fez partir em busca de um destino longe
de tudo e, principalmente, de seu grande amor.

Contudo, quando se está predestinado a alguém o destino sempre tem uma


forma de uni-los, mesmo que isso seja através de uma quase tragédia.

Obs: livro de conteúdo adulto: contém cenas descritas de sexo, palavras de


baixo calão, tentativa de estupro e violência.

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