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Organização: José Gleilton da Silva

Introdução

“Todo homem é uma


chama, criada por nosso
Senhor, para iluminar o
mundo. Todo homem é uma
lâmpada, que Deus fez para
brilhar e irradiar luz”.

Youssef Antoun, filho de camponeses, viveu com seus quatro


irmãos em uma aldeia no Líbano. Sua infância foi breve: com três
anos de idade, seu pai faleceu; no entanto, sua mãe se casou de novo
com um homem piedoso, que, por fim, segundo o costume oriental,
se tornou sacerdote. Para Youssef era uma alegria ouvi-lo, como
também era uma alegria falar dos seus dois tios eremitas no Valle dei
Santi. Para ele, eram super-heróis e queria seguir seu exemplo, “mas
não era possível”, diziam, porque devia ajudar a família. Assim, aos
dez anos, começou a pastorear, mas passava todo o tempo livre a
rezar em uma gruta, chamada "gruta do Santo", hoje meta de
peregrinações. Até certa noite.

José Gleilton da Silva, em Janeiro de 2021.


Prefácio

O presente trabalho, reflete a ação de Deus na vida do jovem


Youssef Antoun (Jose) camponês que logo vem a ser São Charbel.

O autor de forma clara e objetiva nos apresenta um jovem


trabalhador que se apaixona por Deus e nos ensina como fazer a
vontade de Deus deixando o Espirito Santo nos conduzir, sua vida
para uns sem graça para outros uma loucura divina o seu sim
incondicional perpetua pelos séculos com seus milagres, um favor a
nós que nos dias de hoje carecemos de exemplos para bem viver.

Na 1ª.Carta de Pedro (1:13-16) nos diz: Por isso, aprontai a


vossa mente, sede sóbrios e colocai toda vossa esperança na graça
que vos será oferecida no dia da revelação de Jesus Cristo. Como
filhos obedientes não moldeis a vossa vida de acordo com as paixões
de antigamente, do tempo de vossa ignorância. Antes, como é Santo
aquele que vós chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o
vosso proceder. Pois está escrito: “Sereis santos porque eu sou
Santo”.

Irmã Silvia Maria eremita diocesana São Paulo – SP


Em 20 de Março de 2021.
"Vem e segue-me!"

Não era a primeira vez que Youssef ouvia a voz do Senhor, que
o chamava para segui-lo, mas não podia desobedecer às ordens da
sua família. Naquela noite, porém, a voz do Senhor se tornou
particularmente clara, insistente... Ele não podia resistir mais. Então,
levantou-se e, sem se despedir de ninguém, antes de amanhecer,
pôs-se a caminho para o mosteiro de Nossa Senhora de Mayfouq.
Transcorria o ano de 1851. Youssef tinha 23 anos. Em poucos meses,
tornou-se monge da Ordem Libanesa Maronita, onde recebeu o
nome de Charbel, que, em siríaco, significa "narração de Deus". Foi
transferido, duas vezes, mas continuava a estudar Teologia, com
assiduidade; cuidava dos pobres e enfermos, obediente aos encargos
que lhe eram gradualmente confiados, inclusive o trabalho na
lavoura. Contudo, as atividades que ele mais preferia eram a oração
e a contemplação. Da gruta da infância ao eremitério da velhice.
Em 1875, o frade Charbel sentia-se pronto para viver segundo a
Regra dos eremitas da Ordem Maronita, que previa que os monges
vivessem em pequenas comunidades, no máximo três. Para ele, foi
como um segundo nascimento: podia trabalhar, rezar, fazer
penitência, jejuar e permanecer em silêncio. Segundo as testemunhas
oculares, Charbel era um monge zeloso, visto, muitas vezes, rezando
de braços abertos, em uma cela paupérrima, que a deixava apenas
para celebrar Missa ou quando era expressamente obrigado. Tudo
isso até o dia de Natal. Naquele dia, durante a santa Missa, Charbel
começou a passar mal, precisamente na hora da elevação. Após uma
agonia de oito dias, enquanto os monges rezavam, ele continuava a
observar a Regra – recusando até mesmo a comer o necessário.
Assim, em 1898, Charbel faleceu. Sua morte: uma semente que
produziu muitos frutos. No entanto, sabemos que a morte não é o
fim de tudo. Após alguns meses, começam a ocorrer prodígios.
Muitos monges juram ter visto o túmulo do frade Charbel, à noite,
iluminada por luzes não naturais. Certo dia, foi aberto e seu corpo
estava intacto, com a temperatura corporal de um ser vivo. A abertura
realizou-se por mais duas vezes, porque seu corpo segregava uma
espécie de sangue e água. Em 1950, durante o último
reconhecimento, seu rosto permaneceu impresso em um pano e se
verificaram muitas curas instantâneas entre os presentes. Assim,
difundiu-se a fama de santidade deste pequeno monge silencioso,
que começou a ser invocado. Por meio da sua intercessão,
aumentaram as curas milagrosas. A Igreja não tinha mais dúvida:
Paulo VI, que o beatificou e canonizou, recorda a sua figura com estas
palavras: “Ele nos fez entender, em um mundo fascinado pelo
conforto e a riqueza, o grande valor da pobreza, da penitência e da
ascese, que liberta a alma para a sua ascensão a Deus”. Depois da sua
beatificação, o corpo de São Charbel Makhlouf não transudou mais.

São Charbel - celebrado dia 24 de Julho

Origem - São Charbel Makhlouf, símbolo de união entre Oriente e


Ocidente, beatificado no dia 5 de dezembro de 1965 e canonizado
no dia 9 de outubro de 1977, foi o primeiro confessor do Oriente
venerado de acordo com o procedimento da Igreja Católica
Apostólica Romana. Libanês, São Charbel foi membro da Ordem
Libanesa Maronita e filho da Igreja Maronita. Esta deve o seu nome a
um anacoreta oriental, São Maron (Marun), falecido em 410. A Igreja
Maronita, cujo centro se encontra no Líbano, tem a honra de ter como
língua litúrgica o aramaico, a língua falada por Jesus Cristo; ela
também tem a honra de ter permanecido sempre católica, apostólica,
romana. A Igreja Maronita foi à única Igreja oriental que ficou sempre
ligada ao Santo Padre, o Papa.

Vocação - Desde a primeira infância, Youssef manifestou uma


tendência muito pronunciada para a devoção e para a meditação. Às
vezes, ele abandonava seus companheiros e retirava-se para rezar
sozinho numa gruta que foi denominada, a princípio ironicamente,
"a gruta do santo". Já adolescente, no inverno, como a neve cobria
os campos e as casas - às vezes tinha quatro metros de neve - Youssef
ajudava sua mãe no trabalho doméstico, sobretudo a cozer o pão
libanês que se preparava em casa. Mas na primavera, Youssef levava
a vaca e os cordeiros da família a pastarem, e ajudava o tio paterno,
Tanios, nos trabalhos agrícolas, sobretudo a cultivar as amoreiras
para criar o bicho da seda (charanek el azz), ou "a safra do esplendor"
(mawssem el izz), naquele tempo, principal meio de vida de toda a
montanha libanesa. Assim, Youssef trabalhava e, ao mesmo tempo,
aprendia a ler e escrever sob o carvalho da igreja que funcionava
como escola da aldeia. Mas seu coração não estava em nada disto.
Ele pedia à Santíssima Virgem, tão venerada pelos Maronitas, que o
ajudasse para se tornar monge como seus dois tios maternos que
eram eremitas no mosteiro de Santo Antão de Qozhaya que pertence
a Ordem de Santo Antão Libanesa Maronita.
Num mundo sem interesse para ele, Youssef começou realmente a
sentir a nostalgia de Deus. Já ouvia uma forte voz interior a chamá-
lo: "Deixa tudo e segue o Cristo para ganhar Tudo". Sendo ainda
jovem, aos 23 anos, e apesar da afeição da mãe por ele, bem como
da oposição de seu tio paterno, pois precisava dos braços do moço
para sustentar a família, e da solicitação de uma jovem vizinha,
Míriam, que, apaixonada, queria casar-se com ele, Youssef preferiu
responder ao chamado de Deus e abraçar a vida monástica. Em 1851,
bem cedo e sem avisar ninguém, nem mesmo a sua mãe, Youssef
deixou a sua aldeia e se apresentou no mosteiro de Nossa Senhora
de Mayfouq da Ordem Libanesa Maronita, na região de Jbeil (Byblos).
Assim, aos 23 anos de idade, o jovem Youssef fez seu primeiro ano
de noviciado neste mosteiro, superando todas as provas, e escolheu
por nome religioso "Charbel", em honra a São Charbel, martirizado
no Oriente Médio em 121 de nossa era cristã. Nada podia desviar o
irmão Charbel desta decisão livre e inspirada. De fato, sua mãe e
outros parentes visitaram-no muitas vezes no mosteiro para tentar
dissuadi-lo, mas ele tinha sempre uma só resposta: "Deus me quer
inteiramente para Ele".

Profissão Monástica - Terminando o primeiro ano de noviciado, o


irmão Charbel foi enviado ao mosteiro de São Marun de Annaya para
fazer seu segundo ano de provação. É bom sublinhar que a primeira
pedra deste mosteiro onde viveria e seria sepultado Padre Charbel
foi posta no mesmo ano de nascimento do nosso santo em 1828.
Na vida religiosa, o noviço deve cantar o Ofício sete vezes por dia em
aramaico, a língua falada por Jesus Cristo na Palestina; ele também
deve praticar a penitência e estudar a liturgia e a vida monástica.
Além disso, ele desempenhava os trabalhos domésticos do mosteiro,
tanto internos como externos: lavar a roupa, fazer o pão, cultivar a
terra, ser mesmo sapateiro-remendão, carpinteiro, agricultor, etc. Em
suma, os monges daquele tempo procuraram a viver "o regime de
autossuficiência”. Em 1853 e aos 25 anos de idade, no fim do
noviciado, ele fez no mosteiro de Annaya sua profissão monástica ou
seja os votos solenes de obediência, castidade e pobreza, no dia
primeiro de novembro de 1853.

Ordenação Sacerdotal - Charbel, já professo, foi enviado ao


mosteiro de São Cipriano em Kfifan (Batroun), que era na época o
Escolasticado ou o Seminário de Teologia da Ordem Libanesa
Maronita; neste mosteiro, ele foi aluno de nosso novo Beato Padre
Nimatullah Kassab Al-Hardini, na Teologia e no caminho da
santidade. Em todas as matérias, o irmão Charbel se destacava
sempre entre os primeiros estudantes. Terminando o curso de
Filosofia e de Teologia, Charbel foi ordenado sacerdote em 23 de
julho de 1859, em Bekerké, sede patriarcal maronita. Recebeu em
seguida a ordem de seus superiores para voltar ao mosteiro de São
Marun de Annaya, onde permaneceu em comunidade - vida comum
- antes de retirar-se definitivamente para uma vida de eremita. Neste
mosteiro, sua vida era dividida entre as orações e o trabalho: "Ora et
Labora".

Vocação de Eremita - Segunda a tradição monástica oriental, a vida


monástica atinge o seu auge numa vida solitária: "Estar a sós com o
Único". A vida comunitária era considerada como um período de
transição ou de formação para uma vida propriamente eremita. Este
ideal permanecia muito vivo na vida monástica maronita que
preservava um posto de honra a seus eremitas. Atualmente, para
tornar-se os êmulos de São Charbel, dois monges da Ordem Libanesa
Maronita são já eretas: padre Antônio Chaina no cemitério de São
Boula no mosteiro Santo Antão de Qozhaya, e padre João Khawand
no eremitério de Santo Antão no mosteiro Nossa Senhora de Tamish.
O Padre Charbel sentia a vocação para a vida solitária. Em várias
ocasiões solicitou a autorização para retirar-se a um eremitério.
Depois de muita insistência da parte de nosso Santo, e após uma
comprovação da dita vocação da parte do superior da Ordem, foi-
lhe concedida à autorização de viver num eremitério, pertencente ao
mosteiro de São Marun de Annaya. Conforme as normas da Ordem
Libanesa Maronita, o eremita permanece sob a jurisdição do superior
de seu convento, fazendo parte da comunidade, e sua vida é das mais
austeras.

Qual foi aquela comprovação? - Um dia, Padre Charbel levou sua


lâmpada - não tinha na época energia elétrica - à cozinha a fim de
que o servente a abastecesse de azeite. O servente e seu
companheiro, que eram adolescentes, querendo zombar do humilde
monge, encheram a lâmpada de água. Padre Charbel, agradecendo
gentilmente o servente, se recolhe à sua cela e acende a lâmpada, e
ela permanece acesa. Os serventes brincalhões estavam observando.
Ao ver a luz na cela de nosso Santo, perturbaram-se e correram a
relatar o fato ao padre superior. Este vai imediatamente à cela e
verifica que, de fato, a lâmpada está acesa, mesmo contendo só água.
Um destes serventes, de nome Saba Mussa, sobreviveu ao Padre
Charbel e, na idade de 60 anos, deu, sob juramento, testemunho do
ocorrido. No dia seguinte, o Padre Geral da Ordem, avisado deste
milagre, autorizou imediatamente Padre Charbel a ocupar, no
eremitério dos Santos Pedro e Paulo que pertence ao mosteiro de
Annaya, a cela do padre Eliseo Kassab Al-Hardini, irmão de nosso
novo Beato Nimatullah, que acabava de morrer. Assim Padre Charbel
se tornou eremita no dia 15 de fevereiro de 1875, que era Ano Santo.
Este eremitério está situado a 1.400 metros de altitude, e foi
construído no ano 1798, dois séculos antes da morte de nosso Santo.
O eremita tem de procurar ser um novo crucificado, um novo
cordeiro da Páscoa na Igreja de Cristo. Assim, seus dias são divididos
entre as preces e meditações continuas, e trabalhos braçais nas
propriedades do convento, mas nas vizinhas do eremitério. O
regulamento permite-lhe dormir cinco horas por dia, para passar o
resto do tempo rezando, pois, conforme São Charbel: "A prece relaxa
os membros mais eficazmente que o sono". Às vezes, nosso Santo
permanecia horas e horas a fio ajoelhando diante o Santíssimo
Sacramento. Sua cela tinha seis metros quadrados. Se encontrava
nela: um colchão de folhas de carvalho, uma lâmpada de azeite, um
prato de madeira sobre um banquinho, uma pedra que serve de
cadeira, os livros de preces, particularmente "A Imitação de Jesus
Cristo “. O eremita maronita tinha só uma refeição às 14:ao horas,
que é composta por comida simples, em geral legumes verdes ou
cozidos, cereais, azeitonas. Nunca comeu carne, nem frutas. Esta
refeição é sempre entregue pelo convento. Bebeu só água. Padre
Charbel dizia: "A pobreza favorece a salvação. A frugalidade fortalece
a alma. Quero viver nas privações, ignorando os prazeres e as
doçuras deste mundo. Quero ser o servidor de Cristo e de meus
irmãos". Assim, o eremita Padre Charbel mal vestido, mas com vestes
limpas, mal alimentado, mas com boa saúde, exposto sem defesa ao
frio e ao calor, privado de qualquer conforto e qualquer ternura
humana, era, entretanto, o homem mais feliz do mundo, pois o
Senhor tornara-se sua verdade, sua força, sua riqueza, sua alegria e a
razão da sua vida. Por isso, magro, seu rosto estava sempre radiante.

Morte - No dia 16 de dezembro de 1898 às 11:00 horas, o eremita


Padre Charbel celebrava como de costume a santa missa na capela
do eremitério quando foi atacado de paralisia no momento exato da
Grande Elevação, enquanto recitava em aramaico "Aba Dcushto", a
seguinte oração da Liturgia Maronita: "Ó Pai da verdade, eis o Vosso
Filho, vítima de Vosso agrado, aceitai-O pois Ele sofreu a morte para
minha justificação...Eis aqui o Seu sangue derramado sobre a gólgota
para minha salvação... aceitai minha oferenda". A agonia durou 8
dias; após 23 anos de uma vida de eremita exemplar, São Charbel
morreu no dia 24 de dezembro de 1898, na véspera do Natal, aos 70
anos de idade.
Ele morreu como morrem os Justos! Foi enterrado com simplicidade
no cemitério do convento de São Marun de Annaya com outros
monges já falecidos. Faleceu, mas podemos dizer que a sua
verdadeira vida começou com a sua morte, pois, no Líbano como no
mundo inteiro, São Charbel é sempre invocado.

Virtudes - Piedoso, honesto, simples, sincero, assim foi o jovem


Youssef em sua aldeia. No mosteiro adquiriu as virtudes cristãs,
humanas e monásticas. Os testemunhos recolhidos mostram um São
Charbel obediente com uma obediência quase legendária. Sua
castidade era verdadeiramente angélica, que brilhava em todos os
lugares onde se encontrava. Em sua pobreza alegre imitou os
maiores Santos da Igreja, pois sabia perfeitamente que ao despojar-
se de tudo neste mundo era imensamente rico no Senhor. O dinheiro,
naturalmente, nada significava para ele: nem o dinheiro, nem o bem
material. Nunca aceitava qualquer estipêndio pelas cerimônias
religiosas das quais participava por ordem de seus superiores.
Quando os fiéis insistiam, mandava entregar o dinheiro ao superior
ou a outro monge.
São Charbel foi sempre um homem de oração; permanecia longas
horas ajoelhando em frente ao Santíssimo, vivendo deste modo o
preceito do Senhor: "Orai sem cessar". Venerava a Santíssima Virgem
Maria de modo que seu coração se tornou um "coração mariano".
Respeitava o próximo sem distinção de classes ou discriminação
etária. Vivia como os "sacerdotes operários", escolhendo sempre o
trabalho mais penoso e mais humilde, e dedicando-se
exclusivamente à oração e ao trabalho: "Ora et Labora". Em resumo,
suas orações incessantes, seus jejuns prolongados, suas
mortificações e sua união com Deus fizeram dele um "anjo com
forma humana".

Incorrupção - Após a morte, bem como durante a vida, Padre


Charbel foi considerado um santo. No dia de sua inumação, o
superior anotou no diário do mosteiro de São Marun de Annaya o
seguinte: "No dia 24 de dezembro de 1898 Padre Charbel de Beqa
Kafra, eremita, foi atacado pela paralisia; recebeu os últimos
sacramentos, e morreu aos 70 anos de idade; foi sepultado no
cemitério da comunidade, sendo superior o Padre Antônio
Michmichâni. Os fatos "post-mortem"(após a morte) me dispensarão
de dar maiores detalhes sobre sua vida. Fiel a seus votos, de
obediência exemplar, sua conduta era mais angélica que humana".
De fato, tratava-se de uma profecia que mais tarde se realizou.
O corpo de São Charbel permaneceu intacto depois de sua
morte; inclusive transpirava. Este fenômeno de conservação e
transpiração de corpo, desafiando as leis da natureza, fascinou os
médicos, os homens de ciência e as pessoas mais simples. Em agosto
de 1952, eu mesmo toquei no seu corpo; poderia dizer que era um
"morto-vivo". Que um cadáver se conserve não é um fenômeno
único, porém que os restos mortais se conservem flexíveis, tenros,
manejáveis, transpirando incessantemente, é um caso extraordinário
e único no gênero. Este foi o caso de nosso Santo, cujo corpo se
conservou e transpirou até o dia de sua Beatificação que se realizou
no dia 5 de dezembro de 1965, no encerramento do Concilio
Ecumênico Vaticano II. Podemos até dizer que seu corpo não
conheceu a corrupção: depois de 1965, ele se decompôs
simplesmente, e jamais se percebeu o odor que emana normalmente
dos cadáveres ao abrir seus túmulos. Era ao contrário um odor
agradável. Abriu-se o túmulo no dia 3 de fevereiro de 1976, e eu
estive presente como responsável da sua Causa de Canonização; seu
corpo está já decomposta, sobrando o esqueleto. No entanto os
ossos conservam uma certa frescura e uma cor rosada (cor de vinho).
Conforme a ciência, me afirmaram dois médicos, seis meses depois
da morte, o esqueleto do ser humano, normalmente, é formado de
ossos brancos e perfurados. Até hoje, ano 1998, nunca este
fenômeno se encontrou no esqueleto de São Charbel. Em suma, seu
corpo foi conservado até a sua Beatificação, depois ele "se
volatilizou", sobrando o esqueleto que é conservado de uma maneira
extraordinária.

Graças e Milagres - Nosso Senhor, por intercessão de nosso Santo,


fez muitos milagres, mesmo na sua vida como após a sua morte, pois
tornou-se pouco a pouco evidente para todos que um poder
sobrenatural emanava dele. Quando vivo, ele tinha um poder que
curava os doentes, acalmava os espíritos malignos. Por exemplo, uma
vez, durante o trabalho campestre, uma cobra saiu de uma moita e
se aproximou, ameaçadora. Os trabalhadores-leigos tentam em vão
matá-la ou afugentá-la. Apeiam para Padre Charbel que estava
pertinho. Ele chega, sereno, e aproxima-se da cobra com calma. Esta
se imobilizou. Fazendo um gesto, diz-lhe: "vá embora daqui, ó
bendita". O réptil deslizou calmamente por perto dele e foi embora.
Em 1885, os gafanhotos invadiram a montanha libanesa e
começaram a devastar a região de Annaya. Eles foram afastados
desta região pelas preces do Padre Charbel e sua bênção. Muitos
doentes, considerados perdidos pela medicina, encontravam cura
repentina sob a influência do Padre Charbel que, em geral, chegava,
rezava, abençoava a água, aspergia o doente, olhando-o
longamente, e se reúrava. O doente levantava-se; estava curado. Um
dia, levaram ao Padre Charbel um jovem chamado "o louco de
Ihmej", pequena aldeia perto do eremitério, que era violento,
indomável, agressivo, e muito perigoso. O Padre Charbel libertou-o
das cadeias e mandou-o pôr-se de joelhos. O louco, com calma,
obedeceu. Nosso Santo põe as mãos sobre a cabeça dele e reza.
Terminando a oração, o louco de Ihmej estava totalmente curado.
Estes foram alguns favores e milagres que se realizaram durante a
vida do Padre Charbel. Após a sua morte, primeiro fenômeno
extraordinário se realizou algumas semanas depois do seu
sepultamento quando luzes estranhas começaram a aparecer à noite
sobre seu túmulo. Os fiéis da vizinhança alertaram o superior do
convento que, uma noite, percebeu pessoalmente o fenômeno
prodigioso; sob o efeito das luzes e dos milagres, ele solicitou
autorização ao Patriarca Maronita, Elias Houwaék, para abrir o túmulo
e transferir o corpo para um sepulcro mais honroso e digno. A
autorização foi concedida a condição de que o corpo fosse
conservado num lugar bem fechado. Conforme as recomendações
patriarcais, o túmulo foi aberto, pela primeira vez, no dia 15 de abril
de 1899, em presença apenas de sete testemunhas, incluído as
pessoas da Comissão eclesiástica. Então, foi o segundo fenômeno
prodigioso: o corpo estava intacto. De fato, as mãos repousavam
sobre o peito, segurando o crucifixo. O corpo estava tenro e flexível.
O rosto e as mãos eram os de um homem adormecido. De um dos
lados do corpo, escorria um sangue vermelho misturado com uma
espécie de água: o suor. Os paramentos, cheios deste líquido
sanguinolento, foram trocados e conservados até hoje. Caso
extraordinário, este líquido sanguinolento sempre escorreu de seu
corpo até a sua Beatificação em 1965, pois, esta exsudação de seu
corpo era permanente, apesar de muitas tentativas realizadas todas
vãs para pará-la. Às vezes, este líquido atravessava as paredes do
túmulo. O túmulo foi também aberto, sempre em presença das duas
Comissões eclesiástica e médica, em 1901, em 1909, em 1926 no dia
9 de outubro, em 1927 em dia de 24 de julho, em 1950 no mês de
fevereiro, em 1952 no mês de agosto, e em 1955 no mês de
setembro; o corpo estava sempre flexível, e sempre transpirando; e
cada vez, os paramentos molhados foram trocados e conservados no
museu de nosso Santo à Annaya. Eu, pessoalmente, em 1952, em
1955 e em 1965, fui testemunha ocular deste fenômeno
extraordinário que nem médicos, nem cientistas especialistas
conseguiram explicar. Em 1952, o corpo foi exposto durante duas
semanas no mosteiro de São Marun de Annaya afim de que os fiéis
pudessem ver o corpo conservado. Milhares e milhares vieram visitá-
la e vê-lo. Eu era uma das três pessoas responsáveis pelo corpo
exposto, e via os fiéis que passavam das 7:ao horas de manhã até
7:ao horas da noite em frente do corpo, durante 14 dias, fazendo fila
ininterrupta; e cada um só podia recitar um Pai Nossa e uma Ave
Maria. Em suma, o Senhor, pela intercessão de nosso Santo, fez e está
fazendo ainda, no Líbano como no mundo inteiro, diversos milagres
e favores. É interessante revelar que, entre os favorecidos pelos
milagres, contam-se ortodoxos, muçulmanos e drusos, entre outros.
Todavia, entre os numerosos milagres que ocorreram pela
intercessão de São Charbel, dois foram considerados e analisados
para a Beatificação: a da irmã Maria Abel Kamari, libanesa da
Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, que durante
14 anos sofreu de uma úlcera estomacal, e o de Alexandre Obeid,
libanês, que perdeu a vista ao receber um golpe no olho direito. Estas
duas curas milagrosas aconteceram no Ano Santo de 1950. Para a
Canonização estudou-se mais um milagre: o de Mariam Assaf Awad,
libanesa, de 68 anos de idade. Em 1966 ela sofria de um câncer na
amígdala direita. Era um tumor maligno e a paciente foi
desenganada. O câncer lhe causava muitas dores e dificuldade de
respirar e engolir. Em dezembro de 1966, recorrendo a São Charbel,
ela curou-se de sua doença.
No entanto, o milagre mais característica, concedido pela intercessão
de São Charbel, é a conversão de um grande número de fiéis. De fato,
numerosos cristãos afastados dos sacramentos da confissão e da
eucaristia, ou mesmo afastados totalmente da Igreja, voltam ao
Senhor ao visitar o túmulo de São Charbel; mudam de conduta e
adotam uma vida coerente e cristã. O seu túmulo é frequentemente
visitado no inverno e no verão, e a devoção por ele se tornou
universal.

Beatificação e Canonização - Quanto mais a pessoa se isola para


estar perto de Deus, tanto mais ela está perto dos homens.
Retirando-se do mundo para não ser do mundo, embora vivesse no
mundo (Jo,17,16), São Charbel é conhecido no mundo inteiro.
Centenas de milhares de cartas que chegam ao mosteiro de Annaya
testemunham o fato. Assim a vida de São Charbel é uma prova de
que o verdadeiro eremita na Igreja é um apóstolo de Cristo, apóstolo
por excelência. Padre Charbel foi beatificado no dia 5 de dezembro
de 1965, por Sua Santidade o Papa Paulo VI, em presença dos
compatriotas, de todos os cardeais e bispos da Igreja Universal, que
se encontravam em Roma por ocasião do encerramento do Concilio
Vaticano IL Todos assistiram a esta cerimônia memorável. No dia 9
de outubro de 1977, o mesmo Papa o canonizou, declarando o Santo
do Líbano, Santo para a Igreja Universal, durante o Sínodo dos
Bispos. Estes eventos inesquecíveis, por ser ele o primeiro confessor
oriental, foram uma grande honra para o Líbano e particularmente
para a Igreja Maronita e para a Ordem Libanesa Maronita. Participei
dos dois eventos, e era mesmo o Postulador da Causa de
Canonização de São Charbel e dois outros santos libaneses
maronitas: a Beata Irmã Rafqa (Rebeca) El-Choboq El-Rayés de
Himlaya, nascida em 1832, falecida em 1914, (foi beatificada pelo
Papa João Paulo II no dia 17 de novembro de 1985); e o novo Beato
Padre Nimatullah Kassab Al-Hardini, nascido em 1808 e falecido em
1858, (foi beatificado, pelo Papa João Paulo II, no dia 10 de maio de
1998, primeiro aniversário da visita do Santo Padre João Paulo Il ao
Líbano). Como São Charbel, foram membros da Ordem Libanesa
Maronita, ramos masculino e feminino. Sim, o Líbano pode orgulhar-
se de CHARBEL, RAFQA E NIMATULLAH AL-HARDINI! Quantas vezes
os responsáveis na Congregação das Causas dos Santos no Vaticano
me diziam quando era responsável dessas três Causas: "Vocês têm as
mais belas figuras de santidade na Igreja". Que honra para nossa
Igreja Maronita que está testemunhando o Evangelho de Cristo no
Oriente Médio, e que foi a única Igreja Oriental que ficou sempre
Católica Apostólica Romana.
Este fenômeno é curioso, e às vezes surge a pergunta: por que
encontramos tantas pessoas que visitam regularmente e quase cada
dia o túmulo de São Charbel! A resposta.me parece esta: no mundo
de hoje, de tal modo materialista, de tal modo egoísta, e de tal modo
sensual, as pessoas, angustiadas pelo vácuo interior, tem a nostalgia
da felicidade que não se consegue achar nem no conforto, nem na
riqueza, nem na concupiscência da carne, nem na soberba da vida,
como diz São João, o Evangelista (1Jo, 2,16), mas consegue achá-la
nas virtudes que nosso Santo se esforçou para viver com grande
heroísmo. Por isso, elas vêm ali para se sentir um pouco feliz, perto
deste homem que consegui conhecer e viver a autêntica felicidade
que elas estão procurando, e tentar imitá-la.

Missão no Mundo Atual - O que podemos dizer ainda da "flor


admirável de santidade que floresceu sobre a cepa das antigas
tradições monásticas orientais!" como disse o Papa Paulo VI durante
a cerimônia de Beatificação de São Charbel; e acrescentou: "Que
Padre Charbel nos faça compreender num mundo demasiadamente
fascinado pela riqueza e o conforto, o valor insubstituível da pobreza,
da penitência e da ascese para libertar a alma em sua subida para
Deus". Deveras, São Charhel, por sua vida heroica, libertou-se para
ajudar aos demais a libertarem-se de seu egoísmo, de suas paixões.
Fiel ao apelo de Deus e ao amor, São Charbel conheceu a verdadeira
felicidade, o equilíbrio total, a liberdade autêntica, e a perfeita
serenidade. Assim Charbel tornou-se um exemplo vivo para o nosso
mundo tão sacudido pelo materialismo e a libertinagem. De fato,
nosso mundo atual está desorientado e dilacerado; ele tem muita
ciência mas pouco espírito, muitos interesses mas pouco amor, muito
egoísmo mas pouca abnegação e entrega a Deus e aos demais.
Entende-se que o amor poderá devolver ao mundo atual a harmonia,
a humildade e a satisfação de viver. A vida de São Charbel é, para
cada um de nós, um modelo de rumo certo.
Oração para São Charbel para Obter Graça
Ó Deus, admirável em Vossos Santos, Vós que inspirastes a São
Charbel seguir o caminho da perfeição, lhe concedestes a graça e a
força para fazer triunfar, na sua vida, o heroísmo das virtudes
monásticas: a obediência, a castidade e a voluntária pobreza, e
manifestastes o poder de sua intercessão por numerosos milagres e
graças, concedei-nos a graça... que Vos imploramos por sua
intercessão! Amém

Ladainha de São Charbel

Senhor, tende piedade de nós. Cristo, tende piedade de nós.


Senhor, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós. Cristo, escutai-nos. Cristo glorioso,


escutai-nos.

Deus, Pai do Céu, tende piedade de nós.


Deus, Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus, Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santa Trindade, um só Deus, tende piedade de nós.

Santa Maria, rogai por nós. São José, esposo de Maria, rogai por
nós.

São Charbel, santo eremita de Deus, rogai por nós.


São Charbel, amante e imitador assíduo do Redentor, rogai por nós.
São Charbel, cliente devoto da Virgem, rogai por nós.
São Charbel, luz da Igreja, rogai por nós.
São Charbel, brilhante joia de santidade, rogai por nós.
São Charbel, glória da ordem maronita, rogai por nós.
São Charbel, exemplo de caridade, rogai por nós.
São Charbel, modelo de perfeição, rogai por nós.
São Charbel, Servo do Santíssimo Sacramento, rogai por nós.
São Charbel, coração cheio de compaixão, rogai por nós.
São Charbel, cheio do Espírito de profecia, rogai por nós.
São Charbel, famoso por milagres impressionantes, rogai por nós.
São Charbel, curando corpos e almas, rogai por nós.
São Charbel, santuário da sabedoria celestial, rogai por nós.
São Charbel, anjo investido na natureza humana, rogai por nós.
São Charbel, pregador da graça, rogai por nós.
São Charbel, casto e obediente sobre todo louvor, rogai por nós.
São Charbel, cultivador de uma vida mortificada, rogai por nós.
São Charbel, modelo de abstinência, rogai por nós.
São Charbel, abdicante de toda a riqueza deste mundo, rogai por
nós.
São Charbel, rosa da paciência, rogai por nós.
São Charbel, violeta da humildade, rogai por nós.
São Charbel, consumido pela adoração divina, rogai por nós.
São Charbel, sedento da salvação ds almas, rogai por nós.
São Charbel, mártir em desejo, rogai por nós.
São Charbel, amante da cruz, rogai por nós.
São Charbel, gloriosa Luz cuja tumba brilhava, rogai por nós.
São Charbel, incenso perfumado dos cedros do Líbano, rogai por
nós.
São Charbel, perfume precioso que invade o mundo, rogai por nós.

De todo o mal do corpo e da alma, São Charbel, livrai-nos.


Pela sua intercessão, São Charbel, protegei-nos.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, escutai-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de
nós.

Rogai por nós, santo eremita de Deus.


Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oração - Senhor, infinitamente santo e glorificado em São Charbel,


concedei-nos a graça de vos amar e servir, seguindo seu exemplo.
Escutai nossos pedidos, através da sua intercessão e livrai-nos de
todo o mal do corpo e da alma. Amém.
07 horas (noite) – Jesus, lava os pés dos seus discípulos

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – No Mosteiro de Annaya é agora um postulante sob a
direção de um mestre. Toma conhecimento da Regra da Ordem e
segue-a com absoluta fidelidade; faz mais do que possível para
elevar cada vez mais o que de simplesmente humano se possa sele
encontrar. Numa palavra sobrenatural, realiza-se o mais que pode.
Atinge o noviciado. Já tendo havido a vestição, quando escolheu o
hábito mais remendado, o mais humilde, porém, limpíssimo. Usou-
se ainda por muitos anos, quase não se distinguindo os remendos,
as cerziduras do trançado original do tecido.

08 horas (noite) – Jesus, na Última Ceia, institui a Santíssima


Eucaristia.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Prolongados jejuns e severas penitências, assim viveu
toda sua vida. A comida com que comumente se alimentava, nem o
mais faminto dos mendigos seria capaz de comer. Reservava para si
o mais duro pão, as frutas mais passadas (estragadas); jamais comeu
carne durante toda a sua vida religiosa; quanto ao vinho, embora
cuidasse das parreiras, jamais o bebeu – (a não ser a porção
necessária à celebração da santa Missa).

09 horas (noite) – Jesus, ora no Jardim das Oliveiras.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – O mundo católico deve, portanto, aos maronitas este
tesouro de infinito valor, no que diz respeito a Santa Liturgia; o
idioma originário das palavras que Nosso Senhor Jesus Cristo usou
em momento tão sublime e santo, pois aquele que uniu outra vez
eternamente a Terra ao céu. A língua oficial do tempo do padre
Charbel, era o aramaico; mesmo idioma natural de Nosso Senhor
Jesus Cristo.

10 horas (noite) – Jesus, entra em agonia, suando sangue.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel - Lava-me sempre mais de minha iniquidade e limpa-
me do meu pecado. Asperge-me e serei puro; lava-me e ficarei mais
branco do que a neve.

Santamente estejamos diante de teu santo altar para oferecer-te


sacrifícios espirituais e racionais, animados pela fé verdadeira, Pai,
Filho e Espírito Santo, agora e por todos os séculos.

(Extraído da Liturgia da Missa Maronita)

11 horas (noite) – Jesus, recebe o beijo do traidor Judas.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Santifica estre sacrifício e concede por ele o perdão
dos pecados e a remissão dos delitos aqueles pelos quais é oferecido
e também a mim, a meus pais e a todos os fiéis vivos e mortos.
Lembra-te deles, Senhor, em teu reino celestial, com teus justos e
santos que te agradaram com suas boas obras, por intercessão de
Nossa Senhora, Mãe da Luz, de São João Batista, de São Maron e de
todos os santos.

(Extraído da Liturgia da Missa Maronita)


12 horas (noite) – Jesus, é apresentado ao sumo sacerdote.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Cedo, seus superiores enviaram-no à Escola
Monástica, do Convento de São Cipriano, em Kfifan, onde estudou
idiomas árabe e siríaco, Teologia Moral e Dogmática, além de outros
ramos das ciências eclesiásticas sob a direção de grandes e famoso
mestres, todos da própria Ordem. Sobressaíam perante os demais
professores, não só pelo grande saber, mas sobretudo pela piedade,
pela vida de oração e penitência. Sempre buscou a verdade fiel à
santidade da Igreja.

01 hora (madrugada) – Jesus, é acusado por falsas testemunhas.


Sua face adorável é coberta de escarros.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Em relação a obediência, ele se considerava o servidor
de todos. Em casa, obediência ao superior, nos campos ao leigo que
era o capataz. Quando estava no eremitério, obedecia a seu
companheiro Makários, que era mais jovem. Obedecia a todos e, se
lhe chamavam a atenção por alguma coisa, colocava-se de joelhos e
pedia perdão.

02 horas (madrugada) – Jesus, é negado por Pedro.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Um dia estavam trabalhando no campo, quando ouviu
que o Padre Charbel gritava pedindo socorro. Acorreu em seu auxílio
e, ao chegar até ele, este respondeu-lhe que não havia acontecido
nada. Voltou a gritar e, ao ser interrogado com insistência, disse:
“Desculpe-me, irmão, mas estou experimentando uma terrível
tentação. Reze por mim!

03 horas (madrugada) – Jesus, na prisão, é coberto de maus


tratos.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Entrei, Senhor, em tua casa e me ajoelhei diante de
seu trono, Rei celestial, perdoa-me todos os meus pecados contra Ti.
Rei celestial, perdoa-nos todos os nossos pecados contra Ti. Rogai
por mim, por amor de Nosso Senhor. Deus aceite tua oblação e tem
piedade de nós por tuas orações.

(Extraído da Liturgia da Missa Maronita)

04 horas (madrugada) – Jesus na prisão.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Tem piedade de nós, ó DEUS, segundo a tua graça:
perdoa-nos nossos pecados por tua misericórdia; lava nossas culpas
pela abundância de tua clemência e cria em nós um coração puro e
um espírito de retidão e de humildade.

(Extraído da Liturgia da Missa Maronita)

05 horas – (madrugada) – Jesus na prisão.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Ó Deus, digna-Te escutar nossas orações; e abre tua
porta à suplica de nossa humildade; dá o descanso eterno a nossos
irmãos, padres e superiores, que morreram na verdadeira fé. Apague
seus pecados do livro do teu juízo e conduza-os ao paraíso cheio de
vida; e a todos os que se encomendaram a nossas orações, purifica e
perdoa todas as culpas que cometeram em tua presença. (Extraído
da Liturgia da Missa Maronita)

06 horas (manhã) – Jesus é apresentado ao tribunal de Pilatos.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Não nos negue, porquanto cremos em Ti, Filho de
Deus; e não nos deixes como ao povo que Te renegou. Não nos prive
de tua herança cheia de vida como o discípulo traidor que te vendeu
e guardou o seu preço. Guarda aos pastores a cabeça de teu rebanho,
para que resplandeçam em Ti qual Simão, chefe dos discípulos;
justifica aos sacerdotes, purifica aos diáconos de tua igreja; faça que
todos sejam dignos de apascentar, com esmero, teu povo.

07 horas (manhã) – Jesus é desprezado por Herodes.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Tu, Senhor, fizeste tudo isto para nossa humanidade,
de tua onipotência desceste até nossa miséria; aceita esta oferenda
de nossas mãos pecadoras, que Te agride, tem piedade da Igreja e
de todos os seus filhos. Senhor, santo glorioso, forte e imortal que
habitas nos santos e cuja vontade descansa tranquila neles; santifica,
ó Senhor, nossos pensamentos e purifica nossa mente de toda
mancha de culpa e de pecado, a fim de que, em tua santa igreja
elevemos a Ti louvores puros, agora e sempre e pelos séculos.

(Extraído da Liturgia da Missa Maronita)


08 horas (manhã) – Jesus é flagelado.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Quando estava no campo trabalhando, fazia as tarefas
mais difíceis. À tarde, quando terminavam de trabalhar, os outros
retornavam com as mãos vazias, enquanto ele carregava nos ombros
um bom feixe de lenhas, curvado sob o peso e rezando com o rosário
na mão.

09 horas (manhã) – Jesus é coroado de espinhos.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Aos 23 de Julho de 1859, contando, portanto, 31 anos
de idade, o monge Charbel é ordenado sacerdote. A um grupo de
parentes e amigos foram cumprimenta-lo no Convento de São
Cipriano, pedindo lhe que fosse dar as primícias sacerdotais numa
visita à terra natal, despediu-lhes com santa simplicidade, dizendo:
“Religioso que visita os seus parentes e amigos depois de ter
professado, tem que começar novamente por se fazer irmão.” Após
a ordenação foi enviado de retorno ao mosteiro.

10 horas (manhã) – Jesus é posposto a Barrabás e condenado à


morte.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – No ano seguinte a sua ordenação, 1860 – os
muçulmanos e os drusos iniciam perseguições sangrentas aos
cristãos, acontecimentos terrivelmente doloroso ao coração
sacerdotal, patriota e familiar do padre Charbel. Teme como toda
gente, que sejam atingidos sua velha mãe, os irmãos tios, os
parentes, em suma, os irmãos de sangue e os de fé. Mas, só possui
uma arma, porem a usa como ninguém; a oração; não só a oração,
mas a penitência para reforça-la. Rezava e se sacrificava pelos
perseguidos e perdoava aos perseguidores e perdoava aos
perseguidos e perdoava aos perseguidores até que a paz brilhasse; e
um dia de fato, brilhou no legendário Líbano.

11 horas (manhã) – Jesus beija a cruz e a carrega por nosso amor.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Foram muitos os que encontravam o santo monge
pelas estradas. Coisa muito rara, mais parecendo um beduíno
esfarrapado, sentiam-se como que subjugado pela sua santidade
heroica; era de fato uma figura característica libanesa, bem como
reflexo luminoso da moral e bondade de Jesus Cristo. Os santos são
assim: transmitem, refletem, mostram Nosso Senhor para nós, como
aliás afirmam as Escrituras Sagradas.

12 horas (tarde) – Jesus é despojado de suas vestes e pregado na


cruz.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – No que diz respeito à pobreza, era extremamente
penitente. Só se alimentava uma vez por dia. Nada de doces, açúcar
ou mel. Costuma abster-se de vinho, leite, carne ou fruta. Só nas
festas aceitava manteiga. Na sopa, jogava alguns pedaços de pão. No
final, recolhia as sobras da comida, as migalhas caídas fora, os restos
que ficaram sobre a mesa e pedia permissão para guarda-las.
13 horas (tarde) – Jesus perdoa ao bom ladrão.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Usava um par de sandálias rasgadas. Tinha alguns
pares bons, mas só usava para celebrar a Missa. Sua cela era estreita
e vazia de tudo, de apenas seis metros quadrados. Não tinha mais do
que uma cama, uma lamparina, um vaso de cerâmica e alguns livros
de piedade e teologia. Sua cama era composta de duas ou três
tábuas com um colchonete de grama seca, coberto com um tapete
de pelo de cabra.

14 horas (tarde) – Jesus nos entrega Maria por mãe.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – O padre Charbel, enquanto esteve no mosteiro de São
Maron, deu-se no dia em que proferiu os votos perpétuos na Ordem,
sua mãe, após muitos anos sem vê-lo e imensos sacrifícios, foi ter as
vistas pelo filho no mosteiro e perguntou pelo filho. Escusando-se de
vê-la (delicadamente), nessa única oportunidade, pois tal
possibilidade não se repetiria nessa vida, apenas lhe dirigiu breves e
afetuosas palavras, do interior da capela. E a este lamento de sua
mãe: “É assim, meu filho, que me privas do prazer de estreitar-te em
maternal abraço de encontro ao meu peito?” Ele responde com voz
sumida, mas resoluta:

“Deus o permitirá, mãe, que nos vejamos no Céu, por toda uma
eternidade.”

15 horas (tarde) – Jesus morre na cruz.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Como de costume, padre Charbel, celebrava uma
missa no dia 16 de Dezembro de 1898, ás vésperas do Natal, no
horário das 11h00, e no meio da celebração sentiu um tremor pelo
corpo inteiro. O padre Macárius, amigo e companheiro de vida
religiosa, percebendo a situação, do padre Charbel em dar
continuidade na missa fez com que ele se recuperasse. Mas, o padre
Charbel se recuperou em poucos minutos, insistiu e retornou ao altar,
dando continuidade a santa missa. Quando chegou o momento da
Elevação Menor, porém, tornou a sentir-se mal. Quando elevada a
segundo prescrição das rubricas, um pouco o cálice com a Hóstia,
permaneceu imóvel, no qual seu amigo e companheiro Padre
Macárius percebeu novamente que o padre Charbel não estava
normal. Retirou-o do altar com muita dificuldade no que pediu ajuda
de outros irmãos. Seu corpo estava hirto e assim foi levado para a
cela. Feito isso, padre Macárius voltou a fim de continuar a terminar
a santa Missa, iniciado por padre Charbel. O santo que jamais ficara
doente, agora estava enfermo com uma paralisação total. E durante
8 dias, ficou assim, até a possibilidade de num dia pronunciar por
diversas vezes: “Jesus de Maria e de São Jose”; e rezava também
“Súplica ao pai da Verdade”, oração da santa Missa que tanto gostava
e que teve de interromper:

“Pai da verdade, ele aqui vosso filho, vítima agradável a vós.


Aceitai-a, pois morreu por mim...”

Com estas palavras o padre Charbel, teve que interromper a


santa Missa no dia 16 e com as mesmas palavras – as últimas de sua
vida terrena – morreu a de 24 de dezembro, entregando sua alma ao
Pai da Verdade, no céu.

Seu corpo foi sepultado no pequeno cemitério comum dos


frades mosteiro de Annaya. Segundo tradicional costume entre os
religiosos, vestia o seu hábito, bem como fazia-se acompanhar o seu
corpo de todos os seus pertences. Encerrado num caixão feito por
ele mesmo, como já dissemos levaram-no até a sepultura seus irmãos
de hábito e alguns poucos habitantes da aldeia.
16 horas (tarde) – O coração de Jesus é transpassado por uma
lança.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Salve Maria, que foste em tua virgindade Mãe de Jesus,
que formou Eva e a entregou a Adão. És bem-aventurada, Maria, que
santamente foste Mãe do Santo que entregou as coisas sagradas aos
filhos de Levi. És bem-aventurada, Maria, porque em teu seio habitou
santamente o Unigênito e esplendor do Pai que, como Ele, existe por
si mesmo.

(Extraído da Liturgia da Missa Maronita)

17 horas (tarde) – Jesus é deposto da cruz e depositado nos


braços de Maria.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – No mês de abril de 1899, fez-se a primeira exumação
e comprovou-se que seus restos mortais estavam intactos com uma
camada de mofo que cobria seu corpo. Uma vez que o limparam
parecia um corpo vivo pela flexibilidade e elasticidade de seus
membros, pela cor de sua pele e a conservação dos cabelos e unhas.

18 horas (tarde) – Jesus é sepultado.

Jesus, filho do DEUS vivo, tende piedade de mim, que sou


pecador. (Repetir três vezes)
São Charbel – Já em vida corriam rumores que ele fazia milagres.
Mal falecera, e os milagres aumentaram de forma extraordinária.
Poucos meses se tinham passado do falecimento do santo homem e
os prodígios – verdadeiros milagres, levaram o padre Antonio Al-
Mishmishani, então Superior da Casa, a solicitar sua beatitude. Aberta
a sepultura com a presença do superior da casa, irmãos e inúmeros
habitantes locais de outras aldeias verificou-se que o corpo do Padre
Charbel não apresentava o mínimo de corrupção; seu hábito
monástico, não obstante o cemitério ter-se alagado diversas vezes
devido às fortes chuvas – muito frequentes no Oriente, mormente
em Annaya, encontra-se como no dia do enterro.
DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
À COMUNIDADE MARONITA POR OCASIÃO DA PEREGRINAÇÃO
JUBILAR

Quinta-feira, 10 de Fevereiro de 2000

Beatitude Amados Irmãos no Episcopado Queridos Irmãos e Irmãs


da Igreja Maronita!
1. Apresento-vos as boas-vindas à casa do Sucessor de Pedro e à
Cidade Eterna, que conserva os túmulos dos Apóstolos Pedro e
Paulo, e de muitos outros santos mártires e confessores. Viestes do
Líbano, de outros países do Médio Oriente e da diáspora, para
celebrar nestes dias o grande Jubileu, com Sua Beatitude o Cardeal
Nasrallah Pierre Sfeir, Patriarca de Antioquia, "Pai e Cabeça" (cf.
C.C.I.O., cân. 55) da Igreja Maronita. A vossa peregrinação a Roma
inaugura a visita das Igrejas católicas orientais. De facto, no decurso
dos próximos meses, chegarão a Roma os Patriarcas, os Bispos e os
fiéis das outras tradições orientais. 2. Ao quererdes dar uma nova
prova da vossa adesão indefectível e plurissecular à Sé apostólica
romana, viestes a Roma para a festa de São Maron, pedra miliária da
vossa Igreja, cuja memória é celebrada, segundo o vosso calendário
litúrgico, no dia 9 de Fevereiro. Nesse dia, participastes na Basílica de
Santa Maria Maior numa solene celebração eucarística, presidida pelo
vosso amado Patriarca. A celebração de ontem, e também a
audiência de hoje, fortalecem o vínculo estreito que existe entre a Sé
de Roma e a de Antioquia, cidade muito antiga onde "pela primeira
vez os discípulos foram tratados pelo nome de cristãos" (At 11, 26) e
onde o próprio São Pedro viveu. Atraídos por um "imperativo
interior" que provém da vossa fé, viestes para "vos avistar com Pedro"
(Gl 1, 18), para viver com ele a comunhão eclesial. A vossa plena
comunhão com a Igreja de Roma é, de facto, uma manifestação
tangível da consciência que tendes da unidade: "A unidade é uma
característica primordial da Igreja e é exigida por sua natureza
profunda" (Exort. Apost. Pós-sinodal Uma experiência nova para o
Líbano, 84; cf. Orientale lumen, 19). Esta unidade eclesial, que
experimentais com vigor nestes dias, ajudar-vos-á por sua vez a
empenhar-vos cada vez mais na evangelização do mundo, sendo
também a tradição maronita "uma ocasião privilegiada para reavivar
o dinamismo e o impulso missionário nos quais cada fiel deve
participar" (Exort. Apost. pós-sinodal Uma experiência nova para o
Líbano, 84). 3. Consciente e ufana da importância da unidade com
Roma, a vossa Igreja, filha espiritual de São Maron, viu florescer
numerosos Santos e Santas ao longo dos séculos. No dia 9 de
Outubro de 1977, o Papa Paulo VI, meu Predecessor, canonizou
Charbel Makhlouf, monge eremita e sacerdote da Ordem libanesa
maronita, e eu mesmo tive a alegria de proceder a 17 de Novembro
de 1985 à beatificação de Rafqa (Rebeca), monja maronita da Ordem
libanesa maronita e, no dia 10 de Maio de 1998, à de Nimatullah Al-
Hardini, monge e sacerdote da mesma Ordem e pai espiritual de São
Charbel. 4. A beatificação de Nimatullah Al-Hardini teve lugar
exatamente um ano após a minha peregrinação de 1997 à terra
libanesa. Eis por que me é grato evocar aqui as horas que passei no
Líbano, onde a Igreja Maronita tem as suas raízes e o seu centro
efetivo. A esperança nova para o Líbano, expressa na Exortação pós-
sinodal, documento que foi emanado depois dos trabalhos da
Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para o Líbano, foi "o meu
brado de ressurreição e de paz", mediante o qual "apresentei de novo
a terra bíblica dos cedros à consciência do mundo" (L'Osservatore
Romano, ed. quot. De 12/13 de Maio de 1997, pág. 1). Encorajo todos
os Pastores e fiéis das comunidades católicas do Líbano a acolherem
e a assimilarem cada vez mais as propostas e as sugestões desta
Exortação. Sinto-me feliz ao saber que já há os primeiros sinais
animadores duma aplicação concreta, como resulta também dos
trabalhos da última Assembleia dos Patriarcas e dos Bispos Católicos
do Líbano (A.P.E.C.L.), que se realizou em Novembro passado em
Bkerké. 5. Tenho também o prazer de anunciar que, ontem, após um
longo período de não-funcionamento devido à segunda guerra
mundial, depois da situação difícil no Líbano, o Pontifício Colégio
Maronita reabriu oficialmente as suas portas, graças sobretudo aos
esforços incansáveis de Sua Excelência D. Emile Eid, Procurador
patriarcal em Roma. Este Instituto, querido pelo Papa Gregório XIII,
remonta ao século XVI. Ele acolheu inúmeros e ilustres alunos, dos
quais os mais famosos foram o futuro Patriarca maronita Stéphane
Douaihi e o grande sábio Joseph S. Assemani, Primeiro Guardião da
Biblioteca do Vaticano, célebre orientalista e canonista que teve,
entre outros, um papel importante no Sínodo libanês maronita de
1736. Formulo votos por que os jovens maronitas que viverem neste
Colégio histórico contribuam de maneira eficaz, como os seus
predecessores, para a vida eclesial maronita, na fidelidade ao espírito
da Igreja universal. 6. E quanto à querida terra do Líbano, para a qual
se volta com nostalgia o coração dos crentes, 2 desejo-lhe que
continue a permanecer fiel à sua vocação de "Mensagem": um lugar
onde os cristãos possam viver em paz e fraternidade com os adeptos
de outras crenças, e onde sejam capazes de promover um
semelhante espírito de convivência (cf. Exort. Apost. Pós-sinodal Uma
esperança nova para o Líbano, 92). Quero também dizer-vos hoje,
com a força do amor: "O Papa está sempre junto de todos vós". Estou
ao vosso lado como pai e irmão, neste período em que às vezes a
intolerância leva a reavivar os fantasmas do ódio, que desejaríamos
ver desaparecer para sempre. Pela intercessão da Mãe de Deus, dos
Santos Apóstolos Pedro e Paulo, de São Maron, de São Charbel, da
Beata Rafqa, do Beato Nimatullah Al-Hardini e de todos os Santos da
vossa terra, peço ao Senhor que este seja o primeiro fruto do grande
Jubileu que celebrais em Roma. Concedo-vos de todo o coração a
Bênção Apostólica.
Fontes de Pesquisa

Igreja Maronita - Arquidiocese Maronita do Brasil


Rua Tamandaré, 355 – Liberdade SP - Brasil – CEP: 01525-001
Telefone: + 55 11 3208 2904
http://www.igrejamaronita.org.br/home/

Site Vaticano
https://www.vaticannews.va/pt/santo-do-dia/07/24/s--charbel-
makhluf--persbitero.html
http://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/2000/jan-
mar/documents/hf_jp-ii_spe_20000210_maronite-church.pdf

Livro - São Charbel Makhlouf


Autor – Pe. Angél Peña, O.A.R.
Cultor de Livros
Edição 2020

Liturgia da Missa Maronita


Padre Felipe Hage Soaiby (Superior da Missão Libanesa Maronita /
Vigário-Geral dos Maronitas no Brasil)
Tradução em Língua Portuguesa – RJ – 1962

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