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Curso de Missões e Evangelismo

Este Curso foi desenvolvido, com o objetivo de despertar a


respeito da principal função da igreja, que é a de anunciar as
boas novas da salvação. Nós não podemos ficar
desapercebidos de que existem muitas pessoas que carecem
de ouvir uma palavra de esperança para suas vidas, e nós
como servos do Senhor, possuímos a verdadeira palavra de
esperança que tanto precisam escutar, são desde vidas que se
encontram nas proximidades da igreja até pessoas distantes
em países onde não existem igrejas estabelecidas, são muitas
vidas carentes de salvação.

Neste conteúdo, veremos como alcançar estas vidas para o


Senhor, abordando de forma objetiva e de fácil compreensão,
este assunto tão grandioso. Abordaremos sobre os trabalhos
de alguns importantes missionários da história, que são
exemplos a serem seguidos. Também estudaremos um pouco
sobre costumes culturais de outros povos e outros assuntos
interessantes e importantes a respeito da obra missionária.

O nosso desejo é que este conteúdo seja de grande proveito e


estímulo, agregando conhecimento e impulsionando a sua
caminhada missionária.

Introdução
A palavra Missão tem origem na palavra militere do latim, que
significa: “enviar” ou “mandar”, e o missionário é aquele que é
enviado.
O maior Missionário que já existiu em todos os tempos na terra
se chama Jesus Cristo. Ele foi enviado por Deus para cumprir
uma missão e a cumpriu em total perfeição. Nasceu, ensinou,
curou, libertou e ofereceu a si mesmo em sacrifício,
entregando-se a morte para nossa salvação, cumprindo sua
missão por amor a todos nós.

Jesus Cristo é o maior Missionário!

1. Um pouco sobre as viagens missionárias do apóstolo


Paulo

A Bíblia nos traz três viagens missionárias realizadas pelo


apóstolo Paulo.

Em sua primeira viagem, o apóstolo Paulo partiu da cidade de


Antioquia, que era o local onde estava reunido na igreja junto
com profetas e doutores, até receber o chamado do Espírito
Santo para partir em viagem juntamente com Barnabé (Atos
13:1-3). O pensamento de Paulo era pregar nas sinagogas das
cidades em que passaria, mas devido a rejeição dos judeus, a
pregação obteve maior alcance aos gentios (aqueles que não
são judeus). Com muitas dificuldades, ele continuava sua
viagem anunciando as boas novas, cumprindo a sua missão.

Houve um episódio no qual enfrentou um mágico, falso profeta


por nome Elimas ao qual Paulo o amaldiçoou com cegueira,
devido este usar de engano e tentar atrapalhar a sua pregação.
Este acontecido fez com que um político importante,
maravilhado diante do ocorrido, cresse na palavra do Senhor,
este político era o Procônsul Sérgio Paulo, governador da
província, homem nobre, prudente e muito respeitado (Atos
13:10-12). Vemos que mesmo diante das primeiras
perseguições Paulo já obtinha vitórias, sempre com sabedoria
e autoridade espiritual, e vemos também que ele não fez
distinção nenhuma entre pessoas. Ele anunciou a mensagem
de Cristo para pobres e ricos, para desprezados e honrados,
para os judeus e para os gentios.

Em sua segunda viagem missionária, houve uma ocasião que


Paulo encontrou uma jovem possuída por um espírito maligno,
que realizava adivinhações e assim era explorada pelos seus
senhores para gerar-lhes grande lucro, possivelmente com o
dinheiro pago para consultas com a jovem (Atos 16:16). Paulo
inconformado expulsou o espírito adivinhador, o que trouxe
revolta para os senhores que exploravam a jovem, os quais
pediram a prisão de Paulo, com a acusação de ensinar
costumes que não pertenciam à aquele povo. A acusação foi
aceita e Paulo foi açoitado e preso juntamente com seu
companheiro de viagem Silas. Mas ele não deixou de anunciar
a Cristo, e houve a conversão do carcereiro e a libertação da
prisão por meio do grande terremoto enviado por Deus (Atos
16:26-31). Vemos que mesmo em meio a uma situação que
parecia perdida, o poder de Deus foi manifesto e com toda
dificuldade e sofrimento passado, Deus garantiu vitória para a
continuidade do trabalho missionário.

Em sua terceira jornada missionária, quando Paulo chega a


cidade de Éfeso, que era a capital da Ásia Menor, local este
onde se encontrava muitos comerciantes dependentes da
venda de ídolos com suas rendas girando em torno do templo
da deusa Diana. Sua estadia naquele local incomodou muito a
estes comerciantes, que causaram grandes tumultos (Atos
19:23-29), mas novamente Paulo não cessou de continuar o
trabalho missionário junto aos seus companheiros.

Todas as viagens do Apostolo teve por finalidade levar a


Palavra de salvação a todas as gentes, curando, libertando e
formando igrejas e discípulos, sem nunca deixar que as
dificuldades, por maiores que eram, viessem a abater ou
desmotivar o trabalho. Mesmo sem os recursos que temos nos
dias de hoje, ele idealizou e realizou um grande trabalho
missionário direcionado pelo Espírito Santo, concretizando o
seu chamado, obedecendo a vontade de Deus e crendo no
poder e no agir de Deus.

2. O movimento missionário moderno

Nos três últimos séculos passados, a saber, os séculos 18, 19


e 20, o evangelho foi levado para várias partes do mundo,
alcançando vários povos, como resultado do movimento
missionário moderno.
Os líderes das igrejas na Europa, até então, pareciam não
possuir uma visão missionária mundial, acreditava-se que se
Deus desejasse converter algum pagão, assim faria, mesmo
sem a intervenção direta da igreja. Mas o pensamento
começou a ser mudado, quando Deus levantou seus servos
para elucidar que a igreja tem o papel importante de anunciar
as boas novas da salvação, o que inclusive, é claramente
bíblico.

Vamos conhecer abaixo, alguns dos principais impulsionadores


da obra missionária a partir do século dezoito:

Os missionários Morávios

A Morávia é uma região na Europa central que hoje faz parte


da República Tcheca. Existiu nesta região um homem
chamado: Nikolaus Ludwig Von Zinzendorf (1700-1760) que
era conde e líder da Igreja Protestante da Morávia. Este
homem possuía um grande fervor missionário, ele possuía
preocupação com os desprezados pela sociedade que
careciam de ouvir a respeito de Cristo, como índios e escravos.
Ele foi o responsável por organizar e enviar vários missionários.

John Leonard Dober (1706-1766) e David Nitschman (1698-


1772) eram dois obreiros da igreja protestante da Morávia. Eles
sentiam um forte chamado de Deus para anunciar as boas
novas para povos de outros continentes e foi no ano de 1732
que foram enviados para a Ilha de Saint Thomas: uma das
Ilhas Britânicas no Caribe, para anunciarem as boas novas aos
escravos que haviam naquele lugar. Realizando então, uma
das primeiras missões modernas, provavelmente a primeira.

Além de Dober e Nitschman, outros obreiros missionários


foram enviados para a Groenlândia (região localizada no pólo
norte) no ano seguinte.

David Nitschman esteve quatro meses na Ilha de Sant Thomas,


trabalhando como carpinteiro para o seu sustento e de seu
companheiro de missão. Após este período partiu para os
Estados Unidos da América.
John Leonard Dober permaneceu na ilha e tentou conseguir
seu sustento por meio de artesanatos, mas não obteve muito
sucesso, após um período conseguiu trabalho como gerente da
mansão do governador da ilha e em seguida trabalhou como
vigia, onde pode viver bem próximo aos escravos e evangelizá-
los.

Em 1734 foi enviado um grupo de dezoito missionários


morávios, para ajudar na propagação do evangelho nas ilhas.
Sabemos que hoje as ilhas do Caribe são lugares
desenvolvidos, algo muito diferente daquela época na qual a
situação era precária, onde o missionário que partia para lá,
tinha quase a total certeza de que não seria possível mais
voltar para casa, há relatos que muitos levavam sua lápide já
pronta para ser utilizada no dia do seu funeral, e que no lugar
de malas, alguns deles levavam seus pertences dentro de um
caixão, pois nestes locais não havia condição para a confecção
de uma lápide e nem para um caixão.

Em 1735 David Nitschmann havia sido ordenado bispo e nesta


época liderou um grupo de cristãos para fundar uma colônia
nos Estados Unidos, durante a viagem de navio se depararam
com um furacão muito violento e quando todos se
desesperaram diante do acontecimento, o grupo liderado por
ele teve reação diferente, eles entoavam hinos a Deus e
mantinham-se calmos e confiantes, esta atitude chamou muito
a atenção de John Wesley que também era um passageiro do
navio, mas que não pertencia ao grupo, ele se maravilhou
muito diante de tamanha demonstração de fé, pois eles
mantinham grande calma naquele momento de pânico. Embora
fosse um missionário, John Wesley era fraco na fé nesta
época, mas este encontro foi algo tremendamente inspirador
para ele, que mudou sua vida cristã para sempre.

Vemos que a fé inabalável, a perseverança e o compromisso


com a obra missionária eram os principais sustentos destes
missionários que são exemplos para nós.

William Carey (1761-1834) ficou conhecido como “O pai das


missões modernas”. Ele fundou a Sociedade Missionária
Batista de Londres em 1789. Mais tarde no ano de 1793 partiu
em viagem missionária para a Índia, durante o caminho
aprendeu o suficientemente o idioma Bengali, e ao
desembarcar já se comunicava facilmente com o povo. Mesmo
sem ter tido uma educação formal na juventude, Carey possuía
este talento de aprender novos idiomas, ele era uma pessoa
persistente e firme nos seus objetivos, a história diz que aos 21
anos, ele já havia aprendido sozinho o latim, o grego, o
hebraico, e o italiano. Esta facilidade com idiomas foi um
grande talento que Deus o deu, sendo uma grande ferramenta
para o seu trabalho missionário. Ele traduziu a Bíblia para
vários idiomas orientais da região da Índia. Os seus dicionários
e gramáticas são utilizados até hoje. Carey permaneceu na
Índia até o final de sua vida quando faleceu no ano de 1834
com 73 anos. Assim como Carey, devemos dar importância e
utilizar todos os talentos que Deus nos confiou.

Hudson Taylor (1832-1905) foi um importante missionário


inglês que foi enviado por Deus para anunciar o evangelho na
China. Seus pais eram metodistas, mas ele nunca havia
desejado aproximar-se de Deus, até que um dia, na época de
sua adolescência, estando só em casa e sem ter algo para se
distrair, decidiu ler uma publicação que falava a respeito do
evangelho e foi então que ele creu e recebeu a Cristo como
Salvador, logo sentiu um grande desejo de ser um missionário,
em especial um forte desejo de anunciar o evangelho para os
chineses. Com o objetivo de concretizar o seu desejo
missionário, ele decidiu preparar-se estudando medicina,
porque havia na época uma grande necessidade de médicos
na China, estudou também Teologia, Mandarim (idioma falado
na China), Latim e Grego. Muitas vezes ele se colocou em
prova, se alimentando apenas com o básico para exercitar sua
resistência e fé, pois não seria fácil a sua vida na China e boa
parte do seu salário era ofertado para a obra do Senhor, assim
ele aprendeu previamente a viver com pouco. Com o apoio de
uma associação missionária, ele partiu para a China em 1853
com vinte anos de idade, após seis meses de viagem a bordo
de um navio, desembarcou em Xangai em plena guerra civil,
como não era bem visto por onde passava devido as suas
roupas ocidentais, ele passou a utilizar somente roupas da
cultura local e inclusive manteve seu cabelo com um corte
rabo-de-cavalo que era uso comum daquele povo, desta forma
ele conseguiu estar mais próximo e mais semelhante ao povo,
para desempenhar sua missão. Hudson Taylor distribuiu muitos
exemplares do novo testamento, dos evangelhos e de outros
livros sobre a fé em Cristo, quando Deus o recolheu, ele deixou
estabelecidas centenas de pontos missionários com mais de
oitocentos missionários e mais de cento e vinte mil chineses
convertidos, frutos de sua dedicação e amor pela vida dos
chineses.

Adolf Gunnar Vingren (1879-1933) e Daniel Högberg (1884-


1963), eram dois suecos batistas residentes nos Estados
Unidos, os dois se conheceram em uma conferência batista
que ocorria em Chicago, logo se tornaram grandes amigos.
Certa ocasião receberam uma mensagem profética através de
um irmão chamado Olof Uldin, que anunciou aquilo que Deus
realizaria em suas vidas, entre os assuntos, ouviram que
deveriam partir em viagem para um lugar chamado ‘Pará’, lugar
este onde deveriam ir para anunciar o evangelho. Como não
tinham a menor idéia de onde estava situado este local, cujo
nome nunca haviam escutado antes, decidiram ir até a
biblioteca pública da cidade de onde estavam para procurar
informações a respeito. Ao descobrir que Pará estava no Brasil,
convictos do chamado partiram de navio para o estado
brasileiro. Durante a viagem, anunciaram as boas novas e um
tripulante se converteu. Chegando ao Brasil, congregaram por
um tempo em uma igreja batista até iniciarem um trabalho
independente em 1911 com o nome inicial de “Missão de Fé
Apostólica” que em 1918 recebeu o nome registrado
oficialmente como “Assembléia de Deus”, e os trabalhos
expandiram-se grandemente por todo território brasileiro. No
censo realizado pelo IBGE no ano de 2010, obteve-se o
número de mais de doze milhões de convertidos congregantes
da Assembléia de Deus no Brasil.

1. O chamado da Igreja para Evangelizar


O nosso Senhor e salvador Jesus Cristo, após ressuscitar e
antes de subir para a direita de Deus, deixou uma ordem para a
igreja: a de anunciar o evangelho.

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda


criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não
crer será condenado.” (Marcos 16:15-16)

Este é o chamado de cada cristão na terra: o de pregar o


evangelho, anunciando as boas novas da salvação para toda
criatura, seja ela homem, mulher, adulto ou jovem,
independentemente se estes possuem alguma religião ou não.
O evangelho deve ser apresentado a todos, e como o texto diz:
aqueles que ouvirem e crerem serão salvos. Notamos então
que o nosso chamado não é exatamente para converter
pessoas, mas sim anunciar o evangelho para que o pecador
possa assim ter a oportunidade de crer e ser salvo através da
mensagem da cruz. Muitos podem ouvir, e não tomar a decisão
de seguir a Cristo, mas devemos crer que o nosso chamado de
lhes anunciar as boas novas está sendo cumprido.

Como já dito, o chamado para anunciar o evangelho é algo


para todo cristão, não é exclusividade para pastores e obreiros
do templo. O cristão deve aproveitar cada oportunidade que
tem para anunciar Jesus, às vezes uma simples conversa com
um parente, vizinho ou até mesmo um estranho, pode ser
utilizada como oportunidade para falar de Jesus.

Este chamado tão importante que a igreja tem de anunciar o


evangelho é algo que foi trabalhado desde os primeiros
discípulos de Cristo e que se estenderá até a chegada do fim.
Quando o evangelho alcançar toda a parte habitada no mundo,
Jesus voltará.

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