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Introdução
Não era a primeira vez que Youssef ouvia a voz do Senhor, que
o chamava para segui-lo, mas não podia desobedecer às ordens da
sua família. Naquela noite, porém, a voz do Senhor se tornou
particularmente clara, insistente... Ele não podia resistir mais. Então,
levantou-se e, sem se despedir de ninguém, antes de amanhecer,
pôs-se a caminho para o mosteiro de Nossa Senhora de Mayfouq.
Transcorria o ano de 1851. Youssef tinha 23 anos. Em poucos meses,
tornou-se monge da Ordem Libanesa Maronita, onde recebeu o
nome de Charbel, que, em siríaco, significa "narração de Deus". Foi
transferido, duas vezes, mas continuava a estudar Teologia, com
assiduidade; cuidava dos pobres e enfermos, obediente aos encargos
que lhe eram gradualmente confiados, inclusive o trabalho na
lavoura. Contudo, as atividades que ele mais preferia eram a oração
e a contemplação. Da gruta da infância ao eremitério da velhice.
Em 1875, o frade Charbel sentia-se pronto para viver segundo a
Regra dos eremitas da Ordem Maronita, que previa que os monges
vivessem em pequenas comunidades, no máximo três. Para ele, foi
como um segundo nascimento: podia trabalhar, rezar, fazer
penitência, jejuar e permanecer em silêncio. Segundo as testemunhas
oculares, Charbel era um monge zeloso, visto, muitas vezes, rezando
de braços abertos, em uma cela paupérrima, que a deixava apenas
para celebrar Missa ou quando era expressamente obrigado. Tudo
isso até o dia de Natal. Naquele dia, durante a santa Missa, Charbel
começou a passar mal, precisamente na hora da elevação. Após uma
agonia de oito dias, enquanto os monges rezavam, ele continuava a
observar a Regra – recusando até mesmo a comer o necessário.
Assim, em 1898, Charbel faleceu. Sua morte: uma semente que
produziu muitos frutos. No entanto, sabemos que a morte não é o
fim de tudo. Após alguns meses, começam a ocorrer prodígios.
Muitos monges juram ter visto o túmulo do frade Charbel, à noite,
iluminada por luzes não naturais. Certo dia, foi aberto e seu corpo
estava intacto, com a temperatura corporal de um ser vivo. A abertura
realizou-se por mais duas vezes, porque seu corpo segregava uma
espécie de sangue e água. Em 1950, durante o último
reconhecimento, seu rosto permaneceu impresso em um pano e se
verificaram muitas curas instantâneas entre os presentes. Assim,
difundiu-se a fama de santidade deste pequeno monge silencioso,
que começou a ser invocado. Por meio da sua intercessão,
aumentaram as curas milagrosas. A Igreja não tinha mais dúvida:
Paulo VI, que o beatificou e canonizou, recorda a sua figura com estas
palavras: “Ele nos fez entender, em um mundo fascinado pelo
conforto e a riqueza, o grande valor da pobreza, da penitência e da
ascese, que liberta a alma para a sua ascensão a Deus”. Depois da sua
beatificação, o corpo de São Charbel Makhlouf não transudou mais.
Santa Maria, rogai por nós. São José, esposo de Maria, rogai por
nós.
“Deus o permitirá, mãe, que nos vejamos no Céu, por toda uma
eternidade.”
Site Vaticano
https://www.vaticannews.va/pt/santo-do-dia/07/24/s--charbel-
makhluf--persbitero.html
http://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/2000/jan-
mar/documents/hf_jp-ii_spe_20000210_maronite-church.pdf